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Ministério da Educação Universidade Federal do Paraná - UFPR

Setor de Ciências da Terra Programa de Pós-graduação em Geologia

Coordenador do programa Profª. Drª. Maria Cristina de Souza Vice-coordenador Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Comissão organizadora do 20º seminário Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes Alice Marques Pereira Lau Camila Santos Silveira Erika Kiemo Pfau Santos Liliane Maia Tcacenco Manzano Editoração do boletim de resumos Erika Kiemo Pfau Santos Secretaria Kazutoshi Matsugano Ilustração da capa Napoleon Potyguara Lazzarotto Corpo docente Prof. Dr. Alberto Pio Fiori Prof. Dr. Almério Barros França Profª. Drª. Anelize M. B. Rumbelsperger Profª. Drª.Barbara Trzaskos Profª. Drª.Camila de V. Muller Athayde Prof. Dr. Carlos E. de Mesquita Barros Prof. Dr. Carlos Conforti Ferreira Guedes Prof. Dr. César de Castro Martins Profª. Drª. Cristina Silveira Veja

Profª. Drª. Cristina Valle Pinto-Coelho Prof. Dr. Eduardo Chemas Hindi Prof. Dr. Eduardo Salamuni Profª. Drª. Eleonora M. G. Vasconcellos Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira Profª. Drª. Geane Carolina G. Cavalcante Prof. Dr. Gustavo Barbosa Athayde Prof. Dr. Haakon Fossen Prof. Dr. João Carlos Biondi Prof. Dr. Leonardo Lagoeiro Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes Profª. Drª. Maria Cristina de Souza Prof. Dr. Maximilian Fries Prof. Dr. Otávio Augusto Boni Licht Prof. Dr. Pedro Filipe de Oliveira Cordeiro Prof. Dr. Ricardo Jorge Jahnert Prof. Dr. Rodolfo José Angulo Prof. Dr. Sandro José Froehner Prof. Dr. Saulo Pomponet Oliveira Professores convidados Prof. Dr. João C. Dourado Prof. Dr. Teodoro Isnard R. de Almeida Tiragem: 120 exemplares

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Apresentação

O ano de 2017 marca os 25 anos de atividades do Programa de Pós-graduação em Geologia da Universidade Federal do Paraná.

O seminário da pós-graduação em geologia é um evento que, além de apresentar um panorama da produção científica, visa discutir o funcionamento das duas áreas de concentração do programa: Geologia Ambiental e Geologia Exploratória.

Este caderno de resumos reúne os trabalhos apresentados no seminário anual do Programa de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, em sua vigésima edição. Reflete atividades de pesquisa dos pós-graduandos desenvolvidas no período 2016/2017. O volume reúne 80 comunicações sobre temas de investigação de dissertações de mestrado e teses de doutorado em desenvolvimento.

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20º Seminário do programa de pós-graduação em geologia da UFPR, 2017

Sumário

Altoé, Rhander Taufner - Estudo comparativo das deformações das rochas quartzíticas e carbonáticas na região da Serra do Cipó – MG 10

Andrade de Carli, Jean Carlos - Interpretação de anomalias magnéticas por meio da Transformada Signum 12

Baldin, Michelangelo Tissi - Análise estrutural em metamorfitos do Complexo Atuba com vistas à determinação das fases de deformação superpostas 13

Barão, Leonardo Mairink - Análise da deformação nas ilhas oceânicas do Atlântico Brasileiro: arquipélagos de São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha e Trindade e Martin Vaz 15

Barbosa, Tiago Casseb - Petrogênese das rochas vulcânicas ácidas e intermediárias da Bacia do Guaratubinha – PR 17

Bento, Thaís Bruna - Análise químico-mineralógica de escapolitas de Aracruz e nova Venécia – ES 19

Berton, Fábio - Correlação entre dados de GPR e afloramentos: aplicação para a análise da arquitetura e estratigrafia da planície costeira paranaense 21

Carvalho, Amanda Hammerschmidt - Arquitetura de potenciais unidades reservatório do Grupo Itararé, Bacia do Paraná – estudo comparativo entre os arenitos Lapa e Pedra Alta 23

Castro, Alexandre Millen de - Influência do metamorfismo térmico na qualidade de reservatório dos calcárias da Formação Irati 25

Castro, Fabrício Rodrigues - Métodos magnéticos semiquantitativos: desenvolvimento de programas e aplicação a dados sintéticos e reais da porção meridional do Cinturão Ribeira, Sul do Brasil 26

Conte, Thailli - Mecanismos de deformação e análise textural ao longo da Zona de Cisalhamento Lancinha, sul do Brasil 28

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De Almeida Ruela, Caroline - Tectônica e sedimentação durante o Neopaleozóico na porção sul da Bacia do Paraná 30

Dias, Isis Armstrong - Precipitação de argilominerais associados a carbonatos não-marinhos 31

Dressel, Bárbara Carolina - O depósito aurífero filoneano do Granito Passa Três (Leste do Paraná): Exemplo de mineralização desenvolvida durante a transição magmato-hidrotermal 33

Farias, Felipe - Carbonatos acamadados do Pré-Sal da Bacia de Santos como Evaporitos de carbonato de cálcio – Implicações tectono-estratigráficas na Formação Barra Velha 35

Fedalto, Guilherme - Caracterização petrotectônica da Formação Perau: implicações para os jazimentos de Pb-Zn-Ag (Cu-Ba) 37

Ferreira, Malu Millena Martins - Estudo microestrutural da deformação em rochas miloníticas do Arquipélago São Pedro e São Paulo 39

Gimenez, Viviane Barbosa - Tectônica Cenozoica do Extremo Nordeste de Santa Catarina 41

Groxko, Mariele Larissa - Interpretação de dados Aerogeofísicos das zonas mineralizadas de Panelas, Barrinha, Paqueiro e Rocha 43

Guimarães Titon, Bruno - Processos hidrotermais de formação de argilominerais associados a ambiente vulcânico 44

Hernández Vanegas, Andreina Del Carmen - Modelo Geomecánica Do Campo Mene Grande Área Paují Misoa. 46

Kleuser, Evelyn - Anisotropia de susceptibilidade magnética e análise de EBSD do Granito do Cerne, Leste do Estado do Paraná, Brasil 48

Kraft, Ronaldo Paulo - Avaliação dos controles alogênicos na arquitetura e heterogeneidades de sistemas turbidíticos 49

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Lange, Lara de Lima - Quimioestratigrafia dos metadolomitos da Formação Capiru na região de Colombo – PR: Implicações tectonoestratigráficas 51

Mascarenhas, Ricardo de Oliveira - Utilização de biomarcadores para determinação da origem geográfica de Cannabis sativa 53

Mattos, Tiago Rossoni - Estratigrafia e correlação da sucessão fluvio-eólica Neopermiana-Eocretácea da Bacia do Paraná na região de Cândido de Abreu – PR 55

Moreira, Luis Fernando - Neotectônica e sedimentação da Bacia Sedimentar de Tijucas do Sul (BST) 57

Muller, Veleda Astarte Paiva - Evolução tectônica e metamórfica das rochas ofiolíticas e metavulcanossedimentares do Segmento Cordilheirano Andino da Patagônia: Baías Otway e Skyring, Chile 58

Neves, Lara Ferreira - Análise de fácies e eletrofácies em análogos a reservatórios de baixa permeabilidade 60

Ng, Christiano - Avaliação preliminar de microfácies do Grupo Passa Dois, Permiano da Bacia do Paraná 62

Oliveira, Vanessa da Silva - Integração Geofísico-Geológica da Porção Central do Estado de Roraima (RR) 64

Patias Guimarães, Daniel - Evolução tectonometamórfica e estudo de proveniência da Sequência Rio das Cobras – Terreno Paranaguá (SP, PR, SC). 65

Pereira, Henrique Garcia - Modelagem de dados geofísicos aplicada em pesquisa mineral de cobre no município de Caçapava do Sul – RS. 67

Piazzetta, Gabriela Reis - Determinação da influência de índices físicos e mecânicos no índice de abrasividade das rochas 69

Rodrigues, Mérolyn Camila Naves de Lima - Caracterização estrutural e definição de paleotaludes de depósitos de transporte em massa do Grupo Itararé 71

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Rosa, Eduardo Luiz Menozzo da - Stratigraphy and paleogeographic significance of a Carboniferous ice-contact sedimentary complex in the Paraná Basin: Balsa Nova (PR) 72

Sanches, Edgar A. G. - Investigação microestrutural das rochas máficas-ultramáficas de Limoeiro, hospedeiras de mineralizações Ni-Cu-(PGE), e suas encaixantes, Província Borborema 74

Sanches, Emerson - Análise morfotectônica e estrutural das bacias de drenagem dos rios das Cinzas e Itararé, região nordeste do Paraná 76

Santos, Rodrigo Silva - Geminação Dauphiné em ribbons de quartzo 78

Schemiko, Danielle Cristine Buzatto - Análise do relacionamento entre deltas, turbiditos e depósitos de transporte em massa na sucessão permocarbonífera da Bacia do Paraná no leste de Santa Catarina 80

Silva, Dhiego Cunha da - Reconstrução paleoambiental por meio de estudos integrados entre icnologia e análise de fácies sedimentares (Formação Rio do Sul, Grupo Itararé, Bacia do Paraná) 82

Silveira, Camila Santos - Mecanismos de deformação e propriedades físicas anisotrópicas em granuitos 84

Souza, Pamela Caron - Análise microestrutural de apatita de dentes humanos: estimativa de idade e sexo de indivíduos para aplicações forenses 86

Sowinski, Ana Cecília Branco - Análise morfotectônica da região de Londrina 88

Weihermann, Jessica Derkacz - Identificação de tratos de alteração hidrotermal no Arco Magmático de Mara Rosa através de gamaespectrometria, lógica fuzzy e forward modeling, Goiás-Brasil 89

Yamagutt, Nicole Tame - Aspectos petrográficos e estruturais de rochas carbonáticas da Formação Água Clara: relação entre brechação e dolomitização multifásica 91

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Zanella, Renata Ribas - Arcabouço magnético-estrutural da Bacia de Campo Alegre (SC) 93

Araújo, Oziel - Focused Source Electromagnetic: aplicação em água subterrânea 96

Batista, Rodrigo Otávio - Evolução do preenchimento do canal estuarino do Palmital – Baía da Babitonga / SC. 97

Britto, Carolina Bitencourt de - Estudo das Encostas da Serra do Azeite – BR-116: Estabilidade dos Taludes Rochosos e Caracterização Geomecânica dos Solos 99

Cambará, Marcus Vinicius Ducati - Resultados preliminares da disponibilidade hídrica e do uso e ocupação do solo no Aquífero Karst na cabeceira da bacia do rio Verde, Campo Magro (PR) 100

Canata, Rafael - Diagnóstico de parâmetros geofísicos usados em Geociências Forenses 102

D’Aroz, Priscila - Análise de suscetibilidade a escorregamentos e inundações, Pato Branco – Paraná 104

Dessart, Rafael Lima - Integração de dados geofísicos e estruturais na investigação hidrogeológica no município de Bagé/RS 106

Dissenha, Joicce G - Foraminíferos da porção central da plataforma interna rasa paranaense 107

Dourado, Fábio Ferreira - Classificação semi-automatizada de dunas costeiras nas regiões litorâneas do Maranhão e Santa Catarina, Brasil 109

Forcelini, Helenita C. Dalla-Lana - Comparação entre Fauna Viva e Fauna Total de foraminíferos bentônicos na caracterização ambiental da Bacia de Campos 111

Freitas, Thaís Guimarães - Dinâmica sedimentar de praias arenosas do litoral norte de Santa Catarina e sul do Paraná 113

Garcia, Mauricio Henrique - Caracterização das feições de fundo na plataforma insular da Ilha da Trindade, Brasil 114

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Hernandez, Paula Gabriela Leal - Definição de áreas potenciais à captação de água subterrânea em aquíferos sedimentares no estado do Paraná 116

Lau, Alice Marques Pereira - Análises físico-químicas e métodos geofísicos na avaliação de impactos ambientais por curtume, RS – Brasil 118

Manharage, Mateus J. M. F - Vulnerabilidade e risco de contaminação das águas subterrâneas de Moatize pela drenagem ácida da mina de carvão 120

Massuqueto, Laís Luana - Análise de feições da geodiversidade de cavidades naturais subterrâneas desenvolvidas em diferentes contextos litológicos 121

Nadalin, Luiz Felipe - Análise estrutural e geotécnica voltada a estabilidade de taludes e maciços rochosos na BR-116, Rio Grande do Sul 123

Nascimento Neto, Durval - Método de determinação do limite de segurança estrutural de patrimônio espeleológico em sistemas cársticos carbonáticos 125

Oliveira, Talita Gantus - Propriedades geológico-geotécnicas de uma encosta atravessada por um oleoduto 127

Pontes, Henrique Simão - Feições cársticas em arenitos da Formação Furnas e no Arenito Vila Velha da Formação Campo Mourão e suas implicações em políticas públicas de geoconservação 128

Ramos, Egon Abraão - Variações volumétricas e da linha de costa em praia de embaiamento antropizada, Guaratuba-PR 131

Santos, Erika Kiemo Pfau - Diagênese de beachrocks das ilhas oceânicas brasileiras da Trindade e Arquipélago de Fernando de Noronha 132

Santos, Fernanda Avelar - Análise das ameaças geoambientais na Ilha da Trindade 134

Schleder, Aluana A. - Avaliação nas variações da salinidade e microbiota nas lagoas do Pantanal pela análise de marcadores geoquímicos orgânicos 136

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Silva, Carlos Eduardo - Indicadores geoquímicos, sedimentológicos e micropaleontológicos da evolução costeira holocênica em depósitos paleoestuarinos no litoral sul paranaense e norte catarinense 138

Silva, Mayara Santana - Alterações na morfodinâmica costeira da extremidade NE da Ilha Comprida (SP) nos últimos dois séculos 140

Simões Neto, José Augusto - Possibilidades de aproveitamento dos sedimentos de dragagem do Porto de Paranaguá 141

Tcacenco-Manzano, Liliane Maia - Parâmetros hidroquímicos e hidrodinâmicos dos sistemas aquíferos utilizados no abastecimento público no município de Campo Grande – MS 143

Uliana, André - Qualidade da água e aspectos hidrodinâmicos do aquífero Barreiras na cidade de Nova Venécia – ES 145

Vaz, Ana Paula de Melo e Silva - Método Fingerprint na identificação de impactos antrópicos em sedimentos fluviais 146

Xavier, Fernanda Caroline Borato - Inventário do patrimônio geológico: avaliação de métodos e aplicação para o estado do Paraná 148

Zanato, Taís Renata - Caracterização dos depósitos holocênicas através do GPR (Ground Penetrating Radar) na região litorânea de Saí-Guaçú, Guaratuba – PR 150

Zuqui, Anselmo Ruy - Influência das litologias e da geomorfologia na produtividade dos poços tubulares da bacia hidrográfica do rio Cricaré, ES/MG 151

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Resumos Programa em Geologia Exploratória Estudo comparativo das deformações das rochas quartzíticas e carbonáticas na região da Serra do Cipó – MG Altoé, Rhander Taufner ([email protected]) Orientador: Leonardo E. Lagoeiro Palavras-chave: EBSD, calcita, quartzo

O estudo das texturas (orientações cristalográficas preferenciais (CPOs)) e microestruturas em agregados minerais fornece informações valiosas acerca de processos geodinâmicos que afetam a crosta. Em rochas deformadas associadas a zonas de cisalhamento, o desenvolvimento de CPOs geralmente é resultado da ativação de mecanismos de deformação plásticos, consequentemente obtidos por fluxos de deslocamento intracristalino, deslizamentos de bordas de grão, fluxo por difusão e/ou macla mecânica. Em oposição às rochas quartzíticas, rochas carbonáticas são capazes de acomodar deformações plásticas intracristalinas em condições de temperatura e pressão relativamente baixas. As unidades rochosas que afloram na região da Serra do Cipó expõem rochas deformadas em regime dúctil-rúptil durante o ciclo Brasiliano associado à edificação do Orógeno Araçuaí. Destacam-se os quartzitos mesoproterozoicos do Supergrupo Espinhaço e os carbonatos neoproterozoicos do Grupo Bambuí, exibindo faixas alongadas de direção NNW, colocadas em contato tectônico por empurrões que jogam as unidades mais antigas sobre as mais jovens por falhas inversas de baixo ângulo. Com isso, pretende-se avaliar o comportamento da deformação nessas duas unidades, principalmente na carbonática, do ponto de vista da resposta reológica em função dos mecanismos de deformação observados nos quartzos e carbonatos, nesse contexto específico. Para tanto, dados estruturais e amostras orientadas foram coletados e quatro lâminas delgadas já puderam ser confeccionadas, cortadas segundo o plano XZ (paralelo à lineação mineral e perpendicular ao bandamento). A análise das tramas estrutural e textural será feita utilizando os microscópios óptico e eletrônico de varredura com lente de EBSD acoplado. As ferramentas Channel 5 e MTEX serão utilizadas para avaliar dados de CPO, parâmetros dos grãos, J-index e misorientations. As observações de afloramento indicam que os quartzitos possuem direção geral NNW e mergulho ENE, por vezes exibindo boudins assimétricos com foliação do tipo S-C com vergência dextral em

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direção ao Cráton e lineação mineral de direção E-W. Os metacarbonatos apresentam dobras centimétricas a métricas, assimétricas, apertadas a isoclinais, por vezes recumbente, e dobras de arrasto preenchidas por quartzo. Localmente observa-se dobras em bainha e intrafolial sem raiz. As charneiras dessas dobras são paralelas à lineação mineral de direção E-W. A foliação milonítica é observada paralela aos planos axiais das dobras, transpondo o acamamento. Estrias de falha são observadas no plano de acamamento. É comum a presença de veios de calcita/dolomita dobrados de forma irregular cortando a foliação. Os carbonatos são impuros, de coloração branca a cinza clara, laminados e, por vezes, contendo pirita. Análise preliminar em lâmina delgada indica o predomínio de calcita/dolomita em relação ao quartzo, sericita e opacos. Níveis milimétricos a centimétricos ricos em filossilicatos intercalam com níveis mais grossos ricos em calcita/dolomita, marcando, provavelmente, o acamamento (So). Há uma variação granulométrica entre os cristais de quartzo e, principalmente entre os carbonatos. Estes marcam duas zonas paralelas e distintas entre si, em termos texturais e estruturais: i) como grãos fortemente orientados, textura nematoblástica com contato retilíneo a curvado, de tamanho essencialmente fino (0.1 – 0.35 mm), pouca densidade de maclas e orientados segundo a foliação principal; ii) como cristais granoblásticos de tamanho médio (0.3 – 0.8 mm) , levemente orientados segundo à foliação principal, contato reto e poligonais, fraca extinção ondulante com formação de subgrãos equidimensionais, e com relativamente maior densidade de maclas. O contato intergranular nessa zona merece atenção especial, pois, por vezes, se apresentam de forma difusa, sugerindo a atuação de mecanismos de dissolução por pressão. Os cristais de quartzo são melhores observados nas zonas relativamente mais grossas. São em geral granulares e levemente orientados segundo à foliação principal. Possuem tamanho fino a médio (0.15 – 1 mm), extinção ondulante que, por vezes grada para a formação de subgrãos e novos grãos com contato suturado a retiníleo. A sericita ocorre como agregados organizados em faixas de grãos muito finos e fortemente orientados à foliação principal. A análise prévia dos dados em escala meso- e microscópica indicam a atuação de uma tectônica rúptil-dúctil na deformação das duas unidades. Entretanto, os metacarbonatos apresentam feições essencialmente dúcteis, indicando que diferentes mecanismos de deformação podem ter atuado na configuração da trama atual, incluindo difusão assistida por fluido, além de processos de recristalização por rotação de subgrão e buldging. Amostras representativas das litologias já foram submetidas para análise EBSD e os resultados ficarão prontos até o exame da qualificação dessa pesquisa. Dados acadêmicos:Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Estudo comparativo das deformações das rochas quartzíticas e carbonáticas na região da Serra do Cipó – MG; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: Setembro/2016; Nº de créditos concluídos: 16;

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Data da qualificação: 30/11/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 1; Data da defesa: 30/08/2018; Possui Bolsa: Sim; Período da bolsa: 1 mês; Fonte pagadora: CAPES.

Interpretação de anomalias magnéticas por meio da Transformada Signum Andrade de Carli, Jean Carlos ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Saulo Pomponet Oliveira Palavras-chave: Transformada Signum, realce magnético, normalização de derivadas.

A Transformada Signum é uma técnica que utiliza os zeros (crossover) de funções das derivadas de um sinal de anomalia magnética para estimar a largura e a profundidade das fontes causativas desta anomalia. Os zeros são facilmente identificáveis quando uma função das derivadas do campo magnético anômalo é normalizada pelo seu valor absoluto. Os valores gerados desta normalização são iguais a -1 ou +1, e os pontos onde a função muda seu valor representam as bordas teóricas dos corpos geológicos. Desta forma, a posição espacial do corpo é representada por um platô positivo. Inicialmente esta técnica foi desenvolvida e empregada com sucesso em interpretações magnéticas de corpos geológicos tipo dique. O potencial desta técnica tem sido comprovado também na interpretação de estruturas geológicas lineares em estudos do terreno Paranaguá e no Cinturão Dom Feliciano. Embora sendo crescentemente utilizada para interpretação de dados magnéticos, a Transformada Signum ainda está limitada à modelos prismáticos verticais. A proposta deste trabalho é estender a aplicabilidade desta técnica para outros modelos sintéticos de interesse geológico como esferas, cilindros, prismas inclinados e modelos tipo degraus (step-like models). Estes modelos podem representar estruturas importantes no mapeamento geológico, estudos ambientais e no planejamento e exploração mineral, como falhas, contatos e dobras. Para tal, será necessário a elaboração de modelos analíticos, realização de testes em modelos sintéticos e aplicação em dados reais para avaliação da acurácia dos modelos e análise de desempenho do método. A metodologia do trabalho parte da análise de modelos teóricos e da dedução de expressões para a determinação dos parâmetros desejáveis, em função dos valores característicos das derivadas do campo anômalo, para a caracterização de cada modelo geológico específico. As expressões obtidas são então testadas em modelos sintéticos, para serem em seguida, aplicados a dados magnéticos reais. Alguns dos modelos sintéticos serão gerados com o uso do programa GRAV_MAG_PRISM, desenvolvido no Laboratório de Geofísica Aplicada da Universidade Federal do Paraná, o qual consiste em um código desenvolvido para ambiente Matlab e Octave com saídas gráficas e numéricas. O programa produz anomalias magnéticas

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em corpos prismáticos retangulares com dimensões, densidade e magnetizações arbitrárias. Os dados podem ser contaminados por ruídos com intuito de criar modelos mais realistas afim de auxiliar nos testes e na melhoria da acurácia do modelo analítico para futuras situações de ruídos naturais de amplitudes não conhecidas em situações adversas. Após os testes em modelos sintéticos, a etapa seguinte será a aplicação da metodologia em dados reais, avaliando sempre a relação sinal/ruído, ou seja, identificar e separar artefatos matemáticos dos sinais geofísicos reais das estruturas geológicas. A aplicação em dados reais será sobre parte do banco de dados aerogeofísicos disponibilizado gratuitamente pela CPRM (Serviço Geológico do Brasil), o qual, até o momento, dispõe gratuitamente dados brutos e processados de 95 projetos aerogeofísicos com informações adicionais relevantes, como mapas geológicos dados geoquímicos, etc. Com esta pesquisa, espera-se obter as expressões analíticas para estimativas dos parâmetros das fontes, as quais serão úteis na interpretação semiquantitativa de estruturas geológicas que podem ser representadas pelos modelos acima mencionados. Os resultados poderão também ser empregados em contextos geológicos análogos, em outras regiões geográficas.

Dados acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira, Prof. Dr. Jeferson de Souza; Nível: Mestrado; Título do projeto original da tese: Interpretação de anomalias magnéticas por meio da Transformada Signum; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Nome da Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: 01 abril de 2017; N° de créditos concluídos: 18; Exame de Qualificação: 25 de julho de 2018.Trabalhos publicados ou período de confecção: artigo previsto para o 2° semestre de 2018; Data da defesa: 07 de fevereiro de 2019; Possui Bolsa: Não.

Análise estrutural em metamorfitos do Complexo Atuba com vistas à determinação das fases de deformação superpostas Baldin, Michelangelo Tissi ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni Palavras-chave: Terreno Curitiba, ortognaisses, metamorfismo.

Considerando a importância da caracterização da deformação dúctil macro e microscópica em tectonitos do Complexo Atuba, inseridos no âmbito do Terreno Curitiba, na região sul da Faixa Ribeira, como subsídio ao desenvolvimento e entendimento da geologia regional da porção leste do Estado do Paraná, buscou-se identificar suas fases tectonoestruturais, a partir das análises geométrica e cinemática. Para tanto, foram efetuados 11 dias de campo

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e analisaram-se 30 lâminas delgadas, segundo a aplicação da petrografia, microtectônica e estudo estrutural, com intenção de observar a distribuição, a hierarquização e o padrão das foliações e lineações, juntamente com a relação da trama mineral. Além disso, há 20 lâminas prontas em espera para a análise microestrutural via EBSD. A área de estudo localiza-se no município de Curitiba e circunvizinhanças, abrangendo as cidades de Colombo, Campo Largo, Quitandinha, Balsa Nova e São José dos Pinhais. Os afloramentos-chave estão situados nas pedreiras Atuba, Greca, Central, Inecol, Artecipe, São Jorge e Costa. Por meio do tratamento das informações realizado, foi possível identificar ortognaisses bandados de granulação média a grossa, migmatíticos, estromáticos, de cor cinza médio, intercalados por corpos anfibolíticos e gnaisses graníticos, com remobilizados quartzo-feldspáticos e veios pegmatíticos. Subordinadamente ocorrem boudins de feldspatos, estruturas similares a schlieren e enclaves metaultramáficos. Os gnaisses bandados têm texturas granulares orientadas e granoblásticas. O bandamento composicional é planar a ondulado, contínuo, geometricamente lenticular ou anastomosado, milimétrico a métrico, definido pela alternância de leucossomas róseos formados por quartzo, plagioclásio e K-feldspato e, mesossomas de coloração cinza, ricos em biotita e hornblenda. A foliação Sn-1 é pouco penetrativa, de direção geral N40W/40NE. Tem caráter dúctil, com aspecto anastomosado e descontínuo. Apresenta shear folds com charneiras rompidas, dobras em bainha e ptigmáticas. Estas possuem formato curviplanar, diversas dimensões e atitudes distintas. Estruturalmente, a foliação Sn corresponde a uma superfície de transposição, paralela ao bandamento, gerada por cisalhamento simples, com micrólitons submilimétricos a centimétricos. Tem caráter heterogêneo, dúctil e está orientada principalmente segundo a direção NE-SW, com mergulhos médios a altos para NW ou SE. As dobras possuem estilos variados, sendo comuns as dobras intrafoliares, fechadas a isoclinais. As estruturas lineares aparecem em baixo ângulo de mergulho e são decorrentes do estiramento e lineação mineral sobre a superfície Sn. Há algumas lineações empinadas ou verticalizadas, marcadas pela orientação da biotita ou estiramento de quartzo. Tal geometria parece estar associada a uma tectônica em regime transpressivo. As lineações possuem atitudes N65/09 e N305/42. Os indicadores cinemáticos visualizados na foliação Sn caracterizam movimentação sinistral. As observações microestruturais permitiram evidenciar microestruturas de alta temperatura relacionadas à deformação submagmática (fluxo suportado por grãos) e classificar as rochas como metatexitos. Os grãos possuem tamanhos variáveis e contatos lobados, com características limitadas de deformação intracristalina. As evidências de processos deformacionais são notadas principalmente no oligoclásio, microclínio e quartzo e, subordinadamente, na biotita e hornblenda. O oligoclásio apresenta contatos serrilhados, extinção ondulante, maclas deformacionais, subgrãos, kinks bands e novos grãos. O microclínio mostra extinção ondulante, subgrãos e novos grãos. O quartzo exibe extinção ondulante, subgrãos, novos grãos e feições texturais de mimetização de líquido, com contatos intersticiais. Localmente forma padrões semelhantes ao tabuleiro de xadrez, típicos

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de deformação próxima ao solidus. A biotita aparece disposta em níveis finos anastomosados e a hornblenda revela microfraturas e extinção ondulante. Dado que o quartzo não apresenta deformação intracristalina intensa, as microestruturas constatadas no oligoclásio e microclínio certamente são herdadas de deformação anterior à fusão parcial. As transições do fluxo magmático para o estado sólido provavelmente ocorreram durante o resfriamento do magma submetido à deformação regional. O metamorfismo é da fácies anfibolito superior, com retrometamorfismo de fácies xisto-verde, apontado pela sericitização dos feldspatos e a recristalização de biotita e clorita a partir da hornblenda. Tais resultados permitiram levantar a hipótese de que a deformação é mais expressiva na porção central da área do que na região sul e que os gnaisses foram afetados por duas fases de cisalhamento dúctil. A primeira (Dn-1) é associada à tectônica de cavalgamento. Este evento foi responsável pela formação da superfície Sn-1, possivelmente durante o Ciclo Transamazônico no Paleoproterozoico. A segunda (Dn) apresenta natureza transcorrente sinistral e é representada pela foliação Sn, como resultado da deformação relacionada ao Ciclo Brasiliano no Neoproterozoico, responsável pela forte orientação nordeste das foliações. Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Análise estrutural e caracterização tectônica em metamorfitos do Complexo Atuba com vistas à determinação das fases de deformação superpostas; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: Setembro de 2015; Nº de créditos concluídos: 55; Data da qualificação: 28 de fevereiro de 2018; Trabalhos publicados ou em confecção: 01 artigo previsto para o 2º semestre de 2018 e 01 artigo previsto para o 1º semestre de 2019; Data da Defesa: 30 de agosto de 2019; Possui Bolsa: Não.

Análise da deformação nas ilhas oceânicas do Atlântico Brasileiro: arquipélagos de São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha e Trindade e Martin Vaz Barão, Leonardo Mairink ([email protected]/[email protected]) Orientadora: Prof.ª Dr.ª Barbara Trzaskos Palavras-chave: zonas transformantes, tectônica do manto, ilhas oceânicas brasileiras.

As ilhas oceânicas, pertencentes ao território brasileiro, fazem parte do patrimônio geológico do Brasil e tratam-se de localidades estratégicas para o desenvolvimento científico e econômico do país. A formação desse conjunto de ilhas oceânicas está relacionada à

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abertura do Oceano Atlântico, podendo estar associada a processos vulcânicos, como os arquipélagos de Fernando de Noronha (AFN) e de Trindade e Martin Vaz (ATM), ou através do emplacement de corpos mantélicos, como o Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP). A tectônica atual se faz presente nessas ilhas oceânicas, visto a quantidade de pequenos abalos sísmicos - na região do ASPSP, associados possivelmente à movimentação da Zona de Fratura São Paulo (ZFSP). Os aspectos deformacionais são pouco discutidos na literatura atual colocando essas ilhas como alvo potencial para o estudo do tectonismo recente e atuante na região. Este estudo tem como objetivo realizar a análise da deformação nesses arquipélagos, a fim de compreender o regime tectônico, paleoesforços, campo de tensão atual, fases de deformação, relações e influência entre as zonas transformantes, bem como comparar o campo de tensão e deformação existente entre arquipélagos. Para atingir esses objetivos será realizado o levantamento bibliográfico dos arquipélagos e a fundamentação teórica de métodos utilizados, interpretação de imagens aéreas e de drone, levantamentos de campo, para observar feições tectônicas e coletar amostras orientadas de rochas de falha para estudos microtectônicos. A análise da deformação se dará utilizando-se de métodos clássicos na literatura, como o Método dos Diedros Retos para obtenção dos campos de tensão em falhas, além de softwares destinados à análise estrutural como OpenStereo e Wintensor para a confecção de diagramas estruturais. A partir das amostras orientadas de rochas de falha serão confeccionadas seções polidas a fim de observar os mecanismos de deformação/recristalização, indicadores cinemáticos, taxas de deformação e ação de fluídos. A distinção desses processos auxilia a elucidação dos parâmetros controladores da deformação. Em conjunto com a microtectônica, algumas seções polidas serão selecionadas para a utilização da técnica de Difração de Elétrons Retroespalhados (EBSD - Electron Backscatter Diffraction), para análise orientações cristalográficas preferencias (OCP) dos minerais em rochas deformadas, como o caso das rochas ultramiloníticas observadas no ASPSP, essa técnica permitirá compreender os mecanismos de deformação responsáveis pela formação de microestruturas, sendo esses responsáveis pelo entendimento da evolução tectônica da região. Os dados dos campos de tensão obtidos através desses métodos serão comparados aos dados de sismologia já adquiridos por diversas instituições, desta maneira será possível realizar ampla análise dos eventos tectônicos atuantes nesses arquipélagos. Até o momento foram realizadas três etapas de campo visando à coleta de dados estruturais e de amostras orientadas, sendo quinze dias no ASPSP, três dias em Fernando de Noronha e dois dias na Ilha de Trindade. Em ASPSP foram reconhecidas feições deformacionais condicionadas pela tectônica dúctil e rúptil, onde foram coletados cerca de 900 dados estruturais, entre eles a foliação milonítica existente nas rochas peridotíticas do arquipélago, essa foliação possui direção predominante NNW-SSE, e está associada à trama serpentinítica que as envolve. Foram observadas feições de zonas de cisalhamento rúptil que serviram como conduto para a injeção de sedimentos terrígenos e carbonáticos. Estes

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corpos devem estar associados à tectônica transtrativa da ZFSP, adjacente ao arquipélago. Já nos arquipélagos AFN e ATM foram observadas feições rúpteis como fraturas, planos de falha e brechas tectônicas. Em Fernando de Noronha se constata principalmente falhas normais de direção NNW-SSE, e secundariamente falhas transcorrentes de cinemática dextral oblíqua e direção ENE-WSW. Comumente próximo a essas feições rúpteis se associam planos de falha com brechas tectônicas, esses corpos possuem espessura variável entre 10 e 30 cm com fragmentos envoltos por argila e em alguns casos venulações carbonáticas, podem estar associadas a essas rochas. Feições tectônicas semelhantes são observadas nas rochas do ATM, sendo verificada a presença de rochas brechadas em planos de falha de direção ENE-WSW. Falhas normais são comuns e possuem direções semelhantes às observadas em AFN, sendo possivelmente estruturas formadas como resposta da ação das zonas transformantes adjacentes.

Dados acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. José Rodolfo Angulo, Prof. Dr. Leonardo Evangelista Lagoeiro; Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Análise da deformação nas ilhas oceânicas do Atlântico Brasileiro: arquipélagos de São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha e Trindade e Martin Vaz; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Entrada na Pós-Graduação: 15/12/2016; N° de créditos concluídos: 40; Data da qualificação: 31/05/2019; Trabalhos publicados ou em confecção: Capítulo de Livro: 20 anos da estação científica do Arquipélago São Pedro e São Paulo; Data da defesa: 30/11/2020; Possui bolsa: Sim; Período da bolsa: desde 03/2017; Fonte pagadora: CAPES.

Petrogênese das rochas vulcânicas ácidas e intermediárias da Bacia do Guaratubinha – PR Barbosa, Tiago Casseb ([email protected]) Orientadora: Prof.a Dr.a Eleonora Maria Gouvea Vasconcellos Palavras-chave: Geoquímica, Vulcanismo, Mistura de Magmas

Na porção meridional da Província Mantiqueira, assentada sobre rochas do Domínio Luis Alves, situa-se a Bacia do Guaratubinha. Esta, juntamente com as bacias de Campo Alegre e Corupá, integram um conjunto de bacias neoproterozoicas de preenchimento vulcanossedimentar. Especificamente na Bacia do Guaratubinha o preenchimento é majoritariamente por rochas vulcânicas. Estas ocorrem em dois grupos: o primeiro grupo, de caráter intermediário, é reconhecido em campo como derrames andesíticos; o segundo, de

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caráter ácido, é reconhecido em campo como horizontes de derrames riolíticos intercalados a rochas vulcanoclásticas. Dada a importância dessas rochas para a melhor compreensão da evolução da bacia, este estudo, de cunho petrogenético, aborda as rochas intermediárias e ácidas, assim como as vulcanoclásticas associadas. Este estudo tem como objetivo indicar o provável mecanismo formador das rochas vulcânicas, compreendendo a época e as circunstâncias atreladas ao surgimento dessas rochas. Até o momento é possível assumir três hipóteses plausíveis a respeito do processo genético: diferentes taxas de fusão parcial de uma mesma fonte para as rochas intermediárias e ácidas; contaminação do magma intermediário por rochas encaixantes, gerando um magma ácido; e fusão de fontes distintas. Para promover tal estudo e indicar a hipótese mais provável estão sendo realizadas análises petrográficas, litogeoquímicas, de geoquímica isotópica e geocronológicas. A partir de observações de campo e das primeiras análises, interpreta-se que os magmas aparentam não serem correlacionáveis ou cogenéticos, possuindo um número maior de diferenças do que semelhanças entre si. Resultados preliminares indicam que as diferenças ocorrem em diversas escalas, de macroscópica a microscópica, e variados aspectos estruturais, texturais e composicionais. Em escala macroscópica, as rochas intermediárias apresentam estrutura de fluxo bem marcada, definida pela orientação de amígdalas e fenocristais de plagioclásio. Este tipo de estrutura não é observado nas rochas ácidas. A estrutura mais marcante destas últimas são disjunções colunares que permitem delimitar entre si os derrames riolíticos. Diferenças em aspectos microscópicos parecem ser controladas principalmente pela variação composicional nas assembleias minerais dessas rochas, que resumidamente possuem uma trama porfirítica com fenocristais e matriz de natureza quartzo-feldspática. A diferença mineralógica se dá especialmente no tipo de feldspato, sendo observado andesina nos andesitos e microclínio e sanidina nos riolitos. Inicialmente interpreta-se que as rochas estudadas possuem um caráter sub-alcalino, sendo que o conjunto de rochas intermediárias se enquadra em uma tendência toleítica, ao passo que o conjunto de rochas ácidas se enquadra em uma tendência cálcio-alcalina, indicadas pelo diagrama AFM. O conteúdo de Fe2O3(total) aparenta ser o parâmetro mais adequado que marca esta variação de tendência magmática. Os teores, em porcentagem peso (wt. %), variam entre 1,03 a 5,18% nas rochas ácidas e entre 7,32 a 14,36 nas rochas intermediárias. Observando o comportamento da dispersão das amostras em diagramas de variação, nota-se que o trend evolutivo para os dois conjuntos estudados não segue qualquer tendência ou se alinha segundo qualquer padrão. As tendências são observadas quando se individualizam os grupos, que então apresentam, de modo geral, tendências curvas descendentes. Estas tendências indicam assim um processo de depleção em direção aos membros mais evoluídos. A falta de correlação ao se observar os dois conjuntos de rochas juntos é dada principalmente pela formação de gaps em ambos os eixos. No eixo das abscissas, que representa a variação do conteúdo de sílica, o gap é de 4,8 wt. %. Para o eixo das ordenadas, onde são projetados os conteúdos dos demais óxidos e diversos elementos traço, o gap varia de caso para caso e

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aparenta ser dado pelo enriquecimento de diversos elementos nas rochas intermediárias em relação às rochas ácidas. Outra importante feição observada é a ocorrência de magma mingling, onde material andesítico e riolítico se misturaram sem que houvesse a formação de um material híbrido, consumindo as partes envolvidas. Este fato se dá pela imiscibilidade de um magma em relação ao outro, corroborando a ausência de correlação destes. A caracterização dos magmas estudados como não cogenéticos e não correlacionáveis é um forte argumento para eliminação da hipótese de fusão parcial de mesma fonte, reduzindo assim as possibilidades às hipóteses de contaminação ou de fontes distintas. A continuidade deste estudo permitirá apontar com maior acurácia qual das duas é a mais provável. Dados acadêmicos: Coorientadora: Prof.a Dr.a Barbara Trzaskos; Coorientador: Prof. Dr. Oswaldo Siga Junio; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Modelo de geração das rochas vulcânicas ácidas e intermediárias da Bacia do Guaratubinha; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; N° de créditos concluídos: 22; Exame de qualificação: Julho de 2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 01 resumo em congresso (2016), 01 resumo em simpósio (2017) e 01 artigo previsto para o 1° semestre de 2018; Data da Defesa: Março de 2018; Possui bolsa: sim; Período da bolsa: Agosto de 2016 a Março de 2018; Fonte pagadora: CAPES

Análise químico-mineralógica de escapolitas de Aracruz e nova Venécia – ES Bento, Thaís Bruna ([email protected]) Orientadora: Profª. Drª. Cristina Valle Pinto-Coelho Palavras-chave: Escapolita, Mapeamento químico, Potencial gemológico.

Escapolitas são tectossilicatos constituídos por minerais metamórficos com composição química que alterna entre membros extremos com sódio e cálcio, sendo eles: meionita (CaCO3.3CaAl2Si2O8), wernerita (composição intermediária entre meionita e marialita) e marialita (NaCl.3NaAlSi3O8). As duas áreas de estudo abordadas nesta pesquisa encontram-se no contexto geotectônico da Província da Mantiqueira, especificamente inseridas no orógeno Araçuaí (Neoproterozoico) e encaixadas no Complexo Nova Venécia e Maciço Aracruz. O Complexo Nova Venécia possui sequências de rochas metapelíticas representadas por gnaisses aluminosos, onde a formação de escapolitas ocorre por substituição metassomática do plagioclásio sódico. Na região de Aracruz, a formação de

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escapolitas se dá num contexto metamórfico de fácies granulito, onde as encaixantes dos depósitos são charnockitos, associados a suítes intrusivas de rochas ígneas (granitos porfiríticos, dioritos e rochas híbridas), resultantes da mistura de magmas. O objetivo deste estudo é realizar a caracterização mineralógica, com base nas descrições macroscópicas e microscópicas, e mapeamento químico das amostras de escapolitas destes dois depósitos, de forma a caracterizar a variedade mineral, os elementos traço e obter informações quanto à sua formação e potencial gemológico. Os métodos utilizados são análise mineralógica, por meio de microscópio óptico; mapeamento químico por espectroscopia de dispersão de energia - EDS e catodoluminescência em microscópio eletrônico por varredura e acoplada ao microscópio óptico, bem como difratometria de raios X - DRX. Em uma análise descritiva geral das amostras, por meio de balança analítica, descrição macroscópica das principais características observadas nos monocristais (forma, cor e pureza) e posteriormente lâminas delgadas para análise petrográfica, é observada a presença de minerais sólidos, castanhos, preenchendo fraturas, identificados como biotita; além de minerais com brilho metálico. Tais inclusões não comprometem a diafaneidade das amostras, que apresentam boa qualidade gemológica com relação ao grau de pureza, cor amarela uniforme e dimensões dos cristais que variam entre 0,7 e 1,5 cm. Observa-se ao microscópio óptico a presença de bandas alternadas, com cores de interferência variando entre cinza claro e cinza escuro de primeira ordem, aparentemente macla polissintética, o que pode representar variações na composição química da escapolita. Em mapeamento químico por meio de MEV - EDS, é verificada quantidade média de 55,87% peso de SiO2 e 23,10% peso de Al2O3, bem como 8,10% peso de Na2O superior aos 7,60% peso de CaO, indicando que as escapolitas dos dois depósitos são membros sódicos, variedade marialita. Na análise por DRX, os picos correspondem à variedade marialita, onde as concentrações de Na2O (marialita) são superiores às de CaO (meionita), os parâmetros de cela unitária são a=12,047555 Å e c=7,563210 Å, onde o tamanho do cristalito médio calculado usando a equação de Scherrer varia de 7,34 nm a 7,79 nm nas amostras de Nova Venécia e 8,20 nm a 8,24 nm de Aracruz. A análise por meio de MEV - CL em diferentes seções delgadas permite identificar a distribuição ao longo de duas faixas de luminescência: uma em torno de 300-350 nm, correspondente ao infravermelho, e outra na faixa de 550 a 600 nm, relativa à cor amarela no espectro da luz visível. Essa última é comumente atribuída à presença do S na estrutura da escapolita. A partir dos dados obtidos até o momento têm-se como principais resultados a homogeneidade mineral da escapolita em ambos os depósitos estudados, onde ocorre predomínio da variedade marialita. Dados acadêmicos: Nível: Mestrado; Título do projeto original de dissertação: Análise químico-mineralógica de escapolitas de Aracruz e Nova Venécia - ES; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de pesquisa: Análise de depósitos minerais; Data de entrada na pós-graduação: setembro de 2016; número de créditos concluídos: 14; Exame de

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qualificação: novembro de 2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 1 resumo para o X Simpósio Sul - Brasileiro de Geologia em junho de 2017, 1 artigo previsto para o segundo semestre de 2018; Data da defesa: agosto de 2018; Possui bolsa: Sim; Fonte pagadora: CAPES.

Correlação entre dados de GPR e afloramentos: aplicação para a análise da arquitetura e estratigrafia da planície costeira paranaense Berton, Fábio ([email protected]) Orientadores: Fernando F. Vesely Palavras-chave: Ground-penetrating radar; estratigrafia do Quaternário; análogos de reservatórios

Ambientes de sedimentação e elementos deposicionais antigos são comumente interpretados com base em análogos modernos, seguindo princípios do atualismo que frequentemente dão pouco enfoque aos eventos episódicos e períodos de erosão/não deposição. Esta abordagem é significativa para a geologia do petróleo, onde a modelagem de reservatórios se baseia principalmente no estudo de análogos. Para estabelecer critérios de comparação entre produtos sedimentares modernos e antigos, será realizada uma análise em múltiplas escalas de depósitos costeiros e marinhos rasos dominados por ondas, onde são formados corpos arenosos contínuos e homogêneos interessantes como reservatórios de petróleo. Os métodos incluem a análise de afloramentos, interpretação de radargramas, interpretação sísmica e de perfis gamaespectrométricos no Paleozóico da Bacia do Paraná (Rancho Queimado, SC), no Mesozóico da Bacia de Santos (offshore), e no Cenozóico da Bacia de Santos exposto no litoral paranaense, onde será dado o enfoque da apresentação. Na planície costeira paranaense, 120 perfis de ground-penetrating radar (GPR) adquiridos na barreira holocênica com uso de uma antena de 200 MHz foram interpretados para o reconhecimento de radarfácies e mapeamento das principais superfícies estratigráficas. As radarfácies foram comparadas com fácies e elementos deposicionais expostos em cavas de areias do Pleistoceno e do Holoceno no Paraná, com o objetivo de estabelecer parâmetros para a interpretação de perfis de GPR. Resultados preliminares mostram uma boa correlação entre feições métricas a decamétricas em radargramas com elementos deposicionais em afloramentos. 15 radarfácies foram reconhecidas e individualizadas com base na amplitude, frequência, geometria e continuidade dos refletores. Sua interpretação levou em conta a dimensão, distribuição espacial, geometria e posição estratigráfica. Assim, foram determinadas associações de radarfácies correspondentes ao pós-praia, frente de praia e

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face de praia, além de esporões, depósitos lagunares e brejos intercordões. Os depósitos do pós-praia são comumente representados por dunas frontais compostas por areias bem selecionadas e de composição essencialmente quartzosa. A radarfácies correspondente se concentra no topo dos radargramas, sendo formada por refletores com padrão ondulado e de alta amplitude, com espessura de aproximadamente 1,5 m. Os depósitos de frente de praia são areias muito finas a finas, bem selecionadas, quartzosas, e com laminação plano-paralela sub-horizontal associada ao espraiamento de ondas. Localmente é observada estratificação cruzada sigmoide na terminação distal desta fácies, correspondente ao pé da praia. Nos radargramas, esses depósitos correspondem a clinoformas de baixo ângulo (1-6°) com migração para SE, localmente com clinoformas sigmoides centimétricas em sua terminação distal. Na face de praia superior a fácies mais comum é de areia fina com estratificação cruzada acanalada de dimensões variadas (0,1 a 0,6 m), localmente bioturbada e em corpos lenticulares delimitados no topo e na base por superfícies erosivas com concentração de areia média a grossa. Também ocorrem associadas lentes de areia com estratificação cruzada tabular ou sigmoide. Nos radargramas, lentes com clinoformas tangenciais (0,5 a 1,2 m) truncadas no topo são provavelmente correspondentes às lentes de areia com estratificação cruzada, formadas pela migração de barras de espraiamento. Intervalos de areia fina, maciça e intensamente bioturbada estão frequentemente associados às areias com estratificação cruzada, e em radargramas são correlacionáveis com zonas transparentes. Areias com estratificação cruzada tipo hummocky ou swaly também são características da face de praia, e em radargramas são identificadas pelo padrão hummocky dos refletores, formando corpos de dimensões métricas associados ao movimento oscilatório de ondas de tempestade. As associações de fácies de esporões apresentam, além das fácies descritas anteriormente, ocorrências de argila na forma de lentes, intraclastos e drapes, refletindo a proximidade de desembocaduras ou inlets. As paleocorrentes têm padrão bimodal, associado à ação de marés. Em radargramas as principais assinaturas são de clinoformas tangenciais de ângulo moderado (5-15°) correspondentes à migração do esporão, e feições de canal correlacionáveis a inlets ou canais de maré. Depósitos lagunares e brejos intermarés têm uma assinatura essencialmente transparente, causada pela composição argilosa. A análise estratigráfica levou à interpretação de duas fases principais de regressão na planície costeira paranaense. A primeira corresponde ao Pleistoceno, quando predomina o desenvolvimento de esporões. Estes depósitos estão truncados no topo por uma superfície de truncamento regional, interpretada como uma superfície de ravinamento associada á transgressão do Holoceno. Acima desta superfície está registrada a segunda fase de regressão, com a superposição de depósitos de face praial por depósitos de frente de praia. Dados acadêmicos: Co-orientadores: Maria C. de Souza e Carlos C.F. Guedes; Nível: doutorado; Título do projeto original da tese: Análise comparativa do registro estratigráfico de

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sistemas deposicionais costeiros e marinhos rasos do Quaternário, Mesozóico e Paleozóico: impactos na modelagem de reservatórios; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: 01/04/2016; N° de créditos concluídos: 36; Data da qualificação: 30/09/2018; Trabalhos publicados ou em confecção: resumos em eventos (3 publicados), artigos científicos (2 em confecção); Data da defesa: 30/03/2020; Possui bolsa: sim (desde 05/2016); Fonte pagadora: CAPES.

Arquitetura de potenciais unidades reservatório do Grupo Itararé, Bacia do Paraná – estudo comparativo entre os arenitos Lapa e Pedra Alta Carvalho, Amanda Hammerschmidt ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Palavras-chave: bacias petrolíferas glaciadas, paleovales glaciais, sistemas deltaicos.

O Grupo Itararé, unidade Permocarbonífera da Bacia do Paraná, possui reconhecido potencial petrolífero, contendo diversas ocorrências de gás e condensado, além de uma acumulação subcomercial de gás (campo de Barra Bonita). Esse intervalo foi depositado durante a Era Glacial Neopaleozoica e a influência das geleiras na sedimentação adicionou complexidade e heterogeneidade a essas rochas, de modo que que não há consenso quanto ao estilo de deposição das espessas unidades arenosas presentes. Sistemas petrolíferos em bacias glaciadas despertaram o interesse de pesquisadores a partir de descobertas de campos de petróleo em unidades ordovicianas do norte da África e Oriente Médio, assim como em sucessões pleistocênicas do Mar do Norte. Duas unidades arenosas (Lapa e Pedra Alta) pertencentes ao Grupo Itararé e aflorantes na borda leste da Bacia do Paraná foram escolhidas para estudo como análogas a possíveis reservatórios em subsuperfície. Seções sísmicas do interior da bacia apontaram que as rochas reservatório do campo de Barra Bonita estariam geometricamente confinadas em feições que foram interpretadas como paleovales, de forma similar ao interpretado para o arenito Lapa. Porém, apesar de haver consenso na literatura de que esta unidade seria resultante do preenchimento de um paleovale, há três hipóteses para o modo de incisão do mesmo: 1) incisão subaérea; 2) incisão subglacial do tipo fiorde; 3) incisão subglacial do tipo tunnel-valley. Quanto ao arenito Pedra Alta, os esparsos trabalhos existentes aventaram a ideia de que sua origem seria similar ao arenito Lapa, relacionada ao preenchimento de um paleovale. Sendo assim, este trabalho avalia criticamente as hipóteses existentes para a incisão do paleovale Lapa e caracteriza o arenito

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Pedra Alta quanto a sua geometria e preenchimento visando, por fim, uma análise comparativa entre as duas unidades. Para tanto, foram realizados trabalhos de campo que envolveram descrições litológicas, levantamentos de perfis estratigráficos verticais, medição de paleocorrentes, confecção de fotomosaicos que permitiram avaliar a variação lateral de fácies, além da aquisição de uma linha de eletroresistividade sobre o arenito Lapa para delimitar o contato do mesmo com os estratos subjacentes. Ademais, a geometria desses corpos pode ser diferenciada a partir de imagens de satélite, construção de modelos digitais de elevação e de seções transversais, além de contar com parte de dados aerogamaespectrométricos disponíveis publicamente. O arenito Lapa se mostra como uma crista estreita e alongada com aproximadamente 1,5 km de largura, 80 km de extensão e 120 metros de espessura, geometria que corrobora modelo de preenchimento de paleovale. A seção de eletroresistividade, levantada longitudinalmente à crista, mostrou que o contato entre o arenito Lapa e estratos subjacentes é ondulado ao longo to talvegue do vale. Quanto ao preenchimento, pode ser divido em três associações de fácies que representam, da base para o topo, depósitos de fluxos densos hiperconcentrados e concentrados (outwash), depósitos marinhos rasos e depósitos fluviais. Todas essas características apontam que a incisão sobre a qual o arenito Lapa foi depositado é provavelmente subglacial, originada como um tunnel-valley. Já as investigações acerca do arenito Pedra Alta possibilitaram diferenciar cinco associações de fácies (nomeadas de A à E) que, da base para o topo, representam depósitos: E) de fluxos densos não-coesivos; D) marinhos distais glacioinfluenciados (pro-delta); C) de transporte em massa (talude deltaico); B) desembocadura fluvio-deltaica; A) planície deltaica com rios entrelaçados. Esse intervalo foi interpretado como um sistema deltaico alimentado periodicamente por fluxos catastróficos oriundos de água de degelo em que o arenito Pedra Alta equivale à planície deltaica, ou seja, constitui o topo do intervalo. Ambas as sequências deposicionais, no geral, apresentam um padrão de empilhamento progradacional, caracterizando regressões normais da linha de costa geradas em períodos de recuo glacial/interglacial. Porém, quanto à arquitetura, as duas unidades são bastante distintas – o arenito Lapa é confinado, enquanto que o arenito Pedra Alta é desconfinado. Esses resultados impactam diretamente a exploração na bacia, pois as fácies que constituem essas unidades arenosas diferem quanto à continuidade lateral e heterogeneidade. Ademais, em subsuperfície, a resposta esperada tanto para dados sísmicos quanto para a assinatura de raios-gama dos dois sistemas é bastante diferente - reservatórios análogos ao arenito Lapa seriam mais facilmente identificados uma vez que estão associados a discordâncias e a feições canalizadas. Dados Acadêmicos: Co-orientadores: Dr. Paulo Sérgio Gomes Paim (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) e Dr. Almério Barros França (Universidade Federal do Paraná); Nível: Doutorado; Título do projeto original: “Geometria e arquitetura de unidades reservatório em bacias glaciadas: reavaliação do arenito Lapa, Grupo Itararé, Bacia do Paraná”; Área de

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concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada: março de 2014; Nº de créditos concluídos: 39; Exame de qualificação: março de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 05 resumos publicados no IX Simpósio Sul-Brasileiro de Geologia (2015), 01 resumo expandido apresentado no 8° Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Petróleo e Gás (2015), 04 resumos publicados no 48° Congresso Brasileiro de Geologia (2016), 01 artigo publicado na revista Sedimentary Geology (2017); 02 resumos publicados no X Simpósio Sul-Brasileiro de Geologia (2017), 01 artigo a ser submetido no segundo semestre de 2017. Data da defesa: agosto de 2018; Possui bolsa: Sim. Período: 54 meses; Fonte pagadora de abril/2014 a setembro/2015: Programa Interdisciplinar em Engenharia de Petróleo e Gás da UFPR (PRH-24); a partir de outubro/2015: CAPES.

Influência do metamorfismo térmico na qualidade de reservatório dos calcárias da Formação Irati Castro, Alexandre Millen de ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Almério Barros França Palavras-chaves: calcários, intrusões, metamorfismo térmico.

Intrusões magmáticas em reservatórios são um desafio à produção de hidrocarbonetos, seja qual for a natureza do reservatório. Além de alterar o gradiente da temperatura local e provocar metamorfismo de contato, as intrusões ígneas podem gerar convecção de fluidos e fornecer líquidos magmáticos que percolam na rocha reservatório, influenciando na diagênese e aumentando e/ou reduzindo a porosidade. Como exemplo, há as camadas de carbonatos do Pré-Sal, produtoras de hidrocarbonetos na Bacia de Santos e que possuem intrusões e derrames intercalados. Intrusões ígneas afetam de maneira distinta os reservatórios carbonáticos e pouco se conhece sobre estes efeitos pelas dificuldades e custos de amostragem em poços profundos. Deste modo, o presente projeto estuda os calcários da Formação Irati, na Bacia do Paraná, pois possuem potencial para servirem como análogos à exploração do Pré-Sal, onde ocorre intrusões. A Formação Irati, composta majoritariamente por folhelhos negros, calcários e de maneira mais errática por evaporitos, arenitos comglomeráticos e sílex, é ainda intrudida por diques e soleiras de diabásio decorrentes dos eventos magmáticos da Formação Serra Geral. Espacialmente, a Formação Irati estende-se por quase toda a Bacia do Paraná, mas aflora nas porções mais periféricas. No presente projeto serão estudadas amostras coletadas em pedreiras que exploram os calcários da Formação Irati, nas cidades: Rio Claro (SP), Perolândia (GO) Montevidiu (GO)

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e Alto Graças (MT). A proposta do projeto é investigar como as intrusões modificaram os calcários da Formação Irati, para isto definindo: quais foram as mudanças texturais (micro e macro), mineralógicas e químicas provocadas nos calcários, os planos preferenciais de propagação do fluxo térmico, temperatura das intrusões e a área de influência da alteração. No desenvolvimento do presente trabalho haverá campanha de campo, onde serão visitadas as minas de exploração de calcário, mencionadas anteriormente, com a finalidade de coletar amostras e observar relações de campo entre as intrusões de diabásio e os calcários da Formação Irati. Tendo finalizado a coleta de amostras, será realizado no laboratório LAMIR: descrição petrográfica de lâminas delgadas dos calcários, para identificar a variação litológica, mineralógica e variação do tipo de porosidade; microscopia eletrônica de varredura (MEV) para complementar os estudos petrográficos; análises geoquímicas para avaliar a extensão do efeito térmico da intrusão do diabásio nos calcários; análises de inclusões fluidas para investigar principalmente temperaturas de formação de cimentos; isotopia de carbono e oxigênio para investigar alterações de salinidade e temperatura entre carbonatos sem intrusões e os afetados por intrusivas. Apesar da Formação Irati ser o foco de muitos estudos, poucos trabalhos tiveram como objetivo as alterações provocadas pela intrusão das soleiras e diques, principalmente nos calcários. Como produto final, o presente trabalho irá desenvolver um estudo de detalhe dos carbonatos da Formação Irati e desenvolver um estudo do metamorfismo térmico decorrente das intrusões no Irati. Além da produção de um modelo teórico sobre quais foram os tipos de alterações, como foi o controle dessas alterações e a distribuição dentro da Formação Irati, também será estudado como as alterações nos calcários decorrente das intrusões modificaram a qualidade da Formação Irati para reservatório de hidrocarbonetos. Dados acadêmicos: Mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: METAMORFISMO TÉRMICO DAS ROCHAS CALCÁRIAS DA FORMAÇÃO IRATI; Geologia Exploratória; Análise de Bacias; Data de entrada na pós-graduação: 01/04/2017; N° de créditos concluídos: 12; Data da qualificação: 30/06/18; Data da defesa: 30/03/19; Possui Bolsa: não.

Métodos magnéticos semiquantitativos: desenvolvimento de programas e aplicação a dados sintéticos e reais da porção meridional do Cinturão Ribeira, Sul do Brasil Castro, Fabrício Rodrigues ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Saulo Pomponet Oliveira Palavras-chave: Métodos magnéticos semiquantitativos, interface gráfica, processamento de dados aeromagnéticos

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O cenário atual referente às ferramentas de processamento de dados geofísicos apresenta duas linhas distintas e antagônicas. Enquanto que a primeira linha é composta por aplicativos proprietários, munidos de inúmeras ferramentas de processamento em um ambiente com interface gráfica (GUI), a segunda linha é composta pelos scripts de domínio público, que realizam funções específicas no modo de linha de comando. Na tentativa de unir os pontos positivos das duas linhas previamente citadas, métodos magnéticos semiquantitativos serão implementados e agrupados em um software gratuito com interface gráfica. Os métodos semiquantitativos referem-se às técnicas que buscam obter os parâmetros espaciais e físicos das fontes causadoras da anomalia, como profundidade do topo, mergulho e contraste de susceptibilidade magnética e densidade, que são informações de extrema importância na exploração de recursos minerais. O software será desenvolvido em ambiente MATLAB, da

empresa MathWorks®, que possui ferramentas que dão suporte tanto à criação de interfaces gráficas, quanto ao processamento de dados científicos. Os métodos magnéticos semiquantitativos serão implementados com base nas teorias dispostas em artigos científicos e na adaptação de scripts disponibilizados para a comunidade científica. Os métodos implementados serão testados em dados sintéticos, para fins de validação dos códigos-fonte, uma vez que as propriedades físicas e espaciais do modelo sintético são conhecidas. O processo de validação seguirá os seguintes passos: (i) geração do modelo sintético de fontes prismáticas por meio do software GRAV_MAG_PRISM desenvolvido pelo LPGA, (ii) aplicação das técnicas semiquantitativas ao modelo sintético, (iii) se os parâmetros fornecidos pelas técnicas forem muito discrepantes dos parâmetros originais, a implementação da técnica será revisada, (iv) a etapa anterior será realizada até que os resultados sejam satisfatórios, ou seja, estejam dentro de um intervalo aceitável de erro. Outra forma de validação será a comparação entre os produtos resultantes dos métodos semiquantitativos implementados e os produtos processados em aplicativos proprietários, de modo que os mesmos parâmetros de entrada devem fornecer produtos iguais, para ambas as ferramentas de processamento. Uma vez validados, os métodos serão aplicados no processamento de dados aeromagnéticos da porção meridional do Cinturão Ribeira, Sul do Brasil, disponibilizados gratuitamente pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). A área de estudo abrange a porção central do Folha Apiaí, em escala 1:100.000, caracterizada por duas unidades geológicas regionais, ou terrenos tectonoestratigráficos. A área recobre boa parte do Terreno Apiaí, caracterizado por sequências de rochas supracrustais de baixo a médio grau metamórfico, e parte do Terreno Curitiba, composto por unidades supracrustais de baixo e médio a alto grau metamórfico. A área de estudo é cortada, a norte, pela zona de cisalhamento Ribeira e, a sul, pela Falha Lancinha, que separa os Terrenos Apiaí e Curitiba. As informações resultantes da aplicação dos métodos semiquantitativos aos dados aeromagnéticos servirão de base para a elaboração de um modelo geológico/geofísico da área de estudo. O modelo geológico/geofísico será elaborado

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com base nas informações obtidas da interpretação conjunta dos produtos geofísicos e dos mapas geológicos. A assinatura geofísica causada por estruturas geológicas conhecidas será utilizada para a demarcação de estruturas não detectadas pelo levantamento geológico. Dados Acadêmicos: Co-orientador(es): Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira, Prof. Dr. Jeferson de Souza; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Métodos magnéticos semiquantitativos: Desenvolvimento de programas e aplicação a dados sintéticos e reais da porção meridional do Cinturão Ribeira, Sul do Brasil; Área de Concentração: Geologia Exploratória: Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: março de 2017; Nº de créditos concluídos: 12; Data de qualificação: Maio de 2018; Trabalhos publicados ou em confecção: 01 artigo previsto para o 2º semestre de 2017; Data de defesa: Julho de 2018; Possui Bolsa: Não.

Mecanismos de deformação e análise textural ao longo da Zona de Cisalhamento Lancinha, sul do Brasil Conte, Thailli ([email protected]) Orientadora: Profa. Dra. Geane Carolina Gonçalves Cavalcante Palavras-chave: mecanismos de deformação, EBSD, Província Mantiqueira

A zona de cisalhamento Lancinha (ZCL) é uma zona de cisalhamento Neoproterozoica destral de direção NE, que se estende por ~150 km separando os terrenos Apiaí e Curitiba. Está localizada na região sul do Cinturão Ribeira, o qual resulta da colisão entre os crátons São Francisco, Congo e Paranapanema durante a amalgamação do Gondwana Oeste, há ~600 Ma. Junto com as zonas de cisalhamento Ribeira, Morro Agudo, Figueira, Agudos Grandes e Itapirapuã, a ZCL constitui um sistema anastomosado complexo que frequentemente expõe rochas deformadas e metamorfisadas em condições variadas. Trabalhos focados em caracterização estrutural de meso e macro escalas têm sido realizados no Cinturão Ribeira, porém, investigações em microescala são escassas ou limitadas a técnicas defasadas. Nesta pesquisa busca-se entender como a deformação é acomodada ao longo desse complexo sistema de zonas de cisalhamento, investigando, sobretudo, as rochas deformadas ao longo da ZCL via análise estrutural nas escalas macro (interpretação de imagens de sensoriamento remoto), meso (mapeamento litoestrutural com o uso de dispositivos móveis), e micro (técnica MEV-EBSD-Electron Backscatter Diffraction). Foram coletadas 30 amostras ao longo de quatro perfis perpendiculares à ZCL, e as mais representativas foram analisadas através da técnica de MEV-EBSD. Os dados adquiridos

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foram processados utilizando a ferramenta Mtex, versão 4.5.0 para Matlab™. As rochas da ZCL apresentam foliação vertical/sub-vertical anastomosada em um trend que varia de NE-SW a E-W. São principalmente xistos deformados sob condições de fácies xisto verde a anfibolito, quartzitos e granitoide milonítico. São observados veios de quartzo boudinados, lineações de estiramento mineral, foliação do tipo S-C e foliação milonítica, nas quais ribbons de quartzo ocorrem frequentemente.Observações microscópicas revelam mineralogia variada, quartzo, mica, k-feldspato e plagioclásio como constituintes principais, e piroxênios, anfibólios e granada como acessórios, e indicadores cinemáticos sinistrais, tais como porfiroclastos de granada com minerais recristalizados em sombras de pressão, mica fish e foliação do tipo S-C. Evidências de deformação intracristalina como extinção ondulante, bandas de deformação, subgrãos e novos grãos sugerem a ativação de mecanismos de recristalização por bulging, rotação de subgrão (SGR) e migração de borda de grão (GBM). Maclas de deformação e extinção ondulante em cristais de plagioclásio sugerem que a deformação ocorreu em temperaturas superiores a 500 °C e a presença de inclusões fluidas e de sericita ao longo dos planos de clivagem indica interação fluido-rocha e predomínio de mecanismos de deformação de dissolução por pressão. Resultados das análises EBSD mostram que no perfil 2, o J-index varia entre 2.89 e 35.31. O valor de 35.31 corresponde ao granitoide milonitico, localizado no centro da ZCL. Os valores máximos para rochas adjacentes a ZCL, (amostras LC08, LC09H e LC59) são de 2,89, 4,59 e 4,39, respectivamente. Estes números sugerem que taxas de strain maiores podem fortalecer a trama de OCP (orientação cristalográfica preferencial). Os quartzitos (amostras LC09H e LC59) apresentam concentração principal do eixo <c> de quartzo paralela à foliação (Z), e do eixo <a> paralela à lineação (X), sugerindo a ativação do sistema de deslizamento basal <a>. Uma concentração secundária dos planos romboédricos próxima a Z, indica que a ativação do sistema de deslizamento romboédrico <a> também ocorreu durante a deformação. A presença dominante de mecanismos de dislocation creep e a ativação de tais sistemas de cisalhamento é consistente com as microestruturas de baixa temperatura observadas nestas lâminas. A trama de OCP do milonito revela forte concentração do eixo <c> próxima a X. Tal orientação pode ser resultante do crescimento orientado dos cristais de quartzo, uma vez que as microestruturas observadas no milonito, as quais sugerem mecanismos de recristalização por bulging e rotação de subgrão, são indicativas de baixa temperatura, e, portanto, inconsistentes com a ativação de um sistema de deslizamento de alta temperatura, tal como o prismático <c>. O pico em 60˚ observado nos diagramas de misorientation de quartzo é relacionado a presença da macla de Dauphiné, enquanto que as concentrações entre 5°-15° são indícios de recristalização por rotação de subgrão, como visto nas microestruturas. Dados acadêmicos: Co-orientador: Leonardo Evangelista Lagoeiro; Nível: mestrado; Área de concentração da dissertação: Geologia exploratória; Linha de pesquisa: Evolução crustal;

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Título do projeto original da dissertação: Mecanismos de deformação e análise quantitativa textural em rochas deformadas ao longo dos Sistemas de Cisalhamento Lancinha. Data de entrada na pós-graduação: 01 de abril de 2016; N° de créditos concluídos: 25; Exame de qualificação: julho de 2017; Trabalhos publicados ou em período de confecção: 04 resumos aceitos em congresso e 01 artigo previsto para o 2° semestre de 2017; Data da defesa: março de 2018. Possui bolsa: sim. Período: 24 meses. Fonte financiadora: CAPES

Tectônica e sedimentação durante o Neopaleozóico na porção sul da Bacia do Paraná De Almeida Ruela, Caroline ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Palavras-chave: Tectônica e Sedimentação, Geologia de subsuperfície, Reativação de Falhas.

A Bacia do Paraná é uma cobertura sedimentar fanerozoica cujo embasamento é intensamente compartimentado por zonas de falhas precambrianas. Embora vários trabalhos já tenham demonstrado que essas estruturas foram reativadas durante o Fanerozóico e deformaram a coluna sedimentar, o estudo dos controles tectônicos na sedimentação na bacia, ou seja, como balizadora de depocentros e altos estruturais sinsedimentares, ainda é um tema pouco explorado na literatura. Desta forma, o presente trabalho tem como escopo a análise do intervalo compreendido pelos grupos Itararé e Guatá a partir de dados de sondagens localizados na região subaflorante da bacia no entorno do Escudo Sul-Riograndense. O presente projeto constitui uma expansão do trabalho de conclusão de curso realizado pela autora em 2016, em que possíveis controles de estruturas NW no preenchimento da bacia foram detectados na região de Iruí-Butiá. Para a continuidade da pesquisa foram selecionadas mais duas áreas-piloto situadas nas porções sul e leste do escudo, com disponibilidade de um grande volume de dados de sondagens e que apresentassem testemunhagem contínua desde o embasamento até a camada de carbonatos da Formação Irati. O objetivo principal do trabalho é determinar possíveis controles tectônicos na sedimentação neopaleozoica no extremo sul da Bacia do Paraná. Os objetivos específicos incluem a determinação do arcabouço estrutural do embasamento em subsuperfície e sua relação com porção aflorante, a determinação do arcabouço estratigráfico do intervalo compreendido entre o Grupo Itararé e a Formação Irati e a avaliação do papel de falhas nos padrões de sedimentação. Os métodos a serem utilizados na pesquisa, envolvem a confecção de uma base cartográfica a partir de mapas geológicos prévios disponíveis para o estado do Rio Grande do Sul, modelo digital de elevação a partir

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de imagens SRTM e mapas aerogeofísicos (magnetometria), a interpretação de lineamentos estruturais a partir de informações da literatura integradas com feições obtidas da análise do relevo e dos dados geofísicos, aquisição e organização dos dados de sondagem disponíveis de domínio público (CPRM), confecção de mapas de contorno estrutural, isópacas e isólitas, descrição de seis testemunhos previamente selecionados, visando a caracterização das fácies, os padrões de empilhamento estratigráfico e estruturas deformacionais, e também a análise estratigráfica e integração e interpretação dos resultados. Uma extensa revisão bibliográfica será feita e discorrerá tanto sobre a Bacia do Paraná quanto aspectos do Escudo Sul-Riograndense, além da busca de trabalhos que mostrem modelos sobre a relação entre tectônica e sedimentação e métodos de análise estratigráfica com base em dados de subsuperfície. Para a confecção dos mapas de isópacas e isólitas foram definidos três horizontes a fim de se correlacionar as sondagens de modo mais preciso, são eles, o horizonte H0, que representa o topo do embasamento Sul-Riograndense, o horizonte H1, contato entre as formações Rio Bonito e Palermo e, por fim, o horizonte H2, camada de carbonatos da Formação Irati, considerado um datum regional. Como principal resultado, almeja-se a elaboração de um modelo de evolução tectono-sedimentar para o intervalo estratigráfico analisado, e também um melhor entendimento da distribuição e correlação das fácies pelas áreas de estudo e o papel de falhas no controle da sedimentação e um caracterização do embasamento em subsuperfície e a correlação com os mapas temáticos. Dados acadêmicos: Coorientadora: Profa. Dra. Barbara Trzaskos; Título do projeto original da dissertação/tese: Tectônica e sedimentação durante o Neopaleozóico na porção sul da Bacia do Paraná; Nível: Mestrado; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada: 01/04/2017; No. de créditos concluídos: 12; Data da qualificação: julho de 2018 (estimativa); Trabalhos publicados ou em confecção: Nenhum; Data da Defesa: abril 2019 (estimativa); Possui bolsa: Não.

Precipitação de argilominerais associados a carbonatos não-marinhos Dias, Isis Armstrong ([email protected]) Orientadora: Anelize Manuela Bahniuk Rumbelsperger Palavras-chave: argilominerais magnesianos, carbonatos, lagoas alcalinas.

Os argilominerais são um dos maiores e mais diversificados grupos de minerais conhecidos, presentes principalmente nos solos, sedimentos e rochas sedimentares e apresentam uma

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ampla aplicabilidade comercial, sendo muito utilizados na indústria cerâmica, farmacêutica e agronômica. A maioria dos argilominerais fazem parte do grupo dos filossilicatos e apresentam composição predominantemente aluminosa, entretanto, há variedades de argilominerais ricos em Mg2+ gerados em diversos ambientes geológicos, seja por precipitação direta da solução ou por transformação de argilominerais transportados de outra área fonte. Os argilominerais magnesianos são frequentemente encontrados em lagoas alcalinas rasas associados à carbonatos microbiais, cuja precipitação e solubilidade estão diretamente relacionados à fatores físico-químicos, ao regime hídrico, ao aporte de sedimentos, à presença de matéria orgânica e micro-organismos, responsáveis não apenas por alterar as condições geoquímicas das lagoas como também por influenciar biologicamente a geração de biofilmes (EPS). Assim como em ambientes atuais, argilominerais magnesianos associados a carbonatos lacustres foram também encontrados em algumas rochas reservatórios do pré-sal na costa brasileira, de idade Aptiana. A gênese desses minerais ainda não é completamente entendida, bem como os processos ambientais e físico-químicos atuantes na formação desses litotipos. Os argilominerais podem ter sido precipitados concomitantemente às rochas carbonáticas, sob condições ambientais predominantemente supérgenas, ou podem ter se formado sob influência de um ambiente hidrotermal, relacionados à alteração de rochas vulcânicas básicas. Acredita-se, portanto, que a composição mineral e a assinatura geoquímica dos argilominerais gerados a partir de processos supérgenos sejam diferentes daqueles gerados por processos hidrotermais. Dessa forma, pretende-se estudar áreas análogas recentes, com o objetivo de coletar informações minerais, geoquímicas e isotópicas para posteriormente compará-las com os minerais encontrados no pré-sal e assim determinar o ambiente e os fatores físico-químicos condicionantes à formação deles. A área análoga escolhida para estudo nesta pesquisa são as lagoas alcalinas da sub-região de Nhecolândia, no Pantanal Sul-mato-grossense, próxima ao município de Aquidauana/MS. O Pantanal representa uma das maiores áreas úmidas do mundo e a região é constantemente alagada de acordo com o período de chuvas, uma vez que no Pantanal o clima pode ser dividido em duas estações sazonais, a seca e a úmida. A sub-região de Nhecolândia situa-se na porção sul do megaleque do rio Taquari, correspondendo a um grande lobo abandonado do rio e caracterizado por conter centenas de pequenas lagoas alcalinas. Dependendo das características físico-químicas e microbiológicas, as lagoas podem ser classificadas em lagoas de água doce ou de macrófitas, lagoas oligosalinas ou bacterianas e lagoas salinas. Para verificar as características químicas da água das lagoas será mensurado em campo dados como temperatura, pH, condutividade elétrica e salinidade, além da coleta da água para a determinação dos cátions e ânions presentes. E para identificar a composição mineral e as características geoquímicas e isotópicas dos argilominerais serão aplicadas técnicas de Difração de raios X (DRX), Espectroscopia de Infravermelho (IV), Fluorescência de raios X (FRX), Microscopia eletrônica de Varredura (MEV), Microscopia eletrônica de Transmissão

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(MET) e Espectrometria de massa de isótopos estáveis de carbono e oxigênio. Durante a etapa de campo verificou-se que as lagoas da área de estudo são muito diferentes entre si, tanto nos parâmetros físico-químicos quanto em relação a vegetação e sedimentos presentes ao redor delas; as lagoas mais salinas apresentam pH entre 10 e 11,8 e salinidade entre 1700 e 5200 ppm, além da presença de microorganismos e algas. Nos resultados preliminares obtidos por espectroscopia de Infravermelho constata-se a presença de saponita, uma espécie de argilomineral magnesiano hidratado rico em cálcio, sódio e ferro. Essas informações corroboram com a hipótese de que em ambientes controlados essencialmente por processos geoquímicos supérgenos e influenciados pela presença biológica há formação de argilominerais magnesianos. Portanto, ao relacionar os dados minerais, geoquímicos e isotópicos com a química da água das lagoas, espera-se, além de determinar uma assinatura geoquímica característica de argilominerais associados a carbonatos formados em ambiente supérgeno, conseguir distingui-los daqueles formados em outros ambientes geológicos. Dados acadêmicos: Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Precipitação de argilominerais associados a carbonatos – Estudo de caso: Pantanal Sul-mato-grossense; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada na pós: Abril de 2017; Nº de créditos concluídos: 8; Data da qualificação: Junho de 2018; Trabalhos publicados ou em confecção: A geological view of Kidney Stones; Data da defesa: Abril de 2019; Possui bolsa: sim; Período da bolsa: maio de 2017 até o presente momento; Fonte pagadora: Projeto Microbial (Petrobras/FUNPAR/LAMIR).

O depósito aurífero filoneano do Granito Passa Três (Leste do Paraná): Exemplo de mineralização desenvolvida durante a transição magmato-hidrotermal Dressel, Bárbara Carolina ([email protected]) Orientadores: Prof. Dra. Barbara Trzaskos (UFPR); Dr. Alain Chauvet (Université Montpellier) Palavras-chave: mineralização aurífera, Granito Passa Três; intrusion-related gold deposit

O Granito Passa Três localiza-se no Leste do Estado do Paraná e apresenta formato alongado segundo a direção NNE-SSW. Essa intrusão está alojada nos metapelitos paleoproterozoicos do Grupo Açungui (Cinturão Ribeira, Província Mantiqueira), entre as

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falhas transcorrentes de Morro Agudo e Lancinha, de direção N40°E. O Granito Passa Três apresenta mineralização aurífera, a qual é constituída por veios de quartzo segmentados, com espessura centimétrica a métrica, contendo quartzo, sulfetos (pirita, calcopirita, aikinita, molibdenita), fluorita, muscovita, sericita e barita. Este trabalho tem como objetivo principal a definição do modelo metalogenético do depósito e, de forma específica, pretende-se compreender: a geometria e formação dos veios mineralizados e a distribuição das zonas hidrotermais; as relações entre o magmatismo, hidrotermalismo, deformação e mineralização; caracterizar os fluidos mineralizadores; e datar os eventos magmáticos e hidrotermais. Para atingir tais objetivos, os seguintes métodos foram aplicados: descrição de testemunhos de sondagem; petrografia (luz transmitida e refletida); análises geocronológicas [Ar-Ar (muscovitas) e U-Pb (zircões)]; além de microssonda eletrônica e microscópio eletrônico de varredura. A última fase dessa pesquisa abrange ainda análises geoquímicas, isotópicas [δ13C e δ 18O (carbonatos) e δ 34S (piritas)] e de inclusões fluidas, as quais estão em andamento. Em campo, foram identificados dois sistemas principais de falhas normais e de filões, de direção N-S e E-W, com mergulhos de 60-75°W e 45-70°S, respectivamente. Ambos os sistemas são considerados conjugados e contemporâneos, onde os veios mineralizados estão alojados em sítios de abertura tipo pull-apart, configuração observada em diferentes escalas, desde afloramento até seção delgada. O modelo estrutural indica que o movimento normal teria sido iniciado pelo cisalhamento ao longo dos planos de falhas, onde sulfetos e argila estão concentrados (“guia”), sendo seguido pelo preenchimento polifásico dos sítios pull-apart em quatro estágios: fase 1 [quartzo 1 + fluorita], fase 2 [quartzo 2 + pirita 1 ± ouro ± calcopirita ± aikinita ± fluorita ± esfalerita ± muscovita], fase 3 [quartzo 2 + pirita 2 + ouro + calcopirita + aikinita + ankerita ± esfalerita ± fluorita ± muscovita] e fase 4 [quartzo 3 + carbonatos + molibdenita + aikinita + muscovita + fluorita]. O ouro ocorre como ouro invisível e como ouro nativo na pirita 1, localizado em pull-aparts e fraturas, e está frequentemente associado à calcopirita e à aikinita. Em termos de alterações hidrotermais, tem-se: alteração de óxido de ferro (alta temperatura), sericitização, ilitização e muscovitização. A alteração de óxido de ferro, caracterizada pela presença de cristais de magnetita e hematita nos cristais de feldspato potássico, é observada em todo o corpo granítico e é anterior à mineralização. As alterações de ilita e sericita apresentam intensidade fraca e estão associadas aos planos de falha, ocorrendo de forma bandada e paralela aos veios mineralizados. Por fim, a alteração de muscovita ocorre nas bordas de veios de quartzo não-mineralizados e é caracterizada pela seguinte paragênese [muscovita + feldspato potássico + plagioclásio + quartzo ± calcopirita ± pirita]. Adicionalmente, a presença abundante de aplitos, pegmatitos e vênulas de quartzo próximos aos veios mineralizados, veios com bordas de adulária e “texturas de solidificação unidirecional” (UST) questionam a existência de link entre os fluidos tardi-magmáticos e a formação dos veios mineralizados. Para verificar essa hipótese, cristais de zircão do granito (fácies magmáticas) e grãos de muscovita (veios hidrotermais) foram analisados pelos métodos U-Pb (LA-ICP-MS) e Ar-Ar,

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respectivamente. As análises U-Pb (zircão) estabeleceram as idades de 612 ± 5 e 610 ± 6 Ma para as fácies “equigranular média” (GEM) e “equigranular fina” (GEF), e de 592 ± 7 Ma para a fácies “granito branco” (GEB). As análises Ar-Ar (muscovita) indicam idades de 612 a 608 ± 2 Ma para os veios transicionais, e de 611 a 608 ± 2 Ma para os veios mineralizados. Dessa forma, a existência da transição magmato-hidrotermal é confirmada pelos dados geocronológicos, os quais sugerem formação penecontemporânea para o granito e para os corpos mineralizados, durante o intervalo de 617 a 604 Ma. Com essa pesquisa, espera-se contribuir para a compreensão do modelo de depósitos de ouro do tipo “granite-hosted” e, em particular, com o caso específico do depósito do Granito Passa Três, onde os veios de quartzo não associados a stockwork encontram-se mineralizados somente no interior do granito, não sendo observados nas rochas encaixantes. Dados acadêmicos: Co-orientador(es): Prof. Dr. João Carlos Biondi (UFPR), Dr. Olivier Bruguier (Université Montpellier), Dr. Patrick Monié (Université Montpellier); Nível: Doutorado; Título do projeto original da dissertação/tese: Análise estrutural, petrológica e metalogenética da mineralização aurífera do Granito Passa Três (Campo Largo - PR, Brasil); Área de concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de depósitos minerais; Data de entrada na pós-graduação: agosto de 2014; No de créditos concluídos: 43; Data da qualificação: março de 2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 04 resumos aceitos em congressos e 02 artigo previstos (2º semestre de 2017 e 1º semestre de 2018); Data da defesa: julho de 2018; Possui Bolsa: sim; Período da bolsa: 48 meses; Fonte pagadora: CAPES (Bolsista Capes-PDSE Processo n. 99999.006489/2015-00)

Carbonatos acamadados do Pré-Sal da Bacia de Santos como Evaporitos de carbonato de cálcio – Implicações tectono-estratigráficas na Formação Barra Velha Farias, Felipe ([email protected]) Orientadora: Profa. Anelize Bahniuk Palavras-chave: Pré-Sal; Evaporitos; Salmouras hidrotermais

Desde as primeiras descobertas de acumulações petrolíferas no Pré-Sal da Bacia de Santos em reservatórios carbonáticos, a sua gênese vem sendo intensamente discutida tanto na Petrobras quanto no meio científico. Diferentes modelos vêm sendo propostos em artigos científicos, alguns enfatizando origem microbial e, outros, origem abiótica, como travertinos. Com o objetivo de melhor entender a gênese desses depósitos, este trabalho tem como

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metodologia a caracterização petrográfica e geoqúimica detalhada de 50 metros de testemunho carbonático. As interpretações até o momento propõem uma integração entre a sedimentação carbonática e a sedimentação de evaporitos no contexto deposicional das grandes bacias evaporíticas do passado. Nestas bacias, o nível da zona de descarga e da superfície de água do lago salino perene pode ocorrer a centenas de metros abaixo do nível do mar, em uma bacia hidrograficamente fechada. Estas grandes depressões na superfície terrestre atraem não somente águas subterrâneas e meteóricas das áreas continentais adjacentes, mas também infiltração marinha (seepage), com a água do mar entrando como salmouras ressurgentes através de fontes no substrato da bacia. Esta situação, com seepage por gravidade movendo imensos volumes de águas marinhas é capaz de criar um sistema de água subterrânea hipersalina de escala regional, pelo mecanismo de refluxo de salmouras, sendo responsável pela grande espessura de sais acamadados no registro geológico (Ex: Mioceno do Mediterrâneo). Neste trabalho este mecanismo é considerado a chave para o entendimento dos carbonatos acamadados como evaporitos de carbonato de cálcio. Considerando o sistema de Cadeia Vulcânica Walvis - Rio Grande como uma barreira topográfica no Aptiano, é proposto que a reação entre água do mar e basalto em profundidade foi a principal fonte de cálcio para o paleolago Barra Velha. Considerando a descontinuidade de Moho a poucos quilômetros de profundidade da superfície durante a deposição, devido ao processo de estiramento da bacia, teria-se aumentado consideravelmente o gradiente geotérmico na área, gerando salmouras hidrotermais do tipo CaCl2, que entrariam na bacia devido ao gradiente potenciométrico existente entre o nível do oceano e o nível da bacia, similar ao que ocorre modernamente no Lago Assal. O fator determinante para a saturação do paleolago em carbonato de cálcio em condições de alta salinidade é previsto pela mistura com águas de drenagem da porção interna do rifte de filiação alcalina (NaHCO3), devido ao intemperismo físico/químico de rochas basálticas penecontemporâneas a deposição dos carbonatos na bacia, formando uma salmoura híbrida (2NaHCO3 + CaCl2 = Ca(HCO3)2 + 2NaCl), sendo salmouras híbridas uma condição característica das grandes bacias evaporíticas do passado. Esta saturação em carbonato de cálcio teria formado uma salmoura salina-alcalina muito específica, com alta temperatura do corpo aquoso (valores de 18O SMOW de 8 a 12‰ e temp. em torno de 550 em Isótopos Agrupados), alto influxo de CO2 magmático (assinatura mantélica em geoquímica de gases) e elevado teor de metais derivados das salmouras hidrotermais (~300ppm de Fe e Mn em LA-ICP-MS), o que sob condições de alta evaporação gerariam condições suficientes para a sedimentação carbonática mimetizar a sedimentação evaporítica, caracterizada principalmente por cristais calcíticos arborescentes verticalmente orientados a partir de um substrato, cristais calcíticos intrasedimento deslocantes/substitutivos de hábito esferulítico em argilas magnesianas e/ou sedimentos previamente dolomitizados em subsuperfície rasa e deposição de laminitos devido ao influxo de águas diluídas com relação ao corpo lacustre. Para essa interpretação foi aplicado os critérios petrográficos para o reconhecimento de

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evaporitos de playa lake. Em termos de contexto geotectônico, os carbonatos Aptianos da Formação Barra Velha, devido a sua recorrência por toda a bacia, podem ser interpretados como carbonatos evaporativos na base de grandes espessuras de evaporitos de grande extensão em área (basinwide evaporites), representados na Bacia de Santos pela Formação Ariri, os quais são definidos como sucessões evaporíticas marinhas ou híbridas (a partir de salmouras formadas pela mistura de águas continentais, hidrotermais e marinhas) que preencheram bacias sedimentares em grande escala abaixo do nível do mar, tectonicamente e hidrologicamente fechadas ao seu nível de equilíbrio hidrológico. Estas bacias ocorrem a partir de uma combinação de circunstâncias geotectônicas não atuantes nos tempos atuais, como quando a abertura de um rifte continental causa o substrato do rift valley ocorrer abaixo do nível do mar, situação provável durante a implantação do oceano Atlântico nas margens leste/oeste do Brasil e da África. Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Almério Barros França; Nível: Mestrado; Título original da dissertação/tese: Petrogênese de calcários acamadados da Formação Barra Velha, Aptiano da Bacia de Santos; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada na pós-graduação; Maio/2016; Número de créditos concluídos: 21; Exame de qualificação: Setembro/2017; Data de defesa: Maio/2018; Possui bolsa: Não; Apoio financeiro: Petrobras.

Caracterização petrotectônica da Formação Perau: implicações para os jazimentos de Pb-Zn-Ag (Cu-Ba) Fedalto, Guilherme ([email protected]) Orientador: Profº Drº Leonardo Fadel Cury Palavras-chave: Depósitos estratiformes de Pb-Zn, Formação Perau, inclusões fluidas. A região do Vale do Ribeira localiza-se entre os estados do Paraná e São Paulo, sul do Brasil e é reconhecida pelo potencial metalogenético em jazimentos de Pb-Zn, os quais foram estudados e explorados entre as décadas de 1970 e 1990. Os jazimentos estratiformes de Pb-Zn da Formação Perau são reconhecidos como depósitos Sedex, porém, pouca ênfase foi dada nesses estudos para a deformação e metamorfismo registrados no contexto local. A Formação Perau está inserida no Terreno Apiaí, no contexto tectônico do Cinturão Ribeira Meridional, em contatos tectônicos com a Formação Votuverava pelas zonas de cisalhamento transcorrentes Olho d’água e Ribeirão Grande. No quadro litoestratigráfico da Formação Perau são reconhecidas três sequências, constituídas por (i) metapsamitos

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(sequência basal), (ii) metacalcários e rochas calciossilicáticas (sequência intermediária) e (iii) metapelitos com intercalações de metabasitos (sequência superior), datados em 1.46 Ga (U-Pb zircão). Na região são reconhecidos núcleos do embasamento paleoproterozóicos (Núcleo Tigre), com idade de ca. 1.75 Ga (U-Pb zircão), que afloram como janelas estruturais em meio aos metassedimentos da sequência basal. Os depósitos de Pb-Zn estão hospedados em rochas calciossilicáticas da sequência intermediária, os quais são compostos por níveis maciços e disseminados de galena e esfalerita, com pirita, calcopirita, com níveis baritíferos associados. Estas rochas foram incialmente deformadas em um contexto tectônico de cavalgamentos, atingindo condições metamórficas fácies anfibolito zona da estaurolita e posteriormente deformadas em uma tectônica de alto ângulo, a qual gerou dobras regionais e zonas de cisalhamento transcorrentes. Os conjuntos litológicos apresentam diferentes produtos e resposta a deformação para os mesmos eventos tectônicos, o que reflete em diferentes taxas de encurtamento e estiramento entre as sequências litológicas. Os principais registros da tectônica de cavalgamentos é o desenvolvimento de xistosidades de transposição/cisalhamento, subparalela ao acamamento, denominadas S1 e S2. Posteriormente, estas xistosidades foram deformadas e dobradas durante a tectônica de alto ângulo, desenhando dobras regionais normais com fraco caimento para SW, como as antifomas Àgua Clara e Anta Gorda. Por meio da análise petrográfica dos níveis mineralizados, foram identificadas texturas de deformação duchbewegt, desenvolvidas durante a tectônica de baixo ângulo, onde a galena e esfalerita, principais minerais de minério, foram intensamente recristalizados. Texturas sedimentares foram parcialmente ou totalmente modificadas, contudo preservando a geometria estratiforme dos depósitos, paralela à xistosidade. Estudos em andamento por meio de MEV e MicroCT, ajudarão a melhor caracterizar as texturas de deformação do minério. A gênese destes depósitos é interpretada como sedimentar exalativa (SedEx) com possível contribuição magmática, ideia baseada principalmente na geometria dos corpos mineralizados, na presença de rochas metabásicas e metafelsitos, onde fluidos hidrotermais percolaram e exalaram por meio de fraturas e falhas associadas a escarpas, interagindo com água marinha e depositando metais sob condições redutoras em “brine pools”. A posição litoestratigráfica dos níveis mineralizados com as demais rochas da Formação Perau aparenta estar preservada, com possibilidade de interpretações para origem, migração dos fluidos metalíferos e fixação dos metais, onde fatores como permeabilidade, porosidade, condições redox, temperatura e salinidade dos fluidos são de suma importância para o avanço sobre o entendimento dos jazimentos. Resultados preliminares de análises de inclusões fluidas em veios de quartzo sin-tectônicos paralelos à S1/S2, próximos aos depósitos, evidenciaram temperaturas de homogeneização em inclusões fluidas primárias na ordem de 350-400ºC, temperaturas estas suficientes para permitir forte ductibilidade durante a deformação dos níveis sulfetados. Dados de salinidade dos fluidos metamórficos permitirão

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obter informações sobre a importância e o papel destes fluidos com relação a transporte e remobilização dos sulfetos. Dados Acadêmicos: Co-orientador(es): Profº Drº Frederico Meira Faleiros; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Caracterização petrotectônica dos depósitos de Pb-Zn-Cu da região do Perau, com base em análises de Micro-CT e microtermometria; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de depósitos minerais; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; No de créditos concluídos: 20; Exame de qualificação: julho de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 8 meses; Data da Defesa: abril de 2018; Possui Bolsa: não; Período:0; Fonte pagadora: -.

Estudo microestrutural da deformação em rochas miloníticas do Arquipélago São Pedro e São Paulo Ferreira, Malu Millena Martins ([email protected]) Orientador: Leonardo Evangelista Lagoeiro Palavras-chave: Arquipélago São Pedro e São Paulo, EBSD, Milonitos

O Arquipélago São Pedro e São Paulo (ASPSP) consiste em um conjunto de pequenas ilhas e tem aproximadamente 17.000 m² de área emersa, localizado a 1.100 km do litoral do Estado do Rio Grande do Norte. Ele é composto por rochas plutônicas (peridotíticas milonitizadas) que ocorre na Zona de Falha Transformante de São Paulo. Embora as rochas do ASPSP estejam nitidamente associadas à tectônica transcorrente da Zona de Falha São Paulo, ainda não existe um consenso sobre a origem e idade destas rochas. Atualmente, acredita-se que a deformação (milonitização) das rochas peridotíticas está relacionada à tectônica da Zona de Falha São Paulo, associada a ambiente de crosta inferior. A partir de uma abordagem microestrutural, propõe-se determinar os mecanismos de deformação geradores dos milonitos e ultramilonitos das rochas peridotíticas do ASPSP, proporcionando informações mais completas que permitem elucidar as condições de deformação dessas rochas. O trabalho pretende caracterizar em escala microscópica dos milonitos de peridotitos do arquipélago para entender como ocorre a transição de mecanismos de deformação dos porfiroclastos para a matriz. As amostras utilizadas neste estudo são provenientes de trabalhos de campo anteriores. Consistem em rochas peridotíticas milonitizadas, onde os porfiroclastos são constituídos essencialmente por olivinas e, subordinadamente, por clinopiroxênio e ortopiroxênio. A matriz apresenta composição semelhante aos porfiroclastos. A preparação das amostras visará ressaltar as estruturas tectônicas, como foliação e

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lineação mineral. As amostras serão cortadas e em seguida, as amostras passarão pelas cortadeiras de precisão para retirar irregularidades das superfícies. A caracterização das microestruturas será feita por meio de microscopia ótica, com o uso do microscópio petrográfico de luz transmitida, para a observação das características gerais das rochas e identificação de microestruturas. A microscopia ótica será importante também para selecionar áreas de interesse para serem analisadas nas etapas seguintes, que serão feitas com a utilização do microscópio eletrônico de varredura (MEV). O detalhamento químico dos minerais será feito aplicação da técnica EDS. As de orientações cristalográficas e identificação de fases de recristalização serão medidas com o emprego da técnica EBSD (Electron BackScatter Diffraction ou Difração de Elétrons Retroespalhados). O objetivo da utilização conjunta das duas técnicas serve para a identificação inequívoca das fases minerais, as quais permitem uma individualização com maior precisão dos minerais e a orientação de seus elementos cristalográficos. Portanto, essas técnicas serão utilizadas com o intuito de identificar os minerais constituintes dessas rochas, caracterizar sua distribuição no agregado (microestrutura) e determinar suas orientações cristalográficas preferenciais (CPOs), visando a determinação dos processos e mecanismos envolvidos na formação dos milonitos e ultramilonitos dos peridotitos. As imagens e dados obtidos são processadas e comparados a padrões pré-estabelecidos na plataforma MTEX, que consiste numa ferramenta do software MATLAB™, nos quais serão gerados mapas de orientação cristalográfica, mapas de fase, figuras de polo e histogramas. Este trabalho visa apresentar um estudo detalhado dos mecanismos de deformação para que se tenha uma melhor compreensão sobre como ocorre transição destes mecanismos entre porfiroclastos e na matriz em rochas miloníticas. Espera-se que os resultados do trabalho contribuam para um melhor entendimento sobre a evolução e deformação das rochas do Arquipélago São Pedro São Paulo. Dados Acadêmicos: Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Estudo microestrutural da deformação em rochas miloníticas do arquipélago São Pedro e São Paulo; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: 01 de abril de 2017; N° de créditos concluídos: 8; Data da qualificação: 30 de junho de 2018; Trabalhos publicados ou em confecção: 1; Data da Defesa: 30 de março de 2019; Possui Bolsa; Período da bolsa: Não; Fonte pagadora: Não se aplica.

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Tectônica Cenozoica do Extremo Nordeste de Santa Catarina Gimenez, Viviane Barbosa ([email protected]) Orientador: Eduardo Salamuni Palavras-chave: neotectônica, morfotectônica, knickpoints

O extremo nordeste de Santa Catarina é marcado por extensos lineamentos morfoestruturais que afetam unidades pré-cambrianas (Cinturão Dom Feliciano, Microplaca Luís Alves, Microplaca Curitiba, Terreno Paranaguá), mesozoicas (intrusivas básicas e alcalinas da Bacia do Paraná) e cenozoicas (coberturas superficiais da planície costeira e depósitos aluviais). Os lineamentos comportam-se como importantes condicionantes da paisagem local, que engloba duas regiões geomorfológicas: a Planície Costeira no centro-leste da área e as Escarpas e Reversos da Serra do Mar (SM) a oeste. A morfologia do relevo e das drenagens na planície costeira e sua relação com eventos tectônicos recentes de caráter rúptil podem ser evidenciadas por registros sísmicos de baixa magnitude associados a lineamentos de relevo NE-SW e por outras morfoestruturas como a Baía da Babitonga, cujos braços encontram-se alinhados segundo as direções NW-SE e NE-SW. A direção NW-SE corresponde à Zona de Cisalhamento Palmital, originalmente estabelecida como um conjunto de falhas proterozoicas sinistrais marcadas por possíveis reativações posteriores. Com base nesse arcabouço geológico e estrutural, o principal objetivo do estudo consistiu na caracterização morfoestrutural e morfotectônica de falhas reativadas e/ou neoformadas durante o Cenozoico do extremo nordeste de Santa Catarina, visando a determinação de seu regime tectônico rúptil recente e neotectônico. Os principais métodos consistiram no estudo dos padrões de drenagem e relevo por sensoriamento remoto em imagens SRTM-90 e mapas temáticos, buscando a determinação do fator de assimetria de bacias e mapas de knickpoints de duas bacias hidrográficas principais (rios Itapocu e Cubatão Norte) e duas sub-bacias (canal do Linguado e rio Saí-Mirim). Além dos métodos morfométricos, foram obtidos lineamentos magnetoestruturais da área com base nos mapas ISA e ISA-GHT gerados a partir da base de dados magnetométricos da CPRM. O levantamento dos dados de campo incluiu análises descritivas das estruturas atentando-se a indicadores cinemáticos e relações de corte, posteriormente tratados por meio de diagramas de rosetas e estereogramas de pólos. Para determinação dos paleotensores, utilizou-se o método dos diedros retos. Foram caracterizadas anomalias nos padrões de drenagem tais como formas em cotovelo, treliça, retilinearidade e forte assimetria dos canais fluviais, cujos lineamentos de 1ª e 2ª ordem apresentaram direções principais NW-SE e secundárias NE-SW e N-S. As bacias de drenagem apresentaram fortes indícios de basculamento tectônico evidenciados pelos fatores de assimetria, que variam de 60 a 75%. Os mapas de knickpoints e perfis longitudinais definiram zonas de rupturas de declive ao longo dos principais canais da área,

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delimitando regiões de escarpamento do limite entre a SM e a planície costeira e evidenciando nos gráficos de regressão linear a ocorrência de ao menos duas gerações de knickpoints: uma primeira possivelmente tectônica associada à reativação e neoformação de estruturas e uma segunda ligada ao recuo erosivo da escarpa à montante dos rios. Os lineamentos aeromagnetométricos evidenciaram diques de diabásio seccionados por estruturas NW-SE e NE-SW, coincidentes com extensos lineamentos do relevo que definem as escarpas da SM. Os lineamentos NW-SE foram associados, ainda, a pelo menos duas fases de reativação da Zona de Cisalhamento Palmital a partir do fim do Cretáceo, sendo uma inicial dextral e outra posterior sinistral. A integração dos dados permitiu a identificação de três diferentes fases deformacionais cenozoicas: uma paleotensão ativa do Paleoceno ao Mioceno com SHmax NE-SW e Shmin NW-SE responsável pelas falhas transcorrentes sinistrais E-W e transcorrentes dextrais N-S e NE-SW; uma paleotensão plio-pleistocênica com SHmax N-S e Shmin E-W, que formou falhas transcorrentes sinistrais NE-SW e dextrais NW-SE; e uma tensão mais recente com SHmax E-W e Shmin N-S, com falhas transcorrentes sinistrais N-S e NW e dextrais E-W, do Holoceno. As direções NE-SW associadas à escarpa oeste da SM podem ter sido reativadas no evento de SHmax NE-SW e Shmin NW-SE como falhas transcorrentes dextrais, mas também no evento de SHmax compressivo N-S e Shmin distensivo E-W como falhas transcorrentes sinistrais. Os dados sugerem que a gênese da baía da Babitonga é possivelmente tectônica, considerando ainda que a planície costeira iniciou sua formação a partir do Mioceno Inferior. Dessa forma, a evolução da paisagem local ocorreu de forma rápida e intensa a partir desse período, associada a um importante condicionante tectônico responsável por acentuar a dissecação do terreno junto a processos erosivos atectônicos relacionados a heterogeneidades litológicas e à dinâmica costeira local. Dados acadêmicos: Coorientadores: Prof. Dr. Edenilson Roberto do Nascimento e Prof. Dr. Norberto Morales; Nível: Mestrado; Título do projeto original de dissertação/tese: Tectônica cenozoica do extremo leste de Santa Catarina; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; Nº de créditos concluídos: 21; Exame de qualificação: julho de 2017; Trabalhos publicados no período de confecção: 02 resumos publicados em Congresso, 01 resumo publicado em Simpósio; 01 artigo previsto para o 2º semestre de 2017; 01 artigo previsto para fevereiro de 2018. Data da defesa: março de 2018; Possui bolsa: sim; Período: 24 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Interpretação de dados Aerogeofísicos das zonas mineralizadas de Panelas, Barrinha, Paqueiro e Rocha Groxko, Mariele Larissa ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira Palavras-chave: Cinturão Ribeira Meridional, Integração Geofísico-Geológica, Cartografia Geológica.

A região do Alto Vale do Ribeira, situada nos estados de São Paulo e Paraná, durante muitos anos foi conhecida como a maior produtora de chumbo no Brasil, sendo responsável, até 1954, pela produção de todo o minério de chumbo gerado no país. Desde 1918, quando se iniciou a lavra da jazida Furnas, foram extraídas das principais minas (Panelas de Brejaúva, Rocha, Barrinha, Perau, Canoas e Paqueiro, no Paraná, e Furnas, Lajeado e Espírito Santo, em São Paulo) cerca de 3 milhões de toneladas de minério, equivalentes a 210 mil toneladas de chumbo e 240 toneladas de prata. O declínio da exploração de metais no Vale do Ribeira deu-se a partir de meados da década de 1980. Com o encerramento das atividades exploratórias e, consequentemente, do interesse privado em investir na pesquisa mineral, uma série de lacunas acerca do conhecimento geológico local permanece até o presente, inclusive sobre o potencial metalogenético remanescente no Vale do Ribeira. A discrepância na classificação estratigráfica entre as folhas Apiaí e Cerro Azul, nas quais a área de estudo está inserida, atesta a carência da unificação do conhecimento e atualização da cartografia geológica na região. A partir de então, a pesquisa terá como foco a prospecção de novos locais de interesse do ponto de vista econômico, principalmente de novos alvos de exploração de chumbo e metais associados. Os dados aéreos de gamaespectrometria e magnetometria fornecidos pela CPRM no projeto Paraná – Santa Catarina foram processados e confrontados com o mapa geológico local. Os resultados de gamaespectrometria se apresentam muito satisfatórios para a complementação da cartografia local, destacando-se as anomalias provenientes dos corpos graníticos. Os granitos Cerro Azul, Barra do Chapéu e Itaóca representam as feições de maiores valores nas contagens de potássio e potássio anômalo, devido à sua composição calci-alcalina com alto potássio. Diferencia-se destes o granito Varginha, localizado a porção centro sul da área, com baixos valores de potássio e fortes anomalias positivas para os elementos Urânio e Tório, que tem provável relação com a composição dos minerais acessórios desta rocha. Os corpos metassedimentares carbonáticos influenciados por metamorfismo de contato apresentaram contagem total dos elementos potássio, tório e urânio mais baixa que os demais metassedimentos, de composição siltico-argilosa. Estes últimos demonstram altos teores relativos de potássio e baixos urânio e tório. A distribuição geral dos radionuclídeos na área de estudo tem pouca relação com as formas de relevo, sendo reflexo direto da

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composição química das rochas subjacentes. O processamento dos dados magnetométricos destaca fortes lineamentos de direção NW concentrados na porção sudoeste da área e uma grande estrutura de direção NE que acompanha a forma dos corpos metassedimentares. Uma forte anomalia magnética é observada sobre o gabro José Fernandes, sendo o corpo rochoso mais claramente identificável através da resposta magnetométrica, com seus limites bem estabelecidos no mapa da inclinação do sinal analítico do gradiente horizontal total (ISA-GHT). Da mesma forma, porém em menores proporções, o granito Itaóca apresenta anomalia magnética que se manifesta mais claramente no mapa de campo magnético anômalo reduzido ao pólo (CMA-RTP), que diminui seu diâmetro quando aplicado o filtro continuado em 600 metros, sugerindo que a fonte magnética neste corpo rochoso é mais rasa. A pesquisa prosseguirá com a integração dos dados Geofísicos e Geológicos, resultando num mapa litogeofísico que balizará, através das assinaturas das regiões mineralizadas de Panelas de Brejaúva, Rocha, Barrinha, Perau, Canoas e Paqueiro, a determinação de áreas homólogas dentro da área de estudo para posterior confirmação em campo de seu potencial exploratório. Dados acadêmicos: Co-orientador - Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury; Nível - Mestrado; Título do projeto original da dissertação - Integração Geofísico-Geológica das zonas mineralizadas de Panelas, Barrinha, Paqueiro e Rocha, Cinturão Ribeira Meridional, Leste do Paraná; Área de Concentração - Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa - Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação - 01/09/2016; No de créditos concluídos - 29; Data da qualificação - 30/11/2017; Trabalhos publicados ou em confecção - - Integração Geofísico-Geológica das zonas mineralizadas de Panelas, Barrinha, Paqueiro e Rocha, Cinturão Ribeira Meridional, Leste do Paraná (em andamento); Data da Defesa - 30/08/2018; Possui Bolsa – não possui.

Processos hidrotermais de formação de argilominerais associados a ambiente vulcânico Guimarães Titon, Bruno ([email protected]) Orientadora: Profa. Dra. Anelize M. Bahniuk Rumbelsperger Palavras-chave: argilominerais, fluidos hidrotermais, Província Ígnea do Paraná

Os argilominerais ocorrem em diversos contextos geológicos, além de participarem de importantes processos ambientais, cada qual com características muito distintas. Esse grupo específico de minerais é muito comum em regiões vulcânicas, podendo ser gerados por meio de processos bióticos ou abióticos inerentes a esse ambiente particular. A cordilheira andina

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possui uma história geológica complexa e relativamente recente, com sua evolução relacionada a grandes processos tectônicos ainda ativos, resultando em alta dinâmica tectônica na região oeste do Continente Sul Americano. A região é segmentada em quatro grande zonas com características distintas em relação ao seu embasamento, evolução geológica, espessura crustal e tipo de vulcanismo. A área de estudo situa-se na Zona Vulcânica Central (CVZ), que é composta por diversos edifícios vulcânicos e centros eruptivos de idade quaternária, localizados em regiões elevadas no sul do Peru, norte do Chile, sudoeste da Bolívia e noroeste da Argentina. Ocorre nessa região grande quantidade de lagos rasos e planícies salinas, ambientes isolados e de condições extremas, chamados de Lagos Andinos de Altas Altitudes (High-Altitude Andean Lakes ou HAAL), habitat de abundante biodiversidade microbial, onde são encontradas assembleias minerais particulares, compostas por carbonatos microbiais e argilominerais magnesianos. Ainda não há consenso em relação à gênese das sequências carbonáticas que hoje servem como reservatórios de gás e óleo na costa brasileira, o Pré-Sal, principalmente pela falta de entendimento sobre a formação dos argilominerais associados a essas unidades. Para entender a gênese dessas rochas e minerais, estudam-se ambientes atuais em que se formam associações rochosas semelhantes, como, por exemplo, os vulcânicos com atuação de fluidos hidrotermais. Portanto, torna-se necessária a caracterização morfológica e geoquímica dos argilominerais desses análogos modernos, bem como a caracterização isotópica dos carbonatos associados. Ainda não há uma assinatura geoquímica e isotópica destes minerais que permita associar um determinado grupo ou determinada composição química a um ambiente geológico específico. Sob esse aspecto, visa-se a possibilidade de que os argilominerais que ocorrem em ambientes vulcânicos, com influência hidrotermal, e os carbonatos associados, possuem assinatura geoquímica e isotópica específicas, que permitiriam distingui-los daqueles formados em contextos geológicos influenciados por outros fatores. Dessa forma, um dos objetivos da pesquisa é a determinação da assinatura geoquímica para argilominerais e isotópica para carbonatos, presentes em ambientes vulcânicos do tipo andino. Além disso, outro objetivo será comparar os resultados obtidos na Zona Vulcânica Andina Central (sistema andesítico), com um sistema magmático básico. Sendo assim, uma área de estudo na Província Ígnea do Paraná (sistema básico) foi selecionada, com o intuito de caracterizar os argilominerais e carbonatos que ocorrem como preenchimento de cavidades em basaltos e cimento de brechas basálticas hidrotermalizadas. Entre os métodos utilizados para a realização do trabalho incluem-se: etapas de campo para reconhecimento de feições típicas de ambientes vulcânicos ativos como fumarolas e hot springs e também estruturas geradas pela percolação de fluidos hidrotermais, como cavidades preenchidas por minerais secundários, com coleta de amostras para análises geoquímicas, mineralógicas e isotópicas. As análises mineralógicas serão realizadas com auxílio de microscópio óptico e difratometria de raios X (DRX) visando a identificação e caracterização das fases minerais. Os dados químicos serão obtidos por meio da

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fluorescência de raios X (FRX) e também por microscopia eletrônica de varredura (MEV-EDS), que também será utilizada para caracterização morfológica das espécies minerais. A microscopia eletrônica de transmissão (MET) será utilizada para imageamento de feições texturais, cristalográficas, químicas e para distinção de argilominerais interestratificados. Finalmente, as análises isotópicas de C e O em carbonatos serão obtidas por espectometria de massa de razão isotópica (IR-MS). Esperam-se como resultados, ao final do projeto, a definição de uma assinatura geoquímica e isotópica para argilominerais e carbonatos associados, formados em ambientes vulcânicos e influenciados por processos hidrotermais, que permita distingui-los daqueles formados em ambientes influenciados por fatores supérgenos. Por fim, espera-se estimar a composição química e parâmetros físico-químicos do fluido hidrotermal responsável pela precipitação de argilominerais e carbonatos nesses ambientes. Dados acadêmicos: Coorientadora: Profa. Dra. Eleonora M. G. Vasconcellos; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Processos hidrotermais de formação de argilominerais associados a ambiente vulcânico; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: abr/2017; No de créditos concluídos: 16; Data da qualificação: 30/06/2018; Trabalhos publicados ou em confecção: n/a; Data da defesa: 30 de março de 2019; Possui bolsa: sim; Período da bolsa: 05/2017 a 04/2019; Fonte pagadora: Petrobras.

Modelo Geomecánica Do Campo Mene Grande Área Paují Misoa. Hernández Vanegas, Andreina Del Carmen ([email protected]) Orientadora: Barbara Trzaskos. Palavras-chave: Geomecánica, esfuerzos, módulos elásticos.

La geomecánica es una herramienta utilizada en la caracterización de yacimientos (reservorios), la cual permite minimizar la incertidumbre e incrementar la productividad del mismo, generando así valor agregado a su explotación. En detalle, conocer las propiedades geomecánicos es importante para la predicción de estabilidad de hoyo, reducción del tiempo no productivo y su optimización, permitiendo la perforación en regiones muy difíciles, como formaciones poco consolidadas, muy sobrepresurizadas ó regiones muy fracturadas. El objetivo de esta investigación será obtener el modelo geomecánico y de fractura que permita caracterizar los yacimientos, y así evitar los problemas que se presentan como lo es la inestabilidad del hoyo durante y después de la perforación, producción de hidrocarburos. A partir de análisis geomecánico en el Yacimiento naturalmente fracturado, del cual se deriva

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su unidad productora Paují-Misoa, del Campo Mene Grande que presenta una extensión de109.9 km², dentro del mismo se encuentra nuestra superficie de estudio denominada Área JF1 con una extensión 10 km², ubicado geográficamente en la Cuenca Petrolífera del Lago de Maracaibo, localizada al noroeste, en el poblado de Mene Grande en el Estado Zulia, Venezuela. Su profundidad promedio es de 7000 pies y es productora de Petróleo de ± 12 ° API, y posee un tipo de roca de árenas consolidadas con intercalaciones de lutitas. Para este fin, se utilizarán registros acústicos y microresistivos (registro gamma ray y volumen de arcilla, a partir de los cuales se generaran los registros sintéticos de densidad sónico y sónico de corte),todo esto con el fin de determinar así diversos parámetros necesarios para la caracterización geomecánica de los pozos, como lo son: los módulos elásticos dinámicos cuyos valores de relación de Poisson y módulo de Young, así como también direcciones preferenciales de fractura, geopresiones y los esfuerzos a los cuales se someten los yacimientos. En el área JF1 se han perforado 20 pozos de los cuales 10 se encuentran inactivos debido a que presentan problemas mecánicos con alto corte de agua y los 10 restantes que cuentan con un espaciamiento de 600 mts en el eoceno medio consolidado, área en la cual existe una característica o proceso que se originó llamado lixiviación (Migración de compuestos químicos), esto originó que se cristalizaran las fracturas. Estas llamadas fracturas son naturales producto de movimientos de depositación. Esto mismo origina baja porosidades y permeabilidades en los poros del yacimiento por ello se utilizarán para aplicar nuestra metodología de estudio que tiene como objeto identificar y evaluar los esfuerzos a los cuales está siendo sometido en el yacimiento. Así como también se evaluará la sísmica perteneciente al área JF1 para dar como resultado el modelo de yacimiento fracturado. Todo ellos con la finalidad de de predecir las diferentes técnicas y/o métodos que existen para mejorar las condiciones de estabilidad e inestabilidad del hoyo y así observar cual sería su aplicabilidad en el campo de la Ingenieria de Petróleo, garantizando con esto no sólo la estabilidad del mismo, sino la seguridad del hoyo y así incrementar la productividad en los pozos al menor costo posible y ayudar a optimizar la producción de crudo. Dados acadêmicos: Nível: Mestrado. Título do projeto original: Modelo geomecánica do Campo Mene grande área Pauji Misoa; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias; Data de entrada na pós-graduação: Maio 2017; Nº de créditos concluídos: 1 disciplina em andamento. Exame de qualificação: agosto 2018; Trabalhos publicados ou em confecção: 1 artigo previsto para novembro de 2018; Data da Defesa: abril 2019; possui bolsa: Sim - Maio 2017 / maio 2019. Fonte pagadora: PAEC- OEA-GCUB.

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Anisotropia de susceptibilidade magnética e análise de EBSD do Granito do Cerne, Leste do Estado do Paraná, Brasil Kleuser, Evelyn ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo de Mesquita Barros Palavras-chave: EBSD- electron back-scatter diffraction, ASM – anisotropia de suscetibilidade magnética, Granito do Cerne.

Diferentes mecanismos são responsáveis pela formação de tramas em rochas ígneas, especialmente em granitos alojados em faixas orogênicas onde há interação entre a deformação magmática e a tectônica regional. O Granito do Cerne está instalado na porção sul no Domínio Apiaí da Faixa de dobramentos Ribeira, no Estado do Paraná e suas encaixantes perfazem rochas metavulcanossedimentares de baixo grau metamórfico pertencentes às formações Betara e Votuverava. Por meio da utilização das técnicas de electron back-scattered diffraction (EBSD) e a anisotropia de susceptibilidade magnética (ASM) pretende-se compreender a origem das tramas magnéticas e magmáticas com o objetivo de entender a arquitetura do granito, suas relações cronológicas entre a colocação deste corpo ígneo e o campo de esforços tectônicos regionais. Será o primeiro estudo de caso de anisotropia de suscetibilidade magnética em um granito do Estado do Paraná. Espera-se poder contribuir para o entendimento da relação entre as estruturas tectônicas maiores e os mecanismos de transferência de magma. O Granito do Cerne foi escolhido para o desenvolvimento deste estudo por apresentar forma alongada em planta, dentro de um contexto tectônico de transpressão e associado a zonas de cisalhamento transcorrente e dobramentos. Além disso, a rocha tem feições macroscopicamente isotrópicas, com textura equigranular hipidiomórfica, sendo um objeto de estudo adequado para a utilização das técnicas adotadas neste projeto. No contexto do Domínio Apiaí a intrusão apresenta características de um magmatismo pós orogênico em relação ao ambiente de arco magmático expressado pelos granitos Três Córregos e Cunhaporanga e tardio relacionado aos sistemas de transcorrência e às deformações da Faixa Apiaí, com idades obtidas através de U-Pb em zircões de 563 ±34 Ma. O granito esta constituído por sienogranitos e álcali-feldspato granitos leucocráticos. Texturalmente é considerado isotrópico na grande parte do seu corpo e localmente apresenta uma incipiente foliação magmática definida pela orientação preferencial de minerais de biotita. Foram feitas duas etapas de campo de aproximadamente 7 dias cada para a descrição e coleta sistemática de amostras orientadas do Granito do Cerne, totalizando 27 sítios amostrados dos quais retiraram-se de 3 a 5 cilindros com uma perfuratriz, e as amostras serviram para ambos os métodos utilizados (EBSD e ASM). As análises de difração de elétrons retro-espalhados (EBSD) serão realizadas no Centro de

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Microscopia Eletrônica da UFPR. Para o tratamento dos dados de EBSD será utilizado a caixa de ferramenta do Matlab MTex. As orientações cristalográficas são representadas em estereogramas de figuras de polo juntamente com imagens da seção da lâmina delgada analisada. Após a preparação dos espécimes coletados no campo, estes foram destinados para análises de anisotropia de susceptibilidade magnética no Laboratório de Anisotropias Magnéticas e de Magnetismo de Rochas do Instituto de Geociências (IGC), análises de magnetização remanente isotérmica e termomagnéticas no Laboratório de Paleomagnetismo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) ambos da Universidade de São Paulo (USP), com a colaboração do Prof. Dr. Carlos José Archanjo. A partir de cada cilindro coletado foram cortadas amostras (espécimes) de 2,2 cm de altura e 2,5 cm de diâmetro para que os parâmetros de anisotropia de cada sítio possam ser caracterizados. Os dados do Granito do Cerne analisados até o momento apresentam uma susceptibilidade magnética (k) que varia entre 3,23 (10-3SI) e 20,70 (10-3SI) com média de 7,79 (10-3SI), com uma anisotropia magnética média de P = 1,069 para os 15 sítios amostrados. Com relação a forma do elipsoide em torno de 22% são prolatos (T<0) e 88% das amostras são oblatas (T>0). Para as análises de magnetização isotérmica remanente e curva termomagnética os resultados indicam que o mineral ferromagnético dominante é a magnetita multidomínio. A suscetibilidade do Granito do Cerne é moderada a forte considerando-se os primeiros dados, onde k3 é a direção magnética melhor definida, a partir de uma trama triaxial e indica uma foliação magmática de baixo mergulho ou sub-horizontal. Dados acadêmicos: Co orientador (es): Leonardo Lagoeiro. Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Anisotropia de Susceptibilidade Magnética e Análise de EBSD do Granito do Cerne, Leste do Estado do Paraná, Brasil; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: evolução crustal; Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; N° de créditos concluídos: 18; Exame de qualificação: Julho de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 artigos previstos para o 1º semestre de 2018; Data da Defesa: abril de 2018; Possui Bolsa: não.

Avaliação dos controles alogênicos na arquitetura e heterogeneidades de sistemas turbidíticos Kraft, Ronaldo Paulo ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Palavras-chave: Ambiente tectônico, clima, reservatórios análogos.

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Turbiditos são depósitos oriundos de correntes de turbidez, um tipo de fluxo gravitacional de sedimento que ocorre em bacias sedimentares de diferentes ambientes tectônicos e sob diferentes regimes climáticos. Tais fatores externos ou alogênicos influenciam na produção de argilo-minerais, no transporte de sedimentos, na taxa de criação ou destruição de espaço de acomodação, no soerguimento de área fonte, na existência de eventuais barreiras associadas à fisiografia de fundo, dentre outros aspectos. Espera-se portanto, que as características sedimentológicas e arquitetônicas de turbiditos, tais como geometria, espessura, continuidade lateral, textura e composição mineralógica, sejam igualmente influenciadas por esses fatores. Consequentemente, a utilização de modelos análogos genéricos na exploração e produção de reservatórios turbidíticos, como no caso do emprego de afloramentos de turbiditos de bacias foreland ou intracratônicas como análogos aos reservatórios de bacias de margem continental divergente, pode não ser adequada devido diferenças de contexto tectônico e paleoclimático. Nesse sentido, a proposta da presente pesquisa é caracterizar e comparar sistemas turbidíticos de três bacias sedimentares brasileiras – Paraná (intervalo Permo-Carbonífero), Itajaí (intervalo Neo-Proterozóico) e Santos (intervalo Neocretáceo a Paleógeno) – no intuito da avaliar o impacto dos fatores externos nos produtos sedimentares e na confiabilidade de análogos. As características serão descritas e interpretadas a partir de afloramentos nas bacias terrestres, realizando levantamentos de perfis e seções de correlação para caracterização litológica e textural, fotomosaicos e GPR para definir a geometria das camadas, e por meio de dados de poços (perfis geofísicos e amostras de testemunhos) e de linhas 2D e volumes sísmicos 3D de dados públicos da Bacia de Santos. Para a Bacia do Itajaí, de idade Pre-cambriano pré-vegetação, acredita-se que o menor efeito relacionado ao intemperismo químico e a reduzida restrição à erosão superficial, propiciou uma situação com pouca produção de argilo-minerais, e grande disponibilidade de sedimentos clásticos que pudessem ser carreados por rios que alimentaram sistemas turbidíticos. Nesta bacia, classificada como de antepaís, a alta taxa de subsidência relacionada ao estilo tectônico favoreceu a formação de depósitos espessos contínuos, e de grande segregação granulométricas. Os depósitos de turbiditos que serão avaliados na Bacia do Paraná, em contexto tectônico intraplaca, são do intervalo de tempo referente ao Período Permo-carbonífero, onde a condição climática no super-continente Gondwana era de eventos de glaciação e deglaciação. Supõe-se que o recuo e avanço de geleiras tiveram controle na formação de incisões sobre o substrato, nos processos e mecanismos de intemperismo e erosão, transporte e deposição de sedimentos e consequentemente na textura e arquitetura dos depósitos. Também devido a uma menor taxa de subsidência nesta bacia, as sucessões ou conjuntos de camadas de turbiditos tendem a ter espessuras mais reduzidas e com menor continuidade lateral. Com relação à Bacia de Santos, os turbiditos estudados pertencem ao intervalo Neocretáceo a Paleógeno, depositados numa situação pós separação dos continentes e com circulação oceânica aberta. Nesse caso, os depósitos turbidíticos muitas vezes exibem retrabalhamento por

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correntes de contorno no momento de deposição e/ou imediatamente após a deposição, cuja principal característica é a de que a fração pelítica pode ter sido removida do sistema, formando depósitos com maior razão areia/ pelitos. Também a existência de domos de evaporitos nesta bacia, resultantes da halocinese, é um possível condicionante dos depósitos turbidíticos, por moldarem a fisiografia do substrato oceânico. Esses obstáculos podem ainda, deixar registro na forma de ocorrência de fácies com estruturas de deformação. Como resultados espera-se que a pesquisa irá trazer ganhos científico, de modo a compreender e caracterizar depósitos de turbiditos e seus controles deposicionais, além de servir como orientação para a indústria petrolífera, no sentido de propor modelos análogos específicos para os reservatórios de hidrocarbonetos. Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Controles alogênicos na arquitetura e heterogeneidades de sistemas turbidíticos. Comparativo entre bacias intracratônica, antepaís e margem passiva; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: 29/06/2017; No de créditos concluídos: 04; Data da qualificação: 29/11/2019; Trabalhos publicados ou em confecção: 0; Data da Defesa: 29/06/2021; Possui Bolsa: não.

Quimioestratigrafia dos metadolomitos da Formação Capiru na região de Colombo – PR: Implicações tectonoestratigráficas Lange, Lara de Lima ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury Palavras-chave: Neoproterozoico, microbial, paleoambiente

A Formação Capiru é composta por rochas carbonáticas e siliciclásticas, sendo uma das unidades de cobertura supracrustal mais importantes do Terreno Curitiba, inseridas no contexto das colisões neoproterozoicas do Cinturão Orogenético Ribeira Sul. Nas rochas da Formação Capiru o metamorfismo é heterogeneamente desenvolvido, caracterizado por paragêneses minerais da fácies xisto-verde, zona da clorita, algumas porções com registros anquimetamórficos, outras com paragêneses incompletas, preservando estruturas reliquiares que indicam sedimentação em ambiente marinho raso. Considerando que as unidades carbonáticas registram a assinatura química da água durante sua deposição, é possível reconstituir o paleoambiente com base na quimioestratigrafia, utilizando isótopos estáveis e variações químico-mineralógicas, com controle estratigráfico detalhado. Na região de Morro Grande, Colombo, afloram de modo contínuo aproximadamente 150 metros de

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metadolomitos com registro sedimentar preservado, representados em perfil estratigráfico na escala 1:500 e detalhados na escala 1:50. Na base do perfil são reconhecidas 3 tectonofácies caracterizadas pelo aspecto maciço, venulado e brechado. Na porção intermediária e superior são reconhecidas 5 fácies sedimentares principais, subdivididas nos morfotipos: (1) esteiras microbianas (plano-paralelas, descontínuas e crenuladas); (2) estromatólitos (colunares homogêneos, club shaped, conophyton-like, pseudocolunares, bifurcados paralelos, bifurcados divergentes e delicate branching stromatolite); (3) trombólito; (4) flat pebble conglomerate; (5) grumoso. A associação de fácies sugere tendência regressiva, ou seja, com raseamento da lâmina d’água na deposição dos carbonatos, evidenciada pela ocorrência de esteiras plano-paralelas, trombólitos e esteiras descontínuas na base, estromatólitos colunares homogêneos de até 90 cm de altura na porção intermediária e a ocorrência de estromatólitos divergentes e delicated branching stromatolites no topo da sequência. Ocorrem ciclos internos de menor ordem sugerindo variações na lâmina d’água, com momentos rasos relacionados a deposição de esteiras microbianas crenuladas, estromatólitos pseudo-colunares, estromatólitos club-shaped e flat pebble conglomerates, e momentos com maior profundidade com a formação de trombólitos e estromatólitos colunares do tipo Boxonia pertaknurra Walter. A superfície de máxima inundação é marcada pela deposição da fácies esteira microbiana plano-paralela. Registros de atividade microbial durante a deposição dessa sequência carbonática foram observados em microscópio eletrônico de varredura com espectrometria por dispersão de energia de raios X (MEV-EDS), em que foram observadas massas amorfas e filamentos de baixa densidade, compostos por até 90% de carbono, com argilominerais associados e, por vezes, com precipitação mineral em sua superfície, sugerindo serem substâncias poliméricas extracelulares (EPS) fósseis. Nessas análises também foi observada ocorrência de Na, Cl, S, Al, K e P nas fácies associadas a ambientes rasos, o que sugere a contribuição de processos de evaporação na precipitação destas em ambiente hipersalino. A assembleia mineral é predominantemente composta por dolomita, com quantidades variadas de quartzo, cuja maior concentração ocorre nas fácies trombólito. A fase carbonática calcítica ocorre associada ao preenchimento de microporosidade, observada em MEV-EDS, ou associada a tectonofácies maciça, que apresenta feições de recristalização, sugerindo que a fase dolomítica é primária e a calcítica secundária. De modo geral a quantidade de estrôncio nos metadolomitos da área estudada não ultrapassa 60ppm, contudo, na tectonofácies maciça ocorre maior quantidade chegando à 181ppm, o que sugere uma concentração do elemento pela recristalização. A preservação de EPS e identificação de grafita e ilita em análises por DRX, corrobora o anquimetamorfismo associado a essa sequência, sugerindo que as razões isotópicas iniciais também estejam preservadas. O ambiente de deposição pode ser interpretado como carbonate ramp, com períodos de bacia restrita, na forma de lagoas de supramaré, tendo como possíveis análogos modernos os sistemas observados na Lagoa Vermelha (Rio de Janeirro-Brasil) e em Andros island (Bahamas).

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Dados Acadêmicos: Co-orientadores: Profª. Drª. Anelize Manuela Bahniuk Rumbelsperger; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Estudo geoquímico isotópico dos metadolomitos da Formação Capiru na região de Colombo – PR: implicações tectonoestratigráficas; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de pesquisa: Evolução crustal; Data de entrada na pós graduação: maio de 2016; No de créditos concluídos: 28; Exame de qualificação: julho/2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: resumo publicado em Simpósio, 1 resumo expandido aceito em Congresso, 1 artigo previsto para 1º semestre de 2018; Data da defesa: abril de 2018; Possui bolsa: Sim; Período da bolsa setembro/2016 até o presente momento; Fonte pagadora: CAPES.

Utilização de biomarcadores para determinação da origem geográfica de Cannabis sativa Mascarenhas, Ricardo de Oliveira ([email protected]) Orientador: Prof. Dra. Anelize Manuela Bahniuk Rumbelsperger Palavras-chave: Biomarcadores, isótopos estáveis, Cannabis sativa.

A Cannabis sativa é a droga de abuso mais consumida no mundo e seu uso é considerado por alguns uma ameaça à saúde pública. O Brasil segue a tendência de consumo mundial e, adicionalmente, possui regiões produtoras de Cannabis que alimentam o mercado interno, fato que não ocorre com outras drogas naturais como a cocaína e o ópio. Neste contexto, ser capaz de determinar a origem das apreensões de Cannabis é importante para a definição de políticas internas de segurança pública. A relevância do tema tem estimulado diversas pesquisas com o intuito de desenvolver metodologias para a determinação da proveniência da Cannabis. No tocante à determinação da proveniência de produtos, a investigação da razão isotópica é uma das melhores ferramentas atualmente disponíveis. Isto ocorre porque os produtos, tanto de origem vegetal quanto animal, são verdadeiros registros do ambiente geológico e climático onde se desenvolveram. As plantas do gênero Cannabis, assim como a maioria das dicotiledôneas, são plantas que apresentam ciclo de carboxilação do tipo C3 (ou de Calvin). Estas plantas discriminam enormemente o 13C do 12C durante a fixação do carbono, dando preferência a este último. Sendo assim, apenas sob condições de restrição da fonte de 12C, como por exemplo o fechamento dos estômatos provocado pela baixa umidade, ou a utilização de fontes de CO2 de origem mineral, que são enriquecidas em 13C, estas plantas apresentarão enriquecimento da δ13C. No presente trabalho, análises de isótopos estáveis (δ13C e δ18O) serão combinadas com análises de biomarcadores (n-alcanos

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e ácidos graxos) na tentativa de melhorar os modelos de proveniência atualmente existentes para a Cannabis cultivada no Brasil e no Paraguai. Espera-se que as plantas cultivadas no semiárido brasileiro, notadamente no norte da Bahia e oeste de Pernambuco, apresentem δ13C mais elevado que o das produzidas em regiões mais úmidas, como o Pará ou Mato Grosso do Sul e Paraguai. As frações de n-alcanos e de ácidos graxos, obtidas a partir de extratos lipídicos totais (TLE), serão analisadas por Cromatografia em Fase Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas (GC-MS), sendo as frações de ácidos graxos previamente esterificadas. As análises isotópicas serão realizadas em um Espectrômetro de Massas por Razão Isotópica (IRMS), acoplado a um cromatógrafo a gás (GC-IRMS) ou a um analisador elementar (EA-IRMS). No primeiro caso, serão determinados os δ13C para o n-C29 (das frações de n-alcanos) e do hexadeanoato de metila (das frações de ácidos graxos). Estes resultados serão comparados com os obtidos por análises de EA-IRMS, nas quais as amostras de material vegetal serão queimadas, obtendo-se os δ13C e δ18O médios para toda a amostra. Até o presente momento, foram realizadas extrações de amostras de Cannabis de três origens distintas. As análises por GC-MS apresentaram resultados compatíveis com os previamente descritos na literatura para n-alcanos, tendo sido observados hidrocarbonetos lineares de C25 a C31, com a predominância de C29. Com relação às frações ácidos graxos obtidas, analisadas após esterificação, observou-se a presença de moléculas com um número par de átomos de carbono, variando de C14 a C20, com a predominância de hexadecanoato de metila (C16). Os resultados obtidos até o presente momento são promissores para a construção de um modelo que permita atribuir a origem de futuras apreensões. Dados acadêmicos: Co-orientadores: Dr. Fábio Augusto da Silva Salvador (Polícia Federal), Prof. Dr. Sandro Froehner (UFPR); Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Utilização de biomarcadores para determinação da origem geográfica de Cannabis sativa; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: 04/2017; No de créditos concluídos: 04; Data da qualificação: 06/2018; Trabalhos publicados ou em confecção: nenhum; Data da Defesa: 04/2019; Possui Bolsa: Não; Período da bolsa: Não se aplica; Fonte pagadora: Não se aplica.

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Estratigrafia e correlação da sucessão fluvio-eólica Neopermiana-Eocretácea da Bacia do Paraná na região de Cândido de Abreu – PR Mattos, Tiago Rossoni (e-mail: [email protected]) Orientador: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Palavras-chave: Sedimentação fluvio-eólica, Sistema Aquífero Guarani, Formação Botucatu

O intervalo Neopermiano-Eocretáceo da Bacia do Paraná registra um evento regressivo de grande escala que culmina com o assoreamento da bacia e o domínio de sistemas deposicionais continentais. Unidades arenosas fluvio-eólicas pobremente fossilíferas e litologicamente homogêneas constituem este intervalo, resultando em dificuldades na correlação por grandes distâncias e em incertezas sobre o seu posicionamento cronoestratigráfico. Além disto, no meso-triássico instalou-se uma tectônica distensiva na porção centro-sul da bacia propiciando a deposição, em grábens, de unidades sedimentares até o momento reconhecidas somente nesta porção da bacia. Como consequência, as classificações litoestratigráficas concebidas para a região sul da bacia (Rio Grande do Sul) diferem daquelas utilizadas nos demais estados (Santa Catarina, Paraná e São Paulo), comprometendo a formulação de modelos paleogeográficos em escala de bacia. Dentre as principais inconsistências, destacam-se: 1) a ausência da Formação Pirambóia em Santa Catarina, embora a mesma seja reconhecida em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul; 2) a polêmica envolvendo o posicionamento cronoestratigráfico da Formação Pirambóia bem como sua relação de contato com a Formação Rio do Rasto imediatamente sotoposta; 3) a ocorrência de depósitos fluviais do Jurássico sob a Formação Botucatu (Fm. Guará) exclusivamente no oeste do Rio Grande do Sul. No Paraná, a continentalização da Bacia do Paraná é representada pelas formações Rio do Rasto, Pirambóia e Botucatu. A região de Cândido de Abreu, porção central do Paraná, possui exposições de depósitos fluviais e eólicos inseridos em três intervalos litoestratigráficos distintos e mapeáveis, oferecendo a oportunidade de discutir critérios para a distinção das diferentes formações que integram o intervalo Neopermiano-Eocretáceo da Bacia do Paraná e a natureza dos seus limites. Nesse sentido, o presente projeto busca caracterizar a arquitetura deposicional, determinar o sentido de paleoventos e paleocorrentes fluviais, e definir o posicionamento litoestratigráfico dos depósitos sedimentares que afloram na região de Cândido de Abreu, com ênfase nos depósitos fluviais tradicionalmente posicionados na base da Formação Botucatu, avaliando as possibilidades de correlação litoestratigráfica em escala de bacia, tanto na faixa de afloramentos como em subsuperfície, e suas implicações para a paleogeografia e evolução tectono-sedimentar da Bacia do Paraná entre o final do Paleozoico e o Mesozoico. Através

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da descrição de afloramentos, análise da arquitetura deposicional, construção de perfis estratigráficos e análise de paleocorrentes, foram identificados três sistemas deposicionais distintos: sistema eólico úmido, com sentido preferencial de paleoventos para sul; sistema fluvial efêmero com paleocorrentes para sul/sudoeste; e sistema eólico seco, com paleoventos de sentido preferencial para norte/noroeste. Os sistemas eólicos úmido e seco correspondem as formações Pirambóia e Botucatu, respectivamente, enquanto o sistema fluvial pode relacionar-se aos depósitos fluviais inseridos na Formação Guará. O posicionamento estratigráfico equivalente dos arenitos fluviais no Paraná e Rio Grande do Sul, estando sotopostos a Formação Botucatu, e paleocorrentes concordantes, com predomínio para sul, indicam a possibilidade de correlação estratigráfica destes depósitos. Esta hipótese corrobora com uma paleoinclinação da bacia para sul e a existência de um alto estrutural, situado no norte do Paraná, provavelmente relacionado ao Arco de Ponta Grossa, como aventado em trabalhos anteriores. Perfis geofísicos de poços, fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), servirão para a correlação das unidades em subsuperfície, utilizando-se, principalmente, os parâmetros de raios gama e sônicos. Os depósitos fluviais e eólicos abordados neste trabalho são de grande importância econômica e ambiental, pois fazem parte do Sistema Aquífero Guarani. Assim, espera-se com este estudo um melhor entendimento sobre a evolução e as heterogeneidades estratigráficas das unidades sedimentares que compõem o aquífero, uma vez que os depósitos fluviais que se intercalam com as fácies eólicas são pobremente selecionados e menos permeáveis, reduzindo significativamente o grau de conectividade hidráulica dos volumes porosos. Dados acadêmicos: Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Estratigrafia e correlação da sucessão fluvio-eólica Neopermiana-Eocretácea da Bacia do Paraná na região de Cândido de Abreu – PR; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; No de créditos concluídos: 22; Data da qualificação: junho de 2017; Trabalhos publicados ou em confecção: um resumo enviado para o 48º Congresso Brasileiro de Geologia e um artigo previsto para o 1º semestre de 2018; Data da Defesa: março de 2018; Possui Bolsa: não.

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Neotectônica e sedimentação da Bacia Sedimentar de Tijucas do Sul (BST) Moreira, Luis Fernando ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni Palavras-chave: Tectônica Cenozoica, Formação Guaratubinha, Formação Tabatinga.

A BST localiza-se a 50 km a sul de Curitiba, na cidade de Tijucas do Sul – PR. Ela é composta pela Formação Tabatinga e seus Membros Campo Alto, Colono e Taboado. Esses depósitos sedimentares inicialmente foram identificados pela Comissão da Carta Geológica do Paraná, na década de 1960, como um corpo isolado da Formação Guabirotuba na cidade de Tijucas do Sul. Todavia, suspeitava-se desde o princípio que esse corpo pudesse representar uma unidade distinta, parte de uma bacia sedimentar posterior à sedimentação da Bacia Sedimentar de Curitiba (BSC), entretanto essa hipótese não havia sido testada. A pesquisa atual teve como um dos objetivos rever a estratigrafia da BST, contextualizando-a na evolução geológica regional. No estudo utilizou-se imagens de satélite (CBERS 4), imagens SRTM, cartas topográficas na escala 1:25.000, dados de sondagens, dados aerogamaespectrométricos e aeromagnetométricos. A partir das imagens foram traçados os lineamentos e executadas análises morfométricas nas drenagens; as cartas foram utilizadas como base para o mapeamento geológico; na magnetometria foi melhorado o sinal analítico para a obtenção dos alinhamentos magnéticos e a gamaespectrometria foi analisada em classes litogeofísicas para delimitar os corpos graníticos que circundam a bacia e aprimorar os limites conhecidos da unidade sedimentar que a preenche. O resultado das análises mostrou nuances que justificam a distinção estratigráfica e paleoambiental entre as duas bacias confirmando que, de fato, não se poderia dizer que a unidade sedimentar é uma extensão da Formação Guabirotuba, corroborando a interpretação da Comissão da Carta. Denomina-se aqui esta unidade de Formação Tabatinga. A calha e o preenchimento BST estão condicionados a um evento deformacional contínuo, de caráter transtensivo com tensor máximo entre NW e WNW, dividido em três pulsos tectônicos, D1, D2 e D3. Cada pulso é caracterizado por sistema deposicional típico, limitados entre eles por discordâncias erosivas locais e regionais. O primeiro pulso (D1) é caracterizado pela instalação de falhas normais NW-SE no Pleistoceno médio, as quais teriam gerado uma depressão de mesma direção que condicionaram o desenvolvimento de leques aluvionares coalescentes da borda para o centro da bacia. Esse sistema deposicional denominou-se Membro Campo Alto. O segundo pulso (D2) reativou as falhas NW-SE, forçando a avulsão dos canais para leste e nordeste da bacia, com o basculamento das bordas sul e oeste, consequentemente destruindo parte dos leques aluvionares construídos no pulso anterior. Essa fase é marcada pelo

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desenvolvimento da planície de inundação além dos limites da calha inicial. Esse sistema deposicional denominou-se Membro Colono. O terceiro pulso tectônico (D3) teria ocorrido no Holoceno e reativou as falhas NW-SE além de movimentar as falhas NE-SW e EW, caracterizando falhas transcorrentes com rejeito oblíquo, lateral direito ou dextral. Esse evento é marcado por movimento brusco, evidenciado principalmente pela ocorrência de canais abandonados, suspensos nas cornijas das escarpas de falhas. O evento D3 favoreceu a sedimentação de extensas planícies aluvionares, concomitante a intensos movimentos de massa e a formação de colúvios. Os sedimentos do sistema aluvionar do topo da unidade denominou-se Membro Taboado. O mesmo evento compressivo NW do Pleistoceno, o qual gerou a BST, teria sido responsável pela deposição dos leques aluvionares do rio Cubatão e rio São João, na borda leste da Serra do Mar no Paraná, deposição dos leques aluvionares da Formação Iquererim em Garuva – SC e retrabalhamento da Formação Tinguis na BSC. A história geológica da BST se distingue da BSC em diversos aspectos, por exemplo, o clima, que é essencialmente úmido, denunciado pela presença da gibsita, caulim, crostas lateríticas, espessas camadas de solo maduro e o conteúdo fossilífero. Os fósseis encontrados nos Membros Colono e Taboado aludem a planície de inundação com vegetação rasteira e possíveis matas de galerias, com rios perenes, não havendo condições para clima semiárido, como se propõe para a Bacia de Curitiba. Dados acadêmicos: Nível Doutorado; Título original: Neotectônica e sedimentação da Bacia Sedimentar de Curitiba – BST; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de pesquisa: Evolução Crustal. Data de entrada: março de 2014; 55 créditos concluídos até agosto de 2017; qualificação em setembro de 2016; 4 trabalhos em confecção: 1 estratigrafia (em revisão e tradução, previsão submissão setembro 2017), 1 estrutural (confecção texto, previsão submissão outubro 2017), 1 geofísica (revisão, previsão submissão abril 2018), 1 paleontologia (tratamento fosseis, confecção texto, previsão submissão abril 2018); previsão de defesa: março de 2018; bolsista CAPES desde abril 2014 até o presente.

Evolução tectônica e metamórfica das rochas ofiolíticas e metavulcanossedimentares do Segmento Cordilheirano Andino da Patagônia: Baías Otway e Skyring, Chile Muller, Veleda Astarte Paiva ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury Palavras-chave: Ofiolitos; Cordilheira dos Andes; Patagônia.

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As baías Otway e Skyring estão localizadas na porção sul da Patagônia, margeando as montanhas do Segmento Cordilheirano Andino Austral, que são resultado da subducção da Placa Antártica sob a Placa Sul Americana. As unidades estudadas constituem o embasamento dessa região, que foi formado pela inversão da Bacia de Rochas Verdes, uma bacia de retro-arco que separou a porção continental da Patagônia do arco magmático a oeste, ativa entre Jurássico Superior e o Cretáceo Inferior, período correlato aos eventos extensionais de separação do Supercontinente Gondwana. Na região afloram rochas metamáficas intrusivas e extrusivas de assoalho oceânico, que passaram por processos de obducção, gerando ofiolitos, a exemplo do Complexo Ofiolítico Sarmiento, e sequências metavulcânicas-vulcanoclásticas e metassedimentares, a exemplo das Formações Tobífera, Zapata e Punta Barrosa. Estas unidades apresentam-se alongadas na direção N-S, podendo variar a NW-SE, em geral com altos ângulos de mergulho para oeste. Os registros de metamorfismo e deformação dúctil datam do Cretáceo Superior, associados à orogênese andina, e geraram metamorfismo regional de baixo grau, com zonas de cisalhamento e metamorfismo dinâmico associado. Os estudos deverão contribuir para o entendimento dos eventos tectônicos da região sul da Patagônia e do Continente Antártico, a partir da determinação das condições de pressão e temperatura de metamorfismo, dos mecanismos de deformação e das idades de origem e deformação das sequências envolvidas, na região das Baías Otway e Skyring. Será realizado trabalho de campo para coleta de dados estruturais e litológicos, seguido da utilização dos seguintes métodos laboratoriais e/ou de escritório: análise estrutural, com geração de diagramas estereográficos e de contagem estatística, a partir das atitudes de foliações, lineações e falhas; análise petrográfica e microtectônica em microscópio óptico de luz transmitida, buscando a caracterização das assembleias minerais e microestruturas, além das fases metamórficas e deformacionais; análises por microssonda eletrônica para determinação da composição química de minerais específicos, que possam ser usados para a construção de pseudosseções Pressão-Temperatura, que reproduzem os campos de estabilidade das paragêneses minerais e permitem a construção de trajetórias metamórficas com elevado grau de exatidão; análises geocronológicas em minerais ígneos e metamórficos para determinar a idade de origem e deformação, com ênfase no método U-Pb em zircão nas rochas metaígneas ou em rochas ígneas intrusivas às sequências metamorfisadas, que geram uma datação relativa de idade máxima de metamorfismo; e análises 40Ar/39Ar em anfibólio e fengita de rochas metamórficas pela técnica do step heating, que permite obter as idades entre os eventos de aquecimento das rochas, revelando os eventos de cristalização e metamorfismo a que a rocha foi submetida. Com a utilização de tais métodos, espera-se obter dados sobre as condições metamórficas e idades que possam ser relacionadas às fases deformacionais do processo de obdução e inversão da bacia. Pretende-se por fim, construir seções geológicas que demonstrem a evolução tectônica da área de estudo, com representação das principais zonas de cisalhamento e distribuição das fácies metamórficas, e assim contribuir para os

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modelos regionais que abordam a relação tectônica e temporal entre os grandes elementos geológicos como arcos vulcânicos, bacias e crátons no sul da Patagônia.

Dados acadêmicos: Coorientador: Prof. Dr. Mauricio Calderón Nettle; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Evolução tectônica e metamórfica das rochas ofiolíticas e metavulcanossedimentares do Segmento Cordilheirano Andino da Patagônia: Baías Otway e Skyring, Chile; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2017; nº de créditos concluídos: 18; data da qualificação: 30/06/2018; data da defesa: 30/03/2019; Bolsa paga pelo “Projeto Microbial: geoquímica de carbonatos microbiais continentais associados à precipitação de argilominerais”, fonte Petrobrás/FUNPAR/UFPR, no período de maio de 2017 a abril de 2019.

Análise de fácies e eletrofácies em análogos a reservatórios de baixa permeabilidade Neves, Lara Ferreira ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Carlos Conforti Ferreira Guedes Palavras-chave: reservatórios análogos, heterogeneidade, fácies

Depósitos de águas profundas constituem importantes reservatórios e conhecimentos a respeito desses depósitos têm aumentado nos últimos anos, porém a geometria deposicional das fácies é pouco entendida devido à ocorrência de heterogeneidades em diversas escalas. A partir dos estudos de afloramentos análogos é possível compreender a relação da geometria deposicional com as variações petrofísicas na escala de fácies e elementos deposicionais. As reservas de óleo e gás não convencionais são definidas como economicamente inviáveis para fluxos normais de produção, sendo necessário o investimento de técnicas especiais de recuperação. Os estudos de reservatórios análogos associados à análise de fácies e eletrofácies contribuem no entendimento desses reservatórios e diminuem o custo de desenvolvimento. O Grupo Itararé, localizado na Bacia do Paraná possui diversificadas associações de fácies, onde predominam níveis estratigráficos de arenitos com bom potencial para reservatórios, sendo um prospecto para hidrocarbonetos, principalmente de gás proveniente das rochas geradoras da Formação Ponta Grossa. Porém, a geometria deposicional desses depósitos apresenta complexidades em relação a diversos processos de deposição e também em relação à descontinuidade lateral dos litotipos. Para a caracterização de reservatórios de subsuperfície é necessário a

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obtenção de dados de poços, o que requer elevados recursos financeiros e, ainda assim, possuem baixa resolução horizontal. Como uma alternativa viável, análises de afloramentos em superfície são processos análogos que permitem a aquisição de dados e propriedades petrofísicas desses afloramentos, tais como porosidade, permeabilidade, radioatividade natural das rochas, elementos arquiteturais, geometrias dos depósitos e descrição das fácies. A qualidade dos reservatórios depende dessas propriedades, que controlam o armazenamento e fluxo de fluidos. Os objetivos deste trabalho consistem em compreender a distribuição e associação de fácies em afloramento e correlação com poços e testemunhos assim como os controles deposicionais das propriedades petrofísicas como porosidade, permeabilidade e radioatividade gama. Esses reservatórios podem ser descritos a partir de perfis gamaespectrométricos em afloramentos, assim como em testemunhos disponíveis da região de Mafra-SC que visam à caracterização das assinaturas e comparação com dados de poços e testemunhos disponíveis da região. A obtenção de dados de permeabilidade adquirida de afloramentos e testemunhos ocorrerá através da utilização de aparelho portátil e a porosidade pode ser determinada através de análises laboratoriais. A partir de dados obtidos em campo, se faz necessário a associação e análise de fácies para obtenção da geometria dos corpos estratigráficos, dos limites laterais e verticais e os contatos entre os corpos. A determinação e análise dos sets e cosets são essenciais no auxílio da interpretação dos sistemas deposicionais da área. A partir da obtenção dos dados e de suas análises espera-se compreender a heterogeneidade do reservatório com a interação de dados de afloramento e de subsuperfície. Espera-se também obter a permeabilidade das rochas e correlacionar esses dados com a heterogeneidade, descrever as grandes variações laterais das fácies e entender como ocorre o arcabouço estratigráfico de sequência. Como produto, esperasse obter a correlação entre as fácies e as propriedades petrofísicas do Grupo Itararé que promoverão o avanço no entendimento de reservatórios não convencionais. A principal motivação se consiste em estabelecer preditivos para exploração/explotação de gás de baixa permeabilidade de reservatórios de águas profundas. Dados acadêmicos: Nível; mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Análise de fácies e eletrofácies em análogos a reservatórios de baixa permeabilidade; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada na pós graduação: abril de 2017; N° de créditos concluídos: 8; Data da qualificação: junho de 2018; Trabalhos publicados ou em confecção: 00; Data da Defesa: março de 2019; Possui Bolsa: Não.

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Avaliação preliminar de microfácies do Grupo Passa Dois, Permiano da Bacia do Paraná Ng, Christiano ([email protected]) Orientadora: Profa. Dra. Cristina Silveira Vega Palavras-chave: petrografia, micropaleontologia, Gondwana

O Grupo Passa Dois, Permiano da Bacia do Paraná, é composto pelas formações Irati, Serra Alta, Teresina e Rio do Rasto, cuja área de afloramentos estende-se pelo centro-sul do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai; e sua deposição marca a "continentalização" de um mar epêirico com conexão oceânica possivelmente restrita desde o Eopermiano. Embora tenha sido foco de estudos estratigráficos e paleontológicos, diversas questões perduram quanto à sedimentologia e paleontologia desta unidade. Entre as quais, destacam-se a relação litoestratigráfica e paleoambiental entre a influência marinha das formações Irati e Serra Alta; a existência ou não de esporádicos eventos de ingressões marinhas na Formação Teresina; o motivo da ausência de microfósseis indubitavelmente marinhos acima da Formação Irati; a aparente escassez de microfósseis, endêmicos quando presentes; e ainda, qual seria o comportamento das microfácies e a distribuição dos microfósseis nos diferentes intervalos do Grupo Passa Dois, geográfica e estratigraficamente. Baseado nestas questões, o presente projeto de doutorado objetiva: a) caracterizar as microfácies carbonáticas, siliciclásticas, e microfósseis do Grupo Passa Dois, em afloramentos nas bordas leste e setentrional da Bacia do Paraná e nos furos de sondagem TG-179-RS e CA-16-RS (CPRM), perfurados no Rio Grande do Sul; b) propor uma distribuição de associações de microfácies para a unidade em diferentes localidades, refinando os modelos de distribuições atuais, bem como propor biozonas de assembleias, com base nos microfósseis recuperados; e, c) esboçar um modelo evolutivo de microfácies e microfósseis e seus possíveis análogos ambientais. Para tanto, foram percorridos cinco transectos: ao longo de afloramentos das formações Irati e Corumbataí entre os municípios de Alto Garças (MT) a Perolândia (GO); e ao longo das quatro formações nos transectos entre Joaquim Távora (PR) a Santo Antonio da Platina (PR); Teresa Cristina a Prudentópolis (PR); Irati (PR) a Inácio Martins (PR); e Canoinhas (SC) a Porto União (SC); totalizando 16 seções descritas, e 265 amostras coletadas em superfície, sendo a ampla maioria com posição bioestratigráfica previamente conhecida da literatura. Foi realizada a descrição de ambos os furos de sondagem da CPRM na Litoteca de Caçapava do Sul (RS), cujos intervalos somam 352m (TG-179-RS) e 148m (CA-16-RS) de testemunhagem contínua, com coleta de 35 amostras. Desse total de 300 amostras coletadas, todas foram catalogadas, serradas, pesadas e descritas mesoscopicamente com auxílio de microscópio estereoscópico, 228 foram selecionadas para

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laminação e 220 para processamento micropaleontológico. Das amostras selecionadas para laminação, 122 encontram-se laminadas e foram descritas microfaciologicamente, e se referem a 13 localidades e aos dois furos de sondagem. Destas, 38 correspondem às amostras dos estados do Mato Grosso e Goiás e 84 à porção sul da bacia. Foram observadas 13 microfácies, sendo sete carbonáticas, que representam 71% e 56% respectivamente, das lâminas estudadas de cada macrorregião. Dentre as microfácies siliciclásticas, os siltitos representam a principal litologia da Formação Teresina na porção sul da bacia, e entre as microfácies carbonáticas, destacam-se como mais fossilíferas os grainstones oolíticos e rudstones coquinoides, com abundantes ostracodes, inclusive como núcleo de ooides, fragmentos fosfáticos, e recorrente presença de espículas de esponja. Com relação às lâminas da unidade equivalente na borda setentrional da bacia, a Formação Corumbataí, predominam arenitos coquinoides silicificados e espiculititos associados à microbialitos e glauconita. Cabe ressaltar a presença de anidrita, gipsita e barita em fraturas em diversos níveis do poço TG-179-RS, até a região de Joaquim Távora (PR), nas formações Irati, Serra Alta e Teresina; e, a presença constante de ooides do tipo cerebroide em todos os níveis de grainstones da Formação Teresina. Paralelamente, testes de extração de microfósseis em diversas amostras, utilizando H2O2, ácido acético e água destilada, obtiveram maior recuperação de microfósseis coincidente com as microfácies carbonáticas de grainstones e rudstones, conforme esperado pela análise petrográfica, com recuperação de até 900 indivíduos por amostra, e 95% de recuperação de ostracodes, no caso das amostras da Formação Teresina de Teresa Cristina (PR). A elevada quantidade de ostracodes, fragmentos fosfáticos e espículas de esponja recuperados aponta para estes microfósseis como os mais importantes para a elaboração de zonas de associação, e o paleoambiente inferido pelos microfósseis encontrados até o momento, pouco diversificados em comparação com uma assembleia marinha rasa normal, deve relacionar-se possivelmente à condições de alto estresse ambiental, ou condições paleobatimétricas inviáveis ao desenvolvimento de outros organismos estenohalinos.

Dados acadêmicos: Co-orientador(es): -; Nível: Doutorado; Título do projeto original da dissertação/tese: Análise microfaciológica e micropaleontológica do Grupo Passa Dois, Permiano da Bacia do Paraná: implicações paleoambientais e bioestratigráficas; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; Nº de créditos concluídos: 37; Data da qualificação: setembro de 2018; Trabalhos publicados ou em confecção: 01 resumo publicado, 03 resumos previstos em eventos e 02 artigos previstos para o segundo semestre de 2019; Data da Defesa: março de 2020; Possui Bolsa: não; Período da bolsa: -; Fonte pagadora: -

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Integração Geofísico-Geológica da Porção Central do Estado de Roraima (RR) Oliveira, Vanessa da Silva ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira Palavras-chave: Aerogeofísica, Integração Geofísico-Geológica, Estado de Roraima.

A área de estudo envolve quatro folhas em escala 1:250. 000 (aproximadamente 725.000 km2), situadas na porção central do Estado de Roraima (RR). Geologicamente está inserida no Cráton Amazônico e é representada pelas províncias Rio Negro (1,82-1,52 Ga), com o Domínio Serra do Imeri (DSI), e Tapajós - Parima (2,03-1,88 Ga), com os domínios Parima (DPA), Surumu (DSU), Uatumã – Anauá (DUA) e Guiana Central (DGC), sendo que este último cobre a maior parte da área de estudo. No DGC observam-se ortognaisses, granitos e granulitos pertencentes às unidades Rio Urubu e Serra da Prata, além de rochas supracrustais de alto grau metamórfico do Grupo Cauarane. Neste trabalho, dados aéreos de gamaespectrometria e magnetometria foram analisados, buscando contribuir com a cartografia geológica das áreas sobrevoadas, caracterizar depósitos conhecidos e sugerir alvos exploratórios com base nas assinaturas geofísicas. A metodologia adotada contemplou os seguintes procedimentos: (i) pré-processamento (avaliação da distribuição e qualidade do banco de dados); (ii) processamento, interpolação e aplicação de filtros de realce; (iii) interpretação qualitativa e semiquantitativa e (iv) integração de todas as informações, incluindo dados geológicos digitais em ambiente de Sistema de Informações Geográficas (SIG,) em escala regional, seguida da (v) interpretação em detalhe para desenvolvimento de um modelo exploratório e inferência de novos alvos. O processamento dos dados gamaespectrométricos consta de mapas de contagem total (CT, µR/h), potássio (K, %), do equivalente de tório (eTh, ppm), do equivalente de urânio (eU, ppm), das suas razões, (eTh/K, eU/K, eU/eTh), do parâmetro F = K*eU/eTh, do índice máfico IM=ASA/ (K*eU*eTh) e de composições ternárias RGB/K-eTh-eU e CMY/K-eTh-eU, onde foi possível identificar áreas anômalas para cada radioelemento e construção de mapas litogeofísicos, nos quais foram delineados os principais domínios gamaespectométricos. Em continuidade foram empregados métodos de realce (interpretação qualitativa), como derivadas horizontais (Dx e Dy, nT/m) e vertical (Dz, nT/m), amplitude (ASA, nT/m) e inclinação do sinal analítico (ISA, rad), gradiente horizontal total (GHT, nT/m) e outros, com o objetivo de reconhecer domínios magnéticos e conceber um arcabouço magnético-estrutural, os quais serão cotejados às unidades geológicas e feições estruturais, respectivamente. No estudo regional temos que o arcabouço estrutural do domínio DGC na literatura está definido com direção geral NE-SW na porção noroeste de Roraima que inflete para E-W até NW-SE, no entanto, foi realizado

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reanalise de domínios e lineamentos a partir dos dados magnetométricos, onde foi possível fazer a interpretação de um arcabouçou tectônico-magnetométrico. Definiu-se assim, seis grandes domínios magnéticos para o estado de Roraima, dos quais três, com magnitude e profundidades de estruturas diferentes estão localizados na faixa denominada DGC. Em escala de detalhe o estudo foi centralizado nas assinaturas ouro, fosfato e rochas alcalinas que estão entre as principais commodities minerais, as quais poderiam ser ampliadas com maior detalhamento. Com esse proposito foram gerados mapas de favorabilidade pela integração de informações geofísicas e geoquímicas, utilizando algoritmo de lógica Fuzzy, onde identificamos a presença de corpos ainda não mapeados que podem constituir futuros alvos à pesquisa. Na etapa seguinte será realizada a integração geofísica - geológica, a partir de dados e interpretações obtidos de forma direta pela geologia, e indireta pela geofísica, gerando conhecimentos correlacionais de superfície e subsuperficie, fornecendo subsídios à geotectônica, à seleção de áreas para mapeamento geológico sistemático e alvos para prospecção mineral. Dados Acadêmicos: Co-orientador(es): Dr. Roberto Gusmão de Oliveira, Msc Nelson Joaquim Reis ; Nível: Mestrado; Título do projeto da dissertação/tese: Integração Geofísico-Geológica da Porção Central do Estado de Roraima (RR); Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de Entrada na Pós-Graduação: Maio de 2016;N° de créditos concluídos:14; Data da qualificação: Agosto de 2017; Trabalhos

publicados ou em confecção :2 ;Data da Defesa :Julho de 2018; Possui Bolsa: não; Período

da bolsa: não possuo bolsa.

Evolução tectonometamórfica e estudo de proveniência da Sequência Rio das Cobras – Terreno Paranaguá (SP, PR, SC). Patias Guimarães, Daniel ([email protected]) Orientador: Doutor Leonardo Fadel Cury Palavras-chave: tectonometamorfismo, geocronologia, Sequência Rio das Cobras.

A Sequência Rio das Cobras é uma unidade metassedimentar cujo significado tectônico e estratigráfico ainda permanece como uma incógnita nas modelagens e entendimento da evolução crustal da porção sul do Cinturão Ribeira. Composta predominantemente por metapelitos com paragêneses da fácies xisto-verde e anfibolito, a sequência apresenta um zoneamento metamórfico controlado pela tectônica de zonas de cisalhamento e intrusões graníticas. Esses metassedimentos afloram como faixas alongadas na direção NE-SW,

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frequentemente rompidas por falhas transcorrentes e pelas intrusões graníticas no âmbito do Terreno Paranaguá, no extremo leste o Estado do Paraná, sendo balizada pelas zonas de cisalhamento Palmital, Alexandria, Serra Negra e Icapara. O contexto tectonoestratigráfico do Terreno Paranaguá é caracterizado pelo Complexo São Francisco do Sul, composto por lascas de ortognaisses de composição diorítica, granodiorítica, quartzo-monzodiorítica, trondhjemitos e monzogranitos) com idades U-Pb paleoproterozóicas para núcleos de zircão (2173 ± 18 Ma) e bordas neoproterozóicas (626 ± 25 Ma); pela Sequência Rio das Cobras (xistos com granada, silimanita, biotita e muscovita, quartzitos, paragnaisses granatíferos, biotititos e mármores calcíticos) que possue idade máxima de sedimentação entre 2,2 a 1,8 Ga para núcleos de zircões detríticos e bordas com idades neoproterozóicas, provavelmente produtos de recristalização; e pelas suítes graníticas neoproterozóicas Morro Inglês, Canavieiras-Estrela e Rio do Poço que, junto com zonas de cisalhamento, romperam e balizaram todo o terreno. O Terreno Paranaguá representa uma importante unidade para a reconstrução e modelagem tectônica da porção oeste do Supercontinente Gondwana, entretanto, para isto é necessário o avanço no entendimento das unidades que o compõe, em especial a Sequência Rio das Cobras, que possuí carência de dados estratigráficos, estruturais, metamórficos e geocronológicos, sendo ela uma das melhores candidatas para uma conexão com as unidades geológicas do Cinturão Kaoko, na contraparte africana. Ressalta-se ainda a importância econômica dos metassedimentos através de ocorrências de ouro em veios em meio aos xistos. Para o avanço do entendimento geológico dos metassedimentos e da modelagem tectônica do Terreno Paranaguá pretende-se alcançar os seguintes objetivos: (i) correlação dos litotipos e unidades mapeáveis, na tentativa de uma proposta de organização estratigráfica para a Sequência Rio das Cobras; (ii) caracterização do metamorfismo, das fácies metamórficas e da evolução termobarométrica da Sequência Rio das Cobras, procurando entender o desenvolvimento de zonas de cisalhamento e as características do evento colisional; (iii) estudo de proveniência dos metassedimentos por meio de datações U-Pb em zircão detrítico em rochas de origem silissiclástica, para comparação com resultados geocronológicos regionais e determinação de possíveis áreas fontes. Desta forma a pesquisa será embasada em dados obtidos a partir de pesquisas bibliográficas anteriores, utilização de sensoriamento remoto (imagens de Landsat 8, SRTM, geofísica), levantamentos de campo pelo método de linhas transversais a direção das estruturas regionais, análise estrutural de estruturais planares e lineares, petrografia, química mineral de geotermômetros e geobarômetros, através de análises em microssonda eletrônica, com o objetivo de traçar trajetórias P-T-t de algumas zonas de cisalhamento que deformaram os metassedimentos e, principalmente, análises isotópicas de U-Pb em zircões detríticos via ICP-MS-LA para estudos de proveniência e prováveis idades de metamorfismo. A integração dos dados obtidos durante a pesquisa permitirá a reconstrução paleogeográfica da Sequência Rio das Cobras e seu contexto tectônico com os granitoides e rochas de embasamento, em uma modelagem do

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empilhamento sedimentar original e a evolução do orógeno na porção oeste do supercontinente Gondwana. Dados acadêmicos: Nível: Mestrado; Título do projeto: Evolução tectonometamórfica e estudo de proveniência da Sequência Rio das Cobras – Terreno Paranaguá (SP, PR, SC); Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada no mestrado: abril/2017; No de créditos concluídos: 14 créditos; Data da Qualificação: 30/06/2018; Data da Defesa: 30/03/2019; Possui Bolsa de 24 meses via Projeto Microbial – Petrobrás.

Modelagem de dados geofísicos aplicada em pesquisa mineral de cobre no município de Caçapava do Sul – RS.

Pereira, Henrique Garcia ([email protected]) Orientador: Francisco José Fonseca Ferreira Palavras-chave: cobre, geofísica, prospecção mineral

O cobre é um metal extremamente utilizado em diversos setores da produção industrial e da construção civil, em virtude de suas características técnicas, como alta condutividade elétrica e térmica, excelente resistência à corrosão, alta plasticidade, facilidade de manufatura e de liga com outros metais, ótimos atributos abrasivos e de soldagem, além de excelentes condições para a deposição eletrolítica. O crescimento social e tecnológico vivido pela sociedade contemporânea tem levado diversas reservas conhecidas desse bem mineral ao exaurimento. A busca por novas jazidas ou a reavaliação de ocorrências já conhecidas se tornam cada vez mais importantes. Nesse sentido, a geofísica pode ser utilizada como ferramenta de investigação para melhores estimativas do potencial mineral de subsuperfície, obtido a partir do contraste de propriedades físicas entre um alvo potencialmente mineralizado e a rocha encaixante. Os métodos geofísicos tradicionalmente empregados na pesquisa mineral de metais são a eletrorresistividade e a polarização induzida, os eletromagnéticos nos domínios do tempo e da frequência, além da magnetometria e da gravimetria. A utilização combinada desses métodos é recomendada por aumentar a confiabilidade dos resultados e reduzir a ambiguidade característica dos métodos. Uma área com amplo potencial para a produção de cobre é a do município de Caçapava do Sul, situado na porção central do estado do Rio Grande do Sul. Nessa região são reconhecidas diversas jazidas e ocorrências associadas preferencialmente às rochas vulcanossedimentares da Bacia do Camaquã e metavulcanoclásticas do Escudo Sul-riograndense. Muitas dessas jazidas foram amplamente estudas, como a de Camaquã, que foi explorada desde o início

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do século XIX até o esgotamento das reservas na década de 1990. Por outro lado, ocorrências como Capão Grande e Victor Teixeira carecem de estudos quanto ao seu potencial mineral em subsuperfície. Essas duas ocorrências compreendem disseminações de óxidos de cobre, principalmente malaquita (Cu2(OH)2CO3) e azurita (Cu3(OH)2(CO3)2), com presença reduzida de sulfetos primários, geralmente constituindo remobilizações hidrotermais ao longo de zonas de falhas ou zonas brechadas. A ocorrência cuprífera Victor Teixeira está alojada numa unidade de embasamento do Escudo Sul-riograndense, correspondente às rochas metavulcanoclásticas do Complexo Metamórfico Vacacaí. A ocorrência cuprífera Capão Grande tem como encaixante as rochas vulcanossedimentares da Formação Passo da Promessa, pertencentes ao Grupo Maricá da Bacia do Camaquã. A unidade metavulcanoclástica do Complexo Metamórfico Vacacaí é constituída predominantemente de rochas vulcanoclásticas, às quais se associam a rochas epiclásticas e químicas, que foram afetadas pelo contato com rochas supracrustais, cujo metamorfismo gerou condições de fácies xisto verde inferior para médio a superior, zona da clorita. A Formação Passo da Promessa é constituída por arenitos róseos a avermelhados, cinza-avermelhados ou castanho-avermelhados. Apresentam com frequência níveis conglomeráticos, onde os seixos são predominantemente de rochas graníticas e metamórficas. O afloramento Victor Teixeira tem aproximadamente 5 m de comprimento por 2 m de largura e se dispõe na direção nordeste. Constituem o afloramento rochas com foliação plano paralela e coloração que varia de cinza a cinza esverdeado, respectivamente clorita xistos e sericita xistos, que apresentam algumas impregnações de malaquita entre os espaços das foliações. O afloramento Capão Grande apresenta 19 m de comprimento por 10 m de largura e se dispõe na direção noroeste. É constituído por arenitos arcosianos, que apresentam impregnações de malaquita e azurita ao longo de fraturas e também em porções mais porosas da rocha. O presente estudo tem como principal objetivo o detalhamento geofísico e geológico-estrutural da área com as ocorrências cupríferas Capão Grande e Victor Teixeira. Para atingir essa proposta serão realizados levantamentos de dados geofísicos da magnetometria, gravimetria, eletrorresistividade e polarização induzida juntamente com o reconhecimento, descrição e coleta de medidas estruturais em afloramentos na área de estudo. Até o momento foram realizados levantamentos de magnetometria e de estrutural. A magnetometria foi aplicada ao longo de 28 perfis, totalizando 1238 estações medidas. No levantamento estrutural foram tomadas 450 medidas de direção e mergulho em xistos, arenitos e riolitos reconhecidos em campo. Os dados até então adquiridos estão em fase inicial de processamento. A utilização conjunta de dados geofísicos, geológicos e estruturais possibilitará a delimitação e análise morfológica de um eventual corpo sulfetado entre as ocorrências cupríferas ou de corpos distintos, assim como auxiliará no entendimento do controle metalogenético do minério.

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Dados acadêmicos: Co-orientador: Maximilian Fries; Nivel: Doutorado; Título do projeto original da tese: Prospecção geofísica de detalhe entre as ocorrências cupríferas Capão Grande e Victor Teixeira, localizadas no interior do município de Caçapava do Sul – RS; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de depósitos minerais; Data de entrada na pós-graduação: 24/10/2016; N° de créditos concluídos: 0; Data da qualificação: 31/03/2019; Trabalhos publicados ou em confecção: 0; Data da defesa: 30/09/2020; Possui bolsa: Sim; Período da bolsa: Junho/17-Março/18; Fonte Pagadora: CAPES.

Determinação da influência de índices físicos e mecânicos no índice de abrasividade das rochas Piazzetta, Gabriela Reis ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo E. Lagoeiro Palavras-chave: CERCHAR; abrasividade rochas; desgaste de brocas

Independentemente do tipo de escavação executada em rocha, o desgaste das ferramentas de perfuração utilizadas sempre representa um custo expressivo no projeto e um fator crítico no desempenho da escavação. Com o crescimento no número de projetos que envolvem escavação em rocha, sejam em túneis, em dutovias, em galerias ou na exploração de petróleo, a previsão do desgaste das ferramentas de perfuração é uma parte essencial na fase de investigação geológico-geotécnica do projeto. O desgaste das ferramentas de perfuração ocorre em escala microscópica, portanto a caracterização das rochas nesta escala é substancial para a determinação e quantificação dos índices que possuem maior influência à abrasão. A abrasividade é o parâmetro mais associado ao desgaste das ferramentas utilizadas na perfuração, pois é definida como a perda ou consumo progressivo de material na interação entre as ferramentas de perfuração e o maciço rochoso. Existem diversos métodos de investigação e quantificação da abrasividade, que variam conforme a escala analisada e a disponibilidade de recursos do projeto. Estes métodos podem ser classificados como ensaios em escala real, ensaios em modelo reduzido, ensaios de laboratório e a aplicação de índices geotécnicos. Devido a praticidade, ao baixo custo e a aplicabilidade a qualquer tipo de projeto, um dos ensaios mais utilizados é o ensaio de abrasividade Cerchar. Este ensaio foi desenvolvido na França em 1986 pelo Centre d’Études et Recherches dês CHARbonages de France - CERCHAR e consiste em uma ponteira de aço com dureza HRC 55, afiada em um ângulo de 90º, que é passada pela superfície horizontal da amostra de rocha, por uma distância de 10mm, sob uma força aplicada normal

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de 70N, produzindo um sulco ou risco. A análise é feita pela medida do diâmetro da ponteira desgastada, em intervalos de 0,1 mm, na unidade denominada Cerchar Abrasiveness Index (CAI). A maior dificuldade no estudo do desgaste das ferramentas está na aplicação dos resultados obtidos nos ensaios de laboratório, no campo, pois o processo de perfuração envolve diversas variáveis, que nem sempre são viáveis de serem reproduzidas e consideradas nos ensaios. Por isso, se torna necessário determinar quais são as variáveis consideradas no ensaio de abrasividade utilizado, e qual o mecanismo de desgaste reproduzido no mesmo. Para isto, este estudo objetiva verificar os parâmetros utilizados na execução do ensaio de abrasividade Cerchar, e analisar microscopicamente o tipo de desgaste entre rocha e metal que é reproduzido por este ensaio. Além disto, este trabalho pretende demonstrar a correlação de diversos índices das rochas, como a composição mineral, a resistência à compressão uniaxial e a anisotropia, com o índice de abrasividade obtido no ensaio Cerchar. Foram selecionadas 50 amostras de rocha que incluem: rochas ígneas, rochas ígneas vulcanoclásticas, rochas sedimentares e rochas metamórficas, que estão sendo analisadas por uma série de ensaios laboratoriais: (1) descrição petrográfica, com a quantificação da composição mineral, do teor de quartzo, tamanho dos grãos e grau de alteração; (2) ensaios de abrasividade CERCHAR; (3) ensaio de compressão uniaxial; (4) FRX, com a quantificação dos teores de SiO2, Al2O3 e Fe2O3; (5) análise por MEV-EBSD e MEV-Alicona MeX; (6) ensaio de risco controlado, (7) cálculo dos parâmetros geotécnicos: EQC (Equivalent Quartz Content) e RAI (Rock Abrasiveness Index). Os dados estão sendo tratados por análise estatística de regressão linear simples e múltipla. Até o momento a pesquisa pode concluir que o índice de abrasividade Cerchar é influenciado por diversas variáveis que atuam de maneira diferente de acordo com o litotipo e o mecanismo de desgaste associado a ele. A análise em MEV - Alicona, do sulco do teste Cerchar demonstrou que diversos mecanismos são atuantes no processo de desgaste e vão além da dureza dos minerais constituintes das rochas (teor de quartzo e EQC). Através da análise geométrica do sulco, podemos inferir que variáveis como o tamanho dos grãos, microestruturas de fraturamento pré-existentes, grau de coesão em escala microscópica e anisotropia cristalográfica contribuem no CAI e devem ser estudadas e quantificadas posteriormente. Dados acadêmicos: Co-orientadores: Dra. Isabella F. R. Figueira e Dr. Giuseppe Pintaúde; Nível: mestrado; Título do projeto: Desenvolvimento de novas alternativas de ensaios de abrasividade em rochas; Área de concentração: Geologia exploratória; Linha de pesquisa: Evolução crustal; Data da entrada na Pós-Graduação: 31/08/2016; N° de créditos concluídos:20; Data da qualificação: 31/07/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 3; Data da defesa: 30/04/2018; Bolsa: Institutos LACTEC, Período da bolsa: 31/08/2016 a 31/12/2017; Fonte pagadora: Institutos Lactec.

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Caracterização estrutural e definição de paleotaludes de depósitos de transporte em massa do Grupo Itararé Rodrigues, Mérolyn Camila Naves de Lima ([email protected]) Orientadora: Profª Drª Barbara Trzaskos Palavras-chave: fluxos gravitacionais em massa, deformação penecontemporânea atectônica, Permo-carbonífero.

Depósitos de transporte em massa (DTMs) são gerados por fluxos gravitacionais em massa e mostram complexo registro estrutural relativamente pouco estudado. Estes depósitos compõem parcela importante do registro geológico marinho profundo e seu entendimento tem importância no estudo de depósitos antigos, a fim de compreender melhor condições paleoambientais e paleogeográficas. No Grupo Itararé, unidade permocarbonífera da Bacia do Paraná, os DTMs ocorrem em vários níveis estratigráficos como diamictitos e arenitos, lamitos, entre outros litotipos ressedimentados e com variadas estruturas deformacionais penecontemporâneas. O escopo deste estudo é caracterizar as estruturas dos depósitos de transporte em massa do Grupo Itararé, compreender os estilos estruturais e os mecanismos de deformação associados a fluxos gravitacionais de massa. Além disso, pretende-se avaliar a validade dessas estruturas como indicadores do azimute de mergulho de paleotaludes, auxiliando assim, na interpretação da evolução tectono-sedimentar da Bacia do Paraná durante o Permo-carbonífero. O estudo está sendo desenvolvido em afloramentos selecionados na borda leste da Bacia do Paraná entre o norte do estado do Paraná e centro-sul do estado de Santa Catarina. Nos DTMs em estudo foram identificadas estruturas distensionais, compressionais, indicativas de cisalhamento e matriz resultante da mistura de sedimentos remobilizados. Os blocos de diferentes litotipos, dispersos na matriz de DTMs descritos como diamictitos, mostram deformação interna, como dobras, falhas, boudins e feições de cisalhamento, que, por vezes, destruíram por completo estruturas sedimentares. Estruturas como falhas, dobras e boudins podem ser identificadas também na matriz de diamictitos quando esta mostra variação granulométrica que forma um bandamento. Apesar de dobras, falhas e boudins ocorrerem em diferentes DTMs é possível determinar a relação entre a deformação e a desagregação e mistura de sedimentos, que permitem a homogeneização dos sedimentos remobilizados. A deformação interna observada em blocos em diamictitos pode indicar fases iniciais da deformação e correspondem a porções mais competentes. Corroborando isso, a incorporação de fragmentos e sedimentos dos blocos pela matriz do diamictito indica que esses blocos não estavam litificados. Pode-se concluir ainda que a deformação contínua, ao longo das bordas dos blocos, resulta na homogeneização dos DTMs. A análise tem permitido relacionar a evolução da deformação com a tendência de desagregação e mistura de sedimentos, que levam à homogeneização

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desses depósitos. As estruturas estão sendo estudadas também quanto a sua orientação, a fim de determinar a orientação dos fluxos gravitacionais que geraram os DTMs e, assim, definir a orientação do paleotalude. Para a definição de paleotaludes foram selecionadas estruturas como dobras, blocos e clastos orientados, estrias e sulcos em bordas de blocos, falhas e boudins, e seus respectivos métodos descritos na literatura. Para cada afloramento os dados coletados mostram dispersão variável, no entanto observa-se boa consistência dos resultados quando testados por diferentes métodos. Comparando afloramentos próximos e em nível estratigráfico similar verifica-se boa correlação entre os resultados de paleotalude obtidos. Quando se compara as orientações de paleotaludes com dados de paleocorrentes de depósitos fluvio-deltáicos e turbidíticos, próximos aos afloramentos estudados e em nível estratigráfico similar, verifica-se também boa correlação. A continuidade do estudo visa concluir tanto a análise da deformação quanto a definição de paleotalude e determinar a relação entre a deformação e a orientação das estruturas nos DTMs. Dados acadêmicos: Co-orientador(es): Fernando Farias Vesely; Nível: doutorado; Título do projeto original da dissertação/tese: Estilos estruturais associados a movimentos gravitacionais de massa e suas implicações exploratórias; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2015; Nº de créditos concluídos: 39; Exame de qualificação: outubro de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 02 resumos aceito em Simpósio, 01 resumo aceito em Congresso, 01 artigo previsto para o 2º semestre de 2017 e 01 artigo previsto para o 1º semestre de 2018; Data da Defesa: março de 2019; Possui Bolsa: sim; Período: 48 meses; Fonte pagadora: CAPES; Apoio financeiro: CNPq - Projeto “Depósitos de transporte em massa na sucessão neopaleozoica da Bacia do Paraná” (processo

461650/2014-2) .

Stratigraphy and paleogeographic significance of a Carboniferous ice-contact sedimentary complex in the Paraná Basin: Balsa Nova (PR) Rosa, Eduardo Luiz Menozzo da ([email protected]) Advisor: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Keywords: Late Paleozoic Ice Age, Itararé Group, tillite.

Terrestrial, ice-contact glacial deposits, such as subglacial tillites and ice-marginal wedges, are relatively rare in the pre-Pleistocene stratigraphic record because of its low degree of

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preservation due to potential reworking by subsequent glacial and non-glacial agents. In the Carboniferous to early Permian Itararé Group, these deposits have been briefly documented exclusively in the lowermost interval of the unit, where glacial deposits rest onto glacially abraded bedrock. Considering that the combined analysis of sedimentary facies, glacial erosional and deformational structures can give clues on the dynamics of glaciers, this work presents partial results from the detailed characterization of a glaciogenic interval placed at the base of the Itararé Group in Balsa Nova region, Paraná state. The main objective is to interpret the origin of the succession and to evaluate its implications for the dynamics of the ice margin. The studied succession is about 45 m-thick and rests on an unconformity displaying subglacially striated pavements carved on Devonian sandstones (Furnas Formation) and Precambrian units. The analysis of facies composition, stacking patterns, erosional features, soft-sediment deformational structures (folds, foliation, shear planes) and paleocurrent records from cross stratifications and current ripples allowed the definition of five facies associations (FA) interpreted in terms of general depositional settings. FA-A takes place at the base of the succession and is composed of a discontinuous body of massive and foliated, clast-rich, sandy diamictites topped by a grooved and fluted surface that indicates a northward paleo-ice flow. These characteristics enable to interpret it as subglacial tillites related to a basal deforming layer. FA-B is composed of massive mudstones and plastically deformed, clast-poor, muddy diamictites. Diamictites display foliation, shear planes and lenses of heterolithics and fine-grained rippled sandstones that are often deformed as recumbent folds. The association is interpreted as a product of subaqueous deposition for suspension plumes combined with bed-load dominated underflows and cohesive density flows in the distal zones of grounding-line fans or proglacial delta systems. The deformational structures may either be a result of subglacial deformation due to glacier readvance or slumping on a subaqueous slope, so more analysis is needed for a final conclusion. Both paleocurrents and deformational structures indicate glacier flow or paleoslope dip to the southwest. FA-C is sand-rich and consists of amalgamated tabular beds of medium to coarse-grained sandstones and conglomerates with trough cross stratification interbedded with massive, clast-rich, sandy diamictitites and fine-grained rippled sandstones. The strata are deformed in open symmetrical folds intercepted by mesoscale thrust planes. These facies represent proximal outwash systems dominated by concentrated to hyperconcentrated density flows and tractive currents derived from meltwater jets that emanate from subglacial to englacial tunnels. The observed deformation is interpreted as a product of pure shear imposed by ice push during glacier readvance. FA-D rests by means of a flat unconformity on sandstones of FA-C and is composed of massive and foliated, muddy, clast-poor diamictities often cut by sub-horizontal, anastomosed shear planes. Deformed sandy lenses with similar texture and composition than FA-C as well as muddy sandstones with rip-up clasts occur within the diamictites. These diamictites can be interpreted as previously deposited sediment reworked, intensely deformed and partially homogenized by an advancing glacier, being thus

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deformation tilites. The deformed sandstone bodies can be interpreted either as rafts from the underlying FA-C as well as deposits from subglacial meltwater streams. The orientation of deformational features in both FA-C and D indicates a northwestward glacial advance, suggesting one single event of ice-margin advance that initially pushed the ice-marginal deposits and subsequently overrode it forming a subglacial unconformity. Facies association E occurs at the top of the succession siting unconformably on FA-D and comprising undeformed, fine-grained to gravelly sandstones with trough cross stratifications and climbing ripples. It is interpreted as deposits from meltwater streams in a proglacial setting. The downstream and upward transition from cross stratified to climbing rippled facies suggest decelerating flows entering a water body, possibly a delta. Based on the so far presented results it is possible to recognize in the studied succession three cycles of advance-retreat of a wet-based (temperate) glacier. Further analysis is needed to determine if the succession was influenced by one single ice-lobe derived from the south or multiple ice-lobes from an ice-spreading center located to the east. Academic information: Co-advisor: Prof. Dr. John L. Isbell (UWM – EUA); Degree: Master; Original project tittle: The sedimentary record of subglacial to ice-marginal environments: a case study from the Itararé Group (Carboniferous) in the Balsa Nova area (PR); Concentration Area: Exploration Geology; Research topic: Sedimentary Basin Analysis; Start date: 1/4/2016; Concluded credits: 26; Qualify exam: 30/6/2017; Papers published or under preparation: 1 abstract published in the 48º Brazilian Congress of Geology; 2 papers under preparation; Defense: 31/03/2018; Scholarship: yes; Scholarship period: 1/5/2016 to 31/3/2018; Agency: CAPES.

Investigação microestrutural das rochas máficas-ultramáficas de Limoeiro, hospedeiras de mineralizações Ni-Cu-(PGE), e suas encaixantes, Província Borborema Sanches, Edgar A. G. ([email protected]) Orientadora: Profª. Drª Geane Carolina Gonçalves Cavalcante Palavras-chave: Complexo Surubim-Caroalina, Zona de Cisalhamento Coxixola-Vicência, conolito.

A Província Borborema é uma região formada por um complexo mosaico dobrado com eventos magmáticos, termais e tectônicos. Contem impressões de dois importantes ciclos: (1) o Ciclo Cariris Velhos do final do Mesoproterozóico é caracterizado por eventos acrescionários-colisionais e associado à Orogenia Greenviliana, e (2) o Ciclo Brasiliano (Pan-

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Africano), que retrabalhou as rochas do Cariris Velhos no Neoproterozóico, durante a convergência dos crátons São Francisco – Congo, Amazônico e África Ocidental. O depósito de Ni-Cu (PGE) de Limoeiro está hospedado em rochas ultramáficas, que estão intrudidas em paragnaisses do Complexo Surubim-Caroalina (pico deformacional indicado por zircões metamórficos em 623±6 Ma método U-Pb em zircão). Dados geocronológicos de U-Pb em zircões detríticos sugerem para o Complexo Surubim-Caroalina idade de sedimentação pré-Ediacarano, 665±17 Ma. Já o valor máximo para sedimentação na mesma unidade seria em torno de ca. 640Ma. Idades U-Pb em zircão de diques graníticos que cortam a ultramáfica de Limoeiro sugerem cristalização em torno de 604±6 Ma; zircões da ultramáfica indicam idades U-Pb para cristalização em ca. 790 Ma. A ultramáfica de Limoeiro possui cerca de 4km de comprimento e 500m de largura; é um conolito – conduto de magma – sub-horizontal com direção ENE-WSW, subparalela à Zona de Cisalhamento Coxixola-Vicência. Compõe-se basicamente por ortopiroxênio e olivina, com adicionais ocorrências de cromita, clinopiroxênios, plagioclásios e anfibólios, e sulfetos da mineralização. Está deformada por zonas de cisalhamento que localmente parecem ter remobilizado os sulfetos em texturas stringers e gerado concentração anômala de flogopita. Contudo, em larga escala, a mineralização e o centro do corpo intrusivo ainda preservam feições magmáticas, ao contrário de suas bordas, na qual presença de anfibolitos com textura nematoblástica, caracterizada pela orientação preferencial de anfibólios, sugerem metamorfismo e deformação. A assembleia metamórfica é típica de fácies anfibolito a granulito, com ortopiroxênios e olivinas apresentando feições de deformação plástica intracristalina. Não há formação de foliações miloníticas nas ultramáficas, apenas nas encaixantes. A determinação das relações geométrico-cinemáticas entre deformação e intrusão tem o potencial de gerar duas importantes conclusões que influenciarão diretamente na exploração de Ni-Cu-(PGE) na região: (i) Se o pico deformacional é anterior à intrusão, maior será a probabilidade de ocorrência de corpos ultramáficos mineralizados preservados, bem como a ocorrência dos metais de interesse restritos aos corpos ultramáficos; (ii) se a deformação é posterior à intrusão, existe a possibilidade de que corpos intrusivos menores do sistema Limoeiro estejam estirados, boudinados e cisalhados, com maior probabilidade de fuga/remobilização de sulfetos para as encaixantes. Nessa situação sulfetos maciços estariam controlados por estruturas relativas ao pico deformacional. Duas hipóteses serão testadas para explicar essas possibilidades: (i) o corpo ultramáfico intrudiu o Complexo Surubim-Caroalina após pico deformacional responsável pela formação do bandamento gnáissico, por isso a intrusiva não apresenta a mesma intensidade de deformação dos gnaisses encaixantes; (ii) intrusão foi afetada pelo mesmo pico deformacional impresso no gnaisse encaixante, mas devido ao contraste reológico entre a encaixante e a ultramáfica seu núcleo ficou preservado da deformação mais intensa (reologia competente do corpo intrusivo). Os objetivos deste projeto são: (i) caracterizar microestruturas das rochas da intrusão ultramáfica de Limoeiro, e de suas encaixantes em escala local do depósito; (ii) investigar os estilos de deformação,

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e consequentemente, os processos deformacionais registrados nas rochas ultramáficas e em suas encaixantes; (iii) associar dados geocronológicos da literatura com eventos deformacionais, metamórficos, e relações estratigráficas e de contato entre a intrusão e as encaixantes. Em etapas de campo foram coletadas 37 amostras de rocha em superfície, orientadas e 11 amostras de testemunho de sondagem no centro e nas bordas da intrusão, e das encaixantes; também foram selecionadas amostras nas principais zonas de cisalhamento da região; amostras representativas foram selecionadas para microscopia óptica e para medidas de orientações cristalográficas preferenciais (CPO) por difração de elétrons retroespalhados (EBSD). Para processamento dos dados serão utilizadas rotinas específicas do MTex no Matlab, que consiste em ferramentas para análise e modelagem de texturas cristalográficas a partir de medidas de orientações cristalográficas. Tais rotinas permitem uma análise microestrutural e cristalográfica completa do agregado cristalino, essenciais na investigação dos mecanismos formadores das microestruturas e das texturas cristalográficas além de auxiliar na interpretação e das texturas cristalográficas além de auxiliar na interpretação mecanismos de deformação das rochas ultramáficas e encaixantes, e/ou mecanismos ativados durante a colocação das ultramáficas. Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Leonardo Evangelista Lagoeiro; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Investigação microestrutural das rochas máficas-ultramáficas de Limoeiro, hospedeiras de mineralizações Ni-Cu-(PGE), e suas encaixantes, Província Borborema; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: evolução crustal; Data de entrada na pós-graduação: setembro/2016; N° de créditos concluídos: 18; Data da qualificação: 30/11/2017; Trabalhos publicados: 2 - em confecção: 2; Data da Defesa: 30/08/2018 ; Possui Bolsa: não; Período da bolsa: não se aplica; Fonte pagadora: Projeto realizado com apoio da Votorantim Metais SA.

Análise morfotectônica e estrutural das bacias de drenagem dos rios das Cinzas e Itararé, região nordeste do Paraná Sanches, Emerson ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni Palavras-chave: Neotectônica, geomorfologia tectônica, knickpoints

As bacias dos rios das Cinzas e Itararé estão inseridas na Bacia do Paraná e compreendem rochas sedimentares das supersequências Paraná, Gondwana I, Gondwana III e Bauru, além das rochas vulcânicas do Grupo Serra Geral (133 ± 1Ma). Estudos voltados à temática da

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tectônica cenozoica e neotectônica na região Sudeste do Brasil vêm sendo desenvolvidos ao longo dos últimos anos, entretanto, a quase totalidade desses trabalhos tem abrangência regional e somente no final da década de 1990 e início da seguinte as pesquisas foram mais sistemáticas e incisivas. Com esse quadro, a pesquisa objetiva a identificação do regime tectônico cenozoico responsável pela modificação da paisagem, condicionado pelo quadro geomorfológico atual, devido a possível reativação de estruturas. O método de estudo consistiu em processamento e fotointerpretação de MDEs (ASTER e SRTM) e imagens Landsat, extração dos perfis longitudinais de rios e lineamentos de relevo e drenagem. Para o estudo morfométrico foram realizadas análises dos padrões de drenagem, declividade do terreno, hipsometria, fator de assimetria e rupturas de declive. Os perfis longitudinais foram elaborados utilizando-se o software ArcGIS, que gera diversos atributos, posteriormente convertidos em formato ASCII para processamento no MATLAB e, segundo a rotina de coleta e tratamento de dados, os valores de desvio altimétrico, diferença entre os perfis longitudinais real e ideal, são importados para o ArcGIS, para visualização dos knickpoints em mapa. Foram realizadas duas etapas de campo, para reconhecimento da área e coleta de dados estruturais, para futuras correlações com os dados obtidos no geoprocessamento. O relevo é predominante ondulado a forte ondulado, com elevações variando entre 360 e 1.360 metros. As bacias de drenagem fluem de sul para norte e são moderadamente assimétricas. Os valores do Fator de Assimetria da Bacia de Drenagem (FABD) calculados para a bacias dos rios das Cinzas (FA=47,81) e Itararé (FA=41,53) indicam provável basculamento para leste. O rio Itararé possui uma extensão de 200km e sua bacia abrange uma área da ordem de 8.400 km², enquanto o rio das Cinzas, até a confluência o rio Jacarezinho, percorre 250km, cobrindo uma área de drenagem de aproximadamente 4.500km². O rio das Cinzas é um canal sinuoso (Is=40,8%), apresentando forte meandramento, enquanto o rio Itararé é retilíneo (Is=25,3%), com meandramentos restritos à porção do médio curso. As drenagens são de média a baixa densidade, muita angularidade e conspícuo controle estrutural, caracterizadas por um padrão subdendrítico a retangular, com trechos angulados, segmentos em forma de cotovelo, canais com meandros comprimidos, trechos paralelos e alinhamentos de drenagem nas direções NE-SW, NNW-SSE, N-S e E-W. A bacia do rio das Cinzas mostra uma série de rupturas de declive, com desníveis da ordem de 50m, ao longo do canal principal e importantes tributários, situados em cotas variando entre 450m e 600m, além de uma sucessão de ressaltos suavizados, nessas mesmas cotas, ao longo do seu maior tributário da margem direita, o rio Jacarezinho. No alto curso da bacia, ocorrem novas sucessões de rupturas de declive, situados entre 650m e 750m e 950m e 1.050m, além daquelas relacionadas às cabeceiras das drenagens, onde os índices de declividade são naturalmente mais acentuados. Ao longo dos tributários do rio das Cinzas é possível notar rupturas alinhadas para NE-SW e NW-SE, dispostos em níveis topográficos distintos, indicando possível controle tectônico. Os lineamentos de relevo ocorrem em duas orientações preferenciais, NE-SW e NW-SE, que cortam toda a área e, secundariamente, N-S, NNW-

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SSE, E-W e ENE-WSW, observadas em campo como falhas predominantemente de alto ângulo, indicando fortes componentes direcionais, que fraturam intensamente basaltos e rochas sedimentares, apresentando relações de corte entre si e preenchimentos por óxidos e carbonatos, que registram a movimentação relativa dos blocos através de estrias e indicadores cinemáticos. Os dados estruturais obtidos até o momento mostram falhas transcorrentes sinistrais, mais predominantes na área, com direção preferencial NE-SW e NNW-SSE, e secundariamente NW-SE e E-W, falhas dextrais com direções N-S, NNW-SSE, NE-SW e NW-SE, falhas inversas com direções NE-SW e E-W, e falhas normais NE-SW e NW-SE, demostrando indícios de correlação com os knickpoints. Foram obtidos previamente os paleotensores das falhas transcorrentes sinistrais que indicam σ1 com direção N-S e σ3 na direção E-W; as falhas transcorrentes dextrais possuem σ1 NE-SW e σ3 NW-SE e as falhas inversas σ1 NNW-SSE e σ3 ENE-WSW. Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Clauzionor Lima da Silva (UFRRJ); Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Problemas estruturais e morfotectônicos no Arco de Ponta Grossa, região de Ventania (PR) e adjacências; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: Setembro de 2016; Número de créditos concluídos: 18; Data da qualificação: novembro de 2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 1 resumo para outubro/2017, 1 resumo previsto para maio/2018, 1 resumo previsto para agosto/2018 e 2 artigos para julho/2018; Data da defesa: agosto de 2018; Possui bolsa: Sim; Período da bolsa: Desde janeiro de 2017; Fonte pagadora: CAPES.

Geminação Dauphiné em ribbons de quartzo Santos, Rodrigo Silva ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo Evangelista Lagoeiro Palavras-chaves: microestruturas em quartzo, mecanismo de deformação, Sistemas de deslizamentos

Germinações do tipo Dauphiné consistem em uma rotação de 60 graus em torno do eixo-c do cristal original e são feições relativamente comuns em quartzo dos mais diversos ambientes geológicos. Os processos de formação podem ser por crescimento, transformação de fases minerais ou por deformação. Embora não seja propriamente um mecanismo de deformação há evidências que a formação de geminações desse tipo auxilia consideravelmente na deformabilidade do quartzo. Dessa forma com o intuito de investigar a formação dessas feições em tectonitos naturais, escolhemos dois contextos geológicos para estudo das geminações. O primeiro trata-se da zona de cisalhamento Além Paraíba

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(ZCAP), que se encontra inserida no Cinturão Ribeira de idade neoproterozoica. Trata-se de uma zona de cisalhamento transcorrente com comportamento dúctil, formada em um ambiente de alta temperatura (680-750 °C) e baixa pressão (5-7 Kbar). O segundo contexto em que aparecem são em veios de quartzo presentes em formações ferríferas de rochas do Quadrilátero Ferrífero (QF) de idades paleoproterozóicas. O contexto tectônico-metamórfico do local onde as amostras foram coletadas caracteriza por deformações relativamente de baixa intensidade e grau metamórfico de xisto verde baixo a médio. Por outro lado, os gnaisses analisados da ZCAP foram milonitizados em fácies metamórficas anfibolito a granulito e são predominantemente de composição quartzo-feldspática, apresentando como principal microestrutura ribbons de quartzo. As feições de geminação do tipo Dauphiné são comparadas nesses dois contextos a fim de estabelecer o papel dessas feições na deformação dos cristais de quartzo. Como são dois contextos contrastantes em termos de deformação e graus metamórficos pretende-se usá-los como critérios para estabelecer se as geminações presentes nos cristais de quartzo desenvolvem-se de forma a ajustar suas bordas para uma situação de baixa energia ou se as mesmas decorrem de tal maneira que os cristais se deformem com mais facilidade. No caso dos ribbons das zonas de cisalhamento os grãos de quartzo se apresentam na forma de cristais alongados e possuem tamanhos variáveis e apresentam as geminações do tipo Dauphiné. Procura-se entender também, se as geminações Dauphiné funcionam como um ajuste mecânico do cristal, para acomodar a deformação imposta, ou se elas funcionam como um mecanismo que auxilia na geração dos ribbons. Além disso, objetiva-se comparar como estas maclas se desenvolveram em ambiente de baixo e alto grau metamórfico onde o fenômeno de superplasticidade predomina evidenciado pela alta razão axial dos ribbons de quartzo. Com o auxílio da técnica de difração de elétrons retroespalhados (EBSD) espera-se fazer uma completa caracterização cristalográfica e microestrutural dos ribbons de quartzo, inferindo-se assim os mecanismos de deformação responsáveis pelas feições texturais encontradas. A formação dessas feições a princípio parece envolver a combinação de dois mecanismos distintos, ou seja, deslizamento ao longo de planos cristalográficos e difusão intracristalina. Cada qual ou em conjunto geram padrões de orientações cristalográficas característicos. A partir da análise preliminar dos ribbons de quartzo constatou que as geminações não ocorrem de forma homogênea ao longo dos cristais, elas se concentram nas bordas em regiões de maior tensão ou em pequenos fragmentos. Alguns cristais apresentam um maior número de geminações evidenciando um tipo de parâmetro nas orientações. O padrão das orientações cristalográficas permite interpretar os mecanismos de formação, temperatura e regime da deformação. Quanto a os mecanismos de deformação que geraram esses ribbons ainda não bem foram definidos, sabe-se que podem ser formados por coalescência de grãos ou transferência de massa por difusão ou a combinação de ambos. Os sistemas de deslizamentos cristalinos observados foram prismáticos <a> e basal<a>, isso evidencia que ouve uma variação na temperatura (400°C- 700°C) ao longo da deformação.

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Dados acadêmicos: Co-orientador: Geane Carolina Gonçalves Cavalcante; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Geminação Dauphiné em ribbons de quartzo; Área de concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução crustal; Data de entrada na pós-graduação: Abril de 2016; Nº de créditos concluídos: 18; Data da Qualificação: 30/06/2017; Trabalhos publicados ou em período de confecção: Artigo em confecção; Data da Defesa: 30/03/2018; Possui bolsa: sim; Período da bolsa: 31/03/2018; Fonte pagadora: CAPES.

Análise do relacionamento entre deltas, turbiditos e depósitos de transporte em massa na sucessão permocarbonífera da Bacia do Paraná no leste de Santa Catarina Schemiko, Danielle Cristine Buzatto ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Palavras-chave: paleogeografia, Grupo Itararé, Formação Rio Bonito.

Os estratos permocarboníferos da Bacia do Paraná, no leste de Santa Catarina, constituem uma sucessão progradante com turbiditos, depósitos de transporte em massa e deltas, incluídos na porção superior do Grupo Itararé (Formação Rio do Sul) e inferior da Formação Rio Bonito. A presente pesquisa tem como objetivo caracterizar a arquitetura estratigráfica e evolução desses depósitos para auxílio na análise das relações entre sistemas deposicionais costeiros a marinhos profundos. A área de estudo compõe um polígono alongado, de 100 km de comprimento e direção noroeste, compreendido entre Alfredo Wagner (SE) e Vitor Meireles (NW). Os principais métodos incluíram levantamentos de perfis estratigráficos verticais, mapeamento de detalhe, confecção de mapas de atributos, análises de fácies, paleocorrentes e petrográfica. A partir do mapeamento de detalhe na região de Presidente Getúlio e Witmarsum, porção noroeste da área, a arquitetura estratigráfica da sucessão foi melhor definida. Configura-se como uma sequência deposicional de terceira ordem que abrange dois ciclos glaciais, compostos, da base para o topo, pelos seguintes ambientes deposicionais: a) 1º ciclo: tilitos subglaciais, folhelhos e ritmitos marinhos profundos glacio-influenciados, por vezes ressedimentados; b) 2º ciclo: turbiditos delgados (ritmitos) e espessos, depósitos de fluxos densos concentrados, depósitos de transporte em massa, depósitos de prodelta, depósitos de frente deltaica, depósitos de shoreface, depósitos de planície deltaica e estratos fluviais. O primeiro ciclo glacial inicia-se com a formação de limite de sequência inferior, definido por uma superfície erosiva sobre o embasamento pré-

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cambriano, acima do qual se processou a deposição de tilitos subglaciais e subsequente transgressão marinha sob influência glacial. Nessa fase, os tilitos configuram o máximo avanço glacial no sentido noroeste, conforme a orientação de estrias sotopostas, enquanto os ritmitos apresentam paleocorrentes para noroeste-norte. O segundo ciclo possui os depósitos de fluxos densos concentrados hiperpicnais, encaixados em ritmitos, como representantes do máximo avanço glacial, pois apresentam clastos estriados e facetados imersos em arenitos conglomeráticos e conglomerados matriz-sustentados. A presença de estruturas trativas nesses estratos indica deposição, com sentido sul-sudoeste, proporcionada por rápida desaceleração na região de quebra de talude. Isto implica na presença de um talude íngreme previamente estabelecido, que pode ser explicado pelo rebound glacio-isostático e possível relação com soerguimento tectônico dessa porção da área. Para esse segundo intervalo, foram inferidas clinoformas de talude progradantes, desenvolvidas em resposta à rápida deglaciação e elevado aporte sedimentar, com progradação deltaica em condições de nível de mar alto e preservação de planície deltaica. Neste contexto, os turbiditos espessos e delgados são produtos da diluição dos fluxos densos concentrados, em direção ao depocentro. Semelhantemente, os depósitos de transporte em massa estão relacionados ao colapso de deltas de margem de plataforma, pois apresentam blocos alóctones de origem deltaica imersos em matriz síltico-argilosa. O vínculo genético entre os depósitos contidos nas clinoformas é confirmado pela correspondência entre suas paleocorrentes, com sentido principal para sul-sudoeste. Igualmente, a análise petrográfica aponta para mesma composição entre as diferentes associações faciológicas, com alto teor de grãos metamórficos, biotita e plagioclásio, de afinidade composicional com o Complexo Granulítico de Santa Catarina (Microplaca Luis Alves), ao norte da região mapeada. O segundo ciclo é limitado no topo por discordância subaérea em condições de regressão forçada e desenvolvimento de vales fluviais incisos, cujo preenchimento ocorreu durante a retomada da elevação do nível relativo do mar. Em geral, o empilhamento estratigráfico descrito acima foi também verificado em análise regional executada nas porções central e sudeste, entre Rio do Sul e Alfredo Wagner. Todavia, nessas áreas os paleofluxos deltaicos, fluviais e dos sistemas gravitacionais subaquosos possuem mesmo sentido, ora para noroeste, ora para sudoeste. Compreende-se, dessa maneira, que os turbiditos e ritmitos ressedimentados aflorantes em Presidente Getúlio e Witmarsum estão geneticamente ligados aos sistemas deltaicos provenientes de sudeste. Consequentemente, a configuração paleogeográfica seria de um depocentro de direção SE-NW (depocentro de Rio do Sul) preenchido por sistemas deltaicos provenientes de nordeste e sudeste. Entretanto, a partir dos mapas de isópacas e isólitas regionais, observou-se o predomínio da região norte como fonte sedimentar para o desenvolvimento dos depósitos fluvio-deltaicos. Portanto, considerando os dados de paleocorrentes, principalmente dos depósitos deglaciais hiperpicnais, os dados petrográficos e os mapas de isovalores, sugere-se fonte glacial

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proveniente da região norte da área estudada e seu possível soerguimento tectônico ao tempo Rio do Sul – Rio Bonito. Dados Acadêmicos: Doutorado. Título do projeto original: Estratigrafia de sequências e evolução tectono-sedimentar da sucessão eopermiana da Bacia do Paraná no leste de Santa Catarina. Área de concentração: geologia exploratória. Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de Bacias Sedimentares. Data da entrada: março de 2014. Nº de créditos concluídos: 36. Exame de qualificação: 31 de agosto de 2016. Trabalhos: 1 trabalho completo em anais de congressos, 10 resumos publicados em anais de congressos, 2 artigos em confecção. Data da defesa: 28 de fevereiro de 2018. Possui bolsa: sim; Período: março de 2014 até o presente momento; Fonte Pagadora: CAPES.

Reconstrução paleoambiental por meio de estudos integrados entre icnologia e análise de fácies sedimentares (Formação Rio do Sul, Grupo Itararé, Bacia do Paraná) Silva, Dhiego Cunha da ([email protected]) Orientadora: Profª Drª Cristina Silveira Vega Palavras-chave: Grupo Itararé, paleoicnologia, paleoambiente

A Bacia do Paraná está localizada no continente Sul–Americano, abrange porções territoriais de diversos países da América do Sul, e sua área totaliza cerca de 1,6 milhões de quilômetros quadrados. Essa bacia sedimentar foi estratigraficamente subdividida em seis supersequências, denominadas Rio Ivaí, Paraná, Gondwana I, Gondwana II, Gondwana III e Bauru. O Grupo Itararé está inserido dentro da Supersequência Gondwana I e apresenta um conjunto fossilífero e icnológico dentro de suas formações. A Formação Rio do Sul, topo do Grupo Itararé (Pensilvaniano-Cisuraliano), é relativamente rica em icnofósseis, mas, contudo, as interpretações paleoembientais baseadas na icnologia são muitas vezes conflitantes com aqueles oriundas de estudos faciológicos. As interpretações sobre as características faciológicas sugerem predominância de um ambiente marinho relativamente profundo (i.e. abaixo do nível de ação de ondas). Porém, os trabalhos com visão icnológica sugerem ambiente marinho marginal raso, inclusive com eventual exposição subaérea. Estima-se que esse conflito de ideias se deve à carência de estudos integrados entre essas duas vertentes. Sendo assim, este trabalho objetiva elaborar uma reconstrução do paleoambiente da Formação Rio do Sul no leste de Santa Catarina, contribuindo com discussões sobre as características geológicas e paleontológicas da região. Desse modo,

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um dos métodos adotados para realizar esta descrição é pautado na análise de uma amostra com icnofósseis peculiares ainda não descritos na literatura para o Grupo em estudo. Este espécime foi coletado na cidade de Trombudo Central, SC, retirado pela empresa JM Comércio e Mineração de Pedras LTDA, de uma de suas jazidas (UTM 619590/6981609) e doado para o Laboratório de Paleontologia (LabPaleo) da Universidade Federal do Paraná, estando tombado na Coleção de Icnologia do LabPaleo sob o número UFPR 0042 IC. A amostra de ritmito apresenta 102 cm de comprimento por 57 cm de largura e 10 cm de espessura, e contém traços fósseis em epirelevo de invertebrados já descritos na literatura como Helminthoidichnites, associados a outro grupo de icnofósseis com características singulares, representados por conjuntos de concavidades ovaladas sequenciais. Para descrever as estruturas, foram utilizados parâmetros presentes na literatura para icnofósseis de vertebrados e invertebrados. Além disso, para contribuir na interpretação dos traços, foram confeccionados moldes para obter melhor precisão na descrição. Também foram produzidas réplicas em gesso que auxiliaram no refinamento do estudo. Foram identificados no total 13 traços dispostos alternadamente com comprimento médio de 7,5 cm (mínimo de 5 cm e máximo de 15,2 cm) e largura média de 5,13 cm (mínimo de 4 cm e máximo de 7,5 cm). O espaçamento entre os icnofósseis é, em média, de 5,3 cm. Os traços apresentam profundidades variadas, de 2,5 mm a 0,1 mm. Foi também realizado um trabalho de campo para elaborar análises de fácies e icnofácies no local de coleta da amostra. Os afloramentos estudados compõem um complexo de 5 pedreiras próximas do Km 160 da BR 470, na cidade de Trombudo Central. As jazidas são caracterizadas principalmente por ritmitos de camadas milimétricas a centimétricas (< 8 cm), compostas por arenitos finos a muito finos que gradam para siltitos e folhelhos. Nas camadas, ocorrem comumente clastos de composição granítica, de tamanho milimétricos a métricos (< 2 m), além de diversos icnogêneros como, Helminthoidichnites, Cruziana, Mermia, Scoyenia, Glossifungites, Diplichnites, Umfolozia, Diplopodichnus, Gluckstadtella e Glaciichnium, traços característicos de crustáceos e artrópodes. As camadas de arenito são maciças e nelas ocorrem till pellets, e as divisões areníticas podem iniciar com laminação cruzada tendendo a plano-paralela. A partir desse contexto, é possível observar que o traço descrito nesta pesquisa se trata de um novo icnogênero de locomoção ainda não descrito para o Grupo Itararé ou unidade correlata cronologicamente. Nesta mesma linha, as icnofácies identificadas sugerem um ambiente com corpo d’água raso, condizendo com a descrição da literatura com enfoque icnológico. Ao mesmo tempo, as características litológicas, como a granulação do sedimento e o tamanho dos clastos determinam um ambiente profundo com influência glacial, atestados principalmente pelo tamanho dos clastos caídos. Dessa maneira, considera-se que ainda há necessidade de refinamento dos estudos, a fim de identificar um ou mais elementos que amparem a determinação do paleoambiente.

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Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Estudo de icnofósseis e fácies sedimentares registradas na Formação Rio do Sul (Grupo Itararé, Bacia do Paraná) como ferramenta para reconstrução paleoambiental; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: 09/2016; Nº de créditos concluídos: 16; Data da qualificação: 11/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: “Icnofósseis da Formação Rio do Sul, Grupo Itararé (Permo-Carbonífero), como ferramenta para reconstrução paleoambiental” (Resumo publicado em anais de evento); “Estudo preliminar de icnofósseis registrados no Grupo Itararé, Permo-carbonífero da bacia do paraná” (Resumo publicado em anais de evento), “Novo icnofóssil de locomoção na Formação Rio do Sul, Grupo Itararé, Bacia do Paraná” (Resumo publicado em anais de evento) “Avaliação quantitativa do geossítio arenitos ruiniformes de Vila Velha, Paraná, com o aplicativo geossit (cprm)” (Resumo publicado em anais de evento); Data da Defesa (09/2018); Possui Bolsa: Sim; Período da bolsa 07/2017 – 09/2018; Fonte pagadora: Capes.

Mecanismos de deformação e propriedades físicas anisotrópicas em granuitos Silveira, Camila Santos ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo Evangelista Lagoeiro Palavras chave: EBSD, anisotropia sísmica, orientações cristalográficas preferenciais

A deformação pástica em plagioclásios e piroxênios tem sido amplamente discultida, sobretudo quanto à transição entre os processos difusivos e de plasticidade intracristalina, limite este que não está totalmente compreendida. Nesse trabalho dados microestruturais e texturais foram usados a fim de investigar a deformação em altas condições de pressão e temperatura, uma vez que esse consiste o campo de transição entre fluxo de deslocações e por difusão. O estudo se propõe ainda invstigar a influênia de tais mecaninsmos na propagação de ondas sísmicas. A técnica de difração de elétrons retro-espalhados, associada à microscopia eletrônica de varredura, foi utilizada na avaliação das condições deformacionais por orientação cristalográfica preferencial (CPO), parâmetros dos grãos, intensidade da trama e misorientations. Os dados foram processados em MATLAB™, através da ferramenta MTEX, que permitiu também o cálclulo das propiedades físicas anisotrópicos pelo método Voith-Reuss-Hill. As amostras analisadas pertencem ao Complexo Barro Alto, um cinturão granulítico composto de gabbro-noritos deformados em temperatura entre 750 e 900°C. Essa unidade posiciona-se dentro da Faixa Brasília, que por sua vez faz parte da

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Província Estrutural Tocantins. Esta província desenvolveu-se entre os crátons Amazônico, São Francisco e Paranapanema durante o Ciclo Orogênico Brasiliano (neoproterozoico). As amostras são compostas por plagioclásio + diopsído + enstatita + opacos (ilmenita) ± hornblenda ± olivina (fosterita) ± biotita em apresentam diferentes intensidades deformacionais. Um domínio mostra uma matriz fina (0.03 a 0.08 mm) intensamente recristlizada envolvendo porfiroclastos de plagioclásio e orto e clinopiroxênios. Os porfiroclastos de plagioclásicos apresentam extinção ondulante, maclas arqueadas e estrutura do núcleo-manto, enquanto piroxênios exibem extinção ondulante. Outro domínio é composto por um agregado de granulação mais grosseira (± 0.5 mm), cujos constituintes são granulares e possuem junções tríplices a 120°, onde plagioclásios e piroxênios apresentam extinção ondulante. Em ambos os domínios ocorre a separação entre bandas máficas e félsicas. Em termos texturais, há considerável variação entre tais domínios. Enquanto para anortita os pólos de (100), (010) e (001) são distribuídos aleatoriamente em relação ao plano XZ na porção mais fina, nos agregados mais grosseiros percebe-se a orientação de {010} próximo a direção Z e [100] próximo a X, caracterizando o sistema de deslizamento [100]{010}. Essa variação é acompanhada pelo aumento do J index (2.5891 para 15.3275). Para o diopsídio, tal variação não é tão notável, predominado uma fraca textura em ambos os domínios. Os histogramas de misorientations para a anortita exibem altas frequências de ângulos 180°, o que é esperado devido às leis de maclas desse mineral. Ângulos menores que 20° indicam a formação de subgrãos enquanto o intervalo entre 20° e 30° pode ser atribuído aos processos de recristalização por rotação de subgrãos. A alta frequência de ângulos no intervalo entre 40° e 60° sugere a existência de mais de um processo rotacional e, uma vez que este fato é acentuado nos agregados mais finos, foi interpretado como resultado de mecanismos de deslizamento de borda de grãos. Dessa forma, sugere-se que a deformação é controlada for fluxo de deslocações em agregados mais grosseiros e a progressão da deformação e intensa recristalização resulta em grãos finos o suficiente para ativação de mecanismos difusivos associados a deslizamento de borda de grãos. Os perfis sísmicos derivados de CPO foram plotados em relação à velocidade de propagação de ondas P (Vp), anisotropia de onda S (AvS) e direção de polarização de S1 (VS1). Para o domínio mais fino, percebe-se Vp máxima paralela ou subparalela à [010] da anortita, com pequena variação do valor máximo (7.5 a 7.6 km/s) além de Avs extremamente baixo (2.5 a 3 %), sugerindo que mecanismos difusivos fazem com que o meio tenha um comportamento próximo ao isotrópico. A fim de avaliar a influência de cada fase, três perfis com semelhante tamanho de grão e diferentes proporções de anortita/diopsidios foram analisados e, por essa análise, concluiu-se que o aumento do teor de diopsidio influencia diretamente a Vp. Dados acadêmicos: Coorientadora: Paola Barbosa; Nível: mestrado; Título do projeto inicial da dissertação: Desenvolvimento textural e microestrutural em complexos acamadados-

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implicações para anisotropia sísmica; Área de concentração: geologia exploratória; Linha de pesquisa: evolução crustal; Data da entrada na pós graduação: abril/2016; Número de créditos concluídos: 27; Exame de qualificação: junho/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 1 resumo no European Geosciences Union – General Assembly (abril/2017) , 1 resumo no X Simpósio Sul-brasileiro de Geologia (junho/2017), 1 resumo no 18th International Conference on Textures of Materials (Novembro/2017) , 1 artigo em confecção; Data da defesa: março/2018; Possui bolsa: sim; Período: desde maio/2016; Fonte financiadora: CAPES .

Análise microestrutural de apatita de dentes humanos: estimativa de idade e sexo de indivíduos para aplicações forenses Souza, Pamela Caron ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo Evangelista Lagoeiro Palavras-Chave: apatita dental, MEV-EBSD, DRX

O conhecimento no campo das Ciências Forenses vem crescendo significativamente no mundo todo e os diversos campos de atuação que as compõem vem unindo esforços no sentido de propiciar o necessário apoio científico e produção de provas técnicas e periciais seguras e confiáveis para a instrução de processos penais. Para os profissionais da área forense um passo crucial das etapas de trabalho é a identificação das vítimas. É essencial limitar o campo de busca por possíveis indivíduos, determinando quando e como ocorreu o óbito, sexo e idade do falecido. Esse processo pode ser complexo e demorado, sobretudo, por falta de informações dessas vítimas, especialmente em casos onde há apenas restos mortais ou até mesmo casos em que a evidência pode ser apenas um único dente, uma vez que estes são a parte mais duradoura do corpo humano. Assim, há uma alta demanda por novas técnicas capazes de auxiliar com rapidez e eficácia a elucidação de crimes. A estimativa de idade e gênero de um corpo desconhecido é importante, pois orienta investigadores a concentrar o foco em prováveis vítimas ou ainda traçar um perfil característico da vítima que possa ser relacionado com criminosos suspeitos. É vital que todas as características sobre os dentes aplicáveis as Ciências Forenses sejam conhecidas, não apenas por parte de odontólogos forenses, mas também por profissionais de áreas afins como a Mineralogia Forense, que é o ramo capaz de caracterizar a tipologia químico-mineralógica da apatita dental e correlacionar com a idade e provável sexo de indivíduos. É importante que técnicas de identificação e caracterização de minerais sejam colocadas à disposição das Ciências Forenses, visando auxiliar perícias criminais. Os objetivos dessa

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pesquisa conduzem à caracterização estrutural e mineral da apatita de dentes humanos para aplicações em Ciências Forenses, visando i) caracterizar parâmetros de retículo cristalino da apatita, ii) mapear a orientação cristalográfica preferencial, iii) caracterizar fases do grupo isomórfico da apatita de dentes humanos, iv) correlacionar diferenças físicas da apatita dental de dentições decíduas e permanentes e v) caracterizar os túbulos dentinários e seu material de preenchimento, com intuito final de estabelecer inferências sobre idades e sexo de indivíduos. Serão utilizados trinta dentes de doadores consentidos, que serão subdivididos com base no sexo do doador, tipologia e posição em boca. Para essa pesquisa a metodologia utilizada consiste em: identificação das amostras, higienização, serragem das amostras no sentido do maior comprimento, pulverização de uma das metades do dente para a confecção de lâminas de pó, embutimento- em resina epóxi- das outras metades mantidas integras, polimento químico-mecânico das amostras embutidas. Todas as amostras serão analisadas por DRX (lâminas de pó) e por MEV-EBSD (amostras embutidas). Os resultados esperados referem-se ao grau de cristalinidade da apatita de dentes humanos nos diversos grupos amostrais, com controle do sexo e idade dos indivíduos amostrados, além de resultados relativos a composições químicas da apatita dental, bem como orientações cristalográficas e possíveis associações dessas orientações com sexo e idade. Além dos aspectos gerais aos dentes são esperados, também, resultados acerca de características pontuais específicas como a caracterização do material de obliteração de túbulos dentários e à quantificação desses túbulos, tanto para dentes femininos quanto para dentes masculinos. Espera- se uma compilação dos dados obtidos, gerando uma correlação coerente entre os resultados para inferências em âmbito das Ciências Forenses. As características microestruturais distintivas serão relacionadas a diferenças de sexos, bem como as diferenças de idades de indivíduos. Esses dados poderão ser utilizados para a composição de um perfil biológico de uma vítima ou simplesmente para confirmação negativa ou positiva de prováveis vítimas. Outras características peculiares, como presença de elementos químicos distintos, deformações como bruxismo, dentre outras, poderão ser observadas e relacionadas como base para trabalhos futuros. Dados acadêmicos: Coorientadora: Profª Drª Cristina Valle Pinto-Coelho; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Análise microestrutural de apatita de dentes humanos: estimativa de idade e sexo de indivíduos para aplicações forenses; Área de concentração: Geologia exploratória; Linha de pesquisa: Projeto isolado; Data de entrada: Abril de 2017; No de créditos concluídos: Quatro créditos; Data da qualificação: Junho de 2018; Artigo em confecção: Análise de apatita de dentes humanos por difratometria de raios X e microscopia eletrônica de varredura: aplicação em Ciências Forenses para estimativa de idades de indivíduos; Data da Defesa: Março de 2019; Possui bolsa: não.

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Análise morfotectônica da região de Londrina Sowinski, Ana Cecília Branco ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni Palavras-chave: morfotectônica, falhas, neotectônica.

Entre os anos de dois mil e quinze e dois mil e dezesseis uma série de sismos de baixa intensidade e magnitude atingiu a região de Londrina, fato que despertou a atenção da comunidade científica. A ocorrência dos sismos propiciou a formulação da hipótese de que estes sejam resultantes de processos tectônicos atuantes sobre a região, possivelmente se tratando de manifestações atuais de processos neotectônicos já observados em outras localidades da região sul e sudeste do Brasil, como nas bacias tafrogênicas do Rift Continental do Sudeste Brasileiro. Trabalhos anteriores já realizados na região de Londrina, a partir da análise de falhas direcionais, revelaram três principais direções de paleotensões atuantes nas rochas basálticas. Estas direções seriam correlacionáveis a paleotensões atuantes nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, desde o Cretáceo Superior até o Holoceno, com base em diversos autores. O presente trabalho contribuiria com novos dados e interpretações, que por sua vez enriqueceriam as discussões a respeito do assunto. Dentro deste contexto, a pesquisa tem como objetivo a determinação das características estruturais e morfotectônicas da região de Londrina, norte do Paraná, a fim de se reconhecer qual a influência da tectônica na estruturação do relevo local. Busca-se também determinar e caracterizar os eventos de deformação rúptil que atuaram nas rochas vulcânicas de área de estudo, bem como determinar os paleotensores atuantes, e os consequentes regimes tectônicos que ali aturaram durante o Cenozoico. Por fim, objetiva-se definir a cronologia relativa dos eventos de deformação atuantes, a partir de eventuais análises das relações de corte entre as falhas e do estudo de colúvios e/ou perfis de alteração do solo falhados. Para a correta identificação da deformação, será necessário o emprego de métodos de análise estrutural em regime rúptil e de análise morfométrica de imagens de sensores remotos. A correlação entre estes métodos indicará a atuação de agentes tectônicos responsáveis pela modificação da paisagem da área, o que enriquecerá o conhecimento acerca das paleotensões atuantes no sul do Brasil durante o Cenozoico. A partir do modelo digital de elevação (MDE) a ser confeccionado para a área de estudo, serão empregadas rotinas de geoprocessamento para a identificação dos parâmetros morfométricos do relevo e para o estudo da drenagem, com a geração de perfis longitudinais dos rios e a identificação dos knickpoints. Serão também traçados os lineamentos e feixes de lineações de relevo com base no MDE. Em campo, será realizado o levantamento e também a caracterização das feições rúpteis e das morfoestruturas, com atenção principal às falhas, que serão descritas quanto às suas características geométricas, cinemáticas e dinâmicas. Posteriormente, serão

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realizados o processamento e a análise dos dados estruturais e cinemáticos obtidos em campo por meio de softwares específicos, para a correta determinação das direções de paleotensão atuantes nas rochas. Para tanto, será necessária a sistematização e organização das famílias de falhas, seguida da aplicação do método dos diedros retos. Caso sejam identificadas em campo situações propícias para datação, como planos de falhas preenchidos por minerais datáveis e/ou colúvios falhados, métodos de datação poderão ser utilizados, possibilitando a correlação temporal entre os eventos deformacionais. Como resultados esperados deste trabalho, espera-se construir mapas e perfis geológico-estruturais, além um banco de dados estruturais georreferenciados para a região de estudo, com destaque para a organização e sistematização das famílias de falhas, com o objetivo de se realizar uma interpretação inicial a respeito da atuação de processos neotectônicos na região. Almeja-se identificar as direções de paleotensão e os eventos de deformação atuantes nas rochas basálticas da região especialmente durante o Cenozoico, para posterior comparação com demais regiões do Sul e Sudeste do Brasil. Dados acadêmicos: Nível: Mestrado; Título: Análise morfotectônica da região de Londrina, norte do Paraná; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: 01/04/2017; Nº de créditos concluídos: 8; Data da qualificação: Maio/2018; Data da defesa: Março/2019; Não possui bolsa.

Identificação de tratos de alteração hidrotermal no Arco Magmático de Mara Rosa através de gamaespectrometria, lógica fuzzy e forward modeling, Goiás-Brasil Weihermann, Jessica Derkacz ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira Palavras chave: Arco Magmático de Mara Rosa, Gamaespectrometria, Forward Modeling

O Arco Magmático de Mara Rosa, localizado na porção noroeste do Estado de Goiás, é constituído por faixas metavulcano-sedimentares alongadas, com direção NNE-NE e direção NW-NNW subordinada, individualizadas por ortognaisses de composição tonalítica a granodiorítica. Essas rochas apresentam paragêneses minerais que indicam condições de metamorfismo de fácies xisto verde alto a anfibolito. O Arco de Mara Rosa contém importantes depósitos de Au (Posse, Zacarias, Mundinho) e Cu-Au (Chapada), ocorrendo em quatro principais associações: i) Au-Ag-Ba (e.g. Depósito Zacarias); ii) Cu-Au (e.g Depósito Chapada); iii) Au (e.g. Depósito Posse) e iv) Au-Cu-Bi (e.g. Ocorrência Mundinho).

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Considerando que a área de estudo encerra zonas de alteração hidrotermal com potencial econômico, as respostas gamaespectrométricas geralmente são significativas em função do enriquecimento de potássio e urânio, em relação ao tório. A modelagem geológica através da lógica fuzzy e do forward modeling pode contribuir para sugerir novos alvos exploratórios, bem como aprofundar o conhecimento de depósitos já conhecidos. Assim, a presente pesquisa visa contribuir com o avanço do conhecimento geofísico-geológico do Arco Magmático de Mara Rosa, através da gamaespectrometria, lógica fuzzy e do forward modeling. O desenvolvimento da pesquisa consistirá: (i) no processamento dos dados aerogeofísicos disponíveis; (ii) na cartografia de estruturas regionais e locais através de dados aeromagnéticos; (iii) na caracterização da assinatura gamaespectrométrica das principais ocorrências e rochas-alvo; (iv) na geração de mapas de interpretação geofísica baseados em dados geológicos disponíveis; (v) na confecção de mapas de favorabilidade mineral com a aplicação da lógica fuzzy; (vi) na criação de modelos geofísicos através da aplicação do forward modeling; (vii) na integração dos dados geológicos e geofísicos; (viii) na criação de modelos prospectivos. Os dados magnetométricos e gamaespectrométricos do Levantamento Aerogeofísico do Estado de Goiás (1a etapa), adquiridos em 2004, foram transformados em malhas quadradas regulares correspondentes a ¼ do espaçamento das linhas de voo (125 metros). O processamento dos dados do campo magnético anômalo (CMA) envolveu a análise qualitativa (métodos de realce) para obter o arcabouço estrutural e definir domínios magnéticos. Foram aplicados aos dados do CMA os filtros de redução ao polo e continuação ascendente, além dos seguintes métodos de realce: (i) gradiente horizontal total; (ii) amplitude do sinal analítico; (iii) inclinação do gradiente horizontal total; (iv) inclinação do sinal analítico; (v) inclinação do sinal analítico do gradiente horizontal total e (vi) gradiente horizontal total da inclinação do sinal analítico. Através do processamento gamaespectrométrico foram gerados mapas básicos (K, eU, eTh), transformados (eU/eTh, eU/K, eTh/K, F=K*eU/eTh, Kd=Ks-Ki/Ks, Ud= Us-Ui/Us) e ternários (R-K/G-eTh/B-eU; R-F/G-Kd/B-Ud). A interpretação dos mapas básicos, transformados e ternários da área de estudo permitirá o reconhecimento da assinatura gamaespectrométrica das alterações hidrotermais potássicas, bem como o mapeamento das variações dos teores de radioelementos nas várias unidades geológicas, com base em mapas litogeofísicos. Através da lógica fuzzy se pretende reconhecer zonas que apresentem assinaturas geofísicas e geológicas indicativas de possíveis tratos potenciais para mineralização. O forward modeling será utilizado, inicialmente, a partir de um modelo teórico, o qual será melhor ajustado aos dados observados através da inversão. Assim, o forward modeling gamaespectrométrico permitirá reduzir as incertezas e as diferenças entre as respostas calculadas e observadas, o que será validado pelos dados geológicos e geofísicos integrados. Os principais resultados esperados estão relacionados com a detecção de halos de alteração hidrotermal potássica e geração de modelos geofísico-geológicos que validem as mineralizações conhecidas (Chapada, Posse, Zacarias e Mundinho) e sugiram novos alvos exploratórios.

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Dados Acadêmicos: Co-orientador (es): Profa. Dra. Adalene Moreira Silva (Universidade de Brasília), Prof. Dr. Colin G. Farquharson (Memorial University of Newfoundland, Canadá); Nível: doutorado; Título do projeto original da tese: Identificação de tratos de alteração hidrotermal no Arco Magmático de Mara Rosa através de gamaespectrometria, lógica fuzzy e forward modeling, Goiás-Brasil; Área de Concentração: Geologia Exploratória: Nome da Linha de Pesquisa: Análise de depósitos minerais; Data de entrada na pós-graduação: dezembro de 2016; N° de créditos concluídos: 30; Exame de qualificação: maio de 2019; Trabalhos publicados ou período de confecção: 02 artigos sendo um previsto para o 1° semestre de 2018 e outro para o 2° semestre de 2019; Data da defesa: agosto de 2020; Possui Bolsa: Sim; Período: desde março de 2017; Fonte Pagadora: CAPES.

Aspectos petrográficos e estruturais de rochas carbonáticas da Formação Água Clara: relação entre brechação e dolomitização multifásica Yamagutt, Nicole Tame ([email protected]) Orientadora: Prof.ª Dra. Cristina Valle Pinto-Coelho Palavras-chave: Dolomitização, brechas carbonáticas, Formação Água Clara.

Brechas carbonáticas hidrotermais formam-se associadas a um complexo sistema de fraturamento, com percolação de fluidos com temperaturas variáveis, responsáveis tanto pela solubilização de carbonatos quanto pela precipitação de minerais em cavidades. A composição do fluido, a taxa de substituição dos minerais e a duração do processo de dolomitização são igualmente fatores importantes a serem considerados na gênese de brechas carbonáticas. A dolomitização pode modificar as características destas rochas, sendo um dos complexos processos envolvidos na geração de reservatórios permoporosos. As áreas-alvo desta pesquisa são rochas carbonáticas proterozoicas brechadas da Formação Água Clara – Mina Rio Bonito (MRB) e do Grupo Itaiacoca na região dos municípios paranaenses de Castro e Dr. Ulysses. Nesse resumo serão apresentados os resultados preliminares relativos às rochas carbonáticas dolomitizadas e brechadas da MRB. Os métodos selecionados para realização dessa pesquisa incluem: i) levantamento bibliográfico; ii) trabalhos de campo; iii) análises petrográficas em microscópio de luz transmitida; iv) análise por difratometria de raios X (DRX); v) análise em catodoluminescência (CL) acoplada ao microscópio óptico; vi) análise por fluorescência de raios X; vii) análise em microscopia eletrônica de varredura por meio dos detectores de espectroscopia de dispersão de energia (EDS), CL e difração de elétrons retro-espalhados (EBSD); e viii) análise por microtomografia computadorizada de raios X para caracterização e quantificação dos poros

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das brechas. Em trabalhos de campo na MRB, são descritas as seguintes rochas: mármore calcítico, mármore dolomítico, metamarga, brecha carbonática hidrotermal, brecha de falha e diabásio. A análise petrográfica do mármore calcítico mostra a existência de dois tipos de carbonatos, onde um ocorre como matriz microcristalina e o outro tipo, de cristalinidade maior, ocorre em vênulas. Na matriz observam-se estilólitos com diversas amplitudes e direções e preenchimento por material opaco. Algumas vênulas acompanham esses estilólitos, que atuaram como conduto para a percolação do fluido. Na brecha carbonática identificam-se três fases de cristalização de dolomita, caracterizando dolomitização multifásica, e uma fase final de cristalização por calcita. No clasto, composto por mármore dolomítico, têm-se carbonato microcristalino caracterizado como dolomita de substituição (Dol1), onde cristais de dolomita substituem cristais de calcita; no cimento têm-se dois tipos texturais de carbonato: uma fase microgranular, descrita como a primeira fase de preenchimento por dolomita (Dol2); e uma segunda fase de preenchimento, com granulação maior, sendo possível caracterizá-la como dolomita em sela (Dol3), exibindo hábito em ponta de lança e extinção ondulante. A última fase de preenchimento é caracterizada pela cristalização de calcita em cavidades, por vezes em associação com quartzo. Fluorita é observada raras vezes associada à calcita tardia. Na brecha de falha foram descritos clastos com granulação fina a grossa, com predomínio local de granulação média, de composição variada, apresentando sericita quartzo filito, sericita filito, mármore puro e impuro e aglomerados de quartzo (quartzito?). A matriz tem granulação fina a muito fina, é composta por cristais de quartzo, mica branca, carbonato, além de material ferruginoso e amorfo. Resultados de análise por DRX indicam a presença de hematita na brecha de falha e de ankerita em algumas amostras de mármore coletadas próximo à zona da brecha de falha. Relações de campo mostram pelo menos quatro eventos estruturais observados na MRB. O bandamento composicional pode representar o primeiro evento, seguido pelo dobramento regional, evidenciado por estrutura dúctil intrafolial de grande porte com mergulhos SW e NW no flanco sul da dobra regional, com dobras transpostas sugerindo uma fase de redobramento do bandamento. Essas dobras intrafoliais são descritas em camadas de filito avermelhado em meio a mármore dolomítico e estão interceptadas por zona brechada e zona de cisalhamento, indicando que essas zonas são posteriores ao evento de dobramento. O terceiro evento caracterizado está associado à geração de brechas carbonáticas, onde zona de cisalhamento (ZC1) rúptil-dúctil, com direção NE / E-W, é responsável pelo controle estrutural da brechação. Planos de falha relacionados a ZC1 exibem steps e estrias indicando movimento sinistral. O último evento de deformação observado na MRB corresponde à uma zona de cisalhamento rúptil (ZC2), com direção NW, aspecto anastomosado e que intercepta planos relacionados à ZC1. Em planos de falha da ZC2 observam-se estrias e steps indicando movimento principal dextral e com forte componente vertical. Em alguns steps verifica-se a cristalização de calcita. Essa ZC2 aparentemente não controla a geração de brechas.

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Dados acadêmicos: Coorientadora: Prof.ª Dra. Anelize Manuela Bahniuk Rumbelsperger; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Estruturação e análise de permoporosidade em rochas carbonáticas proterozoicas brechadas das Formações Água Clara e Itaiacoca no Estado do Paraná: comparação com rochas carbonáticas da Bacia Paleozoica de Michigan - EUA; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de depósitos minerais; Data de entrada na pós-graduação: 01/09/2016; No

de créditos concluídos: 16; Data da qualificação: 30/11/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: Dolomitização multifásica em rochas carbonáticas neoproterozoicas da Formação Água Clara – Paraná: aspectos mineralógicos e geoquímicos. Resumo expandido – Congresso Brasileiro de Geoquímica - 2017; Data da Defesa: 30/08/2018; Possui Bolsa: Sim; Período da bolsa: Janeiro/2017 – Agosto/2018; Fonte pagadora: Petrobras.

Arcabouço magnético-estrutural da Bacia de Campo Alegre (SC) Zanella, Renata Ribas ([email protected]) Orientadora: Profa. Dra. Barbara Trzaskos Palavras-chaves: bacias do estágio de transição; análise estrutural; aeromagnetometria

As bacias do estágio de transição da Plataforma Sul-Americana se instalaram e foram preenchidas por rochas sedimentares imaturas, vulcânicas e vulcanoclásticas no final do Proterozóico (Ediacarano-Cambriano). Esta pesquisa se propõe a contribuir para o conhecimento das bacias doGuaratubinha e de Campo Alegre,localizadas nos estados do Paraná e de Santa Catarina, avaliando suas evoluções tectono-sedimentares, buscando determinar se essas bacias se instalaram em mesmo contexto tectônico, possivelmente associado ao desenvolvimento de zonas transcorrentes, mas com evolução sedimentar independente uma da outra, ou se configuram atualmente fragmentos de uma mesma bacia separados durante a evolução tectônica da região. Assim, foram aplicados técnicas e conceitos comumente utilizados na análise de bacias em conjunto com análise de dados aerogeofísicos. Para avaliar se a evolução geológica entre elas é similar, buscou-se compreender a variação das áreas fontes dos depósitos de conglomerado e sua disposição em cada bacia. Assim, foram analisados cinco afloramentos de conglomerados da Formação Bateias, na Bacia de Campo Alegre, e dois na Formação Miringuava, Bacia do Guaratubinha. Foram elaboradas colunas estratigráficas, quando possível, a fim de determinar as variações no empilhamento estratigráfico, e em cada ponto amostrado foram medidos os eixos aparentes de 300 clastos, com suas respectivas descrições de forma e constituição litológica. Na faixa norte e nordeste da Bacia de Campo Alegre predominam clastos de granitos, e

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subordindamente ocorrem clastos de rochas vulcânicas básicas, riolitos, ultramáficas, gnaisses, milonitos, calciossilicáticas e dioritos. Já no centro e noroeste desta bacia predomina a presença dedioritos, e em menor quantidade, clastos derochas ultramáficas, anfibolitos, sienogranitos, gnaisses, milonitos, riolitos e vulcânicas básicas. Ao longo do empilhamento descrito na Fm. Miringuava, observa-se uma variação litológica maior, com predomínio de clastos de granitos e em menor proporção clastos de riolito, anfibolito e gnaisse. A análise preliminar mostra diferentes fontes entre os conglomeradosdas bordas nordeste e oeste da bacia de Campo Alegre, e entre estes com os conglomerados da Bacia do Guaratubinha. A análise de dados geofísicos aeromagnetométricos configura importante ferramenta para a caracterização do arcabouço estrutural de subsuperfície, especialmente em regiões de difícil acesso e com poucos afloramentos, como o Terreno Luis Alves, embasamento destas bacias. Os dados do campo magnético anômalo do Projeto Aerogeofísico Paraná-Santa Catarina da CPRM foram processados no software Oasis Montaj. Foi aplicado o filtro cosseno direcional, a fim de suavizar o sinal gerado pelos diques de diabásio, de direção NW-SE, e feitas simulações de continuações ascendentes a 300m, 500m e 1000m. Os demais filtros e métodos de realce foram aplicados à continuação a 500m, com ênfase nos métodos da inclinação do sinal analítico (ISA), que delineia os núcleos dos corpos anômalos, e da inclinação do sinal analítico do gradiente horizontal total (ISA-GHT), cujo principal atributo é realçar os limites das fontes rasas e profundas indistintamente, através da equalização das amplitudes das anomalias, utilizado comumente como complemento ao ISA. A interpretação geofísica dos lineamentos magnéticos gerados ressaltou expressiva anomalia magnética subparalela à Zona de Cisalhamento Piên-Tijucas, localizada ao sul da Bacia do Guaratubinha, estendendo-se para sudoeste, além da Bacia de Campo Alegre, com direção geral N45E, de traçado ondulado e descontínuo. Dados de campo possibilitaram relacionar esta anomalia com a Zona de Cisalhamento Guaricana, identificada inicialmente na borda sudeste da Bacia do Guaratubinha, de caráter dúctil-rúptil, expressa por proto a ultramilonitos desenvolvidos sobre gnaisses quartzo-feldspáticos do Terreno Luis Alves, com pelo menos 14m de zona de deformação. As análises meso e macroscópica dos milonitos identificaram foliação anastomosada, definida pela orientação de biotita/anfibólio, de direção N35-55E, subvertical, associada a estiramento de quartzo e feldspato alcalino (230/10) e par SC.O registro rúptil da zona de cisalhamento é caracterizado pelo desenvolvimento de farinha de rocha, brechas e cataclasitos, associados a planos de falha de direção média N30E/70SE, com estrias e steps com indicação de movimentação sinistral, observados no embasamento da bacia. O estudo será complementado com o tratamento estatístico dos dados de proveniência dos conglomerados da Bacia de Campo Alegre, e no âmbito estrutural, com a hierarquização dos eventos de deformação desta bacia, para compará-los com os dados obtidos na Bacia do Guaratubinha. Com a caracterização detalhada da Zona de Cisalhamento Guaricana pretende-se determinar seu papel na evolução tectônica destas bacias.

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Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Tectônica formadora e deformadora das bacias do estágio de transição da Plataforma Sul-Americana: Castro-PR, Camarinha-PR e Campo Alegre-PR; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de ingresso no programa: Abril de 2016; Créditos concluídos: 36; Exame de Qualificação: Setembro de 2018; Data de defesa: Fevereiro de 2020; Possui bolsa: sim; Período: 18 meses; Fonte pagadora: CAPES; Trabalhos Publicados: (4) “Análise da deformação imposta sobre as rochas vulcânicas e vulcanoclásticas da bacia do Guaratubinha”; “Contribuição da aeromagnetometria na caracterização do arcabouço estrutural do Terreno Luis Alves na região nordeste do estado de Santa Catarina”; “Proveniência Sedimentar dos Conglomerados da Bacia de Campo Alegre – SC”; “Evolução tectono-sedimentar das Bacias do Guaratubinha (PR), Campo Alegre (SC) e Corupá (SC”).

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Programa em Geologia Ambiental Focused Source Electromagnetic: aplicação em água subterrânea Araújo, Oziel ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Chemas Hindi Palavras-chave: geofísica, água subterrânea, focused-source eletromagnetic

Investigações geofísica-geoelétricas com técnicas convencionais voltadas à exploração de água subterrânea muitas vezes podem apresentar fortes limitações envolvendo elevados custos financeiros, logística de aquisição complexa e grande ambiguidade nos resultados. A dispersão do fluxo de corrente elétrica, efeitos IP (Polarização Induzida) indesejáveis, ruídos culturais e heterogeneidades laterais rasas representam os principais problemas enfrentados pelos métodos geoelétricos nesses tipos de sondagem. Além do mais, ambientes condutores, saturados por água e seu conteúdo iônico e/ou corpos metálicos maciços, são fortes atenuadores do sinal recebido na superfície, sendo tão mais severo, quanto maior a profundidade do condutor. O posicionamento espacial da resposta da subsuperfície em formações tridimensionais complexas, principalmente contendo zonas argilosas por onde se concentrará a corrente elétrica, é também um desafio dos métodos geoelétricos. O supracitado foi o motivador do presente estudo, por ora apresentando o desenvolvimento parcial, operacionalidade e aplicação da técnica conhecida como Focused Source Electromagnetic, que tem a grande vantagem de focalizar o campo elétrico em subsuperfície, além de abordar o Método Diferencialmente Normalizado, integrados com outros métodos e técnicas geofísicas aplicadas à exploração de água subterrânea. Aqui, a operacionalidade desses métodos e técnicas é designada a facilitar a interpretação de dados de potencial elétrico sob a perspectiva qualitativa, e contribuir significativamente no poder resolutivo de exploração de água subterrânea. Ainda que as aplicações da técnica Focused Source Electromagnetic tenham sido até então voltadas à exploração de hidrocarbonetos, o estudo em questão mostra que há grande potencial nas investigações de água subterrânea. O projeto conta com levantamentos realizados com a técnica de caminhamento elétrico com arranjo dipolo-dipolo, no sentido normal e reverso em linha de 520 metros, com espaçamento de 20 metros entre eletrodos. A área de estudo foi em ambiente cárstico seccionado por dique de diabásio. Foram obtidos modelos 2D de resistividade e cargabilidade, além de modelos qualitativos com a técnica de focalização do campo elétrico (Focused Source Electromagnetic). A calibração da técnica de focalização a partir dos outros métodos

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geofísicos permitiu a localização e delineação qualitativa da zona condutora associada ao aquífero cárstico. Dessa forma, as análises tiveram consistência matemática e geológica. Embora as principais referências da técnica estejam isoladas da literatura por questões de confidencialidade e linguística russa, a operacionalidade e as abordagens dos parâmetros foram compreendidos e aplicados. De fato, a técnica mostrou-se eficaz na resolução dos problemas relativos a efeitos de estruturas indesejadas, ambiguidade de interpretação, dispersão de corrente elétrica e, consequentemente, razão sinal/ruído; sendo, portanto, de grande valia no auxílio de investigações de água subterrânea. A distinção das respostas de argilo-minerais saturados e zonas potenciais para exploração de água subterrânea não é uma tarefa trivial. A abordagem acerca do efeito IP é uma alternativa indireta capaz de fornecer grande ajuda nas interpretações. Buscar novas perspectivas nas pesquisas de água subterrânea e incrementá-las, quando possível, é uma tarefa promissora, assim como o uso integrado dos métodos geofísicos em tais perspectivas é imprescindível. Por tais razões, estender a técnica para outros contextos geológicos como aquíferos fraturados, ou até mesmo na exploração mineral pode ser mais um avanço para pesquisas futuras.

Dados acadêmicos: Co-orientador: Augustinho Rigoti; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Focused Source Eletromagnetic e Método Diferencialmente Normalizado: abordagens e aplicação em água subterrânea; Área de concentração: Geologia ambiental; Linha de Pesquisa: recursos hídricos; Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; Nº de créditos concluídos: 20; Exame de qualificação: julho de 2017; Trabalhos publicados ou períodos de confecção: 04 resumos e 01 artigo; Data da Defesa: abril de 2018; Possui Bolsa: não

Evolução do preenchimento do canal estuarino do Palmital – Baía da Babitonga / SC. Batista, Rodrigo Otávio ([email protected]) Orientador: Rodolfo José Angulo Palavras-chave: Variação da linha de costa; Dinâmica sedimentar; Canal do Palmital.

A presente pesquisa tem como objetivo determinar a evolução do preenchimento do estuário canal do Palmital localizado na costa norte do estado de Santa Catarina, no contexto hidrográfico da baía da Babitonga. Mais precisamente na cabeceira do canal Palmital, este, com aproximadamente 25 km de comprimento, uma largura média de 1,4 km e está orientado no sentido NNW da baía, com coordenadas UTM 718.900/7.114.777 e 720.727/7.107.196.

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O canal do Palmital, diferencia-se das demais área da baía da Babitonga, por receber as maiores contribuições hidrológicas, oriundas das bacias hidrográficas da escarpa da serra do Mar. O mesmo, pode ser caracterizado como um exportador de sedimentos para o interior da baía da Babitonga. Caracterizar as variações da linha de costa do canal e estabelecer correlações entre a linha de costa e dinâmica sedimentar existente, são algumas especificidades elencadas, visando uma futura contribuição nos planos de manejo do complexo estuarino. Nesta pesquisa busca-se aplicar uma análise de séries temporais (anos 1996, 2010 e 2012) de fotos aéreas, cartas topográficas, batimétricas e imagens de satélite, através da utilização do software ArqGis 10,1 para estruturar as bases digitais em ambiente SIG – Sistema de Informação Geográfica -, posteriormente gerar modelo digital do terreno (MDT) através do método TIN (Triangulated Irregular Network) e produtos derivados do MDT como: clinografia, modelos de sombreamento entre outros que se fizerem necessário no estudo. Ainda na parte de geoprocessamento, está sendo adotado como folha base para a pesquisa, a folha topográfica do mapeamento sistemático do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE do ano de 1981, nº SG-22-Z-B-II-1 (MI-2870/1), em escala 1:50.000, denominada folha Garuva. Como esta escala não apresenta bons resultados altimétricos devido à escassez de pontos cotados, está sendo trabalhado paralelamente bases topográficas digitais complementares cedidas pela Prefeitura Municipal de Joinville – PMJ e Prefeitura Municipal de Garuva - PMG, trazendo um maior nível de detalhamento a área estudada. Quanto as imagens de satélite, estão sendo utilizadas imagens de média e alta resolução espacial, visando a interpretação dos depósitos na área de estudo em escalas distintas. Está sendo feito análises in loco para identificação de feições nas linhas de costa, bem como, conferência dos pontos de controle para maior precisão. Nas análises preliminares da área em estudo, foram identificadas alterações nas linhas de costa principalmente entre os anos de 1996 e 2010, provavelmente pelo regime pluviométrico da região neste período, e crescimento exponencial de moradias no entorno. Estas alterações ainda estão sendo estudadas, pois, é uma área que possui um índice pluviométrico considerável devido ao tipo de precipitação encontrado na região (chuva orográfica) e ao mesmo tempo seus contribuintes hidrológicos encontram-se em grandes declividades. E quanto ao aumento exponencial das moradias, possivelmente está relacionado as atividades de pesca esportiva e atividades aquáticas no canal que vem crescendo nos últimos anos. Esta pesquisa representará um progresso no conhecimento da dinâmica sedimentar do canal estuarino do Palmital, pois, os dados que estão sendo analisados trarão respostas para um melhor entendimento do fluxo e consequentemente do aporte sedimentar para a baía da Babitonga. Os resultados poderão auxiliar nas possíveis intervenções no entorno da baía subsidiando assim, um plano de manejo coerente e fácil compreensão da dinâmica existente no interior do canal estudado.

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Dados acadêmicos: Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Evolução do preenchimento do canal estuarino do Palmital – Baía da Babitonga / SC; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Evolução, Dinâmica e Recursos Costeiros; Data de entrada na pós-graduação: 01/09/2016; Nº de créditos concluídos: 25 créditos; Data da Qualificação: 30/11/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 0 (zero). Data da Defesa: 30/08/2018; Não possui bolsa.

Estudo das Encostas da Serra do Azeite – BR-116: Estabilidade dos Taludes Rochosos e Caracterização Geomecânica dos Solos Britto, Carolina Bitencourt de ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori Palavras-chave: Estabilidade de Taludes, Escorregamentos, Serra do Mar.

Os escorregamentos são freqüentes na Serra do Mar e adjacências quando ocorrem eventos de alta pluviosidade, assim como na área de estudo há um histórico de eventos de erosão e escorregamentos que afetam diretamente a rodovia BR-116. Logo para identificar os possíveis locais suscetíveis a escorregamentos é necessário determinar as causas desse processo e entender a gênese de sua formação, podendo assim, prevenir futuros eventos de movimentos de massa. Os maciços nesse trecho da Serra do Azeite são constituídos principalmente por rochas do embasamento representadas pelo gnaisse bandado Barra do Azeite, o qual se encontra em zona de falha da Serra do Azeite, apresentando intensa milonitização e fraturamentos. Localmente ocorre a Formação Turvo-Cajati, composta na área por micaxisto e paragnaisse, além do granito do Alto Turvo. Foram estudados os fatores que influenciam na instabilidade desses taludes rochosos através da aplicação de modelos estruturais na análise probabilística de suscetibilidade a movimentos de massa, por meio da identificação de feições relevantes na possibilidade de ocorrência de escorregamentos, e da caracterização dessas estruturas e seu comportamento espacial. Para isso, foi feito o estudo da compartimentação do maciço, através do levantamento estrutural sistemático (famílias de fraturas, falhas e planos de foliações) e análise de estabilidade pela representação desses planos de fraqueza e de um cone de atrito em projeções estereográficas. Conjuntamente realizou-se a caracterização geotécnica dos solos residuais e coluvionares que estão associados às cicatrizes de escorregamentos na área de estudo e determinados os seus parâmetros de resistências os quais desencadeiam a movimentação do material. Para tanto, utilizou-se a metodologia de cálculo de ângulo de atrito e coesão a partir dos valores de resistência a penetração em função da profundidade, dados estes obtidos em sondagens à

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percussão. A elaboração do modelo digital do terreno e os mapas de declividade e plano de curvatura das vertentes auxiliaram na compreensão dos locais propícios a escorregamentos. Em declividades de 20° a 45° são as com maior propensão de ocorrer eventos de escorregamentos, associado a encostas convexas que retêm maior fluxo de água na vertente, potencializando o processo de movimentação do solo. Com base na análise de estabilidade realizada através do cone de atrito, os taludes que são suscetíveis a escorregamentos planares são associados à foliação e as famílias de fraturas N15W/80SW e N20E/80NW. E já os planos associados a escorregamentos em cunha são as intersecções do bandamento com a família N20E/80NW. Determinaram-se as condições de estabilidade dos taludes utilizando o método do equilíbrio limite, que leva em conta o equilíbrio entre as forças atuantes no material, sendo calculado um fator de segurança a partir dos parâmetros de resistência dos solos e outro para os taludes rochosos, e ainda, analisada a correlação entre estabilidade dos taludes em diferentes litotipos e a compartimentação estrutural desses maciços. A definição das estruturas e dos parâmetros que influenciam no processo de escorregamento na região, dando ênfase para cada litotipo e solo resultante, permitiram um entendimento mais adequado dos mecanismos que agem nas encostas litorâneas brasileiras, a fim de ser aplicado em outros locais, auxiliando no gerenciamento de segurança e avaliação dos riscos dos taludes rodoviários. Dados Acadêmicos: Co-orientador (es): Claudinei Taborda da Silveira e Rodrigo Moraes da Silveira; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Estudo do trecho da BR-116, km 510-520, Serra do Azeite – Análise de escorregamento em rocha e solo; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Análise Multitemporal e Riscos Geológicos; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; No de créditos concluídos: 20; Exame de qualificação: 30 dejunho de 2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 01 resumo publicado no X Simpósio Sul-Brasileiro de Geologia em junho de 2017 e um artigo a ser publicado na VII Conferência Brasileira sobre Estabilidade de Encostas – COBRAE em novembro de 2017; Data da Defesa: março de 2018; Possui Bolsa: não.

Resultados preliminares da disponibilidade hídrica e do uso e ocupação do solo no Aquífero Karst na cabeceira da bacia do rio Verde, Campo Magro (PR) Cambará, Marcus Vinicius Ducati ([email protected]) Orientador: Eduardo Chemas Hindi Palavras-chave: karst; água subterrânea, balanço hídrico.

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A região de Campo Magro, bem como outros municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) portadores do aquífero karst, tem sido alvos de estudos geológicos e hidrogeológicos ao longo de anos, afim de se conhecer e caracterizar a dinâmica hídrica, modo, armazenamento e disponibilidade das águas subterrâneas. Campo Magro, em especial, se destaca como um provável campo de explotação de água subterrânea para abastecimento público para Curitiba e RM, devido a elevada vazão apresentada nos poços tubulares profundos e sua posição topograficamente acima de Curitiba, facilitando a distribuição das águas e diminuindo os custos com estações elevatórias. Esse estudo se propôs a analisar a disponibilidade hídrica da região, a fim de se estimar um valor base da reserva renovável do aquífero karst, como um parâmetro para nortear os valores máximos de explotação, como uma medida preventiva da possível ocorrência de problemas geotécnicos em superfície. Também foi proposto um estudo das relações de uso e ocupação do solo, com vistas a observar o potencial de contaminação das águas do aquífero. Para se estimar os valores de recarga do aquífero, foi adotado o método do balanço hídrico mensal, proposto por Thornthwaite e Mather (1955), que é amplamente utilizado em estudos climáticos, agrometeorológicos e agrícolas e que também possui aplicabilidade na hidrogeologia, como um método indireto de estimativas de recargas. Um dos parâmetros a ser analisado por esse método é a precipitação acumulada mensal em (mm), que nesse estudo obteve uma série histórica de 38 anos (1976-2013), obtida pelo software Reanalysis version 7.0, que é disponibilizado gratuitamente pela biblioteca digital IRI/LDEO Climate Data Library, da University of Columbia. Os dados mostraram que a precipitação média nesse período foi de aproximadamente 1552 mm/ano, sendo que essa taxa é superada, a nível estadual, somente nas regiões orográficas à Serra do Mar, onde os valores atingem até 2000 mm/ano. As chuvas, normalmente, são regulares e distribuídas ao longo do ano, apresentando janeiro como o mês mais chuvoso (212mm) e agosto o mês mais seco (74mm), caracterizando os meses de outubro à março como os meses mais chuvosos. Esses dados de precipitação, bem como temperatura média do ar, coeficiente de armazenamento do solo (CAD) e a latitude da área de trabalho foram colocados numa planilha elaborada por Rolim et al. (1998), que gera uma tabela com os resultados de evapotranspiração potencial, baseada em Thornthwaite (1948), armazenamento, excedente e deficiente hídrico. Os resultados preliminares indicam um excedente hídrico de 612 mm/ano, disponível para recarregar o aquífero, no entanto, desse valor deve-se subtrair o fluxo base de escoamento superficial, para então chegar-se ao número final da disponibilidade hídrica para a recarga. Com relação aos trabalhos em campo, buscou-se observar os principais tipos de uso e ocupação do solo na microbacia da cabeceira do rio Verde, e também caracterizar os rios e as drenagens afluentes desse mesmo rio. A hidrografia da área de estudo, foi obtida inicialmente através da interpretação de imagens de satélite e por modelos digitais de terreno, os quais mapearam preliminarmente os rios e drenagens da região. Em campo verificou-se que muitos corpos

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d´agua mapeados anteriormente, eram na verdade rios efêmeros ou intermitentes, os quais encontravam-se secos e cobertos por vegetação secundária. A área de estudo é marcada pela ação antrópica, onde a mata nativa se restringe aos fundos de vale, cursos d´aguas e em alguns topos de colinas e morros mais elevados. Dos diversos tipos de ocupação, a agricultura é a principal atividade do uso do solo, variando os modos de cultivos, desde a utilização de maquinas, como tratores e colheitadeiras à atividades manuais, bem como criações de animais como, gados, galinhas e ovelhas e a criação em aviários. A área urbana é marcada por casas residenciais, pequenas chácaras e pequenos comércios. O modo de ocupação foi irregular, onde não houve um planejamento urbano-territorial e ambiental. Foram observadas diversas residências ao lado de cursos d´agua totalmente desvegetados e poluídos, onde se lançam águas servidas diretamente nos rios, acarretando na contaminação do solo e dos recursos hídricos, bem como colocando em risco a saúde coletiva da população local. Dados acadêmicos: Nível: Mestrado; Título original da dissertação: Determinação da vazão explotável do aquífero karst na cabeceira da bacia do rio Verde, Campo Magro (PR); Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Recursos Hídricos; Data da entrada na pós graduação 01/09/2016; Número de créditos concluídos: 20 créditos; Data de qualificação Nov/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: Não; Data da defesa: Ago/2018; Possui bolsa: Não; Período da bolsa: nenhum; Fonte pagadora: nenhuma.

Diagnóstico de parâmetros geofísicos usados em Geociências Forenses Canata, Rafael ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira Palavras-chaves: Geofísica Forense, Sitio Controlado de Geofísica Forense Rasa, Radar de Penetração no solo

A Geofísica Forense vem sendo aplicada no auxilio as investigações criminais, e tem como intuito localizar objetos ocultos em subsuperfície que possam ser usados como provas nos tribunais. Dentre os métodos de investigação aplicados na geofísica forense e arqueológica destacam-se o Radar de Penetração no Solo ou Ground Penetrating Radar (GPR) e a Eletrorresistividade, tendo em vista que são os mais eficientes na procura de ocultação de cadáveres, de localização de drogas, de armas, de artefatos arqueológicos, dentre outros. A proposta deste projeto é resultado de uma parceria firmada entre o Departamento de Geologia da Universidade Federal do Paraná (DGEOL/UFPR) com pesquisadores do

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Instituto Nacional de Criminalística do Departamento de Polícia Federal (INC/DPF) e do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (IG/UnB). Com este projeto pretende-se aprimorar os parâmetros de aquisição, de processamento, de visualização e de interpretação de dados geofísicos 2D e 3D associados as perícias oriundas de áreas suspeitas de inumações humanas e artefatos arqueológicos em diversos estados do Brasil, e no Sitio Controlado de Geofísica Forense Rasa (SCGFR) instalado no Centro Politécnico da UFPR, Jardim das Américas. Considerando este contexto, a pesquisa visa adquirir dados geofísicos de GPR e Eletrorresistividade no SCGFR e reprocessar os dados oriundos das perícias realizadas na busca por desaparecidos na Guerrilha do Araguaia. O SCGFR foi criado com o intuito de aprimorar a Geofísica Forense no Brasil, compreender e minimizar as ambiguidades das respostas geofísicas, tendo em vista que os alvos forenses e arqueológicos estão instalados em solos argilosos da Formação Guabirotuba, Bacia de Curitiba-PR. Atualmente o campo de teste envolve uma área de 36 m2, na qual foram inseridos artefatos (ossos, vasos de cerâmica, seixos, extintor de automóvel, tronco de madeira, roupas, fósseis e tijolos maciços), em profundidades que variam de 0,15m a 0,45m. As aquisições de GPR 2D foram realizadas com o equipamento Detector Duo, composto por antenas blindadas de 250 e 700 MHz, sobre os respectivos alvos em distintos meses, com base em perfis equiespaçados de 0,05m e 0,10m, totalizando 161 e 81 perfis, respectivamente. O processamento de dados ocorreu no software ReflexW, e a rotina de processamento consistiu no uso de filtragem dewow (remoção de ruídos eletrônicos de baixa frequência), correção do tempo zero (ajuste do primeiro registro do sinal do GPR ao tempo zero no solo), corte de tempo (limitação dos registros temporais do GPR para maximizar o tempo de processamento), ganho temporal/energy decay (eleva a amplitude do sinal por causa da atenuação sofrida durante a propagação da onda), remoção de background (aplicado para eliminar eventos coerentes como os refletores horizontais), filtragem 1D (remoção de ruídos incoerentes), migração e conversão tempo/profundidade (posicionar os eventos de reflexão na posição real). Os perfis equiespaçados foram interpolados para elaboração de um volume “3D”. As respostas geofísicas foram visualizadas e interpretadas em seções 2D e em cortes em profundidades de blocos GPR “3D”. Os seguintes resultados parciais foram obtidos: (i) os alvos e as perturbações originadas pelas escavações foram evidenciadas com as antenas de 250 e 700MHz; (ii) os valores observados nos radargramas para as profundidades do topo dos artefatos são próximos das profundidades reais; (iii) ficou evidenciado que as reflexões dos alvos geraram distintas amplitudes de sinais; (iv) a aplicação de apenas uma velocidade para todos os objetos resultou em erros na migração e conversão tempo/profundidade; (v) como decorrência, foram detectados erros de posicionamento e profundidades dos alvos. As próximas etapas da pesquisa visam: (i) adquirir novos dados geofísicos no SCGRF com o equipamento GSSI, antenas de 400 e 900MHz, e eletrorresistividade; (ii) reprocessar e interpretar os dados a geofísicos adquiridos na pesquisa sobre a Guerrilha do Araguaia. Diante do exposto, são esperados os seguintes

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resultados finais da pesquisa: (i) diminuir os erros de localização dos alvos investigados; (ii) diferenciar padrões de reflexão de GPR para inumações, raízes, blocos de rochas, estruturas antrópicas, etc.; (iii) identificar padrões geofísicos (resistividade elétrica e reflexões de GPR) no sítio controlado de Geofísica Forense Rasa da UFPR. Dados acadêmicos: Coorientadores: Dr. Welitom Rodrigues Borges (IG/UnB) e Dr. Fábio Augusto da Silva Salvador (DPF/PR); Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Diagnóstico de parâmetros geofísicos usados em Geociências Forenses; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Nome da Linha de Pesquisa: Geoconservação e Patrimônio Geológico; Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; Nº de créditos concluídos: 31; Exame de qualificação: outubro de 2018; Trabalhos publicados ou período de confecção: 02 artigos sendo um previsto para o 1° semestre de 2018 e outro para o 2° semestre de 2019; Data da Defesa: abril de 2020; Possui bolsa: sim; Período: 2017-2020; Fonte pagadora: CAPES.

Análise de suscetibilidade a escorregamentos e inundações, Pato Branco – Paraná

D’Aroz, Priscila ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori. Palavras chave: Desastres Naturais, Fator de Segurança, Chuva Crítica.

Os desastres naturais representam os maiores problemas ambientais em escala mundial. Escorregamentos e inundações são eventos naturais com considerado poder destrutivo frequentemente relacionados a perdas estruturais e humanas. Tais eventos são condicionados à feições distintas do relevo tendo a chuva como fator deflagrador comum. Escorregamentos de solo são mais suscetíveis em regiões de moderada a alta declividade e com boa infiltração, já inundações apresentam maior suscetibilidade em planícies adjacentes aos leitos de rios que foram impermeabilizadas ou que apresentem alto teor de saturação e pouco escoamento superficial, resultando em acumulação hídrica. O município de Pato Branco está localizado no terceiro planalto paranaense, a cerca de 433 km de Curitiba, sobreposto aos derrames de basalto da Formação Serra Geral. A bacia do Rio Ligeiro encontra-se no sudoeste do estado do Paraná, seu curso corta o município de Pato Branco de norte a sul, estando localmente canalizado na porção central da área urbana. Pato Branco possui baixa variação altimétrica em seu território, porem apresenta condicionantes topográficos favoráveis a ocorrência de escorregamentos e inundações relacionados a eventos pluviais extremos, e possui histórico desses eventos naturais preservado em

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relatórios e acervos fotográficos. O objetivo deste trabalho é relacionar a ocorrência de escorregamentos de solo e inundações no Município de Pato Branco, considerando as áreas mais suscetíveis a ocorrência destes eventos e o índice pluviométrico crítico desencadeador de tais acidentes urbanos. Para a definição das áreas suscetíveis a esses eventos foram produzidos dados de modelagem digital de terreno no software ArcView GIS 10.2. As áreas mais suscetíveis a escorregamentos foram definidas através do fator de segurança, enquanto as mais suscetíveis a ocorrência de inundações foram selecionadas a partir do índice de posição topográfica. Para a confecção dos mapas temáticos de suscetibilidade a escorregamentos de solo ou fator se segurança foram inseridos dados específicos das vertentes, tais como: declividade, saturação hídrica e parâmetros físicos dos solos, coesão e ângulo de atrito interno, somados a dados regionais de vegetação, influência da força dos ventos e atirantamento de raízes. Os parâmetros físicos dos solos foram retirados de dados de sondagem à percussão, os demais dados são provenientes de modelagens preliminares e análises bibliográficas. Os mapas de suscetibilidade a escorregamentos de solo tem como base a teoria do equilíbrio limite que considera a razão entre forças mobilizantes e forças resistentes a movimentos de massa. Estes mapas apresentam cenários distintos de saturação hídrica do solo e propensão a escorregamentos através de 5 classes de suscetibilidade, sendo estas: muito baixa, baixa, moderada, alta e muito alta suscetibilidade. A definição de regiões propícias a ocorrência de inundações se deu através de análise digital de relevo utilizando o índice de posição topográfico. O IPT é um modelo matemático que tem como base o MDT e mensura a diferença entre a elevação de um ponto central e a média das elevações de seu entorno com um raio predeterminado. A utilização do IPT permitiu a identificação de padrões geomorfométricos como vales e regiões planas ou com declividade inferior a 6% no perímetro urbano do município. A identificação de chuvas com capacidade para causar acidentes urbanos se deu a partir da aplicação da equação de chuvas intensas de Pato Branco. Essa equação relaciona a intensidade da precipitação com a duração e a frequência dos eventos pluviais e através dela foram definidas as chuvas consideradas críticas para o município com tempo de retorno de até 20 anos. Os resultados alcançados até o momento permitiram a identificação de áreas de interesse para validação em campo dos mapas temáticos, e compõem a base para a etapa atual dessa pesquisa. Dados acadêmicos: Coorientador(es): Prof. Dr. Claudinei Taborda da Silveira e Prof. Dr. Ney Lysandro Tabalipa; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Análise de Suscetibilidade a Escorregamentos e Inundações, Pato Branco - Paraná. Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Analise Multitemporal e Riscos Geológicos. Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; N° de créditos concluídos: 22; Exame de qualificação: 31 de agosto de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 00; Data da Defesa: abril de 2018; Possui Bolsa: não.

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Integração de dados geofísicos e estruturais na investigação hidrogeológica no município de Bagé/RS Dessart, Rafael Lima ([email protected]) Orientador: Francisco José Fonseca Ferreira Palavras–chave: hidrogeologia, geofísica, prospecção

O município de Bagé/RS passa ao longo dos anos por períodos de estiagem, com isso a população rural constrói reservatórios e açudes para captação de água da chuva e de pequenas nascentes. Já a região metropolitana conta com o abastecimento público e com poços tubulares profundos particulares e voltados para indústria. Desta forma, o desenvolvimento e aplicação de técnicas de prospecção hidrogeológica eficientes, e de baixo custo, auxiliam a exploração de água subterrânea. A área de estudo encerra uma grande variedade de litologias, abrangendo parte da Província da Mantiqueira (Complexo Metamórfico Porongos, Complexo Mafico-Ultramafico Cerrro Mantiqueira, Formação Arroio Marmeleiro e Complexo Granítico-Gnáissico Bagé), as rochas sedimentares e vulcanicas da Bacia do Camaquã (Grupo Marica, Grupo Bom Jardim, Grupo Cerro do Bugio, Grupo Santa Barbara e Grupo Guaritas), Província do Paraná (Grupo Itararé, Grupo Guatá e Grupo Passa Dois), e os depósitos recentes da Formação Santa Tecla e Depósitos aluviais. Esta variedade litológica, rochas do embasamento cristalino, vulcânicas, sedimentares e sedimentos inconsolidados, originam os dois tipos de aquíferos, poroso e fissural, caracterizando os seguintes sistemas aquíferos: Sistema Aquífero Palermo/Rio Bonito, Aquitardos Permianos, Sistema Aquífero Embasamento Cristalino II, Aquiclude Eo-Paleozóico e Sistema Aquífero Embasamento Cristalino III. O Sistema Aquífero Palermo/Rio Bonito se enquadra no grupo dos Aquíferos com Média a Baixa Possibilidade para Águas Subterrâneas em Rochas e Sedimentos com Porosidade Intergranular. As capacidades específicas são em média inferiores a 0,5 m3/h/m. Os Aquitardos Permianos apresentam, normalmente, poços que captam agua somente dessas litologias e apresentam vazões muito baixas ou nulas. As capacidades específicas são geralmente inferiores a 0,1 m3/h/m e as águas podem ser duras, com grande quantidade de sais de cálcio e magnésio. No Sistema Aquífero Embasamento Cristalino II geralmente a capacidade específica é inferior a 0,5 m3/h/m, ocorrendo também poços secos. As salinidades nas áreas não cobertas por sedimentos de origem marinha, são inferiores a 300 mg/l. Poços nas rochas graníticas podem ocorre enriquecimento em flúor. O Aquiclude Eo-Paleozóico apresenta uma porosidade muito baixa, os poços tubulares são praticamente secos ou de vazões insignificantes. O Sistema Aquífero Embasamento Cristalino III ocorre com ausência de fraturas interconectadas e a condição topográfica desfavorável inviabilizam a perfuração de poços tubulares, mesmo para baixas vazões. As

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estruturas condicionantes seguem o padrão para o estado do Rio Grande do Sul, apresentando de forma geral direções NW e NE, onde ocorrem a maioria dos poços perfurados. A partir dos dados bibliográficos, de imagens de satélite e dos dados magnetométricos, estas falhas ou fraturas serão mapeadas durante o desenvolvimento da pesquisa. Também, a caracterização geológico-geofísica de estruturas passíveis de se comportar como aquífero fissural, irá envolver integrações em Sistema de Informações Geográficas (SIG), de dados hidrogeológicos e hidroquímicos existentes, aeromagnetométricos, geológicos e estruturais, com levantamentos de campo, incluindo aquisição de dados geofísicos elétricos. Com isso, se pretende confirmar a aplicabilidade dos dados aerogeofísicos, como ferramenta para prospecção de agua subterrânea e discutir uma metodologia mais eficiente e menos onerosa. Por fim, o objetivo principal do projeto é caracterizar tais estruturas e sugerir alvos para a exploração da agua subterrânea no município de Bagé/RS. Dados Acadêmicos: Co-orientadora: Profa. Dra. Cristiane Heredia Gomes – (UNIPAMPA); Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Integração de Dados Geofísicos e Estruturais na Investigação Hidrogeológica no Município de Bagé/RS; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Nome da Linha de Pesquisa: Recursos Hidricos; Data de entrada na pós-graduação: 05/2017; N° de créditos cursados: 0; Exame de Qualificação: 10/2019; Trabalhos publicados ou período de confecção: 02 artigos, sendo um previsto para o 1° semestre de 2019 e dois para o 2° semestre de 2020; Data da defesa: 02/2021; Possui Bolsa: não.

Foraminíferos da porção central da plataforma interna rasa paranaense Dissenha, Joicce G. ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo Palavras-chave: Caracterização, Foraminíferos, Plataforma Interna.

A plataforma continental interna do Estado do Paraná ainda apresenta poucos estudos caracterizando-a ambientalmente. Uma caracterização sedimentológica foi realizada em trabalhos anteriores, cujos autores disponibilizaram as amostras coletadas para a realização desse trabalho, que visa caracterizar a porção central da plataforma interna rasa paranaense com base em foraminíferos. Um dos objetivos é fazer um levantamento das espécies de foraminíferos presentes e investigar a correlação destas espécies com os dados ambientais

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regionais, e avaliar a distribuição das associações destes organismos no contexto da dinâmica sedimentar da plataforma. Outro objetivo é testar a metodologia de triagem, avaliando se é imprescindível ou não a triagem do resíduo de cada amostra para complementar os dados obtidos através da flotação. Os foraminíferos constituem-se no grupo mais diverso de microorganismos com carapaça nos oceanos e podem ser utilizados em estudos de curta, média ou longa escala de tempo. Os foraminíferos também fornecem informações sobre a energia hidrodinâmica, oxigenação, condições tróficas, entre outras e, após a morte suas carapaças são incorporadas aos sedimentos e passam a constituir parte do fundo marinho. A preservação de suas carapaças é um atributo valioso que através do princípio do atualismo permite conhecer as relações das espécies atuais com o ambiente e reconhecer estes ou ambientes similares em tempos pretéritos. Sendo assim, este trabalho também visa fornecer subsídios aos estudos de reconstrução paleoambiental na região. A área avaliada neste estudo encontra-se entre 5 e 15 m de profundidade, entre o Balneário de Pontal do Sul e a Ponta de Matinhos, entre as latitudes 25°30 S e 25°54 S e longitudes 48°18W e 48°36W. As amostras estão distribuídas ao longo de 5 transectos perpendiculares à linha de costa que distam de 6 a 8 km entre si. De um total de 87 pontos disponíveis para caracterização, apenas 35 pontos foram selecionados inicialmente para o presente estudo. Todas as amostras vêm sendo triadas sob lupa, e a determinação das espécies conta com o auxílio de bibliografia específica, consulta a material de referência de coleções e também consulta a publicações provenientes de estudos em regiões similares à área de estudo para fins de comparação. Os espécimes estão sendo preparados para realização de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) que auxiliará nas identificações; uma sessão de MEV foi realizada até o momento. Posteriormente, essas fotomicrografias farão parte das ilustrações nas publicações. Foram registrados 13 gêneros de foraminíferos com carapaça calcária (Bolivina, Buliminella, Nonionella, Uvigerina, Globocassidulina, Angulogerina, Bulimina, Elphidium, Globigerina) e seis gêneros com carapaça aglutinante (Deuterammina, Textullaria, Asterotrochammina, Placopsilina, Rotaliammina, Hemisphaerammina). As espécies Asterotrochammina camposi, Placopsilina bradyi, Rotaliammina sp.1, Hemisphaerammina sp.1 e outra ainda indeterminada foram encontradas predominantemente aderidas aos clastos do resíduo. As análises estatísticas auxiliaram no reconhecimento das correlações entre as espécies ou suas associações com os dados ambientais. Todos os 35 pontos inicialmente selecionados já tiveram a triagem da flotação finalizada e, atualmente estão sendo triados os resíduos de parte destas amostras. As triagens que foram realizadas têm indicado que a composição e abundancia de foraminíferos encontra-se dependente do grau de seleção e diâmetro dos grãos e, a depender dos resultados iniciais sobre o teste metodológico e da homogeneidade do ambiente sedimentar, outras amostras poderão ser acrescidas a fim de que a malha analisada traga o máximo de informações possíveis. O estudo visando à caracterização dos foraminíferos atuais de praia e infralitoral raso permitirão aprofundar o conhecimento sobre o grupo na região,

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possibilitando reconhecer melhor os diferentes ambientes e suas respectivas características, e poderão fornecer subsídios aos estudos de evolução da planície costeira paranaense. Dados acadêmicos: Co-orientadora: Dra. Sibelle Trevisan Disaró; Nível: Mestrado; Título do projeto: Foraminíferos da porção central da plataforma interna rasa paranaense; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de entrada na pós-graduação: abril 2017; Nº de créditos concluídos: 18; Data da qualificação: 30/06/2018; Data da Defesa: 30/03/2019; Não possui Bolsa.

Classificação semi-automatizada de dunas costeiras nas regiões litorâneas do Maranhão e Santa Catarina, Brasil Dourado, Fábio Ferreira ([email protected]) Orientador: Carlos Conforti Ferreira Guedes Palavras-chave: campo de dunas costeiras; classificação; parâmetros morfoplanimétricos

Estudos de sistemas de dunas costeiras tem sido frequentemente realizado no Brasil nas últimas décadas e tais estudos abordam principalmente descrições geomorfológicas. Os sistemas eólicos brasileiros são classificados a partir de parâmetros morfológicos, divididos em três grupos: praia-duna (dunas frontais, protodunas e lençóis de areia); planície deflacionar (rupturas de deflação, rastros residuais, retrocordões e dunas parabólicas); e por último o campo de dunas livres (entendido por barcanas e barcanoides). As regiões de dunas estão distribuídas geograficamente por toda a costa brasileira, estando situados os maiores campos de dunas no litoral nordeste e no sul do país, no estado do Maranhão com os campos de dunas: Lençóis Maranhenses, Pequenos Lençóis, Campo de Tutoia e Ilha do Caju. Outros campos estão situados ao sul Rio Grande do Norte, o de Sergipe-Alagoas próximo a desembocadura do rio São Francisco, o do Rio de Janeiro na região de Cabo Frio e na costa meridional entre a ilha de Santa Catarina e no Estado do Rio Grande do Sul. Os campos de dunas costeiros do nordeste do Brasil são poucos conhecidos, comparados aos de campos de dunas do sul do país. Os trabalhos mais comuns apresentam temáticas envolvendo estudos dos tipos qualitativos sobre a morfologia, dinâmica deposicional, morfodinâmica e cronologia nas interpretações sobre a relação do sistema eólico com variações do nível relativo do mar. As áreas de estudo desse trabalho compreendem aos quatro principais campos de dunas do estado do Maranhão e cinco campos de dunas situados no estado de Santa Catarina, entre as cidades de Florianópolis e Garopaba. O objetivo principal desse trabalho é propor uma sistemática de classificação de dunas costeiras a partir de métodos

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semi-automatizados. A partir dos resultados das classificações semi-automatizadas, serão analisadas as condições limites de sistemas eólicos costeiros para as regiões costeiras do Maranhão e Santa Catarina. Os objetivos secundários são: identificar os espectros mais eficientes em sensoriamento remoto para o desenvolvimento de classificações semi-automatizadas de dunas eólicas e desenvolver uma forma rápida e eficiente de classificar os parâmetros morfoplanimétricos, tais como: espaçamento intercristas e comprimento de crista, tendo como enfoque a análise qualitativa das condições limites de sistemas eólicos costeiros, como: regime de vento, aporte sedimentar, geometria da área fonte, limites (tamanho), e condições antecedentes. A parte metodológica deste trabalho compreende a fase inicial de aquisição de bibliografias referentes aos temas de estudos de dunas costeiras das áreas de estudo; aquisição de imagens de sensoriamento remoto (sensores óticos e micro-ondas); desenvolvimento de métodos analíticos para realce dos atributos que destacam as dunas em busca das assinaturas espectrais e morfológicas, ao que auxiliará na etapa de extração de dunas por método manual – ao qual esta será usada como parâmetro comparativo para as dunas posteriormente extraídas por classificações semi-automatizada; seguido a análise estatística, tendo em vista os critérios diagnósticos ou redundantes; aplicação de métodos supervisionados, tais como lógica fuzzy ou redes artificiais neurais e métodos não supervisionados, tal como a técnica Self-Organizing Maps. Ambos métodos descritos tem a função na classificação semi-automatizada das dunas a partir dos parâmetros morfoplanimétricos, feitos com o uso do software ArcGis disponível no LECOST da UFPR e do software SiroSOM disponível no laboratório LISTEC da USP/Santos. Como etapas já cumpridas, foi feito todo levantamento bibliográfico e obtida toda a base cartográfica, feito o processamento inicial das imagens de sensores remotos e extraído manualmente todos os limites de dunas dos campos de dunas das áreas de estudo. Posteriormente, será feito processamento com métodos semi-automatizados, ao qual espera-se obter uma nova sistemática de mapeamento semi-automático, aplicado ao estudo de dunas costeiras e análise das condições limites para o entendimento de dinâmica e evolução costeira. A partir disso, será aplicado essa sistemática para as duas áreas de estudo e extraído as informações de maneira quantitativa. Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Cleyton de Carvalho Carneiro (USP/Santos), Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Classificação semi-automatizada de dunas costeiras nas regiões litorâneas do Maranhão e Santa Catarina, Brasil; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Evolução, Dinâmica e Recursos Costeiros; Data de entrada na pós graduação: 01 de abril de 2017; Nº de créditos concluídos: 12 créditos; Data da qualificação: 30 de junho de 2018; Trabalhos publicados ou em confecção: 0; Data da defesa: 30 de março de 2019; Possui bolsa: sim; Período da bolsa: 01 de maio de 2017 até 30 de março de 2019; Fonte pagadora: CAPES-DS.

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Comparação entre Fauna Viva e Fauna Total de foraminíferos bentônicos na caracterização ambiental da Bacia de Campos Forcelini, Helenita Catharina Dalla-Lana ([email protected]) Orientador: Luiz Alberto Fernandes Palavras chave: Plataforma continental; interpretação ambiental, foraminíferos

O estudo da composição das associações de foraminíferos é muito utilizado para caracterização ambiental e pode ser realizado com fauna viva (FV) ou fauna total (FT). A distribuição destas associações pode fornecer informações sobre sedimentação, hidrodinamismo, influência de correntes ou massas d´água e impactos ambientais. A FV tem perda de carapaças decorrente da destruição por agentes físicos e/ou químicos, ou eventualmente a retirada de espécimes por transporte. Estudos anteriores com FV na Bacia Sedimentar de Campos (20.5ºS-24ºS) embasaram uma caracterização ambiental que visando atividades de biomonitoramento. O presente estudo objetiva comparar as informações do estudo da FT com o estudo anterior da FV (campanhas de inverno/2008 e verão/2009 somadas). As amostras da FT foram retiradas dos sedimentos superficiais (0-2 cm) da campanha de 2009. Os resultados aqui apresentados restringem-se aos transectos A, F e I, situados perpendicularmente à linha de costa; “A” situa-se no limite sul, próximo a Cabo Frio; “F” na região central da bacia, em frente ao Cabo de São Tomé e “I” situa-se no limite norte, próximo ao Alto de Vitória. Em cada transecto foram amostrados 5 pontos, um em cada isóbata de 25, 50, 75, 100 e 150 m. A razão entre cascalho+areia/silte+argila permitiu estimar o nível de energia hidrodinâmica. Os pontos com maior energia foram A1, localizado muito próximo à costa, a 25 m de profundidade e com predomínio da fração areia média, F2 (50 m) e I1 (25 m) localizados próximos à desembocadura dos rios Paraíba do Sul e Itabapoana, com predomínio das frações areia média e areia grossa, respectivamente. F2 está localizado em frente ao cúspide arenoso do Cabo de São Tomé, onde ondas de areia e dunas evidenciam alta hidrodinâmica e I1 onde cristas carbonáticas são cortadas pelas drenagens das cabeceiras dos cânions Almirante Câmara, Itapemirim e São Tomé. A comparação entre os dados da FV e FT mostra a perda total ou parcial de espécies frágeis e/ou pequenas, cujas carapaças não foram bem preservadas após a morte. Apenas uma parcela pequena destas espécies tem probabilidade de se preservar a longo prazo; deverá ser o caso de calcários hialinos como Angulogerina jamaicensis, Buliminella elegantissima e Nonionella stella, de aglutinantes como Asterotrochammina camposi, Sepetibaella sepetibaensis e Textularia torquata e de calcário-porcelânicos como Wiesnerella auriculata. Por outro lado, a avaliação da FT mostra o incremento de espécies relativamente grandes e robustas que existiam em pequeno número na FV; é o caso dos calcários hialinos Buccella

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frigida, Cibicidoides corpulentus, Cibicidoides pseudoungeriana e Rosalina floridana; aglutinantes como Textulariella barrettii, Bigenerina textularioidea e Spirotextularia floridana e calcários porcelânicos como Quinqueloculina lamarckiana, Pyrgo spp. e Quinqueloculina brodermanni. Provavelmente estas espécies se preservarão melhor e, as análises devem ter em conta que espécies com estas caraterísticas aumentam sua frequência com o passar tempo, quando comparadas às que sofrem maiores perdas com os processos tafonômicos. A área estudada é banhada pela Corrente do Brasil, porém frequentemente a Água Central do Atlântico Sul adentra a plataforma incrementando a produção primária e promovendo eventos de ressurgências. Estudos anteriores com a FV identificaram áreas de ressurgência em Cabo Frio, Cabo de São Tomé e próximo ao vórtice de Vitória. Análises de agrupamento realizadas com a FT demonstraram a ocorrência de duas grandes regiões: um agrupamento individualizando a região sul que mostra claramente um subagrupamento identificando a área sob efeito da ressurgência de Cabo Frio; o outro agrupamento caracteriza a região centro-norte e também indicada uma área correspondente à região sob influência da ressurgência nas proximidades do Cabo de São Tomé e Vórtice de Vitória. Apesar das espécies indicadoras de ressurgências serem geralmente pequenas e frágeis, mesmo com as perdas comuns dos processos tafonômicos e eventual transporte, por serem muito abundantes e formarem uma associação conspícua, elas sinalizam áreas de ressurgência. Desta forma o estudo da FT mostra-se eficiente nos estudos de caracterização ambiental e destaca-se por ser um método mais rápido e por poder ser realizado mesmo com uma só campanha amostral. É menos oneroso em tempo e financeiramente, pois estudos similares com a FV demandam a análise de mais de uma campanha, especialmente se a região for submetida a fortes variações sazonais. Mesmo com pequenas perdas de informação, a FT é indicada para caracterização ambiental de ampla escala espacial e temporal. Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo; Nível: Doutorado; Interpretação dos ambientes deposicionais da plataforma continental da Bacia de Campos com base em biocenose e tanatocenose de foraminíferos bentônicos recentes e implicações paleoambientais; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de Entrada: abril de 2014; Número de créditos concluídos:37; Data da qualificação: agosto de 2016; Trabalhos em confecção: 2; Data da defesa: fevereiro de 2018; Possui bolsa: sim; Período da bolsa: 48 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Dinâmica sedimentar de praias arenosas do litoral norte de Santa Catarina e sul do Paraná Freitas, Thaís Guimarães ([email protected]) Orientador: Profa. Dra Maria Cristina de Souza Palavras-chave: Transporte Costeiro, Sedimentologia, Minerais Pesados

Praias podem ser formadas por sedimentos de diversas composições e granulações. A composição dos sedimentos trazidos à costa é redistribuída na direção da deriva litorânea. Os minerais pesados também acompanham o padrão de distribuição, alterando a composição mineralógica das populações, permitindo identificar direções preferenciais do transporte sedimentar. Esta pesquisa tem por objetivo entender a forma como a dinâmica sedimentar costeira conduz a distribuição da granulação e da mineralogia nas praias compreendidas entre a desembocadura da baía da Babitonga, Itapoá-SC, e a desembocadura da baía de Guaratuba, Guaratuba-PR. Serão comparadas amostras coletadas sob o mesmo procedimento, em duas datas distintas, agosto de 1994 e junho de 2011. Nas duas etapas as amostras foram coletadas na face praial, equidistantes entre si, em aproximadamente 500m para análise de padrões texturais dos sedimentos e de 1000m para padrões mineralógicos. A parte laboratorial consistiu em análises granulométricas, com peneiramento e pipetagem, para a separação das frações; análises densimétricas utilizando o bromofórmio para a separação dos minerais pesados; confecção das lâminas para a identificação e contagem dos minerais pesados. Estão sendo calculadas razões entre minerais com comportamentos hidráulicos e diagenéticos semelhantes, que refletem características de proveniência e dispersão. As amostras coletadas em 1994 possuem granulação areia fina, muito bem selecionada e bem selecionada de Itapoá à Barra do Saí e Guaratuba. Em Brejatuba a granulação é de areia média moderadamente selecionada. Nas amostras de 2011, a predominância da granulação areia média ocorreu de Itapoá à Barra do Saí e na praia central de Guaratuba, com o grau de seleção variando entre moderadamente selecionado e bem selecionado. Brejatuba mostrou as maiores granulações, com areia média e pontos com areia grossa próximo ao morro do Cristo. Caieiras, ao lado direito da desembocadura da baía de Guaratuba, teve predominância de areia média. As análises de minerais pesados das amostras de 1994 indicaram concentrações maiores de zircão, hornblenda e epídoto, e menores de turmalina, hiperstênio, rutilo, cianita, silimanita, apatita, oxi-hornblenda, estaurolita, cassiterita, monazita e granada. As amostras de 2011 mostraram os minerais zircão, turmalina, rutilo, horblenda e apatita com as maiores concentrações, seguidos da monazita e granada; em quantidades menores ocorreram os minerais silimanita, andaluzita, cianita, hiperstênio, estaurolita, titânita, epídoto, oxi-horblenda e olivina. De modo

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geral, os resultados encontrados comparando as amostras de 1994 com as de 2011, quanto aos padrões texturais, indicam um aumento da granulação na face praial, passando de areia fina para areia média em diversos pontos. Na praia de Brejatuba foram encontrados diferentes graus de granulação e seleção, sugerindo diversas fontes sedimentos. Quanto aos dados de minerais pesados, observa-se que houve um aumento no índice ZTR e uma diminuição no índice dos minerais instáveis. Na praia de Brejatuba também foram identificadas as maiores variações na mineralogia. Conclui-se que as maiores variações do grau de seleção, da assimetria e da assembleia mineralógica ocorreram em trecho da costa afetados por deságüe de rios e morros, sugerindo a existência de células de deriva atuantes que mascaram o sentido da deriva predominante. Ainda serão analisadas amostras provenientes dos rios, com o intuito de verificar a sua contribuição sedimentar nos arcos praiais. Dados acadêmicos: Co-orientador(es) -; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Sedimentologia de praias da porção norte de Santa Catarina e sul paranaense; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Evolução, Dinâmica e Recursos Costeiros; Data de entrada na pós-graduação: 01 de Abril de 2017; No de créditos concluídos: 14 créditos; Data da qualificação: Junho de 2018; Trabalhos publicados ou em confecção: Previsto para o primeiro semestre de 2018; Data da Defesa: Março de 2019; Possui Bolsa: Não; Período da bolsa: -; Fonte pagadora: -.

Caracterização das feições de fundo na plataforma insular da Ilha da Trindade, Brasil Garcia, Mauricio Henrique ([email protected]) Orientadora: Profª. Drª. Maria Cristina de Souza Palavras-chave: sonar de varredura lateral, Ilha da Trindade, formas de leito.

A Ilha da Trindade, distante 1170km da costa brasileira na altura da cidade de Vitória-ES, é uma das poucas ilhas oceânicas pertencentes ao governo brasileiro e um dos locais mais desconhecidos do nosso território. Está localizada no extremo oeste da cadeia de montanhas submarinas Vitória-Trindade, e eleva-se a 5.500m do fundo oceânico. Possui uma área de aproximadamente 13km², com um terreno acidentado representando o cume de um monte submarino. A ilha é inteiramente vulcânica, emergindo do assoalho oceânico sem relação com a plataforma continental. Nela são identificados cinco grandes ciclos vulcânicos que formaram as rochas da ilha, com idades mais antigas de 3,6 Ma e mais novas de 170 mil

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anos. Sua plataforma insular possui entre 1 e 3 km de largura com uma área de aproximadamente 50km², possuindo um mergulho entre 1,5° a 7°, com uma quebra abrupta de 18° a 30° a partir da cota batimétrica de 100m. A plataforma é relativamente estreita e descontínua, formada por sedimentos gerados a partir da erosão das rochas vulcânicas presentes na mesma, ocorrendo em alguns poucos locais abrigados, principalmente na porção nordeste da ilha. O objetivo deste trabalho consiste em caracterizar as feições de fundo na plataforma insular da ilha, discriminando feições erosivas, deposicionais e bioconstruções a fim de inferir a dinâmica de circulação da plataforma. A aquisição dos dados foi feita através de um sonar de varredura lateral com frequências de 340 e 670 kHz, rebocado por um bote de apoio da Marinha do Brasil. Foram adquiridas 106 linhas de sonar, com uma extensão total de 158.750m, cobrindo uma área de aproximadamente 16,5 km² ao redor da ilha. Foram também recuperadas 23 amostras de fundo utilizando-se um amostrador do tipo Van Veen, com fotografias submarinas em 23 pontos de amostragem. Até o momento foram identificados 3 grandes domínios geológicos/geomorfológicos na plataforma insular. Um composto por afloramentos e blocos rochosos desabados, um composto por material biogênico diverso e outro composto por sedimentos arenosos. O domínio rochoso é mais restrito à proximidade da parte emersa da ilha, enquanto os outros se encontram em toda a plataforma insular. Em locais onde ocorrem materiais biogênicos é comum a existência de sedimentos arenosos entre eles, mas devido ao seu tamanho não é possível individualizar estas feições em imagens de sonar, apesar de ser um padrão bem nítido nas fotografias submarinas. Os sedimentos arenosos são compostos por sedimentos líticos provenientes da desagregação das rochas vulcânicas associadas a sedimentos carbonáticos oriundos da desagregação de materiais biogênicos, possuem granulação variando entre fina e muito grossa, grãos moderadamente a bem selecionados e grau de arredondamento variando entre subanguloso a subarredondado. Tanto nas imagens de sonar quanto nas fotografias submarinas é possível identificar 2 feições de fundo predominantes nos sedimentos, uma composta por ondas de areia de crista reta a sinuosa com uma distância entre elas variando entre 0,5 a 1,5m, e outra composta por ondas de areia assimétricas de forma lingóide a romboide de tamanho pequeno, inferiores a 0,5m, bem observáveis em fotografias submarinas mas não observáveis individualmente em imagens de sonar. Também é comum a ocorrência de ondas de areia entre os materiais biogênicos, bem identificáveis em imagens de sonar e com tamanho variando entre 1 e 20m. Para os próximos meses se planeja a finalização das interpretações dos dados de sonar, além de uma análise dos sedimentos de fundo coletados na etapa de campo. Com esses dados será elaborado um modelo da dinâmica costeira da ilha, tentando identificar o padrão de circulação das correntes marinhas em torno da ilha, além de identificar os locais mais propícios para o fundeio de embarcações que possam atracar na mesma.

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Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Análise de feições geológicas de leito marinho através de Sonar de Varredura Lateral na Ilha da Trindade-ES; Área de Concentração: Geologia ambiental; Linha de Pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; N° de créditos concluídos: 29; Exame de qualificação: julho de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 00; Data da Defesa: abril de 2018; Possui Bolsa: não.

Definição de áreas potenciais à captação de água subterrânea em aquíferos sedimentares no estado do Paraná Hernandez, Paula Gabriela Leal ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Gustavo Barbosa Athayde Palavras-chave: Água Subterrânea, Bacia do Paraná, Álgebra de Mapas

A captação de água subterrânea é uma boa opção quando a água superficial não consegue atender a demanda de consumo, mas com isso, vem a necessidade de planejamento e gestão desses recursos. Com o passar dos anos estudos hidrogeológicos mais detalhados foram elaborados e modelos mais representativos foram construídos. Os modelos hidrogeológicos desenvolvidos são baseados em dados já existentes de poços que apresentam duas dificuldades: o modelo é gerado baseado em um número finito de poços e os poços estão locados de forma irregular (concentrados em zonas para abastecimento público); esses dois fatores fazem com que os modelos propostos sejam incertos e para minimizar essa incerteza um método de tratamento e análise de dados hidrogeológicos, em ambiente computacional será elaborada. O objetivo da pesquisa é elaborar um método de processamento de dados hidrogeológicos para delimitar áreas potenciais à captação de água subterrânea. Em específico, durante a pesquisa pretende-se analisar estatisticamente os dados hidrodinâmicos e hidroquímicos; elaborar mapas temáticos dos diferentes parâmetros hidrogeológicos para as unidades aquíferas sedimentares da Bacia do Paraná no estado do Paraná; e elaborar uma rotina de tratamento de dados em geoprocessamento visando delimitar áreas com maior potencial hidrogeológico, mediante interação entre os mapas temáticos, utilizando a álgebra de mapas como ferramenta. O banco de dados que será utilizado na pesquisa já está adquirido e contém dados hidrodinâmicos de capacidade específica, condutividade hidráulica, espessura saturada, profundidade do nível estático, transmissividade e vazão das unidades aquíferas sedimentares da Bacia do Paraná, no estado do Paraná. Outro banco de dados com os dados hidroquímicos possui resultados dos

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principais cátions e ânions dissolvidos, nas mesmas unidades aquíferas sedimentares. Os dados já estão separados pelas unidades aquíferas Furnas, Itararé, Rio Bonito, Passa Dois, Guarani e Caiuá. A primeira unidade sedimentar a ser trabalhada será o Aquífero Caiuá, e depois a rotina será replicada para as demais unidades aquíferas. Antes de realizar análise estatística deve-se realizar o desagrupamento em áreas preferencialmente amostradas. As áreas preferencialmente amostradas ocorrem devido a tendência em concentrar áreas de maior interesse, ou no caso, áreas com maior densidade populacional. Dessa forma, o desagrupamento seria o modo de reduzir o efeito da amostragem preferencial para obter parâmetros estatísticos mais representativos através dos métodos: Método das Células Móveis e Método da Poligonal (Thiessen). Logo após, será realizada a análise estatística dos parâmetros hidrogeológicos. Após a análise estatística serão gerados mapas temáticos dos seguintes parâmetros: capacidade específica, condutividade hidráulica, espessura saturada, profundidade do nível estático, transmissividade, vazão e índice relativo de risco. Os mapas são representações gráficas de dados geográficos e que trazem consigo informações quantitativas e qualitativas, atribuídos em cada pixel. Assim como na álgebra tradicional, os valores atribuídos aos pixels podem ser operados entre si de forma a atribuir, calcular ou reclassificar os mesmos para uma determinada finalidade, como exemplo, a atribuição de valores de vulnerabilidade territorial com operações que envolvem aspectos geológicos, pedológicos, físicos (relevo), florestais e climáticos de uma região. Essas operações são chamadas de álgebra de mapas e nessa dissertação será a técnica utilizada para delimitar áreas com maior potencial hidrogeológico, a partir da operação dos mapas temáticos com índices a serem elaborados durante esta pesquisa. Posteriormente, os resultados obtidos serão integrados com dados socioeconômicos, visando contribuir na gestão dos recursos hídricos no estado do Paraná. O resultado esperado nesta pesquisa será um método de análise de dados hidrogeológicos visando delimitar áreas com maior potencial de produção dos poços tubulares profundos destinados ao abastecimento público, contribuindo assim na gestão sustentável dos recursos hídricos subterrâneos, no estado do Paraná. Dados acadêmicos: Nível: mestrado acadêmico; Título do projeto original da dissertação/tese: definição de áreas potenciais à captação de água subterrânea em aquíferos sedimentares no estado do Paraná; Área de Concentração: geologia ambiental; Linha de Pesquisa: recursos hídricos; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2017; N° de créditos concluídos:8; Data da qualificação:30/06/2018; Data da Defesa: 30/03/2019; Possui Bolsa: sim; Período da bolsa: 24 meses; Fonte pagadora: CAPES - DS.

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Análises físico-químicas e métodos geofísicos na avaliação de impactos ambientais por curtume, RS – Brasil Lau, Alice Marques Pereira ([email protected]) Orientador: Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho Palavras-chave: geofísica terrestre, análises diretas, reservas hídricas.

A produção de couros bovinos vem aumentando mundialmente em razão da sua demanda e o Brasil ocupa o quinto lugar. O processo de curtimento produz muitos resíduos, principalmente líquidos, que podem apresentar concentrações elevadas de Cr, Fe, Al, Mn e Hg, além de sulfetos, sulfatos e cloretos que, como decorrência da alta carga orgânica poderão exaurir o oxigênio dissolvido nos cursos d’água. O escopo do estudo é a investigação da subsuperfície rasa por métodos geofísicos (eletrorresistividade, polarização induzida e eletromagnético indutivo - EM), análises físico-químicas e geoquímica de solo, na área onde há uma indústria de curtume, no município de Portão - RS. As operações na mencionada indústria ocorrem desde 1993, aproximadamente. A busca pela disposição adequada de resíduos de curtume é recente, uma vez que raros eram os levantamentos prévios ou precauções. A geologia da área é caracterizada por sedimentos arenosos quaternários da planície aluvionar do córrego Boa Vista, que recobrem os arenitos da Formação Botucatu e está inserida no sistema hidrográfico da Bacia do Rio dos Sinos, e no Sistema Aquífero Guarani. Entre os principais propósitos estão à avaliação das alterações no solo e reservas hídricas por efluentes industriais, identificação e comportamento físico-químico dos principais contaminantes, delimitar a pluma e contribuir para as medidas assertivas de solução ou mitigação dos impactos. A concentração e mobilidade do Cr, principal metal utilizado neste seguimento, estão relacionadas ao pH e Eh. Comumente, o Cr ocorre em minerais na forma trivalente, e por reação redox poderá se transformar em Cr VI (carcinogênico), num ambiente alcalino. Ácidos e sais nos efluentes elevam a quantidade de sólidos totais no solo e nas águas, tornando-os eletricamente mais condutivos. Para a obtenção dos dados geoelétricos foram executadas doze linhas (sete na direção E-W e cinco na direção N-S), que constaram de caminhamento elétrico, arranjo dipolo-dipolo (AB=MN=10m), seis níveis de profundidade, com obtenção de dados de resistividade (Ω.m) e cargabilidade (mV/V) aparentes. Nos mesmos locais, foram obtidos dados eletromagnéticos (EM), com adição de 110 m, totalizando 1.850 m perfilados. Os dados eletromagnéticos foram adquiridos com espaçamento entre transmissor-receptor de 10 e 20m e leituras a cada 10 m em dipolo horizontal e vertical, com investigações até 30 m de profundidade, e obtenção da condutividade aparente (mS/m). As análises físico-químicas foram realizadas em dois açudes antrópicos, e serão também realizadas em cinco poços pré-

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existentes (profundidade de até 7,10 m) e em quatro poços construídos especialmente para este estudo, um poço de parametrização a montante e três multiníveis a jusante (profundidade de até 7,25 m). Além das análises que serão realizadas nos solos (metais, Eh, pH, difração e fluorescência de raios-X), lâminas delgadas de amostras do arenito coletadas no afloramento mais próximo, serão avaliadas enfatizando a porosidade e a transmissividade. A geofísica apresentou indícios de contaminação, que, em adição a outras informações (fotos, entrevistas e inspeções de campo) permitiu orientar os pontos de coleta para análises, bem como a locação de novos poços. Os primeiros resultados das análises físico-químicas das águas superficiais apresentaram concentrações de DBO, STD, Cr, sulfeto, OD, NH3-N, entre outros que ultrapassam os limites máximos permitidos de acordo com a resolução do CONAMA 357/05. As demais análises das águas subterrâneas e solos estão em fase de coleta. Os resultados geofísicos foram processados e representados em modelos 2D e 3D para diversas profundidades, cujos resultados caracterizaram a pluma contaminante através de baixas resistividades (< 36 Ω.m), coincidentes predominantemente com baixas cargabilidades (< 4,8 mV/V), em contraste com índices elevados (> 60 Ω.m e > 5,0 mV/V, respectivamente), como reflexo do regolito e arenitos subjacentes não contaminados. Os altos valores de condutividade (> 15,0 mS/m) obtidos pelo método eletromagnético coincidem dominantemente com os baixos geoelétricos. Os modelos possibilitaram estimar as dimensões laterais (máximo de 50 x 60 m) e vertical (máximo de 7 m) da pluma de contaminação e delinear a direção preferencial do fluxo, em correspondência à declividade do terreno. Os primeiros resultados confirmaram a eficácia da interação de métodos na investigação ambiental de curtumes, cujos estudos são escassos no Brasil, em contraste com a posição que o país ocupa na produção de couros. O presente estudo contou com a colaboração de laboratórios da UFPR (LPGA, LAMIR e LPH), além da CPRM e UNIPAMPA. Dados acadêmicos: Co-orientadores: Dr. Francisco José Fonseca Ferreira; Dr. José Pedro Rebés Lima; Nível: doutorado; Título original do projeto da tese: Avaliação ambiental de uma área sob risco de contaminação proveniente de um curtume por métodos geofísicos e análises físico-químicas, Rio Grande do Sul – Brasil; Área de concentração: geologia ambiental; Linha de pesquisa: recursos hídricos; Data de entrada na pós-graduação: setembro de 2015; Nº de créditos concluídos: 47; Exame de qualificação: fevereiro de 2018; Trabalhos publicados ou período de confecção: 2 artigos, sendo um com previsão de submissão para o 2º semestre de 2017; Data da defesa: agosto de 2019; Possui bolsa: sim; Período: 23 meses; Fonte pagadora: CAPES

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Vulnerabilidade e risco de contaminação das águas subterrâneas de Moatize pela drenagem ácida da mina de carvão Manharage, Mateus J. M. F ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Ernani Rosa Filho Palavras-chave: Aquíferos, Vulnerabilidade natural, drenagem ácida da mina.

As águas subterrâneas representam cerca de 97% da água doce no mundo, pelo que se pode dizer que maior parte da água doce consumida provém de fontes subterrâneas, os aquíferos. O aproveitamento da água dos aquíferos vai depender da natureza do mesmo e da qualidade da água contida. A qualidade da água pode outro lado, pode estar associado a fatores geológicos, assim como a fatores antrópicos. Sendo que o último tem sido mais expressivo por causa do desenvolvimento industrial e expansão das cidades. Moçambique tal como o mundo em geral, não foge a esta regra, apesar de ainda não ter uma cobertura efetiva nas zonas rurais quanto ao abastecimento de água. A situação de Moçambique pode se considerar ainda mais preocupante porque o rápido crescimento da indústria extrativa, do carvão em particular pode estar a deteriorar a qualidade das águas subterrâneas, com o agravante de não haver um monitoramento efetivo deste recurso. Este trabalho tem o seu foco no Distrito de Moatize, Província de Tete, localizada no centro de Moçambique, onde se localiza a maior bacia carbonífera de Moçambique, a Bacia carbonífera de Moatize (BcMtz), que se encontra dentro da bacia hidrográfica do médio Zambeze, cuja sequência estratigráfica tem seis camadas de carvão., onde a camada Chipanga é a mais espessa de todas e a única que foi explorada até então. A hidrogeologia das formações do karoo é pouco conhecida, sabendo-se apenas que são pouco produtivas e com salinidade que vão desde os 400 mg/l e que podem chegar até acima de 7000 mg/l em Moatize. Os aquíferos mais produtivos no Distrito de Moatize, são encontrados nos vales aluvionares dos rios Zambeze e Revúbuè cuja qualidade das águas é boa, mas que ela se deteriora com a profundidade. Assim, propusemo-nos a investigar neste trabalho a problemática da vulnerabilidade natural e o risco de contaminação das águas subterrâneas existentes no distrito de Moatize cujo objetivo é de identificar o índice de vulnerabilidade natural e o risco de contaminação dos aquíferos de Moatize por drenagem ácida dos rejeitos de mineração do carvão. Para a materialização desta pesquisa far-se-á uma análise de risco com base numa ferramenta de geoprocessamento, através dum software de código aberto, o Quantum – Gis (QGis) com base no índice Drastic, e também a construção de dois lisímetros para determinar as taxas de oxidação da pirita existente e a velocidade de formação do ácido nos rejeitos. Uma Coluna será preenchida com rejeito grosso de carvão e outra preenchida com rejeito grosso e com cobertura seca (rejeito misturado compactado, argila compactada e solo orgânico não

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compactado. Espera-se que no final da pesquisa sejam gerados mapas de vulnerabilidade natural dos aquíferos de Moatize, determinadas as concentrações dos metais pesados e de espécies radioativas presentes na água. Espera-se também que seja estimada a taxa de oxidação intrínseca da pirita e a velocidade de formação do ácido sulfúrico nos rejeitos que serão usados como elementos preditivos para estudar a lixiviação dos metais. O estudo dará lugar também para verificar a influência da zona insaturada na preservação das águas subterrâneas.

Dados acadêmicos: Co-orientador(es) -; Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Vulnerabilidade e risco de contaminação das águas subterrâneas de Moatize pela drenagem ácida da mina de carvão; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Recursos Hídricos; Data de entrada na pós-graduação: 27/03/17; No de créditos concluídos: 4; Data da qualificação: 08/19; Trabalhos publicados ou em confecção - ; Data da Defesa: 27/03/21; Bolsista; Período da bolsa: 27/03/17 – 27/03/21; Fonte pagadora: CAPES (PEC-PG).

Análise de feições da geodiversidade de cavidades naturais subterrâneas desenvolvidas em diferentes contextos litológicos Massuqueto, Laís Luana ([email protected]) Orientador: Dr. Luiz Alberto Fernandes Palavras-chave: Relevância espeleológica, cavidades subterrâneas, geodiversidade de cavernas

O patrimônio espeleológico brasileiro é regulamentado pelo Decreto Federal nº 99.556/1990, que dispõe sobre a proteção das cavernas existentes no território nacional. Este marco legal foi significativamente modificado pelo decreto federal nº 6.640/2008, que definiu a relevância de cavidades naturais subterrâneas em máxima, alta, média e baixa para o processo de licenciamento ambiental. A relevância espeleológica deve ser classificada de acordo com os métodos estabelecidos na Instrução Normativa MMA Nº2/ 2009. Essa classificação de cavernas deve considerar as características biológicas, ecológicas, geológicas, paleontológicas, hidrológicas, cênicas, histórico-culturais e socioeconômicas, avaliadas por uma abordagem local e regional. No entanto, faltam métodos para a aplicação dos critérios de classificação de cavernas, não havendo parâmetros claros que apontem como definir a importância dos atributos. Esta pesquisa questiona se os métodos de classificação da relevância do patrimônio espeleológico previstos no decreto nº 6.640/2008 e instrução normativa MMA nº 2/2009 são eficazes para a avaliação da geodiversidade de cavernas

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desenvolvidas em diferentes tipos de rochas. Assim, o objetivo central do trabalho é propor métodos, com parâmetros e critérios objetivos, para a classificação de relevância de cavidades naturais subterrâneas de diferentes litotipos (siliciclástico, carbonático, ferrífero e granítico), a partir dos elementos da geodiversidade, como contribuição para medidas adequadas de geoconservação no Brasil. Uma vez que as cavernas apresentam composição, feições e estruturas diferentes, tem que haver métodos de classificação diferenciados, na busca de uma aproximação ideal para cada realidade. Para aplicação do método de identificação da relevância espeleológica conforme a Instrução Normativa MMA nº 2/2009, com foco restrito sobre os elementos da geodiversidade, primeiramente foi feita análise preliminar dos anexos I e II da normativa, para identificar as alíneas que abordam especificamente elementos geológicos. A caracterização das singularidades da geodiversidade dos ambientes subterrâneos foi uma das etapas dessa pesquisa e incluiu levantamento de informações sobre cada caso estudado, envolvendo contexto geológico, modelos genéticos e tipos de feições geológicas associadas, buscando identificar as diferenças e semelhanças entre cada ambiente. Esta fase permitiu definir quais são as feições da geodiversidade de cada caverna a serem identificadas e quantificadas para a classificação. Fichas de caracterização específicas, abrangendo as singularidades de cada contexto geoespeleológico, estão sendo elaboradas para a quantificação de cada uma das cavidades. Como resultados preliminares, foram realizados trabalhos de campo nas áreas que compõem os contextos litológicos da pesquisa, Ponta Grossa e Castro (PR) em cavernas areníticas e carbonáticas respectivamente, Florianópolis (SC) em cavernas graníticas e Caeté (MG) em cavernas ferruginosas. Vinte e três feições da geodiversidade de cavernas foram identificadas, sendo: espeleotemas; depósitos clásticos; dutos de dissolução (canalículos); cúpulas de dissolução (bell-holes, out-let); domos (out-let); chaminés de equilíbrio (out-let); claraboias; alvéolos (tafoni/honeycomb); canais de teto (meandros de teto, half-tube); canais de parede (half-tube); scallops; alimentadores (feeders); anastomoses; incrustações; sulcos verticais; pendentes; pontões estruturais; pilares; patamares; panelas (marmitas); boxworks; rocha fantasma (fantomização) e; estruturas geológicas (falhas, características estratigráficas, contatos, icnofósseis etc.). Foi elaborado um catálogo com as vinte e três feições, com nome, foto e local de ocorrência de cada feição em relação ao tipo litológico. Este material foi encaminhado para 34 pesquisadores da área de geoespeleologia e 27 grupos de espeleologia do Brasil, a fim de averiguar a possível ocorrência de outras feições não inclusas no catálogo. Com a conclusão desta etapa será possível estabelecer quais são as feições da geodiversidade que ocorrem nas cavernas brasileiras e inventariar a geodiversidade subterrânea desenvolvida nos quatro diferentes litotipos anteriormente citados. Após esta fase, que integra a inventariação, será realizada a quantificação dos elementos da geodiversidade das cavidades naturais subterrâneas, e aplicação e avaliação do método de identificação da relevância espeleológica conforme a Instrução Normativa MMA nº 2/2009. Por fim, um protocolo de diretrizes de geoconservação específico para cada

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realidade de caverna proposto nesta pesquisa será apresentado, como a síntese das análises realizadas. Apenas nove, das 23 feições analisadas nesta pesquisa, aparecem entre os atributos considerados para a classificação de grau de relevância de cavernas segundo a legislação que rege o tema. Isto evidencia a grande lacuna existente nas políticas públicas, reflete o acentuado risco à geodiversidade de cavernas no Brasil, a necessidade de estudos que busquem a revisão de leis e normativas e a proposição de novos métodos de inventário e quantificação. Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Metodologia de inventário de cavidades naturais subterrâneas para classificação da relevância espeleológica em diferentes litotipos e diretrizes adequadas de geoconservação no Brasil; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Geoconservação e patrimônio geológico; Data de entrada na pós-graduação: Maio/2016 Número de créditos concluídos: 32; Exame de qualificação: 31/10/2018; Trabalhos publicados ou períodos de confecção: 1 livreto seriado publicado, 3 trabalhos completos publicados em anais de congresso, 4 resumos publicados em anais de evento, 4 resumos expandidos aceitos em evento nacional, 1 livro em elaboração e 2 artigos em elaboração; Data da defesa: 30/04/2020; Possui bolsa: Sim; Período: 48 meses; Fonte pagadora: CAPES.

Análise estrutural e geotécnica voltada a estabilidade de taludes e maciços rochosos na BR-116, Rio Grande do Sul Nadalin, Luiz Felipe ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori Palavras-chave: Estabilidade de vertentes, fator de segurança, riscos geológicos-geotécnicos.

Os eventos de movimentação de massa são fenômenos geomorfológicos naturais que ocorrem independente da presença antrópica. Com o desenvolvimento dos ambientes urbanos, o aumento da demanda por locais seguros para construção de estradas e comunidades acaba tornando-os cada mais raros, visto o crescimento populacional desenfreado que se percebe ao longo dos últimos 200 anos. Por causa disso, a instalação de uma rodovia requer estudo geológico/geotécnico prévio para saber se o local escolhido pode apresentar problemas de estabilidade, e caso apresentem, de que maneiras devem ser reparados. Atualmente existem poucos estudos voltados à predição dos eventos de movimento de massa, que muitas vezes chegam a ser catastróficos, causando danos ao patrimônio e até mortes. A BR-116 atravessa a Escarpa da Serra Geral, localizada no

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nordeste do estado do Rio Grande do Sul, e apresenta diversos problemas geotécnicos, especificamente relacionados a estabilidade de taludes rochosos. Por apresentar pista simples, sem espaço para acostamento e composta por muitas curvas, a estrada é afetada por frequente queda de blocos, oferecendo muitos riscos aos motoristas que trafegam nessa região declivosa. Ocorrem na área principalmente os derrames básicos e ácidos da Formação Serra Geral (fácies Caxias e Gramado), sobrepondo os arenitos da Formação Botucatu. Como hipótese inicial, pretende-se verificar a influência das famílias de fraturas tectônicas em contato com fraturas internas das rochas (contato entre derrames, disjunções colunares e tabulares) nos movimentos de massa. A presente pesquisa tem como objetivo principal aperfeiçoar métodos de investigação que sejam capazes de correlacionar a geotecnia e a geologia estrutural, a fim de relacionar as estruturas rúpteis Mesozoicas e Cenozoicas das rochas vulcânicas da Bacia do Paraná com a estabilidade de taludes rochosos. Como objetivos específicos o projeto visa: identificar as principais estruturas rúpteis presentes na área de estudo via sensoriamento remoto e seu modelo de fraturamento, por exemplo Riedel; realizar uma análise estrutural das fraturas tectônicas das rochas em campo; identificar os escorregamentos planares, em cunha e tombamento de rocha de cada afloramento estudado; classificar a qualidade dos maciços; Reconhecer as famílias de fraturas que mais causam problemas geotécnicos, e correlacioná-las com a estruturação tectônica regional; Analisar o risco de escorregamento de blocos e movimento de massa em função das estruturas e da geometria do talude; Compreender a relação da análise estrutural com a estabilidade de taludes. Entre os métodos utilizados estão a pesquisa bibliográfica, sensoriamento remoto de imagens de satélite e relevo, análise estrutural dos lineamentos regionais e dos dados de campo e análise geotécnica para cada afloramento estudado. Os resultados preliminares apontam que a respeito dos lineamentos estruturais regionais, analisados em duas escalas de observação distintas, ocorre o predomínio da estrutura N70-80E como máximo das medidas nas rosetas estruturais, seguidas por outras direções subordinadas. Em relação as medidas em campo, após confecção da roseta com fraturas de alto ângulo (totalizaram 302 atitudes estruturais), percebeu-se o máximo com direção N60-70E, similar ao observado regionalmente. Os taludes rodoviários analisados de forma geotécnica apresentam-se mais heterogêneos em relação as famílias de fraturas, sendo os deslizamentos em cunha os mais frequentes em todos os afloramentos estudados, condicionados por duas famílias distintas de fraturas que se interceptam na vertente. Os próximos passos da pesquisa envolvem a adequação dos lineamentos estruturais ao Modelo de Fraturas de Riedel, cálculo do fator de segurança para os blocos instáveis dos taludes rodoviários, classificação da qualidade dos maciços e correlação das estruturas tectônicas com a estabilidade das vertentes. Caso seja comprovado que as fraturas tectônicas em contatos com as estruturas rúpteis internas dos derrames influenciam nos movimentos de massa, os estudos geotécnicos poderão ser realizados com maior precisão, visto que os

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derrames do Serra Geral abrangem uma área de aproximadamente 1.000.000 de Km² com muitas rodovias federais e estaduais que apresentam problemas similares. Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Donizeti Antônio Giusti; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Análise estrutural e geotécnica voltada a estabilidade de taludes e maciços rochosos na br-116, Rio Grande do Sul ; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Análise Multitemporal e Riscos Geológicos; Data de entrada na pós-graduação: Maio de 2016; Número de créditos concluídos: 20; Exame de qualificação: Agosto de 2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 1 artigo previsto para 2018; Data da defesa: abril de 2018; Possui bolsa: sim; Fonte pagadora: FUPEF.

Método de determinação do limite de segurança estrutural de patrimônio espeleológico em sistemas cársticos carbonáticos Nascimento Neto, Durval ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes Palavras-chave: Geoconservação, cavernas, área de influência

Quando há a necessidade de implantação de empreendimentos em áreas com potencial espeleológico, a legislação brasileira remete à necessidade de levar em consideração a sua interferência sobre a área de influência das cavidades naturais subterrâneas, determinando a realização de uma série de estudos de elementos bióticos e abióticos para classificação do grau de relevância das cavidades. O conceito de área de influência sobre o patrimônio espeleológico e a obrigatoriedade de estudos para sua delimitação no rito do licenciamento ambiental foram introduzidos na legislação pela Resolução CONAMA nº 347/2004. Desde então, não há entre os órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental entendimento técnico necessário para subsidiar os termos de referência dos estudos que devem ser solicitados aos empreendedores para definição e delimitação dessas áreas. Em seu artigo 4º, § 2º, a resolução dispõe que: “A área de influência sobre o patrimônio espeleológico será definida pelo órgão ambiental competente que poderá, para tanto, exigir estudos específicos, a expensas do empreendedor”. No § 3º, cita que: “Até que se efetive o previsto no parágrafo anterior, a área de influência das cavidades naturais subterrâneas será a projeção horizontal da caverna acrescida de um entorno de 250 metros, em forma de poligonal convexa”. O objetivo geral da pesquisa é de estabelecer métodos para avaliação da vulnerabilidade estrutural e a determinação do limite de segurança de cavidades em sistemas cársticos carbonáticos, com base em estudo de caso do trecho de implantação da BR-135 BA, no

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município de São Desidério, no oeste baiano, para propor diretrizes e medidas de geoconservação quando em conflito com a necessidade da implantação de empreendimentos lineares semelhantes. Os métodos de trabalho utilizados até o momento consistiram na pesquisa bibliográfica sobre a geologia regional, medidas de conservação, gerenciamento e legislação. Foi realizado o inventário cadastral das cavidades com uso de imagens aéreo-espaciais e ortofotocartas, obtidas através de veículo aéreo não tripulado (VANT), o banco de dados cadastrais do CECAV e Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), levantamentos de campo, entrevistas com moradores e apoio do grupo de pesquisa do CNPq/UFPR em Geoconservação e patrimônio geológico. Foram realizadas campanhas “in loco” utilizando-se métodos de prospecção espeleológica, que possibilitaram encontrar cavidades no raio de 250 metros para cada lado da BR-135. A análise da prevenção de eventuais colapsos estruturais de uma cavidade caracterizada como de máxima relevância foi possível após a determinação da espessura da camada rochosa que a separa o leito da rodovia através de investigações por 3 métodos geofísicos (uso de georradar, levantamento gravimétrico e eletrorresistividade). Com os resultados obtidos foi realizada a modelagem geotécnica para verificação da distribuição de pressões causadas pela intensidade de sobrecargas máximas aplicadas na superfície do terreno e os efeitos da repetição de cargas e das eventuais propagações decorrentes de vibrações que possam ocorrer durante as obras de implantação, pavimentação, manutenção e operação da rodovia. Também é parte do objeto desta pesquisa a obtenção de dados decorrentes do transporte de sedimentos provenientes do corpo estradal não pavimentado e que são transportados para o interior das cavidades pelo arraste através das águas pluviais. A partir destes resultados espera-se obter respostas para responder a lacuna existente na legislação brasileira, que atualmente não permite o devido uso das áreas cársticas, possibilitando assim, adequada compreensão dos reais efeitos dos empreendimentos, garantindo a preservação das cavidades naturais conforme seu uso futuro. Esta pesquisa atende aos interesses de instituições do Governo Federal, como o DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, a EPL – Empresa de Planejamento e Pesquisas e a VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A que estão envolvidas em licenciamentos ambientais de obras de infraestrutura que reivindicam a revisão e modernização da legislação espeleológica pertinente.

Dados Acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Francisco José Ferreira Fonseca; Nível: doutorado; Título do projeto da tese: Método de avaliação para determinação do limite de segurança estrutural de patrimônio espeleológico em sistemas cársticos carbonáticos. Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Geoconservação; Data de entrada na pós-graduação: maio/2016; Nº de créditos concluídos: 23; Exame de qualificação: outubro/2018; Trabalhos publicados ou período de confecção: 4, Data da defesa: abril/2020; Possui bolsa: não.

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Propriedades geológico-geotécnicas de uma encosta atravessada por um oleoduto

Oliveira, Talita Gantus ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori Palavras-chave: encostas naturais, riscos de instabilidade naturais, ensaios triaxiais CIU.

Um dos principais problemas geotécnicos na Serra do Mar são os movimentos de massa que ocorrem ao longo das encostas que festonam o relevo. As características litológicas, estruturais, geomórficas e pedológicas condicionam a estabilidade das vertentes, caracterizando um cenário de susceptibilidade a escorregamentos, os quais podem acarretar acidentes em diversas esferas sócio-ambientais. Visto isso, o presente trabalho tem como objetivo a análise da estabilidade geológica-geotécnica de uma encosta atravessada por um oleoduto operado pela Transpetro. A encosta situa-se na região meridional da Serra do Mar, no km 67 da BR-376, próximo ao município de Guaratuba, sul do Paraná. Para tanto, serão realizados estudos sobre as propriedades geotécnicas dos solos presentes nas encostas, os quais são classificados, pedologicamente, como cambissolos e neossolos regolíticos, produtos de alteração das rochas do Complexo Gnáissico-Granulítico Luís Alves. Tratam-se, portanto, de depósitos coluvionares por serem transportados, principalmente, por gravidade e depositados nos sopés de regiões mais íngremes e escarpadas, como ocorre nas proximidades da Serra do Mar. A metodologia geotécnica utilizada consiste em ensaios realizados a partir de amostras deformadas e indeformadas coletadas na base e no topo da encosta presente na área de estudo. Compreende-se, dentre estes ensaios, os de caracterização geotécnica do material – para determinação da distribuição granulometrica dos solos, dos limites de Atterberg e da massa específica dos grãos – e os de compressão triaxial CIU, com medida local de deformação nas tensões mínimas e máximas. De acordo com os ensaios já realizados, o material amostrado na base da encosta pode ser classificado como silte argilo-arenoso, e o do topo como silte areno-argiloso. Os índices físicos serão calculados a partir dos parâmetros determinados nos ensaios de limites de consistência. Baseando-se nestes índices, é possível fazer inferência sobre as propriedades de engenharia de solos – como a resistência ao cisalhamento – de mesma origem geológica. Os de propriedades análogas são agrupados utilizando uma classificação baseada nos limites de Atterberg. Finalmente, por meio dos resultados gerados pelos ensaios triaxiais CIU, pretende-se determinar os parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo para se analisar problemas de estabilidade na área de estudo. Os corpos de prova – cujos ensaios encontram-se em processo de conclusão – estão sendo ensaiados com tensões efetivas de confinamento de 50, 100, 200, 400 e 600 kPa. Em relação à metodologia geológica, esta consiste na confecção de um modelo de elevação digital e de mapas de declividade e

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litoestrutural da área de estudo e adjacências para serem analisados os processos de dinâmica superficial e os riscos naturais associados, levantando os processos geomorfológicos causadores de desastres e as estruturas condicionantes para complementação da avaliação de susceptibilidade à movimentação das vertentes. Analisando os mapas gerados, é possível observar que a Zona de Cisalhamento Palmital, caracterizada como uma falha transcorrente sinistral, intercepta a área de estudo e se destaca na paisagem formando um grande vale – com gradiente variando de 400 a 79 metros – de direção NNW, aproveitado pelo traço do rio principal, São João, que funciona como nível de base local. Uma zona de cisalhamento com certa atividade pode causar uma grande influência no que diz respeito à susceptibilidade a escorregamentos por efeito de pequenas movimentações, mesmo sendo assísmica. No caso mais provável da Zona de Cisalhamento Palmital ser inativa, sua influência fica restrita a um possível horizonte preferencial de alteração ao longo de sua extensão. Esses horizontes podem apresentar baixa coesão e baixo ângulo de atrito interno, o que resulta em baixa resistência mecânica. Tais parâmetros podem ser obtidos nos ensaios de compressão triaxial. Desse modo, é possível determinar a influência da zona de cisalhamento na estabilidade da encosta. Por fim, os parâmetros de resistência ao cisalhamento obtidos a partir dos ensaios triaxiais serão utilizados em análises de estabilidade da encosta utilizando o software Geostudio para modelagem em 2D. Dados acadêmicos: Coorientador: Prof. Dr. Rodrigo Moraes da Silveira; Nível: Mestrado; Título do projeto original: Propriedades geológico-geotécnicas de uma encosta atravessada pelo oleoduto OPASC; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Análise Multitemporal e Riscos Geológicos; Data de entrada na pós-graduação: 01/09/2016; Nº de créditos concluídos: 18; Data da qualificação: 30/11/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: artigo previsto para 2018; Data da defesa: 30/08/2018; Possui bolsa: sim; Período da bolsa: 19/06/2017 a 19/09/2018; Fonte pagadora: Institutos Lactec.

Feições cársticas em arenitos da Formação Furnas e no Arenito Vila Velha da Formação Campo Mourão e suas implicações em políticas públicas de geoconservação Pontes, Henrique Simão ([email protected]) Orientador: Dr. Luiz Alberto Fernandes Palavras-chave: relevo cárstico, rochas siliciclásticas, carste não-carbonático

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A pesquisa parte da hipótese de que o relevo desenvolvido nos arenitos da Formação Furnas e no Arenito Vila Velha da Formação Campo Mourão é cárstico. O objetivo principal do trabalho é caracterizar singularidades de origem cárstica desenvolvidas nestes arenitos no município de Ponta Grossa (PR). Tais singularidades são feições-chave consideradas para o enquadramento do relevo da região como cárstico, incluindo espeleotemas, dutos, cúpulas, alvéolos, canais de tetos e rochas fantasma. Os objetivos específicos da pesquisa são: a) inventariar as singularidades cársticas desenvolvidas nos arenitos, b) identificar usos do solo que proporcionem riscos à conservação do patrimônio geológico e c) propor ações como medidas de geoconservação alinhadas com as políticas públicas do patrimônio cárstico em arenitos. Os principais métodos utilizados são: a) elaboração de seções geológicas para caracterização faciológica, com identificação e descrição de rochas fantasma, b) análises de espeleotemas e amostras de arenito com uso de microscopia óptica de luz transmitida, eletrônica de varredura, assim como de espectrometria de energia dispersiva, difratometria de raios X, microtomografia computadorizada. Para cada feição cárstica estão sendo analisados: 1) parâmetros texturais e mineralógicos tais como granulação, seleção, composição de arcabouço e cimentos; 2) porosidade; 3) litofácies associadas; 4) estruturas sedimentares; 5) presença de estruturas tectônicas, 6) feições de intemperismo e 7) padrão de ocorrência. O processo de fantomização, pelo qual a rocha é submetida às ações do intemperismo químico em ambiente de baixo fluxo e consequente baixa energia (freático), foi registrado em quatorze cavernas. Seu registro são porções alteradas da rocha, em geral associadas a descontinuidades físicas sedimentares ou tectônicas, que recebem a designação informal de rocha fantasma. Análises petrográficas de seções delgadas de duas amostras permitiram estimar a porosidade total de rocha fantasma da Formação Furnas em 15% e 20% para o Arenito Vila Velha. Com o apoio de técnicas de intepretação de imagens binárias por microtomografia computadorizada, a porosidade total de amostras de rocha alterada apresentou valores entre 16,96% para a Formação Furnas e de 23,7% para o Arenito Vila Velha. Esta porosidade secundária é resultante da dissolução de grãos de quartzo do arcabouço da rocha e de cimentos, sendo classificada como do tipo intergranular e intragranular, conectada por micro canais. Os espeleotemas, apesar de pequenos em dimensão, são abundantes nas cavernas da área de pesquisa. Foram identificados cinco tipos de formas de espeleotemas, sendo: arborescentes (corais), champignons, estalactíticos, estalagmíticos e colunares de crescimento horizontal/subhorizontal. Os espeleotemas são compostos principalmente por precipitação química de quartzo e caulinita. Nas rochas da Formação Furnas ocorrem poucos exemplos de espeleotemas estalagmíticos compostos por óxido de ferro, sendo encontrados apenas na caverna das Andorinhas e caverna do Zé, na forma de ferro associado a falhas e fraturas. As investigações realizadas por microscopia eletrônica de varredura possibilitaram a identificação de bioassinaturas nos espeleotemas. Foram identificados micro-organismos filamentosos globulares (cianobactérias) agrupados, em conjunto que se assemelha a EPS (exopolymeric protein

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substances). As bioassinaturas resultam da ação microbiana, o que possibilita classificar alguns destes espeleotemas como microbialitos. Neste caso, a gênese dos depósitos foi influenciada ou induzida por micro-organismos. Fragmentos biológicos vegetais e de invertebrados, diatomáceas e vários tipos de fungos e esporos também foram identificados nos espeleotemas. Diversos estudos mostram a possibilidade de micro-organismos influenciar ou induzir a precipitação da sílica em consequência de seu processo metabólico, da mesma maneira tais organismos podem alterar totalmente as condições químicas locais, em escala de microambientes, causando a dissolução da sílica. O processo cárstico existente na área de estudo pode ter influência microbiológica, principalmente nos arenitos da Formação Furnas, onde também ocorre a dissolução dos grãos de quartzo. Os micro-organismos podem gerar condições ideais de pH em temperatura ambiente, em determinados locais, possibilitando assim a dissolução de minerais de baixa solubilidade. A resistência a este novo conceito de carste deixa em risco o patrimônio geológico em questão, uma vez que as políticas públicas em vigor não incluem a geodiversidade de maneira clara e objetiva, fragilizando processos de fiscalização, licenciamento e manejo ambiental. Os dutos, cúpulas, alvéolos e canais de tetos são mais raros, por isso a presente pesquisa está na etapa de caracterização destas feições, a fim de contribuir para a atualização do conceito de carste não-carbonático através do entendimento do processo de carstificação atuante nas formações geológicas citadas. Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Patrimônio geológico cárstico em rochas areníticas e políticas públicas de geoconservação, com base em estudo de caso do município de Ponta Grossa (PR); Coorientação: Dr. Mario Sérgio de Melo e Dr. Gilson Burigo Guimarães; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Geoconservação e patrimônio geológico; Data de entrada na pós-graduação: setembro de 2015; Número de créditos concluídos: 35; Exame de qualificação: 28/02/2018; Trabalhos publicados ou períodos de confecção: um (1) livreto seriado publicado, três (3) trabalhos completos publicados em anais de evento, seis (6) resumos publicados em anais de evento, quatro (4) resumos expandidos aceitos em evento de nível internacional; três (3) artigos em elaboração; um (1) livro em elaboração; Data da defesa: 30/08/2019; Possui bolsa: Sim; Período: 48 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Variações volumétricas e da linha de costa em praia de embaiamento antropizada, Guaratuba-PR Ramos, Egon Abraão ([email protected]) Orientador: Rodolfo José Angulo Palavras-chaves: Praias de Embaiamento, Fixação da linha de costa, Dinâmica costeira

As praias de embaiamento constituem um tipo específico de ambiente praial ancorado por dois promontórios rochosos nas suas extremidades. Estes ambientes tendem a um equilíbrio dinâmico ou estático em relação ao transporte de sedimentos. Os promontórios rochosos provocam redirecionamento na direção das ondas, que consequentemente geram correntes responsáveis pela mobilização de areia no arco praial. A Praia de Guaratuba é uma praia de embaiamento localizada no estado do Paraná. Esta tem 2.440 m de extensão, é composta por areia média a muito fina, é limitada por dois promontórios rochosos: o Morro do Cristo, ao sul, e o Morro de Caieiras, ao norte. Ademais, apresenta densa ocupação urbana na sua orla. A praia possui dinâmica complexa, com migração sazonal e interanual dos bancos de areia, principalmente na porção sul devido a correntes geradas por ondas. A ocupação urbana dos ambientes costeiros, muitas vezes, não leva em consideração a dinâmica natural das praias. Muros, calçadões e avenidas, quando instalados sobre a faixa dinâmica da praia, estão sujeitos à destruição periódica pela ação das ondas. Esta pesquisa tem como objetivo identificar e quantificar as variações do volume praial e da orientação da linha de costa da Praia de Guaratuba. Inicialmente foi realizada análise, em escala decadal, da variação de linha de costa a partir do georreferenciamento e interpretação das imagens aéreas de datas distintas. O geoprocessamento das imagens foi realizado utilizando os softwares GoogleEarth e QuantumGIS, de livre acesso. Para melhor entendimento dos processos que ocorrem em praias de embaiamento, foi construída a linha de costa teórica, utilizado o programa MEPPE (Modelo De Equilíbrio Em Planta De Praias De Enseada), no qual foram inseridos dados de direção de ondas no arco praial. Para o monitoramento sazonal da linha de costa e do volume praial, foram utilizados dados de quatorze perfis planialtimétricos ao longo da praia, distantes cerca de 150 m entre si, realizados sazonalmente em 9 campanhas, 8 no período de 2011 a 2013 e uma em 2017. Estes perfis foram levantados com o auxílio de um nível topográfico, trena e régua. A partir da interpretação das imagens aéreas foi verificado processo rotacional dos bancos de areia. Este fato é confirmado pelas variações do volume de areia ao longo do arco praial. Se verifica na porção sul da praia uma maior variação nos volumes de sedimento e maior mobilidade dos bancos de areia. Em situações de ressaca, e marés meteorológicas intensificadas por marés de sizígia o espraiamento das ondas fica limitado pelo muro. As ondas atingem o muro provocando destruição da

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infraestrutura urbana. Ao observamos fotografias aéreas a partir de 1960, é possível interpretar que se não fosse pela antropização da linha de costa, seria possível que a Praia de Guaratuba não tivesse a configuração que tem hoje. Varias obras de infraestrutura foram feitas avançando sobre os limites de dinâmica natural da praia, inclusive aterros. Na última campanha realizada em 2017, a destruição causada pelas ressacas que atingiram toda costa em 2016 ainda são visíveis. Nos lugares onde foram reconstruídos os muros se verificou um novo avanço da infraestrutura urbana sobre a praia. Os muros reconstruídos foram erguidos avançando cerca de 3 a 4 metros em direção ao mar, e provavelmente a dinâmica natural da praia provocara uma nova perda da infraestrutura erguida. Dados acadêmicos: Co-orientador(es): Não possui; Nivel: Mestrado; Título: Variações volumétricas e da linha de costa em uma praia de embaiamento antropizada: Praia Central de Guaratuba-PR; Linha de Pesquisa: Geologia Ambiental; Área de concentração: Evolução, Dinâmica e Recursos Costeiros; Data de entrada na pós graduação: 30/12/2016; N° de créditos concluídos: 17; Data da qualificação: 30/11/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: Artigo em confecção “Variações volumétricas e da linha de costa em uma praia de embaiamento antropizada: Praia Central de Guaratuba-PR”; Data da defesa: 30/08/2018; Possui bolsa: Não; Periodo da bolsa: Não possui; Fonte pagadora: Não possui

Diagênese de beachrocks das ilhas oceânicas brasileiras da Trindade e Arquipélago de Fernando de Noronha Santos, Erika Kiemo Pfau ([email protected])

Orientador: Luiz Alberto Fernandes Palavras-chave: Rochas sedimentares, entremarés, Quaternário

Beachrocks são rochas sedimentares, litificadas restritamente em região entremarés a partir da precipitação de cimentos de calcita magnesiana e/ou aragonita. Sua distribuição segue o gradiente latitudinal de temperatura, devido a solubilidade dos carbonatos na água. Com sua formação em faces praias, os afloramentos de beachroks são utilizados em estudos sobre evolução e problemas de erosão costeira, variação no nível do mar e proveniência de carbonatos. Apesar da sua importância, ocorrências destas rochas ainda não foram estudadas com detalhe nas ilhas oceânicas brasileiras. A formação de tais ilhas está associada a processos relacionados à evolução da cadeia meso-oceânica do Atlântico. Nos casos de Trindade (20º30’S e 29º20’W) e Fernando de Noronha (03º51’S e 32º25’W), emergem como parte de uma cadeia vulcânica orientada em direção leste-oeste. O objetivo

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deste estudo é compreender a gênese e evolução diagenética dos beachrocks em Trindade e Fernando de Noronha durante o Quaternário, a partir da composição das partículas e de relações entre cimentos diagenéticos e seus distintos ambientes. Para a pesquisa foram confeccionadas 15 seções delgadas, preparadas a partir de amostras de afloramentos de arenitos cimentados nas praias em Trindade e Fernando de Noronha. As amostras foram impregnadas com resina epóxi com corante azul para evidenciar e quantificar poros da rocha. As lâminas foram analisadas e descritas com microscópio óptico de luz polarizada transmitida, com auxílio de tabelas e livros de referência, para caracterização dos componentes essenciais da rocha, além dos tipos e fases de cimentação. Em seguida foram separados fragmentos de 1 cm³, encobertos com película de ouro (metalização), para análise por microscopia eletrônica de varredura (MEV), com intuito de observar aspectos tridimensionais das amostras e sanar dúvidas sobre microtexturas, caracterizar composição e hábitos de cimentos que revestem poros, auxiliando na interpretação da gênese dos beachrocks. A análise petrográfica de cinco seções delgadas permitiu classificar os beachrocks da Trindade como grainstones e wackestones. As 10 lâminas de Fernando de Noronha analisadas foram classificadas como boundstones, grainstones e packstones. Os arenitos de Trindade e de Fernando de Noronha exibem apenas contatos pontuais entre grãos do arcabouço, com grandes concentrações de bioclastos de origem marinha. Predominam algas vermelhas, com menores quantidades de corais rugosos, foraminíferos, algas verdes e fragmentos de bivalves, gastrópodes, equinodermos e microalgas. A porosidade é predominantemente primária intra e intergranular, com alguns bioclastos e grãos terrígenos alterados com porosidade intragranular. Os cimentos, quando presentes, são constituídos por calcita magnesiana e aragonita. Os resultados preliminares obtidos para a Ilha da Trindade, após análise petrográfica e correlação com as observações feitas em MEV com dispositivo de espectrometria por dispersão de energia indicam pelo menos quatro fases de cimentação, com as seguintes composições e texturas: 1) calcita micrítica, 2) aragonita acicular, 3) aragonita fibrosa e 4) clorita em forma de rosetas. Foi observado, nos grainstones, sobreposição da calcita micritica com a aragonita fibrosa, reduzindo a porosidade intergranular e indicando fases diferentes de cimentação. Com relação à arogonita acicular é possível que tenha precipitado em um mesmo momento que a aragonita fibrosa, pois não são encontradas associações entre elas. A clorita é encontrada preenchendo poros secundários e grãos terrígenos alterados, como produto da dissolução de minerais ferro-magnesianos, e ocorre logo após a precipitação dos primeiros cimentos com maior influência de ambientes meteóricos. O reconhecimento dessas fases permitiu o estabelecimento de um modelo diagenético preliminar, envolvendo processos de compactação, cimentação e dissolução. A formação dos beachrocks ocorreu no estágio eodiagenético, com formação limitada a um ambiente subsuperficial, sem processos de soterramento significativo, e compactação mecânica severa. Após a deposição dos sedimentos houve início do processo de compactação mecânica, com o rearranjo físico dos

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grãos do arcabouço devido à pressão exercida pelo acúmulo de sedimentos posteriores. As texturas de cimentos encontrados indicam formação em ambiente freático marinho ativo onde a circulação de água intersticial por ondas e marés, resulta em intensa cimentação e preenchimento de poros. Os bioclastos também corroboram com a hipótese de que essas rochas foram formadas em ambiente marinho de subsuperfície e teriam sido pouco transportados, pois são encontrados em maiores concentrações próximos ao seu ambiente de vida, predominantemente marinhos e limitados a zona eufótica. Sendo assim, as rochas analisadas tratam-se realmente de beachrocks formados a partir da influência marinha direta com precipitação por saturação de carbonatos. Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Gênese e significado paleoambiental de beachrocks das ilhas oceânicas brasileiras da Trindade e Fernando de Noronha; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de entrada na pós-graduação: 05/2016; Nº de créditos concluídos: 18; Data da qualificação: 31/07/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 2; Data da Defesa: 30/04/2018; Possui Bolsa: Não.

Análise das ameaças geoambientais na Ilha da Trindade Santos, Fernanda Avelar ([email protected]) Orientadora: Maria Cristina de Souza Palavras chave: processos erosivos, movimentos de massa gravitacionais, eventos perigosos.

A ilha da Trindade (IT) apresenta processos erosivos nos quais a água atua como principal agente, condicionados pela ação das chuvas, do escoamento superficial e de fluxo fluvial, gerando feições lineares nas vertentes típicas de sulcos, ravinas e voçorocas e erosão intersulcos. Também possui movimentos de massa gravitacionais, entre eles: queda de rochas, tombamentos, escorregamentos e fluxos de detritos. Devido à morfologia e evolução da paisagem em Trindade, a atual ocupação da ilha está suscetível a esses processos geológicos potencialmente perigosos, principalmente aos eventos relacionados a processos erosivos e de quedas de blocos. A IT é um importante território brasileiro por possuir localização estratégica que aumenta a Zona Exclusiva Econômica do Brasil. Atualmente é ocupada permanentemente pela Marinha do Brasil funcionando também como centro de pesquisas científicas. Visto a ocupação permanente e estratégica que o Brasil faz na ilha e também por ser um território remoto e de difícil acesso caso aconteçam acidentes aos ocupantes, tal ocupação deve ser feita de maneira mais eficaz e segura possível. O objetivo

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desse estudo é determinar os processos potencialmente perigosos da IT. Para tanto será necessário definir as características e distribuição geográfica dos processos naturais, delimitar as áreas suscetíveis a esses eventos, definir o grau de vulnerabilidade da ocupação e elementos antropogênicos para enfim aplicar uma sistemática de previsibilidade dos eventos perigosos. Os métodos empregados são baseados na caracterização geológica-geotécnica da área, juntamente com os trabalhos de campo, análises laboratoriais e dos dados pluviométricos. Em uma fase preliminar foram elaborados os documentos cartográficos básicos, como a carta topográfica, o mapa de declividade e mapa de afloramentos rochosos, todos na escala 1:10.000. A primeira etapa de campo, já realizada, consistiu na identificação das feições erosivas e de movimentos de massa gravitacionais próximos às edificações presentes na IT; na coleta de amostras deformadas para os ensaios de laboratório; na colocação de marcos de monitoramento em feições erosivas lineares para medir a taxa de erosão; e no levantamento de dados relacionados às atividades antropogênicas para detalhar o histórico de ocupação na IT. Na segunda etapa de campo pretende-se coletar amostras indeformadas para realização de ensaios de laboratório, coletar as informações registradas pelos marcos de monitoramento da taxa de erosão e registrar a ação das chuvas e das drenagens sazonais durante o período mais úmido do ano, que compreende os meses entre abril e junho, com média mensal de 111 mm. Para as amostras deformadas e indeformadas serão feitos ensaios de caracterização geotécnica (análise granulométrica conjunta, peso específico dos sólidos, porosidade, peso específico natural, limite de plasticidade, limite de liquidez, condutividade hidráulica saturada, ensaios de cisalhamento direto, ensaios para obtenção de curva de retenção) e de salinidade (análise de condutividade elétrica e pH do solo), para correlacionar os resultados com os dados pluviométricos, a fim de compreender os mecanismos atuantes nos eventos de movimentos de massa gravitacionais e das feições erosivas. Os resultados esperados consistem na elaboração de mapas de eventos perigosos, de áreas suscetíveis e de áreas vulneráveis, que servirão como subsídios ao planejamento territorial da IT. Dados acadêmicos: Co-orientador: Lázaro Valentin Zuquette; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Análise das ameaças geoambientais na Ilha da Trindade; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de entrada na pós-graduação: 04/2017; N° de créditos concluídos: 12; Data da qualificação: 30/06/2018; Trabalhos publicados ou em confecção: um em confecção; Data da Defesa: 30/03/19; Possui Bolsa: Não.

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Avaliação nas variações da salinidade e microbiota nas lagoas do Pantanal pela análise de marcadores geoquímicos orgânicos Schleder, Aluana A. ([email protected]) Orientador: Sandro Froehner Palavras-chave: marcadores geoquímicos, sedimentos, datação

As lagoas do Pantanal, apresentam características bastante peculiares, tais como a alta concentração de sais, e alcalinidade elevada, ou seja, uma ambiente tipicamente extremo. Alguns estudos sugerem que a origem desta salinidade é recente e, devido à mudanças climáticas. Todavia, ainda não se sabe a origem destas variações. Tais informações podem estar nos sedimentos. Os sedimentos são considerados a impressão digital de um corpo hídrico. Desta forma, a composição e distribuição do material orgânico presente nos sedimentos estão presentes compostos de lenta degradação e estão associados ao comportamento climático e antrópico, bem como nas alterações hidrogeoquímicas da região. Tais compostos são os marcadores geoquímicos de origem única e estão associados à processos climáticos, diagenéticos ou antrópicos. Trabalhos que relacionem o sistema deposicional, a composição do material orgânico no sedimento e condições de deposição e idades de deposição na Nhecolândia ainda são incipientes. Neste contexto, esta proposta busca o detalhamento das condições de deposição, condições paleoclimáticas que possam relacionar com a elevação da salinidade e o estresse induzido na microbiota, considerando a elevação da salinidade e alcalinidade. Também busca-se entender as relações entre os sistemas deposicionais atuais e antigos pela análise da ocorrência e distribuição de marcadores geoquímicos num testemunho. A área de estudo escolhida pertence a Embrapa-Pantanal na Fazenda Nhumirim-MS. A fazenda apresenta uma área de aproximadamente 5.000 ha e faz parte da sub-região de Nhecolândia do município de Corumbá no Pantanal-MS. O clima da região é classificado como tropical, megatérmico, com um período chuvoso que começa em novembro e se estende até março e outro seco que vai de abril a outubro. A temperatura média anual é de 25,5°C. A sub-região da Nhecolândia, faz parte do leque aluvial do rio Taquarí e é formada por sedimentos arenosos, estratificado e de granulometria e composição mineralógica homogênea. Predomina a formação Pantanal, constituída por formações geológicas comuns às planícies de inundação, ou seja, arenitos e argilas formando uma capa relativamente delgada sobre o fundamento Paleozóico da bacia do rio Paraguai. Será realizada coleta única de testemunho em duas lagoas, uma salina e outra com baixa salinidade, com o objetivo de detalhar a composição e variação lipídica ao longo do tempo. O testemunho será coletado com aproximadamente 1,5 m de comprimento. O testemunho será fracionado a cada 2 cm e analisado segundo a composição lipídica, a qual

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está associada à eventos naturais e antrópicos. Para atingir os objetivos serão analisados os seguintes compostos: n-alcanos, ácidos graxos, carbono orgânico total, pigmentos, compostos do grupo GDGT. Considerando as variações de salinidade e alcalinidade também será analisado a variação da filogenia de microorganismos por análise de PCR. Com tais informações será possível recontruir cenários passados e identificar períodos de variações bruscas de salinidades e biota. Os testemunhos serão datados pelo decaimento do 14C. Resumidamente, os marcadores geoquímicos estão agrupados da seguinte forma: n-alcanos estão presentes naturalmente em cêras das folhas das plantas, sendo os n-alcanos C31 e C35 predominantes em plantas vasculares, enquanto que os n-alcanos C15-C19 são predominantes em algas. Os isoprenóides pristano e fitano, derivados da cadeia fitol da molécula de clorofila, geralmente indicam as condições do ambiente, ou seja, se óxicos ou anóxicos. Já os ácidos graxos são uma classe de lipídios presente em diversos organismos, sendo a sua identificação através da presença do ácido preservado na matéria orgânica. Especula-se que a salinidade das lagoas de Nhecolândia tenha origem em períodos áridos. Desta forma a investigação e uso dos compostos do grupo glicerol dialquil glicerol tetraéter (GDGT) podem indicar situações e períodos com intensas variações de pH e temperatura do ar. A avaliação de pigmentos em sedimentos pode ser utilizada na reconstrução das comunidades e produção fototrópicas passadas, refletindo as mudanças por quais foram submetidas. Desta forma, marcadores geoquímicos, juntamente com a geologia e hidrologia do local, podem discriminar períodos de maior ou menor salinidade nas lagoas. Ao final deste projeto espera-se indentificar a distribuição dos marcadores geoquímicos orgânicos e associar com cenários passados que possam desvendar mecanismos da formação das lagoas e sua salinidade. Também espera-se entender o estresse salino, ou seja, a influência das condições extremas na microbiota, que contribuem na formação e precipitação de minerais característicos de tais lagoas. Dados acadêmicos: Coorientadoras: Profa. Dra. Anelize Bahniuk e Dra. Lucilia M. P. Vargas; Doutorado; Avaliação nas variações da salinidade e microbiota nas lagoas do Pantanal pela análise de marcadores geoquímicos orgânicos; Geologia Ambiental; Recursos hídricos; Data de entrada na Pós-graduação: 16/05/2017; Número de créditos concluídos: 34; Data da qualificação: 10/2019; Trabalhos publicados ou em confecção: Evaluation of occurrence of NO3 – , coliform and atrazine in a Karst Aquifer, Colombo, PR (publicado-2016), Effect of co-solvency of biodiesel on the solubility of polycyclic aromatic compounds in water (sumetido-2017). Data da defesa: 05/2020.

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Indicadores geoquímicos, sedimentológicos e micropaleontológicos da evolução costeira holocênica em depósitos paleoestuarinos no litoral sul paranaense e norte catarinense Silva, Carlos Eduardo ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo Palavras-chave: Foraminíferos bentônicos, Holoceno, planícies costeiras

As oscilações do nível relativo do mar (NRM) e as variações climáticas e ambientais que ocorreram durante o Quaternário têm sido amplamente estudadas na tentativa de compreender a formação e a evolução das planícies costeiras. Apesar do número crescente de trabalhos, pouco se conhece, tanto no âmbito regional, quanto local, sobre como ocorreu a variação do NRM e os processos atuantes na formação desses ambientes no início do Holoceno, ou seja, no período que antecedeu a ultrapassagem do nível relativo do mar atual (~8.000-7.000 anos cal A.P.). Paleovales fluviais profundos e paleoestuários normalmente apresentam elevadas taxas de sedimentação e, quando protegidos de eventos de alta energia, podem reter registros contínuos de paleoindicadores climáticos e ambientais. Perfis verticais nesses ambientes podem conter registros de quando o NRM estava abaixo do atual, antes do último evento pós glacial de transgressão marinha, fornecendo assim importantes informações de como ocorreu o preenchimento e a formação desses ambientes no início do Holoceno. Em estudos sobre a formação e evolução das planícies costeiras, a busca por indicadores de paleoníveis marinhos e paleoambientais mais precisos e a utilização de multiproxies faz-se cada vez mais necessária, a fim de se obter melhorias nas curvas locais e regionais de variações de nível do mar e nas reconstruções paleoclimáticas. Através da caracterização das assembleias de microfósseis é possível obter bons resultados em estudos sobre eventos de larga escala, como mudanças climáticas e episódios de transgressão e regressão marinha. Devido à sua abundância, sensibilidade ambiental, ampla distribuição e composição carbonática de suas carapaças, o que lhes confere bom potencial de preservação no sedimento, os foraminíferos, assim como outros grupos de microfósseis, como ostracodes e cocolitoforídeos, constituem um grupo importante e excelente ferramenta em estudos paleoambientais. Assumindo a hipótese de que esse grupo constitui uma importante ferramenta para descrever as condições paleoambientais e paleoclimáticas da área de estudo, o presente trabalho tem como objetivo principal estudar a evolução das unidades sedimentares holocênicas costeiras e caracterizar as oscilações NRM do litoral sul do Paraná e norte de Santa Catarina, por meio de uma abordagem multidisciplinar. Para tanto, este estudo pretende testar a eficácia e confiabilidade espaço-temporal dos

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foraminíferos como indicadores paleoambientais e avaliar a resposta desse grupo às variações paleoambientais ocorridas durante a formação dos depósitos costeiros holocênicos da área de estudo. Pretende-se ainda, em conjunto com dados sedimentológicos, geoquímicos e radiométricos, analisar em que condições climáticas e ambientais ocorreram os processos de preenchimento desses depósitos sedimentares e, a partir dos registros de variação do nível do mar, propor um refinamento das curvas local e regional do NRM. Com o objetivo de encontrar camadas sedimentares que contenham registros do início do Holoceno, sondagens estão sendo realizadas com trado manual Eijkelkamp do tipo meia cana em depósitos sedimentares paleoestuarinos na área de estudo. Até o momento foram recuperados oito testemunhos entre 4,5 e 8,8 metros de comprimento. Seis sondagens foram realizadas no litoral norte de Santa Catarina, sendo três em Volta Velha, Itapoá, e três nas planícies costeiras de Joinville e de Garuva. Duas sondagens foram realizadas no sul da planície costeira paranaense, em Cabaraquara, região de Guaratuba. Além das 46 amostras para análise de foraminíferos obtidas até o momento, estão sendo extraídas alíquotas para análises granulométricas, datações 14C, difração de raio-x (DRX) e análises dos isótopos de oxigênio e carbono em carapaças de foraminíferos. Na região de Volta Velha (26°4'58.5"S 48°37'54.3"W) apenas uma amostra apresentou uma fauna composta predominantemente por Miliolídeos, no estrato mais profundo, indicando uma região externa da baía, com maior contato com a plataforma, mais oxigenada, maior influência marinha e maior salinidade. Um testemunho de Guaratuba (25°50'06.6"S 48°34'39.5"W) apresentou a maior abundância e diversidade de foraminíferos ao longo da coluna sedimentar. Apesar de ainda não identificados ao nível de espécie, pode-se observar o predomínio de grupos indicadores de ambientes costeiros transicionais, manguezais e planícies de marés compostos por Ammonia spp. e Elphidium spp., espécies calcárias eualinas (que suportam grandes variações de salinidade) características de estuários, baías e lagoas. Espera-se que do presente trabalho sejam extraídos resultados relevantes que ajudem no entendimento acerca da evolução das planícies costeiras e oscilações no NRM ocorridas na área de estudo, confirmando os foraminíferos como ferramentas eficazes nesses tipos de estudo. Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Foraminíferos como indicadores paleoambientais costeiros em depósitos holocênicos paranaense e norte catarinense. Área de Concentração: Geologia Ambiental: Linha de Pesquisa: Evolução, Dinâmica e Recursos Costeiros; Data de entrada na pós-graduação: Maio/2016; Número e Créditos Concluídos: 35; Data da Defesa: Abril/2020; Possui bolsa: Sim. Período da bolsa: Desde 07/2016; Fonte Pagadora: CAPES.

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Alterações na morfodinâmica costeira da extremidade NE da Ilha Comprida (SP) nos últimos dois séculos

Silva, Mayara Santana ([email protected]) Orientador: Carlos C. F. Guedes Palavras-chave: Valo Grande, luminescência opticamente estimulada, sensoriamento remoto.

Localizada no extremo sul do estado de São Paulo, a ilha barreira denominada Ilha Comprida, por possuir 63 km de comprimento e de 500 m a 5 km de largura, compõe o sistema lagunar Cananéia-Iguape. A região entre a extremidade NE da ilha, junto com a desembocadura de Icapara, praia do Leste e a foz do rio Ribeira de Iguape, estão entre as zonas costeiras mais dinâmicas do Estado de São Paulo. Em decorrência da abertura do canal artificial do Valo Grande (Iguape – SP) em 1852, o rio Ribeira de Iguape sofreu um desvio em seu fluxo principal, resultando em alterações na dinâmica sedimentar na região. Atualmente cerca de 70% do fluxo do rio Ribeira de Iguape atravessa o canal, intensificando a descarga pela desembocadura de Icapara, a dinâmica de meandramento e o efeito molhe hidráulico do canal e portanto, resultando em uma maior capacidade de retenção dos sedimentos trazidos de sul pela deriva litorânea longitudinal. Embora estudos anteriores indiquem a intensificação da dinâmica da desembocadura após a abertura do valo, os mecanismos dessa influência ainda não foram elucidados. Neste contexto, o objetivo deste estudo é analisar a influência dos mecanismos atuantes na morfodinâmica da ilha em escala histórica. Para tal, foram analisadas imagens Landsat (1980 a 2016), em periodicidade anual, para quantificar a variação de área da extremidade NE da Ilha Comprida e da linha de costa em cinco seções; dados de precipitação (1980 a 2016), para analisar a influência da variável climática na variação de área da ilha e datações através do método de luminescência opticamente estimulada (LOE), com finalidade de aumentar o alcance temporal das análises, quando não houve controle por fotografia aérea. A partir do geoprocessamento das imagens de satélite constatou-se que as taxas de progradação e retrogradação da ilha são variáveis de acordo com a seção interpretada e também ao longo do tempo analisado. Foi observado crescimento de até 100 m/a nas praias voltadas à desembocadura e erosão de até 60 m/a nas praias de mar aberto, enquanto sua área aumentou aproximadamente 12 km² de 1980 a 2016. Na escala de tempo de milhares de anos, a taxa de crescimento longitudinal médio da ilha esteve próximo de 8 m/a. Durante o período analisado a variação média de crescimento da ilha é de aproximadamente 30 m/a na porção próxima a desembocadura de Icapara contra a uma taxa de erosão de até 10 m/a nas praias de mar aberto. As idades obtidas dos antigos cordões litorâneos foram de 111±9 anos, 144±10 anos, 153±10 anos, de NE a SE. Durante este período, a variação média de progradação foi de aproximadamente 30 m/a, porém assim

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como já observado nas imagens de satélite, este valor é variável de acordo com a morfologia do cordão litorâneo; próximo a desembocadura de Icapara, os paleocordões chegam a possuir uma taxa de progradação de 75 m/a entre o período de 144 a 153 anos atrás. Nos dados pluviométricos foi observada uma tendência de crescimento nos valores de precipitação e uma anomalia climática na série. Além disso, os anos com maiores taxas de crescimento da ilha coincidem com anos de precipitação mais intensa, destacando a influência da chuva na vazão do rio, intensificado o transporte de sedimentos e morfodinâmica da ilha. Entretanto, a diferença de valores em escala histórica e milhares de anos sugerem que as alterações ocorrentes no ambiente flúvio-marinho da Ilha Comprida podem ter sido derivadas de ação antrópica. Para averiguação da influência dos sedimentos transportados pelo rio Ribeira de Iguape na área de estudo estão propostos para esta pesquisa uma análise da proveniência sedimentar, com base em minerais pesados. Também estão propostas análises estatísticas entre a relação das taxas de variação da área da

extremidade NE da ilha com a precipitação e dados de vazão do rio Ribeira de Iguape. Dados acadêmicos: Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Evolução da extremidade NE da Ilha Comprida (SP) em série histórica, a influência antrópica na proveniência sedimentar; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de entrada na pós-graduação: Setembro/2016; Número de créditos concluídos: 14; Data da qualificação: Novembro/2017; Trabalhos publicados: 3; Data de defesa: Agosto/2018; Possui bolsa: Não.

Possibilidades de aproveitamento dos sedimentos de dragagem do Porto de Paranaguá Simões Neto, José Augusto ([email protected]) Orientador: Profª. Drª. Maria Cristina de Souza Palavras-chave: Canal da Galheta, Erosão costeira, Alimentação de praia.

A pesquisa refere-se ao estudo do sedimento proveniente das obras de dragagem do canal de acesso aos portos de Paranaguá e Antonina, no estado do Paraná, sul do Brasil, que mobilizaram 23,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos entre os anos de 2009 a 2015, totalizando investimentos na ordem de 364,5 milhões de reais. O objetivo da pesquisa é a indicação das diversas possibilidades de usos destes materiais. Para tal, primeiramente efetuou-se uma revisão técnico-científica dos métodos de aproveitamento utilizados em portos no Brasil e no exterior. Em seguida procedeu-se uma análise dos dados

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sedimentológicos fornecidos pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), referentes ao programa de monitoramento ambiental da dragagem de manutenção do canal de acesso. Esse estudo disponibilizou resultados de 136 pontos de coletas e análises físico-químicas dos sedimentos em campanhas de amostragem entre 13/11/2013 a 12/02/2015 em diversos trechos e áreas nas baias de Paranaguá e Antonina. Na primeira etapa da pesquisa foram selecionadas e analisadas 32 amostras contidas no trecho Alfa do Canal (correspondente ao trecho mais externo do canal). Os métodos analíticos considerados para a pesquisa e utilizados nas análises dos sedimentos foram granulometria, análises químicas de metais pesados e não metálicos, além de um estudo ecotoxicológico no ponto Alfa-14 que utilizou o método com o organismo Leptocheirus plumulosus. Foram identificados na literatura três setores da costa paranaense com problemas erosivos localizados próximos ao canal, que poderiam receber reposições artificiais de areia: istmo da Ilha do Mel, que por se encontrar entre duas desembocaduras apresenta intensos processos de erosão e deposição; a região da Fortaleza da mesma ilha, que atualmente apresenta fase erosiva com taxa de até 2,8 metros cúbicos entre 2002 e 2014; e o trecho entre Pontal do Sul e a Ponta do Poço que teve toda sua dinâmica natural alterada pela construção de um canal de drenagem. Sugere-se também que seja estudada posteriormente a viabilidade de utilização da areia dragada na alimentação artificial das praias do município de Matinhos, principalmente no Balneário Flamingo. Finalmente, observou-se na pesquisa até então que, embora atualmente os sedimentos dragados no Complexo Estuarino de Paranaguá sejam descartados seguindo padrões e imposições ambientais, não há indicações de usos benéficos para eles. Propor-se-á em uma segunda etapa da pesquisa, a amostragem e análises sedimentológicas próprias para fins de validação e calibração com os dados fornecidos pela APPA, e também o estudo do total de dados nos canais, com possíveis indicações de outros usos benéficos. Estes outros usos podem ser de acordo com a Resolução Conama nº 454 - 2012, obras de engenharia, criação e melhoria do terreno, recomposição, engorda artificial de praias, estabilização da linha de costa, uso na construção civil, indústria, agricultura, aquicultura, entre outros. Conclui-se na primeira etapa de pesquisa, pontanto, que os sedimentos estudados apresentam características próprias para recuperação e alimentação de praias com problemas de erosão no litoral paranaense. O trecho de dragagem mais externo, localizado sobre o delta de maré vazante, denominado trecho Alfa, apresenta as melhores características quantitativas e qualitativas para este aproveitamento, com predomínio de areia grossa a fina e baixos ou ausentes teores de contaminantes. Dados acadêmicos: Co-orientadora: Profª. Drª. Barbara Trzaskos; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Viabilidade do aproveitamento econômico dos sedimentos oriundos das obras de dragagem do Complexo Estuarino de Paranaguá – CEP; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Evolucão, dinâmica e

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recursos costeiros; Data de entrada na pós-graduação: Setembro de 2016; Nº de créditos concluídos: 23 créditos; Data da qualificação: 30/11/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 1 resumo publicado e 1 artigo submetido; Data da Defesa: 30/08/2018; Possui Bolsa: Não possui.

Parâmetros hidroquímicos e hidrodinâmicos dos sistemas aquíferos utilizados no abastecimento público no município de Campo Grande – MS Tcacenco-Manzano, Liliane Maia ([email protected]) Orientador: Profº Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho Palavras-chave: aquífero livre, aquífero confinado, nitrato

O abastecimento de água em grandes cidades é realizado por meio de captações superficiais e subterrâneas. A captação subterrânea, através de poços tubulares profundos, é uma alternativa eficaz quando a demanda de água superficial não é suficiente para atender a demanda exigida para o abastecimento público. No município de Campo Grande (MS) 40% o abastecimento é oriundo de três sistemas aquíferos: Sistema Aquífero Bauru (SAB), Sistema Aquífero Serra Geral (SASG) e Sistema Aquífero Guarani (SAG), sendo o SAB e o SAG unidades hidrogeológicas sedimentares e o SASG uma unidade hidrogeológica fraturada/fissural. Na área de estudo, o SAG encontra-se em condições de confinamento, o SAB é uma unidade hidrogeológica livre e o SASG, em 90% encontra-se de forma livre, sendo os 10% restantes recobertos pelo SAB. O conhecimento de parâmetros hidrodinâmicos e hidroquímicos de sistemas aquíferos é necessário para o melhor entendimento do comportamento da água subterrânea, seja para explotação correta de recursos subterrâneos ou para gestão otimizada dos aquíferos. Com isso, esse trabalho pretende por meio da análise histórica e temporal de dados de poços tubulares profundos saber se há alterações de padrões hidrodinâmicos e hidroquímicos no período de explotação dos poços e o que isso impactará na qualidade e quantidade da água subterrânea. Para esse trabalho foram utilizados dados de cento e trinta poços tubulares profundos no município de Campo Grande. Desses poços, trinta são do SAB, quinze poços são do SAG e oitenta e cinco poços são do SASG. Foram realizadas comparações dos paramêtros hidroquímicos e hidrodinâmicos entre o SAB e o SAG, no ano de 2016, através de parâmetros de pH, temperatura, condutividade elétrica, dureza e sólidos totais dissolvidos. Destacam-se a diferença nas médias de temperatura para a SAB, de 25 ºC, e para o SAG, de 32ºC; o pH para o SAB de 4,75 e SAG de 7,6 e a dureza, para o SAB >1mg/L e SAG de 56 mg/L. Esses

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parâmetros são marcantes na diferenciação dos dois tipos de sistemas aquíferos sedimentares: livre ou confinado. Os valores médios de sólidos totais dissolvidos para o SAB e SAG foram de , 61 mg/L e 144 mg/L, respectivamente. Os valores de condutividade elétrica média para o SAB foram de 55,5 uS/cm. Notou-se três poços que apresentaram valores próximos à 150 uS/cm. Esses poços possuem valores elevados de nitrato: 12,4 mg/L e dois poços com 10,4 mg/L, sendo o nitrato expresso como N. Assim, o indicativo de efluentes antrópicos é presente nesses três poços. Para a hidrodinâmica, medições de níveis estáticos atuais e datados das perfurações foram necessárias para o cálculo de rebaixamento pontuais dos aquíferos. Como resultado, obtivemos para o SAB uma variação de nível estático, no período de cinco anos, de 2,4 metros, enquanto o SAG apresentou uma variação de 34 metros, em um período de 20 anos de operação. Para o estudo do SASG, a análise físico-química abrange, além dos parâmetros já mencionados, o nitrato. Como o município estudado não tinha saneamento básico de coleta de esgoto implantanda efetivamente até 2007 (atualmente a coleta e tratamento de esgoto é de 85% do município), a contaminação antrópica por fossas sépticas é uma realidade. A análise desse contaminante está sendo realizada conjuntamente com uma análise histórica de precipitações pluviométricas no município e com análise de dados de níveis estáticos. Com isso, destaca-se que é imprescindível o monitoramento contínuo de poços tubulares, seja para a explotação correta dos sistemas aquíferos ou para possibilitar sugestões de mudanças na forma da explotação da água subterrânea, com a finalidade de um melhor aproveitamento quantitativo e qualitativo desses recursos. Dados acadêmicos: Co-orientador(es): Profª Drª Camila de Vasconcelos Müller Athayde; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Caracterização hidrogeológica dos sistemas aquíferos utilizados no abastecimento público do município de Campo Grande, MS ; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Recursos Hídricos; Data de entrada na pós-graduação:01/04/2016; No de créditos concluídos: 26; Data da qualificação: junho/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 2 resumos no Congresso Brasileiro de Geologia,1 trabalho completo no Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, 1 artigo em preparação; Data da Defesa: 03/2018; Possui Bolsa: Sim; Período da bolsa: 01/05/16 - vigente; Fonte pagadora: CAPES/DS

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Qualidade da água e aspectos hidrodinâmicos do aquífero Barreiras na cidade de Nova Venécia – ES Uliana, André ([email protected]) Orientador: Sandro José Froehner Palavras-chave: água subterrânea, hidrodinâmica, aquífero Barreiras

A água é um elemento fundamental para a manutenção de todas as formas de vida em nosso planeta e um dos principais componentes da biosfera. Apesar de dois terços da superfície da Terra ser coberta por ela, apenas uma pequena porção desta é doce. É um bem de domínio público e um recurso natural limitado, dotado de valor econômico. A água para consumo humano pode ser obtida de diferentes fontes. Uma dessas fontes, o manancial subterrâneo, é um recurso utilizado por grande parcela da população brasileira. Em função do baixo custo e facilidade de perfuração, a captação de água do aquífero livre, embora mais vulnerável à contaminação, é mais frequentemente utilizada no Brasil. Diferentes fatores podem comprometer a qualidade da água subterrânea, como fontes de contaminação por bactérias e vírus patogênicos, parasitas, substâncias orgânicas e inorgânicas. Entre os constituintes inorgânicos nocivos à saúde que podem ser encontrados na água, o nitrato é aquele que apresenta ocorrência mais generalizada e problemática, devido a sua alta mobilidade e estabilidade nos sistemas aeróbios de águas subterrâneas, no organismo humano, o nitrato se converte em nitrito que, por sua vez, combina-se com a hemoglobina para formar metemoglobina, impedindo o transporte de oxigênio no sangue. Principalmente em crianças muito pequenas e idosos pode causar cianose intensa, e levar à morte. O nitrato também tem ação na produção de nitrosaminas no estômago do homem, que são substâncias tidas como sendo cancerígenas. O potencial de contaminação das águas subterrâneas por águas residuais na cidade de Nova Venécia, será avaliado nesse trabalho, por meio de análises físico-química de poços localizados nos bairros Aeroporto, Coqueiral e São Cristóvão inseridos no aquífero Barreiras, onde será coletada vinte amostras em dois períodos distintos, fechando o ciclo hidrológico da área a ser estudada. Por muitos anos a falta de uma empresa que fornecesse água a esses bairros influenciou a cada morador perfurar um poço raso para captação e abastecimento residencial, com isso o cálculo da média do raio de interferência, através da equação de Sichardt que relaciona a condutividade hidráulica do aquífero com a variação do nível d’água devido ao bombeamento, nos dará uma ideia sobre o cone de rebaixamento do aquífero e que a sobreposição desses cones pode causar um acréscimo no rebaixamento mutuamente, podendo tornar um ou mais poços improdutivos. Os padrões de fluxo subterrâneo no aquífero livre serão determinados a partir de mapa potenciométrico, obtido a partir do georreferenciamento dos poços, determinação dos níveis

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estáticos, gradientes hidráulicos, e elaborado através do programa computacional SURFER. A determinação dos níveis estáticos nos poços permitirá avaliar o comportamento do aquífero livre, para aquíferos livres está porosidade é equivalente ao coeficiente de armazenamento. A condutividade hidráulica em meio isotrópico é a velocidade aparente por gradiente hidráulico unitário. A transmissividade representa a quantidade de água que pode ser transmitida horizontalmente por toda a espessura saturada do aquífero, estes valores

juntamente com a condutividade hidráulica possibilitará calcular a velocidade aparente de fluxo subterrâneo e através do conhecimento desta, calcular a velocidade real do fluxo, juntamente com essas informações e o programa computacional ArcGis será confeccionado um mapa da possível mancha de contaminação com a velocidade de fluxo da mesma, informação importante uma vez que toda a água captada e distribuída para o restante da cidade é proveniente do rio Cricaré, único do município, que pode ter sua composição alterada pelos contaminantes do aquífero Barreiras e com esses dados pode-se estimar um tempo para esses contaminantes agirem sobre o rio. Dados acadêmicos: Nível: Mestrado; Título do Projeto Original da Dissertação: Qualidade da água subterrânea do aquífero Barreiras na cidade de Nova Venécia – ES; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Recursos Hídricos; Data de Entrada na Pós-Graduação: 01 de abril de 2017; Nº de Créditos Concluídos: 06 Créditos; Data da Qualificação: 1 de junho de 2018; Trabalhos Publicados: Mapeamento Geológico dos Recursos Minerais na Região de Itaóca, Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo; Valores de nitrato em águas do aquífero Barreiras no Município de Nova Venécia – ES; Data da Defesa: 01 de abril de 201; Aluno não Bolsista.

Método Fingerprint na identificação de impactos antrópicos em sedimentos fluviais Vaz, Ana Paula de Melo e Silva ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Sandro Froehner Palavras-chave: Fingerprint, geomarcadores, correlação.

Os estudos da correlação entre atividades humanas e alterações nos recursos hídricos buscam de diversas maneiras relacionar aspectos naturais com as modificações impostas por tais atividades, Tundisi (2011) destaca que o desmatamento e o uso e ocupação do solo altera os padrões de drenagem, inibe a recarga natural dos aquíferos e aumenta a sedimentação, o que consequentemente altera a qualidade e a quantidade de água. No

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mesmo sentido, Coltrinari (2001) aponta que a retirada da cobertura vegetal altera características geomorfológicas, e que entender tais mudanças auxiliam no reconhecimento dos impactos de área urbanas nas formas do relevo e nos materiais constituintes da erosão e do transporte de sedimentos. Nos últimos anos o uso de marcadores geoquímicos tem sido amplamente utilizados na compreensão e entendimento do material orgânico depositado nos corpos hídricos, os quais podem trazer informações quanto a origem do material, bem como ser associado aos processos naturais e antrópicos decorrentes na bacia hidrográfica. Os marcadores geoquímicos são compostos de origem natural e conhecida, mas que são preservados por longos períodos no ambiente. A utilização de marcadores geoquímicos com a finalidade de rastreamento de processos erosivos é chamado de método Fingerprint. Este método baseia-se na capacidade de distinguir potenciais fontes contribuidoras de sedimentos a partir da composição química do material orgânico presente no sedimento. O estabelecimento de um padrão de composição nas regiões adjacentes de um corpo hídrico, possibilita determinar as fontes que deram origem ao material orgânico e então fazer a associação com a erosão. O presente estudo tem como objetivo caracterizar a área de estudo através da definição das áreas de influência de impactos ambientais, tais como centros urbanos, áreas agrícolas e áreas naturais que serão comparados com os dados e informações geológicas por meio do método Fingerprint. Para tanto serão elaborados mapas georreferenciados da bacia hidrográfica do Rio Balsas, mapa de delimitação do uso e ocupação do solo, caracterização do sedimento por granulometria e concentração de ácidos graxos, n-alcanos, nitrogênio total e fósforo total para associação das fontes de matéria orgânica. Com isto será possível determinar a influência dos processos erosivos e a determinação da relação entre a presença de ácidos graxos e n-alcanos específicos (ácido palmítico e estearítico), comuns do esgoto doméstico e as respectivas áreas de ocupação urbana que influenciam as concentrações, especialmente dos ácidos graxos e n-alcanos. Por fim, toda informação será adicionada aos mapas da área, que mostrarão a espacialização dos dados e sua correlação entre as áreas impactadas pelo uso e ocupação do solo. A bacia hidrográfica do Rio Balsas, localiza-se no sul do estado do Maranhão e possui 525 km de extensão e abrange uma área de 24.500 km2 que está inserida na área de cinco municípios, sendo Balsas a maior cidade em área e população urbana. O rio é perene e tem como principais afluentes o rio Balsinha na margem direita e os rios Maravilha, Neves e Cocal na margem esquerda. Com relação às características geológicas, a área de estudo está inserida no Grupo Balsas que é composto por rochas da formação Piauí, Pedra de Fogo, Motuca e Sambaíba, estas formações afloram na porção central e em todo o sul do estado do Maranhão. Bandeira (2013) descreve que as rochas sedimentares ocupam aproximadamente 98% do estado e englobam os domínios tectônicos das bacias sedimentares do Parnaíba, Sanfranciscana e São Luís e coberturas Superficiais Cenozóicas. Devido à conhecida influência das atividades antrópicas no meio natural, especialmente em área de solo sedimentar, espera-se com a presente pesquisa, contribuir com a elaboração

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de mapas com maior nível de detalhe sobre a região da bacia do Rio Balsas, além de determinar o nível e os tipos principais de impacto ambiental na região e com isso elaborar propostas de medidas mitigadoras que poderão servir de base para elaboração de políticas públicas municipais e estaduais que auxiliem na preservação ambiental. Além disso, espera-se validar o método utilizado como método passível de utilização para monitoramento das condições ambientais e sanitárias do Rio Balsas que é o curso de água mais importante do sul do estado do Maranhão e um dos principais afluentes do rio Paranaíba. Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Identificação da relação entre uso e ocupação do solo e características geológicas da bacia hidrográfica do Rio das Balsas-MA, pelo método Fingerprint; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Recursos Hídricos; Data de entrada na pós-graduação: 12/05/2017; Nº de créditos concluídos: 29; Data da qualificação: maio de 2019; Trabalhos publicados ou em confecção: 2 artigos; Data da Defesa: maio de 2021; Possui bolsa: não; Fonte pagadora: não se aplica.

Inventário do patrimônio geológico: avaliação de métodos e aplicação para o estado do Paraná Xavier, Fernanda Caroline Borato ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes Palavras-chave: Geodiversidade, Geoconservação, Geossítio

Desde o início deste século cresce o interesse mundial, principalmente na Europa e China, pelo conhecimento e valorização da geodiversidade. Ambos constituem a base para a geoconservação, conjunto de ações que visam à proteção dos locais de interesse geológico especial Estes locais são identificados e valorados mediante inventário do patrimônio geológico de um território, segundo seu interesse científico, educacional e turístico. O principal critério para a definição patrimônio geológico de uma área é o valor científico excepcional dos elementos da geodiversidade identificados. Todavia, há que se considerar que apesar da geoconservação mostrar-se cada vez mais importante na manutenção do equilíbrio do meio ambiente, no suporte para os aspectos biológicos, culturais e históricos e no valor como fonte de informação sobre a história geológica da Terra, o seu reconhecimento ainda hoje é pequeno. Por outro lado, aumentaram a importância atribuída e os esforços que instituições internacionais de Geociências tais como IUGS e UNESCO, estão dedicando ao tema. No Brasil, a primeira ação sistemática de cadastro de sítios de interesse de

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geodiversidade deve-se à Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos – SIGEP. Alguns estados como o Rio de Janeiro e Paraná lançaram programas conduzidos por serviços geológicos estaduais, que implantaram painéis interpretativos em sítios de interesse mais conhecidos de suas regiões, com o intuito de sensibilizar a sociedade para os aspectos geológicos, geomorfológicos e paleontológicos. Entretanto, não há inventários sistemáticos do patrimônio geológico de valor científico em escalas nacional ou estadual, com exceção do realizado para o estado de São Paulo. Diante de tal carência de estudos de inventariação sistemática do patrimônio geológico no Brasil, incluindo-se aquele de valor científico em nível estadual, impõe-se a necessidade de que pesquisas sejam realizadas na área. O objetivo principal da tese é avaliar e adaptar métodos para elaboração de inventário do patrimônio geológico em escala estadual, caracterizar e valorar o patrimônio geológico de relevância científica do Paraná. Seus resultados servirão de base para estabelecimento de estratégias de conservação de sua geodiversidade. Os objetivos específicos são: a) analisar criticamente os principais métodos de inventário do patrimônio geológico propostos na literatura mundial; b) ajustar e aprimorar métodos de análise qualitativa e quantitativa aplicando-os ao estado do Paraná; e c) contribuir para a inventariação do patrimônio geológico do Brasil e mundial. A pesquisa está sendo desenvolvida segundo os métodos: 1. revisão bibliográfica sobre: a) contexto geológico do estado do Paraná; e b) métodos de inventário de patrimônio geológico com base em modelos desenvolvidos pela Associação Europeia para Conservação do Patrimônio Geológico, que serviram de base para as iniciativas da IUGS no âmbito do Programa Global Geosites, em experiências espanholas, portuguesas e no inventário do estado de São Paulo; 2. definição de categorias temáticas para compartimentar os geossítios do Paraná, com intuito de identificar e elaborar lista de geossítios potenciais para cada compartimento geológico definido; 3. elaborar inventário dos geossítios paranaenses com relevância científica nacional e internacional, mediante aplicação do método de avaliação definido nas etapas anteriores; 4. avaliação de campo dos geossítios potenciais, mediante descrição de exposições de superfície, caracterização das condições locais, definição da área de interesse científico e documentação fotográfica. Após a avaliação de campo serão realizados trabalhos de escritório tais como: integrar resultados das atividades de campo com a base de dados bibliográficos; avaliação quantitativa do valor científico e risco de degradação; lista final de geossítios por área temática geológica, ordenados por valor científico e risco de degradação. A aplicação do método ajustado permitirá apresentar o inventário sistemático dos geossítios paranaenses de relevância científica nacional e internacional, na forma de texto e cartas temáticas ilustrativas, além de atlas fotográfico dos geossítios do estado. Os resultados constituirão subsídio fundamental para ações de geoconservação, além da valorização e difusão da geodiversidade do Paraná.

Dados acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. José Brilha (UMinho) e Dr. Luis Carcavilla (Instituto Geológico y Minero de España); Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese:

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Inventário do patrimônio geológico: avaliação de métodos e aplicação para o estado do Paraná; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Geoconservação e patrimônio geológico; Data de entrada na pós-graduação: Dez/2016; No de créditos concluídos: 41; Data da qualificação: Maio/2019; Trabalhos publicados ou em confecção: 2 artigos; Data da Defesa:Nov/2020; Possui Bolsa: Sim; Período da bolsa: à partir de março de 2017; Fonte pagadora: CAPES.

Caracterização dos depósitos holocênicas através do GPR (Ground Penetrating Radar) na região litorânea de Saí-Guaçú, Guaratuba – PR Zanato, Taís Renata ([email protected]) Orientador: Rodolfo José Angulo Palavras chaves: Ambientes costeiros, GPR (Ground PEnetrating Radar), holocêno

Ao longo do tempo geológico, ocorreram variações do nível do mar ocasionando recuos e avanços das linhas de costa, transferindo sedimentos das regiões costeiras na direção continental ou em direção à plataforma interna. A interação entre o mar e o continente, resulta numa gama de formações de ambientes costeiros, como praias, cordões litorâneos, estuários, dunas e cuspedes. O desenvolvimento da pesquisa se dará na região leste do estado do Paraná, litoral, no município de Guaratuba, na divisa com o estado de Santa Catarina, sendo essa região caracterizada por praias dominadas por ondas ao longo da costa aberta e praiais modificadas por marés nos sistemas estuarinos. O estudo desse modelo de sistemas traz como justificativa a analogia para o modelo de reservatórios de hidrocarbonetos e águas subterrâneas. E com objetivos principais de analisar a arquitetura deposicional, assim como a evolução e dinâmica dos ambientes costeiros no período holocênico, por meio da análise de perfis de georadar e sondagens. O perído holocênico é marcado pela ocorrência de um decréscimo médio-tardio do nível do mar, resultando em uma taxa positiva de sedimentação, dando inicio a progradação costeira. Um declínio suave no nível do mar ocorreu depois de um máximo nível do mar holocênico de 2 a 3.5 m entre 7000 e 5000 anos, uma relativa elevação foi aparentemente mantida até cerca de 3.500 anos, quando as taxas de queda aumentaram. Modelos evolucionais para as barreiras holocênicas da região de Saí-Guaçú, assumem que o roll-over de barreira foi o processo prevalente durante a transgressão marinha pós-glacial (PMT), e que um estuário existiu atrás de uma barreira. O estreitamento gradual da depressão de barreira posterior, associado à crescente proximidade do substrato da barreira do Pleistoceno, espremeu os estuários de Guaraguaçu, Saí-Guaçu e Saí-Mirim.

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Os fluxos estuarinos corromperam assim a parte de trás da barreira, deixando apenas uma fina tira de barreira transgressiva. A pesquisa proposta será desenvolvida por meio de tratamento de dados já coletados e posteriormente uma visita ao campo a fim de um reconhecimento geológico mais detalhado da área. A etapa de geoprocessamento consiste na elaboração de mapas a serem feitos a partir de imagens capturadas no Google Earth, para localização, utilização de folhas topográficas do IBGE para a respectiva região de estudo. Para o reconhecimento geológico da região será adotado um mapa de melhor detalhamento e georefeciamento disponível e também a utilização de fotografias aéreas. Os mapas digitais serão confeccionados no software Arcgis 10.2.2. e os dados de Georadar serão tratados e processados pelo software Radan 6.6 . Mais adiante será realizada as atividades de campo, onde será realizada uma visita ao local de estudo afim de um reconhecimento geológico da área assim como a ubicação de sondagens já previamente locados por meio do imageamento dos perfis de georadar. O estudo tem como resultados esperados o imagemento dos perfis das seções de georadar realizadas na área; descrição geológica do local (sondagem, validar interpretações geofísicas); caracterização dos sistemas por meio do registro geofísico (Ground penetrating Radar – GPR) e análise arquitetura do sistema; modelo de arquitetura e os processos que formação do sistema deposicional; Dados acadêmicos: Nível: Mestrado. Título original da dissertação: Caracterização dos depósitos holocênicas através do GPR (Ground Penetrating Radar) na região litorânea de Saí-Guaçú, Guaratuba – Paraná; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de entrada na pós-graduação: Abril 2017; Nº de créditos concluídos: 8; Exame de qualificação: Junho de 2018; Trabalhos publicados ou períodos de de confecção: 2 artigos previstos para o 2º semestre de 2018; Data da Defesa: Abril de 2018; Possui bolsa: não.

Influência das litologias e da geomorfologia na produtividade dos poços tubulares da bacia hidrográfica do rio Cricaré, ES/MG Zuqui, Anselmo Ruy ([email protected]) Orientador: Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho Palavras-chave: Rio São Mateus Braço Sul, Aquífero Fissural, Capacidade Específica.

A bacia hidrográfica do rio Cricaré, também denominado rio São Mateus Braço Sul, está localizada no norte do estado do Espírito Santo, e na porção leste de Minas Gerais. Situada

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no domínio interno do Orógeno Araçuaí, a área de estudo é composta por rochas metassedimentares do grupo Rio Doce e do complexo Nova Venécia e rochas ígneas de suítes pré, sin e pós colisionais, fazendo que 90% do seu território seja composto por aquíferos fissurais. Nos últimos anos, tem-se aumentado a perfuração de poços tubulares para complementar a demanda de recursos hídricos, porém, devido a este tipo de aquífero ser heterogêneo, há uma dificuldade de previsão da produtividade durante a locação de novos poços. A área de estudo é retangular, de forma a abranger toda a bacia, em uma região carente de estudos hidrogeológicos, sendo o objetivo deste trabalho, compreender os fatores geológicos e geomorfológicos que influenciam a produtividade hidráulica dos poços. Foram utilizados dados de mapeamento geológico na escala de 1:100.000, e a partir da imagem SRTM, foram elaborados mapas do modelo digital de elevação, mapa de declividade e mapas de relevo sombreado, de onde foram extraídos lineamentos nas escalas de 1:250.000 e 1:50.000. Dados estes, que foram correlacionados com os de 138 poços, sendo que 27 deles são secos (19%), os demais apresentam capacidade específica variando entre 0,011 m³h-¹m-¹ e 6,460 m³h-¹m-¹ e mediana de 0,276 m³h-¹m-¹. Os resultados mostram que dentre as litologias metassedimentares o complexo Nova Venécia apresenta o menor valor da mediana da capacidade específica, 0,182 m³h-¹m-¹ e 22% de seus poços secos. A Formação Tumiritinga possuí valores de produção semelhante, 0,198 m³h-¹m-¹, e 11% de seus poços são secos, enquanto a Formação São Tomé apresenta a maior produtividade da área de estudo, 1,222 m³h-¹m-¹, porém nenhum poço seco. Dentre as rochas graníticas, a suíte Carlos Chagas apresenta os menores valores produtivos de toda a área, 0,161 m³h-¹m-¹, sendo que 33% dos seus poços são secos. A suíte G5 apresenta valores de produção de 0,302 m³h-¹m-¹, e 11% de seus poços secos. A suíte G1 apresenta 24% dos seus poços secos, entretanto seus poços produtivos apresentam o terceiro maior valor de mediana da capacidade específica, 0,483 m³h-¹m-¹, enquanto a Suíte Ataléia possui a segundo maior valor de produção, 0,678 m³h-¹m-¹, e nenhum poço seco. Em relação ao compartimento topográfico, os vales apresentam a menor proporção de poços secos, 13%, com mediana da capacidade específica de 0,242 m³h-¹m-¹, valor este semelhante a produtividade dos poços localizados em encostas 0,240 m³h-¹m-¹, porém estes últimos possuem 37% dos seus poços secos. Os poços em topos de morros apresentam uma maior produção 0,565 m³h-¹m-¹, entretanto 33% dos seus poços são secos. A espessura do solo apresenta uma relação inversamente proporcional com a produtividade dos poços, poços com solos mais rasos possuem maior mediana de capacidade específica, sendo que a proporção de poços secos é a mesma entre os solos rasos e solos profundos, 18%. A quantidade de lineamentos, em determinado raio dos poços, e a densidade dos mesmos apresentam uma relação contraditória em relação a produção dos poços, quanto maior a presença de lineamentos, menor a quantidade de poços secos, porém maior a mediana da capacidade específica dos poços produtivos. Em relação as diferentes direções de lineamentos, os poços localizados próximos a direção ENE, possuem a mediana da capacidade específica superior as demais.

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Portanto os resultados preliminares mostram que a topografia, as litologias e os lineamentos exercem influência na produção dos poços, com a Formação São Tomé se destacando positivamente e a suíte Carlos Chagas apresentando a menor produtividade da área de estudo. Dados acadêmicos: Co-orientador: - ; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Hidrogeologia da bacia hidrográfica do rio Cricaré, ES/MG; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Recursos hídricos; Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; N° de créditos concluídos: 24; Data da qualificação: Agosto de 2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 1; Data da defesa: Abril de 2018; Possui bolsa: Não.

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