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MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentável no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja ISSN 1516-781X Agosto, 2013 341 CGPE 10.703 Soja

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Manual de controle de insetos praga na cultura da soja

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  • MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    ISSN 1516-781XAgosto, 2013 341

    CG

    PE 1

    0.7

    03

    Soja

  • Documentos 341

    Beatriz Spalding Corra-FerreiraLuiz Carlos de CastroSamuel RoggiaNei Leocadio CesconettoJoaquim Mariano da CostaMaria Cristina Neves de Oliveira Autores

    MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    Embrapa SojaLondrina, PR2013

    ISSN 1516-781XAgosto, 2013

    Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaEmbrapa SojaMinistrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

  • Beatriz Spalding Corra-FerreiraBiloga, Dra.Pesquisadora aposentada da Embrapa SojaLondrina, [email protected]

    Luiz Carlos de CastroEngenheiro AgrnomoCoamo Agroindustrial CooperativaCampo Mouro, [email protected]

    Samuel RoggiaEngenheiro Agrnomo, Dr.Pesquisador da Embrapa SojaLondrina, [email protected]

    Autores

    Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

    Embrapa SojaRodovia Carlos Joo Strass, acesso Orlando Amaral, Distrito de WartaCaixa Postal 231, CEP 86001-970, Londrina, PRFone: (43) 3371 6000Fax: (43) 3371 [email protected]

    Comit de Publicaes da Embrapa SojaPresidente: Ricardo Vilela AbdelnoorSecretrio-Executivo: Regina Maria Villas Bas de Campos LeiteMembros: Adeney de Freitas Bueno, Adnis Moreira, Alvadi Antonio Balbinot Junior, Claudio Guilherme Portela de Carvalho, Decio Luiz Gazzoni, Francismar Correa Marcelino-Guimares, Fernando Augusto Henning e Norman Neumaier.

    Superviso editorial: Vanessa Fuzinatto DallAgnolNormalizao bibliogrfica: Ademir Benedito Alves de LimaEditorao eletrnica e capa: Vanessa Fuzinatto DallAgnol Fotos da capa: Alvadi Antonio Balbinot Junior e Jovenil Jos da Silva

    1 edio1 impresso (2013): 2.000 exemplares

    Todos os direitos reservados.A reproduo no-autorizada desta publicao, no todo ou em parte,

    constitui violao dos direitos autorais (Lei no 9.610).

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Embrapa Soja

    Embrapa 2013

    Corra-Ferreira, Beatriz Spalding MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja/ Beatriz Spalding Corra-Ferreira, Luiz Carlos de Castro, Samuel Roggia, Nei Leocadio Cesconet-to, Joaquim Mariano da Costa, Maria Cristina Neves de Oliveira. Londrina: Embrapa Soja, 2013. 55p. : il. ; 21cm. ( Documentos / Embrapa Soja, ISSN 1516-781X; n.341 )

    1.Soja-praga de planta. I.Ttulo. II.Srie.

    CDD 633.3497 (21.ed.)

  • Apresentao

    Os percevejos so atualmente um dos fatores mais impactantes dentre as pragas que compem o complexo de insetos que atacam a soja, e diversas outras culturas que compe o sistema produtivo. No cenrio atual da so-jicultura brasileira, as tticas de manejo integrado foram negligenciadas, o seu uso foi muito reduzido, contribuindo para um aumento nas aplicaes de inseticidas. Esse procedimento desencadeou problemas mais srios com pragas considerando-se nveis e diversidade, assim como a ocorrncia de populaes de insetos resistentes, levando, enfim, a ambientes total-mente desequilibrados.

    No presente documento, so apresentados resultados referentes ao ma-nejo integrado de percevejos obtidos num trabalho conjunto, conduzido pela Coamo Agroindustrial Cooperativa e a Embrapa Soja. Nesse sentido, foram obtidos dados em lavoura comerciais, numa rea abrangente e com diferentes presses populacionais de percevejos que comprovaram a importncia do MIP-Soja como ferramenta fundamental para aumentar a sustentabilidade da produo agrcola.

    A Embrapa Soja espera que as informaes disponibilizadas nesta publi-cao possam contribuir para aumentar a adoo do MIP-Soja, atravs da retomada do monitoramento das lavouras como subsdio bsico para as decises de controle, relevantes para a manuteno de agroecossistemas mais equilibrados, conduzindo os produtores a um uso mais racional de inseticidas, sem a ocorrncia de prejuzos econmicos e ambientais.

    Ricardo Vilela AbdelnoorChefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimentoda Embrapa Soja

    Nei Leocadio CesconettoEngenheiro AgrnomoCoamo Agroindustrial CooperativaCampo Mouro, [email protected]

    Joaquim Mariano da CostaEngenheiro AgrnomoCoamo Agroindustrial CooperativaCampo Mouro, [email protected]

    Maria Cristina Neves de OliveiraLicenciada em Matemtica, Dra.Pesquisadora da Embrapa SojaLondrina, [email protected]

  • Sumrio

    MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    Introduo .................................................................. 9

    Metodologia ............................................................. 12

    Resultados e Discusso .............................................. 141. Caracterizao das unidades MIP no cenrio agrcola .............. 152. Identificao e monitoramento dos percevejos ....................... 173. Densidades populacionais de percevejos em relao ao desenvolvimento fenolgico da cultura ...................................... 204. Aplicaes de inseticidas e o controle de percevejos no MIP-Soja .......................................................................... 275. Anlise do rendimento e da qualidade da soja em reas de MIP ......................................................................... 376. Continuidade do Programa MIP-Soja .................................... 43

    Consideraes Finais ................................................ 48

    Referncias .............................................................. 50

  • MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaBeatriz Spalding Corra-FerreiraLuiz Carlos de CastroSamuel RoggiaNei Leocadio CesconettoJoaquim Mariano da CostaMaria Cristina Neves de Oliveira

    Introduo

    Das pragas que atacam a soja [Glycine max (L.) Merrill] nos diferentes perodos do seu desenvolvimento, os percevejos sugadores de vagens e gros assumem importncia cada vez maior nesta cultura, assim como em outras que compem o sistema produtivo. A ocorrncia de elevadas densidades populacionais de percevejos, a resistncia com-provada de populaes das pragas a alguns inseticidas em diferentes locais, o reduzido nmero de inseticidas disponveis no mercado, as falhas de controle e o desequilbrio ambiental so fatores que potencia-lizam o ataque desses insetos, causando preocupaes e srios danos aos gros e sementes de soja, tornando o seu manejo cada vez mais desafiador para o agricultor (BUENO et al., 2011; CORRA-FERREIRA et al., 2009; GUEDES et al., 2012a; TRUMPER; EDELSTEIN, 2008).

    O uso racional de inseticidas se tornou uma necessidade e uma exi-gncia crescente para a produo brasileira de soja, posto o desafio de produo sustentvel, visando a reduo dos impactos ambientais e evitando a imposio de barreiras comerciais exportao brasileira de soja e derivados. Alm da ocorrncia de populaes de percevejos resistentes a inseticidas, surtos populacionais de pragas secundrias, como lagartas e caros, se tornaram frequentes nas lavouras de soja do Brasil (BAUR et al., 2010; CORRA-FERREIRA et al., 2010; REZEN-

  • 10 11MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    DE, 2012; SOSA-GMEZ; SILVA, 2010; SOSA-GMEZ et al., 2001; 2009). Os riscos sade humana, a contaminao ambiental e a suspeita de efeitos danosos sobre abelhas e outros insetos benficos tm motivado a restrio legal de uso de inseticidas na cultura da soja (ANVISA, 2010; 2011; IBAMA, 2012; ROCHA, 2012). Tais restries tm afetado principalmente, os inseticidas utilizados para o manejo de percevejos.

    Com o reduzido nmero de molculas qumicas disponveis para o controle de percevejos, o manejo da resistncia tem sido uma das principais preo-cupaes dos entomologistas a fim de manter a eficincia destes produ-tos. A racionalizao do uso um componente essencial da estratgia de manejo da resistncia de percevejos a inseticidas (SOSA-GMEZ; SILVA, 2010). Adicionalmente, tem sido demonstrado que o uso racional de in-seticidas pela adoo do MIP reduz os riscos e a intensidade de ataque de pragas secundrias, como a lagarta-falsa-medideira [Chrysodeixis inclu-dens (Walker)], lagartas das vagens (Spodoptera spp.) e caros (CORRA--FERREIRA et al., 2010; ROGGIA, 2010).

    O Manejo Integrado de Pragas da Soja (MIP-Soja) a principal ferra-menta para a racionalizao do uso de inseticidas, com reduo de custos de produo, sem riscos produtividade. O MIP-Soja vem sendo desenvolvido e aperfeioado desde a dcada de 1970 e obteve grande sucesso na reduo do uso abusivo de defensivos durante vrios anos. No incio da dcada de 1980, foi possvel reduzir o nmero mdio de aplicaes por safra, para o controle de pragas, de mais de cinco para menos de duas no Estado do Paran (FINARDI; SOUZA, 1980). Tais resultados devem-se a tomada de deciso sobre a aplicao baseada na amostragem de pragas e demais critrios tcnicos que determinam se existe ou no necessidade de utilizao de inseticidas e que indicam qual a medida de controle mais adequada para cada caso, alm de, quando for o caso, indicar o uso de inseticidas seletivos, com menor impacto sobre inimigos naturais, reduzindo assim os riscos de ocorrn-cia de surtos populacionais de pragas secundrias (CORRA-FERREIRA et al., 2010; HOFFMANN-CAMPO et al., 2012; KOGAN et al., 1977; PANIZZI et al., 1977; ROGGIA, 2010).

    Porm, em anos recentes, houve uma reduo substancial na adoo do MIP-Soja. Em consequncia, o nmero de aplicaes voltou a atingir uma mdia de quatro a seis aplicaes por safra (BUENO et al., 2012; MORALES; SILVA, 2006; MOSCARDI et al., 2009; PANIZZI, 2006a; 2006b) ou at sete aplicaes, como registrado por Quintela et al. (2007) em um levantamento realizado em Gois. Associado a este aumento do nmero de aplicaes, tem sido registrada, em diferentes regies produtoras de soja do Brasil, a ocorrncia de surtos de diver-sas espcies de pragas secundrias, que em alguns casos apresentam grande risco de perdas de produtividade e demandam pulverizaes especficas para o seu controle, o que tem aumentado ainda mais os custos de produo.

    A grande rea cultivada com soja e, principalmente, a falta de mo-de--obra treinada aliada a insegurana/desconhecimento do agricultor em relao ao MIP so citados como principais fatores do abandono do MIP-Soja (BUENO et al., 2012; CORRA-FERREIRA et al., 2010; QUIN-TELA et al., 2007). Paralelamente, frente s mudanas ocorridas no sistema de produo agrcola da soja no Brasil, existem questionamen-tos sobre a segurana dos nveis de controle de pragas, preconizados pelo MIP-Soja, nos atuais sistemas produtivos, com cultivares de soja de tipo de crescimento indeterminado, com menor rea foliar, ciclo cur-to e semeadas no incio da poca recomendada (GUEDES et al., 2012a; 2012b). Entretanto, as atualizaes e o aperfeioamento das diferentes tticas do MIP-Soja tm sido investigadas e validadas de forma con-tnua ao longo dos anos (BUENO et al., 2011; CORRA-FERREIRA, 2005; CORRA-FERREIRA et al., 2000; 2010; CORSO; GAZZONI, 1998; HOFFMANN-CAMPO et al., 2012; STRMER, 2012), buscan-do resultados para os melhores ajustes e assim a garantia do uso com sucesso deste programa, nas diferentes regies produtoras de soja.

    O MIP-Soja deve considerar no apenas os percevejos, mas todas as pragas que ocorrem na cultura, bem como, deve contextualizar a cultura da soja dentro do sistema produtivo, sendo de fundamental importncia tanto o manejo das culturas que antecedem a soja quan-to as que sucedem e toda a sua relao e interferncia dos fatores

  • 12 13MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    ambientais, biticos e abiticos. Entretanto, posta a importncia dos percevejos no contexto do MIP-Soja, este estudo foi desenvolvido com o objetivo de analisar o manejo integrado dos percevejos em proprieda-des que utilizam sistemas de produo atualmente vigentes, buscando responder questionamentos quanto ao elevado nmero de aplicaes realizadas, particularmente quanto adequao dos nveis de ao pre-conizados pelo MIP frente s cultivares de soja atualmente semeadas e a ocorrncia de falhas de controle de percevejos.

    Metodologia

    Por meio de uma parceria entre a Coamo Agroindustrial Cooperativa e a Embrapa Soja, 189 unidades de MIP foram conduzidas, por tcnicos da Coamo, na safra 2010/11 em lavouras de produtores, utilizando parcelas de 50m x 36m. Cada unidade era composta pelos seguintes tratamentos: 1) MIP: manejo dos percevejos conforme o nvel de ao e uso de produtos constantes das recomendaes oficiais; 2) sistema do produtor (SP): controle segundo os critrios adotados pelo produtor e 3) testemunha: rea sem controle de percevejos.

    Foram realizadas avaliaes semanais da densidade populacional de percevejos, atravs do monitoramento com o pano-de-batida, em cinco amostragens casualizadas por tratamento, no centro de cada parcela. Nos levantamentos realizados durante todo o ciclo da cultura, registrou-se o nmero de ninfas grandes (3 ao 5 nstar) e adultos das diferentes espcies de percevejos fitfagos, alm do n-mero de lagartas grandes e pequenas. As densidades populacionais das principais pragas e o estdio de desenvolvimento das plantas, conforme a escala de Fehr et al. (1971) foram registrados em fichas de monitoramento e a deciso de controle tomada conforme os n-veis de ao, previamente estabelecidos (1 ou 2 percevejos/m, para produo de sementes ou gros, respectivamente).

    As aplicaes de herbicidas, fungicidas e demais tratos culturais foram realizadas de forma semelhante em todos os tratamentos de acordo com o critrio de cada produtor. Por ocasio da colheita,

    amostras de plantas de quatro linhas de 5m de comprimento, em quatro pseudorrepeties, foram coletadas ao acaso, no centro da rea de cada tratamento para avaliao do rendimento e da qua-lidade do gro ou da semente de soja. A anlise de qualidade foi realizada pelo teste de tetrazlio no Laboratrio de Sementes da Coamo destacando o percentual de sementes picadas por percevejos (TZ 1-8), percentual de sementes mortas pelo dano dos percevejos (TZ 6-8), alm do vigor e da viabilidade das sementes e gros. Foi aplicado anterior a anlise de varincia um diagnstico exploratrio avaliando a normalidade e a independncia dos erros, a aditividade do modelo e a homogeneidade de varincias dos tratamentos. Aten-dido estes pressupostos, os resultados foram submetidos anlise de varincia (ANOVA) e as mdias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significncia.

    Para auxiliar na anlise e estudo dos dados obtidos foi calculada a intensidade de ataque de percevejos (IAP). Este clculo baseia-se na densidade acumulada diria de percevejos durante a fase crtica de susceptibilidade da soja ao dano de percevejo (a partir da fase de cani-vetinho, ou seja, a partir do estdio R3). Para o clculo foi utilizada a seguinte frmula:

    IAP = 0,5 x (Pn + Pn+1) x D

    onde, Pn referem-se ao nmero de percevejos (ninfas grandes + adultos) na data n, Pn+1 referem-se ao nmero de percevejos na data seguinte; D o tempo em dias entre amostragens sucessivas.

    Nas aplicaes de inseticidas realizadas para o controle de percevejos nos tratamentos MIP e Produtor foram registradas a data da aplicao, produto e as doses utilizadas. Quando necessrio, foram realizadas pulverizaes para o controle de lagartas desfolhadoras em todos os tratamentos, utilizando produtos seletivos (biolgicos ou reguladores de crescimento) especficos para o controle de lagartas, sendo estas pulverizaes registradas, porm no consideradas para a anlise deste experimento.

  • 14 15MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    Resultados e Discusso

    Na safra 2010/11, um total de 189 unidades foi implantado em la-vouras de produtores de soja nos estados de Santa Catarina, Paran e Mato Grosso do Sul. Destas, 108 unidades foram conduzidas e avalia-das segundo o Manejo Integrado de Pragas (MIP), compreendendo nove regies assim distribudas: Centro-Norte (13 Unidades), Norte (17), Noroeste (17), Centro-Oeste (8), Oeste (17), Centro (5), Centro-Sul (6), Sul (22) e Mato Grosso do Sul (3), observando-se que em alguns muni-cpios vrias unidades foram conduzidas, conforme destacado na Figura 1. Unidades implantadas, mas que tiveram problemas na sua conduo, que no permitiram que fosse seguida a metodologia preconizada, no foram utilizadas na comparao dos tratamentos em estudo, porm seus dados foram considerados, junto com as demais unidades, para a caracterizao do manejo adotado pelo agricultor e da intensidade de ataque da praga na testemunha, sem controle, bem como na caracteri-zao do manejo cultural utilizado em cada regio estudada.

    1. Caracterizao das unidades MIP no cenrio agrcolaConsiderando a variabilidade das caractersticas de cada regio com condies climticas, poca de semeadura, cultivares utilizadas, mane-jo da cultura e do solo e ocorrncia de pragas, distintas, os resultados foram analisados considerando cada unidade como uma pseudorrepeti-o dentro de cada regio e comparando cada um dos trs tratamentos entre regies. Das unidades conduzidas segundo as estratgias do MIP, a maioria foi implantada em lavouras de produo de gros (75%) e 25% em reas de produo de sementes, estas concentradas, especial-mente, na regio Sul (16), Noroeste (7) e Centro-Norte (4) do Estado do Paran (Tabela 1).

    Figura 1. Localizao das regies e unidades conduzidas na safra 2010/11, num progra-ma conjunto da COAMO/Embrapa Soja. (Fonte: Adaptado de Coamo).

    Tabela 1. Classificao do total das unidades conduzidas pela Coamo, na safra 2010/11.

    UNIDADES CONDUZIDAS

    CENTRO-NORTE

    Faxinal - 3Ivaipor - 5M. Ribas - 3Marilndia - 2

    NOROESTE

    Araruna - 1Campo Mouro - 7Luizinia - 2Mambor - 7

    OESTE

    Bragantina - 2Brasilndia - 2Dez de maio - 1Nova Santa Rosa - 4Spiguassu - 3Toledo - 1Tupassi - 4

    SUL

    Abelardo Luz - 5Coronel Vivida - 4Ipuau - 2Mangueirinha - 4Ouro Verde - 1Palmas - 4So Domingos - 2

    NORTE

    Barbosa Ferraz - 2Engenheiro Beltro - 6Fenix - 1Peabiru - 4Quinta do Sol - 3So Joo do Iva - 1

    CENTRO-OESTE

    Boa Esperana - 2Goioer - 1Juranda - 3Moreira Sales - 1Quarto Centenrio - 1

    MS

    A. Moreira - 2Caarapo - 1

    CENTRO-SUL

    Cantagalo - 2Guarapuava - 2Pinho - 2

    CENTRO

    Altamira - 1Pitanga - 4

    Regio Unidades

    Implantadas (N) Unidades MIP

    Analisadas (N) Unidades MIP

    Gro Semente

    Centro-Norte 17 13 9 4

    Norte 21 17 17 0

    Noroeste 31 17 10 7

    Centro-Oeste 24 8 8 0

    Oeste 28 17 17 0

    Mato Grosso

    do Sul 10 3 3 0

    Centro 18 5 5 0

    Centro-Sul 11 6 6 0

    Sul 29 22 6 16

    Total 189 108 81 (75%) 27 (25%)

    Nas diferentes regies, a maioria das unidades foi implantada em reas com cultivares de soja de crescimento indeterminado (72,7%), predominando as cultivares de ciclo precoce (51,3%) e semi-precoce (27,8%), correspondendo aos grupos de maturidade que variaram de 5.8 a 6.6 e 6.7 a 6.9, respectivamente (Tabela 2), exceto na Regio Sul, onde predominou lavouras com cultivares superprecoces. A data de semeadura variou de acordo com as peculiaridades de cada regio, constatando-se principalmente semeaduras na primeira (30,7%) e se-gunda quinzena de outubro (36,0%) com exceo das regies Centro,

  • 16 17MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    Centro-Sul e Sul, onde a maior parte das lavouras de soja foi semeada aps primeiro de novembro. Das 189 unidades implantadas, verificou--se, nas diferentes regies, o uso reduzido de cultivares de soja con-vencionais, sendo a maioria implantadas em lavouras que utilizaram cultivares transgnicas resistentes ao glifosato (86,6%) (Tabela 3).

    Na anlise das diferentes unidades constatou-se que estas foram con-duzidas em uma rea geogrfica abrangente, com situaes distintas de presso populacional de percevejos, com predominncia de culti-vares transgnicas e de tipo de crescimento indeterminado, semeadas no cedo, o que representativo dos sistemas de produo que, atual-mente, so considerados predominantes. Assim, os resultados obtidos refletem a utilizao do MIP-Soja em sistemas produtivos atuais e reais.

    2. Identificao e monitoramento dos percevejosNos programas de manejo integrado de pragas de fundamental importncia o reconhecimento das espcies de percevejos sugadores de sementes e, especialmente, de suas formas jovens, que tambm se alimentam e sugam os gros de soja, contribuindo para aumentar a severidade dos prejuzos causados.

    Embora possam ocorrer vrias espcies de percevejos fitfagos, ali-mentando-se de gros de soja, o percevejo marrom Euschistus heros (Fabricius) a espcie predominante na maioria das lavouras de soja do Brasil (PANIZZI et al., 2012; VIVAN, 2012), conforme tambm consta-tado nesse trabalho. Os percevejos sugadores passam por cinco nsta-res ninfais at atingir a fase adulta, sendo de vital importncia a correta identificao desses insetos nos diferentes estdios de desenvolvimen-to da soja, pois apenas as ninfas do terceiro ao quinto nstar, juntamen-te com os adultos (Figura 2), causam danos e devem ser considerados para a tomada de deciso de controle (CORRA-FERREIRA; PANIZZI, 1999; CORRA-FERREIRA et al., 2009). A presena de outras espcies de percevejos fitfagos, caso ocorra, na lavoura, deve ser considerada e registrada nos monitoramentos realizados.

    Considerando que essa identificao no era totalmente segura, especial-mente na considerao de ninfas de terceiro e quarto nstar como cau-sadores de danos soja e real necessidade de controle, previamente ao incio do trabalho, treinamento terico-prtico para os tcnicos envolvidos com as unidades de MIP foi realizado em algumas localidades.

    Tabela 2. Caracterizao do tipo de crescimento e grupos de maturidade das cultivares utilizadas nas lavouras de implantao das unidades na safra 2010/11, em relao s diferentes regies.

    1 Unidades implantadas e que apresentavam esta informao.

    Tabela 3. poca de semeadura e utilizao de cultivares convencionais ou transgnicas de soja nas lavouras de implantao das unidades nas diferentes regies, na safra 2010/11.

    1 No foi indicada a cultivar utilizada em uma unidade.

    Regio

    Tipo de Crescimento1 Grupo de Maturidade1

    Determ. Indeterm. Semi-

    Determ.

    Super

    Precoce Precoce

    Semi

    Precoce Mdio

    Centro-Norte 6 9 2 1 7 9 0

    Norte 7 11 3 1 10 10 0

    Noroeste 4 18 9 2 20 9 0

    Centro-Oeste 3 21 0 0 20 4 0

    Oeste 4 23 1 4 22 2 0

    Mato Grosso

    do Sul 2 7 1

    0 5 3 2

    Centro 6 12 0 4 7 6 1

    Centro-Sul 3 7 0 5 1 4 0

    Sul 0 28 0 19 4 5 0

    Total 18,7% 72,7% 8,6% 19,3% 51,3% 27,8% 1,6%

    Regio poca de semeadura Cultivares

    1 a 15/10 16 a 31/10 Aps 31/10 Convencionais Transgnicas

    Centro-Norte 1 8 8 6 11

    Norte 5 8 8 6 15

    Noroeste 14 14 3 3 28

    Centro-Oeste 13 10 1 2 22

    Oeste 22 6 0 3 25 Mato Grosso do Sul

    2 4 4 0 10

    Centro 1 5 12 5 13

    Centro-Sul1 0 2 9 0 10

    Sul1 0 11 18 0 28

    Total 30,7% 36,0% 33,3% 13,4% 86,6%

  • 18 19MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    importante considerar que a presena dos percevejos nas lavouras de soja pode, muitas vezes, passar despercebida em funo dos nveis popu-lacionais ainda reduzidos em determinados perodos do ciclo da cultura, ou pelo prprio comportamento desses insetos sugadores que buscam, normalmente, locais mais frescos nos horrios quentes do dia, como as partes baixas da planta e faces inferiores das folhas. Esse fator intensi-ficado quando na populao presente predominam as formas jovens dos percevejos (como no perodo de enchimento de gros), que normalmente, se deslocam menos que os adultos, permanecendo mais agregadas na par-te mediana da planta sendo assim mais dificilmente visualizadas. Conside-ra-se tambm que, seus danos nos gros de soja, embora srios, no so facilmente perceptveis durante o desenvolvimento da cultura (CORRA--FERREIRA et al., 2009; PANIZZI et al., 2012). Portanto, a determinao segura dos nveis populacionais dos percevejos tambm requisito bsico na conduo de programas de MIP-Soja.

    A observao visual das plantas, para amostrar esses insetos suga-dores, no um mtodo seguro para a determinao da populao e tomada de deciso (CORRA-FERREIRA, 2012; TECNOLOGIAS..., 2011). Para monitorar a ocorrncia desses percevejos nas lavouras de soja, amostragens peridicas, com o pano-de-batida em um metro de fileira (Figura 3) devem ser realizadas desde a florao at a maturao da soja. As amostragens devem ser intensificadas nos perodos mais crticos (rpida ascenso da populao) ou quando houver entrada de percevejos adultos provenientes de reas vizinhas, onde a soja se en-contra em fase de maturao ou colheita.

    Nas unidades conduzidas constatou-se que a identificao correta dos percevejos e dos estdios fenolgicos da soja, aliada aos registros das amostragens realizadas reforam a necessidade destes pr-requisitos como fundamentais para a deciso do momento mais adequado de uma interveno de controle, fornecendo a segurana necessria para o sucesso do MIP. Constatou-se ainda, que fundamental a continuidade das amostragens at prximo maturao, pois, devido s elevadas densidades populacionais de percevejos presentes em determinadas re-gies no final do ciclo da soja e s condies climticas na poca, des-favorveis a uma senescncia normal das plantas e com consequente atraso na colheita, a lavoura de soja precisa ainda ser monitorada nesta fase. Embora o pano-de-batida apresente algumas limitaes como o seu uso em soja acamada, ficou ntida a importncia desta ferramenta na amostragem dos percevejos e no melhor posicionamento das medi-das de controle, quando necessrias.

    Figura 2. Estdios ninfais, em detalhe e tamanho real, e adulto do percevejo marrom, Euschistus heros que causam danos soja.

    Figura 3. Sequncia utilizada na amostragem com o pano-de-batida em 1m de fileira de soja.

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  • 20 21MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    3. Densidades populacionais de percevejos em relao ao desenvolvimento fenolgico da culturaConstatou-se que as populaes de percevejos e os danos cau-sados soja variaram entre as diferentes regies. O percevejo marrom E. heros foi a espcie predominante nas unidades con-duzidas, de forma semelhante ao que vem sendo observado nas principais regies produtoras do norte ao sul do Brasil (PANIZZI et al., 2012; VIVAN, 2012). Embora com variaes entre as unida-des, os resultados obtidos mostraram que a ocorrncia e o cres-cimento da populao de percevejos nas lavouras acompanhadas apresentaram comportamento semelhante ao j descrito na litera-tura (CORRA-FERREIRA; PANIZZI, 1999; CORRA-FERREIRA et al., 2009; KUSS-ROGGIA, 2009; SILVA et al., 2006), ou seja, ocorrncia dos primeiros percevejos no perodo vegetativo, em baixa ou mdia densidade populacional ou muitas vezes ausente nesse perodo inicial do desenvolvimento das plantas e densida-des populacionais crescendo gradativamente a partir de incio do desenvolvimento de vagens (R3) (Figura 4).

    Em algumas unidades observou-se que, no perodo entre o final do florescimento e incio do desenvolvimento de vagens, a populao de percevejos naturalmente apresentou uma reduo, o que expli-cada pela morte dos percevejos colonizadores. Com a disponibilidade de alimento adequado e reproduo dos percevejos, a partir do final do desenvolvimento de vagens (R4) e, especialmente, no enchimen-to de gros (R5-R6), a populao de percevejos, na rea testemu-nha, apresentou crescimento acelerado, atingindo rapidamente nveis elevados, observando-se, nesse perodo, uma participao grande das formas jovens (ninfas) na composio da populao desses su-gadores.

    Em geral, a populao de percevejos cresceu at o incio de ma-turao da soja quando atingiu o nvel populacional mximo e, a partir desse perodo duas situaes foram registradas, dependen-

    do da localizao da unidade e a situao das lavouras do entor-no. Ocorreram unidades onde a populao continuou crescendo, devido chegada de percevejos provenientes de reas vizinhas com soja mais adiantada ou em fase de colheita; e em outras a populao diminuiu com soja em fase de maturao plena. A variabilidade populacional no final do ciclo da cultura foi observa-da em vrias unidades de diferentes regies (Figura 5), como na regio Norte, onde, nas unidades dos municpios de Fnix e Peabi-ru os nveis de percevejos aps atingir o pico populacional foram reduzidos drasticamente enquanto, nesta mesma regio, nas unidades de Engenheiro Beltro e Barbosa Ferraz foi mantida uma curva ascendente, mesmo no final do ciclo. A ocorrncia de altas populaes de percevejos, neste perodo de maturao, refora a necessidade de observncia dos preceitos do MIP-Soja at o final do ciclo da cultura, especialmente em lavouras de produo de sementes.

    Figura 4. Curvas populacionais de percevejos na rea testemunha de unidades com dife-rentes datas de semeadura, destacando o crescimento acentuado que ocorre no perodo de enchimento de gros (R5-R6).

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    No

    . pe

    rce

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    m

    Tupassi 09/10/2010 E. Beltro 22/10/2010

    B. Ferraz 13/11/2010

    V2V8

    V6

    R3

    R1

    R5R6

    R5

    R7

    R3

    R5R8

    R5

    V10V7R1 R5R3

    R7

    R6

    R6

    R1

  • 22 23MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    Foram observadas variaes acentuadas entre as densidades popula-cionais de percevejos nas unidades de diferentes regies, conforme visualizado no tratamento testemunha (Figura 5). Verificou-se que os menores nveis de percevejos ocorreram nas regies Centro Sul e Sul, conforme exemplificado nas unidades dos municpios de Cantagalo e Ouro Verde (Figura 6) e observado igualmente em outras unidades de diferentes municpios dessas duas regies, enquanto os maiores ndi-ces populacionais de percevejos ocorreram em unidades das regies Noroeste e Oeste e tambm nas unidades do Mato Grosso do Sul. No Estado do Paran, os nveis mximos verificados na rea testemunha foram de 41,6 e 11,0 percevejos/m, para as regies Noroeste e Oeste, respectivamente. Em ambos os casos, os picos populacionais foram constatados no final do ciclo da soja, com plantas em estdio R6 - R7, conforme visualizado em uma das unidades de Campo Mouro e Tupas-si (Figura 6).

    Figura 5. Nveis populacionais de percevejos verificados nas reas sem controle de perce-vejos (Testemunha) de diferentes regies produtoras de soja, na safra 2010/11.

    Figura 6. Densidades populacionais verificadas nas reas testemunhas de unidades com elevada (Regio Noroeste e Oeste) e baixa presso (Regio Centro Sul e Sul) de perceve-jos, na safra 2010/11.

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

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    45

    N d

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    / m

    Ouro Verde Cantagalo C. Mouro Tupassi

    Noroeste

    Sul Centro Sul

    Oeste

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    N d

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    / m

    Ivaipor M. Ribas Marilndia do Sul FaxinalNovembro Fevereiro Janeiro Dezembro

    REGIO CENTRO-NORTE

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    N d

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    / m

    Barbosa Ferraz E. Beltro Fenix

    Peabiru Quinta do Sol So Joo do Iva

    REGIO NORTE

    Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

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    / m

    Araruna Campo Mouro Luiziania Mambore

    REGIO NOROESTE

    Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

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    / m

    B. Esperana Goioere JurandaM. Sales Q. Centenrio

    REGIO CENTRO-OESTE

    Novembro Janeiro Dezembro Novembro

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    N d

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    / m

    Bragantina Brasilandia Dez de Maio N. Sta. Rosa

    REGIO OESTE

    Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro

    0

    2

    4

    6

    8

    10

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    Spiguassu Toledo Tupassi

    REGIO OESTE

    Fevereiro Janeiro Dezembro Novembro Outubro

    0

    2

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    8

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    / m

    A. Moreira Caarapo

    MATO GROSSO DO SUL

    Novembro Fevereiro Janeiro Dezembro

    02468

    1012

    N d

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    / m

    Altamira Pitanga

    REGIO CENTRO

    Outubro Nov. Dezembro Janeiro Fevereiro

    0

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    Guarapuava Cantagalo

    REGIO CENTRO-SUL

    Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Maro

    0

    2

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    10

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    Abelardo Luz C. Vivida IpuauMangueirinha Ouro Verde Palmas

    REGIO SUL

    Nov. Maro Fevereiro Janeiro Dezembro

  • 24 25MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    Pelos resultados das diferentes unidades conduzidas, verificou-se que mesmo nessas regies de elevada presso populacional de percevejos ocorreram tambm unidades com populaes de percevejos em nveis baixos ou mdios, ao longo do ciclo da soja. Essa diversificao nas densidades populacionais ocorreu tanto entre unidades de um mesmo municpio como entre municpios de uma mesma regio, porm como regra geral foi consistente entre regies.

    As 22 unidades conduzidas na Regio Sul, apresentaram, em geral, um padro de flutuao semelhante entre as unidades dessa regio, com baixas densidades populacionais de percevejos, que variaram de zero a 2,6 percevejos/m durante todo o ciclo da cultura. Nesta regio houve trs excees de unidades nos municpios de Mangueirinha, So Domingos e Coronel Vivida, onde a densidade populacional de percevejos atingiu 4,0; 5,4 e 8,6 percevejos/m, respectivamente, na rea testemunha.

    A presso populacional registrada nas diferentes reas conduzidas na safra 2010/11, corrobora os elevados nveis de percevejos observados recentemente nas lavouras de soja de vrias regies produtoras do Brasil e, consequentemente, os prejuzos decorrentes de seus danos (CORRA-FERREIRA et al., 2009; GUEDES et al., 2012b).

    Uma anlise global a partir da densidade de percevejos presentes no tratamento testemunha, sem controle de percevejos, indica que ape-nas 27% das lavouras apresentavam-se acima do nvel de controle (2 percevejos/m) no incio da fase crtica de dano de percevejo, exigindo a realizao de pulverizao com inseticidas neste momento (Figura 7). Assim, na maior parte das lavouras no seria necessria a reali-zao de aplicao para o controle de percevejos em R3-R4. Quando o perodo analisado estendido at o incio da fase de formao de gros (R5.1) a taxa de lavoura que ultrapassaram o nvel de controle (2 percevejos/m) subiu para 38%. Para o nvel de controle utilizado em lavoura de sementes (1 percevejo/m) a taxa de lavouras com necessi-

    dade de controle no incio da fase crtica da cultura aos danos de per-cevejo sobe para 55%, indicando que lavouras de semente necessitam de maior ateno em relao ao manejo da praga. Foram observados apenas 8% de casos de ocorrncia de elevadas densidades populacio-nais de percevejos no incio da fase crtica, ou seja, densidades superio-res a 4 percevejos/m. A Figura 8 apresenta o detalhamento por regio.

    Figura 7. Percentual de lavouras de soja que atingiram diferentes nveis populacionais de percevejo em importantes momentos do desenvolvimento da soja. R1-R2 florescimen-to; R3-R4 formao de vagens; R3-R5.1 incio da formao de vagens ao incio do enchimento de gros.

    46

    199

    5

    55

    27

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    56

    3832

    21

    0

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    60

    80

    100

    1 percevejo/m 2 percevejos/m 3 percevejos/m 4 percevejos/m

    Pe

    rce

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    av

    ou

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    (%)

    Nveis populacionais de percevejos

    R1-R2 anterior a fase crtica

    R3-R4 Inicio da fase crtica

    R3-R5.1

    Quando se comparou a intensidade de ataque de percevejos (IAP) com as pocas de semeadura das diferentes unidades implantadas constatou-se que em seis das nove regies a intensidade de ataque dos percevejos foi maior nas unidades com semeadura realizada antes de 16/10 (Tabela 4). Esses resultados comprovam registros da literatura (CORRA-FERREIRA; PANIZZI, 1999), indicando que tanto as seme-aduras muito tardias, que concentram populaes de final de ciclo, como quelas semeadas no incio da poca recomendada, que recebem os percevejos que saem dos refgios, so reas-ilha que precisam de um constante monitoramento e cuidado na tomada de deciso de controle em relao fenologia da soja (PANIZZI et al., 2012; VIVAN, 2012).

  • 26 27MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    4. Aplicaes de inseticidas e o controle de percevejos no MIP-Soja O manejo integrado de pragas preconiza que as tomadas de deciso para o controle de percevejos devem ser baseadas no nvel populacio-nal, no nmero e tamanho dos insetos e no estdio de desenvolvimento da soja. Embora os percevejos possam estar presentes na soja desde a fase vegetativa, conforme constatado nesse trabalho, em vrias uni-dades de diferentes regies, os percevejos s causam danos soja a partir do incio do desenvolvimento de vagens (fase de canivetinho R3). a partir deste perodo que os diferentes nveis de infestao de percevejos podem afetar negativamente o rendimento e a qualidade da soja, exigindo, portanto, vistorias constantes das lavouras, monitora-mento adequado dessas populaes e medidas de controle realizadas sempre que a densidade populacional de percevejos atinja os nveis de ao, ou seja, um ou dois percevejos/m de fileira, em campos de pro-duo de semente ou de gros, respectivamente (BELLETTINI, 2011; BUENO et al., 2011; CORRA-FERREIRA et.al., 2009; PANIZZI et al., 2012; TECNOLOGIAS..., 2011).

    Tabela 4. Intensidade de ataque de percevejos (IAP) em relao poca de semeadura verificada nas unidades implantadas em diferentes regies na safra 2010/11. Dados referentes densidade acumulada diria na parcela testemunha, ao longo do perodo de susceptibilidade da soja ao ataque de percevejos.

    1 Total de unidades implantadas. 2 Nmero de lavouras avaliadas, por regio e por perodo de semeadura.

    Regio Unidades1 Nmero de observaes2

    Intensidade de ataque/

    poca de semeadura Mdia

    < 16/10 16 a 31/10 > 31/10 < 16/10 16 a 31/10 > 31/10

    Centro Norte 17 1 8 8 62 114 120 114

    Norte 21 4 8 8 144 133 84 116

    Noroeste 31 14 14 3 398 274 138 317

    Centro-Oeste 24 13 9 1 257 222 153 248

    Oeste 28 20 5 0 266 108 - 234

    Mato Grosso

    do Sul 10 2 3 3

    363 304 196 278

    Centro 18 1 5 12 166 104 90 98

    Centro-Sul 11 1 2 6 5 13 32 25

    Sul 29 0 11 18 - 55 64 61

    Figura 8. Percentual de unidades que atingiram o nvel de controle para lavoura de sementes (1 percevejo/m) e lavoura de gros (2 percevejo/m) nos estdios de R3-R4 (fase de formao de vagens) e R3-R5.1 (do incio da formao de vagens at o incio do enchimento de gros).

    0 15 15 22

    13

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    29

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    (%)

    Estdios R3-R4 (2 percevejos/m)

    10 22

    30

    39

    50

    68

    77

    95 88

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    (%)

    Estdios R3-R4 (1 percevejo/m)

    0 15

    25

    38 38

    50 55 57

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    (%)

    Estdios R3-R5.1 (2 percevejos/m)

    10 22

    35

    56 56

    75

    86 86

    100

    56

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    80

    100

    Pe

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    al d

    e la

    vou

    ras

    (%) Estdios R3-R5.1 (1 percevejo/m)

  • 28 29MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    Nas 108 unidades analisadas, ao se comparar as parcelas com o sistema adotado pelo produtor e aquelas conduzidas segundo as estratgias do MIP, constatou-se que o nmero de aplicaes de inseticidas para o con-trole dos percevejos foi, em mdia, 2,06 vezes menor no tratamento MIP em relao ao sistema do produtor (Tabela 5), sendo nas regies Centro--Sul e Mato Grosso do Sul onde foi verificado, respectivamente, o menor e o maior nmero de aplicaes realizadas para o controle desses insetos nos dois tratamentos: MIP e Sistema do Produtor. Analisando-se os resul-tados agregados de cada regio, verifica-se que os produtores realiza-ram 1,37 a 7,82 mais aplicaes de inseticidas para percevejos que aquelas requeridas pelo sistema MIP. Esses resultados so similares queles obtidos 39 anos atrs quando o programa de manejo integrado de pragas foi implantado no Brasil no Estado do Paran (BUENO et al., 2012; KOGAN et al., 1977), em outro cenrio agrcola e com menor presso populacional de percevejos.

    Verifica-se na Tabela 5 que a mdia ponderada de aplicaes nas par-celas conduzidas de acordo com as recomendaes do MIP-Soja foi de 1,29 aplicaes, contrastando com 2,66 aplicaes nas parcelas em que o agricultor adotou o seu prprio sistema, significando um aumen-to de 106% no uso de inseticidas para controle de percevejos.

    Tabela 5. Nmero mdio de aplicaes de inseticidas utilizados no controle de percevejos nas reas MIP e Sistema do Produtor das diferentes unidades con-duzidas com soja na safra 2010/11.

    MIP=Manejo integrado de pragas; SP= Sistema do produtor

    Regio N de

    Unidades

    N mdio de aplicaes de inseticida Relao

    MIP (variao) SP (variao) SP / MIP

    Centro-Norte 13 1,15 (0 a 3) 2,92 (1 a 5) 2,54

    Norte 17 1,59 (1 a 3) 2,76 (1 a 6) 1,74

    Noroeste 17 2,00 (0 a 3) 3,18 (2 a 4) 1,59

    Centro-Oeste 8 2,00 (0 a 4) 3,63 (3 a 5) 1,82

    Oeste 17 1,65 (1 a 3) 2,82 (1 a 5) 1,71

    Mato Grosso do Sul 3 2,67 (2 a 3) 3,67 (3 a 5) 1,37

    Centro 5 0,60 (0 a 2) 1,80 (0 a 4) 3,00

    Centro-Sul 6 0,17 (0 a 1) 1,33 (0 a 2) 7,82

    Sul 22 0,32 (0 a 2) 1,95 (1 a 4) 6,09

    Mdia ponderada 1,29 2,66 2,06

    Fato interessante foi constatado nas regies Centro-Sul e Sul, onde as unidades apresentaram a ocorrncia das menores densidades popu-lacionais de percevejos, contrastando com um nmero de aplicaes 7,82 e 6,09 vezes maior na rea do produtor em relao ao tratamento MIP, respectivamente (Tabela 5). Este fato explicado em funo de que muitas aplicaes no tratamento produtor em unidades dessas regi-es foram realizadas com nveis de percevejos muito abaixo do nvel de controle, ou de forma preventiva, em perodos no crticos ao ataque de percevejos (Figura 9).

    Observou-se nessas unidades, que muitas das aplicaes realizadas no sis-tema do produtor no seriam necessrias, tanto em lavouras de produo de gros como de sementes, embora nestas ltimas o critrio de manejo seja mais rigoroso. Situaes semelhantes foram observadas em unida-des de todas as regies, onde muitas das aplicaes para o controle dos percevejos na rea do produtor foram realizadas concomitantemente com a aplicao do herbicida ps-emergente ou de fungicidas, independente da presena ou do nvel de ocorrncia desses percevejos nas reas. Esta pr-tica configura uma violao da legislao que impede a mistura em tanque de produtos no formulados para esta finalidade.

    Quando consideramos o sistema adotado pelo produtor no total das unidades implantadas verificou-se que uma grande parcela das aplica-es para o controle de percevejos foi realizada de forma preventiva (64,4%), sendo, 29,8% delas realizadas antes do perodo de desenvol-vimento de vagens (R3) e 34,6% aps a fase de canivetinho, mas com a densidade populacional de percevejos abaixo do nvel de ao (Figura 10). Apenas 23,5% das aplicaes realizadas pelo produtor obedeceu o nvel de controle de 1 ou 2 percevejos/m de acordo com a finalidade de cada unidade conduzida, semente ou gro, respectivamente. Esta si-tuao reflete prticas atualmente adotadas por muitos sojicultores em todo o Brasil e mostra, em especial, o baixo uso de tcnicas de monito-ramento das lavouras para a tomada de deciso. Um nmero tambm elevado de aplicaes para o controle de percevejos na rea do produ-tor (12%) foi realizado aps a densidade de percevejos ter atingido o

  • 30 31MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    nvel de controle por mais de sete dias. Esta situao explicada, em algumas unidades, pela ocorrncia de precipitao pluviomtrica que impediu o controle. Entretanto, em muitos casos, foi a ausncia de monitoramento que dificultou a deteco da populao de percevejos a tempo de efetuar o controle.

    Figura 9. Densidade populacional de percevejos em diferentes unidades da Regio Centro--Sul e Sul, com indicao das aplicaes realizadas em cada tratamento, em lavouras de produo de semente (S) ou gro (G), na safra 2010/11. (As setas indicam as aplicaes para percevejo: azul-sistema do produtor e verde-segundo MIP).

    012345

    12/11 27/11 9/12 23/12 15/1 3/2 19/2

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Cantagalo Apollo RR

    G

    012345

    18/11 2/12 17/12 27/12 7/1 20/1 3/2 18/2

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha G

    Guarapuava V Max RR

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    22/11 6/12 20/12 6/1 18/1 1/2 16/2

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Coronel Vivida Apollo RR

    G

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    23/11 6/12 21/12 5/1 19/1 1/2 15/2

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Coronel Vivida Apollo RR

    G

    012345

    20/12 29/12 10/1 19/1 29/1 10/2 21/2 28/2

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Abelardo Luz Apollo RR

    S

    012345

    28/1 4/2 11/2 18/2 25/2 4/3 11/3 12/3 18/3 25/3N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Palmas Magna RR

    S

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    29/1 5/2 12/2 19/2 26/2 5/3 12/3 19/3

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Manguerinha Energia RR

    G

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    2/2 10/2 16/2 22/2 1/3 12/3

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Manguerinha Magna RR

    S

    Regio Centro-Sul

    Regio Sul

    Aplicaes preventivas para o controle de percevejos podem ser visuali-zadas nas unidades representadas na Figura 11. As duas primeiras apli-caes de inseticidas para o controle de percevejos realizadas na rea do produtor na unidade de Brasilndia e as trs primeiras nas unidades dos municpios de Ivaipor, Peabiru e Juranda, possivelmente efetua-das no aproveitamento de operaes, como aplicaes de herbicida e ou fungicidas, foram desnecessrias em funo da baixa populao de percevejos nestes perodos, caracterizados pela ausncia de vagens nas plantas. Essas aplicaes, alm de elevar o custo de produo, contri-buem para um ambiente produtivo menos equilibrado, alm de favore-cer o desenvolvimento de populaes de percevejos resistentes (SOSA--GMEZ; SILVA, 2010; SOSA-GMEZ et al., 2009), pois os mesmos princpios ativos (ou grupos qumicos) utilizados nessas aplicaes foram tambm usados mais tarde, em janeiro e fevereiro, quando real-mente foram necessrios para controlar os percevejos. Essas prticas, embora frequentes nas lavouras, no so recomendadas pelo programa de manejo integrado de pragas, pois agravam o desequilbrio biolgico, redundando em populaes mais elevadas de pragas principais e outros insetos e caros, normalmente, considerados secundrios ocasionando aumento de danos e necessidade de controle em muitas regies (BUE-NO et al., 2007; ROGGIA, 2010).

    29,8 34,6

    64,4

    23,5

    12,0

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    A) Antes de R3 (antesdo perodo crtico)

    B) Abaixo do nvel decontrole (aps R3)

    C) Preventivo (A + B) D) Obedecendo ao nvelde controle

    E) Mais de uma semanaacima do nvel de

    controle

    Frequncia de aplicaes (%) no Sistema do Produtor

    Figura 10. Caracterizao das pulverizaes realizadas para o controle de percevejos no tratamento Produtor, em relao ao perodo crtico da soja e ao nvel de controle.

  • 32 33MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    30/11 9/12 15/12 21/12 29/12 4/1 13/1 20/1 27/1

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    BRASILNDIA - PR SYN 3358 RR

    Vn - R2

    0

    2

    4

    6

    8

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    29/11 13/12 28/12 15/1 8/2 1/3 15/3

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragem

    Mip Produtor Testemunha

    IVAIPOR - PR BRS 232

    Vn - R2

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    24/11 8/12 22/12 5/1 19/1 2/2 16/2

    N pe

    rcev

    ejos

    / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    PEABIRU - PR CD 236 RR

    Vn - R2

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    26/10 11/11 19/11 28/11 6/12 21/12 6/1 21/1 28/1

    N p

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    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    JURANDA - PR CD 241 RR

    Vn - R2

    Figura 11. Densidades populacionais de percevejos em reas de soja tratadas (Produtor e MIP) ou no (Testemunha), nos municpios de Brasilndia, Ivaipor, Peabiru, e Juranda, PR, safra 2010/11, com destaque para as primeiras aplicaes realizadas na rea do pro-dutor com baixas densidades populacionais e no perodo vegetativo-florao, (As setas indicam as aplicaes de inseticida realizadas para percevejo: azul-sistema do produtor e verde-segundo o MIP).

    Em relao ao momento das aplicaes, independente do produto utili-zado, verificou-se situaes em que na rea do produtor as aplicaes foram realizadas com nveis abaixo do nvel de controle ou em perodos no crticos ao ataque desses sugadores, especialmente na fase vege-tativa da cultura, deixando, muitas vezes, de realizar o controle mais tarde, no perodo reprodutivo quando a populao de percevejos atingiu ou ultrapassou o nvel de ao e as plantas j se encontravam na fase crtica de dano de percevejos. Em algumas unidades, foi ntida essa prtica com aplicaes para percevejos no cedo, antes da soja fechar (final do vegetativo) e no aplicao mais tarde, com soja fechada no perodo reprodutivo quando de fato houve a necessidade de controle, resultando assim no aumento do custo de produo pela realizao de pulverizaes desnecessrias no cedo e risco de perda de produtividade e de qualidade pela falta de controle de percevejos no tarde, quando a soja susceptvel aos danos da praga.

    O momento da aplicao muito importante para o correto controle de percevejos. Quando as aplicaes foram realizadas conforme a recomendao, ou seja, a partir do estdio R3 (canivetinho) e quando a densidade de percevejos atingiu ou ligeiramente ultrapassou o nvel de ao (2 ou 1 percevejo/m), como nos municpios de Engenheiro Beltro e Juranda (Figura 12), a aplicao teve melhor resultado, reduzindo a populao e evitando assim danos futuros. Enquanto que o controle no foi satisfatrio naquelas aplicaes realizadas com nveis eleva-dos de percevejos, dois, trs ou mais vezes o nvel de ao, como nas unidades localizadas em Boa Esperana e Nova Santa Rosa (Figura 12). Nesses casos, a densidade populacional de percevejo pode at ser re-duzida numericamente, mas ainda permaneceu acima do nvel de ao, necessitando nova aplicao para evitar perdas de rendimento. Em al-gumas unidades, com amostragens semanais, verificou-se que a curva da densidade populacional de percevejos continuou ascendente, mes-mo aps pulverizaes realizadas com densidades populacionais muito acima do nvel de controle. Esses resultados reforam a necessidade do uso das amostragens para o posicionamento correto das aplicaes, devendo este monitoramento ser realizado numa frequncia maior, ou

  • 34 35MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    seja, a cada 4 ou 5 dias, quando os nveis populacionais esto muito prximos do nvel de ao ou em perodos de crescimento acelerado da densidade populacional como no perodo de enchimento de gros ou em situaes de invaso de percevejos a partir de lavouras vizinhas em estgio de maturao ou colheita.

    0

    5

    10

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    24/10 7/11 21/11 5/12 19/12 2/1 16/1 30/1 13/2

    Amostragens

    N p

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    s / m

    Mip Produtor Testemunha

    Boa Esperana - PRBRS 232

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    4

    6

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    25/11 9/12 23/12 6/1 20/1 3/2 17/2

    N p

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    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Engenheiro Beltro - PRFTS Campo Mouro RR

    NA

    02468

    10

    23/11 3/12 13/12 23/12 2/1 12/1 22/1

    N p

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    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    N. Sta. Rosa - PRV Max RR

    NA

    02468

    10

    8/12 22/12 5/1 19/1 2/2 16/2

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    NA

    Juranda - PRV Max RR

    Figura 12. Momento das aplicaes para um melhor resultado no controle dos nveis populacionais de percevejos na cultura da soja.

    Considerando que, em vrias localidades do Estado do Paran, na safra 2010/11, ocorreu elevada frequncia de chuvas no perodo reprodu-tivo da soja, observou-se, em algumas unidades, que no s na rea do produtor, mas tambm nas reas MIP houve atraso nas aplicaes de inseticidas, que foram realizadas quando a densidade de percevejos j havia ultrapassado o nvel de ao. Em consequncia, observou-se maior dificuldade para manter os percevejos sob controle, como na unidade do municpio de Peabiru (Figura 13). No perodo de enchimento de gros, o NA foi atingido em 16/01 e a aplicao s foi possvel 10 dias aps, quando o nvel populacional foi trs vezes maior que o NA (6 percevejos/m). Nesse caso, verificou-se que aps a pulverizao houve reduo da densidade populacional mas esta ainda permaneceu acima de 2 percevejos/m, sendo necessria nova aplicao. O bom senso e a anlise da situao de cada lavoura so fundamentais para o suces-

    so do MIP. Quando o monitoramento indicar nveis populacionais de percevejos muito prximos ao nvel de ao (NA) entre os estdios R3 e R7, havendo previso de chuva prxima, sendo o solo argiloso ou de difcil drenagem, com limitaes operacionais de mo-de-obra ou equi-pamentos de pulverizao incompatveis com a rea a ser tratada, pode ser necessrio, como medida de segurana, realizar a pulverizao com densidade de percevejos um pouco abaixo do NA.

    012345678

    24/11 8/12 22/12 5/1 19/1 2/2 16/2

    N p

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    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Peabiru - PRCD 236 RR

    V3

    R1

    R5

    V7

    R6

    NA

    Figura 13. Nveis populacionais de percevejos com indicativo das aplicaes realizadas nos diferentes tratamentos (seta azul sistema do produtor e seta verde-sistema MIP), na unidade de Peabiru, PR, na safra 2010/11.

    Os resultados obtidos, neste estudo, em lavouras de diferentes regies mostraram que as aplicaes preventivas, realizadas no perodo vege-tativo, no contriburam para reduzir o nvel populacional de percevejos no perodo reprodutivo (perodo crtico de dano por percevejos). Com o desenvolvimento das plantas, a densidade de percevejos cresceu naturalmente, tanto nas reas previamente tratadas (sistema do pro-dutor) quanto naquelas no tratadas (testemunha) ou MIP-Soja. Exem-plos desta situao podem ser observados na Figura 13 (Peabiru), bem como em unidades de outras regies (Figura 14).

    Esses resultados reforam a indicao de que aplicaes para contro-le de percevejos no incio do ciclo da soja no devem ser realizadas, pois sua presena nesse perodo no causam redues de rendimento na cultura (CORRA-FERREIRA, 2005). Alm de aumentar o custo de

  • 36 37MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    produo, aplicaes preventivas podem causar desequilbrios pela eliminao precoce de inimigos naturais presentes nas lavouras de soja, no proporcionam ndices menores de percevejos no estgio reprodu-tivo, alm de acelerar o processo de seleo de insetos resistentes ao inseticida utilizado.

    Aplicaes antecipadas, anteriores a fase crtica da soja ou abaixo do nvel de controle, principalmente, com inseticidas piretroides, contri-buem para a reduo da densidade de agentes naturais de controle biolgico e, consequentemente, favorecem o aumento da densidade populacional de percevejos e outras pragas importantes na fase de for-mao de vagens e enchimento de gros, como determinadas espcies de lagartas e caros (CORRA-FERREIRA et al., 2010 ROGGIA, 2010).

    02468

    10

    30/11 7/12 14/12 21/12 28/12 4/1 11/1 18/1 25/1

    N p

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    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Brasilandia - PRSYN 3358 RR R6

    V2

    R5

    R3R6

    0

    2

    4

    6

    8

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    20/11 4/12 18/12 1/1 15/1 29/1 12/2 26/2

    N p

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    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Campo Mouro - PRBRS 232 R6

    V4

    R5

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    10

    9/12 16/12 23/12 30/12 7/1 14/1 20/1 18/2 28/2

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Boa Esperana - PRMagna RR

    V2R5

    R5R1

    02468

    10

    30/11 10/12 20/12 30/12 9/1 19/1 29/1

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Juranda - PRV Max RR

    R1V

    R5

    R5

    Figura 14. Unidades com aplicaes para o controle de percevejos realizadas no incio do ciclo da soja (vegetativo-florao) na rea do produtor no resultaram numa densidade populacional menor no perodo mais crtico ao ataque dos percevejos (R5-R6).

    Como regra geral, os inseticidas utilizados nas diferentes unidades foram aqueles indicados oficialmente para o controle desses perce-vejos fitfagos. Entretanto, em vrias unidades, constatou-se que na rea do produtor no foi utilizada a rotao de princpios ativos nas aplicaes realizadas, ao esta que favorece o desenvolvimen-to de populaes resistentes (SOSA-GMEZ et al., 2001; 2009).

    Atualmente existem poucos produtos para o controle de percevejos e maior parte deles pertence aos mesmos grupos qumicos, dificul-tando a rotao de produtos para o manejo da resistncia. Neste contexto, prevalecem estratgias de uso racional de inseticidas para reduzir o risco de desenvolvimento de resistncia de percevejos aos produtos atualmente disponveis no mercado, reforando a importn-cia do uso nas doses indicadas pela Comisso Regional de Entomolo-gia (TECNOLOGIAS..., 2011).

    Os vrios resultados obtidos nas unidades conduzidas reforam por-tanto, a necessidade do monitoramento das lavouras para o melhor posicionamento das aplicaes, o uso correto dos produtos e doses indicadas para o controle de percevejos evitando aplicaes preventi-vas e de produtos de mesmo modo de ao em aplicaes na mesma rea. Entretanto, frente aos elevados nveis populacionais de perceve-jos presentes nas lavouras e os srios problemas que causam por se alimentarem diretamente dos gros, o uso dos inseticidas para o con-trole dessas pragas hoje uma necessidade para a sojicultura brasileira, entretanto, precisamos us-los de forma criteriosa e no momento mais adequado buscando sempre um agroecossistema mais sustentvel, caso contrrio, poderemos estar contribuindo para uma situao de inviabilidade dessa cultura no futuro.

    5. Anlise do rendimento e da qualidade da soja em reas de MIPMesmo com densidades populacionais de percevejos distintas ao longo do perodo reprodutivo da soja nas diferentes regies avaliadas, a produtividade mdia obtida foi estatisticamente semelhante entre os tratamentos MIP e Sistema do Produtor em seis das nove regies ava-liadas, com diferenas verificadas apenas nas regies Noroeste, Oeste do Estado do Paran e no Estado do Mato Grosso do Sul, sendo os maiores rendimentos obtidos na rea do produtor (Tabela 6).

    O rendimento costuma ser um parmetro muito varivel, estando asso-ciado, muitas vezes variabilidade espacial do terreno e a outros fato-

  • 38 39MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    res ambientais no controlveis. Neste contexto, a qualidade de gros, avaliada pelo teste de tetrazlio, costuma ser um melhor indicador da eficincia do sistema de manejo de percevejos do que o rendimento, pois quantifica com maior confiabilidade a injria causada pelo ataque de percevejos em soja. Em mais da metade (56,60%) das unidades avaliadas o MIP apresentou valores de sementes inviabilizadas por per-cevejo (tetrazlio 6-8) menores ou iguais do que o Sistema do Produ-tor, indicando que, nestes casos, o MIP foi mais eficiente na reduo dos danos causados por percevejos qualidade dos gros de soja.

    Regio Unidades Rendimento (kg/ha)1

    MIP S. Produtor Testemunha

    Centro Norte 13 3998,92 AB 4112,63 A 3920,94 B

    Norte 17 3748,59 A 3811,02 A 3655,65 A

    Noroeste 17 3505,94 B 3698,56 A 3248,19 C

    Centro-Oeste 8 3912,37 A 3966,87 A 3609,25 A

    Oeste 17 3516,82 B 3800,65 A 3171,59 C

    Mato Grosso do Sul 3 3780,33 B 4042,33 A 3197,83 C

    Centro 5 3731,80 A 3607,00 A 3279,80 A

    Centro-Sul 6 4057,00 A 3954,00 A 3859,67 A

    Sul 22 3802,44 A 3838,88 A 3702,70 A

    Tabela 6. Produtividade mdia (kg/ha) da soja colhida nas unidades conduzidas na safra 2010/2011, de reas tratadas (MIP e SP) e no tratadas (testemu-nhas) para os percevejos.

    1 Mdias seguidas pela mesma letra, na linha, no diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significncia.

    Os maiores percentuais de sementes e gros inviabilizados pelo dano de percevejos, avaliados pelo teste do tetrazlio, foram regis-trados nas reas testemunhas (sem controle de percevejos), no se constatando diferenas significativas entre os tratamentos MIP e Sistema do Produtor, para nenhuma das regies avaliadas (Tabela 7). Os menores ndices de sementes inviveis foram observados nas regies Sul e Centro-Sul, o que explicado pelas condies prprias dessas regies, favorveis produo de sementes e com baixa densidade populacional de percevejos verificada naquelas unidades.

    Embora a maioria das unidades no foram conduzidas em lavouras de produo de sementes, diferentemente do verificado na regio Sul, e portanto com um ndice de tolerncia maior no nvel de ao utilizado no manejo dos percevejos (2 percevejos/m), o percentual de gros inviveis pelo ataque desses insetos sugadores revela as regies com maior ou menor presso populacional aos maiores e menores ndices constatados.

    Tabela 7. Percentual de sementes e gros de soja inviabilizados pelo dano de percevejos, segundo o teste de tetrazlio, nas unidades conduzidas em diferen-tes regies produtoras, na safra 2010/11.

    1 Mdias seguidas pela mesma letra, na linha, no diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significncia.

    Regio Sementes inviveis por danos de percevejos (TZ 6-8)%1

    MIP Sistema do Produtor Testemunha

    Centro Norte 8,13 A 8,85 A 9,09 A

    Norte 12,88 A 12,47 A 16,94 A

    Noroeste 15,33 AB 12,87 B 18,81 A

    Centro-Oeste 12,50 A 13,00 A 18,25 A

    Oeste 13,47 B 12,94 B 18,69 A

    Mato Grosso do Sul 10,00 A 18,33 A 16,00 A

    Centro 5,80 A 4,53 A 7,00 A

    Centro-Sul 1,33 A 1,67 A 1,33 A

    Sul 1,00 A 1,73 A 1,77 A

    Em funo do dano de percevejos detectados pelo teste de tetrazlio o seguinte agrupamento pode ser efetuado: a) unidades das regies Sul e Centro-Sul, com ndice baixo de dano na semente, variando de 1% a 1,77% de sementes inviveis; b) unidades das regies Centro e Centro--Norte, com ndices mdios de dano variando de 4,53% a 9,09% e c) as demais regies com elevado ndice de sementes inviabilizadas pelo dano de percevejos que variou de 10% no Mato Grosso do Sul (rea MIP) a 18,81% na regio Noroeste (rea Testemunha). O vigor e a via-bilidade da soja colhida nas diferentes regies seguiu um padro similar aos danos acima relatados (Tabela 8).

  • 40 41MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    O controle de percevejos, pelo MIP e pelo Sistema do Produtor, evita que a qualidade de sementes de soja seja diminuda. Uma anlise global indica que o MIP apresentou ndices de vigor superior ou igual ao do Sistema do Produtor em 49,07% das amostras analisadas, ou seja, os sistemas de manejo se equivalem quanto a este parmetro. J para a viabilidade em 58,33% das amostras analisadas o MIP apresentou ndi-ces superiores ou iguais ao do Sistema do Produtor.

    A anlise estatstica dos dados no indicou diferena estatstica entre o MIP e Sistema do Produtor, porm estes sistemas de manejo apre-sentaram valores significativamente superiores aos observados na rea sem controle para os percevejos, nas regies Norte, Noroeste e Oes-te para o vigor e nas regies Centro-Norte, Noroeste, Centro-Oeste e Oeste para a viabilidade. Porm interessante destacar que alm do ataque dos insetos sugadores outros fatores interferem no maior ou menor vigor e viabilidade da semente, como a umidade e danos mec-nicos. Os resultados obtidos indicam que as condies e caractersticas da regio, adequadas ou no produo de semente podem ser mais importantes para a qualidade (vigor e viabilidade) da semente do que s o manejo dos percevejos, pois mesmo na rea sem controle da praga nas unidades das regies Centro, Centro Sul e Sul obteve-se soja com viabilidade mdia de 88,35%, 92,35% e 92,91%, respectivamente, no diferindo estatisticamente da mdia observada na soja colhida na

    Regio Vigor (%) Viabilidade (%)

    MIP Produtor Testemunha MIP Produtor Testemunha

    Centro Norte 76,38 A 75,08 A 73,56 A 87,81 A 88,31 A 85,72 B

    Norte 54,53 A 56,76 A 46,53 B 80,12 A 79,18 A 76,65 A

    Noroeste 55,00 AB 59,82 A 48,18 B 77,79 AB 79,72 A 73,41 B

    Centro-Oeste 51,13 A 51,88 A 39,50 A 74,50 A 75,00 A 65,38 B

    Oeste 55,06 A 53,41 AB 47,47 B 79,18 A 76,71 A 70,97 B

    Mato Grosso do Sul 55,67 A 54,00 A 49,00 A 79,00 A 75,33 A 77,00 A

    Centro 78,00 A 76,00 A 78,25 A 86,20 A 89,00 A 88,35 A

    Centro-Sul 84,33 A 85,17 A 84,50 A 90,67 A 90,83 A 92,35 A

    Sul 88,83 A 88,07 A 87,30 A 94,28 A 93,36 A 92,91 A

    Tabela 8. Vigor e viabilidade de sementes e gros de soja de diferentes regies produtoras, colhidos nas unidades conduzidas na safra 2010/2011.

    1 Mdias seguidas pela mesma letra, na linha, no diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significncia.

    rea do produtor e na rea MIP (onde houve controle de percevejos), sendo neste ltimo tratamento observado, em valores absolutos, a maior viabilidade (94,28%). Essas diferenas e influncias ficam mais evidentes quando se compara, apenas as 27 unidades conduzidas em lavouras de produo de sementes das regies Centro Norte, Noroeste e Sul do Estado do Paran (Tabela 9).

    Regio Rendimento (kg/ha) 1 Sementes inviveis por percevejos -TZ 6-8 (%) 1

    MIP Produtor Testemunha MIP Produtor Testemunha

    Centro Norte 3607,00 AB 3666,50 A 3526,75 B 7,83 A 7,50 A 8,50 A

    Noroeste 3189,29 A 3379,43 A 2831,00 B 21,29 A 17,29 A 27,86 A

    Sul 3711,00 A 3667,92 A 3562,07 B 1,00 A 1,19 A 1,13 A

    Regio Vigor (%) 1 Viabilidade (%) 1

    MIP Produtor Testemunha MIP Produtor Testemunha

    Centro Norte 81,96 A 80,00 AB 77,25 B 92,00 A 91,75 A 89,50 A

    Noroeste 43,71 A 50,43 A 37,00 A 72,29 A 73,71 A 65,86 A

    Sul 89,56 A 87,88 A 87,31 A 93,87 A 93,13 A 92,88 A

    Tabela 9. Produtividade mdia (kg/ha) e qualidade da semente de soja, de 27 unidades classificadas como MIP-Semente, conduzidas na safra 2010/11.

    1 Mdias seguidas pela mesma letra, na linha, no diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significncia.

    Quanto produtividade mdia nas unidades localizadas em reas de produo de sementes no foram constatadas diferenas estatsticas entre os tratamentos MIP e Sistema do Produtor para nenhuma das trs regies, diferindo apenas da rea sem controle de percevejo, com os menores rendimentos (Tabela 9).

    Quanto qualidade da semente indicada pelo teste de tetrazlio, no foram constatadas diferenas entre os trs tratamentos, dentro de cada regio, para o percentual de sementes inviabilizadas pelo dano dos percevejos (Tabela 9), embora nitidamente os valores reflitam a pres-so populacional verificada nas trs regies, com os maiores ndices de sementes atacadas pelos percevejos na regio Noroeste, cerca de trs vezes superior ao percentual aceito na categoria de semente (6%). Esses ndices elevados so explicados pelos altos nveis populacionais de percevejos verificados na safra 2010/11, nas lavouras dessa regio, conforme observado em unidades de Mambor (Figura 15) que mesmo

  • 42 43MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    com as aplicaes realizadas na rea do produtor e na rea MIP a den-sidade de percevejos muitas vezes, em perodos crticos do desenvolvi-mento da soja, esteve acima do nvel de controle permitido para produ-o de semente (1/m), refletindo, posteriormente, na baixa qualidade da semente colhida. Quanto ao vigor e a viabilidade das sementes, dentro de cada regio, constatou-se diferenas apenas em relao ao vigor na regio Centro Norte, com valor estatisticamente superior na rea MIP em relao testemunha. Comparando-se os valores obtidos entre as regies, a viabilidade foi elevada na regio Sul e Centro Norte e com os menores ndices nas unidades da regio Noroeste.

    02468

    10

    22/11 6/12 20/12 3/1 17/1 31/1 14/2

    N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Mambore - PRBMX Potencia RR

    S

    02468

    10

    1/12 15/12 29/12 12/1 26/1 9/2 23/2N p

    erce

    vejo

    s / m

    Amostragens

    Mip Produtor Testemunha

    Mambore - PRBMX Potencia RR

    S

    Figura 15. Densidade populacional de percevejos verificada em unidades de produo de semente (S) da regio Noroeste na safra 2010/11. (As setas indicam as aplicaes reali-zadas para o controle dos percevejos:azul-sistema do produtor e verde-segundo o MIP).

    6. Continuidade do Programa MIP-Soja Na safra 2011/12, o programa de Manejo Integrado de Pragas da Soja foi continuado na Coamo Agroindustrial Cooperativa, sendo realiza-da uma unidade por entreposto, perfazendo um total de 58 unidades implantadas numa rea de abrangncia semelhante safra anterior. As unidades seguiram a mesma metodologia, com exceo da rea sem controle de percevejos que foi excluda. O trabalho foi igualmente foca-do nas tticas do manejo integrado de percevejos em todas as regies de ao da Coamo, com preferncia, sempre que possvel, na escolha por produtores de sementes e com destaque na anlise e avaliaes finais dos resultados para a qualidade das sementes e gros colhidos. Nesta safra o rendimento no foi avaliado.

    Do total de unidades implantadas, 41 seguiram as estratgias do programa MIP-Soja, sendo 11 unidades conduzidas em lavoura de produo de semente (26,8%) e 30 conduzidas como gro (73,2%). Algumas unidades tiveram problemas na sua conduo e, no sendo possvel seguir a metodologia programada, no foram analisadas. A caracterizao das unidades quanto poca de plantio e cultivares utilizadas quanto ao tipo de crescimento e ciclo foi muito semelhante safra 2010/11, com 88% conduzidas em lavouras com soja transgni-ca e semeadas, na maioria, na primeira (20,5%) e segunda quinzena de outubro (43,6%).

    Os maiores nveis populacionais foram registrados em unidades das regies Oeste (Toledo), Centro Oeste (Boa Esperana) e Mato Gros-so do Sul (Amambai), com ndices mximos de 11,4, 10,6 e 9,2 percevejos/m, ocorridos no final do ciclo da soja (R6 e R7). Semelhante ao observado na safra de 2010/11, as unidades da Regio Sul tambm apresentaram os menores ndices de percevejos, com exceo de uma unidade no Municpio de Mangueirinha, onde a densidade populacional de percevejos atingiu o pico de 17,2 percevejos/m, com soja em est-dio de incio de maturao (R7).

    Quanto s aplicaes de inseticidas para o controle de percevejos, na mdia das 41 unidades constatou-se que nas reas MIP foi realizada

  • 44 45MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    1,5 vezes menos aplicaes que o padro produtor, variando de 1,3 a 2,4 vezes menos (Tabela 10), sendo uma reduo mdia inferior quela constatada na safra anterior (2,06).

    Regio N Unidades

    conduzidas

    N aplicaes Relao SP/MIP

    MIP S. Produtor

    Centro-Norte 3 2,5 3,5 1,4

    Norte 6 2,5 3,5 1,4

    Noroeste 3 3,5 4,0 1,3

    Centro-Oeste 6 1,4 2,6 1,9

    Oeste 7 2,2 3,0 1,4

    Mato Grosso do

    Sul 3 1,0 1,7 1,7

    Centro 6 0,6 1,1 1,8

    Sul 7 0,5 1,2 2,4

    Mdia ponderada 1,6 2,4 1,5

    Tabela 10. Mdia das aplicaes de inseticida realizada para o controle de percevejos nas reas MIP e sistema do produtor nas diferentes regies na safra 2011/12.

    De forma semelhante ao verificado na safra 2010/11, o momento das aplicaes foi muito importante, reforando os resultados j obtidos que indicaram que aplicaes realizadas antes do incio do desenvolvimento de vagens (R3 ou canivetinho) para o controle de percevejos no resultam em benefcios para a reduo populacio-nal de percevejos durante a fase crtica da soja ao ataque da praga conforme pode ser observado tambm na unidade de produo de gros em Ivaipor, PR na safra 2011/12 (Figura 16). As duas primei-ras aplicaes na rea do produtor, possivelmente realizadas conjun-tamente com aplicaes de herbicidas ou fungicidas, com ausncia de percevejos na rea e em perodos no crticos ao ataque desses insetos sugadores (V7 e R1) poderiam ser evitadas. Embora, poste-riormente, os nveis de percevejos na rea do produtor se mantives-sem inferiores queles observados na rea MIP, com o desenvolvi-mento das plantas e a oferta por alimento de melhor qualidade, nos dois tratamentos a populao apresentou crescimento populacional semelhante.

    Na rea MIP, sem aplicaes prvias, a interveno foi realiza-da quando a densidade de percevejos atingiu o nvel de ao (2 percevejos/m) enquanto na rea do produtor, a terceira aplicao poderia ter sido protelada pois nesse momento a densidade de percevejos era ainda inferior ao NA. Essas constataes somente foram possveis graas ao monitoramento das lavouras atravs das amostragens realizadas nas reas e o acompanhamento das densida-des populacionais de percevejos. Na unidade de Ivaipor verificou--se que houve uma boa rotao dos ingridientes ativos utilizados nas diferentes aplicaes para o controle de percevejos. Entretanto, em outras unidades tanto as aplicaes antes como aquelas aps o perodo R3 foram efetuadas com o mesmo inseticida. De forma semelhante safra anterior, essas aplicaes alm de aumentar o custo de produo podem contribuir tambm para o desenvolvimen-to de possveis percevejos resistentes na rea, no sendo, portanto, indicadas pelo programa de MIP-Soja.

    Figura 16 . Flutuao populacional de percevejos na unidade de produo de gros em Ivaipor, PR, a safra 2011/12. (NA= Nvel de ao e a seta indica o momento da aplica-o de inseticida).

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    12/11 26/11 10/12 24/12 7/1 21/1 4/2 18/2 3/3

    N d

    e pe

    rcev

    ejos

    / m

    Amostragens

    Mip Produtor

    NA

    Gro

    Ivaipor, PRBMX Potncia

    V1 V7 R1V5 R3 R5 R5 R6 R7

  • 46 47MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    Os resultados obtidos nas Unidades de Ivaipor e Engenheiro Beltro (Figuras 16 e 17) mostraram que as aplicaes para os percevejos na rea MIP foram realizadas quando a densidade populacional atingiu o nvel de ao, sendo suficientes para manter os nveis sob controle. Mesmo sendo rea de produo de gros, onde o nvel de ao tolera-do maior, o resultado do teste de tetrazlio indicou percentual mdio de sementes inviabilizadas pelo dano de percevejos de 9% e 4% na rea MIP, comparado a 8% e 3,5% na rea do produtor, para os dois locais, respectivamente. Esses resultados reforam a necessidade do monitoramento para o melhor posicionamento das aplicaes e mos-tram a segurana dos nveis de ao hoje preconizados pelo programa MIP, pois mesmo em lavouras com cultivares de tipo de crescimento indeterminado, a tolerncia da soja aos danos desses insetos sugadores segura, conforme verificado por Bueno et al. (2011) e Corra-Ferrei-ra et al. (2005; 2011).

    Figura 17. Flutuao populacional de percevejos na unidade de produo de gros em En-genheiro Beltro, PR, na safra 2011/12. (NA= Nvel de ao e a seta indica o momento da aplicao de inseticida).

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    15/12 29/12 12/1 26/1 9/2 23/2 8/3

    N d

    e pe

    rcev

    ejos

    / m

    Amostragens

    Mip Produtor

    NA

    Gro

    Engenheiro Beltro, PRBRS 282

    V3 R1V6 R4 R5 R6 R7

    O estabelecimento de percevejos na cultura em relao ao desenvol-vimento fenolgico da soja, foi similar ao padro verificado na safra anterior (Figura 4), havendo crescimento expressivo da densidade populacional na fase de enchimento de gros (R5-R6) . Considerando que o enchimento de gros uma fase crtica ao ataque de perceve-jos, e que nesta fase ocorre elevado percentual de percevejos jovens (ninfas), que so mais difceis de serem visualizados no campo, as lavouras precisam ser cuidadosamente monitoradas nesse perodo, para que as intervenes sejam realizadas no momento correto, ou seja, quando atingem o nvel de ao, evitando prejuzos futuros e obtendo um melhor resultado da aplicao na reduo do ndice populacional de percevejos.

    Assim como a ocorrncia dos percevejos, verificou-se que tambm a sua importncia e os danos causados soja foram variveis com a regio. De uma forma geral, as reas MIP no perderam em quali-dade quando comparadas ao sistema produtor, apresentando semen-tes com vigor e viabilidade semelhantes. Os resultados do teste de tetrazlio nas amostras de soja de 11 unidades conduzidas em reas de produo de sementes, nas regies Noroeste, Centro Norte e Sul, mostraram valores elevados e muito prximos entre o MIP e o siste-ma produtor (Tabela 11). Apenas na regio Centro Norte o percen-tual de sementes inviabilizadas pelo dano de percevejos na rea MIP ultrapassou o limite aceito na categoria semente, que de 6%.

    Verificou-se maior variabilidade nos resultados de qualidade entre regies que entre os tratamentos de uma mesma regio (Tabela 11). Os melhores resultados foram obtidos na regio Noroeste, com valo-res mdios de 85,88% e 80,63% de vigor e 95,50% e 92,75% de viabilidade nas sementes da rea MIP e produtor, respectivamente. Resultado este distinto daquele obtido na safra 2010/11 para essa regio e explicado, em parte, pela ocorrncia de densidades popula-cionais inferiores nesta safra.

  • 48 49MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

    Consideraes Finais

    Os resultados obtidos nas unidades conduzidas nas safras 2010/11 e 2011/12 indicam que os critrios recomendados pelo MIP-Soja so vi-veis no atual sistema produtivo da soja, com destaque para os seguin-tes aspectos em relao ao manejo dos percevejos:

    - O monitoramento dos percevejos fundamental na tomada de de-ciso de controle e, deve continuar at a fase de maturao da soja, sendo intensificado nos perodos de ocorrncia de maiores densidades populacionais desses insetos na cultura;

    - Os danos causados por percevejos soja variaram de regio para regio e estiveram diretamente relacionados s diferentes intensidades de ataque da praga em cada regio;

    - A qualidade (vigor e viabilidade da semente) da soja obtida no MIP foi idntica ao do sistema de manejo de percevejos do produtor, porm com menor nmero de pulverizao de inseticidas;

    Tabela 11. Qualidade da semente de soja, pelo teste de tetrazlio, das unida-des conduzidas em lavouras de produo de sementes na safra 2011/12.

    1 Resultados pelo teste de tetrazlio

    Regio:

    Unidades Parmetros de qualidade

    Sistema1

    MIP Produtor

    Noroeste: 2 unidades

    Sementes Inviveis (%) 3,25 6,00

    Vigor (%) 85,88 80,63

    Viabilidade (%) 95,50 92,75

    Centro-Norte: 2 unidades

    Sementes Inviveis (%) 7,50 5,00

    Vigor (%) 74,38 72,63

    Viabilidade (%) 86,38 86,63

    Sul: 7 unidades

    Sementes Inviveis (%) 3,29 2,46

    Vigor (%) 77,71 77,68

    Viabilidade (%) 89,82 89,57

    - A utilizao de critrios prprios do agricultor para a tomada de deciso sobre a necessidade de pulverizao resultou em aumento de 106% no nmero de aplicaes para o controle de percevejos na safra 2010/11 e de aproximadamente 50% na safra 2011/12;

    - As aplicaes para o controle dos percevejos antes do incio do de-senvolvimento de vagens (R3) no resultaram em melhoria da produtivi-dade ou da qualidade dos gros, e tambm no reduziram a densidade populacional de percevejos na fase crtica da soja ao dano da praga;

    - A reduo da eficincia de controle ocorreu quando as aplicaes foram realizadas com densidades populacionais de percevejos muito acima do nvel de controle;

    - Em seis das nove regies estudadas na safra 2010/11, a intensidade de ataque dos percevejos foi maior nas semeaduras precoces realizadas antes de 16/10.

    AgradecimentosAgradecemos Coamo atravs dos tcnicos das regies Centro Norte, Norte, Noroeste, Centro Oeste, Oeste, Centro, Centro Sul, Sul e Mato Grosso do Sul pela implantao e conduo das unida-des, a Unidade de Beneficiamento de Sementes de Campo Mouro pelo processamento das amostras e ao Laboratrio de Sementes da Coamo pela realizao da anlise de qualidade das amostras de sementes das diferentes Unidades.

  • 50 51MIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da sojaMIP-Soja: resultados de uma tecnologia eficiente e sustentvel

    no manejo de percevejos no atual sistema produtivo da soja

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