modalidades, tipos e fases da licitação - módulo v
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MÓDULO V - PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA
A Linha 4 - Amarela do Metrô de São Paulo (área construída de 20.594,84 m2,
inaugurada em 15/09/11) foi o primeiro empreendimento do país a contar com
uma Parceria Público-Privada - PPP.
O novo mecanismo de participação do setor privado em projetos públicos tem o
objetivo de complementar os grandes investimentos governamentais na
expansão e melhoria de serviços de grande importância social.
No caso da Linha 4 -Amarela, a PPP previu a concessão de sua operação
comercial, pelo prazo de 30 anos, a agente privado que tem também a
responsabilidade pelo investimento na compra da frota de trens e de outros
sistemas operacionais, como sinalização e controle; telecomunicações móveis
e supervisão; e controle centralizado.
Portal do Governo de São Paulo – 29/11/2006
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Unidade 1 - Visão geral das PPPs
O marco legal das parcerias público-privadas foi a Lei nº. 11.079/2004 que
instituiu normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada
no âmbito da Administração Pública.
Mas observem que as PPP evoluem no Direito Administrativo brasileiro de
forma ainda muito tímida.
Também é fato que desde 2004 há no Congresso outros projetos que têm
como propósito alterar a Lei nº. 8.666/93 que regulamenta as licitações e
contratos, e que versam sobre as PPP’s. Urge um espírito mais empreendedor
do Estado.
A boa nova é que o caminho seguido pela Administração Pública brasileira
aponta para a celeridade no processo licitatório, inclusive, com o investimento
na tecnologia da informação (TI). Daí decorre uma visão mais próspera para o
incremento nas “Parcerias Público-Privadas”. Entretanto é certo, estas últimas
prometem trazer bastante discussão.
Já vislumbrando esse cenário, algumas Unidades Federativas começam a
desenhar os procedimentos de compra de bens e serviços nesta “nova
proposta”, como é o caso apresentado por São Paulo.
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A experiência com as parcerias público-privadas tem seu histórico relacionado
às políticas liberais implementadas pelo governo da Primeira-Ministra britânica
Margareth Tatcher, entre os anos 1979 e 1990. Substituindo o governo anterior
do Partido Trabalhista inglês, a primeira-ministra empreendeu uma série de
reformas liberalizantes capitaneadas por privatizações e por inúmeras
parcerias com o setor privado. Não só a Inglaterra, mas praticamente todos os
Estados nacionais se ressentiam da incapacidade financeira para manutenção
dos serviços públicos e para a realização de investimentos em novas
demandas sociais.
Esta crise persiste, pois os níveis de endividamento aos quais os Estados se
submeteram para financiar investimentos públicos levaram a dívidas internas e
externas gigantescas. Em geral tais dívidas foram roladas por meio de altas
taxas de juros e grande inflação. Os ajustes a que os Estados se submeteram
para equacionar tais problemas implicaram em um controle dos gastos
públicos, o que diminuiu sua capacidade de investimento.
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O Brasil participou deste mesmo processo: endividamento, alta inflação, planos
de estabilização, renegociação de dívida e controle de contas públicas. A
mesma restrição quanto às verbas destinadas aos investimentos públicos afeta
o Brasil, assim as parcerias público-privadas se tornam um instrumento de
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abertura para estes investimentos. As PPPs, bem como outros projetos
relacionados a mudanças referentes a licitação e contratos, já se encontram
em discussão desde 2004, em especial após sua instituição pela Lei nº.
11.079/2004 (alterada pelas Leis nºs 12.024/09, 12.409/11 e MP nº 575, de
07/08/12. O Decreto nº 5.385/05 instituiu o Comitê Gestor de Parcerias Público-
Privadas Federais).
As parcerias público-privadas são contratos estabelecidos entre o setor público
e o setor privado, a partir do qual este último recebe a incumbência de prover
serviços tidos como essencialmente públicos, assim como providenciar os
investimentos necessários à implementação destes. Em geral, aqueles projetos
que exigem a utilização de grandes somas de capital para sua realização e são
projetos de longo prazo de constituição estão na mira das PPPs. Em tese estas
parcerias possibilitariam casar as capacidades de gestão e investimento do
setor privado com a impossibilidade estatal de prover tais recursos. O artigo 4º
da Lei nº. 11.079/2004, em seu inciso III, estabelece que apenas as funções de
regulação, jurisdicional, exercício de poder de polícia e demais atividades
exclusivas do Estado é que não são passíveis de serem reguladas e fornecidas
pela iniciativa privada, não podendo ser contempladas por parcerias público-
privadas.
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As PPPs podem ser vistas como uma nova forma de colaboração entre Estado
e setor privado. Devemos lembrar que as relações de colaboração entre o setor
público e o setor privado já ocorrem por meio de outras formas, já
consagradas, de contrato: administrativos, de construção, de prestação de
serviço, de compras. Todas elas são geradas pela necessidade do Estado em
utilizar serviços e matéria-prima das empresas privadas. As parcerias seriam
apenas uma nova modalidade de contrato que possibilitaria esta utilização.
Mas onde se encontra a diferença? Como vimos, a incapacidade de
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investimento do Estado faz com que ele se volte à capacidade de investimento
da iniciativa privada, mas esta necessita de garantias para os investimentos
efetuados.
A implementação de marcos regulatórios que garantam às empresas
investidoras o retorno do capital aplicado é a exigência maior da constituição
de parcerias. O histórico estatal de não pagamento de serviços prestados pela
iniciativa privada e contratados com ele acaba por intimidar o direcionamento
de capital a qualquer empreendimento de serviços públicos; e é à diminuição
desta insegurança que a regulação das PPPs objetiva. Mas não só.
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Há também um objetivo contábil e financeiro estatal por trás desta regulação.
Como os Estados necessitam manter as contas públicas em situação
confortável, isto é, manter superávits para pagamento de seu endividamento,
qualquer investimento em infra-estrutura ou serviços é contabilizado como
dívida. Este dispêndio de capital incide como aumento da dívida do país e
diminui o espaço para um superávit nas contas estatais. Com as PPPs, aquilo
que seria endividamento se torna gasto de custeio, que entra no orçamento do
país como manutenção da estrutura pública.
O resultado, contábil, é não aumentar a dívida do país, o que não quer dizer
que outros mecanismos de controle não tenham que ser criados. Passa a ser
interessante perceber que os cálculos de risco do empreendimento, a projeção
dos custos futuros, o controle para uma gestão altamente eficaz e o dotamento
de verbas expressas no orçamento nacional seriam agora o alvo das
preocupações das contas públicas.
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A regulação não seria dependente explicitamente da elaboração de novas leis,
mas na institucionalização desta nova prática a partir da implementação das
leis existentes. Assim, o Estado poderia estabelecer contratos de prestação de
serviços por longos prazos – necessários ao retorno do investimento – sem o
investimento (endividamento) inicial. Outra vantagem das PPPs é a
possibilidade de que o contrato englobe todo o espectro de demandas
materiais e imateriais necessárias à prestação do serviço público. Por exemplo,
o Estado não precisaria fazer contratos específicos para a construção de um
sistema metroviário, para a contratação de serviços de manutenção, para a
compra de matéria-prima, para a administração do sistema, etc.
A partir da constituição da parceria, o Estado contrata todos os investimentos
necessários – da constituição de bens de capital à manutenção dos serviços
por meio da compra de insumos materiais e contratação de pessoal – com sua
parceira por um período longo, no qual o parceiro tem as condições de
recuperar o capital a partir do fornecimento do serviço contratado segundo
critérios de qualidade estabelecidos em contrato e com retorno mínimo
garantido também contratualmente pelo Estado.
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Duas questões estão na base da constituição de um marco institucional para as
parcerias público-privadas: a confiança e a credibilidade. Interligadas de
maneira irrevogável, apresentam o que há de característico no conceito de
parceria. A credibilidade do Estado se encontra na constatação de que cumpre
os contratos nos termos estabelecidos; a credibilidade da empresa parceira
está na eficiência e eficácia com a qual fornece o serviço em apreço. A seu
turno a confiança do Estado se remete à justa realização dos serviços públicos
que são sua obrigação social; em outro giro, a confiança da empresa parceira
está no retorno garantido do investimento realizado.
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Na equação dos interesses do Estado e das empresas parceiras contratadas é
que as PPPs encontram o sucesso ou fracasso. O equilíbrio do lucro desejado
pela iniciativa privada, do serviço de qualidade exigido pela sociedade e da
capacidade organizacional do orçamento estatal não será atingido apenas com
a instituição de leis e normas. O sucesso das PPPs exigirá a qualificação da
gestão financeira pública, do planejamento de serviços em função das
demandas sociais futuras e da capacidade organizacional das empresas em
fornecer os serviços necessários a estas demandas.
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Leia mais
As parcerias público-privadas: solução ou problema?
(Tese de mestrado no UniCeub de Gilson Dantas de
Santana e Hélio de Souza Rodrigues Júnior.
Entrevista com a advogada e professora doutora
Vera Caspari Monteiro, oportunidade em que
são analisados os limites, aplicações e possíveis
caminhos para a implementação das parcerias
público-privadas. Clique aqui (in http://www.pppbrasil.com.br/
portal/content/entrevista-vera-caspari-monteiro).
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Licitação.
Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma
releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu
domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a
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a sua certificação de conclusão do curso.