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Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013 Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação. Gabriela Fonseca Brito [email protected] Pós Graduação em Iluminação e Design de Interiores Instituto de Pós Graduação IPOG Resumo Este artigo busca entender como o panorama de festas de casamento se caracteriza na cidade de Natal, partindo como ponto de análise o uso de iluminação cênica nesses eventos. Através de entrevista com profissionais da área, de pesquisas bibliográficas e auxílio do material fornecido em sala de aula, foi possível identificar quais os maiores problemas existentes dentro desse mercado na cidade previamente citada. Após compreender como a iluminação cênica tem se comunicado com a nova realidade das festas de casamento, foi feito uma análise ponto a ponto dos fatores que interferem no resultado final daquelas. Buscou-se compreender como estes fatores possuem essa influência, e como com a modificação desses pode haver melhorias nesses eventos. Palavras chave: Casamento. Iluminação cênica. Panorama. 1. Introdução Ao perguntar a uma mulher qual é o dia mais importante da sua vida, a grande maioria certamente responderá o dia do casamento. Não há questionamento o quanto essa tradição tem papel de destaque na nossa cultura, e como o sonho da festa de casamento perfeita induz milhares e milhares de casais a disporem somas absurdas de dinheiro para realizá-la. Não se trata apenas de uma celebração, de um rito de passagem, ou até mesmo de uma celebração religiosa. As festas de casamento cresceram tanto em tamanho quanto em criatividade; a busca da personalização de cada item, de algo exclusivo, que vai do destaque em cada guardanapo, até vestidos de noivas assinados por estilistas famosos. Trata-se não só de um “sonho de menina”, mas sim de um mercado econômico que, atualmente, gera no Brasil algo em torno de 10 bilhões de reais (segundo artigo na Folha.com). Nos Estados Unidos esse valor pula para US$100 bilhões, e evidencia que este crescimento veio para ficar. Ao vislumbrar esse panorama percebe-se que com o crescimento dessas “festas de casamento”, onde uma simples reunião festiva transforma-se em um verdadeiro evento, um espetáculo que beira o teatral. Os profissionais do ramo, inclusive, começam a permutar suas tarefas, e cenógrafos de renome se vêem decorando salões de bailes homéricos travestidos de um novo significado. Nesse nicho também começam a se inserir os arquitetos, como exemplo Felipe Crescenti, que mescla seu dom para arquitetura com a sofisticação das suas

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Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação.

Gabriela Fonseca Brito – [email protected]

Pós Graduação em Iluminação e Design de Interiores

Instituto de Pós Graduação – IPOG

Resumo

Este artigo busca entender como o panorama de festas de casamento se caracteriza na cidade

de Natal, partindo como ponto de análise o uso de iluminação cênica nesses eventos. Através

de entrevista com profissionais da área, de pesquisas bibliográficas e auxílio do material

fornecido em sala de aula, foi possível identificar quais os maiores problemas existentes

dentro desse mercado na cidade previamente citada. Após compreender como a iluminação

cênica tem se comunicado com a nova realidade das festas de casamento, foi feito uma

análise ponto a ponto dos fatores que interferem no resultado final daquelas. Buscou-se

compreender como estes fatores possuem essa influência, e como com a modificação desses

pode haver melhorias nesses eventos.

Palavras chave: Casamento. Iluminação cênica. Panorama.

1. Introdução

Ao perguntar a uma mulher qual é o dia mais importante da sua vida, a grande maioria

certamente responderá o dia do casamento. Não há questionamento o quanto essa tradição tem

papel de destaque na nossa cultura, e como o sonho da festa de casamento perfeita induz

milhares e milhares de casais a disporem somas absurdas de dinheiro para realizá-la.

Não se trata apenas de uma celebração, de um rito de passagem, ou até mesmo de uma

celebração religiosa. As festas de casamento cresceram tanto em tamanho quanto em

criatividade; a busca da personalização de cada item, de algo exclusivo, que vai do destaque

em cada guardanapo, até vestidos de noivas assinados por estilistas famosos. Trata-se não só

de um “sonho de menina”, mas sim de um mercado econômico que, atualmente, gera no

Brasil algo em torno de 10 bilhões de reais (segundo artigo na Folha.com). Nos Estados

Unidos esse valor pula para US$100 bilhões, e evidencia que este crescimento veio para ficar.

Ao vislumbrar esse panorama percebe-se que com o crescimento dessas “festas de

casamento”, onde uma simples reunião festiva transforma-se em um verdadeiro evento, um

espetáculo que beira o teatral. Os profissionais do ramo, inclusive, começam a permutar suas

tarefas, e cenógrafos de renome se vêem decorando salões de bailes homéricos travestidos de

um novo significado. Nesse nicho também começam a se inserir os arquitetos, como exemplo

Felipe Crescenti, que mescla seu dom para arquitetura com a sofisticação das suas

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

cenografias. A sensibilidade e a elegância que os novos casais exigem em seu evento, deixam

de permitir a uniformidade dos itens vendidos em pacotes e migram para a exclusividade, a

identidade própria de cada elemento. Os anseios e pensamentos de cada noiva transformam-se

em produções megalomaníacas, com requintes de luxo vistos em produções hollywoodianas.

Figura 01: Detalhe de um altar

Fonte: http://www.constancezahn.com/

Figura 02: Salão de um casamento

Fonte: http://www.constancezahn.com/

No entanto, pode-se pensar que essa nova safra de casais não faça parte da realidade

norte-riograndese, que se insiram somente no sul e sudeste do país, ou no além mar. Essa

impressão errônea dar-se a parca qualidade das festas de casamento que ainda se vêem na

cidade de Natal. A referência potiguar ainda se limita a imagens tradicionais, e pouco

ousadas, e tem perdido a oportunidade de explorar as diversas vertentes que esse novo nicho

de mercado dispõe.

Se uma comparação fosse feita entre festas feitas em Natal, e outras realizadas em

estados vizinhos, como Recife e Fortaleza, chegaríamos à conclusão que, mesmo tendo

orçamento semelhante, o resultado nos outros estados seria mais inspirado do que os

encontrados em nossa cidade. Essa realidade nos leva a conjeturar um questionamento:

Porque, se mesmo tendo um orçamento elevado, não se consegue realizar festas de casamento

únicas na cidade de Natal? Ou ainda, como a padronização de determinados elementos pode

afetar a resultado final do evento? Qual a explicação ou justificativa para a falta de

personalização e criatividade nas festas de casamentos que ocorrem em Natal?

Ao longo desse artigo busca-se responder essas perguntas tentando compreender o

atual panorama dos casamentos da cidade de Natal. Para fins de análise, buscou-se isolar um

elemento principal dentro desse universo, que, no entanto, tenha grande relevância para a

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

concepção dos eventos discutidos, e que seja um item simbólico da situação atual do mercado.

Tendo isto em mente optou-se por estudar o uso da luz nas festas casamento, uma vez que

através dela pode-se fazer uma conexão com a própria decoração, ou cenografia.

Buscando melhor entender o contexto da cidade citada, foi feita uma entrevista com

um profissional da área de referência, assim como diversas consultas bibliográficas sobre

iluminação cênica.

Espera-se que este artigo possa vir a esclarecer o panorama atual e responder algumas

das perguntas feitas previamente. Deseja-se entender como esta situação está inserida na

cidade destacada, para que no futuro seja possível solucionar os problemas encontrados, e

incluir nesse mercado tão atraente, os noivos e a noivas potiguares.

2. Iluminação Cênica

Para melhor estudar as questões levantadas previamente, deve-se, incialmente, parar

para refletir sobre a própria luz. Antes de qualquer coisa o papel da luz será o de Iluminar;

fazê-lo no seu sentido mais básico, onde como fonte máxima, o sol brilha em seu esplendor na

abóboda celeste. Antes dos teatros gregos, antes das tragédias e comédias, existia

simplesmente a luz. Sua função básica de iluminar foi uma constante na história humana, e

assim como o nascimento do fogo, cada melhoria nas fontes luminosas representa um salto

tecnológico para o homem.

A luz não deve ser vista como um complemento, mas como um ator principal, que

possibilita que os demais personagens entrem em cena, e possam ser vistos em todo o seu

esplendor.

É sabido que o berço do teatro é a Grécia, e seus anfiteatros abertos, recebiam a

potente iluminação solar. Vale frisar que a cuidadosa escolha dos locais de implantação

desses “Teatros” refletia essa preocupação de providenciar uma melhor visibilidade do palco

para os espectadores, além dos valores acústicos que os gregos tão sabiamente buscavam.

Com a evolução da “luz”, em conjunto com uma série de outros fatores, o ambiente

teatral migra do campo aberto para edificações fechadas, e sendo assim, perde-se a até então

principal fonte de luz. Entram em cena as velas, os lampiões, as tochas; enfim, os elementos

alimentados por combustíveis comburentes que irão fazer os teatros “se acenderem” e os

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

palcos voltarem a ver a luz.

O invento das lâmpadas elétricas permitiu um salto na história, e certamente teve o seu

papel na modificação na arquitetura dos edifícios teatrais, que agora se voltam para o

tradicional placo italiano, modelo este ainda em vigor nos dias de hoje, e que se utiliza de

refletores, lustres e lanternas para trazer vida ao espetáculo.

Ao se fazer essa pequena retrospectiva sobre a forma de iluminação no teatro, não se

levanta questionamento que essas “iluminações” eram cênicas, uma vez que estas buscavam

“iluminar a própria cena”, no seu sentido mais literal. No entanto a definição de cena,

espetáculo, cenografia, são deveras amplas e deixam margem para novas interpretações, onde

a iluminação de uma simples mesa de jantar, ou a fachada de um prédio possa igualmente ser

considerada como cênica. Sobre essa questão o professor Sávio Araújo, docente da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em seu “Texto sobre as manifestações

populares”, nos ensina que:

“A palavra espetacular vem do latim especulum, que quer dizer imagem, algo

para ser visto. Neste sentido, as manifestações humanas organizadas numa

relação entre a ação humana e seu espectador, podem ser classificadas como

espetaculares. (Araújo,Savio)

Seguindo essa linha de raciocínio, parte-se da premissa que o ambiente de uma festa

igualmente pode ser considerado como uma cena, e sendo assim a luz que banha a mesma é

também cênica, e deve ser pautada nos conceitos e diretrizes que guiam aquela. Diminuem-se

ainda mais quaisquer dúvidas que exista sobre o caráter cenográfico da luz em eventos quanto

para-se para observar os equipamentos usados. Os mesmo refletores olham de cima para

ambiente, os mesmos moving lights decoram o salão e até mesmo as velhas velas, usadas nos

teatros há séculos, resurgem para pegar o seu lugar de destaque dentro do novo cenário que se

tornaram as grandes festas de casamento.

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

Figura 03: Iluminação cênica em uma

edificação

Fonte:

http://angelaabdalla.blogspot.com.br/2011/0

3/iluminacao-led-em-fachada-de-vidro.html

Figura 04: Iluminação cênica em uma edificação

Fonte: http://www.pontolux.com.br/

Figura 05: Iluminação cênica em uma

edificação

Fonte: http://www.pontolux.com.br/

A luz toma proporções teatrais e se introduz nesse ambiente como um elemento de

composição do evento, ou espetáculo. Não é incomum que profissionais que antes pertenciam

à iluminação de teatro e de shows, comecem a atuar também na área de eventos. A iluminação

que antes era acanhada e de pouco destaque, passa a atuar de forma incisiva e a modificar o

caráter das festas de aniversário, casamento, feiras e etc. O autor do texto “Luz versus

iluminação”, Murray Louis, faz um paralelo interessante sobre a diferença entre luz e

iluminação:

“Luz é o que o bailarino procura no palco; iluminação é o que o público vê. O

bailarino reage fisicamente à luz, enquanto a platéia reage artisticamente à

iluminação.” (Louis)

A partir da citação acima é possível traçar uma linha entre o uso da luz no intuito de

clarear, e seu uso para iluminar no sentido cênico. Pode-se dizer, ainda, que em décadas

passadas os eventos continham apenas luz, e que atualmente estes são iluminados. A grandeza

da luz, que parte desde sua concepção, até a execução, não deixa margem de dúvida do seu

caráter cênico, e até mesmo cenográfico, onde, com o uso cada vez mais frequente da

projeção mapeada, a luz torna-se o próprio cenário.

3. Diretrizes da Iluminação Cênica

Uma vez definido o conceito de iluminação cênica e onde este se insere pode-se, por

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

fim, tentar definir os seus parâmetros de utilização, e como este, uma vez usado corretamente,

pode trazer resultados inspiradores e mágicos.

O primeiro ponto a se tratar quando se fala sobre iluminação cênica é destacar a sua

importância. A luz, como muito bem explicou Murray Louis pode clarear ou pode iluminar.

Em uma peça de teatro esta pode ter uma função coadjuvante, ou de protagonista, mas sua

presença não deverá passar despercebida. Em conversa com o iluminador Castelo Casada, que

possui sua própria empresa de iluminação na cidade de Natal, ele frisa a importância da

formação teatral em sua posição, e explica que sua experiência nos palcos o possibilita a

enxergar a importância da iluminação em uma nova perspectiva. Assim como Murray ele

explica a diferença entre uma luz sem função além da sua primária, e uma luz que emociona,

que leva o espectador a um momento além do contido nos palcos do teatro.

A iluminação cênica pode ter função de identificar o onde, o quando, ou o quem. Pode

indicar uma noite fria, ou um deserto ensolarado; pode fazer surgir uma figura misteriosa ou

um galante príncipe. Pode ter função realista (como a marcação de dia e noite), ou pode ser

simbólica e emotiva.

Assim como a luz possui seu papel, a comunicação desta com os demais elementos da

peça também é vital. Não se pode iluminar algo sem entender qual é o seu objetivo, o que se

pretende transmitir com ele. Um cenário pensado para ser inteiramente verde, jamais deverá

ser visto embaixo de uma luz vermelha, ou teremos um resultado completamente diferente do

desejado. O equilíbrio entre cada item é de suma importância para o resultado final, e somente

com o acesso direto entre iluminador, cenógrafo, figurinista e diretor esta harmonia será

alcançada. Nenhum deve ser sobrepor ao outro e todos devem ter o seu “espaço ao sol”.

Com a entrada de outros personagens nesse enredo o uso da cor na luz torna-se uma

opção a ser pensada com cuidado. A combinação com os demais elementos, os efeitos que

essas cores irão trazer aos espectadores, o concepção da peça; tudo deve ser levado em conta

ao se escolher qual será a gama de cores a ser utilizada. Em “Semânticas da Iluminação”,

Hamilton Saraiva explica que: “(...)A cor, na iluminação, tem a sua própria “semântica”, que

interfere nas outras e que, conjuntamente, são os signos artificiais, criados pelo homem para a

realização do espetáculo.” (SARAIVA). Ou seja, cada cor possui uma significância, de caráter

emocional e cultural, e seu uso não deverá ser gratuito, mas sim programado para refletir as

emoções e anseios que melhor contribuam para o espetáculo.

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

Existe uma série de outras características da iluminação cênica que poderíamos citar,

no entanto tendo em mente a aplicabilidade desses conceitos no âmbito de eventos e festas,

ficam-se restritos aqueles citados, que mais comumente interferem no resultado final da

iluminação nessas situações.

4. As espetaculares Festas de Casamento

Quando paramos para analisar qual tipo de festa se destaca das demais, tanto em

tamanho, quanto em importância social, a palavra casamento salta a página. A união de um

casal, seja religiosa, seja civil, sempre foi motivo de celebração e comemoração. Seja

representado em filmes, pinturas, fotografia ou literatura a celebração do matrimônio é motivo

de felicidade e uma data das mais marcantes na trajetória de muitas mulheres.

Mas, assim como os filmes, esse evento único tem se tornado um verdadeiro

espetáculo, onde as proporções megalomaníacas das superproduções se inserem em salões de

bailes, igrejas, e recepções ao redor do mundo. Este mercado, que cresce a cada ano, não se

intimida com o mar de divórcios que estampam as manchetes, e busca cada vez mais superar

os limites e expectativas dos noivos. Das menores festas as maiores reuniões, toda festa de

casamento exige um grau de complexidade, e elementos que alimentam esse nicho e geram

uma exorbitante movimentação de dinheiro. No ano de 2011, no Brasil, foram gastas em torno

de 10 bilhões de Reais dentro desse mercado. São bem-casados, bolos, vestidos de noivas,

lustres, convites, brindes e flores. Para cada “espetáculo” entra em cena uma série de

profissionais que participam orquestradamente de toda a produção que são as festas de

casamento de hoje em dia.

E assim como uma peça teatral existem os cenógrafos, figurinistas, assistentes de

produção, diretores-cerimonialistas, e sim, um iluminador. Imersos na gigantesca máquina

dessas “festas exclusivas” estão os coadjuvantes que a tornam realidade e que devem trabalhar

em harmonia em prol do resultado final. Não é apenas uma festa, mas a promessa da

realização de um sonho. E assim como este, buscam-se resultado cada vez mais escandalosos,

entre fogos de artifício, à chegada em helicópteros, não há limite para a imaginação, nem para

os gastos que cercam essa data.

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

A ousadia e a criatividade, assim como o acesso fácil, disponibilizado pela internet e

demais mídias, à referências estrangeiras e ilustres, os “novos noivos” querem que a sua festa

seja absolutamente única e singular. Muitos mergulham em filmes que refletem a história do

casal, ou exemplos encontrados em casamentos de famosos, e há, ainda, os sempre divertidos

e vanguardistas casamentos temáticos; enfim, um mar de possibilidades que se descortina

frente aos casais.

As novas tecnologias, como o próprio LED, permitem uma série de efeitos que antes

só eram possíveis na televisão e shows. Permitem uma liberdade que é explorada por essa

nova safra que anseia pela novidade, pelo elemento de destaque. Essa mesma inovação que

possibilitou o crescimento do uso da luz, é agora responsável por trazer esta vertente que

antes era restrita ao teatro para os salões de recepção. A acessibilidade aos novos materiais e

novas máquinas permite aos noivos a possibilidade de desfrutar de uma gama de opções

luminotécnicas que anteriormente não era possível. Não se pode deixar de frisar que os

profissionais voltados para o âmbito artístico que circulam, atualmente, por esse nicho, e

encontra nele a possibilidade de orçamento amplo e trabalho constante, itens tão raramente

vistos na área teatral.

Figura 06: Exemplo de um casamento-espetaculo

Fonte: www.constanezhan.com.br

Figura 07: Exemplo de um casamento-espetaculo

Fonte: www.constanezhan.com.br

As festas de casamento deixaram de ser comemorações intimas, e muitas vezes

taciturnas, para se tornarem festas longas e divertidas, com o objetivo de entreter e

surpreender cada convidado. Como um espetáculo, deseja-se maravilhar os presentes, e

imergi-los em um mundo fantástico, onde nenhum capricho ou detalhe é deixado de lado. O

sagrado se restringe a celebração ocorrida na igreja ou templo, enquanto na recepção a

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

ostentação e magia se liberam e tomam conta do espaço.

4. Casamentos Potiguares

A cidade de Natal, no qual foca-se esse estudo, não é diferente dos demais locais e

assim como eles também possui esses “novos noivos” imersos no desejo de transformar a sua

festa de casamento no acontecimento do ano. No entanto, ao se deparar com a realidade local

percebe-se que ao invés da busca pela originalidade e personalização do evento encontra-se

uma série de festas padronizadas e comuns, que repetem umas a outras, sem haver destaque

ou distinção entre elas. Com um orçamento igualmente grandioso as festas potiguares estão

imersas em um universo limitado e fadado a copias consecutivas e sem brilho.

No âmbito da iluminação uma série de “projetos” pouco inspirados banham de luzes

igrejas e santos, enchem salões de cores sem significado, e confundem o espectador ao invés

de fazê-lo perder o fôlego. Os espaço ficam imersos em luz, mas sem preocupação em manter

um equilíbrio entre as demais partes da decoração, e no final, o que sem tem é algo que em

determinados momentos lembram uma rave, ou uma boate qualquer.

Para melhor analisar esse panorama foi feita uma separação entre determinadas

características da iluminação usada nas festas de casamento, de forma a criar-se um

diagnóstico mais preciso sobre esta situação.

a) Claro e Escuro

Assim como destacamos a importância da luz, deve-se frisar a presença vital da

sombra, que irá gerar o contraste necessário e hierarquia dos elementos a serem iluminados.

Caso tudo fosse iluminado não haveria destaque em nenhum momento ou item que mereça

maior atenção; todos seriam de igual importância e relevância.

Não somente para definir graus de destaque, o jogo de sombra também é responsável

por definir volumes, texturas, esconder erros e espaços de pouco valor estético. Enfim, o não

iluminar pode ser tão válido quanto o iluminar.

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

Figura 08: Exemplo de um casamento com claro e escuro

Fonte: www.constanezhan.com.br

Figura 09: Exemplo de um casamento com claro e escuro

Fonte: www.constanezhan.com.br

Quando paramos para observar a cena natalense, e suas festas, o que se encontra em

um oceano de luz, banhando a tudo e a todos. Não há foco, ou preocupação em frisar os itens

que merecem mais atenção. Normalmente, entra-se em um salão de entrada iluminado por um

grande lustre, de valor estético, mas de pouca eficiência para a iluminação em si, e uma

profusão de cores que brigam entre si para iluminar cada canto da recepção. Não há sombras,

não há mistério, não há drama.

b) Luzes Estáticas

Seguindo pelo mote deixado no tópico anterior, a falta de drama ou teatralidade também é

um marco caraterístico das iluminações analisadas. Não há preocupação em explorar os

recursos que o teatro nos fornece. Ao invés de termos as luzes trazidas a um blackout e um

jogo de focos e canhão seguidor para acompanhar a entrada do casal à pista de dança, tem-se

apenas uma luz suave e constante para que todos possam enxergar o que está acontecendo.

Volta-se, então, a diferença entre clarear, por si só, e iluminar.

Em conversa com Castelo Casado, ele fala como gostaria de poder explorar mais as

nuances que a luz possibilita, mas que em muitos momentos foi vetado, seja pelo celebrante

da cerimônia do casamento, seja pela falta de conhecimento e imaginação dos próprios noivos

que pouco sabem sobre o que querem. Mostrando seu portfólio, ele sugere uma série de

soluções e efeitos ousados que não chegam a ver a luz do dia.

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

A iluminação cênica não deve ser estática, mas sim fluida e móvel, definindo, por

exemplo, o início e final de cada cena. Levando para os casamentos, porque não explorar uma

contra luz no altar, para destacar a figura do padre? Por que não ousar projetar estrelas no teto

da recepção e transformar a primeira dança do casal em uma valsa sob a lua e as estrelas?

Porque não fazer um por do sol, em tons de rosa e lilás na chegada dos noivos? Enfim, uma

infinidade de efeitos e potencialidades que está sendo limitada a simples canhões seguidores

para a entrada da noiva, ou o descer de uma escada. Não se pode acreditar que isto seja tudo

que um verdadeiro iluminador tenha a oferecer.

c) Cores

O uso das cores é uma faca de dois gumes; quando usada corretamente ela pode trazer

sensações e emoções verdadeiras, e fazer os presentes terem uma experiência marcante,

quando incorreta pode transformar o ambiente, ou a cena, em um verdadeiro caos,

desiquilibrado e desalinhado que parece se perder em uma festa de carnaval. Infelizmente não

há dúvidas que em Natal, a segunda opção supera em muito a primeira.

Luzes rosas, âmbar, vermelhas e principalmente verdes invadem os casamentos

“pintando” cada flor e cada toalha de mesa, mudando e distorcendo o ambiente tão

cuidadosamente planejado. Não há uma preocupação, ou assim parece a um observador

qualquer, em coordenar luz e decoração, e muitas vezes aquela parece ter a única função de

modificar inteiramente esta. E não apenas os salões de recepção sofrem com o mau uso da

cor, as fachadas desses prédios, assim como as das igrejas no dia do casamento, ficam

totalmente desfiguradas e irreconhecíveis embaixo de um holofote roxo a marcar o seu

frontão. Os detalhes arquitetônicos, assim como a própria forma dessas edificações são

totalmente mascarados, e oprimidos pelo uso de tons tão intensos e errôneos. Como uma luta

entre quem tem maior importância, os prédios se escondem frente ao colorido da iluminação,

e se misturam em uma massa de cor e luz. O mesmo pode ser dito sobre os santos, que muitas

vezes são transfigurados em seres azuis e verdes. A cor do manto, de extrema simbologia para

os religiosos, é modificada e surgem em um tom nunca antes visto. As flores, normalmente

brancas, viram um espetáculo de aquarela, banhadas por luzes que não respeitam a sua

natureza, ou mesma a escolha detalhada da noiva para essa ocasião.

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

Figura10: Exemplo, em Natal, do mau uso da cor.

Fonte: www.iluminarsomeluz.com.br

Figura11: Exemplo, em Natal, do mau uso da cor.

Fonte: www.cciluminacoes.com.br

Figura12: Exemplo, em Natal, do mau uso da cor.

Fonte: www.iluminarsomeluz.com.br

Figura13: Exemplo, em Natal, do mau uso da cor.

Fonte: www.cciluminacoes.com.br

É de se entender que o uso da cor não deve ser banido das festas, nem dos casamentos,

mas deve ser pensando com muito mais afinco. O diálogo com o cenógrafo, ou decorador é de

suma importância e não deve ser visto como algo secundário. As cores devem seguir uma

palheta definida por ambos (cenógrafo e iluminador) e esta por sua vez, deve ser um reflexo

direto dos anseios do casal.

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

Figura14: Exemplo de uso correto da cor.

Fonte: www.constancezahn.com.br

Figura15: Exemplo de uso correto da cor.

Fonte: www.felipecrescenti.com

Deixando de lado sua relação com a decoração, a cor tem um grande papel de despertar

certas sensações nas pessoas, e sendo assim cabe a sensibilidade do iluminador conceber uma

luz que esteja de acordo com as emoções que deseja-se sentir na celebração de um casamento.

Alegria, felicidade, amor, paixão; enfim, sentimentos positivos e mágicos que certamente vão

fazer que com o convidado possa desfrutar da experiência da festa do casamento com muito

mais afinco.

d) Concepção e projeto de iluminação

Quando contrata-se um arquiteto é de se esperar que o seu trabalho resulte em uma

planta baixa, um projeto qualquer. Quando contrata-se um iluminador esse deveria ser o

mesmo resultado. Assim como a luz é um conceito real, ele é igualmente vago, e explicar para

alguém leigo que um refletor PAR20 vai fazer uma iluminação de ataque em um determinado

elemento pode ter tanto significado quando tentar ensinar um cachorro a dirigir. No ramo da

arquitetura cada ano uma série de ferramentas e programas buscam diminuir esse dificuldade

que muitas pessoas possuem de visualizar algo que não passa de linhas em um pedaço de

papel. Maquetes em 3d e físicas, plantas ilustradas com móveis e pessoas, ambientes

decorados em escala real; ou seja, tudo é válido para que o cliente consiga entender o que ele

está “comprando”. Isto não deveria ser diferente na iluminação.

Quando um casal entra no escritório de uma empresa de iluminação ele busca o efeito, o

sonho. Ele não tem ideia que precisará de um refletor elíptico, ou um moving light. Ele sabe

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

apenas que deseja ficar maravilhado. O iluminador deve, assim como busca o arquiteto, se

fazer entender, e criar meios de representar cada efeito e cada mudança de luz que ele

pretende criar.

Em uma peça de teatro existem uma série de ensaios de luz até que o diretor possa ver e

aprovar onde e como esta luz está atuando. Não deveria ser diferente nas festas de casamento.

Um ensaio geral pode não ser possível, mas certamente o uso de um storyboard, com fotos e

exemplos do que se deseja criar é fundamental. Um vídeo do efeito pensado, uma simulação

em um programa de computador. Esses artifícios estão hoje acessíveis aos iluminadores e

devem se utilizados.

Figura16: Exemplo de bons projetos de iluminação.

Fonte: www.constancezahn.com.br

Figura17: Exemplo de bons projetos de iluminação.

Fonte: www.constancezahn.com.br

O projeto em si, no papel, tem grande importância, ainda, na montagem dos próprios

equipamentos. A distância correta pode evitar que o calor de um refletor incomode os

convidados, assim como garantir que o foco está no local certo e não “iluminando” algo que

não é desejado. Em seu escritório Castelo Casado mostra como ele termina o projeto,

indicando onde ficará cada refletor, cada calha de iluminação, cada estrutura de sustentação, e

como estes irão interagir com o mobiliário e layout pensado pelo cenógrafo. Mais uma vez,

frisa-se a importância dessa comunicação. Em pesquisa foi possível identificar que poucos

decoradores ou cenógrafos utilizam quaisquer tipo de planta de layout e muitas vezes deixam

“no escuro” o iluminador quanto as suas pretensões quanto aos ambientes existentes nas

festas.

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

Tão importante quanto o projeto é o seu processo de criação, a concepção da luz. Como

dito, para os noivos pouco importa quais serão os equipamentos necessários, mas sim como a

sua festa ficará linda e única. Ter sensibilidade é fundamental na criação de qualquer coisa, e

quando se fala de luz, esse fator deve ser considerado como vital. Não entrando no âmbito de

dom ou talento, ser sensível ao que se deseja transmitir com aquelas luz é indispensável. Cada

efeito deve ser pensado e estudado, cada cor deve ser testada, cada blackout cronometrada,

assim como cada entrada e saída de luz. Enfim, a concepção da iluminação não deve ser

apenas uma simples escolha de refletores, mas a criação de uma cena, no sentido da palavra. E

dentro desse concepção a ousadia e a imaginação tem papel fundamental, uma vez que são

elas que irão dissociar uma festa de casamento da outra e verdadeiramente criar experiência

únicas e intransferíveis.

4. Conclusão

Uma vez que foram vistos todos os elementos de análise dentro do campo de iluminação

cênica voltada para as festas de casamento, na cidade de Natal, deve-se, por fim, voltar as

perguntas feitas no começo do artigo.

Porque, mesmo tendo um orçamento elevado, não se consegue realizar festas de

casamento únicas na cidade de Natal? De acordo com o observado, percebe-se que, referente

ao uso de iluminação cênica, as escolhas feitas pelos iluminadores são pouco inspiradas e

muitas vezes geram graves erros – como a falta de coordenação com a decoração- que podem

inclusive comprometer o resultado estético de toda a festa. Não será o orçamento que irá

definir a exclusividade e originalidade da festa. Mais dinheiro pode significar maior acesso a

materiais de ponta, mas não influência em um projeto ruim ou de pouca sensibilidade.

Essa pergunta recebe resposta semelhante a última questão elaborada: Qual a explicação

ou justificativa para a falta de personalização e criatividade nas festas de casamento que

ocorrem nessas cidade? Ambas as perguntas desembocam na mesma resposta: falta de

profissionais qualificados, assim como a falta de participação dos próprios noivos.

O quesito ligado aos profissionais atuantes no mercado potiguar é de suma importância, e

provavelmente envolve o cerne de todas as indagações feitas. Existem um sem número de

iluminadores trabalhando na cidade, mas pouco deles tem a consciência da importância do seu

Casamentos “Espetaculares” Uma breve análise sobre os casamentos potiguares na perspectiva da iluminação janeiro/2013

trabalho, assim como a sua complexidade. O uso aleatório de cores, a falta de preocupação em

esconder as estruturas utilizadas, os elementos repetidos e efeitos copiados que se proliferam

um casamento após o outro é resultado de um profissional que pouco sabe sobre o seu ofício.

O foco principal tem sido a facilidade de montagem, a simplicidade de material, e uma

única preocupação sobre quais os equipamento que serão utilizados, ao invés de conceber

uma iluminação cênica exclusiva e única. Quando um cliente procura um serviço de buffet,

doces, ou decoração, ele espera receber o seu melhor, mas além disso ele espera que cada item

feito, seja desenvolvido para aquele evento, e não seja uma sobra de alguma outra festa. Vejo

que nesse quesito os iluminadores pecam e repetem incessantemente luzes que eles acreditam

que funcionaram, sem se preocupar em deixar o evento como uma cópia mau feita de um

outro.

A padronização, peça chave as segunda pergunta (Como a padronização de determinados

elementos pode afetar o resultado final do evento?), é um dos maiores problemas encontrados

nos casamentos potiguares. Não apenas na luz, mas também na decoração e até mesmo nos

cerimoniais que gerem essas orquestra toda. Os noivos acabam recebendo um pacote pré

concebido que serve genericamente a todos, mas que muitas vezes não reflete as vontades

deles, ou corresponde a expectativa que eles possuem para a sua festa.

Como mencionado, os próprios noivos são responsáveis por esses erros que ocorrem tão

constantemente, por muitas vezes não saber passar aos profissionais contratados o que

desejam. Castelo Casado forneceu a oportunidade de observar uma reunião sua com uma

noiva, e a amplitude das respostas da mesma, a falta de controle sobre as próprias escolhas,

assim como o não conhecimento sobre o que exatamente se trata um projeto de iluminação

garante resultado insatisfatórios e frustrantes. Não se trata de serem leigos, mas de muito

entregarem nas nãos de decoradores, iluminadores e cerimonialistas, sem tentar transformar a

sua festa de casamento em algo pessoal. Os noivos potiguares não buscam levar a sua própria

identidade para os seus eventos, mas sim confiam em formulas pré estabelecidas que são

certas de funcionar, e deixar o salão como um local belo.

Talvez por esse pouca participação ativa dos noivos, seja que os iluminadores tenham se

acomodado, e se concentrado apenas no desenvolvimento dos seus refletores e holofotes. É de

suma importância frisar, no entanto, que existem sim profissionais na cidade de Natal,

capazes de realizar um evento inspirador, e a conversa com Castelo Casado mostra que isso é

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possível, mas para tanto esses precisam ser desafiados, precisam ser incitados a mostrar o seu

melhor, e a transformar casa festa de casamento em um novo universo, que será embalado em

cada efeito de luz, em cada vela, em cada flor.

Por fim, percebe-se que Natal ainda é uma cidade que tem muito a oferecer no ramo da

iluminação cênica, e que com a presença desse nova leva de noivos e noivas, que cada vez

mais buscam excelência na realização do sonho da festa de casamento perfeita, esses

profissionais terão a chance de crescer e apresentar uma nova gama de efeito e emoções que

somente a luz pode trazer.

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Referências

ARAÚJO, José Sávio Oliveira de. Material didático da disciplina de Cenografia I. Laboratório de Estudos

Cenográficos e Tecnologias da Cena. Natal: Departamento de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

2007

RATO, Gianni. Antitratado de Cenografia: variações sobre o mesmo tema. São Paulo: Editora SENAC, 2001. 185 p.

CONSTANCE ZAHN, Disponível em: <www.constancezhan.com.br>. Acesso em: 10 de Maio de 2012

LOUIS, Murray. Luz versus iluminação.

LOUIS, Murray. Dentro da dança. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1992.

SARAIVA, Hamilton. Semântica da iluminação.