design sustentavel

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FIBRA DESIGN Mostrando o que é preciso para estar no mercado Edição 01 | R$ 25,00 TASTE Não é escritório de design, não é publicidade, isso é consultoria criativa. Entrevista exclusiva com Ale Tauchmann GALLERY Artistas mostrando o que fazem pela arte e pelo planeta

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Projeto do 2º semestre de design gráfico da universidade Unicuritiba

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Page 1: Design Sustentavel

FIBRA DESIGNMostrando o que é precisopara estar no mercado

Edição 01 | R$ 25,00

TASTENão é escritório de design, não é publicidade,isso é consultoria criativa.Entrevista exclusiva com Ale Tauchmann

GALLERYArtistas mostrando o que fazempela arte e pelo planeta

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Page 4: Design Sustentavel

Tudo o

que pod

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já foi.

Charles H

. Duell

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nário do E

scrit

ório d

e Paten

tes dos

EUA (1922)

Muitos não acreditaram que iriamos mudar,

AGORA mais do que nunca temos que mostrar que podemos fazer mudanças.

A TEORIA DOS GERMES, de Louis Pasteur, é uma ridídula fi cção.(Pierre Pachet, Professor de Fisiologia de Toulose, 1872)

Pessoas

bem informadas sabem

que é totalmente IMPOSSÍVEL transmitir

vozes através de um fi o, e mesmo que isto fosse possível,

este tipo de ação não teria nenhum valor prático.

Editorial do Boston Post (1865)

Não existe nenhuma razão

prática para que as pessoas desejem ter um computador em

suas casas.Ken Olson, Presidente e fundador da Digital

Equipamente Corporation (1977)

O

rádio

não tem

futuro

Lord Kevin, Físico e Presidente da Royal Society (1897)

A

melhoria

das condições das cidades pela ampla adoção

do carro movido a motor difi cilmente poderá

ser superestimada. Ruas limpas, sem SUJEIRA ou odores desagradáveis, veículos com fi nos pneus feitos de borracha

movendo-se rápida e silenciosamente sobre calçamentos suaves irão

eliminar o nervosismo, tensão e os acidentes que tanto prejudicam

a vida das grandes metrópoles.Scientifi c American (1889)

640Kbytes devem ser sufi cientes para

qualquer PESSOA.Bill Gates, Presidente da Microsoft (1981)

Page 5: Design Sustentavel

Em nossa PRIMEIRA EDIÇÃO decidimos

homenagear todos os criativos que ainda possuem um

AMOR pelo trabalho que foi lhes dado, mostrando que

o esforço pensado para um bem maior pode lhes deixar na

HISTÓRIA.

A imagem que ilustra nossa capa foi criada por Sandro França

de Souza, designer freelancer e ilustrador que reside em

Curitiba, não por acaso, REFLETE MUITO DO CONTEÚDO que você encontra aqui: seja

no bonsai que cresce perfeito pelo ESFORÇO

feito, pelo grito de ajuda ou pela devolução do mundo com

INSPIRAÇÃO para nós.

Nas páginas a seguir, além do conteúdo exclusivo sobre

CULTURA e CRIATIVIDADE,

mostraremos há você como CRIATIVOS

focam em outros métodos de trabalhos sem criar mais

RESÍDUOS em nosso ambiente criativo.

BOA LEITURA!

Page 6: Design Sustentavel

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08 Portfólio

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Sandro F. SouzaDiretor de Arte/Criação

João Victor Tiburcio RosaConteúdo

Sandro F. SouzaEditor-chefe

João Victor Tiburcio RosaFotógrafo

Joao Vitor Carvalho AlvesIlustração

Joao Vitor Carvalho AlvesDiretor de Arte

16 Eco

Desejos

Belos Objetos q

ue

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20 Fibra D

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26 Gallery

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teralm

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de

mãos

dadas com

a vida.

Page 7: Design Sustentavel

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Page 9: Design Sustentavel
Page 10: Design Sustentavel

PORTFÓLIOMostre sua cara.Mostre que suas idéias não estão paradas.

Recicle-as.Airton CardimLocal: Olinda, PEO que faz: Artista VisualContato: www.flickr.com/airton-cardim

Iniciou sua trajetória em 2001, no curso de Educação Artística

e Artes Plásticas da Universidade Federal de Pernambuco. Teve

contato com técnicas artísticas como a xilogravura, com qual logo

se identificou.

Transita entre o manual e o digital, muitas vezes combinando os

dois.

01 - Romance do Pavão Misterioso

“Esta peça nasceu como ilustração de um romance de cordel que

possui o mesmo título. Conta a história de um principe que contrói

uma máquina voadora em formato de pavão e com ela consegue

fugir com sua amada.”

01

02

Bruno Pontes

Local: Rio de Janeiro, RJO que faz: Designer e ilustradorContato: www.flickr.com/bruno_pontes

Designer desde 2005 e se diz completamente apaixonado pelo

que faz. Cria, gerencia e ilustra projetos de estamparia para as

empresas South e Banco de Areia.

“Desenhar me traz muita paz e dedicação”, conta o designer.

02 - O Criador

“A idéia inicial era criar uma ilustração para uma estampa, mas

em meio ao desenvolvimento do desenho foi surgindo a figura

do criador, transmitindo sensação de poder, subordinação e

autonomia para manipular os elementos da natureza. Os tons

de preto e branco aludem à angústia do poder.”

“Desenhar me traz muita paz e dedicação”Bruno Pontes

10 Inovação

Page 11: Design Sustentavel

03

“Procuro não me comprometer com clientes ditadores”Carlos Marques

“Invisto na melhor forma de fazer com que meus projetos venham à tona”Bruno Clériston

Carlos Marque

Local: Rio de Janeiro, RJO que faz: Designer gráfico e ilustradorContato: www.flick.com/ilustra72

Formado em Comunicação Visual pela PUC do Rio de Janeiro,

trabalha na área há mais de 15 anos. “ Atualmente não faço

tantos trabalhos de ilustração como gostaria, mas procuro não me

comprometer com prazos apertados ou clientes ditadores” declara

o designer.

Antes de firmar seu próprio estilo, Carlos fez experimentos com

os mais variados estilos, cordel, arte mexicana e grafite. Hoje

sua arte tem um pouco de cada coisa, “com um toque de charge

de jornal”.

03 - Monkey Business

“Esta ilustração é super simples, mas queria mostrar um pouco

mais do que se vê na superfície, um tema anti-imperialista.”

Bruno CléristonLocal: União dos Palmates, ALO que faz: Ilustrador, designer gráfico e vídeo grafistaContato: www.flickr.com/bcleriston

Bruno é diretor de arte de uma agência em Maceió e videografista

em uma emissora de TV, mas é nos freelances que encontra as

maiores oportunidades de se expressar. Cada projeto recebe

influências do que toca em seu MP3 player – repleto de bandas

como Pato Fu, Led Zeppelin e The Cure -, de livros como Alice

no País das Maravilhas, e dos desenhos, HQs e mangás que

coleciona.

“Invisto sempre na melhor forma de fazer com que meus projetos

venham à tona com excelência e glamour. Muitas vezes encontro

tudo isso na simplicidade do traço, na importância de um briefing

ou no pequeno instante com o cliente.”

04 – 204

“Esta ilustração foi criada para sinalizar a porta de um estúdio de

criação, que ficava na sala 204 de um prédio em Maceió.

Cada algarismo tem uma personalidade diferente, embora os três

façam parte de um mesmo número. O “2” com seu “toc!toc!”, já

mostra para que veio; o zero, com uma espécie de microfone de

atendente de callcenter, faz o papel de secretária; e o “4”, com a

língua gigantesca, representa o atendimento ao público.”

04

Inovação 11

Page 12: Design Sustentavel

Elisa Branco

Local: Niterói, RJO que faz: Designer GráficaContato: www.behance.net/elisabranco

Formada em Design Gráfico pela Escola Superior de Propaganda e

Marketing do Rio de Janeiro. Seu sketchbook é seu “fiel escudeiro”.

Atualmente, trabalha como freelancer e se dedica a uma nova

empreitada em parceria com a designer Juliana Bernardino: o

Gojira Studio.

05 - New Retro Font

“Inicialmente, esta peça foi criada para um trabalho pessoal e

só tinha alguns caracteres. Mas gostei tanto que decidi fazer os

outros. Me inspirei em capas de disco e filmes dos anos 1980.”

05 06

“Fui inspirada por capas de disco e filmes dos anos 1980”Elisa Branco

Sami ViljantoLocal: Helsinki, FinlândiaO que faz: IlustradorContato: www.grandedeluxe.com

Trabalha como freelancer em tempo integral. “Minha história no

mundo da ilustração começou quando tinha oito anos e ganhei

uma camiseta, em um concurso de desenho promovido por um

supermercado”, lembra Sami. Foi nessa época que o ilustrador

desenvolveu um estilo colorido e alegre, que diz ter tudo a ver

com sua personalidade: “Sou uma pessoa muito legal”.

06 - Skinny Legged Wolver Can’t Jump

No começo de 2009, Sami sentia que não estava desafiando a

se mesmo o bastante e decidiu criar a maior e mais detalhada

imagem de sua carreira. “A peça é baseada em vetores, como

todos os meus trabalhos. Eles são complementados com

algumas texturas e transparências. Acho que desenhei a árvore

umas 20 vezes, porque nunca ficava feliz com a composição.

Queria que a imagem tivesse um toque de Onde está Wally?

para que as pessoas se perdessem um pouco ao olhar para ela.”

12 Inovação

Page 13: Design Sustentavel

07

08

“Não consigo considerar um projeto pronto se ele não está perfeito para mim”Jennifer Cirpici

Jennifer CirpiciLocal: Utrecht, Países BaixosO que faz: Designer GráficaContato: www.breakingcanvas.com

Jennifer estuda Design Gráfico no Grafisch Lyceum Rotterdam,

uma das escolas de design mais conceituada dos Países Baixos.

Seu programa favorito é o photoshop, mas ela também sabe

usar o Illustrator e o Indesign para complementar seu projetos.

“Amo o que faço e minha maior meta é aprender muitas maneiras

novas de produzir arte digital. Acho que nunca devemos parar

de aprender”, conta a designer, que já criou tutoriais e foi

entrevistada por várias revistas da Europa. Ela se considera

uma perfeccionista incorrigível: “Não consigo considerar um

projeto pronto se ele não está perfeito aos meu olhos”.

07 - Breaking Canvas

“Sempre quis criar uma peça com cores claras, que passam

uma sensação de felicidade. Isso meu levou a fazer este pôster

promocional para meu portfólio online. Ele mostra um homem

que não quer ficar preso em um tela com os outros animais.

Quer pular fora dela, onde terá liberdade.”

David CarronLocal: St. Louis, Estados UnidosO que faz: Designer Gráfico e ilustradorContato: www.avadav.com

Autodidata, David Carron decidiu se concentrar na construção de

um portfólio sólido em vez de ir para a faculdade. “Talvez esse

não seja o melhor caminho para todos, mas foi muito bom para

mim”, afirma.

Após experiência em estúdios como Beatport e agências como a

BBH, David tornou-se freelancer, trabalhando com o pseudônimo

Avadav. “Meu estilo é uma mistura de ilustração tradicional e

elementos de design vintage. Gosto de usar formas abstratas e

movimento, para deixar minhas peças fluidas. Tento das a elas

um visual orgânico, para que as pessoas decidam onde olhar

primeiro.”

08 – Lounge

“Meu amigo Cyrill Clunev me ajudou a começar este projeto

definindo algumas das cores principais e criando as bolhas. Criei

mais elementos no Illustrator e os distribui em volta da modelo.

Os efeitos de vapor foram feitos no Photoshop.”

Inovação 13

Page 14: Design Sustentavel

Florestas Verticais Patrick Blanc, desde criança já

nutria sua paixão pela botânica

suspendendo em seu quarto

várias plantas de parede

que corriam suas raízes até

um aquário, onde recebiam

nutrientes e fertilizantes diluidos

em água.

Quarenta e cinco anos depois, o

francês tem continuado com suas

experiências, no entanto com

escalas um tanto quanto maiores.

Por exemplo, já desenvolveu um

projeto maior que quatro quadras

de tênis para um Shopping Center

português, e outro para o Kuwait

que é tão grande quanto.

Agora a mais recente obra de

Patrick é a fachada do hotel

Athenaeum em Londres (ao lado),

que é provavelmente o perfi l mais

alto já produzido por ele. A fl ora do

jardim suspenso é composto por

mais de 12 mil plantas, que foram

cuidadosamente selecionadas de

acordo com os cuidados básicos

como viabilidade de sustentação,

condições climáticas, e até

mesmo forças naturais como

vento e chuva.

Notícias

VERDES.Aqui você ira encontrar o que esta acontecendo no design sustentável.

14 Inovação

Page 15: Design Sustentavel

AquaIris fi ltra água contaminada sem eletricidade

A designer Tal ia Radford

criou o AquaIris em resposta

à intensif icação da crise

mundial de água. É elegante,

portátil, e o melhor: não utiliza

eletricidade, o que é de extrema

importância já que muitos países

que tem presente o problema

de contaminação de água

também não possuem meios

de gerar eletricidade de modo

democrático.

Seu funcionamento é simples:

a água contaminada entra pelo

utilitário na parte superior, passa

por um filtro descartável (no

entanto pode ser reutilizável),

em seguida passa por uma série

de nano cristais onde raios UVB

são convertidos em UVC que

funcionam como germicidas

purifi cando a água que passar.

A qu e s t ã o a p o n t a d a , e

solucionada, pela designer é

bastante relevante, já que 1 em

cada 6 pessas não tem acesso a

água potável de maneira segura.

Visite o blog da designer

http://taliaradford.blogspot.com.

Inovação 15

Page 16: Design Sustentavel

Projeto Teori traz criações em bambú

A Teori lançou o projeto chamado

Laminated Bamboo Lumber, que

conta com os seis designers

Daisuke Izumi, Haruki Senda,

Hiroyuki Kato, Teppei Mihara,

Yousuke Shimizu, Yousuke Shimiz,

Yusuke Tsujita, desenvolvendo

peças em bambú provenientes

de Kurashiki.

Fazem parte da coleção móveis,

peças uti l i tár ias e peças

decorativas, como relógios,

cabides, fruteiras, lâmpadas,

vasos, etc.

O bambú está cada vez mais se

popularizando justamente por

se aliar ao conceito sustentável

e responsabilidade com o meio

ambiente, pois seu rápido

crescimento e fácil cultivo, traz

uma extração menos agressiva

ao meio ambiente, passando

longe pela crise causada por

madereiras em geral.

E além de agregar valor

sustentável às peças, o bambú

também alia grande valor

estético, trazendo traços únicos

e inúmeras possibilidades de

formas.

Xixi no banho!

A Tok&Stok também abraçou

seu lado sustentável e criou

a linha Zine, formada por

utensílios como descanso

de panela, bandeja e enfeite

de mesa, os quais têm como

diferencial a sua composição.

Todos foram confeccionados

artesanalmente, usando apenas

folhas de revistas recicladas,

enroladas e prensadas.

Os produtos foram desenvolvidos

no Vietnã e são vendidos por

preço de produto importado.

A idéia pode ser adaptável,

podendo usá-la para criar

outros utensílios artesanalmente

em casa. Dessa forma, com

a criatividade, muito papel

que seria jogado poderá ser

reaproveitável.

16 Inovação

Page 17: Design Sustentavel

Ecotelhado

Não é de hoje essa preocupação

com o meio ambiente. Uma

empresa desenvolveu um

sistema de construção de

telhados verdes feito a partir de

material reciclado, apresentando

grandes vantagens térmicas,

acústicas, economia de energia,

e é claro, qualidade de vida.

O sistema é formado por uma

telha modular, a Ecotelha®,

que é produzida a partir de um

substrato rígido composto de

concreto leve com agregado

de E.V.A. reciclado, fibras

e expansores, vegetação

específica da família das

crassuláceas e substrato

nutricional.

As plantas selecionadas para

o Ecotelhado® possuem o

mecanismo da fotossíntese

chamado, metabolismo ácido

das crassuláceas, que as faz

resistente à seca. Elas fecham

os estômatos durante o dia e

trocam gases durante a noite

de forma a não perder água,

fazendo assim um metabolismo

mais lento.

A peça é comercializada pronta,

sai do viveiro da empresa

(plantada e enraizada) direto

para ser fixada no telhado já

existente.

Segundo a empresa , a

Ecotelha agrega nutrientes

que proporcionam retenção de

água das chuvas e a drenagem

do excedente, evitando assim

a erosão e ajudando a coibir

enchentes em grandes centros

devido à retenção.

O Ecotelhado® pode ser

colocado sobre qualquer telhado

existente, seja de fi brocimento

de 6mm ou mais de espessura,

telhas cerâmicas, de concreto, ou

laje pré moldada com estrutura

para receber essa carga, pois

o m² pesa aproximadamente

50kg.

Entre as telhas atuais e o

Ecotelhado® é colocada a

geomembrana de PEAD de

0,5mm para aumentar a

estanqueidade do sistema e

uma manta de feltro para manter

a umidade, reserva ideal de

nutrientes.

Para os pregu içosos , a

manutenção da telha verde

é quase inexistente - podas e

regas - devido ao tipo de planta

utilizada no produto.

Inovação 17

Page 18: Design Sustentavel

Urso persa

O título pode ser engraçadinho, mas a criação de Lise Lefebvre foi feita para pensar! A

artista juntou um velho tapete persa reformado, madeira, olhos de vidro e um conjunto

de focinho, boca, dentes e língua feito em plástico. O resultado é algo totalmente

inusitado que ousa brincar com a ideia de misturar um clássico dos tapetes com

um clássico da estupidez (afi nal, transformar um ursão em algo para decorar

e pisar não parece muito sensato, né?!).

Eco-DesejosB e l o s o b j e t o sq u e n ã o t e d e i x a r a m c o m d o r n a

Consciência Mochila ADPAC

As bolsa unissex são desenvolvidas a

partir da utilização de tecido de fi bra

reciclada, borracha de câmara de

pneu reutilizada, forro de malha, fi bra

de bambu e enchimento de bucha

vegetal. O sistema produtivo inclui

o beneficiamento da borracha de

câmara de pneu e permite aproveitar

as sobras dos materiais empregados.

A câmara de pneu reutilizada, devido

ao corte empregado e à aplicação no

produto ,torna o objeto único e exclusivo.

As bolsa unissex são desenvolvidas a

partir da utilização de tecido de fi bra

reciclada, borracha de câmara de

pneu reutilizada, forro de malha, fi bra

de bambu e enchimento de bucha

vegetal. O sistema produtivo inclui

o beneficiamento da borracha de

câmara de pneu e permite aproveitar

as sobras dos materiais empregados.

A câmara de pneu reutilizada, devido

ao corte empregado e à aplicação no

produto ,torna o objeto único e exclusivo.

Jogos Americanos Sol e Lua

Os jogos americanos são feitos de papel certifi cado pelo FSC, com alta

gramatura e laminação que tornam muito mais durável o que seria

descartável. As laminações desse tipo normalmente são feitas em BOPP,

à base de petróleo, mas o designer usa um novo sistema que mantém as

propriedades de isolamento, permitindo a limpeza com pano úmido, sem

derivados de petróleo.

Os grafi smos Sol e Lua fazem parte da série São Paulo, e trazem uma

solução formal de qualidade para esse objeto do cotidiano.

gramatura e laminação que tornam muito mais durável o que seria

descartável. As laminações desse tipo normalmente são feitas em BOPP,

à base de petróleo, mas o designer usa um novo sistema que mantém as

propriedades de isolamento, permitindo a limpeza com pano úmido, sem

Os grafi smos Sol e Lua fazem parte da série São Paulo, e trazem uma Os grafi smos Sol e Lua fazem parte da série São Paulo, e trazem uma

18 Inovação

Page 19: Design Sustentavel

Canetas e estojos arco-íris

A área do projeto Jarí na Amazônia – correspondente à metade da Bélgica

– deixou de ser sinônimo de desmatamento. Dos 1,3 bilhão de hectares,

545 mil hectares hoje são certifi cados e autorizados pelo FSC para manejo

sustentável pela Orsa Florestal. A empresa produz madeira tropical serrada

e benefi ciada a partir de mais de 20 espécies nativas comerciais, entre elas

Angelim-pedra, Angelim-vermelho, cedrinho, cumaru, cupiúba, itaúba, jatobá,

louro-faia, , maçaranduba, mandioqueira escamosa, mandioqueira lisa, orelha

de macaco, pequiá, pegularana, quaruba cedro, quaruba fi ssurada, quaruba-

rosa, sucupira, tanibuca, tatajuba e taxi-preto. O trabalho de Pedro Petry

valoriza a diversidade de cores dessas espécies, em canetas de diferentes

formatos que trazem impresso o nome científi co da árvore de onde foram

retiradas. Pedro ministra ofi cinas em cooperativa de jovens marceneiros,

apoiada pela Fundação Orsa. A Orsa Florestal realizou um inventário

no qual constam 600 espécies de madeira.

Banco Ianomami

O banco Ianomami leva este nome por motivos óbvios. Inspirado na tribo

indígena, a idéia inicial veio justamente da principal característica deste

povo: a faixa vermelha pintada sobre os olhos feita com urucum. E

o banco é puro design, mas sem esquecer um fator fundamental: a

preservação do meio ambiente. Sendo assim, tirando cinco parafusos,

todo o resto é natural e eco-compatível.

Até nos mínimos detalhes, dá orgulho de ver o tecido do estofamento e a

embalagem por exemplo, são de algodão colorido. O que isto tem demais?!

É que o algodão não tem corantes, pigmentos, nada, apenas técnica; ele já

nasce colorido. Tudo graças a um material desenvolvido pela EMBRAPA da

Paraíba, que conta atualmente com 4 cores “cultivadas”: verde, rubi, bege e

azul. Outra coisa legal é a estrutura do banco! Ela usa um cipó encontrado em

árvores da região Amazônica. O detalhe é que trata-se de um parasita que com o

tempo se desenvolve e acaba matando a planta. A sua extração é super-benéfi ca para

a fl oresta. Já a madeira utilizada é o MDF certifi cado e revestido com embuia.

Para saber mais sobre o Sérgio e suas criações, envie um e-mail para [email protected].

Inovação 19

Page 20: Design Sustentavel
Page 21: Design Sustentavel
Page 22: Design Sustentavel

Mostrando o que é preciso para estar no mercado sustentável.

Page 23: Design Sustentavel

A Fibra é um estúdio de inovação que investiga na natureza soluções

para um design pleno, mas sustentável. Através da pesquisa,

produção e aplicação de novos materiais, a Fibra busca integrar

o meio ambiente e a sociedade, com projetos que promovam um

mercado justo – com prioridades sociais, econômicas e ecológicas.

A Fibra acredita que o design é uma ferramenta que pode contribuir

para a transição da sociedade rumo a uma existência mais

sustentável. Seu diferencial está em aplicar conceitos e estratégias

de desenvolvimento e inovação que visam promover o surgimento

de uma nova geração de materiais, processos, produtos e serviços

mais sustentáveis.

A missão da Fibra é oferecer soluções em design que contribuam

para uma disseminação de conceitos que transformam atitudes,

por meio da criação e gestão de projetos que prezam pelo equilíbrio

entre a atividade humana, a preservação da biodiversidade e o uso

racional dos recursos naturais.

A Fibra é uma empresa que pensa no design como ferramenta

que incorpora visões sitêmicas, sustentabilidade, acessibilidade,

exploração de novos materiais, e suporta economias locais. É

uma ferramenta de inovação que tem de ser usada na concepção

de produtos, materiais e serviços economicamente viáveis,

ecologicamente corretos e socialmente justos.

FORMAÇÃO E BREVE HISTÓRICO

A Fibra é formada por jovens empreendedores, recém formados na

faculdade, que compões uma equipe multidisciplinar, com visões

complementares da economia, engenharia e design. Com menos de 05 anos de atuação, já coleciona importantes prêmios nacionais

e internacionais – e o IDEA Brasil. Entre 2005 e 2009 a empresa participou do processo de incubação na Escola Superior de Desenho

Industrial da Universidade do faculdade para uma sede própria, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, apontada como uma área promissora

da cidade, que receberá grande aporte de fi nanciamento público-privado destinado a melhorias urbanas.

Em um sobrado de 03 andares do fi nal do século XIX, a Fibra conta com uma ofi cina de marcenaria própria, utilizada como ateliê de

pesquisas e desenvolvimento, e como local de produção de materiais, móveis e objetos exclusivos – como o skate Folha Seca, a Bicicleta

Chico e o Compensado de Pupunha.

Ecobrindes Banana Plac

Design: Fibra Design Sustentável

clientes: Coca-Cola, VALER, Fator 8, Rede Energia, entre outros

Linha de brindes desenvolvida para atender ao mercado corporativo.

Através desse projeto foi possível alavancar a produção do BananaPlac,

gerando emprego e renda para Itariri - região bananicultora, onde

se situa a unidade produtiva do material.

Mesa Bruno

Design: Fibra Design

Produzida em Compensado

de Pupunha, a mesa remete a

estética do mobiliário tradicional

japonês e valoriza a textura da

palmeira. Desenvolvida sem o uso

de pregos ou parafusos, através

de técnica de encaixe com

laminado de bambu orgânico.

Inovação 23

Page 24: Design Sustentavel

PORTIFÓLIO DE SOLUÇÕES

Design de Produtos: A Fibra busca o menor impacto ambiental

em seus produtos, considerando sempre os aspectos sociais e

econômicos de seu ciclo de vida. A comunicação é também parte

fundamental do processo de criação, e todo projeto é encarado como

um veículo de disseminação de conceitos de sustentabilidade. O

estúdio oferece soluções completas em seus projetos: da concepção

inicial ao produto fi nal

Design de Espaços: Projetos focados na relação do ser humano

com o ambiente, considerando-se o layout e distribuição do espaço,

mobiliário, sinalização, identidade visual, iluminação, sonorização,

entre outros. No Design de Espaços, o uso de produtos sustentáveis

proporciona ao usuário a experimentação sensorial dos conceitos do

projeto, o que torna sua disseminação mais abrangente. O estúdio

oferece soluções completas em seus projetos: da concepção inicial

ao espaço fi nal montado.

Ecobrindes: A fi bra oferece o serviço de desenvolvimento de produtos

promocionais personalizados, de acordo com as necessidades e

limite orçamentário informado pelo cliente. O estúdio atua em todo

processo em projetos desta naturaze: desde o briefi ng inicial a

produção e entrega fi nal dos ecobrindes, e procura sempre utilizar

materiais sustentáveis e envolver fornecedores solidários na produção.

Além disso, a Fibra oferece em seu portifólio brindes produzidos pelo

Grupo Eco e Rede Asta – duas das principais instituições nacionais

que atuam na comercialização de produtos de economia solidária.

Design de materiais: O design de materiais aproxima a engenharia

de materiais ao design de produtos. A Fibra pesquisa e desenvolve

novas matérias-primas, com objetivo fi nal de levá-las ao mercado,

seguindo uma metodologia própria e reconhecida, que segue as

fases descritas ao lado. O estúdio atua tanto por encomenda quanto

por demanda interna.

Consultoria em Sustentabilidade: A Fibra dispõe de uma base

de dados de produtos, materiais e tecnologias sustentáveis. Este

conteúdo é utilizado na orientação a outros profi ssionais criativos

(como arquitetos, designers, decoradores e artistas plásticos) que

desejam aplicar conceitos de sustentabilidade em seus projetos.

Palestras e Workshops: Adisseminação e troca de conhecimento é

uma das melhores maneiras de gerar novas idéias, novos valores e

mudanças de atitudes pessoais e coletivas. Com base nessa fi losofi a,

a Fibra realiza palestras e workshops pelo Brasil abordando o papel

do design na transformação da sociedade rumo a sustentabilidade.

O estúdio atende também a demandas específi cas, sejam elas

acadêmicas ou corporativas.

Skateboard Folha Seca

Design: Fibra Design

co-design: LETS EVO

Fruto de um projeto de desenvolvimento

aberto na web, realizado em parceria com Lets

Evo, o skateboard Folha Seca é um produto

não-madeireiro, produzido com BIOplac, um

material desenvolvido pela Fibra através da

observação de técnicas de comunidades

tradicionais e da exploração da variedade

de famílias botânicas no Brasil. O material

foi vencedor do iF Material Awards 2008 e

o produto nomeado para a fi nal do VOLVO

Sports Design 2008.

24 Inovação

Page 25: Design Sustentavel

PRINCIPAIS PROJETOS

Bicicleta Chico

Produto desenvolvido com base em conceitos de consumo consciente

e desenvolvimento sustentável. Fabricada em natural da criança,

contribuindo para a redução no uso de materiais e estimulando a

consciência ambiental nos pequenos. Projeto premiado com troféi

de prata na categoria Eco-design do prêmio IDEA Brasil, em 2009.

Compensado de Pupunha

Material produzido a partir de estipes desperdiçados na produção

do palmito sustentável de pupunha. Vencedor do IF MaterialAwards

Gold, considerago o Oscar do design mundial.

BananaPlac

Painel laminado composto por fi bras de bananeira e resina de origem

vegetal(atóxica e biodegradável). Desenvolvido em parceria com

a artesã Genilda Morais, sua produção contribui para a geração

de emprego e renda em Itariri, SP, uma das regiões com os piores

índices de IDH do estado de São Paulo. O material é aplicado na

produção de objetos de papelaria, design e jóias e também no

mercado de decoração, como painel de revestimento.

Skateboard Folha Seca

Fruto de um projeto de desenvolvimento aberto na web, realizado

em parceria com Lets Evo, o skateboard Folha Sec é um produto

não-madeireiro, produzido por BIOplac, um material desenvolvido

pela Fibra através da observação de técnicas de comunidades

tradicionais e da exploração da variedade de famílias botânicas

no Brasil. O material dói vencedos do IF Material Awards 2008 e

o produto nomeado para o fi nal do VOLVO Sports Design 2008.

Inovação 25

Page 26: Design Sustentavel

Reutilizar as aparas do papel usado na criação de uma peça está se tornando um serviço viável para agências de publicidade.

Diferentemente do reciclado comum, o Reciclato, produzido por uma empresa de Papel e Celulose, é o primeiro papel offset 100%

reciclado e feito em escala industrial no Brasil a partir de aparas pré (75% da composição, correspondendo ao material reciclado dentro

da fábrica) e pós-consumo (25% de material vindo de coleta urbana).

Inclusive, o papel Reciclato possui o selo FSC (Forest Stewardship Council, em português Conselho de Manejo Florestal) que garante a

rastreabilidade do papel certificado e atesta o correto manejo nas florestas.

Page 27: Design Sustentavel
Page 28: Design Sustentavel

Aqui mostraremos pessoas que fazem arte de um modo diferente, pessoas que reaproveitam coisas orgânicas, criam novos mundos, aproveitam o que seria jogado no lixo, mostramos a arte literalmente de mãos dadas com o planeta, com a vida.

Page 29: Design Sustentavel

Aqui mostraremos pessoas que fazem arte de um modo diferente, pessoas que reaproveitam coisas orgânicas, criam novos mundos, aproveitam o que seria jogado no lixo, mostramos a arte literalmente de mãos dadas com o planeta, com a vida.

Page 30: Design Sustentavel

30 Inovação

VitchéUma criança no carro aponta uma árvore morta com um olho

pintado, no centro da avenida Brasil, em São Paulo. O olho chora

sangue e o pai não se interessa pelo assunto. O governo precisa

urgentemente arrancar aquele resto de árvore da avenida, antes

que incomode mais pessoas... Esse tipo de conseqüência é comum

nas expressões do grafite do Vitché. Pela não-banalização da arte

do grafite, o artista se agarra aos pormenores: “A quantidade não

aponta quem está necessariamente observando. Até uma vernissage,

as 200 pessoas que podem estar lá não estão vendo. Não é uma

preocupação de massa ver alguma coisa”

Além dos olhos sangrentos, os personagens de um circo imaginário

estão nos inúmeros tipos de superfície que Vitché utiliza para

demonstrar sua sensibilidade. Em uma tarde em sua casa, no

bairro do Cambuci (São Paulo), soubemos que novas preocupações

e pensamentos que passam pela cabeça de uns dos grandes

veteranos do grafite brasileiro. E 26 anos sua primeira pintura

de muro, Vitché nos convida VER seu trabalho, usando a Design

Sustentável como superfície.

DNA

Hoje esta tão dedicado este universo do grafite...Por várias coisas,

uma delas são as galerias. Ás veze, ate pela falta de opção quando

uma prota se abre, há maneiras de escapes. E todo mundo quer

ir por essa entrada como essa luz se acendesse e todos querem

desfrutar. Isso é claro, gerar atritos, fofocas, “Um acha que merecer

estar mais ali que o outro”... e é o que vai mais tirando o foco da arte.

Cada artista tem que encontrar seu foco, é como uma impressão

digital: nunca é igual. Você pode ter referencia, alguém que goste,

mais este foco de coração, só se conhece com o tempo. Depois de

se absorver tudo, deposi chega a hora em que temos que separar,

desmembrar, e lapidar para voltar ao caminho original. Isso é seu

DNA, uma coisa só sua. Hoje, meu foco está em artistas mais antigos

que tem a identidade que busco. Esses caras distanciaram-se dos

pensamentos coletivos e são mais individuais. Um cara que adoro é

o Franz Krajcberg, que tem 86 anos e está expondo em São Paulo.

Não que eu não goste dos artistas do griffiti mais é que eu me vejo

mais ou menosno mesmo momento deles, de busca.

Page 31: Design Sustentavel

Inovação 31

Circo

O circo vem de outra coisa. Quando pego uma madeira transformo

num sonho: no caso, um bonequinho é uma fantasia. Quando faço

um boneco com madeira reciclada, procuro mostrar que naquela

madeira ainda existe um sonho. É uma boa maneira de equilibrar

o próprio trabalho para não ficar muito pesado. Até para que eu

possa conviver com isso todo dia. Vejo parte do que faço com

otimismo mas na outra parte acho que as florestas vão acabar e

que o planeta esta caminhando para sua própria autodestruição.

O lado que acha que “ainda vale apena” transcende da realidade,

pois mostra que o sonho sempre vai permanecer. Existe um lugar

que jamais será tocado e é onde encontro equilíbrio: um sonho de

DEUS, Já fui duas vezes ao Circo de Solei, Já rolou algumas coisas

no circo que é interessante. Meus bonecos do circo são pintados

com naipe de baralho e uso sempre cores do jogo (vermelho, preto)

que tem a ver com as cores antigas dos índios. Recentemente fui a

um circo na Inglaterra que não era famoso, do meio do nada, todo

brando e os personagens tinha a mesma pintura que tinha feito em

meus bonecos. Então não é bem o circo, mais a situação. Algo que

faz ir alem do que ta fazendo, como acreditar que você pode voar.

Ou ao menos que o leve para o mundo onde o homem não pode ir

destruir. Todo mundo tem talento, aparentemente são especifico,

mas você passa perceber que não. Temos talento para tudo basta

apenas desenvolver. É que agente se impõe vários limites... Lá no

fundo, podemos qualquer coisa.

“Vejo parte do que faço

com otimismo, mas

na outra parte acho

que as florestas vão

acabar e que o planeta

está caminhando para

sua auto-destruição”.

Page 32: Design Sustentavel

32 Inovação

1983

O começo foi mais romântico. Uma brincadeira de pintar. A primeira

vez que peguei um spray foi em meados dos anos 80. Foi uma

brincadeira na rua, do resto de tinta que usávamos para pintar o

campinho de futebol. Não sabíamos nada de graffiti, mais gostávamos

de desenhar. Riscávamos com giz e pedra. A rua não dava muita

opação: ou jogar bola, ou brincar de esconde-esconde.E de repente

estávamos desenhando na parede. Não havia nem maquina digital.

Às vezes um só tinha a máquina e a foto nem saia com boa qualidade.

Não tinha registro, mais isso é interessante, fica na memória, é o

que você guarda no seu livro interior. Comecei dançando break em

1983, e lembro que repeti na escola naquele ano, foi uma bomba.

1983 foi um boom, pois este movimento começou a sair na mídia

em todo o mundo. É engraçado por que muitas pessoas que faziam

parte disso já morreram e não são citada. Como no caso do Zélão,

um grafiteiro bem antigo ou o Vaughan Bode, grafiteiro americano

que fazia gibis e influenciou muita gente lá fora. Na verdade os

grafiteiros antigos, especialmente em Nova York, não tinha uma

referencia em livros – só mais tarde foi feito o livro da Marthe

Cooper, que é um dos mais antigos, mas na época a referencia

era a própria rua. Logo, quando vemos uma foto antiga, não havia

nada pra se preparar para ela: você estava com aquela roupa suja

e fazia parte do contexto. Na época isso tudo era mais natural, a

gente não pensava que isso ia tomar.

Olhos Sangrando

Sempre morei na rua e nela tem muitas fábricas. A cidade, como

um todo, não tem muitas arvores e as pessoas não tem uma grande

preocupação quanto a isso. Só que isso esta na nossa essência,

a nossa conexão sobre a terra. A gente esta sempre usando tênis,

como proteção para não ter contato com o planeta terra, para não

ter esse contato com o planeta. Mas somos uma coisa só e fazemos

parte dele. As grandes cidades fazem a gente perder esta conexão

muitas vezes nem faz mais falta para você. Você sai põe sua roupa,

vai trabalhar e volta... E o que eu busco é fazer novamente esta

conexão com a mãe terra. Os primeiros olhos que fiz em uma árvore

foram em tocos que encontrava na rua e não sabia o que ia fazer

com eles. Você sai para escrever seu nome nos muros e começa

a questionar o pro que de fazer aquilo e onde quer chegar. Então

peguei uns troncos e fiz uns olhos sem motivos, meio escorrido de

sangue para que fosse um sentimento, um grito, uma raiva, do que

estão fazendo com esses descansos com a natureza. Ultimamente

tenho procurado estímulos para continuar fazendo, pois a cidade

é muito forte a abafa muito.

Page 33: Design Sustentavel

Inovação 33

Stonehenge e Tiwanaco

Não me preocupo hoje com o graffite, ou o que não é... hoje preocupo-

me muito com o planeta, de uma forma geral. O graffite não pode

ser muito definitivo,ele tem varias caras, é meio vivo, se deixar muito

preso dentro de uma caixinha ele não ficará tão livre. Ele pode ser

basicamente urbano, mas não necessariamente. Pode ir para outros

lugares, como uma floresta. A gente conhece o urbano, mais ele

vem de outras coisas, mais principalmente da necessidade de se

expressar. Ontem mesmo estava vendo um documentário sobre

a Polinésia, em que os caras escreviam nas pedras e havia uma

expressão vinda dos primórdios. Esse negocio de tocar tambor, fogo,

caça, de expressar o seu dia na caverna... Isso aconteceu também

no Hip Hop: expressar o que esta rolando, colocar o tênis que você

usa, a roupa que você comprou no personagem que esta pintando.

Era o registro cultural de um momento. Continuo pesquisando coisas

do antepassado. Desse conhecimento o mais legal foi perceber

que pro mais que Stonehenge (Inglaterra) esteja separado de

Tiwanaxo(Bolívia), eles tem uma conexão, É o inconsciente coletivo.

O sol quando passa no portal de Stonehenge, passa no mesmo dia

em Tiwanaco: dia 21 de julho. Eles estavam talvez mais conectados

eli do que pro internet. Na realidade temos uma falsa ilusão de

evolução, pois estávamos evoluindo talvez nos dar conta de que

já sabíamos das coisas.

Page 34: Design Sustentavel

34 Inovação

Coletivo NeozoonQuanto vale a vida de um animal silvestre? Para algumas pessoas ele gira em torno de U$5.000,00 e,

com sorte, pode ser dividida em mais de 10 vezes sem juros. Afinal, esse é o preço médio de um casaco

de pele, objeto desejado pro pessoas para as quais a existência é um bem que pode ser negociado.

Para o coletivo Neozoon, roupas desse tipo não são sinônimos de glamour, mais provocação, atitude e

reflexão. Formado em 2008, por quatro amigos de três paises - Alemanha, França, Suíça -, o grupo constrói

suas criações baseando-se nas complexas relações entre homem e animal no contexto urbano, intervindo

de modo bastante inusitado nas principais cidades européias.

Usando como matéria-prima antigos casacos de pele descartados por compradores, o quarteto explora o

jogo de vida e morte responsável por ditar a relação entre sociedade e natureza. “Silhuetas e materiais são

combinados para criar a imagem de um animal vivo e , ao mesmo tempo, para apontar a morte por trás

disso. Também existe aspectos da presença animal no espaço urbano,a questão de sobrevivência e da

ocupação do território em locais construídos pelo homem. Esta é a parte interessante de nosso trabalho.

Você pode vê-lo a partir de diferentes ângulos diferentes coisas a partir dele”, afirma seus componentes.

Através de um processo de construção simples, os animais são desenhados no próprio casaco e colados

no muros com argamassa. Mesmo o processo de criação leva em conta a preocupação ambiental do grupo.

“Nos usamos cada pedacinho do casaco e tentamos desperdiçar o mínimo possível. Ações e pensamentos

econômicos são fundamental para nosso trabalho”, comentam.

Após observar suas intervenções, é possível não se deparar com a seguinte pergunta, quem são os

verdadeiros animais selvagens desse tal planeta terra?

Page 35: Design Sustentavel

“Silhuetas e materiais são combinados para criar a imagem de um animal vivo e , ao mesmo tempo, para apontar a morte por trás disso”.

Page 36: Design Sustentavel

36 Inovação

Jason Decaires Taylor

Eles intervêm na natureza há séculos, destruindo o meio ambiente

e comprometendo ecossistema diversos. Eles são os seres humanos,

curioso animais que, apesar de estudarem biologia, parecem não

ter aprendido uma lição básica de sobrevivência: preservar o habitat

que os cercam.

Como toda a espécie, porem, o homo sapiens possui exemplares

superiores, mas também adaptados e inteligentes. Exemplares

como Jason Decaires Taylor, artista que através de sua curiosa arte

chama atenção sobre a importância de uma interação harmônica

entre o homem e a natureza.

Page 37: Design Sustentavel

Inovação 37

“Você pode usar as e s c u l t u r a s c o m o forma de transmitir esperança, inspirando as pessoas a considerar suas interações com o mundo natural e a construir um futuro sustentável”. Otimista, as obras de Jason não apostam em um futuro macabro

para a irresponsável humanidade. Pelo contrario; revela uma visão

positiva dessa relação. Basta ver como ao serem mergulhadas na

água, suas estatuas sofrem um curioso processo de transformação,

virando magníficos recifes artificiais. Ao atrair vida marinha para

sua superfície de cimento as esculturas mudam sua forma e cor,

substituindo os tons de cinza por colorações esverdeadas e cheias

de vida.

“VOCÊ pode usar as esculturas como forma de transmitir esperança,

inspirando as pessoas a considerar suas interações com o mundo

natural e a construir um futuro sustentável”, afirma o artista, que

é também mergulhador profissional e já trabalhou cinco anos com

o graffiti.

Ao fazer com que o ecossistema aja sobre o homem,e não o

contrario,Jason deixa claro quem é que manda no planeta: a mãe

natureza – que tem muito a ensinar a seus filhos rebeldes. Com

grande sensibilidade, esse criativo artista nos mostra que basta

ouvirmos com atenção seus ensinamentos, sem desafiá-la, para

aprendermos muito com ela.

Page 38: Design Sustentavel

38 Inovação

Sang Won SungFeitas a partir de pedaços de brinquedos, utensílios domésticos ,

instrumentos musicais e outros objetos do cotidiano, as esculturas

de Sang Won Sung são prova de que qualquer material, por mais

banal que seja, pode ser transformado em uma obra de arte

Como um quebra-cabeça psicodélico, figuras de bonecos são

construídas pelas mas do coreano e a partir do encaixe de peças

aparentemente desconexas. Portanto, não estranhe se encontrar

em seu portfólio uma libélula com cauda de flauta ou uma mosca

com olhos formados com olhos de fones de ouvido. “Na hora de

montar, tento não quebrar as características originais do objeto e

sim criar um algo novo e inusitado com ele” afirma o artista, que

atualmente mora em São Paulo.

Lojas de R$1,99, casa de construção e o intenso comércio da Rua

25 de março são onde o artista realiza sua peregrinação criativa. “Se

a peça chama minha atenção, compro na hora e deixo no ateliê. Eu

não penso na obra e depois vou atrás dos materiais. Ao contrario,

acumulo objetos que encontro e depois crio a partir deles”, conta.

Em alguns casos Sang deixa a base de suas obras penduradas na

parede e chega a observá-las por um mês ate encontrar o objeto

ideal para complementá-las.

Verdadeiro estímulo à imaginação, os toys de Sang são muitos usados

na Coréia para educação artística infantil. Aliás, toy não “Não gosto

muito que meus trabalhos assim por que não faço minhas obras

pensando que são toys (a denominação hoje é valorizada como

inicialmente e se tornou industrializada), e sim obras de arte” afirma

o criativo, que constrói suas peças desde 2001 –época anterior à

popularização do termo. Obras de arte, então! E que obras!

“Na hora de montar, tento não quebrar as características originais do objeto e sim criar um algo novo e inusitado com ele”.

Page 39: Design Sustentavel

Surrealismo

Page 40: Design Sustentavel

Você pode viver e trabalhar em um

container!

Page 41: Design Sustentavel

Quando o norte-americano Malcom

McLean, dono de uma das maiores

transportadoras dos Estados

Unidos, criou, em 1937, o modelo

mais conhecido de contêiner

(caixa metálica para o transporte

de cargas), provavelmente não

imaginava que ele poderia algum

dia ser reaproveitado na construção

de casas.

Ecologicamente corretas, essas

moradias criativas são feitas a

partir da reutilização de estruturas

geralmente abandonadas em portos

e têm tempo de construção bastante

reduzido e custos menores.

A arquiteta catarinense Lívia Ferraro,

por exemplo, criou um modelo de

casa de 47 metros quadrados,

que transforma dois contêineres

em espaço com sala, cozinha,

banheiro, lavanderia, dormitório

e varanda, pelo custo aproximado

de R$ 39 mil.

A casa de lata possui ainda sistema

de armazenamento de água da chuva

e de tratamento de resíduos, painéis

de energia solar e paredes forradas

com lã de vidro para proporcionar

estabilidade térmica no inverno.

“Na Europa, Austrália e Estados

Unidos existem diversas residências

de alto padrão que utilizam estas

caixas metálicas.

Por isso temos o intuito de desmitificar

no Brasil essa ideia da impossibilidade

de utilizá-las como moradia”, diz

Lívia, que está prestes a entregar

uma casa-contêiner a um casal de

Florianópolis (SC).

A construção do arquiteto norte-

americano Adam Kalkin é ainda mais

luxuosa. Batizada “12 Container

House”, ela foi montada a partir

de 12 contêineres, como o próprio

nome indica, e tem dois andares

e até uma biblioteca com lareira.

A mansão inovadora está disponível

para aluguel nos Estados Unidos

a partir de US$ 6 mil (R$ 11 mil)

por semana.

Também luxuosas são as construções

da empresa norte-americana Numen

Development: casas térreas com

três quartos, três banheiros, sala

e a opção de utilizar um contêiner

como varanda.

Na cidade de Uxbridge, próxima a

Londres, na Inglaterra, funciona

desde 2008 o primeiro hotel da

Europa feito com esses retângulos

de metal: são 80 deles que dão

lugar a 120 quartos.

“Os clientes não notarão diferença

de um quarto de hotel tradicional,

mas se beneficiarão com os preços

mais baixos”, garante Paul Harvey,

diretor-executivo da empresa

idealizadora, a Travelodge, no

site oficial.

Há ainda projetos mais ousados que

incluem bairros inteiros modulados

pelos retângulos de metal.

A primeira fica em uma área de 4,5

mil metros quadrados em Cholula,

no México, onde os contêineres

empilhados criam becos, ruas e

pátios e são ocupados por galerias

de arte, cafés, lojas e restaurantes.

Já a empresa de arquitetura Urban

Space Management criou o projeto

Container City, na verdade um prédio

de quatro andares erguido na antiga

zona portuária de Docklands, em

Londres .

“Essas construções fashion são mais

voltadas para aparecer na mídia.

Não dá para utilizar os contêineres

sem qualquer cuidado térmico e

sanitário.

Não dá para enlatar as pessoas,

ainda mais em regiões muito

quentes, onde essas estruturas se

tornam verdadeiras estufas.

Agora a ideia de aproveitar os

contêineres é sensacional para

construções temporárias com a

finalidade de acolher pessoas em

situações emergenciais, como vítimas

de inundações e terremotos”, avalia

Flávia Ralston, arquiteta formada

pela Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade de São

Paulo (USP).

É o que fez a prefeitura de Santa

Maria, no Rio Grande do Sul.

Foram construídas cerca de 30

casas-contêiner (com quarto, sala

e banheiro, além de luz elétrica e

ligação com as redes de água e

esgoto, mas sem qualquer proteção

térmica nem acústica) para abrigar

famílias que vivem em áreas de risco

enquanto elas não são transferidas

definitivamente para casas em

construção em loteamentos populares.

“A chance de erosão em áreas

próximas a um rio tornou necessário

o deslocamento dessas famílias por

3 a 4 meses para os contêineres,

moradias transitórias, rápidas, seguras

e reutilizáveis”, afirma o secretário

Nabor Silva Ribeiro, da secretaria

Extraordinária de Supervisão de

Programas Intersetoriais da cidade.

Essas enormes estruturas metálicas

também estão sendo aproveitadas

em alojamentos estudantis.

Em Amsterdã, na Holanda, cerca de

mil estudantes pagam 320 euros

(R$ 715) de aluguel mensal para

morar em um dos 12 edifícios de

cinco andares que formam a maior

vila de contêineres do mundo.

Apesar do sucesso, deverá ser

desativada em 2016. Na mesma

linha, no ano passado, cerca de

150 estudantes do curso de Design

da Universidade de Sorocaba, no

interior de São Paulo, criaram casas

de 15 m² destinadas a estudantes

e à população de baixa renda.

“Como a estrutura denota algo

moderno e despojado, é ótima

alternativa para cidades universitárias,

que recebem um público volante

que precisa morar de forma barata”,

relata o coordenador do curso de

Design e orientador do projeto,

Marcelo Marcos Martinez Silvani.

Projeto Container Habitat, na mostra Casa Nova 2009, trabalho das

arquitetas Lívia Ferraro e Clarissa Debiazi Zomer.

Inovação 41

Page 42: Design Sustentavel

Consciência em cartaz

O papel da Comunicação vai muito além

de vender ou apenas informar deve também

conscientizar. Muitos designers estão

cientes disso, e passam a colocar

nas ruas e na internet imagens

não apenas lindas, mas

também com mensagens

importantes.

Page 43: Design Sustentavel

Miran

Escassez de água e excesso de poluição. Desigualdade sociais,

violência e mortalidade infantil. Há anos a sociedade vem caminhando

para que mazelas como estas continuem a afligir milhões de pessoas.

Mesmo com o ativismo de órgãos públicos e privados, a situação

ainda é grave em vários setores da vida em comunidade.

A esperança reside na informação. Todo estudante de comunicação

aprende que a mídia é o quarto poder porque é quem fornece as

informações que as pessoas consomem, processam e com as

quais formam suas opiniões. Durante muito tempo este poder

ficou concentrado nas mãos de poucos veículos de televisão, rádio

e jornais, mas com a internet e novas tecnologias, como o celular,

este cenário está mudando completamente.

A informação continua a ser o principal agente transformador da

sociedade, mas com a descentralização dos meios formadores

de opinião, há mais espaço para que pessoas que acreditam na

possibilidade de melhoras se manifestem.

Projetos e iniciativas podem iniciar e se difundir “ a banda larga”

ou podem iniciar regionalmente no mundo físico e ganhar força

no mundo virtual. Não há um movimento necessariamente mais

importante que o outro. Na era da abundância de informação,

propagandas e entretenimento, o importante é que assuntos

relevantes ganhem volume para que eventualmente ganhem força.

O design contribui muito para que estas informações ganhem a

força necessária por que é capaz de dar apelo visual e eficiência

de divulgação para uma sociedade que, cada vez, mais valoriza e

responde à imagem.

Pensando nisso, duas iniciativas de designers gráficos apostaram

nas possibilidades dos cartazes para reforçar mensagens de cunho

sócio-ambiental. Elas não são pioneiras, mas são atuais e queremos

acreditar que também são apenas a ponta de um iceberg muito

grande neste oceano de informações.

Rico Lins

Page 44: Design Sustentavel

A força da mensagem urbana.

“Resgatar a cultura dos cartazes no cenário urbano como importante

elemento da conscientização da população e da democratização

das idéias. A exposição crítica impactante e visualmente desafiadora

compõe aspectos fundamentais do design no cotidiano moderno”.

Este conceito motivou a criação da mostra “A força da mensagem

urbana” que reuniu 10 designers brasileiros para desenvolverem

cartazes com mensagens sócio-ambiental ou que simplesmente

refletissem sobre o valor da linguagem gráfica.

Silvio Silva Junior, Zé Henrique Rodrigues, Ericson Straub, Jair de

Souza, Ale Tauchmann e Alexandre Magno optaram por explorar

imagens que fizessem o espectador pensar sobre a ação do homem

sobre o planeta e a natureza.

A árvore caligráfica de Straub pede que respeitem a vida, a banana

fincada com um abridor de latas de Magno questiona a evolução do

homem. “Aplaudimos a ambição que nos empurra para frente, mas

ela está nos levando para a beira do abismo”, escreve o designer.

Jair de Souza encontrou muitos pêlos em um ovo, instigando-nos

a pensar: será que não estamos vendo os problemas que estão à

nossa frente?

Tauchmann clama por interdependência, por sustentabilidade.

Rodrigues prediz: a natureza sempre prevalece. Rico Lins pede

SOS, e com as dicas de Sílvio Silva, quem sabe o tempo não acabe.

Marcos Minini preferiu dizer mais uma vez de forma simples, direta

e necessária: “Contra a violência: educação”. Já Renan Molin pede

o fim da escravidão do futuro do país: nossas crianças.

“Com ou sem palavras, os cartazes calam a ignorância e abrem

uma infinidade de questionamentos e interpretações sobre o mesmo

tema”. Assim como a arte o design também pode criar imagens para

serem interpretadas de acordo com o sentimento do espectador.

Oswaldo Miranda, ou apenas, Miran, em seu cartaz aponta isso

com um dedo borrado de tinta.Nosso trabalho é olhar ao redor. A

mensagem está por toda parte.

Ale Tauchmann

44 Inovação

Marcos Minini

Page 45: Design Sustentavel

“Aplaudim

os a ambição que nos

empurra para frente, m

as ela está nos levando para a beira do abism

o”

Bom em 3,5 metros quadrado

Em 2007, o designer italiano

Pasquale Volpe com ajuda do

colega Tommaso Minneti lanõu na

internet o concurso “Good 50x70”,

incentivando criativos do mundo

inteiro a usar o espaço de um cartaz

para criar mensagens inspiradas na

causas de diferentes instituições

ativistas. Em sua segunda edição,

foram escolhidas sete instituições:

Anistia Internacional, Fundação

de Pesquisa e Medicina Africana,

Emergência, Greepeace, Liga

Italiana pela Luta contra Aids, Unicef

e WWF.

“Se você perguntar para a maioria

das pessoas, elas dirão que a

propaganda e a indústria da

comunicação como um todo vendem

coisas que elas não precisam, ou

que não podem pagar. O objetivo do

Good 50x70 é usar estas habilidades

para dar visibilidade a coisas mais

importantes do que cerveja e tênis.

É uma competição para aumentar

a consciência entre a comunidade

criativa do poder que temos para ser

uma força para o bem”. A descrição

do projeto já diz tudo.

Foram escolhidos 30 car taz

para cada uma das Instituições,

tota l izando 210 peças. OS

trabalhos escolhidos formaram um

catálogo que esta a venda no site

(good50x70.org).

Prova de que o design deve agir

como ativista foi o apoio do evento

de instituições internacionais de

peso ao projeto, como a Icograda

(Associação internacional de

Associações de Design Gráfico),

AGI (Aliança Gráfica Internacional)

BEDA (Bureau das Associações

Européias de Design Gráfico) e AIAP (

Associação Italiana de Projettazione

da Comunicação Visual).

Alexandre Magno

Jair de Souza

Renan Molin

Ericson Straub

Page 46: Design Sustentavel

Ela não vai precisar usar isso para se proteger vai?

Page 47: Design Sustentavel

Ela não vai precisar usar isso para se proteger vai?

Page 48: Design Sustentavel

“Os estilos de vida e de comportamento da sociedade estão mudando, e diante do contexto sócio-ambiental que se vive ainda há mudanças a serem feitas. O designer tem um papel crucial neste cenário, pois é ele quem pode pensar em novas formas de produção, consumo e descarte.”

Borracha feita em casa

A borracha amazônica faz parte da historia do desenvolvimento econômico

brasileiro. Embora os colonizadores já conhecessem este material desde

a metade do séc XV, somente em 1839 ela se tornou importante, quando

Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização.

Com a descoberta, o interesse pelo material látex brasileiro foi renovado,

e no fi nal do séc. XIX, o mundo chegou a depender da produção brasileira.

Contudo, por causa de fatores históricos, novas tecnologias e questões

ambientais, muita coisa mudou na extração e utilização do látex na seringueira.

Hoje, são varias as aplicações deste material, e com ajuda de designers

e universidades, a atividade de extração e manuseio do látex está sendo

melhorado. Esse é um trabalho do Laboratório de Tecnologia Química (LATEQ)

do Instituto Químico da universidade de Brasília, que desenvolveu o projeto

TECBOR, criado e coordenado pelo professor Pastor.

Látex feito em casa

A atividade tradicional dos seringueiros já e considerada ecologicamente

correta, pois as arvores não sofrem com a extração, ao contrario, passam

a fabricar ainda mais látex após a seringa.

A sustentabilidade na prática

48 Inovação

Page 49: Design Sustentavel

O respeito dos seringueiros pela fl oresta fez que a sociedade entendesse

que a atividade extrativa não é somente um meio de exploração da natureza

e sim conservação.

Depois de extraído, o látex passa por processos que o transforma em laminas.

O projeto TECBOR desenvolveu uma metodologia de trabalho que permite

ao seringueiro fazer uma borracha benefi ciada de boa qualidade, chamada

de FDL (folha de defumação líquida). A idéia é que o seringueiro constitua

com sua família ou comunidade, uma micro-usina de processamento,

dispensando intermediários.

A preparação das folhas não utiliza energia elétrica, o consumo de água

é mínimo, e os produtos envolvidos não são prejudiciais à saúde nem ao

meio ambiente.

Hoje, além do FDL, a suínas familiares produzem a folha Semi Artefato (FSA)

um tipo de borracha mais complexa. O processo de produção da FDA é

semelhante ao FDL, com a diferença ao invés do coagulamento pirolenhoso,

a borracha recebe enxofre para vulcanização. Depois de colorida, a FSA fi ca

pronta para fabricação de pequenas peças.

Esta nova tecnologia desenvolvida pelo LATEQ/UnB chamou a atenção

de designers e empresas. Alem de ser usado para materiais técnicos. O

material também pode ser usado em roupas, cintos, acessórios e objetos

decorativos. A folha de defumação liquida já foi testada com sucesso em

industrias de autopeças artefatos, recauchutagem, adesivos e solados para

calçados. Os resultados em todas as empresas se mostram favoráveis à FDL,

por que ela apresenta maior qualidade, menor tempo de processamento

em relação às outras formas de produção.

Inovação 49

Page 50: Design Sustentavel

Intervenção do Design

Atualmente, muitos grupos de pesquisa trabalham no desenvolvimento

de materiais e métodos de produção sustentável. Isso é uma

excelente noticia para a sociedade a para designers. Contudo,

é preciso testar na prática estes materiais, é necessário que os

designers experimentem efetivamente para então se saber das

possibilidades e limitações destas novidades.

Com o TECBOR não foi diferente. Profissionais de diferentes áreas

de desenvolvimento de produtos colocaram em pratica o uso de

FDL com resultados muito positivo. Uma das apoiadoras do material

é o Celaine Refosco, diretora do orbitato ( instituto de Estudos

Multidisciplinares em designers). Para ela, descobrir o TECBOR

foi uma grata surpresa. “É um material versátil, que já pode ser

alterado pro vários meios. Com um aspecto entre transparente e

opaco, possui caimento e peso adequados para produtos que têm

na superfície a função”.

Refosco acredita que as lâminas podem ser usadas em produtos

como luminárias, por ser um excelente difusor e pela possibilidade

de ser coloridos, e também podem ser aplicados em um alinha

completa de produtos para o lar. “A combinação dos elementos

espessura, cor, textura, tamanho e formato, fazem lâminas produtos

prontos e valor agregados pelo design. Além disso, é um material

que pode ser cortado, costurado, grampeado e enrolado”, ou seja,

se desdobra com a criatividade do designer.

Por exemplo, quem pensaria m usar laminas de látex para fazer

jóias? Pois as designers Jeanine Torres Geammal e Ana Videla o

fizeram ao desenvolver o projeto UMA. Trata-se de um kit com o qual

a pessoa cria sua jóia a partir das peças de plásticos em formas

variadas e os elos e aros em prata. Para as designers, o objetivo

era unir material sustentável e socialmente responsável com as

jóias. “Usar isso na moda propicia a discussão em um contexto

diferenciado, que ajuda na divulgação e valorização deste tipo de

iniciativa”.

Tentativas são sempre validas, e mesmo com erros é possível aprender. Foi o caso da Nó Design, que desenvolveu o Homem Elástico com a tecnologia TECBOR. O produto ficou bastante conhecido pela originalidade e estética divertida. Não houve nenhum problema no desenvolvimento ou na produção do produto a dificuldade surgiu com os usuários. Após alguns meses do lançamento do Homem Elástico, a Nó Design recebeu diversas reclamações dos clientes por que o produto se rompeu.

A Nó Design acabou levando um prejuízo financeiro e de imagem, mas nem por isso deixou de acreditar nas possibilidades novas.

Conclusão

Com todas estas experiências em mãos, podemos concluir que

é necessário que exista iniciativas como a TECBOR pra serem

criadas alternativas aos materiais e meios de produção que

existem hoje. Contudo, a intervenção do design é estratégica, pois

é o instrumento que íra agregar valor e dará posicionamento de

mercado aos novos produtos.

Outros desafios é fazer com que pessoas mudem seus hábitos

e comportamentos, especialmente quando eles parecem ser

contraditórios e inconseqüentes. É fácil aceitar o fato que as

pessoas trocam de óculos, bolsas ou eletrodomésticos a cada

seis meses ou um ano, mesmo sabendo que foram fabricados

para durar mais tempo. Aceitamos que é um comportamento

baseado na moda e consumo.

Quando a natureza nos oferece um material que tem uma vida

menor porem condizente ao tempo que o produto fica na moda,

a aceitação é muito menor. A freqüência continua a ser por

plásticos que podem durar eternidades, mesmo que seja para

usá-los apenas durante seis meses.

Achamos muito mais difícil aceitar um material natural

desenvolvido e produzido no Brasil, somente por que ele se

degrada de forma natural. A sociedade é contraditória, e o sistema

de mercado, infelizmente, continua a abusar desta situação só

pra ter benefícios econômicos.

50 Inovação

Page 51: Design Sustentavel
Page 52: Design Sustentavel

DESIGN GRÁFICO Também pode ser sustentávelA t u a r n a f o r m a sustentável não se refere apenas a levar em consideração questões de produção e c o n s c i e n t e d e produtos. Significa t rabalhar para a melhoria da qualidade de vida da população d e m o d o g e r a l , inclusive do design de uma das ferramentas mais importantes da sociedade atual: a informação.Este é o trabalho da Área de Comunicação, Design e Multimídia

(ACDM) do projeto Piatam, desenvolvido na Floresta Amazônica.

Para entender o trabalho dos designers primeiro vamos falar

um pouco sobre o Piatam. O projeto foi criado para monitorar as

atividades de produção e transporte de petróleo e gás natural

oriundos de Urucu. Foi criado em 2000 pela Universidade Federal

do Amazonas (UFAM), um apoio do Fundo Setorial de Petróleo e

Gás Natural, e hoje é coordenado em conjunto com a Petrobras.

Concebido como um projeto sócio-ambiental, o Piatam promove

excursões para coleta de dados no trecho do Rio Solimões por onde

navegam os petroleiros. Nos 400 km percorridos pelo barco, nove

comunidades ribeirinhas são visitadas. No percurso, cientistas e

pesquisadores coletam informações que são integradas em um

banco de dados ligado a um sistema de informações geográficas,

que, por sua vez, são usados para criar mapas de sensibilidade

ambiental.

No decorrer das excursões, sempre acontecem descobertas.

Técnicas de sensoriamento remoto por satélites revelam novos

dados sobre a floresta e seu ciclo hidrológico. Os pesquisadores

já identificaram espécies de peixes até então desconhecidas na

região e, em 2007, 22 sítios arqueológicos foram encontrados.

Outro papel do Piatam é sistematizar as informações que podem

servir de subsídio para eventuais reservas da indústria petrolífera.

Mas sua importância está mesmo na imensa contribuição para

a ampliação do conhecimento científico sobre o ecossistema

amazônico. Nesta empreitada, trabalham mais de 200

pesquisadores, divididos em diversas áreas, entre elas, a área de

Comunicação, a ACDM.

O design em ação

A missão do ACDM é fortalecer a identidade do projeto Piatam e

integrá-lo junto a seus diversos públicos de interesse por meio

da divulgação do conhecimento elaborado pelos pesquisadores.

A equipe é multidisciplinar e formada por designers, jornalistas,

pedagogos, relações públicas e artistas plásticos. Somente o

setor de Design e Multimídia é composto por dois designers, sete

estagiários e uma pedagoga.

Por meio do design, o grupo colabora com a inclusão dos

moradores trabalhando com a divulgação das informações

relacionadas ao projeto sempre aliada ao cuidado com o projeto

gráfico. Há quatro anos, a equipe vem planejando, organizando e

executando projetos visuais, impressos e digitais para o Piatam.

Os designers interagem com todas as áreas de pesquisa do

Projeto desenvolvendo os trablhos com os mesmo princípios

para soluções visuais e ergonômicas adequadas à características

sócio-econômicos e culturais da região. O ACDM também executa

atividades de assessoria e apoio pedagógico com a comunidade,

apontando estratégias e trabalhos que ajudem na formação da

comunidade, e atendam a sua diversidade sociocultural.

52 Inovação

Page 53: Design Sustentavel

Um dos primeiros passos foi o desenvolvimento da identidade

visual para eventos gerais e de áreas do Piatam, assim como uma

programação visual para as publicações cientificas do projeto. No

entanto, é com a comunidade que o trablho de design tem um

verdadeiros papel social.

O objetivo dos designers era apresentarr à sociedade local as

atividades do projeto por meio de recursos lúdicos e didáticos.

Para isso foi desenvolvido um personagem, chamado Piatamzinho,

recurso que sempre ajuda a cativar o público infanto-juvenil.

Depois de pesquisas com as crianças, a equipe de criação optou

por usar a imagem do barquinho, tão utilizado nas pesquisas

do Piatam. Também foram lançados produtos, como cartilhas,

folhetos e os tradicionais brindes (bolsas, pins, canetas, adesivos

e camisetas)

Uma outra iniciativa dos designers foi transformar os conhecidos

jogos de tabuleiros em atividades com enfoque ecológico e com

dimensões desproporcionais, incentivando que as crianças

brincassem em grupos. Os jogos de memória, quebra-cabeça, e

dominó, todos traziam várias ilustrações que remetiam à flora e

fauna típicas de floresta.

A atividade de maior destaque foi a ilha Piatamzinho, que

desencadeou todas as atividades da I mostra Piatam de Recursos

Didáticos Interativos. No evento fopi apresentado o seu principal

produto, o site Piatamzinho.

O site é uma verdadeira ferramenta de educação ambiental. Para

seu desenvolvimento foi uma feita uma pesquisa que envolveu

200 alunos de duas escolas públicas, duas da rede particular e

de duas instituições de educação ambiental. O objetivo era saber

qual o interesse destes estudantes quando navegam pela internet,

onde fazem suas pesquisas escolares, quais sites mais visitados

e como se manifestava o interesse por assuntos relacionados à

região.

Hoje, estão disponíveis no site jogos educativos e informações

científicas com linguagem adequada às crianças.

Professores e crianças podem desfrutar de seu conteúdo

interativo sobre ecossistemas, definições e jogos tudo guiado pelo

simpático Piatamzinho.

visite o site: www.piatamzinho.ufam.edu.br

Ações com as comunidades

Não foram só as crianças as beneficiadas com as intervenções

do ACDM do Piatam. Uma das inciativas com a população adulta

foi o projeto Ateliê Comunitário Biobijuterias. Seu conceito é bem

simples e não é novidade – mas porque mexer em time que está

ganhando, certo? Trabalha com o desenvolvimento de artesanato

comunitário, visando o resgate cultural, geração de renda e novas

oportunidades de trabalho.

As comunidades escolhidas para a participar são aquelas na

área de influência do Piatam e o projeto pretende atender

principalmente mulheres e jovens entre 18 e 30 anos. A equipe

verificou que este grupo é o mais carente de oportunidades de

geração de renda. O ateliê-piloto dará espaço para os participantes

produzirem suas peças, bem como a oportunidade de receberem

cursos e oficinas que potencializem a atividade artesã.

Em cada comunidade será feito um estudo preliminar dos

materiais que já são usados no artesanato, e depois será feito

um levantamento das espécies com potencial uso no design.

Em virtude da rica diversidade natural da floresta, ao final das

pesquisas, espera-se que seja coletado material suficiente para

a implantação de coleções temáticas de botânica. A carpoteca

(biblioteca de frutos), xiloteca (arquivo de madeiras) e outras

formas de inventários servirão de referência e material didático.

Por fim, os membros da comunidade serão capacitados através

de cursos técnicos, ministrados por profissionais da área do

design, que irão propor atividades relativas à coleta, utilização

beneficiamento e tratamento das matérias-primas, além de

confecção e customização de produtos.

UMA OUTRA INICIATIVA DOS DESIGNERS FOI TRANSFORMAR OS CONHECIDOS JOGOS DE TABULEIROS EM AT I V I DA D E S C O M ENFOQUE ECOLÓGICO.

Inovação 53

Page 54: Design Sustentavel

Entrevista com Ale Tauchmann no CD.

Page 55: Design Sustentavel

Não é apenas mais uma agência de design, muito menos de publicidade, a propostas da Taste é ser uma empresa especializada em consultoria criativa.

A TASTE é formada pela união de 3 profissionais com experiências

distintas e complementares, que decidiram fazer um negócio

estruturado numa proposta de trabalho que une design, direção

criativa e planejamento num modelo de trabalho estratégico

e inovador. Com experiência de mais de 15 anos, tiveram a

oportunidade de trabalhar com empresas de segmentos e tamanhos

diferentes. Dentre elas o BOTICÁRIO, TIM, DOCOL, DANONE, MONT

BLANC, UNILEVER, LILICA E TIGOR, PEPSI, KRAFT FOODS, BANCO

COMERCIAL PORTUGUÊS, HSBC, COMPANHIA DE ENERGIA DE

PORTUGAL, CAIXA SEGUROS, BERGERSON, BR MALLS, PREFEITURA

DE CURITIBA, MINISTÉRIO DA SAÚDE, BANCO DO BRASIL, MTV,

COCA-COLA, PHILLIP MORRIS, MUSEU OSCAR NIEMEYER.

Depois de nove anos integrando a equipe criativa da OpusMúltipla

Comunicação Integrada, os três últimos como diretor de criação

em design, Alessandro Tauchmann parte para um projeto pessoal e

lança no mercado a Taste, agência de consultoria criativa voltada à

gestão de marcas. Tendo também como sócios os designers Sandro

Pimentel e Renan Molin, que também faziam parte da equipe da

OpusMúltipla, a nova empresa tem como propósito atuar além do

design, coordenando todo o processo de construção da marca.

“Criamos um modelo novo, que nos permite ir da análise e definição

de posicionamento, até a criação, seja de um logotipo, uma

embalagem, um ambiente interativo ou mesmo uma campanha

publicitária”, afirma Tauchmann. Ele explica que isso será possível

graças à rede de parceiros com a qual a empresa formalizou acordos

de operação conjunta. “O grupo de trabalho será montado de acordo

com a necessidade e a própria atividade do cliente. Teremos, então,

sempre uma equipe multidisciplinar e especialista, que nos permitirá

entender com mais profundidade o negócio do cliente para propor

as soluções mais adequadas”, completa.

“A ideia de formar a Taste surgiu da nossa insatisfação com os

modelos de estúdios e agências atuais. Tínhamos visões próprias

a respeito de processos e posicionamento e entendíamos que

podíamos desenvolver um novo negócio a partir disso”, explica

Page 56: Design Sustentavel

Sandro Pimentel. O objetivo a longo prazo, segundo os sócios da

nova agência, “é fortalecer a cultura do design na área de negócios,

que, em nossa opinião, ainda desempenha um papel superficial no

planejamento da maioria dos anunciantes”.

A empresa inicia atividades já elaborando projetos de incentivo e

geração de conteúdo para clientes como Desmobilia, Enox, IdeaFixa,

O Boticário e MTV Brasil. Para o canal de televisão, a Taste foi

responsável pela criação da identidade do evento de lançamento

da programação 2010, realizado em março, em São Paulo. No

momento, além do atendimento aos clientes, está desenvolvendo

alguns projetos especiais, entre eles um em parceria com a revista

IdeaFixa, que será lançado em breve.

Com curadoria da Ideafixa, a

exposição Imersão aconteceu

na UP durante o NDESIGN2010.

A TASTE foi uma dos vinte

convidados a criar para a expo.

A gravadora alemã Unpopular Disclose Records e a banda Aok

convidou a TASTE para criar o novo material em comemoração aos

12 anos da banda.

56 Inovação

Page 57: Design Sustentavel

Ale tauchmann tem em seu

portfolio projetos executados

para marcas nacionais

e internacionais que lhe

renderam por 3 vezes o título

de profissional de design mais

premiado do clube de criação

do paraná e de profissional de

design do ano nos últimos 2

Anos pelo prêmio colunistas.

Teve seus trabalhos divulgados

em anuários, sites, exposições

e publicações especializadas

de design. É diretor de

comunicação da prodesign

pr, associação de design do

paraná.

Sandro pimentel trabalhou

em escritórios de design e

agências de propaganda, entre

elas a agência lowe de lisboa,

portugal.

Ao longo dos últimos 15 anos,

participou dos processos de

criação e gestão de grandes

marcas, sendo responsável

pela implantação de projetos

de âmbito nacional.

Renan molin passou os últimos

anos trabalhando em agências

e estúdios de design. Entre

outros reconhecimentos foi

finalista no cannes lions Design

2008 e teve seus trabalhos

divulgados em publicações

e exposições nacionais e

internacionais, entre elas

a exposição Can & did em

new york, com o poster ALL

COLORS TOGETHER criado

para a campanha do presidente

barack obama, que contou com

trabalhos de grandes nomes do

design mundial.

“A idéia de criar uma agência surgiu da nossa insatisfação com os modelos de estúdios e agências atuais”.

Inovação 57

Page 58: Design Sustentavel
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FIBRA DESIGNMostrando o que é precisopara estar no mercado

Edição 01 | R$ 25,00

TASTENão é escritório de design, não é publicidade,isso é consultoria criativa.Entrevista exclusiva com Ale Tauchmann

GALLERYArtistas mostrando o que fazempela arte e pelo planeta

INO

VAÇ

ÃO

01