módulo 4: intervenção atividades · o seu superior, o sr. b., está a supervisionar a atividade...

Módulo 4 – Atividades

Módulo 4: Intervenção Atividades


Módulo 4: Intervenção - Atividades Sub-módulo 4.1 a) Reação ao agressor

Atividade 4.1.1: Discussão de vídeo Breve descrição: Os formandos veem um vídeo que mostra uma reação exagerada, quase caricatural, a uma situação de bullying no local de trabalho. O vídeo deverá servir de ponto de partida para uma discussão sobre a melhor forma de se reagir a um agressor.

Material necessário: http://www.youtube.com/watch?v=uX5H3gL9yJE&feature=related

Nota: Esta atividade pode também ser combinada com a Atividade 4.1.2, uma vez que os vídeos e as dramatizações poderão ser entendidos como uma introdução a uma discussão semelhante quanto às melhores formas de se reagir a estas situações.

Descrição do vídeo: Num escritório, um colega certifica-se de que ninguém está a ver o que ele está a fazer. Atira então uma bola de papel para cima de outro colega. A pessoa que está a ser incomodada tenta ignorar a situação. Segue-se uma segunda bola de papel, ao mesmo tempo que o agressor diz “bum!”. A vítima levanta o olhar e nada diz. O agressor imita-a, e faz de conta que está a chorar. O agressor atira então um terceiro papel e ri-se. A vítima parece aborrecida e levanta-se. Tem na mão um canhão, que aponta para o agressor. O canhão dispara contra o agressor uma enorme bola de papel, ao mesmo tempo que a vítima diz “bum!”

Características do vídeo: Embora o vídeo pretenda fazer rir e funcione também como anúncio a um jogo de vídeo, mostra aspetos característicos de situações de bullying: o agressor certifica-se de que ninguém está a ver antes de atacar a vítima. A vítima tenta ignorá-lo, mas isso só faz com que o agressor se sinta encorajado a prosseguir. Embora estejam sentados num escritório cheio de gente, ninguém ajuda a vítima. Como a agressão continua, a vítima vinga-se.

Procedimento: A descrição desta atividade poderá ser encontrada na secção “Bem-vindos ao Let me be ME!” (3.1 Discussão de vídeos).

Questões a discutir: Que aspetos típicos de situações de bullying podem ser encontrados neste vídeo? O que poderemos dizer da indiferença do patrão em relação ao bullying? O que acha da reação da vítima, que resolve vingar-se? O que teria acontecido se a vítima tivesse dito ao agressor para parar de o aborrecer? E se a vítima tivesse decidido ir embora dali? E se tivesse procurado a ajuda de um terceiro colega? Qual é a sua opinião? Acha que o agressor vai parar de aborrecer a vítima depois deste episódio de vingança?


Final da atividade: A atividade poderá ser dada por terminada quando os formandos forem capazes de enunciar diferentes aspetos do bullying, possíveis reações e as suas consequências.

Atividade 4.1.2: Dramatização Breve descrição: Os formandos aprendem e praticam, de forma ativa, como deverão reagir de imediato se forem vítima de situações de bullying no local de trabalho.

Material necessário: Estudos de caso com questões para discussão (cf. abaixo).

Procedimento: A descrição desta atividade poderá ser encontrada na secção “Bem-vindos ao Let me be ME!” (3.5 Dramatização).

Cenário 1: Reação a insultos

Participantes: A Sr.ª A, que trabalha como auxiliar numa cozinha; o Sr B, que trabalha como cozinheiro.

Ponto de partida: A Sr.ª A está a cortar cebolas. O seu superior, o Sr. B., está a supervisionar a atividade e grita-lhe de forma exagerada: insulta-a, dizendo que ela é uma incompetente e põe-se aos berros a dizer que a cebola está cortada em pedaços demasiado grandes e que ela não aproveitou bem toda a cebola.

Primeiro take: A Sr.ª A está visivelmente cheia de medo: está de pé, com os ombros descaídos e a cabeça baixa. Balbucia “Desculpe-me, desculpe-me”. Continua a cortar a cebola, mas tem as mãos a tremer. O Sr. B continua zangado, diz-lhe que ela não faz nada em condições e que está a pensar em mandá-la embora.

Discussão: O que poderia a Sr.ª A ter feito em vez de ter ficado amedrontada? De que outras formas podia ter reagido?

Com as sugestões dadas pelos formandos, é preparado um segundo take (a Sr.ª A pede ao Sr. B, por exemplo, para a ensinar a cortar melhor cebolas; a Sr.ª A adota uma atitude firme, que indica que ela está a dar o seu melhor…). O Sr. B deverá mudar o seu comportamento em função daquilo que lhe diz a Sr.ª A. Uma vez mais, o comportamento da Sr.ª A é discutido enquanto todos veem o vídeo.


Cenário 2: Reação a um ataque físico

Participantes: A Sr.ª A e o Sr. B são colegas e trabalham num supermercado como repositores de mercadorias.

Ponto de partida: O Sr. B gosta de pregar partidas à Sr.ª A, e a Sr.ª A não é capaz de se defender, por isso o Sr. B continua a pregar-lhe partidas. Desta vez, quando a Sr.ª A está a levar artigos de mercearia para o expositor, o Sr. B. prega-lhe uma rasteira que a faz perder o equilíbrio. Os artigos caem, e a Sr. A também.

Primeiro take: a Sr.ª deixa-se ficar no chão, em posição fetal, a chorar, a cara a contorcer-se de dores. Não diz nada. O Sr. B ri-se, aponta o dedo para ela e diz que ela não consegue sequer caminhar direito.

Discussão: O que poderia a Sr.ª A fazer para pôr um fim à situação de bullying?

Com as sugestões dadas pelos formandos, é preparado um segundo take (por exemplo, a Sr.ª A diz de forma muito assertiva ao Sr. B. para parar com aquelas brincadeiras, ou pede ajuda a alguém que esteja a passar ). O Sr. B deverá mudar o seu comportamento em função daquilo que lhe diz a Sr.ª A. Uma vez mais, o comportamento da Sr.ª A é discutido enquanto todos veem o vídeo.

Final da atividade: Os exercícios de dramatização poderão terminar quando as sugestões dadas pelos formandos forem exequíveis e úteis.

Atividade 4.1.3: Jogo Ativo: Concordo/ discordo1 Breve descrição: Os formandos ficam com uma ideia visual das possíveis reações ao agressor que poderão ser úteis e das que não o serão.

Material necessário: Frases (cf. abaixo), Fichas de Trabalho n.ºs 3 e 4

Procedimento: A descrição desta atividade poderá ser encontrada na secção “Bem-vindos ao Let me be ME!” (3.3 Jogo ativo).

Frases:

Possíveis pontos de partida:

Se alguém me insultasse...

Se alguém me magoasse fisicamente…

Se eu me sentisse excluído…

Se alguém me ameaçasse e me roubasse dinheiro…

Diferentes reações (ver também Ficha de Trabalho n.º 3):

1 De acordo com Hamburger Arbeitsassistenz (2009). kukuk plus.


... contaria a alguém que fosse capaz de me ajudar.

... repreenderia o agressor

.... não reagiria

… mostrar-me-ia furioso.

… diria ao agressor para parar de me aborrecer.

… seria assertivo e diria ao agressor o que pensava da sua atitude .

… defendia-me sozinho.

… ia-me embora.

… consentiria que o agressor continuasse a aborrecer-me.

… procuraria um colega que pudesse defender-me.

… punha-me a chorar.

… ignorava-o.

Final da atividade: A atividade poderá terminar quando os formandos mostrarem ter uma ideia das diferentes reações imediatas que se pode ter a um caso de bullying e quando forem capazes de dizer quais são as atitudes mais apropriadas a tomar.


Sub-módulo 4.1 b) Reação ao agressor em caso de cyberbullying

Atividade 4.1.4: Discussão de vídeo Breve descrição: Um vídeo sobre cyberbullying deverá servir de introdução a esta atividade. Seguir-se-á uma discussão sobre os principais aspetos do cyberbullying.

Material necessário: http://www.klicksafe.de/ueber-klicksafe/downloads/weitere-spots/eu-spot-cyber-mobbing/

Descrição do vídeo: Uma jovem está ao computador, numa rede social. Enquanto lá está, muda a forma como se apresenta, em função do ataque de bullying que a envolve. A mudança suspende-se quando ela denuncia a agressão.

Procedimento: A descrição desta atividade poderá ser encontrada na secção “Bem-vindos ao Let me be ME!” (3.1 Discussão de vídeo). Os formandos deverão prestar atenção ao que acontece à jovem.

Possíveis questões a discutir:

O que aconteceu à jovem que estava na Internet, nas redes sociais?

O vídeo mostra uma jovem a usar uma rede social. Depois de se ter registado, a imagem dela muda: ela fica com a cara cheia de borbulhas, o nariz cresce até ficar como um focinho de porco, fica mais gorda, o rosto dela fica contorcido.

O que causou essas alterações na jovem?

As alterações foram causadas pelos insultos na Internet: um jovem chamou-lhe “vaca gorda” e umas jovens editaram uma fotografia dela na Internet.

Quais foram as consequências imediatas desta situação de cyberbullying?

Jovem: a jovem ficou assustada, amedrontada, confusa com o que sucedeu.

Agressores: riram-se, divertiram-se, sentiram-se bem naquele papel.

Qual acha que é a intenção deste vídeo?

O vídeo pretende que as pessoas, e muito particularmente os adolescentes, ganhem consciência dos diferentes aspetos do cyberbullying e aprendam a defender-se dele.

Final da atividade: A atividade poderá ser dada por terminada quando os formandos tiverem repetido várias vezes as características do cyberbullying (cf. também o Módulo 1). Para além disso, a atividade não deverá terminar sem que a importância da denúncia do cyberbullying seja enfatizada.


Atividade 4.1.5: Debate de ideias e apresentação Breve descrição: Dispostos em pequenos grupos, os formandos discutem possíveis reações ao cyberbullying.

Material necessário: http://www.klicksafe.de/ueber-klicksafe/downloads/weitere-spots/eu-spot-cyber-mobbing/

Procedimento: As instruções para a promoção desta atividade poderão ser encontradas na secção “Bem-vindos ao Let me be ME!” (3.4 Debate de ideias e apresentação). Para além disso:

n Os formandos deverão tentar decidir qual será a melhor e a pior reação aos casos de cyberbullying referidos.

n Ao fazerem a apresentação das melhores reações, os formandos deverão explicar o que os levou a considerarem essas reações positivas.

n Depois das apresentações, o formador modera a discussão: que reações se adequam melhor a que tipo de cyberbullying? Deverá ficar bem claro que os formandos não deverão responder a agressões através de e-mails, SMS ou chats, devendo, em vez disso, denunciar a situação (ao fornecedor de serviços, por exemplo, ou então a alguém em quem confiem). Deverão também ser informados da possibilidade de bloquearem o cyberbullying.

Final da atividade: A atividade pode ser dada por terminada quando os formandos souberem distinguir diferentes casos de cyberbullying.

Atividade 4.1.6: Jogo Ativo “Concordo/ Discordo”2 Breve descrição: : Os formandos ficam com uma ideia visual de como deverão reagir se forem vítima de um caso de cyberbullying; aprendem a distinguir as reações úteis daquelas que não o são.

Material necessário: Fichas de Trabalho n.ºs 7, 8


Frases para serem lidas em voz alta:

Se eu receber mensagens insultuosas pela Internet ou por telemóvel… … bloqueio o acesso da Internet ao agressor. … digo ao agressor para parar de me aborrecer. … mudo de username.

2 Hamburger Arbeitsassistenz (2009). kukuk plus.


… ignoro-as. … arranjo um novo endereço de e-mail ou um novo número de telemóvel. … tento guardar as provas. … mostro-as a alguém em quem confie. … chamo a polícia. … reajo ao agressor, insultando-o. … denuncio a situação ao fornecedor do serviço em questão (Internet ou telemóvel). … digo às outras pessoas que os boatos são falsos. ... procuro aconselhamento jurídico.

Final da atividade: A atividade poderá ser dada por terminada quando os formandos tiverem uma ideia das reações possíveis, numa perspetiva realista, a casos de cyberbullying, sendo capazes de explicar por que razão algumas reações são adequadas e outras não.


Sub-módulo 4.2 Denúncia de casos de bullying Atividade 4.2.1: Discussão Breve discussão: O formador pede aos formandos para pensarem sobre diferentes exemplos de bullying (diferentes cenários), discutindo a forma como eles poderão ser denunciados.

Material necessário: estudos de caso (cf. abaixo), quadro de folhas móveis para serem tiradas notas da discussão.

Nota: Será útil promover as Atividades 4.2.1. e 4.2.2 juntas.

Procedimento:

n O formador lê um estudo de caso aos formandos (cf. abaixo).

n O formador abre a discussão sobre a denúncia de bullying. Não deveriam os casos de bullying ser denunciados? A quem se poderia denunciar estes casos? E o que deveria ser dito? Que aspetos é que deveriam ser relatados?

n Os aspetos mais importantes são anotados no quadro de folhas móveis (cf. sumário na Ficha de Trabalho n.º 10).

n Se houver tempo para se trabalhar vários casos, poderão ser debatidas as diferenças entre as diferentes formas de se denunciar casos de bullying. Poderão ser discutidas, por exemplo, as possíveis diferenças entre as pessoas que poderão ser abordadas num caso de denúncia de bullying; poderá ser ainda traçada a distinção entre o bullying óbvio e o bullying subtil, e reforçada a importância da recolha de provas.

Final da atividade: No final da atividade, os formandos deverão saber que a denúncia de casos de bullying é sempre importante, e que os formandos não devem pensar que têm de lidar sozinhos com essas situações. Deverão não só denunciar o caso de bullying ao supervisor ou gerente, mas também a outras pessoas em quem confiem. Deverão tentar reunir provas das situações de bullying ou encontrar testemunhas.

Cenário 1: Pregando partidas, tirando coisas

A Sr.ª A trabalha num café. O seu supervisor está sempre a lembrar aos empregados que têm de chegar a horas ao trabalho e que têm de usar roupas limpas e decentes, incluindo uma camisa ou camisola branca e um avental bem engomado com o logótipo do café. Os empregados têm as roupas guardadas numa sala comum.

Foram várias as ocasiões em que, recentemente, a Sr.ª A teve de procurar as suas roupas de trabalho logo pela manhã. Encontrou o avental enrugado no cesto dos papéis ou por trás dos armários. Isso fez com que se tivesse atrasado. O seu supervisor ficou aborrecido e disse-lhe que teria de passar a levantar-se mais cedo.


Certo dia, não consegue encontrar a sua camisa e por isso tem de ir trabalhar com a T-shirt vermelha que traz vestida. O supervisor fica furioso e diz-lhe para ir para casa.

Possíveis questões a discutir: De que tipo de bullying está a Sr.ª A a ser vítima? O que pode ela fazer para resolver a situação? Como poderá dizer ao supervisor o que se passou?

Cenário 2: bullying social, exclusão, ser-se ignorado

O Sr. B trabalha numa cozinha. É normal que os funcionários passem os períodos de descanso juntos, na sala comum. Neste local, toda a gente discute temas relacionados com o trabalho, mas também assuntos particulares.

O Sr. B. gostaria de participar na conversa, mas os outros parecem ignorá-lo. Já tentou várias vezes começar uma conversa com os colegas, mas fazem de conta de que ele não disse nada.

Por isso, o Sr. B. fica sentado sozinho à mesa durante os períodos de descanso. O Sr. B. passou a ter medo destas pausas, pois não consegue suportar a sensação de se sentir sozinho e excluído. Gosta do seu trabalho, mas anda a pensar em ir embora por causa dos períodos de descanso.

Possíveis questões a discutir: De que tipo de bullying está o Sr. B a ser vítima? Como poderá ele descrever a situação se quiser contra a alguém o que se passa?

Cenário 3: cyberbullying, ameaças

O Sr. B. gosta de passar o tempo na Internet. É muito ativo nas redes sociais e participa muitas vezes em jogos online para vários jogadores. Já há várias semanas que recebe mensagens anónimas: acusam-no de ser um anormal e de não ter amigos. Estas mensagens, que começaram por ser insultos não muito graves, tornaram-se ultimamente em ameaças muito reais, já que dizem que o Sr. B. não vale nada e que, se ele não decidir pôr termo à sua vida, outras pessoas o hão de ajudar nessa tarefa. O Sr. B. anda muito perturbado, assustado até, receando que algo de mau possa vir a acontecer.

Possíveis questões a discutir: De que tipo de bullying está o Sr. B. a ser vítima? A quem poderá ele falar do assunto? Como poderá descrever ou provar o que está a suceder?

Atividade 4.2.2: Dramatização: Denunciar situações de bullying


Breve descrição: Esta atividade poderá seguir-se à primeira. Depois de terem pensado sobre diferentes casos e diversas formas de se denunciar situações de bullying, os formandos poderão representar casos de bullying para praticarem a denúncia. Se os formandos não quiserem representar, poderão criar um guião para a dramatização, explicando aos formadores como o deverão representar.

Material necessário: estudos de caso (cf. acima)

Procedimento:

n Preparação: Se a atividade 4.2.1 não tiver sido feita, os formandos deverão ler um estudo de caso. Será sempre possível criar-se novos estudos de caso que se adeqúem melhor às experiências dos formandos e ao contexto do seu trabalho. O formador pede aos formandos para pensarem em situações de bullying e em formas de o denunciarem. Se não quiserem desempenhar os papéis eles próprios, poderão desenhar ou escrever um guião e explicar aos formadores como deverão representar o papel da pessoa que apresenta a denúncia. Deverá intervir, nessa dramatização, uma segunda pessoa (outro formando ou outro formador), que deverá receber a denúncia.

n A descrição desta atividade poderá ser encontrada na secção “Bem-vindos ao Let me be ME!” (3.5 Dramatização).

Final da atividade: Se os papéis tiverem sido desempenhados pelos formadores, os formandos deverão ser encorajados a tentarem também representar situações de bullying. A atividade poderá ser dada por terminada quando os formandos se sentirem preparados para denunciarem situações de bullying e tiverem compreendido os aspetos principais que, numa situação dessas, deverão ser referidos. A melhor forma de terminar a atividade será com os formandos a praticar, de forma ativa, a denúncia de casos de bullying.

Atividade 4.2.3: Jogo Ativo “Concordo/ Discordo” 3 Breve descrição: Os formandos avaliam, de forma ativa, as diferentes formas de se denunciar casos de bullying.

Material necessário: Fichas de trabalho n.ºs 11 e 12


Frases:



Se eu quiser denunciar um caso de bullying, conto a alguém em quem confie. Antes de denunciar o caso, procuro juntar provas. Se eu for vítima de bullying no local de trabalho ou no caminho para o trabalho, falo com o meu formador, o meu supervisor ou com o gerente da empresa . Ao denunciar um caso de bullying, tentarei explicar muito bem tudo o que aconteceu. Se eu for vítima de bullying, não conto a ninguém. Quando eu estiver a denunciar um caso de bullying, digo, muito baixinho, que aconteceu uma coisa. Se eu for vítima de bullying, anoto tudo o que se passar num caderno. Se eu for vítima de bullying no local de trabalho, não terei autorização para contar a ninguém. Se eu denunciar o caso a um supervisor, ele não fará nada. Se eu for vítima de bullying na empresa em que trabalho, conto ao supervisor ou a alguém do departamento de pessoal. Se eu disser a um supervisor que estou a ser vítima de bullying, ele zanga-se comigo. Se eu quiser denunciar um caso de bullying, ligo para uma linha de ajuda telefónica.

Final da atividade: No final da atividade, os formandos deverão ter uma ideia dos aspetos que deverão ter em conta quando quiserem denunciar um caso de bullying. Deverão ser capazes de distinguir os factos que lhes serão úteis nesse caso daqueles que serão irrelevantes. Se os formandos não forem capazes de perceber que alguns aspetos não são exequíveis, o formador deverá promover uma discussão sobre o assunto. A Ficha de Trabalho n.º 12 ajudará a reforçar a boa compreensão deste assunto.


Sub-módulo 4.3 Relatando uma situação de bullying Atividade 4.3.1: Estudos de caso: palavras que descrevem bullying Breve descrição: Os formandos ficam com uma ideia do tipo de comportamento que é considerado bullying. Aprendem diferentes alternativas e palavras muito concretas que poderão utilizar para descreverem situações de bullying de forma compreensível.

Material necessário: Estudos de caso (Fichas de Trabalho n.ºs 16 a 22); Fichas de Trabalho 13B a 19B no Apêndice.

Procedimento:

n Instruções: Os formandos aprendem as diferenças entre os diferentes tipos de bullying. Alguns tipos de bullying são mais óbvios do que outros: é o caso dos maus tratos verbais perante toda a gente, do bullying físico ou de bullying cujas consequências e provas são muito evidentes. Existem contudo outros tipos de bullying mais subtis, tais como o bullying social ou o cyberbullying. Os formandos deverão saber que é importante descrever, com exatidão, o que se passou. Não bastará, de forma alguma, dizer “fui vítima de bullying”. É importante que a denúncia seja feita com precisão, para que os empregadores possam dar uma resposta adequada à situação de forma a que os agressores venham a mudar efetivamente o seu comportamento.

n Poderá encontrar mais pormenores sobre esta atividade na secção “Bem-vindos ao Let me be ME!” (3.2 Estudos de caso).

n “Tipos de bullying mencionados nos estudos de caso

Ficha de trabalho n.º 16: Estudos de caso de bullying – 1: Bullying: bullying verbal (gritos, insultos), acusações falsas, ordens contraditórias, passar por incompetente, ser obrigado a executar tarefas abaixo do seu nível de competência, ser explorado, serem-lhe retiradas responsabilidades, ser gozado e ridicularizado.

Ficha de trabalho n.º 17: Estudos de caso de bullying – 2: Bullying: fazer parecer incompetente, humilhar, interferir com o trabalho, ameaçar despedimento.

Ficha de trabalho n.º 18: Estudos de caso de bullying – 3: Bullying: social, exclusão, ignorar

Ficha de trabalho n.º 19: Estudos de caso de bullying – 4: cyberbullying, ameaças

Ficha de trabalho n.º 20: Estudos de caso de bullying – 5: pregar partidas, mexer em objectos pessoais

Ficha de trabalho n.º 21: Estudos de caso de bullying – 6: pregar partidas, humilhar, assustar, bullying físico


Ficha de trabalho n.º 22: Estudos de caso de bullying – 7: bullying verbal, bullying físico, humilhação, berros

n O formador começa a discussão perguntando por que razão são umas palavras mais comuns do que outras (por exemplo, por que razão acontecem com maior frequência, por que razão dão os jornais conta apenas dos casos extremos de bullying).

Final da atividade: Os formandos deverão ter compreendido que é importante que saibam fazer uma descrição exata das situações de bullying. A atividade poderá ser dada por terminada quando eles mostrarem ter uma ideia dos diferentes tipos de bullying e das palavras utilizadas para os descrever. Se não souberem dizer de que tipo de bullying estão a ser vítima, terão de ser capazes de dizer ao gerente que acham que estão a ser vítima de uma situação de bullying.

Atividade 4.3.2: Associação Breve descrição: O formador pede aos formandos para completarem frases sobre situações de bullying. Terão de indicar diferentes sentimentos, desenhando “carinhas”, por exemplo.

Material necessário: Ficha de Trabalho n.º 23, lápis.

Nota: A Ficha de Trabalho poderá ser completada individualmente por cada formando, mas o formador poderá também optar por ler as frases em voz alta e discutir, em grupo, os diferentes sentimentos que elas lhes despertam.

Procedimento:

n O formador dá a Ficha de Trabalho n.º23 com frases sobre bullying aos formandos. As frases são lidas pelo formador; em alternativa, poderá pedir aos formandos que as leiam.

n Os formandos completam as frases exprimindo sentimentos. Poderão desenhar „carinhas“ ou, no caso de o saberem fazer, escrever palavras que exprimam sentimentos.

n Depois de terem completado as fichas, os formandos apresentam ao resto do grupo os sentimentos que lhes despertaram as diferentes situações. O formador poderá então dar início a uma discussão sobre os sentimentos apresentados para cada uma das situações. O processo de discussão deverá deixar claro que os sentimentos diferem porque os formandos têm acesso a recursos diferentes e se sentem mais confiantes face a algumas situações do que em relação a outras. Se se sentirem confiantes, o sentimento a exprimir será sempre mais positivo.


Final da atividade: Quando os formandos perceberem quais são os sentimentos que afloram em alguns casos de bullying e souberem exprimir o que sentem, a atividade poderá ser dada por terminada.

Atividade 4.3.3: Dramatização: denúncia de casos de bullying Breve descrição: Esta atividade está relacionada com a prática de denúncia de casos de bullying. Os formandos praticam situações em que têm de explicar o que aconteceu, assumindo um papel dentro de uma dramatização coordenada pelo formador. A atividade terá duas fases: numa primeira fase, serão apresentadas estratégias e sugestões para se explicar situações de bullying; numa segunda fase, será realizada a dramatização.

Material necessário: Quadro de folhas móveis para serem tiradas notas da discussão, estudos de caso (fichas de trabalho 16 a 22, em conjunto com as fichas de trabalho 13B a 19B dos anexos).

Procedimento:

n Ponto de partida: Juntamente com os formandos, o formador constrói uma lista de sugestões úteis e de informações importantes que possam ser usadas quando tentarem explicar a alguém o que está a acontecer (cf. Ficha de Trabalho n.º 15, que deverá ser entregue depois da atividade). Deverão ser discutidos os sentimentos em questão. O formador deverá ir anotando as ideias no quadro de folhas móveis.

n O desenvolvimento subsequente desta atividade deverá ter em conta o descrito na secção “Bem-vindos ao Let Me Be ME!” (3.5 Dramatização).

Final da atividade: Se a dramatização for feita pelos formadores, os formandos deverão ser encorajados a fazer depois uma dramatização ou então a desempenhar um pequeno papel (por exemplo, o papel da pessoa que ouve a vítima). A atividade poderá ser dada por terminada quando os formados se sentirem preparados para descrever situações de bullying e souberem quais são os aspetos principais que deverão ser mencionados.


Sub-módulo 4.4 Testemunhando um caso de bullying Atividade 4.4.1: Discussão de vídeo Nota: O vídeo mostra uma situação de bullying em ambiente escolar, mas pode ser utilizado para a discussão do bullying no local de trabalho.

Breve descrição: Os formandos veem um vídeo que inclui diferentes reações e papéis assumidos por testemunhas ou pessoas que, ao passar, presenciam situações de bullying. O conteúdo do vídeo é então discutido.

Material necessário: http://www.youtube.com/watch?v=SJxWAYEcl_s

Descrição do vídeo: O vídeo mostra um jovem que é vítima de bullying em diferentes situações na escola. O vídeo tem dois finais diferentes: 1) Ninguém ajuda o jovem, e por isso ele sente-se desesperado e suicida-se; 2) as testemunhas dizem aos agressores para pararem com a agressão; a vítima sente-se apoiada e os agressores deixam-na em paz. O vídeo é praticamente de natureza não verbal, com imagens marcantes.

Primeira versão: O agressor bate no jovem, as testemunhas ficam aterrorizadas e não fazem nada para o ajudar. O jovem vai para casa sentindo-se magoado, triste e desesperado; tem a cabeça baixa. Parece hesitar, mas acaba por entrar no quarto, tira uma pistola da gaveta e leva-a à cabeça; a imagem seguinte mostra o jovem morto, deitado no chão. A imagem volta então para trás, para a cena em que um dos agressores quer dar uma estalada ao rapaz.

Segunda versão: Ouve-se uma voz: “Ei, deixem o rapaz em paz!” Surpreendido, um dos agressores vira-se e pergunta: “Está a falar comigo?” A testemunha é uma rapariga, e está agora rodeada por outros jovens; todos olham diretamente para o agressor. Os agressores acabam por ir embora. As testemunhas ajudam a vítima e dizem-lhe para se acalmar.

Procedimento: A descrição desta atividade poderá ser encontrada na secção “Bem-vindos ao Let me be ME!” (3.1 Discussão de vídeo).

Possíveis questões a discutir:

O que aconteceu ao jovem?

O jovem levou um empurrão, caiu, as suas coisas foram destruídas, deitaram-lhe lixo em cima; os agressores levaram o rapaz para as casas de banho, o rapaz saiu de lá molhado; de seguida, o rapaz levou uma estalada.

Quem esteve envolvido na situação de bullying?

Dois jovens fortes, um mais ativo, limitando-se o outro a observar, a maior parte do tempo; várias pessoas que estavam a passar no átrio da escola e que filmaram a cena sem terem feito nada para ajudar o jovem.


O que fizeram as testemunhas?

Não fizeram nada, limitaram-se a observar, com medo, e não se mexeram para ajudar o jovem ou para dizer o que quer que fosse. Havia uma rapariga a filmar a situação com o seu telemóvel.

O que aconteceu de diferente no segundo final do vídeo?

No segundo final, as testemunhas mostraram-se ativas, disseram ao agressor para parar com aquilo.

O que poderiam os estudantes ter feito antes com vista a porem um fim à situação de bullying?

Deviam ter-se tornado ativos mais cedo: deviam ter falado aos professores da situação / deviam ter denunciado o bullying; quando não denunciamos uma situação de bullying, estamos implicitamente a apoiar o agressor.

O que acham da rapariga que filmou a cena com o telemóvel? Que tipo de papel estará ela a assumir? Tratar-se-á apenas de alguém que está a passar e que nada tem a ver com o sucedido?

Não sabemos por que razão está ela a tentar documentar a cena e não sabemos o que vai ela fazer com o vídeo. Pode ser que esteja a recolher provas da situação para as mostrar aos professores e assim apoiar o jovem. Nesse caso, estará a desempenhar o papel de testemunha. Mas pode também dar-se o caso de ela querer publicar o vídeo na Internet ou disseminá-lo através do seu telemóvel. Nesse caso, estará a agravar a situação de bullying. Estará a apoiar os agressores e a ser ela também agressora da vítima.

Haverá muitas diferenças entre o bullying em contexto escolar e o bullying no local de trabalho? As testemunhas ou pessoas que estão a passar assumem um papel diferente se a situação ocorrer em contexto laboral?

Final da atividade: A atividade poderá ser dada por terminada quando os formandos mostrarem saber que as testemunhas desempenham um papel importante e que eles próprios saberão desempenhar o papel de uma testemunha ativa (cf. também o Resumo da Ficha de Trabalho n.º 25).

Atividade 4.4.2: Dramatização: diferentes atividades de testemunho de bullying Breve descrição: Desempenhando diferentes papéis numa dramatização, ou limitando-se a observar os Colegas ou o formador, os formandos aprenderão a reagir no caso de testemunharem uma situação de bullyng.

Material necessário: estudos de caso (cf. abaixo).


Nota: Para esta dramatização, serão necessários três “atores”.

Procedimento: A descrição desta atividade poderá ser encontrada na secção “Bem-vindos ao Let me be ME!” (3.5 Dramatização).

Nota: Ao visionarem as diferentes cenas do vídeo, os formandos deverão parar o vídeo e identificar a reação das testemunhas, comentando-a.

Cenário para dramatização (poderão ser utilizados outros cenários)

Participantes: Sr.ª A., Sr. B. e uma testemunha

Cenário: A cena passa-se durante uma pausa laboral. A Sr.ª A adora futebol. Gosta de usar o cachecol da sua equipa preferida. O Sr. B. não gosta dessa equipa e insulta-a sempre que vê a Sr.ª A. Diz-lhe: “A sua equipa é tão lenta como a senhora, sua lesma!” Ou ainda: “É tão boa como a sua equipa: é tudo menos uma vencedora!”

Primeira reação da testemunha: A testemunha limita-se a observar a cena. Quando vê a Sr.ª A. a ser insultada, a testemunha vira-se e vai-se embora.

Discussão 1: O que viram os formandos? Qual foi a reação da testemunha? Por que acham que reagiu desta maneira? (Por vezes, as testemunhas têm medo que os agressores se virem contra elas e por isso não querem envolver-se nestas situações...). O que poderia ela ter feito? (o formador colige então as ideias que surgirem, como por exemplo a testemunha dizer ao agressor para parar de aborrecer a Sr.ª A, ou ir-se embora para voltar logo depois com alguém capaz de ajudar, apoiando a Sr.ª A, pondo-se a seu lado...).

Segunda versão: A cena acima descrita é repetida. Utiliza-se uma das ideias dadas pelos formados. Os formandos dizem à testemunha o que deverá ela fazer. A cena é filmada.

Discussão 2: Segue-se uma discussão: quais foram as características da cena, o que foi feito de diferente e de positivo, o que poderia ser melhorado?

Será possível fazer-se ainda uma terceira versão da cena com recurso às sugestões dadas pelos formandos.

Final da atividade: A dramatização poderá ser repetida várias vezes (enquanto os formandos mostrarem vontade de experimentar novas ideias). A atividade poderá ser dada por terminada quando os formandos mostrarem conhecer diferentes estratégias a seguir no caso de testemunharem uma situação de bullying.

Atividade 4.4.3: Jogo Ativo “Concordo/ Discordo”4



Breve descrição: Os formandos ficam com uma ideia geral das reações positivas e das reações negativas que poderá ter uma testemunha de uma situação de bullying

Material necessário: Fichas de Trabalho n.ºs 26 e 27.


Frases:

Se eu testemunhar um caso de bullying…

… limito-me a ver, sem nada fazer

... grito o mais alto que puder.

… digo ao agressor para parar.

… fujo.

… procuro quem me ajude.

… chamo a polícia.

… pergunto se posso ajudar.

… ajudo a vítima.

… rio-me também, juntando-me ao agressor.

… faço-me aliado da vítima.

… dou uma estalada ao agressor.

… ofereço-me para servir de testemunha.

Final da atividade: Os formandos deverão mostrar ter uma ideia de como hão de reagir no caso de testemunharem uma situação de bullying. Deverão ser capazes de distinguir as reações adequadas das reações inadequadas.


Sub-módulo 4.5 Avaliação

Atividade 4.5.1: Barómetro da disposição5 A descrição desta atividade poderá ser encontrada na secção “Bem-vindos ao Let me be ME!” (3.7 avaliação da atividade).

Questões a colocar6:

n Gostou de fazer parte deste grupo?

n Gostou de trabalhar em pequeno grupo?

n Gostou de participar na discussão em grande grupo?

n Gostou das dramatizações/representações?

n Gostou dos vídeos?

n Gostou dos jogos e das outras atividades?

n Gostou das fichas de trabalho?

n Sente-se preparado/a para enfrentar uma situação de bullying?

n Sente-se preparado/a para enfrentar uma situação de cyber-bullying?

n Sente-se preparado para denunciar uma caso de bullying?

n Sabe o que fazer em caso de bullying?

n Saberia como reagir se testemunhasse uma situação de bullying?

n Aprendeu algo de novo em relação à forma como se deve reagir ao bullying?

n Achou o tema deste módulo interessante?

n Gostou do curso de formação, de um modo geral?

n Compreendeu as explicações do formador?

5 Jannan, M. (2010). Das Anti-Mobbing-Buch. Weinheim: Beltz. 6 De acordo com Hamburger Arbeitsassistenz (2009). kukuk plus.

módulo 4: intervenção atividades · o seu superior, o sr. b., está a supervisionar a atividade...

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