mobilização pelas mudanças - fenae

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Mobilização pelas mudanças Os empregados da Caixa se empenham na redefinição de rumos para a empresa, intensificam a mobilização por mudanças nas relações de trabalho e avançam na conquista de suas reivindicações U n i d a d e de todos os bancários assegura avanços na campanha salarial de 2003

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Page 1: Mobilização pelas mudanças - Fenae

Mobilizaçãopelas mudanças

Os empregados da Caixa se empenhamna redefinição de rumos para a empresa,

intensificam a mobilização por mudançasnas relações de trabalho e avançam

na conquista de suas reivindicações

U n i d a d e de todos osbancários asseguraavanços na campanhasalarial de 2003

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Da Redação

Rumo paraa Caixa

Adireção da Caixa indicada pelo presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva está completando um anode atividades. Muita coisa mudou, cumprindo as ex-

pectativas dos empregados e da sociedade. Muito ainda semantém como no governo anterior, o que gera apreensão edescontentamento. FENAE AGORA traça um perfil do queestá acontecendo na Caixa e de quais são as perspectivas parao próximo período.

Nesta edição, o noticiário da revista traz informações so-bre assuntos de interesse dos empregados da Caixa. Alguns pon-tos mereceram destaque, a exemplo do balanço da campanhasalarial unificada, da elaboração do novo plano de benefícios daFuncef, do PSI (Processo Seletivo Interno) e da nova política desaúde para a Caixa. Na galeria de destaques, encontra-se aindao aniversário de 18 anos da primeira greve nacional dos empre-gados da Caixa, realizada em 30 de outubro de 1985. Na época,o movimento reivindicava a jornada de 6 horas e o direito desindicalização, naquilo que foi uma lição de organização, mobi-lização e participação em todo o país.

Com esta edição, FENAE AGORA fecha o ano de 2003desejando a seus leitores Boas Festas e Feliz Ano Novo.

Errata - A edição anterior trouxe SãoPaulo, Rio de Janeiro e Belo Horizontecomo as três maiores cidades do país. Naverdade, são as três maiores regiões me-tropolitanas. A terceira maior cidade é Sal-vador, e não BH.

P.S. - A campanha salarial provo-cou atraso no fechamento desta edição,que vale para o período de 15 de dezem-bro a 1o de fevereiro.

Fenae Agora 15/12/2003 a 01/02/2004

Empregados da Caixa semobilizam pelas mudanças

Senadora Ana Júlia aponta osavanços da campanha salarial

Primeira greve nacional naCaixa completa 18 anos

Sem ameça de privatização,Caixa amplia suas ações

Dieese explica conceitossobre juros e taxa Selic

GT elabora mudanças para oplano de benefícios da Funcef

Distorções nos critérios doPSI precisam ser removidas

Assistência à saúde terá novoprograma a partir de 2004

O conceito de mercado decapitais e o papel da CVM

Margarida Alves, uma líderrural de fibra e de coragem

Clube da Apcef/DF édestaque em Brasília

Fenae divulga vencedoresdo concurso de literatura

Jogo de dama no Brasilsegue regras internacionais

Transgênicos sob a mirade polêmicas ambientais

Moradores de Florianópolismantêm o "Pão-por-Deus"

Na coluna "Variedades",a mensagem de ano novo

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Rede

Signos da vidaPara quem olha para o céu em

busca de respostas, a Internet tam-bém tem seus locais. Várias pági-nas em português oferecem versõesresumidas de mapas astrais.

Sem pagar nada, é possívelfazer uma versão rápida de mapaastral em:

Sol e chuvaQuem quiser saber sobre o tempo pode ir à página

www.cptec.inpe.br, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Cli-máticos, vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Nosítio, estão disponíveis boletins de tempo e de clima, imagens de saté-lite, previsão de ondas, monitoramento de chuvas e nível de rios, ob-servações meteorológicas a ambientais, pesquisa e desenvolvimento.

Mais meteorologia:www. inmet.gov. br - O tempo oficial do Brasil está no Instituto

Nacional de Meteorologia, ligado ao Ministério da Agricultura.orion.cpa.unicamp.br/portal/index.php - previsão do tempo e ima-

gens de satélite pela Universidade de Campinas,www.lpm.meteoro.ufrj.br - laboratório da Universidade Federal

do Rio de Janeiro.

Muito além de 2+2

Artes de lutaTradicional fonte de medalhas em competições esportivas para o

Brasil o judô é coordenado no país pela Confederação Brasileira damodalidade. A página

Arquimedes foi um dos tantosgrandes mestres que apresenta-ram problemas matemáticos. Sim-ples em princípio, alguns enigmaspodem levar até anos para seremdecifrados. Outros continuam semsolução até hoje. Veja desafios aoraciocínio em páginas nacionais:

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Empregados da Caixa se mobilizam poruma empresa melhor para se trabalhar,com dignidade profissional e perspectivasde melhor servir à sociedade

Da resistênciaà mobilização• Evandro Peixoto

Jornalista da Fenae

O s bancários da Caixamantêm acesa a chamadas mudanças. Em sin-

tonia com o que ocorre no país,cuidam para que a empresa emque trabalham retome a sua vo-cação social, tanto no relaciona-

mento externo com seus clientes eparceiros, quanto interno com seusempregados e aposentados.

Foi o que se constatou naluta mais recente, travada comafinco pela categoria, em defesada dignidade profissional e poruma Caixa decente.

A mobilização que tomouconta das unidades da empresa por

todo o país, culminando com umagreve de 9 dias no mês de outubro,demonstrou uma vez mais essa al-tivez e firmeza de propósitos. O mo-vimento teve como norte a consoli-dação da unidade da categoria ban-cária e a busca pela aplicação daConvenção Coletiva Nacional dosbancários também para os traba-lhadores dos bancos públicos.

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Os empregados da Caixa vi-nham reivindicando a Conven-ção Nacional há vários anos edesde 1985 exigem o reconheci-mento pleno da condição de ban-cários. Este ano, conquistarampraticamente o mesmo acordoobtido pelos demais trabalhado-res da categoria.

Houve uma valorização daremuneração fixa, ao contrário doque vinha ocorrendo nos últimos

anos com a política de reajuste zeroe meros abonos do governo FHC.

O acordo assegura ainda acontinuidade das negociações es-pecíficas, com instalação de gruposde trabalho para avaliação das de-missões pela RH 008 (norma dasdemissões sem justa causa), pararedefinição do PSI (Processo Sele-tivo Interno), para acompanhamen-to e implantação do PCS (Plano deCargos e Salários), para a revisão

do Sipon (Sistema de Ponto Eletrô-nico) e horas extras, e para tratarde segurança bancária.

O empenho dos emprega-dos da Caixa pela criação de umnovo ambiente na empresa, semespaço para desrespeito aos seusdireitos, perseguições e assédiomoral, iniciou-se já na fase detransição para o novo governo efoi mantido ao longo de todo oano de 2003. O primeiro passono sentido das mudanças foi oreconhecimento da representa-ção sindical e a retomada dodiálogo com a empresa, para oestabelecimento de um processode negociações permanentes.

A CNB/CUT (ConfederaçãoNacional dos Bancários) e seussindicatos, que têm em suas ba-ses 90% dos bancários do país,

Sindicatos asseguram aretomada do diálogo, comnegociações permanentes

Acordo histórico paraos bancários da Caixa

Oano de 2003 é um marcohistórico para os bancá-rios. Pela primeira vez, a

campanha salarial da categoriafoi unificada de fato, com a atu-ação dos trabalhadores dos ban-cos públicos ao lado dos funcio-nários das instituições privadas.

Como resultado, os em-pregados da Caixa conquista-ram um acordo salarial seme-lhante ao dos demais segmentosda categoria. A empresa com-prometeu-se, no acordo, a apli-car os principais itens da Con-

venção Coletiva Nacional firma-da entre a categoria bancária ea Fenaban (Federação Nacionaldos Bancos).

A Convenção Coletiva Naci-onal foi instituída em 1992 e ja-mais foi aplicada nos bancos fe-derais. Até agora, sempre foramnegadas aos trabalhadores daCaixa e dos demais bancos pú-blicos as conquistas obtidas pelacategoria em negociação com osbanqueiros.

Com uma greve de 9 dias,os empregados da Caixa reafir-

maram as decisões de seus últi-mos congressos (Conecef), deatuar em conjunto com os demaistrabalhadores do mesmo ramode atividade, e rejeitaram o fe-chamento de um acordo em pa-tamar inferior ao obtido pelo res-tante da categoria bancária.

Esta unificação foi possívelapenas pelo novo momento polí-tico pelo qual passa o país. As di-ferenças continuam, e isto foi ex-pressado pelos dois lados. Mas, apartir de agora, o período de rei-vindicações sem eco dá lugar auma negociação em que os resul-tados são concretos.

A campanha salarial desteano expressou um significativoavanço na unidade pela qual aCNB/CUT (Confederação Nacio-

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Revogação da RH 008 amenizou o clima de apreensão e angústia nas unidades da empresa

passaram a ser reconhecidos defato como os representantes dostrabalhadores. Nos últimos anos,a representação dos bancários vi-nha sendo usurpada pela Contec(Confederação Nacional dos Tra-balhadores em Empresas de Cré-dito), cuja base sindical não ultra-passa 10% da categoria. Com ela,eram firmados acordos à reveliados bancários da Caixa.

A primeira demonstraçãoda mudança no processo de nego-ciação veio, ainda no início do ano,

com a revogação da RH 008(normatização das demissões semjusta causa) e com o compromissoda direção da empresa de buscar re-verter a cultura do assédio moral,herdada de administrações anterio-res. O acordo 2003/2004, resultan-te da recente mobilização dos ban-cários, avança um pouco mais naquestão da RH 008 ao criar um gru-po de trabalho para debater o retor-no dos demitidos, analisando casoa caso. Já em relação ao assédiomoral, falta à empresa adotar as

medidas práticas que possam elimi-nar tal excrescência o mais rapida-mente possível.

Entre os avanços obtidos nasnegociações permanentes estãotambém os grupos de trabalho quese dedicaram à elaboração de umnovo programa de assistência mé-dica para a Caixa e de um novoplano de benefícios para a Funcef(confira matérias sobre estes as-suntos na páginas 16 e 20).

Mas nem tudo tem o rumoe o compasso das mudanças. Res-

nal dos Bancários) e os sindica-tos vinham trabalhando nos últi-mos anos. Revelou ainda um cres-cimento expressivo do poder demobilização dos bancários da Cai-xa e do Banco do Brasil. As as-sembléias tiveram participaçãomassiva dos trabalhadores, quetambém se mobilizaram em para-lisações e protestos, reforçando omovimento que culminou na gre-ve vitoriosa.

Como resultado, está ocumprimento praticamente integralda Convenção Coletiva Nacional,

Mobilização dos bancários daCaixa em todo o pais assegura

o sucesso da greve de 9 dias

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tam inúmeros problemas a seremresolvidos pelos atuais adminis-tradores. A política de recursoshumanos, o modelo de gestão eas relações de trabalho ainda nãoconseguiram superar as distor-ções e gargalos remanescentes doautoritarismo que imperou nospostos de comando da Caixa nosúltimos anos.

Nas administrações da eraFHC, os bancários da Caixa sofre-ram pressões absurdas para o cum-primento de metas; conviveram comas consequências danosas da tercei-rização; assistiram a um processo

acelerado de desmonte da empre-sa, rumo à privatização; e ainda vi-ram suas entidades representativasserem perseguidas e ameaçadas deterem suas atuações enfraquecidas.

Ao ser empossada, a atual di-reção da Caixa recebeu dos repre-sentantes dos bancários o docu-mento "Por uma Caixa decente",no qual eram identificados os pon-tos críticos do modelo de gestão emvigor, com propostas de mudançasa serem implementadas. Vários dostemas levantados ainda permane-cem pendentes de discussão e deencaminhamento de soluções. A

extrapolação da jornada de 6 ho-ras está entre os principais deles.

A extrapolação da jornadaatinge indistintamente a todos osempregados e, em particular, osque detêm função técnica e vivemsob a imposição de trabalhar 8horas ou mais por dia. O retornoà jornada original para as fun-ções técnicas é indispensável nãosó ao restabelecimento da justi-ça, como também à interrupçãodo acúmulo de passivo trabalhis-ta pela empresa.

Para as representações dosempregados, conforme destacamno documento entregue aos novosadministradores, "é necessário quea direção da Caixa estabeleça anormalidade e a justiça no trato dajornada de trabalho, garantindoque ela se dê dentro dos limites le-

"Por uma Caixa decente":documento foi entregue àempresa no início dos debates

que põe fim à lógica da fragmen-tação da categoria, que impe-rou na era FHC, além de esta-belecer um novo patamar paraas negociações salariais dospróximos anos.

O desafio, a partir de ago-ra, é consolidar a unificação dacategoria bancária e ampliarsuas conquistas, após anos deisolamento e de reajuste zero.Em um novo momento político,o movimento dos empregadosda Caixa e o movimento ban-cário demonstram uma novadisposição e mais força para anegociação e a conquista de di-reitos e avanços

Outra importante vitória dasnegociações da campanha sala-rial deste ano foi o reconhecimen-

to da CNB/CUT e de seus sindi-catos como as legítimas represen-tações dos bancários. A CNB/CUT representa mais de 90% dosbancários do país.

A campanha também podesignificar o fim do desrespeito daempresa para com as entidadesrepresentativas legítimas dos em-pregados.

Desfecho das negociações foi debatido em grandes assembléias

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Ainda há muito o que mudarpara melhorar o ambiente detrabalho na Caixa

gais e, quando houver necessida-de de eventuais extrapolações dohorário, que as horas extras sejamdevidamente remuneradas".

A fraude do trabalho extraor-dinário acabou institucionalizada naCaixa com a implementação doSipon (Sistema de Ponto Eletrôni-co). Entre outras coisas, o sistemapossibilitou às chefias o uso de me-canismos de acertos nos registros,impondo pesados prejuízos aos ban-cários. A alteração do Sipon aguar-da providências.

São aguardadas ainda ini-ciativas que agilizem a reversãodas contratações de prestadores deserviços. A terceirização alcançouum patamar insustentável. Os con-tratados por locadoras de mão-de-obra, mais estagiários, já são maisda metade dos trabalhadores que

Principaisitens do acordo

• 12,6% de reajuste sobre salá-rio-padrão e cargos comissionados/função de confiança;

• 10% de reajuste para os car-gos da carreira técnica de as-sessoramento, e de 5% para oscargos da carreira gerencial e deassessoramento estratégico e dacarreira negociai;

•abono de R$ 1.500,00, a serpago até 10 dias após a assinatu-ra do acordo;

•participação nos lucros eresultados no valor de R$650,00 acrescido de 80% da re-muneração-base (não incluídoo CTVA). Pagamento de 50%em novembro de 2003 e 50%

até março de 2004;• auxílio cesta-alimentação de

R$ 100,00 até agosto de 2004.Em setembro de 2004, o valorpassa a corresponder 75% da

cesta-alimentação acertada coma Fenaban e, em setembro de2005, será igualado;

•auxílio-alimentação ou refei-ção de R$ 11,67.

Acordo assegurou a PLR nos termos acertados com a Fenaban

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Contas simplificadas atraemclientela de baixa renda, massegmentação ainda persiste

atuam na empresa.O descasamento entre a es-

tratégia adotada pela instituiçãonos últimos anos e sua políticade recursos humanos provocouprofundas distorções nos locaisde trabalho, que acumulam défi-cit de milhares de empregados emtodo o país. "A solução - dizemas representações dos emprega-dos - passa, necessariamente,pela contratação de novos funci-onários, inclusive para suprir asnecessidades da empresa em áre-as nas quais o processo de ter-ceirização foi irresponsável, cau-sando sérios prejuízos à Caixa ea seus trabalhadores".

Ao abordar o assunto, o vice-presidente de Logística, PauloBretas, diz apenas que o númerode terceirizados "vai se reduzirbastante pela substituição por em-pregados da Caixa e pelos proces-sos tecnológicos". Segundo ele,não há uma proporção entre ter-ceirizados e concursados que sepossa considerar a ideal e sim"uma política a ser aprovada noConselho Diretor da empresa".

O movimento dos emprega-dos defende a realização de con-curso público para suprir as carên-cias do quadro efetivo. Os novosadministradores afirmaram, em di-versas oportunidades, que a em-presa pretende selecionar 20 milnovos bancários, e que a realiza-ção do concurso estaria na depen-dência apenas de aprovação dosMinistérios da Fazenda e do Pla-nejamento. No entanto, ao ser in-dagado sobre o número de bancá-rios que a Caixa pretende contra-tar até o final de 2004, Paulo Bretas

restringiu-se a dizer que, "para2003, entrando em 2004, deverãoser contratados 4.800", contingen-te composto por aprovados emconcursos anteriores.

Fala-se também na empre-sa da preparação de um novoplano de demissões voluntárias,cujo objetivo seria atingir 10 miladesões. O vice de Lo-gística disse que "nadahá neste sentido atéo momento".

Além dos efeitosda carência de pesso-al, o atendimento e acondução dos negóci-os sofrem também re-flexos da segmentaçãoimplantada na gestãoanterior. A medida, adotada com oobjetivo de reduzir custos de mão-de-obra e adequar a área comerci-al ao modelo privado, resultou emexclusão e discriminação a clientes,

sobretudo aos de baixa renda. Pordecisão de governo, os excluídosestão resgatando espaço na Caixa,mas sem que o modelo desegmentação tenha sido revisto.

O desafio que se coloca apartir de agora para os trabalha-dores da Caixa é manter a dis-posição de luta do período da

campanha salarial,para fazer avançar asolução dos proble-mas que ainda os afli-gem e dificultam a atu-ação da Caixa comobanco público, a ser-viço da sociedade. Asnegociações com aempresa serão perma-nentes e envolverão os

mais diversos assuntos. E já co-meçam a ser compostos os gru-pos de trabalho (PCS, PSI, Sipone horas extras) previstos no acor-do coletivo recém-assinado. O

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Movimento

Senadora aponta os avançosda campanha unificada

O acordo coletivo dos ban-cários da Caixa e do Ban-co do Brasil foi conquis-

tado com greve e com muita ha-bilidade de suas representaçõesna mesa de negociação. Mas foitambém de grande valia o empe-nho dos parlamentares bancári-os em fazer avançar as propostascolocadas em discussão. Entre osque se dedicaram à busca demelhorias para o acordo está asenadora Ana Júlia Carepa (PT-PA), com a qual falou a reporta-gem de Fenae Agora.

FA: Que avaliação a senhorafaz da campanha salarial dos ban-cários em 2003?

Ana Júlia: Sem dúvida ne-nhuma nós vimos um outro pa-tamar de discussão com a cate-goria dos bancários, em especi-al um tratamento completamen-te diferenciado com os bancospúblicos. A greve foi um impor-tante instrumento dos trabalha-dores, um instrumento legítimo.Mas eu acho que ter chegado aoacordo que se chegou, conse-guindo o mesmo índice de rea-juste que os bancários de ban-cos privados obtiveram, conse-guindo uma série de vantagens,inclusive para os funcionáriosnovos, mostra que o governoLula deu um tratamento muitodiferenciado ao trabalhador. Foio maior reajuste salarial que osbancários de bancos públicos ti-veram nos últimos oito anos.

FA: Os acordos foram melho-res que nos anos anteriores?

A senadora Ana Júlia empenhou-se pelos bancários da Caixa e BB

Ana Júlia: Acho que o fatodiferenciador para as entidadesé o reconhecimento que o gover-no demonstrou em relação à re-presentatividade dos sindicatos,não obrigando o bancário a serrepresentado por uma entidadeque ele não reconhece, no casoa Contec, que conta com um nú-mero inexpressivo de sindicatosa ela filiados. 0 governo nego-ciou com quem tem representa-tividade de fato, em respeito àhistória de luta e de organizaçãodos trabalhadores.

Ana Júlia: Os acordos foraminfinitamente melhores que nosanos anteriores. Nos últimos oitoanos, em nenhuma campanha sa-larial o reajuste passou de 5%. Amaioria variou de zero a 1%. Ago-ra os bancários tiveram reajuste de12,6% e isso é o maior avanço queos bancários de bancos públicostiveram nos últimos 8 anos.

FA: Houve algo que se possadestacar como sendo um dado novona relação dos trabalhadores como poder público?

15/12/2003 a 01/02/2004 Fenae Agora11

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FA: Que papel tiveram os par-lamentares nas negociações?

Ana Júlia: Eu e os váriosparlamentares bancários tivemoso prazer de colaborar com a bus-ca de uma solução para o impas-se criado nas negociações. Nocalor da greve, conseguimosintermediar com o governo, quedemonstrou sensibilidade e pro-piciou alterações nas propostasde acordo, com melhorias impor-tantes para os trabalhadores. Nossentimos gratificados pelo êxito denossa atuação, uma vez que oacordo alcançado tornou-se umfato histórico para os trabalhado-res dos bancos públicos.

FA: Quais as perspectivaspara os bancos públicos e seus tra-balhadores no próximo período?

Ana Júlia: O governo apon-ta com concursos e com a substi-tuição dos prestadores de serviçosnos bancos públicos, medidas queconsidero muito importantes paraos bancos e para a categoria ban-cária. Outra perspectiva que estádada é de fazer com que os ban-cos públicos passem a funcionarrealmente como alavancas do de-senvolvimento do país. Os nossosbancos não podem se sustentarapenas em juros, que são lucrosfictícios, um tipo de lucro que nãointeressa ao país. O lucro deve es-tar alicerçado naquilo que é a es-sência da atividade bancária, queé o financiamento do setor produ-tivo, para gerar emprego, para dis-tribuir renda, para melhorar a qua-lidade de vida da nossa população.E nessa direção que estaremosatribuindo o papel adequado àsinstituições financeiras públicas econstruindo um futuro melhor paraos seus trabalhadores e para osdemais cidadãos brasileiros.

18 anos da primeiragreve nacional

12Fenae Agora

Paralisação teve comoponto de partida amobilização dosauxiliares de escritório

m 30 de outubro de 1985,os bancários da Caixadeflagaram greve nacio-

nal pela efetivação da jornadade seis horas e pelo direito à sin-dicalização. Em outras pala-vras, cruzaram os braços paraserem reconhecidos - de fato ede direito - como integrantes dacategoria bancária.

A paralisação durou 24horas e atingiu as unidades daCaixa de todo o país, com ade-são de praticamente 100% porcento dos trabalhadores. Foi oprimeiro movimento grevistade alcance nacional na histó-ria da empresa.

A greve pelas 6 horas foiconstruída a partir da mobi-lização dos auxiliares de es-critório, que buscavam serenquadrados como escritu-rários na carreira técnico-administrativa.

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do houve uma mudança no PCS ecriou-se a função de técnico ban-cário, com salários inferiores aos deescriturários. E, a exemplo da aspi-ração que moveu lá atrás os auxili-

ares de escritórios, oshoje técnicos bancáriostambém erguem a ban-deira da isonomia com

governo de João Ba-tista Figueiredo.

As atividades atri-buídas aos auxiliaresde escritórios eram ba-sicamente as mesmasdos escriturários, maso piso para a nova fun-ção correspondia à me-tade do salário de in-gresso previsto no PCS (Plano deCargos e Salários).

A situação era idêntica à quese deu sob o governo FHC, em1998 (gestão Sérgio Cutolo), quan-

os escriturários, pleitoreferendado pelo XIXConecef (CongressoNacional dos Emprega-dos da Caixa), realiza-do no mês de julho, emSão Paulo.

Com a mobilização dos auxili-ares de escritório, a empresa reali-zou, num primeiro momento, amaquiagem da mudança do nomeda função para EB (escriturário

básico) e depois um novo remendocom um processo seletivo interno,mas a distorção e o rebaixamentosalarial jamais foram equacionados.

Já a jornada de 6 horas, coma greve, foi assegurada. A Câma-ra Federal encaminhou, em regi-me de urgência urgentíssima, a vo-tação do projeto de lei 4.111-A,que estendia também aos empre-gados da Caixa o direito à jorna-da de 6 horas praticada nos de-mais bancos. A lei foi sancionadapelo então presidente José Sarneyem 17 de dezembro de 1995. O Di-ário Oficial do dia seguinte traziatambém a garantia do direito à sin-dicalização, viabilizada com a al-teração do parágrafo único do ar-tigo 556 da CLT (Consolidação dasLeis do Trabalho).

15/12/2003 a 01/02/2004 Fenae Agora 13

A carreira de auxiliar de es-critório foi criada pelo então pre-sidente da Caixa, Gil Macieira,com o propósito de reduzir salári-os. O país vivia os anos finais daditadura militar, com o

Page 14: Mobilização pelas mudanças - Fenae

Caixa

Ações ampliadas com o fimda ameaça de privatização

ACaixa livrou-se do riscoiminente de ser priva-tizada. Desde o fim da era

FHC, determinado pela vitória deLula em 3 de outubro de 2002,essa hipótese passou a ser descar-tada. A empresa passou a viveruma nova situação já a partir de1o de janeiro deste ano, antes mes-mo de serem nomeados os atuaisadministradores. "Esse foi odivisor de águas, a grande e fun-damental mudança, sem a qualestaríamos fadados a enfrentar ocaos e a falta de perspectivas paraa empresa e seus empregados",ressalta José Carlos Alonso, dire-tor-presidente da Fenae.

A eliminação da ameaçade privatização abriu o caminhopara o resgate e o fortalecimentodo papel de banco social ocupa-do pela Caixa ao longo de sua his-tória. Entre os passos dados nes-se sentido destaca-se a ampliaçãodas ações da Caixa como agentede políticas públicas. Suas contri-buições têm se dado, inclusive,nas fases de elaboração de pro-gramas e projetos governamen-tais, extrapolando a condição demera repassadora de recursos.

A mudança da trajetória dedesmonte representou ainda areversão da política de ataquessistemáticos aos empregados eàs suas entidades sindicais eassociativas.

Caixa comemora 1 milhão decontas simplificadas em ato com

a presença do presidente Lula

No cômputo das realizaçõespositivas desses últimos meses, des-taca-se a atuação da Caixa na es-truturação do cadastro único doBolsa-Família, que engloba todosos programas de transferência derenda do governo federal. A empre-sa assinou um termo de compro-misso com os seteministérios daárea social, maisos da Casa Civil edo Trabalho, noqual se credenciacomo gestora docadastro. Migra-ram para o cadastro único cercade 3,6 milhões de famílias. O to-tal de famílias no cadastro unifi-cado chegou a ll milhões, repre-sentando aproximadamente 42milhões de pessoas.

A Caixa atua na quase to-talidade dos municípios brasilei-

ros. Essa presença, aliada à suavocação histórica de banco po-pular, a torna referencial para apopulação no sistema financeiro.E essa ligação entre Caixa e so-ciedade vem se estreitando cadavez mais, com milhares de cida-dãos em todo o país tornando-se

clientes, muitosdeles abrindo, pelaprimeira vez suaconta corrente emum banco.

A Caixa ini-ciou a abertura dascontas simplifica-

das com a meta de atingir este ano500 mil clientes no programa Cai-xa Aqui. O objetivo foi rapidamentesuperado e, no dia 12 de dezem-bro, o presidente da Luís InácioLula da Silva comemorou a conta1 milhão, em ato realizado na ma-triz da Caixa.©

14 Fenae Agora

Page 15: Mobilização pelas mudanças - Fenae

Dieese

Juros e taxa SelicMurilo Barella, técnicodo Dieese na Fenae

Apesar de estar em queda,as taxas de juros brasileirassão das mais altas do mundo.Para esta discussão, no entan-to, é necessário compreender-mos o conceito de juro. Juro écusto do dinheiro e pode serdefinido como sendo a remu-neração que o tomador de umempréstimo deve pagar aoproprietário do capital empres-tado. Ele pode ser simples,quando calculado sobre omontante do capital, ou com-posto, quando o juro vencido enão pago é somado ao capitalemprestado, formando ummontante sobre o qual écalculado o juro seguinte.

Em sua composição entramconceitos relativos à correçãomonetária, taxas deintermediação e risco. A corre-ção monetária e as taxas deintermediação são custosrelativos à disponibilização dosrecursos, enquanto a lógica dorisco embute a preservação docapital. Outro aspectoconceituai importante é apreferência pela liquidez, queafirma que os agentes econômi-cos, em geral, gostam de ter odinheiro disponível para usá-lodo jeito que lhes aprouver. Eaqui que a influência do jurosobre a economia fica explícita.

Quando falamos de remu-neração de capital, estamosfalando de custo de oportunida-de: quanto este capital estariarendendo, neste momento, seestivesse sendo usado em outronegócio? O custo de oportunida-

Taxa de administração

Correção monetária

de do dinheiro é altíssimo e é tantomaior, quanto maior seu montante.Ou seja, "dinheiro faz dinheiro".

O sistema capitalista ébaseado nos gastos: gasta-se emequipamentos e insumos paradisponibilizar mercadorias para oconsumidor gastar a sua renda.Existe um fluxo de consumo eprodução, cujo condicionante sãoas despesas. Compro uma máqui-na de costura agora ou deixo odinheiro no banco? Faço umcrediário ou adio a minha compra?

Na reflexão acima, é possívelverificar que existe um horizontede tempo. Os retornos dos investi-mentos têm uma natureza tempo-ral condicionada ao consumo. Astaxas de juros impactam direta-mente na decisão do gasto.Sabendo disso, o governo, pormeio das autoridades monetárias,atua aumentando ou diminuindoa taxa de juros, para sinalizar aosagentes o ritmo da economia.

Um dos mecanismos atuaispara esse tipo de intervenção éo Selic (Sistema Especial deLiquidação e de Custódia), quedestina-se ao registro de títulos ede depósitos interfinanceiros,bem como ao processamento de

operações de movimentação,resgate, ofertas públicas erespectivas liquidações finan-ceiras. Assim, a taxa básicautilizada como referência pelapolítica monetária é a taxaapurada no Selic, obtidamediante o cálculo da taxamédia ponderada e ajustadadas operações de financia-mento por um dia, lastreadasem títulos públicos federais ecursadas no referido sistemana forma de operaçõescompromissadas, ou seja, avenda de títulos com compro-misso de recompra assumidopelo vendedor, em conjuntocom compromisso de revendaassumido pelo comprador,para liquidação no dia útilseguinte.

Os agentes que realizamtais operações são, fundamen-talmente, as instituições finan-ceiras habilitadas: bancoscomerciais, bancos de investi-mento, corretoras e distribuido-ras de valores. A capacidadedestas instituições de movi-mentar montantes significati-vos de recursos, combinadacom o risco homogêneo dasoperações, definem a diferen-ça da taxa Selic para outrastaxas. Por exemplo, no jurobancário, que é cobrado pelosbancos nas operaçõesefetuadas junto aos clientes, ataxa varia de acordo com otipo de operação realizada:cheque especial, empréstimopessoal, desconto de duplica-ta, capital de giro etc. Nessecaso, os valores são, em geral,fixados de acordo com osmovimentos de mercado ecom a capacidade dotomador em honrar seuscompromissos.

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Funcef

Mais benefícios em umnovo plano para a fundaçãoGrupo elabora mudançasno Replan para unificaros regulamentosda fundação

Aproposta do novo plano debenefícios da Funcef já foifechada e agora está sen-

do analisada pelas instânciasdeliberativas da fundação, Cai-xa e governo federal. A elabora-ção foi finalizada pelo grupo detrabalho que, durante 3 meses,definiu os benefícios, novos ins-titutos da legislação, salários departicipação, plano de custeio,incentivos à adesão e outrospontos do plano. O grupo foi cri-ado pela Funcef, após solicita-ção da Caixa, com a participa-ção igualitária de representantesdos participantes, da patrocina-dora e da fundação.

O grupo de trabalho tripartitereuniu-se por 3 meses.para

elaborar o novo plano debenefícios da Funcef

O novo plano é construí-do na modalidade de contribui-ção definida para para os even-tos programáveis de renda e be-nefício definido para os benefí-cios de risco por morte e invali-dez e para os benefícios em ma-nutenção. Para os atuais associ-ados do REG e do Replan, foramestabelecidas regras de saldamen-to do plano atual, com a conse-quente adesão ao novo plano. Ogrupo de trabalho avalia que osaldamento é a melhor forma deviabilizar a adesão de participan-tes, para evitar os impedimentosjudiciais à migração de reservasde um plano para outro.

Também foram apresentadas,em relatório à Caixa, à Funcef eàs entidades representantivas dosparticipantes, as próximas etapasa serem desenvolvidas, que inclu-em a busca de alternativa para so-lucionar o impasse judicial surgi-do em virtude da migração de re-servas do REG/Replan para o REB;a elaboração de alterações no es-tatuto da fundação, conforme pre-missas apresentadas pelos repre-sentantes dos associados; a for-matação do termo para adesão; oestabelecimento de critérios para adivulgação do novo plano; e a via-bilização de formas de recepção deoutras massas de associados.

ANUNCIE - Ligue para (61) 323-7516ou escreva para [email protected]

Lida por 75 mil empregados da Caixa Econômica Federal edistribuída para 3.500 entidades sindicais e associativas,

órgãos de comunicação, organizações não-governamentais,deputados federais, senadores, governadores, assembléias

legislativas e partidos políticos

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Caixa aceitamudar estatutoda Funcef

O vice-presidente de Logís-tica da Caixa, Paulo Bretas, con-cordou com a necessidade demudança do estatuto da Funcefe sugeriu o estabelecimento degrupo de trabalho para tratar es-pecificamente sobre o tema.

Com um novo plano, de be-nefício para contribuição defini-da na fase de acumulação de re-servas, a responsabilidade dosparticipantes aumenta.

Os representantes dos as-sociados, em ofício encaminha-do à Caixa, alertaram assim que"aumenta significativamente ocompromisso dos participantescom a gestão da fundação, poisda boa administração do patri-mônio dependerá o nível de be-

nefício a ser usufruído quandoda aposentadoria". Bretas suge-riu que a alteração do estatutocomeçasse logo após a finaliza-ção do novo plano de benefíciosda fundação.

Os representantes dos par-ticipantes defendem a incor-poração, ao estatuto, das reso-luções aprovadas no XIX Cone-cef (Congresso Nacional dosEmpregados da Caixa), realiza-do em julho.

As decisões do Congressoincluem a paridade, na diretoriaexecutiva, entre representantesdos participantes e da patrocina-dora; escolha direta dos três re-presentantes dos associados; fimdo voto de minerva nos conselhosDeliberativo e Fiscal; e, entre ain-da outros, plebiscito para altera-ção estatutária ou das regras deplano de benefício.

Guilherme Lacerda (Funcef),Paulo Bretas (Caixa) e PlínioPavão(CEE-Caixa), na entregado novo plano de benefícios

Justiça definea quarentena

Dois ex-diretores daFuncef, Edo de Freitas e Má-rio Serpa, procuraram a Jus-tiça para trabalhar uma vezpor semana na fundação.Ambos foram convocadosao trabalho pela Funcef epropuseram estar presentesapenas às sextas-feiras,cumprindo o restante desuas atribuições "por telefo-ne e e-mail".

O contrato de trabalhodos diretores estabelece opagamento de salários por12 meses após a destituiçãodo cargo e prevê a presta-ção de serviços à Funcef. Afundação, em sua respostaà demanda judicial dos ex-diretores, observa que paga-rá seus vencimentos casoeles efetivamente trabalhem.Essa determinação está ex-pressa no artigo 23 da leicomplementar 108.

Justamente por isso, em20 de maio, a Funcef solici-tou dos ex-dirigentes seu re-torno ao trabalho, para quenão ficasse configurado oabandono de emprego. Foiessa solicitação que moti-vou a ação da Justiça. Edoe Serpa ganharam em pri-meira instância e a Funcefrecorreu para que os direto-res façam por merecer o sa-lário que recebem.

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Recursos Humanos

Critérios do PSI àespera de revisãoMaiores reclamaçõesse referem à liberaçãodos empregados e aoscomitês avaliadores

Adistorção ainda em vigornos critérios utilizados noPSI (Processo Seletivo In-

terno) é uma pedra que precisa serremovida do caminho da novagestão da Caixa. Ao longo dos úl-timos anos, as normas de ascen-são dos empregados aos cargos efunções foram significativamentemodificadas, sobretudo com a im-posição de limites para acesso acargos da alta administração daempresa. Em face disso, a subje-tividade foi reforçada e houve au-mento do arbítrio daschefias nos processosde Seleção para a ocu-pação de funções.

O desafio de re-verter os atuais critéri-os do PSI consta nacláusula 45 do acordocoletivo de 2003/2004,firmado entre a Execu-tiva Nacional dos Ban-cários, a CEE/Caixa (ComissãoExecutiva dos Empregados) e a di-reção da empresa. Para isso, oacordo formaliza a criação de gru-po de trabalho para tratar do PSI.

O tema também mereceu des-taque no último Conecef, realiza-do em julho, a ponto de - naquelaocasião - ser entregue um abaixo-assinado ao vice-presidente de Lo-gística da Caixa, Paulo Bretas,com pedido para que a direção daempresa universalize esse proces-so e garanta, de fato, que os apro-vados assumam.

Na opinião de FabianaMatheus, presidente da Apcef/SP(Associação de Pessoal da Caixade São Paulo), processos seletivose concursos internos, com trans-parência e critérios que privilegi-em o mérito profissional, são a me-lhor forma de permitir o acesso dostrabalhadores às oportunidades depromoção e premiar os emprega-dos da Caixa que efetivamente me-reçam ser promovidos.

Em quase todo o Brasil, oprocesso seletivo interno dá mar-gem a diversos questionamentos.As maiores reclamações dizemrespeito à liberação do emprega-do, aos critérios utilizados noseditais e aos comitês avaliadores.

E verdade que os pro-cessos seletivos sãoabertos a quem quei-ra participar, mas asdificuldades são pro-vocadas pelo fato doempregado precisarda anuência da gerên-cia para fazer parte doPSI. Há ainda o agra-vante da liberação fi-

car a critério do gerente, mesmodepois de o bancário ter sidoaprovado na Seleção. Há casosde empregados que não conse-guiram autorização da chefiaimediata para se inscrever, ten-do cerceado assim seu direito acrescer dentro da empresa.

Até a área de auditoria foienvolvida em irregularidades,conforme atestam denúnciasfeitas por diversos empregados.Essas denúncias estão registra-das em dossiê encaminhado pelaApcef/SP para a Ouvidoria da

Durante o último Conecef, realizado em

Caixa, em outubro do ano pas-sado. O documento classifica de"trem da alegria" o processo se-letivo interno para a nomeaçãoirregular de auditores, relacio-nando ainda alguns itens do re-gulamento de pessoal e outrosnormativos da empresa que fo-ram descumpridos.

Os comitês avaliadorestambém são objeto de muitasdenúncias. Assim acontece, deacordo com Fabiana Matheus,porque a maioria dos Cages(Comitês de Avaliação Gerenci-al) e Cates (Comitês de Avalia-ção Técnica) é composta pelaschefias detentoras das vagas."Devido a essa falta de transpa-

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julho em São Paulo, foi entregue abaixo-assinado a Paulo Bretas com pedido de revisão nos critérios do PSI

rência, a banca na área de Sele-ção se torna tendenciosa. Nãohá pessoas habilitadas, comopsicólogos, participando desseprocesso. Os comitês obedecemcritérios locais, nãoexistindo parâmetro,transparência e uni-formidade na fasede avaliação", co-menta a presidenteda Apcef/SP.

Definidos peladiretoria anterior daCaixa, numa épocaem que o governo de FernandoHenrique Cardoso montava aarapuca da privatização da em-presa, os critérios quanto ao PSI

precisam ser reavaliados pelosnovos administradores. Essacobrança foi feita em maio emofício da Apcef/SP para a dire-tora de Recursos Humanos da

Caixa, Diva de SouzaDias. A resposta daempresa a esse ques-tionamento, tambémpor ofício enviado na-quela mesma data, foide que a meta danova gestão é fomen-tar democraticamenteo crescimento profis-

sional dos empregados. A cor-respondência da Direh (Direto-ria de Recursos Humanos) à Ap-cef/SP esclarece que "as dificul-

dades no provimento estão di-retamente relacionadas a ques-tões estruturais dentro da empre-sa, notadamente no que se refe-re à necessidade de ampliaçãodo quadro de pessoal".

Para sanar essas distor-ções, segundo a diretora de RH,os novos dirigentes da Caixa bus-cam alternativas que viabilizema ampla participação dos empre-gados, entre elas a revisão daatual sistemática de PSI, a revi-são do PCS (Plano de Cargos eSalários) e PCC (Plano de Car-gos Comissionados) e, sobretu-do, a gestão junto aos órgãoscompetentes para adequação doquadro de pessoal.

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Negociações em torno da proposta de uma nova política de saúde prosseguem e registram avanços

Mudanças nasdiretrizes de saúdeCláusula do acordocoletivo de 2003/2004prevê discussões sobresaúde com a Caixa

As negociações em torno daproposta de uma nova po-lítica para a área de saúde

da Caixa Econômica Federal es-tão avançadas no grupo de traba-lho Saúde/Caixa, instalado em 12de maio deste ano. Li-cenças médicas e PRT

daptação ao Trabalho)são dois temas que es-tão praticamente con-cluídos. O Saúde/Cai-xa, antigo Pams (Pro- . programa degrama de AssistênciaMédica Supletiva), seencontra em fase de fi-nalização. O acordo coletivo de2003/2004 prevê, para 1o de ja-neiro do próximo ano, a imple-mentação das propostas contidasno Saúde/Caixa.

Um dos principais consensos

diz respeito às licenças médicas. ACaixa concorda em alterar a nor-ma que trata do assunto, significan-do o fim do item que permitia queo médico da empresa mudasse otempo de licença médica concedi-do a um empregado por outroprofissional. O PRT será substituí-do por um novo programa a ser cri-ado e que passará a ter o caráterde reabilitação, concentrando-se

na saúde do trabalha-dor, ao contrário doPRT que possuía ofoco no gestor e cujoobjetivo era forçar o re-torno precoce de traba-lhadores afastados. Di-ferentemente disso, ameta do novo progra-ma de reabilitação éatender o empregado

que se encontra em alta do INSS.Serão adotadas mudanças

substanciais no Pams. Uma delasprevê alterar o critério de participa-ção da Caixa no programa, que pas-sará de 3,5% da folha de pagamen-

20

to para 70% dos custos com assis-tência e mais 100% dos custos ad-ministrativos. Haverá ainda mudan-ça na participação dos empregados,com mensalidades progressivas:quem ganha menos, paga menos.

Pelas normas do Saúde/Caixa vigente, já deveriam terocorridos dois reajustes: um no fi-nal de 2002 e o outro no final de2003. As projeções atuariais in-dicavam que o custo do programapor empregado passaria a R$100,00 linear. Isso representariahoje 10,5% no salário de um téc-nico bancário, que ganha R$955,00. Esse valor se tornariaproibitivo para as faixas salariaismais baixas, como no caso de al-guns aposentados e pensionistas,que ganham até menos que umtécnico bancário.

A nova proposta muda asatuais regras e faz com que o téc-nico bancário, por exemplo, pas-se a pagar apenas R$ 19,10. Nocaso dos empregados que ganhamaté R$ 1.900,00, haverá tambémredução no valor da mensalida-de. Mudanças serão processadasainda nos critérios de gestão doprograma, com a criação de umconselho deliberativo com a par-ticipação de represen tes elei-tos pelos empregados.

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Formação

Mercado decapitais e a CVM

Parte integrante do sistema fi-nanceiro, o mercado de ca-pitais é aquele cujo produ-

to são ativos atrelados à econo-mia real, as ações. Sua importân-cia relaciona-se à formas maisdiretas de financiamento à produ-ção: enquanto no ladobancário do sistema astransações são inter- As bolsasmediadas pelos ban- fazem a ligação

entre poupadore investidor no

cos, que geram seuspróprios passivos, nomercado de capitais osdemandantes de recur-sos são conectados di-retamente com os ofer-tantes, por instituiçõesauxiliares, principalmente as bol-sas de valores.

Assim, a principal função dotambém chamado mercado devalores mobiliários, na econo-mia, é o atendimento às neces-sidades de financiamento demédio e longo prazos por parte

das empresas. Ou seja, o mer-cado de valores mobiliários sur-ge como fonte de recursos ca-paz de financiar projetos de ex-pansão ou de aperfeiçoamentotecnológico das empresas, namedida em que reúne condições

para oferecer às com-panhias um volumeadequado de recur-sos, através de ins-trumentos atraentespara o público, quan-to a retorno, prazo, li-quidez e garantia.

As bolsas devalores, neste con-texto, facilitam o

acesso entre poupadores e in-vestidores, propiciando liquideza títulos emitidos por empresasprivadas, as ações. Neste am-biente operam as corretoras devalores, que atuam no lança-mento de papéis das empresasjunto ao público, administram

carteiras, custodiam valoresmobiliários, administram fun-dos de investimentos e operamno mercado aberto.

A CVM (Comissão de Va-lores Mobiliários) é a autorida-de monetária que rege, fiscalizae disciplina este mercado. Elatem por princípio defender os in-teresses do investidor, especial-mente o acionista minoritário, eo mercado de valores mobiliári-os em geral, entendido comoaquele em que são negociadostítulos emitidos pelas empresas.A CVM deve também oferecerao mercado as condições de se-gurança e desenvolvimento ca-pazes de consolidá-lo como ins-trumento dinâmico e eficaz naformação de poupanças, de ca-pitalização das empresas e dedispersão da renda e da propri-edade, através da participaçãoe acesso do público às informa-ções sobre valores mobiliáriosnegociados e sobre quem os te-nha emitido.

A coluna Formação éproduzida pela Subseçãodo Dieese na Fenae

O pregão da Bolsa de Valores é o espaço em que são negociadas as ações das empresas

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Personagem

Uma mulher com nomede flor e vontade de aço

Marcha lembramorte deMargarida Alves

Desde 2000, para lembrara história da líder paraibana ede tantas outras trabalhadorasrurais, diversas entidades dosetor realizam a Marcha dasMargaridas. Este ano, mais de40 mil trabalhadores ocupa-ram a Esplanada dos Ministé-rios, em Brasília (DF), paraexigir do governo federal mais

2003 marca os 20anos da morte datrabalhadora ruralMargarida Alves

Oano de 2003 marca o 20°aniversário da morte deMargarida Maria Alves,

líder agricultora na Paraíba. Mar-garida foi assassinada no dia 12de agosto de 1983. Seus assassi-nos nunca foram condenados. Enão serão, já que o processo foiextinto pelo STJ (Superior Tribu-nal de Justiça).

A líder rural nasceu em 5 deagosto de 1943, em Alagoa

Grande (PB). Aos 30 anos, foieleita pela primeira vez para oSindicato dos TrabalhadoresRurais de sua cidade. Foi reeleitapelos seguintes 10 anos.

Entre suas lutas, estavamo 13° salário para o pequeno agri-cultor, registro em carteira, jor-nada de 8 horas e férias. Em seuperíodo no sindicato, os usineirose latifundiários da região foramréus em mais de 600 ações tra-balhistas. Também trabalhoupela formação do homem docampo, ajudando a fundar o Cen-tro de Educação e Cultura do Tra-balhador Rural.

atenção com a reforma agrária,meio ambiente, uso do solo e daságuas, salário mínimo digno, di-reito à saúde pública com assis-tência integral à mulher e lutacontra a violência sexista, comdestaque para o combate à im-punidade dos crimes praticadoscontra mulheres.

O movimento brasileiro faz

parte de uma ação chamadaMarcha Mundial das Mulheres,que também acontece desde2000. No Brasil, a iniciativacabe à Contag (ConfederaçãoNacional dos Trabalhadoresna Agricultura), federações es-taduais de trabalhadores naagricultura e sindicatos de tra-balhadores rurais.

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Noticias das Apcefs

Lazer, pescaria eapoio à cidadania

No último dia 30 de novem-bro, em Salvador, a Ap-cef da Bahia inaugurou

um bloco de 5 apartamentos, o quevai permitir que seus associados efamiliares passem a hospedar-se emsua sede, no Clube dos Empregadosda Caixa. Esse sonho esperou 20anos para tornar-se realidade.

Outro presente da Apcef/BA a seus associados foi areinauguração de um novo espa-

ço de lazer: o pesque-pague, ocor-rida no dia 7 de dezembro.

Ambas as novidades aten-dem a uma antiga demanda dosempregados da Caixa e se somama atrativos como campos de fute-bol, quadras poliesportivas, pisci-nas, sauna, restaurante, churras-queiras e salão de jogos.

Campanhas de apoio à ci-dadania também fazem parte darotina da Apcef/BA.

O Clube da Apcef/DF é um dos melhores do Planalto Central

Um prêmio para oClube da Apcef/DF

Brasilia oferece diversosatrativos de encher osolhos. O Clube da Caixa,

fundado pela Apcef do Distrito Fe-deral em 7 de setembro de 1960,é uma das boas razões de orgu-lho não só dos brasilienses, masdos empregados da Caixa Econô-mica Federal. Tanto que, em agos-to deste ano, a edição especial darevista "Veja - Viver Melhor em

Brasília", destacou o Clube daApcef/DF como um dos quatromelhores espaços de lazer do Pla-nalto Central.

Cinco professores de edu-cação física participaram da elei-ção dos melhores clubes de Brasí-lia, ficando o Clube da Apcef/DFem 3o lugar no ranking. O atualpresidente da Apcef/DF é IsmaelArthur Galeazzi.

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Cultura

Arte premiadados empregadosConcurso de Literaturada Fenae premiatrabalhos de qualidadedos empregados

Dois empregados mineiros eum catarinense obtiveramo 1o lugar no I Concurso Na-

cional de Literatura da Fenae.Entre as crônicas, a vence-

dora foi Maristela CarvalhoLima, de Belo Horizonte. "Car-tas" fala sobre o passar da vidade uma mulher devotada à famí-lia e abandonada pelo marido. Oconto ganhador foi do tambémmineiro Eurípedes Xavier Souto."O sublime princípio da loucu-ra" usa o realismo fantástico parafalar sobre o amanhecer no inte-rior do Brasil e o efeito mágicoque envolve uma mulher simplesdo campo. Em dramaturgia, "Al-

tas Voltagens", do em-pregado Nilson Rogé-rio do Nascimento, deFlorianópolis (SC), éambientado totalmenteem um prédio de apar-tamentos. Os trabalhosvencedores receberão R$1.500 e um troféu.

O 2o lugar em cadamodalidade receberá R$1.000 e o 3o, R$ 500. Pertode 250 trabalhos foraminscritos para o concurso,Muitas obras de qualida-de acabaram sendo elimi-nadas porque seus autoresnão eram filiados a associa-ções de pessoal ou então con-tribuintes do Fenae Doações.Outras obras não eram inédi-tas e também não foram con-sideradas.

CRÔNICAS1o lugar"Cartas", Maristela Carvalho Lima,Belo Horizonte (MG)

2o lugar"Marcas pessoais", Gina de CarioOliveira Abreu, Vitória (ES)

3o lugar"Sábado paulista", Áurea DonizeteAlves dos Santos, São Paulo (SP)

Menções honrosas"Int imidade em público", VeraLourdes de Souza, Belo Horizonte(MG)"A maldição do pedestre", JoséCarlos dos Santos, São Paulo (SP)"A Velosa", Carlos Martinho deFreitas, Rio de Janeiro (RJ)"Pescarias", Álvaro Barcelos,Pelotas (RS)

CONTOS1o lugar"O sublime princípio da loucura",Eurípedes Xavier Souto, MontesClaros (MG)

2o lugar"Estrela do Corumbá", Edison deSousa Costa, Uberlândia (MG)

3o lugar"Em off", Glauco Macedo de Aze-vedo, Parobé (RS)Menções honrosas"O velório do velho Mourão", JoséCarlos dos Santos, São Paulo (SP)."Tiãozinho 111", Romero Silveirade Carvalho, Brasília (DF)."Trilogia", Cláudia do PradoBystronski, Florianópolis (SC)."Benet", Cristina FernandesCattoi, Lajeado (RS).

DRAMATURGIA1o lugar"Altas Voltagens", Nilson Rogériodo Nascimento, Florianópolis (SC).

2o lugar"Entre o lobo e o cão - Quando

se passa a querer achar o quese procura", Manuel Buarque,Recife (PE).

3o lugar"Abalo", Carlos Alberto Me-

deiros da Nóbrega, Fortaleza(CE).

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Esporte

Divertimento paratodas as idadesJogo de dama continuapopular e, em todo opaís, segue padrão eregras internacionais

O jogo de dama já foi con-siderado um esporte femi-nino. Quando surgiu, no

país Extremo Oriente, sua práti-ca era de fato uma exclusividadede mulheres. Na época fazia umcontraponto ao jogode xadrez, que erapraticado apenas porhomens nobres. Ho-je, a realidade é bemdiferente: qualquerpessoa pode teracesso ao jogo dedama, sem maioresdificuldades.

O jogo de da-ma utiliza o tabuleiro do xadrez,as pedras do gamão e os movimen-tos do alquerque. A difusão dessejogo em todo o Brasil foi facilita-da, sobremaneira, pela internet. A

conexão com a Web ajudou a mu-dar os hábitos e o Cotidiano dequem pratica o jogo de dama, comou sem regularidade. Oficialmen-te, há 2 categorias: 64 e 100 ca-sas. O tabuleiro, com um total de24 peças, distribuídas nas três pri-meiras fileiras de cada lado - 12brancas e 12 pretas, possui umasuperfície de 40 centímetros de lar-gura e comprimento.

A cada jogadoré dado um tempo de90 minutos, deno-minado "tempo dereflexão", para exe-cutar os seus primei-ros 30 lances, e de-pois mais 60 minu-tos para cada grupode 20 lances subse-quentes.

O tempo não gasto emcada série de lances é acumula-do para a série seguinte. A par-tida, obrigatoriamente, é ano-tada pelos dois oponentes. Essas

exigências são satisfeitas neces-sariamente em competições ofi-ciais, em que esteja em disputaqualquer título, seja internacio-nal, nacional ou regional.

O jogo de dama no Brasilsegue a regulamentação da Fe-deração Mundial. O 1o campe-onato brasileiro na categoria de64 casas data de 1967 e tevecomo campeão o capixaba JoséCarlos Rabelo.

Ganha a partida o jogadorque capturar todas as peçasadversárias ou as deixar semmovimento possível. A pedraque chega à última fileira dolado oposto do tabuleiro é co-roada dama, colocando-se ou-tra peça sobre ela.

Com isso, a dama podemovimentar-se tanto para trásquanto para frente, o que nãoocorre com as outras peças,que se movimentam apenaspara a frente, uma casa por vez.

Entre os inúmeros tornei-os de jogo de dama que ocorremBrasil afora, está o que envolveos empregados da Caixa. Exem-plo disso são os Jogos da Fenaee os regionais patrocinados pe-las Apcefs.

Ganha a partida o jogador quecapturar as peças adversáriasou deixá-las sem movimento

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Embrapa fazexperiênciascom o mamão

No Brasil, a transgenianão está restrita apenas àsoja. Há 4 anos, em um la-boratório de Cruz das Almas,na Bahia, a Embrapa faz pes-quisa transgênica com ma-mão. Utiliza para isso o geneda capa proteica do vírus damancha anelar, criando resis-tência para o pior inimigo domamão.

Lei de biossegurançavisa regulamentaracomercialização detransgênicos no país

Tramita no Congresso Naci-onal o projeto de lei debiossegurança, que institui

como norma o princípio da pre-caução para que o plantio, a ven-da e o consumo de alimentos ge-neticamente modificados, os cha-mados transgênicos, sejam prece-didos por estudos que comprovemsua segurança para o meio ambi-ente, para a saúde da populaçãoe para a pesquisa e o conhecimen-to científicos. Pelo projeto,que

deverá ser aprovado em 2004,| sempre que houver dúvidas

sobre os efeitos de um produ-to obtido a partir da transgeniaseu desenvolvimento só será au-torizado quando estiverem afas-tadas todas as suspeitas de con-sequências danosas.

Ao entrar em vigor a partirdo próximo ano, a nova lei substi-tuirá a atual, editada em 1995, etambém a MP de agosto de 2001.O projeto de lei de biossegurança

foi uma das alternativas encontra-das pelo governo federal para o im-passe da comercialização no paísda soja transgênica. O assuntoocupou o epicentro do noticiário daimprensa, no decorrer das últimassemanas de setembro, sobretudodepois da edição da MP que auto-riza o comércio da soja transgêni-ca apenas para a safra de 2004. Aquestão continua controvertida emostra que as polêmicas políticas,econômicas, legais e científicas sãode difícil solução.

No Brasil, o tema da sojatransgênica começou a ser difun-dido em larga escala a partir de1998, quando o governo de Fer-nando Henrique Cardoso autori-zou experiências com produ-tos geneticamente modifica-dos. De lá para cá, o RioGrande do Sul passou a liderar oranking desse comércio, com a in-trodução no país de sementestransgênicas contrabandeadas daArgentina. Para evitar que essafarra se alastre, o projeto dabiossegurança cria um novo tipopenal para quem construir, culti-var, produzir, transportar, transfe-

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polêmica ambientalMuito além da

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Manifestações contra produtos transgênicos foram realizadas de norte a sul do Brasil

rir, comercializar, importar, expor-tar ou armazenar organismos ge-neticamente modificados sem au-torização legal e prevê pena de até3 anos de prisão aos infratores.

A nova lei segue o princípioda precaução, proposto pelo Pro-tocolo de Cartagena, pelo qual pro-dutos transgênicos não podem serliberados sem que sua segurançaseja determinada. A adesão do

Brasil ao protocolo ocorreu esteano. Outra novidade é a cria-ção do Conselho Nacional de

Biossegurança, formado por 12ministros e a quem caberá traçar apolítica para os organismos gene-ticamente modificados.

Falta consenso sobre seeconomicamente vale a penaoptar pelo cultivo do produto ge-neticamente modificado. De umlado, há os que defendem - dentroe fora do governo federal - maiorcautela e a necessidade de estudo

sobre o impacto ambiental. Há asuspeita de que a soja transgênicacause prejuízos ao programa dogoverno na área de agricultura fa-miliar. De outro, há também osque dizem não ter sido encontra-do nada de errado, argumentandoque o princípio da precaução nãodeve impedir o Brasil de avançarno campo científico.

Na opinião do economistaShigeo Shiki, professor da Univer-sidade de Uberlândia (MG), o cus-to baixo de produção da soja trans-gênica não passa de ilusão. Ele citao exemplo do aumento de gastoscom herbicidas nos EUA, anosapós o primeiro plantio, e garanteque 150 mil agricultores norte-americanos estão sendo processa-dos pela Monsanto pelo uso "ile-gal" da semente Roundup Ready.Ele teme que o mesmo ocorra noBrasil. Shiki também acha que aliberação do plantio de soja trans-

gênica vai prejudicar as exporta-ções. "Os mercados que o Brasildetém, como a China e a Europa,dão preferência à soja convencio-nal e não estão mais aceitando pro-dutos transgênicos para o consu-mo humano".

Na outra ponta do debate, oprincipal argumento a favor da se-mente geneticamente modificadaé econômico. Os adeptos datransgenia afirmam que, no culti-vo tradicional, o produtor gastaR$ 300 por ano em cada hectare,enquanto os custos com sojatransgênica caem para R$ 60 de-vido a uma única aplicação deherbicida.

No entanto, no meio des-sa disputa que divide a socie-dade, a grande massa de consu-midores não dispõe de informa-ções suficientes para formar umaopinião que a possibilite escolherentre um e outro produto.

Quem sabe faz a hora ,Participe com o seu sindicato

do momento de transformação do Brasil.

15/12/2003 a 01/02/2004 Fenae Agora

Page 28: Mobilização pelas mudanças - Fenae

Pegadas

E hora de pediro Pão-por-DeusTrazida pelos açorianos,a tradição secularrenasce aos poucosem Florianópolis

uando o ipê amarelo co-meça a florir, na Ilha deSanta Catarina, é tempo

de pédir o Pão-por-Deus. Mui-tos moradores de Florianópolisainda mantêm a tradição, queveio dos Açores, arquipélagopertencente a Portugal, ainda noséculo XVIII. Para obter o Pão-por-Deus, é preciso falar esta ex-pressão quando se vê a floramarela. Até o começo de no-vembro, também é possível en-viar, à pessoa de quem se pre-

Lá vai o meu coração,Retratado em uma flor,

Vai pedir o Pão por Deus,A quem tenho

tanto amor.tende ganhar um presen-te, uma carta em formato decoração. Nela, a prenda ou pre-sente é pedido em verso.

A arte do papelrecortado, na Europa,era usada principal-mente por crianças,que pediam doces. EmFlorianópolis, os recor-tes tomaram o formato

O historiador Gel-ei José Coelho, o Peni-nha, conta que "a ma-nifestação ainda acon-tece em algumas comu-nidades, mas está a-

sumiram caráter romântico. "Ao menos hi-poteticamente, o pedi-do è feito à pessoa de maior podere respeito: de admiradora para ad-mirado; de moça para senhora; demoradora de sítio para moradora

da cidade", explica o antropó-logo Eugênio Lacerda, que

estudou as festas tradi-cionais da Ilha. Se-gundo ele, hoje"há registros doPão-por -Deusapenas no Ribei-rão da Ilha", bair-ro afastado do

centro da capitalcatarinense.

mortecida". De acordocom Peninha, isso ocor-reu pela chegada de pes-soas de outros estados

e do interior de Santa Catarina paramorar em Florianópolis.

Para recuperar o Pão-por-Deus e outras tradições, a UFSC(Universidade Federal de SantaCatarina) criou o Núcleo de Es-tudos Açorianos, há cerca de 15anos. Peninha, que é museólogoda Universidade, atesta que "emtodo o litoral e arredores, num to-tal de 43 municípios, só se fala ese quer saber da herança culturalde base açoriana". O Pão-por-Deus, que chega junto com as flo-res do ipê, é um dos primeiros re-sultados desse processo.

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Floripa é a terrado"manezinho"

O litoral catarinense e par-te do Rio Grande do Sul, atéPorto Alegre, foi colonizado ori-ginalmente por 4.500 imigrantesaçorianos. Era o sé-culo XVIII, e o gover-no português se pre-ocupava com a su-perpopulação dos ar-quipélagos dos Aço-res e da Madeira.

Os colonos che-

foram experimentadas, algumascom pouco sucesso.

A partir dessa origem, sé-culos depois, surgiu a expressão"manezinho da Ilha", para desig-nar os nativos de Florianópolis.Muitos açorianos se chamavam

Manoel e o termo, ori-ginariamente, era con-siderado uma ofensa.Hoje adotado comorgulho pelos mora-dores da Ilha, o apeli-do dá nome até a umlinguajar próprio, o"manezês". E co-mum, na cidade, ou-vir-se o pedido de

"doix mei quilo di boi ralado" emsubstituição a um quilo de carnemoída. Coisa de manezinho.

O movimentoassociativo dosempregados

da Caixamantém vivoo espírito desolidariedadee integração.

Junte-seaos seus.

Filie-se à sua

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Page 30: Mobilização pelas mudanças - Fenae

Variedades

A sós com o seu coração,enfim, será que o viajante

afortunado encontraNo vago toque da brisa,

no levadiçolampejo de uma onda,

Provas de que existe algures,de fato, o bom lugar

Tão convincente quantoo que as crianças

acham em pedras e buracos?(W.H.Auden)

A diretoria e os empregadosda Fenae desejam queem 2004 encontremos

como crianças o tempo deum bom lugar para todos.

Boas festas eFeliz Ano Novo

ExpedienteAdministração e redação: Setor Comercial Sul, quadra 1, Bloco C, n° 30 Edifício Antônio Venâncio da Silva, 5o andar Brasília (DF) CEP 70395-900 Telefone

(61)323-7516 Fax (61) 323-7804 / www.fenae.org.br - [email protected] Diretoria Executiva: Diretor presidente José Carlos Alonso Gonçalves / Diretor vice-

Carvalho / Diretor de Esportes Paulo Rocha Cunha / Diretora Cultural Maria Aparecida Torres Diniz de Almeida / Diretora Executiva / Tânia Cristina Barros de Aguiar/ Diretor Executivo / Emanuel Sousa de Jesus Conselho Fiscal: Titulares Sérgio Santos Serra / José Francisco de Assis Cavalcante Neto / Devanir Camargo da Silva- Suplentes / Francisca De Assis Araújo Silva / Alberi Bernardi Boiaski / Valmir Gôngora Conselho Deliberativo Nacional: Presidente Antônio Carlos de Oliveira - Vice-presidente Fabiana Matheus - Secretária Emerenciana Barbosa do Rego. Edição e redação: Antônio José Reis / Evandro Peixoto / Marcio Achilles Sardi Design eilustração: Lisarb Sena de Mello Consultoria: Murilo Barella (Subseção do Dieese) Colaboradores: Márcio Baraldi / Jânio de Freitas Impressão: Bangraf Tiragem: 75mil exemplares / Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. As matérias podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte. Distribuição gratuita

30Fenae Agora 15/12/2003 a 01/02/2004

Page 31: Mobilização pelas mudanças - Fenae

DIEESE. A serviçodo movimento sindical.

assessoria, pesquisa e educação

O DIEESE é uma instituição do movimento sindical brasileiro, criada há 48 anos para desenvolveratividades de pesquisa, educação e assessoria, que abrangem temas relacionados ao mundo dotrabalho e que se ajustam aos desafios que a realidade coloca para a organização dos trabalhadores.

Ao longo desse tempo, a instituição se consolidou pela eficiência e credibilidade, tornando-se fonte dedados, informações e análises confiáveis para as entidades sindicais e para toda a sociedade.

ESCRITÓRIO NACIONALR. Ministro Godói, 310 | Perdizes -São Paulo - SP | CEP: 05001-900,

Tel.: 11 3874-5366 | Fax: 11 3874-5394E-mail: [email protected]

ESCRITÓRIOS REGIONAIS:Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás,

Minas Gerais, Pará/Amapá, Paraíba, Paraná,Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte,

Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe

Departamento Intersindical deEstatística e Estudos Sócio-Econômicos

Page 32: Mobilização pelas mudanças - Fenae

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