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Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Mecânica Coordenação de Estágio Relatório Final de Estágio Engenharia Mecânica Monitoramento da Velocidade e Temperatura das Partículas Aspergidas Durante os Processos de Aspersão Térmica por HVOF e Plasma APS Banca: Anderson Geraldo Marenda Pukasiewicz Sandra Mara Kaminski Tramontin Felipe Barreto Campelo Cruz Realizado por: Karen Juliana Vanat 829153 Ponta Grossa, 17 de Setembro de 2013

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Departamento Acadêmico de Mecânica

Coordenação de Estágio

Relatório Final de Estágio – Engenharia Mecânica

Monitoramento da Velocidade e Temperatura das

Partículas Aspergidas Durante os Processos de Aspersão

Térmica por HVOF e Plasma APS

Banca: Anderson Geraldo Marenda Pukasiewicz

Sandra Mara Kaminski Tramontin

Felipe Barreto Campelo Cruz

Realizado por:

Karen Juliana Vanat

829153

Ponta Grossa, 17 de Setembro de 2013

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Lista de Figuras

Figura 1 – Corte transversal de uma tocha a plasma (TMF, 2013). ....................................... 6

Figura 2 – Corte transversal de uma pistola HVOF (CORTÉS, 1998). ................................. 7

Figura 3 – Componentes do equipamento DPV eVolution. ................................................... 8

Figura 4 – Tela de configuração inicial do programa. ........................................................... 9

Figura 5 –Tela de configuração inicial do software, durante as medições. ........................... 9

Figura 6 – Configuração dos valores mínimos e máximos, individuais. ............................. 10

Figura 7 – Configuração dos parâmetros para otimização de dados. ................................... 10

Figura 8 – Tela de mapeamento dos dados após o processo. ............................................... 11

Figura 9 – Tela de ajustes e critérios de rejeição durante o processo. ................................. 12

Figura 10 – Componentes do equipamento Spray View. ..................................................... 13

Figura 11 – Tela de operação principal do software ............................................................ 13

Figura 12 – Testes iniciais de Aspersão HVOF utilizando o DPV eVolution ...................... 16

Figura 13 – Exemplo de dados coletados das partículas aspergidas por HVOF. ................. 16

Figura 14 – Exemplo de dados coletados das partículas aspergidas por Plasma APS. ........ 17

Figura 15 – Dados de temperatura versus número de partículas de HVOF. ........................ 17

Figura 16 – Dados de temperatura versus número de partículas de Plasma APS. ............... 18

Figura 17 – Dados de velocidade versus número de partículas de HVOF........................... 19

Figura 18 – Dados de velocidade versus número de partículas de Plasma APS.................. 19

Sumário

1. Identificação .................................................................................................................. 1

2. Responsabilidade pelas Informações ............................................................................ 3

3. Introdução...................................................................................................................... 4

4. Descrição da Empresa ................................................................................................... 4

5. Descrição das Atividades Desenvolvidas no Estágio .................................................... 5

6. Dificuldades Encontradas ............................................................................................ 14

7. Áreas de Identificação com o Curso ........................................................................... 15

8. Resultados ................................................................................................................... 15

9. Conclusão .................................................................................................................... 20

Referências Bibliográficas ................................................................................................... 20

1

1. Identificação

Segue abaixo a identificação dos envolvidos durante a vigência do estágio.

Aluna: Karen Juliana Vanat

Telefone: (42) 9914-6839

Endereço eletrônico: [email protected]

Empresa: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – LACTEC

Telefone: (41) 3361-6200

Endereço eletrônico: setor/[email protected]

Supervisor de Estágio: Anderson Geraldo Marenda Pukasiewicz

Telefone: (42) 3235-7088

Endereço eletrônico: [email protected]

Estágio: Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Ponta Grossa

Telefone: (42) 3220-4800

Endereço eletrônico: setor/[email protected]

Professor Orientador de Estágio: Anderson Geraldo Marenda Pukasiewicz

Telefone: (42) 3235-7088

Endereço eletrônico: [email protected]

2

O período de estágio ocorreu do dia 04 de Fevereiro de 2013, até o dia 05 de Julho de 2013,

totalizando em aproximadamente 5 meses. O Plano de Estágio inicial foi alterado, conforme a

descrição no trabalho. O Plano de Estágio inicial era dividido em duas etapas de atividades,

descritas da seguinte forma:

Qualificação de Procedimento de Deposição de Revestimentos por Aspersão Térmica

HVOF e Plasma; Desenvolvimento de Técnicas de Ensaios não destrutivos para Validação de

Revestimentos de Seções quentes de Turbinas a gás – Projeto Petrobrás Fase 11.

Dentro deste Plano de Estágio foi realizada uma parte da primeira etapa (Qualificação de

Procedimento), apenas a Deposição dos revestimentos por Aspersão Térmica HVOF e Plasma,

sendo que o Procedimento de Deposição de Revestimentos foi acompanhado pelos equipamentos

DPV eVolution e Spray View, para coleta de dados durante a Aspersão HVOF e Plasma APS.

Esses dados foram analisados e discutidos, e não foram realizados os procedimentos para o

Desenvolvimento das Técnicas de Ensaios não destrutivos, da segunda etapa (Desenvolvimento

de Técnicas).

3

2. Responsabilidade pelas Informações

O Relatório de Estágio tem a função de documentar todas as atividades realizadas durante o

período de vigência do estágio, para que seja realizada a avaliação do aprendizado do aluno na

disciplina Estágio. A fim de atestar as informações contidas neste documento, é preciso que os

envolvidos estejam cientes da responsabilidade pelas informações descritas e pela veracidade

destas.

O Supervisor de Estágio Anderson Geraldo Marenda Pukasiewicz e a Estagiária Karen

Juliana Vanat assumem a responsabilidade pela veracidade das informações contidas neste

documento.

Supervisor de Estágio: ANDERSON GERALDO MARENDA PUKASIEWICZ

________________________________________________

Assinatura e Carimbo

Estagiária: KAREN JULIANA VANAT

________________________________________________

Assinatura

4

3. Introdução

O objetivo deste estágio é realizar o monitoramento das partículas de soldagem por

Aspersão Térmica de Alta Velocidade ou High Velocity Oxy-Fuel (HVOF) e por Aspersão

Térmica a Plasma ou Air Plasma Spray (APS), durante o processo de deposição, coletando dados

a partir de equipamentos específicos que realizam a leitura das partículas através de laser. Os

equipamentos utilizados são o DPV eVolution e o Spray View, e os dados coletados serão

utilizados para controlar os parâmetros de deposição.

4. Descrição da Empresa

O Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – LACTEC foi reconhecido como a

melhor e mais completa instituição de pesquisa e tecnologia do Brasil, em 2003, através da

conquista do prêmio Finep de Inovação Tecnológica na categoria Instituição de Pesquisa.

Sediado na cidade de Curitiba, no Paraná, o Instituto tem se destacado no desenvolvimento,

aperfeiçoamento e aplicação de soluções tecnológicas, contribuindo para o progresso científico,

econômico e social do país. Em mais de 50 anos de vida dedicados à ciência e tecnologia, o

LACTEC formou valiosas equipes de pesquisadores e especialistas, que são responsáveis pelo

funcionamento de modernas unidades laboratoriais. Como centro de pesquisa independente e

auto-sustentável, o LACTEC representa um núcleo de divulgação científica e de transferência de

tecnologia, contando com a criatividade de mais de 500 colaboradores.

O Instituto é composto de quatro laboratórios com departamentos específicos: o CEHPAR -

Centro de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza; o LAC - Laboratório Central de

Pesquisa e Desenvolvimento; o LAME - Laboratório de Materiais e Estruturas; e o LEME -

Laboratório de Emissões Veiculares, onde se encontra o departamento de Mecânica. O

Departamento de Mecânica desenvolve atividades na área de conhecimento da Engenharia

Mecânica e de emissões veiculares, oferecendo soluções e competências em ensaios, serviços

tecnológicos, consultoria, pesquisa, desenvolvimento e inovação. A Unidade Tecnológica de

Mecânica reúne competências nas áreas de projeto mecânico, simulação numérica, fontes

renováveis de energia, vibrações, soldagem e entre outros. Existem laboratórios específicos,

utilizados para ensaios, produtos e serviços, para Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento, sendo

os seguintes:

5

Laboratório de projeto mecânico e desenvolvimento de protótipo

Laboratório de análise experimental de tensões

Laboratório de simulação numérica

Laboratório de vibração e acústica

Laboratório de soldagem

Laboratório de ensaios em cabos condutores e acessórios - LECA

Laboratório móvel de emissão acústica

Laboratório de ensaios em bomba de calor

Laboratório de ensaios em medidores de gás

Laboratório de instrumentação, automação e robótica

Laboratório móvel para ensaios em vasos de pressão (NR13)

O estágio foi realizado a partir de um Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento na área de

revestimentos, realizado no Laboratório de Soldagem da empresa e no Laboratório de Materiais

da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Ponta Grossa.

5. Descrição das Atividades Desenvolvidas no Estágio

Após estabelecer as atividades do estágio, foi realizada a revisão da literatura, verificando a

bibliografia disponível sobre o assunto e trabalhos técnicos com os mesmos objetivos ou

semelhantes ao do estágio. As atividades estabelecidas descrevem o monitoramento de processos

por aspersão térmica através de técnica de monitoramento a laser das partículas aspergidas em

voo. Os equipamentos utilizados realizam a leitura dessas partículas, fornecendo a velocidade,

temperatura e diâmetro delas no momento em que passaram através do laser. Os dados coletados

são utilizados para obter controle dos parâmetros de deposição das ligas utilizadas no projeto,

para revestimentos resistentes a elevadas temperaturas.

No início do estágio, com a revisão da literatura e estudos anteriores, foi possível obter a

compreensão do assunto a ser trabalhado, e com a leitura e interpretação dos manuais dos

equipamentos, foi possível compreender seu funcionamento. Posteriormente foram realizadas

deposições em campo nos Laboratórios de Aspersão Térmica da UFPR e na Indústria de

Metalização da Revesteel, localizada em Pinhais - PR.

6

A aspersão térmica compreende um grupo de técnicas por meio das quais se deposita

camadas de materiais, metálicos ou não metálicos, sobre uma superfície previamente preparada

(substrato), com a finalidade de modificar suas características superficiais. O material de

revestimento, que pode se encontrar inicialmente na forma de pó, fio ou vareta, é alimentado em

uma pistola de aspersão que possui uma fonte de calor, cuja origem pode ser plasma, combustão

de gases ou arco elétrico (TAKIMI, 2004; PUKASIEWICZ, 2008; MARIANO, PAREDES,

FRARE JÚNIOR, 2007; LIMA, TREVISAN, 1999). Neste trabalho foram utilizadas as fontes de

calor Plasma (APS) e combustão de gases, para chama-pó de alta velocidade (HVOF).

Air Plasma Spray (APS)

Quando a deposição por plasma por arco não transferido é realizada em atmosfera normal,

o processo é chamado de APS (LIMA, 2001). No processo APS, um arco elétrico "não

transferido" é constringido entre um eletrodo de tungstênio coaxialmente alinhado em um bocal

de constrição. O propósito da constrição é controlar e aumentar a densidade de energia do fluxo

de arco (MENEZES, 2007). A zona central é constituída pelo gás inerte ionizado (argônio ou

nitrogênio) envolvido por um ou mais gases inertes de proteção (argônio, hélio, hidrogênio,

nitrogênio ou mistura) (LIMA, 2001). A Figura 1 representa a tocha de plasma APS em corte

transversal.

Figura 1 – Corte transversal de uma tocha a plasma (TMF, 2013).

7

High Velocity Oxy-Fuel (HVOF)

Na aspersão térmica com chama a pó de alta velocidade (HVOF), o gás combustível e o

oxigênio se misturam e são atomizados antes de passar através de orifícios para a câmara de

combustão, resultando em uma combustão estável, limpa e uniforme.

O material de deposição na forma de pó é introduzido no bocal utilizando gás nitrogênio; o

pó é atomizado ao passar por uma câmara quente tipo Venturi onde além de aquecido é acelerado

a elevadas velocidades para fora do bocal. A alta pressão dentro da câmara de combustão gera um

jato de exaustão de alta velocidade. Os gases de combustão fluem através de um bocal para fora

da pistola a velocidades supersônicas (MENEZES, 2007; CORTÉS, 1998). Na Figura 2, é

representada a pistola de HVOF, em corte transversal, para visualização de seu funcionamento.

Figura 2 – Corte transversal de uma pistola HVOF com câmara do tipo Venturi (CORTÉS, 1998).

5.1 Utilização dos equipamentos

Para utilizar os equipamentos, foi feito o treinamento com um responsável técnico do

fabricante TECNAR, dentro do laboratório de soldagem do LACTEC, em Curitiba. Durante o

treinamento os equipamentos foram utilizados para coletar os dados em testes iniciais, no

processo de aspersão a arco elétrico. Para os processos de aspersão HVOF e Plasma APS, os

testes foram realizados na empresa REVESTEEL METALIZAÇÃO (Pinhais – PR), pois o

LACTEC não possui os equipamentos necessários para os dois casos. O DPV eVolution foi o

mais utilizado, devido ao fornecimento de dados mais específicos das partículas, como a

temperatura e diâmetro, e a falta de tempo para realizar testes com o equipamento Spray View.

8

DPV eVolution

O DPV eVolution, fabricado pela empresa TECNAR, originalmente desenvolvido para

monitorar os parâmetros das partículas durante a aspersão térmica, contém um sensor ótico

baseado no princípio de alta velocidade pirométrica que fornece precisamente a velocidade,

temperatura e diâmetro medidos, de até 800 partículas aspergidas por unidade de tempo,

dependendo das condições. Em média, os valores destes dados são continuamente registrados e

exibidos por um período ajustável de medição. A Figura 3 apresenta os componentes do

equipamento.

Figura 3 – Componentes do equipamento DPV eVolution (DPV eVolution Reference Manual).

O fornecimento dos dados, durante o processo de soldagem, é a partir de histogramas

dinâmicos, que variam instantaneamente conforme a leitura do laser. Após o processo, é possível

visualizar em mapas, com cores e limites de valores que interagem entre si, para efeitos de

comparação.

O histograma principal é representado pela Fig. 4, que é a tela inicial do programa, para

configurar os parâmetros antes de iniciar o processo de soldagem. Nesta tela possui “botões”

onde é possível configurar os limites mínimos e máximos para cada dado recebido, de

velocidade, temperatura e diâmetro das partículas, tanto para pequenas quantidades de partículas,

quanto para grandes quantidades, sendo consideradas apenas as partículas boas, e descartadas

aquelas que não se encaixam nos limites pré-esbalecidos. A Figura 5 mostra um exemplo de

como os dados aparecem durante o processo de soldagem, de modo instantâneo.

9

Figura 4 – Tela de configuração inicial do programa (DPV eVolution Reference Manual).

Figura 5 –Tela de configuração inicial do software, durante as medições (DPV eVolution Reference Manual).

10

(1) Histogramas de estatísticas de velocidade, temperatura e diâmetro das partículas, onde

pode ser feita a configuração, clicando sobre cada histograma. (2) Ícone de acesso para

configurar cada histograma (Figura 6). (3) Ativação do filtro de valores máximos e mínimos para

um histograma em particular. (5) Ajuste de valores máximos e mínimos para o eixo horizontal

(eixo x). (6) Linhas vermelhas representam as fronteiras de valores mínimos e máximos

aceitáveis durante as medições. (7) Ajuste dos filtros de valores para pequenas populações de

partículas, representadas pelas colunas verdes.

Figura 6 – Configuração dos valores mínimos e máximos, individuais (DPV eVolution Reference Manual).

Na Figura 7, é realizado o ajuste da profundidade de captura (a largura da janela de

aquisição), dependendo da duração de um acontecimento típico, e ajuste do nível de disparo, que

deve ser definido com muito cuidado. Seu valor varia de 0 mV para 5000 mV. O princípio é

definir o nível de disparo alto o suficiente para evitar o desencadeamento de ruído ou sinais

indesejáveis (aumentando o desempenho de detecção do sistema), mas não tão alto que cause a

perda de uma parcela significativa das partículas de baixa energia

Figura 7 – Configuração dos parâmetros para otimização de dados (DPV eVolution Reference Manual).

11

A Figura 8, representa o mapeamento de dados, sendo possível comparar os mapas entre si,

mudando as linhas e as regiões (cor de fundo) que representam os dados de cada parâmetro. Os

mapas apresentam dados finais de Temperatura, Velocidade, Diâmetro e Fluxo das partículas

visualizadas durante o processo. Neste exemplo, as linhas azuis representam a velocidade, sendo

cada linha com o valor da respectiva velocidade, e o fundo de cor roxa, representa o fluxo de

partículas. A escala é apenas para comparação, o que deve ser considerado é a variação da

intensidade das cores, pois para todos os casos, quanto mais claro for o tom da cor, mais alto é o

valor medido. Com isso, analisando o mapa, onde o fluxo das partículas foi mais forte (roxo

claro), a velocidade medida também foi mais elevada (linha azul claro, 411 m/s).

Figura 8 – Tela de mapeamento dos dados após o processo (DPV eVolution Reference Manual).

Na Figura 9, os dados que aparecem nos gráficos são instantâneos, variando conforme o

processo de leitura. Nesta tela pode ser visualizada a qualidade de leitura das partículas, ou seja,

através do número de anormalidades e critérios de rejeição, pode-se concluir ao final do processo

se a coleta de dados foi satisfatória.

12

Figura 9 – Tela de ajustes e critérios de rejeição durante o processo (DPV eVolution Reference Manual).

Spray View

O SPRAY VIEW é um sistema de imagem projetada para observar objetos em ambientes

extremamente brilhantes como descargas elétricas, plasmas ou chamas de alta intensidade. O

instrumento usa laser estroboscópico de alta potência de iluminação, para criar um contraste entre

os objetos e a luminosidade do ambiente.

Uma das suas principais aplicações é a caracterização em tempo real de partículas de

aspersão térmica que estão sendo injetadas, derretidas e aceleradas pelo plasma (injeção radial).

O equipamento (baseado em software de computador) recebe os quadros de vídeo capturados por

uma câmera, realiza todos os cálculos e fornece todos os resultados, quanto à largura e ângulo do

cone de aspersão, velocidade e aceleração das partículas, bem como a trajetória e ângulo que

foram lançadas. Na Figura 10 encontram-se seus componentes.

13

Figura 10 – Componentes do equipamento Spray View (Spray View Reference Manual).

A Figura 11 mostra a tela principal do software. Todos os objetos de interface importantes

são numerados e explicados em detalhes.

Figura 11 – Tela de operação principal do software (Spray View Reference Manual).

14

(1) Botão de fonte de vídeo: Indica a fonte da imagem exibida na tela de vídeo. O símbolo

de uma câmera indica que a imagem vem direto da câmera.

(2) Controle de brilho da imagem: É utilizado principalmente para ajustar a intensidade da

imagem, a fim de facilitar a análise pós-processo.

(3) A barra de brilho da nuvem de aspersão: Este parâmetro controla a duração da

exposição, que ocorre antes do pulso de laser. Controla diretamente a intensidade da nuvem de

plasma.

(4) O controle de comprimento das partículas: Baseado no diagrama temporal, este

comando o intervalo de tempo durante o qual o obturador da câmara fica aberto, a partir da

chegada do impulso de luz do laser. Este ajuste oferece a flexibilidade de otimização das faixas

de reflexão das partículas e várias velocidades.

(5) O controle de potência do laser: Controla a potência do impulso do laser. Mudanças

neste controle tornam-se ativas apenas quando soltar-se o botão do mouse.

(6) Operação dos parâmetros: Ao clicar neste botão irá aparecer a janela “Parâmetros Spray

View”. Ele é dividido em três seções, unidades de medida, limiar de preto e comprimento

máximo.

(7) Indicador de conexão da câmera: A todo tempo, o software verifica se a comunicação

com o sensor está ocorrendo. Quando o sensor não está conectado ou se a ligação com a câmera

ainda não está estabelecida, o ícone de conexão da câmera aparecerá.

(8) Controles de vídeo: O usuário pode clicar nos controles de vídeo para abrir o menu de

operações relacionadas ao carregamento de vídeo e gravação.

(9) Salvando e carregando arquivos de instalação: O usuário pode carregar uma

configuração, salvar os parâmetros reais na configuração atualmente ativa ou salvar os

parâmetros reais de operação em uma nova configuração.

Para cada processo a ser monitorado, o utilizador tem flexibilidade para fazer uma

configuração otimizada que poderá ser carregada a qualquer momento, para o caso de processos

repetitivos.

6. Dificuldades Encontradas

As atividades do plano de estágio foram alteradas em virtude da urgência da empresa em

relação ao projeto específico em desenvolvimento.

15

Houve atraso na entrega dos equipamentos a serem utilizados para coleta de dados,

ocasionando uma sequência de atrasos, quanto ao treinamento, testes iniciais e deposições (ainda

não realizadas). Para as realização dos testes iniciais, foi complicado marcar uma data com a

empresa Revesteel Metalização, pois era preciso encontrar um dia específico para disponibilizar

um profissional da empresa, para o acompanhamento e orientação com os equipamentos de

soldagem HVOF e Plasma APS.

A maior dificuldade encontrada foi a utilização dos equipamentos, devido à complexidade

de sua configuração, para obter uma leitura dos dados da forma mais correta. Outro fato ocorrido

foi que durante o treinamento com o equipamento Spray View, aconteceram problemas técnicos

que causaram atraso na sua utilização, sendo possível realizar apenas alguns testes iniciais de

treinamento.

7. Áreas de Identificação com o Curso

Entre os conteúdos ministrados, que fazem parte das áreas do curso e possuem relação com

o estágio, encontram-se de forma direta: Soldagem (processos de soldagem utilizados no estágio),

Ciência dos Materiais (comportamento das ligas aspergidas), Materiais de Construção Mecânica

1 e 2 (entendimento das transformações de fases dos materiais); e de forma indireta: Ensaios

Mecânicos (como analisar as amostras) e Mecânica dos Sólidos C (entendimento sobre possíveis

defeitos na microestrutura).

8. Resultados

As medições iniciais, ainda em fase de teste, foram realizadas somente com o DPV

eVolution, pois não era possível utilizar os dois equipamentos no mesmo dia, porque além de

demandar tempo para instalação e configurações necessárias, existe a dificuldade em transporte,

pois os equipamentos não ficam na empresa onde seriam feitos os testes. Como foi marcado

apenas um dia, no período de testes, foi utilizado o DPV. Essas medições foram realizadas na

empresa Revesteel Metalização, sendo coletados os dados de soldagem por aspersão HVOF e os

dados com a Plasma APS. A Figura 12, mostra a utilização do equipamento nos testes iniciais

com a Aspersão HVOF, e as Fig. 13 e 14, mostram como foram coletados os dados de cada

processo, HVOF e Plasma APS, respectivamente.

16

Figura 12 – Testes iniciais de Aspersão HVOF utilizando o DPV eVolution (Revesteel, 2013)

Na Figura 13 podem ser visualizados dados das partículas como a velocidade, temperatura

e diâmetro, e também as distâncias X e Y do ponto de origem, com variações em milésimos de

segundos, para o teste com Aspersão HVOF.

Figura 13 – Exemplo de dados inicialmente coletados das partículas aspergidas por HVOF.

Na Figura 14 podem ser visualizados dados das partículas como a velocidade, temperatura

e diâmetro, e também as distâncias X e Y do ponto de origem, com variações em milésimos de

segundos, para o teste com Aspersão Plasma APS.

17

Figura 14 – Exemplo de dados inicialmente coletados das partículas aspergidas por Plasma APS.

A partir dos dados coletados, de 5000 partículas, é possível realizar uma análise gráfica,

principalmente da temperatura e da velocidade para as partículas de ambos os processos de

aspersão. Com esta análise, foram comparados os gráficos obtidos através dos dados, sendo a

temperatura x número de partículas e da mesma forma com a velocidade, como nas Fig. 15 a 18.

1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Temperatura das Partículas (ºC)

Núm

ero d

e P

artí

cula

s

Figura 15 – Gráfico de dados de temperatura versus número de partículas de Aspersão HVOF.

18

2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200 3400 3600

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

Núm

ero d

e P

artí

cula

s

Temperatura das Partículas (ºC)

Figura 16 – Gráfico de dados de temperatura versus número de partículas de Aspersão Plasma APS.

Comparando as temperaturas nos dois processos observa-se que os valores alcançados pelo

Plasma foram mais altos do que as temperaturas das partículas aspergidas por HVOF. Com os

dados, obtém-se as variações dos valores, sendo o mínimo, máximo e a média para as partículas,

em relação a cada parâmetro.

Para a temperatura HVOF tem-se 2259±183 (°C), mínimo, média e máximo

respectivamente, para um total de 5000 partículas. Para as partículas aspergidas por Plasma APS,

tem-se 2635±153 (°C).

A partir dos limites e média dos valores, verifica-se que mesmo inversos os limites

mínimos, a temperatura média e máxima das partículas aspergidas a Plasma é maior do que a

obtida na aspersão HVOF. Isto acontece porque um arco elétrico "não transferido" é constringido

entre o eletrodo e bocal de constrição. O propósito da constrição é controlar e aumentar a

densidade de energia do fluxo de arco, o que consequentemente aumenta o valor da temperatura

das partículas.

19

350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

0

200

400

600

800

1000

mer

o d

e P

artí

cula

s

Velocidade (m/s)

Figura 17 – Gráfico de dados de velocidade versus número de partículas de Aspersão HVOF.

50 100 150 200 250 300

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Núm

ero d

e P

artí

cula

s

Velocidade (m/s)

Figura 18 – Gráfico de dados de velocidade versus número de partículas de Aspersão Plasma APS.

20

A velocidade das partículas para o processo HVOF é maior do que no processo de aspersão

a Plasma. Os limites medidos ficaram entre 564±48 (m/s), para a velocidade da aspersão HVOF,

e na Plasma APS obteve-se 169±34 (m/s). Esses valores são confirmados pelos gráficos

apresentados pelas Fig. 17 e 18, anteriores.

A velocidade maior na aspersão HVOF é devido a alta pressão dentro da câmara de

combustão no processo, que gera um jato de exaustão de alta velocidade. Os gases de combustão

fluem através de um bocal para fora da pistola a velocidades supersônicas, pois dentro da câmara,

ocorre a aceleração das partículas do pó aspergido.

9. Conclusão

Com a utilização dos equipamentos, foi possível obter dados importantes sobre as

partículas aspergidas termicamente, tanto com a soldagem a aspersão HVOF, quanto com a

Plasma APS. Controlando os parâmetros que geraram esses dados obtidos, possivelmente será

controlado o resultado quanto ao revestimento, ou seja, para obter o revestimento com as

propriedades desejadas, o controle dos parâmetros de soldagem é de suma importância.

Selecionando os parâmetros de aspersão, e utilizando os equipamentos para verificar a

influência dos parâmetros sobre as partículas, pode-se ter o controle dos resultados, portanto, é

imprescindível monitorar esses processos de aspersão térmica, para controlar os parâmetros

utilizados e obter o resultado esperado.

Referências Bibliográficas

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Aspersão Térmica para a Proteção do Aço contra a Corrosão Marinha. Tese (Doutorado).

UFSC, Florianópolis, SC, Brasil, 1998.

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LIMA, C. R. P. de. Caracterização de coberturas obtidas por aspersão térmica a plasma.

Campinas, Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 2001,

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Obtidos por Aspersão Térmica a Plasma. Ciência & Tecnologia, nº 13, p. 51-62, jun. 1999.

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Aspersão Térmica. 4º PDPETRO, 21 a 24 de Outubro de 2007, Campinas, SP.

MENEZES, D. D. de. Avaliação da resistência à corrosão de revestimentos de alumínio

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Janeiro, 2007, 178 f., Dissertação (Doutorado), Programa de Pós-Graduação de Engenharia da

Universidade Federal do Rio de Janeiro.

PAWLOWSKI, L. The science and engineering of thermal spray coatings. England: John

Wiley & Sons, 2008.

PUKASIEWICZ, A. G. M.; Desenvolvimento de Revestimentos Fe-Mn-Cr-Si-Ni Resistentes

à Cavitação Depositados por Aspersão ASP, Curitiba, 2008, Dissertação (Doutorado),

Programa de Pós Graduação em Engenharia de Materiais e Processos da Universidade Federal

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