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MODELOS DE EQUILÍBRIO DE FLUXO EM REDES Prof. Sérgio Mayerle Depto. Eng. Produção e Sistemas UFSC/CTC

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MODELOS DE EQUILÍBRIO DE FLUXO EM REDES

Prof. Sérgio Mayerle Depto. Eng. Produção e Sistemas

UFSC/CTC

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1

4

5

2

3

Definição Básica

A rede é definida por um grafo ),( ANG = , onde:

{ }nN ,...,2,1= é um conjunto de nós

{ }mA ,...,2,1= é um conjunto de arcos onde Ajiak ∈= ),( é um par ordenado de

elementos do conjunto N , isto é, Nji ∈, . Diz-se que ka é um arco com origem em i e término em j .

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Problemas de Fluxo em Redes

Definição Um Problema de Fluxo em Redes consiste em encontrar um padrão de fluxo Φ∈f , associado ao grafo ),( ANG = , que atenda as condições de conservação de fluxo, capacidade e não-negatividade. O conjunto Φ depende das características particulares de cada problema, e pode ser definido como segue:

Modelos de Tráfego

∀≥

∀=≡Φ ∑

ksrf

srqfrs

k

k rs

rs

k

,,0

,1

Modelos Econômicos

∀≤≤

∈∀=−+−≡Φ

∑∑ ∈⋅=∈⋅=

aqfq

Nidpff

aaa

iiAia aAia a

maxmin

),(),(2

0

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Problemas de Fluxo em Redes

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Problemas de Equilíbrio em Redes de Tráfego

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Fluxo de Equilíbrio

Definição – Fluxo de Equilíbrio

Um padrão de fluxo viável Φ∈f em ),( ANG = está em equilíbrio quando não existe um mecanismo atuando no sentido de modificá-lo. (Mayerle, 2006)

Definição – UE

Um fluxo em redes corresponde a solução de Equilíbrio do Usuário (UE) quando nenhum usuário consegue diminuir seu próprio tempo de viagem, através de uma mudança unilateral de rota. (Wardrop, 1952)

Definição – SUE

Um fluxo em redes corresponde a solução de Equilíbrio Estocástico do Usuário (SUE) quando nenhum usuário acredita ser possível diminuir seu próprio tempo de viagem, através de uma mudança unilateral de rota. (Daganzo e Sheffi, 1977)

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Premissas do UE

1. É conhecido mm

mttt ℜ→ℜ= :))(),...,(),(()( 21 xxxxt , um mapeamento contínuo, diferenciável e não decrescente em relação às componentes do vetor de

fluxo dos arcos, denotado por ),...,,( 21 mxxx=x , onde ℜ→ℜm

at :)(x é a função do tempo de viagem do arco a .

2. )(xt

x∇ , o Jacobiano de )(xt em relação a ),...,,( 21 mxxx=x , é uma matriz simétrica e semidefinida positiva.

3. São conhecidas as demandas Nsrqrs ∈∀ ,, para todo par ),( sr da matriz O/D.

4. Cada usuário conhece estes tempos e é capaz de determinar e escolher, com base

neles, qual o caminho mais curto a ser tomado, dado o fluxo produzido pelos demais usuários da rede.

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Algumas Funções Empíricas

BPR – U. S. Bureau of Public Roads (1964)

AaC

xtxt

a

ao

aaa ∈∀

′+= ,1)(

β

α

Davidson (1966)

AaxC

xtxt

aa

ao

aaa ∈∀

−+= ,1)( γ

Onde: ax fluxo do arco Aa ∈

o

at tempo de viagem com fluxo livre do arco Aa ∈

γβα ,, parâmetros das funções, ajustados com base em dados

aa CC ,′ capacidade prática e teórica do arco Aa ∈

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Formulação de Modelos de NLP

1. Sem interação entre arcos

Min ∑∫∈

=Aa

x

a dwwtza

0

)()(x (1.a)

s.a: Aafxksr

rs

ka

rs

ka ∈∀= ∑,,

,δ (1.b)

1)( Φ∈= rs

kff (1.c)

2. Com interação em vias de mão-dupla

Min ∑ ∫∫∈

+=

Aa

x

a

x

aa dwwtdwxwtzaa

00

)0,(),(2

1)(x (2.a)

s.a: (1.b) e (1.c)

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Condição de Equivalência

Modelo Lagrangeano Equivalente ao problema (1.a) – (1.c) com respeito às restrições de conservação de fluxo:

Min ∑ ∑

−+=

rs k

rs

krsrs fquzL ))((),( fxuf

s.a: Aafxksr

rs

ka

rs

ka ∈∀= ∑,,

ksrfrs

k ,,0 ∀≥ Aplicando as condições de primeira ordem de KKT para este problema

0),( =∂

∂ufL

ff

rs

k

rs

k e ksrLf

rs

k

,,0),( ∀≥∂

∂uf

srLurs

,0),( ∀=∂

∂uf

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Obtém-se:

ksrucf rs

rs

k

rs

k ,,0)( ∀=−

ksruc rs

rs

k ,,0 ∀≥−

srqf rs

k

rs

k ,∀=∑

ksrfrs

k ,,0 ∀≥ Portando, na solução ótima do problema (1.a) – (1.c), f satisfaz 1Φ e existindo fluxo no

k -ésimo caminho que conecta o par ),( sr da matriz O/D então rs

rs

k uc = . Se não existe

fluxo no k -ésimo caminho que conecta o par ),( sr da matriz O/D, então rs

rs

k uc ≥ . Assim, na solução ótima do problema (1.a)–(1.c) não haverá incentivo para que usuários troquem de rota e o fluxo estará em equilíbrio. (Wardrop, 1952)

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Condições de Unicidade da Solução

1. 1Φ é um conjunto compacto e não vazio

2. ))((2

fxz∇ é semidefinida positiva ⇒ ))(( fxz é uma função convexa 3. As duas condições acima garantem a existência de um único mínimo global 4. Se existe um único mínimo global então o ponto de equilíbrio é único

Observação:

As condições de KKT também se aplicam ao problema com interação em vias de mão-dupla, que também tem solução única e, consequentemente, um único ponto de equlíbrio.

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Extensões de Super-redes

Demanda Elástica

)()(1

rsrsrsrsrsrs qDuuDq−=→= ou

)()(1

rsrsrsrsrsrs eWeqDu =−= − A demanda associada a um par O/D ),( sr é função do tempo de viagem mínimo entre o nó de origem r e o nó de destino s.

rs rs rs

rs

rs

rs rs rs

rs

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Extensões de Super-redes

Escolha entre Modais Independentes

sruqq

qu

eq

qrs

rsrs

rsrsuu

rs

rs

rsrs,ˆ

ˆ

ˆln

1

1

1ˆ)ˆ(

∀+−

=→+

=− θθ

O particionamento da demanda entre os diversos modais de transporte obedece a uma função distribuição de probabilidade logit multinomial.

rs

rsrs

rsrsrs u

qq

qqt ˆ

ˆ

ˆln

1)ˆ(ˆ +

−=

θ

rsq̂

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Método de “Frank-Wolfe” (1956)

Algoritmo P0. Inicialização. Faça uma alocação tudo-ou-nada baseada em att aa ∀= ),0( ,

gerando }{1

ax . Faça 1:=k .

P1. Atualização. Faça axttk

aa

k

a ∀= ),(: .

P2. Obtenção da direção. Faça uma alocação tudo-ou-nada baseada em }{k

at ,

gerando o padrão de fluxo auxiliar }{k

ay .

P3. Busca em linha. Encontre kα que resolve: dwwtka

ka

ka xyx

a∫−+

≤≤

)(

010 )(min

α

α

P4. Movimento. Faça axyxxk

a

k

ak

k

a

k

a ∀−+=+),(:

1 α .

P5. Teste de Convergência. Se ε≤−+ kkxx

1 , pare. Em caso contrário faça

1: += kk e volte para P1.

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Formulação VI

Teorema (adaptado de Nagurney, 1999)

Um padrão de fluxo 1

* Φ∈f , sobre caminhos de ),( ANG = , é solução do UE

se e somente se *f satisfaz o seguinte problema de VI:

1

**0),( Φ∈∀≥− ffffc

Algortimo de Projeção

P1. Obtenha 0f . Faça 0:=k .

P2. Calcule ))((:1

1 k

k

kkP fcff α−= Φ

+

P3. Se ε>−+ kkff

1 , faça 1: += kk volte para P2.

P4. Apresente 1+kf

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Exemplo

3

2424 3 xt +=

3

1212 4 xt +=

3

1313 5,02 xt +=

3

3434 5,06 xt +=

3

3232 25,0 xt +=

10ˆ =u

20,1

50,1

00,2

12

14

=

=

=

θ

q

q

Fluxo de Caminhos: →14

1f ��� →14

2f ���� →14

3f ��� →12

1f �� →12

2f ��� →14q̂ ��

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Formulação (dados)

Fluxos e tempos de viagem nos arcos da rede

14

2

14

124

14

334

12

2

14

232

12

2

14

3

14

213

12

1

14

112

ffx

fx

ffx

fffx

ffx

+=

=

+=

++=

+=

3

242424

3

343434

3

323232

3

131313

3

121212

3)(

5,06)(

25,0)(

5,02)(

4)(

xxt

xxt

xxt

xxt

xxt

+=

+=

+=

+=

+=

3213

12

2

12

12

1

3413

14

3

243213

14

2

2412

14

1

ttc

tc

ttc

tttc

ttc

+=

=

+=

++=

+=

14q̂ 10ˆ2

ˆln

2,1

1)ˆ(ˆ

14

1414 +

−=

q

qqt

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Formulação

=+

=+++

≡Φ

0,,,,,ˆ

5,1

12

2

12

1

14

3

14

2

14

114

12

2

12

1

14

3

14

2

14

114

1

fffffq

ff

fffq

=

14

12

2

12

1

14

3

14

2

14

1

ˆ

)(

t

c

c

c

c

c

fc

=

14

12

2

12

1

14

3

14

2

14

1

f

f

f

f

f

f

Encontrar 1

***,0),(| Φ∈∀≥− ffffcf .

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Cálculos

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Solução

381,0394,0

381,01

1

394,0000,2

787,0ˆ

1

)ˆ(

14

14

)ˆ(

14

14

=+

==

+=

rsrs

rsrs

uu

uu

e

q

q

eq

q

θ

θ

CONVERGÊNCIA

-

0,500

1,000

1,500

2,000

2,500

0 5 10 15 20

Iteração

Flu

xo

Arco 1-2

Arco 1-3

Arco 3-2

Arco 3-4

Arco 2-4

Ferrovia

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Solução

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Conclusão...

F I M