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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ VANDRESSA DAUER, DAVI PATRICIO Trabalho de Iniciação Científica A IMPORTÂNCIA DO PORTO CONCENTRADOR DE CARGAS PARA A ATIVIDADE PORTUÁRIA BRASILEIRA ITAJAÍ 2014

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ VANDRESSA DAUER, DAVI PATRICIO

Trabalho de Iniciação Científica A IMPORTÂNCIA DO PORTO

CONCENTRADOR DE CARGAS PARA A ATIVIDADE PORTUÁRIA BRASILEIRA

ITAJAÍ 2014

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VANDRESSA DAUER, DAVI PATRICIO

Trabalho de Iniciação Científica A IMPORTÂNCIA DO PORTO

CONCENTRADOR DE CARGAS PARA A ATIVIDADE PORTUÁRIA BRASILEIRA

Trabalhode Iniciação Científica desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientador: Leonardo SpecorteRussi

ITAJAÍ 2014

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Agradecemos nossos familiares, por todo apoio, e nosso orientador, Prof.

Leonardo SpecorteRussi, por toda atenção durante as orientações necessárias prara elaboração e

conclusão deste trabalho

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“Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos

para o sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável determinação conseguiremos

superá-los. Independentemente das circunstâncias devemos ser

sempre humildes, recatados e despidos de orgulho”

(Dalai Lama)

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário Davi Jairo Patricio, VandressaFelerDauer b) Área de estágio Logística Internacional c) Orientador de conteúdo Prof. Leonardo SpecorteRussi d) Responsável pelo Estágio Profª. Msc. Natalí Nascimento

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RESUMO

O comércio mundial vem crescendo constantemente, destacando a

necessidade de cada vez mais a utilização de grandes embarcações, que resultam

na redução de portos a serem utilizados. Nesse contexto, é necessário que os portos

estejam com sua infraestrutura adequada para operar com navios maiores. O

presente trabalho tem como objetivo geral demonstrar a importância do porto

concentrador de cargas para o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro e

como objetivos específicos apresentar o conceito de porto concentrador, determinar

os requisitos para caracterização desse modelo portuário e apresentar um

comparativo entre os portos brasileiros que têm capacidade de ser um hub. Para

tanto, será utilizado o método qualitativo com análise da abordagem de diferentes

autores sobre o tema.

Palavras-chaves: Porto concentrador. Portos brasileiros. Infraestrutura portuária

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7 1.1 Objetivo geral ................................................................................................... 7 1.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 8 1.3 Justificativa da realização do estudo ................................................................ 8 1.4 Aspectos metodológicos ................................................................................... 8

1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados ......................................................... 10

2 Evolução dos Portos e do Comércio Exterior Brasileiro .............................. 11

2.1 Principais parceiros comerciais do Brasil ....................................................... 18 2.2 Infraestrutura e modernização dos portos no Brasil ....................................... 18 2.3 Desempenho do Complexo Portuário Brasileiro em 2013 .............................. 23 2.4 Estrutura dos Portos Brasileiros ..................................................................... 25 3 Transporte Marítimo: Historico e evolução dos navios ................................ 40

3.1 Container ........................................................................................................ 43 4 Hub Ports .......................................................................................................... 48

4.1 Conceitos de Hub Port .................................................................................... 50 4.2 Tipos de Hub Ports. ........................................................................................ 51

4.3 Exemplos Mundias ......................................................................................... 52 4.4 Requisitos para caracterização desse modelo portuário. ............................... 55

4.5 Possiveis portos concentradores no Brasil: .................................................... 58 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 59

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 64 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ...................................................................... 69

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1 INTRODUÇÃO

Os portos são elementos de suma importância para a economia de um país,

pois são as principais portas de entrada e saída do comércio exterior.

No mundo atual um comércio rápido e flexível é de extrema importância para

o real desenvolvimento nacional. A nova realidade do transporte marítimo

internacional, com navios que apresentam grande economia de escala, vem

exigindo uma adequação na forma de operar e da infraestrutura dos portos. Este

fato se deve à crescente evolução da tecnologia e principalmente à necessidade

cada vez maior por redução de custos. O transporte é um dos principais

componentes logísticos e é o que mais contribui com esses custos.

Na atual situação, o Brasil tem a necessidade de ter um porto concentrador

de cargas, onde as grandes companhias de navegação possam atracar suas

embarcações cada vez maiores na busca de serem mais ágeis, diminuir seus

custos, diminuir seu tempo de percurso e de operação, criar novas rotas de

navegação e aumentar seus ganhos em economia de escala.

As vantagens de implantação de um Hub Ports, além de ser uma necessidade

que se afirma no contexto da navegação e do comércio internacional, são

particularmente mais importantes para as características geoeconômicas do Brasil.

Evidentemente, os governos e administrações portuárias procuram de todas as

formas caracterizarem e atrair para seus portos essa função, o que é compreensível,

dados os benefícios econômicos e sociais que advirão.

O Brasil é um país com potencial para um grande fluxo de produtos entre

suas regiões extremas. Este intercâmbio de produtos a médias e longas distâncias

caracteriza a utilização de modais com maior economia de escala como o

aquaviário. Porém, não é isso que se observa no Brasil, onde existe um grande

predomínio de modalidade rodoviária em sua matriz de transporte, em especial para

o fluxo de carga geral. Este fato se traduz numa significativa influência no custo do

produto final, tornando-o mais caro e onerando o consumidor, afetando de forma

negativa e importante o comércio exterior.

Diante deste cenário, o objetivo fundamental deste trabalho é apresentar a

importância do porto concentrador de cargas para a atividade portuária brasileira.

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1.1 Objetivo geral

Demonstrar a importância do porto concentrador de cargas para o

desenvolvimento do comércio exterior brasileiro.

1.2 Objetivos específicos

Apresentar o conceito de porto concentrador.

Determinar os requisitos para caracterização desse modelo portuário.

Apresentar um comparativo entre portos brasileiros que têm capacidade

para ser um hub ports.

1.3 Justificativada realização do estudo

O comércio mundial com uso mais intenso de grandes embarcações

apresenta como consequência a redução de portos a serem utilizados. O porto

concentrador de cargas permite que os grandes navios sejam operados numa única

escala, aumentando assim a economia de escala. Com o aumento do tamanho dos

navios, aumenta a quantidade de contêineres transportados, diminuindo o custo

unitário através de uma maior fragmentação dos custos fixos. Com a concentração

das rotas e a redução do número de escalas, o navio fica mais tempo navegando e

menos tempo em operação nos portos.

Mas os problemas de transportes no Brasil sempre foram e continuam sendo

os poucos recursos para investimentos em infraestrutura.

Para a universidade este tema vem agregar valor para informações mais

abrangentes sobre organizações portuárias e desenvolvimento de infraestrutura

portuária sendo que terá relevância uma vez que se torna acessível para estudos

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fora do universo acadêmico contribuindo assim para o enriquecimento do curso de

comércio exterior.

Para os acadêmicos será importante o desenvolvimento do trabalho, pois vem

a proporcionar novos aprendizados para vida profissional e pessoal, bem como para

as empresas que estão envolvidas com o comércio exterior.

Para a comunidade, será importante para mostrar esta nova tendência

mundial para que haja uma postura de adaptação profissional para este novo

segmento, além de conhecerem as vantagens geradas através da implantação de

um porto concentrador de cargas no Brasil.

A viabilidade deste trabalho será possível por fontes de pesquisa relacionadas

a livros, reportagens, sites e artigos.

1.4 Aspectos metodológicos

Para o desenvolvimento do trabalho de iniciação científica será utilizado o

método qualitativo. “A abordagem qualitativa permite estudar o que diferentes

autores e especialistas escrevem sobre o assunto, para que se tenha um amplo

entendimento sobre o tema da pesquisa e assim se possa ter um parecer

conclusivo” (OLIVEIRA, 1999).

“A análise qualitativa dos dados, geralmente dá-se ao longo de toda a

investigação, por meio de teorizações progressivas, em um processo interativo com

a coleta de dados” (GRESSLER, 2004, p. 95).

A pesquisa quanto aos meios, será bibliográfica. Segundo Salvador (1982, p.

11), “A pesquisa bibliográfica pode ser realizada concomitantemente para recolher

informações prévias acerca do problema, das hipóteses, dos métodos e etc.”

Com relação aos fins, a pesquisa será descritiva. “Tem como objetivo a

identificação, registro e análise das características, fatores ou variáveis que se

relacionam com o fenômeno ou processo.” (OLIVEIRA NETTO, 2008, p. 29).

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1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados

A coleta de dados deste trabalho será realizada através da pesquisa em

materiais como livros, artigos científicos e outras fontes de informação.

Os dados serão analisados e apresentados na forma de textos.

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2 Evolução dos Portos e do Comércio Exterior Brasileiro

Neste capítulo destaca-se um histórico sobre a evolução dos Portos e do

Comércio Exterior Brasileiro desde 1.500 até os dias atuais, com ênfase na

apresentação de dados da Balança Comercial brasileira atual a fim de reforçar a

importância da evolução contínua dos portos e comércio exterior brasileiro para

atender esta crescente demanda.

Tudo deu início a partir do período em que os portugueses chegaram ao

Brasil em 1.500, através das caravelas.

Os primeiros capítulos da história do Brasil começaram a ser escritos a partir destes embriões de futuros portos e cidades, onde navegantes podiam lançar âncoras e abastecer com segurança seus navios com água. Além de carregar as embarcações de produtos tropicais já bastante cobiçados no mercado internacional como pau-brasil e açúcar. (Caldas, Sergio Tulio, 2012, p. 12).

A enorme área litorânea e as riquezas naturais que o Brasil proporcionava

chamou muito a atenção de vários estrangeiros desbravadores de novas terras, o

que influenciou diretamente na diversidade da cultura brasileira atualmente.

Voltando ao aspecto da evolução dos portos e do comércio exterior brasileiro,

esse grande interesse de estrangeiros também foi fundamental para o

desenvolvimento portuário e do comércio exterior brasileiro no qual se destaca um

breve histórico abaixo.

Segundo Sérgio Túlio Caldas (2012), na região da Baia de todos os santos,

em Salvador, por conta do bom trabalho em estaleiros de manutenção, consertos e

fabricação de embarcações para cabotagem, foi criado em 1549 o primeiro porto

oficial da colônia, após Tomé de Souza ser nomeado governador-geral do Brasil.

Em 1616, logo após expulsarem os franceses que haviam conquistado o

Maranhão e erguerem um ancoradouro e um forte chamado São Luiz (em1612), os

portugueses entram pelos rios da Amazônia e fundam o embrião do porto de Belém.

Pouco mais de uma década depois, em 1630 foi a vez dos holandeses

conquistarem Pernambuco e o porto de Recife, onde contribuíram com o

embelezamento da cidade com suas obras trazidas de artistas. Mas assim como os

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franceses, também foram expulsos pelos portugueses que já haviam colonizado o

Brasil.

Neste século XVII, no cenário do Comércio exterior brasileiro destaca-se a

substituição do Pau-Brasil para a produção açucareira, o que tornou o Brasil na

época como um dos grandes produtores no mercado mundial. De acordo com

(LACERDA ET AL 2006, p.17):

O açúcarconstituía um produto nobre da exportação por seu destaque no plano internacional. Até o século XVII, a produção cabocla era líder no mercado mundial, só vindo a perder este lugar quando entraram no cenário americano as produções concorrentes, realizadas na América Central e nas Antilhas.

Posteriormente, houve a necessidade de exploração de novos produtos,

como ouro e minérios, e este aumento de desbravamento de novos produtos foi se

aprofundando no decorrer dos anos, com o aproveitamento principalmente das

riquezas naturais diversas em cada parte da Colônia.

Conforme o autor Lacerda et al (2006, p. 18), após o período de corrida ao

ouro o Brasil iniciou a produção de café, em meados do século XVIII no Pará e

devido às condições climáticas espalhou-se rapidamente para os demais estados.

Desta forma o país acabou atraindo muitos investidores estrangeiros, tornando-se

desta forma o principal fornecedor de café para o mundo, representando 74% no

auge da sua produção.

Sérgio Túlio Caldas (2012, p.13) afirma que em 1763, por conta

principalmente do escoamento do ouro e minérios de Minas Gerais, a capital da

colônia passa a ser o Rio de Janeiro, e o porto de Fluminense torna a ser o principal

da colônia.

Os portugueses, visando à expansão do território brasileiro, especificamente a

região sul, fazem uma Expedição de Laguna/SC, na Lagoa dos Patos e estabelecem

um porto – o futuro complexo portuário do Rio Grande. Conforme Sérgio Túlio

Caldas (2012, p.13), este mesmo porto (…) que protagonizou episódios de conflitos

armados e ambições comerciais no Prata, hoje se destaca como um dos principais

centros portuários do MERCOSUL”.

Estes antigos atracadouros fundados na colonização foram o ponto inicial

para o desenvolvimento do complexo portuário brasileiro, estrategicamente desde

aquela época. A formação e o desenvolvimento das cidades brasileiras cresceram a

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partir do desenvolvimento do cais, esta é mais uma prova da importância de uma

atividade portuária para um país.

Segundo Llovera, “as cidades portuárias possuem, nas atividades de seu

Porto, um dos elementos básicos do seu desenvolvimento econômico. Assim tem

sido historicamente, e assim pode continuar a ser no futuro, se a cidade e o seu

porto souberem assumir as novas funções e as novas dinâmicas que a globalização

econômica, a nova localização da produção, a integração econômica no nível

continental, a organização dos transportes e a logística apresentam na atualidade”.

(SILVA & COCCO, 1999: P. 210).

Já em 1808, mais especificamente em 28 de janeiro, ocorre o marco principal

da história portuária brasileira que foi a assinatura da Carta Régia de Abertura dos

Portos por D. João VI, que não foi só o marco principal pela abertura para inclusão

do Brasil no comércio mundial, como também serviu de base para o futuro processo

de independência frente à coroa portuguesa (anos após, em 1822). Para melhor

ilustração destaca-se um trecho da mesma:

{[...].} “Conde da Ponte do meu Conselho, Governador General da Capitania da Bahia, amigo, Eu o Príncipe Regente Vos envio muito Saudar como aquele que Amo. (...) Primo, que sejam admissíveis nas Alfandegas do Brazil, todos, e quaesquerGeneros, Fazendas, e mercadorias transportadas, ou em Navios Estrangeiros das Potencias, que se conservão em Paz e Harmonia com a Minha Real Corôa, ou em Navios dos Meos Vassalos, pagando por entrada vinte e quatro por cento, a sabe: Vinte de Direitos grossos, e quatro de Donativo já estabelecido, regulando-se a cobrança destes Direitos, pelas Pautas ou Aforamentos, por que athe o presente se regulam cada uma das duas Alfândegas, ficando os Vinhos, Agoas ardentes, e Azeites doces, que se denominão Molhados pagando o dobre dos Direitos, que athe agora, nellassatisfazião. Secundo: Que não só os Meos Vassalos, mas também os sobre ditos Estrageirospossão exportar para os Portos que bem lhes parecer a benefício do Comercio, e Agricultura, que tanto desejo promover, todos, e quaesquer Gêneros, e Produções Coloniais, a excepção do Pau Brazil, ou outros notoriamente estancados, pagando por sahida os mesmos Direitos já estabelecidos nas respectivas Capitanias ficando, entretanto como em suspenso, e sem vigor todas as leis, Cartas Régias, ou outras Ordens que athe aqui prohibião neste Estado do Brazil o recíproco Comercio, e Navegação, entre os Meos Vassalos, e Estrangeiros. O que tudo fareis executar com o Zello, e actividade que de voz espero Escrita na Bahia aos vinte oito de janeiro de 1808.” (COUTO, Jorge; VIANA, Francisco; COELHO FILHO, Luiz Walter, Abertura dos Portos - 200 Anos, 2008).

Esta importante Carta Régia, também foi a responsável por incluir legalmente

o Brasil no Comércio Exterior mundial.

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LABATUT (1994, P. 173) diz que:

Até 1808, o Brasil não teve comércio exterior legal independente devido à situação de colônia portuguesa, e a lei da época determinava que qualquer mercadoria com destino ao Brasil ou dele procedente só poderia ser efetuado através de Lisboa. O comércio exterior brasileiro pertencia monopolisticamente à Coroa Portuguesa. Entretanto, a costa brasileira era muito grande e propiciou o comércio ilegal em forma de contrabando. O exemplo mais significativo foi o contrabando do pau-brasil da Bahia para a França.

Em 1864, após a independência do Brasil, a evolução portuária continua, com

o mais importante confronto militar da América do Sul, a chamada guerra do

Paraguai, onde a zona portuária de Porto Alegre tornou-se estratégica paraabrigar

soldados. Após o ocorrido seguiu com melhorias e novos estaleiros.

A grande importância do hoje considerado o maior porto da América Latina, e

principal porta de comunicação marítima do Brasil, iniciaram em 1892, onde o navio

Nashmith atracou no cais, e tornou o porto de Santos o primeiro porto organizado do

Brasil. Porto este que em 1901, tornou-se salubre e capaz de receber navios de todo

o mundo, fazendo com que o movimento se expandisse significativamente,

recebendo grande parte dos bens e produtos necessários ao país.

Esta modernização expandiu-se anos depois, ondeatravés de novas obras,

em 1910, o porto do Rio de Janeiro também se tornou um porto organizado, seguido

do porto de Salvador dois anos depois. E em 1915 foi a vez do novo porto do Rio

Grande, com a chegada do navio-escola Benjamin Constant, consolidando as obras

de modernização.

Após este período de muita evolução do comércio exterior e dos portos

brasileiros, uma crise mundial em 1929 afetou diretamente o comércio exterior

brasileiro, especificamente de um importante setor produtivo do Brasil na época, o

café. Para o autor (STOLCKE, 1986, p.95):

O desastre de 1929 foi de várias maneiras, interpretando como o início de um processo lento, mas contínuo, declínio econômico e político da burguesia cafeeira. Argumenta-se que a quebra abrupta dos preços deu o golpe mortal nos latifúndios de café, e que nos anos 30 deu-se a vasta fragmentação de grandes propriedades cafeeiras, quando a economia se tornou mais diversificada e os cultivos se modificaram.

Em 1930, o Brasil foi atingido por uma recessão mundial, que resultou num

ponto importante para o desenvolvimento da industrialização, houve a necessidade

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de um foco maior na produção nacional em substituição aos produtos importados,

fortalecendo assim o país na produção interna, dependendo menos do mercado

externo.

Segundo LACERDA Et Al. (2006, p.77), “o conceito de substituição de

importações, além de significar o início da produção interna (…) aumenta a

importação de bens de capital intermediários necessários para esta produção.”.

A operação de contêineres por sua vez, teve início no ano de 1965 no Brasil,

no porto de Santos. E 16 anos depois com a inauguração do terminal especializado

para atender esta demanda de contêineres, colocou o Brasil no cenário desta nova

ordem econômica marítima. Outros portos passaram a seguir esse novo modelo e

aos poucos também foram se modernizando com instalações para receber

contêineres.

Esta evolução foi fundamental para a criação da Empresa de Portos do Brasil

S.A (PORTOBRÁS) em 1975, estatal que centralizou as atividades portuárias. O

Brasil também teve que acompanhar a constante evolução mundial tendo que

adquirir guindastes cada vez maiores, adaptar o porto para receber maiores navios

porta-contêineres e pátios para armazená-los.

Além de na década de 1980, nos portos de Paranaguá/PR e Santos/SP, por

conta principalmente da necessidade de atender o embarque de soja, teve que

construir terminais graneleiros.

Por conta da grande disponibilidade de crédito nesta década, o Brasil acabou

utilizando deste crédito para um plano de investimento e acabou se endividando por

conta das altas taxas de juros.

Após o inicio do governo Collor, em 1990, aprofundou-se as mudanças no

regime deimportação do país, com destaque para a eliminação das restrições não

tarifárias, amanutenção da redução gradual das alíquotas de importação.

Além da abertura dos Portos e do Brasil no cenário do comércio exterior

mundial, pode-se considerar que o século XX foi um dos mais importantes na

evolução do Comércio Exterior brasileiro de representação mundial.

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Conforme destaca Samir Keedi (2010, p.28), considerando percentual e

valores de exportação:

“O comércio exterior brasileiro apresenta, desde 1950, considerando o fechamento de cada década, os seguintes valores de exportação em dólares norte-americanos e representatividade mundial: 1950 = 1,4 bilhão com 2,37%; 1960 = 1,3 bilhão com 1,11%; 1970 = 2,7 bilhões com 0,91%; 1980 = 23,0 bilhões com 1.18%; 1990 = 20,7 bilhões com 0,61%; e 2000 = 56 bilhões com 0,89%.”

Percebe-se o aumento em valores (com exceção de 1960 que teve uma

queda), porém a participação brasileira no Comércio Exterior mundial foi reduzida

gradativamente ao longo dos anos.

Já na Importação, Samir Keedi (2010, p. 28) destaca:

“Considerando também o fechamento de cada década, desde 1950, são os seguintes valores de importação em dólares norte-americanos e representatividade mundial: 1950 = 0,9 bilhão com 1,57%; 1960 = 1,3 bilhão com 1,11%; 1970 = 2,5 bilhões com 0,83%; 1980 = 20,1 bilhões com 1.04%; 1990 = 31,4 bilhões com 0,93%; e 2000 = 55 bilhões com 0,88%.

Também se percebe aumento em valores (com exceção de 1990 que teve

uma queda), porém a participação brasileira no Comércio Exterior mundial também

foi reduzida gradativamente ao longo dos anos.

Porém, Samir Keedi (2010, p. 28), também cita que esta baixa participação

em relação ao PIB no mundo, apresenta como uma grande oportunidade de

crescimento, visto que tudo está por ser feito no Brasil, como o aumento de emprego

e o aumento da atividade do comercio exterior.

No século XXI, os efeitos com a redução gradual das alíquotas de importação

após o início do governo Collor, mesmo com novo governo, continuaram em

declínio. E as exportações também aumentaram significativamente, conforme se

observa na tabela 1, retirada do site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior (MDIC):

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Tabela 1 – Balança Comercial Brasileira (set/1996-ago/2013)

FONTE: MDIC(2013)

De acordo com a Tabela 1, percebe-se a grande evolução a cada ano tanto

nas exportações quanto nas importações, com pequenas oscilações negativas nas

exportações nos períodos de 1998/1999, 2001/2002, 2008/2009 e 2012/2013.

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Já nas importações a oscilação negativa percentual se deu nos períodos de

98/99, 2001/2002, 2008/2009, 2012/2013.

Mas é notável a grande evolução em valores de 1994 até 2013, destacando

cada vez mais o Brasil no Comércio Exterior.

2.1 Principais parceiros comerciais do Brasil

Na atualidade, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior (MDIC), em 2013, o principal parceiro comercial do Brasil é a

China, com corrente de comércio de US$ 48,030 bilhões nos primeiros sete meses

do ano e participação de 17,44% nas transações comerciais. Em seguida,

aparecem: Estados Unidos (US$ 34,220 bilhões; 12,42%), Argentina (US$ 21,470

bilhões; 7,79%), Alemanha (12,313 bilhões; 4,47%) e Países Baixos – Holanda (US$

10,328 bilhões; 3,75%).

No ano, os países para os quais o Brasil mais exporta são: China (US$

27,048 bilhões; 20%), Estados Unidos (US$ 13,693 bilhões; 10,13%), Argentina

(US$ 11,187 bilhões; 8,27%), Países Baixos – Holanda (US$ 8,803 bilhões; 6,51%)

e Japão (US$ 4,523 bilhões; 3,34%). (MDIC, 2013).

As principais origens que venderam produtos ao Brasil de janeiro a julho

deste ano são: China (US$ 20,981 bilhões; 14,96%), Estados Unidos (US$ 20,526

bilhões; 14,64%), Argentina (US$ 10,283 bilhões; 7,33%), Alemanha (US$ 8,715

bilhões; 6,22%) e Nigéria (US$ 5,861 bilhões; 4,18%). (MDIC, 2013).

2.2 Infraestrutura e modernização dos portos no Brasil

Através do desembarque de mercadorias de diferentes procedências e o

embarque de produtos nacionais para o mundo, o Brasil passou a manter relações

internacionais, competindo de forma ativa com países de economia mais forte,

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sendo assim, os portos brasileiros tornaram-se um dos melhores mecanismos

estratégicos para o desenvolvimento econômico do país.

Conforme publicado pelo ministério dos transportes (2013), um porto marítimo

é uma área protegida localizada na beira do mar/oceano/lago destinada ao

atracamento de embarcações. No porto, além da finalidade de local de atracamento,

são realizadas operações de carga, descarga, transporte e armazenagem de

mercadorias.

O Brasil possui um setor portuário que movimenta anualmente cerca de 700

milhões de toneladas das mais diversas mercadorias, e é composto por 34 portos

públicos, entre marítimos e fluviais, sendo que 16 deles são delegados, concedidos

ou tem sua operação autorizada à administração por parte dos governos estaduais e

municipais. Ainda existem 42 terminais de uso privativo e três complexos portuários

que operam sob concessão à iniciativa privada.

Até 1990, o sistema portuário era formado por portos administrados

diretamente pela Portobras, por companhias Docas subsidiárias e por

consessionários privados e estaduais. Com base na Lei 8.029, de abril de 1990, o

poder Executivo foi autorizado a dissolver as entidades da Administração Pública

Federal. Extinguiu-se, então, a Portobras e iniciou-se o processo de reforma

institucional. (MARQUETTI, 2006).

Os 34 portos públicos estão sob gestão da Secretaria de Portos da

Presidência da República (SEP/PR), que é responsável pela formulação de políticas

e pela execução de medidas, programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da

infraestrutura dos portos marítimos.

A Secretaria Especial de Portos da Presidência da República foi instituída

pela Lei n. 11.518, de 5 de setembro de 2007, objetivando priorizar as ações

necessárias para maior eficiência na formulação de políticas e diretrizes para o

desenvolvimento do setor de portos marítimos e promover a execução e a avaliação

de medidas, programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infra-estrutura

portuária marítima e dos portos outorgados às companhias docas, visando colocar

os portos brasileiros no mesmo patamar dos portos mais modernos e eficientes do

planeta. (SOUZA JUNIOR, 2008).

Os portos fluviais e lacustres são de competência do ministério dos

transportes. Destaca-se no quadro 1 os portos do Brasil em atividade:

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Quadro 1 – Brasil – Portos brasileiros em atividade:

FONTE: PORTO SEM PAPEL (2014)

Dentre as principais características do transporte marítimo de carga no Brasil,

segundo MT, estão: grande capacidade de carga, transporte de cargas de grandes

tamanhos, baixo custo de transporte para grandes distâncias, transporte de diversos

tipos de cargas, flexibilidade superior ao transporte hidroviário, transporte lento, e

necessidade de portos/alfândegas.

Após 200 anos da abertura dos portos brasileiros às nações amigas,

empreendida por dom João VI, ainda observa-se limitações e deficiências que

comprometem diretamente o desenvolvimento comercial e econômico do país.

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Dentre os principais problemas enfrentados pelo setor portuário brasileiro,

tem-se ainda o volume de cargas, a burocracia, as greves, a competitividade, o

preço elevado dos combustíveis, problemas de infraestrutura e altos custos dos

terminais nos principais portos do país.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Terminais

Portuários, WilenManteli “O Brasil sofre com a competitividade entre outros países

devido à burocracia que atrapalha os investimentos.”.

O debate sobre a importância e a eficiência dos portos não é recente. Há

alguns anos a falta dos acessos rodoviários e ferroviários tem sido frequente, bem

como a falta de dragagem. Os navios de maior calado se veem impedidos de atracar

ou não conseguem utilizar totalmente sua capacidade de carga, e

consequentemente, os custos finais de fretes marítimos aumentam, reduzindo a

competitividade dos produtos brasileiros destinados ao mercado externo, o que torna

os portos nacionais mais caros e ineficientes do que os de países desenvolvidos e

emergentes.

A implantação de infraestrutura portuária segue um ritual de planejamento

estratégico e agregação tecnológica, na qual abrange instalações de atracação,

dragagens, instalações de armazenagem, vias de acessos terrestres e marítimos,

entre outras.

A modernização do setor portuário constitui, desde a abertura da economia no

final dos anos de 1980, um dos maiores desafios para inserção competitiva do Brasil

nos fluxos do comércio internacional. Afirma SILVA & COCCO, (1999, p.7).

As mudanças que ocorreram em toda a economia, principalmente a partir da

globalização, trouxeram para o setor portuário um novo conceito de qualidade e

padronização para os serviços prestados ao consumidor.

Para autores como SILVA & COCCO, 1999, p.7).

Atualmente os portos públicos brasileiros são instalações com um perfil inadequado para o atual padrão de atividade portuária mundial, que é de consumo elevado de capital e meio ambiente. Nossos portos estão, na sua maioria, encravados em centros urbanos, com deficiência de áreas e instalações, impossibilitada de crescer em volume de atividade.

No processo de modernização e reforma, houve a redefinição dos papéis da

autoridade portuária, do operador portuário e do próprio Estado na gestão e

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regulação do sistema, se propondo a promover as mudanças necessárias dos portos

a fim de alcançar os parâmetros mínimos internacionais de movimentação de portos,

mas fundamentalmente, de maneira específica para que fosse possível aproveitar as

locações regionais de cada terminal portuário. SILVA & COCCO (1999, p.7) cita que:

A Lei 8.630/93 deu oportunidade para que, através da criação de um novo ambiente portuário, competitivo e eficiente, o porto deixe de ser o vilão do subsetor para ser a sua face mais moderna, com o desenvolvimento do vínculo porto-cidade.

A Lei 8.630 de 23/02/1993 – Lei da Modernização dos Portos, revogada pela

Lei 12.815 de 05/06/2013, aprovada no primeiro semestre de 2013 no Congresso,

trata da modernização do sistema portuário brasileiro, e é considerado um marco

histórico para o setor, abrindo novas perspectivas de maior competitividade aos

portos nacionais. Tem como principais objetivos: reformular o sistema de

gerenciamento de operações e de mão de obra, eliminar as interferências

corporativas e burocráticas, e, principalmente, aproveitar de forma racional os

espaços e as instalações.

Em 2001, foi criada a Agência Nacional de Transportes Aquviários (ANTAQ),

que conforme o próprio diretor geral, Fernando Antônio Brito Fialho, tem como

competência regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de

serviços de transporteaquaviário e de exploração da infraestrutura portuária. E tem

ligação direta com a lei da modernização dos portos.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) destaca que a nova Lei do

crescimento da economia, gerando empregos, renda e riqueza. A entidade também

destaca que o novo marco regulatório avança ao garantir concorrências entre

operadores do setor, que resultará na redução de custos. “A recuperação da

deteriorada infraestrutura portuária brasileira e a adoção de práticas modernas de

gestão nos terminais são essenciais para recuperar a competitividade do setor

nacional.” (06/06/13).

Para a infraestrutura portuária brasileira continuar crescendo, é necessário

que o país estimule a concorrência. Algumas mudanças já estão ocorrendo,

começando com a abertura dos maiores portos do país no período de 24 horas,

incluindo sábados e domingos. Antes funcionavam apenas em horário comercial.

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São eles: Santos, Rio, Vitória, Suape, Paranaguá, Rio Grande, Itajaí e Fortaleza.

Com isso, a operação terá um ganho de 25% em sua eficiência.

Com o objetivo de aumentar a capacidade e a eficiência das instalações

portuárias, a presidente Dilma Rousseff destaca que "a melhoria do sistema

portuário é o primeiro passo de uma longa caminhada” em busca de um sistema

compatível com as necessidades do país.

“É garantia de competitividade da economia brasileira. Estamos atacando um dos problemas mais graves que o Brasil tinha, que era na área de infraestrutura logística, essa questão da simplificação é muito importante. Fazer o simples pode parecer fácil, mas é o mais difícil, porque tem de garantir eficiência, boas práticas e que todos tenham as mesmas oportunidades.” (Dilma Rousseff, agosto 2013.).

É evidente que falta muita infraestrutura, principalmente ferroviária e

rodoviária para interligação das mercadorias com os portos brasileiros para

exportação e importação, infraestrutura esta que infelizmente com a burocracia

brasileira, os diversos projetos não saem do papel e continuam pendentes.

Em 2013, o Brasil perdeu oito posições no ranking das economias mais

competitivas do mundo, ocupando o 56º lugar no ranking, em meio à piora

macroeconômica e à falta de avanços nos investimentos de infraestrutura, segundo

Relatório Global de Competitividade, do Fórum Econômico Mundial (WEF) com a

Fundação Dom Cabral (FDC), por meio de uma pesquisa de opinião com executivos.

2.3 Desempenho do Complexo Portuário Brasileiro em 2013

Segundo dados da Secretaria de Portos do Brasil (2014), a movimentação

total de cargas nas instalações portuárias brasileiras ao longo de 2013 foi de 931

milhões de toneladas de carga bruta, apresentando um crescimento de 2,9% em

relação a 2012.

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Quadro 2 – Movimentação Complexo Portuário:

Fonte: MOVIMENTAÇÃO COMPLEXO PORTUÁRIO - ANTAQ 2014

Conforme quadro 2, dessa movimentação, 338 milhões de toneladas foram

realizadas pelos Porto Organizados, totalizando 36%, contra 593 milhões (64%)

pelos terminais de uso privado (TUPs).

Na movimentação dos Portos Organizados, os granéis sólidos representaram

um total de 60% do total geral de carga, 22% de produtos de alto valor agregado em

contêineres, 14% de granéis líquidos e 4% foram de carga geral solta.

Cinco Portos foram responsáveis pela maior parte da movimentação total de

cargas nos portos organizados, sendo eles: Santos, Paranaguá, Rio Grande, Itajaí e

Suape. Juntos representaram cerca de 70% do total no Brasil.

Com relação a movimentação de contêineres, em 2013, os Portos

Organizados e TUPs apresentaram um crescimento de 9% em relação ao mesmo

período de 2012, movimentando 8,9 milhões de TEUs.

Conforme o quadro 3, o Porto de Santos apresentou um significativo

crescimento na movimentação de contêineres de 8,8%, já o Porto de Paranaguá,

com a segunda maior taxa de participação, apresentou uma redução de – 1,8% em

relação ao ano de 2012, seguido pelos Porto de Rio Grande, com 2,4%, Itajaí, com

4,4% e Suape, com 0,6%.

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Quadro 3 – Movimentação de Portos Organizados, em mil TEU´s:

Fonte: (ANTAQ 2014)

2.4 Estrutura dos Portos Brasileiros

O Brasil possui uma extensão de faixa litorânea de 7.408 km. De seus 27

estados, 17 são banhados por mar. O país possui Portos Marítimos, Portos Fluviais

e Portos Secos.

O principal porto brasileiro é o Porto de Santos, situado na cidade de Santos,

no Estado de São Paulo. É o maior porto nacional e o mais movimentado da

América Latina. Em seguida, vem o Porto de Paranaguá, no estado do Paraná, é o

segundo porto mais importante do país. Outros portos brasileiros de grande

importância são: Porto de Itajaí, em Itajaí (Santa Catarina), Porto de Barra do

Riacho, Aracruz (Espírito Santo), Porto do Rio de Janeiro, na cidade do Rio de

Janeiro, entre outros.(COELHO, 2010, p.5).

Hoje existem 34 portos públicos marítimos sob a gestão da Secretaria

especial de postos, e 18 deles são administrados pelas Companhias Docas, que são

sociedades de economia mista, que têm como acionista majoritário o Governo

Federal.

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As companhias Docas são sete:

Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp): Destacando o

Porto de Santos: atualmente, o Porto de Santos é o principal porto brasileiro e

latino-americano. Movimenta, por ano, mais de 60 milhões de toneladas de cargas,

número inimaginável em 1892, quando operou 125 mil toneladas. Com 13

quilômetros de cais, entre as duas margens do canal estuário de Santos, o porto

entrou em nova fase de exploração em 93, com arrendamento de áreas e

instalações a empresas privadas, mediante concorrências públicas. (PORTO DE

SANTOS, 2013).

Está localizado no centro do litoral do estado de São Paulo, estendendo-se ao

longo de um estuário limitado pelas ilhas de São Vicente e de Santo Amaro,

distando 2km do oceano Atlântico.(MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, 2013).

Segundo dados do ministério dos transportes (2013), o porto de Santos conta

com fornecimento próprio de energia elétrica, suprida pela usina situada em Itatinga,

o que possibilita operações noturnas, sendo a linha do cais, armazéns e pátios

dotados de iluminação, com o terminal de contêineres e alguns pátios dotados de

tomadas para ligação de contêineres frigoríficos. O porto opera continuamente em

fins de semana e feriados, 24 horas.

A capacidade instalada no Porto de Santos é de cerca de 110.000.000 t/ano,

e as cargas predominantes são contêineres, veículos, máquinas, papel celulose,

açúcar em sacos (carga geral), soja em grãos, adubos, enxofre, carvão, minério de

ferro e produtos siderúrgico (granéis sólidos), e produtos químicos, combustíveis

(granéis líquidos).

Em 2012, o porto de Santos apresentou um crescimento de 5,51% em relação

a 2011, movimentando 90,7 milhões de toneladas. O crescimento nas exportações

foi de 8 milhões de toneladas, representando 13,57% em relação ao ano de 2011, já

as importações apresentaram uma redução de -12,12% em relação a 2011. Em

2012, observou-se uma redução de -7,16% no número de atracações no porto de

Santos em relação a 2011, representando uma queda de 413 atracações, em razão

do aumento da tonelagem movimentada pelo uso de embarcações de maior porte,

viabilizado pela dragagem de aprofundamento do canal de navegação. Esse

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resultado comprova expectativas de resultados provenientes da dragagem. (Anuário

Antaq, 2012).

Conforme dados do Ministério dos transportes (2013), o acesso marítimo é

franco, contendo um canal com largura de 130m e profundidade de 13m, na parte

marítima da baía de Santos, e, no estuário, largura de 100m e profundidade de 12m.

A figura 1 demonstra os acessos para este porto.

Figura 1 – Mapa dos acessos do Porto de Santos

Fonte: Pesquisa marítima CNT (2012)

Possui acessos rodoviários pelo sistema Anchieta-Imigrantes, SP-150/SP-

160, rodovia Cônego DomênicoRangoni-SP, rodovia Rio-Santos, BR-101, e rodovia

Padre Manoel da Nóbrega-SP. Por ferrovias, o porto conecta-se com a MRS

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Logística S.A., com a América Latina Logística - ALL Malha Paulista e com a

Ferrovia Centro Atlântica – FCA.

Há uma série de projetos de expansão com investimentos do Governo

Federal no qual se destaca um dos principais que é o Projeto conceitual denominado

Barnabé-Bagres, para duplicar a capacidade do Porto, atualmente uma empresa de

Santos elabora um estudo de viabilidade do projeto.

Companhia Docas do Rio de Janeiro: Onde se destacam o Porto do Rio de

Janeiro, Niterói, Angra dos Reis e Itaguaí.

O Porto do Rio de Janeiro está localizado na costa oeste da baía de

Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). É o quarto porto do país, no quesito

de movimentação por ano em cargas internacionais, e apresenta a carga de maior

valor agregado entre os portos brasileiros. É o principal local de arrecadação de

ICMS do Estado, na ordem de R$ 1,27 bilhões anuais, gerando 10.000 empregos

diretos e 25.000 indiretos que nele são gerados, com salários médios superiores a

R$ 2.100,00 por mês. (PORTO DO RIO DE JANEIRO, 2013).

O porto atua com potenciais cargas tais como: carga geral conteinerizada,

eletroeletrônicos, borrachas, petroquímicos, peças e partes de veículos, café, bem

como produtos siderúrgicos, bobinas de papel para imprensa, além de granéis

sólidos como trigo e ferro gusa.

Possui acessos rodoviários pela BR-040, BR-101, BR-116, RJ-071 e RJ-083.

Por ferrovias, o porto conecta-se com a MRS Logística S.A. e Ferrovia Centro-

Atlântica - FCA.

Conforme dados do ministério dos transportes, o acesso marítimo é pela

barra, com largura de 1,5km e profundidade mínima de 12m, é delimitada pelos

faróis do Morro do Pão de Açúcar e da fortaleza de Santa Cruz, na entrada da baía

de Guanabara. O canal de acesso compreende 18,5km de comprimento, 150m de

largura mínima e 17m de profundidade.

Dentre os projetos de expansão, se destaca a Instalação de Terminal de

Granéis, açúcar e múltiplo uso, bem como a Nova Estação Marítima de passageiros

e Terminal de Produtos Siderúrgicos de Gamboa.

Já o Porto de Itaguaí, inicialmente denominado Porto de Sepetiba, é um porto

localizado na cidade de Itaguaí, na Costa Verde. Inaugurado no dia 7 de maio de

1982, trata-se de um dos maiores e mais modernos portos da América Latina.

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Em 2012 a movimentação geral de cargas no porto de Itaguaí apresentou um

decréscimo de -1,81% comparativamente ao ano de 2011, com movimentação total

de 57,1 milhões de toneladas. A redução na movimentação de minério de ferro (-

4,29%) e carvão mineral (-11%) - que representam 90% da pauta de mercadorias

movimentadas pelo Porto - foi determinante para esse desempenho. (Anuário Antaq,

2012).

Este porto movimenta granéis sólidos e minérios. Seu futuro é promissor

através de sua expansão com um terminal conjunto de Gerdau, Petrobras e CSN,

um terminal da LLX, um estaleiro de submarinos, além do desenvolvimento de toda

a retro área com atividades industriais intimamente ligadas à vocação do complexo.

(GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2013).

Possui acessos rodoviários pela BR-101, BR-116, BR-040, BR-465, RJ-099 e

RJ-105. Por ferrovia, o porto conecta-se com a MRS Logística S.A.

Conforme o ministério dos transportes, os acessos marítimos são A barra,

localizada entre a Ponta dos Castelhanos, na ilha Grande, e a Ponta Grossa da

Restinga da Marambaia, oferecendo 12 km de largura e profundidade de 19m.O

canal de acesso, com cerca de 22km, possui largura de 200m e profundidade

mínima de 13,5m.

Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa): Portos de Vitória e Barra do

Riacho.

O Porto de Vitória conta com uma estrutura consolidada para atendimento às

embarcações offshore, com serviços de apoio de várias empresas nas áreas de

operação, ambiental, abastecimento, suprimentos, equipamentos, entre outras, além

de dispor de áreas para montagem e armazenamento de peças e equipamentos do

mercado de petróleo e gás. (PORTO DE VITÓRIA, 2013).

Possui acessos rodoviários pela ES-080, BR-262, que liga Belo Horizonte a

Vitória, e BR-101. Por ferrovias, o porto conecta-se com a Estrada de Ferro Vitória a

Minas – EFMV e Ferrovia Centro-Atlântica – FCA.

Os portos de Praia Mole e de Barra do Riacho, incorporando apenas terminais

de uso privativo, são assim gerenciados: em Praia Mole, o terminal de produtos

siderúrgicos pelo condomínio que reúne as siderúrgicas de Tubarão (CST), Usiminas

e Açominas, e o terminal para carvão pela Cia. Vale do Rio Doce (CVRD). Em Barra

do Riacho, o terminal de celulose pela Portocel – Terminal Especializado de Barra

do Riacho.(MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, 2013).

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Conforme dados do ministério dos transportes, os acessos são:

Rodoviário: Pelas rodovias ES-080, BR-262, que liga Belo Horizonte a Vitória,

e BR-101.

Ferroviário: Formado pelas ferrovias Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM),

da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), e da Ferrovia Centro-Atlântica S.A., malha

Centro-Leste, antiga Superintendência Regional de Campos (SR-8) da Rede

Ferroviária Federal S.A. (RFFSA).

Marítimo: Porto de Vitória: a entrada da barra apresenta uma largura de 250m

e profundidade de 19m. O canal de acesso se estende por 7km, com 120m de

largura e profundidade de 11m. Porto de Praia Mole: a barra tem uma largura de

500m e profundidade mínima de 26m. O canal de acesso, que é comum ao Terminal

de Tubarão, possui 3.850m de comprimento e 285m de largura, com profundidade

de 22,5m. A bacia de evolução mede 650m. Porto de Barra do Riacho: o ingresso no

porto é limitado pelas extremidades dos molhes de proteção norte e sul, distantes

entre si 150m. A profundidade no local é de 11,30m. O canal de acesso tem

comprimento de 500m, largura de 150m e profundidade de 11,5m.

As cargas predominantes são bobinas de papel, mármore. Granito, celulose,

grãos, siderúrgicos e contêineres.

Dentre os projetos de expansão se destaca a Implantação da Agenda Portos,

para eliminação dos gargalos estruturais.

Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba): Porto de Salvador, Ilhéus e

Aratu.

Localizado na Baía de Todos os Santos, entre a Ponta do Monte Serrat, ao

norte e a Ponta de Santo Antônio, ao sul, o Porto de Salvador tem como principal

característica ser um porto com perfil exportador de produtos e se destaca na

movimentação de contêineres, cargas gerais, trigo, celulose e também na recepção

de cruzeiros marítimos. É um dos maiores exportadores de frutas do Brasil, com

expressiva participação no comércio exterior.(CODEBA, 2013)

Conforme dados do ministério dos transportes, os acessos são:

Rodoviário: Pela rodovia federal BR-324, em pista dupla de Salvador a Feira

de Santana, conectando com as BR-101, BR-110 e BR-116.

Ferroviário: Por um ramal, na altura de Feira de São Joaquim, da Ferrovia

Centro Atlântica S/A, malha Centro-Leste, antiga Superintendência Regional

Salvador (SR-7), da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA).

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Marítimo: A barra, na Baía de Todos os Santos, oferece 9km de largura

eprofundidade mínima de 30m.O canal de acesso, com comprimento de 7km, tem

largura de 200m e profundidade de 18m.

Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern): Portos de Natal e

Maceió, além do Terminal Salineiro de Areia Branca.

O terminal Salineiro de Areia Branca inaugurado dia 1º de março de 1974,

construído de aço, em alto mar, com aproximadamente 15 mil metros quadrados, ele

passou a ser o principal ponto de escoamento do sal produzido no Rio Grande do

Norte.(CODERN, 2013)

Companhia Docas do Ceará (CDC): Porto de Fortaleza: com mais de meio

século de atividade, o Porto de Fortaleza, também conhecido como Porto do

Mucuripe, é um dos terminais marítimos mais importantes e estratégicos do País.

Sua localização privilegiada (na enseada do Mucuripe, em Fortaleza, Ceará), o

mantém em proximidade com os mercados da América do Norte e Europa,

permitindo o atendimento a empresas de navegação com linhas regulares

destinadas a portos dos Estados Unidos, Canadá, América Central, Caribe, Europa,

África e países do Mercosul, além de itinerários para os demais portos brasileiros

através da navegação de cabotagem. (MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, 2013).

No Porto do Mucuripe encontra-se um dos maiores polos trigueiros do país e

uma infraestrutura versátil que permite a movimentação de diferentes tipos de

mercadorias, divididos em granéis sólidos (grãos, cereais, etc.), granéis líquidos

(derivados de petróleo), carga geral solta e conteinerizada. Cerca de 1500 pessoas

trabalham no Porto. Castanha de caju, cera de carnaúba, metal, tecidos, frutas, trigo,

malte, lubrificantes, combustíveis e derivados de petróleo estão entre os principais

produtos movimentados pelo Porto. (CDC, 2013)

Possui acessos rodoviários pela CE-060, CE-065, BR-020, BR-116 e BR-222.

Por ferrovia, o porto conecta-se com a Transnordestina Logística S.A.

Conforme dados do ministério dos transportes, o acesso marítimo é através

da barra de entrada, que tem 100m de largura e profundidade de 11m; o canal de

acesso, com extensão de 1,5km, possui largura variável entre 80m e 100m e

profundidade de 10m.

Companhia Docas do Pará (CDP): Porto de Belém, Santarém e Vila do

Conde.

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Segundo dados da ANTAQ (2013), o Porto de Belém, está localizado na

margem direita da baía de Guajará, em frente à Ilha das Onças, na cidade de Belém

(PA), distando aproximadamente 120 km do oceano Atlântico.

Ainda segundo a ANTAQ (2013), o porto possui 16 hidrantes de água potável

para fornecimento aos navios. Os contêineres desembarcados e embarcados no

porto devem ser operados com o equipamento do navio. No caso de granéis sólidos

a operação pode ser feita com equipamento do porto e a carga geral pode ser

operada pelos equipamentos do navio e do porto.

Conforme dados do ministério dos transportes, os acessos são:

Rodoviário: Pelas rodovias BR-010 e BR-316, que chegam a Belém com seus

traçados coincidentes.

Ferroviário: Não há.

Marítimo: Pela baía de Marajó, com a barra demarcada pelos faróis da ilha

Tijoca e do cabo Maguari, apresentando largura de 55km e profundidade mínima de

10,5m.Por um trecho navegável natural com aproximadamente 110km de extensão,

largura de 3,2km a 15km e profundidade de 9m, é alcançada a entrada da baía de

Guajará entre as ilhas da Barra e do Forte, compreendendo uma largura de 350m e

profundidade de 10m. O canal de acesso se desenvolve por cerca de 4km, com

largura variando entre 90m e 180m e profundidade mínima de 6m.

As cargas predominantes são o trigo, malte, fertilizantes (granéis sólidos),

petróleo e derivados (granéis líquidos), sal, arroz, castanha de caju, papel e frutas

(cargas gerais).

Dentre os projetos de expansão que se destaca é a Construção do Centro

Vocacional Tecnológico da Companhia de Docas do Ceará, que seria um amplo

espaço para formação e qualificação profissional voltado para trabalhadores

portuários, bem como a dragagem de 2009, feita para aumentar a profundidade do

calado para 14 metros.

Porto de Suape – Pernambuco: é administrado pelo Governo do Estado de

Pernambuco através da empresa SUAPE – Complexo Industrial Portuário, por

autorização do governo federal, pelo convênio firmado em 9 de abril de 1992.

O Complexo de Suape localiza-se no litoral Sul do Estado de Pernambuco,

entre a foz dos rios Ipojuca e Massangana. É entrecortado pelo Rio Tatuoca e fica

situado dentro dos municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho. (ANTAQ,

2014).

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O porto de Suape opera todos os dias, inclusive nos fins de semana e

feriados, por 24 horas. A profundidade do canal de acesso é de 16,5 m, enquanto a

profundidade dos berços é de 15,5 m.

Sua área de influência abrange os estados de Pernambuco, Alagoas e

Paraíba. Possui grande relevância por causa de sua localização geográfica e

infraestrutura capaz de atender às mais diversas demandas do Complexo Industrial

Portuário de Suape. (CNT - Pesquisa marítima, 2014).

O mapa da figura 2 demonstra os acessos para este porto.

Figura 2 – Mapa dos acessos do Porto de Suape:

Fonte: Pesquisa marítima CNT (2012)

Possui acesso rodoviário pela PE-60, conectando-se à BR-101 e à BR-232.

Por ferrovia, o porto conecta-se com a Transnordestina Logística S.A.

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O crescimento da movimentação de cargas no porto de Suape nos últimos

seis anos foi de 111,5%, sendo a maior movimentação recente registrada no ano de

2011. Entre as cargas movimentadas no porto, destacam-se derivados do petróleo,

produtos químicos, óleos vegetais, álcool, açúcar, trigo, contêineres e algodão.

Região Sul:

Porto de Paranaguá – Paraná: Entre as principais cargas movimentadas em

Paranaguá estão: Soja, farelo, milho, sal, açúcar, fertilizantes, contêineres,

congelados, derivados de petróleo, álcool e veículos.(PORTOS DO PARANÁ, 2013).

Em 2012 a movimentação geral de cargas no porto de Paranaguá apresentou

um impulso em grande medida pela movimentação de farelo de soja, milho,

combustíveis e óleos minerais. O crescimento das exportações foi de 2,4 milhões de

toneladas, 9,9% em relação ao ano de 2011, já as importações apresentaram um

crescimento de 4,58% em relação a 2011.(Anuário Antaq, 2012).

O porto é administrado pela autarquia estadual Administração dos Portos de

Paranaguá e Antonina (APPA). Abrange uma área de mais de 800.000 km²,

compreendendo o Estado do Paraná e parte dos estados de São Paulo, Santa

Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e Rondônia. Inclui

também o Paraguai, que dispõe de um entreposto de depósito franco no Porto.

A exportação paranaense através do Porto de Paranaguá tem como principal

destino a comunidade europeia (40,70%), seguida pelos Estados Unidos, inclusive

Porto Rico (25,50%) e pelo MERCOSUL (14,89%). (PORTOS DO PARANÁ, 2013).

Possui acesso rodoviário pela BR-277, ligando Paranaguá a Curitiba, e

conectando-se à BR-116 pelas rodovias PR-408, PR-411 e PR-410. Por ferrovia, o

porto conecta-se com a América Latina Logística – ALL Malha Sul.

Conforme dados do ministério dos transportes, o acessomarítimo, pela barra

de entrada (canal da galheta), definida nas Cartas Náuticas de Marinha n.º 1.821

e1.822, com 150/200 metros de largura, 20 milhas de extensão e 13/16 metros de

profundidade, o qual conta com leito em areia, permitindo navegação segura à

graneleiros de grande porte, com carregamento de até 78.000 toneladas.

As cargas predominantes são a soja, milho, congelados, madeira, açúcar,

derivados do petróleo, veículos e contêineres.

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Dentre os projetos de expansão, destaca-se a Implantação de um Distrito

Industrial Alfandegado em área primária, para instalação de cerca de 20 empresas, e

o aprofundamento do canal para 15 metros.

Complexo portuário de Itajaí – Santa Catarina

Constituído pelo Porto Público de Itajaí e demais terminais portuários

instalados nas margens direita e esquerda da Foz do Rio Itajaí, instalações de apoio

logístico em operações nas cidades de Itajaí e Navegantes e completa infraestrutura

para embarque e desembarques de cargas dry e reefer, o Complexo Portuário do

Itajaí é hoje a principal opção para o os exportadores e importadores que operam

em Santa Catarina e um dos principais complexos do Brasil. (PORTO DE ITAJAÍ,

2013).

A Autoridade Portuária é delegada ao município pelo convênio 08/97 entre

município e União e exercida pela Superintendência do Porto de Itajaí, autarquia

municipal criada em junho de 2000 para assegurar as condições operacionais e

garantir a infraestrutura terrestre e aquaviária para os terminais que compõem o

complexo. (PORTO DE ITAJAÍ, 2013).

O Complexo Portuário do Itajaí conta com uma bacia de evolução de 750

metros de extensão, 400 metros de largura e profundidade de 11 metros. Além do

Porto de Itajaí [formado pelo Porto Público e APM Terminals Itajaí], o Complexo

ainda conta com a Portonave S/A - Terminais Portuários de Navegantes, Terminal

Portuário Braskarne, Trocadeiro Terminal Portuário, Poly Terminal S/A e Teporti

Terminal Portuário Itajaí S/A, operando com uma rede completa de apoio logístico,

formada pelos terminais portuários e retro portuários, portos secos, empresas de

apoio logístico e outras prestadoras de serviço.(PORTO DE ITAJAÍ, 2013).

Ao longo dos anos recentes, as principais mercadorias movimentadas pelo

Porto de Itajaí foram: madeira e derivados; frangos congelados (maior porto

exportador do Brasil); cerâmicos; papel kraft; máquinas e acessórios; tabacos;

veículos, têxteis; açúcar e carne congelada. Em destaque a movimentação de

contêineres, que coloca o Complexo Portuário de Itajaí na segunda posição do

ranking nacional, atrás apenas do Porto de Santos. (PORTO DE ITAJAÍ, 2013).

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Possui acessos rodoviários pela SC-470 e BR-470, que ligam Itajaí ao oeste

catarinense, passando por Blumenau; a BR-101, a 10 km do porto, e a SC-486

estendem-se até a cidade de Brusque, em Santa Catarina.

Conforme dados do ministério dos transportes, o acesso marítimo, dá-se na

embocadura do rio Itajaí-Açu, é fixada por dois molhes, norte e sul, e contém a

largura mínima de 100m e profundidade de 10m. O canal de acesso é constituído de

um trecho externo e outro interno, com profundidades de 10m, respectivamente. A

parte externa (canal da barra) tem cerca de 1,5km de comprimento e largura de

100m a 150m, e a interna, 3,2km, com largura variando entre 100m e 230m.

Não há acesso ferroviário.

As cargas predominantes são os produtos congelados, cerâmicos, madeira e

derivados, máquinas, motores, o forte é a movimentação de contêineres.

Dentre os projetos de expansão se destaca a ampliação da área de

armazenamento do Porto de Itajaí, e a dragagem de aprofundamento para aumentar

o canal interno, através de recursos do PAC.

Porto de São Francisco do Sul – Santa Catarina

É administrado pelo governo do estado de Santa Catarina, por meio da

Administração do Porto de São Francisco do Sul (APSFS).

Em 2012 a movimentação geral de cargas do porto de São Francisco do Sul

foi expressiva, apresentando um crescimento de 8,37% em relação a 2011, com

uma movimentação de 10,9 milhões de toneladas. (Anuário Antaq, 2012)

Segundo dados do ministério dos transportes (2013), o cais acostável é

composto de quatro trechos, com quatro berços, numa extensão contínua de 750m e

profundidades variando de 8m a 10m. Conta com quatro armazéns, sendo três para

carga geral e um frigorífico, totalizando 20.610m² e armazéns graneleiros, somando

13.800m² para 55.000t e 60.000t, utilizados pela Companhia Integrada de

Desenvolvimento Agrícola (CIDASC). O porto possui, também, dois galpões para

madeira, num total de 10.810m², vários pátios descobertos para carga geral e um

pátio para contêineres com 80.000m² totalmente pavimentado e iluminado, possui

uma área exclusiva para contêineres frigorificados, com 4.000m² e 530 tomadas de

energia elétrica (380/440 volts) e 5 tanques para óleos vegetais, com capacidade

para 9.000t.

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37

Conforme dados do ministério dos transportes, os acessos são:

Rodoviário, pela rodovia federal BR-280, que dá acesso à cidade de São

Francisco do Sul e intercepta a BR-101, a 34km do porto, e a BR-116, em Mafra

(SC); acesso ferroviário, pela Ferrovia Sul-Atlântico S/A, malha Sul;

Marítimo, no qual consta de uma barra natural, demarcada pelo farol da ponta

José Dias, na extremidade norte da Ilha de São Francisco do Sul. Dispõe de largura

aproximada de 2km e profundidade de 16m. O canal de acesso possui extensão de

9,3km, largura de 150m a 175m e 10m de profundidade.

As cargas predominantes são a granel e contêineres. E dentre os projetos de

expansão se destaca o Realinhamento do Berço e aumento do calado e a

Implantação do Anel Rodoferroviario.

Porto de Itapoá – Santa Catarina

O porto tem capacidade instalada inicial para movimentar cerca de 300 mil

contêineres por ano. O porto é equipado com 4 portêineres, 11 transtêineres e 26

terminal tractors, e suporta atracação de navio de até 350 metros, largura máxima de

48 metros, TPB máximo 150.000, atendendo hoje, grandes navios de

contêineres.(PORTO DE ITAPOÁ, 2013).

Por sua profundidade natural de 16 metros, bacia de evolução e segurança

na atracação, além de guindastes de grande capacidade, o Porto Itapoá é um dos

poucos da América do Sul que podem receber navios deste porte. Desde o início de

suas operações, em junho de 2011, o terminal já recebeu os navios Super Post-

Panamaxdos armadores Aliança, MaerskLinee Hamburg Süd, todos

comaproximadamente 300 metros de comprimentos. (PORTO DE ITAPOÁ, 2013).

Porto de Rio Grande – Rio Grande do Sul

É administrado pela Superintendência do Porto de Rio Grande (SUPRG).

Compreendem três áreas distintas de atendimento à navegação, denominadas:

Porto Velho, Porto Novo e Superporto.(ANTAQ, 2013)

Dos três Portos Organizados do Estado, Rio Grande é o mais importante,

como único porto marítimo, dotado de características naturais privilegiadas, capaz

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de ser desenvolvido racionalmente, em condições de atender à navegação de longo

curso, que exige boas profundidades. (PORTO DO RIO GRANDE, 2013)

O mapa da figura 3 demonstra os acessos para este porto.

Figura 3 – Mapa dos acessos do Rio Grande do Sul:

Fonte: Pesquisa marítima CNT (2012).

O porto se interliga a todas as regiões do Estado do Rio Grande do Sul, pela

malha rodoferroviária e pelo sistema navegável das Lagoas dos Patos e Mirim, com

seus rios tributários. Através das cidades fronteiriças de Chuí-Chuy, Jaguarão-Rio

Branco, Santana do Livramento-Rivera, o sistema rodoviário do Estado se interliga

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com o do vizinho país Uruguai, além da ligação ferroviária Santana do Livramento-

Rivera.(PORTO DO RIO GRANDE, 2013)

Com a Argentina, a ligação do modal rodoviário se faz por Uruguaiana-Paso

de los Libres e São Borja-Santo Tomé, e do modal ferroviário por Uruguaiana-Paso

de los Libres. Com os demais Estados do Brasil, o porto está interligado através de

Santa Catarina, pelas BRs 116, 101 e 153, e pelas ligações ferroviárias de Marcelino

Ramos e Vacaria. Todas as rodovias que chegam ao Porto do Rio Grande

têmpavimentação asfáltica e boa conservação. Os ramais ferroviários, possuem

todos bitola métrica. (PORTO DO RIO GRANDE, 2013)

As cargas predominantes são grãos, soja, cavaco de madeira, trigo, frango

congelado, calçados e maquinário agrícola.

Dentre os projetos de expansão se destaca o aumento da profundidade do

Porto Novo e do canal do Superporto para 50 pés, e a revitalização de mais de

1.100 metros do cais do Porto Novo, compra de equipamentos, dragagem,

recuperação dos armazéns, etc. para melhoria da estrutura.

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3 Transporte Marítimo: Histórico e evolução dos navios

Considerando principalmente a capacidade de carga, juntamente com a maior

distância a ser alcançada e atrelada ao menor custo, pode-se dizer que o modal

marítimo é o principal meio de transporte de mercadorias.

A navegação marítima é a mais importante forma de transporte de carga em

toda a história da humanidade, abrangendo fisicamente, mais de 90% das cargas

transportadas, o que ocorre também no Brasil, cuja importância é de cerca de 95%.

Cita KEEDI (2010, p.77).

É relevante salientar o grau de desenvolvimento da navegação alcançado no

Egito antigo, com ênfase na contribuição das civilizações mediterrâneas para o

desenvolvimento do transporte aquaviário. O mar se projetou como elemento

comum, favorecendo a formação da rede de intercâmbio socioeconômico e cultural

recíproco. Seria, entretanto, no Mediterrâneio Oriental, que o desenvolvimento das

técnicas de navegação e construção naval se faria, em decorrência do legado

deixado pelos povos fenícios no que se refere à prática do comércio e da

navegação, destacando a extensa costa, propícia à instalação de bons portos e a

abundância do cedro, principal riqueza natural, matéria-prima para a construção

naval da época, favorecendo assim, o desenvolvimento de um modelo econômico

diferenciado, cuja base de sustentação estava na pesca e no comércio marítimo.

(FARIA, 2001).

O primeiro material usado na construção naval foi a madeira,

especificamente, troncos simples, união de troncos formando balsas e cascos de

madeira, utilizados do século XV ao XVIII de diversas formas, de acordo com cada

região. Mas o problema da durabilidade, entretanto, já era uma preocupação

identificada desde o princípio de sua utilização. Já no ínicio do século XIX as

embarcações mais evoluídas passaram a substituir cascos de madeira, por cascos

de ferro e propulsão à vela e, mais tarde, propulsão a vapor. No final do século XIX,

houve a substituição do ferro pelo aço, por este ser mais resistente. (VIEIRA, 2003).

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Segundo Vieira (2003, p.29):

As sucessivas melhorias na qualidade do material, a evolução das soldas e o surgimento de novos recursos técnicos ocasionaram um enorme crescimento no tamanho, capacidade e especialização das embarcações, constituindo-se, assim, o passo final para a evolução dos cascos dos navios atuais.

Embora alguns avanços tenham sido alcançados na época, a necessidade de

explorar novas rotas crescia, e o homem foi estruturando aos poucos os meios de

locomoção.

Ainda segundo Vieira (2003), entre os séculos XIII e XV, as técnicas de

navegação eram empíricas. Com o surgimento da bússola, do compasso e das

cartas náuticas, iniciou-se a navegação por rumo e estima. Após o século XV, a

navegação astronômica por latitudes ou longitudes torna-se preponderante, com a

criação do sistema de coordenadas geográficas e o desenvolvimento do cronômetro

naval, permitindo uma maior precisão na determinação da longitude. No século XX,

surgiram os compassos; novos sistemas de determinação de latitude e longitude;

posicionamento geográfico por satélite (GPS); radares; sondas acústicas; novos

sistemas de comunicação, entre outros, incorporando assim mais conhecimentos

científicos à navegação marítima.

Ainda que a estrutura dos navios evoluísse constantemente desde os

primórdios, até o século XVII a especialização por tipos de carga a transportar foi

bastante limitada. É a partir do século XX, devido à existência de uma maior

quantidade e diversidade de cargas a serem transportadas, que se verifica a divisão

nos três grupos de carga: granéis líquidos, granéis sólidos e carga geral. O terceiro

grupo subdividi-se em carga geral solta e conteinerizada.

Existem vários tipos e tamanhos de navios, com as mais variadas

características e possibilidades de transportes para atender a demanda de

transportar todos os tipos de cargas. Os navios podem ser equipados com

guindastes, rampas e outros equipamentos, como é o caso dos navios

autossustentáveis. Segundo Keedi (2010, p.81), “os navios podem ser divididos em

carga geral, especializados, multipropósitos e porta-containeres.”

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Carga geral:

Considerados breakbulk, são apropriados para transportar os mais variados

tipos de carga, sendo paletizadas ou não, bem como embaladas, podendo ser tanto

para carga com necessidade de controle de temperatura, conhecido como

reefervessel, como para carga seca, sem necessidade de controle de temperatura,

chamado dry cargo vessel, navios equipados com porões e pisos.

Especializados:

São os navios cargueiros não especificados nos navios de carga geral

anteriormente citados, podendo ser especializados no transporte de veículos (roll-on

e roll-off), que são navios com rampas para manuseio destes veículos, bem como

graneleiros (bulk vessel) para cargas a granel não embaladas, que também são

divididos em porões.

Multipropósitos:

Polivalentes e mais convencionais, este tipo de navio é destinado à carga

geral, carga solta e contâineres. É a mistura de todos os tipos de navios, com todos

os requisitos num só, podendo atender toda a diversidade demandada pelos

diferentes tipos de cargas.

Porta-conteineres:

São especificamente para transportar os containeres com as mais variadas

cargas, com necessidade de controle de temperatura, a granel, geral, entre outros,

desde que estejam unitizadas em containeres que podem ser de diversos tipos e

características, de tamanho de 20’ ou 40’ pés e são empilhados das mais diversas

formas para suportar a maior quantidade de container possível.

Estes porta-contêineres podem ser agrupados em duas categorias: panamax

(de tamanho máximo para travessia do Panamá) e post-panamax (que ultrapassam

este tamanho/capacidade e os armadores nunca arriscam a travessia abaixo do

Equador, devido aos problemas operacionais e de infra-estrutura dos portos do

hemisférios sul.).

A figura 4 relata a elovução dos navios porta containeres de 1988 a 2014.

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Figura 4 – Evolução dos navios Containeres de 1988 a 2014:

Fonte: InternationalForeigntrade (2013)

Percebe-se que a evolução da capacidade de TEU´scresceu 405,47% em 26

anos, uma média bem expressiva de 15,595% de crescimento ao ano.

3.1 Container

A utilização dos contêineres para o transporte de mercadorias intensificou-se

principalmente no início da década de 80, muito em virtude da globalização onde

ficou claro que a utilização dos contêineres traziam uma série de benefícios para o

transporte das mercadorias, como a redução de preço, agilidade operacional e a

redução do índice de danos nas mercadorias.

O container marítimo tradicional pode ser considerado como uma caixa de

metal retangular, contendo portas e travas para seu fechamento, também locais para

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colocação de lacres, de modo a proteger a carga colocada em seu interior. Afirma

KEEDI (2010, p.60).

Já o Art. 5, Decreto nº 80.145/77, de 15 de agosto de 1977, apresenta a

seguinte definição para contêiner:“É um recipiente construído de material resistente,

destinado a propiciar o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e

rapidez...”.

Para KEEDI (2010, p.60), “..torna-se uma importante e versátil unidade de

carga, atendendo aos desejos do embarcador e consignatário de facilidade de

movimentação, segurança e acondicionamento de grande quantidade de carga.”

Em relação ao material utilizado para a construção de um contêiner, Vieira

(2003, p. 63) cita: O material de construção mais utilizado na fabricação de contêineres é o aço, que tem como vantagens seu custo relativamente baixo e sua alta resistência. Entretanto, existem também contêineres de alumínio e de madeira com fibra de vidro, que têm como principal vantagem seu peso reduzido e como desvantagem sua maior fragilidade.

Segundo VIEIRA (2003, p.62), em 1956, Malcolm Mc Lean, proprietário de

uma empresa de caminhões em Nova York, iniciou um serviço regular entre os

Estados Unidos e Porto Rico, utilizando um navio tanque readaptado chamado

Victory. Cinco anos mais tarde, em 1961, foi estabelecido pela empresa Pan-

AtlanticSteamshipCo..o primeiro serviço regular de contêineres.

As primeiras experiências desenvolvidas com contêineres foram durante a

Segunda Guerra Mundial. As Forças Armadas Norte Americanas utilizavam para o

transporte de armas, medicamentos e suprimentos para as tropas aliadas. Após o

acontecimento, o contêiner foi adaptado para uso comercial, dando início a era da

conteirerização de cargas. (FARIA, 2001).

O container foi adaptado ao longo dos tempos, para suportar os mais

diferentes tipos de mercadorias, em qualquer situação.

Atualmente observa-se um grande aumento nos índices de conteinerização.

Segundo FARIA (2001, p.72), atualmente, estima-se que 80% dos produtos que

circulam em todo o mundo são passíveis de serem movimentados em contêineres,

devendo este número se ampliar ainda mais, pois os contêineres já conquistaram

seu espaço na estrutura da economia moderna.

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Segue na tabela 2, os maiores portos em movimentação de contêiner nos

anos de 2011 e 2012:

Tabela 2 – Movimentação de containeres por países de 2012 em TEU´s:

Rank Port, Country Volume 2012 (MillionTEUs) Volume 2011 (Million TEUS)

1 Shanghai, China 32.53 31.74

2 SIngapore,Singapore 31.65 29.94

3 Hong Kong, China 23.10 24.38 4

Shenzhen, China 22.94 22.57 5

Busan, South Korea 17.04 16.18 6

Ningbo-Zhoushan, China 16.83 14.72 7

Guangzhou Harbor, China 14.74 14.42 8

Qingdao, China 14.50 13.02 9 Jebel Ali, Dubai, United

ArabEmirates 13.30 13.00 10

Tianjin, China 12.30 11.59

Fonte: WORLD SHIPPING COUNCIL, 2013.

Percebe-se o grande predomínio da China que é uma das principais

potências mundiais no Comério Internacional, com destaque também para o maior

hub ports do mundo que é o porto de Singapura que ocupa a 2º colocação.

Para o âmbito nacional a figura 5 pode ilustrar a participação dos portos

brasileiros na movimentação de containeres.

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Figura 5 - Participação dos portos brasileiros na movimentação de

containeres em 2013:

Fonte: Anuário ANTAQ, 2013.

Destaca-se principalmente o Porto de Santos que movimentou

aproximadamente 34 milhões de containeres, comprovando a importância deste que

é o maior porto da América Latina, seguido dos portos de Paranaguá, Rio Grande do

Sul, Portonave, Itapoá, Itajaí e Suape.

34

8

8

6

6

4

4

3

6

4

3

2

2

2

1

1

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

- 10 20 30 40

Santos

Paranaguá

TUP PORTONAVE

Rio Grande

TUP PORTO ITAPOÁ

Itajaí

Suape

TUP CHIBATÃO

Rio de Janeiro

Itaguaí (Sepetiba)

Salvador

TUP SUPER TERMINAIS

Vitória

TUP PECÉM

Fortaleza

São Francisco do Sul

Vila do Conde

Natal

Belém

Recife

Imbituba

Itaqui

Santarém

Macapá

Porto Velho

TUP TEPORTI

TUP SANTA CLARA

São Sebastião

Milhões

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Os contêineres podem ser classificados em seis tipos diferentes:

• Carga geral - Permite grande flexibilidade no acondicionamento de caixas, pacotes,

pallets, ou unidades de carga com tamanho compatível com as dimensões internas

dos contêineres. Exemplo: Open-top.

• Unidades térmicas – Para cargas com necessidade de um controle térmico mais

rigoroso, como é o caso das frutas, carne bovina, aves, peixes, dentre outros

produtos que exigem temperaturas inferiores a OºC, há de se utilizar as chamadas

unidades térmicas. FARIA (2001, p.73). Exemplo: Reefer.

• Tanques – Utilizado para o transporte de granéis líquidos. Possui uma jaula de aço

e um tanque interno, cujas características variam de acordo com o material a ser

transportado, podendo ser combustíveis corrosivos, óleos, derivados de petróleo,

produtos químicos, pretoquímicos e gases comprimidos. Para este fim, os

contêineres podem operar diretamente ligados a um sistema específico de

bombeamento. Exemplo: Contêiner Tanque.

•Granel – São contêineres especialmente projetados para a descarga com a

utilização da força da gravidade. Destinam-se ao acondicionamento de granéis

sólidos diversos, tais como cereais, minérios, fertilizantes, produtos da indústria

química, etc. Possuem várias aberturas no teto para seu enchimento e uma pequena

porta localizada em sua parte frontal inferior para o seu esvaziamento.Exemplo:

Bulk.

• Plataforma – São os contêineres desprovidos de superestrutura, adequados para o

transporte de máquinas e equipamentos pesados, como maquinários, barcos,

caminhões, etc. Exemplo: Contêiner Gaiola.

•Especiais - São os contêineres que possuem características diferenciadas das

demais apresentadas. Utilizados para o transporte de animais vivos, cargas de

grande peso e tamanho, ou cargas que necessitam de ventilação, etc. Exemplo de

contêiner: Flat Rack, Ventilated. (RODRIGUES, 2007).

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4 Hub Ports

A competitividade global vem exigindo cada vez mais a redução dos custos

de frete e dos custos portuários. Para isto, faz-se necessário o aumento da

capacidade de carga das embarcações, porém, é também necessário um serviço

operacional e uma infraestrutura portuária compatível com o porte dessas

embarcações.

Os navios que apresentam grande economia de escala necessitam de portos

adequados, concentradores, conhecidos como hub ports.

Os hubs portspermitem que os grandes navios sejam operados numa única

escala em uma determinada região de abrangência. Com essa estratégia é possível

aumentar a economia de escala na exploração das embarcações. Entende-se por

economia de escala, no caso da navegação, o menor custo unitário por contêiner

transportador.

Com o aumento do tamanho dos navios, aumenta a quantidade de

contêineres transportados, diminuindo o custo unitário através de uma maior

fragmentação dos custos fixos. E com a concentração das rotas e a redução do

número de escalas, o navio fica mais tempo navegando e menos tempo em

operação nos portos. Além disso, quando é efetuado um número maior de escalas,

especialmente ao longo da costa brasileira, normalmente os navios são forçados a

viajarem parte do percurso com elevada capacidade ociosa, esses custos, por sua

vez, são repartidos equanimemente entre os clientes daquele percurso, já que os

armadores, valendo-se do poder de mercado para maximizar a receita, tendem a

cobrar o mesmo frete para todos. (VIEIRA, 2013).

A implantação e o funcionamento do hub port estão associados a um serviço de cabotagem eficiente, com elavadafreqüência e agilidade no transbordo dos containeres nos portos, o que geralmente exige grandes volumes de carga para se tornar viável (GOEBEL, 2003).

Outro fato é o estímulo aos serviços feeders (cabotagem). O porto concentrador

atua de forma interligada com os portos alimentadores, que apresentam como

vantagens: maior eficiência energética, maior capacidade de transporte, maior vida

útil da infraestrutura, maior vida útil dos equipamentos e veículos, maior segurança

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da carga, menor emissão de poluentes, menor número de acidentes, menor nível de

avarias, menor custo operacional e menor impacto ambiental. (Pesquisa CNT do

Transporte Aquaviário – Cabotagem 2013).

Na importação, os navios de grande porte são descarregados, para que os

containeres sejam separados e distribuídos para serem carregados com destinos

outros portos da hinterlândia(potencial gerador de cargas). Já na exportação, estes

navios recebem containeres dos portos de menor porte, com afinalidade de enviá-los

ao exterior através dos navios de maior porte, ou seja é exatamente o inverso.

Os hubports concentram cargas do Hinterland e do mercado internacional,

integrando-se aos portos alimentadores (feedersports).

A partir dos portos alimentadores existe uma rede de infraestrutura logística

capaz de entregar o contêiner no destino final no menor tempo possível, atendento

assim as expectativas do consumidor, em detrimento de uma estrutura composta por

rodovias e ferrovias em excelente estado, serviços de barcaça que ligam o porto ao

interior através de terminais terrestres posicionados estrategicamente, terminais

multimodais que permitem a integração de diferentes meios de transporte e portos

secos.

Entretanto além da infraestrutura dos portos terem de estar em ótimo estado,

os portos também têm que ter capacidade para atender toda essa demanda, o que

infelizmente atualmente não é o que se observa.

A figura 6 resume o resultado de um estudo realizado por executivos

brasileiros da operadora francesa CMA-CGM (2006), terceira transportadora

marítima do mundo. O estudo mostra que alguns dos principais portos do país estão

utilizando mais de 90% de sua capacidade de movimentação de carga, sendo que a

média aceitável é de 50% da capacidade, para evitar filas de navios esperando para

embarcar e desembarcar, um dos itens que mais encarecem o comércio de

mercadorias entre países.(EXAME, 2006).

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Figura 6 – Nível de utilização da capacidade dos portos brasileiros para movimentação de carga:

Gargalo na exportação

A movimentação de carga em alguns portos brasileiros está acima da média aceitável, que é de 50% da capacidade

Nível de utilização

Itajaí (SC) 97%

São Francisco (SC) 93%

Rio Grande (RS) 91%

Santos (SP) 80%

Vitória (ES) 63%

Fonte: CMA CGM 2006

A estratégia de atuação dos portos no uso mais intenso dos grandes navios

apresenta como resultado imediato a redução do número de portos a serem

utilizados (menos escalas), pois há grande redução de custos com a concentração

da operação.

4.1 Conceitos de Hub Port

Conforme pode ser visualizado no Dicionário da “Oxford”, 6º edição, ano

2000, a palavra "hub" de origem inglesa, significa "a parte central e mais importante

de um lugar ou atividade em particular". Portanto, a origem da hubports como o

porto mais importante, principal e concentrador de cargas.

Os hub ports são os portos marítimos que concentram carga interna e

externa, com diferentes pontos de origem e/ou destino para sua posterior

redistribuição.

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Entende-se por porto concentrador aquele que tem melhores condições

físicas e tecnológicas com amplo acesso em águas profundas, grandes berços de

atracação, equipamentos de última geração e grandes áreas de estocagem

(DUBKE, et al., 2004).

Segundo KEEDI (2006), porto de concentrador de carga é: “

“um porto com grande capacidade de armazenagem e de operações de embarque, desembarque, bem como de grande profundidade para receber grandes navios. Funciona como uma espécie de Centro de Distribuição (CD) de carga, em que cargas com vários destinos são enviadas a esse porto por grandes navios, para serem levadas aos demais navios de menor porte.

Enfim, entende-se por porto concentrador como o porto principal e central de

uma determinada região ou país que irá receber a maior quantidade de cargas

através de grandes navios, e posteriormente fará a distribuição as demais partes da

região ou país através de outros meios de transporte como a cabotagem, rodovias e

ferrovias.

4.2 Tipos de Hub Ports.

A Secretaria Especial de Portos destaca que existem basicamente dois tipos

de hub ports:

Os portos sem hinterlândia significativa, mas localizados ementroncamentos

de vias marítimas de tráfego intenso como Freeport (Bahamas), TanjungPelepas

(Malásia), GioiaTauro e Malta (Mar Mediterrâneo);

E os portos com hinterlândia industrial com características similares ao Porto

de Santos, tais como os de Xangai e Shenzen na China (de 22 e 18 milhões de

TEUs ano em 2006). Não é por acaso que o maior hub ports do mundo, o de

Singapura (450 milhões de toneladas de movimento geral e 25 milhões de TEUs em

2006), possui essas duas características.

Os portos que são servidos por navios de grande porte que operam nas

principais rotas, com concentrado volume de carga, os chamados "hub ports"

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também conhecidos como "portos pivô". Segundo Thomas (1999), os "hubports"

possuem três outras subdivisões (PORTOGENTE, 2014):

"Hub" mundial: Presta serviço a nações que circundam os principais oceanos,

ou portos de mais de um continente (Exemplo: Porto de Singapura);

"Hub" regional: Presta serviço ao comércio de uma linha costeira completa de

um continente (Exemplo: Porto de Rotterdam);

"Hub" sub-regional: Presta serviço a mercados de uma parte de um

continente (Exemplo: Poderia ser o caso do Brasil).

4.3 Modelos de hub ports: Singapura, Rotterdam e Algeciras.

Ao analisar o contexto mundial, percebe-se que principalmente no Sudeste

Asiático e no norte da Europa, atrelado diretamente ao poder econômico destes

países, o número de hub ports tem influência essencial para o crescimento destes

países.

Porto de Singapura:

É um dos maiores hub ports do mundo, por estar localizado em

entroncamentos de vias marítimas de tráfego intenso, bem como pela grande

movimentação geral e de TEUs (450 milhões de toneladas de movimento geral e 25

milhões de TEUs).

De acordo com o MDIC, o Porto de Singapura está localizado em lugar

estratégico, em uma das rotas marítimas mais importantes e movimentadas do

mundo, a que liga o Extremo Oriente ao Oriente Médio e a Europa, sua localização

também permite atuar como importante hub aeroportuário na Ásia.

A figura 7 ilustra melhor este grande hub port mundial.

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Figura 7 – Porto de Singapura:

Fonte: RATTON, et al., 2010.

Devido a sua posição geográfica, Singapura representa para o Brasil um

importante centro de redistribuição para o Sudeste Asiático, China, e Índia que tem

considerável representação para o Comércio exterior brasileiro.

Conforme o governo de Singapura (2013, tradução nossa), Singapura é o

ponto focal para cerca de 200 linhas de navegação com links para mais de 600

portos em mais de 120 países do mundo, e é considerado uma potência comercial

global. Grande parte desse sucesso é atribuído à sua localização geográfica

estratégica, e principalmente a infraestrutura.

Porto de Rotterdam:

Outro grande exemplo de um Hub Ports no contexto mundial é o Porto de

Rotterdam na Holanda, o porto é localizado na entrada da Europa, e por ficar de

frente para o mar, o acesso dos navios é facilitado. Além disso, não há restrições de

calado, e graças à posição geográfica e estratégica, as cargas podem ser escoadas

por diversos meios de transporte, como rodoviais, hidrovias, ferrovias e dutos. Por

todas essas facilidades, o porto holandês funciona como um grande centro de

distribuição de produtos para toda a Europa.

A figura 8 ilustra melhor este porto.

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Figura 8 – Porto de Rotterdam:

Fonte: RATTON, et al., 2010.

Porto de Algeciras:

Neste contexto de hub ports destaca-se também o porto de Algeciras, na

Espanha. Conforme o governo de Algeciras (2014), o porto possui uma plataforma

hub no Mediterrâneo Ocidental para o recipiente de transbordo, e também possui

uma localização geoestratégica, no cruzamento das principais rotas marítimas

unindo o Norte da Europa, África, África Ocidental, América e a Ásia por mar.

O Mapa mundi da figura 9 adaptado pelos acadêmicos ilustra melhor esta

importante localização geográfica:

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Figura 9 – Mapa Mundial dos Portos editado pelos acadêmicos:

Fonte: Antaq (2014)

Nota-se que o porto de Roterdam está localizado na entrada da Europa e o

porto de Singapura localizado entre a Asia, Oriente Médio, e Oceania.

4.4 Requisitos para caracterização desse modelo portuário.

De acordo com VIEIRA (2002), para concentrar cargas ou configurar-se um

Hub Ports, devem ser analisados pelo menos três aspectos: seu hinterland, seu

vorland e seu umland.

- Hinterland: O potencial gerador de cargas, ou seja, o porto deve ser

localizado próximo a grandes cidades consumidoras e produtoras, que vão usufruir

do Porto, bem como, o desenvolvimento da região em que o porto está instalado, e o

fácil acesso ao porto, considerando para este, a infraestrutura portuária, rodovias,

ferrovias, entre outros.

O Porto de Santos é um exemplo de Porto que atende a este aspecto,

apresentando uma localização geoeconômica influente, onde dispõe de bons

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acessos marítimos e terrestres, além de oferecer altos índices de produtividade,

capacidade de movimentação, agilidade operacional e investimentos em tecnologia.

- Vorland: A proximidade do porto das principais rotas de navegação.

Considerando o contexto mundial atual, este aspecto não se enquadra no Brasil

e na América do Sul, sendo que as principais rotas de navegação atualmente são no

hemisfério norte, onde estão localizados os principais continentes com

representatividade considerável para o Comércio Internacional como América do

Norte, Europa e Ásia.

- Umland: Uma instalação portuária com grande potencial e infraestrutura

eficiente, além de tarifas atrativas e serviços de qualidade.

O Porto do Rio Grande do Sul, como exemplo para este aspecto, possui uma boa

infraestrutura, calado de 40 pés (equivalente a 12.192 metros), superior aos demais

portos da região Sul da América do Sul (considerando os concorrentes portos

vizinhos uruguaios, argentinos e catarinenses). Outros exemplos seriamos porto de

Suape e Itapoá.

Já, de acordo com Hoffmann (2010), os requisitos para caracterização de um

Hub Ports, dependem de duas ligações: A terrestre e a marítima.

a) Ligações terrestres

Muitos Hub Ports concentram, carga por terra, como por exemplo, no caso do

Norte da Europa e dos Estados Unidos. Hong Kong também recebe a maior parte da

sua carga por terra. Deste modo, o porto deve, naturalmente, ter ligações com outras

formas de transporte, principalmente ferrovias, que são importantes para obtenção

de grandes volumes de carga. Caso o porto esteja em uma área industrial, que

oferece outros serviços para a carga, isso pode ser uma vantagem adicional.

B) Ligações marítimas

O principal centro de transbordo do mundo (onde a carga chega e sai por

mar) é Singapura. Os principais portos da região, que servem como centros de

transbordo, continuam a crescer, pois têm serviços marítimos internacionais e carga

de portos menores, no qual são transferidos a eles para conectar-se com esses

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serviços. A principal base para a viabilidade desses centros é a sua localização

geográfica.

Os Portos localizados ao longo das principais rotas de comércio e cercados

por regiões industrializadas são considerados portos naturais. Eles também devem

ter leitos de águas profundas para acomodar navios de grande porte. Quanto a

capacidade do porto, são de extrema importância: equipamentos modernos,

procedimentos harmonizados, exigências de documentos mínimos e alto nível de

informatização e desenvolvimentos tecnológicos no sistema operacional, a fim de

minimizar o tempo de resposta dos navios.

Lee e Cullinane, (2005, tradução nossa) apontam alguns fatores que afetam a

qualidade do hub ports, juntamente com a influência do desenvolvimento da

logística:

Infraestrutura portuária: Equipamentos modernos, procedimentos

harmonizados, exigência de documentos mínimo, quantidade de cais suficientes

para atender uma grande demanda;

Os serviços portuários: Carga e descarga de mercadorias, de coleta e

entrega de serviços, disponibilidade de informações e serviços personalizados;

Serviço do transportador no porto: A freqüência de chamada, a taxa de frete e

participação da operadora de transportes terrestres;

Acessibilidade: Rodovias e ferrovias de acesso estruturadas para facilitar a

distribuição;

Segundo a Antaq, os fatores fundamentais deste modelo portuário são:

Localização – Posicionamento geográfico privilegiado e comércio

internacional, com desvio mínimo das principais rotas mundiais;

Qualidade da infraestrutura disponível – Aquaviária (calado, canais de

acesso, bacias de evolução) e terrestre (retroárea, vias internas);

Terminais com configuração e capacidade operacional adequadas (lay out e

tecnologia) – Considerando o tamanho dos navios, por exemplo;

Tarifas e preços competitivos – Vem como consequência por causa da

escala;

Relações com o meio urbano estáveis – Sobrevivência (Recife-Suape,

Mucuripe-Pecém, Rio-Sepetiba, Marseille-Fos, Porto Alegre-Rio Grande);

Estabilidade nos regramentos normativos – Importante para a segurança dos

investidores;

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Rede Multimodal presente e adequada

Rede de serviços feeders de qualidade – capacidade e frequência

Oferta de serviços adicionais às atividades básicas do porto – facilidades para

a liberação das cargas;

Planejamento logístico adequado – sistema de informação, sistema de

segurança, tratamento e destinação de resíduos, etc.

4.5 Possiveis portos concentradores no Brasil:

A questão de saber se há ou não potencial para o surgimento de um hub port

no Brasil é importante tanto para o desenvolvimento econômico do país como para

integração do Brasil com os países vizinhos e demais regiões.

A relação entre a localização geográfica de um país e os investimentos nos

portos são de suma importância, pois o fluxo comercial e a localização geográfica

constróem uma oportunidade para a geração de renda por meio da oferta de

serviços portuários, ou seja os portos poderiam tirar proveito de sua localização

geográfica privilegiada e oferecer seus serviços para os países vizinhos; neste caso,

o país iria investir em seus portos para exportar serviços portuários, promovendo

este como parte de sua política comercial.

Ambos os motivos podem desempenhar um papel importante no

desenvolvimento potencial de um Hub Ports no Brasil. O objetivo principal seria

reduzir os custos de transporte para o comércio exterior do país e, ao mesmo tempo

atrair carga adicional a partir de países vizinhos, o que ajudaria o porto a gerar

economias de escala.

No Brasil, os Hub Ports permitiriam que os grandes navios fossem operados

em uma única escala, buscando concentrar a carga em determinada região de

abrangência, e posteriormente, seria efetuada a distribuição em navios

alimentadores de menor porte, ao longo da costa brasileira. Quanto maiores os

navios, menores os custos de transporte dos contêineres, o que significa dizer que a

atividade apresentaria economia de escala.

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Diante deste cenário, considerando que os hub ports são especificamente

relacionados à movimentação de containeres, a figura 10 ilustra o percentual de

participação dos portos brasileiros em TEU´s no ano de 2012, para avalisar os

principais portos em movimentação de containeres do país.

Figura 10 – Brasil: Participação Percentual Porto (TEU) 2012:

Fonte: InternationalForeigntrade (2013)

Na figura 10, percebe-se a grande importância do Porto de Santos com

participação de 36%, seguido do Porto de Itajaí com 12%, Paranaguá com 9%, Rio

Grande com 7%, Rio de Janeiro + Itaguaí 9%, e Itapoá com 3 %.

Os Portos de maior relevância para se tornarem um porto concentrador de

cargas no Brasil dependem das características citadas anteriormente, e além destas,

ainda devem ter destaque as características gerais, como a capacidade de

armazenagem, profundidade do canal de acesso, custos portuários, área de

influência, área de pátio, infraestrutura e produtividade. Diante do apresentado, é

notável que os Portos brasileiros com infraestrutura e capacidade para receber

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grandes navios são: Santos, Suape, Rio Grande e Itapoá.Considerando todos os

requisitos necessários para que um porto tenha capacidade de ser um hub port,

segue a tabela 3, comparativa com os possíveis hubs do Brasil:

Tabela 3 – Comparativo dos possíveis hubports do Brasil:

Portos Capacidade de Armazenamento

Calado Canal de Acesso

Custos Portuários

Area de Influencia

Santos 700 mil m3 de granéis líquidos 2,5 milhões de toneladas de granéis sólidos

13 metros

130m de largura.

- 1ºperíodo (10-dias) 0,30% / dia - 2ºperíodo (10-dias) 0,70% / dia - 3ºperíodo 0140% / dia

Estado de São Paulo e grande parte de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Paraná.

Suape 500 mil m3 para granéis líquidos 9 silos de 5.000 t cada, totalizando 45.000 t

15,5 metros

390m de largura.

- 1ºperíodo (10-dias) 0,30% / dia - 2ºperíodo0,50% / dia

Estado de Pernambuco e parte dos estados de Alagoas e da Paraíba.

Rio Grande

300 contêineres/dia

15 metros

700m de largura

- 1ºperíodo (15-dias) 0,04% / dia - 2ºperíodo (15-dias) 0,07% / dia - 3ºperíodo 0,14% / dia

Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, o Uruguai, o sul do Paraguai e o norte da Argentina.

Itapoá 500 mil TEUs/ano

16 metros

Diretamente no mar.

- 1ºperíodo (7-dias) 0,10% / dia - 2ºperíodo (8-dias) 0,30% / dia - 3ºperíodo 0,35% / dia

Estado de Santa Catarina e parte do estado do Rio Grande do Sul, do estado do Paraná.

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Analisando as características da tabela 3, percebe-se que geograficamente,

os Portos de Itapoá, Rio Grande e Suape são os mais indicados para ser um hub no

Brasil, por conta do calado e do canal de acesso. É necessário um calado de 14,5m

para atracação do navio Triple E (2º maior navio de contâiner do mundo), por

exemplo.

Entretanto a área de influência do Porto de Santos é sem dúvida a maior, o

que demonstra a necessidade de um Hub Ports para atender todo este mercado que

movimenta a grande parte do PIB do Brasil.

Em tempo nota-se também que os custos portuários dos portos do Sul (Rio

Grande e Itapoá) são os mais interessantes, quando se visa uma diminuição dos

custos.

O Brasil possui estrutura para investir em um porto concentrador de cargas, e

possui diversos portos ao longo de sua costa. A grande vantagem deste modelo é a

redução de custo e de tempo de trânsito das mercadorias, que é essencial para que

o país possa ser um grande competidor global, em termos de economia. Os

possíveis portos brasileiros citados são os que mais se aproximam dos requisitos

para se tornar um porto concentrador de cargas no país.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento de um país no âmbito mundial está diretamente ligado a

sua participação no Comércio Internacional, e os países em desenvolvimento como

o Brasil deveria seguir os exemplos dos países desenvolvidos e seguir os modelos

que resultariam nesse sucesso.

Os hubports pelo mundo, como Singapura e Rotterdam, são os principais

exemplos de sucesso que contribuíram para o desenvolvimento dos países que os

usufruem, que tiveram um grande aumento na participação no Comércio Mundial e

consequentemente se desenvolveram.

Os países em desenvolvimento da América do Sul, destacando

principalmente o Brasil, não possuem uma participação significativa que os

destaquem no Comércio Internacional quando comparados aos países

desenvolvidos, muito em virtude da falta de investimento no setor portuário que hoje

não consegue suportar a evolução dos navios de grande porte, utilizados para

diminuição dos custos com a diminuição de escala, bem como atender a demanda

rápida exigida pelos armadores para operação dos navios no menor tempo possível,

devido a falta de estrutura nos portos.

Nota-se que providências estão sendo tomadas, mas ainda com pouca

intensidade devido às burocracias impostas pelo governo brasileiro.

A representatividade do Brasil no Comércio Internacional comparado com os

países vizinhos na América do Sul, é maior, muito em virtude da ótima localização

geográfica, do tamanho do país tanto em extensão quanto populacional, e é notável

o potencial consumidor do Brasil.Mas os projetos precisam sair do papel e os portos

precisam de mais estrutura tecnológica, facilidades de acesso para aumentar

principalmente a capacidade e a produtividade.

Com a concentração dos recursos em apenas um porto, reduzindo o

investimento dos demais, é possível atingir a excelência necessária para a

transformação de um porto em um hub ports, que no Brasil, por exemplo, não só

poderia tornar mais viável as exportações e importações para o país através da

diminuição dos custos, como também poderia fazer do país um exportador de

serviço para os países vizinhos, pois seria mais vantajoso para eles que as

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mercadorias entrassem pelo Brasil, por causa da estrutura para suportar grandes

navios, além de contribuir diretamente com o desenvolvimento do país.

Com a pesquisa realizada, foi possível determinar os conceitos de porto

concentrador de cargas, bem como os requisitos para a caracterização e a

identificação de alguns portos com capacidade para atender os fatores necessários.

Embora nenhum destes portos estejam preparados para a função de ser um

hub ports, os mesmos possuemum grande potencial de adequação. As vantagens

econômicas e sociais resultantes neste modelo portuário são diversas, e são

essenciais para a economia do país, porém para se inserir neste aspecto

globalizado, é necessário um estudo detalhado de cada um destes portos

brasileiros, bem como o desenvolvimento de sua infraestrutura para atrair grandes

empresas armadoras. Ambos são fatores importantes para iniciar o que ficou no

papel.

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Nome do estagiário Davi Jairo Patricio

Nome do estagiário VandressaFelerDauer

Orientador de conteúdo Prof. Leonardo SpecorteRussi

Responsável pelo Estágio Profª. Msc. Natalí Nascimento