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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ 55ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE TERESINA - PI. Ref. IPs 3875-75.2017 e IP 6317-14.2017 O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio de seu representante infra-assinado, vem à presença de V. Exa, com sucedâneo no art. 129, inciso I, da Constituição Federal e art. 24 do vigente Código de Processo Penal, apresentar DENÚNCIA contra 1 - MIRTDAMS ALENCAR DE MELO JUNIOR, brasileiro, empresário, CPF 880.289.683-68, domiciliado à rua Dr. Pedro Teixeira, 543, Campo Maior – PI; 2 - WILLIAMS LEITE DE MELO, brasileiro, empresário, CPF 00.008.483-07, domiciliado à rua Mestre Miguel Rosa, 608, Campo Maior – PI ; 3 - JOÃO CANUTO DE MELO NETO, empresário, CPF 016.781.793-02 domiciliado à rua Antonino Freire, 171, Campo Maior - PI; 4 - VERA LUCIA LEITE DE MELO, brasileira, empresária, domiciliada à rua Dr. Pedro Teixeira, 561, Campor Maior – PI, possuidora de dois CPFs: 181.235.973-04 e 684.900.203-10; 5 - GILMARA MORAES VIEIRA, brasileira, solteira, autônoma, CPF 217.591.623-53, domiciliada à rua Capitão Francisco Felix, 814, bairro São João, Campo Maior - PI, tel.(86) 99504-3910; 6 - DEODATO RODRIGUES DE SOUSA NETO, brasileiro, CPF 98612646391, domiciliado à Rua Amapá, n° 501, em Campo Maior-PI; 7 – JAILTON SOUSA BARROS, brasileiro, solteiro, atendente, CPF 725.982.712-20, domicliado à rua Rua General Lages, n° 1555, AP 303, Ed. Laconcorde, Bairro Jóquei, CEP: 64048-350, Teresina-PI; 8 - ANTONIA SANDRA SOUSA SILVA, brasileria, CPF 914.183.803- 34, domiciliada à rua São José, nº 49, Campo Maior – PI ; 9 - FRANCISCO AGNO DA ROCHA BARBOSA, brasileiro, vivendo em união estável, prestador de serviços gerais, CPF 037.523.333-40, domiciliado no Conj. José Francisco Bona, Qd H, Casa 23, Campo

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ55ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA CRIMINALDA COMARCA DE TERESINA - PI.

Ref. IPs 3875-75.2017 e IP 6317-14.2017

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ,por intermédio de seu representante infra-assinado, vem à presença deV. Exa, com sucedâneo no art. 129, inciso I, da Constituição Federal eart. 24 do vigente Código de Processo Penal, apresentar DENÚNCIAc o n t r a 1 - MIRTDAMS ALENCAR DE MELO JUNIOR,brasileiro, empresário, CPF 880.289.683-68, domiciliado à rua Dr.Pedro Teixeira, 543, Campo Maior – PI; 2 - WILLIAMS LEITE DEMELO, brasileiro, empresário, CPF 00.008.483-07, domiciliado à ruaMestre Miguel Rosa, 608, Campo Maior – PI; 3 - JOÃO CANUTODE MELO NETO, empresário, CPF 016.781.793-02 domiciliado àrua Antonino Freire, 171, Campo Maior - PI; 4 - VERA LUCIALEITE DE MELO, brasileira, empresária, domiciliada à rua Dr.Pedro Teixeira, 561, Campor Maior – PI, possuidora de dois CPFs:181.235.973-04 e 684.900.203-10; 5 - GILMARA MORAESVIEIRA, brasileira, solteira, autônoma, CPF 217.591.623-53,domiciliada à rua Capitão Francisco Felix, 814, bairro São João,Campo Maior - PI, tel.(86) 99504-3910; 6 - DEODATORODRIGUES DE SOUSA NETO, brasileiro, CPF 98612646391,domiciliado à Rua Amapá, n° 501, em Campo Maior-PI; 7 –JAILTON SOUSA BARROS, brasileiro, solteiro, atendente, CPF725.982.712-20, domicliado à rua Rua General Lages, n° 1555, AP303, Ed. Laconcorde, Bairro Jóquei, CEP: 64048-350, Teresina-PI; 8- ANTONIA SANDRA SOUSA SILVA, brasileria, CPF 914.183.803-34, domiciliada à rua São José, nº 49, Campo Maior – PI; 9 -FRANCISCO AGNO DA ROCHA BARBOSA, brasileiro, vivendoem união estável, prestador de serviços gerais, CPF 037.523.333-40,domiciliado no Conj. José Francisco Bona, Qd H, Casa 23, Campo

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ55ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA

Maior - PI; 10 - LUANA CAMELO DE SOUSA, brasileira, solteira,estudante, CPF 023.489.892-55, domiciliada à Rua Bico de Lacre, 42,Jardim Boa Esperança, Hortolândia, São Paulo - SP; 11 - SABRINARIBEIRO PEREIRA, brasileira, solteira, XXX, CPF 028.279.675-45, domiciliada à rua Jocycol, 18, Prado – BA (tel. (73) 2982293); 12 -MARIA GLEICIANE MARTINS RODRIGUES; brasileira,vivendo em união estável, do lar, CPF 037.523.333-40, domiciliada àConj. José Francisco Bona, Qd H, casa 17, Campo Maior - PI; 13 -JANAYRA LIANNA ALMEIDA DOS SANTOS, brasileira, solteira,vendedora, CPF 065.630.383-28; domiciliada no Lot. Caminho daAlvorada, QD D4, Casa 23, Parnaíba – PI; 14 – MARIA DOSHUMILDES PEREIRA GOMES, brasileira, casada, do lar, CPF:028.067.963-77. domicilida no Conj. Renascer I, Qd F, casa 17; 15 -FRANCISCO NILTON BARROS DE MORAES TRINDADE,brasileiro, casado, despachante, CPF 217.591.623-53, domicliado àAv. Pinel, n° 1103, Bairro Cabral, em Teresina-PI; 16 - ANACAROLINA ARAÚJO DA SILVA REINALDO, brasileira, naturalde Teresina-PI, solteira, auxiliar de consultório odontológico, nascidaem 08/11/1981, portadora do RG nº2.135.848/SSP-PI e do CPFn°960.172.953-49, filha de Francisca Araújo da Silva Reinaldo e deJosé Raimundo Reinaldo, residente na Quadra 40, Casa 27,Residencial Jacinta Andrade, Bairro Santa Maria da Codipi,FONE(86)98806-1878/9859-3394; 17 - ALINE LARISSE BRITO DESOUSA, brasileira, comerciária, CPF: 02736580346, domiciliada àrua Pedro Teixeira, 543, Campo Maior (endereço fornecido à RFB);18 - ERICA ELLEN ROCHA ALENCAR, brasileira, domiciliada àrua Dr. Pedro Teixeira, 561, Campo Maior, CPF 414.033.123-78 e 19FRANCISCA BRITO DE SOUZA, brasileira, CPF 849.521.723-68,domiciliada à Av. Joaquim Ribeiro, 1932, Teresina – PI e FERNDACRISTINA LEITE AZEVEDO MACEDO, brasileira, casada,servidora pública, CPF 374.079.293-00. domiciliada à rua SeveroLeite de Paz, 400, Centro, Campo Maior - PI pelos fatos que seseguem:

I - DOS FATOS

I.1 – DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

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1. Conforme se depreende dos inquéritos e documentosapensos, os denunciados se organizaram para fraudar o fisco, criandouma série de empresas fantasmas, destinadas a “suportar” os débitosde ICMS, enquanto os reais adquirentes das mercadorias nãorecolhiam nenhum centavo do tributo devido. Bom frisar que os“proprietários” das empresas fantasmas eram pessoas sem qualquercondição financeira, de modo que o débito de ICMS acabava recaindasobre quem não possuía patrimônio e, por conseguinte, não erarecolhido.

2. A organização criminosa opera há anos, com hierarquiabem definida, além de divisão de tarefas, cfr. organograma a seguir:

LÍDERES(Abrem empresas em nome de “laranjas” e utilizam seus CNPJs. Usam as empresas “fantasmas” para

arcar com os débitos fiscais de suas empresas)

Mirtdams Jr WILLAMS L DE MELO

RECRUTADORES/LARANJAS FIXOS

DEODATO R. DE S. NETO(motorista dos líderes – 14 empresas em seu nome) VERA LUCIA DE M.LEITE

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(Mãe dos líderes: possui 2CPFs. “responsável” pela emp.que é a maior devedora do fiscoestadual “CERALISTA MELO).End. e nome de fantasia é om e s m o d a e m p r e s a d eMIRPDAMS JR: Armazém M.Junior.

João Canuto Neto

JAILTON S.BARROS GILMARA M.VIEIRA ANTONIA SANDRA SILVA(dois CPFs, 13 emp) (recrutadora - 23 emp. ) (secretaria dos lideres - 7 emp.)

LARANJAS/RECRUTADOS(“emprestaram” seus CPF mediante pagamento)

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DESPACHANTE

FRANCISCO NILTON BARROS DE MORAIS TRINDADE – op. Da fraude

3. A fraude se dava da seguinte maneira: os líderes,MIRTDAMS ALENCAR DE MELO JUNIOR e 2 - WILLIMS LEITE DEM E L O , com apoio de JOÃO CANUTO DE MELO NETO usavamempregados seus (DEODATO, ANTONIA SANDRA, JAILTON e

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GILMARA), além da própria mãe, VERA LÚCIA DE MELO LEITE, paraabrir diversas empresas, em seus nomes. Os pedidos de mercadorias eram feitosem nome destas empresas, pelo que o ICMS recaía também sobre tais empresas.Ocorre que a mercadoria, em verdade, era destinada a outras empresas, algumasjá descobertas, que assim, se eximiam de pagar os tributos. Além das empresasabertas em nome dos “empregados” do grupo, DEODATO, SANDRA,GILMARA e JAILTON, estes também “recrutavam” laranjas ocasionais(FRANCISCO AGNO DA ROCHA BARBOSA; 10 - LUANA CAMELO DESOUSA; 11 - SABRINA RIBEIRO PEREIRA; 12 - MARIA GLEICIANEMARTINS RODRIGUES; 1 3 - JANAYRA LIANNA ALMEIDA DOSSANTOS e 14 – MARIA DOS HUMILDES PEREIRA GOMES), recrutadospor DEODATO, ANTONIA SANDRA, JAILTON e GILMARA, que“emprestavam” seus documentos em troca de valores que variavam entre R$3.000,00 (três mil reais) e R$ 300,00 (trezentos reais).

4. Mensagens no aplicativo whatsApp nos celulares de LUANA(cedidas voluntariamente em acordo de colaboração premiada) e WILLAMS(apreendido por ordem judicial, com a devida autorização para acesso aosaplicativos), deixam bem claro como se dava o uso dos CNPJs fantasmas.

5. No primeiro, Mirtdams Jr conversa com a laranja SABRINA eadmite que comprou mercadorias para terceiros, em CNPJ que ela, SABRINA,era a titular:

“Ela podia ser ouvida em qualquer lugar do Brasil,

qualquer lugar do Brasil, agora se ela foi fazer esse tpo

de coisa pra querer se amostrar alguma coisa jamais, e

outra eu não comprei, eu comprei mercadoria

(inaudível) pra outras pessoas, foi o papai que usou, o

Wilam que usou, todas... beleza, beleza, tá bom...”

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6. No segundo, WILLAMS dá oreintações a LANA para tirar notascom os CNPJs da organização criminosa. Refere-se, inclusive, a novas empresasfantasmas, que criaram recentemente, para anteder os “clientes”:

WILLIAMS: EI, TU ESTÁ QUERENDO DIZER QUE AQUELES TRÊS, AQUELE LÁ DALAGOA DE SÃO FRANCISCO DA MINHA CUNHADA, O DA ÉRICA E MAIS DESSECOMÉRCIO BEM AÍ NOVO AGORA, FOI? QUE NÃO DEU NENHUM CERTO?

WILLIAMS: NÃO! OS TRÊS QUE EU ESTOU FALANDO É OS DOIS DE ALAGOAS EO DO COMÉRCIO NOVO, QUE FORAM OS TRÊS QUE FORAM FEITOS NOMESMO DIA. O DE LAGOA E O DA ÉRICA JÁ ESTÁ TUDO OK, AQUI, JÁ!

LANA: PREÇOS TA FALANDO É DO CEARÁ É.

LANA: E QUAL É A EMPRESA QUE TEM CNAE COM CONFECÇÃO? DEUS MELIVRE TE DA FRANCISCA TIRAR! TU É DOIDO É? CAI NA MESMA HORA QUENÃO TEM ESSE CNAE AÍ DE CONFECÇÃO NELA NÃO.

WILLIAMS: EI! ELE SÓ PODE TIRAR, SÓ PODE TIRAR UMA NOTA DE SAÍDA. TUPRECISA DAR A NOTA DE SAÍDA DE CONFECÇÃO DE ROUPA, ALGUMA COISA,SÓ SE TIVER ESSE CNAE AÍ? SE NÃO TIVER NÃO POSSO BOTAR LA O CÓDIDODO ECC AQUELA COISA TODA A QUANTIDADE E TIRAR A NOTA NÃO. PARAEMPRESA LA DO CLIENTE LA QUE PRECISA?

LANA: PODE SIM!! SE VOCÊ QUISER TIRAR, VOCÊ TIRA! AGORA, NA CERTEZAQUE SUA EMPRESA VAI CAIR NA MESMA HORA. TAÍ! SE VOCÊ QUISER QUE AEMPRESA CANCELE!

WILLIAMS: TU QUERES ESSA EMISSÃO DO PERNAMBUCO, NÃO É A DAOLIVEIRA NÃO?

WILLIAMS: PERNAMBUCO PARA PERNAMBUCO, DAQUELA SOUSA, LA, DAEMPRESA DO JÚNIOR. ENTENDEU? QUE A OLIVEIRA É PARA OUTRO CLIENTE.ESSE, AÍ, QUE É DE PERNAMBUCO PARA PERNAMBUCO.

LANA: É A EMPRESA DO JÚNIOR DE PERNAMBUCO? ELA AINDA NÃO ESTÁEMITINDO, PORQUE LA É MAIOR FRESCURA E ATÉ HOJE AINDA NÃOCONSEGUI LIBERAR ELA PARA EMISSÃO NÃO.

7. Uma vez recrutado os “laranjas”, os líderes, especialmenteMIRTDAMS JR e WILLAMS, prodicenciavam levar os documentos e, àsvezes,os próprio laranjas, ao escritório de FRANCISCO NILTON, em Teresina,onde era preparada a documentação para criação das empresas. Por vezes, omotorista que levava tais “laranjas ocasionais” era DEODATO, como se verámais adiante.

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8. Outra parte da organização criminosa era encarregada deocultar o patrimônio de MIRTDAMS JUNIOR, seja colocando bens do líder emseus nomes, seja abrindo contas bancárias para uso por MIRTDAMS JUNIOR.Nesta célula da organização estão ÉRICA ELLEN; ALINE SOUZA eFRANCISCA BRITO. JOÃO CANUTO NETO, entre outras funções, tambématuava neste setor.

I.2 – DA CRIAÇÃO DE EMPRESAS FANTASMAS – DALAVAGEM DE DINHEIRO

9. Mediante tais expedientes, chegou-se ao quadro total de CNPJscontrolado pela orgnização criminosa:

DEODATO RODRIGUES DE SOUSA NETO – 14 EMPRESAS – 5 NO PIAUÍNome Empresarial CNPJ UF

D R DE SOUSA NETO - ME 08.880.253/0001-09 PE

RODRIGUES CHAVES ALIMENTOS LTDA - ME

10.633.919/0001-76 BA

CONSTRUTORA GABRIELE LTDA

10.875.123/0001-20 PI

COMERCIAL S & D LTDA 10.953.671/0001-20 PI

SANDE COMERCIO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS LTDA - EPP

11.926.578/0001-90 DF

D. R. SOUSA NETO E CIA LTDA

12.796.269/0001-05 MA

DISCAL COMERCIO DE PRODUTOS ALIMENTICIOS LTDA - ME

13.197.477/0001-50 SP

MINIMERCADO DKAR LTDA - ME

13.256.750/0001-70 PB

COMERCIAL M. J. LTDA 13.681.837/0001-95 PI

COMERCIAL DE 14.318.555/0001-90 PI

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ALIMENTOS BOAS FINANÇAS LTDA - MED & F ALIMENTOS LTDA - EPP

14.800.617/0001-04 PA

CONSTRUTORA SILVA E SOUSA LTDA - ME

14.968.450/0001-87 PI

D R DE SOUSA NETO & CIA LTDA EPP

15.625.880/0001-69 PA

COMERCIAL DE ALIMENTOS SOUSA & AZEVEDO LTDA - ME

25.194.743/0001-70 AL

GILMARA MORAIS VIEIRA – 23 EMPRESAS – 7 NO PIAUÍNome Empresarial CNPJ UF

VIEIRA TRANSPORTESTURISMO E ENGENHARIA

LTDA - EPP05.000.245/0001-32 PA

COMERCIAL R & C LTDA 14.498.389/0001-51 PE

F G COMERCIO DEALIMENTOS LTDA - ME

14.769.630/0001-30 MA

GILMARA MORAISVIEIRA - ME

14.793.298/0001-49 PE

GR COMERCIO DEMERCADORIAS EMGERAL LTDA - ME

15.225.126/0001-31 PI

MR ALIMENTOS LTDA -ME

15.337.100/0001-85 PI

COMERCIAL GV LTDA -EPP

15.747.697/0001-36 BA

G. MORAIS VIEIRA EIRELI- EPP

15.755.472/0001-21 PA

VT DE OLIVEIRA & CIALTDA - EPP

15.755.501/0001-55 PA

PAZ & MORAISCOMERCIO DE

PRODUTOSALIMENTICIOS LTDA - ME

16.417.274/0001-10 PB

COMERCIAL MORAIS &PASSOS DE ALIMENTOS

LTDA - ME16.563.838/0001-23 CE

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ55ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA

COMERCIAL VIEIRA &QUADROS LTDA - EPP

16.687.007/0001-63 PA

SUPERMERCADO VLADIALTDA - EPP

16.887.915/0001-09 PA

C R RODRIGUES & CIALTDA - EPP

17.433.281/0001-79 PA

DISTRIBUIDORA MORAISVIEIRA LTDA - EPP

17.715.303/0001-93 PA

DISTRIBUIDORAPIRAPORA LTDA - EPP

17.962.690/0001-62 PA

COMERCIAL CAPANEMALTDA - EPP

18.931.830/0001-06 PA

RODRIGUES VIEIRADISTRIBUIDORA DEBEBIDAS LTDA - ME

19.877.396/0001-88 RJ

RODRIGUES & MORAISLTDA -ME

20.004.351/0001-88 BA

COMERCIAL ATACADISTARODRIGUES E VIEIRA

LTDA -ME20.097.862/0001-91 GO

GLEICI & GIL COMERCIODE BEBIDAS LTDA - ME

20.533.432/0001-75 SP

G.M VIEIRA LTDA - ME 20.538.622/0001-85 PA

JADSON R. PAZCOMERCIO LTDA - ME

19.701.482/0001-35 DF

VERA LÚCIA LEITE DE MELO - 5 EMPRESAS – TODAS NO PIAUÍNome Empresarial CNPJ UF

V L LEITE DE MELO - ME 08.578.696/0001-40 PI

COMERCIAL POPULAR DE MERCADORIAS EM GERAL LTDA - ME

09.093.610/0001-51 PI

CEREALISTA MELO LTDA - ME

09.475.653/0001-00 PI

COMERCIAL MELO DE ALIMENTOS LTDA

14.951.915/0001-97 PI

CEREALISTA ALENCAR LTDA – ME

41.505.397/0001-50 PI

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ANTÔNIA SANDRA SOUSA SILVA – 7 EMPRESAS – UMA NO PIAUÍNome Empresarial CNPJ UF

COMERCIAL S & D LTDA 10.953.671/0001-20 PI

A.S. SOUSA SILVA E CIALTDA - ME

13.901.912/0001-86 MA

A S SOUSA SILVA COMERCIO - ME

09.614.946/0001-12 PE

L A COMERCIO DE BEBIDAS LTDA - ME

10.356.870/0001-51 PE

JAILTON INACIO DE ARAUJO E CIA LTDA - ME

10.411.175/0001-45 BA

SANDE COMERCIO DE PRODUTOS ALIMENTICIOS LTDA - EPP

11.926.578/0001-90 DF

COMERCIAL SOUSA E PAZ LTDA - ME

14.736.275/0001-00 ES

FRANCISCO AGNO DA ROCHA BARBOSA – 1 EMPRESA NO PIAUÍNome Empresarial CNPJ UF

M. F. COM. ATACADISTA DE PROD. ALIMENTÍCIOS LTDA - ME

06.981.326/0001-23 PI

MARIA DOS HUMILDES PEREIRA GOMES – 3 EMPRESAS – NENHUMA NO PIAUÍ

Nome Empresarial CNPJ UF

J M COMERCIO DE PRODUTOS ALIMENTICIOS LTDA

16.464.785/0001-93 MA

J M ALIMENTOS LTDA - ME

16.921.506/0001-73 MA

MARIA DOS HUMILDES PEREIRA GOMES - ME

17.412.510/0001-79 PE

JANAYRA LIANNA ALMEIDA DOS SANTOS – DUAS EMPRESAS NO PIAUÍNome Empresarial CNPJ UF

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ55ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA

JANAYRA LIANNA ALMEIDA DOS SANTOS

22.063.923/0001-25 PI

JAILTON SOUSA BARROS & CIA LTDA

21.318.414/0001-69 PI

MIRTDAMS ALENCAR DE MELO JUNIOR -DUAS EMPRESAS NO PIAUÍNome Empresarial CNPJ UF

M & L TRANSPORTE DE CARGA E COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA - ME

17.284.392/0001-60 PI

ARMAZEM M. JUNIOR COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA

17.458.692/0001-19 PI

JOÃO CANUTO DE MELO NETO – UMA EMPRESA NO PIAUÍNome Empresarial CNPJ UF

J CANUTO DE MELO NETO - ME

14.912.028/0001-00 PI

LUANA CAMELO DE SOUSA – UMA EMPRESA NO PIAUÍNome Empresarial CNPJ UF

S. RIBEIRO PEREIRA & CIA LTDA

19.360.207/0001-03 PI

SABRINA RIBEIRO PEREIRA – UMA EMPRESA NO PIAUÍNome Empresarial CNPJ UF

S. RIBEIRO PEREIRA & CIA LTDA

19.360.207/0001-03 PI

WILLAMS LEITE DE MELO – UMA EMPRESA NO PIAUÍNome Empresarial CNPJ UF

W L DE MELO & CIA LTDA 15.192.858/0001-72 PI

ANA CAROLINA ARAUJO DA SILVA REINALDO – 7 EMPRESAS – 1 NO PIAUÍ

Nome Empresarial CNPJ UF

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ55ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA

ANA CAROLINA ARAUJO DA SILVA REINALDO

20.393.949/0001-06 PE

A. C. A. DA SILVA REINALDO EIRELI

23.386.175/0001-84 PI

JAILTON S BARROS & CIALTDA - ME

20.422.894/0001-15 PE

COMERCIAL COMETA DE ALIMENTOS LTDA

20.617.493/0001-10 PI

J A COMERCIO ATACADISTA DE BEBIDASLTDA - ME

20.727.239/0001-75 AM

ARAUJO E SILVA COMERCIO ATACADISTA LTDA - ME

21.535.293/0001-81 GO

COMERCIAL POSSE BEBIDAS LTDA - ME

21.575.993/0001-08 SP

JAILTON SOUSA BARROS -13 EMPRESAS, DUAS NO PIAUÍNome Empresarial CNPJ UF

J M ALIMENTOS LTDA - ME

16.921.506/0001-73 MA

J I COMERCIO DE MERCADORIAS EM GERAL LTDA - ME

17.324.637/0001-36 MA

JAILTON SOUSA BARROS - ME

18.679.323/0001-19 CE

SOUZA & GOMES COMERCIAL DE ALIMENTOS E BEBIDAS LTDA - ME

19.243.702/0001-24 AL

GOMES & BARROS COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA - ME

19.840.573/0001-51 RN

JAILTON S BARROS & CIALTDA - ME

20.422.894/0001-15 PE

COMERCIAL COMETA DE ALIMENTOS LTDA

20.617.493/0001-10 PI

J A COMERCIO ATACADISTA DE BEBIDASLTDA - ME

20.727.239/0001-75 AM

ARAUJO E SILVA 21.535.293/0001-81 GO

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ55ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA

COMERCIO ATACADISTA LTDA - MECOMERCIAL POSSE BEBIDAS LTDA – ME

21.575.993/0001-08 SP

RODRIGUES E BARROS DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS LTDA - ME

22.890.186/0001-34 RJ

BARROS E BEBIDAS EIRELI - ME

23.192.540/0001-10 SP

JAILTON SOUSA BARROS & CIA LTDA

23.318.414/0001-69 PI

10. Não há qualquer dúvida de que os “laranjas”, sejam os “fixos”,sejam os “eventuais”, não possuiam qualquer controle sobre os CNPJs abertos emseus nomes, cfr. os depoimentos prestados nos autos:

DEODATO:

“QUE o interrogado trabalhou durante doze anos com aFamília Mistdams, tendo um alinhamento próximo dos trêsfilhos do Mistdams, entre as atividades executadas, faziatudo, dois anos depois o interrogado tirou a sua carteira,sendo paga pelo Mistdams Junior, na cidade de CerraTalhada, no valor de R$350,00; QUE após dois anos ointerrogado foi abordado pelo JUNIOR para que lhe desseos documentos pessoais, pois iria criar uma empresa emnome do interrogado, na condição de ter pago suahabilitação e uma moto zero; QUE a partir daí o interrogadopassou a ser usado pelo Junior, criando novas empresasfantasmas no Piauí e fora do Piauí, tendo realizadodiversas viagens com o intuito de criar novas empresasfantasmas em seu nome e de terceiro (...); QUE todas asvezes que o interrogado viajava para criar empresafantasmas, após a institualização das mesmas, ointerrogado recebia R$3.000,00 (três mil reais); QUE abriua empresa Comercial SD Ltda para o Junior, mas quemoperava a empresa era Willams; (…) QUE em outra

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oportunidade prestou um depoimento a Polícia, em fevereirode 2016, nos autos do IPL 008.353/DECCOTERC/2014,mentiu a pedido de Mistdams Junior, no sentido de querealmente teria aberto a empresa e esta teria falido; que naverdade nunca operou a empresa, ela de fato sempre foioperada por Willams; QUE Vera Lucia nunca foi dona doArmazém Econômica, sempre foi Willams; QU E ointerrogado nunca efetuou o deposito em valores deR$100.000,00 (cem mil reais) ou mais; QUE mostradoinforme do COAF, item 4 e 4.1 que há deposito feito pelointerrogado em prol Atacadão Distribuição ComercioLtda, CNPJ n° 75315333/0001-09, o interrogado nega terfeito o aludido deposito; QUE no entanto confirma teraberto a empresa Discal Comercio Alimentício Ltda. (...);QUE ressalta que continuou a abrir empresas para ogrupo, apenas não trabalhava mais com frequência para ogrupo (fls. 184 - IP 6317-14.2017);

11. Mais adiante, DEODATO confirma que recrutou alguns “laranjaseventuais”:

“QUE realmente solicitou a Maria Gleiciane que estafornecesse sua documentação para criação de empresasfantasmas para o grupo de Mistdams Junior e irmãos;QUE não recorda perfeitamente, mas acha que quemsolicitou a documentação foi o Mistdams Junior; QUE oin ter rogado receb ia pelo fornecimento de seusdocumentos e terceiros que seriam seus sóciosfantasmas, o valor de R$2.000,00 (dois mil reais), sendoque o interrogado passa R$500,00 (quinhentos reais)aos sócios fantasmas; QUE admite também que conseguiuos documentos do Francisco Agno e entre quatro oucinco pessoas da casa de Gleiciane; QUE lembra terconseguido os documentos de Rodrigo e Nathalia paraservirem de laranja para Willams, se comprometendotrazer no prazo de 15 dias as copias de identidade dosreferidos laranjas (...) Perguntado ao interrogado se

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conhece a Sabrina e a Luana, respondeu que sim e que aSabrina foi copitada por Junior. Perguntado ao interrogadoquem era o contador das empresas em Campo Maior,respondeu que era a dona Sandra e o Nilton, inclusive ointerrogado já esteve por diversas vezes na casa doNilton, no Bairro Cabral para tratar de assuntos daempresa, como colhetura de assinatura, recebimento eentrega de documento”

GILMARA

“QUE, ATUALMENTE a interrogada vive de comercializarbebidas de um bar próximo ao estádio em Campo Maior-PI,desde dezembro de 2016; QUE tem mais de dez anos queconvive com a Família Mirtdams, quem inicialmenterecrutou a interrogada para abrir as empresas foi oMisterdams Junior; QUE o Mirtdams Junior pagavaR$500,00(quinhentos reais) a R$1000,00 (mil reais) ainterrogada e para o outro sócio fantasma; QUE aprimeira vez que esse fato aconteceu, a interrogada recebeua visita da funcionaria de Misterdams Pai, que naoportunidade solicitou os documentos pessoais dainterrogada, não sabendo precisar se a empresa criado foiem Campo Maior-PI ou em outro Estado; QUE também oSenhor Willams recrutou a interrogada para abrirempresas, tendo viajado com o mesmo inúmeras vezes,sempre com objetivo de criar empresas fantasmas emnome da interrogada e o sócio fantasma, que não recordao nome; QUE entre as viagens ocorridas, a interrogada foi aBahia e Pernambuco; QUE o pagamento pelo fornecimentode seus dados para criação da empresa, somente ocorriaquando eles conseguiam trazer a mercadoria para suasempresas em Campo Maior-PI; QUE os pedidos demercadorias eram feitos para as empresas fantasmas aosfornecedores, mas os acusados Willams e Mistdams Jrlevavam as mercadorias direto para seus comércios emCampo Maior-PI; QUE um dos comércios que havia o

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descarregamento das mercadorias era o Armazém MJunior, localizada na Rua Pedro Teixeira, n° 145, emCampo Maior-PI, fotografia mostrada a interrogada,anexa no depoimento, tendo a interrogada reconhecidocomo sendo a loja da fotografia anexa, a empresa de Willamsq recebia as mercadorias encomendadas a empresasfantasmas era o Armazém Econômico, cuja foto foi mostradae reconhecida pela declarante como sendo estabelecimentolocalizado na Rua Antonino Freire, n° 201, em Campo Maior-P I ; QUE o verdadeiro dono do Armazém Econômico éWillams a pelo menos dez anos; QUE por várias vezes ainterrogada presenciou veículos descarregando mercadoriano comercio do Mistdams Junior (fls. 805, IP3875-75.2017);

12. Gilmara também admite ter recrutado a “laranja eventual”JANAYRA:

QUE Janayra lhe procurou dizendo que estava com problemasfinanceiros relacionado a uma moto, perguntou parainterrogada como funcionava “o negócio” com Mistdams Jr;QUE a declarante informou a Janayra deveria dar cópia deseus documentos e assinar alguns papeis; QUE a interrogadalevou seus documentos a Mistdams Jr e posteriormenteJanayra foi assinar uns documentos na Rua Pedro Teixeira, n°145, Campo Maior-PI; QUE Mistdams Jr depois falou paraJanayra que seu negócio não havia dado certo, pelo o quemotivou o não pagamento a Janayra; QUE já viu a MariaGleiciane cobrando de Jr o pagamento pela abertura deempresas, pois este estava devendo mais de R$2000,00 (doismil reais) a Gleiciane por empresas abertas; QUE conheceDeodato e este não possui qualquer empresa de verdade,apenas empresas fantasma, da mesma forma de Jailton; QUEchegou a viajar para São Raimundo Nonato-PI, com Manin,Willams e a namorada de Willams; QUE conhece Vladia, que erababa dos filhos de Mistdams Jr e que viajou com ela, Willams, a

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namorada e Manin; QUE de certa feita, esteve na CaixaEconômica Federal com Willams e na ocasião a interrogadaabriu uma conta em nome da mesma, posteriormente tomouconhecimento que Willams teria pedido empréstimo deR$100.000,00 (cem mil reais) a Caixa Econômica, em nome deempresa cuja interrogada é titular; (...); QUE a interrogadaconhece o Senhor Jailton e que tomou conhecimento de queexistia algumas empresas fantasmas em nome do mesmo,criadas pelos dois irmãos; QUE a interrogada não possuinenhum patrimônio que tenha contribuído para usufruto dequalidade apesar de ter seu nome em 23 empresas; QUEsomente possui um carro e uma moto, no que tange ao veículo, oque aconteceu foi que certa feita o Mistdams Jr lhe convidoupara ir até uma revendedora da Fiat com a proposta de que ainterrogada iria comprar um carro em nome da empresa dela,mas quem iria pagar as prestações seria o Junior e que comogratificação pagaria pelas viagens ocorridas com o veículo,fato que nunca aconteceu; (...);

FRANCISCO AGNO

QUE: atualmente o declarante não tem nenhuma atividadeprofissional; QUE no ano de 2014 o declarante conheceu o individuode nome DEODATO, através do irmão da GLEICIANE, esta com quemconviveu um certo tempo; QUE no encontro com DEODATO estesabendo que o declarante estava desempregado propôs ao mesmoum emprego, oportunidade em que pediu toda sua documentaçãopara a assinatura da carteira, com a participação do MIRTDAMSJUNIOR; QUE nesse período o declarante foi convidado peloDEODATO para irem a Teresina legalizar o seu emprego, tendoprometido ao mesmo o valor de R$ 500,00, importância estanunca recebida; QUE depois de uma semana de espera, o declaranteansioso pelo emprego encontrou o DEODATO no centro de Campo Maior -PI; QUE naquela ocasião do encontro o declarante teria dito: “CADÊ OEMPREGO QUE VOCE PROMETEU”, tendo respondido o DEODATO oseguinte: “ESPERA MAIS UM POUCO, QUE VAI SAIR”; QUE depois de ummês e cansado de esperar o declarante procurou o MIRTDAMS JUNIOR e

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indagou do emprego prometido pelo DEODATO, sendo informado naquelaoportunidade pelo mesmo que ali não tinha emprego para ele e muitomenos tinha conhecimento da promessa de emprego; QUE o declaranteao procurar em seguida a SEBRAE para fazer um empréstimo,ficou sabendo que o seu nome figura como proprietário de umaempresa, com retirada mensal de r$ 50.000,00 por mês, que comtal surpresa da informação, por o declarante não ter dinheiro nempra comprar uma bicicleta, procurou em seguida DEODATO e aí naconversa foram às vias de fato; QUE depois da divergências procurounovamente o MIRTDAMS JUNIOR e este deu-lhe R$ 300,00, paraque ficasse calado sobre o assunto; Q U E n o dia que foi emTeresina – PI, juntamente com o DEODATO foram até a casa deum contador, pessoa esta que o declarante reconhece como sendoo Sr. NILTON, cuja fotografia se encontra acostada aos autos, estandoeste vestindo camisa listrada (...); QUE nessa oportunidade a MARIAGLEICIANE também acompanhava, e nesta oportunidade tomouconhecimento que na verdade os dois, caracterizados como umcasal, iriam substituir um casal sócios em uma empresa; QUE feitaessa comunicação, DEODATO e o contador NILTON, recolheram osdocumentos do declarante e de MARIA GLEICIANE e pediram quesaíssem e depois fecharam a porta e ficaram sozinho do recinto;QUE o recinto tratava de uma espécie de sala de mais ou menos 3x2metros, abarrotado de papeis e documentos, com muitas cópias dedocumentos pessoais, sendo que tal acumulo chegava até a dificultarlocomoção no ambiente; QUE após a digitar o documento paratransferência de propriedade da empresa o Sr. NILTON imprimiu epassou ao declarante e MARIA GLEICIANE para assinarem, o quefoi devidamente feito; QUE lembra que a empresa tinha o nomeINDUSTRIA ALIMENTICIAS JM.” (fls. 318 – IP 3875-75.2017)

JANAYRA

QUE conheceu GILMARA MORAIS VIEIRA desde 2004, dai nasceuuma amizade entre ambas; Q U E em 2014 GILMARA pediu adeclarante a sua documentação pessoal, com a promessa que iriadar um negocio bom, que lhe renderia r$ 1.000,00; QUE DEPOISDE QUATRO DIAS COM A POSSE DOS DOCUMENTOS DADECLARANTE A GILMARA DEVOLVEU OS DOCUMENTOS

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PESSOAIS, DIZENDO QUE NÃO TINHA DADO CERTO, PORISSO NÃO DARIA O DINHEIRO PROMETIDO; QUE ALGUNSDIAS DEPOIS A GILMARA LHE PEDIU NOVAMENTE OSDOCUMENTOS PESSOAIS, DIZENDO QUE IRIA TENTARNOVAMENTE O NEGOCIO; QUE UMA SEMANA DEPOIS AGILMARA COMUNICA A DECLARANTE QUE TINHA HAVIDOUMA DISCUSSÃO ENTRE ELA E O MIRTDAMS, E QUE PORISSO A DECLARANTE TINHA QUE IR PEGAR OSDOCUMENTOS PESSOAIS NA MÃO DELE; QUEENCONTROU COM MIRTDAMS JUNIOR A DECLARANTEAO RECEBER A DOCUMENTAÇÃO, OUVIU DO MESMO APROMESSA QUE OS DOCUMENTOS DA DECLARANTESERIA PRA FAZER UM NEGOCIO, E POR ESTA RAZÃO EMQUALQUER NECESSIDADE SUA PROCURASSE O MESMO QUELHE AJUDARIA; QUE EM NENHUM MOMENTO, TANTO COMGILMARA OU MIRTDAMS JUNIOR, A DECLARANTE NÃOASSINOU DOCUMENTO ALGUM; Q U E INCLUSIVE NACONVERSA ENTRE AMBOS NAQUELA DATA, MIRTDAMSJUNIOR DISSE A REFERENCIA DE UM BOM NEGOCIO QUEELE TINHA PODERIA SER CONFIRMADO PELO JAILTONDE SOUSA BARROS; Q U E EM ENHUM MOMENTO NASCONVERSAS GILMARA E MIRTDAMS JUNIOR COM ADECLARANTE,TERIA SIDO VENTILADO QUE A UTILIZAÇÃODOS DOCUIMENTOS PESSOAIS DA MESMA, SERIA PARACRIAÇÃO DE UMA EMPRESA, ALIÁS QUINZE DEPOIS DACONVERSA A DECLARANTE PRECISOU DE UM DINHEIRO,TENDO PRODURADO MIRTDAMS JUNIOR E LHE PEDIDO150,00, NA OPORTUNIDADE O MESMO RETRUCOUDIZENDO QUE DARIA 300,00, E QUE SE PRECISAVA DEMAIS ALGO PODERIA PROCURA-LO; QUE VOLTOU A DIZERMIRTDAMS QUE A PROCURARIA TÃO LOGO FOSSENECESSARIO ASSINAR OS DOCUMENTOS DO NEGOCIO QUEPROMETERA FAZER COM OS DOCUMENTOS PESSOAISDESTA, O QUE ATÉ A PRESENTE DATA NUNCA ACONTECEU;Q U E EM CONSEQUENCIA DA CRIAÇÃO DA EMPRESA EMNOME DA DECLARANTE. GILMARA TERIA DITO QUE TERIAMQUE VIAJAR PARA ASSINAR DOCUMENTOS NOUTRO ESTADO;

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Q U E sabe que GILMARA, JAILTON e MIRTDAMS JUNIORviajavam para vários estados da federação, por conta das aberturasde empresas; que GILMARA enaltecia a pessoa de MIRTDAMSJUNIOR pois o mesmo sempre pagava as despesas das viagens efreqüentando em lugares bons, inclusive passava fotos em lugaresbonitos, podendo citar as cidades de Natal e Fortaleza. Nada maisdisse, nem lhe foi perguntado. Mandou a Autoridade Policial quefosse encerrado o presente Termo de Depoimento, que, lido eachado conforme, vai devidamente assinado pela AutoridadePolicial, pelo(a) depoente, e por mim, Escrivã(o) ad hoc, que odigitei.

(fls. 311 IP 3875-75.2017)

LUANA

QUE em meados do ano de 2013 o MIRTDAMS JUNIORconvidou a depoente e a senhora SABRINA RIBEIROPEREIRA para que ambas emprestassem seus nomes paraque ele comprasse sacas de arroz para sua revenda nacidade de Campo Maior no armazém de nome M.JUNIOR;QUE o MIRTDAMS JUNIOR trouxe a depoente e aSABRINA para cidade de Teresina com esse objetivo deaberturas de empresa, tendo levado ambas a uma loja daTIM para habilitarem uma linha telefônica em nome dadepoente, o que foi feito, para comprovação de residência dadepoente, embora ele MIRTDAMS JUNIOR tenha ficado como chip e a linha, cujo número a depoente não se recorda, massabe dizer que ele usou tal linha e também entregou para umdos motoristas de caminhão de transportes de cereais, tendoeste usado por muito tempo, não sabendo a depoente se aindaestá habilitado tal linha; QUE a Sabrina não habilitounaquele momento qualquer linha telefônica em seu nome;QUE os três juntamente com a mulher do senhorMIRTDAMS JUNIOR (LAIANA BRITO DE SOUSA)retornaram a cidade de ALTOS-PI, onde após algumas

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assinaturas de papeis reconheceram firmas no cartóriodaquela cidade situado na avenida principal, tendoretornado logo depois para cidade de Teresina, onde sedirigiram para junta comercial; QUE na Junta Comercial seencontraram com o senhor GILDÁSIO (contador), o qualrecebeu toda documentação na frente da Junta Comercial;QUE após isso os quatro citados acima retornaram paracidade de campo maior em uma caminhonete HYLLUX de corbranca de propriedade do senhor MIRTDAMS JUNIOR; quetudo foi feito sob promessa de pagamento da quantia de R$1.000,00 reais para a depoente e R$ 1.000,00 reais parasenhora SABRINA; QUE o senhor MIRTDAMS JUNIORalegou que além desses valores iria conseguir um empregopara depoente na empresa de MIRTDAMS JUNIOR acima;QUE a depoente não aceitou o emprego porque ele não iriaassinar a CTPS da depoente e também porque a depoenteteria que viajar para cidade de Belém-PA; QUE oMIRTDAMS JUNIOR pagou a quantia de R$ 500,00 reais edois meses depois mandou o restante do dinheiro na contapoupança da depoente na Caixa Econômica federal; QUE adepoente descobriu que o senhor MIRTDAMS JUNIOR teriacriado uma empresa em seu nome e da SABRINA somente nacidade de São Paulo, quando a depoente perdeu seu bolsafamília e o seguro desemprego por este motivo, cujo prejuízoperfazem quase R$ 4.000,00 reais sem falar na passagem deSão Paulo para o Piauí; QUE a depoente e a SABRINA eramamigas de MIRTDAMS JUNIOR e do seu FOFINHO, tendoinc lus ive presenciado eles comentando acerca dasfalcatruas, consistente na criação de empresas fantasmas;QUE a depoente fez contato com o MIRTDAMS JUNIORpara que ele arcasse com as despesas do bolsa família e doseguro desemprego, mas ele apenas confessou que tinhaaberto a empresa mas que iria dar baixa, tendo alegado quea mesma não estava em operação, por isso a depoenteestranha o valor cobrado de tributo; QUE era doconhecimento das pessoas que tinham intimidade com afamília MIRTDAMS o fato de que eles usavam as pessoas

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sobretudo os empregados como “laranjas”, inclusive asenhora SABRINA que era empregada da família MIRTDAMSe sócia da depoente”(fls. 361 IP 3875-75.2017) (...); .

MARIA GLECIANE -

QUE atualmente a declarante não tem nenhuma atividadeprofissional apenas exerce o papel de dona de casa, criando doisfilhos juntamente com seu marido, que trabalha de pedreiro; QUEhá pouco mais três conheceu o individuo de nome DEODATO, naocasião em que da declarante tinha sofrido um acidenteautomobilístico, tendo o mesmo ajudado no sentido fazer otransporte de seu doente para tratamento; QUE após tais fatos adeclarante passou a cultivar uma amizade com DEODATO, quetrabalhava na época no grupo MIRTDAMS JUNIOR, em campoMaior, tendo em razão disso o DEODATO lhe solicitado quefornecesse toda a sua documentação pessoal para criar umaempresa junto ao grupo MIRTDAMS, encabeçado MIRTDAMSJUNIOR; QUE a partir de então em haver atendido o pedido deDEODATO, a declarante conheceu a mulher de nome LANA quetrabalhava no referido grupo empresarial; QUE em razão daconstituição de empresas no seu nome teve que viajar para ascidade Tianguá, e outra no Estado de Pernambuco, nãolembrando o nome, sempre em companhia do DEODATO, amando de MIRTDAMS JUNIOR; Q U E nessas cidades adeclarante assinou vários documentos na constituição dasempresas; QUE por conta da criação das empresas a declaranteteve varias vezes em Teresina – PI, e sempre procuravam ocontador, que declarante reconhece como sendo a pessoa deNILTON, cuja fotografia consta dos autos em apreço; QUE essescontatos aconteciam na casa do contador NILTON, localizado nobairro Cabral, sendo a ultima casa da rua, com uma arvore emfrente, do tipo Mangueira; QUE nessas oportunidades a declaranteficava do lado de fora da casa, porem via que o NILTON utilizavaum computador digitando documentos, com os dados que o

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DEODATO fornecia, e logo digitados a declarante era chamadapara assinar os mesmos; QUE todas as despesas de viagens dadeclarante com DEODATO eram custeadas pelo MIRTDAMSJUNIOR, que efetuava deposito na conta do DEODATO, segundoinformação do próprio; QUE em decorrência dessas empresascriadas a declarante teve dificuldade de receber a importânciaprometida pelo MIRTDAMS JUNIOR, no valor de R$ 700,00, sóvindo a receber 01 ano depois, entregue pela empregado do grupode nome LANA, que ainda continua trabalhando no local (...) QUEo irmão MIRTDAMS JUNIOR, de nome WILLIAM MIRTDAMSsolicitou da declarante os documentos para constituição de outraempresa, tendo para tanto viajado para uma cidade do Estado doCeará, que acha ser Tianguá, oportunidade que recebeu a quantiade R$ 500,00; QUE numa das vezes que foi a Teresina juntamentecom o DEODATO passaram, em uma apartamento e pegaram orapaz de nome JAILTON que os acompanhou até a receita federal,onde assinou documentos; QUE essas atividades de constituições deempresas em nome de “laranjas”, tinham a participação direta deMIRTDAMS JUNIOR, WILLIAMS, DEODATO, JAILTON,LANA, GILMARA, ANTONIA SANDRA SOUSA SILVA e ocontador NILTON, o qual reconhecera na fotografia constante dosautos; QUE as negociações com empresas de outros Estados,emprestando as empresas “laranjas”, eram feitas através de e-mailsmanuseados por LANA e ANTONIA SANDRA” (fls. 314 IP 3875-75.2017)

JAILTON

QUE o interrogado não pegou os documentos de Ana Carolina àrevelia desta, mas apresentou Ana Carolina a Mistdams Junior, paraque Mistdams Jr utilizasse os documentos de Ana Carolina paraabrir empresas; QUE Ana Carolina recebeu R$1.000,00 (mil reais)por empresa aberta, em dinheiro, ato ocorrido na sua presença;QUE Mistdams Jr já havia lhe pedido para lhe arranjar mais

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documentos para abrir empresas, motivos pelo qual o interrogadoapresentou Ana Carolina a Mistdams(fls. 800)

13. Como se vê, as mais de sessenta empresas abertas em nome dos “laranjas” citados foram criadas a pedido de MIRTDAMS JÚNIOR e WILLAMS

14. Outra forte prova do real comando de MIRTDAMS JR eWILLAMS sobre os sobreditos CNPJs é o fato de haver diversos e-mailspassados dos líderes da organização para o “contador” FRANCISCO NILTON(docs. Anexos), que serão mais detalhados adiante. Nestes e-mails, FRANCISCONILTON encaminha documentos de criação, documentos relacionados aofuncionamento (cadastro do SIAT WEB, emissão de contracheques, alteraçõessocietárias) das empresas a WILLAMS e MIRTDAMS JR. O encaminhamentodestas informações denota que eram realmente os dois irmãos que gerenciavamos CNPJS em questão e não os “sócios-administradores” que constavam nosregistros declarados perante as fazendas estadual e federal.

15. Muitas destas empresas abertas em nome de laranjas possuemdébitos perante o fisco Estadual do Piauí, cfr. extratos da dívida ativa anexos aesta Denúncia.

I.3 – DO USO DAS EMPRESAS “FANTASMAS”

I.3. - A – DO USO DE EMPRESAS FANTASMAS PELO“ARMAZÉM ECONÔMICO” - WILLAMS

16. Conforme depoimento de DEODATO (184 – IP 6317-14-2017)o Armazém Econômico era de propriedade de WILLAMS, desde 2010, pelomenos. De fato, os denunciados citados reconheceram como empreendimenogerido por WILLAMS a empresa mostrada na fotografia do google street view, darua Antonio Freire, 201, Campo Maior:

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17. Ocorre que no mesmo endereço, funcionavam três empresas“laranjas”, cfr. extratos do INFOSEG:

ARMAZÉM ECONÔMICO

18. Note-se que nenhuma das “empresas” tinha como sócio o realadministrador da empresa: WILLAMS LEITE! As três “empresas” nasceram, tãosomente, para “arcar” com os débitos fiscais da empresa que, de fato, eragerida por WILLAMS!

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19. E não há qualquer dúvidas de que WILLAMS era o gestor defato desta empresa, cfr. depoimento de DEODATO:

QUE abriu a empresa Comercial SD Ltda para o Junior,m a s quem operava a empresa era Willams; QUEmostrada a fotografia do Armazém Economico, retiradodo Google Stree View, o interrogado reconheceu comosendo a empresa aberto a pedido de Mistdams Junior,mas operada pelo Willams; QUE a empresa mudou parasala vizinha, mas continua sendo operada pelo Willams,mesmo nome e mesma placa(fls. 184 – IP 6317-14.2017)

20. Há, inclusive, relatos de pedidos feitos por WILLAMS deabertura de novas empresas no mesmo endereço, como provam os e-mailseviados por WILLAMS a FRANCISCO NILTON:

21. Demonstrado, pois, que as três empresas “fantasmas” queocupavam o mesmo “local”, em verdade eram meros instrumentos para blindar oreal devedor de ICMS, Sr. WILLAMS LEITE! Só nesta fraude, os fisco perdeumais de 29 milhões de reais, como provam os extratos da dívida ativa em nome

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do comercial S e D (CNPJ 10.953.671/0001-20) e avisos de Débito em nome de VL LEITE DE MELO (CNPJ 08.578.696/0001-40)!

22. Importa frisar que a ocultação da real propriedade da empresa“ARMAZÉM ECONÔMICO”, além de permitir o funcionamento da empresareal gerida por WILLAMS, eis que o fisco direcionava sua atuação para as“empresas fantasmas”, surtiu efeitos até mesmo na seara penal. É que DEODATOe SANDRA foram denunciados pela prática do crime do art. 1º, inciso II, da Lei8.137/90 (processo 0007895-80.2015.8.18.0140), mas o real proprietário não fora“visualizado” na investigação inicial, eis que os “laranjas” ocultaram averdade no inquérito policial, protegendo o real devedor. Neste sentido, eis odepoimento de DEODATO:

“QUE abriu a empresa Comercial SD Ltda para o Junior, masquem operava a empresa era Willams; QUE mostrada a fotografiado Armazém Economico, retirado do Google Stree View, ointerrogado reconheceu como sendo a empresa aberto a pedido deMistdams Junior, mas operada pelo Willams” (fls.____)

22. Como o CNPJ em questão (S e D) nasceu apenas para “herdar”as dívidas de operações manejadas por WILLIAMS, as notas fiscais de entradadas mercadorias sequer eram registradas nas DIEfs, como demonstram os autosde infração 1514263000113-1; 1514263000112-3; 1514263000111-5;1514263000110-7; 1514263000109-3; 1514263000108-5;1514263000031-3; 1514263000030-5; 1514263000029-1;1514263000027-5; 1514263000026-7; 1514163000832-4;1 5 1 4 1 6 3 0 0 0 8 2 7 - 8 ; 1 5 1 5 3 6 3 0 0 2 3 6 7 ; 1 5 1 5 3 6 3 0 0 2 3 9 9 ;1515363002398; 1515363002397; 1515363002396; 1515363002395;1515363002394; 1515363002393; 1515363002391; 1515363002370.Todos os autos de infração referem-se à mesma conduta, pelo que transcreve-seapenas o último:

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23. Como os autos de infração demonstram, a fraude fiscal foraperpetrada diversas vezes nos anos de 2009 a 2013 (vide autos de infração).

24. A fraude em questão fora arquitetada por MIRTDAMS JR eWILLAMS, com uso dos CNPJs por WILLAMS, mediante o uso dosdocumentos de DEODATO, SANDRA e VERA LÚCIA. O acusadoFRANCISCO NILTON fora responsável por “organizar” os documentosnecessários para criação das empresas.

I.3. - B – DO USO DE EMPRESAS FANTASMAS POR JOÃOCANUTO E DA PARTICIPAÇÃO DE JOÃO CANUTO NETO NA

GESTÃO DO “ARMAZÉM ECONÔMICO”

24. JOÃO CANUTO NETO, irmão de MIRDAMS JR eWIILAMS LEITE, auxiliava na gestão das empresas “fantasmas” que“coexistiam” com o “ARMAZÉM ECONÔMICO”.

25. De fato, embora JOÃO CANUTO NETO negue qualquerrelação com a empresa “ARMAZÉM ECONÔMICO” ou com a CGALIMENTOS LTDA, CNPJ 14.895.152/0001-04 (vide seu interrogatório - fls. ),há registro operações bancárias realizadas pelo réu em questão comorepresentante da referida empresa: consta no RIF do COAF operação debranqueamento de capitais em relação a JOÃO CANUTO NETO e a empresavinculada a “laranjas” (CG alimentos), operadas por si: JOÃO CANUTO MELOME efetuou saque no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), como operador doCNPJ 14.912.028/0001-00:

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26. Inegável que JOÃO CANUTO NETO movimentoudinheiro da empresa “fantasma” CG ALIMENTOS, “sediada no mesmo local” doArmazém Econômico, do Comercial S e D (empresa fantasma) e da empresaVera Lucia Leite - ME, denotando operação típica de branqueamento de Capital.

27. Ademais, resta claro que mercadorias, cujas notasfiscais e correlativo débito de ICMS recaíam sobre as empresas fantasmas, emverdade, tinham como destino o empreendimento comercial de JOÃO CANUTONETO. De fato, no aparelho celular de WILLAMS, apreendido por ordemjudicial, com autorização de acesso a conteúdo, foi encontrado o seguinte diálogoentre WILLAMS e LANA:

LANA: A É! E EU TIREI UMAS NOTINHAS, TAMBÉM, DE TRINTA MIL NELA,UMAS QUATRO NOTAS DE TRINTA MIL. CNPJS DIFERENTES NÉ? PARA NÃO SERTODA VEZ A MESMA COISA E AÍ, HOJE EU TIREI QUASE QUATROCENTOS MIL.É POR ISSO QUE TALVEZ ESTEJA ZERADO. AINDA BEM, MELHOR ASSIM.

WILLIAMS: PORQUE SEMANA PASSADA, TU TIROU,NÓS TIRAMOS QUASE CEM MIL, QUE FOI AQUELEAÇÚCAR MEU QUE CHEGOU. AÍ NÓS TIRAMOS DAOLIVEIRA, PARA PODER EU DESCARREGAR, ALI, NOARMAZEM DO JOÃO NETO. ENTENDEU? E AGORA ESTÁCHEGANDO MAIS COISA AQUI, MAS É POUQUINHA

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COISA. EU QUASE NÃO ESTOU COMPRANDO, NÃO! TÁBOM?

(DEGRAVAÇÃO ANEXA – ARQUIVOS DE AUDIOSANEXOS)

I. 3. C – DO USO DE EMPRESAS FANTASMASCEREALISTA MELO POR MIRTDAMS JR (ARMAZÉM M.JUNIOR) EWILLAMS

28. Resta evidente a utilização da empresa CEREALISTAMELO, CNPJ 09.475.653/0001-00, constituída em nome da mãe de MIRTDAMSJR, a denunciada Vera Lúcia de Leite Melo, pelos acusados WILLAMS eMIRTDAMS JR. De fato, há claro indicativo que a “empresa fantasma” forautilizada por MIRTDAMS JR, como denota seu próprio nome de fantasia:“ARMAZÉM M. JUNIOR”, cfr. extrato INFOSEG e imagem do google streetview, do endereço constante no cadastro RFB, onde aparece o nome Armazém“M. Junior”:

29. Diga-se que a empresa em questão fora utilizada para a práticados crimes apurados nos procesos 16.714-06.2015.8.18.0140; 10.137-75.2016.8.18.0140 e 11.324-21.2016.8.18.0140 (EXTRATO THEMIS ANEXO),onde não figuram como réus WILLAMS e MIRTDAMS JR, constando apenas

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VERA como ré. Isto denota o sucesso na ocultação dos reais gestores doemprendimento.

30. O armazém M. JUNIOR, que existe de fato e tem o mesmonome de fantasia da CEREALISTA MELO, não possuía capacidade parareceber a extraordinária quantidade de mercadorias destinadas a si. Sobre o fato,vide relatório da inteligência da SEFAZ:

“Verificamos, após diligência fiscal, que as empresas acima, objetodessa investigação fiscal, não possuem a estrutura mínima paraacondicionamento desse volume de entrada de mercadorias, nem,tampouco, depósitos para tal finalidade”

31. Portanto, afora a destinação de mercadorias para a empresa real“ARMAZÉM M. JUNIOR”, com notas fiscais “tiradas” em nome daCEREALISTA MELO, há sérios indícios de que outras empresas tambémreceberam mercadorias, cujas notas fiscais e débitos de ICMS recaíam sobre aempresa “fantasma”. Este segundo tipo de fraude, quanto à empresa em questão,era gerenciado por WILLAMS, que também operava o CNPJ da empresa emquestão para “receber” notas fiscais de mercadorias destinadas a sua empresa eoutras, ainda não identificadas.

32. De fato, o réu-colanorador FRANCISCO NILTON relatou quetratava da “operação” deste CNPJ com WILLAMS, através do [email protected] :

“Q U E q u a n d o t r a t a v a c o m W i l l i a m s e r a a t r a v é s d o e - m a i [email protected]; QUE se sobre o e-mail datado de 28 de setembrode 2012, cujo assunto é cadastramento SIAT WEB CEREALISTA MELO, ointerrogando estava enviando a Willians a comprovação de solicitação de cadastro doaludido empreendimento; QUE quem gerenciava o Cerealista Melo era o Williams“(fls. 889 – ip 3875-75.2017)

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33. A delação é corroborada por prova documental, qual seja, o e-mail datado de 28 de setembro de 2012 (doc. anexo) em que NILTON envia,através do e-mail niltoncontador@hotmail, comprovação de cadastro da aludidaempresa para WILLAMS, através do e-mail [email protected](vide doc. de fls. 895 e seguintes IP 3875-75.2017):

34. A oepração fraudulenta da CEREALISTA MELO pelos irmãosWILLAMS e MIRTDAMS JUNIOR gerou débitos no valor de R$ 79.874.740,35,cfr. extratos da dívida ativa anexos! As fraudes fiscais se repetiram entre osanos de 2008 e 2012, cfr. autos de infração anexos.

35. Bom frisar que a ocultação de patrimônio permitiu que os doislíderes do “esquema” se ocultassem não só da execução fiscal em relação a taisdébitos, como também de persecução criminal dirigida contra VERA LÚCIA DEL E I T E M E L O ( p r o c e s s o s 11324-21.2016.8.18.0140; 0010137-75.2016.8.18.0140).

36. Inegável que VERA LÚCIA cedeu a utilização de seu nome eCPF em prol dos filhos, com auxilio de FRANCISCO NILTON, para que estesperpetrassem a fraude milionária contra o fisco.

I.4 DAS EMPRESAS FANTASMAS

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I - 4. A – DA EMPRESA FANTASMA A C A DA SILVA REINALDOEIRELI, CNPJ 23386175000184

37. A empresa em questão fora aberta pelo despachanteFRANCISCO NILTON, a pedido de MIRTDAMS JR, cfr. esclarece o “contador”NILTON:

“QUE em relação ao e-mail datado de 22 de outubro de 2015, cujo assuntoé inscrição estadual: ACA da Silva Reinaldo Eireli, o interrogadoesclarece que já havia confeccionado os documentos da referida empresae avisado a Misterdams Jr que os documentos estavam prontos”(fls. 889)

38. A colaboração premiada vem apoioada em provas robustas,como e-mail enviado por NILTON ([email protected]) ao e-mailutilizado por MIRTDAMS JR (armazém. [email protected]), onde NILTON informaMIRTDAMS JR, que o contrato social está pronto. Anexo ao e-mail, constadocumento do contrato social da empresa em questão:

39. Diga-se que JAILTON relatou que as empresas criadas em nomede ANA CAROLINA foram feitas a pedido de MIRTDAMS JR e que o próprioJAILTON intermediou o fornecimento de documentos de ANA CAROLINA aMIRTDAMS JR.:

“QUE o interrogado não pegou os documentos de Ana Carolina à revelia desta, masapresentou Ana Carolina a Mistdams Junior, para que Mistdams Jr utilizasse osdocumentos de Ana Carolina para abrir empresas; QUE Ana Carolina recebeu R$1.000,00(mil reais) por empresa aberta, em dinheiro, ato ocorrido na sua presença; QUE Mistdams

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Jr já havia lhe pedido para lhe arranjar mais documentos para abrir empresas, motivospelo qual o interrogado apresentou Ana Carolina a Mistdams” (fls. ____)

40. A empresa em questão não existia de fato e fora criada porFRANCISCO NILTON, a mando de MIRTDAMS JUNIOR, com documentosfornecidos por ANA CAROLINA, por intermédio de JAILTON. A aludidaempresa serviu, apenas, para suportar débitos de ICMS de mercadorias destinadasa outros empreemdimentos. O valor total devido por esta empresa é de R$13.501,05

I - 4.B – DA EMPRESA FANTASMA ARMAZÉM COMETA - CNPJ20.617.493/0001-75

41. Os “laranjas” JAILTON e ANA CAROLINA também possuiamem seu nome o COMERCIAL COMETA, CNPJ 20.617.493/0001-10 (EXTRATOINFOSEG ANEXO). A empresa em questão também não existia de fato e os“proprietários” não possuiam qualquer gestão sobre a aludida empresa. Nestesentido, eis o depoimento de JAILTON:

QUE o interrogado forneceu seus documentos para a criação de uma empresa tendomantido contato com o contador e posteriormente ido ao cartório onde foi reconhecido afirma e autenticado a documentação da empresa criada; QUE meses depois o interrogadofoi informado pelo Mistdams Junior que a documentação não havia dado certo para acriação da empresa; QUE pela criação da empresa de Rio Grande do Norte, recebeuR$1.000,00(mil reais); QUE a demais quatros recebeu mais R$ 4.000,00 (quatro mil) na mãodo Mistdams Junior; QUE logo depois o interrogado tem ciência de que foram criado maisquatro empresa em seu nome a pedido do Mistdams Junior, quanto as demais empresascriado em seu nome, o interrogado que somam um total de 13 empresas, o interrogadonão tem conhecido (…) “QUE o interrogado foi a sede da empresa Cometa uma única veze não viu qualquer mercadoria lá; QUE a empresa se resumia em uma sala, com apenasuma funcionária de nome Tatiana e não havia espaço para depositar qualquer tipo demercadoria” (fls.____)

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42. Como se vê, o “sócio-administrador” fora em “sua empresa” umaúnica vez, denotando que, em verdade, não passava de interposta pessoa para acriação do CNPJ fantasma. Como relatado pelo réu colaborador JAILTON, nolocal sequer havia espaço físico para comportar mercadoria, tratando-se demero escritório para agenciar recebimento de notas fiscais.

43. Diga-se que o também réu colaborador FRANCISCO NILTONrelatou que tratava com MIRTDAMS JR sobre o “COMERCIAL COMETA”,inclusive relatando que confeccionou “contracheque” ideologicamente falso paraÉRICA ELLEN, a pedido do líder da organização:

“QUE em 7 de maio de 2015 enviou a Misterdams Jr pelo e-mail citadocontracheque em nome de Erica Helen de Rocha Alencar, indicando que amesma trabalhava no Comercial Cometa de Alimentos; QUE talcontracheque não retratava a verdade dos fatos e servia apenas para quefosse providenciado cadastro em bancos ou outros órgãos financeiros(cartão de credito, entre outros)” (fls. )

44. O e-mail citado na colaboração premiada, destinado aMIRTDAMS JR (destinatário: armazém. [email protected]) encontra-se nos autos(fls.898 – IP 3875-75.2017), sendo prova documental de que era, de fato,MIRTDAMS JR quem controlava o citado CNPJ:

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45. A fraude importou na sonegação de R$ 16.896.305,47, cfr. provaextrato da dívida ativa anexo a esta denúncia.

46. A “despreocupação” com a regularidade da “empresa” era tãoevidente, que MIRTDAMS JR não se dava ao trabalho sequer de declarar aentrada das mercadorias nas DIEFs, como mostram os autos de infração1515563004188-7 e 1515563004189-5, cujo histórico do fato é o mesmos:

1515563004188-7 1515563004189-5

47. O fato prova que o CNPJ em questão teria “vida curta”, servindoapenas para a fraudar o fisco por alguns meses, até seu cancelamento e,posteriormente, abertura de outro CNPJ para o mesmo fim. A fraude foracometida no exercício de 2015, gerenando débito de R$ 16.896.305,47

I - 4. C – DA EMPRESA FANTASMA ARMAZÉM SUPERECONÔMICO -CNPJ 14.318.555/0001-90

48. O CNPJ em questão tem como sócio-administrador DEODATO.A “empresa” é fantasma, não tendo sido localizada pelo fisco, cfr. auto deinfração 1527363000001:

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49. Mesmo “não existindo”, a empresa fora destinatária de diversasmercadorias, melhor dizendo, das notas fiscais de mercadorias, entre janeiro ejunho de 2013 (após a fiscalização constatar que ela não existe!):

50. A referida “empresa” é um dos CNPJs criados em nome deDEODATO, a mando de MIRTDAMS JR:

QUE após dois anos o interrogado foi abordado peloJUNIOR para que lhe desse os documentos pessoais,pois iria criar uma empresa em nome do interrogado, nacondição de ter pago sua habilitação e uma moto zero;QUE a partir daí o interrogado passou a ser usado peloJunior, criando novas empresas fantasmas no Piauí efora do Piauí, tendo realizado diversas viagens com o

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intuito de criar novas empresas fantasmas em seu nomee de terceiro (FLS. 184 – IP 6317-14.2017)

51. A fraude em questão, reiteradamente cometida, fora perpetrada amando de MIRTDAMS JR, mediante o uso de documentos de DEODADO eoutro laranja ainda não inteiramente investigado, com auxílio de FRANCISCONILTON e gerou prejuízo ao fisco no valor de R$ 4.592.959,21, cfr. extrato dadívida ativa:

I - 4. D – DA EMPRESA FANTASMA COMERCIAL MJ - CNPJ13.681.837/0001-95

52. Esta é mais uma empresa cujo sócio é DEODATO que, como jádito, era mero “laranja” de MIRTDAMS JR, com documentação preparada porFRANCISCO NILTON. Diga-se que próprio nome da empresa indica quemoperava o CNPJ: “MJ”

53. A empresa em questão também é “fantasma”, não tendo sidolocalizada pelo fisco, cfr. auto de infração:

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54. Embora “não localizada”, há registro de notas fiscaisdirecionadas a tal empresa.

55. A fraude em questão gerou prejuízo ao fisco no valor de R$640,00, cfr. extrato da dívida ativa anexo.

I - 4. E – DA EMPRESA COMERCIAL POPULAR - CNPJ09.093.610/0001-51

56. A empresa em questão possuia como sócia-administradora VERALÚCIA LEITE DE MELO. No entanto, quem gerenciva a referida empresa eraWILLAMS, cfr. declaração do réu colaborador DEODATO:

“QUE Vera abriu empresas para Mitdams Pai; QUE depoisque o pai morreu o Willams se apropriou do únicocomercio que era realmente de Dona Vera, denominadoComercio Dona Vera, localizado próximo à Praça doTeatro”(fls.____)

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57. Diga-se que a empresa em questão sequer registrava as notas deentrada de mercadorias, denotando sua finalidade exclusiva de “receber” notasfiscais cujas mercadorias eram destinadas a outras empresas, cfr. autos dei n f r a ç ã o 1515463002577-8; 1515463002576-0; 1515463002574-3 e1515463002573-5. Transcreve-se a descrição dos fatos deste último auto deinfração:

58. É patente a utilização do mesmo modus operandi da organizaçãocriminosa com este CNPJ: como descrito pelo “contador” do grupo,FRANCISCO NILTON, os CNPJs “fantasmas” sempre apresentavamdiscrepância absurda entre as notas fiscais de entrada e de saída e, em algumasdelas, sequer havia registro das notas fiscais de entrada:

“QUE o interrogando fazia as DIEFs das empresas fantasmas do Piauí;QUE o interrogando estranhava porque várias delas tinham milhões deentrada de mercadoria e zero de saída QUE como tais operações eramatípicas, a SEFAZ cancela ou suspendia as inscrições ai Misterdams Juniorprovidencia abertura de novas empresas; QUE algumas empresas nãoeram feitas nem uma DIEFs; QUE algumas empresas havia até amovimentação de saída de mercadorias, mas não era recolhido ICMSsobre tais operações, deixando a empresa ficar inadimplente”(FRANCISCO NILTON)

59. A gerênca do CNPJ em questão era feita por WILLAMS, comorelatado por DEODATO, com auxilio de FRANCISCO NILTON, através dosdocumentos da mãe de WILLAMS, Sra. VERA LÚCIA LEITE DE MELO.

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60. As fraudes com a utilização deste CNPJ se deram por anos egeraram prejuízo ao fisco estadual no valor de R$ 12.426.485,88, cfr. extrato dadívida ativa anexo:

I – 4.F – DA EMPRESA FANTASMA COMERCIAL S e D – CNPJ10.953.671/0001-20

61. O uso da empresa em questão fora mencionado no item I.3. - A –DO “ARMAZÉM ECONÔMICO”.

I - 4. G – DA EMPRESA CONSTRUTORA GABRIELE LTDA – CNPJ10.875.123/0001-20

62. A empresa em questão, cujo sócio é DEODATO, também nãofora localizada pelo fisco, cfr. auto de infração 152736000010:

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63. Claro, pois, que se trata de mais uma empresa aberta apenas no“papel”, a pedido de MIRTDAMS JR.

64. A empresa em questão também gerou prejuízo ao fisco, no valorde R$ 640,00:

I – 4.H – DA EMPRESA FANTASMA CONSTRUTORA SILVA E SOUSA –CNPJ 10.875.123/0001-20

65. Esta é Outra empresa em nome de “DEODATO”, “laranja”utilizado por MIRTDAMS JR.

66. O fisco constatou que a empresa não existe:

67. A empresa, aberta em nome de DEODATO, a mando deMirtdams Jr, através do despachante NILTON, como prova o auto de infração,

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não existe. A informação falsa ao fisco compromete a credibilidade dasinformações fiscais, gerando prejuízo ao fisco.

68. Há lançamentos fiscais contra a empresa em questão, no valor deR$ 640,00, cfr. extrato de dívida ativa:

I – 4.I – DA EMPRESA FANTASMA GR COMERCIAL DEMERCADORIAS EM GERAL LTDA- ME – CNPJ 15.225.126/0001-31

69. A empresa em questão, cujo “sócio-administrador” é GILMARA,também não existe, conforme constatado pelo fisco:

70. Mesmo não existindo, “notas fiscais” de mercadorias foramdestinadas à empresa em questão nos anos de 2013 e 2014, quando já haviasido constatada sua inexistência, c f r . a u t o s 1515463002621-9;

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1515463002619-7; 1515463002618-9 e 1515463002620-0,transcrevemos o último:

71. Ouvida na fase investigatvia, GILMARA relatou quem a cooptoupara abrir as empresas fantasmas, bem assim, como se operava a fraude:

“QUE tem mais de dez anos que convive com a Família Mirtdams,quem inicialmente recrutou a interrogada para abrir asempresas foi o Misterdams Junior; QUE o Mirtdams Juniorpagava R$500,00(quinhentos reais) a R$1000,00 (mil reais) ainterrogada e para o outro sócio fantasma (…) QUE também oSenhor Willams recrutou a interrogada para abrir empresas,tendo viajado com o mesmo inúmeras vezes, sempre comobjetivo de criar empresas fantasmas em nome da interrogada e osócio fantasma, que não recorda o nome...QUE o pagamentopelo fornecimento de seus dados para criação da empresa,somente ocorria quando eles conseguiam trazer a mercadoriapara suas empresas em Campo Maior-PI; QUE um doscomércios que havia o descarregamento das mercadorias era oArmazém M Junior, localizada na Rua Pedro Teixeira, n° 145, emCampo Maior-PI, fotografia mostrada a interrogada, anexa nodepoimento, tendo a interrogada reconhecido como sendo a lojada fotografia anexa, a empresa de Willams q recebia asmercadorias encomendadas a empresas fantasmas era oArmazém Econômico, cuja foto foi mostrada e reconhecida peladeclarante como sendo estabelecimento localizado na RuaAntonino Freire, n° 201, em Campo Maior-PI; QUE o verdadeirodono do Armazém Econômico é Willams a pelo menos dez anos;

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QUE por várias vezes a interrogada presenciou veículosdescarregando mercadoria no comercio do Mistdams Junior”(fl.___)

72. Além do depoimento de GILMARA, outra prova que WILLAMStambém “gerenciava” o CNPJ 15.225.126/0001-31 é o e-mail trocado entre ocontador FRANCISCO NILTON (niltoncontador@hotmail) e W I L L A M S([email protected]), no qual FRANCISCO NILTON encaminha paraWILLAMS comprovação de cadastramento da empresa em questão no SIAT-WEB, sistema eletrônico da SEFAZ (e-mail datado de setembro de 2012 - doc.anexo):

73. As fraudes em questão, ocorridas nos exercícios de 2012; 2013 e2014, portanto, se deram por iniciativa de MIRTDAMS JR, que recrutouGILMARA, e WILLAMS que também usava o CNPJ da empresa “fantasma”para ludibriar o fisco quanto à cobrança de ICMS. Toda documentação forapreparada por FRANCISCO NILTON.

74. Os prejuízos ao fisco estadual restam plenamente provados (R$1.620.970,25) ante o extrato da dívida ativa da GR COMERCIAL DEMERCADORIAS EM GERAL:

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I - 4. J – DA EMPRESA FANTASMA JAILTON SOUSA BARROS E CIALTDA – CNPJ 23.318.414/0001-69

75. Os sócios da empresa em questão são JANAYRA e JAILTON,sendo este último “sócio administrador”. Diga-se que o referido “sócioadministrador” sequer sabia onde a aludida empresa se localizava:

“QUE não sabe onde ficava a empresa Jailton Sousa Barros & CIA Ltda.”

76. A empresa em questão era uma das muitas abertas em nome deJAILTON a pedido de MIRTDAMS JR, por FRANCISCO NILTON:

“QUE o interrogado lembra que na abertura da empresa JAILTON SOUSABARROS & CIA LTDA CNPJ Nº 233184140001-69 houve um problema naabertura da empresa, tendo em vista que o local que seria feita suaabertura era incompatível com o comercio atacadista e não foi aceitopelo chefe da Receita Estadual no local, pois havia um choque deendereços; QUE após a mudança do chefe da Receita Estadual emCampo Maior-PI a SEFAZ passou a ter mais critério na vistoria dos locaisonde ir iam ser implantadas as empresas, fato ocorrido háaproximadamente três anos atrás; QUE após a negativa da receita paracriação da referida empresa, o próprio JAILTON BARROS procurou ointerrogado para solucionar o empasse; QUE o interrogado acompanhouJAILTON até a SEFAZ de Campo Maior-PI e lá o chefe da Recita informouque Jailton também era devedor do fisco, em relação a três autos de

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infração; QUE nesta ocasião o gerente da SEFAZ justificou a não aberturada empresa, em razão do choque de endereços, tendo JAILTON justificadoo fato explicando que o endereço era grande mas divido em pequenospontos comercias; QUE a única vez que JAILTON foi tratar com ointerrogado fora está mencionada, sobre a empresa JAILTON SOUSABARROS & CIA LTDA, todas as demais empresas abertas por Jailton,foram feitas mediante a apresentação de documentos por MirtdamsJunior”

(FRANCISCO NILTON )

77. Reforçando a delação de FRANCISCO NILTON acerca do fatodo CNPJ em questão ser controlado por MIRTDAMS JR, há, também, provadocumental. De fato, em 22/09/2015, 13h02:

78. Modus operandi do uso da aludida empresa “fantasma” era omesmo já relatado em relação às demais empresas: as notas fiscais “destinadas” aesta empresa sequer eram registradas, como demonstram os autos de infração1515663000076-3 e 1515663000075-5. O fato criminoso gerou prejuízo deR$ 431.593,92 (vide extrato), tendo ocorrido em 2015. Transcreve-se o últimoauto de infração:

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I - 4. K – DA EMPRESA FANTASMA M. F. COM.ATA C A D I S TA D E P R O D . A L I M E N T Í C I O S LT D A – CNPJ06.981.326/0001-23 (L J COM ATACADISTA DE PROD ALIMENTICIOS LTDA ME)

79. A empresa em questão está em nome do “laranja” FRANCISCOAGNO, cuja profissão é “serviços gerais”, estando atualmente desempregado.FRANCISCO AGNO fora cooptado por DEODATO para ceder seus documentosa MIRTDAMS JR, cfr. sua declaração à fls.:

“QUE no encontro com DEODATO este sabendo que o declaranteestava desempregado propôs ao mesmo um emprego, oportunidadeem que pediu toda sua documentação para a assinatura da carteira,com a participação do MIRTDAMS JUNIOR (…)QUE depois da divergências procurou novamente o MIRTDAMSJUNIOR e este deu-lhe R$ 300,00, para que ficasse caladosobre o assunto; QUE no dia que foi em Teresina – PI, juntamentecom o DEODATO foram até a casa de um contador, pessoa estaque o declarante reconhece como sendo o Sr. NILTON, cujafotografia se encontra acostada aos autos, estando este vestindocamisa listrada; QUE a casa do Sr. NILTON, contador, fica numa ruado Bairro Cabral, a ultima casa da rua, e com um arvore mangueirana frente; QUE a entrada é por portão existente na lateral da casa,numa espécie de muro, e dali para uma porta lateral feito de metal;QUE nessa oportunidade a MARIA GLEICIANE tambémacompanhava, e nesta oportunidade tomou conhecimento que naverdade os dois, caracterizados como um casal, iriam substituir umcasal sócios em uma empresa; Q U E feita essa comunicação,DEODATO e o contador NILTON, recolheram os documentos do

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declarante e de MARIA GLEICIANE e pediram que saíssem edepois fecharam a porta e ficaram sozinho do recinto”

80. DEODATO admite que cooptou FRANCISCO AGNO e outraspessoas na casa de GLEICIANE, a pedido de MIRTDAMS JR para abrirempresas fantasmas:

“QUE realmente solicitou a Maira Gleiciane que estafornecesse sua documentação para criação de empresasfantasmas para o grupo de Mistdams Junior e irmãos;QUE não recorda perfeitamente, mas acha que quemsolicitou a documentação foi o Mistdams Junior; QUE ointerrogado recebia pelo fornecimento de seus documentose terceiros que seriam seus sócios fantasmas, o valor deR$2.000,00 (dois mil reais), sendo que o interrogado passaR$500,00 (quinhentos reais) aos sócios fantasmas; QUEadmite também que conseguiu os documentos do FranciscoAgno e entre quatro ou cinco pessoas da casa de Gleiciane;QUE lembra ter conseguido os documentos de Rodrigo eNathalia para servirem de laranja para Willams, secomprometendo trazer no prazo de 15 dias as copias deidentidade dos referidos laranjas; QUE admite também queconseguiu os documentos do Francisco Agno e entrequatro ou cinco pessoas da casa de Gleiciane”

81. Nos autos, consta auto de infração nº 1527363000011, decorrented a não localização da empresa no endereço declarado à Receita Estadual,prova clara de que a empresa em questão não existia de fato! Eis o auto:

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82. A fraude em questão, se perpetrou por anos, usando osdocumento cedidos por FRANCISCO AGNO, cooptado por DEODATO, amando de MIRTDAMS JR, com auxílio de FRANCISCO NILTON e gerou aofisco estadual prejuízo superior a R$ 50.000,00, cfr. extrado da dívida ativa:

I - 4. L – DA EMPRESA FANTASMA M. R. ALIMENTOSLTDA – ME – CNPJ 15.337.100/0001-85

83. A empresa citada não fora localizada pelo fisco estadual, cfr. autode infração 1527363000002, decorrente de diliência:

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84. Tal prova deixa claro que a empresa em questão era “fantasma”,ou seja, não existia de fato. Mesmo não existindo, várias notas fiscais continhama informação falsa de destinação a tal estabelecimento, como provado pelos autosde infração 1515463002635-9 e 1515463002634-0, todos referentes a operaçõesde “venda” posteriores à constatação de inexistência da empresa (posteriores ajaneiro de 2013). Trascreve-se o último auto de infração:

85. GILMARA admitiu que cedera seus documentos a MIRTDAMSJR e WILLAMS para abrir empresas fantasmas em seu nome. Mais: relatou queas mercadorias, cujas notas fiscais era destinadas às suas empresas, em verdade,eram levadas para os empreendimentos de WILLAMS e MIRTDAMS JR:

“QUE tem mais de dez anos que convive com a FamíliaMirtdams, quem inicialmente recrutou a interrogadapara abrir as empresas foi o Misterdams Junior; QUEo Mirtdams Junior pagava R$500,00(quinhentosreais) a R$1000,00 (mil reais) a interrogada e para ooutro sócio fantasma (...); QUE também o SenhorWillams recrutou a interrogada para abrir empresas,tendo viajado com o mesmo inúmeras vezes,sempre com objetivo de criar empresas fantasmasem nome da interrogada e o sócio fantasma, quenão recorda o nome; QUE entre as viagens ocorridas,a interrogada foi a Bahia e Pernambuco; QUE opagamento pelo fornecimento de seus dados paracriação da empresa, somente ocorria quando eles

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conseguiam trazer a mercadoria para suas empresasem Campo Maior-PI; QUE os pedidos de mercadoriaseram feitos para as empresas fantasmas aosfornecedores, mas os acusados Willams e MistdamsJr levavam as mercadorias direto para seuscomércios em Campo Maior-PI; QUE um doscomércios que havia o descarregamento dasmercadorias era o Armazém M Junior, localizada naRua Pedro Teixeira, n° 145, em Campo Maior-PI,fotografia mostrada a interrogada, anexa no depoimento,tendo a interrogada reconhecido como sendo a loja dafotografia anexa, a empresa de Willams q recebia asmercadorias encomendadas a empresas fantasmasera o Armazém Econômico, cuja foto foi mostrada er e c o n h e c i d a p e l a d e c l a r a n t e c o m o s e n d oestabelecimento localizado na Rua Antonino Freire, n°201, em Campo Maior-PI”

86. As fraudes em questão foram perpetradas por anos, em benefícioe sob o comando de WILLAMS e MIRTDAMS JR, com “apoio técnico” deFRANCISCO NILTON. O crime gerou prejuízo aos cofres públicos em valorsuperior a R$ 700.000,00, como prova o extrado da dívida ativa da SEFAZ:

I -4. M – DA EMPRESA FANTASMA S. RIBEIRO E CIA

LTDA.

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87. A empresa em questão, cujas “sócias” são LUANA e SABRINAfora uma das mais utilizadas pela organização criminosa, gerando débitos ao fiscoem valor superior a R$ 47 milhões de reais, cfr. extrado de dívida ativa anexo:

88. Em diligência fiscal realizada em 2013, a Receita Estadual nãolocalizou a empresa funcionando, cfr. auto de infração 1527363000008 que setranscreve:

89. Mesmo após a data da diligência que constatou o nãofuncionamento da empresa (janeiro de 2013), várias notas fiscais foram emitidasà empresa, como prova o auto de infração 1615363001399:

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90. Em diligência policial (fls. 74/77 – IP 6317-14.2017 ANEXO)constatou-se que o ponto comercial onde “funcionava” a empresa, era locado deseu proprietário, Sr. ROMULO (vide contrato às fls. 47). Ouvido pela polícia, oSr. ROMULO deixa bem claro quem levou SABRINA para assinar o contrato,bem assim, quem pagava, em dinheiro o aluguel todos os meses:

“Que é proprietário de vários pontos de aluguel, dentre eles umponto comercial na Antonino Freire, 126, nesta cidade, o qual foialugado para Sr. WILLAMS LEITE DE MELO, o qual pediu paracolocar o nome da SABRINA RIBEIRO PEREIRA, que andavacom WILLAMS, no momento da efetivação do contrato, emnovembro de 2013; Que de fato era WILLAMS quem honrava opagamento dos alugueis, iss por aproximadamente um ano e seusmeses; QUE WILLAMS entregava em pagamento em espécie para odepoente”

(FLS. 81/82 do IP 6217-14.2017 - GN)

91. Localizado, pela polícia, o pai de LUANA, pedreiro e agricultor,fora categórico em dizer que sua filha nunca fora empresária ou mesmotrabalhara em qualquer comércio de Campo Maior:

“Que é genitor da LUANA CAMELO DE SOUSA, por issosabe informar que ela nunca foi empresária, nem trabalhouem qualquer comércio em Campo Maior; QUE LUANA nuncageriu qualquer empresa em Campo Maior – PI; QUE LUANA

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teve um único trabalho em Campo Maior – PI: no ponto devenda de peixe do depoente” (fls.78-80)

92. Em seguida, a própria LUANA fora localizada, tendo declaradoquem a cooptou:

“QUE em meados dde 2013, o MIRTDAMS JR convidou a depoentee a senhora SABRINA RIBEIRO PERERIA para que ambasemprestassem sesu nomes para que ele comprasse sacas de arrozpara sua revenda na cidade de Campo Maior no armazém M.JUNIOR; Que o MIRTDAMS JUNIOR trouxe a depoente e aSABRINA para a cidade de Teresina com esse objetivo de aberturasde empresa...; Que tudo foi feito sob promessa de pagamento daquantia de R$ 1.000,00 reais para a depoente e R$ 1.000,00 para asenhora SABRINA...: QUE MIRTDAMS JUNIOR pagou a quantiade R$ 500,00 e dois meses depois mandou o restante do dinheiro naconta poupança da depoente na Caixa Econômica federal...;QUEele (MIRTAMS JUNIOR) confessou que tinha aberto a empresamas que iria das baixa, tendo alegado que a mesma não estava emoperação, por issio a depoente estranha este valor cobrado detributo” (FLS. 103)

93. SABRINA, ao ser localizada pela polícia no Estado da Bahia,também realtou que cedera seus documentos a MIRTDAMS JR:

“Que a interrogada trabalhava com o MIRTDAMS JUNIOR naempresa dele, como conferente de mercadoria, entrada e saída doEstoque; Que recebia um salário minimo, mas sempre de formaparcelada; QUE morava de aluguel, e dividia uma casa com suacolega LUANA... Que então comunicou ao JUNIOR que iria emborae ele fez uma proposta para a interrogada, ou seja, ele daria R$1.000,00 (mil reais) para que a interrogada assinasse uns papeispara abrir empresas, como sócia, isso porque o nome deles estavasujo e ele iria usar para comprar pequenas coisas ali na cidade

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mesmo; QUE ele propôs também que a LUANA assinasse comooutra sócia e ela receberia também mil reais, isso porque ela estavaindo para Belém-PA; QUE em virtude da necessidade do dinheiro ainterroganda assinou uns papeis que o Junior mesmoprovidenciou...”

(fls. 84 do IP 6317-14-2017)

94. Bom ressaltar que o uso de LUANA e SABRINA como“laranjas” de MIRTDAMS JR também resta provado através do e-mail trocadoentre FRANCISCO NILTON ([email protected]) e MIRTDAMS JR. (e-maildo destinatário: [email protected]). Em e-mail datado de 13/11/2013, às06h26, NILTON envia outro contrato social, com o nome de outra empresa, paraM. Junior, cujas sócias seriam justamente LUANA e SABRINA:

95. Diga-se que LUANA, quando de sua colaboração premiada,cedera à polícia áudio que lhe foi enviado por SABRINA, que por sua vez tinharecebido de MIRTDAMS JR, no qual ele, além de cooptá-la ao silêncio e àmentira (declarar que a empresa havia sido aberta a pedido de seu falecido pai –tema que será tratado em tópico específico desta peça acusatória), prometendopagar o valor correspondente ao bolsa família, além de outras “ajudas”, admiteque usava a empresa para “tirar notas” para os amigos:

Mirtdams Junior: Sabrina, nem um momento eu deixei, falei que

deixei de ajudar, nem um momento eu num tô sabendo de nada,

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liguei pra você semana passada. E aí, alguma coisa? e outra, eu

num tava sabendo de nada. Primeiro lugar, eu jamais vou deixar

você se ferrar, nem Luana, entendeu. Eu tô aqui a qualquer

momento que precisar de mim, você sabe muito bem disso,

entendeu. Você nunca me pediu nada, ela me pediu nada, nem ligar

pra mim ela num ligou pra mim não, nem um momento a Luana

ligou pra mim nem nada não. Por que que eu vou deixar na mão

ela? Entendeu. Agora ela não tem direito de sair do Rio Grande do

Sul pra ir depor em lugar nenhum nem nada não. Ela podia ser

ouvida em qualquer lugar do Brasil, qualquer lugar do Brasil, agora

se ela foi fazer esse tpo de coisa pra querer se amostrar alguma

coisa jamais, e outra eu não comprei, eu comprei mercadoria

(inaudível) pra outras pessoas, foi o papai que usou, o Wilam que

usou, todas... beleza, beleza, tá bom... A culpa tá caindo só pro

meu lado, a bagaceira tá caindo só pro meu lado, entendeu. Agora

num adianta nada você tá falando isso, que eu tô querendo enganar

não, eu tô ferrado do mesmo jeitm, eu tô pior de que você, ferrado.

96. Em resposta, SABRINA admite que cedeu seus documentos paraMIRTDAMS JR abrir uma empresa, utilizando-a como interposta pessoa(“laranja”):

Sabrina: Se foi o Wilam, se foi seu neguim, se foi você que

usou eu não sei. Eu sei que a frma foi aberta pra você.

Então se você deu pra outras pessoas o problema foi seu.

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O meu compromisso era com você, você tnha um

compromisso comigo, entendeu, o seu acerto foi comigo, e

eu sempre deixei muito bem claro pra você: 'Junior ó o que

você vai fazer?' e você sempre falou que 'não, você ia usar

ela corretamente' e como você deixa uma dívida dessa nas

nossas costa! Só se eu roubar o Banco Central do Brasil pra

conseguir pagar.

(AUDIO– degravação anexa)

97. Em outro áudio, desta vez destinado a LUANA, MIRTDAMS JRtorna a admitir que “usava” a empresa e, mais uma vez, aponta seu irmãoWILLAMS como outro utilizador da empresa:

Mirtdams Junior: (...)E cuidado com esse teu telefone

aí, entendeu, eles podem até tomar teu telefone,

cuidado, entendeu. Vai com o Gilberto, entendeu. Tenta

falar com o Gilberto aí, não marca para amanhã não,

diz que não pode ir amanhã. Tem orientação com o

Gilberto que só pode ir na segunda-feira ou terça-feira

da Semana Santa, entendeu. E tu abriu pra Sabrina, tu

abriu pra Sabrina, tu num foi pra mim nem nada.

Lógico que é até verdade mesmo, não foi pra mim, foi

pra Sabrina, que a Sabrina que pediu pra você e tudo. E

a Sabrina abriu foi pro papai realmente e a Sabrina

abriu pro papai, o papai usou, eu usei, entendeu. O

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Wilam usou, entendeu. E aí, foi exatamente isso aí,

entendeu. Por favor ajeita esse negócio aí, entendeu.

Fala, entendeu, o papai já faleceu e tudo, entendeu.

(grifo nosso – ÁUDIO xxx – DEGRAVAÇÃO ANEXA).

98. O afã de criar a empresa “fantasma” em questão o mais rápidopossível e com o menor custo era tamanho, que os acusados MIRTDAMS JR eWILLAMS fraudaram até mesmo a inscrição da OAB do advogado quesubscreve o contrato social de fls. 94/95 do IP 6317-14-2017. Ali consta comoadvogado o Sr. JOAQUIM B NETO, OAB 1683-PB. Ocorre que em consulta aocadastro nacional de advogados, a inscrição mencionada corresponde a outroprofissional:

99. Os delitos em questão, ocorridos nos anos de 2014 e 2015, quelesaram tão gravemente o fisco estadual, fora claramente perpetrado sobdomínio intelectual e em proveito dos acusados MIRTDAMS JR e WILLAMS,que utilizaram os documentos cedidos, mediante pagamento, de SABRINA e

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LUANA. O acusado FRANCISCO NILTON participara do delito, na medida queconfeccionou o contratol social e procedeu ao registro de empresa que sabia serfalsa.

I -4. N – DA EMPRESA FANTASMA TC COMÉRCIO DEALIMENTOS

100. A empresa em questão deve ao fisco Estadual mais de doismilhões de reais, cfr. extrato da dívida ativa fornecido pela SEFAZ:

101. A “sócia-administradora” da referida empresa, Sra. MARIAGLECIANE, pessoa sem profissão remunerada (do lar), declarou que foracooptada por DEODATO para ceder seus documentos a MIRTDAMS JR, com ofito de abrir empresas:

“QUE há pouco mais três conheceu o individuo de nome DEODATO,na ocasião em que da declarante tinha sofrido um acidenteautomobilístico, tendo o mesmo ajudado no sentido fazer o transportede seu doente para tratamento; QUE após tais fatos a declarantepassou a cultivar uma amizade com DEODATO, que trabalhava naépoca no grupo MIRTDAMS JUNIOR, em campo Maior, tendo emrazão disso o DEODATO lhe solicitado que fornecesse toda asua documentação pessoal para criar uma empresa junto aogrupo MIRTDAMS, encabeçado MIRTDAMS JUNIOR”

(MARIA GLEICIANE )

102. Em diligência fiscal, a SEFAZ não localizou a empresafuncionando no endereço de registro, cfr. prova o auto de infração nº :

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103. Mesmo “não existindo”, a empresa criada sob determinação deMIRTDAMS JR, fora usada pela organização criminosa como destinatária denotas fiscais nos anos de 2013 e 2014. De fato, várias notas fiscais foram tiradastendo como destinatária a empresa fantasma TC COMÉRCIO DE ALIMENTOS.

104. Como a empresa em questão era “descartável”, os gestores daorganização criminosa não se importavam em dar a mínima aparência deregularidade fiscal, deixando de comunicar das DIEFs a entrada das mercadoriasque outras empresas declararam vender para si. Prova disto, são os autos deinfração 1515463002629-4; 1515463002630-8 e 1515463002631-6 queconstataram o não resgistro de notas de entrada em 2013 e 2014. Transcreve-se oúltimo alto de infração, referente a 2014 (quando o fisco já havia constatado suainexistência):

105. A fraude em questão fora perpetrada mediante a cessãovoluntária dos documentos de GLEICIANE, cooptada por DEODATO, a mando

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de MIRTDAMS JR. A organização da documentação para criação da empresafora feita através do contador NILTON.

I -4. O – DA EMPRESA FANTASMA SOUZA E PAZCOMÉRCIO DE ALIMENTOS

106. Esta é outra empresa cuja sócia-administradora é MARIAGLEICIANE, que não possui atividade laboral remunerada (do lar). Como játranscrito no item anterior, MARIA GLEICIANE fora cooptada por DEDOATOpara atuar como interposta pessoa de MIRTDAMS JR (vide depoimentos de fls.de GLEICIANE e DEODATO).

107. A empresa em questão sonegou mais de quatro milhões de reais,cfr. extrato da dívida ativa anexo:

108. Este “empreendimento” era outro CNPJ “descartável”, pelo queos gestores da organização criminosa não se importavam em dar a mínimaaparência de regularidade fiscal, deixando de comunicar das DIEFs a entrada dasmercadorias que outras empresas declararam vender para si. Prova disto, são osa u t o s d e i n f r a ç ã o 1515463002563-8; 1515463002562-0;1515463002568-9 e 1515463002566-2 que constataram o não resgistro denotas de entrada em 2013 e 2014. Transcreve-se o último alto de infração,referente a 2014:

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I-5 – DO CRIME FISCAL PERPETRADO POR JOÃOCANUTO DE MELO NETO

109. Afora os crimes perpetrados através das empresas “fantasmas”,beneficiando o ARMAZÉM ECONÔMICO, ARMAZÉM M. JUNIOR e outrasempresas, as investigações também descobriram crime fiscal praticado por JOÃOCANUTO DE MELO NETO, através da empresa constituída em seu próprionome: JOÃO CANUTO DE MELO NETO – ME, 14.912.028/0001-00, nome defantasia COMERCIAL CANUTO.

110. De fato, em novembro e dezembro de 2012 e entre janeiro eabril de 2013, o acusado, através da empresa em questão, omitiu a entrada demercadorias em sua empresa, constituindo “estoque paralelo”. O estoque paralelopermite a saída de mercadorias posteriores, sem o pagamento de ICMS. O fatofora constatado pelos autos de infração 1527363000315 e 1527363000316(docs. anexos). Transcreve-se a narrativa fática deste último:

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111. Ademais, entre fevereiro e dezembro de 2012 e janeiro e abrilde 2013, o acusado em questão, através da empresa citada, omitiu a saída demercadorias, pelo que não recolheu o ICMS correlativo. Os fatos em questãoforam objetos dos autos de infração 1527363000314 e 1527363000312,anexos. Transcreve-se este último:

112. Tais crimes geraram prejuízo ao fisco no valor superior a R$260.000,00, como prova o extrato da dívida ativa anexa.

I-6 – DOS ATOS DE OCULTAÇÃO DE PATRIMÔNIO DE USO PESSOALDE MIRTDAMS ALENCAR DE MELO JUNIOR

113. Com o fito de não despertar suspeitas do fisco e das autoridadepoliciais, MIRTDAMS JR possuía patrimônio em nome de terceiros, quecolaboraram para ocultá-lo:

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114 – A → JEEP/COMPASS LONGITUDE D, ANO 2016/2017,placas PIR 1958, admiquirito da concessionária UNITED, em nome de ALINELARISSE BRITO DE SOUSA, CPF 027.365.803-46, domiciliada à Qd. 36, casa1, Setor A, Mocambinho I. O referito veículo estava em nome de ALINE, pessoaque ganha R$ 3.000,0 por mês, salário completamente incompatível com o valordo veículo (superior a R$ 100.000,00). Diga-se que o carro se encontrava empoder de MIRDAMS JR, quando de sua apreensão. Mais: o endereço declaradojunto ao DETRAN não é o endereço de ALINE, mas o de MIRTDAMS JR, emCampo Maior (vide relatório de fls. 600/601 do IP 3875-75.2017). E como provacabal de que ALINE era mera “laranja” de MIRTDAMS JR, as assinaturas danegociação de compra do refeido veículo com a concessionária UNITED sãotodas de MIRTDAMS JR! (DOCS. ANEXOS a esta denúncia)

114 B → JEEP/RENEGADE LNGTD AT, placas PIJ 1206, ano2015/2016. O veículo em questão fora repassado à concessionária UNITED nacompra do veículo mencionado. Assim como o veículo COMPASS, este carrotambém estava em nome de ALINE, mas o endereço dado ao DETRAN era o deMIRTDAM JR, em Campo Maior – PI. Noutro ponto, quem tratou da “venda”deste veículo também fora MIRTDAMS JR. Mais: o endereço declarado junto aoDETRAN não é o endereço de ALINE, mas o de MIRTDAMS JR, em CampoMaior. E como prova cabal de que ALINE era mera “laranja” de MIRTDAMS JR,as assinaturas da negociação de venda do refeido veículo (dado de entrada noveículo COMPASS com a concessionária UNITED) são todas de MIRTDAMSJR! (DOCS. ANEXOS a esta denúncia).

114 C → Também o veículo FORD CARGO 2429 L, placas ODW3698-PI, utilizado por MIRTDAMS JR comericalmente, está no nome de ALINE,que, como admitido pela própria ALINE, não possuía condições sócio-econômicas de obtê-lo;

114 D → FIAT TORO VOLCANO AT D4, placas PIX-6991,adquirido em 22/020/2017, de uso diário de MIRTDANS JR, embora esteja emnome de uma tia sua: FERNANDA CRISTINA LEI AZEVEDO MACEDO,professora da rede estadual (salário de R$ 3.000,00 – fl. 818). O veículo emquestão fora registrado por policiais sendo utilizado diariamente por

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MIRTDAMS JR (vide relatório policia de fls. 602). Ademais, quando da prisãodo acusado MIRTDAMS JR, o veículo estava em sua posse, sendo indicativoclaro de que o bem era, de fato, do denunciado em questão. Convém relatar queALINE mencionou em depoimento policial que MIRTDAMS JR possuía umFIAT TORO (fl. 850).

114 E → JOÃO CANUTO: um dos caminhões que constam em seunome é, na verdade, de MIRTDAMS JR (fls. 225 - IP 6317-14.2017.

114 F → Quando de sua prisão, em Jericoacoara, o acusadoMIRTDAMS JR estava na posse de cartões de movimentação bancária deÉRICA, FRANCISCA BRITO e ALINE, sem que tais pessoas estivesssem nolocal (mesma cidade), denotando se tratar de manobra para ocultar o verdadeirogestor de tais contas bancárias (vide fls. 779). Também há um cartão em nome deRAMON, porém deixa-se de denunciá-lo por não se saber se anuiu à cessão deseu cartão para o acusado MIRTDAMS JR ou se este usou seu nome, semconsentimento, para abrir tais contas bancárias.

I-7 – DAS OBSTRUÇÕES ÀS INVESTIGAÇÕES CRIMINAISPERPETRADA POR MIRDAMS JUNIOR

115. MIRTDAMS JÚNIOR tentou “comprar” o silêncio e a verdadede LUANA.

116. De fato, em áudio transmitido via aplicativo de whatasappMIRTDAMS pede para SABRINA “mentir” acerca de quem teria pedido paraabrir a empresa fantasma S. RIBEIRO E CIA LTDA. A estratégia do acusadoera induzir a ré colaboradora a mentir em seu interrogatório para colocar toda aculpa sobre os ombros de seu pai, MIRTDAMS, já felecido:

Mirtdams Junior: Eu já falei pra ela, falei aqui pra ela

aqui Luana o que você precisar quer (inaudível)

passagem eu pago, ela perdeu seguro desemprego, eu

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pago pra você num tem nenhum problema não, eu

boto de dinheiro pra você, eu ajudo você num tem

nenhum problema não, agora eu só num quero que

você me ferre nem nada. Diga que foi o seu Mirtdams

que deu tudo pro seu Mirtdams, entendeu. Porque vai

me aliviar, vai aliviar ela, num vai ter nenhum

problema, porque o seu Mirtdams morreu, entendeu.

Só quero que ela diga isso e pronto, que quem fez tudo

foi Seu Mirtdams, e que ela num sabe de nada e jogue

pra cima de t, que tu vai saber resolver, entendeu. Diz

que tu não sabia de nada, que tu só fez só assinar pra

t. Conversa com ela, que você tem um diálogo entre

vocês dois, entendeu, entre vocês duas quer dizer. Vê

por mim, por favor me ajuda nessa situação aí.

117. Noutro ponto, DEODATO admitiu em sua colaboraçãopremiada que mentiu nos autos de investigação anterior:

“QUE em outra oportunidade prestou um depoimento aPolícia, em fevereiro de 2016, nos autos do IPL008.353/DECCOTERC/2014, mentiu a pedido de MistdamsJunior, no sentido de que realmente teria aberto a empresa eesta teria falido; que na verdade nunca operou a empresa,ela de fato sempre foi operada por Willams”

II – DOS TIPOS LEGAIS APLICÁVEIS

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118. Os fatos narrados no item I.1, qual seja, a associação dosdenunciados MIRTDAMS JUNIOR; WILLIAMS LEITE; JOÃO CANUTONETO; VERA LÚCIA LEITE; GILMARA VEIRA; DEODATO NETO;JAILTON BARROS; ANTONIA SANDRA; FRANCISCO AGNO; LUANACAMELOÇ SABRINA RIBEIRO; MARIA GLEICIANE; JANAYRA SANTOS;MARIA DOS HUMILDES GOMES; FRANCISCO NILTON BARROS; ALINESOUZA BRITO, FERNANDA (XXX); FRANSICA BRITO; ÉRICA ELLENpara perpetrar crimes contra a ordem tributária e ocultação (dissimulação) depatrimônio, por anos a fio, importam em crime previsto no § 1o., do art. 1o., da Lei12.850 de 2013:

§ 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4(quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada ecaracterizada pela divisão de tarefas, a i n d a q u einformalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente,vantagem de qualquer natureza, mediante a prática deinfrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4(quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.

Art. 2O Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmenteou por interposta pessoa, organização criminosa:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízodas penas correspondentes às demais infrações penaispraticadas.

119. Resta claro que MIRTDAMS JUNIOR e WILLAMS LEITEexerciam a liderança da organização criminosa, pelo que deve ser-lhes aplicada aagravante do art. 2o., § 3o., da citada Lei:

§ 3o A pena é agravada para quem exerce o comando, individualou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratiquepessoalmente atos de execução.

120. As condutas que ensejaram os autos de infração anexos,referentes às condutas descritas nos itens I.3.A (vide parágrafo 22); I.3.C (videparágrafo 34); I.4.A; I.4.B (vide parágrafo 40); I.4.C (vide parágrafo 49); I.4.D(vide parágrafo 54); I.4.E (vide parágrafo 57); I.4.F; I.4.I (vide parágrado 70);

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I.4.J (vide parágrafo 78); I.4.L (vide parágrafo 84); I.4.M (vide parágrafo 89);I.4.N (vide parágrafo 104); I.4.O (vide parágrafo 108) e I.5 (vide parágrafos 110 e111) importam em crimes contra a ordem tributária, especialmente, a constituiçãode “estoque paralelo”, ou seja, omissão de registro de notas fiscais de entrada esaída, que importam em supressão total do ICMS devido. Bom ressaltar que asfraudes foram cometidas em exercícios fiscais distintos, de modo que a cada novoexercício há configuração de novo delito.

121. A própria emissão de nota fiscal em nome de empresa que nãoera a destinatária real das mercadorias é falsidade ideológica tributária, tipicifadaem Lei (inciso III).

122. Eis a clara dicção da Lei:

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzirtributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:

I - omitir informação, ou prestar declaração falsa àsautoridades fazendárias;

III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota devenda, ou qualquer outro documento relativo à operaçãotributável;

123. Destes crimes fiscais, alguns ultrapassaram o marco de ummilhão de reais! Foram os fatos narrados nos itens I.3.A; I.3.C; I.4.B; I.4.C;I.4.E; I.4.F; I.4.I; I.4.M; I.4.N e I.4.O. Para tais delitos, deve-se aplicar amajorante do art. 12, da Lei 8.137 de 1990:

Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço)até a metade as penas previstas nos arts. 1°, 2° e 4° a 7°:

I - ocasionar grave dano à coletividade;

124. De se dizer, também, que a criação das empresas “fantasmas”permite a ocultação dos reais proprietários dos empreendimentos, como descritonos itens I.3.A, I.3.B e I.3.C, de modo a salvaguardá-los de eventual persecução

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penal e de qualquer atuação estatal no sentido de reaver os ativos advindos decrime (sonegação). As operações ali descritas permitem a ocultação dos crimestributários, imiscuindo dinheiro decorrente da sonegação fiscal com a atividadescomerciais. O fato importa em realização do tipo previsto no art. 1O, , da Lei9.613 de 1998:

Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação oupropriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infraçãopenal.

Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.

125. Outra conduta que impede a não localização dos reaisproprietários de bens advindos de ilícitos, é a abertura de empresas “fantasmas”,como descrito nos itens I.4: como as empresas não fucionavam de fato, osagentes beneficiados com a fraude fiscal (gestores das empresas reaisdestinatárias das mercadorias, cujo tributo recaiu sobre a empresa “fantasma”)ainda estão ocultos, impedindo sua responsabilização penal. Evidente, pois,que os atos descritos no item 1.4 também importam no tipo do art. 1o, da Lei9.613 de 1998.

126. Da mesma feita, as condutas narradas no item I.6, quais sejamcolocar o patrimônio pessoal em nome de terceiros, é claro ato de ocultação depatrimônio, com o fito de resguardá-lo da atuação estatal e impedir a localizaçãoda atividade criminosa anterior (sonegação fiscal). Diga-se que cada bemcolocado em nome de terceiro constitui um crime autônomo do art. 1o., da Lei9.613 de 1998.

127. Também respondem pelo crime de lavagem de ativos, JOÃOCANUTO DE MELO NETO, eis que realizou saque em conta bancária naempresa usada na lavagem (C & G ALIMENTOS), além de ter recebidomercadorias para WILLAMS, sem recolhimento de impostos, auxiliando namovimentação e circulação dos ativos contaminados pelo ilícito, coforme narradono item I.3.B.

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128. As condutas descritas nos itens I.4.G e I.4.H, referente àconstrutoras “fantasmas” em nome de DEODATO, fato determinado porMIRTDAMS JR e executado por FRANCISCO NILTON, não importaram emcrime fiscal (não houve sonegação de tributos). No entanto, resta evidente arealização do tipo do art. 299, do CP:

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração quedele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa oudiversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criarobrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento épúblico, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento éparticular

129. Por fim, as investidas de MIRTDAMS JR sobre SABRINA eLUANA para que mintam a respeito da organiação criminosa, bem assim aintervenção sobre DEODATO, quando de seu depoimento no IPL008.353/DECCOTERC/2014,que buscava descortinar atos da organizaçãocriminosa, importa em realização do tipo penal previsto no § 1o, do art. 2o., da Lei12.850 de 2013:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízodas penas correspondentes às demais infrações penaispraticadas.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquerforma, embaraça a investigação de infração penal que envolvaorganização criminosa.

DO PEDIDO

130. Diante da fundamentação supra, a Justiça Públicarequer:

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A - que seja levantado o sigilo sobre todos osdocumentos que compõe a presente denúncia;

B- que os réus sejam citados pessoalmente paraapresentarem defesa escrita, no prazo de dez dias;

C - que a presente seja recebida, com a designação deaudiência una de instrução, na forma do art. 400, do CPP,com as alteração dadas pela Lei 11. 719/2008.

D - Ao fim, que sejam os réus condenados, na forma quese segue:

D.1 - MIRTDAMS ALENCAR DE MELOJUNIOR, às penas do art. 2o., com a majorante do § 3o., da Lei12.850 de 2013; art. 1o., da Lei 8.137 de 1990 (30 vezes, em 11 sendoaplicada a majorante do art. 12, inciso I); art. 1o., da Lei 9.613 de 1998(21 vezes); art. 299, CP (2 vezes) e § 1o, do art. 2o., da Lei 12.850de 2013, bem assim, condenado ao ressarcimento integral dodano causado, na forma do art. 387, IV, do CPP: R$178.319.569,02;

D.2 - WILLIAMS LEITE DE MELO, às penas doart. 2o., com a majorante do § 3o., da Lei 12.850 de 2013-07, art. 1o.,da Lei 8.137 de 1990 (18 vezes, em 4 sendo aplicada a majorante do art.12, inciso I); art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (6 vezes), bem assim,condenado ao ressarcimento integral do dano causado, naforma do art. 387, IV, do CPP: R$ 123.656.488,86);

D.3 JOÃO CANUTO DE MELO NETO, às penasdo art. 2o., da Lei 12.850 de 2013-07; art. 1o., da Lei 8.137 de 1990 (2vezes); art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (2 vezes), bem assim aoressarcimento do causado ao erário, no valor de R$ 266.631,17, na formado art. 387, IV, do CPP;

D.4 VERA LUCIA LEITE DE MELO, às penas doart. 2o., da Lei 12.850 de 2013-07; art. 1o., da Lei 8.137 de 1990 (8

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vezes, em três sendo aplicável a majorante do art. 12, inciso I, da mesmaLei); art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (3 vezes), bem assim aoressarcimento do causado ao erário, no valor de R$ 121.301.226,23, naforma do art. 387, IV, do CPP;

D.5 GILMARA MORAES VIEIRA, às penas doart. 2o., da Lei 12.850 de 2013-07; art. 1o., da Lei 8.137 de 1990 (4vezes, em três sendo aplicável a majorante do art. 12, inciso I, da mesmaLei); art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (3 vezes), bem assim aoressarcimento do causado ao erário, no valor de R$ 2.355.262,63 naforma do art. 387, IV, do CPP;

D.6 DEODATO RODRIGUES DE SOUSA NETO,às penas do art. 2o., da Lei 12.850 de 2013-07; art. 1o., da Lei 8.137 de1990 (17 vezes, em cinco vezes sendo aplicável a majorante do art. 12,inciso I, da mesma Lei); art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (7 vezes), bemassim ao ressarcimento do causado ao erário, no valor de R$7.024.577,44 na forma do art. 387, IV, do CPP;

D.7 JAILTON SOUSA BARROS, às penas do art.2o., da Lei 12.850 de 2013-07; art. 1o., da Lei 8.137 de 1990 (7 vezes,em 2 vezes sendo aplicável a majorante do art. 12, inciso I, da mesmaLei); art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (3 vezes), bem assim aoressarcimento do causado ao erário, no valor de R$ 16.909.806,52 naforma do art. 387, IV, do CPP;

D.8 ANTONIA SANDRA SOUSA SILVAàs penasdo art. 2o., da Lei 12.850 de 2013-07; art. 1o., da Lei 8.137 de 1990 (5vezes, sendo aplicável a majorante do art. 12, inciso I, da mesma Lei);art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (1 vez), bem assim ao ressarcimento docausado ao erário, no valor de R$ 29.000.000,00 , na forma do art. 387,IV, do CPP;

D.9 F R A N C I S C O A G N O D A R O C H ABARBOSA,às penas do art. 2o., da Lei 12.850 de 2013-07; art. 1o.,da Lei 8.137 de 1990 (4 vezes); art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (1 vez),bem assim ao ressarcimento do causado ao erário, no valor de R$751.721,38, na forma do art. 387, IV, do CPP;

D.10 LUANA CAMELO DE SOUSA, às penas do art. 2o., da Lei 12.850de 2013-07; art. 1o., da Lei 8.137 de 1990 (2 vezes, sendo aplicável a

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majorante do art. 12, inciso I, da mesma Lei); art. 1o., da Lei 9.613 de 1998(1 vez), bem assim ao ressarcimento do causado ao erário, no valor de R$747.153.788,98, na forma do art. 387, IV, do CPP;

D.11 SABRINA RIBEIRO PEREIRA, às penas do art. 2o., da Lei 12.850de 2013-07; art. 1o., da Lei 8.137 de 1990 (2 vezes, sendo aplicável amajorante do art. 12, inciso I, da mesma Lei); art. 1o., da Lei 9.613 de 1998(1 vez), bem assim ao ressarcimento do causado ao erário, no valor de R$747.153.788,98, na forma do art. 387, IV, do CPP;

D.12 MARIA GLEICIANE MARTINS RODRIGUES, às penas do art.2o., da Lei 12.850 de 2013-07; art. 1o., da Lei 8.137 de 1990 (4 vezes, emduas vezes sendo aplicável a majorante do art. 12, inciso I, da mesma Lei);art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (2 vezes), bem assim ao ressarcimento docausado ao erário, no valor de R$ 4.527.468,28, na forma do art. 387, IV,do CPP;

D.13 JANAYRA LIANNA ALMEIDA DOS SANTOS, às penas do art.2o., da Lei 12.850 de 2013-07; art. 1o., da Lei 8.137 de 1990 (1 vez); art.1o., da Lei 9.613 de 1998 (1 vez), bem assim ao ressarcimento do causadoao erário, no valor de R$ 431.593,92 na forma do art. 387, IV, do CPP;

D.14 MARIA DOS HUMILDES PEREIRA GOMES, às penas do art.2o., da Lei 12.850 de 2013-07 e art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (1 vez);

D.15 FRANCISCO NILTON BARROS DE MORAES TRINDADE,àspenas do art. 2o., da Lei 12.850 de 2013-07 e art. 1o., da Lei 9.613 de1998 (16 vezes) e art. 299 CP (2 vezes);

D.16 ERICA ELLEN ROCHA ALENCAR,às penas do art. 2o., da Lei12.850 de 2013-07 e art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (1 vez);

D.17 FRANCISCA BRITO DE SOUZA,às penas do art. 2o., da Lei12.850 de 2013-07 e art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (1 vez);

D.18 ALINE LARISSE BRITO DE SOUSA , às penas do art. 2o., daLei 12.850 de 2013-07 e art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (2 vezes);

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D.19 FERNDA CRISTINA LEITE AZEVEDO MACEDO, às penas doart. 2o., da Lei 12.850 de 2013-07 e art. 1o., da Lei 9.613 de 1998 (1 vez);

131. Aos réus-colaboradores que cumprirem ostermos da colaboração premiada homologados por V. Exa., deve-se aplicar os benefícios do pacto, quanto à redução de pena,forma de seu cumprimento e regime inicial.

132. Pretende-se provar o acima alegado por todos osmeios admitidos em direito, em especial, os documentosproduzidos no Inquérito Policial, perícias, oitiva das testemunhasabaixo arroladas, bem como de outras que sejam mencionadas ouque V. Exa. julgue pertinente ouvir.

N. Termos,Aguarda Justiça!Teresina, 21 de agosto de 2017.

Plínio Fabrício de Carvalho FontesPromotor de Justiça

TESTEMUNHAS

1. ROMULO GENTIL LUSTOSA DA SILVA, qualificado às fls.81/82 do IP 6217-14.2017;

Page 77: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ 55ª …ncia... · do ecc aquela coisa toda a quantidade e tirar a nota nÃo. para empresa la do cliente la que precisa? lana: pode sim!!

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ55ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA

2. ANTÔNIO NASCIMENTO SOARES (PAI DE LUANA),qualificado às (fls.78-80 do IP 6217-14.2017);

3. FRANCISCO MARCOS MACEDO MAGALHÃES, policialcivil, podendo ser intimado na DECCORTEC;

Plínio Fabrício de Carvalho Fontes Promotor de Justiça