'

I

`

·

— ia»š©;îÉ:> ï Og 9 F 3

°

MINISTÉRIO PUBLIC0 FEDERAL PRUCURAUORIA DA REFÚEUCA no Rio GRAMOEUOSUL

`·

EXMÒ(A). JU|Z(A) FEDERAL ÓA ...... VARA FEDERAL ÓE PORTO

ALEGRE, SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO GRANDE DO SUL

éi

—

Sš

2009.71.%.0197. 13-7 =1

I

0 MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, forte no art. 5°

da Lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública), art. 6°, VII, “d", da Lei

É Complementar 75/93 (Lei Orgânica do Ministério Público da União), art. gg

127, “caput", e art. 129, III, ambos da Consfituição da República, vem

perante vossa Excelência, por seus Procuradores da República signatários,

propor‘

.

N` AÇÄO CIVIL PÚBLICA, ?

A

com pedido de antecipação de tutela, contra a UNIÄ0 FEDERAL e a

AGÉNCIA NACIONAL DE VIGILÅNCIÄSANITÁRIA ­ ANVISA, autarquia

federal com sede na SEPN 515, bloco B, edifício Òmega, Brasília/DF, pelos

fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:

1. OBJETO DA AÇÃ0 E FATOS PERTINENTES

_

· A presente ação tem por objeto a determinação de

obrigações de fazer à União e à ANVISA que deem cumprimento ao art.

220, § 4,` c/c art. 220, § 2°, inciso II, da Constituição Federal,

especificamente no que se refere às restrições à publicidade de bebidas

wwAprm.mp1.gov.br · Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 - Bagé: (53) 3242.2599 ­ Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do sul: (51) Canoas: (51) 3463.9956 - Caxrlee do Sul: (54) 3222.0400 · Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.8680 Lajeado: (51) 3709.2721 · Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 · Passo Fundo: (54) 3312.1241 · Pelotas: (53) 3225.0011 ­ Rlo Grande: (53) 3231.3380

‘

Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Marta: (55) 3222.8855 - Santana do Livramento: (55) 3242.3730 · Santa Rosa: (55) 3511.:10ø Santo Ångolo: ($5) 3313.2011 ­ Uruguaiana: (55) 3412.4922

Å Z

·

— ~ `

` |Ï’ 0 0 0 0 U 3

FRocuRAooFuA DA REFÚEUCA no mo GRANDE oo sur. ·

alcoólicas com teor alcoólico igual ou superior a 0.5 grau e menor que 13

graus Gay­Lussac.

A

— 0 Ministério Público visa a que o poder público cumpra

com o seu dever de proteção à pessoa contra a propaganda de produtos

(bebidas alcoólicas) que podem ser nocivos à saúde (art. 220, § 3°, II),

especialmente, porém, o dever de proteção, com prioridade absoluta, à

saúde de crianças e adolescentes (art. 227, caput, da Constituição

· Federal).'

`

Dispõe o art. 220 da Constituiçao Federalz

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a · expressão e a informação, sob qualquer forma,

‘

— processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituiçao. ·

§ 1° ­ Nenhuma lei conterá dispositivo que possa . constituir embaraço à plena liberdade de informação

jomalística em qualquer veículo de comunicação

social, observado o disposto no art. 5°, IV, V, X, Xlll e XIV.

‘

·

`

§ 2° ­ É vedada toda e qualquer censura de natureza

· política, ideológica e artística. -

`

.

· § 3° - Compete à lei federal:

I - regular as diversões e espetáculos públicos,

cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza . . deles, as faixas etárias a que não se recomendem,

locais e horários em que sua apresentação se mostre

_

· inadequada;

. . II ­ estabelecer os meios legais que garantam à

. pessoa e à família a possibilidade de se defenderem

de programas ou programações de rádio e televisão . que contrariem o disposto no art. 221, bem como da

propaganda de produtos, práticas e serviços que

possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente. '

2

www.prra.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3284.7200 - Bagé: (53) 32422899 ­ Bento Gonçalves: (54) 34543M5 - Cachoeira do Sul: (51) Canoas: (51) 3463.9959 · Caxlss do Sul: (54) 3222.0400 ­ Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.95150 Lajeado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 ­ Passo Fundo: (54) 3312.12Á7 - Pelotas: (53) 3225.0071 ­ Rlo Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8055 - Santana do Livramento: (55) 32423130 - Santa Rosa: (55) 3511.3106 Santo Ångeloz (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922

'

`

‘ggïgg=·}'

PROCURADORIA DA nEFúeucA no Rio GRANDE no SUL‘

·

'

§ 4° ­ A propaganda comercial de tabaco, bebidas , alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias

estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que

_

`

. necessário, advertência sobre os malefícios

decorrentes de seu uso.

* 'A omissão do Estado é causa da violação do direito à

• saúde e à vida de milhares de brasileiros, principalmente de crianças e

adolescentes, pois há evidências científicas de que: a) há uma associação

_ entre a publicidade e maiores expectativas do consumo de álcool, bem

como o início precoce deste uso e um consumo mais intenso; b) no Brasil,

há uma alta exposição de adolescentes menores de idade às propagandas

de bebidas alcoólicas; c) os adolescentes brasileiros quanto mais expostos

às propagandas de cen/eja mais gostam delas e oonsomem álcool em

maiores quantidades em relação àqueles menos expostos, ainda que1

menores de idade`.`

V

Além disso, um ampla revisão da literatura

_

. iritemacional sobre o consumo entre jovens apresenta os seguintes

· resultados: a) quase 36% de meninos adolescentes (14-17 anos) que

bebem ao menos uma vez por ano e quase metade consumiu três ou mais

doses em situações habituais de consumo; b) na América do Sul, 8 a 15 %

_

dos anos de vida perdidos por adoecimento ou mortalidade precoce devidos

_

-

[ ? Essas proposições constam do artigo “Apreciaçao de

propagandas de cerveja por adolescentes: relações com a exposição prévia às mesmas e 0

consumo de áloool” publicado em Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(2):359-365, fev,

2009, de autoria de Alan Vendrame 1 llana Pinsky; Roberta Faria; Rebeca Silva,

professores do Deparlamento de Psiquiatria, Universidade Federal de São Paulo, e do

Departamento de Medlcina, Preventiva, Universidade Federal de São Paulo. (DOC 1)

3

wf www.prn.mp1.gov.br · Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 - Bagé: (53) 3242.2899 · Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51) 3724.0121 Canoas: (51) 3483.9955 - Caxlae do Sul: (54) 8222.0400 ­ Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9680 Lajeado: (51) 3109.2121 · Novo Hamburgo: (51) 3592.0031 ? Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Peloœa: (53) 3225.0011 - Rlo Grande: (53) 3231.5380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 ­ Santana do Livramento: (55) 3242.3130 ­ Santa Rosa: (55) 3511.3108 Santo Ångalo: (55) 3313.2011 ­ Uruguaiana: (55) 3412.4922

`

U

'

» lš| ‘

<;@g·~sg·;« OOOOUS

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FnocunAooRiA DA REFÚEUCA no mo GRANDE no sul.

‘—

a problemas de saúde são atribuiveis ao álcool; C) menores ué idade são

alvo decampanhas de publicidade de álcool; d) quanto maior a exposição à

propaganda, maior é o consumo de adolescentes; e) que a restrição

­ completa da propaganda de álcool e o aumento do imposto de produtos

alcoólicos seriam as duas intervenções mais eficientes para reduzir o

consumoentre os jovens e, dessa maneira, resultar em uma redução no

número de mortes entre adultos. (DOC 2)

Q Úrna das causas dessa omissão estatal é facilmente

conhecida com base na seguinte notícia publicada no dia 10 de maio de

2008 no Jomal Folha de São Paulo:I

. Cervejarias doaram RS 2 mi a deputados`

· Levantamento foi feito pela Folha a partir de dados do TSE (Tribunal Superior Eleltoral) sobre a campanha de 2006

Nesta semana, projeto que restringe a

propaganda de bebidas com baixo teor alcoólico foi retirado da pauta de votações da Câmara

ANGELA PINH0 · MARIA CLARA CABRAL

I · DA SUCURSAL DE BRASILIA ·

Praticamente um em cada cinco deputados

federais está ligado a empresas com interesses

contrários à regulamentação da publicidade de

_ cerveja. Dos 513 parlamentares, 87 têm concessões

‘

de rádio e televisão e/ou receberam doações de À campanha da indústria de bebidas e de comunicação.

Nesta semana, o projeto que restringe a propaganda de bebidas com baixo teor alcoólico,

(

inclusive a cerveja. entre as 6h e as 21h em rádio e

_ televisão, foi retirado da pauta de votações da

wvvw.prre.mp1.gov.hr ­ Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 - Bagé: (53) 3242.2899 · Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51) Canoas: (51) 3463.8859 ­ Cexlea do Sul: (54) 3222.0400 - Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9880 La|oado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 · Pelotas: (53) 3225.0011 ­ Rlo Grande: (53) 3231.3380 Sariœ Cruz do Sul: (51) 3113.4235 · Santa Maria: (55) 3222.8855 ­ Santana do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) :511.3105 Santo Ångelo: (55) 3313.2011 ­ Umgualana: (55) 3412.4922

\\\

·

.

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REFUEUCA no mo GRANDE oo sul.

`·

Câmara, a pedido do govemo, após resistência de

_ líderes partidários.

Há mais de um mês, representantes da indústria _ de cerveja e de emissoras de rádio e TV vão ao

· Congresso quase diariamente para fazer Iobby pela

derrubada da proposta -bandeira do ministro José

_

Gomes Temporao (Saúde).

Levantamento feito pela Folha a partir de dados 5

do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostra que 33 deputados eleitos tiveram parte da campanha eleitoral • de 2006 financiada pela indústria de cerveja. Eles

, receberam Fi$ 2.130.120,00.

'

As maiores doadoras foram a Schincarioi e a Fratelli Vita, controlada pela AmBev, dona de marcas como Brahma e Antarctica. No ano passado, o PT

? também recebeu R$ 375 mil da cen/ejaria Petrópolis.

Ao menos seis deputados receberam doações de empresas de rádio e televisão. O valor recebido é menor: Fi$ 23.695,00. Além disso, segundo a ONG Transparência Brasil, 57 parlamentares detêm

concessões de rádio e televisão. —

Entre eles, estão dois líderes partidários, cujas

_ orientações, em tese, têm de ser seguidas pela `

bancada. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) ' comanda a maior bancada da Câmara, com 89

. deputados. Ele detém concessões em Jardim do Seridó, João Câmara, Mossoró e Natal (HN). Luciano Castro, líder do PR, também tem concessão em Boa Vista (RR). A lista de donos de concessões não inclui

`

0, líder do DEM Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), _

cuja família é dona da TV Bahia.`

Segundo a Aben (Associação Brasileira de Fládio e Televisao), que tem como associadas as principais

· emissoras, as empresas de cerveja estão entre os

quatro maiores anunciantes da televisão e entre os `

dez maiores do rádio.

*

— S

wwvv.pne.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 ­ Bagé: (53) 3242.2599 · Bemo Gonçalves: (54) 3454.3445 ­ Cachoeira do Sul: (51) 37| Canoas: (51) 3483.9959 - Caxias do Sul: (54) 3222.0400 ­ Cruz Alta: (55) 3324.3451 ? Erechim: (54) 3522.9680 Lajeado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Pelotas: (53) 3225.0011 ­ Rlo Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Sanh Maria: (55) 3222.8855 ­ Santana do Livramento: (55) 3242.3130 ­ Santa Rosa: (55) 3511.3105

?

Sento Àngalo: (55) 3313.2011 · Uruguaiana: (55) 3412.4922$

.

'

·

. ,

|*"’ 000007 MINISTERIO PUBLICO FEDERAL

FrzocueAooeiA DA eEFúeucA no mo GRANDE no SUL

0 deputado Hugo Leal (PSC-RJ), autor de um . relatório favorável à restrição da propaganda, afimia

que foi procurado diversas vezes por lobistas

contrários ao projeto. Em sua opinião, é muito difícil'

que a proposta seja aprovada no Congresso devido ao interesse pessoal dos próprios parlamentares no tema. "lsso é um absurdo, até lamentável."

'

0 projeto foi enviado pelo Executivo no início do ~ ano em regime de urgência, ou seja, com prioridade

na pauta da Câmara. Na quarta, em reunião com o

• presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, a maioria dos líderes partidários defendeu o adiamento da

`

votação.

Anteontem, no final do dia, o presidente Luiz

Inácio Lula da Silva enviou requerimento retirando o — caráter de urgência. 0 presidente da Câmara

prometeu colocar o projeto em votação em junho. A justificativa dos líderes para o adiamento é que a ideia precisava de mais discussão, embora admitam a existência de interesses econômicos na questão.

Colaborou JOHANNA NUBLAT

A omissão estatal de que trata a presente ação foi

‘ objeto do inquérito Civil n° 1.29.000.000474/2003-39 — 3° Oflcio Clvel da

Procuradoria da República no Rio Grande do Sulz, cujas principais peças

são ora anexadas.

_ PRELIMINARES .

_

2.1 LEGITIMIDADE ATNA DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

a

A presente Ação Civil Pública visa a tutelar questão de

saúde pública, qual seja, coibir os efeitos danosos da ausência de

2 Portaria de instauração, Portaria PGR n° 384, de 13/08/2008, e Termo de Deliberação do Conselho Superior do Ministério Público Federal anexos (DOC 3)

'

6

vnrw.prn.mp1.gav.br - Porto Aiagraz PABX (51) 3284.7200 ­ Bagé: (53) 3242.2699 ­ Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51) Canoas: (51) 3453.9959 ­ Caxlaa do Sul: (54) 3222.0400 - Cruz Alta: (55) 3324.3451 — Erachlm: (54) 3522.9580 Lajeado: (51) 3709.2121 ­ Novo Hamburgo: (51) 35u2.0031 - Passo Funda: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 · Rlo Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 · Santana do Livramento: (55) 3242.3730 ? Sana: Rosa: (55) 3$11.31n6 Santo Ångalo: (55) 3313.2011 - Uniguaianaz (55) 3417.4922àå

000008

MINISTERIO PUBLIC0 FEDERAL PROCURADORIA DA EEFÚEUCA no mo GRANDE oo sul.

restrições à publicidade de bebidas alcoólicas..

Trata-se de direito difuso, ao qual está o Ministério

Público Federal legitimado a defender, nos termos do art. 129, lll, da

Constituição Federal.

'

Além disso, o art. 5°, V, “a", da Lei Complementar

75/93, que dispõe sobre a organização, atribuições e estatuto do Ministério

· Públco da União, prevê como função institucional do Ministério Público da

União ‘?zeIar pelo efetivo respeito dos Poderes Pùb/icos da ̀ Uniao e dos

sen/iços de relevância pública quanto aos direitos assegurados na

Constituiçäo Federal relativos às ações e aos SGNÍÇOS de saúde".`

A

V

Cristalina, portanto, a legitimidade do Ministério Público

Federal para a propositura da presente Ação Civil Pública.

2.2 LEGITIMIDADE PASSNA E COMPETÈNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

O ajuizamento da presente ação tem por objetivo o

• reconhecimento de uma obrigação de fazer em detrimento de dois entes

federais: a Agência Nacional de vigilância Sanitária (ANVISA) e a União.

Cumpre, nessa linha, realçar as atribuições legais de

cada um dos Réus a fim de que restem claras suas competências

fiscalizatórias frente à publicidade de bebidas alcoólicas e a consequenteÀ

legitimidade de ambas para figurar no polo passivo desta ação.

No que tange à ANVISA, nos termos da lei que a criou,

compete­lhe promover a proteção da saúde da população por meio do

controle sanitário da produção e da comercialização (incluída aqui a

7

www.prrs.mp1.gov.hr · Porto Alegre: PABX (51) 3284.7200 · Bagé: (53) 3242.2699 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51) cxlmxx rui mamo — cxxrxx dû Sul: um Jm.mù — em Alta: rõõ] m4.J4a1 — Erechim: 4aA] Jm.m Lejeadoz (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 · Passo Fundo: (54) 3312.1241 · Peloœez (53) 3225.0011 ­ Rio Grande: (53) 3231.3380 smx cmx ao sul; rim 3713.4235 ? sem mxxùx (es] Jmuõaa — uma- do trvxxmmex rsai xmmø — sane um: rsa) sermos Santo Ångelez (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922

\Õ

· . l=CžÈÏ)'Š;è

. · `ï·"·" «?4" ~

mgggsxø O O 0 0 .5 9

MINISTERIO PUBLIC0 FEDERAL FRocunAoonrA DA REFÚEUCA no mo GRÅNDE oo sul.

publicidade) de produtos, dentre eles, bebidas. É o que dispõe a Lei

9.782/99:

— Art. 6°. A Agèncla terá por finalidade institucional

' promover a proteção da saúde da população, por

intermédio do controle sanitário da produção e da

_ comercialização de produtos e serviços submetidos à

vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos

processos, dos insumos e das tecnologias a eles

relacionados, bem como o controle de portos,

• aeroportos e de fronteiras._

Art. 7°. Compete à Agência proceder à implementação

. e à execução do disposto nos incisos ll a Vll do art. 2°

desta Lei, devendo:·

I

[...]

. >0<Vl - controlar, fiscalizar e acompanhar, sob o prisma

da legislação sanitária, a propaganda e publicidade de

produtos submetidos ao regime de vigilância sanitária

(incluído pela Medida Provisória n° 2.190-34, de 2001);

Art. 8°. incumbe à Agência, respeitada a legislação em vigor, regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e

serviços que envolvam risco à saúde pública.

.

(

§ 1° Consideram­se bens e produtos submetidos ao

· controle e fiscalização sanitária pela Agência:

[...]

II - alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas,

seus insumos, suas embalagens, aditivos alimentares,

_

limites de contaminantes orgânicos, resíduos de

agrotóxicos e de medicamentos veterinários; (Qrifou?

se)

Tais atribuições são todas repisadas pelo Decreto

ç

3.029/99 (Anexo l, art. 2°; art. 3°, XXIV; art. 4°, §1°, II) e pelo Flegimento

i

lntemo da Agència (Portaria ANVISA 354/06, Anexo I, art. 1°; art. 2°, XXIV;

i art. 3°, § 1°, ll). Foi, ademais, com base no art. 4°, § 1°, do citado ' S

wvwr.prr•.mp1.gov.br - Porm Alegre: PABX (51) 3284.7209 - Bagé: (53) 32A2.2ß99 ­ Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira de Sul: (51) 3| Canoas: (51) 3493.9959 ­ Cexlaa do Sul: (54) 3222.0400 ­ cru: Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9690

Lalaadoz (51) 3109.2721 · Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 · Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0011 · Rle Grande: (53) 3231.3390

Santa Cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Santa Maria: (55) 32218855 - Santana do Llvramartœz (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3108

Santo Ångelo: (55) 3313.2911 · Uruguaiana: (55) 3412.4922

·

—.

‘ Oûvv ± 0 MINISTERIO PUBLICO FEDERAL

FRocunAooRiA DA REFÚEUCA no mo GRANDE no SUL?

regulamento que o Diretor-Presidente da entidade instituiu, no âmbito da

estrutura da autarquia, por meio da Portaria ANVISA 355/06, a chamada

Gerência de Monitoramento e Fisca/izaçâo de Propaganda, de Publicidade,

de Promoção e de informação de Produtos sujeitos à Vigilância Sanitária,

cujas atribuições, dentre outras, são:

À

Art. 69 [...]:

I - avaliar, fiscalizar, controlar e acompanhar, a

· propaganda, a publicidade, a promoção e a informação de produtos sujeitos à vigilância Sanitária,

— exceto as relativas aos produtos derivados do tabaco;

II - desenvolver atividades com órgãos (afins, da administração federal, estadual, municipal e do Distrito

·

Federal, com o objetivo de exercer o efetivo

cumprimento da legislação relativa a publicidade, a propaganda, a promoção, e a informação de produtos "

sujeitos à vigilância sanitária, exceto as relativas aos produtos derivados do tabaco;

lll ­ coordenar as atividades de apuração das infrações à legislação de vigilância sanitária, instaurar processo administrativo para apuração de infrações à legislação sanitária federal, em sua área de competência;

• IV ­ propor as penalidades previstas em lei; [...]

E ainda:

`

Art. 70. São atribuições da Unidade de Monitoramento, Fiscalização de Propaganda, Publicidade e Promoção de Produtos sujeitos à vigilância sanitária:

I ­ captar e analisar peças publicitárias dos produtos

'

sujeitos à vigilância sanitária, exceto os produtos . derivados do tabaco em diferentes veículos de

`

comunicação; ·

.

9

www.pn·a.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 · Bagé: (53) 3242.2598 ­ Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 ­ Cachoeira do Sul: (51) 3124.0121 Canoas: (51) 3463.9959 - Caxias do Sul: (54) 3222.0400 - Crux Alta: (55) 3324.3451 — Eroctilm: (54) 3522.9680 Lajaadoz (51) 3709.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 ­ Passo Fundo: (54) 3312.1241 · Pelotas: (53) 3225.0071 · Rlo Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: ($1) 3113.4235 · Santa Maria: (55) 3222.8855 · Sarmna do Livramento: (55) 3242.3130 ~ Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santo Ångalos (55) 3313.2011 - Urugualana: ($5) 3412.4922

·

, \r—>Ï‘¥ÃÈg; 0 ‘

0 0 0 1 1

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FROCURAOORIA DA nEFÚaucA no mo GRANDE no sul.

II ? elaborar e rever minutas de atos normativos a

_ serem editados pela ANVISA, bem como proceder à apreciação e opinar, quando for o caso, sobre projetos de decretos e anteprojetos de leis e medidas

‘

provisórias, em sua área de competência; III ­ instaurar processo administrativo para

apuração de infrações à legislação sanitária federal, · em sua área de competência;

_ IV ­ promover a análise técnica dos processos

administrativos de infração à legislação sanitária,

· relativos à publicidade, promoção, propaganda e

informação de produtos sujeitos à vigilância sanitária, , exceto os produtos derivados do tabaco, iniciados com

autos de infração, lavrados pelas autoridades fiscais

competentes e emitir parecer técnico; [...] ·

Dessarte, compete à ANVISA exercer a fiscalização,

no cumprimento dos deveres·poderes que lhe foram alcançados pelo

legislador, da propaganda de bebidas alcoólicas, o que não vem sendo feito

a contento, como se procurará demonstrar, ante a inércia do órgão em face

do atual programa publicitário de algumas empresas que comercializam

j 'bebidas com teor alcoólico entre 0.5 e 13 graus Gay Lussac.:

Ressalte-se que a ANVISA reconhece sua obrigação,

como depreende-se do lançamento da Consulta Pública n° 83. de 16 de

novembro de 2005, adiante referida. Mantém­se, contudo, omissa.

?

Saliente­se por fim, no que se refere à ANVISA, a '

expressa atribuição para imposição de penalidades - no que se refere ao

desrespeito à legislação que impõe restrições à publicidade de bebidas com

_

teor alcoólico superior a 13° Gay Lussac ? prevista na Lei n° 9.294/96:

Art. 9° Aplicam-se ao infrator desta Lei, sem prejuízo

1

' 10

yf www.pna.mp1.gev.br ­ Pena Alegre: FABX (51) 3284.7200 ­ Bagé: (53) 3242.2699 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 · Cachoeira de Sul: (51) 3124.0121 Canoas: (51) 3403.9959 ­ Caxlaa do Sul: (54) 3222.0400 - Cruz Alta: (55) 3324,3451 - Erechim: (54) 3522.9680 Lajeado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3592.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 ­ Pelotas: (53) 3225.0011 - Rlo Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Illarla: (55) 3222.9855 ­ Santana do Llvramante: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3100 Santo Ångalo: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922

0 0ÜÙl 2

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FRocuRAoomA DA REFÚEUCA no moeRAnoEoosuL

'

·

de outras penalidades previstas na legislação em 1 vigor, especialmente no Código de Defesa do

Consumidor e na Legislação de Telecomunicações, as

A seguintes sanções:(Fiedação dada pela Lei n° 10.167,

. · de 27.12.2000)

l - advertência;

' ll - suspensão, no veículo de divulgação da

_ publicidade, de qualquer outra propaganda do produto, por prazo de até trinta dias;

' III` - obrigatoriedade de veiculação de retificação ou esclarecimento para compensar propaganda distorcida

'

ou de má-fé;

IV - apreensão do produto; ·

V ? multa, de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ _

'

100.000,00 (cem mil reais), aplicada conforme a '

capacidade econômica do infrator; (Redaçao dada pela Lei n° 10.167, de 27.12.2000)

`

VI ? suspensão da programação da emissora de rádio

_ e televisão, pelo tempo de dez minutos, por cada minuto ou fração de duração da propaganda

transmitida em desacordo com esta Lei, observando- se o mesmo horário. (inciso incluído pela Lei n°

.

`

10.167, de 27.12.2000)“

• VII ? no caso de violação do disposto no inciso IX do — artigo 3°A, as sanções previstas na Lei n° 6.437, de 20

de agosto de 1977, sem prejuízo do disposto no art. 243 da Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990. (incluído pela Lei n° 10.702, de 14.7.2003)

§· 1° As sanções previstas neste artigo poderão ser . —_ aplicadas gradativamente e, na reincidência,

`

cumulativamente, de acordo com as especificidade do infrator.

‘

·. 1

`

`

§ 2° Em qualquer caso, a peça publicitária fica

. definitivamente vetada.

§ 3° Considera­se infrator, para os efeitos desta Lei,

toda e qualquer pessoa natural ou jurídica que, de'

11

wvuv.pm.mp1.gov.br ? Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 · Bagé: (53) 3242.2699 · Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 ­ Cachoeira do Sul: (51) Canoas: (51) 3453.9959 · Caxias do Sul: (54) 3222.0400 · Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.958 Lajeado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Palofm: (53) 3225.0011 - Rio Grande: (53) 3231.3380 Sarm Cruz do Sul: (51) 3113.4235 · Santa Maria: (55) 3222.8855 ­ Santana do Llvramanto: (55) 3242.3130 · Santa Rosa: (55) 3511.3108 Santo Ångelo: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922

Ù

~—

' 000013

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REFuaucA no Rio GRANDE no sul.

`

forma direta ou indireta, seja responsável pela

. divulgação da peça publicitária ou pelo respectivo veiculo de comunicaçao.(Fledação dada pela Lei n°

10.167, de 27.12.2000)_

‘

§ 4° Compete à autoridade sanitária municipal aplicar as sanções previstas neste artigo, na forma do art. 12

_ da Lei n° 6.437, de 20 de agosto de 1977, ressalvada a competência exclusiva ou concorrente: (Parágrafo

· ~ incluído pela Lei n° 10.167, de 27.12.2000)

l—» do órgão de vigilância sanitária do Ministério da • Saúde, inclusive quanto às sanções aplicáveis às agências de publicidade, responsáveis por

propaganda de âmbito nacional; (inciso incluído pela Lei n° 10.167, de 27.12.2000) —

II — do órgão de regulamentação da aviação civil do · Ministério da Defesa, em relação a infrações

. verificadas no interior de aeronaves; (lnciso incluído pela Lei n° 10.167, de 27.12.2000) ·

Ill ? do órgão do Ministério das Comunioações responsável pela fiscalização das emissoras de rádio e televisão; (inciso incluído pela Lei n° 10.167, de 27.12.2000)

*

— lV ? do órgão de regulamentação de transportes do Ministério dos Transportes, em relação a infrações

· ocorridas no interior de transportes rodoviários,

ferroviários e aquaviários de passageiros. (inciso

_ incluído pela Lei n° 10.167, de 27.12.2000) § 5° 0 Poder Executivo definirá as competências dos órgãos e entidades da administração federal

encarregados em aplicar as sanções deste artigo.

(incluído pela Lei n°`10.702, de 14.7.2003),

Não bastasse a Agência Nacional de vigilância

Sanitária, o Departamento de Proteçâo e`

Defesa do Consumidor do

Ministério da Justiça também possui, concorrentemente, atribuições no

campo da fiscalização da publicidade de produtos potencialmente nocivos à

‘

12

www.prrs.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3204.1200 - Bagé: (53) 3242.2699 - Bento Gonçalves: (54) 34H.3445 ­ Cachoeira do Sul: (51) 3| Canoas: (51) 3463.9959 - Caxias do Sul: (54) 3222.0400 · Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9580 Lajeado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 ­ Poloœa: (53) 3225.0011 ­ Rio Grande: (53) 3231.3330 Santa Cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 - Santana do Livramento: (55) 3242.3130 ­ Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santo ÅNQBIOZ (55) 3313.2011 ? Uruguaiana: (55) 3412.4922

' ‘

\à

. · `ÏM. \? d'

\g.`gg=·/ ÜÜOOI 4

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FnocUnAoomA DA REFÚEUCA no mo GRANDE no SUL

‘

saúde do consumidor. vejamos o que dispõe o ordenamento acerca da

matéria:

. Lei 10.683I03 '

Art. 27. Os assuntos que constituem áreas de - competência de cada Ministério são os seguintes:

. .XlV - Ministério da Justiça: [...]

e)_defesa da ordem econômica nacional e dos direitos

· do consumidor;_

Lei 8.078I90 (CDC) —

a

Art. 4°. A Política Nacional das Relações de Consumo . tem por objetivo o atendimento das necessidades dos

consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e

segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redaçáo dada pela Lei n° 9.008, de 21.3.1995) '

I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor

· no mercado de consumo; .

• ll - ação govemamental no .sentido de proteger

efetivamente o consumidor:

a) por iniciativa direta;

l---1

·

c) pela presença do Estado no mercado de consumo;

. lll - harmonização dos interesses dos participantes das

relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de

— desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a

_

viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem ' econômica (art. 170, da Constituiçao Federal), sempre

com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre

consumidores e fomecedores; '

13

Jf vA•w.pn•.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (61) 32.84.7200 · Bagé: (53) 3242.2599 • Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51) 3724.0121 Canoas: (51) $463.9959 ­ Caxlas do Sul: (54) :222.0400 - cruz Alta: ($8) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9680 Lajeado: (51) :109.2121 ­ Novo Hamburgo: (51) 3552.0081 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0011 - Rlß Grande: (5:) :2.:1.1:80 Santa Cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Sama Maria: (55) 3222.8855 · Santana do Llvramento: (55) 3242.3730 - Santa Rosa: (55) 3511.3106 Santo Ångelo: (55) 3313.2011 ­ Uruguaiana: (55) 3412.4922Õ

000015

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FnocURAoomA DA REPUBUCÅ no mo GRANDE oo Sul.

[...]

'

Vl - coibição e repressão eficientes de todos os

abusos praticados no mercado de consumo, [...];

Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de

'

atuação administrativa, baixarão normas relativas à

produção, industrialização, distribuição e consumo de

produtos e serviços.

· § 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os

_

Municlpios fiscalizarão e controlarão a produção,

industrialização, distribuição, a publicidade de

produtos e serviços e o mercado de consumo, no

interesse da preservação da vida, da saúde, da

. segurança, da informação e do bem-estar do

. consumidor, baixando as normas que se fizerem

necessárias.

§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições para fiscalizar e controlar

o mercado de consumo manterão comissões

permanentes para elaboração, revisão e atualização

.

‘

das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a

• participação dos consumidores e fomecedores.

§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob pena de

desobediência, prestem informações sobre questões

de interesse do consumidor, resguardado o segredo '

industrial.

Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito

l

Eoonômico (MJ), ou órgão federal que venha substituí-

, lo, é organismo de coordenação da política do ,Sistema

Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo­lhe:

I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a

‘

14

www.prn.rn¢.gov.br - Porto Alogro: PABX (51) 3284.7200 - Bagé: (|) MA2.2899 ­ Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 · Cachoalra do Sul:

Canoas: (51) 3463.9959 - Caxias do Sul: (54) 3222.0400 · Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erochlm: (54) 3522.9680

La)aado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 ­ Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 - Rio Grande: (53) 3231.3380

Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 ­ Santa Maria: (55) 3222.8855 - Santana do Livramento: (55) 3242.3130 ­ Santa Rosa: (55) 3511.3105

Santo Ångaloz (55) 3313.2011 · Uruguaiana: (55) 3412.4922 Š

.

' 00001 6

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FnocURAoo•uA DA nEFúeucA no Rio GRANDE no SUL

?

política nacional de proteção ao consumidor;

· [-—­l

VII ­ levar ao conhecimento dos órgãos competentes · as infrações de ordem administrativa que violarem os

interesses difusos, coletivos, ou individuais dos

consumidores;

' Decreto 2.128/97 .

An. 1°. Fica organizado 0 Sistema Nacional de Defesa • do Consumidor - SNDC e estabelecidas as normas . gerais de apliœção das sanções administrativas, nos

termos da Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990.I

_ An. 2°. integram o SNDC a Secretaria de Direito

Econômico do Ministério da Justiça SDE, por meio do`

seu Departamento de Pmteçao e Defesa do `

Consumidor - DPDC, e os demais órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal, municipais e as

entidades civis de defesa do consumidor.

Art. 3°. Compete ao DPDC, a coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor,

cabendo-lhe:

l - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a

Ù política nacional de proteção e defesa do consumidor;

·

[...]

VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes

as infrações de ordem administrativa que violarem os

interesses difusos,4 coletivos ou individuais dos ‘

consumidores;

Assim, o que se tem é que o DPDC, a despeito de

. suas atribuições, definidas no ordenamento, não vem exercendo qualquer

. atividade de fiscalização sobre a publicidade de bebidas alcoólicas que,

notoriamente, não sofre qualquer baližamento pelo Departamento nos

meios de comunicação de massa. ' 15

wvm.prru.mp1.gov.br ­ Ponto Aløgrø: PABX (51) 3284.7200 - Bagé: (53) 3242.2599 - Bento Gonçalves: (54) 34513445 - cachoeira do Sul: canoas: (51) :483.9959 ­ Caxlaa do Sul: (54) :222.0400 ? cruz Alta: (55) 3324.3451 ­ Erechim: (54) :522.9880 Lajeado: (51) 3109.2121 - novo Hamburgo: (51) :582.00:1 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (5:) 3225.0071 ­ Rlo Grande: (5:) :7.:1.3:80 Sanœ Cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Sarm Mada: (55) 3222.8855 - Santana do Livramento: (55) 32A2.3730 - Santa Rosa: (55) 3511.3108 Santo Ångolo: (55) 331:.2011 · Uruguaiana: (55) 3412.4922

' OOOQI 7

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FnocunAoomA DA REPUBUCA no mo GRANDE no SUL

Uma vez que os Réus detêm competências que lhes

legitimam a integrar O polo passivo desta Açào Civil Pública, só resta

reconhecer, a teor do disposto no art. 109, I, da CF, a competência da

Justiça Federal para julgar o feito em que figurem como Fléus autarquia

federal e a União.

• 2.3 INEXISTÈNCIA DE LITISPENDÈNCIA COM OUTRAS AÇÕES

É de conhecimento dos signatários desta inicial a

existência de duas ações civis públicas que têm por objeto a detenninação

de restrições à propaganda comercial de bebidas alcoólicas.

A primeira delas foi proposta pela Associação de

Defesa e Orientação ao Cidadâo, ADOC, e pela Sociedade Humanltária

Tucuxi, contra a União, o Ministério da Saúde, o Depanamento de Proteção

e Defesa do Consumidor e a ABRABE, Associação Brasileira de Bebidas, e

perseguia a condenação dos réus a fazer constar, nos atos publicitários

referentes a bebidas alcoólicas, a advertência de forma clara e ostensiva,

• modo escrito ou sonoro, do indicativo de que o consumo de bebidas

alcoólicas acarreta riscos e potenciais danos à saúde. Postularam ainda a

correta rotulagem dos alcoólicos, com indicativo claro sobre os riscos e a

condenação do Ministério da Saúde a apresentar o mapa de informação

previsto na Lei n° 6.368/76 e Flesolução n° 3/78, divulgando os gastos

públicos pelo SUS referentes ao atendimento das vítimas do alcoolismo.

>

?

Pretenderam, por flm, a fixação da responsabilidade solidária dos

requeridos com a indenização ao SUS dos valores despendidos, nos termos

dos arts. 95 e 103 da Lei n° 8.078/90 e arts. 8° e 13 da Lei n° 7.347/85. Foi

dado provimento parcial à apelação para ñm de julgamento de procedência

parcial da ação, nos temos da ementa citada infra (Apelação n°

16

É’;’;?è.°:"“l’š'a‘š"š':a§Ï’;‘;’;;'°?"èZ?â?å‘.?’2g"š.tlÏ°?}è??“ã?3lažt%“?’c?:£‘° ..?î:’£°“{§°ã’š‘a‘šštr§?:t°:°‘è‘î';‘;°¿?..?î°î:Ïl‘?åš?åÔ

Lajeado: (51) 3709.2721 ­ Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 ­ Passo Fundo: (54) 3312.1247 · Pelohs: (53) 3225.0071 ­ Rlo Grande: (53) 3231.3380 3222.8855 · Sanœna de Livramento: (55) 3242.3780 ­ Santa Rosa: (55) 3511.3108

000013 ivlmlsTÉRio Fúauco FEDERAL

FaocunAoomA DA nEFuaucA no mo GRANDE no sut ·

2002.04.01 .000611-1/PR, rel. Des. Marga lnge Barth Tessler).`

I

A segunda ação civil pública tem os seguintes

pedidos: a) “a declaração incidental de inconstitucionalidade do parágrafo`

único, do artigo 1°, da Lei n. 9.294/1996, passando a se aplicar o`

estabelecido pela Lei n. 8.918/94 e pelo Dacreto n. 2.314/97, o qual, no

parágrafo· 2°, do seu artigo 10, prescreve que 'bebida alcoólica é a bebida

com graduação alcoólica acima de meio e até cinquenta e quatro por cento

· em volume de álcool etílico, à temperatura de vinte graus CeIsius’T b) 'no

mérito, a anulação do inciso IV, do artigo 5°, da Portaria n. 264/2007, bem

como a anulação do inciso IV, do artigo 5°, da Portaria n. 1.220/2007,

ambas expedidas pelo Ministério da Justiça, passando a União a proceder,

em todo· o território nacional, o efetivo controle prévio sobre todas as

propagandas comerciais veiculadas pelas emissoras de rádio e televisão

brasileiras"; c) “a condenação da União em obrigação de fazer, consistente

em editar, no prazo máximo de 40 dias úteis, a contar da intimação da

sentença de mérito, os atos administrativos gerais e nacionais, necessários

à restrição, em todo o território nacional, da veiculação das propagandas

_ comerciais de cerveja e demais bebidas alcoólicas de teor igual ou superior

· I

a 0,5 grau Gay Lussac, no horário compreendido entre 23 horas e 06 horas

da manhã".

Esta ação foi julgada improcedente pelo juízo de

— primeiro grau sob o argumento de que o Judiciário_ não pode atuar como

legislador positivo. Há recurso de apelação ainda não julgado pelo TRF4

(AC 200870000131351, relator Juiz Federal Márcio Antônio Rocha).

Como demonstrar-se-á a seguir, não há litispendência

entre essas- ações e a presente, uma vez que não há identidade de causa

. de pedir e de pedido (§ 2° e 3° do art. 302 do CPC). Sobre a causa de

‘

17

É':'.‘i."a1'"l’š†Fš‘aaš’?:‘:‘.t."!"èZ?:?2?.?‘2.?“2.‘:l?°'laM¥žãïãã:'õ?i°'c?:;"°.‘i:’.?‘f‘m?a?%°:t‘:°::':‘;°l?m1°î§Ïl‘?ã:’ã` fa î:Ã,O

Lajoado: (51) 3700.2721 ­ Novo Hamburgo: (I1) I5I2.0031 - Passo Fundo: ($0) 3312.1241 ­ Palohac (53) 3228.0011 - Rlo Grande: (53) I231.32I0

a cha:| |sãs) :222.IIß ­ Sanum do Livramento: (I6) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.310I

000019

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL FnocunAoomA DA nEFÚaucA no mo GRANDE no sul.

`

. pedir não há identidade entre as ações do MPF porque esta agora proposta

_

não tem como causa de pedir a inconstitucionalidade incidental de qualquer

dispositivo da Lei 9.394/96, mas sim a não­realização do dever de proteção

_ inscrito nas disposições acima citadas da Constituição Federal. Álém disso,

os pedidos são distintos, como veremos ao final. Por fim, por cautela,

Subsidiariamente, pede­se que os efeitos da decisão tenham validade no

Estado do Rio Grande do Sul.

3. ARGUMENTOS EMPÍRICOS

.

A seguir são apresentadas outras evidências acerca

dos danos causados pelo consumo de bebidas alcoólicas, da associação

.

entre publicidadee aumento de consumo, principalmente entre os jovens, e

dos consensos de especialistas sobre a necessidade da proibição ou de ‘

fortes restrições à publicidade destas bebidas.

;

· 3.1 Danos causados pelo consumo de bebidas alcoólicas

o

· 0 consumo de bebidas alcoólicas produz índices

alarmantes de danos à integridade física e psíquica tanto do usuário quanto

da sociedade em geral: é responsável por mortes violentas, abuso sexual,

agressões, acidentes de trânsito, violência doméstica, diversas

enfermidades - inclusive do feto e recém­nato de mãe alcoolista -,

_ exposição a comportamentos de risco (direção sob efeito de álcool, sexo

sem proteção, uso de outras drogas) etc.

' O consumo de álcool também tem consequências

sociais e econômicas bastante relevantes. Publicação da Organização Pan ' 18

a•unv.pna.m]Í.gov.br ­ Porto Alegre: PABX (51) 3234.1200 ­ Bagê: (53) 3242.2559 - Bento Goncalvea: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51) 3| Canoee: (51) 3453.0053 - Caxlae do Sul: (54) 3222.0400 - crua Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.0I30 Lajeado: (51) 3703.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3532.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Peloh: (53) 3225.0071 ­ Rio Grande: (53) 3231.3330 Santa cru do Sul: (51) 3713.4235 ­ Santa Ilarla: (55) 3222.5555 - Santana do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Roaa: (55) 3511.3103. ßanto Ångalo: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4Iu

?

\

·

`

+ 0000,:0

rvums†ÉRrO Fúauco FEOERAL PROCURADORIA rJA nEFuauCA no mo cnAuoE no sul.

Americana da Saúde destaca que:`

I

En general, existe una relación causal entre el

. consumo de aloohol y 60 tipos de enfermedades y`

Iesiones (Flehm 2005)

. El uso difundido de bebidas alcohólicas está

asociado a una serie de oonsecuencias sociales y de

salud, inciuyendo lesiones deportivas y de ocio,

0 reducción de la productividad Iaboral, diversas formas

de cáncer, enfermedad crónica hepática, enfermedad

cardíaca, Iesiones en los sistemas |?|8NÍOSOS,09|'|Il’a| y

periférico y dependencia del aloohol.

Los problemas ocasionados por el aloohol

pueden ir mas aliá dei bebedor y producir efectos

sobre quienes lo rodean en aspectos como violencia

familiar, conflictos maritales, problemas eoonómicos,

abuso de menores, admisiones en salasl de

_

emergencia (Borges et al. 2004), comportamiento '

violento, lesiones y fatalidades en automovilistas y • peatones cuando se oonduoe en estado de ebriedad

(MacDonaId et ai. 2006; Borges et ai. 2004a).

El consumo de aloohol también está asociado

con comportamientos de alto riesgo, inciuyendo sexo

no seguro y uso de otras sustancias psicoactivas. Los

trastomos por el uso de aloohol, oon altos índices en la

— Región, oonllevan un alto grado de comorbiiidad con

I

otros trastomos por uso de sustancias, como

dependencia de la nicotina y entermedades de

_

transmisión sexual. Los estudios más recientes 19

É1':É:':'"iai'i'?å‘ra$Ï‘:?:.¢"?"èZ:?à?.?‘2%iî°?lè1’?°§¥Žãl.îŽ:,†,*Ï"ct‘::“°.?îm°‘lZ—°ä?ã‘š%‘::‘:°EÉ':?;'l1'm‘1°î:Ïl’?Šg°;îÇ

ujoodoz (51) IWI.2121 - Novo Hamburgo: (51) $5Iz0tß1 - Passo Fundo: (54) 3:111241 - Polohs: (55) $225.0011 ­ Rio Gnndo: (5:) 1281.::Iø $222.5556 ­ Santana do Lhnumemø: (55) SI42.S1I0 ­ Sanh Rou: (55) :511.:10I

* —

`

'

;· 000021

MINISTÉRIO PÚBLIC0 FEDERAL PROCURADORIA DA REFúaucA no mo GRANDE no SUL

sugieren una asociación entre consumo de alcohol y ' VIH/SIDA (Matos et al. 2004; Stein et al. 2005; Stueve

. y O'DoneII 2005).°_

'

Conforme Mônica Gorgulho, de acordo com a`

Organização Mundial da Saúde, o consumo de bebidas alcoólicas está

classificado entre os dez comportamentos de maior risco à saúde. É a

• principal causa de`

morte em alguns países em desenvolvimento,

responsável por 1,8 milhões de mortes no mundo, dentre as quais 5% são

jovens entre 15 e 29 anos. Estima-se que, mundialmente, o álcool seja

Ï responsável por 20% a 30% dos casos de câncer do esôfago, doenças do

I

fígado, epilepsia, acidentes de carro, homicídios e outros problemas.‘

`

Estima-se que no ano de 2002 o álcool causou a

morte de uma pessoa a cada dois minutos nas Américas, e que 5,4% de

todas as mortes nas Américas foram atribuídas ao álcool naquele ano, em

comparação com a cifra mundial de 3,7% °`

_

Conforme a Polltica do Ministério da Saúde para a

• Atenção integral a Usuários de Álcool e outras Drogas, resultados

preliminares de pesquisa encomendada pelo Govemo Federal sobre os

custos dos acidentes de trânsito no Brasil (IPEA/MS e Cols., em

desenvolvimento), 53% do total dos pacientes atendidos por acidentes de

tránslto no Ambulatório de Emergêncla do Hospital das Clínicas/SP, em

_

determinado período, estavam com índices de alcoolemia em seus exames

’ Monteiro, Marlstela G. Alcohol Y Salud Pública em las Américas: un caso para la acción. Washington DC, Organización Pan Americana de la Salud, 2007 (DOC 4)

' ‘ 0 papel da mídia na promoção do uso responsável de álcool, inserto na publicação do Ministério da Saúde "Alcool e Reduçao de Danos - uma abordagem inovadora para países

`

em transiçao', 2004 (DOC 5) ? 5

Monteiro, Marlstela G. Alcohol Y Salud Pública em las Américas: un caso para la acción. _

_ Washington DC, Organización Pan Americana de la Salud, 2007

20

wrrrr.prrs.mp1.gov.br · Porto Alagra: PABX (51) 5254.7200 - Bagé: (55) 52A2.2I99 - Banto Gonçalves: (54) 5454.5445 · Cachoeira do Sul: (51) Canoas: (51) 54I5.0|5| - Caxias do Sul: (54) 5222.0400 - Cruz Alta: (55) 5524.5451 - Erscnlmz (54) 5522.5550 La|sado: (51) 5105.2121 · Novo Hamburgo: (51) 5502.0051 - Passo Fundo: (54) 5512.1241 ­ Palotaa: (55) 5225.0011 ­ Rlo Grandaz (55) 5251.5550 Santa cru do Sul: (51) 5115.4255 - Santa Maria: (55) 5222.lI55 - Santana do Lhrrarnanto: (55) 5242.5750 - Santa Rosa: (55) 5511.5105 Santo Ångalo: (55) 5515.2011 - Uruguaiana: (55) 5412.4022

Mmls†ÉRio Fúauco FEOERAL FnocunAoomA DA nEFuaucA no mo GRANDE oo sut

de sangue superiores aos permitidos pelo Código de Trânsito Brasileiro,

sendo a maioria pacientes do sexo masculino, com idades entre 15 e 29`

_ anos. Os resultados preliminares apontam ainda que a mortalidade chega a

30 mil óbitos/ano, cerca de 28% das mortes por causas externas, e das

- análises em vítimas fatais/IMUSP, o nível de alcoolemia encontrado chega

a 96,8%. —

_

Ainda conforme a Política do Ministério da Saúde, a

• relação entre o uso do álcool, outras drogas e os eventos acidentais ou

situações de violência, evidencia o aumento na gravidade das lesões e a

diminuição dos anos potenciais de vida da população, expondo as pessoas

a comportamentos de risco. Os acidentes e as violências ocupam a

segunda·causa de mortalidade geral, sendo a primeira causa de óbitos

entre pessoas de 10 a 49 anos de idade. Esse perfil se mantém nas séries

históricas do Sistema de Mortalidade do Mlnistério da Saúde, nos últimos

oito anos (DOC 6).

Pesquisa realizada pelo instituto Nacional de Abuso de

Ålcool e Drogas dos EUA em 1997, referida no artigo intitulado "Alcool e `

redução de danos: construção de uma política intersetorial efetiva", de

• Pedro Gabriel Delgado, Paulo Roberto Aranha de Macedo, Francisco

Cordeiro e Sueli Moreira Rodrigues, revelou que dois terços dos casos de

espancamento de crianças ocorrem quando os país agressores estão

embriagados, o mesmo ocorrendo nas agressões entre marido e mulher.

Ftevelou também que o uso excessivo de bebida estava presente em 68%

dos homicídios culposos, 62% dos assaltos, 54% dos assassinatos e 44%

dos roubos ocorridos. (DOC 7)

. Conforme a Organigação Mundial de Saúde, “e×iste

uma fuerte relación entre el consumo de alcohol y el riesgo de uma persona

21

— ë’:';?a.°::Ï'”lZ1l'?å'Ž;ß":.¢'•'!?':,‘2?.tl’ã?.?‘2.3?§Ï.î?°‘l;žl°§;?Žal.žãî.%a‘i”c?::“‘.?i:’£°'%?‘£Í2r:ž:t‘:°;ãï?;°ll‘.t1°î:Ïl‘?É’a `š§ç Ln|•u1•: (51) 3709.2121 · Novo Hamburgo: (61) 3602.0031 - P ·« · Fundo: (64) 3312.1241 - P•l•t••: (63) 3226.0071 ­ Rlo Grande: (53) 3231.3330

3222.II56 - Santana do Llvr•m•nto: (66) 3142.3730 ­ Santa Rui: (66) 3511.3106Q

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL_

FnocunAooruA DA REFUEUCA no mo GRANDE no sul. ·

de ser perpetrador o víctima de violencla. La vlolencia o los maltratos

relacionados com el alcohol incluyen violencia em la pareja, maltrato infantil,

_ violencia juvenil, violencia sexual y maltrato y abuso de ancianos”°

'

No que se refere à dependência, de acordo com dados

do Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil ?`

executado no ano de 2005 pelo Centro Brasileiro de informações sobre

Drogas Psicotrópicas ? CEBRID da Universidade Federal de São Paulo, a

• estimativa da população dependente de álcool nas cidades brasileiras com

mais de 200 mil habitantes é de 6.268.000 sendo que é justamente na faixa

dos 18 aos 24 anos de idade que se concentram as maiores porcentagens

de dependentes do álcool (19,2%) (DOC 8).I

Obsen/a-se que, comparando com os dados obtidos

- em 2001, através do I Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas

Psicotrópicas no Brasil, também anexo (DOC 9), a estimativa de população

dependente do álcool nas 107 cidades com mais de 200 mil habitantes era

de 2.469.000 pessoas, número esse inferior à metade da população

apontada no segundo levantamento, realizado quatro anos depois.

` • A dependência do álcool entre adolescentes de 12 a

17 anos, que era de 5,2% em 2001, subiu para 7,0% em 2005. Na faixa de

18 a 24 anos, a dependência subiu de 15,5% em 2001 para 19,2% em

2005.

Saliente­se ainda que o custo econômico, e por mais'

esse viés também social dessa gama de consequências, está longe de ser

° Monteiro, Maristela G. Alcohol Y Salud Públlca em las Américas: un caso para la acción.

Washington DC, Organimción Pan Americana de la Salud, 2007.

`

zz

vm\e.prre.m|I.gev.br - Porto Alegre: PABX (51) 8154.1100 - Bege: (58) 8141.2555 - Bento Goncelvee: (54) 8454.8445 - cachoeira do Sul: (51| Cenoeez (51) 8455.5859 ­ Cexlee do Sul: (54) 8112.0400 - Cruz Alte: (55) 8814.8451 ? Erechim: (54) 8511.I5I0 Lejeedo: (51) 8118.1111 - Novo Hamburgo: (51) 8551.0081 - Peeeo Fundo: (54) 8811.1141 · Pelotee: (58) 8115.0011 ­ Rlo Grendez (58) 8181.8850 Sem Cruz do Sul: (51) 8118.4185 ­ Serm Ilerle: (55) 8111.5555 · SIIIIIII do Llvremerttoz (55) 8141.8180 - Sento Rosa: (55) 8511.8105 Sento Ångelo: (55) 8818.1011 - Uruguelerte: (55) 8411.4811

000024

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Fnocunaoonu na nEFúeucA no mo erurlpe no sul. ·

desprezível.`

I

Por fim, não se pode deixar de ressaltar um fato

notório: os danos não são causados apenas pela ingestão de bebidas

V

alcoólicas com teor superior a 13° Gay Lussac. A maior ou menor

graduação alcoólica de uma bebida não tem relação com a maior ou menor

ingestão de álcool pelo usuário - até porque o volume normalmente

consumido de uma bebida com menor teor alcoólico é superior ao de outra

• com maior concentração de álcool.

3.2. A relação entre a publlcldade de bebidas alcoólicas e o

aumento de seu consumo

Pesquisas demonstram a relação entre a publicidade

de bebidas alcoólicas e o aumento de seu consumo, especialmente entre

jovens._

Segundo Marcelo Cruz, coordenador do Programa de

· Estudos e Assistência ao Uso indevido de Drogas (Projad), do instituto de

• Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pesquisas

consistentes mostram que a propaganda de bebidas alcoólicas é muito

eñciente em aumentar o consumo. “A propaganda não visa motivar quem

assiste a imediatamente abrir uma lata de cerveja, mas retorça a cultura de

que as confratemizações devem ser regadas a áIcooI”, e “ainda promove a

ligação da sexualidade e da virilidade com a bebida".7

Leslie B. Snyder, Frances Fleming Milici, Michael

’ RADIS 54,. fev/2007, p. 14 (DOC 10)

wvm.prrs.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3234.1200 - Bega: (53) 3242.2595 - Bento Gonçalves: (55) 3454.3445 - Caclroelre do Sul: (51) 3124.0121 Canoas: (51) 3453.0|5| - Carrlaa do Sul: (54) 3222.0500 ? Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.3050 Lalaador (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3552.0031 - Paaao Fundo: (55) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 ­ Rlo Grande: (53) 3231.33I0 Santa Cruz do Sul: (51) 3713.4235 ­ Santa Maria: (55) 3222.I555 · Santana do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3105

, Santo Ångelo: (55) 3313.2011 - Unrgualana: (55) 3412.4022gl

0 Ü OOQ5

MmlS†ÉRlO Fúßuco FEDERAL FnocunAoomA DA nEFuaucA no mo GRANDE no sul.

Slater, Helen Sun e Yuliya Strizhakova publicaram, em janeiro de 2006,

artigo na Flevista 'Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine", v.

160:18-24, intitulado 'Effects of Alcohol Advertising Exposure on Drinking

_ Among Youth", no qual concluem que a propaganda de bebidasl alcoólicas

contribui para o aumento do seu consumo entre os jovens.

Um dos resultados apurados mostra que, no mercado

americano, para cada dólar adicional per capifa gasto em publicidade, há

· um aumento individual de 3% no consumo de bebidas alcoólicas por mês.

Outro _é que, em mercados com baixo nível de gastos em publicidade per

capita, as taxas iniciais de consumo são mais baixas que nos mercados

com altos gastos em publicidade. Jovens que convivem com maior

publicidade do álcool bebem mais, aumentam mais os seus níveis de

consumo ao longo do tempo e continuam a aumentar estes níveis até os

_ vinte e pouco anos de idade. Já os jovens que vivem em mercados com

menos publicidade de bebidas alcoólicas bebem menos e mostram um

padrão modesto de aumento no consumo até os vinte e pouco anos.

1 quando estes níveis começam a decair.

‘ A publicação está anexada à inicial (DOC 11).

I

0 impacto psicológico da mídia sobre os adolescentesí

é objeto de obra do médico especialista em crianças e adolescentes Victor

C. Strasburger, M.D., da University of Neyv Mexico School of Medicine, da

_

qual se extrai:

' “Uma variedade de estudos têm explorado 0

impacto da publicidade sobre crianças e adolescentes.

Quase todos têm demonstrado que a publicidade é ‘

extremamente efetiva no aumento da conscientização

' 24

LYYCJ

É':'.îÏ‘3'?"l‘ša‘l"š’aaa‘Ï':?:.?à"!"èZ:?2?."2£1.lÏ°‘îaM¥§al:ãf.’õ“?'c?:;"°.|:':‘f'l?ä ??§?%’aî‘1°;î'21'åi' ...‘î°îl.'ií’?ãZãÏ’2ãIx ujudu: (51) 3105.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3502.0051 - Pau Fundo: (54) $312.1241 - Polotaz (53) 3225.0011 - Rio orando: (53) 3231.:350 šaàrgänãoæ| azzzitß - Santana do Llvrunmtø: (56) $2•I—31!0 ­ ŠIRÜ Rui: í55l $511-3‘|0|

[se

— _

000026

`

MINISTÉRIO PÚBLIC0 FEDERAL ¿

FnocunAoonlAoAnEFúaucA no ano enAnoEoosur.`

·

e respostas emocionais dos jovens aos produtos, no

· seu reconhecimento de certas marcas, no seu desejo

de usar os produtos anunciados e ' no seu

`

reconhecimento dos próprios comerciais. Em 1975, a

National Science Foundation (1977) comissionou um · relatório sobre os efeitos da publicidade sobre

crianças, concluindo:

'Está claro, a partir das evidencias disponíveis,

• que a televisão realmente influencia as crianças. As

pesquisas têm demonstrado que as crianças prestam

atenção e aprendem com os comerciais, e que a

publicidade é pelo menos moderadamente bem-I

sucedida na criação de atitudes positivas para com os

produtos anunciados, bem como para o desejo de tê-

Ios (p. 179)'

Embora as pesquisas não sejam dramaticamente

conclusivas, uma preponderância de evidências

indiretas aponta para anúncios de cigarros e álcool —

Q

'

·

como sendo o fator significativo no uso dessas duas

· drogas por adolescentes. Para o álcool, a publicidade

pode explicar até 10 a 30% do uso por adolescentes

(Atkin, 1993“, 1994; Gerbner, 1990)” ...

I

· Ao tratar especificamente da publicidade do álcool e

. seu impacto sobre os adolescentes, afirma o autor:

_

Como os anúncios de cigarro na mldia impressa. I

os comerciais de cerveja são virtualmente feitos sob|

_ _

medida para apelarem para crianças e adolescengs:

‘è':'.1t."l':'“l1l':’?á':a§?:?:.?:‘°??'è':?:i‘2?.?‘2.?'1.t.lî°‘la2i°§¥Žalãã:1a?'Ï'cF::".??:“lɆä?§?šä‘:f‘:°Ea':?;°l?.;°îL'Ïl’?g:.Ç

7

a w?ä.lã?‘.2’°:.;. '?î1ù'l';:?;Ã. “æ°?'::;l:‘?l..°‘ «:?‘l?* £·I ä:.ã“Ï‘:;l:‘¿°Ï.L‘1. ‘t.1.;.’:¿.°?ïa¿N.A’ar$‘à:’Ï ;:l‘:.°a';".‘±7°lâ aälraäã me A·•••••= rui sumir

—

·

Ooøugy

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL I

FnocunAooruA DA nEFuaucA no mo erunoe no sul.

imagens de pessoas jovens que se divertem, são Sexy

e bem-sucedidas vivendo os melhores momentos de

suas vidas. Quem não gostaria de esquecer as

.

`

restriçôes?...

I

os dados experimentais de quatro estudos '

diferentes demonstram que o uso de imagens sexuais

(Atkin, 1994; Kilboume, Painton & Ftidley, 1985) ou`

· pessoas famosas (Atkin & Block, 1983; Friedman,

Termini & Washington, 1977) aumenta 0 impacto dos

anúncios de cerveja e vinho sobre pessoas jovens.

'

Existe, também, um efeito pequeno mas

demonstrável da exposição a comerciais de cenreja e

vinho sobre o comportamento real de beber entre os

adolescentes (Atkin et al., 1984; Bailey, 1992) e

· estudantes universitários (Kohn & Smart, 1984, 1987).

Uns poucos levantamentos correlacionais foram

. realizados. Em dois, existe uma associação positiva

· moderada entre a exposição a anúncios de cerveja e

vinho e o consumo excessivo ou ingestão de álcool ao

volante (Atkin, Neuendorf & Mc Dermott, 1983). Um

_

outro estudo mostrou que espectadores pesados

estavam mais propensos a beber álcool que os

espectadores leves, ou que veem TV com moderação|

— (Tucker, 1985). Presumivelmente, a exposição à

· publicidade é maior. Outras pesquisas também

- - sugerem o seguinte:

Desde 1960, tem sido observado um aumento'

zõ

‘

ë’1'.‘a.’ã':"‘l’a1'l'?ã‘aa§f’a‘á’.?ä"?"èî¢.?r.?‘2.r??xî.î?°?iarîäïšãîãîfaõ?î”c?t;"°.??£°'@?Š?š2r§:‘a2‘ï°;î'L?;'lT..2î°îl'îl‘?Éá

La|•ad•: (51) 3109.2721 · Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 ­ P » o Fundo: (54) 3312.1241 - Palmaa: (53) 3225.0011 - Rlo Grande: (53) 3231.3380 32221888 ­ Santana do Llvramantø: (55) 32Á2.373lI ­ Santa Roaa: (55) 3511.3108\

000028 MINISTERIO PUBLICO FEDERAL

_

FnocunAoomA DA nEFuaucA no mo cnmos no sul ·

dramático nos gastos em publicidade nos Estados · Unidos, acompanhados por um aumento de 50% per

capita no consumo de álcool (Jacobson & Collins,

.

`

1985)

A

`

Na Suécia, uma proibição editada na década de `

70 sobre todos os comerciais de vinho e cerveja

resultou em uma queda de 20% per capita no

— · consumo de álcool (Romelsjo, 1987).

Como os avisos impressos nos rótulos de cigarro,

os avisos nos rótulos de bebidas alcoólicas

provavelmente são ineficazes (MacKinnon,-

Pentz & · Stacy, 1993).

Em um estudo com crianças de 8 a 12 anos, da

área suburbana de Maryland, essas eram capazes de

citar mais marcas de cerveja que presidentes dos

Estados Unidos (Center for Scienca in the Public

Interest, 1988).

'

Um estudo de 1990 sobre 468 alunos

G aleatoriamente selecionados da 5° e 6* séries

descobriu que 88% deles podiam identificar Spuds

Mackenzie com a cen/eja Bud Light. Sua capacidade

para citar nomes de cen/ejas e associá­Ios com os

slogans estava significativamente relacionada com sua

exposição e atenção aos comerciais de cerveja.

Quanto maior a exposição e atenção, maior a

probabilidade de as crianças pensarem que beber está`

associado com diversão e prazer, não com riscos à

saúde, e que essas crianças esperavam beber,

am'$"‘l‘a‘Waa§?.:l.°.t"!"èZ?:?å‘.?‘2.Ï?*:.;îr°‘l角?'§¥3Ïãžt†.“?'c?.:;‘?°.|$°'i?ä‘a2ä°::°:°;ãt‘;'l?..1°î:Ïl°?ãZã$°.ãà Lajaado: (51) 3100.2111 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0081 - Paaao Fundo: (54) 3312.12A1 · Palotaaz (53) 3225.0011 - Rlo Granda: (53) 3131.3350

š$:r nn=Åtî·rr '=°;I;1| 3I21.lI55 ­ Sanhna do Llvramamoz (55) 3I42.3730 - Santa Roaa: (55) 3511.310|`Å¥

- . È Üüüûgg

Mmls†ÉRlo PÚBLICO FEOERAL FnocunAoomA DA nEFúaucA no mo GRANDE oo sut

quando adultos. Suas atitudes acerca 'do beber

· estavam especialmente condicionadas por assistirem

a programas esportivos pela TV em fins de semana

. (VValIack et al, 1990).°

I

I

Conforme as pesquisadoras da Universidade Federal

do Rio Grande do Sul Ana Carolina Peuker, Janaína Fogaça e Lisiane

Q Bizarro, “as expectativas em relação aos efeitos do álcool são consideradas ‘

informações da memória de longo-prazo que derivam de experiências

vicárias e diretas que um indivíduo teve com o álcool como consequência

de suas características biológicas e do ambiente. Expectativas bem

definldas·a respeito dos efeitos do álcool podem se fomtar antes mesmo de

um indivíduo beber pela primeira vez na vida. Estas expectativas se

desenvolvem a partir de modelos familiares e do grupo de iguais,

experiências diretas e indiretas com bebidas de álcool e exposição à mídia

(Araujo & Gomes, 1998; Fromme & D'Amico, 2000; Goldman, 1999) .... A

correlação entre expectativas positivas e o beber problemático sugere que

; _

programas preventivos para reduzir os riscos do beber problemático entre

· universitários devem alcançar pelo menos dois aspectos. 0 aspecto ambiental, objetivando limitar a propaganda, o acesso e a disponibilidade

do álcool, aumentar seu custo e promover atividades altemativas não

relacionadas ao uso de álcool (Kerr-Corrêa & cols., 1999; Zeigler & cols.,

2005); e o aspecto cognitivo, objetivando identificar e alterar cognições

I

disfuncionais."°

Como se vê, a propaganda atinge especialmente os

jovens, e investigações recentes apontam que quanto mais cedo tem início

° Strasburger, Wctor C; Os adolescentes e a mídia: impacto psicológico. Porto Alegre. Anmeu, 1999 (ooc 12)

'

zs

“

è'1’.îï."I'a"‘l’a1'î"š’£a§?᧒.?à"?"èEî?å?.?‘?.š'*â.î?°‘}ÉN2?äÈ㞆.’:.’î"cE‘:L'”A‘î$°'@?ã‘šä’g1‘:°Éî'L?1‘åT...'i°îäïl’2|

Lajeado: (51) 0700.1711 ­ Novo Hamburgo: (51) !5I1.0031 · Puao Fundo: (54) 3511.1147 ­ Polotu: (5:) 3115.0071 - Rio Grundo: (5:1) 3131.3:50 3121.5555 - Sunhnn do Llvrnmontø: (55) 3141.3130 - Sem: Ruu: (55) 5511.3100

—

`

'

; EÅ; 00003%]

MmiS†ÉRio Fúauco FEDERAL mocuruocm r>A nEFueucA no mo GRANDE no suL

O consumo de áicooi, maior é o risco de dependência em etapas`

posteriores

da vida.-Além disso, “estudio demostró que eI inicio temprano dei consumo

dei aicohoi está relacionado com eI abuso de drogas, deiincuencia,

. oomportamiento antisociai em Ia vida adulta y fracaso educativo ?°'

. 3.3. A necessidade da imposição de restrições à publicidade deI

· todas as bebidas alcoólicas

A necessidade da imposição de restrições à

publicidade de bebidas alcoólicas ? sem distinção quanto ao teor alcoólico?

é reconhecida pela Organizaçao Pan-Americana da Saúde:

Emprender un enfoque de saiud pública para Ias

políticas de aioohoi impiica ia apiicación de

intervenciones apropiadas, que muy probabiemente

beneficiarían a una mayor cantidad de personas, ya

que es un enfoque pobiacionai. También implica Ia

hipótesis de que Ias pobiaciones consumen bebidasI

aicohóiicas como resultado de uma interacción entre Ia

sustancia (es decir, eI aioohoi como sustancia

psiooactiva y tóxica), Io individuai (es decir, género,

características biológicas, historiai personai) y Ios

_ factores ambientaies (es decir, disponibiiidad, precio y

promoción dei aioohoi). Por oonsiguiente, se puedenI

utilizar princípios epidemiológicos para evaiuar y

° Expectativas e Beber Probiematico entre Universitários ? DOC 13 '° Curie 2004, referido por Monteiro, Maristeia G. Alcohoi Y Salud Púbiica em ias Américas:

· un caso para Ia acción. Washington DC, Organimción Pan Americana de ia Saiud, 2007

‘

29

z':':t,°::Ï'“iaa“ï"a‘:am°.?:":"èt‘;?Ž?."2ã’2.ti?°‘ia%Ï3Ïâãt,†,"?'c:’.:;"° ,.‘îm°‘ïi—*a ‘§?%’ââ’2°;î'L?;'.î1' ..tî°îZϧ‘?:’Ïg La|au1e: (51) 3103.2121 ­ Novo Hamburgo: (51) 3332.0331 - Faaao Fundo: (ß) 3312.1247 - Paletaa: (53) 3225.0071 - Rio Grande: (53) 3231.3330 gama:| 3222.3355 · Santana do Lhrramanw: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (53) 3511.3103

d

.

· 000031

rvums†ÉRio Fúauco FEOERAL FaocunAoomA DA REPUBIJCA no mo GRANDE no Sui.

comprender major ia ingesta de aIcohoI en una

· determinada pobiación y proporcionar datos oon eI fin

de monitoraar tendencias, disañar I

majores

.

`

inten/encionas y evaiuar programas y servicios, a

diíerencia de Ia medicina clinica, que se enfoca en eI

· tratamiento y cura de un anfermadad en cada caso

individuai (Babor at ai. 2003).

Chishoim at ai. (2004) reaiizaron un análisis de

rentabiiidad de diversas opciones de poiíticasen todas

Ias regionas dei mundo, a partir de datos dei año 2000.`

Los resultados demostraron que Ias políticas de

aIoohoI talas como Ia apiicación de impuestos, Ias

Ieyes para ai controi dei manejar en estado de

ebriedad, ias asesorías breves y ia prohibición

publicitaria fueron rentabies para Ias Américas y` que

.— una oombinación de dichas políticas podría producir un

_

—

`

mayor beneficio......

• Aunque no as oonciuyenta, gran parte de ias

investigaciones sobre eI impacto de Ia pubiicidad de

aloohol, la Organización Mundial de la Salud indica

. que "pueden hallarse evidencias cada vez mayores

de que la expoeición a la publlcidad induce

percepciones positivas sobre eI consumo y puede

incrementar una ingesta más intensa. PorI

consiguiente, al parecer las restricciones sobre laI

publicidad y el patrocínio deberian ser parte de una

_

‘

SO

É':':.i."$""i‘ši'i"å'aaa’?m?à“?!"è’2‘:?¿‘.?’2£t.i?°‘iažï'§a?ä!:žtã;?î"c?:;‘?°.‘î:‘:F‘w ?Š?ŽIŠ?2î’1°Eî'L‘L' »Ž1' ...‘Ž°°Í§Ïi°¥ÉZÁ;Ïg

Lajeado: (51) 3103.2121 ­ Novo Hamburgo: (I1) 3532.0031 - Passa Fundo: (N) 3312.1241 - Pelohsx (53) 3225.0011 - Rlo Grande: (53) 3231.3330

g:nr:£‘rå°d:| 3222.0355 - Sanhna do Livramento: (56) 3242.3130 ­ Sanh Rosa: (55) 3511.310I

ä?

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL_

Fnocunmoma DA nEFuaucA no mo GRANDE oo sul.

política sobre alcohol comprehensiva,`

especialmente sl está dlrlglda a los jóvenes" (OMS

_

2004). En 2003, el Consejo Nacional de

Investigaclonesllnstltuto de Medlclna de EE.UU.

(NCRIIOM 2003) publicó un informe que marcó un'

hito, proporcionando evidencias sobre el lmpacto

de la publicidad y la mercadotecnia sobre la

• ingeafa en jóvenes e instando al Departamento de

Salud y Servicios Humanos de los EE.UU. a

monitorear las practicas publicitarias y

mercadotåcnicas de la induatria del alcohol e

— informar periodicamente al Congreso y al público

_

·

(NCFl/iOM 2OOS).??

A OPAS/OMS inclui entre os dez componentes que conformam a base para uma política sobre álcool compreensiva e eficaz

“reglamentar o prohibir la publicidad o promoción de alcohol em radio, '

televisión, intemet, medios impresos, carteles publicitarios y em eventos

· culturales, juveniles y deportivos, particularmente en relación com su

impacto sobre los jóvenes, y encargar la responsabilidad del seguimiento y

aplicaclón de cualquier reglamentación O prohibición a uma institución

gubemamental u organismo independiente” (Componente 3).

_ Os participantes da Primeira Conferência

`

Panamericana sobre Políticas Públicas e Álcool levada a efeito em Brasília

‘? Monteiro, Màristela G. Alcohol Y Salud Pública em las Américas: un caso para la acción.

Washington DC, Organlzación Pan Americana dela Sa|ud.2007,gr|1amøs.

31

åí É':':?;,":"“ã1?;"š':a§?:‘:’A"!"è2:?å?.?‘2ã'tt.i?°lE%;?ŽãÏaãt%‘Ï”c?:;'*.?ï?!f‘@ ‘§?ãâf§žâ¢’1°Éî'L‘1°.îT..‘î°î2䧑?.%aåš

d

£"ä.lå?’.î’°š.;« '?î1.}"š­71°xÅ'î."š°?'§:iåž?l«.‘$' .r‘l‘? ·ä aå’a::.ã‘??":;.£¿‘,L’î.L‘W:' ..°??ÉéÑxããrš‘;?.’1 ;L?2.‘:.°.a‘.:':‘ lê? agalzãžãž'

Santo Ångalc: ($5) 3313.2011 ­ Uruguaiana: (55) 3412.A|22

a

a Q 0..,,.,

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Fnocunmonu DA r\EFÚaucA no mo enAuøE no suí. ·

de 28 a 30 de novembro de 2005 demonstraram, na Declaración de Brasília

sobre Ias poíiticas públicas em aíoohoi, sua preocupação “de que Ia

_

pubiicidad, promocíón y patrocínio dei aioohoí Iiaga a Ios jóvenes, y están

— afectando a Ios estuerzos para reducir y prevenir eI uso dei aloohoí en Ios

.. menores de edad":

Los participantes de Ia Primera Conferencia

Panamericana sobre Poiíticas Púbiicas en Aicohoi

• Iievada a cabo en Brasiíia, Brasil, del 28 aI 30 de

Noviembre dei 2005:

Alarmados que eI aioohoi es eI principal factor de

riesgo de Ia carga de morbiiidad en Ias Américas y queI

Ios daños relacionados oon eI aicohoí no han sido

adecuadamente atendidos en Ia Ftegión;

.

Recordando y reafirmando Ia resoíución de Ia

Asamblea Mundiai de Ia Saiud (AMS) 58.26 de Ia

Organizacíón Mundiai de ia Saiud, que urge a Ios

_ Estados Miembros a que desarroííen, impiementen y

`

evaiúen Ias estrategias y Ios programas efectivos para · reducir Ias Oonsecuencias negativas a Ia saiud y

sociaies dei uso perjudiciai dei aicohoi;

Reoonociendo que Ia evidencia científica ha

estabiacido que eI consumo perjudíciai y peiigroso del

aícohoí causa muerte prematura, enfermedades y

discapacidad;

`

· Praocupados que en muchos países hay un“

· significativo consumo de aicohoi no registrado, y que Ia

· produoción y eI consumo de aicohoi registrado es aíto

32

I

wvu.prra.m)Í.gcv.br ­ Porto AI•gr•: PABX (51) 3254.1200 - 5ag5: (53) 3242.2553 ­ Bento Goncalvaa: (54) 3454.3445 - Cachoalra do Sul: (51| Canoas: (51) 3453.5555 - Caxias do Sul: (54) 3222.0400 - Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erachlmz (54) 3522.3550 Laþado: (51) 3105.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3552.0031 - P ­« - Fundo: (54) 3312.1241 - Paloha: (53) 3225.0011 - Rlo Granda: (53) 3231.3350 Sant Cruz do Sul: (51) 3113.A235 - Sanh Maria: (55) 3222.5555 - Sarrhna do Llvramantøz (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santo Årrgaio: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4I22

- {xá LGOŠŠ

MINISTERIO PÚBLICO FEDERAL Fnocunaoonul na nEFÚaucA no mo GRANDE no SUL

y en niveles crecientes;`

Fleoonociendo que el daño causado por el

alcohol es un problema nacional y regional de la Salud `

pública y social en las Américas, a pesar de las

diferencias culturales entre las naciones;

Reconociendo que el alcohol es también causa

de muertes violentas, lesiones intencionales y no

· intencionales, particulamlente en los jóvenesç

Notando que el alcohol es también una causa de

muerte, discapacidad y daños sociales a parsonas

otras que el bebedor;

Conscientes de los estudios que existen sobre

los oostos por el uso del alcohol indican que los

problemas asociados crean una fuerte carga

econômica, de salud y social;I

Preocupados que el alcohol interactúa con la

pobreza produciendo aún mayores oonsecuencias

- • para los que no tienen aooeso a los recursos básicos

para la Salud y el sustento;

Preocupados que los pueblos indígenas. los

migrantes, los niños de la calle y otras poblaciones

altamente vulnerables en las Américas sufren

desproporcionadamente de las repercusiones

negativas del alcohol; ·

Enfatizando el riesgo del daño debido al consumo '

de alcohol durante el embarazo;

Reoonociendo las amenazas planteadas a la '

33

III.|I|I.II|#.|IV.b| - Porto Alegre: PABX (51) 3254.1200 - Bagez (53) 3242.2353 ­ Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - cachoeira do Sul: (| canoaa: (51) 34I3.II5I - Caxlae do Sul: (54) 3222.0400 - ßruz Alta: (55) 3324.3451 - Eracnlm: ($4) 3521.3450 Laþado: (51) 3100.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3502.0031 · Paaeo Fundo: (54) 3312.1247 ­ Paloha: (53) 3225.0071 - Rio Grande: (53) 3231.33I0 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Sanh Maria: (55) 3222.5l55 - Sanhna do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santo Ångelo: (55) 3313.2011 · Uruguaiana: (55) 3412.4022

'Q`

_

‘—

ïgrgg 0Ug035

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Fnocunanonm DA REFÚEUCA no mo GRANDE no SUL ·

salud pública por el aumento de la disponibilidad y ·

accesibilidad de las bebidas alcohólicas en muchos

_

países en las Américas;_

‘

Preocupados de que Ia publicidad, promoción y

patrocinio del alcohol llega a los jóvenes, y están`

afectando a los esfuerzos para reducir y prevenir el

uso del alcohol en IOS menores de edad;

' • Conscientes de la existencia de evidencias

_ irrefutables acerca de la efectividad de estrategias y

medidas tendientes a reducir el consumo de _aIcOhoI y

daños relacionados;

Reoonociendo que los abordajes relacionados

oon el consumo nocivo del alcohol deben incluir

diterentes modelos y estrategias para la reducción de

daños Sociales y a la saludç

Reconociendo que la ceeperaclón intemacional y

la participación de todos los países de la región es`

necesaria para reducir las consecuencias negativas a

• la salud y Sociales del consumo de aloohol.

Recomendamos que:

La prevención y reducción de los daños

relacionados com el consumo de alcohol sean

. considerados una prioridad para la acción en la Salud

pública en todos los países de las Américas.

Las estratégias regionales y nacionales Sean '

desarrolladas incorporando enfoques basados en

evidencias culturalmente apropiadas para reducir el

.

?

34

vr\v\•r.prre.mp1.go\mr - Porto Alegre: PABX (51) 3254.1200 - Bagé: (53) 3242.2535 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51| cenoea: (51) 3453.5055 - Caxlee do Sul: (54) 3222.0400 - cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.3550 Lajeado: (51) 3105.2121 - Iovo Hamburgo: (51) 3552.0031 · Peaao Fundo: (54) 3312.1241 ­ Pelohe: (53) 3225.0011 - Rlo Grande: (53) 3231.3350 Senh Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Maria: (55) 3222.5555 - Sanhrra do Livramento: (55) 3142.3730 - Santa Roea: (55) 3511.3105 Santo Ångeto: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4522

_

— . OÙÜO.25

MINISTÉRIO PÚBLIC0 FEOERAL «

FnocunAoomA DA nEFuaucA no mo cama: no sul.

daño relacionado com el consumo de alcohol.

`

Estas estrategias deben apoyarse en mejores

I

sistemas de información y en estudios científicos

_, adicionales sobre el impacto del alcohol y de los

efectos de las políticas em los contextos nacionales y `

culturales de los países de las Américas.

Ä

Se establezca una red regional de contrapartes

· nacionales, nominada por los Estados Miembros de

_ las Américas, con la ccoperación técnica y el apoyo de

la Organización Panamericana de la Salud, para

trabajar en la reducción de los daños relacionados al

- · consumo de alcohcl.

_

Las políticas de alcohol cuya efectividad han sido

comprobadas por la investigación científica sean

implementadas y evaluadas en todos los países de las

Américas.‘

Las áreas prioritarias de acción necesitan incluir:

±

‘

las ocasiones de consumo excesivo, el consumo de

Í • alcohol em la población general, las mujeres

(incluyendo las muieres embarazadas), los indígenas,I

los jóvenes, otros grupos vulnerables, la violencia, lasI

. Iesiones intencionales y no intencionales, el consumo

por menores de edad y los trastornos por el uso del

alcohol.

I

A necessidade de se impor limitações à propaganda

comercial de bebidas alcoólicas foi uma das conclusões do Grupo de

Trabalho Intermlnisterial Voltado para a Construção da Política Pútalgca

l` Z1'.†ï.’$"”íå?i'?å’ŽE§?ã‘;’.?à"?"èZ¢.?å‘.?‘23’1x‘ùî?°?}¿H’š3îããt'õ‘î°’c?:;‘“.‘ï2“%?å?%’âî‘2°;î':';'.£l‘ ..tî°î’g‘ií’| uludn: (51) 3100.2121 ­ Novo Hamburgo: (51) 3552.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Polohs: (53) 3225.0011 - Rlo Grande: (53) 3231.3350

3222.3555 - Santana do Llvramanhz (55) 3242.3130 ­ Santa Roxa: (55) 3511.3105

_

— _ 000037

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL FnocunAoonrA DA REPUBUCA no mo alunos oo SUL

Nacional sobre Bebidas Alcoólicas, instituído por Decreto Presidencial de 28

de maio de 2008, cujo Relatório de Atividades e Produto Final está anexado

. à inicial (DOC 14), e é reconhecida na Pelitica do Ministårio da Saúde

. para a Atenção integral a Ueuárloe de Álcool e outras Dregas (2° ed.,

Brasília, 2004)._

I

Eis algumas das Diretrizes para uma Polltica

Nacional, integral e intersetorial de Redução dos Danos à Saúde e ao

• Bom-Estar causados pelas Bebidae Alcoólicaez_

. 15. A propaganda de bebidas alcoólicas deve ser

controlada, de modo a proteger segmentos

, _ vulneráveis, como crianças e adolescentes, e proteger

I

o consumidor de associações indevidas entre o efeito

decorrente do consumo de bebidas e estereótipos de

suœsso e inserção social que não correspondam à

realidade destes usuários.I

16. A restrição e o controle devem levar em conta`

. o meio de veiculação da propaganda, sendo

• diferenciadas para os diversos meios, como rádio, TV,

imprensa escrita, cartazes, folhetos, mídia eletrônica

etc.

17. 0 patrocínio de eventos como meio de propaganda também deve ser objeto de restrição e

controle, tendo em vista a proteção de crianças e

adolescentes, e da sociedade em geral. A associação

entre álcool e eventos esportivos deve ser vista como'

um problema a ser equacionado.

as

" ë'1’;?;$""l‘š?Vš’a¿3'š°$?á"?”èE±?š."2£Ï.î?°'{&ã’H¥žã!ããà’c?€”c?:1‘?°.‘î?£°'%?ã?ŽtÏÏat‘2°;î'L?L'ål‘ ..1°’îääl‘?ã î' îï

- Lqeede: rui) Jmmr — Novo Hamburgo: rm xõumi — um Fumx tu) umw — vam; rs:) msmi — me omxxx ex; Jmxm arzläåul xmma — sxxmx « uvmmmx rssl mamo — sxmx um xaax

000038

MmlS†ÉRlO Fúeuco FEOERAL_

FnocunAno•uA na nEFueucA no mo enmna no sul. ·

I

Ainda conforme o Mlnistário da Saúde, “uma política

para redução de danos relacionados ao consumo de álcool deve'

necessariamente propor modlficação na legislação na direção da

proibição. da propaganda de bebidas alcoólicas em meios de

comunicação em massa. A propaganda deve ficar restrita aos locais de venda (bares, prateleiras de supennercado, etc.), como já 6 feito no

· Brasil para o tabaco. Òs veículos de comunicação de massa devem ser

incentivados a realizar campanhas de redução dos danos à saúde

provocados pelo consumo do álcool. 0 elxo norteador de campanhas pela redução dos problemas provocados pelo álcool deve ser a

estratégia de redução de danos, devendo haver a critica de

estereótipos relacionados ao uso do álcool, e incentivados pela

propaganda de bebidas alcoólicas, como a associação do uso do

_

álcool com a vlrilidade, a sensualidade, a dlversão etc. Produtores,

distribuidores e estabelecimentos que vendem bebidas devem' ser

implicados no desenvolvimento da campanha de prevenção, por meio

_

? de suas associações." (p. 19 da Polltica, grifamos).

I • Saliente-se que para efeitos desta política é

considerada bebida alcoólica toda bebida que contenha 0,5 grau Gay-

Lussac ou mais de concentração, incluindo-se al todas as bebldas '

destiladas, ferrnenfadas e outras preparações, como a mistura de

refrigerantes e destilados, além de preparações farmacêuticas que`

contenham teor alcoólico slgnlflcatlvo.

No mesmo sentido a Política Nacional sobre o Álcocl,

aprovada pelo Decreto n° 6.117, de 22 de maio de 2007, que tem por uma

de suas diretrizes incentivar a regulamentação, o monitoramento e a · 37

É':';1.’:':'“Žžl'î'?š’Ia3§‘L?à"!"aèE?.tl’2?.?‘2.?‘1†.1?°‘îažî°§¥Žšžãã1.îa‘î"cl’.7;"°.‘î.‘2°‘@?a?%’:t‘:°E$':?;?l?..:t°î2Ï}‘?Šg`;

Lajeado: (51) 370I.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3532.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Pelotas: (53) 3225.0011 - Rlo |randa: (53) 3231.5350

}

3222.5555 - Santana do Livramento: (55) 3242.3730 - Santa Rosa: (55) 3511.3105

0000 ' 39

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FRocunAoonrA DA nEFÚaucA no mo GRANDE oo sul.

`

fiscalização da propaganda e publicidade de bebidas alcoólicas, de modo a

proteger segmentos populacionais vulneráveis ao consumo de álcool em

face do hiato existente entre as práticas de comunicação e a realidade

V epidemiológica evidenciada no País. (DOC 15)

_ Como se vê, a redução dos danos associados ao

álcool pressupõe a adoção de medidas públicas adequadas, dentre as

quais reconhecidamente encontra-se a restrição à publicidade de

· bebidas alcoólicas.`

_

·

Há, inclusive, uma movimentação social bastante

grande neste sentido, manifestada em diversas oportunidades em que se

discute o tema, como na Consulta Pública n° 83 da ANVISA (DOC 16) e na

Ill Conferência Nacional de Saúde Mental promovida pelo Conselho

Nacional de Saúde (Relatório Final anexo — DOC 17).

Dentre as propostas aprovadas pela III conferência

Nacional de Saúde Mental vale destacar as de n° 205 e 521:`

4

~ Proposta n° 205 - Criar legislação específica

· destinada a proibir a veiculação de propagandas

que incentivem o uso das drogas lícitas

Proposta n° 521 ­ Exlglr do Mlnlstérlo da

Saúde e de outros órgãos competentes a proibição

da velculação de publicidades que estimulem a

comercialização de bebidas alcoólicas, tabaco e

medicamentos.

Nesta mesma oportunidade restou aprovada moção de `

38

wvnr.prn.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3284.7200 - Bagé: (53) 3242.2899 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 ­ Cachoeira do Sul: (51) Canoas: (51) 3463.9959 - Caxlaa de Sul: (54) 3222.0400 · Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.0880 Lajeado: (51) 3709.2721 ­ Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 · Rio Grande: (53) 3231.3380

`

Santa Cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 ­ Santana do Livramento: (55) 3242.3730 ­ Sana Rosa: (55) 3511.3108 Santo Ångelo: (55) 3313.2011 · Uruguaiana: (55) 3412.4922

·

. 000040 ?

ïa’?Ï"

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REFÚEUCA no mo GRANDE oo sur. `

apoio à proibição da propaganda de cigarros, bebidas alcoólicas e outras

substâncias que causem dependência, nos seguintes termos:

“Apoio à criação de instrumentos legais, com ~ força coercitiva e legitimidade expressamente

definidas, para fiscalização e controle, no sentido de `

tomar proibida toda e qualquer forma de divulgação ou ' propaganda de produtos ou substâncias que possam

· causar dependência química, tais como bebidas

alcoólicas de toda espécie, tabaco e “drogas pesadas"`

em quaisquer meios de comunicação, incluindo-se

outras fonnas de divulgação, tais como a intemet".

4. DOGMÁTICAS E JURISPRUDÈNCIA SOBRE DEVER DE PROTEÇÄO,

PROIBIÇÃO DA INSUFICIÈNCIA E SENTENÇAS ADITIVAS

4.1. Do dever de proteção (Schutzplllcht). ·

0 instituto jurldico do dever de proteção surge na

· Alemanha e é reconhecido atualmente pela jurisprudência nacional,

inclusive pelo Supremo Tribunal Federal, como veremos.

ComI

base nos deveres de proteção, os direitos

fundamentais não são dirigidos para uma omissão estatal, mas pelo

contrário, para um agir estatal positivo. isso foi afirmado, pelo primeira vez,

pelo Tribunal Constitucional da Alemanha, no julgamento do caso “Aborto I",

no que se refere ao direito à vida e à integridade corporal da vida humana

não-nascida.

O dever de proteção, portanto, dirige-se a uma ação

'

39

ww\u.prru.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 ­ Bagé: (53) 3242.2599 ­ Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: Canoas: (51) 3483.0959 ­ Caxlae do Sul: (54) 3222.0400 ­ Cruz Alta: (55) 3324.3451 ­ Erechim: (54) 3522.0680 uqeade: (51) 3100.2121 · Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 · Passo Fundo: (54) 3312.12AT - Pelotas: (53) 3225.0011 - Rio Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - sem lama: (55) 3222.5555 - Santana do Llvramente: (55) 32A2.3130 - Sanœ Rosa: (55) 3511.3106, Santo Ångolo: (55) 3313.2011 · Umgualana: (55) 3412.4922J

ll`

èx.

0 Ü 0 0 4 1 .

'

é

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA nEFuEucA no mo GRANDE no Sul.

‘

do Estado para a proteção de sujeitos de direito indivíduos contra a ação de

outros sujeitos, como é o caso, por exemplo, das normas penais.

Uma questão importante que se coloca sobre o dever

de proteção diz respeito a como o dever deve ser cumprido. Cumpre, em

primeiro lugar, ao legislador fazer estas definições. Contudo, oonforme

enuncia o ex­presidente do Tribunal Constitucional Federal alemão, Konrad

Hesse, surge um direito subjetivo e, por conseguinte, uma pretensão

individual prooessávelg se, com base no direito objetivo, existir uma redução

do espaço de conformação do legislador. Tais exigências mínimas foram

estabelecidas, por exemplo, pelo TCF, no julgamento dos casos “AbortO I” e ,

'

"Aborto Il" (Elementos de Direito Constitucional na República Éederal da

Alemanha: Porto Alegre, Fabris, 1998, p. 278-281).

Sobre o dever de proteção, o Ministro Gilmar Mendes

assim discorreu em seu voto apresentado no julgamento da ADI 3510,

proposta contra dispositivos da Lei de Biossegurança que permitem a

utilização de céiulas­tronoo embrionárias em pesquisas médicas:'

_ “Como é sabido, os direitos fundamentais se

• caracterizam não apenas por seu aspecto subjetivo,

mas também por uma feição objetiva que os tomam

verdadeiros mandatos normativos direcionados ao

Estado.þ

A dimensão objetiva dos direitos fundamentais '

. legitima a idéia de que o Estado se obriga não apenas

a observar os direitos de qualquer indivíduo em face`

das investidas do Poder Público (direito fundamentalI

‘

enquanto direito — de proteção ou de defesa ­

Abwehrrecht), mas também a garantir os direitos

'

40

ê’:‘:;!!:'“l?š'l?;"š’Ãèã’?.'ä°Jà'°*?'°è';?š?a?,?‘2.?î‘:iî°?}ar;’°§;?älãžt’:,“?°c?:2‘°Ãîä°"lš°€i ‘a‘šâ2r;ÍÉ2’:°Éî2‘;°l?,.î°îäÏ>?| Lajeado: (51) 3109.2721 ~ Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Funda: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0011 ­ Rio Grande: (53) :231.3380

šäxtrãígrâiaåsã| gzråaãsgsj 3222.8855 - semana do Livramento: (55) 3242.3730 · Santa Rosa: (65) 3511.:106

. _ 00004 2

‘

4

fundamentais. contra agressão propiciada por terceiros

'

(Schutzpflicht das Staats).

_ A forma como esse dever será satisfeito constitui,

`

muitas vezes, tarefa dos órgãos estatais, que dispõem ‘

de alguma liberdade de conformação. Não raras?

vezes, a ordem constitucional identifica o dever de '

proteção e define a forma de sua realização.

·Å

A jurisprudência da Corte Constitucional alemã

4 acabou por consolidar entendimento no sentido de que

do significado objetivo dos direitos fundamentais

resulta o dever do Estado não apenas de se abster de ?

intervir no âmbito de proteção desses direitos, mas?

também de proteger tais direitos contra a agressão

ensejada por atos de terceiros.

Essa interpretação da Corte Constitucional

empresta sem dúvida uma nova dimensão aos direitos

fundamentais, fazendo com que o Estado evolua daI

posição de "adverSário" para uma função de guardião

· desses direitos.

É fácil ver que a idéia de um dever genérico de

proteção fundado nos direitos fundamentais relativiza

· sobremaneira a`

separação entre a ordem

. constitucional e a ordem legal, permitindo que se

reconheça uma irradiação dos efeitos desses direitos

sobre toda a ordem jurídica.'

·

À Assim, ainda que não se reconheça, em todos os

casos, uma pretensão subjetiva contra o Estado, tem-

{

_ se, inequivocamente, a identificação de um dever

41

é

z':,';?;,*‘x'":‘g':*;'"a‘:è§Í;?:‘z‘à'°‘Ï"觑;?š.?°2ã“%‘Aiš°?ïažï°§;‘ålaîtš"î”c?::“°.3:*;°°l?É‘;?a‘šŽ2r§ž:t’:°‘èî2‘;°lî“ .,?t°î;‘Ï,?‘%

;‘,iA ?;"‘aJ.ï" ..Ï,’?ë‘.;i’i2,.i '§?äî‘š.î‘îš2°?'šZi.$Š?l«.’Í«?;??Ï° «žŠ šå'ŽäxŽ“?°š’g.$å°.Ž.°Ï.?Ï.m¿xŽ·ÏCSŽ?`ÏšaŠ°Üx%Š?Š?Í è§“ ..?š,°3î.'?¿š‘?‘ lã ššîizšîãå me Ångelo: um munir — umgxxxixxxx um wwzz

4

——¢·~,? ?. :—, , 0OüO43

PROCURADORIA DA nEFÚaucA no mo GRANDE oo sui.‘

'

deste de tomar todas as providências`

neoessárias

— para a realização ou concretização dos direitos

fundamentais.

' Os direitos fundamentais não podem ser

considerados apenas como proibições de inten/enção '

(Eingriffsverbote), expressando também um postulado ’

de proteção (Schutzgebote). Utilizando­se da

• expressão de Canaris, pode­se dizer que os direitos_

'

fundamentais expressam não apenas uma proibição

do excesso (Übermassverbote), mas também podem`

ser traduzidos como proibições de ?

proteção‘

_ insuficiente ou imperativos de tutela

(Untermassverbote).

Nos termos da doutrina e com base na

~ jurisprudência da Corte Constitucional alemã, pode?se

estabelecer a seguinte classificação do dever de =

proteção:

·

'

dever de proibição (Verbotspflicht), consistente

a · no dever de se proibir uma determinada conduta;

dever de segurança (Sicherheitspflicht), que

impõe ao Estado o dever de proteger o indivíduo

— contra ataques de terceiros mediante a adoção de

_

medidas diversas;

dever de evitar riscos (Risikopflicht), que autoriza

o Estado a atuar oom o objetivo de evitar riscos para o

cidadão em geral mediante a adoção de medidas de

proteção ou de prevenção especialmente em relação

ao desenvolvimento técnico ou tecnológico. ‘

42

vw•w.pn'a.mp1.gov.br ­ Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 - Bagé: (53) 3242.2899 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51) canoee: (51) 3453.8859 ­ Cexlae do Sul: (54) 3222.0400 - Cruz Alta: (55) 3324.3451 · Erechim: (54) 3522.9880 Lajeado: (51) 3108.2121 ­ Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 ­ Pelous: (53) 3225.0011 - Rio Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 - Santana do Livramento: (55) 3242.3730 - Santa Rosa: (55) 3511.3106 Santo Ångelo: (55) 3313.2011 ­ Uruguaiana: (55) 5412.4922

\c

;=a.;ï'Ží ar}:.-

' líig ' ;' CWŠ .

' `

`

00*7044

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL FnocunAoomA DA REFueucA no mo GRANDE no sui.

’

Discutiu­se intensamente se haveria um direito · subjetivo à obsen/ância do dever de proteção ou, em

outros temios, se haveria um direito fundamental à

Å

`

proteção. A Corte Constitucional acabou por

. reconhecer esse direito, enfatizando que a não-

· observância de um dever de proteção corresponde a

uma lesão do direito fundamental previsto no art. 2, II,

Q da Lei Fundamental.

Mas antes desse julgamento, a primeira ocasião em

que o STF aplica o instituto do dever de proteção acontece no julgamento

do Recurso Extraordinário 416.376/MS, em que se discutiu a aplicação do

, art. 107, Vll, a um fato praticado anteriormente à revogação desse

dispositivo, para extinguir a punibilidade de ofensor que praticara estupro

presumido de fomia continuada contra uma menina de quem era tutor legal,

a partir dos seus 9 anos e até os seus 12 anos, quando a engravidou. Para

se ver livre da culpa, passou a viver maritalmente com ela.'

4

· Em voto divergente do relator, o Ministro Joaquim

· Barbosa entendeu pela não-equiparação entre casamento e união estável

para o fim do antigo art. 107, Vll. Já o Ministro Gilmar Mendes discorreu

sobre o dever de proteção penal das crianças e adolescentes contra toda

forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e`

opressão, previsto art. 227, caput, da CF.?

NO caso concreto, há um dever de proteção do direito

_ difuso à saúde e à vida, principalmente de crianças e adolescentes, bem

como um dever concreto à proteção de crianças e adolescentes contra o

consumo ilegal de álcool motivado peIa· publicidade de bebidas alcoólicas

sem restrições legais, conforme as normas constitucionais acima referidas. '

43

É1':;,".;Ï"‘l’šž?;"š?Ãa§Í1":¿à'°%”èîŽ?š."2ã?1*$š°?lèîî°â;?ÍâlaÏ1,’õ“?°cF::‘°A‘î?.:°°ïl‘%î ‘a‘šžtr3:¢‘:°;ÍÏ,?;°la‘m1° îäïlggg Lajeado: (si) ms.mi — um Hamburgo: (si) xæuøxi — pms Fxmcsx (tu) Jmiw — vexam; (SJJ xzmøvi — me amima; (S:) xmam šsšnixgírlyãuaï| |gsj 3222,8855 - Santana de Livramento: (55) 3242.3730 - Santa Rosa: (55) 3511—S106

x=aÈ;§·Žš~ «.§,°a.

_

·

— 000 ‘ 04 5

PROCURADORIA DA REFÚEUCA no mo GRANDE oo sul.`

I

É dever da Agência Nacional de Vigilància' Sanitária e

do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, a teor dos

dispositivos legais já elencados, exercer, nos lindes de suas competências

· e deveres-poderes, o controle sobre a adequação do conteúdo da

publicidade de bebidas alcoólicas (mesmo com teor igual ou inferior a 13

graus Gay Lussac) à Lei.

Não detém O legislador ordinário, enfim, espaço ou

• discricionariedade para estabelecer quais bebidas devem sofrer limitação

em sua propaganda, visto que o constituinte já estabeleceu um critério:

qualquer produto, dentre tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos,

— medicamentos e terapias que seja potencialmente perigoso à saúde das

pessoas merecerá estas limitações.

Dessarte, se o circulo de bebidas alcoólicas sujeitas à

moderação publicitária, definido em lei pelo Congresso Nacional, não ‘

compreende certos produtos que apresentem real potencial de nocividadeà

saúde dos brasileiros, logicamente, a sua atividade é insuficiente, conforme

a seguir fundamentado.

4.2. Proibição da medida insuficiente (Untermaßverbot)?2

. A proibição da insuficiência ou da medida não-

'

suficiente também foi desenvolvida pelo TCF alemão com o fim de

estabelecer parâmetros para verificação do cumprimento do dever do

Estado quanto aos direitos fundamentais prestacionais, inclusive os direitos

de proteção e direitos sociais.

' ?2 Ver sobre a dogmática da proibição da insuficiência, a obra “Teoria dos

_ Direitos Fundamentais Sociais', Livraria do Advogado, de Paulo Gilberto Cogo Leivas.

44

www.prro.mp1.gov.br ­ Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 ­ Bagé: (53) 3242.2699 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: Canoas: (51) 3463.9959 - Caxias do Sul: (54) 3222.0400 ? Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.8680 Lajeado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 · Passo Fundo: (54) 3312.1241 ­ Pelamsc (53) 3225.0011 - Rio Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Marta: (55) 3222.8855 - Santana do Livramento: (55) 3242.3130 · Santa Rosa: (55) 3511.3106

`

Santo Ångoloz (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922(à

Liišixl ·=.a‘a.

(

ê

(

° °"°°46 (

MINISTÉRIO PÚBLIC0 FEDERAL _

PROCURADORIA DA REPUBUCA no Rio cnAnoEoosUi.‘

·

`

A proibição da insuficiência é um preceito que

determina que o Estado não pode deixar de alcançar limites mínimos de

prestação quando está obrigado a tanto. Para aferição dessa suficiência,

, são aplicados os três ou quatro preceitos parciais da proporcionalidade

(legitimidade dos fins, idoneidade, necessidade e proporcionalidade em

sentido estrito).

·

0 Ministro Gilmar Mendes faz menção à aplicação da

· proibição da insuficiência, explicitamente, nos dois votos acima referidos:

`

Assim, na dogmática alemã é conhecida a `

diferenciação entre o principio da proporcionalidade

4

como proibição de excesso (Ubermassverbot) e como

~

. proibição de proteção deficiente (Untermassverbot).

No primeiro caso, o princípio da proporcionalidade `

funciona como parâmetro de aferição da

constitucionalidade das inten/enções nos direitos

fundamentais como proibições de intervenção, No

_

segundo, a consideração dos direitos fundamentais ‘

·

como imperativos de tutela (Canaris) imprime ao

• princípio da proporcionalidade uma estruturaV

diferenciada. 0 ato não será adequado quando não proteja o direito fundamental de maneira ótima; não

`

. . será necessário na hipótese de existirem medidas

altemativas que favoreçam ainda mais a realização do

direito fundamental; e violará o subprinclpio da

U

proporcionalidade em sentido 'estrito se o grau de

_

satisfação do fim legislativo é inferior ao grau em que '

não se realiza o direito fundamental de proteção.

'

?

45

É':;';,":†:Ï"?l’ši?:"a‘:a§‘?£'.‘.š'°??'°è‘ã?:?å?,?‘2.Ï?‘;*ùiî°'ièri‘°âa?älaÏl,î·,‘î°°c?:;“°.‘î$°“iÉë’i ‘a?%’É1‘:°Eî2:°l?.,.?ž° îëäflgg Laþado: (61) 3109.2111 - Novo Hamburgo: ($1) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3:17.1241 · Pelotas: (53) 3225.0011 ­ Rio Grande: (53) :231.3:80

axäxággõi mzma ? sximx do Ltvrumento: iasi :%:.:1::: — Smx Rosa: iaai

` 4

~

. wèÉig;9'î;; “

00004 ?

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA nEFuEucA no mo GRANDE oo sul. ‘

Na jurisprudência do Tribunal Constitucicnal

`

alemão, a utilização do princípio da proporcionalidade

como proibição de proteção deficiente pode ser

·

4

encontrada na segunda decisão sobre o aborto

(BverfGE 88, 203, 1993). 0 Bundesverfassungsgericht ‘

assim se pronunciou:

·

"O Estado, para cumprir com seu dever de

• proteção, deve empregar medidas suficientes de

— caráter normativo e material, que levem a alcançar -

atendendo à contraposição de bens jurídicos ­a uma`

.

proteção adequada, e como tal, efetiva (proibição de ·

‘

insuficiência).

' É tarefa do legislador determinar,

detalhadamente, o tipo e a extensão da proteção. A

Constituiçao fixa a proteção como meta, não

,

‘ '

detalhando, porém, sua configuração. No entanto, o

legislador deve observar a proibição de insuficiência

(...). Considerando-se bens jurídicos contrapostos,

necessária se faz uma proteção adequada. Decisivo é

_ que a proteção seja eficiente como tal. As medidas

`

tomadas pelo legislador devem ser suficientes para'

uma proteção adequada. e eficiente e, além disso,

basear­Se em cuidadosas averiguações de fatos e

avaliações racionalmente sustentáveis.(. . . )"

I

Decisão recentíssima do E. Tribunal Flegional Federal

da 4° Regiao também a aplica, como veremos mais abaixo.

É’;’:;,":'"‘:‘gl*;"â‘£è§?¿°52'°?'°è§‘;?å?,?‘2.Ï"š. ‘iiš°‘}ašNE‘aïaa1.’õ’î”cF:š“°.‘î?.:”®‘?š‘šîŽr§žgî‘:°E?;?;°l?..‘î°î§§l‘?âZšfè° .xa Lajeado: (51) 3109.2121 ­ Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 ­ Passo Fundo: (54) 3312.1241 · Pelotas: (53) 3225.0011 - Rio Grande: ($3) 3231.3380

gaarttãÅtãgraoîlîsštgags;à1š11[î}:š3lŽlá“g?F?š äaráîsga) xzmõaa — sxmm cø Livramento: (se) :z4z.Jm — sane Rosa: raal Jsimùõ

_ .

‘

»

? 0 0 0 04 3

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL Fnocuruooniù DA nEFueucA no mo GRANDE oo sul.

4.3. Técnicas de controle de constitucionalidade pertinentes ao dever`

de proteção: as sentenças aditivas

— Dentre as profundas mudanças por que passa 0 direito'

constitucional brasileiro, uma das mais importantes diz respeito à superação

do entendimento de que o Judiciário somente pode atuar como legislador

negativo.

?

É~dlgno de nota que essa mudança é muito recente, • inclusive no próprio julgamento da constitucionalidade da Lei 9.294/96 -

ADIN 1.755-5/DF ·, entenderam os Ministros do STF, em 1998, por maioria,

que a extensão dos limites nela traçados à propaganda de bebidas com

menos de ou com 13 graus de teor alcoólico seria O mesmo que atuar o

· Tribunal na qualidade de “IegisIador positivo", motivo pelo qual não se

conheceu da ação. V

`

I

0 Direito comparado é rico em exemplos de países que adotam (desde a década de 70 na Itália, por exemplo, mas também em

Portugal, Espanha etc.) as chamadas sentenças aditivas, mediante as

. quais, à vista de omissões legislativas parciais, a magistratura supre-as a

Q fim de sanar inconstitucionalidades, especialmente para guardar direitos

fundamentais, que são dotados de alta densidade normativa. Sobre a

, sentença aditiva, defendida, inclusive, pelo Ex-Ministro Carlos Velloso em

seu voto no julgamento da ADIN 1.755-5/DF, e o mito do Judiciário'

enquanto legislador positivo, leciona Edilson Pereira Nobre Júnior‘°:

`

Essas [sentenças aditivas] são consideradas as

, decisões que,

4

num questionamento sobre a

. constitucionalidade de ato normativo, acolhe a

?°* Sentenças aditivas e o mito do legislador negativo ­ Revista de informação Legislativa, Brasília, n. 170, abril­junho 2006

'

47

w«.,mmp«.,««.ùx — vem ÅIBQNZ PABX(51) muzøø — exgcx (sei xuxzaaa — uma amarm; (ui umuõ — cwtxxm de Ïå, ãgllatlšf.

lšnasszå ätmsgõj Jzmxaõ — sairm do trvxxmxxmx tem ammxx — sem Rosa: jaõj Jaiixxùxò

4.

»

,

‘

000049

`

impugnação, sem invalida-lo.'

Em vez de aportar­se na drástica eliminação da

. norma jurídica, esta é mantida com o adicionamentoÀ

ao seu conteúdo de uma regulação que faltava para

lastrear a concordância daquela à Constituição. [...]

· A sua ocorrência coincide com as hipóteses em

que o tribunal reconhece a existência de omissão · parcial, justamente porque permitem o acréscimo do`

necessário para tomar a norma impugnada "

concordante com os mandamentos constitucionais.

I

* 0 foco da fiscalização da inconstitucionalidadeI

A

recai não naquilo que a norma prescreve, mas,

contrariamente, no fato de esta não prever aquilo que

deveria tratar para satisfazer ao reclamado pela Lei

Máxima. [...] ·

_ _ No que conceme aos empecilhos apostos às

—

` À

decisões aditivas, ressalte-se que o principal deles · pode ser sintetizado por meio duma inadmissível

invasão do campo destinado ao atuar do legislador.

Secundando tal GSÍONO, mas acrescentando outro,

- inerente à intromissão na esfera resen/ada aos juízes

. ordinários, Zagrebelsky (1977, p. 161, tradução nossa)`

remata:

“Em suma, não parece posslvel sair deste

» dilema: se a norma está presente no sistema, compete'

aos juízes (todos os juízes) e×traÍ­la; caso não exista, .

·

48Jif

ÉÏ,':a,°;;*É“:‘a'i';"š‘:a§?::aâ'°%"è§î?š."2ã"g‘:îÏ°‘}èž:°â2?ŽãïãîtÉ"î°°c?:2?°A‘îÏ.:“lÉÏ;?a‘lŽtr§ÏÉ¥‘:°Éî';1°¿i‘m?î°î:Ïí‘?;ãZã?;,°¿aa

Lajeado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 331Z.12Á1 ­ Poloœsz (53) 3225.0071 - Rlo Grande: (53) 3231.3380

Ssgiãaåigãods| 3222.8855 - Santana do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3106|

iaí _

U

M'.h.'.!š.I.'š..'î.lE,î.!Z.!.ž.l? Ž`!:.'.fš&..f.È.'.1š.. 'îclL e

V

compete ao legislador (somente ao`

legislador)

· estabelecê-la. intervindo, ao invés, a corte

constitucional, no primeiro caso, viola a esfera de

.

'

competência dos juízes; no segundo caso, a do

legislador".

Quanto à possível usurpação da função`

legislativa — que, diga-se de passagem, até bem pouco

O não vem encontrando maiores resistências do

. Parlamento ?, a doutrina engendrou dualidade de

argumentos que tomam tal alegação com viabilidade

apenas aparente.'

. Na esteira de Crisafulli (1990, p. 802), em obra

elaborada conjuntamente com Livio Paladin, a Corte

Constitucional, mediante as sentenças aditivas, não

_

- cria livremente norma jurídica, como o faz o legislador,

Iimitando­se a individuar aquela que, presente no

V

ordenamento, ou suscetível de extração dos princípios `

constitucionais, é capaz de preencher o vazio que · deriva da omissão reconhecida pela decisão.

I

A essa percepção se apresentam favoráveis

Franco Modugno & Paolo Camevale (1990, p. 522) e þ ' À

Leopoldo Elia (1985, p. 303).

Por isso, não há que se equiparar tal atividade à

_ legislação. O complemento introduzido pelas decisões

em exame, além de efeito indireto da declaração de`

inconstitucionalidade, não deriva de pura imaginação

da Corte Constitucional, mas de integração analógica *

49

, É’;’:;.°.:'“:’šž?;"š‘1èà’?¿°.%'°‘Ï”è§?;?å‘.?‘3.?’ë‘.lî°îèžN?žaïãž?à’õ’?î”c?:;?‘°.‘î:’£°“@‘a2žt‘.†Ï.t¢‘Í°‘É?î':.‘1°l':‘.‘î°îälflåžãrállãi,

Lajeado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 - Rln Grande: (53) 3231.3380

alåråæásáãã) Jzmuaa — sxxxùxixx c» Limmxm (as) xz4z.mO — sxxm um: (aõx Jamiùx

@a_E—'AF"à?a.,

é

e

“

e

OOÜOS,

. "".!±.!š.I.E.'šl€.ž.!’;.!.l.!ïšà'£E.ã,.'Ï,'.š.'.1'š., ’gáL

resultante de outras normas ou `

princípios

- constitucionais, cuja descoberta advém do engenho

daquela.

À

Perfilha o juiz constitucional, apenas e tão-só,

solução constitucionalmente obrigatória, ou, para'

utilizar expressão cunhada para tanto, decide­se a

rime obbligate.

• Com relação à sentença aditiva, de procedência do

tribunal constitucional italiano, discorreu o Ministro Gilmar Mendes em seu

voto no julgamento da lei da biossegurança: ·

*

Assim, o recurso a técnicas inovadoras de`

controle da constitucionalidade das leis e dos atosI

normativos em geral tem sido cada vez mais comum

na realidade do direito comparado,_na qual os tribunais·

não estão mais afeitos às soluções ortodoxas da

declaração de nulidade total ou de mera decisão de

_

'

improcedência da ação com a — consequente

Q declaração de constitucionalidade.

Além das muito conhecidas técnicas de

interpretação confonne à Constituição, declaração de

· nulidade parcial sem redução de texto, ou da

. declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia

da nulidade, aferição da “lei ainda constitucional" e do

_ apelo ao legislador, são também muito utilizadas as

_ técnicas de limitação

`

ou restrição de efeitos da

.

.

decisão, o que `

possibilita a declaração de

inconstitucionalidade com efeitos pro futuro a partir da

É’;';?A"$”l’šl’š"š?z角$?§L'š‘°*?"°è§î‘rå‘,?‘2.?’gtlî°‘iažî°§;‘Íšlaît’a,’î°°cr:2‘°A‘î?§=“{ë°ši?š?%‘â;‘?':°*.;€ï‘;°l?.,‘î°î;‘ïl‘?§âZã§.°Jša

Lajeado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 - Rio Grande: (53) 3231.3380 amasse — sxmxrxx do ummxxxux ias) Jz4z.mu — sxxm um; isõj 3511.31DS

`t

2

.

'

»

MINISTÉRI0 P|ICO FEDERAL 000052

PROCURADORIA DA •aEFÚEucA4no mo GRANDE no SUL`

·

decisão ou de outro momento que venha a ser ‘

determinado pelo tribunal.

· Nesse contexto, a jurisprudência do SupremoI

Tribunal Federal tem evoluldo significativamente nos `

_ últimos anos, sobretudo a partir do advento da Lei n°

9.868/99, cujo art. 27 abre ao Tribunal uma nova via

para a mitigaçao de efeitos da decisão de

• inconstitucionalidade. A prática tem demonstrado que

. essas novas técnicas de decisão têm guarida também

no âmbito do controle difuso de constitucionalidade.

_ Uma breve análise retrospectiva da prática dos

Tribunais Constitucionais e de nosso Supremo

Tribunal Federal bem demonstra que a ampla

utilização dessas decisões, comumente denominadas

· “atlpicas”, as converteram em modalidades "tipicas" de

decisão no controle de constitucionalidade, de forma

‘ que o debate atual não deve mais estar centrado na

‘

admissibilidade de tais decisões, mas nos limites que • _

elas devem respeitar.

`

O Supremo Tribunal Federal, quase sempre

_

imbuído do dogma kelseniano do legislador negativo,

costuma adotar uma posição de self-restraint ao se

.

`

deparar com situações em que a interpretação

conforme possa descambar, para uma decisão

interpretativa corretiva da lei. Ao se analisar

- detidamente a jurisprudência do Tribunal, no entanto, ?

é possível verificar que, em muitos casos, a Corte não

—

`

51

wvM.pm.mp|.gov.br ­ Porto Alegre: PABX (51) 3284.7200 - Bagé: (53) 3242.2699 - Bento Gonçaivesz (54) 3454.3445 ­ Cachoeira do Sul:

wgråãtl ssžnng| |$5) 3222.8855 · Santana do Uvmmemlo: (55) 3242.3730 ­ Santa Rosa: (55) 3511.3108

`

·

.

(`

000 05 ivimiS†ÉRio Fúsuco FEoERAi. 3

PROCURADORIA DA nEFuaucA no mo GRANDE oo sul. ·

se atenta para os limites, sempre imprecisos, entre a

= '

interpretação conforme delimitada negativamente

pelos sentidos literais do texto e a decisão

·

·

interpretativa modificativa desses sentidos originais

postos pelo legislador. No recente julgamento conjunto ' das ADln 1.105 e 1.127, ambas de relatoria do Min.

· Marco Aurélio, o Tribunal, ao conferir interpretação

conforme a Constituição a vários dispositivos do · Estatuto da Advocacia (Lei n° 8.906/94), acabou

0

`

adicionando-lhes ' novo conteúdo normativo,

convolando a decisão em verdadeira interpretação

corretiva da lei. Em outros vários casos mais antigos,'

também é possível verificar que o Tribunal, a pretexto

de dar interpretação conforme a Constituição a

determinados dispositivos, acabou proferindo o que a

doutrina constitucional, amparada na prática da Corte

· Constitucional italiana, tem denominado de decisões

manipulativas de efeitos aditivos. Tais sentenœs de '

I

perfil aditivo foram proferidas por esta Corte nos

· recentes julgamentos dos MS4 n°s 26.602, Rei. Min.

Eros Grau, 26.603, Rel. Min. Celso de Mello e 26.604,

Rel. Min. Cármen Lúcia, em que afirmamos o valor da

. fidelidade partidária;·assim como no também recente

0

julgamento a respeitodo direito fundamental de greve .

dos servidores públicos (MI n° 708, de minha relatoria; `

Ml n°s 607 e 712, Flel. Min. Eros Grau). Outra não foi aI

fórmula encontrada pelo Tribunal para solver a`

questão da inconstitucionalidade da denominada

cláusula de barreira instituída pelo art. 13 da Lei n°

`

52

Lajeado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) $582.0031 · Passo Fundo: (54) :l!12.12A1 ­ Pelotas: (53) 3225.0011 - Rlo Grande: (53) 32:1.3380

šaannttãglrãøgï| äiärzlaãggßj 3222.8855 - Santana do Llvramanto: (55) 32A2.3730 · Santa Rosa: (55) 3511.3106

(

'

·

`

000054 MINISTERIO PUBLICO FEDERAL

Ù

FROCUEAOOREA DA nEFuaucA no mo GRANDE oo sui. -

9.096, no julgamento das ADI n°s 1.351 e·

1.354, Rei.I

‘

Min. Marco Aurélio. Sobre e evolução de Jurisdiçäo

Constitucional brasileira em tema de decisões'

manipulativas, o constitucionalista português Blanco

de Morais fez a seguinte análise: “(...) o fato é que a

'

Justiça Constitucional brasileira deu, onze anos

' volvidos sobre a aprovação da Constituição de 1988,

um importante passo no plano da suavização do · regime típico da nulidade com efeitos absolutos,A

através do alargamento dos efeitos manipulativos das

decisões de inconstitucionalidade. Sensivelmente,

_ desde 2004 parecem também ter começado a emergir

2

com maiorv pragnância decisões jurisdicionais com

efeitos aditivos. Tal parece ter sido o caso de uma_

acçao directa de inconstitucionalidade, a ADIn 3105, a

qual se afigura como uma sentença demolitória com

_ efeitos aditivos. Esta eliminou, com fundamento na

_

violação do princípio da igualdade, uma norma’

restritiva que, de acordo com o entendimento do • Relaton reduziria arbitrariamente para algumasI

pessoas pertencentes à classe dos servidores

públicos, o alcance de um regime de imunidade ? tributária que a todos aproveitaria. Dessa eliminação

V resultou automaticamente a aplicação, aos referidos —

`

trabalhadores inactivos, de um regime de imunidade

_ contributiva que abrangia as ̀ demais categorias de

_ servidores públicos." Em futuro próximo, o Tribunal

'

voltará a se deparar com o problema no julgamento da

ADPF n° 54, Flel. Min. Marco Aurélio, que discute a

-

?

SS

ë’;';?;,"$'“:‘gi';"š‘lèš’?&°.?è“‘Ï?°è'ãâ?à?.‘52.š“'š†.lš"':èl’;‘°â2‘šâîažti’õ"?°c?:;‘?°A‘r?.:°°ë‘ï:; ?';?štr§x’É1‘:°Éî';?;°l'î;î°

Lnþado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelousz (53) 3225.0071 - Rio Grande: (53) 3231.3380

nãszš) mxi åsgsi xzzmaõ

— sanam do Lmmùmx iaõ; Jz4z.Jm — me um; rõa] xõumõ

M'.:, ‘lš:,I,E°'šl€ž.,'Z±, l£à'lšSi,š,?š,',1'š°";ciL

constitucionalidade da criminalização dosabonos de ‘

fetos anencéfalos. Caso o Tribunal decida pela

procedência da ação, dando interpretação conforme

»

`

aos arts. 124 a 128 do Código Penal, invariavelmente

— proferirá uma típica decisão manipulativa com eficácia ‘

aditiva. Ao rejeitar a questão de ordem levantada pelo

Procurador·Geral da República, o Tribunal admitiu a

possibilidade de, ao julgar o mérito da ADPF n° 54, • atuar como verdadeiro legislador positivo,

À

acrescentando mais uma excludente de punibilidade -

no caso do feto padecer de anencefalia — ao crime de

V

aborto. Portanto, é possível antever que O Supremo

Tribunal Federal acabe por se livrar do vetusto dogma

do legislador negativo e se alie à mais progressiva

linha jurisprudencial das decisões interpretativas com

» eficácia aditiva, já adotadas pelas principais Cortes

Constitucionais europeias. A assunção de'

uma

atuação criativa pelo Tribunal poderá ser determinante

‘

para a solução de antigos problemas relacionados à

· inconstitucionalidade por omissão, que muitas vezes

causa entraves para a efetivação de direitos e

garantias fundamentais assegurados pelo texto

. constitucional. 0 presente caso oferece uma

oportunidade para que o Tribunal avance nesse

sentido. 0 vazio jurídico a ser produzido por uma

_

decisão simples de declaração de'

inconstitucionalidade/nulidade dos dispositivos

`

normati\/os impugnados toma neœssária uma solução

diferenciada, uma decisão que exerça uma ̀ função

?

54

É2?:;,°$'"‘l‘ši'i"š’aa§Ï‘;É‘2‘š'°*ž"觢?c,"222tlî°‘iaWšÍšlãžtš’*ï’°cl’:;‘?°.?î¥&°“&‘î;°g

Lajeado: ($1) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.00:1 ­ Passo Fundo: (54) 3312.1247 ­ Pelotas: (53) 3225.0071 - Rlo Grande: (53) 3231.3380

äîrl zaásgaj amem — semana do •.•««xm«m»x rssi auzam ? sem um: rõõi xa11.mõ

`\\

· _ ali ¥l·`;)· El;

' 0 0 0 0 5 6

M':. ‘.!š.IE.'ål2. lZ.!lš.lx'.$g&2·,š.ã.'.1E., 'î{,'l'­

reparadora" ou, como esclarece Blanco de Morais, “de ‘

restauração corretiva da ordem jurídica afetada pela

decisão de inconstitucionalidade"._

_ Poder-se-ia aqui alegar que as sentenças aditivas

seriam um instrumento a ser aplicado exclusivamente em sede de controle

concentrado de constitucionalidade e não no controle difuso, como é O caso

• . presente.

.

_

·

Contudo tal posição não se sustenta, uma vez que

adotado no Brasil o sistema misto de controle de constitucionalidade e não

há razão para que o juiz singular deixe de aplicar alguma técnica de

controle de constitucionalidade mais adequada para a correta prestação

jurisdicional, como é O caso da interpretação em conformidade com a

Constituição e a sentença aditiva.

Além disso, embora não chamada como tal, são as

decisões em ações civis públicas pioneiras em relação a decisões que

estabelecem requisitos mínimos para O cumprimento de deveres de

· prestação.

Como anota JOSÉ ADÉRCIO i.Ei†E SAMPAIOM, O

próprio Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RMS 22.307/DF,

quando estendeu 0 aumento de 28,86%, atribuído apenas a militares, aÀ

alguns servidores federais civis, admitiu que a omissão pode ser conhecidaI

também incidentalmente no âmbito do controle concreto de

constitucionalidade. Afinal, não há óbice legal algum a esse provimento,

desde que o objeto da ação coletiva (ou individual) não se esgote nesse

‘ ' ?‘ A constituição reinvantada pela jurisdição constitucional. Belo Horizonte: Del Fley, 2002A

`

SS

·mv\v.pn•.mpi.gov.br - Pena Alegre: PÅBX (51) 1284.1200 - Bagé: (53) 3242.2699 ­ Bento Gonçalves: (54) 3484.:445 - cachoeira do

E:,::.::::1.l?šl«;;$.ã'?'ä‘¿.' ..f.::J,1,:. ïa, äètlšll .?;îš'?è:lå’ .,=‘

.xa?a‘az¢l;%i l·iîå..î.’rx§a’xàãà°õ1t‘Ï‘äå"¿",;..åš?laîaãša?,aa2

mnãngß 3222.8855 ­ Santana do Livramento: (55) S242.S130 ­ Sana Rosa: (55) 3511.S\06

`

.'

— '

d

°0O005y

MINISTÉRIG Fúeuco FEUERAL a

_

PROCURADORIA DA nEFuaucA no mo GRANDE oo sul.

'

fim. No caso em apreço, ainda que o reconhecimento da omissão legislativa

seja importante do ponto de vista argumentativo, a omissão que se quer,

enfim, ver sanada é aquela protagonizada pelos órgãos fiscalizatórios da

Ç União sobre a propaganda de bebidas alcoólicas de teor igual ou inferior a

13 graus Gay Lussac.

'

·

Dentre outros, vejamos, a propósito, DIRLEY DA

Cuwi-1A JUNlOR?5 e Eoii.sor~1 PEREIRA NOBRE JÚr~uOi=\‘°;

• Como já tivemos a oportunidade de sublinhar, o

À

'

controle incidental da constitucionalidade dos atos ou ‘

omissões do poder público é aquele realizado, no ·

_

curso de uma demanda judicial concreta, por qualquerY

-

_ juiz ou tribunal. Vale dizer, o exame da

- constitucionalidade da conduta estatal pode ser`

agitado,· incidenter tantum, por qualquer órgão do'

· Poder Judiciário. Desde que se possa deduzir uma

.

_ pretensão acerca de algum bem da vida, pode o

À

interessado invocar a questão constitucional como seu ‘

I

`

U

fundamento jurídico. [...] Asseguramos, desde logo, · que as omissões inconstitucionais do poder públicoI

podem, sem sombra de dúvida, submeter­se a

Í controle incidental de constitucionalidade, no âmbito`

. . de qualquer ação judicial e perante qualquer órgão do V

_

PoderJudiciário. [...] ,

De efeito, somos de opinião de que,

‘

independentemente de o interesse ou direito tutelado

,

`

. ser difuso, coletivo ou individual homogêneo, sempre é

?5 Controle Judicial das Omissões do Poder Público. São Paulo: Saraiva, 2004

- ·

Sõ

g:':;"ëÁ.î?’ ..ã’?g’ii’îg«i 'š‘;lã.â?;.g2°?“g.:;ä‘?lišã§r‘î°xä aå‘ž;:5§"?":;måîir1%.;§:a:§“î¿áf’šz2arša‘š‘¿’Ï ižâ agîîrãîãë Santo Ångelc: (55) $313.2011 - Uruguaiana; (55) 3412.4922

,

'

~

0

1

\±F·§;F# 00053

ivimls†ÉRlo Fueuco FEDERAL FaocuaAooarA DA REPUBUCA no mo GRANDE no sux

possível o controle de constitucionalidade èm sede del

· ação civil pública, desde que, evidentemente, a

questão constitucional seja suscitada como mero

.

À

incidente ou questão prejudicial do objeto principal da

demanda. [...]

I

Em decisão de 24 de dezembro de 2000, o?

Supremo Tribunal Federal firmou nova orientação,

• para admitir, sem restrições quanto ao interesse

_ tutelado, a legitimidade da utilização da ação civil

pública como instrumento idôneo de fiscalização

incidental de constitucionalidade, pela via difusa, de

· quaisquer leis ou atos do poder público, mesmo `

quando contestados em face da Constituição da

República, desde que a controvérsia constitucional

. seja suscitada como simples questão prejudicial,

`

indispensável à resolução do litígio principal. (lgirley da

Cunha Júnior)

· Cappelletti (1984, p. 622633), com base em

cinco sólidas razões, demonstra a necessária

legitimidade que usufrui, na atualidade, a jurisdiçãoþ

constitucional, acompanhada da capacidade criadora

dos seus integrantes. isso porque: a) se acha

dissipada a ilusão Ocidental relativa à capacidade dos

ramos políticos (Executivo e Legislativo) em ‘

4 materializar o consentimento dos govemados; b) não

l

" obra já citada

· 57

É':‘::’$‘“l'a'i;"š‘aaà’?;‘;'5ã‘°?'°è'Z?š'rà?."?.?";‘ùlî°‘la%2?äïãžt,’õ’î°"c?:£‘° ,.‘î:‘£°’l1'ïi

Lajeado: (51) 3109.1721 ­ Novo Hamburgo: (51) 5582.0031 ? Pago Fundo: (54) 33i2.12A1 ­ Pelotas: (53) 3215.0071 · Rio Grande: (53) 3231.3380

sãrl zîgga) 3112.8855 ­ Santana do Livramento: (55) 8242.3130 ­ Santa Rosa: (55) S511.:10s

,

, ?|;agÉ'† 000059

se pode negar o esforço dos tribunais em modelar · suas decisões, não com arrimo nas idiossincrasias e

predileções subjetivas de seus membros, mas com o

Ç

'

escopo de pemranecerem fiéis ao sentido de justiça e

de eqüidade da comunidade; [...] e) considerando­se

— que uma democracia não poderá subsistir numa

_

- . .conjuntura em que os direitos e liberdades dos

cidadãos careçam de proteção eficaz, apresenta­Se

• como essencial da daquela O controle judicial dos *

ramos políticos, porquanto a ideia democrática não se

resume a simples maiorias, significando. também

participação, liberdade e tolerância.

`

Esses argumentos, cuja dissecação se dispensa,

por não se comportar nos lindes deste trabalho,

espancam qualquer dúvida quanto a ser legítimo ao`

juiz constitucional, tanto no sistema difuso quanto no

concentrado, assumir, no exame de eventuais

_

.

_

· contrastes entre a Constituição e os atos estatais, uma

• postura ativa, dinâmica e criadora, objetivando, assim,

garantir um adequado controle do poder diante do

arbítrio. [...]

þ

. igualmente, recorde-se o exemplo lusitano,

, _

porquanto admitida a convivência dos controles

‘

concentrado e difuso, denominados fiscalização

,

abstrata e concreta, em que se pode verificar nestaV

_ última a existência de decisões aditivas nos Acórdãos

'

545/99 e 272/99. (Edilson Pereira Nobre Júnior)

' SS

. t>†/

É':’;':‘ï:?“l’š'l‘i’“š'Ãèã’Ï'£°5‘à'°'?"'è‘;‘tîà? .,?‘2.î?‘š, t.lî°ia%‘šžaîãã†,t?‘ï°°c?::“°AîÏ:f‘%?; ?a‘šž:r§ž;t‘:°a':,?;°.1?î.å°îëïx?‘?âãafA:’¿ãa

ä':¿"‘ä.lî?’ ..î."§’.;i’îg.i '§?;î‘;.l?;;:°??g:;.,lš‘liŽa' ;,?‘}° x.S aã`;Ž::5§"î"‘g;.l2‘¿.°î.L‘ir ?ï..;Z.î{ã?“ï¿é,‘?xŽar;a‘š‘a’Ï gL*L;°.?$¿?? lã? šgî1:ãîã‘g

I

Santo ÅngeIo:(55) l313.2011·Urugualana:(55) 3412.4921

·

. 00 ' 0060.

MINISTERI0 PUBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REFÚEUCA no mo GRAMUE no SUL `

1

‘

Dessarte, nada obsta que, mesmo em sede de

controle difuso de constitucionalidade, sejam supridas, incidentalmente,

· omissões legislativas do Poder Público.

_ vejamos, então, como a omissão pode ser superada

para, então, verificarmos a conduta Omissiva da Agência Nacional de

vigilância Sanitária e do Departamento de Proteção e Defesa do

• Consumidor em face uà publicidade de bebidas alcoólicas._

5. 0 DEVER DE PROTEÇÃO À SAÚDE E 0 DEVER DE RESTRIÇÕES À PUBLICIDADE QE BEBIDAS ALCOÓLICAS _

5.1. Da interpretação semântica do termo “bebidas alcoóIicas" (art.

220, § 4°, da CF).?

_

'

. Embora o art. 220, §4°, da CFl/88 determine que a

• propaganda comercial de bebidas alcoólicas estará sujeita a restrições

legais, o legislador brasileiro estabeleceu restrições apenas à publicidade

de bebidas potáveis com teor alcoólico superior a treze graus Gay Lussac

(art. 1°, parágrafo único, da Lei n° 9.294/96).

. Não há, contudo, nenhum modo de uso do termo2

“bebida alcoólica" que seja restrito a bebidas de mais alto teor alcoólico,

4 tanto pelo uso técnico-especializado quanto pelo uso ordinário do termo

“bebidas aIcoólicas”.

De acordo com O Léxico de termos relacionados ao

`

59

www.prrs.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3284.7200 - Bagé: (53) 3242.2699 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (|1 Canoas: (51) 3463.9959 - Caxias do Sul: (54) 3222.0400 ­ Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3622.96lw La,|•ado: (51) 3709.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Pelotas: (53) 3225.0071 - Rlo Grande: (53) 3231.3380

- Santa Cmz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Illarla: (55) 3222.8855 ­ Santana do Livramento: (55) 3242.3730 - Santa Rosa: (55) 3511.310 Santo Ångoloz (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922

` 000061

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FnocunAoomA DA nEFùeuCA no mo GRANDE oo sul.

‘

álcool e às drogas, publicado pela Organização Mundial de Saúde,

(http://www.who.int/substance_abuse/terminology/who_le×icon/en), a

definição de bebidas alcóolicas compreende todo e qualquer liquido que

e contenha álcool (etanol) e seja destinado a beber.

_

Além disso, como vimos acima, o próprio Ministério da

Saúde considera como bebida alcoólica bebida que contenha 0,5 grau Gay-

Lussac ou mais de concentração.`

5.2. Da jurisprudência específica sobre o dever de proteção à saúde

por meio de restrições à publicidade de bebidas alcoólicas

5.2.1. Apelação n° 2002.04.01.000610-0

O Tribunal Regional Federal da 4** Região, no

processo em epígrafe, em processo e voto de relatoria da Desembargadora

MARGA INGE BARTH TESSLER, julgou a ação civil pública procedente em

parte para condenar a União Federal a exigir dos fabricantes de bebidas '

alcoólicas que façam constar, nos rótulos e propagandas, a advertência de · que o álcool pode causar dependência e em excesso é prejudicial à saúde.

Transcrevemos excertos do voto: (...)

afasto a fundamentação acolhida pela r.

?

sentença no sentido de que é impossível ao Judiciário,

por ato seu, impor a produtores e fabricantes em geral,

a inclusão de. determinada mensagem em seus ·

produtos, sem que a lei preveja tal obrigação e sem '

_ que o próprio teor. da mensagem venha impressa na

lei.

wvrv/.prra.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 32851200 ? Bagé: (53) 3242.2599 ~ Bento Gonçalves: (5I) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51) :124. 121 Cenoaa: (51) 3463.9959 - Caxias do Sul: (54) 3122.0400 - Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9880 Lajeado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 · Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 - Rio Grande: (53) 32:1.::80 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 - Santana do Livramento: (55) 52Á2.:\1J0 - Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santo Ångelo: (55) 3313.2011 · Uruguaiana: (55) 3412.4922

lžrïgršîîgë (

' 000052

A tese não pode mais ser aceita no atual estágio(

' do desenvolvimento da cultura jurídica e da missão do

Judiciário como poder. Desconsiderou totalmente a

·

4

noção de “políticas púb|icas" no caso pollticas públicas

diretamente decorrentes da Constituição Federal de

' 1988. Norberto Bobbio já observava a mudança de

· paradigmas no direito público, vendo­se o Estado

como forma complexa de organização social, no qual o

· direito, a lei, é um dos elementos constitutivos. 0 prof. `

Diogo de Figueiredo Moreira Neto de longa data

ODSGNE este aspecto. A questão das políticas públicas

I

é desenvolvida por Maria Paula Dallari Bucci que

_ constrói o conceito de política pública advertindo que é

um construído social e um construído de pesquisa,

tratando-se de um programa de ação govemamental

para um setor da sociedade ou um espaço geográfico. `

_

Segundo a autora citada, tratando-se de instrumentos

de ação dos govemcs, o govemment by polices que

.

‘ desenvolve e aprimora o govemnient by Iaw,

• redireciona o eixo de governo, do governo da lei para

as políticas públicas. As políticas, diz a autora, são

uma evolução em relação à Ídeia de lei em sentido

. . formal, assim como essa foi uma evolução em relação

_

ao govemment by men, anterior ao constitucionalismo.

Ftonald Dworkin fomece uma Ídeia fundante sobre a

questão ao referir que a política, isto é, a política

pública designa uma espécie de padrão de conduta, '

standart, que assinala uma meta a alcançar gerando

ou procurando uma melhoria em alguma característica '

61

É’:’;':,'$"“ã1'à‘;"š’1角Ž’&?à?°':?°è';?Í.?a‘,"2.?’štlî°'}a%2?äÏãžf,%"î°°c?::“°,šî:’£°‘lš%?i‘š‘šŽtr:ž:†‘:°‘è€';‘;°li°.:°|

Lajeado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Pelotas: (53) 3225.0011 ­ Rlo Grande: (53) 3231.3380 mmas — sxmm do ummøxixx ias] suwso ? Sxm Rosa: rssl Jsimwa

000063

MINISTÉRI0 PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA nEFuaucA no mo ciwioe oo sut

econômica, política ou social da comunidade. Já os

'

princípios expressos na Carta Política tendem a

estabelecer um direito individual a ser oposto ao

e Estado enquanto as políticas públicas têm uma meta,

ou uma finalidade coletiva. Por exemplo o “combate à

· inflaçao". 0 modelo das políticas públicas não exclui o

da legalidade, mas convive com ela, As políticas

públicas podem ser entendidas como forma de

· controle da discricionariedade. Verifique­se que o art. '

196 da Constituiçao elenca O dever do Estado em '

estabelecer políticas públicas de saúde e· que tais

políticas (art. 157 da Constituição) são de relevância‘

À

_ pública.

Existem políticas e programas govemamentais de

combate ao alcoolismo. É possível ao Judiciário, sim,

determinar a implementação, se imperfeita, ou dar

efetividade às políticas públicas sanitárias. Afasto o

_

· óbioe da inexistência de lei especíñca a comandar o

• teor das mensagens, até porque a lei específica

existe. Passo a enfrentar e fundamentar sob esse

aspecto A Constituição de 1988, no art. 170, V, elege

como princípio geral a defesa do consumidor e o art.þ

220, § 3°, ll e § 4°, estabelece a competência federal

_ na questão da comunicação social de modo a permitir

que “as pessoas possam defender-se de agressões à

· sua saúde", estabelecendo que a propaganda de

bebidas alcoólicas está sujeita a restrições, e este`

dispositivo abre oportunidade à plena justicialidade da

www.prvo.mpÍ.gov.hr · Porto Alegre: PABX (51) 3284.7200 · Bagé: (53) MA1.2699 ­ Bento Gonçalves: (5•) acusas · cuhoolm do

ssãättãäråxãodï| aaäaággã) 3122.8855 - Santana do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3106§\

Y`

·

· iaJÉ'i;T>;â:è?

' 000064 M':—. ‘å§:,I,'š.'šlEž,.'Zll.gà'§š§2,š.š.'.ïL'š°'îclL .

.

questão no aspecto multidisciplinar. 0 consumo de · alcoólicos não interessa só à comunicação social e

propaganda, ao comércio de tais produtos para os

.

'

W quais a Lei n° 9.294/1996 poderia ser suficiente, o que

. se admite para argumentar. interessa sob o aspecto

· da saúde pública, sob o aspecto da proteção do menor

— e do adolescente, no aspecto da segurança veicular,

no aspecto do direito de informação e de proteção ao

• consumidor; vê-se, assim, que a Lei n° —9.294/96 não '

esgotou o assunto e não é a única lei que deve ser

obedecida pelos produtores e comerciantes de

alcoólicos. A questão é multidisciplinar tal qual no

.

À

direito ambiental, e o empreendedor do comércio de

bebidas deve obediência a todas as regras que

incidem. sobre o produto de sua fabricação ou s

. comércio. Utilizo o artigo 335 do CPC e considero que

são notórias a nocividade e periculosidade do

consumo excessivo de bebidas alcoólicas. É questão

·

I V

que se insere nas regras comuns extraídas da

• experiência. O álcool causa dependência química e é

causa de acidentes de trânsito, assim, sob o aspecto

da legislação consumerista, o condutor veicular e o

_ consumidor em —geraI precisam saber com

transparência acerca dos malefícios do que

'

I

consomem. São direitos básicos do consumidor a

informação adequada e clara sobre o produto e sobre

os riscos que apresenta. Nc caso, tratando-se de ‘

produto potencialmente nocivo à saúde a informação

‘

`

õõ

É';':;,°$‘“l‘ši‘;"š'zè§?æ°5à'°*?"觑;?å‘,?‘2.??g‘il?°‘ièî‘i‘“ã;?Žãlãžt’õ?*ï°°c?::”A?î?£°“®‘š?2Ž2r§ž:t‘:°É$';1?li;?£°|

Lajeado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.ß031 · Passo Fundo: (54) 3312.1247 ? Pelotas: (53) 3225.0071 ­ Rio Grande: (53) 3231.3380 3222.8855 ­ Santana do Livramento: (55) 3242.3730 ­ Santa Rosa: (55) 3511.3106

4

'

— *Í·zZl;9,ã?ë `

0ûO065

M'.l. ‘.!š,IE.,'š£€,ž 5.!.l.!`ž!:.'.žEi,š.r.,'š;?š.'îctL

deve ser feita de maneira ostensiva, é o comando '

claro do artigo 9°, do Código do Consumidor (...).

·

(-?—)‘

De todos, os que mais preocupam são os ‘

fomecimentos de bebidas alcoólicas e de fumo, cujos`

'

níveis de consumo são mais altos. OS fabricantes de

cigarros vêm cumprindo, de forma satisfatória a

exigência legal de informar a respeito da nocividade do?

produto e dos riscos inerentes ao respectivo consumo. `

No entanto, os fabricantes de bebidas alcóolicas ainda

_ não se conscientizaram do dever de prestar

informações adequadas a respeito dos riscos

inerentes à ingestão imoderada do álcool,

principalmente durante o período de gestação.

Nas hipóteses elencadas, o fomecedor deverá

informar de maneira ostensiva e adequada a respeito

.

‘

da respectiva nocividade ou periculosidade. uma

• informação é ostensiva quando se exterioriza de forma

tão manifesta e translúcida que uma pessoa, de

mediana inteligência, não tem como alegar ignorância

ou desinformação. É adequada quando, de uma forma

apropriada e completa, presta todos os`

esclarecimentos necessários ao uso ou consumo de

produto ou serviço".

Por fim, a edição da Lei n° 9.294/1996 implica em?

reconhecimento parcial do pedido, o que já rende

ensejo à parcial procedência da lide, de acordo com o

64

www.pm.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 ­ Bagé: (53) 3242.2899 ­ Bento Gonçalves: (54) saunas - cuhoolm do 21

ïa, äùáãti š$:;•:Å(ã•;g°Ži?| |gåa) 3222.8855 ­ Sanæne de Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 351\.3106

MIMISTÉRIO Fúeuco FEOERAI. FnocueAooruA DA nEFueucA no mo GRANDE oo sul.

parecer do Ministério Público, que anotou que ao

' determinar em seu art. 4°, § 2°, que os rótulos de

bebidas alcoólicas conterão advertência para que os

consumidores evitem o consumo excessivo de álcool,

a mencionada lei traduz admissão, pela União, da

· procedência, se não total, parcial ? da pretensão da

· autora. .

•.4

(...)Quanto aos dizeres veiculados no pedido,

I considerando que esta Turma, examinando a AC

_ 2002.04.01.000611-1, em que demandaram as

mesma partes, condenou as rés a fazer constar nas · propagandas de bebidas mensagens “de que o

'

consumo de bebidas em excesso pode causar

dependência, não deve ser consumido por gestantes e

de que proibida a venda para menores de 18 anos",

adoto igual solução e dou provimento ao apeIo?para

condenar a União, por seus órgãos sanitários e de

_ proteção ao consumidor, a exigir dos fabricantes e

• importadores de bebidas alcoólicas, nos termos do art.

14 do Dec. 73.267/73, na rotulagem de todas as

bebidas alcoólicas, produzidas ou comercializadas no

território pátrio, do teor alcoólico e do alerta básico, em'

expressão gráfica adequada (afastadas as letras

'

minúsculas) de que "O ALCOOL PODE CAUSAR

DEPENDÈNCIA E EM EXCESSO É PREJUDICIAL A

_ SAÚDE", bem como para condenar a ré ABFIABE a

4 colaborar com o poder público, fulcro no art. 220, II e

225, V da Constituição Federal, e art. 6° II, III e IV, da

‘

õsí

xèrf vrw•u.prrs.mp1.gov.br ­ Porto Alegre: PABX (51) 3284.7200 ­ Bagé: (53) 3242.2699 ­ Bento Gonçalves: ($4) 1454.1445 - Cachoeira do Sul: (51) 3724.0121

$2:.:;‘ ,$i?šl.,ã;?à·?Ï°.?.:.1..?ï:J:;.= iá, äèllštl â.2a'2:I.’å’ .,=? «è.a?à‘az?š;%=. I?îîà»2=’åša°:ag,.õ,.EÏ|'£?,;,lŽ?l5.îaaaa?¿ã8

ššxgàtîlråud?| 3222.8855 ­ Santana do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3106

~ 000007

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL4

PROCURADORIA DA REFuaucA no mo GRANDE no SUL

Lel 8.078/90, Código de Dafosa do Consumidor, a

· informar sobre esta decisão a todas as suas

associadas e aos demais produtores de alcoólicos,

.

À

quanto à necessária adequação na rotulagern de todos

os produtos alcoólicos.

5.2.2. Agravo de instrumento n° 2008.03.00.046270-5IRS.

EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO • ADMINISTRATIVO. DIREITO À SAÚDE; LIBERDADE4

DE EXPFIESSÃO. PUBLICIDADE. ADVERTÈNCIAS

ESCRITAS E POR IMAGENS EM *MAÇOS,

_

EMBALAGENS E MATERIAL PUBLICITÁRIO DE`

DERIVADOS DE TABACO. CONSTITUIÇÃO DA

HEPÚBLICA, art. 220, §§ 3° e 4°. LEI N° 9.294/1996.

FIESOLUÇÃO RDC ANVISA N° 54/2008.

· ADVEFITÈNCIA E CARÁTER INFORMATIVO DAS

_ IMAGENS E FHASES. DEVER DE INFORMAÇÃO E

_

DE PROTEÇÃO À SAÚDE. LIBEHDADE DE DECIDIFI '

PELO CIDADÃO E ADVERTÈNCIA PRÒVOCADORA

• DE REPULSA. AUTONOMIA PRIVADA. AUSÉNCIAI

DE PRECONCEITO, FALSIDADE E MENTIRA NAS

IMAGENS. METÁFORAS CONTUDENTES.

4 INEXISTÉNCIA DE OFENSA A SENTIMENTO

I FÍELIGIOSO, DE PRECONCEITO E DE

`

DISCRIMINAÇÅO CONTRA IDOSOS. DIGNIDADE

A

HUMANA.À

INEXISTÈNCIA . DE

CONTRAPROPAGANDA E DE SANÇÃO `

ADMINISTRATIVA. ‘ PROPORCIONALIDADE.

· DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS

w«.,x«mxxp«.g»v.ùx — Fxmxx Alegru: FAEX (S1) :2:14.1200 ? Eagox (sa) Suzzsss ? amo comum: (uy uuauõ — cxùxrxx do

ïåx žg'J¿°å§$’. ssäggãsgøz- (5ã'ÏŠzÏ;$: ?æ»Ï¢:œ::3r5;)a;za;.0011EÏä:Ïætgxåînæîaããåssggg

gxlri zîsgs) 3222.8855 ­ semana do uvrarmmo: (sã) :242.:7:0 - sem Rosa: ($6) :511.:106

ÜÜOÜ63

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FRoCuRAooRiA DA REFÚEUCA no mo GRANDE oo sul.

HUMANOS.' CONVENÇÃO-QUADRO`

PARA 0 ? COMBATE DO TABACO. (...) (TRF4, AG

2008.04.00.046270­5, Teroeira Turma, Ftelator

ROGER RAUPP RIOS, D.E. 22/04/2009)

‘ É pertinente para o presente caso o reconhecimento

· do dever de proteção inscrito no art. 220, § 4, da Constituição Federal, a

admissão das restrições à publicidade e a aplicação da proporcionalidade

no sentido da proibição da medida insuficiente.

Sobre esses tópicos, transcrevo trechos do voto do

Flelator,`Juiz Federal ROGER RAUPP RIOS (DOC 18):

8. Proporcionalidade, dever de proteção,

restrições à liberdade publicitária e Convenção-Quadro

para o Controle do Tabaco _

Ftejeito a argumentação recursal quanto à

violação da proporcionalidade.

Assentado o caráter informativo e de advertência

das imagens e frases escolhidas, fica vencida a

alegação de inadequação. Isto porque, como

demonstrado, a utilização de metáforas e imagens ‘

fortes e impactantes diz respeito à consideração da

dinâmica do processo decisório humano, cuidando-se

· de fator constituinte da tomada de decisões.

?

Além disso, como demonstra o relatório do grupo

de trabalho instituído para a elaboração das '

67

www.prrs.mp1.gov.br ­ Pono Alegre: PABX (51) 3284.7200 ­ Bagé: (53) 3242.2599 · Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: Canoas: (51) 3483.9059 · Caxrlaa do Sul: (54) 3222.0400 · Cruz Alta: (55) 3324.3451 ­ Erechim: ($4) 3522.95 0 Lajeado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 ­ Pelotas: (53) 3225.0011 ­ Rio Grande: (53) 3231.3380 Sarm Cruz do sul: (51) 3113.4235 - Santa Maria: (55) 32228855 - Samaria do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3106 Santo Ångelo: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922

àI

.

‘

·

0000Sg MINISTERIO PLlBLICO FEDERAL

I

FnocunAoomA DA REFUEUCA no mo GRANDE no sui.

advertências, a experiência nacional e lntemacional

- emonstra à saciedade a eficácia de tais advertências

na redução do tabagismo.

?

Com relação à necessidade, não há nos autos`

À

qualquer indicação de que outros meios altemativos,

menos gravosos à liberdade da propaganda do tabacoI

que os escolhidos, sejam igualmente eficazes quanto

· à°advertência dos malefícios do tabaco. Não basta

_ simplesmente alegar que há meios menos onerosos

que as imagens discutidas, sem nada demonstrar

neste sentido, especialmente quando estas são fruto

— de Sério trabalho interdisciplinar, inseridos numa série

histórica de medidas imagétioas. Ao contrário: _há

estudos nos autos que demonstram a necessidade da

intensificação das advertências em face da nocividade

do tabaco. .

Ainda quanto a este tópico, há que se ressaltar ‘

'

que a concretização da política pública pela

O obrigatoriedade da aposição das imagens, do ponto de

. vista da proporcionalidade, é medida que visa ao

cumprimento de um dever fundamental de proteção

. por parte do Estado em favor da sociedade. Cuidando-

se de prestação positiva de proteção, a dinâmica da ‘

proporcionalidade se apresenta como proibição da

não-suficiênciappois, como diz Borowski, "a melhorI

realização possível do objeto da otimização dos'

princípios jusfundamentais-prestacionais é um objeto

prescrito pela Constituição" (citado por Paulo Gilberto '

õs

\m»\v.pns.mp1.gov.br — Porto Alegre: PABX (51) 3284.7200 · Bagé: (53) $242.2698 · Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do

îääùlati iÏr;;ž`::::O:- l5a'ÏŠzÏŠ$: —ÉÏŠæ:?äi3:zã;oå71EÏÏ:Igåxåîýiœîaãšisxagg 3222.8855 ­ Sanmna do Livramento: (55) MÁ2.3130 - Santa Ræaï (55) 3511.3iOß

··

(

. UOOOFCJ MINISTERIO PUBLIC0 FEDERAL

rmocunAoomA DA nEFueucA no mo GRANDE no sul.

Cogo Leivas, Teoria dos Direitos Fundamentais

·

Sociais, P. Alegre: Livraria do Advogado, 2006, p. 77).

Assentada a adequação a a necessidade, a

.

`

proporcionalidade em sentido estrito também está, no

caso, satisfeita. A defesa do indivíduo e da família em · face da propaganda do tabaco, por meio de

· advertências quanto ao malefício decorrente do

consumo, é um objetivo constitucional que se

• relaciona diretamente aos direitos à vida,?à saúde e ao ·

`

ambiente, apresentando forte carga valorativa em seu ·

favor. 0 exercício da liberdade de expressão do

discurso publicitário, por sua vez, também é umI

_ princípio constitucional valioso. A Constituição, diante

disso, admitiu a liberdade de expressão publicitária

com restrições, visando a advertir o indivíduo e a

família dos malefícios do tabaco. Esta tomada de

_

posição revela, portanto, já no texto original da

Constituição, a preocupação e a valorização da vida,

· da saúde e do ambiente em face do discurso

• publicitário tabagista, pois é este que a Constituiçao`

restringe. Esta ponderação, já realizada pela

Constituição, faz concluir pela existência de

_ fundamento constitucional para a adoção de medidas

fones pelo Poder Público, objetivando cumprir o deverI

de proteção constitucionalmente deñnido como

responsabilidade do Poder ·Público. Quanto aoê

cumprimento deste dever, portanto, não se pode ‘

admitir que qualquer medida o atenda, especialmente

diante da constatação de que o tabagismo é fator de

‘

69

Lajeado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (61) $$82.00:1 ? Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Pelotas: (53) 3125.0071 · Rio Grande: (5:) :12:1.::80

šsãnnæåyannï| sãri zïsgsj $222.8855 - semana do Llvrumørrm: (55) :zAz.:1:0 - Santa Rosa: (55) 3511.3106*

.

_

'

0UOO71

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL_

FnocunAooruA DA REFUEUCA no mo GRANDE no sul.

'

doença e morte em alta escala na sociedade · contemporânea. Daí a invocação, no campo dos

deveres fundamentais de proteção, do critério da

.

`

“ma×imização da intensidade de assistêncial', segundo

o qual "dentre os meios adequados, necessários e

· proporcionais em sentido estrito, elege-se aquele que

oferece a mais alta satisfação do princlplo que impõe

­ uma obrigação de ação positiva ao Estado" (Paulo

· Gilberto Leivas, obra citada, p. 80). Nesta linha, a `

propósito, deve­se invocar a Convenção-Quadro para

o Controle do Tabaco, adotada pelos países membros

da OMS e assinada pelo Brasil em junho de 2003(`

.

V

promulgada pelo Decreto n° 5.652, de janeiro de

2006). independentemente da posição que se tomarI

quanto .à qualiñcação jurídica dos tratados e

convenções internacionais de direitos humanos em

face dos parágrafos 2° e 3° do artigo só daI

Constituição, estes fazem parte do chamado "bloco de · constitucionalidade" (somatória daquilo que se

· adiciona à Constituição escrita, em função dos valores

e princípios nela consagrados, na dicção de Celso

Lafer, citado no Habeas Corpus 90.450-5, rel. Min.

_ Celso de Mello, onde esta questão foi examinada na

jurisprudência contemporânea do Supremo Tribunal —

I

Federal) (...).

- 6. AS RESTRIÇÕES À PUBLICIDADE V

'

I

'

`

Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal

Federal, no caso da necessidade das sentenças aditivas para fazer valer -

É':':A°:§‘Ï“fž'a':’?š'1èï:ã°.ã'°?Ï"觑2?a?.?‘2å’?î¿îî°?lè%2?alãžtî,?‘?°cl’:;‘?°A?î?&°‘%î‘i‘a‘lžt€‘:Ï:t‘:°;Ž2‘;°l?mî°î:Ï,?’?âšä°ãša

, ä‘;"‘:ÉÁa?*,a’?ùf?îg.] 'à?§:m?'?'m?l.ã,. °';..r‘l‘èl æ:.§"?“a;;,$;‘l.°Ï.1.‘l'.¢.1.;.§.?ï;‘š‘îail“?2ãx ?rá‘a‘a‘.:’Ï lããl šãžlzaîãå

sxmxmrigølõx

­

—.

PROCURADORIA DA REFÚEUCA no ano GRANDE oo sur.‘

um dever constitucional desprotegido por omissão do legislador, há de se

buScar·dentro do ordenamento jurídico uma norma que seja aplicável, por

analogia, ao caso sob julgamento.

`

Não se trata aqui, incidentalmente, de outra coisa

senão de uma omissão da Lei. Comprovada a conduta desidiosa por parte

do legislador, que quedou inerte diante de sua obrigação, uma vez que não

impôs, ainda que de forma superveniente, limites à propaganda de bebidas

• alcoólicas com efeitos danosos à saúde tal qual lhe impõe a Constituição

Federal, esta é passível de integração por meio da analogia.

Embora as restrições à publicidade de bebidas

alcoólicas previstas na Lei sejam restritas a bebidas com mais de 13 graus

Gay Lussao, configura-se proporcional a sua aplicação às bebidas de _

menor teor alcoólico:

Art. 4° Somente será permitida a propaganda

comercial de bebidas alcoólicas nas emissoras de

rádio e televisão entre as vinte e uma e as seis horas.

·

4

§ 1° A propaganda de que trata este artigo não

· poderá associar o produto ao esporte olímpico ou de

competição, ao desempenho saudável de qualquer

atividade, à condução de veículos e a imagens ou ideias de maior êxito ou sexualidade das pessoas.

_ § 2° Os rótulos das embalagens de bebidas

alcoólicas conterão advertência nos! seguintes

. termos: "Evite o Consumo Excessivo de Alcool".

`

Art. 4°-A. Na parte intema dos locais em que se vende bebida alcoólica, deverá ser afixado

advertência escrita de forma legível e ostensiva de —

I

que é crime dirigir sob a influência de álcool, punível com detenção. (incluído pela Lei n° 11.705, de 2008)

vnvw.pna.mp1.gov.br ­ Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 - Bagé: (53) 3242.2899 ­ Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51) 3124.0121 Canoas: (51) 3483.9959 · Caxlaa do Sul: (54) 3222.0400 - Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9680 Lajeado: (51) 3109.2121 · Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Pelotas: (53) 3225.0011 ? Rio Grande: (53) 3231.3380 Santa cruz do Sul: (51) 3713.4235 ? Santa Maria: (55) 3222.8955 - Santana do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santo Ångelor (55) 3313.2011 · Uruguaiana: (55) 3412.4922 _

`

· .

0 0 00 73

PROCURADORIA DA rzEFÚaucA no mo GRANDE oo sul.‘

“

Art. 5° As chamadas e caracterizações depatrocínio dos produtos indicados nos arts. 2° e 4° , para

eventos alheios à programação normal ou rotineira das emissoras de rádio e televisão, poderão ser

feitas em qualquer horário, desde que identitîcadas apenas com a marca ou Slogan do produto, sem recomendação do seu consumo.

.

§ 1° As restrições deste artigo aplicam­se à · propaganda estática existente em estádios, veículos

de competição e locais similares.

• § 2° Nas condições do caput, as chamadas e

. caracterizações de patrocínio dos produtos estarão liberados da exigência do § 2° do art. 3° desta Lel.

Art. 6° É vedada a utilização de trajes esportivos,'

relativamente a esportes olímpicos, para veicular a'

propaganda dos produtos de que trata esta Lei.

Nessa linha, a imposição de um horário especial aos

comerciais de bebidas (art. 4°) é oportuna na medida em que restringe o

público atingido pela propaganda e limita o incentivo ao seu cOnsumo.·

_ A vedação de associação ao esporte, “ao desempenho

‘ saudável de qualquer atividade, à condução de veículos e a idéias de maior

êxito ou sexualidade das pessoas” (art. 4°, § 1° e art. 6°) segue a mesma

vertente, pois o consumo de bebidas alcoólicas, como de cervejas em geral,

pode não só, comprovadamente, ter efeito nefasto sobre quaisquer dessas

atividades, como é enganoso vinculá-Io, em detrimento das camadas

populacionais mais vulneráveis, ao sucesso em qualquer campo,

especialmente o sexual.

0 convite ao consumo- moderado do álcool (art. 4°, §I

2°), por sua vez, é evidentemente correto mesmo para as bebidas com

menor teor alcoólico, por todas as razões já expostas.

.

~72

Ñß www.prrs.mp1.gov.br - Peno Alegre: PABX (61) 3204,1200 - Bagé: (53) 3242.2899 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 ­ Cachoeira do Sul: (51) 3124.01 21 Canoas: (51) 3483.9959 - Caxias de Sul: (54) 3222.0400 · Cruz Alta: (55) 3324.3451 ­ Erechim: (54) 3522.9680 Lajeado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Pelotas: (53) 3225.0011 - Rio Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Maria: (55) 3222.0855 ­ Santana do Livramento: (55) 3242.3130 ? Santa Rosa: (55) 3511.3106 Santo Ångele: (55) 3313.2011 ­ Uruguaiana: (55) 3412.4922\

x=a§'Al'·Ãå‘a.

( ·

“

000 O 74 · MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

FRocunAoomA DA nEFuaucA no mo GRANDE no sui?

~

Assim, definitivamente semelhantes as' hipóteses,

afigura—se plenamente razoável aplicar-se às bebidas com teor alcoólico

igual ou inferior a 13 graus, por emprego da analogia, as restrições

. previstas nos arts. 4°, 5° e 6° da Lei 9.294/96.I

_

'

Da mesma forma deve ser estendida a todas as

bebidas alcoólicas a determinação contida no art. 10 do Decreto n°

70.951/72, pelo qual bebidas alcoólicas não poderão ser objeto de

• promoção, mediante distribuição de prêmios, na forma daquele

regulamento._

Por fim, por coerência com as normas de proteção à

criança _e ao adolescente que tratam da classificação indicativa dos

programas de televisão, e que estabelecem como horário de proteção à

criança e ao adolescente o período compreendido entre 6 e 23 horas (art.

13, parágrafo único, da Portaria n° 1.220/2007 ? Ministro da Justiça),

somente pode ser permitida a propaganda comercial de bebidas alcoólicas

nas emissoras de televisão entre as vinte e uma e as vinte e três horas nos

casos de obras audiovisuais não recomendadas para menores de 18 anos,

‘ nos termos da classificação indicativa em vigor.

7. OS DEVERES VIOLADOS PELA ANVISA E PELO DPDC

Como exaustivamente salientado nesta peça inicial, a

questão da omissão legislativa sobre as restrições à publicidade de bebidas

é meramente incidental. Em verdade, o seu reconhecimento constitui-se'

apenas em um requisito para que se reconheça outra omissão, aquela queÀ

se quer diretamente atacar nesta ação: a inação dos órgãos que deveriam

tisoalizar o conteúdo ofensivo à saúde da população expresso naI

‘`

« 73

É’;’;?;,"$'?“l’š'l'i"š’1è§?£.°;à'°*Ï'°è'ãt‘.?å?.?‘2š?g‘:lš°‘iažl‘“Ž;?šãÏããt%“€”c?::?°t??&“lÉîi

Lajeado: (51) 3709.2721 · Novo Hamburgo: ($1) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 ­ Pelotas: (53) :225.0011 - Rio Grande: (53) 32:1.3380

SsãsäÅr:;xã°îiï6Šx£1gs;à1:f13:lg1îlšnas?;š•š)miá- aãsáas) mmaa — sanam do Livramento: lsõ] xmmù — em Rosa: lsõx xammõ

000075 MINISTERIO PUBLIC0 FEDERAL

Fnocurunonu DA REPÚBUCA no mo GRANDE no SUL“

·

propaganda comercial de bebidas alcoólicas com teor igual ou inferior a 13

graus Gay Lussac, cominando sanções aos responsáveis, dentre a adoção

de outras medidas previstas em Lei.

à

isso porque, a despeito do que dispõe a literalidade do>

parágrafo único do art. 1° da Lei 9.294/96, o ordenamento impõe que se

restrinja a publicidade de todas as bebidas alcoólicas.

Assim é que a Agência Nacional de vigilância • Sanitária é omissa ao não fiscalizar o cumprimento dessas disposições por

todasas empresas que veiculam comerciais de bebidas alcoólicas, como,

lhe impõe a Lei 9.782/99: '

?

Art. 6°. A Agência terá por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitári_a, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a_ eles

4 relacionados, bem como o controle de portos,

'

aeroportos- e de fronteiras.

. Art. 7°. Compete à Agência proceder à implementação e à execução do disposto nos incisos ll a Vll do art. 2°

desta Lei, devendo:

[...] —

.

XX\/l - controlar, fiscalizar e acompanhar, sob o prisma da legislação sanitária, a propaganda e publicidade de produtos submetidos ao regime de vigilância sanitária

· (incluído pela Medida Provisória n° 2.190-34, de 2001);

Art. 8°. incumbe à Agência, respeitada a legislação em _

vigor, regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e

serviços que envolvam risco à saúde pública.

1° Consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária pela Agência: ·

‘

— · 74

www.pm.mp1.gev.br ­ Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 ? Bagé: (53) 3242.2699 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: Canoas: (51) 3463.9959 ­ Caxias do Sul: (54) 3222.0400 · Cruz Alta: (55) 3324.3451 ­ Erechim: (54) 3522. 80 Lalaadoz (51) 3709.2721 · Novo Harnhurgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 ­ Pelotas: (53) 3225.0071 · Rlo Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 ­ Santa Maria: (55) 3222.8855 - Santana do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santo Ångolo: (55) 3313.2011 · Uruguaiana: (55) 3412.4922

I.

·

·

' ‘ OÜÜ076

MINISTERIOÀ PUBLICO FEDERAL FaocunAoomA DA nEFueucA no mo GRANDE oo SUL

`·

[...]

`

·

II - alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas,

seus insumos, suas embalagens, aditivos alimentares,

. limites de contaminantes orgânicos, resíduos de ~ agrotóxicos e de medicamentos veterinários;

. Todas essas atribuições são, como já salientado

alhures, repisadas pelo Decreto 3.029/99 e_ pelo Flegimento lntemo da

Agència, tendo esta, inclusive, esmiuçado suas competências de controle

• sobre a propaganda de bebidas na Portaria ANVISA 355/06: .

`

Art. 69. São atribuições da Gerência de Monitoramento e Fiscalização de Propaganda, de Publicidade, de Promoção e de informação de Produtos sujeitos à

'

vigilância sanitária:`

l - avaliar, fiscalizar, controlar e acompanhar,. a

propaganda, a publicidade, a promoção e a informação de produtos sujeitos à vigilância sanitária, exceto as relativas aos produtos derivados do tabaco;

II ­ desenvolver atividades com órgãos añns, da *

administração federal, estadual, municipal e do Distrito

_

'

Federal, com 0 objetivo de exercer o efetivo · cumprimento da legislação relativa a publicidade, a

· propaganda, a promoção, e a informação de produtos .

sujeitos à vigilância sanitária, exceto as relativas aos produtos derivados do tabaco;

lll ­ coordenar as atividades de apuração das infrações

_ à legislação de vigilância sanitária, instaurar processo administrativo para apuração de infrações à legislação

. sanitária federal, em sua área de competência;I

lV - propor as penalidades previstas em lei; [...]

. Art.· 70. São atribuições da Unidade de Monitoramento,

_

Flscalização de Propaganda, Publicidade e Promoção · de Produtos sujeitos à vigilância sanitária: I

- captar e

_ analisar peças publicitárias dos produtos sujeitos à

. vigilância sanitária, exceto os produtos derivados do'

· 75

vnvw.pne.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (61) 3284.1200 - Bagé: (53) 32422899 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 ­ Ceohoelra do sul: Canoas: (51) 3463.9959 - Caxlss do Sul: (54) 3222.0400 ­ Cruz Aitaz (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9880 Lajeado: (51) 3708.2721 ­ Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 ­ Passo Fundo: (54) 3312.1247 ­ Pelotas: (53) 3225.0071 - Rlo Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Santa Maria: (55) 3222.0855 · Santana do Livramento: (55) 3242.3730 - Santa Rosa: ($5) 3511.310s Santo Ångele: (55) 3313.2011 · Uruguaiana: (55) 3417.4922

;=aÈ?'xŠg·.ÇŠ§a,

· ' OÜÜÜTÏ

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FRocuRAoomA DA REFÚEUCA no mo GRANDE no SUL

_ tabaco em diferentes veículos de comunicação; II ·

. elaborar e rever minutas de atos normativos a serem editados pela ANVISA, bem como proceder à apreciação e opinar, quando for o caso, sobre projetos

.

?

de decretos e anteprojetos de leis e medidas

provisórias, em sua área de competência;

4

III - instaurar processo administrativo para apuração

de infrações à legislação sanitária federal, em sua · · área de competência;

lv - promover a análise técnica dos processos

• administrativos de infração à legislação sanitária,

. relativos à publicidade, promoção, propaganda e

informação de produtos sujeitos à vigilância sanitária, exceto os produtos derivados do tabaco, iniciados com autos de infração, lavrados pelas autoridades fiscais

— competentes e emitir parecer técnico; [...]

ReSsaIte­se que a ANVISA chegou a lançar a Consulta

Pública n° 83, de 16/11/2005, submetendo à apreciação a seguinte ­

proposta de Fiegulamento Técnico:

4

Resolução da Diretorla Coleglada - RDC n° ‘ _

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de

vigilância Sanitária, no uso das competências e atribuições previstas nos arts. 7°, inciso >0<vI, e 15,

inciso lll, da Lei n° 9.782, de 26 de janeiro de 1999,

_

· · nos arts. 3°, inciso XXIV, e 11, inciso lv, do

Fiegulamento da Agência Nacional de vigilância

.

'

Sanitária, aprovado pelo Decreto n° 3.029, de 16 de

À

abril de 1999, e _nos arts. 2°, inciso XXIV, e 8°, inciso

_

lv,.do Regimento lntemo da Agência Nacional de

vigilância Sanitária, aprovado pela Portaria do Diretor- .

'

'

_ Presidente da Agência Nacional de vigilância Sanitária n° 593, de 25 de agosto de 2000, em reunião realizada em de de .

‘

76

wwu;pm.mp1.gov.bv - Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 - Bagé: (53) 32422899 · Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (| Canoas: (51) 3483.8859 · Caxias do Sul: (54) 3222.0400 - cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.98no Lajeado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 - Rio Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Marta: (55) 32228855 ­ Santana do Livramento: (55) 3242.3130 - Sanuæ Rosa: (55) 3511.3108 Sam6ÅngaIo: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922

·.

`

MINISTERIO PUBLIC0 FEDERAL 000078 ,

FRocUnAooniA DA REFUEUCA no mo enmoe no sui.“

considerando as recomendações da Câmara Especial . de Pollticas Públicas sobre o Álcool do Conselho

Nacional Antidrogas - CONAD, criada a partir das conclusões do Grupo de Trabalho lnterministerial para

. a Política Nacional, lntegral e intersetorial de redução dos danos à saúde e ao bem­estar causados pelas

_ bebidas alcoólicas, instituído pelo Decreto de 28 de

»

‘

maio de 2003, que enfatiza a necessidade de controlar . e regulamentar a propaganda de bebidas alcoólicas de

. modo a proteger segmentos populacionais vulneráveis ~ ao estímulo para o consumo de álcool, assim como , • evitar associações indevidas entre o efeito decorrente · do seu consumo e estereótipos de sucesso e

integração social que não correspondem à realidade destes usuários;

'

A considerando odisposto nos arts. 200, inciso Vl, e 220,

· § 4°, da Constituiçao Federal;

considerando o disposto no art. 10, incisos V e XXIX, da Lei n°·6.437,·—de 20 de agosto de 1977;

considerando o ̀ disposto nos arts. 7°, 11, 79 e 81, inciso II, da Lei_n° 8. 069, de 13 de julho de 1990 ? Estatuto da Criança e do Adolescente;

considerando o dispostono art. 6.9, incs. I, lll, IV, art.

. 99, e no art. 37 da Lei'n° 8.078, de 11 de setembro de 1990 ?· Código de Defesa do Consumidor;

, considerando o disposto no art. 6°, inciso Vlll, Lei n°.

8.080,_de 19 de setembro de 1990;

considerando o dispostono art. 3° da Lei n° 8.918, de

_ _ 14 de julho do 1994, e no art. 10, § 2°, do Decreto n°

2.314, de'04 de Setembro de 1997, com nova redação 9 dada pelo Decreto n° 3.510, de 16 de junho de 2000;

`

considerando o disposto nos arls. 1°, 3°, § 2°, 4°, 5°, 6°

( e 9°, § 4°, inciso I, da Lei n° 9.294, de 15 de julho de'

1996,.e·nos arls. '1°, 8°, 9°, 24 e 28 do Decreto n° '

_ 2;018, de 1° de outubro de 1996;

·— considerando o disposto no art. 8°, § 1°, inciso ll, e § 4°, da Lei n° 9.782, de 26 de janeiro de 1999, e no art.

' '

J . . . 77

wmApne.mp1.gov.br ­ Porto Alegre: PABX (51) 9284.7200 - Bagé: (53) 3242.2599 - Bento Gonçalves: (54) 9454.9445 - cachoeira do sul: canoae: (51) 9469.9959 ­ Caxias do Sul: (54) 9222.0400 - Cruz Alta: (55) 9924.9451 ~ Erechim: (54) 3522. 880

, Lajeado: (51) 9709.2721 - Novo Hamburgo: ($1) 9582.0091- Passo Fundo: (54) 9912.1247 · Pelotas: (59) 9225.0011 - Rlo Grande: (59) 9231.9980 Santa Cruz do Sul: (51) 9119.4295 - Maria: (55) 9222.8855 ­ Santana do Livramento: (55) 9242.9790 · Santa Rosa: (55) 9511.3106

\ San!nÅnga1o. (55) 9919.2011­Urugualana. (55) 94114922.. _. _. ·

_ N\

~ 0 000 79, MINISTERIO PUBLIC0 FEDERAL

_

FROCUEAUORIA DA nEFusucA no mo GRANDE oo SUL

4°, §·1°, inciso II, e § 4°, do Decreto n° 3.029, de 16 de . abril de 1999; .

considerando o' relatório da Organização Mundial de . Saúde ­ OMS, Global Status Report on Alcohol ­ 2004,

' que aponta tendência de aumento. do consumo de álcool no Brasil nos últimos 30 anos;

· considerando as conclusões do relatório da OMS intitulado “neurOciências: consumo e dependências de

?

substâncias psicoativas”, que apontam o álcool como importantíssima causa de mortalidade e incapacidade · conforme veiculado na Portaria Ministerial n°. 2.197, de

. 14 de outubro de 2004, baixada pelo Ministro de Estado da Saúde tendo em vista as determinações da Lei n°. 10.216 de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de

· transtomos mentais e redireciona o modelo assistencial

em saúde mental;

considerando as pesquisas epidemiológicas nacionais

realizadas pela Secretaria Nacional Antidrogas -

SENAD, por meio do Centro Brasileiro de informações sobre Drogas (CEBRID) da Universidade Federal de São Paulo, que apontam o álcool como a droga mais consumida no Brasil e que apresenta o maior índice de

`

~ dependência na população (11,2%);

' considerando que, o teor do art. 2° da Portaria

Ministerial n°. 1.059, de 4 de julho de 2005, entende-se por ações de redução de danos as inten/ençôes de saúde pública que visam prevenir as consequências negativas do uso de álcool e outras drogas;

‘ “

considerando que a Política Nacional sobre Drogas,

, aprovada pelo CONAD em 23 de maio de 2005, reconhece a estratégia de de Fledução de Danos como medida de intervenção preventiva, assistencial, de

promoção da saúde e dos direitos humanos;

. considerando que constitui direito básico do'

consumidor a informação adequada, clara e ostensiva

'

78

www.prra.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 · Bagé: (53) 3242.2699 ­ Santo Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cschoolra do sul: canoas: (51) 3463.9959 - Caxlas do Sul: (54) 3222.0400 ­ Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9680 Lajeado: (51) 3709.2721 ­ Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 ­ Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 - Rlo Grande: (53) 3231.3380 Sanœ Cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 ­ Santana do Llvramanto: (55) 3242.3130 — santa Roaa: (55) 3511.3108 Santo Àngalo: (55) 3313.2011 · Umgualana: (55) 3412.4922

Ò

'

—

a

OGOOEO

FRocunAoomA DA REFÚEUCA no mo GRANDE no SUL ‘

sobre o produto, no caso a bebida alcoólica, não . importa o seu teor, sobre os riscos que apresenta; e

considerando que a saúde é um direito de todos e

. dever do Estado garantido mediante políticas públicas.

adotou a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretor­Presidente, determino a sua publicação:

?

Art. 1° A propaganda comercial de bebidas potáveis — com teor alcoólico superior a treze graus Gay Lussac

estará sujeita às seguintes restrições:

• I - somente poderá ser efetuada nas emissoras de

rádio e de televisão entre as vinte uma e às seis horas.

II - não poderá associar o produto a esporte olímpico

ou de competição, ao desempenho saudável de qualquer atividade, a celebrações cívicas ou religiosas,

' à condução de veículos e a imagens ou ideias de maior êxito ou sexualidade;

Ill - não poderá atribuir aos produtos propriedades

terapêuticas e medicamentosas, sugerindo que eles poderiam contribuir para a melhoria da saúde e do bem-estar em geral; ,

IV - não poderá empregar imperativos que induzam

_ diretamente ao consumo. Tais como: “Bebal"

,

· “E×perimente!", “Compre!", "Tomel".

, V - não poderá usar de linguagem direta ou indireta relacionando o consumo de bebida alcoólica com a satisfação de necessidades fisiológicas, tais como sede e fome, bem como à gastronomia e excessos

_

etllicos. .

Art. 2° A propaganda comercial de todas as bebidas que contenham álcool na sua composição, -

independentemente do respectivo teor alcoólico,

incluindo as cervejas, vinhos e todas as classificadas na categoria dos “iœs", “coo|ers", “á|cool pop”, “ready

to drink”, “maItematives", assim como outras

assemelhadas, estará sujeita às seguintes restrições:

‘ '

79

vnw1.prra.rnp1.gev.hr ? Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 - Bagé: (53) 3242.2699 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: Canoas: (51) 3463.9059 - Caxias de Sul: (54) 3222.0400 - Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9580 Laþado: (51) 3109.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 ­ Pelotas: (53) 3225.0011 ­ Rle Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 - Sanmna do Livramento: (55) 32A2.3130 ­ Santa Rosa: (55) 3511.3108 Santo Ångelo: (55) 3313.2011 · Uruguaiana: (55) 3412A922

à`

4

. .—

1

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL Fnocun/moRrA DA REFUEUCA no mo GRANDE no sul.

‘—

l - não poderá incluir a participação de crianças e

- adolescentes e nem utilizar figuras, linguagem,

recursos gráficos e audiovisuais pertencentes ao

, universo infantil, tais como animais “humanizados”,

· bonecos ou animação que possam despertar a curiosidade ou atenção de menores e contribuir para a

adoção de valores morais ou hábitos incompatíveis(

com sua condição; `

l| ? não poderá sugerir ou estimular o consumo com cena, ilustração, áudio ou vídeo, que apresente a

• ingestão do produto ou de qualquer outra forma induzir‘

_ o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde e segurança, nem associar o

- efeito decorrente do consumo a estereótipos de

sucesso e integração social que não correspondem à . realidade dos usuários;

lll - nos cartazes, posteres e painéis exibidos nos pontos de venda, deverá ser inscrita, de forma legível,

em cores contrastantes com o fundo da mensagem, a seguinte frase: “VENDA PROIBIDA PARA MENORES DE 18 ANOS", de acordo com as proporções

estabelecidas no § 5° do art. 2°.`

Parágrafo único. 0 planejamento de mídia levará em .

‘

consideração que o anúncio se destina ao público

adulto, maior de idade, refletindo as restrições técnicas

D e eticamente recomendáveis, inclusive quanto ao

horário, devendo ser inserido em programação,

publicação ou Web site (Hot site, Pop, banners digitais) e congêneres.

'

An. 3° A propaganda comercial de bebidas alcoólicas, inclusive as de que trata o artigo 2° desta Flesolução,

—

'

deverá apresentar, nos meios de comunicação e em função de suas características, as seguintes

_ advertências, que deverão ser veiculadas de forma

altemada:

·

\ — ~o SAÚDE ADVERTE: o ALCOOL É CAUSA INÚMERAS DOENÇAS, COMO CÀNCER DE FÍGADO E LESÕES CEREBRAIS.";

` ‘

80

www.prn.mp1.gov.hr - Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 - Bagé: (53) 3242.2599 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51| ,

Canoas: (51) 3463.8958 - Caxias do Sul: (54) 3222.0400 · Cruz Alta: (55) 3324.3451 · Erechim: (54) 3522.9680 Lajeado: (51) 3109.2121 ­ Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 · Pelotas: (53) 3225.0011 - Rio Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 · Santa Maria: (55) 3222.8855 - Santana do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santo Ångelo. (55) 3313.2011 - Uruguaiana. (55) 3412.4922

` Ü O 0 08 2

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL FROCURAUORJA DA REFÚEUCA no Rio GRANDE no sul.

’

. li. “O MINlS`l'ÉR|O DA SAÚDE ADVERTEŠ O ALCOOL

. CAUSA DEPENDÈNCIA FÍSICA E PSIQUICA.";I

III ­ "O_ MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE:

« INGESTAO DE ALCOOL DURANTE A GRAVIDEZ E `

`

CAUSA DE RETARDO NO DESENVOLVIMENTO . . MENTAL DO BEBÉ".

· lV - “O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE:

AClDENTES_DE TRANSITO APÓS 0 CONSUMO DE ALCOOL SAO UMA DAS MAIORES CAUSAS QE MORTE EM TODO 0 MUNDO. SE BEBER, NAO • DlRIJA.”; 4

‘ V - “O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: CERCA Dg 70% DOS ACIDENTES DE TFlÃNSlT0 FATAIS ·.

SAO CAUSADOS PELO CONSUMO DE ALCOOL. SE

I

BEBER, NÅO DIR|JA.".

· Vl ? 0 CONSUMO DE BEBIDAS PODE CAUSAR . DEPENDÈNCIA, SENDO PROIBIDA A VENDA A

MENORES DE 18 (DEZOITO) ANOS.

§ 1° NO rádio, a advertência deverá ser veiculada imediatamente após o término da mensagem publicitária e terá locução diferenciada, cadenciada,

`

pausada e perfeitamente audível.

.

' `

§ 2° Na televisão, inclusive por assinatura, e no

cinema, a advertência deverá ser veiculada da

_'

seguinte forma:

I. A.advertência, deverá ser exibida em canela única, com fundo preto em letras brancas, de forma a permitir

_ a perfeita legibilidade e visibilidade, permanecendo

imóvel no vídeo, com locução diferenciada, cadenciada

_

e perfeitamente audível; `

II. A canela obedecerá ao gabarito RTV de filmagem no tamanho padrão de 36,5cmX27cm (trinta e seis e

· meio centímetros por vinte e sete centímetros);

·

_ lll. As letras apostas na canela serão de família

tipográfica Humanist 777 Bold ou Frutiger 55 Bold

corpo 38, caixa alta.

,

I·

81% ë’;?ã;,"£'"ãž'a’{"š’žè§f’Jš°5ã'°??°è§?âî‘a?,"2g“‘š‘.ñî°?}èr’Jššîažî.’õ‘“?°c§’.Ï2‘°A‘îÏ£°'ïÉîî?'š‘åž2r§A’x?¥’ï°?¿î';‘;°ll“ .,?î°îZï,"2ãšã†a.?aàl šgxgdca ziåršhuršgäišnãïrïtgágs |åažssgsigundgr

Pelotas: (5:) :125.0011 ­ Rio Grande: (5:) 32.31.3380 na s amam. (Sõ) auxmo — sane um: xaõi xsimius

'šž.ÏšYlŠ"Šfi.

MINISTERIO PUBLIC0 FEDERAL3

FnocunAoomA DA REFUEUCA no Rio enmos oo SUL

§ 3° Nos jomais e revistas a advertência deve ser

. inserida em retângulo de fundo branco, emoldurada por filete intemo, em letras de cor preta, padrão

Humanist 777 Bold ou Fmtiger 55 Bold caixa alta, nas

.

`

— seguintes dimensões:

- §4° Nos demais impressos, tais como folderes,

panfletos, filipetas e displays entre outros, a`

mensagem deve ser inserida em retângulo de fundo '

branco, emoldurada por filete intemos em letras de cor • preta, padrão Humanist 777 Bold ou Frutiger 55 Bold`

. caixa alta, seguindo a mesma proporção estabelecida para as revistas e respeitando o limite mínimo de letra corpo 7. ·

"

§5° · Na mídia exterior e congêneres, quaisquer que .

ê

sejam os suportes utilizados para O anúncio, a advertência deve ser inserida em retângulode fundo branco, emoldurada por filete intemo, em letras de cor preta, padrão Humanist 777 Bold ou Frutiger 55 Bold

caixa alta, nas seguintes dimensões;

§6° - Na internet, nas mensagens publicitárias

_ . veiculadas, a advertência deve

_ ser exibida

‘

permanentemente e de forma visível, sendo inserida

' em retângulo de fundo branco, emoldurada por filete intemo, em letras de cor preta, padrão Humanist 777

l Bold ou Frutiger 55 Bold, caixa alta, respeitando a j`

proporção de dois décimos do total do espaço da propaganda.

_

§7° - Qualquer tamanho não especificado para as · propagandas deve ser proporclonalizado tomando-se

`

por base a definição de 1/4 (um quarto) de página para

jornais, revistas e demais impressos e de 0 a 250 cm2 '

(zero a duzentos e cinquenta centímetros quadrados) ~

e para mídia exterior e congêneres.

Art. 4° Fleportagens e matérias jomalísticas divulgadas

em quaisquer meios de comunicação sobre todas as '

`

82

www.prrs.mp|.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 ­ Bagé: (53) 3242.2899 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 ­ Cachoeira do Sul: (| Canoas: (51) 3463.9959 - Cexlao do Sul: (54) 3222,0400 · Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9680 Lajeado: (51) 3109.2121 ­ Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Palomaz (53) 3225.0071 - Rlo Grande: (53) 3231.3380 sem cxxxx do Slxix (si) :71:.ms — me um; (õs) xmssõõ — sxxxsxxx xi. timmsmx (55) ximxvxù — seus iam; (55) Jamxùõ \ Santo Ångalo. (55) 3313.2011 - Uruguaiana: ($5) 3412.4922

·

. :<~šž®

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL GOÜOS4 PROCURADORIA DA EEFÚEUCA no mo GRANDE oo sut

`

bebidas que contenham álcool na sua composição, independentemente do respectivo teor alcoólico,

estarão sujeitas às mesmas restrições referidas nos arts. 1° e 2°, e deverão conter mensagens de

'

advertência conforme definidas no art.3°.

Art. 5° A ÍHODSSNŠHCÍB das normas estabelecidas nesta Resoluçao configura infração sanitária nos

termos da Lei n° 6.437, de 20 de agosto de 1977, e da · Lei n° 9.294, de 15 de julho de 1996.

Art. 6° Esta Ftesolução entrará em vigor 180 (cento e • oitenta) dias após a data da sua publicação.

· DIRCEU RAPOSODE MELLO

. Conforme informações obtidas no site da ANVISA, a

Consulta Pública, que esteve aberta a contribuições entre novembro/2005 e

março/2006, recebeu 157 contribuições, as quais foram consolidadas (DOC

12). Em dezembro/2006 foi realizada audiência pública para discussão do `

texto final da resolução, e, ao longo de 2007, o tema foi debatido em

reuniões, seminários e eventos.

·

I

Até o presente momento, contudo, naofoi aprovada a

` proposta pela Diretoria da ANVISA e consequentemente publicado o`

regulamento, o que demonstra que a autarquia Flé não está exercendo suas

competências em face da publicidade de bebidas alcoólicas.

`

No que cabe ao Departamento de Proteção e Defesa

do Consumidor, a conclusão não é outra. Compete-lhe, conforme as Leis n°

10.683/03 e n° 8.078/90 e o Decreto 2.128/97, implementar a Polícia

· Nacional das Relações de Consumo, promovendo ações de proteção à

saúde do consumidor.

Senao, vejamos: ‘

`

as

www.prre.mp!.gov.hr - Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 - Bagé: (53) 3242.2599 ­ Bento Gonçetves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (| Cenoaa: (51) 3463.9959 - Caxias do Sul: (54) 3222.0400 - Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.3580 Lajeado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 ­ Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotàs: (53) 3225.0071 - Rio Grande: (53) 3231.3380 sem em 4.. Sul: (si) xmmõ — seria Maria: (es) amem — sanam de timmxmex (55) xmõrõu — sua rim; (55) :ia11.;1ùõ \ Sento Ångele: (55) 3313.2011 ­ Uruguaiana: (55) 3412.4922 \

c èa,

I

·

?

MINISTÉRIO FÚ|IJCO FEOERAI. œûoch

FnocunAoomA DA nEFÚeucA no mo GRANDE no sur

Lei 10.683/03`

· An. 27. Os assuntos que constituem áreas de

competência de cada Mlnistérlo são os seguintes:

_

XIV - Ministério da Justiça: [...]`

defesa da ordem econômica nacional e dos direitos do consumidor;

Lei 8.078/90 (CDC)

•? 4°. A Polltica Nacional das Relaçòes de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos

`

consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a

_

transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Fledação dada pela

Lei n° 9.008, de 21.3.1995)4

I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor

no mercado de consumo;

II - ação govemamental no sentido de proteger

efetivamente o consumidor:

por iniciativa direta;

.— '

[...]

, pela presença do Estado no mercado de consumo;

lll · harmonização dos interesses dos participantes das

relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem

`

econômica (art. 170, da Constltuiçao Federal), sempre

com base na boa­fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fomecedores;

[...]

`

VI - coibiçâo e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, [...];

'

84

vAwr.prn.mp1.gov.hr · Porto Alegre: PABX (51) 32n4.1200 ­ Bagé: (53) 3242.2699 - Bento Gonçalves: (54) 34&.3445 · Cachoeira do Sul: Canoas: (51) 3453.9959 - Caxlas do Sul: (54) 3222.0400 ­ Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.5680 Lajeado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3552.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 - Rlo Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3713.4235 ­ Santa Maria: (55) 3222.5555 - Santana do Livramento: (55) 3242.3730 - Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santo Ångelo: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922

` I

OÜGOSS

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FRocunAoomA DA REFÚEUCA no mo GRANDE no SUL

‘

~

Art. 106. Oh

Departamento Nacional de Defesa do . Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito

Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substituí-

I

lo, é organismo de coordenação da política do Sistema . Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo­lhe:

I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a

_ política nacional de proteção ao consumidor;

. [-—­l

Vll - levar ao conhecimento dos órgãos competentes

• as infrações de ordem administrativa que violarem os —

interesses difusos, coletivos, ou individuais dos ‘

consumidores; —

Decrato 2.128/97`

V

Art. 1°. Fica organizado o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor - SNDC e estabelecidas as normas

_

gerais de aplicação das sanções administrativas, nos termos da Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990.

· Art. 2°. integram o SNDC a Secretaria de Direito

Econômico do Ministério da Justiça SDE, por meio do seu Departamento de Proteção e Defesa do

_ . _

Consumidor - DPDC, e os demais órgãos federais, '

estaduais, do Distrito Federal, municipais e as

‘ entidades civis de defesa do consumidor. ?'

· An. 3°. Compete ao DPDC, a coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor,

cabendo-lhe:

-

I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a

política nacional de proteção e defesa do consumidor;

·

[...]

Vll ­ levar ao conhecimento dos órgãos competentes `

as infrações de ordem administrativa que violarem os —

A

interesses difusos, coletivos ou individuais dos

consumidores; (9rifou?se)

`I

85

www.pn~a.mp1.gov.hr - Porto Alegre: PABX (51) 3284.7200 - Bagé: (53) 3242.2599 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: Canoas: (51) 3453.9959 · Caxias do Sul: (54) 3222.0400 ­ Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechlm: (54) 3522.9580 Lajeado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 ­ Rlo Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 · Santana do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3106 Santo Ångalo: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922

I

ffižgïw

· ×w · OÜOOS7 MINISTERIO PUBLICO FEDERAL

FRocuRAooniA DA nEFÚeucA no mo GRANDE no SUL‘

'

Ocorre que se verifica a total inércia do órgão, que não

proíbe nem reprime os abusos praticados. A Política Nacional de Proteção e

Defesa do Consumidor, na medida em que preconiza a guarda da saúde · dos consumidores brasileiros, não vem sendo, assim, executada pelo

DPDC, merecendo reparos na sua conduta.

4

Ademais disso, nunca é demais lembrar que o Código

de Defesa do Consumidor outorga amplos deveres-poderes a estes órgãos

• a fim de que cumpram sua função de proteção da saúde da população em

face da publicidade de produtos de consumo, que não vêm sendo, porém,

observados:

. Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão nomias relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e ser\/iços.

§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Munlclplos fiscalizarão e controlarão a produção,

`

industrialização, distribuição, a publicidade de . . produtos e serviços e o mercado de_ consumo, no

--' interesse da preservação da vida, da saúde, da

0 segurança, da informação e do bem­estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem necessárias.

?

§ 3° OS órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições para fiscalizar e controlar

. o mercado de consumo manterão comissões

permanentes para elaboração, revisão e atualização

_ das normas referidas no § 1'°, sendo obrigatória a participação dos consumidores e fomecedores.

‘

§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob pena de

desobediência, prestem informações sobre questões?

Sõ

www.prrs.mp1,gov.br ? Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 · Bagé: (53) 3242.2899 ~ Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: Canoas: (51) 3483.9959 · Caxlas do Sul: (54) 3222.0400 - Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9680 Lajeado: (51) 3108.2121 ­ Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 - Rlo Grande: (53) 3231,3380 Santa Cniz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 ­_$8|\Ü|\8 do Livramento: (55) 3242.3730 - Santa Rosa: (55) 3511.3106 Santo Ångslo: (55) 3313.2011 ­ Uruguaiana: (55) 3412.4922

I

.

'

MINISTÉRIO P|LICO FEDERAL 000038

FROCURAOORIA DA REFÚEUCA no aro GRANDE no SUL‘

de interesse do consumidor, resguardado o segredo — industrial.

Art. 56. As infrações das normas de defesa do — consumidor ficam sujeitas, conforme o' caso, às

‘

seguintes sanções administrativas, sem prejulzo das de natureza civil, penal e das definidas em normas

. especificas:

_

I ­ multa;

ll - apreensão do produto;

• lll - inutilizaçao do produto;_

· IV - cassação do registro do produto junto ao órgão

competente;

V - proibição de fabricação do produto; · Vl ­ suspensão de fomecimento de produtos ou

serviço;

Vll - suspensão temporária de atividade;?

Vlll - revogação de concessão ou permissão de uso;

IX - cassação de licença do estabelecimento ou de

atividade:

X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de .

'

obra ou de ati\/idade;

, XI - intervenção administrativa; †'

× '

XII - imposição de contrapropaganda.

Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa, no

· âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas

cumulativamente, inclusive por medida cautelar,`

antecedente ou incidente de procedimento

administrativo. .

I

* E como refere Antônio Herman de Vasconcellos e

`

87

I

www.pnn.mp1.gov.hr ­ Porto Alegre: PABX (51) 3284.7200 · Bagé: (53) 3242.2699 - Banto Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: |1 Canoas: (51) 3463.9959 · Caxlaa do Sul: (54) 3222.0400 - Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechlm: (54) 3522.9680 Lajeado: (51) 3709.2121 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 - Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Pelotas: (53) 3225.0071 · Rlo Grande: ($3) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Santa Maria: (85) 3222.8855 - Santana do Livramento: (55) 3242.3730 - Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santa Ångele: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922

~=LÉi‘u‘·£E=

,

e

a

OOÜÚSQ MINISTÉRIO PÚBLIC0 FEDERAL

PROCURADORIA DA nEFÚeucA no mo GRANDE oo sui.‘

`

Benjaminn ao tratar dos fundamentos constitucionais do controle da

publicidade de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e

terapias, o legislador ordinário, para bem cumprir o art. 220, §§3° e 4°, e

regrar tais hipóteses publicitárias específicas, deve instituir controle legal

complementar (= mais rigoroso) ao previsto no CDC, que, como é óbvio,

regula a generalidade da matéria. Em outras palavras, há que ser regime

jurídico mais assegurador do que o aplicável à publicidade comum, na sua

acepção como relação de consumo. Nessa linha de raciocínio, 0 sistema do · CDC caracteriza-se por ser um verdadeiro piso mínimo ?de tutela do

consumidor Por conseguinte, as restrições legais', referidas no art. 220,

§4‘{ agregam natureza, objetivos e alcance diversos das normas

requisitadas pelo constituinte para a proteção, em outros campos do

mercado, do consumidon neste último caso pela letra expressa do art. 52

inc. )OO(ll, e do ert. 48, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Em síntese, o CDC salvaguarda a universalidade dos destinatários da - publicidade dos produtos e sen/iços em geral, elencando princípios,

padrões e reprimendas, entre os quais a condenação da oferta enganosa

ou abusiva. Finalmente, é sempre oportuno lembrar que o juiz, ao `

vislumbrar tratamento administrativo lnsatisfatório do tema, deve, nos

‘ tennos do art 102, caput, do CDC, detenninar ao Poder Público que

atue com maior rigor na sua disciplina. (grifamos)

_

Conciui-se, portanto, que ambas entidades Rés

devem ser competidas a exercer os deveres­poderes que lhes foram

alcançados pela Lei, tiscaiiiando e reprimindo a publicidade de bebidas

com teor igual ou inferior a 13 graus Gay Lussac da mesma forma como

" Código Brasiieiro de Detesa do Consumidor Comentado peios Autores do Anteprojeto,

Forense Universitária, 7* ed. Revista e ampliada, p. 306.

`

SS‘

ë¥.1?;,"šZ"‘iši’{"š’Ãèa’f’áš°¿‘°‘?”èîîîš,"23??šî.îî°?îèNä‘3îãîî—’õ"ï°°c?.?&‘?°A‘£°“ïÉ‘îî???š?îr§ra¢‘Z°Éî'l‘;°¿1°.¿°î§E,‘|

Lajeado: (51) 3709.2721 ­ Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 ­ Passo Fundo: (54) 3312.1147 - Peioœs: (53) 322.5.0071 - Rio Grande: (53) 3231.3380

g::::Åîx:a°aï55î.£1§;à1:r1ã;:šJuî| äxmsgai xmmõ — Santana do Livramento: iõai mzarso — sem um; ias; xõimùõ

· — lFaî;r;;>;š:è

MINISTERIO PUBLIC0 FEDERAL FRocURAooniA DA REFÚEUCA no mo erunoe oo sul.

ocorre com as de teor superior.`

`

8. 7'UTELA ANTECIPADA

4 0 art. 12 da Lei da Ação Civil Pública (Lel 7.347/85)

estabelece a possibilidade de concessão de mandado liminar, nos casos de

possibilidade de dano irreparável ao direito em conflito, decorrente da

· natural morosidade na solução da lide._

Fleferido dispositivo tem natureza tanto cautelar,

protetivo da eficácia da jurisdição, quanto de antecipação da tutela.

À

E com a redação do art. 273 do CPC essa tutela

antecipada vê­se ainda mais consagrada, em conjunto com o atual sistema

processual civil, que alberga. amplamente, a hipótese de concessão do

bem da vida antes do julgamento final. .

· Há pressupostos básicos que legitimam a tutela

antecipatória que, indlssociados da reversibilidade do provimento,

· traduzem-se na verossimilhança da alegação e fundado receio de dano

irreparável ou de difícil reparação.

Comentando os pressupostos supramencionados,

, _ Teori Albino ZavasCkl?° pondera que:

“Atento, certamente, à gravidade do ato que

opera restrição a direitos fundamentais, estabeleceu o

legislador, como pressupostos genéricos,

?° Antecipação da Tutela, editora Saraiva, São Paulo, 1997, p. 75~76. _

www.pns.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 — Bagé: (53) 3242.2599 ­ Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51) 3724.0121 Canoas: (51) 3463.9959 - Caxlna do Sul: (54) 3222.0400 ­ Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9890 Lajeado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 ­ Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (53) 3225.0071 · Rlo Grande: (53) 3231.3380 santa cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 · Santana do Llvramanto: (55) 3242.3730 - Santa Rosa: (55) 3511.3105 \ Santo Ångolo: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922

õÃE?‘;l‘·>Í,?i.

' ØGUOSJ

MINISTÉRIO Fúeuco FEDERAL FnocunAoomA DA REFueucA no mo GRANDE no suL

‘

indispensáveis a qualquer das espécies de

· antecipação da tutela, que haja (a) prova inequívoca e

(b) verossimilhança da alegação. 0 fumus boni iuris

deverá estar, portanto, especialmente qualificado:

e×ige­se que os fatos, examinados com base na prova

— já carreada, possam ser tidos como fatos certos. Em

» outras palavras: diferentemente do que ocorre no

processo cautelar (onde há juízo de plausibilidade

Q. quanto ao direito e de probabilidade quanto aos fatos `

alegados), a antecipação da tutela de mérito supõe

verossimilhança quanto ao fundamento de direito, que

decorre de (relativa) certeza quanto à verdade dosÀ

fatos. Sob esse aspecto, não há como deixar de

identificar os pressupostos da antecipação da tutela de

mérito, do art. 273, com os da Iiminar em mandado de

segurança: nos dois casos, além da relevância dos

fundamentos (de direito), supõe­se provada nos autos`

a matéria fática. (...) Assim, o que a lei exige não é,

'

I

certamente, prova de verdade absoluta, que sempre

será relativa, mesmo quandoconcluída a instrução,

mas uma prova robusta, que, embora no âmbito de

cogniçao sumária, aproxime, em segura medida, o

julzo de probabilidade do julzo de verdade"

No caso, a verossimilhança está estampada nos

fundamentos da inicial, e o fundado receio de dano irreparável ou de difícil

reparação decorre da influência da publicidade no aumento do consumo de

‘

90

ujsxasx (si) mø.m« — um Hamburgo: (xi; Jmmx — iam Fumx (ui xxmw — Pelotas: tu; mmvi — mo Gmnde: 4;;; mxgsgaj mmaõ — meu do Livramento: iõõj 3142.3730 ? Sxm Rosa: xaai xamxùa

_ .

e OOOOJ «.

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL FROcuRAoomA DA REFÚEUCA no mo SRANOE no SUL

‘

bebidas alcoólicas, principalmente por jovens, e dos danos à saúde pública(

causados por esse consumo (violência, acidentes automobilísticos,

enfermidades causadas pelo uso abusivo do álcool etc).

'

Sendo assim, resta incontestável O receio de que a

demora no provimento jurisdicional possa acarretar danos de difícil

reparação e até mesmo irreparáveis à saúde pública.

Ù Por fim, ressalte-se que não há risco de

·

. irreversibilidade do provimento antecipado: caso este Juízo entenda que

não e caso de imposição de restrições à publicidade, poderá revogar a

determinação de modo que a publicidade volte a ser veiculada sem

qualquer restrição.

9. PEDIDOS '`

Pelo exposto, postula o MINISTERIO PÚBLICO'

FEDERAL:

‘ a) a citação da ANVISA, na pessoa de seu Procurador,

na Av. Borges de Medeiros n° 536 sala 1008, Porto Alegre/RS, e sua

intimação para os fins doart. 2° da Lei n° 8.437/92;

— _b) a citação da UNIÄO e sua intimação para os fins do

art. 2° da _Lei n° 8.437/92;

o) a antecipação dos efeitos da tutela e, ao término da

­ instrução, o julgamento de procedência dos pedidos, com a determinação:

'

C.1) à ANVISA e à UNIÄO para que, por seus

órgãos competentes, passem a aplicar as seguintes

`

91

www.pns.mp1.gov.hr · Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 ­ Bagé: (53) 3242.2699 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 · Cachoeira do Sul: (51) 3124.0E21 Canoas: (51) 3463.9959 - Caxlaa do Sul: (54) 3222.0400 - Cruz Alta: (55) 3324.3451 ­ Erechim: (54) 3522.9580 Lajeado: (51) 3709.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 ­ Passo Fundo: (54) 3312.1247 - Pelotas: (83) 3225.0071 ­ Rio Grande: (53) 3231.3380 Sanæ Cruz do Sul: (51) 3713.4235 - Sarm Maria: (55) 3222.8855 · Santana do Livramento: (55) 3242.3730 - Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santo Ångelo: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4822

· |aïöîß · 00003 3

MINISTERI0 PUBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REFÚEUCA no nio SEANOE no sul.

0

restrições a todas as bebidas com teor alcoólico igual '

ou superior a 0,5 grau Gay Lussac:

~ c.1.1) Somente será permitida a propaganda

comercial de bebidas alcoólicas nas emissoras de `

rádio e televisão entre as vinte e uma e as seis horas

(an. 4°, caput, da Lei 9.294/96);

__ c.1.2) Somente será permitida a propaganda

` comercial de bebidas alcoólicas nas emissoras de

— televisão entre as vinte e uma e as vinte e três horas

nos casos de obras audiovisuais não recomendadas

para menores de 18 anos, nos termos da classificação

» indicativa em vigor (PORTARIA n° 1.220, de 11 de

julho de 2007, do Ministro da Justiça);

C.1.3) A propaganda de bebidas alcoólicas não

_

poderá associar o produto ao esporte olímpico ou de

competição, ao desempenho saudável de qualquer

atividade, à condução de veículos e a imagens ou

ideias de maior êxito ou sexualidade das pessoas. (§ 1°

` do arl. 4° da Lei 9.294/96); _

c.1.4) Os rótulos das embalagens de bebidas

alcoólicas conterão advertência nos seguintes termos:

“Evite o consumo excessivo de álcoo|" (§2° do art. 4°

da Lei 9.294/96);

c.1.5) Na parte intema dos locais em que se

vende bebida alcoólica, deverá ser afixado advertência0

escrita de fomra legível e ostensiva de que é crime

·

dirigir sob a influência de álcool, punível com detenção

(art. 4° - A da Lei 9.294/96); 4

QÍJÍZÓ www.prre.mp1.gov.br ­ Porto Alegre: PABX (51) 3284.1200 - Bagé: (53) 3242.2599 - Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 - Cachoeira do Sul: (51) 3124.01 21 Canoas: (51) 3483.9959 - Caxias do Sul: (54) 3222.0400 ­ Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9880 La)eado: (51) 3709.2721 ­ Novo Hamburgo: (51) 35820031 - Passo Fundo: (54) 3312.1247 · Pelona: (53) 3225.0071 - Rlo Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 - Sanmne do Livramento: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santo Ångelo: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922 Q

, .

d

·

.

000094 MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

FRocunAoomA DA REPUBUCA no mo oramos no sul. ‘

I

c.1.6) É vedada a utilização de trajes esportivos, '

relativamente a esportes olímpicos, para veicular a

propaganda de bebidas alcoólicas (art. 6° da Lei `

9.294/96);'

c.1.7) As restrições acima enumeradas aplicam-

.

`

se para eventos alheios à programação normal ou ‘

rotineira das emissoras de rádio e televisão e à

propaganda estática existente em estádios, veículos •' de competição e locais similares; ·

c.1.8) Bebidas alcoólicas não poderão ser objeto

de promoção, mediante distribuição de prêmios (art.

. 10 do Decreto 70.951, de 9 de agosto de 1972, que `

"dispõe sobre a distribuição gratuita de prêmios,

mediante sorteio, vale-brinde ou concurso, a título de

propaganda, e estabelece normas de proteção à — poupança popular'); ·

'

c.2) à ANVISA para que passe a aplicar, em caso — de descumprimento das restrições relacionadas no

` 4

item C.1, supra, as sanções previstas no art. 9° e seus · _

incisos da Lei n° 9.294/96, nos termos de sua

competência exclusiva ou concorrente com a vigilância

sanitária municipal, inclusive com relação às agências

. de publicidade responsáveis por propaganda de

âmbito nacional (art. 9°, § 4°, I, da Lei 9.294/96);_

c.3) à União Federal (órgão de regulamentação

. . da aviação civil do Ministério da Defesa) para que, em

caso de descumprimento das restrições relacionadas`

no item c.1 supra, passe a aplicar as sanções

previstas no art. 9° e seus incisos da Lei n° 9.294/96à

'

os

www.prra.mp1.gov.br - Porto Alegre: PABX (51) 3264.7200 ­ Bagé: (63) 3142.2699 ? Bento Gonçalves: (54) 3454.3445 ­ Cachoeira do Sul:

$2.*:::1.lï1l.,,ã:¢‘.ã'?‘î.‘.?1..' ..§.‘:.Ïl:* ,,?:,. iå, šäáùlãfl š¿ãã'21.?å’ ..` rxã?å‘.äxrša§%‘.l·ž.r¿aš.’a.§;°åãš.«õ.—‘ï‘šä2'¿".;.åš?l.,îaãša?.‘šã8

gîr ntgglråoslss|lå| 3222.8855 - Santana do Livramento: (55) :242.3180 - Santa Rosa: (55) 3511.:106

g‘\

..:3lgg|

A

MINISTERIO PUBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REFÚEUCA no nio GRANDE oo SUL

‘

em relação a infrações verificadas no interior de '

aeronaves ­art. 9°, § 4°, II, da Lei n° 9.294/96;

— C.4) à União Federal (órgão do Ministério das

Comunicações responsável pela fiscalização das

emissoras de rádio e televisão) para que, em caso de

descumprimento das restrições relacionadas no item`

C.1, supra, passe a aplicar as sanções previstas no art.

· 9°·e seus incisos da Lei n° 9.294/96 ? art. 9°, § 4, IV, _

’ da Lei n° 9.294/96; ~

c.5) à União Federal (órgão de regulamentação

de transportes do Ministério dos Transportes) para que

— passe a aplicar as sanções previstas no art. 9° e seus

incisos da Lei n° 9.294/96 em relação a infrações

ocorridas no interior de transportes rodoviários,

ferroviários e aquaviários de passageiros (art. 9°, § 4°,

V, da Lei n° 9.294/96).'

d) a produção de provas documentais, periciais e

_

testemunhais; .

~ _ e) a fixação de multa diária no valor de R$ 50.000,00,

a ser revertida para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (art. 13 da Lei

7347/85), para o caso de descumprimento da determinação judicial,

4

inclusive deri\/ada da antecipação dos efeitos da tutela.

Atribui-se à causa o valor de R$ 50.000,00.

Porto Alegre, 3 de agosto de 09

Ana Paula Ca|ros Paulo Gilbert C o Lelvas

Procuradora da República Procurador egiona a República `

94

w\»\•.pn•.mp1.gov.br - Porto Alogm: PABX (51) 3284.7200 - Bagé: (53) 3242.2699 - Bonto Gonçalves: (54) MM.3445 - Cachoeira do Sul: (51) 3124.0121 Canoas: (51) 3483.9959 - Caxias da Sul: (54) 3222.0400 · Cruz Alta: (55) 3324.3451 - Erechim: (54) 3522.9680 Laþado: (51) 3109.2721 - Novo Hamburgo: (51) 3582.0031 · Passo Fundo: (54) 3312.1241 - Pelotas: (53) 3225.0071 ­ Rio Grande: (53) 3231.3380 Santa Cruz do Sul: (51) 3113.4235 - Santa Maria: (55) 3222.8855 - Santana do Llvmmanta: (55) 3242.3130 - Santa Rosa: (55) 3511.3105 Santo Angalo: (55) 3313.2011 - Uruguaiana: (55) 3412.4922