modelo agravo de instrumento misael montenegro

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MODELO RECURSO – MISAEL MONTENEGRO Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Federal do Egrégio TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA _ a Região. ____________________, empresa pública federal, com endereço na Av. ________________, n o ___, no bairro da _____________, município do Recife, capital do Estado de Pernambuco, por seu advogado infra-assinado, conforme instrumento procuratório em anexo, com endereço profissional sito na Rua ___________________, n o __, no bairro da ____________, nesta capital, local onde receberá as intimações que se fizerem necessárias, originando-se este recurso dos autos da Ação de Execução proposta pela peticionária contra _____________________, em trâmite pela _ a Vara Federal da Secção Judiciária de Pernambuco, não se conformando, data venia, com o teor

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Page 1: Modelo Agravo de Instrumento Misael Montenegro

MODELO RECURSO – MISAEL MONTENEGRO

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Federal do Egrégio TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA _a Região.

____________________, empresa pública federal, com endereço na Av. ________________, no

___, no bairro da _____________, município do Recife, capital do Estado de Pernambuco, por seu advogado infra-assinado, conforme instrumento procuratório em anexo, com endereço profissional sito na Rua ___________________, no __, no bairro da ____________, nesta capital, local onde receberá as intimações que se fizerem necessárias, originando-se este recurso dos autos da Ação de Execução proposta pela peticionária contra _____________________, em trâmite pela _a Vara Federal da Secção Judiciária de Pernambuco, não se conformando, data venia, com o teor da r. decisão de fls. 97/99, através do qual decidiu o Juízo a quo indeferir requerimento esposado pela ora agravante, no sentido de que fosse penhorado bem de propriedade da executada, vem, por meio desta e dentro do prazo legal de 10 (dez) dias, iniciado em __-__-__, interpor recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO, confiando, concessa venia, seja o

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mesmo provido para a reforma completa da decisão hostilizada, tudo de acordo com os motivos fáticos e jurídicos abaixo aduzidos:

A peticionária, em data de __-__-__, ingressou com ação executiva contra a adversa parte, lastreada em contrato de concessão de uso de área e correspondentes faturas, impingindo à agravada um débito no valor de R$ _____________.

Após a propositura da demanda, houve a tentativa de citação da adversa parte, através da extração do competente mandado, que foi devidamente cumprido no dia __-__-__, não tendo a promovida efetuado o pagamento da obrigação, muito menos oferecido bens necessários à garantia do Juízo.

Ainda chegou a adversa parte a “ensaiar” uma iniciativa de pagamento, requerendo fossem os autos encaminhados ao Sr. Contador do Juízo, para devida atualização do crédito exeqüendo, não tendo a executada cumprido a promessa feita, permanecendo inerte ao chamado da Justiça para efetuar o pagamento da obrigação no prazo assinalado.

Essa postura processual da devedora motivou requerimento da peticionária, no sentido de que fosse penhorado imóvel em nome da executada, como tal o apartamento de no ____ (_____________), do edifício __________, localizado na Av. ____________, nesta capital, havendo sido deferido o requerimento em análise, com o cumprimento do mandado no dia __-__-__.

Após a realização da penhora, veio ao processo informação do REGISTRO DE IMÓVEIS – 1o

OFÍCIO, indicando que o bem em questão não se encontrava registrado em nome da devedora, mas sim do Sr. ____________________.

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Em resposta ao articulado, tratou a peticionária de demonstrar que a alienação do bem ao aludido particular ocorreu após a citação da devedora, caracterizando-se, assim, o instituto da fraude à execução, insistindo a exeqüente fosse formalizada a penhora, em feito que já se arrasta por mais de 05 (cinco) anos.

O douto magistrado de piso, em resposta ao citado requerimento, prolatou a r. decisão aqui combatida, em cujo curso sustenta que a alienação operada pela devedora a um terceiro não seria irregular. Apenas para ilustração do alegado, pedimos vênia para trazer à baila trecho da r. decisão hostilizada, assim assentada:

“Para a caracterização da fraude de execução, na hipótese do art. 593, II, do CPC, é preciso que a alienação tenha ocorrido depois da citação válida, estando este ato devidamente inscrito no registro, ou, na falta de tal providência, havendo prova de que o adquirente sabia da existência da ação.”

Analisando-se a decisão combatida, verificamos que a autoridade judicial monocrática, ao fundamentar seu decisum, acaba por confirmar, pelos argumentos levantados, que a penhora deveria ter sido formalizada, tudo em decorrência da manifesta e inquestionável fraude à execução ocorrida.

Indicou a autoridade judicial que para a caracterização da fraude à execução faz-se necessária a demonstração de que no momento da alienação a vendedora/devedora tinha ciência da ação contra si proposta, e que a execução seria capaz de reduzir o devedor à insolvência (ver considerações de fl. 97).

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Tudo isto se encontra presente no caso dos autos. Analisando-se a certidão vintenária trazida ao processo pela peticionária, aportada aos autos às fls. 89/90, percebemos que a adversa parte alienou o bem objeto da controvérsia no dia __ de _________ de _____, ou seja, quando já havia sido citada, citação esta ocorrida no dia __-__-__.

E mais. A venda foi efetuada pela simbólica quantia de R$ ____________, representando a alienação de um apartamento em plena avenida _________, em prédio de porte. Adivinhe quem “comprou” o imóvel por esse preço vil, simbólico, irrisório, inexpressivo: o Sr. __________________, ou seja, o representante legal da adversa parte.

Pouco tempo depois, ou seja, no dia __-__-__, eis que esse mesmo representante legal, com um “toque de Midas”, vende o bem por R$ _____________ ao Sr. ___________________, com um lucro de R$ _________________ em pouco mais de 02 (dois) anos.

A fraude à execução é visível pelas suas circunstâncias, destacando-se os seguintes fatos:

a) Quando ocorrida a alienação, A ADVERSA PARTE JÁ HAVIA SIDO CITADA dos termos da demanda.b) A venda foi feita por preço vil.c) A venda foi dirigida ao representante legal da adversa parte.

Além desses argumentos, deve ser suscitado que a execução é capaz de reduzir o devedor à insolvência. Melhor dizendo, o devedor já se encontra em estado de insolvência, bastando seja verificada a certidão do Sr. Oficial de Justiça de fl. 48 verso, com a seguinte redação:

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“(...) sendo ali informada que a referida firma foi vendida ao Sr. __________, o qual deu o nome de ___________”.

A adversa parte, como visto, transferiu seu controle acionário a um terceiro, que já modificou a razão social do negócio, em demonstração inquestionável de má gestão, de tudo sendo feito para prejudicar credores.

A decisão combatida, logicamente de forma não intencional, acabou por dar guarida à fraude praticada pela adversa parte, que é mesmo presumida em decorrência das circunstâncias antes narradas, materializando-se a alienação após a citação em favor de representante legal da devedora, por preço absolutamente vil.

A questão do registro da penhora é secundária no caso presente, e de nenhuma repercussão para o desate da controvérsia. Isto porque o registro apenas se presta para comprovar a boa ou a má-fé do adquirente do bem. No caso dos autos, embora não registrada a penhora no passado, é visível a má-fé tanto do comprador como do vendedor, que na verdade se confundem, tudo considerando que o imóvel foi transferido quase que graciosamente ao representante legal da executada, pela invejável quantia de R$ ____________________.

Nossos Pretórios fixam as seguintes linhas de ensinamento sobre o themas debandi:

“Não há cuidar, na espécie, da boa ou má-fé do adquirente do bem do devedor, para figurar a fraude. Basta a certeza de que, ao tempo da alienação, já corria demanda capaz de alterar-lhe o patrimônio, reduzindo-o à insolvência. Proposta a execução, desnecessária a inscrição da penhora para a ineficácia de venda posteriormente feita, sendo suficiente o

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desrespeito a ela, por parte do executado.” (RE 108.615, 30-5-86, 2a T. STF, rel. Min. CARLOS MADEIRA, RTJ 122/349)

“Ineficaz, em relação ao credor, a alienação de bem, pendente a lide que possa levar à insolvência do devedor, a fraude de execução contamina as posteriores alienações, independentemente de registro da penhora que sobre o mesmo bem foi efetivada, tanto mais quando, como no caso, já fora declarada pelo juiz da execução, nos próprios autos desta, a ineficácia daquela primeira alienação” (REsp 34.189 – 2, 14-3-94, 3a T. STJ, rel. Min. DIAS TRINDADE, JSTJ – TRF 58/353, 61/180). [grifamos]

Pelo exposto, demonstrado o desacerto da decisão combatida, o prejuízo causado à peticionária, passa a requerer:

d) Digne-se Vossa Excelência ATRIBUIR EFEITO SUSPENSIVO ao recurso, com o fito de determinar a efetivação da penhora no imóvel antes indicado, prevalecendo esta decisão judicial até o julgamento final do agravo em análise.e) Digne-se Vossa Excelência determinar seja intimada a adversa parte, na pessoa do seu representante legal, por não ter advogado constituído nos autos, o Sr. ___________________, residente e domiciliado na Rua ________________, no ___, no bairro da ___________, nesta capital, para que, querendo, apresente impugnação aos termos deste recurso.f) Digne-se Vossa Excelência determinar seja expedido ofício ao Juiz da causa, para fins de serem prestadas as informações, bem como seja ordenada a intimação do Exmo. Sr. Representante

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do Órgão Ministerial, caso entenda esse ínclito Desembargador Federal se faça necessário.g) Dignem-se Vossas Excelências, ao final, DAR PROVIMENTO ao recurso, com o fito de ser anulada a decisão judicial combatida, determinando-se, como conseqüência, seja formalizada a penhora sobre o bem imóvel aludido no curso deste petitório.

Por fim, indica que o instrumento foi composto por: (a) petição inicial (fls. ...), procuração ad judicia (fl. .......); (b) procuração ad judicia (fls. 97)); (g) declaração do agravante (fl. 98); (h) decisão agravada e respectiva certidão de publicação (fls. 155/159, fl. 162/verso).

Pede deferimento.Cidade, 25 de agosto de 2010.

assinatura do advogado

ADVOGADOS QUE FUNCIONAM NO PROCESSO

Advogado do agravado – ..........................., OAB-SP ..............., com escritório à Rua ........................., em ...... – UF;

Advogado do agravante - ..............., OAB-SP .............................. com escritório à Rua ..............., em ......-UF.