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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ Agente de Transformação Social 02ª Promotoria de Justiça de Uruçuí ___________________________________1 de 14______________________________________ Rua Erotides Lima, 656, Centro, Uruçuí/PI - CEP 64.860-000 Fones: (89) 3544.1229 / E-mail: [email protected] EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE URUÇUÍ/PI. Autos de Procedimento Administrativo PA nº 02/2016-02PJU (cópia em anexo). “Tivéssemos maior dose de espírito público, certamente as coisas se passariam de outra forma.” Victor Nunes Leal O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, presentado por seu Promotor de Justiça signatário, no uso de suas atribuições conferidas pelo art. 127, caput, e 129, caput e incisos II e III da Constituição Federal, pelo art. 25, inc. IV, alíneas “a” e “b”, da Lei n.º 8.625/93, com fulcro nos autos do procedimento incluso e demais peças aqui acostadas, vem, respeitosamente, à republicana presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO LIMINAR DE TUTELA DE URGÊNCIA em face do Município de Uruçuí/PI, pessoa jurídica de direito público interno, com sede administrativa localizada na Praça Sebastião Leal, nº 02, Centro, Uruçuí/PI, CNPJ.: 06.985.832/0001-90, representado pela Prefeita Municipal 2013/2016, Sra. DÉBORA RENATA COELHO DE ARAÚJO, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ Agente de Transformação Social

02ª Promotoria de Justiça de Uruçuí

___________________________________1 de 14______________________________________ Rua Erotides Lima, 656, Centro, Uruçuí/PI - CEP 64.860-000

Fones: (89) 3544.1229 / E-mail: [email protected]

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA

ÚNICA DA COMARCA DE URUÇUÍ/PI.

Autos de Procedimento Administrativo – PA nº 02/2016-02PJU (cópia em anexo).

“Tivéssemos maior dose de espírito público,

certamente as coisas se passariam de outra forma.”

Victor Nunes Leal

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO

PIAUÍ, presentado por seu Promotor de Justiça signatário, no uso de suas atribuições

conferidas pelo art. 127, caput, e 129, caput e incisos II e III da Constituição Federal,

pelo art. 25, inc. IV, alíneas “a” e “b”, da Lei n.º 8.625/93, com fulcro nos autos do

procedimento incluso e demais peças aqui acostadas, vem, respeitosamente, à

republicana presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO LIMINAR DE TUTELA

DE URGÊNCIA

em face do Município de Uruçuí/PI, pessoa jurídica de

direito público interno, com sede administrativa localizada na Praça Sebastião Leal, nº

02, Centro, Uruçuí/PI, CNPJ.: 06.985.832/0001-90, representado pela Prefeita

Municipal 2013/2016, Sra. DÉBORA RENATA COELHO DE ARAÚJO, pelas

razões de fato e de direito a seguir expostas:

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ Agente de Transformação Social

02ª Promotoria de Justiça de Uruçuí

___________________________________2 de 14______________________________________ Rua Erotides Lima, 656, Centro, Uruçuí/PI - CEP 64.860-000

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I – DOS FATOS

Como é do conhecimento deste Juízo, as forças políticas

que estão na atual gestão municipal restaram vencidas no último pleito municipal,

devendo entregar os cargos no próximo dia 01/01/2017.

Ocorre que, a partir do resultado eleitoral, começaram a

ser praticados no âmbito da administração pública municipal de Uruçuí/PI diversos

atos que atentam contra o bom funcionamento de vários serviços públicos municipais,

notadamente na saúde e educação.

Junte-se a tal quadro o fato de que vários servidores

públicos contratados estão sendo demitidos pela municipalidade, sob o argumento de

ajuste de despesa, não por coincidência apenas após a derrota nas urnas, muito

embora eles só poderiam ter sido contratados com respeito à Lei de Responsabilidade

Fiscal, especialmente seu art. 42, além de os salários de diversas categorias estarem

sendo pagos com inaceitável atraso.

Some-se a tanto a prática nociva ao bom desempenho

administrativo desta edilidade, a exemplo das dificuldades que a atual administração

impõe para promover a transição de governo na forma do que estabelecem as normas

de regência na espécie, negando-se, até a presente data, a viabilizar a instituição de

equipe de transição e seu pleno funcionamento.

Atento a tal quadro, o Ministério Público instaurou o

Procedimento Administrativo – PA – nº 02/2016-02PJU com o objetivo de

acompanhar a transição de governo municipal, na cidade de Uruçuí, entre 2016 e

2017, devendo, para a fiel consecução de seu desiderato, ser praticados todos os atos e

diligências necessários.

Dentro do indicado PA, já foram expedidos diversos atos

com o propósito de assegurar republicana e escorreita transição de governo nesta urbe.

Dentre eles, todos aqui acostados em cópia, destaca-se a proposta de TAC – Termo de

Ajustamento de Conduta – nº 001/2016-PA02/2016-02PJU – elaborado com os

seguintes objetivos principais: a) assegurar a continuidade dos serviços de saúde e

educação no Município; b) garantir o pagamento de salário aos servidores públicos

municipais; c) impedir a entrega das contas públicas em déficit financeiro à nova

gestão; d) impedir a demissão arbitrária de servidores públicos; e) instituir equipe de

transição de governo.

Para a surpresa do Parquet e da sociedade de Uruçuí, a

atual Prefeita, Sra. DÉBORA RENATA COELHO DE ARAÚJO, negou-se a assinar

tal TAC, conforme cópia da Ata de Audiência Pública sobre a Transição do Governo

Municipal, aqui também em anexo, e conforme também os sofríveis termos de sua

resposta, igualmente anexada a esta exordial, em expediente sem número editado em

18 de outubro de 2016, que, em apertada síntese, em flagrante falta de sintonia com a

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02ª Promotoria de Justiça de Uruçuí

___________________________________3 de 14______________________________________ Rua Erotides Lima, 656, Centro, Uruçuí/PI - CEP 64.860-000

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missão constitucional que cumpre ao Ministério Público realizar (art. 127-129 da

CF/88), sustenta que, com o indicado TAC, o órgão ministerial estaria a promover

ingerência indevida sobre os assuntos do Executivo Municipal.

Impossível ao Ministério Público, nesta quadra, garantir,

pela via administrativa, o respeito e a observância do interesse público primário por

parte do Executivo Municipal de Uruçuí/PI, não resta outra alternativa a não ser buscar

a tutela jurisdicional com tal razão, o que se faz nesta peça vestibular. Tal busca da

tutela jurisdicional, neste caso concreto, ocorre com espeque em toda a vasta

documentação de logo aqui acostada e que aponta a necessidade de constitucional

atuação judicial no âmbito da Prefeitura Municipal de Uruçuí/PI no sentido de

assegurar, conforme abaixo: a) a continuidade dos serviços de saúde e educação; b)

que não sejam arbitrariamente demitidos servidores; c) o pagamento em dia do

funcionalismo municipal; d) a formação e pleno funcionamento da equipe de transição

de governo.

I.a – Da necessidade de assegurar a continuidade dos serviços de saúde e

educação

Conforme comprovam diversos documentos aqui

acostados (Relatório do Conselho Tutelar, Certidões de Diligências realizadas pelo

Ministério Público, etc.), vários serviços de saúde e educação municipais já se

encontram funcionando precariamente no Município.

Faltam medicamentos, falta merenda, faltam

profissionais por recentes demissões, o transporte escolar para algumas localidades

está comprometido, etc.

No sentido acima, urge restabelecer o regular

funcionamento de tais serviços.

I.b – Da necessidade de impedir a demissão arbitrária de servidores públicos

Os mesmos documentos aqui acostados também dão

conta de que está havendo, no Município, demissão arbitrária de servidores públicos,

notadamente aqueles contratados, não por acaso somente agora após o resultado

desfavorável nas urnas à atual administração pública.

Nem há que se falar, como pretende a atual

administração, de necessidade de ajuste financeiro da despesa pública neste particular.

A não ser que a contratação de tais servidores não tenha observado as regras da Lei de

Responsabilidade Fiscal, notadamente seu art. 42, o que implica em ato de

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improbidade administrativa.

No sentido acima, a própria demissão de servidores

contratados, vários da saúde e da educação, acaba por ampliar a descontinuidade de

tais serviços, o que a população local já vem sentindo, conforme relatos diários que

aportam ao Ministério Público em Uruçuí e conforme os documentos aqui juntados

comprovam.

Assim, de igual sorte, urge também restabelecer a

regularidade de demissões de servidores públicos pela Prefeitura, sob pena não só de

eventual ato de improbidade administrativa, nos termos acima anotados, como também

a possibilidade de incorrer a atual gestora em condutas vedadas, diante do período

eleitoral ainda em curso, nos termos do art. 73, da Lei 9.504/97, com a possibilidade

de sua declaração de inelegibilidade por 08 (oito) anos.

I.c – Da necessidade de garantir o pagamento de salários aos servidores, e em dia

Os documentos aqui acostados também provam, com

segurança e clareza, o quanto o pagamento dos servidores públicos municipais, de

diversas categorias, não obedece à necessária regularidade e pontualidade.

Tal situação também contribui para o próprio quadro de

descontinuidade dos servidores de saúde e educação municipais, na medida em que os

próprios profissionais, apoiados em legítimo direito, acabam ameaçando entrar em

greve, como forma de enfrentamento ao quadro de escolhas administrativas

equivocadas da gestão em fim de curso. Tal contexto foi abundantemente verificado

em diligências realizadas pelo Ministério Público, conforme certidões anexas.

Pelo exposto, o pagamento dos salários dos servidores, e

em dia, é medida que se impõe como forma de garantir a própria continuidade da vida

coletiva em Uruçuí.

No sentido acima, igualmente urge impor judicialmente,

ao Executivo Municipal, a instituição de equipe de transição, bem como garantir que

lhe serão asseguradas todas as condições para o escorreito desempenho de seu mister,

conforme abaixo.

I.d – Da essencialidade da formação e garantia de pleno funcionamento da equipe

de transição de governo no Município

Por último, neste escorço fático, mas não menos

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importante, a não publicação, até a presente data, do decreto instituidor da equipe de

transição de governo no Município, por parte da atual Prefeita, na forma das normas

de regência, compõe o estado de coisas inconstitucionais que precisa ser enfrentado.

Assim, não apenas deve ser formalmente instituída tal

equipe, mas, sobretudo, deve a ele ser garantida toda ordem de informações e apoio

técnico e administrativos suficientes ao bom desempenho da relevante tarefa que lhe

incumbe.

II – DO DIREITO

Ainda que desnecessário o contraponto aos sofríveis,

ultrapassados e vetustos argumentos, por parte da atual gestora municipal de

Uruçuí/PI, Sra. DÉBORA RENATA COELHO DE ARAÚJO, com apelo na

separação de poderes, conforme seu expediente sem numeração usado para negar a

assinatura do indicado TAC, aqui acostado, acerca de suposta ingerência indevida do

Ministério Público em assuntos do Executivo Municipal, colacionamos abaixo rápidas,

mas cirúrgicas, lições doutrinárias e jurisprudenciais acerca do tema:

Atualmente a ideia de limitação da soberania por meio da

repartição das competências distribuídas por diversos

órgãos perdeu grande parte de seu valor. Hoje, o princípio

da separação dos poderes não apresenta a mesma rigidez,

porquanto a ampliação das atividades estatais impôs novas

formas de inter-relação entre os poderes, de modo a

estabelecer uma colaboração recíproca. Nesse sentido, José

Afonso da SILVA ensina que “a ‘harmonia entre os poderes’

verifica-se primeiramente pelas normas de cortesia no trato

recíproco e no respeito às prerrogativas e faculdades a que

mutuamente todos têm direito. De outro lado, cabe assinalar

que nem a divisão de funções entre os órgãos do poder nem

sua independência são absolutas. Há interferências que

visam ao estabelecimento de um sistema de freios e

contrapesos, à busca do equilíbrio necessário à realização

do bem da coletividade e indispensável para evitar o arbítrio

e o desmando de um em detrimento do outro e

especialmente dos governados”. (NOVELINO, Marcelo.

Manual de Direito Constitucional, 8ª edição, Editora

Método, p. 357) (grifos nossos).

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Já no campo da jurisprudência, sobretudo em sede de

Tribunal Superior, não menos cirúrgico e preciso é o entendimento atual sobre a

matéria, conforme se vê abaixo:

Embora inquestionável que resida, primariamente, nos

Poderes Legislativo e Executivo, a prerrogativa de formular

e executar políticas públicas, revela-se possível, no entanto,

ao Poder Judiciário, ainda que em bases excepcionais,

determinar, especialmente nas hipóteses de políticas públicas

definidas pela própria Constituição, sejam estas

implementadas, sempre que os órgãos estatais competentes,

por descumprirem os encargos político- -jurídicos que sobre

eles incidem em caráter impositivo, vierem a comprometer,

com a sua omissão, a eficácia e a integridade de direitos

sociais e culturais impregnados de estatura constitucional.

DESCUMPRIMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

DEFINIDAS EM SEDE CONSTITUCIONAL:

HIPÓTESE LEGITIMADORA DE INTERVENÇÃO

JURISDICIONAL. - O Poder Público - quando se abstém

de cumprir, total ou parcialmente, o dever de implementar

políticas públicas definidas no próprio texto constitucional -

transgride, com esse comportamento negativo, a própria

integridade da Lei Fundamental, estimulando, no âmbito

do Estado, o preocupante fenômeno da erosão da

consciência constitucional. Precedentes: ADI 1.484/DF, Rel.

Min. CELSO DE MELLO, v.g.. - A inércia estatal em

adimplir as imposições constitucionais traduz inaceitável

gesto de desprezo pela autoridade da Constituição e

configura, por isso mesmo, comportamento que deve ser

evitado. É que nada se revela mais nocivo, perigoso e

ilegítimo do que elaborar uma Constituição, sem a vontade

de fazê-la cumprir integralmente, ou, então, de apenas

executá-la com o propósito subalterno de torná-la aplicável

somente nos pontos que se mostrarem ajustados à

conveniência e aos desígnios dos governantes, em detrimento

dos interesses maiores dos cidadãos. - A intervenção do

Poder Judiciário, em tema de implementação de políticas

governamentais previstas e determinadas no texto

constitucional, notadamente na área da educação infantil

(RTJ 199/1219-1220), objetiva neutralizar os efeitos lesivos

e perversos, que, provocados pela omissão estatal, nada

mais traduzem senão inaceitável insulto a direitos básicos

que a própria Constituição da República assegura à

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generalidade das pessoas. Precedentes. A CONTROVÉRSIA

PERTINENTE À “RESERVA DO POSSÍVEL” E A

INTANGIBILIDADE DO MÍNIMO EXISTENCIAL: A

QUESTÃO DAS “ESCOLHAS TRÁGICAS”. - A destinação

de recursos públicos, sempre tão dramaticamente escassos,

faz instaurar situações de conflito, quer com a execução de

políticas públicas definidas no texto constitucional, quer,

também, com a própria implementação de direitos sociais

assegurados pela Constituição da República, daí resultando

contextos de antagonismo que impõem, ao Estado, o encargo

de superá-los mediante opções por determinados valores, em

detrimento de outros igualmente relevantes, compelindo, o

Poder Público, em face dessa relação dilemática, causada

pela insuficiência de disponibilidade financeira e

orçamentária, a proceder a verdadeiras “escolhas trágicas”,

em decisão governamental cujo parâmetro, fundado na

dignidade da pessoa humana, deverá ter em perspectiva a

intangibilidade do mínimo existencial, em ordem a conferir

real efetividade às normas programáticas positivadas na

própria Lei Fundamental. Magistério da doutrina. - A

cláusula da reserva do possível - que não pode ser invocada,

pelo Poder Público, com o propósito de fraudar, de frustrar e

de inviabilizar a implementação de políticas públicas

definidas na própria Constituição - encontra insuperável

limitação na garantia constitucional do mínimo existencial,

que representa, no contexto de nosso ordenamento positivo,

emanação direta do postulado da essencial dignidade da

pessoa humana. (ARE 639.337 –STF) (grifos nossos).

Na mesma linha, a Constituição Federal, em seu artigo

127, conferiu ao Ministério Público a missão de defender a ordem jurídica, o regime

democrático e os interesses sociais e individuais indisponíveis.

Entre as funções institucionais incumbidas ao “Parquet”

avultam as elencadas no art. 129 da Magna Carta, merecendo destaque as do inc. II:

“zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos

serviços de relevância pública aos direitos assegurados

nesta Constituição , promovendo as medidas necessárias a

sua garantia e as do Inc. III: “promover o inquérito civil e

a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público

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e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e

coletivos;”

Consoante tais previsões constitucionais,

complementadas por outras normas infraconstitucionais, notadamente a Lei nº

7.347/85, que regulamenta a propositura da ação civil pública, e a Lei nº 8.429/92, que

tipificou os atos de improbidade administrativa, esse órgão de execução do Ministério

Público vem aforar a presente Ação Civil Pública, tendo em vista que a proteção do

patrimônio público, a saúde pública e os princípios orientadores da administração

pública se encontram seriamente ameaçados pelos atos praticados pela Prefeita

Municipal de Uruçuí, conforme demonstrado no escorço fático desta exordial.

Superadas tais fragilidades acerca de suposta ingerência

indevida do Parquet nos temas de interesse público, calcada em falsa ofensa à

separação de poderes, bem como demonstrada sua legitimidade no feito, cumpre, por

oportuno, colacionar ainda algumas notas jurídicas que qualificam os fatos trazidos à

sindicabilidade neste arrazoado ministerial de peça deflagratória de processo coletivo.

A Lei n. 9.504/97, que regula as eleições, ao disciplinar

as condutas vedadas pelo administrador público, dispõe, em seu art. 73 da Lei nº

9.504/97 que:

“São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as

seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de

oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:

V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir

sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por

outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e,

ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor

público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o

antecedem e ATÉ A POSSE DOS ELEITOS, sob pena de

nulidade de pleno direito, ressalvados: a) a nomeação ou

exoneração de cargos em comissão e designação ou

dispensa de funções de confiança; [...]”.

A dispensa desmotivada de servidores em período

vedado pela legislação eleitoral deve sofrer a intervenção do Judiciário declarando sua

nulidade por afronta a mandamento legal.

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No que concerne ao transporte escolar e aos serviços de

educação como um todo, é cediço que a União Federal, através do FNDE, FUNDEB e

do programa PNATE, dispensa ao município recursos para custear o programa de

transporte escolar rural e serviços de educação como um todo, o que fragiliza qualquer

defesa com fulcro na reserva do possível.

Mister aduzir que se trata de serviço imprescindível à

efetivação ao direito constitucional à educação (arts. 6º e 205 da CRFB).

O art. 208 da CRFB, por sua vez, dispõe que o dever do

Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da

educação básica, por meio de programas suplementares de

material didático escolar, transporte, alimentação e

assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 59, de 2009)

A Lei de Diretrizes e Base da Educação (Lei n.

9.394/96) estatui, em seu art. 10 que os municípios incumbir-se-ão de:

[…]

VI – assumir o transporte escolar dos alunos da rede

municipal;”

A maioria dos estudantes transportados é constituída de

pessoas de baixa renda que tem o acesso à educação obstaculizado com a interrupção

dos serviços de transporte escolar e da própria oferta regular de ensino nesta urbe.

Não está na esfera da discricionariedade da

Administração suspender, ou interromper, total ou parcialmente, o transporte escolar

de alunos da zona rural ou qualquer outro serviço de educação municipal, sendo

direito subjetivo do estudante em particular, e dos cidadãos em geral, ter acesso à

referida garantia, consectário natural do direito à educação, mínimo existencial de uma

sociedade que pretende um dia pertencer aos países desenvolvidos, alimentação

d'alma, bebida para os sedentos que vivem dizimados pelo efeito de uma estiagem

imposta por uma minoria do poder que os inebria com a retórica de pseudos benefícios

sociais e de um assistencialismo escravagista.

Da mesma sorte, não há como se interromper os serviços

inerentes ao direito constitucional à saúde (art. 6º e 196 da CRFB), por intermédio de

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qualquer ato que seja, ainda que sob o falacioso argumento de contingenciamento de

gastos, de um acerto de contas públicas pós-eleições.

Lado outro, o recebimento de salários, e em dia, é direito

do trabalhador, e tem impactos diretos na prestação dos serviços públicos que lhe

correspondem, nos termos do art. 7º, da CF/88.

Por fim, a instituição de equipe de transição de governo

é medida que se funda não apenas no princípio republicano (art. 1º, caput”, da Carta

da República em vigor), mas, também, na Lei Estadual do Piauí nº 6.253/2012, em

plena vigência, com texto abaixo colacionado às inteiras em seus dispositivos, para

fins de prova correspondente, nos termos do que estabelece o NCPC (art. 376):

Art. 1º. Ao candidato eleito para o cargo de Governador do

Estado ou Prefeito Municipal é facultado o direito de

instituir equipe de transição, com o objetivo de inteirar-se do

funcionamento dos órgãos e das entidades da administração

públicas estadual ou municipal e preparar os atos de

iniciativa do novo Governador do Estado ou do Prefeito

Municipal, a serem editados imediatamente após a posse.

Art. 2º. A equipe de transição de que trata o art. 1º terá pleno

acesso às informações relativas às contas públicas, aos

programas e aos projetos do governo estadual ou municipal.

§1ª. A equipe a que se refere caput terá um coordenador, a

quem compete requisitar informações dos órgãos e das

entidades da Administração Pública.

§2º. Os titulares dos órgãos e das entidades da

Administração Pública ficam obrigados a fornecer as

informações solicitados pelo coordenador da equipe de

transição, bem como a prestar-lhe o apoio técnico e

administrativo necessário.

Art. 3º. A equipe de transição poderá ser indicada a partir do

segundo dia útil após a data do turno que decidir as eleições

para governador ou prefeito, até dez dias depois de

divulgado o resultado oficial das eleições.

Art. 4º. Os membros da equipe de transição não serão

remunerados.

Art. 5º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Assim, vencidas as causas de pedir, passemos aos

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pedidos propriamente ditos nesta Ação Civil Pública, antes, porém, apenas declinando

os fundamentos que, à luz do art. 300 do NCPC, autorizam a concessão da liminar em

sede de tutela de urgência.

III – DA TUTELA DE URGÊNCIA, A SER CONCEDIDA EM SEDE DE

LIMINAR

Os argumentos e documentos apresentados demonstram

cabalmente que a situação atual dos serviços de saúde e educação em Uruçuí, pós-

eleições 2016, o pagamento de salários de servidores públicos, a demissão arbitrária de

vários deles e a necessidade de viabilização dos trabalhos de transição governamental

nesta urbe exigem pronta intervenção judicial, não podendo esperar.

No caso em comento, trata-se de obrigação de fazer,

podendo e devendo, o órgão jurisdicional determinar o cumprimento da prestação

devida, valendo-se de liminar, uma vez que presentes os requisitos necessários à sua

concessão, na forma dos arts. 11 e 12 da Lei 7.347/85, in verbis:

"Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de

obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o

cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação

da atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de

cominação de multa diária, se esta for suficiente ou

compatível, independentemente de requerimento do autor".

"Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou

sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo".

A plausibilidade do direito invocado, o fumus boni iuris,

está perfeitamente evidenciado pela flagrante desobediência às referidas normas

constitucionais e infraconstitucionais, haja vista que boa parte da população desta

Comarca encontra-se em situação de vulnerabilidade frente aos desmandos

administrativos da atual administração neste momento de fim de governo.

Quanto ao periculum in mora, é uma evidência, já que a

continuidade desta situação poderá gerar lesões graves e de difícil reparação à toda

população de Uruçuí, sobretudo a mais humilde, que não conta com outras

possibilidades de acessos a serviços essenciais, a não ser aqueles ofertadas pelo Poder

Público.

No mesmo sentido, o tempo é curto para que escorreita,

necessária e republicana transição de governo e os eleitos tomem conhecimento da

realidade administrativa do Município, para bem começarem seus mandatos em

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Fones: (89) 3544.1229 / E-mail: [email protected]

01.01.2017.

São relevantes os prejuízos de ordem material e moral a

que está sujeita a população de Uruçuí, sobretudo a mais humilde, que depende dos

serviços de saúde e educação oferecidos pelo Município, bem como os servidores

públicos dispensados arbitrariamente e os servidores que tem sua vida financeira toda

tumultuada pela absoluta falta de compromisso da administração municipal em pagar

em dia correto seus salários.

A persistir o atual quadro que assola a administração

municipal de Uruçuí neste momento pós-eleições, os prejuízos à população se

acumularão dia a dia ou, por via indireta, inviabilizar-se a própria paz social

nesta urbe, ameaçada pelo entendimento daqueles que insistem em administrar a

coisa pública como se propriedade sua fosse.

IV – DOS PEDIDOS

Ante a todo o exposto, o Ministério Público, como

guardião constitucional do interesse público primário, nos termos do que estabelece a

Carta da República de 1988, em seus arts. 127-129, pede a Vossa Excelência:

a) a concessão de LIMINAR, em sede de tutela de

urgência, conforme fundamentos retro, sem oitiva prévia da parte ré, com fixação de

multa diária no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), em caso de descumprimento da

decisão, que será revertida em favor do fundo de que trata o art. 13 da Lei nº 7.347/85

(Lei da Ação Civil Pública), a ser suportada e paga pessoalmente pela Prefeita, Sra.

DÉBORA RENATA COELHO DE ARAÚJO, sem prejuízo de responder por crime de

desobediência, para que:

a.1) seja realizado o bloqueio de todas as verbas

depositadas nas contas públicas de titularidade do Município de

Uruçuí/PI, incluindo aquelas vinculadas ao FPM, FUNDEB, PAB,

FNS, ICMS, MERENDA ESCOLAR, PDDE, SAÚDE BUCAL,

SAÚDE DA FAMÍLIA, PREVIDÊNCIA MUNICIPAL E TODAS

AS OUTRAS, de modo a não permitir qualquer saque, transferência

ou movimentação das contas do Município, a não ser por alvará

judicial, desde o deferimento da medida liminar até o dia 31 de

dezembro do ano em curso, ficando a liberação dos recursos

condicionada à autorização desse juízo mediante alvará, em pedidos

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devidamente fundamentados, de modo a garantir, primordialmente o

serviço de saúde, educação, o pagamento de salários de servidores,

fornecimento de medicamentos, transporte dos pacientes, além da

manutenção dos bens e serviços considerados essenciais;

a.2) seja instituída, imediatamente, a equipe de transição

de que trata a Lei Estadual do Piauí nº 6.253/2012, bem como seja

oferecido pela Prefeitura todo o apoio administrativo e técnico

necessários ao desenvolvimento pleno de seu mister, além do

fornecimento de todas as informações por ela requisitada;

a.3) seja determinado ao setor de pessoal da Prefeitura

Municipal de Uruçuí/PI que apresente, no prazo de 05 (cinco) dias, a

lista de servidores exonerados e daqueles que continuam contratados,

juntamente com suas as funções e valores recebidos;

a.4) seja determinada a recontratação imediata de todos

os servidores públicos indevidamente dispensados, para que sigam

prestando serviços a esta municipalidade até o dia 31.12.2016,

conforme determina o art. 73 da Lei 9.504/97;

a.5) sejam restabelecidos todos os serviços de saúde e

educação municipais, incluindo oferta de medicamentos, merenda e

transporte escolares, aulas regulares e atendimento médico em Uruçuí;

a.6) seja determina a prioridade no pagamento de

servidores públicos, em detrimento de fornecedores, nos termos

estabelecidos no TAC nº 001/2016-PA02/2016-02PJU, aqui acostado;

a.7) sejam tornadas sem efeito as rescisões contratuais

dos profissionais envolvidos na educação e saúde deste Município até

o dia 31.12.2016, reiniciando o serviço no prazo de 48 (quarenta e

oito) horas;

a.8) sejam impedidas novas efetivações de rescisões

contratuais de prestadores de serviço da Secretaria de Educação e

Saúde, até que ocorra o encerramento do ano de 2016;

b) a citação dos requeridos para, caso queiram,

apresentem defesa, adotando-se para o feito o rito ordinário previsto no Novo Código

de Processo Civil (NCPC);

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c) no mérito, pede o Parquet que seja julgada

procedente a presente ação em todos os seus termos, confirmando-se o pedido

formulado liminarmente.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova

admissíveis em direito, especialmente, juntada posterior de documentos, oitiva de

testemunhas, com rol a ser oportunamente apresentado, tudo de logo requerido.

Dá-se à causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais,

por inestimável o valor dos bens aqui promovidos).

Termos em que pede e aguarda deferimento, a bem da

JUSTIÇA e do INTERESSE PÚBLICO!

Uruçuí/PI, 21 de outubro de 2016.

(assinado no original)

ARI MARTINS ALVES FILHO Promotor de Justiça

Respondendo pela 02ª Promotoria de Justiça de Uruçuí,

pela Promotoria de Justiça de Ribeiro Gonçalves e

pelas 14ª e 44ª Zonas Eleitorais