modelagem aplicada ao manejo de povoamentos de … · programa de pós-graduação em ciências...

103
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE Tectona grandis L.f EM MATO GROSSO DIOGO GUIDO STRECK VENDRUSCOLO CUIABÁ-MT 2017

Upload: trankhue

Post on 11-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais

MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE Tectona grandis L.f EM MATO

GROSSO

DIOGO GUIDO STRECK VENDRUSCOLO

CUIABÁ-MT

2017

Page 2: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

DIOGO GUIDO STRECK VENDRUSCOLO

MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE Tectona grandis L.f EM MATO

GROSSO

Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Drescher

Coorientador: Prof. Dr. Samuel de Pádua Chaves e Carvalho

Dissertação apresentada a Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências do Curso de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, para obtenção do título de Mestre.

CUIABÁ-MT

2017

Page 3: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

iii

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

V453m Vendruscolo, Diogo Guido Streck. Modelagem aplicada ao manejo de povoamentos de

Tectona grandis L.f em Mato Grosso / Diogo Guido Streck Vendruscolo. - 2017

xvi, 87 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: Ronaldo Drescher. Coorientador: Samuel de Pádua Chaves e Carvalho. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato

Grosso, Faculdade de Engenharia Florestal, Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, Cuiabá, 2017.

Inclui bibliografia. 1. Teca. 2. Manejo florestal. 3. Análise de tronco. 4. Modelagem de efeitos mistos. 5. Inteligência artificial

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

Page 4: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

iv

Page 5: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

v

mas aqueles que esperam no Senhor renovam suas forças. Voam alto como

águias; correm e não se fatigam, caminham e não se cansam.

Isaias 40:31

Page 6: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

vi

Dedico a minha família em especial

aos meus pais Guido e Rosana.

Page 7: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

vii

AGRADECIMENTOS

À Deus pela vida, saúde e por todas as bênçãos que me

concede.

Aos meus amados pais, Guido e Rosana, pelo amor

incondicional, compreensão, por me apoiarem em todas as minhas

decisões, e principalmente pela força na concretização deste sonho. Aos

meus queridos irmãos, Júnior e Taiana (e seus cônjuges), pelo carinho,

amizade e apoio.

À minha namorada, amiga e companheira Raiane pelo amor,

afeto, confiança, apoio em minhas decisões e pela presença constante

mesmo quando distante.

Ao meu Orientador Prof. Ronaldo Drescher, pela confiança,

profissionalismo e amizade. Agradeço pela acessibilidade sempre em que

precisei, e por partilhar de suas experiências em momentos de longas

conversas.

Ao Prof. Samuel P.C. Carvalho pela coorientação, atenção

prestada em vários momentos. Agradeço pelos ensinamentos e

contribuições que foram fundamentais na construção deste trabalho.

Ao Prof. Rômulo Môra pela amizade, acessibilidade, prontidão

em ajudar e esclarecer dúvidas sempre que precisei.

Ao Prof. Reginaldo A. Medeiros, pela confiança, amizade, por

me incentivar na vida acadêmica, e sempre estar disposto a contribuir.

Ao Prof. Arthur G.S. Chaves (IFMT), pela amizade e por

disponibilizar gentilmente os dados para elaboração de parte deste

trabalho.

A Fabricia por disponibilizar gentilmente os dados de Alta

Floresta para compor parte deste trabalho.

Ao IFMT campus Olegário Baldo por disponibilizar a área

experimental para compor parte da base de dados desta pesquisa.

Agradeço ao Professor Felipe Vieira (IFMT) pela confiança, amizade e por

Page 8: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

viii

disponibilizar gentilmente parte do espaço no LERRAD, utilizado na

realização de algumas analises.

Ao Alexandre Baldasso, por ser apoiador desta pesquisa e

disponibilizar a área para a coleta de dados.

Ao amigo de longas datas Hudson Santos, pela parceria na

realização de diversos trabalhos, pela vivência durante o período do

mestrado e por partilhar dos anseios durante a elaboração deste trabalho.

Ao amigo Gabriel pela valiosa ajuda na coleta de dados e aos

demais amigos do Laboratório de Mensuração, Crescimento e Produção

Florestal, pela ajuda e pelos momentos de descontração e brincadeiras.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e

Ambientais da Universidade Federal de Mato Grosso. E a todos os

professores e colegas.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior (CAPES) pelo apoio financeiro.

A FAPEMAT, IFMT campus Olegário Baldo, Floresteca,

Prefeitura municipal de Figueirópolis D’Oeste, Sr. Antônio Medeiros e

família pelo apoio na implantação e manutenção de um dos povoamentos

em estudo.

Finalmente, expresso minha gratidão a todos que contribuíram

direta ou indiretamente com este trabalho.

Muito obrigado!

Page 9: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

ix

BIOGRAFIA DO AUTOR

Diogo Guido Streck Vendruscolo, filho de Guido Otávio

Vendruscolo e Rosana Streck Vendruscolo, nasceu em 29 de janeiro de

1990 na cidade de Luciara – MT.

Em fevereiro de 2008, ingressou no Curso Técnico em

Florestas, na Escola Agrotécnica Federal de Cáceres-MT, concluindo em

dezembro de 2009.

Em fevereiro de 2010 ingressou no cursou Engenharia

Florestal no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato

Grosso Campus Cáceres, IFMT (antiga Escola Agrotécnica), concluindo

em fevereiro de 2015, sendo aluno da primeira turma de Engenharia

Florestal formada pela Instituição.

Em março de 2015, ingressou no Curso de Pós-Graduação em

Ciências Florestais e Ambientais da Universidade Federal de Mato

Grosso, UFMT, na área de concentração de Silvicultura e Manejo

Florestal, tendo concluído os créditos em dezembro de 2015, e a defesa

em fevereiro de 2017.

Page 10: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

x

SUMÁRIO RESUMO .................................................................................................. xv

ABSTRACT ............................................................................................. xvi

1 INTRODUÇÃO.............................................................................. 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................ 3

2.1 O SETOR FLORESTAL BRASILEIRO ............................................ 3

2.2 O SETOR DE FLORESTA PLANTADA EM MATO GROSSO ........ 4

2.3 Tectona grandis: CARACTERISTICAS GERAIS E DE CULTIVO ... 6

2.4 VARIÁVEIS DENDROMÉTRICAS .................................................. 9

2.4.1 Altura dominante ........................................................................... 9

2.4.2 Casca .......................................................................................... 10

2.4.3 Volume ........................................................................................ 12

2.5 ANATRO ....................................................................................... 12

2.6 MODELAGEM NO MANEJO FLORESTAL ................................... 15

2.7 VOLUMETRIA ............................................................................... 17

2.7.1 Estimativa do volume por regressão ........................................... 17

2.7.2 Estimativa do volume por redes neurais artificiais – RNA’s......... 18

2.7.2.1 Características gerais das RNA’s .............................................. 18

2.7.2.2 Princípios das RNA’s ................................................................ 19

3 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................... 22

3.1 REGIÕES DE ESTUDO E DADOS ............................................... 22

3.1.1 Povoamento (A) .......................................................................... 24

3.1.2 Povoamento (B) .......................................................................... 25

3.1.3 Povoamento (C) .......................................................................... 25

3.1.4 Povoamento (D) .......................................................................... 26

3.1.5 Povoamento (E) .......................................................................... 27

3.1.6 Povoamento (F) ........................................................................... 28

3.2 ANÁLISE DE TRONCO – ANATRO .............................................. 30

3.2.1 Processamento da ANATRO....................................................... 30

3.3 ALTURA DOMINANTE .................................................................. 32

3.3.1 Avaliação dos modelos de crescimento ...................................... 33

Page 11: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

xi

3.3.2 Teste de identidade de modelos - TIM ........................................ 33

3.3.3 Avaliação da ANATRO ................................................................ 35

3.4 ESTUDO DA CASCA .................................................................... 35

3.5 VOLUMETRIA ............................................................................... 39

3.5.1 Técnicas de modelagens testadas .............................................. 39

3.5.1.1 Regressão ................................................................................. 40

3.5.1.2 Redes neurais artificiais – RNA’s .............................................. 40

3.5.2 Avaliação das estimativas e das predições ................................. 42

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................. 43

4.1 ALTURA DOMINANTE .................................................................. 44

4.2 ANATRO ....................................................................................... 51

4.3 CASCA .......................................................................................... 54

4.4 VOLUMETRIA ............................................................................... 62

5 CONCLUSÕES........................................................................... 70

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................... 71

7 APENDICES ............................................................................... 84

Page 12: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

xii

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – PRINCÍPAIS CARACTERÍSTICAS DOS POVOAMENTOS DE Tectona grandis EM ESTUDO ........................................................... 23

TABELA 2 - RESUMO ESTATÍSTICO DAS ÁRVORES DOMINATES AMOSTRADAS ........................................................................................ 30

TABELA 3 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA O TESTE DE IDENTIDADE DE MODELOS – TIM ............................................................................... 34

TABELA 4 – ESTATÍSTICAS RESUMIDAS DAS ÁRVORES AMOSTRADAS PARA A MODELAGEM DA CASCA .............................. 36

TABELA 5 – RESUMO ESTATÍSTICO DAS ÁRVORES EMPREGADAS PARA A MODELAGEM VOLUMÉTRICA ................................................. 39

TABELA 6 – COEFICIENTES E ESTATÍSTICAS DOS AJUSTES PARA AS EQUAÇÕES DE ALTURA DOMINANTE ........................................... 45

TABELA 7 – RESULTADOS (p-valor) PARA OS TESTES DE IDENTIDADE DE MODELOS APLICADO AO MODELO DE CRESCIMENTO DE WEIBULL ................................................................ 49

TABELA 8 – COEFICIENTES E ESTATÍSTICAS DOS MODELOS UTILIZADOS PARA ESTIMATIVA DA ESPESSURA DA CASCA DE Tectona grandis ....................................................................................... 54

TABELA 9 – COEFICIENTES E ESTATÍSTICAS DE AJUSTE DOS MODELOS DE EFEITO MISTO UTILIZADOS PARA ESTIMATIVA DA ESPESSURA DA CASCA DE Tectona grandis ....................................... 55

TABELA 10 - COEFICIENTES E ESTATÍSTICAS DE AJUSTE PARA AS EQUAÇÕES DE PORCENTAGEM DE CASCA ...................................... 60

TABELA 11 – COEFICIENTES E ESTATÍSTICAS PARA AS ESTIMATIVAS VOLUMÉTICAS GERADAS POR REGRESSÃO E REDE NEURAL ARTIFICIAL .............................................................................. 63

Page 13: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

xiii

LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - RECONSTITUIÇÃO DO CRESCIMENTO POR ANÁLISE DE TRONCO DE UMA ÁRVORE DE Tectona grandis AMOSTRADA AOS SEIS ANOS DE IDADE. ADAPTADO DE CAMPOS E LEITE (2013). ..... 15

FIGURA 2 – ESTRUTURA DE UMA REDE NEURAL ARTIFICIAL (ADAPTADO DE HAYKIN, 2001). ............................................................ 20

FIGURA 3 - LOCALIZAÇÃO DOS POVOAMENTOS DE Tectona grandis EM ESTUDO, NO ESTADO DE MATO GROSSO. .................................. 22

FIGURA 4 - PRINCIPAIS ATIVIDADES ENVOLVIDAS NA ANÁLISE DE TRONCO: derrubada da árvore dominante (1); retirada dos discos (2); marcação dos discos (3); transporte dos discos em caixas (4); lixamento para visualização dos anéis (5); disco bruto (6); disco lixado (7); em laboratório (8); marcação dos raios e medição dos anéis (9). ................. 31

FIGURA 5 – RELAÇÃO ENTRE A ESPESSURA DA CASCA (EC) E A ALTURA RELATIVA DAS ÁRVORES DE Tectona grandis EM DIFERENTES IDADES. ........................................................................... 37

FIGURA 6 – RELAÇÃO ENTRE A ESPESSURA DA CASCA (EC) E O DIÂMETRO (dI) DAS ÁRVORES DE Tectona grandis. ............................ 37

FIGURA 7 – ARQUITETURA DA REDE NEURAL ARTIFICIAL EMPREGADA PARA AS ESTIMATIVAS E PREDIÇÕES VOLUMÉTRICAS DE Tectona grandis. ................................................... 41

FIGURA 8 - ÁRVORE DE Tectona grandis AOS 16 ANOS DE IDADE APÓS O PROCEDIMENTO DA ANÁLISE DE TRONCO. Linhas em vermelho compreende a casca. ............................................................... 43

FIGURA 9 – RELAÇÃO ENTRE A ALTURA DOMINANTE E A IDADE DAS ÁRVORES DE Tectona grandis DOS SEIS POVOAMENTOS EM ESTUDO. Cáceres (A); Indiavaí (B); Figueirópolis D’Oeste (C); Nova Maringá (C); Santo Antônio do Leverger (E) e Alta Floresta (F). ............. 44

FIGURA 10 – RESÍDUOS PARA OS MODELOS DE CRESCIMENTO TESTADOS. ............................................................................................. 46

FIGURA 11 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ALTURA DOMINANTE DE Tectona Grandis EM SEIS MUNICÍPIOS DE MATO GROSSO. ........ 48

FIGURA 12 – CRESCIMENTO EM ALTURA DOMINANTE DE Tectona grandis ESTIMADO PELA EQUAÇÃO DE WAIBULL NAS REGIÕES EM ESTUDO. Cáceres (A); Indiavaí (B); Figueirópolis D’Oeste (C); Nova Maringá (C); Santo Antônio do Leverger (E) e Alta Floresta (F). ............. 49

Page 14: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

xiv

FIGURA 13 – RELAÇÃO ENTRE A ALTURA DOMINANTE E A IDADE DE ÁRVORES DE Tectona grandis COM DADOS OBTIDOS POR INVENTÁRIO CONVENCIONAL E ANATRO. ......................................... 51

FIGURA 14 – CURVAS DE CRESCIMENTO DE Tectona grandis COM DADOS ORIUNDOS DE ANATRO E INVENTÁRIO CONVENCIONAL .. 52

FIGURA 15 - RESÍDUOS, VALORES OBSERVADOS E ESTIMADOS E HISTOGRAMAS DOS RESÍDUOS DO MODELO DE FIXO (a) E MISTO (b) PELA ESTRATÉGIA DE AJUSTE I. ................................................... 56

FIGURA 16 - RESÍDUOS, VALORES OBSERVADOS E ESTIMADOS E HISTOGRAMAS DOS RESÍDUOS DO MODELO DE FIXO (a) E MISTO (b) PELA ESTRATÉGIA DE AJUSTE II. .................................................. 57

FIGURA 17 - CURVAS DE AFILAMENTO DA CASCA DE Tectona grandis POR MODELAGEM DE EFEITO FIXO E MISTO PELA ESTRATÉGIA DE AJUSTE I. ................................................................................................ 58

FIGURA 18 - TENDÊNCIA DO AUMENTO DO INTERCEPTO EM FUNÇÃO DA IDADE. ............................................................................... 59

FIGURA 19 - RESÍDUOS, VALORES OBSERVADOS E ESTIMADOS E HISTOGRAMAS DOS RESÍDUOS PARA OS MODELOS DE PORCENTAGEM DE CASCA. ................................................................. 60

FIGURA 20 - CURVA DO PERCENTUAL DE CASCA EM FUNÇÃO DO DAP DE Tectona grandis. ........................................................................ 61

FIGURA 21 - REDE NEURAL ARTIFICIAL COM SEUS RESPECTIVOS PESOS SINÁPTICOS ASSOCIADOS ÀS VARIÁVEIS PREDITORAS DO VOLUME DE Tectona grandis. ................................................................ 63

FIGURA 22 - RESÍDUOS, VALORES OBSERVADOS E ESTIMADOS PARA AS ESTIMATIVAS DE VOLUME POR REGRESSÃO E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS. .......................................................................... 66

FIGURA 23 - CURVA DA FUNÇÃO NORMAL AJUSTADA AOS RESÍDUOS GERADOS POR REGRESSÃO E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS. ........................................................................................... 66

FIGURA 24 - RESÍDUOS, VALORES OBSERVADOS E ESTIMADOS PARA AS PREDIÇÕES DE VOLUME POR REGRESSÃO E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS. .......................................................................... 67

FIGURA 25 - CURVA DA FUNÇÃO NORMAL AJUSTADA AOS RESÍDUOS GERADOS NAS PREDIÇÕES POR REGRESSÃO E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS. .......................................................................... 67

Page 15: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

xv

RESUMO

VENDRUSCOLO, Diogo Guido Streck. Modelagem aplicada ao manejo de povoamentos de Tectona grandis L.f em Mato Grosso. 2016.

Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá – MT. Orientador: Dr. Ronaldo Drescher. Coorientador: Dr. Samuel de Pádua Chaves e Carvalho. Apesar de Mato Grosso possuir a maior área plantada com Tectona grandis no Brasil, observa-se ainda uma carência de estudos que envolvam efeitos do local sobre o crescimento e a produção, bem como técnicas de monitoramento e analises desses efeitos. Dessa forma, pesquisas voltadas ao potencial produtivo da espécie em diferentes regiões do Estado geram informações básicas que contribuem para o manejo florestal da espécie. Neste trabalho objetivou-se avaliar o crescimento de teca em diferentes locais do estado de Mato Grosso; verificar a precisão de dados oriundos de análise de tronco (ANATRO) para estimar a altura das árvores; avaliar espessura e conteúdo de casca das árvores; e testar a modelagem por inteligência artificial para predição volumétrica da teca. Foram avaliados seis povoamentos em municípios distintos, e a base de dados foi oriunda de ANATRO. Para a estimativa do crescimento em altura dominante foram utilizados modelos de regressão não lineares; a acurácia da estimativa da altura pela ANATRO foi realizada comparando suas alturas, com dados observados no campo em nível de árvores individuais de um dos povoamentos em estudo; a espessura da casca foi estimada utilizando diferentes estratégias de ajuste, empregando-se um modelo polinomial e outro linear simples, ambos com efeitos fixos e aleatórios e para a predição volumétrica das árvores de teca foi utilizado o modelo de regressão de Schumacher-Hall e redes neurais artificiais. A qualidade das estimativas e das predições foi avaliada por meio de estatísticas e análises gráficas. Observou-se que a teca apresenta diferentes tendências de crescimento em altura dominante em cada local. A técnica da ANATRO superestima as alturas das árvores nas idades inferiores aos quatro anos. O modelo polinomial pode ser empregado para estimar a espessura da casca das árvores de teca. A idade influencia na espessura da casca e deve ser inserida nos processos de modelagem. O conteúdo de casca em teca pode representar 15% do volume total, em árvores com menores diâmetros (<10 cm). Redes neurais artificiais é eficiente para a estimativa e predição volumétrica de árvores de Tectona grandis. Palavras-chave: Teca, manejo florestal, análise de tronco, modelagem

de efeitos mistos, inteligência artificial.

Page 16: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

xvi

ABSTRACT

VENDRUSCOLO, Diogo Guido Streck. Applied modeling in the management of Tectona grandis L.f plantations in Mato Grosso.

2016. Dissertation (Master in Forestry and Environmental Sciences) - Federal University of Mato Grosso, Cuiabá. Adviser: Dr. Ronaldo Drescher. Co-advisor: Dr. Samuel de Pádua Chaves e Carvalho.

Although Mato Grosso has the largest planted planted with Tectona grandis in Brazil, there is still a lack of studies involving local effects on growth and production, as well as techniques for monitoring and analyzing these effects. Thus, research aimed at the productive potential of the species in different regions of Mato Grosso are basic information that contribute to the forest management of the species. The objective of this work was to evaluate the growth of teak in different locations in the state of Mato Grosso; verify the accuracy of data from trunk analysis (ANATRO) to estimate tree height; evaluate the thickness and content of tree bark; and to test artificial intelligence modeling for volumetric prediction of teak. Six stands were evaluated in different municipalities, and the database was from ANATRO. For the estimation of growth at dominant height, nonlinear regression models were used; the accuracy of height estimation by ANATRO was performed comparing its heights, with data observed in the field at the level of individual trees in one of the stands under study; the thickness of the bark was estimated using different adjustment strategies applying a polynomial and a simple linear model, both with fixed and random effects and for the volumetric prediction of teak trees, the Schumacher-Hall regression model and artificial neural networks were used. The quality of estimates and predictions was assessed through statistics and graphical analyzes. It was observed that teak presents different growing trends in dominant height at each site. The ANATRO technique overestimates tree heights at ages below four years. The polynomial model can be used to estimate the thickness of the bark of teak trees. The bark thickness is influenced by age and should be inserted into the modeling process. Teak bark content may represent 15% of the total volume in trees with smaller diameters (<10 cm). Artificial neural networks are efficient for the estimation and volumetric prediction of Tectona grandis trees. Keywords: Teak, forest management, trunk analysis, mixed effects

modeling, artificial intelligence.

Page 17: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

1

1 INTRODUÇÃO

A teca (Tectona grandis L.f.) se destaca entre as espécies

florestais tropicais mundiais pelo seu alto valor comercial e por ser

altamente versátil quanto ao uso e adaptação em diferentes locais.

Plantios de teca foram e são realizados no Brasil, principalmente nos

estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia e Acre. O Primeiro segundo a

IBÁ (2016), possuí 78% da área plantada de um total de 87,4 mil

hectares.

Pesquisas feitas por Shimizu et al. (2007) demostram que a

teca apresenta características de crescimento distintas entre diferentes

regiões do estado de Mato Grosso. As diferenças de produtividade

segundo Medeiros (2016) são devido à fatores fisiográficos e sobretudo

os edáficos que são mais restritivos ao cultivo da teca. Essas variações

impulsionam novas pesquisas com objetivo de avaliar o crescimento da

espécie em regiões distintas do Estado. Elas subsidiam a escolha de

sítios mais produtivos e facilitam a tomada de decisão das empresas

florestais que utilizam a madeira de teca como principal produto.

A seleção de locais com maior capacidade produtiva para o

cultivo de espécies florestais pode ser feita por diferentes métodos

(Prodan et al., 1997). Entretanto, Assmann (1961), Prodan et al. (1997),

Keogh (1982) e outros pesquisadores, citam que a altura dominante para

plantios florestais é um indicador simples de ser obtido e eficaz. A

vantagem de se utilizar a altura dominante como indicador da capacidade

produtiva, é a possibilidade de comparação das taxas de crescimento

entre plantações da mesma idade, embora sob diferentes regimes de

manejo, já que essa variável é pouco influenciada pelo espaçamento e

desbastes por baixo (PRODAN et al., 1997; CAMPOS E LEITE, 2013).

Já a quantificação do crescimento da teca pode ser obtido

através de técnicas de modelagem, com dados de parcelas permanentes

ou, mais comumente, de árvores dominantes, pelo método da análise de

Page 18: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

2

tronco (ANATRO). No entanto, apesar da técnica de análise de tronco, ser

bastante empregada para formação de banco de dados, os valores de

incremento em diâmetro e volume são referentes aos valores sem casca.

Tradicionalmente, pesquisas focadas em quantificar o conteúdo

de casca em árvores são consideradas de segundo plano. No entanto,

deve-se levar em consideração que espessura da casca em algumas

espécies como a teca, podem representar um componente significativo do

percentual volumétrico, justificando assim pesquisas mais detalhadas

sobre o tema.

Alguns estudos já desenvolvidos para prever a espessura de

casca em teca utilizam equações de regressão em função do diâmetro da

árvore (NOVAES, 2009). Contudo, há outras variáveis a ser consideradas

na análise. A idade, por exemplo, podem influenciar e melhorar

significativamente os resultados das estimativas (LAASASENAHO et al.,

2005).

Ainda no sentido de melhorar as estimativas, novas técnicas de

modelagem podem ser empregadas, a exemplo, o uso da inteligência

artificial, tem mostrado resultados promissores em diversos contextos de

ajustes para várias espécies florestais (BINOTI, 2010).

Diante o exposto, objetivou-se neste trabalho avaliar:

1) o crescimento de Tectona grandis em diferentes municípios

no estado de Mato Grosso;

2) a precisão de dados oriundos da análise de tronco para

estimar a altura das árvores de Tectona grandis;

3) a espessura e conteúdo de casca em árvores de Tectona

grandis; e

4) técnicas de modelagem por inteligência artificial para

predição volumétrica das árvores de Tectona grandis.

Page 19: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

3

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O SETOR FLORESTAL BRASILEIRO

O setor florestal possui destaque importante no cenário

ambiental e sócio-econômico do país, visto que contribui com a produção

de bens e serviços, agregação de valor aos produtos florestais, além de

gerar empregos e renda. Segundo Brepohl (1980), compreende-se como

setor florestal todo o conjunto de atividades de caráter primário ou

secundário que envolvam etapas de exploração, conservação, manejo,

implantação de florestas, ou que de alguma forma utilizam a madeira

como principal insumo na transformação industrial.

O principal responsável pelo crescimento e destaque do setor

florestal no Brasil foi à Lei 5.106, dos Incentivos Fiscais Concedidos a

Empreendimentos Florestais, criada em 1966 (BRASIL, 1966). Essa lei

possibilitou que as empresas abatessem até 50% do valor do imposto de

renda para aquelas que aplicassem em projetos florestais (BREPOHL,

1980). Isso resultou em um crescimento entorno de 100 a 250 mil

hectares da área reflorestada entre os anos de 1968 e 1973, elevando-se

para mais de 450 mil hectares anuais de 1974 a 1982 (SOARES et al.,

2014).

Ao total, os projetos vinculados à política do incentivo fiscal,

totalizaram aproximadamente 6,2 milhões de hectares no Brasil, entre os

anos de 1967 e 1986. Já em 1988 foi extinto o incentivo fiscal, devido ao

fracasso de muitos projetos, que apresentaram produção muito abaixo

das expectativas em termos qualitativos e quantitativos (LEÃO, 2000).

Mesmo com o fim da política de incentivos fiscais, o setor de

florestas plantadas no Brasil, continuou se desenvolvendo, porém após

esse período, as grandes empresas que obtiveram sucesso em seus

empreendimentos, continuaram e ampliavam suas áreas com recursos

Page 20: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

4

próprios ou tomando empréstimos de longo prazo em bancos de fomento

estaduais ou federais (ANTONÂNGELO e BACHA, 1998; LEÃO, 2000).

Apesar de vários períodos de instabilidade do setor de florestas

plantadas do País, em 2006 já totalizava uma área de 5,7 milhões de

hectares. Em 2015 esse número ultrapassou os 7,8 milhões de hectares,

com aumento de 0,8% em relação a 2014, e representa 0,91% do

território nacional. Sendo que dessa extensa área plantada, 5,6 milhões

são ocupadas por eucalipto, 1,6 milhões de hectares com pinus e o

restante (0,6 milhões), outras espécies como a teca, acácia, seringueira e

paricá (IBÁ, 2016).

Segundo Soares et al. (2014) é atribuído ao crescimento

florestal brasileiro, a elevada produtividade das florestas de eucalipto, que

possibilita rápido crescimento, alta qualidade, baixo custo de produção da

celulose no Brasil em relação a outros países e o avanço tecnológico na

área de genética, biotecnologia e manejo florestal. Mesmo frente ao

cenário macroeconômico desfavorável o PIB setorial em 2015 alcançou

R$ 69,1 bilhões, um aumento de 3,0% em relação a 2014.

Esses avanços fizeram com que a participação do setor de

árvores plantadas no PIB brasileiro crescesse a cada ano e em 2015

representou 1,2% de toda a riqueza gerada no País e 6% do PIB

industrial (IBÁ, 2016).

2.2 O SETOR DE FLORESTA PLANTADA EM MATO GROSSO

Existem inúmeros benefícios de se plantar florestas, sendo

estes conhecidos desde o século passado. Dentre alguns, pode-se citar:

produção de energia, recuperação de áreas degradadas, produção de

toras para serraria e laminação, fabricação de celulose e papel, ou para a

preservação de matas nativas, entre outros. A silvicultura é uma fonte

renovável de matéria-prima para o suprimento de indústrias de base

florestal, e a cada ano seu cultivo de florestas aumenta em todo o mundo,

inclusive no Brasil, e no estado de Mato Grosso (FAMATO, 2013).

Page 21: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

5

Ao mesmo tempo em que o estado de Mato Grosso se destaca

pelo seu potencial agrícola, por outro lado é cobrado por ações

ambientais voltadas para o cuidado com a abertura de novas áreas, tendo

em vista que segundo Peixoto et al. (2016) o Estado é rico em

biodiversidade por abranger três biomas (Pantanal, Cerrado e Amazônia).

Nesse contexto, a silvicultura ganha espaço e conquista a confiança entre

os produtores no Estado.

Nos últimos anos, extensas áreas de terra foram destinadas

para a implantação de florestas, devido à demanda com a instalação de

agroindústrias de grande porte. Com isso tende a aumentar a procura por

produtos florestais, tanto para produção de energia como para construção

civil (ZUCCHI, 2011; FAMATO, 2013).

Levantamentos realizados pelo IBÁ (2016) revelam que em

2007 a área plantada com eucalipto em Mato Grosso era de 114,9 mil

hectares, chagando a 185,2 mil, em 2015, representando um aumento de

38% de área plantada em um período de 8 anos. Apesar do setor florestal

mato-grossense ter pouca representatividade frente ao cenário nacional, o

Estado se destaca com o cultivo da teca (Tectona grandis), em relação a

outros Estados produtores desta espécie.

Estudos feitos por Shimizu et al. (2007), demostram que em

2007, Mato Grosso totalizava 48,5 mil hectares plantados com teca.

Levantamentos divulgados pelo IBÁ (2016) revelam que a teca já ocupa

uma área plantada de 87,4 mil hectares em 2015, com os plantios

concentrados em Mato Grosso, Pará, Rondônia e Acre, sendo que desse

total o estado de Mato Grosso possui aproximadamente 68 mil hectares

do total cultivado.

Uma das principais vantagens de Mato Grosso que permitem

impulsionar o setor florestal, é a grande extensão de terras em superfícies

planas que são usadas para a agricultura ou plantios florestais. No

entanto, a falta de conhecimento e de tecnologias apropriadas para as

condições locais muitas vezes impedem a implantação das florestas, e se

Page 22: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

6

implantadas comprometem o sucesso dos investimentos (SHIMIZU et al.,

2007; ZUCCHI, 2011, MEDEIROS, 2016).

Shimizu et al. (2007) destacam que alguns investimentos

florestais não corresponderam às expectativas de adaptação e

produtividade, pois se tratam de tentativas isoladas, e conduzidas

empiricamente. Algumas espécies como a teca, exigem um intenso

planejamento com intervenções silviculturais durante o ciclo produtivo,

além de demandar um alto investimento financeiro. Portanto, para uma

adequada gestão dos povoamentos, deve considerar seleção de áreas,

aspectos técnicos, silviculturais e de manejo da espécie, e essas

informações podem ser tomadas de estudos já realizados.

Apesar da expectativa de crescimento do setor florestal, com

alguns incentivos do governo (como o programa ABC - Agricultura de

Baixo Carbono), ainda existem fatores limitantes no que se refere à

logística e a inexistência de grades indústrias de base florestal. Isso faz

com que espécies como a teca, ainda seja classificada como “outros” em

relatórios como da Indústria Brasileira de Árvores em 2016 (SHIMIZU et

al., 2007; ZUCCHI, 2011; IBÁ, 2016).

2.3 Tectona grandis: CARACTERISTICAS GERAIS E DE CULTIVO

Tectona grandis L.f., espécie que pertencente à família

Lamiaceae é natural do Sul e do Sudeste Asiático e cultivada em diversas

regiões da África e das Américas (BERMEJO et al., 2004). Estima-se que,

há aproximadamente 4,3 milhões de hectares cultivados com a espécie,

sendo 83% concentrados na Ásia, 11% na África e 6% na América tropical

(CAMINO e MORALES, 2013). Os países que se destacam no cultivo da

espécie são a Índia e a Indonésia com 44% e 31% respectivamente, da

área plantada no continente asiático (SHUKLA et al., 2011).

A teca é considerada uma alternativa dentre as espécies de

elevado valor econômico para o suprimento das indústrias de base

florestal. O principal produto dessa espécie é a madeira de qualidade,

utilizada em móveis de luxo e na construção naval. Ainda, há a

Page 23: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

7

possibilidade de comercialização de madeira oriunda dos primeiros

desbastes, a qual é voltada, principalmente, à energia ou fabricação de

móveis com preços mais acessíveis (PANDEY e BROWN, 2000;

PELISSARI et al., 2014; CUNHA NETO et al., 2016).

Esta espécie tem melhor desempenho em condições tropicais

moderadamente quentes e úmidas, associada a um período de três a

cinco meses de seca, com precipitação anual entre 1.250 mm a 3.750

mm, temperatura mínima de 13 a 17 °C e máxima entre 39 e 43 °C

(WEAVER, 1993; PANDEY e BROWN, 2000). Essas condições

favoreceram seu estabelecimento no Brasil, principalmente no estado de

Mato Grosso. Várias pesquisas mostram que a espécie é potencialmente

apta para regiões de Mato Grosso, pois no Estado as condições

climáticas são semelhantes às dos países de origem, proporcionando seu

estabelecimento (MATRICARDI, 1989; DRESCHER, 2014; CHAVES et

al., 2016).

Espécies florestais de crescimento rápido, como a teca, exigem

um planejamento de atividades intensivo, por meio de intervenções

silviculturais, para obter máxima produtividade e madeira de qualidade

(PÉREZ e KANNINEN, 2005). A densidade inicial dos plantios de teca

podem variar de 1.000 a 2.000 árvores ha-1, porém, atualmente algumas

empresas vem adotando espaçamentos iniciais mais amplos, visto que

isso reduz custos de aquisição de mudas, número de árvores a serem

desramadas, além de evitar desbastes precoces, com árvores de

diâmetro reduzido e baixo valor comercial (FIGUEIREDO e SÁ, 2015).

Apesar de algumas vantagens econômicas de se utilizar

espaçamentos maiores, diversas pesquisar mostram que a variação do

espaçamento influência diretamente na forma do fuste das árvores. A

teoria sustentada nesses estudos são que povoamentos mais densos

apresentam árvores mais cilíndricas conforme já relatado por Rance et al.

(2012) para Eucalyptus grandis; Nogueira et al. (2008) para Pinus taeda e

Vendruscolo et al. (2016a) para Tectona grandis. Isso é explicado, pois

quanto maior o grau de competição entre as árvores, o incremento em

Page 24: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

8

diâmetro é priorizado nas posições superiores do fuste (SCHNEIDER e

SCHNEIDER 2008).

Devido a teca ser bastante sensível à competição (inter-

específica ou intra-específica) por luz e nutrientes, as práticas de roçadas,

desramas e desbastes são indispensáveis para garantir o crescimento e a

qualidade final do produto, principalmente livre de nó (PANDEY e

BROWN, 2000; CALDEIRA e OLIVEIRA, 2008; PELISSARI et al., 2013;

FIGUEIREDO e SÁ, 2015; MEDEIROS, 2016). A altura da desrama está

associada ao número de toras livres de nó que se pretende obter em uma

árvore, que geralmente são duas toras de 3 m (FIGUEIREDO e SÁ,

2015).

As desramas normalmente são executadas a partir do segundo

ano, com a retirada de galhos até ⅓ da altura total das árvores, até ½ da

altura total no terceiro ano e até ⅔ no quarto ano. No entanto, Figueiredo

et al. (2005b) destacam que deve-se evitar a desrama em alturas que

sejam superiores a ⅔ da altura total da árvore, pois a tendência de queda

da produtividade do povoamento quando se realizam podas mais

intensas, devido à redução da área foliar e consequentemente a

capacidade fotossintética da planta.

A desrama deve ser realizada no início do período chuvoso,

devido o surgimento intensivo de brotações nessa temporada. A

manutenção da desrama, com a remoção de galhos é feita até

aproximadamente 7,0 m de altura nas idades seguintes (SCHMINCKE,

2000; FIGUEIREDO e SÁ, 2015).

O primeiro desbaste em povoamentos de teca depende do

espaçamento, material genético e do sítio, mas geralmente ocorre entre 6

e 8 anos visando evitar o início da competição entre as árvores (CRUZ et

al., 2008; MEDEIROS, 2016). A sequência de desbastes ocorre

normalmente em intervalos de 5 anos, com rotação final por volta dos 25

anos para plantios seminais, o que proporcionam entre 200 a 250 árvores

ha-1 para o corte final (BERMEJO et al., 2004; GARCIA, 2006). Silva et al.

(2016) observaram que o incremento médio anual de povoamentos não

Page 25: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

9

desbastados são afetados negativamente. Figueiredo e Sá (2015)

ressaltam ainda que a condução de povoamentos de alta densidade sem

a realização dos desbastes consiste na forma mais inadequada de

manejo em povoamentos de teca.

Após as operações de desbastes, os tocos de algumas

espécies emitem brotações, que se não eliminadas podem competir com

as árvores remanescentes (CALDEIRA e CASTRO, 2012). A teca

apresenta uma forte rebrota dos tocos das árvores cortadas e em alguns

casos chega a formar um sub-bosque resistente e denso que, além de

causar competição intraespecífica, se torna um obstáculo físico para a

aplicação de outras operações silviculturais (CALDEIRA e CASTRO,

2012; FIGUEIREDO e SÁ, 2015).

Segundo Figueiredo e Sá (2015) não existem arboricidas

registrados para a teca no Brasil, no entanto, estudos desenvolvidos por

Caldeira e Castro (2012) relatam que a aplicações de Picloram® nos

tocos, imediatamente após o desbaste, são eficientes para controlar as

brotações, mas a eficácia diminui com a redução da concentração. Esses

resultados são semelhantes aos divulgados pela Embrapa Acre, onde o

melhor controle da rebrota foi alcançado com herbicidas à base de

Picloram®, e também destacam que dosagens menores são pouco

eficientes (FIGUEIREDO e SÁ, 2015).

2.4 VARIÁVEIS DENDROMÉTRICAS

2.4.1 Altura dominante

A altura dominante corresponde à altura média das árvores

mais altas do povoamento. É uma variável amplamente empregada para

quantificação do potencial produtivo dos povoamentos, por ser

independente e pouco influenciada pelo desbaste por baixo; ser

facilmente obtida no povoamento e por apresentar um grande significado

biológico (BURGER, 1980; PRODAN et al., 1997; FINGER, 2006).

Page 26: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

10

Segundo Finger (2006) altura dominante pode ser calculada

através de vários métodos. No entanto, Keogh (1982) sugere que a altura

dominante para plantações de teca deve ser considerada como a altura

total das 100 árvores de maior diâmetro por hectare, pois é mais simples

de ser obtida, além de ser uma tendência de procedimento entre os

países com plantações da espécie. A vantagem de se utilizar a altura

dominante como indicador de índice local é devido a sua aplicabilidade e

a possibilidade de comparação de taxas de crescimento entre plantações

da mesma idade, embora estas áreas estejam sob diferentes densidades

e regimes de manejo (KEOGH, 1982; PRODAN et al., 1997; CAMPOS e

LEITE, 2013).

Segundo Keogh (1982), para se construir uma boa base de

dados para a classificação de sítio em plantios de teca é necessário pelo

menos o registro das alturas dominantes por um período de cinco anos, o

que torna possível o emprego da modelagem para o monitoramento do

crescimento e da produção florestal.

Em outros países e no Brasil essa metodologia é uma prática

bastante empregada, pois facilita a gestão dos empreendimentos

florestais e fornece informações relativamente precisas sobre o potencial

produtivo de povoamentos florestais (SELLE et al., 2008). Muitos autores

afirmam que a altura das árvores dominantes é a melhor variável para

caracterizar o local, sendo representado pela altura alcançada do

povoamento nas diferentes idades de seu desenvolvimento (ASSMANN,

1961; BURKHART e TENNENT, 1977, BURGER, 1980; SELLE et al.,

2008).

2.4.2 Casca

Tradicionalmente em inventários florestais convencionais, as

estimativas do volume de casca das árvores são consideradas de

importância secundária, tendo em vista que na maioria dos casos esta é

descartada para efeito de transformação industrial da madeira. Entretanto,

a comercialização de madeira para serraria se faz baseada nos volumes

Page 27: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

11

sem casca, tornando necessário conhecer o volume a ser descontado das

usuais estimativas de volume com casca (SILVA et al., 1998).

A rejeição do volume de casca ou estimação inadequada da

mesma pode gerar um impacto significativo sobre o volume da árvore,

pois para algumas espécies a casca pode compreender um grande

percentual do volume de madeira (HARKIN e ROME, 1971; LI e

WEISKITTEL, 2011). No caso da teca esse valor chega a representar

valores superiores a 30% do volume total das árvores em idades iniciais e

de menores diâmetros (LEITE et al., 2011).

O volume de casca das árvores em pé pode ser estimado

indiretamente por meio de funções estatísticas, a partir de medições da

altura da árvore e do diâmetro com casca (LI e WEISKITTEL, 2011;

KITIKIDOU et al., 2014). Com os modelos espessura da casca, o volume

de madeira sem casca também pode ser estimado, portanto, modelos que

forneçam estimativas precisas da quantidade de casca de árvores em pé

são muito úteis em estudos de crescimento e produção (KITIKIDOU et al.,

2014).

Quando se utiliza da técnica de análise de tronco para

formação de banco de dados empregados em estudos de crescimento e

produção, à obtenção dos valores de diâmetro e volume da árvore nas

idades anteriores são referentes às medidas sem casca. Assim, os dados

de espessura da casca nos anos anteriores somente são possíveis de

serem obtidos por meio de procedimentos estimativos (FIGUEIREDO,

2005). Dessa forma, segundo Marshall et al. (2006) se utilizados

procedimentos estimativos de forma imprecisa, pode gerar erros

consideráveis de subestimação ou superestimação do volume.

Comumente as pesquisas realizadas para estimar a espessura

de casca em teca, utilizam equações em função do diâmetro da árvore

(CORDERO e KANNINEN, 2003; NOVAES, 2009). No entanto, trabalhos

com outras espécies mostram que a espessura da casca varia de acordo

com a idade e da base para o topo da árvore (LAASASENAHO et al.,

2005; BROOKS e JIANG, 2009). Assim, a utilização de modelos que

Page 28: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

12

utilizem estas variáveis podem fornecer predições de espessura de casca

mais acuradas.

2.4.3 Volume

O conhecimento do volume da árvore é de uso tradicional em

dendrometria, biometria, inventário, manejo, economia e planejamento

florestal (SCOLFORO, 2005; van LAAR e AKÇA, 2007). Além da

importância dessa variável no manejo florestal, ela exprime de forma mais

direta sobre a capacidade produtiva do sítio (BURGER, 1980).

O volume da árvore pode ser calculado indiretamente por meio

de fator de forma, que é a razão entre o volume de um cilindro de igual

diâmetro de uma árvore a um determinado ponto de referência,

geralmente à 1,3 m, equação de volume ou função de afilamento (van

LAAR e AKÇA, 2007; CAMPOS e LEITE, 2013). Devido à dificuldade de

se definir a forma de um fuste, que pode apresentar uma variedade de

formas ao longo do mesmo, é comum utilizar o fator de forma para o

cálculo do volume (CAMPOS e LEITE, 2013).

No entanto, apesar do fator de forma ser de uso tradicional, e

ter como vantagem maior rapidez no inventário, sua utilização deve ser

restrita às condições locais de sítio. Outras extrapolações além desses

limites podem ser tendenciosas partindo do ponto de vista de previsão

dos resultados finais (COUTO e BASTOS, 1987; FIGUEIREDO et al.,

2009). Assim, para proporcionar maior exatidão nas estimativas

volumétricas, o mais indicado é a utilização de modelos de regressão,

cuja maioria inclui como variável independente, a altura e o diâmetro da

árvore, para estimar o volume (COUTO e BASTOS, 1987; SCOLFORO,

2005; van LAAR e AKÇA, 2007; CAMPOS e LEITE, 2013).

2.5 ANATRO

A análise de tronco (ANATRO) também denominada de análise

do fuste ou dendrocronologia consiste na medição equidistante, ou não,

Page 29: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

13

de certo número de discos ou secções transversais do tronco de uma

árvore. Esta técnica considera cada ano de crescimento como uma árvore

individual, permitindo a obtenção de um extenso conjunto de dados

(ENCINAS et al., 2005; THOMAS et al., 2006).

A altura total, diâmetro e a idade, podem ser obtidos através de

parcelas permanentes, temporárias ou, de árvores dominantes, pelo

método da análise de tronco (SELLE et al., 2008; CAMPOS e LEITE,

2013). A técnica de análise de tronco tem sido aplicada como uma

ferramenta em mensuração florestal desde a metade do XIX (van LAAR e

AKÇA, 2007). Seu objetivo é reconstruir o crescimento de árvores

individuais, determinando o diâmetro anual, altura, e crescimento em

volume (van LAAR e AKÇA, 2007; CAMPOS e LEITE, 2013). Esse tipo de

análise é muito útil, pois segundo Rosot et al. (2003) nas empresas

florestais a análise de tronco é utilizada, principalmente, para verificação

das taxas de incremento médio da floresta, para avaliação da reação do

crescimento a tratos culturais ou a determinadas práticas de manejo e

para o desenvolvimento de equações de índice de sítio.

A análise de tronco pode ser parcial ou completa. A parcial

consiste em coletar medições com a árvore em pé, utilizando o trado de

Pressler. Já para a análise de tronco completa, é necessário o corte da

árvore para a retirada de discos em diferentes alturas do tronco

(CAMPOS e LEITE, 2013). Dados advindos de análise de tronco são

eficientes para o propósito de formação de banco de dados e se

equiparam aos dados de parcelas permanentes. No entanto, nem sempre

é possível identificar com precisão os anéis de crescimento em espécies

de folhosas, ficando a técnica restrita a espécies de coníferas, com

exceção de algumas folhosas, como é o caso da teca (PRODAN et al.,

1997; CAMPOS e LEITE, 2013).

Os diâmetros dos anéis de crescimento podem ser medidos

diretamente a partir dos discos retirados das árvores, mas a altura que

cada anel de crescimento atinge, é obtida por estimação, pois é

extremamente difícil medi-lo diretamente no próprio tronco da árvore

Page 30: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

14

(MACHADO et al., 2010). Na literatura, existem vários métodos já

desenvolvidos para a obtenção destas estimativas (DYER e BAILEY

1987; MACHADO et al., 2010).

Geralmente a estimativa da altura total da árvore a uma

determinada idade ou no final dos períodos de crescimento específicos é

realizada por interpolação linear (CANCINO et al., 2013). Alguns métodos

de estimativa da altura são baseados apenas na contagem dos anéis de

crescimento e nas alturas dos discos (LENHART, 1972). Existem outros

métodos que também incluem informações sobre a largura dos anéis de

crescimento como o método “TARG” proposto por Kariuki (2002). Na

prática, segundo Cancino et al. (2013) em todos os métodos de estimativa

de altura é fácil de reconhecer o fato da existência de interpolação linear

para atribuir a altura dos pontos ocultos entre as sucessivas secções

transversais.

A opção pelo emprego da análise de tronco completa, visando

à obtenção das variáveis dendrométricas para a geração de índices de

local, deve-se principalmente pela dificuldade de contar com dados

confiáveis de medições periódicas de parcelas permanentes ou

temporárias (CAMPOS e TURNBULL,1980). Assim, o procedimento

permite a geração de informações do crescimento retrospectivo das

árvores.

A técnica da análise de tronco é amplamente empregada como

ferramenta de obtenção de variáveis dendrométricas em povoamentos de

teca em vários lugares do mundo. A exemplo podem ser citados os

trabalhos de Cordero e Kanninen (2003) e Perez (2008) na Costa Rica,

Jerez-Rico et al. (2011) na Venezuela e em diversos trabalhos realizados

no Brasil (SILVA et al., 2014; DRESCHER et al., 2016; CHAVES et al.,

2016).

Na Figura 1 está apresentada a reconstituição do crescimento

de uma árvore. Essa ilustração permite observar as informações

relevantes sobre o incremento em diâmetro em diferentes alturas, e os

desenvolvimentos da altura da árvore amostra, que foram

Page 31: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

15

subsequentemente obtidos. Observa-se que a ligação do último ponto de

cada anel, com o eixo vertical, representa a altura. Complementarmente

pode-se desenhar uma curva de crescimento em altura total ao longo da

idade (CAMPOS e LEITE, 2013).

FIGURA 1 - RECONSTITUIÇÃO DO CRESCIMENTO POR ANÁLISE DE TRONCO DE UMA ÁRVORE DE Tectona grandis AMOSTRADA AOS SEIS ANOS DE IDADE. ADAPTADO DE CAMPOS e LEITE (2013).

2.6 MODELAGEM NO MANEJO FLORESTAL

Em termos conceituais, a modelagem matemática é a área do

conhecimento que estuda a simulação de princípios reais, com objetivo de

descrever matematicamente um fenômeno (EDELSTEIN-KESHET, 1988).

A modelagem matemática é empregada em diversos ramos das ciências,

tais como, na química, física, biologia, economia e engenharias, e tem

desempenhado papel fundamental como ferramenta de quantificação

(SALAS et al., 2016).

Page 32: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

16

Segundo Edelstein-Keshet (1988) os métodos de modelagem

podem ser via autômatos celulares e equações diferenciais, ou ordinárias.

A modelagem matemática via equações diferenciais apresenta-se de

maior importância sendo utilizada para modelar fenômenos e fornecer

soluções a problemas desde o século XVII.

O monitoramento do crescimento para estimativas da produção

é um requisito básico do manejo florestal (MONSERUD, 2003). A

utilização das técnicas de modelagem no manejo se justificam nas

situações especiais da produção florestal, que envolvem os longos prazos

e a irreversibilidade de decisões e intervenções uma vez tomadas

(SPATHELF e NUTTO, 2000). Nesse contexto, para um planejamento

econômico e consistente são necessárias informações sobre o

crescimento e a produção florestal, e isso pode ser obtido por

modelagem.

Segundo Leites et al. (2013) as relações entre as variáveis

dendrométricas das árvores, permitem a utilização das técnicas de

modelagem, que tem muitas aplicações: desde a compreensão das

relações funcionais e fisiológicas, como a relação hipsométrica (CURTIS,

1967), a relação entre o alburno e a área foliar (MONSERUD e

MARSHALL, 1999) para a construção de equações estatísticas para

descrever ou prever determinada variável, medindo outra, por exemplo,

estimar a biomassa ou altura de árvores em função do diâmetro

(JENKINS et al., 2003; WANG, 2006).

Estudos sobre crescimento e produção de árvores e

povoamentos florestais são realizados a mais de 200 anos, sendo que as

técnicas de modelagem têm progredido desde meados do século XX.

Entretanto, nas últimas décadas, mudanças básicas vem ocorrendo na

determinação dos estimadores da produção (SCOLFORO, 1998).

A partir da década de 90, as principais modificações foram

referentes aos diferentes usos das florestas, visando atender a objetivos

multifuncionais, de forma a aumentar o valor econômico. Com a

necessidade de quantificar os multiprodutos da floresta, faz-se necessário

Page 33: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

17

a utilização de modelos mais dinâmicos capazes de estimar o crescimento

e a produção, baseados em fatores biológicos explicativos, ou em nível de

árvores individuais (SPATHELF e NUTTO, 2000).

Frequentemente, os modelos apresentam um grau de

sofisticação elevado, graças aos avanços de ferramentas computacionais,

envolvendo sistemas de equações ou técnicas de inteligência artificial.

Dessa forma, segundo Spathelf e Nutto (2000) a modelagem é muito

importante, nas ciências florestais, sendo considerada uma ferramenta

indispensável no gerenciamento e tomadas de decisões.

2.7 VOLUMETRIA

2.7.1 Estimativa do volume por regressão

A estimativa do volume de árvores individuais por meio de

modelos estatísticos é algo antigo e comum no meio florestal (COUTO e

BASTOS, 1987; McTAGUE et al., 1989). Os parâmetros das equações de

volume são obtidos por regressão (linear ou não-linear), e para gerar

essas equações são utilizados dados de cubagem de árvores abatidas ou

em pé, empregando-se instrumentos específicos como o telerelascópio,

pentaprisma, ou um criterion (McTAGUE et al., 1989; OLIVEIRA et al.,

2009).

A amostragem para geração de equações de volume para

florestas equiâneas deve ser feita por espécie, espaçamento, classe de

idade e regime de corte. A frequência dos dados está diretamente

relacionada com a variação diamétrica e a forma das árvores da

população (CAMPOS e LEITE, 2013). Na prática, quanto maior o número

de estratos, maior será a captação dessas variações, o que proporcionará

aumento na precisão, porém maior é também o custo de amostragem

(OLIVEIRA et al., 2009).

No caso da teca, verifica-se que o número de árvores utilizadas

em ajustes volumétricos varia significativamente para cada estudo, a

Page 34: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

18

exemplo de 24 árvores (PASSOS et al., 2006), 373 árvores (MORA;

HERNÁNDEZ, 2007), 60 árvores (CRUZ et al., 2008), 122 árvores

(TONINI et al., 2009), e 80 árvores (SOUZA et al., 2015). Vendruscolo et

al. (2016b) indicam que uma suficiência amostral de 30 árvores para

ajustes de modelos volumétricos é capaz de gerar predições confiáveis

para povoamentos clonais jovens de teca, desde que a base de dados

represente a distribuição diamétrica da população.

Dentre os vários modelos existentes para expressar o volume

de árvores em função do diâmetro e da altura, o modelo proposto por

Schumacher e Hall (1933) é um dos mais utilizados no meio florestal,

devido às suas propriedades estatísticas, uma vez que resulta na maioria

das vezes estimativas livres de tendências e precisas (GUIMARÃES e

LEITE, 1996; LEITE e ANDRADE, 2003; CAMPOS e LEITE, 2013).

2.7.2 Estimativa do volume por redes neurais artificiais – RNA’s

2.7.2.1 Características gerais das RNA’s

As pesquisas que envolvem as redes neurais artificiais foram

motivadas pela maneira de como o cérebro humano processa

informações, sendo capaz de organizar seus neurônios de forma a

desempenhar determinados processamentos, de maneira muito mais

rápida e eficiente que um computador convencional (KOVÁCS, 1996;

HAYKIN, 2001; SILVA et al., 2010). A estrutura dos neurônios, os tipos de

conexões entre si e o comportamento de neurônios naturais formam a

base para o estudo das RNA (KOVÁCS, 1996; SILVA et al., 2010).

A pesquisa pioneira abordando o tema de redes neurais

artificiais foi realizada por McCulloch e Pitts (1943). O trabalho dos

autores intitulado “A Logical Calculus of the Ideas Immament in Nervous

Activity” teve por objetivo descrever matematicamente o funcionamento

básico de um neurônio biológico. Esse tema considerado raro há cerca de

três décadas atrás na literatura cientifica, representa atualmente uma

Page 35: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

19

promissora área de pesquisa multidisciplinar e constituem puramente uma

teoria para o estudo de diversos fenômenos, inclusive em mensuração e

manejo florestal (KOVÁCS, 1996; BINOTI, 2010). Uma abordagem

detalhada do histórico das RNA’s é encontrado em Haykin (2001) e Binoti

(2010).

As variáveis que interferem no volume das árvores, como

idade, índice de local, tipo de solo e espaçamento, apresentam na maioria

das vezes relações complexas e tendências não lineares. Isso acaba

dificultando o ajuste de modelos volumétricos com inclusão dessas

variáveis. As redes neurais artificiais (RNA) apresentam-se como uma

ferramenta apropriada para serem utilizadas nessas situações, onde a

inclusão de variáveis categóricas não é factível (SILVA et al., 2009;

BINOTI et al., 2014).

2.7.2.2 Princípios das RNA’s

Redes neurais artificiais (RNA’s) são redes de neurônios

artificiais, ou seja, é um sistema computacional estruturado de forma

paralela e constituído de várias unidades de processamento simples,

conectadas entre si, que operam especificamente para desempenhar uma

determinada tarefa (KOVÁCS, 1996; BRAGA et al., 2000; SILVA et al.,

2010). Seus elementos fundamentais são os neurônios artificiais ou

nodos. Eles são dispostos de forma paralela em uma ou mais camadas e

interligados entre si por um grande número de conexões, formando desta

maneira a rede (sistema) (KOVÁCS, 1996; SILVA et al., 2010).

Segundo Haykin (2001), uma RNA pode ser constituída por

uma ou mais camadas. Cada camada pode conter um ou mais neurónios

(unidades de processamento). A camada de entrada tem função de

apenas receber os valores (quantitativos ou qualitativos) das variáveis

fornecidas e as transmite para a camada intermediária. A camada

intermediária ou oculta e a camada de saída mapeiam o conhecimento,

processamento as informações, com seus neurônios também chamados

de nós de computação. Um nó de computação k recebe os sinais de

Page 36: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

20

entrada (xi) e pondera-os com pesos (wKi); uma soma é obtida por adição

das entradas multiplicado por seus respectivos pesos e adicionando um

sinal preconizado (bk). O resultado dessa soma (vk) atua através de uma

função de ativação [f (vk)] e fornece a saída do neurônio (yk). Um exemplo

de uma rede neural e um neurônio artificial é ilustrado na Figura 2.

FIGURA 2 – ESTRUTURA DE UMA REDE NEURAL ARTIFICIAL (ADAPTADO DE HAYKIN, 2001).

O treinamento de uma RNA ocorre de forma unidirecional, e

inicia-se pela apresentação do conjunto de dados (variáveis de entrada e

saída) a uma arquitetura pré-estabelecida ou não. O processo de

treinamento inicia com valores aleatórios dos pesos (random) e com base

nestes valores o algoritmo é aplicado e a primeira saída gerada é

comparada com o respectivo valor real da primeira observação. A

diferença entre a saída estimada pela rede e o valor real, gera um sinal de

erro que calibra o ajuste de pesos iniciando assim um novo ciclo, a fim de

aproximar a saída do resultado desejado, de forma a minimizar o erro

(HAYKIN, 2001).

Matematicamente um modelo simplificado de neurônio artificial

pode ser descrito pela seguinte expressão:

em que: yk = saída do neurônio artificial; = função de ativação; xk =

resultado do combinador linear, sendo esse combinador é representado

pela seguinte expressão:

Page 37: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

21

em que: xk = combinador linear; xm é o número de entradas; e wm é o

peso para cada entrada de m.

A utilização de RNA’s como ferramenta para gerar estimativas

de dados em mensurações de povoamentos florestais já é considerada

uma técnica potencialmente eficiente por diversos pesquisadores (SILVA

et al., 2009; CASTRO et al., 2013; BINOTI et al., 2014; BINOTI et al.,

2015; MIGUEL et al., 2016). O uso de RNA possibilita estudos sobre

prognose da produção florestal utilizando dados de crescimento e

produção, variáveis dendrométricas, edáficas, climáticas, regionais, entre

outras (BINOTI, 2010).

Assim, várias características favoráveis justificam a aplicação

da técnica de inteligência artificial nas mais diversas áreas de

conhecimento, inclusive no manejo e na mensuração florestal (SILVA et

al,. 2010; BINOTI, 2010). Haykin (2001); Silva et al. (2010) e Binoti (2010)

destacam algumas dessas características:

• “Capacidade de aprendizado e generalização”: As redes são

capazes de extrair características de uma base de dados

representativa, e armazenar conhecimento adquirido para

posterior aplicação (generalização) a uma base de dados

desconhecida;

• “Tolerância a falhas e ruídos nos dados (dados viesados ou

outliers)”;

• “Em muitos casos apresentam superioridade em relação aos

modelos tradicionais de regressão”;

• “Podem modelar diversas variáveis e suas relações não-

lineares”;

• “Possibilidade de modelagem com variáveis categóricas

(qualitativas), além das numéricas (quantitativas)”.

Page 38: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

22

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 REGIÕES DE ESTUDO E DADOS

O presente trabalho foi realizado com dados oriundos de

plantios comerciais e experimentais com teca em seis municípios

localizados no estado Mato Grosso (Figura 3). De acordo com a

classificação do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária,

IMEA (2010), os municípios abrangem quatro macrorregiões do Estado.

FIGURA 3 - LOCALIZAÇÃO DOS POVOAMENTOS DE Tectona grandis EM ESTUDO, NO ESTADO DE MATO GROSSO.

Page 39: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

23

As principais características de cada povoamento avaliado estão apresentadas na Tabela 1, e outras informações

acerca de desses são descritas entre os tópicos 3.1.1 ao 3.1.6.

TABELA 1 – PRINCÍPAIS CARACTERÍSTICAS DOS POVOAMENTOS DE Tectona grandis EM ESTUDO.

Povoamento Região Idade (anos)

Temperatura (ºC)

Precipitação (mm)

Altitude (m)

Espaçamento (m)

Tratos Silviculturais

Desbaste

A Cáceres

Centro sul

117

24-26 1.600–1.900 118 3x2, 4x2, 5x2 e 6x2

desramas aos 9, 14 e 22 meses de idade

não

B Indiavaí

Oeste 33 24-26 1.600–1.900 185 2x2

manutenção periódica mantendo

o fuste livre de galhos

aos 6, 11, 14, 20, 23 e 26 anos de

idade

C Figueirópolis

D’Oeste Oeste 6 24-26 1.600-1.900 370 4x2

desramas semestrais

não

D Nova Maringá

Médio Norte

16 24-26 1.900-2.200 375 3x3 adubação no 1º e 2º

ano (NPK) e desramas anuais

aos 5, 8 e 12 anos de

idade

E Santo Antônio do Leverger

Centro Sul

9 24-26 1.300-1.600 140 3x2 desramas periódicas não

F Alta Floresta

Norte 10 26-28 2.800-3.100 300 3x2 desramas periódicas

e eliminação de arvores com defeitos

aos 6 anos de idade

Page 40: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

24

3.1.1 Povoamento (A)

Situado, no município de Cáceres, MT (região centro-sul), em

uma área de pesquisa do Instituto Federal de Educação Ciência e

Tecnologia de Mato Grosso, Campus Cáceres. A área efetiva do

povoamento corresponde a aproximadamente 2,5 hectares.

A área pertence à sub-bacia do alto do rio Paraguai, bacia do

rio da Prata, Planície do Pantanal. O relevo regional é plano, e o tipo de

solo predominante na região é o Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico.

No entanto, na área em estudo, o solo é um Latossolo Vermelho-Amarelo

distrófico (PASSOS et al., 2006).

A região apresenta clima tropical Aw segundo a classificação

de Köppen, com inverno seco, verão chuvoso e temperatura média anual

de variando de 24 a 26 ºC, podendo ocorrer temperaturas de até 41°C. A

precipitação total anual varia de 1.600 a 1.900 mm, concentrada

principalmente nos meses de dezembro a março e a altitude média de

118 m (NEVES et al., 2011; ALVARES et al., 2013).

O plantio foi realizado em dezembro de 1998, com mudas do

tipo toco (stump), em covas de 40x40 cm, em diferentes espaçamentos

(3x2 m, 4x2 m 5x2 m e 6x2 m). O delineamento foi em blocos ao acaso

com três repetições, e cada parcela é formada por 150 covas.

No plantio as mudas foram fertilizadas com 190 g de

superfosfato simples e 10 g de Frited Trace Elements (FTE) BR-15. O

plantio até os 17 anos, idade de avaliação, não recebeu desbastes,

apenas desramas na fase inicial, aos 9, 14 e 22 meses após o plantio

(PASSOS et al., 2006).

Para seleção das árvores dominantes, primeiramente foi

realizado um censo florestal na área, identificando as árvores dominantes,

segundo o conceito de Assmann (1961). Destas, foram selecionadas 16

árvores para o abate e análise de tronco. Nestas árvores foram retirados

discos nas seguintes posições: 0,1 m; 1,3 m; a cada 2 m no fuste

Page 41: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

25

comercial, e a cada metro após a bifurcação, seguindo pelo fuste principal

da copa até um diâmetro de aproximadamente 5 cm.

3.1.2 Povoamento (B)

Localizado no município de Indiavaí, MT (região oeste). A área

está situada no vale do Jaurú, que pertence à encosta meridional do

Chapadão dos Parecis. Os solos, em geral, são profundos, bem

drenados, com coloração pardo-vermelhada nas áreas altas e claro nas

áreas próximas aos rios (HIGUCHI, 1979). A caracterização climática

segundo Köppen é de clima tropical (Aw), com temperatura média anual

variando entre 24 e 26 °C. A precipitação média anual variando entre

1.600 a 1.900 mm e altitude média de 185 m (ALVARES et al., 2013).

Os dados utilizados foram provenientes de um povoamento de

21,4 hectares, com 33 anos no momento da avaliação. O plantio foi

realizado em 1979, com mudas toco, “stump”, em espaçamento de 2x2 m.

Os principais tratamentos silviculturais efetuados no povoamento foram:

desbrota, com a manutenção do fuste comercial livre de galhos, até cinco

anos antes da colheita florestal, e aplicação de desbastes aos 6, 11, 14,

20, 23, 26 anos de idade.

A coleta de dados foi realizada acompanhando a colheita do

povoamento. A base de dados foi formada por doze árvores dominantes,

pelo conceito de Assmann (1961), as quais foram retirados os discos nas

posições de 0,1m; 0,8m e posteriormente em distâncias de três metros ao

longo do fuste comercial, e após a bifurcação, seguindo o galho principal

da copa com a retirada de discos a cada metro até um diâmetro de

aproximadamente 5 cm.

3.1.3 Povoamento (C)

O experimento foi implantado em janeiro de 2010, no município

de Figueirópolis D’Oeste, região oeste do estado de Mato Grosso, em

uma área de aproximadamente 2,5 hectares. O clima da regional é

Page 42: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

26

caracterizado como Aw, segundo a classificação de Köppen, com duas

estações ao longo do ano, sendo uma chuvosa de outubro a abril e outra

seca de maio a setembro. A temperatura média anual varia de 24 a 26 ºC,

a precipitação total varia entre 1.600 a 1.900 mm ano-1, e altitude média

de 370 m. A vegetação original da região é composta de Floresta

Estacional e Savana Gramíneo-Lenhosa (ALVARES et al., 2013;

MEDEIROS et al., 2015).

O plantio de teca é composto por plantas clonais e seminais em

espaçamento de 4x2 m. Não houve a aplicação de qualquer tipo de

adubação no momento do plantio da cultura florestal. As desbrotas e

desramas foram realizadas semestralmente, e o povoamento não recebeu

desbaste até os seis anos, momento da avaliação. Destaca-se que para

esta pesquisa foram utilizados apenas dados do povoamento seminal.

O povoamento seminal na área experimental é composto por

12 parcelas cm 20 covas. A base de dados foi composta pela seleção de

uma árvore dominante por parcela segundo Assmann (1961), as quais

foram abatidas e coletados os discos nas seguintes alturas: 0,1 m; 1,3 m;

3,3 m; 5,3 m, posteriormente a cada metro, até um diâmetro de

aproximadamente 5 cm.

3.1.4 Povoamento (D)

Localizado no município de Nova Maringá-MT, região Médio-

Norte do estado de Mato Grosso, o plantio avaliado é proveniente de

investimentos com teca gerenciados por uma empresa reflorestadora.

A região de enquadra no clima tropical Aw segundo Köppen,

sendo caracterizado por uma estação seca de março a julho (w) e outra

chuvosa de outubro a fevereiro. A precipitação média anual varia entre

1.900 a 2.200 mm, temperatura média entre 24 e 26 ºC e altitude de 375

m (MOREIRA et al., 2010; ALVARES et al., 2013).

O povoamento avaliado compreende a uma área de 18,04

hectares implantado em 1999, em espaçamento de 3x3 m. O regime de

manejo do povoamento vem sendo empregado periodicamente pela

Page 43: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

27

empresa com objetivo de maximizar a produção. Para isso, antes do

plantio, foi realizada a aplicação de 1.500 kg ha-1 de calcário dolomítico,

1.000 kg ha-1 de calcário calcítico e 400 kg ha-1 de gesso.

O preparo do solo foi realizado pelo método convencional, com

gradagem pesada e nivelamento do terreno. No momento do plantio, foi

efetuada adubação a base de N-P-K (04-20-20) com 250 kg ha-1, no

segundo ano: 320 kg ha-1 + 100 kg ha-1 de cloreto de potássio. Os tratos

silviculturais como as desramas foram feitos anualmente, e os desbastes

nas seguintes idades e intensidades: 5 anos (20%); 8 anos (43%) e aos

12 anos (31%). O desbaste foi efetivado em relação ao número de

árvores, com critérios estabelecidos pela empresa.

A base de dados foi formada pelo abate de 10 árvores

dominantes, aos 16 anos de idade, no momento da coleta. Essas árvores

foram selecionadas com base nos maiores diâmetros, obtidos pela

distribuição diamétrica do povoamento proveniente de dados de duas

parcelas permanentes (900 m²) instaladas e medidas pela empresa na

mesma idade. O número de árvores dominantes pelo conceito de

Assmann (1961) foi complementado medindo-se mais 10 árvores de

maior diâmetro nas parcelas.

Para retirada dos discos das árvores, foram feitas algumas

adaptações em relação à altura da coleta das fatias, com objetivo de

evitar o desperdício de madeira da empresa com o seccionamento

excessivo das toras. Assim, os discos foram retirados nas seguintes

posições: 0,1 m; 3,3 m e a cada 3,2 m no fuste comercial, e após esse

ponto a cada metro pelo principal galho da copa até um diâmetro de

aproximadamente 5 cm.

3.1.5 Povoamento (E)

Situado no município de Santo Antônio do Leverger, região

centro-sul de Mato Grosso. O povoamento homogêneo foi implantado em

uma área 50 hectares, em janeiro de 1994, em um espaçamento inicial de

3x2 m.

Page 44: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

28

A vegetação predominante na região é classificada como

Savana Arbórea Aberta, com florestas de galeria (RADAMBRASIL, 1982).

A região do povoamento possui características de clima do tipo Aw

segundo Köppen, com precipitação média variando entre 1.300 a 1.600

mm com temperatura média variando de 24 a 26 ºC e altitude de 140 m

(DRESCHER, 2004; ALVARES et al., 2013).

O solo predominante na região é o Podzólico vermelho-amarelo

distrófico (RADAMBRASIL, 1982). Caracterizam-se por serem solos

minerais não hidromórficos, com horizonte B textural não plintítico, de fácil

distinção entre os horizontes, podem ser profundos ou pouco profundos,

moderadamente e bem drenados, com textura bastante variável.

O povoamento foi avaliado aos 9 anos, e não recebeu

desbastes, no entanto, aos dois anos, foram eliminadas árvores tortas,

quebradas, ou com algum tipo de dano. As desramas foram conduzidas

nos indivíduos com objetivo de manter o fuste livre de galhos

(DRESCHER, 2004).

Preliminarmente, para identificação das árvores dominantes do

povoamento, foram instaladas 30 parcelas temporárias de 30x20 m, pelo

método aleatório. Nessas foram medidos os diâmetros com fita

dendromética e as alturas com hipsômetro eletrônico (DRESCHER,

2004). Dessa forma, foram identificadas no povoamento as árvores

dominantes pelo conceito de Assmann (1961). Dessas, foram

selecionadas nove árvores para o abate de retirada das fatias nas

seguintes posições: 0,1 m; 0,7 m; 1,3 m e posteriormente a cada metro

até um diâmetro de aproximadamente 5 cm.

3.1.6 Povoamento (F)

O povoamento compreende a um plantio homogêneo de teca,

com área de 1.365 hectares implantados de 1996 a 2004, no município de

Alta Floresta, região norte do estado de Mato Grosso. A região do

povoamento está inserida na bacia do rio Teles Pires, que é o principal

curso d’água local.

Page 45: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

29

O clima regional é do tipo Awi, segundo Köppen, caracterizado

como tropical chuvoso, com alto índice pluviométrico anual (variando de

2.800 a 3.100 mm) no período chuvoso, e um inverno seco, com

temperatura média vaiando de 26 a 28 ºC e altitude de aproximadamente

300 m (OLIVEIRA et al., 2012; ALVARES et al., 2013). Os solos que

predominam na região onde estão localizados os povoamentos foram

descritos como Argissolos Vermelho-Amarelo distrófico (SILVA et al.,

2014).

O preparo do solo para o plantio foi pelo método convencional,

sendo primeiramente descompactado, arado e nivelado. Não houve

correção e adubação no preparo do solo ou durante a condução do

povoamento. As sementes utilizadas no plantio são procedentes da

empresa Cáceres Florestal. O plantio foi feito com mudas do tipo stamp

produzidas pela própria empresa. A área efetiva de plantio é particionada

em quatro plantios, subdivididos em 49 talhões (SILVA et al., 2014).

Os tratos silviculturais como a limpeza dos talhões e replantio

em caso de mortalidade acima de 20% foram realizados no primeiro ano.

Roçadas e aplicação de herbicidas foram realizados periodicamente nos

três primeiros anos, com objetivo de eliminar a competição interespecífica.

As desramas foram realizadas a partir do segundo ano após o plantio, e

os desbastes, do tipo seletivo, foram executados aos 6 anos com a

remoção média de 25% do número de árvores por hectare (SILVA et al.,

2014).

Para a coleta dos dados, foram utilizadas como referência

dados de parcelas permanentes instaladas na área pela empresa.

Primeiramente, os dados de diâmetro das parcelas inventariadas foram

submetidos à análise estatística descritiva, possibilitando determinar o

porte das árvores de altura dominante (SILVA et al., 2014). Assim, foi

possível a identificação e localização de cada uma das árvores amostra

no campo.

Ao total, foram selecionadas 47 árvores, cobrindo toda a

variação aparente do local (sítio) e idade. Porém, ressalta-se que neste

Page 46: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

30

estudo foram avaliados somente os plantios com idade igual a 10 anos,

sendo nesses, abatidas 10 árvores dominantes, e a retirada dos discos

nas posições fixas a 0,10 m; 1,0 m; 1,30 m; 2,0 m e as demais a cada 1,0

m até um diâmetro de aproximadamente 5 cm.

Um resumo das estatísticas descritivas das variáveis diâmetro

a 1,3 m de altura (DAP) e altura dominante (Hd) das árvores amostradas

está apresentada na Tabela 2.

TABELA 2 - RESUMO ESTATÍSTICO DAS ÁRVORES DOMINATES AMOSTRADAS.

Povoamento Idade (anos) Var. Méd. Desv.P. Mín. Máx.

A 17 DAP (cm) 21,7 2,1 18,0 25,0

Hd (m) 19,7 0,9 17,9 21,1

B 33 DAP (cm) 44,2 5,4 31,4 52,0

Hd (m) 25,3 1,4 21,9 27,0

C 6 DAP (cm) 11,3 0,9 10,1 13,1

Hd (m) 11,8 0,4 11,1 12,6

D 16 DAP (cm) 29,7 2,6 26,5 34,8

Hd (m) 20,6 1,3 18,9 22,5

E 9 DAP (cm) 15,2 4,7 10,8 21,6

Hd (m) 14,1 3,1 10,9 18,6

F 10 DAP (cm) 17,4 1,8 14,6 20,2

Hd (m) 16,7 1,4 13,9 19,1

A = Cáceres; B = Indiavaí, C = Figueirópolis D’Oeste, D = Nova Maringá; E = Santo Antônio do Leverger; F = Alta Floresta; Var. = variável; Méd. = média; Desv.P= desvio padrão; Mín. mínimo; Máx. = máximo; DAP = diâmetro a 1,3 m de altura; Hd = altura dominante.

3.2 ANÁLISE DE TRONCO – ANATRO

3.2.1 Processamento da ANATRO

Durante a coleta dos dados, os discos de madeira foram

identificados com o respetivo número da árvore e altura do fuste a qual foi

retirado. Essa identificação foi feita em uma das faces no próprio disco,

com lápis de carbono de cor azul. Posteriormente, o material foi

transportado em caixas de papelão para o local de secagem à sombra em

Page 47: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

31

temperatura ambiente, por aproximadamente 30 dias conforme o

procedimento descrito por Drescher (2004).

Depois de seco os discos foram lixados, para facilitar a

visualização dos anéis de crescimento anual, sendo esse procedimento

importante para evitar a marcação de falsos anéis, que são comuns em

teca, conforme observado por Priya e Bhat (1998). Para a ANATRO, foi

empregada a metodologia descrita em Barusso (1977), sendo marcados

quatro raios. O primeiro é aquele em que a secção apresente o maior raio,

e a partir deste no sentido anti-horário a 45º, marca-se quatro raios

perpendicularmente opostos com 90º, nos quais foram feitas as medições.

A Figura 4 exemplifica os processos envolvidos na ANATRO.

FIGURA 4 - PRINCIPAIS ATIVIDADES ENVOLVIDAS NA ANÁLISE DE TRONCO: derrubada da árvore dominante (1); retirada dos discos (2); marcação dos discos (3); transporte dos discos em caixas (4); lixamento para visualização dos anéis (5); disco bruto (6); disco lixado (7); em laboratório (8); marcação dos raios e medição dos anéis (9).

1 2 3

4 5 6

7 8 9

Page 48: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

32

Ressalta-se que as atividades envolvendo este procedimento

nesta pesquisa foram realizadas para as árvores dos povoamentos A

(Cáceres), C (Figueirópolis D’Oeste) e D (Nova Maringá), e nas demais

regiões os procedimentos da ANATRO foram semelhantes, no entanto,

realizados por Chaves (2013) em Indiavaí (povoamento B), por Drescher

(2004) em Santo Antônio do Leverger (povoamento E) e Silva et al. (2014)

em Alta Floresta (povoamento F).

Com o auxílio de uma régua graduada (em mm), foram

medidos os anéis sobre os quatro raios, iniciando a medição no centro da

medula, em sentido a casca. Os valores de cada anel em cada raio foram

anotados diretamente em planilhas eletrônicas, para posterior

reconstituição do crescimento das árvores.

Após as medições dos discos foram obtidos os raios médios de

cada anel de crescimento. Em seguida foram feitos os desenhos da forma

do tronco de cada uma das árvores para reconstituição do crescimento

em cada idade. A obtenção da altura total das árvores se deu por meio de

interpolação linear.

3.3 ALTURA DOMINANTE

Para descrever o crescimento em altura dominante das árvores

de teca nos diferentes locais, foram testados quatro modelos de

regressão não linear (Modelos de 1 a 4), os quais foram ajustados por

povoamento.

Gompertz *

+ (1)

Chapmam-Richards [ ]

(2)

Weibull *

+ (3)

Schumacher (

) (4)

em que: Hdij = altura dominante da i-ésima árvore na j-ésima idade (m);

= coeficientes do modelo; exp = exponencial; Idij = idade da i-ésima árvore

na j-ésima idade (anos) e = erro aleatório.

Page 49: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

33

3.3.1 Avaliação dos modelos de crescimento

A acurácia das estimativas obtidas pelas equações foi avaliada

de acordo com as seguintes estatísticas: maior coeficiente de correlação

( ), menor valor da raiz quadrada do erro médio em porcentagem

(RMSE%), significância dos coeficientes de regressão (β) e a análise

gráfica dos resíduos, calculados pelas Equações 1, 2 e 3

respectivamente:

√ (1)

√∑

(2)

(

) (3)

em que: cov = covariância; = variável observada; = variável

estimada; S = variância; = média da variável observada; n = número de

observações.

3.3.2 Teste de identidade de modelos - TIM

A identidade de modelos foi conduzida com objetivo de avaliar

se o conjunto de equações ajustadas apresentam parâmetros comuns ou

paralelismo entre as curvas nas diferentes regiões estudadas. Esse teste,

descrito por Graybill (1976), baseia-se na comparação entre a soma de

quadrado dos resíduos das equações ajustadas por local (modelo

completo) e a soma de quadrado da diferença para uma única equação

ajustada com toda base de dados contendo todos os locais (modelo

reduzido).

O teste se resume em: para o cálculo da soma de quadrados

da regressão do modelo reduzido, faz-se o ajuste do modelo

contemplando todos os locais e para o cálculo da soma de quadrados de

regressão do modelo completo, primeiro calcula-se individualmente para

Page 50: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

34

cada local e depois se faz o somatório. Assim, quando o valor da

estatística F for maior ou igual ao seu valor tabelar, indica significância ao

nível de 5% de probabilidade, mostrando que o padrão de crescimento

em altura dominante difere entre os diferentes locais.

Para tornar factível o TIM entre os povoamentos de idades

diferentes as comparações foram feitas com a remoção de parte dos

dados. A titulo de exemplo, para comparar os parâmetros das equações

do povoamento C (6 anos) com o povoamento B (33 anos), foi retirado da

base de dados do povoamento B os dados superiores a 6 anos, seguindo

o mesmo procedimento para os outros povoamentos. A hipótese avaliada

para esse teste foi de rejeição de H0 somente se o valor da estatística F

for maior ou igual seu valor tabelar (FH0 ≥ Fα), ao grau de confiabilidade

de 95%. Na Tabela 3 estão as etapas para efetuar os cálculos do teste de

identidade.

TABELA 3 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA O TESTE DE IDENTIDADE DE MODELOS – TIM.

FV GL SQ QM F

MC n1 SQMC

MR n2 SQMR

DIFERENÇA n1-n2 SQD SQD/(n1-n2) QMD/QMR

Resíduos N-n1 SQR SQR/(N-n1)

Total N SQT

FV= fonte de variação; GL= grau de liberdade; SQ= soma dos quadrados; QM= quadrado médio; F= teste F; MC= modelo completo; MR= modelo reduzido; N= número total de observações SQT= soma de quadrados total; SQR= soma de quadrados do resíduo; SQD= soma de quadrados da diferença; n1= número de parâmetros do modelo completo, n2= número de parâmetros do modelo reduzido.

Os cálculos da análise de variância foram obtidos por meio das

Equações de 4 a 8:

(4)

(5)

(6)

(7)

Page 51: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

35

(8)

em que: MC = modelo completo; MR = modelo reduzido; y = variável

observada; ŷc = variável estimada pelo modelo completo; e ŷr = variável

estimada pelo modelo reduzido.

3.3.3 Avaliação da ANATRO

Para avaliar os dados referentes à obtenção da altura das

árvores pela ANATRO, conduziu-se um teste de validação. Os dados

utilizados nesta análise foram das árvores provenientes do povoamento

C, do município de Figueirópolis D’Oeste. Utilizou-se este povoamento,

devido o detalhamento de informações do crescimento coletadas

anualmente em nível de árvore individual. Assim, os dados das alturas

dominantes obtidas pela técnica de análise de tronco foram comparados

com os dados de crescimento real em altura de cada árvore, inventariada

anualmente no povoamento.

Para efeito de validação e verificação de possíveis diferenças

estatísticas entre as alturas de inventário convencional e da ANATRO

(obtida por meio de interpolação linear), o modelo selecionado para o

povoamento C (com os dados da ANATRO), foi ajustado ao banco de

dados proveniente do inventário florestal. Para verificar o paralelismo

entre as curvas de crescimento foi aplicado o teste de identidade de

modelos conforme o item 3.3.2.

3.4 ESTUDO DA CASCA

Devido os dados de diâmetro das árvores obtidos através da

análise de tronco nas idades retrospectivas serem referentes aos valores

sem casca, para estimar a espessura da casca nas idades anteriores,

foram testadas duas estratégias (I e II), com o ajuste de dois modelos de

regressão, sendo um polinomial (Modelo 5) e outro linear simples (Modelo

6). A variável dependente para os dois modelos foram à espessura de

Page 52: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

36

casca (cm), enquanto a independente para o polinômio foi à altura relativa

(variando de 0 a 1) e para o linear simples foi o diâmetro (di).

(5)

(6)

em que: = espessura da casca da i-ésima árvore na j-ésima posição

do fuste (cm); = parâmetros a serem estimados; = altura relativa da

i-ésima árvore na j-ésima posição do fuste; = diâmetro da i-ésima

árvore na j-ésima posição do fuste e = erro aleatório.

Os modelos de casca foram ajustados pelo método dos

mínimos quadrados empregando os dados de medições de casca obtidas

da análise tronco de 68 árvores com idades variando de 6 a 34 anos. Em

cada árvore-amostra as medições nos discos foram feitos em quatro

raios, sendo os mesmos empregados para medição dos anéis de

crescimento na ANATRO. A espessura média de casca em cada disco foi

determinada pela média aritmética das quatro medições.

A Tabela 4 fornece um resumo estatístico do conjunto de

dados. Na Figura 5 estão plotados os pontos referentes à espessura da

casca em função da altura relativa das árvores para as diferentes idades e

na Figura 6 a espessura da casca em função do diâmetro.

TABELA 4 – ESTATÍSTICAS RESUMIDAS DAS ÁRVORES AMOSTRADAS PARA A MODELAGEM DA CASCA.

Variável Média Desv. Padrão Mínimo Máximo

Idade (anos) 15,00 9,62 6 34

Altura (m) 18,11 4,85 10,90 28,80

dicc - D 14,26 8,11 2,35 57,75

disc - d 13,31 7,79 1,99 55,55

DAPcc 21,35 8,92 10,10 51,06

DAPsc 20,40 8,77 8,74 50,90

EC = (D-d)/2 0,67 0,18 0,39 1,08

dicc = diâmetro com casca (cm); disc = diâmetro sem casca (cm); DAPcc = diâmetro a 1,3 m de altura com casca (cm); DAPsc = diâmetro a 1,3 m de altura sem casca (cm); EC = espessura da casca (cm).

Page 53: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

37

FIGURA 5 – RELAÇÃO ENTRE A ESPESSURA DA CASCA (EC) E A ALTURA RELATIVA DAS ÁRVORES DE Tectona grandis EM DIFERENTES IDADES.

FIGURA 6 – RELAÇÃO ENTRE A ESPESSURA DA CASCA (EC) E O DIÂMETRO (di) DAS ÁRVORES DE Tectona grandis.

Conforme observado na Figura 5, e preconizado por

Laasasenaho et al. (2005), a espessura da casca é correlacionada

diretamente com a idade das árvores, dessa forma, foi inserido nos

Page 54: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

38

procedimentos de ajuste, o efeito da idade como um componente

aleatório do modelo fixo (Modelo 5 e 6), resultando no Modelo 7.

(7)

em que: Y = variável dependente espessura da casca em cm; β = vetor de

efeitos fixos que correspondem as alturas relativas das árvores e/ou

diâmetros; b = vetor de efeitos aleatórios que correspondem as diferentes

idades; X e Z são as matrizes das variáveis regressoras de efeitos fixos e

aleatórios respectivamente; e Ɛ = erro aleatório entre os grupos.

Conforme descrito por Pinheiro e Bates (2000), “i” varia de 1

até M (valor associado a cada variável em cada grupo), bi ~ N(0,∑) e Ɛi ~

N(0,σ²I).

Posteriormente, foram calculados os volumes com e sem casca

das árvores, visando ajustar e testar dois modelos de regressão, sendo

um exponencial (8) e outro biexponencial (9) que gerem estimativas de

porcentagem de casca das árvores em função do diâmetro a 1,3 m de

altura (DAP).

(8)

(9)

em que: %CASCAi = porcentagem de casca da i-ésima árvore; =

coeficientes do modelo; exp = exponencial; DAPi = diâmetro a 1,3 m de

altura (cm) da i-ésima árvore e = erro aleatório.

A precisão das estimativas geradas pelas duas técnicas e

estratégias de modelagem da espessura da casca foram as mesmas

estatísticas descritas no 3.3.1. Para auxiliar na escolha da melhor

equação, além das análises gráficas residuais, também foram avaliados

os gráficos dos valores observados versus estimados e histograma de

frequência dos erros relativos.

Page 55: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

39

3.5 VOLUMETRIA

As estimativas de volume foram feitas com dados da ANATRO

dos povoamentos A, C e D. No entanto, devido às cubagens serem

formadas de apenas árvores dominantes, para esta análise foi adicionado

à base de dados, valores de cubagem de árvores de acordo com a

distribuição diamétrica dos povoamentos. O número de árvores cubadas

nas classes diaméticas dos povoamentos A, C e D foram 120, 14 e 80

respectivamente, totalizando 678 árvores. Na Tabela 5 estão

apresentadas as estatísticas descritivas das principais variáveis

dendrométricas de cada povoamento.

TABELA 5 – RESUMO ESTATÍSTICO DAS ÁRVORES EMPREGADAS PARA A MODELAGEM VOLUMÉTRICA.

Povoamento Var. Méd. Desv.P. Mín. Máx.

A

DAP (cm) 16,7 4,6 4,0 26,6

H (m) 15,3 3,5 4,1 21,0

Vcc (m³) 0,15729 0,09430 0,00485 0,43642

Vsc (m³) 0,12786 0,07893 0,00377 0,34206

Id (anos) 11,3 4,6 2,0 17,0

C

DAP (cm) 8,9 2,2 4,9 13,1

H (m) 9,9 1,7 6,0 12,6

Vcc (m³) 0,03482 0,01836 0,00635 0,06982

Vsc (m³) 0,02849 0,01577 0,00473 0,06047

Id (anos) 4,2 1,5 2,0 6,0

D

DAP (cm) 23,1 6,8 4,9 34,8

H (m) 17,8 3,4 6,5 22,7

Vcc (m³) 0,33563 0,18793 0,00333 0,84714

Vsc (m³) 0,29913 0,17033 0,00237 0,77442

Id (anos) 11,6 4,8 2,0 16

A = Cáceres; C = Figueirópolis D’Oeste, D = Nova Maringá; Var. = variável; Méd. = média; Desv.P= desvio padrão; Mín. mínimo; Máx. = máximo; DAP = diâmetro a 1,3 m de altura; H = altura total; Vcc = volume total com casca; Vsc = volume total sem casca e Id = idade.

3.5.1 Técnicas de modelagens testadas

Foram avaliadas duas técnicas de modelagem, sendo o

emprego de regressão não linear (técnica amplamente utilizada) e redes

Page 56: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

40

neurais artificiais. Nesse procedimento, a base de dados foi dividida em

dois conjuntos, sendo selecionado de 70% para o ajuste por regressão e

treino das redes, e 30% para a validação, com objetivo de avaliar a

capacidade preditiva das duas técnicas.

3.5.1.1 Regressão

O modelo de regressão empregado foi o proposto por

Schumacher e Hall (1933) (Modelo 11). Optou-se por este modelo por ser

um dos mais utilizados no meio florestal devido suas propriedades

matemáticas, as quais fornecem estimativas precisas e acuradas na

maioria dos casos (CAMPOS e LEITE, 2013).

(11)

em que: v = volume da i-ésima árvore (m³); = coeficientes do modelo;

DAP = diâmetro a 1,3 m de altura da i-ésima árvore (cm); H = altura total

da árvore i (m) e = erro aleatório.

Os ajustes do modelo de regressão foram feitos por

povoamento, resultando em três equações. As estimativas dos

parâmetros de regressão foram obtidas pelo método iterativo utilizando o

algoritmo de Gauss-Newton. Posteriormente para verificar a possibilidade

de uma única equação representar os três povoamentos, empregou-se o

teste de identidade de modelos, conforme o item 3.3.2.

3.5.1.2 Redes neurais artificiais – RNA’s

A estimativa do volume foi realizada pelo treinamento de dez

redes neurais com arquiteturas simples e pré-definida, como sugerido por

Binoti et al. (2014). As RNA’s foram do tipo perceptrons de múltiplas

camadas, comumente conhecidas como MLP (Multilayer Perceptron), que

Page 57: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

41

de acordo com Hornik et al. (1989) possuem alta capacidade de

aproximação de função.

As redes MLP, por serem multicamadas, apresentam uma

camada de entrada que recebe as variáveis preditoras, nesse caso:

diâmetro (DAP) e altura total (H) e posteriormente transfere-as ponderada

por pesos sinápticos à camada intermediária ou oculta, que novamente

transfere-a para a camada de saída gerando as respostas (os volumes

estimados). Na Figura 7, está ilustrada a arquitetura de rede utilizada

paras as estimativas e predições volumétricas.

FIGURA 7 – ARQUITETURA DA REDE NEURAL ARTIFICIAL EMPREGADA PARA AS ESTIMATIVAS E PREDIÇÕES VOLUMÉTRICAS DE Tectona grandis.

A definição do número de neurônios na camada oculta

empregada para o treinamento da RNA foi baseada após execução de

alguns testes com diferentes números de neurônios na camada oculta.

Assim, a melhor arquitetura escolhida deu-se após avaliação da

distribuição gráfica residual e do desvio padrão residual (DPR) de

arquiteturas testadas, variando de um a cinco neurônios na camada

oculta (APÊNDICE 1).

Page 58: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

42

As redes neurais foram treinadas na software R utilizando

pacote “neuralnet”. O tipo de treinamento utilizado foi o Resilient

Propagation (RPROP+), com taxa de aprendizado de 0,01 e função de

ativação logística (

) na camada oculta, sendo esta mais

usual para construção de RNA (HAYKIN, 2001). Optou-se pelo algoritmo

de treinamento Resilient Propagation, pois tem como vantagem a

facilidade de calcular e adquirir aprendizagem sobre determinado

problema, pelo fato de seu ajuste de pesos dependerem mais do sinal dos

gradientes de erro (RIEDMILLER e BRAUN, 1993).

Como critério de parada para o treinamento das redes, utilizou-

se o número total de passos (steps) igual a 50 mil ou erro quadrático

médio inferior a 1% de tal forma que, quando um dos critérios fosse

atendido o treinamento era finalizado.

3.5.2 Avaliação das estimativas e das predições

A acurácia das estimativas e das predições geradas pela

regressão e pela RNA foram avaliadas pelas estatísticas descritas no

3.3.1. Além das análises gráficas residuais, também foram desenvolvidos

os gráficos dos valores observados versus estimados e ainda avaliados a

normalidade dos resíduos relativos por meio do ajuste da função de

densidade de probabilidade normal.

Page 59: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

43

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A ilustração da reconstituição do crescimento de uma árvore

média de Tectona grandis do povoamento D com idade de 16 anos

encontra-se na Figura 8. A base de dados com os pares de altura total e

idade estão apresentados na Figura 9.

FIGURA 8 - ÁRVORE DE Tectona grandis AOS 16 ANOS DE IDADE APÓS O PROCEDIMENTO DA ANÁLISE DE TRONCO. Linhas em vermelho compreende a casca.

Page 60: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

44

FIGURA 9 – RELAÇÃO ENTRE A ALTURA DOMINANTE E A IDADE DAS ÁRVORES DE Tectona grandis DOS SEIS POVOAMENTOS EM ESTUDO. Cáceres (A); Indiavaí (B); Figueirópolis D’Oeste (C); Nova Maringá (C); Santo Antônio do Leverger (E) e Alta Floresta (F).

4.1 ALTURA DOMINANTE

As estimativas de altura dominante obtidas através dos ajustes

em todos os conjunto de dados resultaram em coeficientes de regressão

significativos a 95% de probabilidade, exceto para o parâmetro da

equação 2 no povoamento C. Em relação ao coeficiente de correlação

( ) foram obtidos ajustes com valores superiores a 0,91 (TABELA 6).

As equações apresentaram erros abaixo de 10% (RMSE),

exceto para o povoamento no município de Santo Antônio do Leverger

onde estes variaram entorno de 11,9%. Os baixos valores de erro médio

das estimativas são desejáveis em modelos de regressão, pois apontam

que a relação funcional [Hd=f(Id)] descreveu adequadamente a variação

das alturas ao longo da idade das árvores, como também constatado por

Bermejo et al. (2004); Silva et al. (2014) e Drescher et al. (2016) para

povoamentos de teca.

Page 61: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

45

TABELA 6 – COEFICIENTES E ESTATISTICAS DOS AJUSTES PARA AS EQUAÇÕES DE ALTURA DOMINANTE.

Mod. = modelo; = coeficientes de regressão estimados; = coeficiente de

correlação e RMSE% = raiz quadrada do erro médio.

Os quatro modelos testados, resultaram em equações com

estatísticas de ajuste bastante semelhantes em cada povoamento. As

variações entre as estatísticas das equações foram inferiores a 1% em

relação ao e RMSE%. Dessa forma, partindo destas estatísticas,

qualquer uma das quatro equações pode ser empregada para estimativas

do crescimento em altura dominante da teca. No entanto, com objetivo de

detectar qualquer subjetividade das estimativas, procedeu-se a análise

gráfica dos resíduos (FIGURA 10).

Povoamento Mod. RMSE%

Cáceres

(A)

1 19,8223* 0,4609* 0,2074* 0,956 7,814

2 21,8176* 0,1069* 0,7252* 0,960 7,496

3 22,6766* 0,1973* 0,7954* 0,960 7,472

4 3,0945* -2,9954* 0,951 8,254

Indiavaí

(B)

1 24,3423* 0,4358* 0,1514* 0,964 6,845

2 25,6305* 0,0871* 0,7167* 0,973 5,953

3 26,2693* 0,1743* 0,7944* 0,974 5,854

4 3,2981* -2,8951* 0,972 6,130

Figueirópolis

D’Oeste

(C)

1 13,8079* 0,2452* 0,3490* 0,945 5,593

2 16,5832* 0,1321ns 0,5622* 0,946 5,595

3 18,5028* 0,3205* 0,6449* 0,946 5,591

4 2,6964* -1,4768* 0,940 5,868

Nova

Maringá

(D)

1 20,2083* 0,4535* 0,2979* 0,957 6,484

2 20,8060* 0,2057* 0,8515* 0,960 6,248

3 21,1016* 0,2683* 0,8981* 0,960 6,229

4 3,1429* -2,2819* 0,960 6,228

Santo Antônio do

Leverger

(E)

1 11,8947* 0,9581* 0,4814* 0,912 11,960

2 12,2575* 0,3869* 1,6666* 0,912 11,945

3 12,0153* 0,1813* 1,3318* 0,912 11,945

4 2,7518* -2,5664* 0,911 11,978

Alta Floresta

(F)

1 17,0653* 0,8850* 0,4258* 0,941 9,636

2 17,5576* 0,3277* 1,4741* 0,941 9,587

3 17,3043* 0,1807* 1,2429* 0,941 9,584

4 3,0819* -2,6636* 0,941 9,596

Page 62: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

46

Cácere

s

India

vaí

Fig

ueirópolis

N.

Maringá

Sto

Antô

nio

Alta F

lore

sta

FIGURA 10 – RESÍDUOS PARA OS MODELOS DE CRESCIMENTO

TESTADOS.

Todas as equações apresentaram tendências à

superestimação ou subestimação nas alturas para as idades jovens (<5

anos). Esse tipo de instabilidade na fase inicial é típico na modelagem do

crescimento da altura em teca, e já foi relatado em outros estudos

(FIGUEIREDO, 2005; CHAVES et al., 2016). Chaves et al. (2016) relatam

Page 63: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

47

que isso ocorre devido às plantas estarem em período de adaptação,

sendo esta a fase em que ocorre maior heterogeneidade no povoamento.

Por isso, quando se avalia a capacidade produtiva local por meio da altura

dominante não se recomenda usar como referência bases de dados de

povoamentos em idades jovens (MACHADO et al., 1997).

Dentre as equações, a de Weibull (3) apresentou pequena

vantagem em relação às demais, pois foi verificado melhor estabilidade na

distribuição dos resíduos ao longo da idade, sendo esta utilizada para

modelar o crescimento dos povoamentos nos diferentes locais em estudo.

Na Figura 11 estão apresentadas as curvas de crescimento em

altura dominante obtidas por meio da equação 3, para os seis

povoamentos em estudo. Esta ilustração permite constatar o rápido

crescimento da espécie nas idades iniciais, e posteriormente,

dependendo do sítio, a curva tende a estabilizar o crescimento, sobretudo

nos povoamentos de Nova Maringá (D) e Santo Antônio do Leverger (E).

Segundo Camino e Morales (2013) a tendência geral encontrada em

povoamentos de teca é de crescimento inicial rápido (até 5º ano) seguido

por um crescimento moderado e posteriormente tendendo a estabilização

nas idades mais avançadas.

Por meio da analise das curvas, observa-se as particularidades

em relação às tendências de crescimento dos povoamentos nos

diferentes locais. Porém, em alguns casos como os povoamentos D, E e F

foram observadas semelhanças entre as curvas, e também apresentaram

tendências de estabilização do crescimento mais evidente em relação aos

demais na idade de aproximadamente 8 anos.

Em povoamentos jovens, o crescimento esperado é bastante

íngreme, no entanto, um resultado constatado é que mesmo para os

povoamentos de maior idade (A e B), a altura dominante apresenta

tendência de incremento, denotando que há similaridade entre locais.

Segundo Torres et al. (2012) o crescimento da altura dominante da teca

reflete diretamente na qualidade do sítio.

Page 64: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

48

FIGURA 11 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ALTURA DOMINANTE DE Tectona grandis EM SEIS MUNICÍPIOS DE MATO GROSSO.

O teste de identidade de modelos para todos os povoamentos

agrupados (APÊNDICE 2) indicam que pelo menos um difere dos demais,

rejeitando-se a hipótese nula (p-valor < 0,01). Assim, os outros testes

foram conduzidos comparando de dois a dois todos os povoamentos.

Essas comparações também resultaram em significância denotando que

não se pode empregar uma única equação para descrever o crescimento

em altura dominante dos povoamentos em estudo (TABELA 7). Esses

resultados corroboram com Medeiros (2016) que destaca a grande

variação de crescimento e produtividade de povoamentos de Tectona

grandis em Mato Grosso.

Page 65: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

49

TABELA 7 – RESULTADOS (p-valor) PARA OS TESTES DE IDENTIDADE DE MODELOS APLICADO AO MODELO DE CRESCIMENTO DE WEIBULL.

Povoamento B C D E F

A 3,15.10-29 3,89.10-05

1,02.10-59 1,18.10-31

1,20.10-05

B - 9,76.10-23 5,32.10-20

2,25.10-42 1,78.10-03

C - 2,86.10-33 1,39.10-20

2,18.10-12

D - 5,43.10-62 7,26.10-19

E - 7,82.10-38

A = Cáceres; B = Indiavaí, C = Figueirópolis D’Oeste, D = Nova Maringá; E = Santo Antônio do Leverger; F = Alta Floresta;

* = Rejeita-se H0 (p≤ 0,05).

Para visualização do crescimento dos diferentes povoamentos,

as curvas foram agrupadas conforme ilustrado na Figura 12. A idade de

10 anos foi adotada como referência, e para os povoamentos com idade

inferior a essa (povoamentos C e E) fez-se a prognose do crescimento

(linhas tracejadas).

FIGURA 12 – CRESCIMENTO EM ALTURA DOMINANTE DE Tectona grandis ESTIMADO PELA EQUAÇÃO DE WAIBULL NAS REGIÕES EM ESTUDO. Cáceres (A); Indiavaí (B); Figueirópolis D’Oeste (C); Nova Maringá (C); Santo Antônio do Leverger (E) e Alta Floresta (F).

Page 66: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

50

A maior diferença de crescimento observada chega a

representar 37%, ao comparar os povoamentos D e E, que aos 10 anos

de idade apresentaram o maior e menor desenvolvimento em altura

dominante respectivamente. Em alguns casos como para o povoamento

D, o crescimento em altura dominante foi bastante semelhante a estudos

de povoamentos da Costa Rica, como observado em VALLEJOS BARRA

(1996). Para o povoamento B (de maior idade) o crescimento atinge

valores de aproximadamente 15% superiores em relação a estudos de

crescimento de teca na Venezuela (JEREZ-RICO et al., 2011), atingindo

valores de altura dominante de 24,6 m aos 33 anos.

Os resultados de crescimento da teca em Mato Grosso,

apontam um que a cultura atende as expectativas e com potencial

produtivo elevado em várias regiões do Estado, como também observado

por Drescher (2004); Chaves et al. (2016) e Medeiros (2016). Esses

pesquisadores destacam ainda que a cultura apresenta desenvolvimento

na maioria das vezes superiores a de outros países sul-americanos,

inclusive os de origem.

Ao avaliar as curvas de crescimento dos diferentes locais em

estudo, estas fornecem resultados sobre o primeiro princípio básico do

manejo florestal, que se refere à classificação de terras (BURGER, 1980).

Com base nessas informações, novos investimentos poderão ser

avaliados com base nos locais com maior potencial produtivo, ou seja, os

sítios com condições climáticas e edáficas mais favoráveis ao cultivo da

teca, e que foram refletidos na altura dominante das árvores.

Em geral, resume-se que para povoamentos de teca, o

crescimento inicial é rápido, porém com tendência de estabilização mais

precoce nas regiões menos produtivas ou com práticas inadequadas de

manejo. Análises complementares devem ser desenvolvidas no intuito de

avaliar condições de solo e clima para melhor entendimento do

crescimento e do potencial da cultura no Estado.

Page 67: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

51

4.2 ANATRO

A base de dados de altura dominante proveniente da ANATRO

e do inventário tradicional do povoamento C está apresentada na Figura

13. Observou-se uma tendência de superestimação das alturas pela

ANATRO, principalmente no segundo e terceiro ano, idades estas em que

todas as alturas foram superestimadas.

FIGURA 13 – RELAÇÃO ENTRE A ALTURA DOMINANTE E A IDADE DE ÁRVORES DE Tectona grandis COM DADOS OBTIDOS POR INVENTÁRIO CONVENCIONAL E ANATRO.

Para avaliar a diferença entre as alturas obtidas por inventário

e àquelas pela ANATRO, foi ajustado aos dados de inventário tradicional

o modelo de Weibull. A equação apresentou ajuste com valor de

coeficiente de correlação de 0,91 ( .) e raiz quadrada do erro médio de

10,1% (RMSE).

As curvas de crescimento provenientes das duas equações

comprovam a tendência de superestimação das alturas das árvores em

Page 68: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

52

até 18% no segundo ano, no entanto, com o avanço da idade essa

diferença tende a anular (FIGURA 14).

FIGURA 14 – CURVAS DE CRESCIMENTO DE Tectona grandis COM DADOS ORIUNDOS DE ANATRO E INVENTÁRIO CONVENCIONAL.

Aplicando o teste de identidade de modelos (APÊNDICE 3), foi

constatado diferença significativa entre as curas (p-valor < 0,01), ou seja,

a soma de quadrados para a equação ajustada com as duas bases de

dados é diferente da soma de quadrados das equações ajustadas

isoladamente, indicando que a inclinação das curvas difere

estatisticamente.

Embora a técnica de ANATRO seja uma alternativa bastante

empregada em diversos trabalhos de modelagem do crescimento e

produção de teca em Mato Grosso (DRESCHER, 2004; NOVAES, 2009;

SILVA et al. 2014; CHAVES et al., 2016), é necessário cuidado ao utilizar

as idades iniciais.

A utilização da ANATRO é fundamentada principalmente

deficiência de dados confiáveis de parcelas temporárias ou permanentes.

Segundo Campos e Leite (2013) a técnica pode fornecer dados confiáveis

de crescimento em diâmetro, altura e volume de árvores, porém, para a

Page 69: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

53

altura os erros encontrados nas fases iniciais no presente estudo podem

acarretar em erros elevados nas estimativas de volume.

Uma observação importante que deve ser destacada, é que a

superestimação pela ANATRO pode estar relacionada com as

particularidades morfológicas da espécie. Diferentemente de uma espécie

conífera, que o fuste principal tem uma tendência contínua, da base até o

meristema apical, a teca apresenta copa arredondada, compostas por

galhos principais e laterais, dessa forma, a presença de galhos

descaracteriza a continuidade do fuste principal, desde base até o topo da

árvore, podendo acarretar em erros na estimação das alturas pela

ANATRO, já que os métodos de obtenção envolvem interpolação linear.

Outra fonte de erro que pode estar embutida quando se

trabalha com a ANATRO, segundo Dahms (1963) é a incerteza de que as

árvores dominantes selecionadas para a ANATRO, possam não ter

ocupado esse extrato no passado. van Laar e Akça (2007) afirmam que,

embora a análise de tronco seja um método rápido e econômico de

obtenção de variáveis dendrométricas, o crescimento em altura pode ser

tendencioso.

Ainda, esse problema pode ser agravado quando se aumenta a

distância entre os discos (comum em árvores de teca, para evitar o

desperdício de madeira no tronco comercial), pois é nesta porção que

estão os dados do crescimento inicial, proporcionando maiores erros

nessas idades. Cancino et al. (2013), avaliaram vários métodos para

determinação da altura de árvore em análise de tronco, e observaram que

a precisão desses métodos estão fortemente influenciados pela

intensidade de amostragem ao longo do fuste.

Uma alternativa para contornar esses possíveis erros em

análise de tronco em teca é a intensificação da intensidade de

amostragem dos discos, preferencialmente com distâncias fixas ao longo

do fuste e a não utilização de idades inferiores à quatro anos na

modelagem de crescimento e produção.

Page 70: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

54

4.3 CASCA

Os coeficientes estimados e as estatísticas e RMSE%

obtidas no ajuste dos modelos para predizer espessura de casca são

apresentadas na Tabela 8. Devido a não significância da variável

associada ao parâmetro “β5” para o modelo polinomial este não foi

utilizado no processo de modelagem.

TABELA 8 – COEFICIENTES E ESTATISTICAS DOS MODELOS UTILIZADOS PARA ESTIMATIVA DA ESPESSURA DA CASCA DE Tectona grandis.

Parâmetro Estimativa Pr(>|t|) RMSE%

Modelo polinomial (estratégia I)

0,79306 <2.10-16

0,749 26,869

-1,91255 6.10-12

4,47327 7.10-3

-5,47885 1,0.10-02

2,38690 4,1.10-02

Modelo linear simples (estratégia II)

0,18663 <2.10-16 0,849 21,457

0,02015 <2.10-16

= coeficientes de regressão estimados; = coeficiente de correlação; RMSE% = raiz

quadrada do erro médio percentual.

A relação funcional pela estratégia I [EC=f(hrel)] explicou

apenas 56% da variação da espessura da casca ao longo fuste, além do

erro médio apresentar-se elevado (>26%). A baixa qualidade das

estimativas está associada à ampla variação de idade das árvores

amostradas (6 a 34 anos), já que a medida que a idade aumenta a

espessura da casca é maior (MOLINA et al., 2016). Já pela estratégia II

[EC=f(di)] houve uma melhora significativa, apresentando uma explicação

de até 72% e consequentemente uma redução do erro médio. Essa

melhora é atribuída devido a variável independente di captar parte da

variação da idade das árvores, dada a correlação existente entre essas

variáveis.

Visando melhorar a acurácia do modelo e reduzir mais o erro

da estimativa, um novo ajuste foi efetuado inserindo como covariante a

Page 71: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

55

idade, buscando explicar mais da variação dos dados referentes a

espessura da casca ao longo do tronco das árvores de teca. Com objetivo

de facilitar a aplicação das equações de casca, na modelagem de efeitos

mistos, a covariante foi inserida decompondo apenas o parâmetro “ ”,

haja visto que a decomposição dos outros parâmetros não apresentou

melhora significativa nas estimativas.

Observou-se que os modelos com efeito misto foram

superiores em relação à modelagem de efeito fixo, tomado como base as

estatísticas de ajuste ( e RMSE%). Avaliando a estratégia de ajuste I,

verificou-se que o valor da raiz quadrada do erro médio foi reduzido de

26,9% para 17,9%, e para o coeficiente de correlação foi verificado uma

superioridade na explicação pelas variáveis independentes de

aproximadamente 16,6% (TABELA 9). Enquanto para a estratégia de

ajuste II, o ganho em precisão foi de apenas 1,5% para o e 0,9% para

o RMSE.

TABELA 9 – COEFICIENTES E ESTATISTICAS DE AJUSTE DOS MODELOS DE EFEITO MISTO UTILIZADOS PARA ESTIMATIVA DA ESPESSURA DA CASCA DE Tectona grandis.

IId.

RMSE% aleatório fixo fixo fixo Fixo

Modelo polinomial (estratégia I)

6 0,68555 -1,89788 4,62435 -5,84948 2,56500

0,898 17,858

7 0,69498 -1,89788 4,62435 -5,84948 2,56500

10 0,79360 -1,89788 4,62435 -5,84948 2,56500

16 0,84448 -1,89788 4,62435 -5,84948 2,56500

17 0,81322 -1,89788 4,62435 -5,84948 2,56500

34 0,97903 -1,89788 4,62435 -5,84948 2,56500

Modelo linear simples (estratégia II) 6 0,20032 0,02135 - - -

0,862 20,557

7 0,15486 0,02135 - - -

10 0,22757 0,02135 - - -

16 0,13888 0,02135 - - -

17 0,18493 0,02135 - - -

34 0,13895 0,02135 - - -

Id. = idade (anos); = coeficientes de regressão estimados; = coeficiente de

correlação; RMSE% = raiz quadrada do erro médio percentual.

Page 72: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

56

As análises gráficas (FIGURAS 15 e 16) confirmam a

superioridade do modelo com efeito misto pela estratégia I, e pouca

melhora pela estratégia de ajuste II. Houve uma redução na amplitude da

dispersão dos resíduos, indicando maior precisão. Essa melhoria é mais

evidente quando analisado os valores estimados versus os observados,

em que os pontos estão mais concentrados da reta (0,1).

Pode-se inferir que a estratégia de ajuste I, com efeito misto foi

mais eficiente nas estimativas da espessura de casca. Verificou-se que a

declividade da linha de tendência entre os valores observados e

estimados, apresentam uma menor dispersão dos dados e o intercepto

(β0) próximo a 0 e inclinação (β1) próxima a 1, o que é desejável e significa

que os valores são coincidentes segundo Campos e Leite (2013).

De forma complementar, os resíduos em forma de histogramas

também mostram melhoras significativas do modelo misto. Resultados

semelhantes foram obtidos por Li e Weiskittel (2011), em que os autores

destacam que o uso de modelos mistos para estimar a espessura de

casca proporciona um aumento de precisão nas estimativas.

FIGURA 15 - RESÍDUOS, VALORES OBSERVADOS E ESTIMADOS E HISTOGRAMAS DOS RESÍDUOS DO MODELO DE FIXO (a) E MISTO (b) PELA ESTRATÉGIA DE AJUSTE I.

Page 73: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

57

FIGURA 16 - RESÍDUOS, VALORES OBSERVADOS E ESTIMADOS E HISTOGRAMAS DOS RESÍDUOS DO MODELO DE FIXO (a) E MISTO (b) PELA ESTRATÉGIA DE AJUSTE II.

Mesmo que verificado uma ampla variação dos dados entorno

da linha estimada, o efeito aleatório da idade proporciona melhoraria

significativa no ajuste (FIGURA 17). Isso ocorre porque a variável idade

influência de forma significativa a espessura da casca das árvores, como

também observado por Laasasenaho et al. (2005) para Picea abies e

Molina et al. (2016) para Araucaria araucana.

A ampla dispersão pode ser decorrente também do efeito da

variação da espessura da casca dentro e entre árvores, como destacado

por Stängle et al. (2015) para Picea abies. Cordero e Kanninem (2003)

observaram para árvores de teca entre 5 e 47 anos na Costa Rica, que o

volume da casca aumentam linearmente com a idade, devido ao aumento

da espessura e das dimensões das árvores.

Como comprovado neste trabalho, a espessura da casca vai

diminuindo expressivamente no sentido da base até o topo, situação

semelhante à conicidade da árvore, que é o decréscimo de diâmetro ao

longo do fuste. Nas maiores alturas a casca é mais delgada por ser mais

jovem, enquanto na base, a proporção é maior devido certa

Page 74: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

58

predominância de casca morta externa, que segundo Paine et al. (2010) é

um mecanismo que a planta tende a manter para se defender de

adversidades que podem afetar seu xilema.

FIGURA 17 - CURVAS DE AFILAMENTO DA CASCA DE Tectona grandis POR MODELAGEM DE EFEITO FIXO E MISTO PELA ESTRATÉGIA DE AJUSTE I.

Apesar da equação com a inclusão da covariante (idade) ter

melhorado substancialmente as estimativas da espessura da casca ao

Page 75: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

59

longo do tronco, sua aplicação se restringe apenas para as idades

utilizadas no ajuste (6, 7, 10, 10, 17 e 34 anos). Sendo assim, ao avaliar a

tendência do aumento dos valores de β0 a medida em que aumenta a

idade (conforme observado na TABELA 9), foi ajustado um modelo de

regressão logarítmico, para estimar interceptos nas demais idades

(FIGURA 18), afim de ampliar a aplicação das equações de casca.

FIGURA 18 - TENDÊNCIA DO AUMENTO DO INTERCEPTO EM FUNÇÃO DA IDADE.

As equações ajustadas para estimativa da porcentagem de

casca apresentaram estatísticas de coeficiente de correlação, com valores

superiores a 0,80, e erro médio variando de 13 a 13,8% (TABELA 10). O

modelo biexponencial apresentou vantagem em relação ao exponencial

simples conforme os indicadores estatísticos.

Pode-se observar que no melhor ajuste, o diâmetro explica

apenas cerca de 70% da porcentagem de casca nas árvores de teca.

Resultados semelhantes foram obtidos por Tewari e Mariswamy (2013)

onde destacam que essa modelagem [%casca=f(DAP)], pode apresentar

ajustes com menor grau de explicação entre a variável independente com

a dependente.

Page 76: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

60

TABELA 10 - COEFICIENTES E ESTATISTICAS DE AJUSTE PARA AS EQUAÇÕES DE PORCENTAGEM DE CASCA.

Parâmetro Estimativa Pr(>|t|) RMSE%

Modelo exponencial

20,92958 <2.10-16 0,814 13,747

-3,80318 <2.10-16

Modelo biexponencial

22,54860 3,2.10-02

0,835 13,015 -1,86440 3,9.10-02

14,4770 1,7.10-02

-4,5393 1,7.10-05

= coeficientes de regressão estimados; = coeficiente de correlação; RMSE% = raiz

quadrada do erro médio percentual.

Ao analisar as estimativas das duas equações por meio dos

gráficos de resíduos, valores observados versus estimados e os

histogramas de densidade residual observou-se que a equação

proveniente do ajuste do modelo biexponencial foi mais acurda (FIGURA

19).

FIGURA 19 - RESÍDUOS, VALORES OBSERVADOS E ESTIMADOS E HISTOGRAMAS DOS RESÍDUOS PARA OS MODELOS DE PORCENTAGEM DE CASCA.

Page 77: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

61

Embora sejam poucas as investigações sobre a modelagem do

porcentual de casca em povoamentos de teca, estudos realizados por

Cordero e Kanninen (2003), Leite et al. (2011) e Tewari e Mariswamy

(2013), apontam a mesma tendência de decréscimo da média do

percentual de casca com o aumento do DAP (FIGURA 20).

Essa redução do percentual de casca é esperada, visto que à

medida que aumenta o DAP, há um incremento volumétrico exponencial,

e consequente uma menor proporção de casca para os indivíduos

maiores (FIGUEIREDO et al., 2005a; FINGER, 2006). Além de que essa

tendência é mais evidente quando relacionada com o DAP do que com a

idade, segundo Cordero e Kanninen (2003).

FIGURA 20 - CURVA DO PERCENTUAL DE CASCA EM FUNÇÃO DO DAP DE Tectona grandis.

Deve-se levar em consideração que os percentuais de casca

apresentados neste trabalho se referem às medições de casca “seca”,

obtida dos discos utilizados na ANATRO, que devido à desidratação é

Page 78: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

62

comum ocorrer uma retração expressiva na espessura (FRITTZ, 1958).

Sendo assim, se considerado as medições de casca “verde”, esses

percentuais certamente serão superiores, podendo representar valores

altamente significativos em relação ao volume total das árvores,

principalmente em povoamentos jovens (menores diâmetros). Nesse

contexto, estudos complementares devem ser feitos com objetivo de

avaliar essa retração para a espécie em questão.

4.4 VOLUMETRIA

Nesta analise ressalta-se que foram utilizados apenas os dados

de volume total com casca. Para isso, as estimativas da espessura da

casca das árvores provenientes da ANATRO, foram obtidas por meio da

aplicação da equação obtida nos resultados do item 4.3:

em que: é a espessura da casca da i-ésima árvore na j-ésima

posição do fuste (cm); ln(Id) é o logaritmo neperiano da idade em anos e

é a altura relativa da i-ésima árvore na j-ésima posição do fuste (varia

de 0 a 1).

As estimativas de volume geradas pela técnica de regressão

convencional apresentaram resultados acurados em relação ao

coeficiente de correlação ( ), porém com erros variando de 10 a 15%

sobretudo no povoamento mais jovem (C) (TABELA 11). Estes erros são

atribuídos aos erros embutidos na ANATRO nas fases iniciais, como já

constatado item 4.2. Isso é confirmado quando se avalia o parâmetro “β2”

que está associado a altura, em que foi não significativo, denotando que

para este caso está variável não contribui na explicação do volume.

Verificou-se por meio do teste de identidade que as equações

utilizadas para estimativa do volume não diferiu entre si, indicando que os

três povoamentos podem ser representados por uma única equação de

volume (APÊNDICE 4). Isso possibilitou comparar as estimativas geradas

com aquelas oriundas da rede neural artificial.

Page 79: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

63

TABELA 11 – COEFICIENTES E ESTATISTICAS PARA AS ESTIMATIVAS VOLUMÉTICAS GERADAS POR REGRESSÃO E REDE NEURAL ARTIFICIAL.

Regressão Ajuste/Treino Validação

Pov. 1 2 RMSE% RMSE%

A 0,000033* 1,8460* 1,1390* 0,985 10,33 - -

C 0,000155* 1,8690* 0,5484ns 0,954 16,79 - -

D 0,000061* 1,7180* 1,0790* 0,981 11,00 - -

Geral 0,000046* 1,7960* 1,0811* 0,988 12,22 0,987 11,35

Rede Neural Artificial

RNA 0,990 11,26 0,989 10,81

Pov. = povoamento; = coeficientes de regressão estimados; = coeficiente de correlação entre os volumes observados e estimados; RMSE = raiz quadrada do erro médio; A = Cáceres; C = Figueirópolis D’Oeste e D = Nova Maringá.

Tanto na regressão quanto na RNA as correlações entre os

valores observados e estimados foram superiores a 0,98 e o erro médio

(RMSE) foi semelhante entre as duas técnicas. Contudo, quando

observada a qualidade preditiva, verificou-se um ganho em precisão pela

RNA de 4,7% em relação ao valor absoluto da estatística RMSE. A

arquitetura da RNA com seus pesos e bias é apresentada na Figura 21.

FIGURA 21 - REDE NEURAL ARTIFICIAL COM SEUS RESPECTIVOS PESOS SINÁPTICOS ASSOCIADOS ÀS VARIÁVEIS PREDITORAS DO VOLUME DE Tectona grandis.

I

II

III

Page 80: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

64

O treinamento da RNA ou aprendizado consistiu no ajuste dos

pesos sinápticos e bias por meio do algoritmo de aprendizado Resilient

Propagation. Nesse caso o papel do algoritmo de treinamento foi extrair

informação das variáveis preditoras (DAP e H) para explicação do volume

das árvores de Tectona grandis. Assim, os pesos gerados foram os que

forneceram o menor erro quadrático médio.

Aplicando o algoritmo para estimativa do volume das árvores

de teca, a equação que fornece as saídas dos Neurônios I, II e III na

camada oculta é dada por:

[ ]

[ ]

[ ]

em que: SN I, II e III = valores do processamento matemático do neurônio

I, II e III da camada oculta; dap = diâmetro a 1,3 m de altura e h = altura

total.

A etapa posterior é a aplicação da função de ativação no

resultado gerado pelo combinador linear para cada neurônio da camada

oculta, resultando em três equações. No caso deste estudo a função

utilizada foi à logística, que é matematicamente expressa por:

em que: = resultado da função de ativação aplicada as saídas

dos neurônios I, II e III (SNi) respectivamente da camada oculta e exp =

exponencial.

Após o resultado gerado pela função de ativação o volume

estimado será calculado pela seguinte equação:

[ ]

em que: = volume total com casca estimado pela RNA em m³ e

= resultado da função de ativação.

Page 81: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

65

Os resultados obtidos demostram que apesar da modelagem

por regressão, especificamente o modelo de Schumacher e Hall (1933)

ser viável, para estimativas do volume de teca (PÉREZ; KANNINEN,

2003; CRUZ et al., 2008; TONINI et al., 2009; AKOSSOU et al., 2013;

DRESCHER et al., 2014), a utilização da inteligência artificial surge como

uma alternativa de grande potencial, pois foi eficaz tanto na estimativa

quanto na predição do volume, como já relatado por Silva et al. (2009);

Binoti et al. (2014) e Miguel et al. (2016) para Eucalyptus spp. e

Diamantopoulou e Milios (2010) para Pinus brutia.

Ainda que os indicadores estatísticos tenham apresentados

bons resultados, as análises gráficas são fundamentais como suporte as

estatísticas, visto que erros de tendências podem ocorrer em alguns

intervalos (RAWLINGS et al., 1998). Ao avaliar a dispersão dos resíduos

gerados por regressão, observa-se indícios de variância não constante ao

longo da linha de regressão. Essa presença foi detectada principalmente

nos diâmetros inferiores a 10 cm. Já as estimativas geradas pela RNA o

problema residual foi menor, com menor amplitude de variação residual.

Os valores observados versus estimados apresentaram uma relação

linear de 0,98 para ambas as técnicas, porém, as estimativas da RNA

geraram valores mais precisos em relação aos observados (FIGURA 22).

Por meio da curva normal ajustada aos resíduos, verifica-se

que tanto os resíduos gerados por regressão ou RNA, apresentaram

distribuição simétrica. No entanto, observa-se que para a RNA a maior

densidade residual em está em 0% e consequentemente menor desvio

padrão (FIGURA 23). Esse comportamento também foi observado nas

predições, porém de forma mais expressiva (FIGURAS 24 e 25), com as

mesmas características da rede destacadas anteriormente (para os dados

de ajuste/treino).

Page 82: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

66

FIGURA 22 - RESÍDUOS, VALORES OBSERVADOS E ESTIMADOS PARA AS ESTIMATIVAS DE VOLUME POR REGRESSÃO E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS.

FIGURA 23 - CURVA DA FUNÇÃO NORMAL AJUSTADA AOS RESÍDUOS GERADOS POR REGRESSÃO E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS.

Page 83: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

67

FIGURA 24 - RESÍDUOS, VALORES OBSERVADOS E ESTIMADOS PARA AS PREDIÇÕES DE VOLUME POR REGRESSÃO E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS.

FIGURA 25 - CURVA DA FUNÇÃO NORMAL AJUSTADA AOS RESÍDUOS GERADOS NAS PREDIÇÕES POR REGRESSÃO E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS.

Page 84: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

68

Esses resultados apontam que a rede treinada com 70% dos

dados, quando aplicada aos 30% para a validação (198 árvores) foi

eficiente para gerar predições volumétricas de teca. O que corrobora com

informações de Silva et al. (2009); Binoti et al (2014) e Miguel et al.

(2016).

Apesar de a técnica por RNA apresentar um ganho pequeno

em precisão se comparado com a modelagem tradicional (regressão),

deve-se priorizar o uso de métodos mais eficientes. Se considerar, por

exemplo uma empresa com grande extensão de florestas plantadas, a

adoção ou não de técnicas mesmo com pequeno grau de superioridade

pode acarretar em diferenças volumétricas consideráveis.

A vantagem da técnica de redes neurais artificiais em relação à

modelagem tradicional é explicada devido ao paralelismo, capacidade de

aprendizagem e generalização das redes (EGRIOGLU et al., 2014).

Diferentemente da análise por regressão, em que na maioria das vezes já

se tem um modelo estatístico pré-definido, as redes operam para

aproximar uma função desconhecida [f(x)] que descreva da forma mais

adequada os pares de entrada e saída, a ela apresentado (SILVA et al.,

2010). Ou seja, as redes se adequam a cada conjunto de dados, com

diferentes características e peculiaridades.

A aproximação de uma função a cada base de dados garante

na maioria das vezes algumas vantagens sobre as técnicas

convencionais, gerando valores precisos como os apresentados neste

estudo. Gorgens et al. (2009) testaram redes neurais com diferentes

arquiteturas para estimar o volume de teca, e observaram que as saídas

estimadas pelas RNAs foram iguais estatisticamente em relação aos

valores observados.

Como sugestão de pesquisas futuras, podem ser

desenvolvidos modelos de redes neurais com diferentes arquiteturas e

que utilizem apenas variáveis preditoras de fácil obtenção a campo, como

o DAP, DAP máximo da parcela e idade por exemplo. Ainda se disponível

Page 85: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

69

nos bancos de dados, variáveis edáficas podem ser incluídas no

treinamento das redes.

Esses testes devem ser conduzidos com objetivo de gerar

estimativas de volume mais precisas, evitando medições de variáveis de

difícil obtenção como a altura, por exemplo, que na atividade florestal é

considerada de custo potencial elevado e sujeita a erros de medição

(CAMPOS e LEITE, 2013; BINOTI et al., 2013).

Page 86: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

70

5 CONCLUSÕES

1) O local influencia na tendência de crescimento de árvores

dominantes de Tectona grandis.

2) A técnica de análise de tronco superestima a altura total das

árvores de Tectona grandis em idades inferiores a quatro anos.

3) O modelo polinomial de grau 4, descreve de forma precisa a

espessura da casca das árvores de Tectona grandis. A idade

influencia na espessura da casca e deve ser inserida nos

processos de modelagens. O teor de casca em Tectona

grandis chega a representar valores superiores a 15% do

volume total, em árvores com diâmetros inferiores a 10 cm.

4) Redes neurais artificiais é eficiente para predições

volumétricas de árvores de Tectona grandis.

Page 87: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

71

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AKOSSOU, A. Y. J.; ARZOUMA, S.; ATTAKPA, E. Y.; FONTON, N. H.; KOKOU, K. Scaling of teak (Tectona grandis) logs by the xylometer technique: accuracy of volume equations and influence of the log length. Diversity, v. 5, p. 99–113, 2013.

ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J. L. M.; SPAROVEK, G. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013.

ANTONÂNGELO, A.; BACHA, C. J. I. As fases da silvicultura no Brasil. Revista Brasileira de Economia, v. 52, n. 1, p. 207-238, 1998. ASSMANN, E. The principles of forest yield study. New York: Pergamon Press, 1961. 506 p. BARUSSO, A. P. A determinação de funções de crescimento mediante análise de tronco. 1977. 122 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba – PR. BERMEJO, I.; CAÑELLAS, I.; SAN MIGUEL, A. Growth and yield models for teak plantations in Costa Rica. Forest Ecology and Management, v.

189, p. 97-110, 2004. BINOTI, D. H. B.; BINOTI, M. L. M. S.; LEITE, H. G. Configuração de redes neurais artificiais para estimação do volume de árvores. Ciência da Madeira, v. 5, n. 1, p. 58-67, 2014. BINOTI, M. L. M. da S. Redes neurais artificiais para prognose da produção de povoamentos não desbastados de eucalipto. 2010. 54 f.

Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG. BINOTI, M. L. M. da S.; BINOTI, D. H. B.; LEITE, H. G. Aplicação de redes neurais artificiais para estimação da altura de povoamentos equiâneos de eucalipto. Revista Árvore, v. 37, n. 4, p. 639-645, 2013.

BINOTI, M. L. M. da S.; LEITE, H. G.; BINOTI, D. H. B.; GLERIANI, J. M. Prognose em nível de povoamento de clones de eucalipto empregando redes neurais artificiais. Cerne, v. 21, n. 1, p. 97-105, 2015.

Page 88: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

72

BRAGA, A. P.; CARVALHO A. P. L. F.; LUDEMIR, T. B. Redes Neurais Artificiais: Teoria e Aplicações. LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2000. 262 p. BRASIL. Lei nº 5.106, de 2 de setembro de 1966. BREPOHL, D. Contribuição do setor florestal à economia brasileira. Floresta, v. 11, n. 1, p. 53-57, 1980. BROOKS, J. R.; JIANG, L. Comparison of prediction equations for estimating inside bark diameters for yellow-poplar, red maple, and red pine in West Virginia. Northern Journal of Applied Forestry, v. 26, n. 1, p. 5-8, 2009. BURGER, D. Ordenamento Florestal I; A produção Florestal, FUPEF.

1980. 124 p. BURKHART, H. E.; TENNENT, R. B. Site index equations for radiata pine in New Zealand. New Zealand Journal of Forestry Science, n. 7, p. 408-

416, 1977. CALDEIRA S. F.; CASTRO, C. K. C. Herbicidas e danos físicos em tocos de teca para controle de brotos após o desbaste. Ciência Rural, v.42,

n.10, p.1826-1832. 2012. CALDEIRA, S. F.; OLIVEIRA, D. L. C. Desbaste seletivo em povoamentos de Tectona grandis com diferentes idades. Acta Amazônica, v. 38, n. 2,

p. 223–228, 2008. CAMINO, R.; MORALES, J. P. Las plantaciones de teca en América Latina: mitos y realidades. Turrialba: CATIE, 2013. 392 p. (Série técnica:

Informe técnico, 397). CAMPOS, J. C. C.; LEITE, H. G. Mensuração florestal: perguntas e respostas. 4. ed. Viçosa: UFV, 2013. 605 p.

CAMPOS, J. C. C.; TURNBULL, K. J. Um método de estimar índice de local utilizando a análise de tronco. Revista Árvore, v. 4, n. 1, p. 47- 61, 1980. CANCINO, J.; ACUÑA, E.; ESPINOSA, M. Combining ring counting and ring width for estimating height in stem analysis. Forest Science, v. 59, n. 6, p. 599-609, 2013. CASTRO, R. V. O.; SOARES, C. P. B.; LEITE, H. G.; SOUZA, A. L.; NOGUEIRA, G. S.; MARTINS, F. B. Individual Growth Model for Eucalyptus Stands in Brazil Using Artificial Neural Network. ISRN Forestry, v. 2013, p. 1-12, 2013.

Page 89: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

73

CHAVES, A. G. S.; DRESCHER, R.; CALDEIRA, S. F.; MARTINEZ, D.T.; VENDRUSCOLO, D. G. S. Capacidade produtiva de Tectona grandis L.f no Sudoeste de Mato Grosso. Scientia Forestalis, v. 44, n. 104, p 415-424, 2016. CHAVES, A. G. S. Modelagem do crescimento e da produção de Tectona grandis L.f. até a idade de rotação. 2013. 82 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. CORDERO, L.; KANNINEN, M. Heartwood, sapwood and bark content, and wood dry density of young and mature teak (Tectona grandis) trees grown in Costa Rica. Silva Fennica, v. 37, n. 1, p. 45-54, 2003. COUTO, H. T. Z.; BASTOS, N. L. M. Modelos de equações de volume e relações hipsométricas para plantações de Eucalyptus no estado de São Paulo. IPEF, v. 37, p. 33-44, 1987. CRUZ, J. P.; LEITE, H. G.; SOARES, C. P. B.; CAMPOS, J. C. C.; SMIT, L.; NOGUEIRA, G. S. Curvas de crescimento e de índice de local para povoamentos de Tectona grandis em Tangará da Serra, Mato Grosso. Revista Árvore, v. 32, n. 4, p. 679-685, 2008.

CUNHA NETO, F. V.; VENDRUSCOLO, D. G. S.; DRESCHER, R. Artificial form factor equations for Tectona grandis in different spacings. African Journal of Agricultural Research, v. 11, n. 37, p. 3554-3561,

2016. CURTIS, R. O. Height diamenter and height diamenter age equations for second growth Douglas-fir. Florest Science, v. 13, n. 4, p. 356-375, 1967.

DAHMS, W. G. Correction for possible bias in developing site index curves form sectioned tree data. Journal of Forestry, v. 61, n. 1, p. 25-27, 1963. DIAMANTOPOULOU, M. J.; MILIOS, E. Modelling total volume of dominant pine-trees in reforestations via multivariate analysis and artificial neural network models. Biosystems Engineering, v. 105, p. 306-315, 2010. DRESCHER, R. Crescimento e produção de Tectona grandis Linn. F., em povoamentos jovens de duas regiões do Estado de Mato Grosso. 2004. 133 f. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2004.

Page 90: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

74

DRESCHER, R.; GAVA, F. H.; PELISSARI, A. L.; ACOSTA, F. C.; SILVA, V. S. M. Equações volumétricas para Tectona grandis Linn F. em povoamentos jovens no estado de Mato Grosso. Advances in Forestry Science, v. 1, n. 2, p. 65-70, 2014. DRESCHER, R.; NUNES, G. M.; MARTINEZ, D. T.; PELISSARI, A. L. Capacidade produtiva do sítio em povoamentos jovens de Tectona grandis L. f. de duas regiões do estado de Mato Grosso - Brasil. Revista Brasileira de Biometria, v. 34, n. 2, p. 233-242, 2016.

DYER, M. E.; BAILEY, R. L. A Test of six methods for estimating true heights from stem analysis data. Forest Science, v. 33, n. 1, p. 3-13, 1987. EDELSTEIN-KESHET, L. Mathematical models in biology. Random

House, New York, 1988. 586 p. EGRIOGLU, E.; YOLCU, U.; ALADAG, C. H.; BAS, E. Recurrent

multiplicative neuron model artificial neural network for non-linear time

series forecasting. Neural Process Lett, v. 41, p. 249-258, 2014.

ENCINAS, J. I.; SILVA, G. F. da; PINTO, J. R. R. Idade e crescimento das árvores. Brasília: UnB, Departamento de Engenharia Florestal, 2005. 43 p. (Comunicações Técnicas Florestais, 7). FAMATO - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso. Diagnóstico de Florestas Plantadas do Estado de Mato Grosso. – Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) –

Cuiabá: 2013. Disponível em: http://www.arefloresta.org.br/uploads/downloads/00072201414739.pdf. Acesso em 17 de fev. de 2015. FIGUEIREDO, E. O. Avaliação de povoamentos de teca (Tectona grandis L.f.) na microrregião do Baixo Rio Acre. 2005. 301 f.

Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Lavras, Lavras. FIGUEIREDO E. O.; SCHROEDER R.; PAPA D. A. Fatores de Forma para 20 Espécies Florestais Comerciais da Amazônia. Rio Branco: Embrapa Acre, 2009. (Comunicado Técnico, 173). FIGUEIREDO, O. B.; SCOLFORO, J. R. S.; OLIVEIRA, A.D. Estimativa do percentual de casca e fator de forma em povoamentos jovens de teca (Tectona grandis L.f). Rio Branco: Embrapa Acre, 2005a. 5 p.

(Embrapa Acre. Documentos, 165).

Page 91: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

75

FIGUEIREDO, E. O.; OLIVEIRA, L. C. de; BARBOSA, L. K. F. Teca (Tectona grandis L.f.): principais perguntas do futuro empreendedor florestal. Rio Branco: Embrapa Acre, 2005b. 87 p. (Embrapa Acre.

Documentos, 97). FIGUEIREDO, E. O.; SÁ, C. P. Silvicultura e Manejo de Povoamentos de Teca (Tectona grandis L.f.). Rio Branco: Embrapa Acre, 2015. 127 p.

(Embrapa Acre. Documentos, 138). FINGER, C. A. Biometria Florestal. Santa Maria. Universidade Federal de Santa Maria, 2006. 248 p. FRITTZ, H. C. An analysis of radial growth of beech in a Central Ohio Forest during 1954 - 55. Ecology, v. 39, n. 4, p. 705-720, 1958. GARCIA, M. L. Intensidade de desbaste em um povoamento de Tectona grandis L.f., no município de Sinop – MT. 2006. 45 f.

Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá. GORGENS, E. B.; LEITE, H. G.; SANTOS, H. N.; GLERIANI, J. M. Estimação do volume de árvores utilizando redes neurais artificiais. Revista Árvore, v. 33, n. 6, p. 1141-1147, 2009.

GRAYBILL, F. A. Theory and application of linear model. Belmont:

Duxbury, 1976. 704 p. GUIMARÃES, D. P; LEITE, H. G. Influência do número de árvores na determinação de equação volumétrica para Eucalyptus grandis. Scientia Forestalis, n. 50, p. 37-42, 1996. HARKIN, J. M.; ROWE, J. W. Bark and its possible uses. USDA Forest Service, Forest Products Laboratory Report FLP-091, 1971. 56 p. Disponível em: https://www.fpl.fs.fed.us/documnts/fplrn/fplrn091.pdf. Acesso em 27 de fev. de 2017. HAYKIN, S. Redes neurais: princípios e prática. Porto Alegre: 2001.

900 p. HIGUCHI, N. Informações básicas para o manejo florestal da Tectona grandis L. introduzida no Alto Jaurú. Cuiabá: UFMT/DEF,1979, 92 p.

(mimeografado). HORNIK, K.; STINCHCOMBE, M.; WHITE, H. Multilayer feed forward network are universal approximators. Neural Networks, v. 2, n. 5, p. 359-

366, 1989.

Page 92: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

76

IMEA - Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária. Mapa de macrorregiões do Imea. 2010. Disponível em: <http://www.imea.com.br/upload/publicacoes/arquivos/justificativamapa.pdf>. Acesso em mar de 2015. IBÁ - INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES. O setor brasileiro de árvores plantadas. Brasília: IBÁ, 2016. 100 p. JENKINS, J. C.; CHOJNACKY, D. C.; HEATH, L. S.; BIRDSEY, R. A. National-scale biomass estimators for United States tree species. Forest Science, v. 49, n. 1, p.12–35, 2003.

JEREZ-RICO, M.; MORET-BARILLAS, A. Y.; CARRERO-GÁMEZ, O. E.; MACCHIAVELLI, R.E.; QUEVEDO-ROJAS, A. M. Curvas de índice de sitio basadas en modelos mixtos para plantaciones de teca (Tectona grandis L. F.) en los Lianos de Venezuela. Agrociencia, v. 45, p. 135-145, 2011. KARIUKI, M. Height estimation in complete stem analysis using annual radial growth measurements. Forestry. v. 75, n. 1, p. 63–74, 2002. KEOGH, R. M. Teak (Tectona grandis Linn. f.) provisional site classification chart for the Caribbean, Central America, Venezuela and Colombia. Forest Ecology and Management, v. 4, p. 143-153, 1982. KITIKIDOU, K.; PAPAGEORGIOU, A.; MILEOS, E.; STAMPOULIDIS, A. A bark thickness model for Pinus halepensis in Kassandra, Chalkidiki (Northern Greece). Silva Balcanica, v. 15, n. 1, p. 47-55, 2014. KOVÁCS, Z. L. Redes neurais artificiais: fundamentos e aplicações. 2.ed. São Paulo: Colledium Cognitio, 1996. 174 p. LAASASENAHO, J.; MELKAS, T.; ALDEN, S. Modelling bark thickness of Picea abies with taper curves. Forest Ecology and Management, v. 206, n. 1, p. 35-47, 2005. LEÃO, R. M. A floresta e o homem. São Paulo: Instituto de Pesquisas e

Estudos Florestais, 2000. 448 p. LEITE, H. G.; OLIVEIRA-NETO, R. R. D.; MONTE, M. A.; FARDIN, L.; ALCANTARA, A. M. D.; BINOTI, M. L. M. S.; CASTRO, R. V. O. Modelo de afilamento de cerne de Tectona grandis Lf. Scientia Forestalis, v. 39, n. 89, p. 053-059, 2011. LEITE, H. G.; ANDRADE, V. C. L. Importância das variáveis altura dominante e altura total em equações hipsométricas e volumétricas. Revista Árvore, v. 27, n. 3, p. 301-310, 2003.

Page 93: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

77

LEITES, L. P.; ZUBIZARRETA-GERENDIAIN, A.; ROBINSON, A. P. Modeling mensurational relationships of plantation-grown loblolly pine (Pinus taeda L.) in Uruguay. Forest Ecology and Management, v.289,

p.455-462, 2013. LENHART, D. J. An alternative procedure for improving height/age data from stem analysis. Forest Science, v. 18, n. 4, p. 332–332, 1972.

LI, R.; WEISKITTEL, A. R. Estimating and predicting bark thickness for seven conifer species in the Acadian Region of North America using a mixed-effects modeling approach: comparison of model forms and subsampling strategies. European Journal of Forest Research, v. 130, n. 2, p. 219-233, 2011. MACHADO, S. A. OLIVEIRA, E. B.; CARPANEZZI, A. A.; BARTOSZECK, A. C. P. S. Classificação de sítio para bracatingais na região metropolitana de Curitiba. Boletim de Pesquisa Florestal, n. 35, p. 21-

37, 1997. MACHADO, S. A.; SILVA, L. C. R.; FIGUEIRA, M. A.; TÉO, S. J.; NASCIMENTO, R. G. M. Comparison of methods for estimating heights from complete stem analysis data for Pinus taeda. Ciência Florestal, v. 20, n. 1, p. 45-55, 2010. MARSHALL, H. D.; MURPHY, G. E.; LACHENBRUCH, B. Effects of bark thickness estimates on optimal log merchandising. Forest products journal, v. 56, n. 11/12, p. 87-92, 2006.

MATRICARDI, W. A. T. Efeitos dos fatores de solo sobre o desenvolvimento da Tectona grandis (Tectona grandis L. F.) cultivada na grande Cáceres - Mato Grosso. 1989. 135f. Dissertação

(Mestrado em Ciência Florestal) - Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1989. McCULLOCH, W. S.; PITTIS, W. A logical calculus of the ideas immanent in nervous activity. Bulletin of Mathematical Biophysics, v. 5, p. 115-133, 1943. McTAGUE, J. P.; BATISTA, J. L. F.; STEINER, L. H. Equações de volume total, volume comercial e forma do tronco para plantações de Eucalyptus nos Estados de Sã o Paulo e Rio de Janeiro. IPEF, v. 41/42, p. 56-63,

1989. MEDEIROS, R. A. Potencial produtivo, manejo e experimentação em povoamentos de Tectona grandis L.f. no estado de Mato Grosso.

2016. 182 f. Tese (Doutorado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2016.

Page 94: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

78

MEDEIROS, R. A.; PAIVA, H. N.; LEITE, H. G.; OLIVEIRA NETO, S. N.; VENDRÚSCOLO, D. G. S.; SILVA, F. T. Análise silvicultural e econômica de plantios clonais e seminais de Tectona grandis Lf em sistema taungya. Revista Árvore, v. 39, n. 5, p. 893-903, 2015. MIGUEL, E. P.; MOTA, F. C. M.; TEO, S. J.; NASCIMENTO, R. G. M.; LEAL, F.A.; PEREIRA, R. S.; REZENDE, A. V. Artificial intelligence tools in predicting the volume of trees within a forest stand. African Journal of Agricultural Research, v. 11, n. 21, p.1914-1923, 2016.

MOLINA, J. G. A.; HADAD, M. A.; DOMÍNGUEZ, D. P.; ROIG, F. A. Tree age and bark thickness as traits linked to frost ring probability on Araucaria araucana trees in northern Patagonia. Dendrochronologia, v. 37, p. 116–

125, 2016. MONSERUD, R. A. Evaluating forest models in a sustainable forest management context. Forest Biometry, Modelling and Information Sciences, v. 1, p. 35-47, 2003. MONSERUD, R. A.; MARSHALL, J. D. Allometric crown relations in three northern Idaho conifers species. Canadian Journal Forest Research,

v.29, n.5, p.521–535, 1999. MORA, F.; HERNÁNDEZ, W. Estimación del volumen comercial por producto para rodales de teca en el pacífico de Costa Rica. Agronomía Costarricense, v. 31, n. 1, p. 101-112, 2007. MOREIRA, P. S. P.; DALLACORT, R.; MAGALHÃES, R. A.; INOUE, M. H.; STIELER, M. C.; SILVA, D. J. da; MARTINS, J. A. Distribuição e probabilidade de ocorrência de chuvas no Município de Nova Maringá-MT. Revista de Ciências Agro-Ambientais, v. 8, n. 1, p. 9-20, 2010.

NEVES, S. M. A. S.; NUNES, M. C. M, NEVES, R. Caracterização das condições climáticas de Cáceres/MT-Brasil, no período de 1971 a 2009: subsídio às atividades agropecuárias e turísticas municipais. Boletim Goiano de geografia, v. 31, n. 2, p. 55-68, 2011. NOGUEIRA, G. S.; LEITE, H. G.; REIS, G. G.; MOREIRA, A. M. Influência do espaçamento inicial sobre a forma do fuste de árvores de Pinus taeda L. Revista Árvore, v. 32, n. 5, p. 855-860, 2008. NOVAES, D. M. Modelagem de crescimento e produção de povoamentos de Tectona grandis L. f. a partir de análise do tronco.

2009. 42 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG.

Page 95: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

79

OLIVEIRA, M. L. R.; LEITE, H. G.; GARCIA, S. L. R.; CAMPOS, J. C. C.; SOARES, C. P. B.; SANTANA, R. C. Estimação do volume de árvores de clones de eucalipto pelo método da similaridade de perfis. Revista Árvore, v. 33, n. 1, 2009. OLIVEIRA, S. B.; CAIONE, G.; CAMARGO, M. F. NATALI, A.; OLIVEIRA, B.; SANTANA, L. Fontes de fósforo no estabelecimento e produtividade de forrageiras na região de Alta Floresta – MT. Global Science and Technology, v. 5, p. 1-10, 2012.

PAINE, C. E. T.; STAHL, C.; COURTOIS, E. A.; PATIÑO, S.; SARMIENTO, C.; BARALOTO, C. Functional explanations for variation in bark thickness in tropical rain forest trees. Functional Ecology, v. 24, n.

6, p. 1202–1210, 2010. PANDEY, D.; BROWN, C. Teak: a global overview. Unasylva, v. 51, n. 201, p. 3-13, 2000. PASSOS, C. A. M. BUFULIN, L.; GONÇALVES, M. R. Avaliação silvicultural de Tectona grandis L. f., em Cáceres – MT, Brasil: resultados preliminares. Ciência Florestal, v. 16, n. 2, p. 225-232, 2006.

PEIXOTO, A. L.; LUZ, J. R. P.; BRITO, M. A. Conhecendo a biodiversidade. Brasília: MCTIC, CNPq, PPBio. 2016. 191 p. PELISSARI, A. L.; CALDEIRA, S. F.; DRESCHER, R. Desenvolvimento quantitativo e qualitativo de Tectona grandis L.f. em Mato Grosso. Floresta e Ambiente, v. 20, n. 3, p. 371–383, 2013. PELISSARI, A. L.; GUIMARÃES, P. P.; BEHLING, A.; EBLING, A. Cultivo da teca: características da espécie para implantação e condução de povoamentos florestais. Agrarian Academy, v. 1, n. 01, p. 127-145, 2014. PEREZ D. Growth and volume equations developed from stem analysis for Tectona grandis in Costa Rica. Journal of Tropical Forest Science,

v. 20, n. 1, 66-75, 2008. PÉREZ, D, KANNINEN, M. Stand growth scenarios for Tectona grandis plantations in Costa Rica. Forest Ecology and Management, n. 210, p.

25-441, 2005. PÉREZ, L. D.; KANNINEN, M. Provisional equations for estimating total and merchantable volume of Tectona grandis trees in Costa Rica. Forests, Trees Livelihoods, v. 13, n. 4, p. 345-359, 2003. PINHEIRO, J. C.; BATES, D. M. Mixed-effects models in S and S-PLUS. New York: Springer-Verlag, 2000. 528 p.

Page 96: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

80

PRIYA, P. B.; BHAT, K. M. False ring formation in teak (Tectona grandis L.f.) and the influence of environmental factors. Forest Ecology and Management, v. 108, p. 215-222, 1998.

PRODAN, M.; PETERS, R.; COX, F.; REAL, P. Mensura Forestal. San

Jose: IICA, 1997. 586 p. RADAMBRASIL. Levantamento de Recursos Naturais. Folha SD 23 Brasília. Geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro: Ministério de Minas e Energia. Secretaria Geral, 1982, v. 29, 660 p. RANCE, S. J.; MENDHAM, D. S.; CAMERON, D. M.; GROVE TS. An evaluation of the conical approximation as a generic model for estimating stem volume, biomass and nutrient content in young Eucalyptus plantations. New Forests, v. 43, v. 1, p. 109-128, 2012. RAWLINGS, J. O., PANTULA, S. G., DICKEY, D. A. Applied regression analysis: a research tool. New York: Springer Science & Business

Media, 1998. 660 p. RIEDMILLER, M.; BRAUN, H. A direct adaptive method for faster backpropagation learning: The RPROP algorithm. In: Neural Networks, 1993., IEEE International Conference on. IEEE, 1993, p. 586-591. ROSOT, M. A. D.; FIGUEIREDO FILHO, A.; DISPERATI, A. A.; EMERENCIANO, D. B. Análise de tronco digital: uma nova metodologia para a medição de anéis de crescimento. Floresta, v. 33, n. 3, p. 235-255, 2003. SALAS, C.; GREGORIE, T. G.; CRAVEN, D. J.; GILABERT, H. Modelación del crecimiento de bosques: estado del arte. Bosque, v. 37, n. 1, p. 2-12, 2016. SCHNEIDER, P. R.; SCHNEIDER, P. S. P. Introdução ao manejo florestal. Santa Maria: FACOS-UFSM. 2008. 566 p. SCHMINCKE, K. H. Plantaciones de teca en Costa Rica: la experiência de la empresa Precious Woods. Unasylva, v. 51, n. 201, p. 29-37, 2000.

SCHUMACHER, F. X.; HALL, F. S. Logarithmic expression of timber-tree volume. Journal of Agricultural Research, v. 47, n. 9, p. 719-734, 1933. SCOLFORO, J. R. S. Biometria florestal: parte I: modelos de regressão linear e não-linear: parte II: modelos para relação hipsométrica, volume, afilamento e peso de matéria seca. Lavras: UFLA/FAEPE, 2005. 352 p. (Textos acadêmicos).

Page 97: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

81

SCOLFORO, J. R. S. Modelagem do crescimento e da produção florestal para florestas plantadas e nativas. Lavras: UFLA/FAEPE, 1998. 453p. SHIMIZU, J. Y.; KLEIN, H.; OLIVEIRA, J. R. V. Diagnóstico das plantações florestais em Mato Grosso. Cuiabá: Central de Texto; 2007. 63 p. SELLE, G. L.; PAULESKI, D. T.; BRAZ, E. M. Como classificar sítios florestais através da altura dominante do povoamento. Colombo: Embrapa Florestas, 2008. 46 p. (Documentos, 166). SHUKLA, P. K.; RAO, R. V.; SHASHIKALA, S.; KUMAR, P.; SHARMA, S. K. Wood quality variation in Tectona grandis (teak) clones from CSO raised at Maredumilli (Rajahmundry), Andhra Pradesh. Journal of the Indian Academy of Wood Science, v. 8, n. 2, p. 116–119, 2011. SILVA, F. R.; SILVA, V. S. M. e; MIRANDA, S. O. Crescimento de Tectona grandis em um uma plantação no município de alta floresta, Mato Grosso. Floresta, v. 44, n. 4, p. 577-588, 2014. SILVA, I. N. da; SPATTI, D. H.; FLAUZINO, R. A. Redes Neurais Artificiais para engenharia e ciências aplicadas. Artliber, 2010. 397p.

SILVA, J. A. A., MACHADO, S. A., FERREIRA, R.L.C. MEUNIER, I. M. J., Modelagem do volume de casca de Pinus elliottii, no litoral norte do estado de Santa Catarina. Floresta e Ambiente, v. 5, n. 1, p. 111-117,

1998. SILVA, M. L. M.; BINOTI, D. H. B.; GLERIANI, J. M.; LEITE, H. G. Ajuste do modelo de Schumacher e Hall e aplicação de redes neurais artificiais para estimar volume de árvores de eucalipto. Revista Árvore, v. 33, n. 6, p. 1133-1139, 2009. SILVA, R. S.; VENDRUSCOLO, D. G. S.; ROCHA, J. R. M.; CHAVES, A. G. S.; SOUZA, H. S.; MOTTA, A. S. Desempenho silvicultural de Tectona grandis L. f. em diferentes espaçamentos em Cáceres, MT. Floresta e Ambiente, v. 23, n.3, p. 397-405, 2016. SOARES, N. S.; SILVA, M. L.; CORDEIRO, S. A. Produto interno bruto do setor florestal brasileiro, 1994 a 2008. Revista Árvore, v. 38, n. 4, p. 725-

732, 2014. SOUZA, H. S.; CHAVES, A. G. S.; VENDRUSCOLO, D. G. S.; SILVA, R. S.; MOTTA, A. S. Processos de amostragem para estimativa de produção em plantio de teca. Agrarian Academy, v. 2, n. 03, p. 81-89, 2015.

Page 98: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

82

SPATHELF, P.; NUTTO, L. Modelagem aplicada ao crescimento e produção florestal. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2000. 71 p. STÄNGLE, S. M.; WEISKITTEL, A. R.; DORMANN, C. F.; BRÜCHERT, F. Measurement and prediction of bark thickness in Picea abies: assessment of accuracy, precision, and sample size requirements. Canadian Journal of Forest Research, v. 46, n. 1, p. 39-47, 2015. TEWARI, V. P.; MARISWAMY, K. M. Heartwood, sapwood and bark content of teak trees grown in Karnataka, India. Journal of forestry research, v. 24, n. 4, p. 721-725, 2013. THOMAS, C.; ANDRADE, C. M.; SCHNEIDER, P. R.; FINGER, C. A. G. Comparação de equações volumétricas ajustadas com dados de cubagem e análise de tronco. Ciência Florestal. v. 16, n. 3, p. 319-327, 2006. TONINI, H.; COSTA, M. C. G; SCHWENGBER, L. A. M. Crescimento da teca (Tectona grandis) em reflorestamento na Amazônia setentrional. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 59, n. 05, p. 05-14, 2009.

TORRES, D. A.; VALLE, J. I.; RESTREPO, G. Site index for teak in Colombia. Journal of Forestry Research, v. 23, n. 3, p. 405–411, 2012. VALLEJOS BARRA, O. S. Productividad y relaciones del índice de sitio com variables fisiográficas, edafoclimáticas y foliares para Tectona grandis L.F., Bombacopsis quinatum (Jacq.) Dugand y Gmelina arborea Roxb. en Costa Rica. 1996. 168 f. Dissertação

(Mestrado em Ciencias Agrícolas y Recursos Naturales) – Centro Agronómico Tropical de Investigación y Enseñanza, Turrialba, Costa Rica 1996. van LAAR, A.; AKÇA, A. Forest mensuration. Managing Forest Ecosystems. Vol. 13. Dordrecht, Springer: 2007. 383 p. VENDRUSCOLO, D. G. S.; DRESCHER, R.; CARVALHO, S. P. C.; SOUZA, H. S.; SILVA, R. S.; CHAVES, A. G. S. Forma do fuste de árvores de Tectona grandis em diferentes espaçamentos. Advances in Forestry Science, v.3, n.4, p.51-54, 2016a. VENDRUSCOLO, D. G. S.; GAVA, F. H.; DESCHER, R.; SOUZA, H. S.; CALDEIRA, G. V.; SILVA, R. S. Intensidade amostral ótima para a cubagem rigorosa de Tectona grandis L.f. Revista Brasileira de Biometria, v. 34, n. 04, p. 564-574, 2016b.

Page 99: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

83

WANG, C. Biomass allometric equations for 10 co-occurring tree species in Chinese temperate forests. Forest Ecology and Management, v.222, 9–16, 2006. WEAVER, P. L. Tectona grandis L.f. Teak. New Orleans, LA: US.

Departamento f Agriculture, Forest Service, Southern Forest Experimentation Station, 1993. 18 p. ZUCCHI, J. Análise de dados do setor de florestas plantadas no estado de Mato Grosso. 2011. 36 f. Monografia (Especialização em Gestão Florestal) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011.

Page 100: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

84

7 APENDICES

APENDICE 1. DISPERSÃO DOS RESÍDUOS PERCENTUAIS (eixo y) EM

FUNÇÃO DO DAP (eixo x) E DESVIO PADRÃO RESIDUAL (D.P) PARA A ESCOLHA DA MELHOR ARQUITETURA DE REDE EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE NEURONIOS NA CAMADA OCULTA (C.O).

Page 101: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

85

APENDICE 2 - ANALISE DE VARIÂNCIA DO TESTE DE IDENTIDADE

DE MODELOS PARA O CRESCIMENTO EM ALTURA DOMINANTE

Comb. FV GL SQ QM Fcal Ftab p-valor

Ge

ral

Par C 16 36086,679 Par R 3 35460,493 R H0 13 626,187 48,1682 43,485 1,172 1,64.10-22 Res 309 342,275 1,1077

Total 325 36429

AxB

Par C 6 90059,168 Par R 3 89875,442 R H0 3 183,726 61,2419 54,805 2,630 3,15.10-29 Res 362 404,517 1,1175

Total 368 90463,7

AxC

Par C 6 14407,349 Par R 3 14379,072 R H0 3 28,277 9,4256 8,361 2,672 3,89.10-05 Res 134 151,058 1,1273

Total 140 14558,4

AxD

Par C 6 96054,839 Par R 3 95574,449 R H0 3 480,390 160,1300 135,121 2,628 1,02.10-59 Res 383 453,886 1,1851

Total 389 96508,7

AxE

Par C 6 24744,942 Par R 3 24429,404 R H0 3 315,538 105,1792 73,359 2,652 1,18.10-31 Res 192 275,284 1,4338

Total 198 25020,2

AxF

Par C 6 40388,402 Par R 3 40347,351 R H0 3 41,050 13,6834 8,961 2,643 1,20.10-05 Res 237 361,881 1,5269

Total 243 40750,3

BxC

Par C 6 10021,807 Par R 3 9946,885 R H0 3 74,922 24,9739 66,922 2,707 9,76.10-23 Res 89 33,211 0,3732

Total 95 10055,0

BxD

Par C 6 71330,222 Par R 3 71220,998 R H0 3 109,224 36,4080 37,427 2,641 5,32.10-20 Res 249 242,218 0,9728

Total 255 71572,4

BxE

Par C 6 15769,580 Par R 3 15335,618 R H0 3 433,963 144,6443 164,724 2,680 2,25.10-42 Res 120 105,380 0,8782

Total 126 15875,0

continua…

Page 102: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

86

continuação… Comb. FV GL SQ QM Fcal Ftab p-valor

BxF

Par C 6 29562,152 Par R 3 29544,077 R H0 3 18,075 6,0250 5,247 1,663 1,78.10-03 Res 156 179,146 1,1484

Total 162 29741,3

CxD

Par C 6 14017,682 Par R 3 13791,621 R H0 3 226,061 75,3537 117,479 2,692 2,86.10-33 Res 104 66,708 0,6414

Total 110 14084,4

CxE

Par C 6 8841,635 Par R 3 8728,334 R H0 3 113,301 37,7668 53,265 2,696 1,39.10-20 Res 99 70,195 0,7090

Total 105 8911,8

CxF

Par C 6 12493,952 Par R 3 12429,746 R H0 3 64,206 21,4020 25,010 2,688 2,18.10-12 Res 109 93,277 0,8557

Total 115 12587,2

DxE

Par C 6 23067,903 Par R 3 22080,302 R H0 3 987,600 329,2002 303,047 2,667 5,43.10-62 Res 144 156,427 1,0863

Total 150 23224,3

DxF

Par C 6 37967,033 Par R 3 37822,735 R H0 3 144,289 48,0993 37,316 2,654 7,26.10-19 Res 183 235,884 1,2890

Total 189 38202,9

ExF

Par C 6 20704,546 Par R 3 20241,806 R H0 3 462,740 154,2467 109,655 2,664 7,82.10-38 Res 152 213,811 1,4067

Total 158 20918,4 FV= fonte de variação; GL= grau de liberdade; SQ= soma dos quadrados; QM= quadrado médio; Fcal= F calculado; Ftab= F tabelado; Par C= número de parâmetros do modelo completo; Par R= número de parâmetros do modelo reduzido; R H0= diferença; Res= resíduo; A = Cáceres; B = Indiavaí, C = Figueirópolis D’Oeste, D = Nova Maringá; E = Santo Antônio do Leverger; F = Alta Floresta.

Page 103: MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE POVOAMENTOS DE … · Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MODELAGEM APLICADA AO MANEJO DE ... família pelo apoio na

87

APENDICE 3 – ANALISE DE VARIÂNCIA PARA O TESTE DE IDENTIDADE DE MODELOS PARA VALIDAÇÃO DA ANATRO

Comb. FV GL SQ QM Fcal Ftab p-valor

AxI

Par C 6 10806,321 Par R 3 10774,045 R H0 3 32,276 10,7586 56,722 2,684 1,64.10-22 Res 114 21,623 0,1897

Total 120 10827,9 FV= fonte de variação; GL= grau de liberdade; SQ= soma dos quadrados; QM= quadrado médio; Fcal= F calculado; Ftab= F tabelado; Par C= número de parâmetros do modelo completo; Par R= número de parâmetros do modelo reduzido; R H0= diferença; Res= resíduo; A = base de dados da ANATRO; I = base de dados do inventário.

APENDICE 4 – ANALISE DE VARIÂNCIA PARA O TESTE DE

IDENTIDADE DE MODELOS ENTRE AS EQUAÇÕES VOLUMÉTRICAS

Comb. FV GL SQ QM Fcal Ftab p-valor

AxCxD

Par C 9 34,584 Par R 3 34,577 R H0 6 0,007 0,0012 1,856 2,118 0,087 Res 470 0,0007 0,0007

Total 479 FV= fonte de variação; GL= grau de liberdade; SQ= soma dos quadrados; QM= quadrado médio; Fcal= F calculado; Ftab= F tabelado; Par C= número de parâmetros do modelo completo; Par R= número de parâmetros do modelo reduzido; R H0= diferença; Res= resíduo; A = Cáceres; C = Figueirópolis D’Oeste, D = Nova Maringá.