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REABILITAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DE AVAC EM EDIFICIOS, NA PERSPECTIVA DE UM INSTALADOR Autor: Manuel dos Santos O AVAC NA REABILITAÇÃO NOS SECTORES RESIDENCIAL, SERVIÇOS E INDÚSTRIA 12.as JORNADAS DE CLIMATIZAÇÃO 25 outubro 2012

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REABILITAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DE AVAC EM EDIFICIOS,

NA PERSPECTIVA DE UM INSTALADOR

Autor: Manuel dos Santos

O AVAC NA REABILITAÇÃO NOS SECTORES RESIDENCIAL, SERVIÇOS E INDÚSTRIA

12.as JORNADAS DE CLIMATIZAÇÃO – 25 outubro 2012

1) O que é a Reabilitação

Reabilitar, no sentido corrente da palavra, significa pegar em algo que está

em desuso, fora de moda, “em baixo”, em que ninguém acredita e trazê-lo

de volta às novas exigências do “mercado” e dos utilizadores.

Para uma instalação de AVAC, isso significa substitui-la inteiramente ou

apenas recuperá-la para que venha a ser aceite também no Quadro da nova

Regulamentação.

Pode ser apenas parte de um todo que é a reabilitação global dum Edifício,

na qual estarão igualmente presentes outras vertentes nomeadamente as

instalações eléctricas gerais, a segurança, as questões energéticas e até a

própria Arquitectura de interiores.

Falaremos aqui dos casos de reabilitação parcial do Edifício, contemplando

as instalações de AVAC ainda que, como muitas vezes sucede,

acompanhadas de melhorias noutras vertentes.

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2) Factores determinantes da reabilitação

A decisão de reabilitar a instalação de AVAC advém, dum modo geral,

a) das determinações regulamentares em particular da transposição da

norma comunitária CE Nº 2037 do ano 2000 que prevê o fim da

utilização do R22 nas instalações de AVAC para o ano 2015,

regulamentada pelo Dec-Lei Nº 152/2005 posteriormente acertado pelo

Dec-Lei Nº 35/2008 de 27 de Fevereiro;

b) do envelhecimento das instalações deixando de proporcionar condições

de conforto aos utilizadores;

c) da inadequação das instalações perante uma remodelação global do

edifício ou do espaço em causa.

Nesta apresentação vamos focalizar-nos essencialmente na alínea a) por ter

sido até aqui, a origem a maior parte das reabilitações que executámos.

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3) O fim de vida das instalações a R22

Com a adopção da norma atrás referida e em particular após a proibição em

2010 do uso do R22 virgem na reparação e manutenção dos equipamentos,

algumas entidades, particularmente entidades institucionais, estabeleceram

programas e orçamentos prevendo a reabilitação das instalações existentes

nos seus Edifícios, programas cuja aplicação tem vindo a decorrer há já

algum tempo e cujo objectivo é eliminar as instalações a R22 até 2015.

Sendo instalações já antigas, as mesmas comportam outros “defeitos”,

nomeadamente uma deficiente ou mesmo ausência de renovação de ar

ambiente, muito longe do cumprimento regulamentar (RSECE).

As preocupações energéticas (consumos de energia) raramente se encontram

como motivo primário destas remodelações.

Estas instalações são genericamente de pequena ou média dimensão

servindo Edifícios de Serviços, habitualmente com uma densidade de

ocupação elevada.

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4) Como têm sido reabilitadas algumas destas velhas instalações

4.1 As diferentes condicionantes que se colocam na execução duma

reabilitação

Dum modo geral, ao Projectista e ao Instalador, colocam-se diferentes

condicionamentos na execução da reabilitação, nomeadamente,

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a) Ao Projectista

Liberdade limitada na concepção

das novas instalações.

Os edifícios são existentes, alguns

de construção antiga, com fortes

limitações na existência de

courettes ou locais técnicos

adequados e na criação de novas

courettes

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Muita dificuldade no desenvolvimento

de instalações centralizadas por

manifesta impossibilidade de

estabelecer percursos horizontais ou

pela necessidade de parcializar a

execução e o arranque das instalações,

uma vez que os Edifícios estão

ocupados.

As instalações vão sendo reabilitadas

com o Edifício vivo, isto é, em

funcionamento e não é admissível

deixá-lo sem ar condicionado durante

muito tempo.

Desconhecimento da realidade de infra-

estruturas existentes ao nível dos tectos

falsos para projecto de novos circuitos.

Não é muitas vezes possível inventariar

o existente.

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b) Ao Instalador

Restrições à normal actividade em obra face às naturais exigências dos

utilizadores,

• Na ausência de ruído, ou limitação do mesmo a determinados períodos do dia.

Em condições extremas, os trabalhos deverão ser efectuados em períodos nocturnos

ou mesmos fins-de-semana.

• Na eliminação da propagação de poeiras para áreas não intervencionadas exigindo

cuidados e limpezas suplementares das zonas em obra e anexos.

• Nas movimentações em obra procurando percursos diferenciados para pessoal, cargas

e descargas de material Maiores exigências nas questões da segurança em obra, com particular ênfase,

• Na organização e controlo do estaleiro

• Na utilização dos meios de informação da zona em obra

• No rigoroso cumprimento dos procedimentos de segurança para cada actividade a

realizar

• Nos trabalhos de desmontagem das velhas instalações e em particular de velhos

equipamentos muitas vezes colocados nas fachadas do edifício a cotas razoáveis

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Necessidade absoluta de desenvolver um projecto de execução agora de

acordo com a realidade da zona em obra, implicando muitas vezes

correcções e alterações ao projecto inicial.

Acrescidas responsabilidades na manipulação e gestão dos resíduos com

origem nas demolições das velhas instalações, onde se incluem,

A recolha dos gases refrigerantes contidos nos equipamentos, para posterior

recuperação ou destruição

Metais ferrosos e outros resíduos sólidos abundantes (RCD’s) que

obrigatoriamente têm que ser entregues a transportadoras e receptores

credenciados para o efeito.

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Paralelamente é-nos requerido reunir, ao longo da empreitada, as Guias de

Acompanhamento de Resíduos (GARCD’s) e os certificados de recepção dos

RCD’s devolvidos pelos operadores de resíduos.

Para os equipamentos de AVAC são igualmente requeridos as fichas de

intervenção nos equipamentos acompanhadas pelo Certificado do Técnico

Responsável pela intervenção.

Estas obrigações, em prol da preservação do ambiente, trazem aos

instaladores uma carga de responsabilidades e custos adicionais, custos

esses que, nos tempos que correm, têm que ser suportados nas magras

margens de negócio.

4.2 - Soluções técnicas aplicadas na reabilitação destas instalações

Deixemos este tema para os projectistas ou para uma apresentação mais

demorada, apresentação que agora não é possível levar a cabo.

Contudo, ainda que com esta restrição temporal, atrevo-me a apresentar um

conjunto de soluções realizadas.

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5. Conclusões

a) A reabilitação de velhas instalações é, como facilmente se depreende do

que atrás dissemos (e do que ficou por dizer) , um desafio não só na

criação de soluções técnicas adequadas a cada caso, mas também à

imaginação do Projectista no diálogo com o Arquitecto, capaz de o

convencer em adaptar soluções tidas como não convencionais.

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b) As soluções técnicas devem ir o mais longe possível no objectivo de

adequar as mesmas às exigências regulamentares e assim poder contribuir

para a Reabilitação Energética do Edificio.

c) Os instaladores têm, necessariamente, de reestruturar a sua actividade,

adaptando-se às novas experiências de execução de empreitadas, seja no

âmbito de horários de trabalho diferenciados, seja no cumprimento de mais

exigentes regras de segurança

d) Os donos de obra e projectistas devem ter presente que reabilitar uma

instalação de um edifício não é o mesmo que construir de novo. As acções

de reabilitação acarretarão, necessariamente, uma cooperação técnica do

instalador na procura da solução final. O custo final da obra pode,

facilmente, ultrapassar os valores orçamentados.

MUITO OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO

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