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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ Agente de Transformação Social Promotoria de Justiça de Jerumenha EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE JERUMENHA - PIAUÍ “(...) Já é momento de o Poder Judiciário acabar com a desfaçatez de alguns péssimos administradores. Não se pode mais admitir que a ´Lei de Gérson´ (aquela de sempre levar vantagem em tudo, mesmo que indevidamente) ou que o ´jeitinho brasileiro´ prevaleçam sobre os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e economicidade na Administração da coisa pública, sob pena de o Poder Judiciário contribuir para o sentimento de impunidade que assola o nosso País” (Trecho da Ementa da Apelação Cível nº 1.0000.00.307816-9/000 do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que teve como Relatora a Desembargadora Maria Elza) AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO AO ERÁRIO E INDISPONIBILIDADE DOS BENS O Ministério Público do Estado do Piauí, por meio do Promotor de Justiça, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais, vem, com fundamento nos arts. 37, caput, e incisos V, e 129, inciso III, da Constituição Federal, artigo 25, inciso IV, alínea b, da Lei n° 8.625/93, inciso IV, 2° e 5°, todos da Lei n/ 7.347/85 e outros dispositivos de lei atinentes à matéria, vem, perante Vossa Excelência, propor a presente, com pedido liminar de medida inaudita pars, em face de:

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de Jerumenha

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA ÚNICA DA

COMARCA DE JERUMENHA - PIAUÍ

“(...) Já é momento de o Poder Judiciário acabar com a

desfaçatez de alguns péssimos administradores. Não

se pode mais admitir que a ´Lei de Gérson´ (aquela de

sempre levar vantagem em tudo, mesmo que

indevidamente) ou que o ´jeitinho brasileiro´

prevaleçam sobre os princípios da legalidade,

impessoalidade, moralidade e economicidade na

Administração da coisa pública, sob pena de o Poder

Judiciário contribuir para o sentimento de

impunidade que assola o nosso País” (Trecho da

Ementa da Apelação Cível nº 1.0000.00.307816-9/000

do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que teve como

Relatora a Desembargadora Maria Elza)

AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

C U M U L A D A C O M P E D I D O D E R E S S A R C I M E N T O A O E R Á R I O E

INDISPONIBILIDADE DOS BENS

O Ministério Público do Estado do Piauí, por meio do Promotor de Justiça,

no exercício de suas atribuições constitucionais e legais, vem, com fundamento nos

arts. 37, caput, e incisos V, e 129, inciso III, da Constituição Federal, artigo 25, inciso

IV, alínea b, da Lei n° 8.625/93, inciso IV, 2° e 5°, todos da Lei n/ 7.347/85 e outros

dispositivos de lei atinentes à matéria, vem, perante Vossa Excelência, propor a

presente, com pedido liminar de medida inaudita pars, em face de:

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de Jerumenha

ELVIRA BORGES DA MOTA ANDRADE, brasileira, casada, natural de Jerumenha,

nascida em 14/03/1962, flha de Benedito Ferreira da Mota e Amélia Boges da Mota,

R.G. 625.401 SSP-PI, CPF 398.038.213-34, endereço sito à Avenida Manuel Rosado,

233,Centro, Canavieira, Piauí;

JAELSON FRANCIS E SILVA AMORIM, brasileiro, casado, flho de Maria dos

Anjos Silva e Amorim e Jailson de Sousa Amorim, nascido em 23/12/1990, R.G.

2916.270 SSP-PI, CPF 040.337.693-80, residente na rua Francisco Urquiza Machado,

636, Floriano, Piauí;

RAYLAN MOREIRA DA FONSECA, brasileiro, casado, flho de Eliane Martins de

Araújo Fonseca, nacido em 17/12/1987, R.G. 50156683/PI, CPF 02279004305, residente

na rua Ondina Carvalho, 00122, bairro Irapuá II, Floriano, Piauí;

1. DO OBJETO DA PRESENTE AÇÃO

Tem por objeto a presente ação de improbidade administrativa condenar os

requeridos, a primeira, Prefeita do municipio de Canavieira, quando do exercício

fnanceiro de 2015, o segundo e terceiro requeridos, sócios/proprietários do

estabelecimento empresarial I-9 EMPREENDIMENTOS LTDA que auferiu R$

207.905,00 (duzentos e sete mil e novecentos e cinco reais), entre os periodos de

01/01/2015 e 30/06/2015, com prejuízo ao erário e violação aos princípios da

administração pública.

2. DOS DOCUMENTOS QUE ACOMPANHAM A INICIAL

Acompanham a inicial o procedimento preparatório 1.27.002.000309/2015-75

oriundo do Ministério Público Federal instaurado após representação de particular.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de JerumenhaAlém deste há cópias dos processos licitatórios com indevida dispensa de

licitação, que causou o prejuizo ao erário de R$ 207.905,00 (duzentos e sete mil e

novecentos e cinco reais).

Segue em anexo, o procedimento ministerial com dois volumes, totalizando

322 páginas.

3.0 DOS ATOS DE IMPROBIDADE PRATICADOS PELOS REQUERIDOS

Conforme resta provado nos autos, a primeira requerida era Prefeita da

cidade de Canavieira -Piauí, mandato 2013-2016, quando dispensou de forma

irregular a concorrência para a prestação de serviços, com base em suposta urgência,

conforme documento de fs. 10 destes autos.

T a l urgência restou fabricada EM TODOS procedimentos licitatórios

constantes a partir de fs. 37.

A teratologia é tanta, não bastasse a urgência fabricada para a realização de

festas, numa cidade pobre como Canaviera, restou caracterizada que tal “urgência”

destinou-se a justifcar a contratação da empresa I9 Empreendimentos pertencente

ao segundo e terceiro requeridos.

Ressalte-se que o segundo requerido JAELSON FRANCIS E SILVA

AMORIM É CASADO com Uyra Jane Borges Mota Andrade, flha da primeira

requerida.

Às fs. 38/39 tem-se os expedientes da primeira requerida, Elvina Borges

Mota Andrade, acerca da necessidade de se contratar “empresa para fornecimento de

banda, apresentação de grupo musical com representação exclusiva para atender as

necessidades do municipio de canavieira na execução de evento cultural (festejos) do povoado

Campo grande deste municipio”. A empresa, por óbvio, pertece aos segundos

requeridos.

Também há contratação da empresa dos segundos requeridos para “prestação

de serviços de limpeza pública”, fs. 119.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de Jerumenha Iniciou-se, a partir de fs. 40, vários processos administrativos de

inexigibilidade de licitação, todos acostados aos autos.

Em todos os processos licitatórios há “parecer jurídico”, fs. 41 e 56/57

avaliando como inexigível a licitação eis que a contratação de profssional de

qualquer setor artistico desde que consagrado pela crítica especializada ou pela

opinião pública.

Ao longos seis meses que a referida empresa restou benefciado junto ao

municipio foram contratados “artistas especializados” e “consagrados pela opinião

pública” como “Ilmar Sanfoneiro”, fs. 48, “Maurinho do Acordeon” e “Caninana

do Forró”, fs. 81.

O primeiro contrato haurido de tal processo administrativo encontra-se às fs.

45/47, com a mais diversas especifcidades possíveis: fornecimento de banda, fs. 45,

prestação de serviços de locação de som, banheiros quimicos, iluminação e camarim,

fs. 50.

Assim segue-se sucessivamente, ao longo de seis meses, com processos

administrativos montados, com urgência fabricada, como o contrato administrativo

080/2015, fs. 61, contrato 089/2015, fs., contrato 090/2015, fs. 50/57, contrato

034/2015, fs. 156/162, contrato 023/2015, fs 198/201.

Perceba-se que todos os objetos dos contratos mencionados NÃO SÃO

OBJETOS do OBJETIVO SOCIAL da empresa I9 EMPREENDIMENTOS,

conforme contrato social de fs. 189.

Ao longo dos meses de janeiro a junho de 2015 foram pagos R$ 207.905,00

(duzentos e sete mil, novecentos e cinco reais), conforme NOTAS EMPENHO de fs

27.

Há claro prejuizo ao erário e expressa violação aos principios regentes da

administração pública.

6.0 DO DIREITO

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de Jerumenha A probidade administrativa, considerada uma forma de moralidade

administrativa, consiste no dever de servir à Administração com honestidade,

procedendo no exercício das suas funções, sem aproveitar os poderes ou facilidades

deles decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer .

(Marcelo Caetano, apud José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo.

9ª ed., São Paulo: Malheiros, p. 571).

A Constituição Federal, considerando a gravidade dos atos de improbidade

administrativa, estabeleceu no seu art. 37, § 4º, severas sanções destinadas a impedir

e coibir condutas dessa natureza. Segundo o referido dispositivo legal os atos de

improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda

da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na

forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Francisco Bilac Moreira Pinto, cujas lições ainda nos são úteis, comentou a Lei

3.502/58 – que, sob a égide da Constituição Federal de 1946, dispunha sobre as

sanções nos casos de enriquecimento ilícito nos cargos públicos -, e no capítulo

destinado a importância da ética no Estado Moderno assinalou que “a única espécie

de teoria que pode fornecer critérios e obrigações na esfera política - a esfera

primária do poder físico - será a que se baseie em um válido sistema de ética, cuja

observância constitua uma obrigação moral. (...) O uso do poder para atingir os fns

desejados torna legítimos todos os meios, quaisquer que sejam as circunstâncias, e

sua única limitação será a de um outro poder que se lhe anteponha (fazendo menção

à necessidade de um código de ética). (...)O abuso de poder deve ser temido pelos

homens e o poder exercido regularmente é a base da civilização. O Poder sem base

moral é o fagelo da humanidade. O Poder, fundado na moral, representa o maior

servidor da humanidade”. (Enriquecimento Ilícito no Exercício de Cargos Públicos. Rio de

Janeiro: Forense, 1960, pp. 65-68).

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de Jerumenha Atualmente a matéria é regida pela Lei nº 8.429/92, que reafrma os princípios

administrativos previstos no caput do art. 37 da CF e especifca os atos de

improbidade administrativa, cominando as sanções aplicáveis aos mesmos.

Segundo preceitua o art. 10 da 8429/92:

“Art.10. constitui ato de improbidade administrativa que

causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa

ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,

apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens

ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei.”

No presente caso, fcaram explicitados os comportamentos deliberados dos

requeridos quanto a totalidade de condutas acima descritas, praticadas tanto na

modalidade comissiva quanto omissiva.

Fartamente comprovados os atos, especialmente pelas provas carreadas pelo

procedimentos licitatórios em anexo, COM URGÊNCIA FABRICADA PARA

BENEFICIAR O SEGUNDO REQUERIDO, GENRO DA PRIMEIRA

REQUERIDA, não se pode afastar o prejuízo ao erário decorrente da ilicitude

perpetrada pelos demandados.

Ocorreu, também, na presente hipótese, a incidência do artigo 11, caput da

Lei n. 8.429/92, segundo o qual constitui ato de improbidade administrativa que

atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que

viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às

instituições.

Aliado a tal norma, o art. 4º da Lei 8429/92 determina que os agentes públicos

de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos

assuntos que lhe são afetos. Marino Pazzaglini Filho, comentando esse dispositivo,

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de Jerumenhachega a dizer que “o art. 4º dispõe sobre o dever de zelo e obediência aos princípios

da Administração Pública, de cuja inobservância resultam as espécies de

improbidade ditadas pelo art. 11(...) (Improbidade Administrativa – Aspectos Jurídicos da

Defesa do Patrimônio Público. 3a ed., São Paulo: Atlas, p. 50)”.

Trata-se de normas de encerramento, nas quais se subsumem quaisquer

condutas ímprobas que violem os princípios do Direito Administrativo brasileiro

consubstanciados, na modalidade comentada, pelo desrespeito aos deveres de

honestidade e lealdade às instituições. Nesse sentido, Marcelo Figueiredo afrma:

“Para nós, o agente público que atende aos deveres de honestidade e lealdade acata o

princípio da moralidade administrativa. É dizer, honestidade e lealdade são

conceitos jurídicos complementares ou face da mesma moeda”.(Probidade

Administrativa. 4ª ed., São Paulo, Malheiros, p.105).

Como observado, não foram atendidos os deveres de honestidade e lealdade

e, por consequência, desacatado o dever de probidade. Em outras palavras, foi

desrespeitada a tão conclamada moralidade administrativa, que é, nas palavras de

Maurice Hauriou, um “dever de boa administração”, concretizada na atuação

voltada aos valores éticos, destinados ao satisfatório exercício da função pública.

Segundo essa linha de raciocínio, Maria Sylvia Zanella Di Pietro leciona que

para se constatar a violação ao princípio da moralidade “não é preciso penetrar na

intenção do agente, porque do próprio objeto resulta a imoralidade. Isto ocorre

quando o conteúdo de determinado ato contrariar o senso comum de honestidade,

retidão, equilíbrio, justiça, respeito à dignidade do ser humano, à boa fé, ao

trabalho. à ética das instituições.”(Discricionariedade Administrativa na Constituição de

1988. São Paulo, Atlas, p.119).

Devidamente provadas, as condutas das acusadas manifestam-se como típico

ato de improbidade enquadrado nos arts. 9º, 10 e 11 da Lei nº 8.429/92. O

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de Jerumenhaenriquecimento indevido confessado pelas acionadas, auferido com a fagrante

violação do princípio da moralidade, desencadeou o prejuízo ao erário.

Não restam dúvidas que, embora pudessem desconhecer com exatidão os

preceitos do direito positivo, os requeridos deveriam pautar suas condutas no trato

da coisa pública com zelo, honestidade e lealdade, enfm, de acordo com princípios

éticos, pois violá-los equivale violar o próprio Direito.

7.0 DA LESIVIDADE E DO PREJUIZO AO ERÁRIO

Curial ressaltar que o prejuízo erário se materializa com a lesividade não só

aos cofres públicos, como à credibilidade do ente estatal em geral. Nem se diga,

pois, como fzeram os requerentes, ue não houve prejuízo e que os serviços foram

prestados.

Como corretamente anotou o Min. Milton Pereira em voto proferido no

Superior Tribunal de Justiça:

"a escusar-se a responsabilidade do administrador público,

pela salvaguarda de que o empregado, em contraprestação,

prestou serviços, será construir um estranho indene de

impunidade em favor do agente político que praticou ato

manifestamente contra a lei - nexo causal das obrigações da

relação de trabalho nascida de ato ilegal - criando-se inusitada

convalidação dos efeitos de ato nulo. Será estimular o ímprobo

a agir porque, a fnal, aquela contraprestação o resguardará

contra ação de responsabilidade civil" (cf. voto proferido no

Resp. n. 34.272.0-RJ, julgado em 12-5-93 pelo STJ; v., ainda,

votos do mesmo Ministro, proferidos nos Resps. ns. 18.693-RJ e

20.316-1).

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de Jerumenha Já se antecipando à alegação, maxima venia concessa, descabida, de que, em tais

casos, em face da prestação dos serviços pelos funcionários ou pela empresa

ilegalmente contratados, não haveria prejuízo ao patrimônio público e,

consequentemente, não seria possível se imputar ato de improbidade ao

administrador pois, em havendo devolução do dinheiro dispendido, ocorreria

enriquecimento ilícito por parte da Administração que se locupletaria dos serviços

prestados, é curial rememorar as lições de Hugo Nigro Mazzilli:

"É preciso deixar claro que está em questão um princípio: pode

o administrador contratar impunemente, sem concurso, fazer

tabula rasa da lei, e fcar tudo por isso mesmo? Pode cometer

tais ilegalidades gritantes e mandar a conta para os cofres

públicos?

Se o administrador puder fazê-lo, poderá contratar

impunemente seus apaniguados para ardorosamente

labutarem em sinecuras ou fazerem obras que terceiros

poderiam fazer melhor e mais barato para o erário.”

Em matéria de dinheiros públicos, "quem gastar, tem que gastar de acordo

com a lei" - é o que corretamente anotou Batista Ramos (Considerações sobre:

parecer prévio, princípio da legalidade, competência para julgamento, e m Revista

do Tribunal de Contas da União 5(8):41-54).

Assim, aduzem Sérgio Ferraz e Lúcia Valle Figueiredo:

"quem gastar em desacordo com a lei, há de fazê-lo por sua

conta, risco e perigos. Pois, impugnada a despesa, a quantia

gasta irregularmente terá de retornar ao Erário Público. Não

caberá a invocação, assaz de vezes realizada, de

enriquecimento ilícito da Administração. Ter-se-ia esta,

consoante essa linha de argumentação, benefciado com a obra,

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de Jerumenhaserviço e fornecimento, e, ainda mais, com o recolhimento do

responsável ou responsáveis pela despesa considerada ilegal"

(Dispensa e Inexigibilidade de licitação, 3ª ed., Malheiros, p.

93).

Arrematam Sérgio Ferraz e Lúcia Valle Figueiredo, cuidando de caso análogo:

"A presunção de lesividade desses atos ilegais é fácil de intuir.

Se o ordenamento jurídico obriga o procedimento licitatório,

para o cumprimento da isonomia e da moralidade da

administração, o esquivar-se a esse procedimento constitui

inequívoca lesão à coletividade. Será esta ressarcida pela

devolução do dispêndio à revelia do procedimento legal.

Aquele que praticou os atos terá agido por sua conta, riscos e

perigos. Ainda que pronta a obra, entregue o fornecimento ou

prestado o serviço, se impassível de convalidação o ato

praticado, impõe-se a devolução. Não estaremos diante do

chamado enriquecimento sem causa. Isso porque o prestador

do serviço, o fornecedor ou executor da obra serão indenizados,

na medida em que tiverem agido de boa-fé. Entretanto, a

autoridade superior que determinou a execução sem as cautelas

legais, provada sua culpa (o erro inescusável ou o

desconhecimento da lei), deverá, caso se negue a pagar

espontaneamente, em ação regressiva indenizar o Erário por

sua conta ilícita. O patrimônio enriquecido, o da comunidade

e nunca o da Administração (pois esta é a própria

comunidade), não o terá sido com ausência de título jurídico.

Mas, sim, em decorrência de uma lesão aos seus valores

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de Jerumenha fundamentais, como o da moralidade administrativa. Compete

à parte, e não à Administração, a prova de que o dano,

decorrente da presunção de lesividade, é menor do que a

reposição integral" (op. cit., p. 107/8)." (grifo meu).

Este entendimento já se tornou assente na construção pretoriana pátria em

sede de ação popular, sendo, como vimos acima, o fundamento de tais julgados,

plenamente aproveitável para ações civis públicas que tenham o mesmo objeto.

A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, analisando a questão, em sede de

recurso extraordinário (Rextr. n° 160.381-SP, rel. Min. Marco Aurélio; RTJ 153/1022),

por unanimidade, manifestou-se da seguinte maneira:

"Ação Popular. Procedência.Pressupostos. Na maioria das

vezes, a lesividade ao erário público decorre da própria

ilegalidade do ato praticado. Assim o é quando dá-se a

contratação, por município, de serviços que poderiam ser

prestados por servidores, sem a feitura de licitação e sem que o

ato administrativo tenha sido precedido da necessária

justifcativa.

RELATÓRIO

O Sr. Ministro Marco Aurélio: Neste processo discute-se o

acerto, ou não, de acórdão proferido, em embargos infringentes

pela Oitava Câmara Civil do Tribunal de Justiça de São Paulo,

em ação popular. Os recorrentes apontam que tal decisão, no

que implicaria desprezo ao requisito da lesividade, confita com

a norma inserta no inciso LXXIII do artigo 5° da Constituição

Federal, além de distanciar-se da jurisprudência desta Corte,

revelada no julgamento dos recursos extraordinários n° s 75.857

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de Jerumenhae 92.326. Discorre-se sobre o caráter indispensável da

demonstração da lesão.

(...)

O Sr. Ministro Marco Aurélio:

(...) Diante destas premissas, forçoso é concluir que a decisão

que implicou o restabelecimento da procedência do pedido

formulado na ação popular, declarada pelo Juízo, não merece

qualquer crítica. Com profundidade, contém análise da melhor

doutrina e dos fatos envolvidos.A conclusão sobre a lesividade

ao erário público decorre até mesmo do princípio da

razoabilidade.

Sem o certame, com a contratação direta, demonstra a prática

que, na maioria das vezes, a contratação se faz por preço mais

elevado do que o normal, visto que afastada a salutar

concorrência. Daí haver sido afrmado que a ilegalidade indica,

na espécie, a ocorrência de lesão.

(...)Dir-se-á que se serviços foram prestados, houve a justa

remuneração. Não se sabe, entretanto, se realizada a

concorrência, haveria proposta inferior, em termos valorativos,

para a prestação dos mesmos serviços.

A lesão também está aí. Na dispensa indevida da licitação. "

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRINCÍPIOS REGENTES.

No âmbito de um Estado Democrático de Direito, a atuação do gestor público

está subordinada à observância de princípios normativos, destinados a balizar o

exercício de suas atividades, para, conseguintemente, garantir a satisfação do

interesse público.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de JerumenhaNeste panorama, exsugem os princípios da Administração Pública, isto é, os

postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir dos agentes públicos, no

exercício de suas funções.

A Lei fundamental vigente elencou os cânones basilares da atuação

administrativa (art. 37, caput, CRFB/881) e serviu de plataforma para a estruturação

de outros preceitos, de natureza legal ou doutrinária, todos voltados para a

regulamentação do comportamento do gestor público, com vistas a salvaguardar os

interesses da coletividade.

Por mandamento constitucional, os agentes públicos, sob pena de

responsabilidade pessoal, sujeitam-se, entre outros, aos princípios da legalidade,

impessoalidade e moralidade.

O princípio da legalidade estabelece a autolimitação do Estado aos preceitos

normativos, vinculando a atuação dos agentes públicos às imposições legais. Eis a lapidar

conclusão do mestre Celso Antônio Bandeira de Mello:

“O princípio da legalidade implica subordinação completa do

administrador à lei. Todos os agentes públicos, desde o que

lhe ocupe a cúspide até o mais modesto dele, devem ser

instrumentos de fel e dócil realização das fnalidades

normativas2.

Parafraseando a clássica comparação de Hely Lopes Meirelles, enquanto os

indivíduos no campo privado podem fazer tudo o que a lei não veda, o

administrador público só pode atuar onde a lei autoriza.

1 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade eefciência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

2 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Revista de Direito Público n.º 90, p. 57/58.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de Jerumenha O princípio da moralidade, por sua vez, impõe que oadministrador público não

dispense padrões éticos no exercício de suas atividades funcionais, velando, pois,

pela honestidade e boa-fé no desempenho de suas atribuições. Discorrendo sobre a

moralidade administrativa, o professor José Augusto Delgado assevera:

o valor jurídico do ato administrativo não pode ser afastado

de seu valor moral, implicando isso um policiamento ético na

administração. A motivação e o modo de agir do agente

público submetem-no a controles, especialmente ante o

princípio da moralidade administrativa. Ações maliciosas ou

imprudentes devem ser reprimidas. A doutrina há de buscar

alcance largo ao princípio da moralidade3.

Enfm, o princípio da impessoalidade se materializa a partir de duas facetas,

uma calcada na igualdade de tratamento a ser dispensada a todos os administrados

em situação jurídica idêntica, e outra plasmada na obrigação imposta ao Poder

Público de voltar-se exclusivamente para o interesse público. A respeito da matéria,

mais uma vez vale a colação dos ensinamentos de Celso Antônio Bandeira de Mello

sobre o tema:

“Nele se traduz a idéia de que a Administração tem que tratar a

todos os administrados sem discriminações, benéfcas ou

detrimentosas. Nem favoritismos nem perseguições são

toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou

ideológicas não podem interferir na atuação administrativa e

3 DELGADO, José Augusto, O princípio da moralidade administrativa e a Constituição Federal de 1988, in RT 680/38,junho de 1992, apud Fábio Osório Medina, Improbidade Administrativa, 2.ª ed. , Porto Alegre, Síntese, 1998, p.144

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Promotoria de Justiça de Jerumenhamuito menos interesses sectários, de facções ou grupos de

qualquer espécie4.”

Na mesma perspectiva, são as lições de Mário Pazzaglini Filho:

Administrar é um exercício institucional e não pessoal. A

conduta Administrativa deve ser objetiva, imune ao

intersubjetivismo e aos liames de índole pessoal, dos quais

são exemplos o nepotismo, o favorecimento, o clientelismo e a

utilização da máquina administrativa como promoção pessoal.

Pautada na lei, a conduta administrativa deve ser geral e

abstrata, jamais focalizada em pessoas ou grupos. Sua

fnalidade é a realização do bem comum, síntese tradutora dos

objetivos fundamentais do Estado Brasileiro. (...) Também é a

impessoalidade afetada pelo princípio republicano que impõe

ao Administrador o dever de, como mero gestor da res

pública, não fazer seu ou de alguns aquilo que é de todos. A

prevalência do interesse social sobre eventuais anelos

individuais ou grupais reclama uma conduta administrativa

impessoal.5

Neste contexto, pode se afrmar que a atividade administrativa está

umbilicalmente atrelada aos interesses de ordem pública, cabendo, pois, ao gestor da

máquina administrativa dar cumprimento à lei, sem descurar-se da moral, sempre

com os olhos voltados para o interesse da coletividade.

4 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 4ª edição. Editora Malheiros. SãoPaulo. 1993. P. 58

5 FILHO, Mário Pazzaglini, Improbidade Administrativa, 2.ª ed. , São Paulo, Atlas, 1997, p. 50/51.

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Promotoria de Justiça de Jerumenha O interesse público, portanto, é indisponível, cabendo ao administrador

público tão-só velar pela sua satisfação, protegendo-o contra ingerências espúrias e

em descompasso com o bem comum.

Nesse azimute, o mestre Celso Antonio Bandeira de Melo arremata:

[...] Em suma, o necessário — parece-nos — é encarecer que na

administração os bens e os interesses não se acham entregues

à livre disposição da vontade do administrador. Antes, para

este, coloca-se a obrigação, o dever de curá-los nos termos da

fnalidade a que estão adstritos. É a ordem legal que dispõe

sobre ela6.

8.0 DO PEDIDO LIMINAR DE INDISPONIBILIDADE DOS BENS

Justifca-se a concessão de medida liminar, quando presentes os requisitos do

fumus bonis juris e o periculum in mora.

Para Vicente Greco Filho (cit. Filho, Marino Pazzaglini e outros,

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – Aspectos Jurídicos da Defesa do Patrimônio

Público, 2ª Edição, Atlas), o fumus bonis juris está calcado em um “juízo de

probabilidade” quanto ao resultado favorável da ação principal. Já o periculum in

mora, na lição do renomado jurista, consiste “no estado de perigo no qual se encontra

o pedido principal, a demora” na verdadeira acepção do brocardo latino.

Fábio Medina Osório com um entendimento mais fexível da abrangência do

periculum in mora, acolhido pelas normas processuais pátrias, entende que este

requisito “emerge, via de regra, dos próprios termos da inicial, da gravidade dos

fatos, do montante, em tese dos prejuízos causados ao erário” (IMPROBIDADE6 MELLO, Celso Antônio Bandeira de Curso de Direito Administrativo. 16 ed. São Paulo: Malheiros, 2003. pp.

64-65.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍAgente de Transformação Social

Promotoria de Justiça de JerumenhaADMINISTRATIVA – Observações sobre a Lei nº 8.429/92 – 2ª Edição Ampliada e

Atualizada).

Os fatos ora apurados não deixam dúvidas quanto à lesão causada ao erário,

fruto da atitude inconsequente e ímproba dos requeridos.

A indisponibilidade de bens signifca a impossibilidade de alienação dos

mesmos, visando garantir a execução da sentença de mérito que condenar as

acionadas ao ressarcimento de danos provocados ao patrimônio público, dentre

outras sanções cabíveis.

Diante das considerações acima esposadas e em consonância com o artigo 7º

da Lei nº 8.429/92, de acordo com o qual “quando o ato de improbidade causar lesão

ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade

administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a

indisponibilidade dos bens do indiciado”, requer o Ministério Público a concessão de

MEDIDA LIMINAR de INDISPONIBILIDADE DE BENS dos REQUERIDOS

ELVIRA BORGES DA MOTA ANDRADE, JAELSON FRANCIS E SILVA

AMORIM e RAYLAN MOREIRA DA FONSECA com a consequente expedição de

ofícios aos cartórios de Registros de Imóveis desta comarca de JERUMENHA e de

CANAVIEIRA, ALÉM DAS COMARCA DE TERESINA, FLORIANO, PICOS E

PARNAIBA determinando a averbação, nas matrículas dos imóveis, da

INALIENABILIDADE DOS BENS OU DIREITOS, porventura existentes, em nome

dos acionados; e, em face da possibilidade de existirem outros bens imóveis fora da

circunscrição deste município, bem como outros bens não sujeitos a registro

imobiliário, requerendo também seja ofciado à Receita Federal a fm de que forneça

cópia da última DECLARAÇÃO DE BENS E RENDIMENTOS dos acionados, a fm

de que, nos limites do permissivo legal, sejam alcançados pela medida acautelatória.

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Promotoria de Justiça de Jerumenha Requeiro também seja realizado BLOQUEIO, POR MEIO DO SISTEMA

BACEN JUD, de quaisquer ativos, até os limites mencionados, devendo acaso

encontrados, ser bloqueados dos requeridos:

i) ELVIRA BORGES DA MOTA ANDRADE e JAELSON FRANCIS E SILVA

AMORIM e RAYLAN MOREIRA DA FONSECA, os valores de R$

207.905,00 (duzentos e sete mil novecentos e cinco reais).

9.0 DA DESNECESSIDADE DA NOTIFICAÇÃO PRÉVIA

Desnecessária a notifcação prévia prevista no artigo 17, §§ 7° a 10, da Lei n.°

8.429/92, com a redação dada pela Medida Provisória n.° 2.225/01, pois esta não foi

convertida em lei no prazo legal. Também não foi recepcionada pela Emenda

Constitucional n.° 32/01, que acrescentou o disposto no artigo 62, inciso I, alínea “b”

da Constituição Federal.

Observe-se que a Medida Provisória supracitada é de 04 de setembro de 2.001.

Sete dias depois entrou vigor a Emenda Constitucional n.° 32/01, que trouxe nova

redação ao dispositivo constitucional, vedando expressamente as Medidas

Provisórias sobre as matérias de Direito Processual Civil (artigo 62, inciso 1, alínea

“b” da Constituição Federal).

É sabido que, a Medida Provisória n.° 2.225/01 não foi convertida em seu

interregno temporal e sem a respectiva conversão, perdeu a sua efcácia, não mais

podendo sê-lo por força da vedação constitucional (art. 62, inciso I, alínea “b” da

Constituição Federal).

Requeiro, pois, não seja aplicado o artigo 17, §§ 7° a 10, em razão da

inconstitucionalidade formal dos referidos dispositivos, pelas razões acima

mencionadas, não devendo os requeridos serem notifcados a apresentarem a defesa

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Promotoria de Justiça de Jerumenhaprévia, sendo os mesmos diretamente citados para apresentarem contestação, no

prazo legal, sob pena de revelia.

10.0 DOS PEDIDOS

Diante do exposto, o Ministério Público do Estado do Piauí requer,

liminarmente, de Vossa Excelência:

a) A concessão de antecipação da tutela, em relação dos requeridos,

como medida liminar, para determinar a averbação em todos os Cartórios de

Registros imobiliários desta Comarca, além das comarcas de Floriano, Picos, Teresina

e Parnaíba, a determinação de indisponibilidade dos bens, ativos, móveis, imóveis,

semoventes, e demais valores, relativo a ELVIRA BORGES DA MOTA ANDRADE,

e JAELSON FRANCIS E SILVA AMORIM e RAYLAN MOREIRA DA FONSECA,

até os valores de R$ 207.905,00 (duzentos e sete mil novecentos e cinco reais).

b) seja a presente autuada e processada na forma e no rito preconizado

na Lei nº 7.347/85, tendo como parte integrante o procedimento instaurado neste

Parquet sob o Inquérito Civil Público nº 06/2018.

c) seja o autor dispensado do pagamento de custas, emolumentos e

outros encargos, desde logo, à vista do disposto no art. 18 da Lei n. 7.347/85.

d) seja determinada a citação dos requeridos, já qualifcados na

exordial, para, querendo, contestar o presente pedido, no prazo de 15 dias.

e) seja ao fnal os pedidos contidos nesta ação julgado totalmente

procedentes declarando a responsabilidade dos requeridos, sendo todos

condenados nas sanções do artigo 10 da Lei 8429/93, com ressarcimento ao erário

nos valores acima esmiuçados.

f) Subsidiariamente, caso, assim V. Exa. entenda, requeiro a condenação

dos requeridos por ofensa aos princípios da Administração Pública, artigo 11 da Lei

8429/92.

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Promotoria de Justiça de Jerumenhaf) seja o requerido condenado ao pagamento de custas e demais

despesas processuais.

Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (fns fscais).

Jerumenha, 03 de Março de 2018

Márcio Giorgi Carcará Rocha

Promotor de Justiça

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