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36
Modelagem de Sistemas com Histerese TE 747 Curso de Pós-Graduação Universidade Federal do Paraná Jean Vianei Leite

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Modelagem de Sistemas com

Histerese

TE 747

Curso de Pós-Graduação

Universidade Federal do Paraná

Jean Vianei Leite

Dados da Disciplina

•TE 7

47 –

Méto

dos A

vançados e

m S

iste

mas E

letr

ônic

os

:

Modela

gem

de S

iste

mas c

om

His

tere

se

(3 C

réditos)

Em

enta

:

•Histórico da m

odelagem de perdas eletromagnéticas;

•materiais elétricos;

•Teoria de domínios m

agnéticos;

•modelagem de saturação anisterética;

•modelagem escalar da histerese: modelos analíticos, modelos do tipo Langevin,

modelos do tipo Preisach;

•modelagem vetorial da histerese: superposição espacial de m

odelos escalares,

modelo vetorial de Jiles-Atherton;

•caracterização de m

ateriais;

•aspectos computacionais da implementação de m

odelos de histerese

Assuntos que serão abordados

–Revisão de conceitos

–Curva de m

agnetização anisterética

–Perdas m

agnéticas: his

tere

se, Foucault

e excedentes

–Modelos de perm

eabilidade m

agnética

(his

tere

se m

agnética)

–Material sob campos rotativos

Revisão de Conceitos

Mate

riais

Magnéticos

Aplicações e

m e

ngenhari

a e

létr

ica:

�Transform

adores

�Motores elétricos

�Geradores

�Acionamentos (relés, contatores...)

�Transdutores

�Sistemas de proteção ...

Revisão de Conceitos

Cam

po m

agnético (H

ou H

)�

Regiã

o d

o e

spaço o

nde s

e v

eri

fica u

ma

pert

urb

ação m

agnética;

�Tam

bém

cham

ado d

e inte

nsid

ade d

e c

am

po

ou forç

a m

agnética;

Revisão de Conceitos

Indução M

agnética (B

ou B

)•

Núm

ero

de lin

has d

e flu

xo m

agnético p

or

unid

ade d

e á

rea;

•Tam

bém

cham

ado d

e d

ensid

ade d

e flu

xo o

u

fluxo m

agnético;

Revisão de Conceitos

Perm

eabilid

ade m

agnética (µ):

•G

rau d

e m

agnetização d

e u

m m

ate

rial em

resposta

ao c

am

po m

agnético;

•Facilid

ade d

e “

conduzir

”o flu

xo m

agnético;

Revisão de Conceitos

Susceptibilid

ade m

agnética (χ):

•R

esposta

de u

m m

ate

rial a u

m c

am

po

magnético;

•M

odo a

ltern

ativo d

e repre

senta

r o flu

xo

magnético;

Revisão

•Unidades

Domínios Magnéticos

Dip

olo

s m

agnéticos

�O m

ovim

ento dos elétrons, tanto orbital quanto

spin, e o m

ovim

ento spin do núcleo, originam um

campo m

agnético.

�O m

omento m

agnético total num átomo é

igual a

soma vetorial de todos os m

omentos m

agnéticos

individuais originados pelos m

ovim

entos dos

elétrons e o núcleo.

Domínios Magnéticos

Magnetism

o a

tôm

ico

•2 elétrons ocupam o m

esmo nível energético;

•Estes elétrons tem spins opostos;

•Subníveis

internos não completos dão origem a

um m

omento m

agnético não nulo.

Dom

ínio

s m

agnéticos:

•Espaços de alin

hamento unidirecional dos

momentos m

agnéticos;

•Tem contornos identificáveis, sim

ilar aos grãos.

Domínios Magnéticos

Curva de Magnetização

O processo de m

agnetização se dá

pela ação de dois fenômenos:

•Aumento do tamanho dos domínios, nos quais a orientação seja

próxim

a ao da orientação do campo externo aplicado, às custas

dos domínios cuja orientação seja diferente. Este é

o processo do

deslocamento das paredes de domínio.

•Rotação da orientação conjunta de todos os m

omentos de um

domínio, no sentido da orientação do campo externo, processo

chamado de rotação de domínio.

Curva de Magnetização

•Magnetização Inicial

Curva de Histerese

Histerese

Fenôm

eno c

om

ple

xo d

e inte

resse d

e á

reas

cie

ntíficas d

istinta

s:

•Física;

•Engenharia de M

ateriais;

•Engenharia Elétrica.

�H

iste

rese E

scala

r

�H

iste

rese V

eto

rial

De acordo com a natureza do problema têm-se duas situações:

Histerese: Problemas Escalares

�Form

a d

e o

nda d

o f

luxo p

uls

ante

unid

irecio

nal.

�O

s v

eto

res c

am

po e

indução s

ão

colineare

s,

não

defa

sagem

espacia

l entr

e e

sta

s g

randezas.

�G

rande

vari

edade

de

modelo

s

escala

res

na

lite

ratu

ra:

Pre

isach,

Jiles-A

thert

on,

Pla

y

e

Sto

p

His

tero

ns ...

Histerese: Problemas Vetoriais

�Há

o surgim

ento de um fluxo ro

tativo

nas juntas em “T”

de

transform

adores de tensão trifásicos, ou nas regiões próxim

as aos

dentes das ranhuras das m

áquin

as.

�Nestas regiões, as p

erd

as n

o f

err

osão, em geral, m

aio

resque a

média das observadas nas demais partes do circuito m

agnético

�Estudo de modelos de perdas de origem

magnéticas

�Cálculo das perdas “a posteriori”a partir das induções (com M

EF)

�As perdas influenciam

no funcionam

ento da máquina;

interessante para o projeto e análise.

�modelos de perda são relativam

ente complexos e

onerosos em

tem

po de cálculo

�Vantagem

: menos complexos e mais rápidos

�Desvantagem

: o m

ecanismo de geração de perdas não

influencia o comportam

ento da máquina

� ���Em ambos os casos são necessários procedimentos

experimentais de caracterização do aço elétrico…

Perdas Magnéticas

Históricoe FormulaçãoparaPerdasAlternantes

Histerese

(pH):associadaao

deslocamento

irreversíveldas paredes

dos domíniossob a açãode um cam

po m

agnético

[]

3/m

Wf

BC

pm

HH

α=

FH

Tp

pp

+=

[]

3/m

Joules

BC

wm

HH

α=

-1,6

-1,1

-0,6

-0,1

0,4

0,9

1,4

-600

-400

-200

0200

400

600

H [A/m

]

B [T]

Hysteresis

loop

Initial

magnetization

curve

Magnetic domain

rotation region

Magnetic domain

rotation region

Magnetic domain

movement region

Br

Hc

Lâmina de FeSi com grãos

orientados

Domínios à180°(a imantação

de um domínio àoutro

rotaciona de 180°) orientados

aproximadamente paralelos

ao sentido de laminação(cerca

de 0.1 mm para o FeSi).

Paredes de Bloch onde a

imantação muda de sentido (a

expessurapara o FeSi éde cerca de

0.1µm)

Os domínios magnéticos foram apresentados por

Pierre Weiss em sua tese de doutorado em 1907

-Os deslocamentos das paredes dos domíniospermitem

aos

domínios que estão orientados no sentido do cam

po H

aplicado de

crescer em

volume às expensas dos outros. Estes deslocamentos são

inicialm

ente reversíveis (H

pequeno) e após irreversíveis quando as

paredes atingem

novas posições de equilíbrio.

-As rotações da imantaçãono sentido do cam

po aplicado H

. Este

processo deve vencer as forças de anisotropia e exige valores

elevados de H.

Processos de imantação

Domínios Transversais

Domínios Longitudinais

As paredes de Bloch

desaparecem (tende-se

a uma estrutura

monodomínio)

Imantação por

deslocamento das paredes

Imantação por rotação

dos domínios

Curva de Primeira

Imantação

H éaplicado na

mesma direção

dos domínios

magnéticos

SJ

HM

HB

+=

+=

00

µµ

Correntesde Foucault(p

F):calculadas

analiticam

enteparauma

placa

infinitade condutividadeσ, espessuradcomo

]/

[1

12

3

22

mW

dt

tB

T

dp

Te

∂∂=

σ

Se for regim

e senoidale

)2(ft

sin

BB

=]

/[

6

32

22

2

mW

fB

dp

me

πσ

=⇒

ou

]/

[6

32

22

mJoules

fB

dw

me

πσ

=⇒

Com o desenvolvim

ento dos equipam

entos eletrônicos e com técnicas de

medição de grandezas elétricas a partir das form

as de onda reais, os ensaios

para separação destas perdas passaram a ser realizados com freqüência

variável:

[]

3/m

Joules

BC

wm

HH

α=

Perdas por histerese

Perdas por correntes de Foucault

]/

[6

32

22

mJoules

fB

dw

me

πσ

=

A perda por histerese independe da freqüência...

Um ensaio a freqüência baixa o suficiente para desconsiderar-se as

percas por correntes de Foucault resultando

Outro ensaio a freqüência industrial para obter-se a perda total

Hw

Tw

medida

Com isto passou-se a constatar que

eH

Tw

ww

+>

UmaNOVA PARCELA de perdas, cham

ada“perdaexcedente”ou

“anômala”, associadaa correntesinduzidas

“porexcesso”foidefinida

(Boglietti, 1985):

]/

[1

35.

1

00

mW

dt

dt

dB

TS

GV

pT

ex∫

nom

nom

cos

magnéti

objetos

om

objetos

dos

atrito

de

ecoeficient

G=

Se for regim

e senoidal

]/

[764

.8

35.

15.

10

mW

fB

SGV

Pm

exσ

=

]/

[764

.8

35.

05.

10

mJoules

fB

SGV

wm

exσ

=⇒

exe

HT

pp

pp

++

=

]/

[1

1

12

13

5.1

00

2

0

2

mW

dt

tB

TS

GV

dt

tB

T

d

TB

Cp

TT

mH

T∫

∫∂∂

+

∂∂

+=

σσ

α

=

=

SGV

C

dC

ex

e

0

2

12

σσDefinindo

]/

[1

11

35.

1

0

2

0m

Wdt

tB

TC

dt

tB

TC

TB

Cp

Tex

Te

mH

T∫

∫∂∂

+

∂∂

+=

α

ou, parainduções

puramentesenoidais

]/

[764

.8

23

5.1

5.1

22

2m

Wf

BC

fB

Cf

BC

pm

exm

em

HT

++

α

Assim

]/

[764

.8

23

5.0

5.1

22

mJoules

fB

Cf

BC

BC

wm

exm

em

HT

++

=⇒

πα

wT=Perdas / f

frequencia f

Perdas excedentes / f

Perdas Cor.Foucault / f

Perdas por Histerese / f

Evolução da relação perdas/freqüência para os três tipos de perdas em

função da freqüência (com indução m

agnética constante).

]/

[764

.8

23

5.0

5.1

22

mJoules

fB

Cf

BC

BC

wm

exm

em

HT

++

=⇒

πα

[]

3/m

Wf

BC

pm

HH

α=

]/

[1

12

3

22

mW

dt

tB

T

dp

Te

∂∂=

σ

]/

[1

35.

1

00

mW

dt

dt

dB

TS

GV

pT

ex∫

Equações

utilizadas

atéo agora:

Fórmulade Steinmetz

Outra possibilidade: representar efetivam

ente o laço de

histerese através de modelos.

Perdasno ferroconsiderandoo laçode histerese

Histerese: Modelos Direto e Inverso

Os m

odelos de histerese podem ser agrupados em:

•M

odelo

s D

ireto

s: C

am

pocomo variável in

dependente

•Modelo

s Invers

os: In

duçãocomo variável in

dependente

(Melh

or adapta

do p

ara

o M

EF)

Modelo de JA: Modelo direto escalar

Modelo de histerese baseado no balanço de energia

magnética

hist

mag

inw

ww

+=

Energia suprida

Energia perdida no ciclo de histerese

Energia de magnetização

�Se

não houver perda

o modelo considera

a

magnetização seguindo a

curva

anisterética de

Langevin

Modelode Jiles-Atherton

)(

0M

HB

+=

µ

Magnetização

MH

He

α+

=

Preliminares

Campo efetivo

Modelo de JA: Modelo direto escalar

Equações d

o M

odelo

de J

iles-A

thert

on

+−

+=

MH

a

a

MH

MM

San

αα

coth

Magnetização Anisterética

))

((

irr

ean

rev

MH

Mc

M−

=Magnetização Reversível

rev

irr

MM

M+

=Magnetização Total

δkM

HM

dH

dM

irr

ean

eirr

−=

)(

Taxa de Variação da

Magnetização Irreversível

an

ean

cdM

dH

MM

kdM

+−

=+ ]

)[(

1 δ

�ModeloEscalarOriginal (H

� ���B)

rev

irr

dM

dM

dM

+=

[]+

−=

eirr

an

irr

dH

MM

kdM

)(

1 δ)

(irr

an

rev

dM

dM

cdM

−=

−=

e

es

an

Ha

aHM

Mcoth

()

an

ef

f

fcdM

dH

dM

+=

+

−χ

χχ1

�ModeloEscalarInverso(B� ���H)

Parâmetros:

χ in

Hc χc

Mm H

m χc

Mr χr

B[T]

H[A/m]

cakMs

α

[] )1

)((

11

)(

1

0

−−

+

=

+

αδ

µδ

MM

k

cdM

dB

MM

kdM

an

an

an

)1(

11

0

1

−−

+

=

+

αχ

χχ

µχ

χχ

f

f

f

an

f

f

fcdM

dB

dM

(Aplicaçãodiretanaexperimentação

e cálculocampos)

Cálculo da perda com o Modelo Escalar

∫∫

⋅=

⋅=

BB

HdB

Hd

p0

0B

H