mitologia greco-latina

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Não se pode falar de Hera sem conhecer um pouco da mitologia grega e também de como era a religião grega. Esta era sobretudo antropomórfica, ou seja, os seus deuses tinham também características e aspectos humanos. Para os gregos antigos, os seus deuses também tinham as suas fraquezas, as suas paixões, como também as virtudes humanas, no entanto, apesar de serem mais felizes que os mortais e também eternos, estes não escapavam ao destino. A cada aspecto da actuação humana, entenda-se vida humana, assim como da natureza, correspondia geralmente um deus em particular. A hierarquia dos deuses estava muito bem definida e, além dos deuses principais havia também uma grande quantidade de deuses que não eram tão importantes como os primeiros. Para se ter uma ideia mais precisa de como isso funcionava, dizia-se, por exemplo, que os bosques eram habitados pelas ninfas, por graciosas, e pelos sátiros, que eram representantes das forças brutas da natureza. Os heróis ou semideuses eram mortais divinos. Alguns eram filhos de uma união entre os deuses e os mortais. No entanto, faziam coisas que só os deuses eram capazes. Depois da conquista romana, muitos deuses gregos ficaram conhecidos por nomes latinos, havendo mesmo uma junção de divindades, conforme os seus respectivos atributos. Concluímos então que os Gregos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses e não apenas num só. Eles imaginaram os seus deuses como se fossem parecidos com os humanos, quer fisicamente, quer nas qualidades e nos defeitos. Os deuses amavam, odiavam, roubavam, praticavam adultério, etc. Porém, ao

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A mitologia grega nas obras do 9.º ano de Português.

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Page 1: Mitologia greco-latina

Não se pode falar de Hera sem conhecer um pouco da mitologia grega e também de

como era a religião grega.

Esta era sobretudo antropomórfica, ou seja, os seus deuses tinham também

características e aspectos humanos. Para os gregos antigos, os seus deuses também tinham as

suas fraquezas, as suas paixões, como também as virtudes humanas, no entanto, apesar de

serem mais felizes que os mortais e também eternos, estes não escapavam ao destino.

A cada aspecto da actuação humana, entenda-se vida humana, assim como da natureza,

correspondia geralmente um deus em particular.

A hierarquia dos deuses estava muito bem definida e, além dos deuses principais havia

também uma grande quantidade de deuses que não eram tão importantes como os primeiros.

Para se ter uma ideia mais precisa de como isso funcionava, dizia-se, por exemplo, que os

bosques eram habitados pelas ninfas, por graciosas, e pelos sátiros, que eram representantes

das forças brutas da natureza.

Os heróis ou semideuses eram mortais divinos. Alguns eram filhos de uma união entre os

deuses e os mortais. No entanto, faziam coisas que só os deuses eram capazes.

Depois da conquista romana, muitos deuses gregos ficaram conhecidos por nomes

latinos, havendo mesmo uma junção de divindades, conforme os seus respectivos atributos.

Concluímos então que os Gregos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses

e não apenas num só. Eles imaginaram os seus deuses como se fossem parecidos com os

humanos, quer fisicamente, quer nas qualidades e nos defeitos. Os deuses amavam, odiavam,

roubavam, praticavam adultério, etc. Porém, ao contrário dos humanos, os deuses eram

imortais, invisíveis, valentes e fortes como nenhum homem podia ser.

Os deuses gregos habitavam no monte Olimpo, em plena cidade de Atenas. Os principais

deuses gregos eram:

Zeus, deus dos deuses, do céu e do mundo dos vivos, senhor do Olimpo e dos raios;

Page 2: Mitologia greco-latina

Posídon, deus do mar, dos terramotos, das tempestades e dos cavalos;

Hades, deus do mundo inferior;

Atena, deusa da guerra justa, dos planos de batalha, da justiça, da sabedoria;

Apolo, deus do Sol, das artes, das profecias e dos homens;

Ártemis, deusa da luz da lua, da castidade, da caça e das amazonas;

Afrodite, deusa do amor e da beleza;

Ares, deus da guerra;

Hefesto, deus ferreiro;

Hermes, deus dos ladrões, dos mensageiros, dos viajantes e da medicina

Demeter, deusa do clima;

Hera, esposa de Zeus, deusa do lar, protectora do casamento, da fertilidade e das

mulheres;

Além dos Deuses, os Gregos veneravam ainda heróis, aos quais atribuíam feitos lendários.

Hércules é um desses Heróis, fabuloso pelos seus doze trabalhos. Ao longo dos tempos, os

Gregos foram criando histórias extraordinárias acerca dos seus deuses e dos seus heróis. Essas

histórias, ou mitos, serviam para explicar a origem do mundo ou o destino. Faziam parte da

tradição e da educação dos Atenienses, os quais deviam entender esses mitos como lições para

a vida. Essas histórias chegaram até hoje e continuam a ser apreciados por muitos em todo o

mundo.

Quanto a Hera, ela era filha de Cronos e de Réia, tendo vindo em adulta a desposar

Zeus, deus dos deuses. Aquando das núpcias, as quais foram celebradas em Creta, ilha que faz

parte da Grécia, Zeus mandou Hermes convidar todos os deuses, homens e animais; todos

compareceram, menos a ninfa Quelone. Como castigo por essa desfeita, Quelone foi

transformada em tartaruga. Conta-se que a sua mãe, para esconder a criança do pai, que

engolia todos os filhos, entregou-a aos cuidados de Oceano e Tétis, seus tios. Hera era

considerada esposa legítima de Zeus e, apesar dos diversos relacionamentos amorosos de seu

marido, os atributos dados a Zeus também lhe foram atribuídos a ela, possuindo, pois, plenos

poderes sobre os fenómenos celestes.

Entretanto, em virtude desses romances extraconjugais mantidos por Zeus, começaram a

haver inúmeras discórdias entre eles, sendo que, certa vez, Zeus a suspendeu entre o céu e a

terra numa cadeira de ouro e pôs uma bigorna em cada pé. Héfesto, filho de Hera, tentou

soltá-la, mas foi atirado com um pontapé para a terra, de cabeça para baixo. Em virtude do

intenso ciúme que nutria por Zeus, Hera perseguiu todas as amantes e todos os filhos

Page 3: Mitologia greco-latina

ilegítimos do seu marido. Assim, tentou impedir o nascimento de Heracles, Apolo e Ártemis

(irmãos gémeos) – de referir que Apolo era o filho predilecto de Zeus; impôs a Heracles os

doze trabalhos; mandou que os Curetes raptassem Épafo; conspirou para a morte de Semeie

(amante de Zeus), quando grávida de Zeus, e transformou Io (outra amante de Zeus) em

novilha, perseguindo-a incansavelmente.

O único filho de Zeus que ela não odiava, pelo contrário até gostava, era Hermes, assim

como a sua mãe Maia, porque havia ficado surpresa com a sua inteligência.

Hera possuía sete templos na Grécia. Mostrava apenas os seus olhos aos mortais e usava

uma pena do seu pássaro para marcar os locais que protegia. Hércules destruiu os seus sete

templos e, antes de terminar a sua vida mortal, aprisionou-a num jarro de barro que entregou a

Zeus. Depois disso, ele foi aceite como deus do Olimpo. Hera era muito vaidosa e sempre quis

ser mais bonita que Afrodite, sua maior inimiga.

Juntamente com Atena, Hera ajudou a destruir Tróia por ter sido desprezada por Páris,

príncipe troiano, precisamente na disputa pelo título da mais bela e também pelo pomo de

ouro, disputa essa que se instalou entre ela, Atena e Afrodite. Nesta disputa ganhou

Afrodite.

No entanto, Hera sempre foi considerada como a mais excelsa das deusas. É

representada na Ilíada, poema épico de Homero grego que narra os acontecimentos ocorridos

no período de pouco mais de 50 dias durante o décimo e último ano da Guerra de Tróia, como

orgulhosa, obstinada, ciumenta, conflituosa e até agressiva. Odiava sobretudo Héracles, que

procurou diversas vezes matar.

Hera era considerada protectora das esposas, do casamento, dos nascimentos e dos

costumes. Era também considerada por muitos como deusa dos ciúmes, precisamente por ser

muito ciumenta e ter sempre perseguido as várias amantes do seu esposo, Zeus.

É representada por um pavão e possui uma coroa de ouro