mobilização neural como tratamento da dor em pacientes

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FACULDADE ANGLO-AMERICANO – FAA DOUGLAS DOS SANTOS PINTO SAMIR ZEINEDIN VIVIANE VIEIRA MOBILIZAÇÃO NEURAL COMO TRATAMENTO DA DOR EM PACIENTES COM LOMBALGIA E LOMBOCIATALGIA FOZ DO IGUAÇU-PR 2010

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Page 1: Mobilização neural como tratamento da dor em pacientes

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FACULDADE ANGLO-AMERICANO – FAA

DOUGLAS DOS SANTOS PINTO

SAMIR ZEINEDIN

VIVIANE VIEIRA

MOBILIZAÇÃO NEURAL COMO TRATAMENTO DA DOR EM PACIENTES

COM LOMBALGIA E LOMBOCIATALGIA

FOZ DO IGUAÇU-PR

2010

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DOUGLAS DOS SANTOS PINTO

SAMIR ZEINEDIN

VIVIANE VIEIRA

MOBILIZAÇÃO NEURAL COMO TRATAMENTO DA DOR EM PACIENTES

COM LOMBALGIA E LOMBOCIATALGIA

Pesquisa apresentada a Faculdade Anglo-Americano como requisito parcial para a conclusão do curso de Fisioterapia. Orientador: Rodrigo Juliano Grignet.

FOZ DO IGUAÇU-PR

2010

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Mobilização Neural como tratamento da dor em pacientes com lombalgia

e lombociatalgia Neural Mobilization as treatment of pain in patients with low back pain and sciatic pain

Rodrigo Juliano Grignet Fisioterapeuta, Especialista em Ortopedia. Professor docente do curso de Fisioterapia da Faculdade

Anglo-Americano (FAA). Foz do Iguaçu – PR, Brasil. e-mail: [email protected]

Douglas dos Santos Pinto Graduando em Fisioterapia pela Faculdade Anglo-Americano de Foz do Iguaçu. Foz do Iguaçu –

PR, Brasil. e-mail: [email protected]

Samir Zeinedin Graduando em Fisioterapia pela Faculdade Anglo-Americano de Foz do Iguaçu. Foz do Iguaçu –

PR, Brasil. e-mail: [email protected]

Viviane Vieira Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade Anglo-Americano de Foz do Iguaçu. Foz do Iguaçu –

PR, Brasil. e-mail: [email protected]

RESUMO Introdução: Cerca de 80% da população mundial adulta irá sentir algum tipo de dor lombar, e em grande parte dessas pessoas a dor estará relacionada à compressão do nervo isquiático. Diversas técnicas de tratamento são propostas pela literatura com intuito de abolir ou controlar os sintomas álgicos do paciente, estando entre estas a Mobilização Neural. Objetivos: Verificar o efeito da Mobilização Neural como tratamento da dor em pacientes com lombalgia e lombociatalgia, avaliar o comportamento desta ao término do tratamento e verificar alterações da capacidade funcional e na mobilidade da coluna lombar. Metodologia: Foram realizados 15 atendimentos com técnicas de Mobilização Neural em pacientes que apresentavam lombalgia e lombociatalgia. Como instrumentos de avaliação foram utilizados a Escala Analógica Visual da Dor, Questionário Modificado da Dor McGill, Questionário da Incapacidade de Roland-Morris e o Teste de Schober. Resultados: Foram avaliados e tratados seis pacientes com lombalgia e lombociatalgia, sendo constatada significância estatística na redução da dor, melhora da capacidade funcional e aumento na mobilidade lombar, além de ganho na amplitude no movimento de flexão do quadril. Considerações finais: A aplicação conjunta de técnicas deslizantes e tensionantes de Mobilização Neural mostrou-se eficaz no tratamento de pacientes com lombalgia e lombociatalgia. Sugere-se a realização de novos estudos, para o acompanhamento da dor após término do tratamento com Mobilização Neural. Palavra-chave: Isquiático. Mobilização Neural. Lombalgia. Lombociatalgia.

ABSTRACT Introduction: About 80% of the adult population will feel some kind of back pain, and most of these people the pain is related to compression of the sciatic nerve. Several treatment techniques

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are proposed in the literature with intent to abolish or control the symptom of pain of the patient, being among these the Mobilization Neural. Objectives: Verify the effect of Neural Mobilization as treatment of pain in patients with low back pain and sciatic pain, to evaluate the behavior of this to the end of treatment and verify changes in functional capacity and mobility of the lumbar spine. Methodology: There were realized 15 treatment with Neural Mobilization techniques in patients with low back pain and sciatic pain. How evaluation tools were used to Visual Analogue Scale for pain, the McGill Pain Questionnaire Modified, Questionnaire of Incapacity of Roland-Morris and Schober Test. Results: There were evaluated and treated six patients with low back pain and sciatic pain, and revealed a statistically significant reduction in pain, improved functional capacity and increase in lumbar mobility, and gain in the amplitude of motion in hip flexion. Conclusion: The combined application of techniques sliding and tensioning of Neural Mobilization was effective in treating of patients with low back pain and sciatic pain. Suggest achievement the new studies, to the accompaniment of pain after completion of treatment with Neural Mobilization. Keywords: Sciatic. Neural Mobilization. Low back pain. Sciatic pain. INTRODUÇÃO

A dor lombar (DL) constitui uma causa freqüente de morbidade e incapacidade,

tornando-se a fonte mais dispendiosa de lesão relacionada ao trabalho em países

industrializados (1), sendo o sintoma mais comum encontrado na prática ortopédica (2). No

Brasil existem estimativas de que mais de 10 milhões de pessoas sofram com a

incapacidade relacionada à dor lombar (3). Entre as causas das dores lombares estão as

atividades em trabalho pesado, postura sentada por tempo prolongado, levantar grandes

quantidades de peso, sedentarismo, acidentes de trabalho, dirigir veículos, horas excessivas

de trabalho, gravidez, ferimentos, tabagismo, entre outros (4).

Na maioria dos casos a dor nas costas é inespecífica e o diagnóstico impreciso,

visto que diversos tecidos como discos, ligamentos, estruturas articulares, músculos e

estruturas nervosas podem ser responsáveis pela dor (5).

A lombociatalgia surge quando a dor, de origem na região lombar, se irradia para as

nádegas e porção posterior da perna até abaixo do joelho, ao longo da raiz nervosa

lesionada, podendo afetar um ou ambos os membros inferiores (6, 7). A dor é dita como

uma sensação de queimação, pontada, lacinante, ocasionalmente formigamento e parestesia

em dermátomo do membro inferior (7). Esta condição ocorre devido à compressão das

raizes do nervo isquiático e a causa mais comum é a hérnia de disco. Outras causas como

doenças degenerativas da coluna, infecções, luxação traumática do quadril posterior,

anomalias congênitas (8), síndrome do piriforme e estenose do canal vertebral lombar são

citadas na literatura (9).

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Autores como Douglas (10) e Dutton (1) descrevem que cerca de 80% da

população mundial adulta irá sentir algum tipo de dor lombar, e em grande parte dessas

pessoas a dor estará relacionada à compressão do nervo isquiático. Para North et al (11) a

ciatalgia é comum em pacientes com idade superior a trinta anos, com incidência de cerca

de 40% da população geral.

Diversas técnicas de tratamento são propostas pela literatura com intuito de abolir

ou controlar os sintomas álgicos do paciente, estando entre estas a Mobilização Neural

(MN), técnica que teve um grande desenvolvimento, principalmente nos últimos 35 anos,

desde que autores como Grieve, Maitland, Elvey e Butler publicaram seus estudos relativos

ao conhecimento da função mecânica do sistema nervoso (12). Posteriormente Shacklock

criou o termo neurodinâmica, revelando a importância em integrar a mecânica do Sistema

Nervoso (SN) com a fisiologia, explicando como elas se relacionam entre si e são

integradas à função músculo-esquelética (12).

Este recurso da terapia manual é utilizado tanto para diagnóstico como para

tratamento de patologias que diminuam a mobilidade dos nervos (13). O diagnóstico é feito

através de testes neurodinâmicos, os quais avaliam o envolvimento das raízes nervosas

espinhais e nervos periféricos nas dores extremas, através do tensionamento das mesmas

por meio de movimentos seqüenciais e progressivos, desafiando a capacidade física do

sistema nervoso, usando várias articulações dos membros e ou tronco para alterar o

comprimento e dimensões do trajeto neural, provocando irritação do tecido, reproduzindo

os sintomas no paciente (1, 14). Já, o tratamento se faz pela aplicação de movimentos

oscilatórios lentos e contínuos ou brevemente mantidos ao tecido neural, melhorando a

troca de fluidos, a circulação sanguínea, restabelecendo o fluxo axoplasmático normal,

liberando adesões, diminuindo a inflamação e a dor (15).

Junior e Teixeira (16) encontraram resultados significativos em estudos com a

utilização da mobilização neural como diagnóstico da lombalgia e tratamento de diversas

patologias do sistema nervoso. Em estudo realizado por George (17) de seis pacientes com

dor lombar baixa, avaliados pela escala analógica da dor, cinco obtiveram redução da

intensidade da dor. Machado e Bigolin (5) em um estudo comparativo entre mobilização

neural e alongamento muscular em pacientes com lombalgia crônica, revelaram melhoras

na execução das atividades funcionais, na flexibilidade da cadeia muscular posterior e na

redução do quadro álgico, porém, somente o programa de mobilização neural obteve

melhora estatisticamente significativa.

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5

Este estudo teve como objetivo verificar o efeito da Mobilização Neural como

tratamento da dor em pacientes com lombalgia e lombociatalgia, avaliar o comportamento

desta ao término do tratamento e verificar alterações da capacidade funcional e na

mobilidade da coluna lombar.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo prospectivo, composto por 11 pacientes, 2 do sexo masculino

e 9 do sexo feminino, com idade entre 30 e 55 anos, que aguardavam tratamento na

Clínica Escola de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano e/ou encaminhados pelo

SUS (Sistema Único de Saúde). Três pesquisadores, com formação no curso de

Mobilização Neural, eram responsáveis pela avaliação, tratamento e reavaliação dos

pacientes, os quais foram divididos entre os pesquisadores, conforme se apresentaram para

a avaliação inicial.

Foram definidos como critérios de inclusão: diagnóstico clínico de lombalgia e

lombociatalgia, resultado positivo para alterações neurodinâmicas, através da aplicação do

Slump Test e/ou Teste de Elevação da perna Estendida (TEPE) e não estar recebendo

outros tipos de tratamento. Os critérios de exclusão foram: doenças reumatológicas, fratura

não consolidada em membro inferior, pós-cirúrgico da coluna vertebral, pós-cirúrgico

recente de membros inferiores, artroplastia de quadril, presença de espondilolistese e

espondilólise, gestantes, labirintite e contra-indicações para aplicação da técnica.

Todos os voluntários receberam informações para a participação no estudo e

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Assis Gurgacz da cidade de Cascavel-PR,

protocolado pelo número 065/2010.

Na avaliação todos os pacientes apresentaram pelo menos um exame

imaginológico, a fim de verificar possíveis alterações osteomioarticulares, como exames de

Raios-X, em incidências pósterior-anterior e perfil, Ressonância Nuclear Magnética ou

Tomografia Computadorizada da coluna vertebral, com laudo. Em seguida foram

submetidos a um exame físico composto pela verificação da sensibilidade superficial

através do uso de monofilamentos Semmes-Weinstein nos dermátomos correspondentes as

raízes do nervo isquiático (18), e sensibilidade proprioceptiva, com uso de diapasão de

256Hz sobre as proeminências ósseas dos membros inferiores (19), palpação, reflexos

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patelar, aquileu e isquiotibiais, força muscular dos membros inferiores e teste do neurônio

motor superior: Babinsk, Oppenheim e Clônus (20).

Para quantificar a dor, a Escala Analógica Visual (EAV) foi empregada (21), sendo

esta aplicada pré e pós cada atendimento, além de instrumentos utilizados para avaliação e

reavaliação, pré e pós tratamento, como o Questionário Modificado da Dor McGill (1) para

obter uma descrição exata da qualidade da dor, Questionário da Incapacidade de Roland-

Morris, para avaliar a incapacidade física decorrente da dor lombar (1).

A dinâmica das estruturas neurais do Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema

Nervoso Periférico (SNP) foram avaliados através do Slump Test. O TEPE foi utilizado

para testar o movimento e a sensibilidade mecânica das estruturas neurais lombossacrais e

suas extensões distais (tronco e plexo lombo-sacral na pelve, ciática e nervos tibiais e suas

extensões distais na perna e pé). Manobras de dorsiflexão do tornozelo, inversão, rotação

interna do membro inferior sintomático e flexão cervical passiva foram utilizadas para

diferenciação estrutural a fim de sensibilizar o TEPE (12). Para mensurar a mobilidade da

região lombar foi realizado o Teste de Schober (22) pré e pós tratamento.

Antes de iniciar a avaliação e os atendimentos os pesquisadores aplicaram os testes

em si mesmos durante cinco dias, a fim de aumentar a familiaridade com as técnicas,

padronizando sua aplicação.

Para tratamento, os pacientes foram submetidos a 15 atendimentos de 30 minutos,

realizados duas vezes por semana. Foram aplicadas técnicas de mobilização deslizante de

raiz lombossacral em supino, deslizamento Slump e mobilização tensionante distal do

isquiático (Figura 1).

- Mobilização deslizante de raiz lombo-sacral em supino: Paciente em decúbito

dorsal sobre a maca, membros inferiores (MMII) cruzados, flexão de quadril e joelho a 90º,

membros superiores ao longo do corpo. Terapeuta posicionado contralateral ao membro a

ser tratado, segura ambas as pernas do paciente e realiza passivamente oscilações em

inclinação lateral da lombar usando os membros inferiores como alavanca (20).

- Deslizamento Slump: Paciente sentado com os membros superiores cruzados atrás

das costas, leve flexão lombar e torácica, joelho do membro afetado em leve extensão. O

paciente realiza ativamente e de forma simultânea uma flexão cervical e plantiflexão do

tornozelo, alterando o movimento para uma extensão cervical acompanhada de dorsiflexão

do tornozelo. Repete os movimentos sem interrupção por tempo determinado (20).

- Mobilização tensionante distal do isquiático: Paciente em decúbito dorsal, com o

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corpo alinhado. Terapeuta realiza uma elevação do membro em extensão até sentir a reação

de proteção muscular ou o paciente referir início de dor. Em seguida, posiciona-se

lateralmente ao membro afetado, estabiliza o joelho em extensão com os antebraços e

traciona o membro elevando-o até próximo a amplitude em que o sintoma se manifesta. Ao

retornar à posição inicial a tração é liberada (20).

Deslizante de raíz lombo-sacral. Deslizamento Slump Tensionante distal do isquiático

FIGURA 1 Fonte: Os autores.

Foi realizada análise estatística descritiva para calcular a média e o desvio padrão

dos resultados, teste de “Wilcoxon” pareado não paramétrico para análise dos

questionários e Escala Analógica Visual da dor pré e pós tratamento, e o teste “T Student”

para análise do Teste de Schober e alteração na amplitude de movimento durante a

realização do TEPE. O nível de significância foi estabelecido em 5%, fazendo uso do

software SPSS 19.0.

RESULTADOS

Dos 11 pacientes selecionados, apenas 6 concluíram os 15 atendimentos, sendo que

os demais interromperam o tratamento antes do término, não sendo possível realizar a

reavaliação, ficando a amostra composta apenas por pacientes do sexo feminino, com a

idade média de 42,67 ± 7,74 anos.

O índice de dor, analisado pela Escala Analógica Visual, apresentou média pré 4,60

± 1,94 e pós de 0,07 ± 0,16, constatando redução estatisticamente significativa da dor em

todos os pacientes (p ≤ 0,0277). Esta redução é representada no gráfico 1.

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GRÁFICO 1 – Escala Analógica Visual.

Ainda analisando a dor, pelo Questionário Modificado da Dor McGill foram

encontrados redução nos valores dos índices de dor pré e pós tratamento com médias

variando de 26,00 ± 10,18 para 3,67 ± 7,61, significância estatística de (p ≤ 0,0277), e nos

descritores variando de 11,00 ± 3,63 para 1,83 ± 1,60, com significância estatística de (p ≤

0,0277).

Quanto à capacidade funcional, utilizando o Questionário da Incapacidade de

Roland-Morris, também foi constatada melhora em todos os pacientes, com média pré 9,50

± 3,83 e média pós 1,83 ± 2,04, conforme observado no gráfico 2, apresentando

significância estatística (p ≤ 0,0272).

GRÁFICO 2 - Questionário da Incapacidade de Roland-Morris.

No que se refere à mobilidade lombar, foi utilizado o Teste Schober e verificou-se

alteração entre a media pré 19,83 ± 0,75 e pós tratamento 21,50 ± 1,10, com diferença

estatisticamente significante (p ≤ 0,0029). Este resultado pode ser observado no gráfico 3.

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6In

tens

idad

e

Pacientes

EAV

DOR PRÉ

DOR PÓS

5 711

8

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10

0 0 04 4 3

1 2 3 4 5 6

Esc

ore

Pacientes

ÍNDICE DE INCAPACIDADE

INCAPACID. PRÉ INCAPACID. PÓS

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9

GRÁFICO 3 – Teste de Schober.

Com o estudo, também foi verificado aumento na amplitude durante o movimento

de flexão do quadril com a perna estendida com valores variando de 55,00 ± 16,73 para

89,67 ± 17,04, constando como resultado positivo para aumento de flexibilidade dos

músculos posteriores do membro comprometido, com significância estatística (p ≤ 0,0036).

O resumo dos resultados pode ser observado na tabela 1.

TABELA 1­ Médias pré e pós, desvio padrão e significância estatística.

Instrumentos de avaliação

PRÉ (média ± DP)

PÓS (média ± DP)

Valor do p

EAV 4,60 ± 1,94 0,07 ± 0,16 0,0277

McGILL - índice 26,00 ± 10,18 3,67 ± 7,61 0,0277

McGILL - descritores 11,00 ± 3,63 1,83 ± 1,60 0,0277

ROLAND­MORRIS 9,50 ± 3,83 1,83 ± 2,04 0,0272

SCHOBER 19,83 ± 0,75 21,50 ± 1,10 0,0029

TEPE 55,00 ± 16,73 89,67 ± 17,04 0,0036

DISCUSSÃO A lombalgia e a lombociatalgia ainda é um problema de saúde pública e um

problema do consultório dos clínicos e ortopedistas (23). Como já mencionado, a hérnia de

disco é a causa mais comum, comprimindo estruturas nervosas adjacentes, precipitando

fraqueza motora, redução de reflexos e perda sensorial (3, 8, 24, 25) devido à alteração da

função fisiológica do nervo (12). Um exemplo destas alterações foi achado no estudo de

Cornefjord et al (26), onde realizaram um experimento em porcos, submetendo as raízes

05

10152025

1 2 3 4 5 6M

edid

a e

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m

Pacientes

MOBILIDADE LOMBAR

MOBILIDADE PRÉ

MOBILIDADE PÓS

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nervosas a compressão e ao contato direto do núcleo pulposo do disco intervertebral, sendo

constatado que, a mera presença do conteúdo do núcleo pulposo nas raízes nervosas já era

o suficiente para causar alterações morfológicas e funcionais, bem como uma redução do

fluxo sanguíneo intraneural em comparação com o controle contralateral das mesmas raíz

nervosas.

Shaclock (12) relata que o corpo é um recipiente do sistema nervoso, e o sistema

músculo esquelético apresenta-se como uma interface mecânica para o sistema nervoso,

assim uma lesão nervosa, gera alterações em suas propriedades mecânicas (tensão,

deslizamento e compressão) e fisiológicas (alteração do fluxo sanguíneo intraneural,

condução nervosa, e resposta inflamatória), que, por sua vez, sustentam ou agravam a

lesão. Tais lesões podem derivar para disfunções nas estruturas que recebem sua inervação.

Como consequência, estruturas músculo-esqueléticas podem estar comprometidas em uma

disfunção de origem neural (14).

A média de idade apresentada pelos participantes da pesquisa foi superior a 40

anos, o que condiz com o estudo de North et al (11) que relata a prevalência de ciatalgia

entre pessoas com idade superior a trinta anos.

O predomínio de participantes do sexo feminino nesta pesquisa vem confirmar os

dados encontrados por Boeing (7) e Silva et al (3). Uma vez que as mulheres combinam a

realização de tarefas domésticas com o trabalho fora de casa, ficam expostas a cargas

ergonômicas, posições viciosas e repetitivas (3, 5, 7), além do que, possuem características

anátomo-funcionais diferentes das do homem, o que as tornam mais propensas aos

sintomas dolorosos (27).

No presente estudo, optou-se por utilizar de forma conjunta as técnicas de MN

deslizantes e tensionantes. A associação destas duas formas de aplicação teve bons

resultados na redução da intensidade da dor, de acordo com a EAV e o Questionário

Modificado da Dor McGill. A aplicação de forma conjunta ou individual dessas técnicas

foi relatada com sucesso em estudos com autores descrevendo pacientes com sinais de

mecanosensibilidade de tecido neural aumentada, combinado com sintomas lombares e em

membro inferior (14), como pode ser observado nos estudos de Cleland et al (28).

Resultados positivos quanto à redução da dor também foram alcançados por Junior e

Teixeira (15) e George (16).

Qualquer processo inflamatório que afeta uma raiz nervosa pode levar ao

desenvolvimento de tecido fibroso, causando aderências que resultam em disfunção, déficit

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de mobilidade do nervo, gerando dor durante o movimento (29, 30). Pacientes com

lombalgia e lombociatalgia frequentemente apresentam dificuldades em pegar objetos no

chão, subir e descer escadas, dificuldade de deambulação o que pode limitar sua

funcionalidade, restringindo principalmente as atividades ocupacionais e de lazer,

comprometendo sua capacidade funcional (31, 1). Neste estudo os pacientes apresentaram

resultados significativos quanto à melhora na capacidade funcional comprovando os

achados de Machado e Bigolin (5) onde os pacientes também obtiveram melhora após o

tratamento com MN.

Em se tratando da mobilidade da coluna lombar, foi possível observar um aumento

significante, contradizendo os dados encontrados por Boeing (7). Isto pode ser devido ao

tempo de tratamento superior e as diferentes formas de aplicação da técnica empregada

para tratamento.

A comparação da amplitude do movimento de flexão do quadril durante a

realização do TEPE pré e pós tratamento não fazia parte dos objetivos iniciais da pesquisa,

sendo utilizado apenas para verificar alterações neurodinâmicas tendo como parâmetro

valores goniométricos estabelecidos na literatura. Entretanto, como o ganho de amplitude

foi significativo optou-se por incluir estes resultados no estudo. De acordo com Shaclock,

o ganho de amplitude está relacionado à melhora na capacidade do nervo em suportar a

tensão, melhorando a excursão em seu trajeto longitudinal (14).

No presente estudo, foi estipulado um protocolo de 15 atendimentos, considerado

um tempo de tratamento intermediário em relação ao encontrado na literatura. A amostra

inicial era composta por 11 indivíduos, destes, houve 5 desistências, os quais não entraram

para análise dos resultados finais. Apesar da quantidade de atendimentos inferior, os

pacientes desistentes apresentaram redução de aproximadamente 60% no quadro álgico,

com uma média de 3,6 atendimentos, de acordo com os registros na EAV diária. Este fator,

entre outros, provavelmente contribuiu para o abandono do tratamento.

As técnicas de mobilização do tecido neural são movimentos ativos e passivos que

objetivam restabelecer a habilidade do sistema nervoso em tolerar as forças compressivas

normais, de atrito, fricção e forças de tensão associados com as atividades diárias (14). É

hipotetizado que estes movimentos terapêuticos possam ter um impacto positivo sobre os

sintomas, melhorando a circulação intraneural, o fluxo axoplasmatico, a viscoelasticidade

do tecido conjuntivo neural e redução da sensibilidade, o que restabelece a neurodinâmica

do sistema nervoso e sua integração com o sistema musculo-esquelético (12, 14, 15).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os resultados encontrados neste estudo, constatou-se que o emprego

da MN, fazendo uso de técnicas deslizantes e tensionantes, foi eficaz para a redução da

dor, melhora da capacidade funcional, obtenção de ganho na amplitude de movimento do

quadril e aumento na mobilidade da coluna lombar.

Sugere-se a realização de novos estudos, nos quais sejam realizado o

acompanhamento periódico dos participantes, a fim de verificar o comportamento da dor

após término do tratamento com MN.

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REFERÊNCIAS

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13. Butler DS. Mobilização do sistema nervoso. São Paulo: Manole; 2003. 14. Nee RJ, Butler D. Management of peripheral neuropathic pain: Integrating neurobiology, neurodynamics, and clinical evidence. Physical Therapy in Sport 7. [periódico online]. 2006 [acesso 17 jul. 2010]; 36–49. Disponível em: http://myweb.cebridge.net/cdadams 15. Marinzeck S. Mobilização neural: aspectos gerais. [acesso 16 abr. 2010]; Disponível em: http://www.terapiamanual.com.br/site/noticias/arquivos/200912101725220.artigo_7.pdf 16. Junior HFO, Teixeira AH. Mobilização do Sistema Nervoso: avaliação e tratamento. Fisioterapia em Movimento. [periódico online]. 2007 [acesso 30 mar. 2010]; 20(3): 41-53. Disponível-em: http://www2.pucpr.br/reol/index.php/RFM?dd99=view&dd98=&dd1=1594&idioma=2 17. George SZ. Characteristics of patients with lower stremity symptoms treated witch Slump stretching: a case series. Journal of Orthopedics Sports Physical Therapy. [periódico online]. 2002 [acesso 10 mai. 2010]; 32(8): 391-398. Disponível em: http://www.jospt.org/search/advanced_result.asp?q=&qauthor=&qYear=2002&qVol=32&qPage=391-&Image2.x=23&Image2.y=12 18. Lundy-Ekman L. Neurociência: fundamentos para reabilitação. Rio de Janeiro: Elsevier; 2008. 19. Speciali JG. Semiotécnica Neurológica. Simpósio de Semiologia especializada, capítulo II. Medicina, Ribeirão Preto, 29: 19-31, jan/mar; 1996. Disponível em: http://www.fmrp.usp.br/revista/1996/vol29n1/semiotecnica_neurologica.pdf 20. Marinzeck S. Apostila de Mobilização Neural. Advenced Manual Therapy Institute. 21. O`Sullivan SB, Schmitz TJ. Fisioterapia: avaliação e tratamento. São Paulo: Manole; 2010. 22 Marques AP. Manual de goniometria. São Paulo: Manole; 2003. 23. Filho RJG, Korukian M, Santos FPE, Viola DCM, Puertas EB. Ensaio clínico randomizado, duplo-cego, comparativo entre a associação de cafeína, carisoprodol, diclofenaco sódico e paracetamol e a ciclobenzaprina, para avaliação da eficácia e segurança no tratamento de pacientes com lombalgia e lombociatalgia agudas. Acta Ortop Bras. [periódico online]. 2006 [acesso 02 nov. 2010]; 14(1): 11-16. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/aob/v14n1/en_a02v14n1.pdf 24. Maxey L, Magnusson J, Reabilitação pós-cirúrgica para o paciente ortopédico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003. 25. Pravato EC, Silva JF, Berbel AM. Relação da síndrome do piriforme e da dor isquiática na avaliação fisioterapêutica, Fisioter. Mov. [periódico online]. 2008 [acesso 08 abr. 2010];

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28. Cleland J, Hunt G, Palmer S. Effectiveness of neural mobilization in the treatment of a subject with lower extremity peripheral neurogenic pain: A single-case design. Journal of Manual and Manipulative Therapy. [periódico online]. 2004 [acesso 21 nov.-2010];-12(3):-143–152.-Disponível-em: http://www.ingentaconnect.com/content/maney/jmt/2004/00000012/00000003/art00004 29. Elvey RL. Treatment of arm pain associated with abnormal brachial plexus tension. Aust J Physiother. [periódico online]. 1986 [acesso 14 nov. 2010]; 32(4): 225-230. Disponível-em: http://ajp.physiotherapy.asn.au/AJP/vol_32/4/AustJPhysiotherv32i4Elvey.pdf 30. Kobayashi S, Shizu N, Suzuki Y, Asai T, Yoshizawa H. Changes in nerve root motion an intrarradicular blood flow durin an intraoperative straiht-leg-raising test. Spine. [periódico online]. 2003 [acesso 09 nov. 2010]; 28(13): 1427-34. Disponivel em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12838102 31. Ocarino JM, Gonçalves GGP, Vaz DV, Cabral AAV, Porto JV, Silva MT. Correlação entre um questionário de desempenho funcional e teste de capacidade física em pacientes com lombalgia. Rev Bras Fisioter. [periódico online]. 2009 [acesso 18 out. 2010]; 13(4): 343-349. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v13n4/aop044_09.pdf

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ANEXOS

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ANEXO A – Parecer de Aprovação – CEP

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ANEXO B - Termo De Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário (a), da pesquisa – Mobilização Neural como tratamento da dor em pacientes com lombalgia e lombociatalgia, onde não serão divulgadas imagens, vídeos ou gravações suas. No caso de você concordar em participar, favor assinar ao final do documento.

Sua participação não é obrigatória, e, a qualquer momento, você poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição.

Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e endereço do pesquisador principal, podendo tirar dúvidas do projeto e de sua participação. TÍTULO DA PESQUISA: Mobilização Neural como tratamento da dor em pacientes com lombalgia e lombociatalgia. PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Rodrigo Juliano Grignet. ENDEREÇO: Rua Lages, 219. JD Lancaster. TELEFONE: 045-35247674 PESQUISADORES PARTICIPANTES: Douglas dos Santos Pinto, Samir Zeinedin, Viviane Vieira. OBJETIVOS: Verificar a aplicabilidade da Mobilização Neural como tratamento da dor em pacientes com lombalgia e lombociatalgia, avaliar o comportamento da dor após aplicação da técnica, verificar alteração na capacidade de realizar atividades de vida diária, quantificar o ganho de mobilidade lombar. JUSTIFICATIVA: O estudo justifica-se pelo grande índice de desordens que acometem o SNP, destacando a lombalgia e a lombociatalgia, patologias que apresentam elevado número de incapacidade e morbidade na população gerando impactos sociais e econômicos, tornando-se um problema para a saúde pública.

PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: se concordar em participar da pesquisa, você terá que: comparecer a Clínica Escola de Fisioterapia 2 vezes por semana, em dias e horário a combinar para atendimento através de técnicas de Mobilização Neural. No início da pesquisa você responderá a alguns questionários que tem como objetivo avaliar sua capacidade funcional e a intensidade e qualidade da dor que sente. Ao término da pesquisa você responderá novamente aos mesmos questionários, que terão seus dados confrontados para o levantamento dos resultados finais da pesquisa. RISCOS E DESCONFORTOS: Você poderá não ter uma redução significativa da dor. BENEFÍCIOS: Redução da dor, aumento da flexibilidade e da amplitude de movimento, e melhora na qualidade de vida. CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: O participante terá gastos apenas com o deslocamento até o local de atendimento, a avaliação e tratamento serão realizados

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de forma gratuita. O participante não receberá nenhuma remuneração pela participação no estudo. EXPOSIÇÃO PESSOAL: Não haverá exposição de imagens fotográficas ou filmagens dos participantes do estudo. Assinatura do Pesquisador Responsável: _____________________________________ Eu,_______________________________________, declaro que li as informações contidas nesse documento, fui devidamente informado (a) pelo pesquisador (a) –____________________________– dos procedimentos que serão utilizados, riscos e desconfortos, benefícios, custo/reembolso dos participantes, exposição pessoal, concordando ainda em participar da pesquisa. Foi-me garantido que posso retirar o consentimento a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento. Declaro ainda que recebi uma cópia desse Termo de Consentimento. Poderei consultar o pesquisador responsável (acima identificado) ou o CEP/FAG, com endereço na Faculdade Assis Gurgacz, Av. das Torres, 500, Cep 85807-030, Fone: (45) 3321-3871, no e-mail: [email protected] sempre que entender necessário obter informações ou esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa e minha participação no mesmo.

Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados.

LOCAL E DATA: Foz do Iguaçu,_____, 2010. NOME E ASSINATURA DO SUJEITO OU RESPONSÁVEL (menor de 21 anos):

___________________________ ______________________ (Nome por extenso) (Assinatura)

Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar.

Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):

Nome: __________________________________Assinatura:_______________________

Nome: __________________________________Assinatura:_______________________

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ANEXO C - Questionário Modificado da Dor McGill®

NOME:_________________________________________________________________

DATA DA AVALIAÇÃO:_______________AVALIADOR: ______________________

Questionário de Dor McGill – Avaliação do Padrão da Dor

Algumas palavras abaixo descrevem a sua dor atual. Escolha apenas uma palavra de cada grupo. Não escolha palavras que não se aplicam. Diga a que melhor descreve sua dor atual.

A 1-vibração 2-tremor 3-pulsante 4-latejante 5-como batida 6-como pancada

E 1-beliscão 2-aperto 3-mordida 4-cólica 5-esmagamento

I 1-mal localizada 2-dolorida 3-machucada 4-doída 5-pesada

M 1-amedrontadora 2-apavorante 3-aterrorizante

Q 1-espalhada 2-irradia 3-penetra 4-atravessa

B 1-pontada 2-choque 3-tiro

F 1-fisgada 2-puxão 3-em torção

J 1-sensível 2-esticada 3-esfolante 4-rachando

N 1-castigante 2-atormenta 3-cruel 4-maldita 5-mortal

R 1-aperta 2-adormece 3-repuxa 4-espreme 5-rasga

C 1-agulhada 2-perfurante 3-facada 4-punhalada 5-em lança

G 1-calor 2-queimação 3-fervente 4-em brasa

K 1-cansativa 2-exaustiva

O 1-miserável 2-enlouquecedora

S 1-fria 2-gelada 3-congelante

D 1-fina 2-cortante 3-lacerante

H 1-formigamento 2-coceira 3-ardor 4-ferroada

L 1-enjoada 2-sufocante

P 1-chata 2-que incomoda 3-desgastante 4-forte 5-insuportável

T 1-aborrecida 2-nauseante 3-agonizante 4-pavorosa 5-torturante

Número de Descritores Índice de Dor Sensorial ............................................... Sensorial ............................................... Afetiva ................................................... Afetiva .................................................... Avaliativa ............................................... Avaliativa ............................................... Diversas ................................................ Diversas ................................................ Total ....................................................... Total ....................................................... As categorias de A a J representam respostas sensitivas à experiência dolorosa (tração, calor, torção, entre outros); os descritores das categorias de K a O são respostas de caráter afetivo (medo, punição, respostas neurovegetativas, etc.); a categoria P é avaliativo (avaliação da experiência global) e as de Q a T são diversas. Chave para o questionário da dor: Grupo A: sugere distúrbio vascular. Grupo B – H: sugerem distúrbio neurogênico. Grupo I: sugere distúrbio musculoesquelético. Grupo J – T: sugerem transtorno emocional. Guia de pontuação - adicione o número total de verificações (x): Total: 4 – 8 = normal 8 – 10 = foco excessivo na dor 10 – 16 = um Psicólogo pode ajudar mais que um Fisioterapeuta Maior que 16 = provavelmente não tem condições de responder aos procedimentos terapêuticos. Fonte: DUTTON, 2006.

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ANEXO D - Questionário da Incapacidade de Roland-Morris®

NOME:_______________________________________________________________

DATA DA AVALIAÇÃO:_________________AVALIADOR:___________________

INSTRUÇÕES: Quando suas costas doem, você pode encontrar dificuldade em fazer algumas coisas que normalmente faz. Esta lista possui frases que as pessoas usam para se descreverem quando sentem dores nas costas. Quando você ouvir estas frases poderá notar que algumas se destacam por descrever você hoje.Ao ouvir a lista pense em você hoje. Quando uma frase descrever você hoje, responda sim. Se a frase não descrevê-lo responda não e siga para a próxima frase. Lembre-se, responda sim apenas à frase que tiver certeza que descreve você HOJE.

PERGUNTAS Avaliação Reavaliação SIM NÃO SIM NÃO

1 Fico em casa a maior parte do tempo por causa de minhas costas. 2 Mudo de posição freqüentemente tentando deixar minhas costas confortáveis. 3 Ando mais devagar que o habitual por causa de minhas costas. 4 Por causa de minhas costas eu não estou fazendo nenhum dos meus trabalhos que

geralmente faço em casa.

5 Por causa de minhas costas, eu uso o corrimão para subir escadas. 6 Por causa de minhas costas, eu me deito para descansar mais freqüentemente. 7 Por causa de minhas costas, eu tenho que me apoiar em alguma coisa para me levantar

de uma cadeira normal.

8 Por causa de minhas costas, tento conseguir com que outras pessoas façam as coisas por mim.

9 Eu me visto mais lentamente que o habitual por causa de minhas costas. 10 Eu somente fico em pé por períodos curtos de tempo por causa de minhas costas. 11 Por causa de minhas costas evito me abaixar ou me ajoelhar. 12 Encontro dificuldades em me levantar de uma cadeira por causa de minhas costas. 13 As minhas costas doem quase que o tempo todo. 14 Tenho dificuldade em me virar na cama por causa das minhas costas. 15 Meu apetite não é muito bom por causa das dores em minhas costas. 16 Tenho problemas para colocar minhas meias (ou meia calça) por causa das dores em

minhas costas.

17 Caminho apenas curtas distâncias por causa de minhas dores nas costas. 18 Não durmo tão bem por causa de minhas costas. 19 Por causa de minhas dores nas costas, eu me visto com ajuda de outras pessoas. 20 Fico sentado a maior parte do dia por causa de minhas costas. 21 Evito trabalhos pesados em casa por causa de minhas costas. 22 Por causa das dores em minhas costas, fico mais irritado e mal humorado com as

pessoas do que o habitual.

23 Por causa de minhas costas, eu subo escadas mais vagarosamente do que o habitual. 24 Fico na cama a maior parte do tempo por causa de minhas costas. Fonte: DUTTON, 2006.