módulo 03 - noções de economia e mercados

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Noes de

Economia e Mercados

SUMRIOINTRODUO.......... ...................................................................................................07 UNIDADE I 1. INTRODUO ECONOMIA ..............................................................................11 1.1 Conceito de economia ...................................................................................11 1.2 O problema fundamental da economia ..........................................................11 1.3 Quatro perguntas fundamentais .....................................................................12 1.4 A curva de possibilidades de produo .........................................................13 1.5 Os fatores de produo .................................................................................14 1.6 O sistema econmico ....................................................................................15 2. TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA ...............................................................16 2.1 Curva de demanda ........................................................................................16 2.2 Bens complementares e bens substitutos ........................................................17 3. TEORIA ELEMENTAR DA PRODUO .............................................................19 3.1 A funo de produo ...................................................................................19 3.2 Custo de produo, receita e lucro .................................................................19 3.3 Curva de oferta .............................................................................................20 4. O MERCADO...... .....................................................................................................22 4.1 O preo de equilbrio ....................................................................................22 4.2 Classificao dos mercados ...........................................................................22 5. CONSUMO E POUPANA .....................................................................................24 5.1 Componentes do consumo ............................................................................24 5.2 Poupana e investimento ...............................................................................24 6. EMPREGO......... ......................................................................................................25 6.1 Mercado de Trabalho ....................................................................................25 6.2 Oferta e demanda de emprego .......................................................................25 UNIDADE II 7. ECONOMIA MONETRIA ....................................................................................29 7.1 A moeda: sua histria e suas modalidades ......................................................29 7.2 Funes de moeda ........................................................................................30 7.3 Demanda e oferta de moeda ..........................................................................31 7.4 As taxas de juros de equilbrio .......................................................................32 8. SISTEMA FINANCEIRO .........................................................................................32 8.1 A organizao do sistema financeiro nacional .................................................33

TCNICO EM TRANSAES IMOBILIRIAS

9. INFLAO........... ....................................................................................................34 9.1 A definio e a medida da inflao .................................................................34 9.2 As conseqncias da inflao .........................................................................34 9.3 Inflao de demanda e inflao de custo .........................................................34 9.4 A inflao no Brasil .......................................................................................35 10. O SETOR EXTERNO ............................................................................................38 10.1 O Balano de Pagamentos ...........................................................................38 10.2 Taxa de cmbio ...........................................................................................38 10.3 Organismos internacionais ...........................................................................39 11. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONMICO ................................40 11.1 Crescimento e desenvolvimento ...................................................................40 11.2 Fontes de crescimento .................................................................................40 11.3 Indicadores de desenvolvimento ..................................................................41 12. POLTICAS MACROECONMICAS ....................................................................42 12.1 Definies ...................................................................................................42 12.2 Metas de poltica macroeconmica ..............................................................42 12.3 Instrumentos de poltica macroeconmica ...................................................42 13. GLOBALIZAO ECONMICA .........................................................................44 13.1 O processo de globalizao .........................................................................44 13.2 As conseqncias da globalizao ................................................................44 TESTE SEU CONHECIMENTO .................................................................................46 GLOSSRIO .............................................................................................................54 BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................60 GABARITO........ ..........................................................................................................61

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ECONOMIA E MERCADOS

INTRODUOUma das maneiras de estar no mundo, por meio do conhecimento que voc adquire. Ele construdo de diversas formas, na escola, no trabalho, em casa. O que se deseja e se espera das pessoas envolvidas no mercado imobilirio a conscincia e o cumprimento da responsabilidade na busca do conhecimento que, com certeza, ir colaborar para a realizao de suas aspiraes. A economia, enquanto cincia social aplicada, se preocupa com o problema da escassez, oferecendo ou tentando oferecer alternativas apropriadas para a soluo desse mal que assola, de diversas maneiras, todo o mundo. A fome, o desemprego, a inflao so algumas das preocupaes por parte daqueles que exercem a profisso de economista. O profissional da intermediao imobiliria no est divorciado da preocupao em se resolver o problema da escassez. Na verdade, no seu diaa-dia, ele lida com pessoas que tm necessidades ilimitadas e recursos limitados. Essas pessoas confiam, ento, um patrimnio imobilirio, que na maioria das vezes o nico bem que elas tem, a esses profissionais, com a inteno de que os mesmos os comercializem, tanto na venda como na compra, buscando assim aumentar os limites dos seus recursos. Este mdulo tem a inteno de oferecer ao profissional do ramo imobilirio um importante instrumento para a construo do seu conhecimento. Ele foi escrito de uma maneira clara e sistematizada, buscando sempre facilitar o entendimento de uma rea do saber que a economia. Os conceitos, leis e teorias bsicas da cincia econmica esto aqui apresentados, de acordo com as principais bibliografias que tratam de tais questes. Ao estudar esse material, voc certamente estar dando passos firmes na direo da construo do saber e isso que faz a grande diferena entre o profissional preparado e aquele fadado ao fracasso. Invista em voc mesmo, sendo aplicado nos estudos, e tenha uma vida de vitrias e realizaes. Boa Sorte!

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Unidade

IConceituar Economia, Mercado, Produo, Demanda, Oferta, Custo, Receita, Lucro, Consumo, Poupana, Crdito, Emprego, Bens; Reconhecer caractersticas dos principais fatores e da funo de produo; Reconhecer caractersticas dos diversos tipos de mercado; Identificar os agentes econmicos; Refletir sobre a responsabilidade econmica do profissional da rea.

1. INTRODUO ECONOMIAA economia passou a ser vista como cincia a partir da Grcia antiga, onde tivemos os primeiros registros de trabalhos econmicos. A economia faz parte de uma cincia maior, denominada cincias sociais. A economia estuda a ao econmica do homem, envolvendo, essencialmente, o processo de produo, a gerao e a apropriao da renda, o dispndio (as despesas) e o processo de acumulao. A economia, para que possa dar respostas aos problemas econmicos, procura o respaldo de outras reas do conhecimento - das cincias humanas, das cincias exatas (matemtica) e outras cincias, com o objetivo de resolver os problemas econmicos. Em outras palavras, a economia, segundo Rossetti (1997), se preocupa com todos os aspectos que estejam relacionados produo, distribuio, custos e acumulao de bens e servios. A economia se preocupa com grandes temas que interferem de uma ou de outra maneira na vida do homem. Dentre eles temos: escassez de recursos, emprego, produo, trocas, valor, moeda, preos, mercados, concorrncia, remuneraes, agregados, transaes, crescimento, equilbrio, organizao. Tais temas fazem parte da vida do homem e representam o campo de estudo da cincia econmica. 1.1 CONCEITO DE ECONOMIA Devido complexidade dos problemas que envolvem o comportamento do homem, existem conceitos diferentes para a economia. A cada poca, devido s concepes polticasideolgicas de cada sociedade, pode-se observar a economia sob um ngulo diferenciado. Na medida em que novas preocupaes de ordem econmica vo surgindo na vida do homem, o seu conceito vai evoluindo.

No presente trabalho, adotaremos o seguinte conceito de economia: A economia a cincia que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relao existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos. ROSSETTI (1997, p.52.) A partir deste conceito, pode-se verificar que a preocupao bsica da economia se refere aos escassos recursos para atender as necessidades ilimitadas. Tal conceito demonstra que a economia considera o fato de que se pode ter necessidades ilimitadas para satisfazer e que os recursos para tal fim so escassos. Nesse caso, tem-se que escolher a melhor alocao dos recursos capazes de produzir o necessrio para satisfazer as necessidades. Essas escolhas so feitas pelos agentes econmicos. So agentes econmicos unidades familiares, empresas e governo A economia procura examinar as opes viveis que se apresentam aos agentes econmicos para empregar os limitados recursos sob seu comando, tomando decises racionais diante de vrias alternativas. 1.2 O PROBLEMA FUNDAMENTAL DA ECONOMIA Segundo Rossetti (1997), o problema fundamental da economia est relacionado ao conflito entre os recursos limitados e necessidades ilimitveis. Em outras palavras, o problema fundamental da economia se refere escassez dos recursos de produo. Quando no se tem abundncia relativa dos recursos de produo, as necessidades no so completamente satisfeitas. Se todos os bens fossem livres, a disponibilidade ilimitada de recursos seria de tal ordem que a obteno de quaisquer bens no seria problema. Da, no10

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necessitaria da cincia econmica, pois no haveria problemas a resolver. No haveria conflitos de interesses. Mas, so raros os bens que ainda so livres e que no temos que pagar para adquirilos. (gua da chuva, por exemplo). At mesmo o ar que respiramos, que ainda livre, vai, pouco a pouco, se transformando em bem econmico. Da surge a necessidade da economia, para que se possa usufruir, da melhor maneira possvel, desses recursos. Como nenhum sistema econmico foi capaz de satisfazer, plenamente, a todas as necessidades dos indivduos (em termos de bens e servios), temos ento a importncia da economia, para ajudar a alocar recursos escassos para atender as necessidades ilimitadas. Em todos os pases, as unidades familiares exigem mais e melhores produtos. As empresas para produzi-los exigem equipamentos de mais alta sofisticao, mais geis e mais produtivos. Os governos, para garantir a satisfao das necessidades dos outros agentes, tm de fornecer mais infra-estrutura econmica e social, melhores bens e servios pblicos. Todos necessitam da economia para auxili-los. 1.3 QUATRO PERGUNTAS FUNDAMENTAIS Existem questes que acontecem em todas as economias, independente do grau de desenvolvimento que possuem. A primeira questo diz respeito ao que produzir. O que produzir com os recursos que so escassos para atender as necessidades ilimitadas da sociedade. Vrias podem ser as alternativas de produo, dentre elas o que produzir para usufruir e gastar da melhor maneira possvel os recursos que so limitados. Quanto produzir se refere segunda questo. Quanto produzir de determinado produto ou produtos para atender as necessidades da sociedade, para a sustentao do seu bem-estar corrente e para a progressiva melhoria do seu padro de vida.

A terceira questo como produzir. Como produzir para otimizar os recursos de produo (terra, capital, trabalho, capacidade tecnolgica e capacidade empresarial) face sua escassez. A ltima pergunta fundamental diz respeito a para quem produzir. Para quem vai ser direcionado o produto/servio. Tal questionamento importante para que se produza o necessrio para atender as necessidades da sociedade. As respostas a essas perguntas so extremamente relevantes para resolver os problemas econmicos que afetam as sociedades como um todo. Vrias so as possibilidades de se produzir bens/servios, com a disponibilidade limitada de recursos, para atend-las. Neste sentido, essas possibilidades de produo podem ser destinadas a uma variedade de combinaes de diferentes categorias de bens e servios que podem ser destinados sociedade.

a) Para melhor apreender o que voc leu nos tpicos acima, escreva a seguir o conceito usual de economia: _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ b) Com suas palavras, releia o texto pertinente e defina o que est caracterizado com sendo o problema fundamental da economia. _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ c) Quais so as quatro perguntas fundamentais de quem inicia o estudo da economia? _________________________________________ _________________________________________11

1.4 A CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUO A curva de possibilidade de produo retrata as alternativas para a utilizao dos recursos, quando se compara a produo de dois ou mais produtos. Neste caso, os recursos no so suficientes para produzir toda a quantidade de todos os produtos para atender a sociedade, pois os mesmos so escassos. Da a escolha de alternativas entre o que se produzir de um e de outro produto para atender as necessidades da populao. Unidades Familiares, Empresas e Governo, como agentes econmicos que se interagem, participam direta ou indiretamente de todas as transaes que realizam dentro do sistema econmico. Eles podem ser consumidores e/ou produtores dos bens/servios que so destinados a eles prprios enquanto agentes econmicos. Unidades familiares so todos os tipos de unidades domsticas, unipessoais ou familiares, com ou sem laos de parentesco, segundo as quais a sociedade como um todo se encontra segmentada. As unidades familiares possuem e fornecem os recursos de produo (na forma de trabalho). Devido a isso, elas se apropriam de diferentes categorias de rendas (que podem ser salrios, aluguis, juros, etc.), e a partir da decidem como, quando e onde e em qu as rendas recebidas sero despendidas. As empresas so os agentes econmicos que empregam e combinam os recursos de produo para a gerao dos bens e servios que atendero s necessidades de consumo e de acumulao da sociedade. Essas empresas so heterogneas, ou seja, so de diversos tipos e produzem diferentes produtos. O governo o agente coletivo que contrata diretamente o trabalho das unidades familiares e que adquire uma parcela da produo das empresas para proporcionar bens e servios teis sociedade, como um todo.12

ECONOMIA E MERCADOS Unidade I

Esses agentes - unidades familiares, empresas e governo - fazem parte do processo produtivo em que se tem que escolher entre alternativas diferentes, devido escassez de recursos. Todos os agentes econmicos, considerados isoladamente ou em conjunto, defrontam com essa restrio econmica. As unidades familiares podem ter aspiraes ilimitadas, mas defrontam com a amarga realidade dos recursos escassos, definidos por oramentos restritos proveniente de sua limitao de renda. Normalmente, alguma coisa sacrificada em favor de outra. As prioridades decididas, no importam quais sejam, traduzem sempre custos de oportunidade. Custos de se produzir um bem em detrimento do sacrifcio de outro. Em outras palavras, refere-se ao custo de se deixar de produzir um bem em detrimento de outro. 1.5 OS FATORES DE PRODUO Os fatores de produo representam os recursos disponveis que, combinados, so direcionados para a produo de bens e/ou servios para o atendimento das necessidades da populao. So considerados fatores de produo: a Terra o Trabalho o Capital a Capacidade Tecnolgica. a Capacidade Empresarial

to transformadas, so direcionadas para as outras atividades de produo. a partir da interao com os demais fatores de produo que se viabiliza o efetivo aproveitamento da terra. A conscincia social sobre sua preservao e reposio muito importante, no intuito de que se tenha um melhor aproveitamento. b) Fator Trabalho A populao de um Pas constituda por pessoas de diferentes idades, de vrias faixas etrias. A partir de determinada faixa etria, as pessoas comeam a produzir, a render bens e servios para si e para a famlia. Ela desenvolve, ento algum tipo de trabalho que passa a ser um fator de economia. O Fator Trabalho , portanto, constitudo por uma parcela da populao que contribui para o processo de produo. Essa parcela denominada populao economicamente ativa. Essa parte da populao total, considerada produtiva, definida por faixas etrias Os limites da faixa etria considerada, economicamente ativa, variam em funo de dois fatores relevantes: estgio de desenvolvimento da economia, e o conjunto de definies institucionais, geralmente expresso atravs da legislao social e previdenciria. Em todos os pases, uma parcela da populao economicamente ativa, embora apta, fica margem do processo produtivo. a poro economicamente inativa. So, quase sempre, os desempregados. c) Fator Capital Fator Capital o conjunto das riquezas acumuladas pela sociedade. Com o emprego dessas riquezas que a populao ativa se equi13

a) Fator Terra O Fator Terra constitui a base sobre a qual se exercem as atividades dos demais recursos de produo. As reservas naturais, renovveis ou no, encontram-se na base de todo o processo de produo. As ddivas da natureza, aproveitadas pelo homem em seus estados naturais ou en

pa para o exerccio das atividades de produo. Esse conjunto de riquezas d suporte s operaes produtivas realizadas por parte da sociedade. O fator capital constitudo pelas diferentes categorias de riqueza acumulada, empregadas na gerao de novas riquezas. Essas categorias so, tambm, chamadas de bens de investimento, tais como: mquinas, equipamentos, instrumentos e ferramentas, energia, telecomunicaes, transportes, educao e cultura, sade e saneamento, segurana, construes e edificaes (prdios), plantaes, etc. Referem-se s riquezas utilizadas pelas empresas para efetuar a produo. Representam os ativos das empresas, o seu patrimnio. Caracterizam-se por aumentar a eficincia do trabalho humano, para a produo de bens e servios. Em economia, entende-se como pleno emprego dos recursos de produo (terra, capital e trabalho) quando toda a populao est empregada; no h desemprego voluntrio. d) Fator Capacidade Tecnolgica O fator capacidade tecnolgica constitudo pelo conjunto de conhecimentos e habilidades que do sustentao ao processo de produo. Essa capacidade envolve desde os conhecimentos acumulados sobre as fontes de energia empregadas, passando pelas formas de extrao de reservas naturais, pelo seu processamento, transformao e reciclagem, at chegar configurao e ao desempenho dos produtos finais resultantes. o elo de ligao entre o capital, a fora de trabalho e o fator terra. e) Fator Capacidade Empresarial atravs da capacidade empresarial que os recursos disponveis so reunidos, organizados e acionados para o exerccio de atividades produtivas.

O processo de produo, em seus fundamentos, acontece com a mobilizao combinada dos fatores terra, trabalho e capital, sob determinado padro tecnolgico. E o fator mobilizador a capacidade empresarial. 1.6 O SISTEMA ECONMICO Sistema econmico a forma poltica, social e econmica pela qual est organizada uma sociedade. um sistema que organiza a produo, a distribuio e o consumo de bens e servios destinados populao. Fazem parte do sistema econmico: estoque de fatores de produo (Terra, Capital, Trabalho, Capacidade Tecnolgica e Capacidade Empresarial), os agentes econmicos (unidades familiares, empresas e governo) e um conjunto de instituies (normas jurdicas). O estoque dos fatores de produo constitui a base da atividade econmica. Nenhum sistema econmico possvel sem que um conjunto de normas jurdicas discipline os deveres e as obrigaes dos detentores dos recursos e das unidades que os empregaro. Da o surgimento das complexas instituies. Os sistemas econmicos podem ser classificados em: a) Sistema capitalista de produo o sistema regido pelas leis de mercado, onde predominam a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produo; b) Sistema socialista o sistema no qual as questes econmicas fundamentais so resolvidas por um rgo central de planejamento, predominando a propriedade pblica dos bens de produo.14

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2. TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDADemanda, em Economia, significa a procura por qualquer bem ou servio, por determinado preo e em determinado momento. O estudo da demanda est alicerado no conceito de utilidade. Utilidade a qualidade que os bens econmicos possuem de satisfazer as necessidades humanas. Esta utilidade difere de consumidor para consumidor, uma vez que est baseada em aspectos psicolgicos ou a preferncias. Como esta utilidade visa satisfazer necessidades humanas, ela tem que apresentar algum valor. Utilidade um conceito subjetivo, pois considera que o valor nasce da relao homem com os bens e/ou servios. A demanda/procura pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou servio que os consumidores desejam adquirir em determinado perodo de tempo a um determinado preo, mantidas constantes todas as outras variveis (ceteris paribus). As outras variveis que influenciam a escolha (demanda) do consumidor so: preo do bem ou servio, o preo dos outros bens, a renda do consumidor, o gosto ou preferncia do indivduo. Ento, quando o preo de uma mercadoria aumenta, tudo o mais permanecendo constante, o consumidor perde o que chamamos de poder de compra. Dentro do estudo da demanda, temos a chamada Lei Geral da Demanda, que mostra que h uma relao inversamente proporcional entre a quantidade demandada e o preo do bem, ceteris paribus. Esta relao pode ser vista pela Curva de Demanda. 2.1 CURVA DE DEMANDA A curva de demanda revela as preferncias dos consumidores, sob a hiptese de que 15

a) Em poucas palavras escreva o que so Agentes Econmicos: ________________________________________ ________________________________________ b) Os fatores de produo, base da economia, so: ________________________________________ ________________________________________ c) Como podem ser classificados os sistemas econmicos? ________________________________________ ________________________________________

esto maximizando sua utilidade, ou seja, esto dando o mais alto grau de satisfao no consumo daquele produto. No exemplo da curva abaixo podemos verificar que para cada nvel de preos as pessoas esto dispostas a adquirir determinadas quantidades de bens, onde quanto menor o preo mais produtos elas estaro dispostas a adquirir. A curva de demanda inclina-se de cima para baixo, no sentido da esquerda para a direita, tendo uma inclinao negativa, devido a inversibilidade da relao preo e quantidade demandada.

2.2 BENS ECONMICOS Em Economia, BEM significa tudo aquilo que serve de elemento a uma empresa ou entidade para a formao do patrimnio empregado para desempenhar a atividade produtiva, til para a produo direta ou indireta de seu lucro. tudo aquilo que tem utilidade material, prtica e valor financeiro. Em Economia, os bens so classificados como: de Capital de Consumo durvel e no durvel Intermedirio Substituto Complementar

Bens de capital so os bens que servem para produzir outros bens, como por exemplo, uma mquina de costura, ou seja, mquinas e equipamentos que so utilizados para fabricar outros bens. Outras variveis podem influenciar a demanda como: a renda dos consumidores; os preos dos outros bens e servios; os hbitos e preferncias dos consumidores; os gastos com propaganda e publicidade, etc. Em teoria da demanda, o preo um conceito de extrema importncia. O preo expressa o valor de troca entre as mercadorias. sua expresso monetria de valor, que utilizado para calcular o valor das mercadorias. A parte da economia que estuda a formao de preos dita microeconomia. Tal teoria trata alm da formao de preos, da fixao de preos mnimos por parte do governo, dos efeitos dos impostos sobre mercados especficos e sobre os custos de produo, dentre outros. Bens de consumo so aqueles que atendem, diretamente, demanda. Eles so destinados ao consumo final dos consumidores. Existem dois tipos de bens de consumo: durveis, por exemplo: televisores, geladeira, aparelho de som, carro, liqidificador, pois so bens que no possuem consumo imediato.; no durveis, so bens destinados ao consumo final e so consumidos imediatamente pelos consumidores, por exemplo: alimentos, produtos de higiene e limpeza, etc. Bens intermedirios so os utilizados para produzir outros bens, mas difere dos bens de capital, porque so consumidos durante o processo produtivo. Por exemplo, o tecido que utilizado para produzir a camisa. No final do processo no existe mais tecido,16

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mas sim camisa, enquanto a mquina de costura continua como tal, sendo utilizada para produzir outros bens. Bens substitutos so bens que interferem na demanda de um produto por parte do consumidor. Assim, quanto mais substitutos houver para um bem e/ou servio, mais opes o consumidor ter sua disposio para decidir sobre a sua demanda. Neste caso, pequenas variaes em seu preo, para cima, por exemplo, faro com que o consumidor passe a adquirir mais de seu produto substituto, provocando queda em sua demanda maior do que a variao do preo. Por exemplo, o consumidor tem sua demanda por uma certa quantidade de tomate, que possui vrios substitutos (repolho, cenoura, vagem, pepino, abbora, etc.). Neste caso, qualquer variao de preo do tomate, por menor que seja, leva o consumidor a trocar uma certa quantidade (ou toda ela) de tomate por quantidades de produtos substitutos. Bens complementares so bens que tendem a influenciar a demanda de outros bens. So denominados bens complementares porque um est relacionado ao consumo do outro. Como por exemplo, o po e a manteiga. Neste caso, quando o preo do po subir isto ocasionar uma queda na demanda do prprio po e, conseqentemente, na demanda da prpria manteiga, que o consumidor utiliza para passar no po.

b) Aps sua pesquisa, responda quais as principais variveis que influenciam a demanda: _______________________________________ _______________________________________ c) Tente descrever, com suas palavras, o que ceteris paribus : _______________________________________ _______________________________________ d) Para sedimentar o aprendizado, descreva o que e como se classificam os bens econmicos: _______________________________________ _______________________________________

a) Pesquise no glossrio, no texto da apostila e em dicionrio econmico e defina o que vem a ser demanda: _______________________________________ _______________________________________ 17

3. TEORIA ELEMENTAR DA PRODUOA Teoria da Produo pode ser conceituada pelo processo de transformao dos fatores adquiridos pela empresa (terra, capital, trabalho, capacidade tecnolgica e capacidade empresarial) em produtos ou servios, para a venda no mercado. (Vasconcellos - 2000). No processo de produo, diferentes insumos ou fatores de produo so combinados de forma a produzir um bem final. Insumos significa cada um dos elementos necessrios para produzir mercadorias ou servios. Ex. matria prima, horas de servio, equipamentos. As formas como os insumos so combinados constituem os chamados mtodos ou processo de produo. A escolha do mtodo ou processo de produo depende de sua eficincia. Um mtodo de produo , tecnicamente, eficiente quando comparado com outros mtodos, utiliza menor quantidade de insumos para produzir uma quantidade equivalente do produto. Um mtodo de produo economicamente eficiente, quando est associado ao mtodo mais barato relativamente a outros mtodos. 3.1 A FUNO DE PRODUO A produo de alguma coisa requer uma certa quantidade fsica dos fatores de produo, num determinada quantidade de tempo. Dessas quantidades empregadas vai resultar a obteno de determinada quantidade fsica do produto pretendido. O resultado obtido surge, portanto, em funo das quantidades de fatores e de tempo despendido. Em sntese, a funo de produo a relao que mostra a quantidade fsica obtida do produto a partir da quantidade fsica utilizada dos fatores de produo num determinado perodo de tempo. A funo de produo admite sempre que o empresrio esteja utilizando a maneira

mais eficiente de combinar os fatores e, conseqentemente, obter a maior quantidade produzida do produto. Podemos representar a funo de produo, da seguinte maneira:

Q = f(x1,x2,x3, ... , xn)Onde: Q a quantidade produzida do bem ou servio, num determinado perodo de tempo; x1,x2,x3, ... , xn identificam as quantidades utilizadas de diversos fatores de produo; e f indica que Q depende da quantidade de insumos utilizados. 3.2 CUSTO DE PRODUO, RECEITA E LUCRO O objetivo bsico de uma empresa a maximizao de seus resultados, de seu lucro quando da realizao de sua atividade produtiva, da combinao dos fatores de produo. Assim sendo, o empresrio procura sempre obter a mxima produo possvel em face da utilizao de certa combinao de fatores. O resultado dito timo para empresa poder ser obtida quando for possvel alcanar um dos seguintes objetivos: a) maximizar a produo para um dado custo total ou b) minimizar o custo total para um dado nvel de produo. Custos totais de produo so o total das despesas realizadas pela empresa com utilizao da combinao mais econmica dos fatores, por meio da qual obtida uma determinada quantidade do produto. Os custos totais de produo (CT) so divididos em custos variveis totais (CVT) e custos fixos totais (CFT): CT = CVT + CFT Os custos fixos totais (CFT), correspondem parcela dos custos totais que no aumentam com o aumento da produo.18

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So decorrentes dos gastos com os fatores fixos de produo, como por exemplo, depreciao, aluguis, seguros, etc. J os custos variveis totais (CVT), correspondem parcela dos custos totais que variam com o aumento da produo. So despesas realizadas com a compra da matria-prima, materiais secundrios, mo-deobra direta, etc. Os custos, tambm, podem ser classificados de curto ou longo prazo. Os custos de curto prazo so caracterizados por serem compostos por parcelas de custos fixos e de custos variveis. Os custos de longo prazo so formados unicamente por custos variveis, pois a partir de determinado momento, os prprios custos fixos que eram fixos passam a aumentar, pois aumentou o nmero de mquinas para produzir mais mercadorias. Os custos so, ainda classificados como mdios e marginais. Os custos mdios so obtidos pela diviso entre o custo total e a quantidade produzida, ou seja, representa o custo mdio para se produzir determinado produto. O custo marginal dado pela variao do custo total em resposta a uma variao da quantidade produzida, ou seja, deseja saber quanto variar o custo se acrescer uma unidade na produo. As empresas tm como objetivo maior a maximizao de lucros. Onde se pode definir o lucro total como a diferena entre as receitas de vendas da empresa e os seus custos totais de produo. Ou seja: LT = RT CT Onde: LT = lucro total; RT= receita total e CT= custo total. Receita o valor que recebido, que apurado. Como receita total entende-se o valor das vendas totais realizadas num determina

do perodo de tempo. Ento como receita teremos: RT = P x Q Onde: RT = receita total; P = preo e Q = quantidade. Ou seja, receita total igual ao preo do bem ou servio multiplicado por sua respectiva quantidade vendida. Qualquer empresa, que deseje maximizar lucros, escolher o nvel de produo para o qual a diferena positiva entre receita total e custo total sejam a maior possvel. 3.3 CURVA DE OFERTA Em Economia, oferta significa a quantidade de bens ou servios que se oferece aos consumidores. A oferta representa as vrias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado perodo de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de vrios fatores: de seu prprio preo e dos demais preos, do preo dos fatores de produo, das preferncias do empresrio e da tecnologia. A funo oferta mostra uma relao direta entre quantidade ofertada e nvel de preos, ceteris paribus. Essa representa a chamada Lei Geral da Oferta. A relao direta entre a quantidade ofertada de um bem ou servio e seu preo devese ao fato de que, um aumento do preo no mercado estimula as empresas, os produtores a produzirem mais, aumentando sua receita. Podemos expressar a curva de demanda conforme a figura da pgina ao lado.19

A inclinao da curva de oferta positivamente inclinada, uma vez que a relao entre quantidade ofertada e o preo diretamente proporcional. Alm do preo do bem, a oferta de bem ou servio afetada pelos custos dos fatores de produo (matrias-primas, salrios, preo da terra) e por alteraes tecnolgicas, ou pelo aumento do nmero de empresas no mercado.

a) Existem algumas definies sobre o que insumo; procure no texto que voc acaba de ler e transcreva a definio econmica de insumo: _________________________________________ _________________________________________ b) Raciocinando como um empresrio, quando um mtodo de produo eficiente? _________________________________________ _________________________________________ c) Volet ao texto e escreva o que funo de produo para a economia: _________________________________________ _________________________________________ d) qual o objetivo bsico de uma empresa? _________________________________________ _________________________________________20

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4. O MERCADONa Lngua Portuguesa, a palavra mercado tem diversos significados, dependendo da rea de atuao. Voc mesmo utiliza alguns deles. Em Economia, mercado pode significar o conjunto de transaes comerciais entre vrios pases ou no interior de um pas; e pode significar, tambm, o conjunto de consumidores que absorvem determinados produtos e/ou servios. No presente trabalho ser tratado o segundo conceito, ou seja, o que diz respeito ao meio consumidor 4.1 O PREO DE EQUILBRIO A interao das curvas de demanda e oferta determina o preo e a quantidade de equilbrio de um bem ou servio em um dado mercado.

acmulo de estoques no programado do produto, o que provocar uma competio entre os produtores, conduzindo a uma reduo dos preos, at que se atinja o ponto de equilbrio. Quando h competio, tanto de consumidores quanto de ofertantes, h uma tendncia natural no mercado para se chegar a uma situao de equilbrio estacionrio. 4.2 CLASSIFICAO DOS MERCADOS H vrias formas ou estruturas de mercado. Essas dependem, fundamentalmente, de trs caractersticas bsicas: a) nmero de empresas que compem esse mercado; b) tipo de produto produzido nesse mercado e c) se existem ou no barreiras, obstculos para que novas empresas entrem nesse mercado. Neste sentido podemos ter as seguintes estruturas de mercado: Concorrncia Perfeita, Monoplio, Oligoplio e Concorrncia Monopolista.

No encontro das curvas de oferta e demanda (ponto E) teremos o preo e a quantidade de equilbrio, isto , o preo e a quantidade que atendem os objetivos dos consumidores e dos produtores simultaneamente. Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela de equilbrio E, teremos uma situao de escassez do produto. Haver uma competio entre os consumidores, pois as quantidades procuradas sero maiores que as ofertadas. Formar-se-o filas, o que forar a elevao dos preos, at atingir-se o equilbrio, quando as filas cessaro. Se, por outro lado, a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilbrio E, haver um excesso ou excedente de produo, um

a) Concorrncia Perfeita um tipo de mercado em que h um grande nmero de vendedores (empresas). Nesse caso, uma empresa, isoladamente, por ser insignificante, no afeta os nveis de oferta do mercado e, conseqentemente, o preo de equilbrio. um mercado atomizado, pois composto de um nmero expressivo de empresas, como se fossem tomos. Esse tipo de mercado possui algumas caractersticas bsicas: trabalham com produtos homogneos, onde no existe diferenciao entre os produtos ofertados pelas empresas; no existem barreiras para o ingresso de novas empresas, ou seja, qualquer empresa pode entrar no mercado facilmente e h transparncia no mercado, onde todas as informaes sobre lucros, preos, etc., so conhecidas por todos os participantes do mercado.21

Na realidade, no h o mercado, tipicamente, de concorrncia perfeita no mundo real. Possivelmente, o mercado de produtos hortifrutigranjeiros (que produzem tomate, repolho, pepino, etc.) seja o exemplo mais prximo que se poderia apontar. b) Monoplio Apresenta condies opostas s da concorrncia perfeita. Nele existe, de um lado, um nico empresrio dominando inteiramente a oferta/produo e, de outro, todos os consumidores. No h, portanto, concorrncia, nem produto substituto ou concorrente. Nesse caso, ou os consumidores se submetem s condies impostas pelo vendedor, ou deixaro de consumir o produto. Para a existncia de monoplios, geralmente, existem barreiras que impedem a entrada de novas empresas no mercado. Essas barreiras podem advir das seguintes condies: controle de matrias-primas, onde o monoplio controla a fonte de matriaprima para produzir o seu produto; patente exclusiva do produto, no permitindo que outras empresas produzam aquele produto; elevado volume de capital, onde a empresa para entrar necessita de alto volume de capital e tecnologia.

respeitando as estruturas de custos das demais, e h empresas satlites que seguem as regras ditadas pelas lderes. Esse um modelo chamado de liderana de preos. d) Concorrncia Monopolista uma estrutura de mercado intermediria entre a concorrncia perfeita e o monoplio, mas que no se confunde com oligoplio. Na concorrncia monopolista h um nmero relativamente grande de empresas, com certo poder concorrencial, porm com segmentos de mercados e produtos diferenciados e com margem de manobra para fixao dos preos no muito ampla, uma vez que existem produtos substitutos no mercado.

a) Em termos de economia, qual a definio mais usada de mercado? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ b) Com suas palavras tente explicar o que preo de equilbrio? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ c) Quais as estruturas de mercado mais conhecidas? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________22

c) Oligoplio caracterizado por um pequeno nmero de empresas que dominam a oferta de mercado. Pode caracterizar-se como um mercado em que h um pequeno nmero de empresas ou, ento, um grande nmero de empresas, mas poucas dominam o mercado. No oligoplio, tanto as quantidades ofertadas quanto os preos so fixados entre as empresas por meio de conluios ou cartis. O Cartel uma organizao (formal ou informal) de produtores dentro de um setor que determina a poltica de preos para todas as empresas que a ele pertencem. No oligoplio, normalmente as empresas discutem suas estruturas de custos. H uma empresa lder que, via de regra, fixa o preo,

ECONOMIA E MERCADOS Unidade I

5. CONSUMO E POUPANAEm Economia, Consumo significa a utilizao, pela populao, pelos consumidores, das riquezas, materiais e artigos produzidos. 5.1 COMPONENTES DO CONSUMO O consumo global de um pas influenciado por uma srie de fatores, tais como: renda nacional, estoque de riqueza ou patrimnio, taxa de juros de mercado, disponibilidade de crdito, expectativa sobre a renda futura, rentabilidade das aplicaes financeiras, etc. No entanto, estudos estatsticos mostram que as decises de consumo da coletividade so influenciadas fundamentalmente pela renda nacional disponvel, ou seja, a parcela da renda que fica disponvel para os consumidores gastarem (ou pouparem). Ento: C = f(RND), ou seja, o consumo se d em funo da renda, onde: C = Consumo agregado; RND = renda nacional disponvel. 5.2 POUPANA E INVESTIMENTO A poupana a parcela da renda nacional que no gasta em bens de consumo. A poupana a diferena entre a renda e o consumo. Em outras palavras, o no consumo presente, em funo de um consumo futuro. Ento: S = f(RND), ou seja, a poupana se d em funo da renda, onde: S = poupana agregada; RND = renda nacional disponvel. J o investimento (construes, mquinas, etc.) o acrscimo ao estoque de capital que leva ao crescimento da capacidade produ 23

tiva. A curto prazo, visto pelo lado dos gastos necessrios para a ampliao da capacidade produtiva. O investimento a principal varivel para explicar o crescimento da renda nacional de um pas. Em linhas gerais, pode-se dizer que o investimento agregado determinado por dois fatores: a taxa de rentabilidade esperada, a taxa de juros de mercado. A taxa de rentabilidade esperada ou taxa de retorno calculada a partir da estimativa do retorno esperado pela aquisio do bem de capital (construes, mquinas, etc.). A taxa de juros e o investimento possuem uma relao inversamente proporcional. Se a empresa j dispe de capital prprio, a taxa de juros representar quanto a empresa ganharia, se em vez de investir em suas instalaes, aplicasse no mercado financeiro. Isto o que chamamos de Custo de Oportunidade do Capital. Neste caso, um outro conceito importante o de crdito, que regulado pela taxa de juros, determina o montante de investimentos. Crdito pode ser definido como sendo a troca de um bem disponvel no momento pela promessa de um pagamento futuro. Quando as operaes de crdito na economia so estimuladas, normalmente, o consumo das famlias aumenta. O capital pode sofrer desgaste durante o processo produtivo. Para repor esse desgaste ou mesmo substituir os equipamentos, as mquinas durante o processo produtivo, a depreciao pode ser utilizada para cobrir tais custos.

6. EMPREGO6.1 MERCADO DE TRABALHO No mercado de trabalho temos o que chamamos de populao economicamente ativa, que so aquelas pessoas que fazem parte de uma determinada faixa etria que tem condies de estar trabalhando. Fazem parte da populao economicamente ativa as pessoas efetivamente empregadas, recebendo salrios e contribuindo para o aumento da renda e do consumo da economia. As pessoas desempregadas, tambm, fazem parte da populao economicamente ativa, embora no estejam trabalhando ou estejam procurando emprego. 6.2 OFERTA E DEMANDA DE EMPREGO O mercado de trabalho constitudo pela oferta e demanda de emprego. A oferta de emprego determinada pelas empresas que ao produzirem, ao aumentarem a produo contratam pessoas para desempenhar determinadas atividades e recebem renda por isso. O governo tambm tem papel fundamental neste processo, pois, tambm, um grande contratante de mo-de-obra. O governo, alm de empregador, pode funcionar como um alavancador de empregos para a populao quando desenvolve polticas que influenciam as atividades das empresas. O governo pode facilitar o aumento de emprego quando reduz tributos, oferece condies de maior crdito para as empresas, para que possam produzir mais, e, assim, contratar mais pessoas. Polticas direcionadas para a melhoria das condies de vida da populao, no intuito de melhorar a distribuio de renda, tambm funciona como um incentivo para a gerao de empregos.

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ECONOMIA E MERCADOS Unidade II

a) Claro que voc j sabe o que consumo; e quais os seus componentes? __________________________________________ __________________________________________ b) Em poucas palavras, defina o que vem a ser poupana: __________________________________________ __________________________________________ c) Como pode ser entendido o que investimento no mercado imobilirio? __________________________________________ __________________________________________ d) Pesquise um pouco na apostila e relacione quais os fatores que determinam o investimento agregado: __________________________________________ __________________________________________ e) Na profisso de corretor de imveis muito provavelmente voc ter que avaliar bens mveis e imveis: esse bens sofrem depreciao, mas o que mesmo depreciao? __________________________________________ __________________________________________ f) O mercado imobilirio movimenta grandes somas em qualquer economia. E o que mercado de trabalho? __________________________________________ __________________________________________ g) Pense um pouco e escreva abaixo:: quais as aes no campo econmico que o governo poderia adotar para melhorar o nvel de emprego? __________________________________________ __________________________________________I

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ECONOMIA E MERCADOS Unidade II

Unidade

IIConceituar Moeda, Sistema Financeiro, Inflao, Balano de Pagamentos, Taxa de Cmbio, Globalizao, Macroeconomia; Identificar caractersticas bsicas de organizao do sistema financeiro nacional; Reconhecer a funo da moeda; Estabelecer comparao entre Crescimento e desenvolvimento Econmico; Refletir sobre as conseqncias da globalizao; Reconhecer a importncia das informaes estudadas para o exerccio da profisso.INEDI - Cursos Profissionalizantes

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7. ECONOMIA MONETRIA7.1 A MOEDA: SUA HISTRIA E SUAS MODALIDADES Em economia, moeda o meio pelo qual so efetuadas as transaes monetrias. Esse meio varia no tempo e entre as culturas. Vai desde a utilizao de uma pea de metal cunhada pelo governo at s mais sofisticadas formas de transao. Monetria so coisas, aes relativas moeda. O uso da moeda nas economias em que vivemos de tal forma generalizada que se torna difcil imaginar o funcionamento de um sistema econmico em que no existam instrumentos monetrios. Mas, existiam grupos que no utilizavam moeda. Esses primeiros agrupamentos, em geral nmades, sobreviveram sob padres bastante simples de atividade econmica. Eram grupos que no conheceram a moeda e, quando recorriam a atividades de troca, realizavam trocas em espcie, ou seja, trocavam mercadorias por mercadorias. A prtica de troca de mercadorias ou servios, sem fazer uso de moeda, denominase escambo. Antes da existncia da moeda, o fluxo de trocas de bens e servios na economia dava-se por meio do escambo, com trocas diretas de mercadoria por mercadoria. No entanto, vrios eram os transtornos causados pela falta da moeda, como por exemplo a questo da divisibilidade do bem para a troca por outro, ou seja, quando se tinha que dividir uma mercadoria para comprar uma unidade inteira de outra. Assim, na medida que a economia foi se desenvolvendo, aumentando as trocas, surgiu a necessidade do aperfeioamento dos instrumentos de troca. Com a evoluo da sociedade, certas mercadorias passaram a ser aceitas por todos, por suas caractersticas peculiares ou pelo pr-

prio fato de serem escassas. Por exemplo, o sal, que por ser escasso, era aceito na Roma Antiga como moeda. Em diversas pocas e locais diferentes, outros bens assumiram idntica funo. Portanto, a moeda mercadoria constitui a forma mais primitiva de moeda na economia. Com a evoluo do comrcio, os metais preciosos passaram a assumir a funo de moeda por diversas razes: so limitados na natureza, possuem durabilidade e resistncia, so divisveis em peso. Os metais preciosos tiveram o papel de moeda por muito tempo. Nosso atual papel-moeda teve origem na moeda-papel. As pessoas de posse de ouro, por questes de segurana, o guardavam em casas especializadas, onde os ourives pessoas que trabalhavam com ouro e prata, emitiam certificados de depsitos dos metais. Ao adquirir bens e servios, as pessoas podiam ento fazer os pagamentos com esses certificados, j que, por serem transferveis, o novo detentor do ttulo poderia retirar o montante correspondente de metal junto ao ourives. Mais tarde, com a criao dos Estados nacionais aparece o papel-moeda. Cada Estado passou a emitir seu papel-moeda, sendo este lastreado (garantido) em ouro (padro ouro). O ouro, contudo, era um metal com reservas limitadas na natureza, e como a capacidade de emitir moeda estava vinculada quantidade de ouro existente, o padroouro passou a apresentar um obstculo expanso das economias nacionais e do comrcio internacional, ao impor um limite a oferta monetria. Dessa forma, a partir de 1920, o padroouro foi abandonado, e a emisso de moeda passou a ser livre, ou a critrio das autoridades monetrias de cada pas. Assim, a moeda passou a ser aceita por fora de lei, denominandose moeda de curso forado ou moeda fiduciria (na qual se pode confiar).28

ECONOMIA E MERCADOS Unidade II

Pode-se conceituar moeda como um instrumento ou objeto que aceito pela coletividade para intermediar as transaes econmicas, para pagamento dos bens, servios e fatores de produo. Essa aceitao garantida por Lei, ou seja, a moeda tem curso forado. Representa liquidez imediata para quem a possui, pois pode ser trocada por outras mercadorias e/ou servios. a nica forma irrecusvel para quitao de obrigaes. 7.2 FUNES E TIPOS DE MOEDA As principais funes da moeda so: Instrumento ou meio de troca serve para intermediar a troca de bens, servios e fatores de produo da economia. Denominador comum monetrio possibilita que sejam expressos em unidades monetrias os valores de todos os bens e servios produzidos pelo sistema econmico. um padro de medida. Reserva de Valor a moeda representa liquidez imediata. Pode ser acumulada para a aquisio de um bem ou servio no futuro. Ou seja, pode ser guardada para render valor no futuro. Padro para pagamento diferido a moeda pode ser utilizada para pagamentos de contas em perodos diferentes. Tipos de Moeda Moedas metlicas: so emitidas pelo Banco Central, constituem pequena parcela da oferta monetria e visam facilitar as operaes de pequeno valor. Papel-moeda: so emitidas pelo Banco Central, representa parcela significativa da quantidade de dinheiro em poder do pblico. Quando juntamos as moedas metlicas e o papel-moeda em poder do pblico denominamos de moeda manual. Moeda escritural: representada pelos depsitos a vista nos bancos comerciais.

a) Volte ao tempo das cavernas e defina o que escambo: __________________________________________ __________________________________________ b) D uma pesquisada no texto e escreva a definio de moeda mercadoria . __________________________________________ __________________________________________ c) Sempre ouvimos falar de papel-moeda. O que vem a ser esse conceito econmico? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ d) Agora que sabemos o que vem a ser papelmoeda, escreva abaixo quais as principais funes da moeda: __________________________________________ __________________________________________

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7.3 DEMANDA E OFERTA DE MOEDA A criao da moeda depende da sua respectiva demanda e oferta por parte da populao e das autoridades monetrias (governo). Oferta de Moeda Oferta de moeda o suprimento de moeda para atender s necessidades da coletividade. Pode ser ofertada pelas autoridades monetrias e pelos Bancos Comerciais. A moeda criada pelo governo e ofertada pelas autoridades monetrias e pelos bancos comerciais (Ita, Bradesco, Safra etc). A oferta de moeda pode tambm ser chamada de meios de pagamento. Os meios de pagamento constituem o total de moeda disposio do setor privado, no bancrio, de liquidez imediata, ou seja, que pode ser utilizada imediatamente para efetuar transaes econmicas. A liquidez da moeda a capacidade que ela tem de ser um ativo prontamente disponvel e aceito para as mais diversas transaes. Os meios de pagamento em sua forma tradicional so a soma da moeda em poder das pessoas, mais os depsitos a vista nos bancos comerciais. Eles representam, ento, o quanto a coletividade tem de moeda fsica (metlica e papel) com o pblico ou no cofre das empresas, somados a o quanto ela tem em conta corrente nos bancos. Uma das formas mais tradicionais de se aumentar rapidamente os meios de pagamento pode ser observada a partir da ampliao dos emprstimos pelos bancos comerciais ao setor privado. medida em que os bancos comerciais tm mais recursos, eles possuem um efeito multiplicador, de dobrar, triplicar, a moeda atravs de emprstimos. O conceito econmico de moeda representado apenas pela moeda que est com o setor privado no bancrio, ou seja, excluemse os prprios bancos comerciais, e a moeda que est com as autoridades monetrias.

Esse dinheiro que pertence aos bancos denominado de encaixe monetrio, que o mesmo tem que manter junto ao Banco Central. Representa a porcentagem dos depsitos de um banco que no pode ser emprestada ou empregada em qualquer negcio, devendo ficar como garantia ou lastro do mesmo. Tambm so considerados, na definio tradicional de meios de pagamento, as cadernetas de poupana e os depsitos a prazo nos bancos comerciais. Os meios de pagamento tambm podem ser chamados de M1, ou seja, ativos ou haveres monetrios. Os demais ativos financeiros, que rendem juros, so chamados de ativos ou haveres no monetrios. So os chamados M2, M3, M4, conforme a rapidez com que podem ter liquidez, ou seja, podem ser transformados em moeda. Ocorre criao de moeda quando h um aumento do volume dos meios de pagamento. O aumento dos emprstimos ao setor privado se refere criao de moeda. Ocorre destruio de moeda quando existe reduo dos meios de pagamento. O resgate de um emprstimo no banco se refere a destruio de moeda. Demanda de Moeda A demanda de moeda corresponde quantidade desta que o setor privado, no bancrio, retm, em mdia, com o pblico, no cofre das empresas e em depsitos a vista nos bancos comerciais. Existem trs razes pelas quais se retm moeda, em vez de utiliz-la na compra de ttulos, imveis, etc. 1) As pessoas e empresas precisam de dinheiro para suas transaes do dia-a-dia; 2) O pblico e as empresas precisam ter uma certa reserva monetria para fazer face a pagamentos imprevistos ou atrasos em recebimentos esperados (demanda de moeda por precauo); e30

ECONOMIA E MERCADOS Unidade II

3) Os investidores devem deixar uma cesta para a moeda, observando o comportamento da rentabilidade dos vrios ttulos, para fazer algum novo negcio (demanda de moeda por especulao). As duas primeiras razes dependem diretamente do nvel de renda. Quanto maior a renda maior a necessidade de moeda para transaes e por precauo. A terceira depende da taxa de juros, onde h uma relao inversa entre demanda de moeda por especulao e taxa de juros. Quanto maior o rendimento dos ttulos, menor a quantidade de moeda que o aplicador retm em sua carteira, j que melhor utiliza-la na compra de ativos rentveis.

7.4 A TAXA DE JUROS DE EQUILBRIO A taxa de juros tem um papel estratgico nas decises dos mais variados agentes econmicos. Para as empresas, as decises quanto compra de mquinas, equipamentos, aumentos ou diminuio de estoques, de matrias-primas ou de bens finais so determinadas, no s pelo nvel atual, mas, tambm, pelas expectativas quanto aos nveis futuros das taxas de juros. Se as expectativas quanto trajetria das taxas de juros se tornam pessimistas, os empresrios devem manter nveis baixos de estoques e mesmo de capital de giro, uma vez que o custo de manuteno desses ativos pode ser extremamente caro no futuro. Os consumidores exercem um maior poder de compra medida em que as taxas de juros diminuem, e o contrrio, se as taxas de juros aumentam. A taxa de juros tem um importante papel, pois a determinao de seu patamar influencia o volume de consumo, notadamente, de bens de consumo durveis, por parte das famlias. A diminuio do consumo ocorre porque as pessoas passam a preferir poupana a consumo, e dirigem sua renda no gasta para os bancos, com o intuito de auferirem receitas financeiras. Muito se indaga sobre as diferenas entre as taxas de juros praticadas no mercado. Entre a taxa de juros que determinada pelo Conselho Monetrio Nacional e as taxas de juros cobradas pelos bancos comerciais. A essa diferena entre taxas de juros, no sistema bancrio, d-se o nome de spread.

a) No jargo da economia, o que vem a ser meios de pagamento: __________________________________________ __________________________________________ b) Releia o texto e escreva: o que encaixe monetrio? __________________________________________ __________________________________________

8. SISTEMA FINANCEIROSistema Financeiro Nacional a estrutura institucional que regulamenta, supervisiona e opera as intermediaes financeiras, includas as dos consrcios, os negcios com valo 31

res mobilirios, os seguros e a previdncia complementar. 8.1 COMPEM O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: I - rgos Normativos: a) Conselho Monetrio Nacional (CMN) b) Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) c) Conselho de Gesto da Previdncia Complementar (CGPC) II - Entidades Supervisoras: a) Banco Central do Brasil (Bacen) b) Comisso de Valores Mobilirios (CVM) c) Superintendncia de Seguros Privados (Susep) d) Instituto de Resseguros do Brasil (IRBBrasil) e) Secretaria de Previdncia Complementar (SPC) III - Agentes operadores do sistema: a) Bancos comerciais ou mltiplos, captadores de depsitos vista b) Bancos de investimentos e demais instituies financeiras operadoras de poupanas e emprstimos c) Caixas Econmicas d) Cooperativas de crdito e) Intermedirios financeiros e administradores de recursos de terceiros f) Bolsa de mercadorias e de futuros g) Bolsa de valores h) Sociedades seguradoras i) Sociedades de capitalizao j) Entidades abertas de previdncia complementar k) Entidades fechadas de previdncia complementar (fundos de penso)(Fontes: Constituio Federal )

No mbito do sistema financeiro, qualquer entidade pblica tem o mesmo tratamen-

to como se privada fosse, isto , sem privilgio algum, como o caso do Banco do Brasil. A lei igual para todas. O Sistema financeiro dispe de diversas modalidades de crditos para investimentos que podem estar ligados aos seguintes mercados: Mercado monetrio: neste so realizadas as operaes de curtssimo prazo com a finalidade de suprir as necessidades de caixa dos diversos agentes econmicos, como os emprstimos para as pessoas fsicas; Mercado de crdito: neste so atendidas as necessidades de recursos de curto, mdio e longo prazos, principalmente oriundas da demanda de crdito para aquisio de bens de consumo durvel e da demanda de capital de giro das empresas. Ex: crdito rpido, desconto de duplicatas, etc. Tambm engloba os financiamentos de longo prazo, como o Finame etc. As pessoas envolvidas no mercado de crdito so chamadas de credores e devedores. Mercado de Capitais: procuram suprir as exigncias de recursos de mdio e de longo prazos, principalmente com vistas realizao de investimentos em capital. Ex: compra e venda de aes, debntures, etc. Mercado Cambial: nele so realizadas a compra e a venda de moeda estrangeira, para atender a diversas finalidades, como a compra de cmbio, para importao; a venda por parte dos exportadores; e venda/compra, para viagens de turismo. Mercados Primrios e Secundrios: Os primrios so aqueles em que se realiza a primeira compra/venda de algum ativo recmemitido; os secundrios caracterizam-se por negociarem ativos financeiros j negociados anteriormente. Mercados vista, futuros e opes: Os mercados vista negociam apenas ativos com preos a vista; os mercados futuros negociam os preos esperados de certos ativos e de mercadorias para determinada data futura e os mercados de opes negociam opes de compra/venda de determinados ativos em data futura.32

ECONOMIA E MERCADOS Unidade II

9. INFLAO9.1 A DEFINIO E MEDIDA DA INFLAO A inflao ou instabilidade de preos definida como um aumento persistente e generalizado no ndice de preos, ou seja, so aumentos contnuos de preos. As fontes de inflao diferem em funo das condies de cada pas, em virtude de alguns aspectos, como: a) tipo de estrutura de mercado se concorrencial, monopolista ou oligopolista, dependendo do mercado h um condicionamento da capacidade dos vrios setores repassarem aumentos de custos aos preos dos produtos; b) grau de abertura da economia ao exterior quanto mais aberta a economia competio externa, maior a concorrncia interna entre fabricantes, e menores os preos dos produtos; e c) estrutura das organizaes trabalhistas onde quanto maior o poder de barganha dos sindicatos, maior a capacidade de obter reajustes de salrios acima dos ndices de produtividade e maior a presso sobre os preos. 9.2 AS CONSEQNCIAS DA INFLAO As conseqncias da inflao variam com a intensidade e com a velocidade do processo de alta dos preos. Uma baixa variao de preos, dita discreta, produz efeitos econmicos assimilveis, em alguns casos at despercebidos pelos consumidores. O quadro de relativo conforto comea a alterar-se medida que o processo de alta de preos se torna mais intenso, atingindo os fatores de produo, os produtos, as categorias de renda e os estratos socio-econmicos. A inflao corri o poder de compra do salrio nominal recebido pelo trabalhador, pela populao.

As inflaes intensas podem produzir graves efeitos redistributivos sobre a renda agregada e as riquezas acumuladas. Esses efeitos dependem da intensidade do processo e dos mecanismos de defesa acionados. No limite, podem destruir as bases do ordenamento econmico, ao atingirem as funes monetrias ou a confiana do pblico em quaisquer formas de haveres financeiros (moeda, ttulos, cadernetas de poupana, etc.). Algumas das suas conseqncias podem ser: Destruio da moeda, com sua capacidade de reserva de valor e de sua utilidade como meio de pagamento; Destruio da estrutura e da logicidade do sistema de trocas; Desarticulao de suprimentos nas cadeias produtivas; Regresso das atividades produtivas linha de subsistncia; Queda vertiginosa do nvel de emprego; Ruptura do tecido social; Ruptura poltico-institucional, onde o governo perde o controle da situao. No h uma nica teoria que seja capaz de explicar todos os tipos de inflao. Eles so muitos e, geralmente, so diferenciados por qualificativos que remetem s causas, s magnitudes dos processos de alta e suas caractersticas visveis. Os principais troncos tericos que procuram explicar a inflao podem ser agrupados em: inflao de demanda, inflao de custos e Inflao Inercial. 9.3 INFLAO DE DEMANDA E INFLAO DE CUSTO Uma das principais explicaes tericas da inflao sustenta que as altas generalizadas de preos resultam de uma procura ou demanda agregada excessiva em relao capacidade de oferta da economia, ou seja, refere-se ao33

excesso de demanda agregada em relao produo disponvel de bens e servios. Neste caso, a procura exacerbada empurra os preos para cima, dando origem a uma espiral de alta, tanto mais intensa quanto menor for a capacidade ociosa da economia. Nesta situao, aumentos da demanda agregada de bens e servios conduzem a elevaes de preos. As inflaes resultantes de gastos excessivos por parte dos consumidores, podem originar-se tanto do setor real (do prprio consumo da populao), quanto no setor monetrio da economia (onde o governo estimula o consumo colocando mais dinheiro no mercado, via taxas de juros baixas e com maior credirio). Tal fato, pode resultar do receio de falta de produtos, por parte dos produtores ou pode originar-se da inadequada conduo da poltica monetria, levando maior oferta de moeda e multiplicao dos meios de pagamento em escalas mais que proporcionais capacidade efetiva de gerao de bens e servios. Neste caso, uma soluo para combater este tipo de inflao poderia ser o arrocho salarial, impedindo, assim, que as pessoas demandem bens e servios, resultando em baixa presso sobre os preos ou outras medidas que impeam as pessoas de adquirir bens e servios, reduzindo a presso sobre os nveis de preos. A inflao de custos so movimentos de alta de preos originrios da expanso dos custos dos fatores (terra, capital e trabalho) mobilizados no processamento da produo de bens e servios. Este tipo de inflao pode ser associado a uma inflao de oferta. O nvel de demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos fatores importantes aumentam. Esse tipo de inflao pode originar-se: da expanso de tributos indiretos cobrados pelo governo, que desencadeia um processo de alta que se auto-alimentar em espiral;

da expanso dos custos do fator trabalho que pode dar origem a altas generalizadas; da ampliao das margens de lucro, ainda que setorialmente localizadas, pode propagar-se ao longo da cadeia de produo, elevando os preos. Em sntese, o aumento de salrios e dos preos das matrias-primas representam um causador da inflao de custos. Os efeitos desse processo inflacionrio podem influenciar no perfil da distribuio da renda, do balano de pagamentos, nas finanas pblicas e, at mesmo, nas expectativas das empresas. A inflao inercial ou inrcia inflacionria fundamenta-se na capacidade de autopropagao da inflao e na prtica generalizada da indexao na correo dos custos dos fatores e dos preos dos produtos - indefinidamente, pelos ndices da inflao passada, para que se mantenha a estrutura dos preos relativos e se recomponha a capacidade de compra das remuneraes pagas. A concepo da inflao inercial pressupe expectativas compulsivas que levam remarcao contnua de preos, indexao de contratos e a um tipo de convivncia com o processo de alta aceito e praticado por todos os agentes econmicos. Existe, ainda, a inflao administrada, onde as empresas monopolistas ou oligopolistas aumentam seus preos com objetivos de lucrarem mais. Nesse caso, os consumidores no tm outra alternativa, seno deixar de consumir os produtos fabricados por tais empresas se no quiserem pagar mais por eles. 9.4 A INFLAO NO BRASIL Uma das caractersticas histricas da economia brasileira a tendncia secular alta dos preos. No Brasil, os perodos de variao acelerada dos preos tm prevalecido sobre os de inflao moderada, sobretudo nos ltimos 5034

ECONOMIA E MERCADOS Unidade II

anos. A partir da 2 Guerra Mundial o Pas viveu pocas de inflao galopante ascendente. E na transio dos anos 80 para 90 esteve bem perto de uma hiperinflao descontrolada. De uma simples leitura das sries histricas da inflao no Brasil, pode-se observar que nos ltimos 50 anos aconteceram, pelo menos sete, perodos distintos. Eles so definidos pela magnitude das taxas de variao da oferta monetria e dos preos; pelas causas provveis do processo de alta e pela tipologia dos programas de estabilizao. Os perodos so: - 1946-58: Inflao de crdito e estrutural - 1958-63: Inflao predominantemente fiscal - 1964-67: Aplicao de controles ortodoxos - 1968-79: Inflao reprimida - 1980-85: Instalao de movimentos inerciais. - 1986-94: Fase dos choques heterodoxos. - 1994: A fundamentao e a implantao do Real.

se expandisse oferta monetria. A este fator de impulso dos preos somaram-se, tambm, as presses reivindicatrias da classe trabalhadora, fazendo com que se impulsionasse, ainda mais, o processo inflacionrio.

1964-67: Aplicao de controles ortodoxos (conforme norma) - No perodo, o processo foi o inverso ao verificado no anterior. O governo adotou rgidos mecanismos ortodoxos de controle do surto inflacionrio. Debelou o dficit fiscal. Conteve a oferta monetria. Reformaram-se o sistema financeiro e a estrutura tributria. Cada um dos fatores diagnosticados como causadores do surto inflacionrio do Perodo anterior foi objeto de controles rgidos. Com essas medidas, a inflao anual recuou: de uma taxa entre 80 e 90% para um novo patamar, prximo de 20%. 1968-79: Inflao reprimida Nessa dcada, as bases institucionais do perodo anterior foram mobilizadas para o milagre econmico. Buscou-se conciliar forte crescimento econmico com conteno do processo inflacionrio. As presses internas, de origem financeira, que pressionavam a procura agregada para cima, somaram-se as presses externas de custos, resultantes dos choques de oferta do cartel do petrleo. Tal fato ocasionou uma espiral procura-custos, passando a exercer fortes presses de alta na inflao. Neste perodo, as emisses primrias de moeda utilizadas para conter o dficit do setor pblico, multiplicadas pelo sistema de intermediao bancria, criaram uma das principais precondies para a alta inflacionria dos preos. 1980-85: Instalao de movimentos inerciais No incio da dcada de 1980, a inflao brasileira situou-se na faixa dos trs dgitos, mantendo-se em torno de 100%. J no incio de 1986, caminhava para 300%. Instalou-se na economia do pas um processo inercial de inflao, sob sustentao da correo monetria generalizada. A inflao passada reprodu 35

1946-58: Inflao de crdito e estrutural - Nesse perodo, aceleraram-se os processos de mudana estrutural do Pas, tanto no setor real (industrializao) quanto no financeiro (criao de instituies bancrias). Com isso, o efeito multiplicador da moeda escritural exerceu-se com maior impacto, ampliando o efeito inflacionrio de emisses primrias de moeda. Acentuaramse, ento, as presses do setor real sobre o setor financeiro, tanto para elevao da taxa de cmbio, quanto para abertura de novas linhas de financiamento subsidiado. O resultado desta combinao, gradualmente, promoveu a acelerao da inflao, que saiu de um patamar de 20%, ao ano, para 40%, no final deste perodo. 1958-63: Inflao predominantemente fiscal - Durante o perodo, aliados s presses por crdito pelo setor privado, somaramse as presses fiscais devido aos constantes dficits de caixa do governo, fazendo com queINEDI - Cursos Profissionalizantes

zia-se no presente, animando um movimento ascendente de alta de preos. As expectativas dos agentes econmicos levaram adoo de indexadores contratuais e a remarcaes de preos. 1986-94: Fase dos choques heterodoxos Foi um perodo marcado pelos planos econmicos heterodoxos, ou seja, da escolha de um conjunto de medidas de choque para conter o processo inflacionrio. Foram vrios planos, Plano Cruzado, Plano Bresser, Plano Vero, Planos Collor I e II, em que a inflao caia no incio mas voltava com a falta de sustentao dos planos econmicos. 1994: A fundamentao e a implantao do Real. - 1994 foi o ano chave. Primeiro ocorreu a desidexao da economia com a criao da URV Unidade de Referncia de Valor. Depois foi implantado um novo padro monetrio, o Real. Neste perodo a inflao foi controlada, quando impunhou-se uma nova disciplina emissora e a manuteno de uma rigorosa linha estratgica, dirigida para quebrar as resistncias sociais estabilidade. A estabilizao passaria a ser vista como um valor fundamental. Sistema que prevalece at os dias atuais. A inflao pode ser medida por nmeros-ndices, que so frmulas matemticas, onde abrangem as variaes dos preos dos diversos produtos que compem a cesta de consumo da populao.

c) E o Banco Central no Brasil? Cite duas de suas principais funes: _________________________________________ _________________________________________ d) Quais mercados esto ligados ao Sistema Financeiro? _________________________________________ _________________________________________ e) No Brasil convivemos h muitos anos com a chamada inflao. Mas em economia, como ela definida? _________________________________________ _________________________________________ f) Pense e escreva o que indexao e quais os males de sua prtica generalizada? _________________________________________ _________________________________________ g) O que URV e o que representou para o combate inflao no Brasil? _________________________________________ _________________________________________

a) Pense um pouco e relacione quais as funes do Sistema Financeiro Nacional: _________________________________________ _________________________________________ b) Quais as funes bsicas do Conselho Monetrio Nacional? _________________________________________ _________________________________________36

ECONOMIA E MERCADOS Unidade II

10. O SETOR EXTERNOComrcio externo o conjunto de atividades mercantis (comerciais), realizadas entre pases diferentes Muitas explicaes podem ser levantadas para explicar porque os pases comercializam entre si. Dentre essas, destacam-se a diversificao de condies de produo, a possibilidade de reduo de custos na produo de determinado bem vendido para um mercado global. Os economistas clssicos forneceram a explicao terica bsica para o comrcio internacional atravs do chamado Princpio das Vantagens Comparativas. Esse princpio sugere que cada pas deva se especializar na produo daquela mercadoria em que relativamente mais eficiente (ou que tenha um custo relativamente menor). Essa ser, portanto, a mercadoria a ser exportada. Por outro lado, esse mesmo pas dever importar aqueles bens cuja produo implicar um custo relativamente maior (cuja produo relativamente menos eficiente). Desse modo, explica-se a especializao dos pases na produo de bens diferentes, a partir da qual concretiza-se o processo de troca entre eles. A Teoria das Vantagens Comparativas foi formulada por David Ricardo em 1817. A teoria desenvolvida por Ricardo fornece uma explicao para os movimentos de mercadorias no comrcio internacional, a partir da oferta ou dos custos de produo existentes nesses pases. Logo, os pases exportaro e se especializaro na produo dos bens cujo custo for comparativamente menor em relao queles existentes, para os mesmos bens, nos demais pases exportadores. 10.1 BALANO DE PAGAMENTOS Balano de Pagamentos o registro estatstico-contbil de todas as transaes econmicas realizadas entre os residentes do Pas com os residentes dos demais pases. Desse modo, esto

registrados no balano de pagamentos, por exemplo, todas as exportaes e importaes de mercadorias do perodo considerado: os fretes, os seguros, os emprstimos obtidos no exterior, ou seja, todas as transaes com mercadorias, servios e capitais fsicos e financeiros entre o pas e o resto do mundo. O balano de pagamentos apresenta as seguintes subdivises: Balana Comercial Essa conta compreende, basicamente, o comrcio de mercadorias. Balano de Servios Registram-se todos os servios pagos e/ou recebidos pelo Brasil, tais como: fretes, seguros, lucros, juros, royalties e assistncia tcnica, viagens internacionais. Transferncias unilaterais registramse as doaes financeiras ou no interpases. Balano de Transaes Correntes representa o somatrio dos balanos - comercial, de servios e de transferncias unilaterais, resultando no saldo em conta corrente e/ou balano de transaes correntes. Movimento de Capitais ou Balano de Capitais Na conta de capital aparecem as transaes que produzem variaes no ativo e no passivo externos do Pas. Elas caracterizam a posio de devedora ou credora, perante o resto do mundo. As contrapartidas financeiras das exportaes e importaes de mercadorias e servios e as transaes financeiras puras, como aes e quota-parte do capital das empresas, ttulos de outros pases, emprstimos em moeda, investimentos e amortizaes, so registradas nesta conta etc. 10.2 TAXA DE CMBIO a medida de converso da moeda nacional em moeda de outros pases, em funo das relaes econmicas que h entre eles. Pode, tambm, ser definida como o preo da moeda estrangeira em termos da moeda nacional. Assim, 1 dlar pode custar 2,90 reais. A determinao do preo das moedas, dos diferentes pases, pode ocorrer de dois modos:37

institucionalmente, atravs da deciso das autoridades econmicas com fixao peridica das taxas (taxas fixas de cmbio); atravs do funcionamento do mercado, onde as taxas flutuam, automaticamente, em decorrncia das presses de oferta e demanda por divisas estrangeiras, ou seja, pela quantidade de moeda estrangeira no mercado (taxas flutuantes). A demanda de divisas constituda pelos importadores, que precisam delas para pagar suas compras no exterior, uma vez que a moeda nacional no aceita fora do pas e pela sada de capitais financeiros. A oferta de divisas realizada pelos exportadores, que recebem moeda estrangeira em contrapartida de suas vendas, e pela entrada de capitais financeiros internacionais. A taxa de cmbio est intimamente relacionada com os preos dos produtos exportados e importados e, conseqentemente, com o resultado da balana comercial do pas. Se a taxa de cmbio se encontrar em patamares elevados, estimular as exportaes, pois os exportadores passaro a receber mais reais pela mesma quantidade de divisas, derivadas da exportao. Em conseqncia, haver maior oferta de divisas. Do lado das importaes, a situao se inverte, pois se os preos dos produtos importados se elevam, em moeda nacional, haver um desestmulo s importaes e, conseqentemente, uma queda na demanda por divisas. Uma taxa de cmbio sobrevalorizada surte efeito contrrio tanto nas exportaes como nas importaes. H um desestmulo s exportaes e um estmulo s importaes. A moeda brasileira (o Real) pode ser comparada com vrias outras moedas, por isso temos vrias taxas de cmbio. Por exemplo, temos uma taxa de cmbio entre Real e

Dlar Americano; entre Real e Libra Inglesa; entre Real e Peso Argentino, entre Real e o Euro). 10.3 ORGANISMOS INTERNACIONAIS Os organismos internacionais foram criados no intuito de estabelecer regras e convenes que regulem as relaes monetrias e financeiras e no criem entraves ao desenvolvimento mundial. Surgiram, principalmente, em virtude das perturbaes econmicas mundiais oriundas das grandes guerras mundiais. Foram criados trs principais organismos econmicos internacionais:

Fundo Monetrio Internacional foi criado com o objetivo de evitar possveis instabilidades cambiais e garantir a estabilidade financeira, eliminando prticas discriminatrias e restritivas aos pagamentos multilaterais e de socorrer os pases, a ele associados, quando da ocorrncia de desequilbrios transitrios em seus balanos de pagamentos. Banco Mundial tambm conhecido como BIRD (Banco Internacional de Reconstruo e Desenvolvimento), foi criado com o intuito de auxiliar a reconstruo dos pases devastados pela guerra e, posteriormente, para promover o crescimento dos pases em vias de desenvolvimento. O Banco empresta a taxas reduzidas de juros a pases menos desenvolvidos, com o intuito de promover projetos, economicamente, viveis e relevantes para o desenvolvimento desses pases. Organizao Mundial do Comrcio foi criada com o objetivo bsico de buscar a reduo das restries ao comrcio internacional e a liberalizao do comrcio multilateral.38

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11. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONMICOa) No comrcio externo, o que o Princpio das Vantagens Comparativas? _________________________________________ _________________________________________ b) Relembre o que Balana de Pagamentos, escrevendo abaixo o que vem a ser: _________________________________________ _________________________________________ c) Basicamente, o que representa a Balana Comercial? _________________________________________ _________________________________________ d) Como estabelecida a taxa de cmbio no Brasil? _________________________________________ _________________________________________ 11.1 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO A Teoria do Crescimento e do Desenvolvimento Econmico discute estratgias de longo prazo, isto , quais medidas devem ser adotadas para um crescimento econmico equilibrado e auto-sustentado. Nessa Teoria, a oferta ou produo agregada desempenha um papel importante na trajetria de crescimento de longo prazo, o que no se observa na anlise de curto prazo. Crescimento e desenvolvimento econmico so dois conceitos diferentes. Crescimento econmico o crescimento contnuo da renda per capita ao longo do tempo. Desenvolvimento econmico um conceito mais qualitativo, incluindo as alteraes da composio do produto e a alocao dos recursos pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bemestar econmico e social. A economia pode se encontrar em diferentes estgios, como o de crescimento, ou de regresso/depresso econmica . Diz-se que est em regresso/depresso quando a economia est entrando em declnio no que se refere aos seus indicadores de crescimento, tanto de produo quanto de emprego. Normalmente, os pases ricos caracterizam-se pelo crescimento de sua economia e da produtividade com que so aproveitados os recursos de produo. 11.2 FONTES DE CRESCIMENTO ECONMICO O crescimento da produo e da renda decorre de variaes na quantidade e na qualidade de dois insumos bsicos: capital e mode-obra. Nesse sentido, as fontes de crescimento so as seguintes:I

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a) aumento na fora de trabalho (quantidade de mo-de-obra), derivado do crescimento demogrfico e da imigrao; b) aumento do estoque de capital ou da capacidade produtiva; c) melhoria na qualidade da mo-de-obra, atravs de programas de educao, treinamento e especializao; d) melhoria tecnolgica que aumenta a eficincia na utilizao do estoque de capital; e e) eficincia organizacional, ou seja, eficincia na forma como os insumos interagem. 11.3 INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO A avaliao do desenvolvimento feita de forma diferente da que usada para avaliar o crescimento. Para avaliao do crescimento so considerados, apenas, os nveis de produo e renda. Para avaliao do desenvolvimento so considerados outros indicadores, ou seja, outros elementos cuja presena ou ausncia serve como indicao da existncia de certas condies ambientais. Existem diferentes metodologias para avaliao do desenvolvimento. A mais importante a utilizada pela ONU(Organizao das Naes Unidas), conhecida como IDH (ndice de Desenvolvimento Humano) Em Economia, ndice significa o que fornece os indcios, os sintomas, o sinal; o que denota alguma coisa ou condio particular. Para avaliao do ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) so considerado o PIB (Produto Interno Bruto) e os ndices de emprego e analfabetismo. Em algumas metodologias so considerados outros ndices para avaliar o desenvolvimento econmico de um pas. Consideram, por exemplo, ndices que avaliem no s o analfabetismo, mas o sistema educacional, a sade pblica, os nveis de poluio,

de preservao do meio ambiente, de habitao, de pobreza, os nveis de emprego, etc. Para que haja desenvolvimento econmico uma condio essencial a aplicao de novas tecnologias para que se produza mais e possa gerar transformaes sociais que acarretem numa melhor distribuio de renda.

a) D uma outra olhada no texto e escreva qual a diferena entre crescimento e desenvolvimento econmico: ___________________________________________ ___________________________________________ b) O que vem a ser depresso econmica? ___________________________________________ ___________________________________________ c) Quais os principais insumos bsicos responsveis pelo crescimento da produo? ___________________________________________ ___________________________________________ d) Escreva o que significa cada uma das letras da sigla IDH, e para que serve: ___________________________________________ ___________________________________________

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12. POLTICAS MACROECONMICAS12.1 DEFINIES A Macroeconomia o ramo da economia que estuda os fatos ou eventos econmicos como um todo, analisando a determinao e o comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto nacionais, nvel geral de preos, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balana de pagamentos e taxa de cmbio. O governo, as grandes empresas estabelecem, forma sistemtica, as orientaes, uma srie de medidas para se alcanar determinados fins. A essa sistematizao d-se o nome de Poltica. Na administrao, no se pode permanecer no planejamento econmico de curto prazo e de considerao dos fatos ou eventos de forma isolada. H que se pensar grande, de forma global, a mdio e longo prazo. A esse tipo de planejamento d-se o nome de Poltica Macroeconmica. A Poltica Macroeconmica, possui fundamentos, metas, instrumentos de ao/ diretrizes, cronogramas. 12.2 METAS DE POLTICA MACROECONMICA As metas de uma Poltica Macroeconmica so as seguintes:

as conseqncias, como foi mencionado, anteriormente.

c) Distribuio de renda socialmente justa mesmo tendo crescimento econmico e tendo uma economia estabilizada, pode haver m distribuio de renda. O governo, via suas polticas econmicas e sociais, visa reduzir os desnveis de renda entre as pessoas e regies geogrficas. d) Crescimento econmico condio necessria para o desenvolvimento econmico de qualquer pas.12.3 INSTRUMENTOS DE POLTICA MACROECONMICA Os principais instrumentos para atingir tais objetivos so as polticas fiscal, monetria, cambial e comercial e de rendas.

a) alto nvel de emprego, onde o governo utilizando-se de seus instrumentos sempre procura proporcionar mais postos de trabalhos face o nvel de empregabilidade da economia; b) estabilidade de preos meta principal de todos os governos. Estabilidade de preos fundamental para o desenvolvimento dos demais objetivos de poltica econmica. Sem o controle da inflao, vrias podem ser

Poltica Fiscal Refere-se a todos os instrumentos que o governo dispe para a arrecadao de tributos e o controle de suas despesas. Se o objetivo da poltica econmica reduzir a taxa de inflao, as medidas fiscais normalmente utilizadas so a diminuio de gastos pblicos e/ou aumento da carga tributria, o que inibi o consumo. So instrumentos que visam diminuir os gastos da coletividade. Se o objetivo um maior crescimento e emprego, os instrumentos fiscais so os mesmos, mas em sentido inverso, para elevar a demanda agregada. Poltica Monetria Refere-se atuao do Governo sobre a quantidade de moeda e ttulos pblicos. Os principais instrumentos so: emisses de moeda; reservas compulsrias (percentual sobre os depsitos que os bancos comerciais devem colocar disposio do Banco Central);41

Open Market (compra e venda de ttulos pblicos); Redescontos (emprstimos do Banco Central aos bancos comerciais); Regulamentao sobre crdito e taxas de juros. Assim, por exemplo: se o objetivo o controle da inflao, a medida apropriada de poltica monetria seria a diminuio do estoque monetrio da economia (aumentando a taxa de reservas compulsrias, ou compra de ttulos no open market); se a meta o crescimento econmico, a medida adotada seria o aumento do estoque monetrio.

a) Existem algumas maneiras de definir o que macroeconomia. Qual a escolhida por voc? __________________________________________ __________________________________________ b) No seu entendimento, quais devem ser as principais metas de uma poltica macroeconmica? __________________________________________ __________________________________________ c) Pesquise e escreva abaixo o que poltica monetria: __________________________________________ __________________________________________

Polticas Cambial e Comercial So polticas que atuam sobre as variveis relacionadas ao setor externo da economia. A poltica cambial refere-se atuao do governo sobre a taxa de cmbio. O governo, atravs do Banco Central, pode interferir no cmbio comprando ou vendendo dlares. A poltica comercial diz respeito aos instrumentos de incentivos s exportaes e/ou estmulos e desestmulos s importaes. Poltica de Rendas refere-se interveno direta do governo na formao de renda (salrios, aluguis) atravs de controle e congelamento de preos.Normalmente, esses controles so utilizados como instrumento de combate inflao, como a fixao da poltica salarial, salrio mnimo. A poltica de preos mnimos por parte do governo um exemplo de poltica de renda. Com este tipo de poltica o governo visa dar garantias de preos ao produtor, com o propsito de proteg-lo das flutuaes dos preos do mercado.

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13. GLOBALIZAO ECONMICA13.1 O PROCESSO DE GLOBALIZAO Globalizao o processo pelo qual a vida social e cultural dos diversos pases do mundo , cada vez mais, afetada por influncias internacionais