módulo 3 - instalações eléctricas ii

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19 Técnico de Instalações Elétricas Práticas Oficinais Módulo3: Instalações Elétricas II Duração do módulo: 30 horas (previsto) Apresentação: Este módulo tem carácter essencialmente prático, por isso deverá decorrer em ambiente laboratorial de forma a permitir aos alunos a implementação de circuitos de instalações eléctricas. Pretende-se abordar os circuitos de iluminação e tomadas desde a elaboração do esquema eléctrico até à sua implementação prática. Pretende-se também que os alunos apliquem correctamente as normas e regulamentos em vigor para instalações eléctricas de utilização. Objectivos de aprendizagem: Escola Profissional de Felgueiras Instalações Elétricas II

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Módulo 3 de Práticas Oficinais do Curso Técnico de Instalações Elétricas.

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Page 1: Módulo 3 - Instalações Eléctricas II

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Técnico de Instalações Elétricas Práticas Oficinais

Módulo3: Instalações Elétricas II

Duração do módulo: 30 horas (previsto)

Apresentação:

Este módulo tem carácter essencialmente prático, por isso deverá decorrer em

ambiente laboratorial de forma a permitir aos alunos a implementação de circuitos de

instalações eléctricas. Pretende-se abordar os circuitos de iluminação e tomadas desde

a elaboração do esquema eléctrico até à sua implementação prática.

Pretende-se também que os alunos apliquem correctamente as normas e regulamentos

em vigor para instalações eléctricas de utilização.

Objectivos de aprendizagem:

Identificar a diversa aparelhagem eléctrica.

Ligar correctamente os vários componentes de uma instalação eléctrica.

Utilizar a aparelhagem eléctrica correcta de modo a conseguir os objectivos da

instalação.

Interpretar esquemas de circuitos eléctricos.

Implementar circuitos de iluminação e tomadas.

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Técnico de Instalações Elétricas Práticas Oficinais

Âmbito dos conteúdos:

Montagem e ligação de circuitos eléctricos:

Técnicas, normas e regras a usar na montagem das instalações eléctricas.

Instalações eléctricas simples, à vista ou embebidas, realizadas com cabo PT-

N05VV-U e/ou fio H05V-U em tubo VD:

o Circuitos de iluminação compreendendo:

Derivação simples.

Comutação de lustre.

Comutação de escada.

Inversor

Telerruptor

Detector de movimento.

Interruptor crepuscular.

Lâmpada fluorescente.

o Circuito de tomadas.

o Circuito de automático de escada.

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Técnico de Instalações Elétricas Práticas Oficinais

Índice

Circuitos de iluminação...............................................................................................4

Derivação simples..................................................................................................5

Comutação de lustre...............................................................................................6

Comutação de escada.............................................................................................6

Inversor...................................................................................................................7

Telerruptor..............................................................................................................8

Detector de movimento........................................................................................10

Detector de presença............................................................................................12

Interruptor crepuscular.........................................................................................12

Lâmpada fluorescente..........................................................................................13

Circuito de tomadas...................................................................................................16

Circuito de automático de escada.............................................................................18

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Circuitos de iluminação

De seguida, apresentam-se os circuitos de iluminação que são utilizados com maior

frequência numa instalação habitacional e/ou industrial. Apresentam-se igualmente os

esquemas em unifilar, multifilar e de funcionamento para cada um dos circuitos.

Esquema de funcionamento:

Considera as funções da aparelhagem na montagem a realizar sem ter em conta a sua

posição relativa. Tem a vantagem de mostrar quer o funcionamento quer as ligações

principais, sem cruzamento de linhas, o que por si torna mais fácil a análise

eléctrica do circuito.

Esquema unifilar:

A representação unifilar tem uma simbologia própria e simplificada mas não nos

indica o modo de ligação nas montagens de forma a compreendermos o seu

funcionamento. Dá-nos, contudo, indicações úteis sobre o percurso da instalação,

elementos que a constituem e a sua localização.

A simplicidade desta representação faz com que ela seja utilizada no desenho das

plantas de edifícios, para a elaboração do respectivo projecto eléctrico da instalação.

Esquema multifilar:

Este esquema indica-nos a forma e ligação entre os vários aparelhos e elementos

do circuito, tendo também simbologia bem definida e geralmente diferente da

representação unifilar.

Relembramos que é obrigatório o uso de condutores de protecção (condutor de

terra) em qualquer circuito de iluminação.

A secção dos condutores a utilizar numa instalação de iluminação deve ser igual a

1,5 mm2. Em dispositivos de iluminação móveis, tais como candeeiros, podem ser

utilizadas secções inferiores, tais como secções de 0,75 mm2. Os circuitos de

iluminação devem estar protegidos por disjuntores de calibre igual a 10 A. O número

máximo de pontos de luz por cada circuito é igual a 8.

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Os pontos de luz podem ser colocados no tecto e/ou nas paredes. Os dispositivos de

comando, interruptores, comutadores, inversores e botões de pressão, devem ser

colocados nas paredes a uma altura uniforme compreendida entre os 1,10 e os 1,20

metros.

Derivação simples

Este é o circuito de iluminação mais simples de implementar. Consiste no comando de

um ponto de luz a partir de um só local, utilizando para isso um interruptor.

Figura 1 - Interruptor para derivação simples.

De seguida, apresentam-se os esquemas de funcionamento, em unifilar e multifilar

para este tipo de derivação.

Figura 2 - Esquemas de uma derivação simples.

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Comutação de lustre

Esta instalação permite o comando de dois pontos de luz através de uma determinada

localização, utilizando como dispositivo de comando o comutador de lustre.

Figura 3 - Comutador de lustre.

Figura 4 - Esquemas de uma comutação de lustre.

Comutação de escada

Através de uma comutação de escada é possível controlar um ponto de luz a partir de

duas localizações distintas. Para tal, são necessários dois aparelhos designados por

comutadores de escada.

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Figura 5 - Comutação de escada.

Figura 6 - Esquema de uma comutação de escada.

Inversor

Usando apenas comutadores de escada é-nos apenas possível comandar um ponto de luz de dois locais distintos. Para podermos comandar um ponto de luz (ou conjunto de pontos de luz) de mais de dois locais diferentes, temos de recorrer a inversores. O inversor ou inversores são utilizados em conjunto com os comutadores de escada. Os comutadores de escada são instalados nas extremidades do circuito, sendo colocados pelo meio os inversores.

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Figura 7 - Inversor.

Vejamos de seguida os esquemas de funcionamento, multifilar e unifilar, para uma

instalação composta por dois comutadores de escada e um inversor. Para

comandarmos o ponto de luz de mais locais diferentes, temos que colocar outros

tantos inversores, quantos os locais a mais.

Figura 8 - Esquemas de uma comutação de escada com inversor.

Telerruptor

Os telerruptores permitem comandar de um conjunto de pontos de iluminação

dispondo simplesmente de botões de pressão em paralelo, substituindo

vantajosamente a utilização de comutadores de escada e inversores de grupo, que

possuem ligações sempre complicadas.

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O telerruptor é um contactor de manobra dotado de um dispositivo mecânico que o

faz manter uma certa posição até receber um impulso de corrente que o fará tomar

nova posição. Ou seja, sempre que alguém carrega num dos botões de pressão, o

telerruptor recebe um impulso que o faz ligar ou desligar um contacto interno.

Figura 9 - Exemplos de telerruptores.

A bobina de um contactor pode ser de diferentes valores de tensão. Podemos ter

contactores que são comandados por tensões de 8V, ou então, com tensões de 230V.

Mediante a aplicação, pode ser mais conveniente usar uma ou outra tensão para a

bobina do contactor.

Mas a tensão da bobina não é a única característica que distingue diferentes tipos de

contactores. Eles diferenciam-se também quanto ao número e tipo de contactos do

circuito de potência. Assim, podemos ter telerruptores mais simples, com apenas um

contacto, ou telerruptores mais sofisticados, com vários contactos. Alguns desses

contactos encontram normalmente abertos (NA) e outros normalmente fechados (NF).

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Figura 10 - Exemplo de um circuito de iluminação com telerruptor.

Figura 11 - Esquemas de uma ligação com telerruptor.

Detector de movimento

Os detectores de movimento são usados para a detecção de pessoas em zonas de

passagem, no interior e exterior de edifícios. Os detectores são sensíveis às radiações

de infra-vermelhos relacionados com a emissão de calor de corpos em movimento.

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O detector poderá accionar um circuito eléctrico (por exemplo, um ponto de luz)

assim que um corpo se deslocar dentro da zona de detecção. O circuito permanecerá

ligado enquanto for detectado movimento ou, se nada for detectado, durante um

intervalo de tempo pré-regulado pelo utilizador (exemplo, 5 minutos). Existem

detectores com diversos ângulos de detecção, desde os 90º até aos 360º.

Figura 12 - Exemplos de alguns detectores de movimento.

Os aparelhos podem ser regulados para funcionar durante o dia e a noite ou

simplesmente durante a noite. A utilização destes detectores permite uma poupança de

energia.

Figura 13 - Esquema de ligações de um detector de movimento.

Estes aparelhos são indicados para detectar a passagem de uma pessoa, ou seja, de um

corpo em movimento. Depois de detectado o movimento de uma pessoa este fica

activo durante o tempo pré-determinado. Passado esse tempo, este é desactivado e

permanece nesse estado caso não haja movimento.

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Detector de presença

Se quisermos detectar a presença de pessoas e não a sua passagem, devemos utilizar

detectores de presença, que permanecem sempre activos, enquanto se encontrar uma

pessoa no seu raio de detecção, mesmo que esta se encontre imóvel. São indicados

especialmente para escritórios.

Figura 14 - Detector de presença.

As ligações não diferem em relação aos detectores de movimento.

Interruptor crepuscular

Estes aparelhos reagem em função do nível de iluminação medido através de uma

sonda. Comandam a abertura ou o fecho de um contacto inversor, em função do nível

medido. Existem interruptores crepusculares fornecidos com sonda encastrada, e

outros, com sonda saliente.

Exemplo de utilização: anúncios luminosos, iluminação de montras, iluminação

pública e de zonas privadas de imóveis, balizagem de acessos, comando de abertura

ou de fecho de estores, etc…

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Figura 15 - Exemplo de alguns interruptores crepusculares.

Lâmpada fluorescente

A lâmpada fluorescente, criada por Nikola Tesla, foi introduzida no mercado em

1938. Ao contrário das lâmpadas de filamento (incandescentes), possui uma grande

eficiência por emitir mais energia electromagnética em forma de luz do que calor.

Além de serem de duas a quatro vezes mais eficientes em relação às lâmpadas

incandescentes, as fluorescentes chegam a ter vida útil acima de dez mil horas de uso,

chegando normalmente à marca de vinte mil horas de uso, contra a durabilidade

normal de mil horas das incandescentes.

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Uma lâmpada fluorescente, para funcionar, precisa de dois acessórios extra: o

arrancador e o balastro.

O que é o balastro?

O balastro é um dispositivo que tem como função elevar a tensão de alimentação nos

terminais da lâmpada para que se possa estabelecer uma descarga eléctrica no seu

interior. Esta descarga faz com que o gás contido no interior da lâmpada se ionize,

produzindo assim uma energia luminosa.

Figura 16 - Balastro electromagnético.

O balastro tem ainda a função de evitar que a intensidade de corrente atinja valores

perigosos para o funcionamento da lâmpada.

O que é o arrancador?

O arrancador é um dispositivo que tem como função complementar a acção do

balastro no momento em que se inicia o funcionamento da lâmpada.

Figura 17 - Arrancador.

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O arrancador fica automaticamente inactivo assim que a lâmpada entra em

funcionamento.

Actualmente o arranque das mais recentes lâmpadas fluorescentes faz-se com recurso

a balastros electrónicos que substituem os balastros electromagnéticos e

arrancadores convencionais, possibilitando uma maior economia de energia, conforto

e durabilidade.

Figura 18 - Balastro electrónico.

Figura 19 - Esquemas de uma comutação simples com lâmpada fluorescente.

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Circuito de tomadas

As tomadas são dispositivos que permitem a ligação de aparelhos eléctricos à rede

eléctrica através de fichas. As tomadas utilizadas numa instalação eléctrica

habitacional, são tomadas 2P + T tipo “Schuko”. Estas tomadas são constituídas por

três alvéolos: alvéolo de fase, alvéolo de neutro e alvéolo de protecção. Estas tomadas

permitem a ligação de aparelhos com correntes até 16 amperes. Para correntes

superiores devem ser utilizadas tomadas com características especiais, como tomadas

do tipo industrial.

A secção mínima dos condutores a utilizar em circuitos de tomadas é de 2,5 mm2. É

obrigatório o uso de tomadas com alvéolo de protecção (terra).

As tomadas em locais SRE (sem riscos especiais) devem ser montadas a uma altura

uniforme situada entre 0,05 metros e 0,30 metros; as tomadas da cozinha, entre 1,10

metros e 1,20 metros; as tomadas localizadas nas casas de banho, entre 1,50 metros e

1,60 metros.

Figura 20 - Tomada schuko. Figura 21 - Tomada schuko com encravamento.

A ligação de tomadas é muito simples. Basta ligar a parte metálica de um alvéolo (um

dos buracos) à parte metálica de um dos alvéolos da outra tomada. Depois liga o outro

alvéolo da primeira ao outro alvéolo da segunda e assim sucessivamente.

A primeira tomada do circuito é alimenta por um circuito vindo do quadro eléctrico,

circuito este que deve estar protegido por um disjuntor. Para circuitos de tomadas

geral, o calibre do disjuntor é igual a 16 A. O número máximo de tomadas por circuito

é igual a 8.

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Figura 22 - Esquemas de um circuito de tomadas.

As canalizações de um circuito de tomadas podem ser feitas de diversas formas: do

tipo embebida em tubos, utilizando-se nestes casos condutores H07V-U 1X2,5mm2

nas cores azul (neutro), castanho (fase) e verde/amarelo (condutor de protecção);

podem ser realizadas à vista com cabos do tipo H05VV-U 3G2,5 mm2; em calha com

condutores do tipo H07V-U 1X2,5mm2, entre outros.

Figura 23 - Ligação de tomadas em calha DLP.

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Circuito de automático de escada

O automático de escada é um aparelho eléctrico que permite o comando de um

circuito de iluminação através de um impulso, em que o desligar é automático, após a

temporização pré-regulada. O impulso é dado através do pressionar de um dos botões

de pressão que se encontram ligados em paralelo no circuito.

Geralmente são equipados com um comutador de 2 posições: iluminação permanente

ou temporizada. A regulação da temporização é efectuada por um potenciómetro

situado na face frontal do aparelho. Alguns destes aparelhos estão equipados com pré-

aviso de extinção que permite sinalizar o aproximar do fim da temporização do

automático de escada.

Permitem economizar energia, mantendo a segurança.

Exemplos de aplicação: iluminação de escadas ou de zonas de circulação, ventilação,

bombagem, etc…

Figura 24 - Exemplo de automáticos de escada Hager.

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Em termos de ligações, o automático de escada é ligado tal e qual como o telerruptor.

Na figura abaixo, encontram-se os esquemas em unifilar, multifilar e de

funcionamento de um circuito de iluminação com automático de escada.

Figura 25 - Esquemas de um circuito de iluminação com automático de escada.

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