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APS-SN, 2012 2017, Moçambique Ministério dos Negócios Estrangeiros Dinamarca Ministério da Saúde Moçambique Danida MOÇAMBIQUE APOIO AO PROGRAMA SECTORIAL DE SAÚDE E NUTRIÇÃO APS-SN Fase V (2012 – 2017) Ref. No. 104.Moz.810-500 Agosto de 2012

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APS-SN, 2012 – 2017, Moçambique

Ministério dos Negócios

Estrangeiros

Dinamarca

Ministério da Saúde

Moçambique

Danida

MOÇAMBIQUE

APOIO AO PROGRAMA SECTORIAL DE SAÚDE E NUTRIÇÃO

APS-SN Fase V (2012 – 2017)

Ref. No. 104.Moz.810-500 Agosto de 2012

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APS-SN, 2012 – 2017, Moçambique

i

Página de rosto:

País : Moçambique Sector : Saúde Título : Moçambique: Apoio ao Programa Sectorial de Saúde e Nutrição,

Fase V Agências Nacionais : Ministério da Saúde e Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e

Nutricional (SETSAN) Duração : 5 anos Date de Início : 1 de Outubro de 2012 – 30 de Setembro de 2017 Orçamento Geral : 450 milhões de DKK Orçamento por componente :

Milhões de DKK

Componente 1: Saúde 217

Componente 2: Nutrição 120

Componente 3: Sociedade Civil 60

Assistência Técnica 28

Revisões e Estudos 25

Total 450

Assinaturas:

Ministério dos Negócios Estrangeiros Ministério da Saúde, SETSAN

Governo da Dinamarca Governo de Moçambique

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APS-SN, 2012 – 2017, Moçambique

ii

Índice

LISTA DE QUADROS E FIGURAS IV

MAPA DE MOÇAMBIQUE VII

1. INTRODUÇÃO 8

2. JUSTIFICAÇÃO 8

3. RESUMO DO DESENHO DO PROGRAMA 10

FIGURA 1: PANORÂMICA DAS COMPONENTES DO PROGRAMA 11

3.1 COMPONENTES 11 APOIO AO NÍVEL CENTRAL: SAÚDE E NUTRIÇÃO 12 APOIO ORÇAMENTAL SECTORIAL PROVINCIAL A TETE PARA SDSR 12 APOIO DA SOCIEDADE CIVIL À SAÚDE NUTRIÇÃO, E HIV/SIDA 12 REFORÇO DO SISTEMA E DA CAPACIDADE 13 3.2 RISCOS DE GESTÃO 13 3.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTRATÉGIA DE RETIRADA 14

4. CONTEXTO NACIONAL DO SECTOR 14

4.1 CONTEXTO NACIONAL 14 4.2 PROVÍNCIA DE TETE 14 4.3 POLÍTICAS E PLANOS RELEVANTES 15 4.4 SERVIÇOS E AUTORIDADES RELEVANTES DE SAÚDE, NUTRIÇÃO E HIV/SIDA 16 4.5 FINANCIAMENTO DOS CUIDADOS DE SAÚDE 17 4.6 COORDENAÇÃO DOS DOADORES 18

5. OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO 19

6. COMPONENTES DO PROGRAMA, INCLUINDO OBJECTIVOS IMEDIATOS 19

6.1 COMPONENTE 1: SAÚDE 19 SUBCOMPONENTE 1.1: APOIO AO PESS II E III ATRAVÉS DO PROSAUDE II 20 SUBCOMPONENTE 1.2: APOIO AO REFORÇO DO SISTEMA DE SAÚDE PARA MELHORIA DE SDSR, ATRAVÉS DO

SISTEMA FINANCEIRO E-SISTAFE 21 SUBCOMPONENTE 1.3: APOIO ORÇAMENTAL SECTORIAL PROVINCIAL A TETE PARA MELHORIA DE SDSR 22 6.2 COMPONENTE 2: NUTRIÇÃO 23 SUBCOMPONENTE 2.1.: APOIO A DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES EM NUTRIÇÃO (SETSAN, MISAU E

FORMAÇÃO DE NUTRICIONISTAS DE SAÚDE PÚBLICA) 24 SUBCOMPONENTE 2.2: ESTABELECIMENTO DE UM MECANISMO DE FINANCIAMENTO MULTISSECTORIAL PARA

APOIO AO PAMRDC PROVINCIAL 26 6.3 COMPONENTE 3: APOIO À SOCIEDADE CIVIL PARA SDSR, NUTRIÇÃO E HIV/SIDA 27

7. MEDIDAS ESPECÍFICAS PARA TRATAR OUTRAS QUESTÕES 28

8. ORÇAMENTO 30

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APS-SN, 2012 – 2017, Moçambique

iii

8.2 DÉFICE DE FINANCIAMENTO 32

9. GESTÃO E ORGANIZAÇÃO 32

9.1 COMPONENTE 1 32 9.2 COMPONENTE 2 32 9.3 COMPONENTE 3 32 9.4 SUPERVISÃO DE ROTINA 33 9.5 GESTÃO QUOTIDIANA 33

10. GESTÃO FINANCEIRA E AQUISIÇÕES 33

10.1 DESEMBOLSO, CONTABILIDADE, AQUISIÇÕES E AUDITORIAS 33 10.2 AQUISIÇÕES E CONTRATAÇÕES 34

11. MONITORIA, RELATÓRIOS, REVISÕES E AVALIAÇÃO 35

11.1 MECANISMOS DE MONITORIA 35 11.2 APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIOS 35

12. PRINCIPAIS PRESSUPOSTOS E RISCOS 36

ANEXOS 39

ANEXO 1. APS-SN V DESCRIÇÃO GERAL DAS COMPONENTES 39

ANEXO 2: LISTA DE DOCUMENTOS ANALISADOS 43

ANEXO 3. INDICADORES DE DESEMPENHO E FINANCEIROS DO SECTOR DA SAÚDE EM MOÇAMBIQUE 46 ANEXO 4: ENQUADRAMENTO DO GRUPO DOS PARCEIROS DA SAÚDE 48 ANEXO 5. ORGANOGRAMA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 50 ANEXO 6. ORGANOGRAMA DA DIRECÇÃO PROVINCIAL DE SAÚDE 5251 ANEXO 7. TDR PARA REFORÇO DE PFM PARA O MINISTÉRIO DA SAÚDE, DRAFT 5352 ANEXO 9. TDR PARA ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA REFORÇO DA CAPACIDADE EM NUTRIÇÃO E SAÚDE

PÚBLICA, DRAFT 6159 ANEXO 10. ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA A CRIAÇÃO DE UM MECANISMO DE FINANCIAMENTO DA

NUTRIÇÃO, DRAFT 6664

ANEXO 11. TDR PARA JOVEM PROFESSIONAL JPO, DRAFT 6967

ANEXO 12. INDICADORES DA AVALIAÇÃO CONJUNTA ANUAL DO SECTOR DA SAÚDE 2011

7169

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APS-SN, 2012 – 2017, Moçambique

iv

Lista de Quadros e Figuras

Quadros Títulos Página

1 Efeito da Desnutrição na Concretização dos ODM 1-6 24

2 Orçamento Total 30

3 Principais Riscos e Mitigações dos Riscos 36

Figuras

1 Panorâmica das Componentes do Programa 11

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APS-SN, 2012 – 2017, Moçambique

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Siglas, Acrónimos e Abreviaturas

ACA Avaliação Conjunta Anual (do Sector da Saúde)

AF Ano Fiscal

APS-SN Apoio ao Programa Sectorial de Saúde e Nutrição

AT Assistência Técnica

BM Banco Mundial

CIDA Canadian International Development Agency,

“Agência Canadiana de Desenvolvimento Internacional”

CIPD Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento

CNCS Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA

CONSAN Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional

CUT Conta Única de Tesouro

Danida Ajuda Dinamarquesa ao Desenvolvimento Internacional

DFID Department for International Development,

“Departamento para o Desenvolvimento Internacional”, do Reino Unido

DKK Coroa Dinamarquesa

DPS Direcção Provincial de Saúde

e-SISTAFE Sistema de Administração das Finanças do Estado (sistema electrónico)

FAO Food and Agriculture Organisation,

“Organização de Alimentação e Agricultura”, das Nações Unidas

FMI Fundo Monetário Internacional

FNUAP Fundo das Nações Unidas de Apoio às Populações

FPN Fórum de Parceiros da Nutrição

G19 Grupo dos doadores que dão apoio orçamental geral em Moçambique

GdM Governo de Moçambique

GFATM Global Fund for AIDS, TB & Malaria, “Fundo Global para SIDA, Tuberculose e Malária”

GFP Gestão das Finanças Públicas

GIZ Die Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit,

“Agência Alemã de Cooperação Internacional”

GPS Grupo dos Parceiros da Saúde

HIV/SIDA Human Immunodeficiency Virus,

“Vírus da Imunodeficiência Humana”/Síndroma da Imunodeficiência Adquirida

INS Instituto Nacional de Saúde

JPO Junior Professional Officer,

“Jovem Profissional” do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

MINAG Ministério da Agricultura

MdE Memorando de Entendimento

MF Ministério das Finanças

MISAU Ministério da Saúde

MPD Ministério da Planificação e Desenvolvimento

ODM Objectivos de Desenvolvimento do Milénio

OMS Organização Mundial de Saúde

ONG Organização Não Governamental

ONU Organização das Nações Unidas

OSC Organização da Sociedade Civil

PAM Programa Alimentar Mundial

PAMRDC Plano de Acção Multissectorial para a Redução de Desnutrição Crónica em Moçambique

PAP Parceiros da Assistência a Programas

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PARP Plano de Acção para a Redução da Pobreza (novo – em vigor a partir de 2010)

PD Parceiro de Desenvolvimento

PEFA Public Expenditure and Financial Accountability,

“Despesas Públicas e Responsabilidade Financeira”

PEN Plano Estratégico Nacional de Reposta ao HIV e SIDA

PES Plano Económico e Social

PESS Plano Estratégico para o Sector de Saúde

PIB Produto Interno Bruto

PMR População de Maior Risco

PQG Plano Quinquenal do Governo

QAD Quadro de Avaliação do Desempenho

REACH Ending Child Hunger and Undernutrition Partnership,

“Parceria para Pôr Fim à Fome e à Subnutrição Infantil”, (FAO, OMS, UNICEF, PAM)

RH Recursos Humanos

SDSR Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos

SETSAN Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional

SUN Scaling Up Nutrition

“Ampliação da Nutrição”

SWAp Sector Wide Approach,

“Abordagem Sectorial”

TdR Termos de Referência

TMI Taxa de Mortalidade Infantil

TMM Taxa de Mortalidade Materna

TMN Taxa de Mortalidade Neonatal

UE União Europeia

UNAIDS Programa Conjunto de HIV e SIDA das Nações Unidas

UNGASS Sessão Especial da Assembleia-Geral das Nações Unidas para o HIV/SIDA

UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Educação

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Mapa de Moçambique

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1. Introdução

A Cooperação Dinamarquesa para o Desenvolvimento Internacional (Danida) contribui para o sector da saúde

em Moçambique desde 1992. Inicialmente, a assistência estava concentrada na província de Tete, com enfoque

na reabilitação de infra-estrutura de saúde, capacitação e apoio ao Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil.

Após a aprovação da Abordagem Sectorial (SWAp) pelo Governo de Moçambique (GdM) e pelos Parceiros do

Desenvolvimento (PD), em 2000, o apoio da Danida foi alargado, de modo a incluir recursos para os fundos

comuns da saúde e do HIV, bem como capacitação institucional dos níveis central e provincial, com enfoque

específico na província de Tete. A fase mais recente (que termina em Setembro de 2012) centra-se no apoio a:

Implementação do Plano Estratégico do Sector da Saúde (PESS II) (2007-2012)

Implementação do Plano de Acção Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónicai (PAMRDC)

(2010-2014 (2020))

Integração do HIV/SIDA e consequente apoio ao Plano Estratégico Nacional de Resposta ao HIV e

SIDA (PEN II / III) (2010-2014)

O apoio é dado através contribuições do fundo comum (PROSAUDE II) para o PESS II, através do sistema

nacional de contribuições para a implementação do PAMRDC, através do fundo comum para o HIV/SIDA para

apoiar o PEN II/III, e, finalmente, através de financiamento especificamente destinado a reforço do sistema de

saúde e capacitação através de assistência técnica (AT). A Avaliação do Programa Nacional de Moçambique de

2008, que avaliou 12 anos de ajuda dinamarquesa ao desenvolvimento em Moçambique concluiu que “há provas

substanciais de que o apoio da Danida [à saúde] contribuiu consideravelmente para a melhoria do funcionamento do sistema de

saúde. No entanto, essas melhorias foram menos significativas nas áreas de qualidade e eficiência do atendimento ao nível primário”.

No que respeita à integração do HIV/SIDA, a avaliação considerou que a Danida “foi pioneira”, passando do

apoio isolado a um único sector ao apoio institucional multissectorial.

Apesar de haver uma indicação de uma melhoria global do desenvolvimento em Moçambique, inclusive nas

áreas da saúde, nutrição e HIV/SIDA, o sistema de saúde continua a ter pela frente desafios significativos

resultantes da persistência da pouca capacidade para responder ao processo de descentralização, em que a saúde

é um sector que revela muitos dos desafios a enfrentar, quando o crescimento populacional e a urbanização,

provocam alterações na incidência de doenças, desigualdade, um elevado índice de mortalidade materna e

neonatal, a epidemia de HIV, elevada taxa de desnutrição crónica, e aumento das despesas relativas à prestação

de serviços e uma sociedade civil fraca que produz fracas reivindicações de serviços de saúde de qualidade. Como

consequência, há uma pressão cada vez maior para produzir resultados e documentar intervenções rentáveis e

sustentáveis que funcionem. O presente documento do programa, elaborado em colaboração com o Governo,

parceiros doadores e a sociedade civil, tem por base as lições aprendidas nas quatro fases anteriores do apoio da

Danida e oferece uma análise contextual do sector da saúde pública em Moçambique, e justificação e provas para

a selecção das áreas temáticas propostas para o apoio na fase V. Além da contribuição do PROSAUDE II, estas

áreas temáticas são: saúde e direitos sexuais e reprodutivos (SDSR), reforço dos sistemas de saúde e inovações,

incluindo o apoio à descentralização do sector de saúde, nutrição e capacidade, e integração do HIV/SIDA a

nível nacional e provincial, bem como o apoio à sociedade civil para a promoção de uma abordagem baseada nos

direitos da saúde, nutrição e HIV/SIDA.

2. Justificação

Desde 1992, o apoio à saúde e HIV/SIDA representa cerca de 10% do total da carteira de ajuda da Danida a

Moçambique, com um desembolso total de 782,2 milhões de DKK. Uma análise minuciosa da situação do país

sugere que o futuro apoio da Danida deverá continuar a centrar-se na saúde, especialmente na SDSR, e na sua

relação com o HIV/SIDA e, além disso, alargar-se à redução da desnutrição crónica, uma vez que 44% das

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APS-SN, 2012 – 2017, Moçambique

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crianças padecem desta condição, que, numa perspectiva geral, dificulta a realização do desenvolvimento

económico no país. O programa baseia-se nas seguintes lições aprendidas com a anterior ajuda ao sector: i)

Embora a Danida apoie uma passagem ao apoio orçamental geral e sectorial, as experiências dos últimos anos

têm mostrado que também deve continuar a haver um enfoque dos doadores na protecção dos grupos

vulneráveis e no seu acesso a serviços ao nível local. ii) Uma combinação de apoio central geral/sectorial e

financiamento especificamente atribuído a uma província oferece oportunidades para acelerar o processo de

descentralização e apoiar inovações testadas no terreno, o que pode contribuir para um diálogo político eficaz a

nível nacional. iii) As organizações da sociedade civil (OSC) locais e localmente registadas são as mais adequadas

para lidar eficazmente com questões de responsabilização socialii e de governação e para prestar serviços aos

segmentos da População de Maior Risco (PMR), especialmente no que diz respeito aos serviços de HIV. iv) É

necessária uma quantidade estratégica de afectação para fins específicos, para garantir que as principais

actividades continuem, mesmo que falhe o regime geral/sectorial de financiamento. v) A AT e a capacitação são

eficazes, mas é melhor fornecê-las através de uma mistura de assessores de longo e de curto prazo, individuais e

institucionais, nacionais e internacionais e mediante solicitação em vez de serem pré-determinados. E vi) os

doadores devem manter a possibilidade de reter os fundos para assegurar que questões de governação e gestão

financeira graves e de grande escala grave são devidamente tratadas.

A Danida vai, nos próximos cinco anos, apoiar SDSR, reforço do sistema de saúde, direito à segurança

nutricional, e integração do HIV, todos elementos essenciais para a concretização dos Objectivos de

Desenvolvimento do Milénio (ODM) 1, 4, 5 e 6. Este enfoque e a modalidade de apoio da Danida durante os

próximos 5 anos assentam numa análise crítica das necessidades actuais, e têm plenamente em conta as

estratégias e planos do GdM e dos PD e estão conformes com eles, e também com a nova estratégia de ajuda ao

desenvolvimento da Danida, Direito a uma Vida Melhor.

Embora tenha havido progresso geral no sector da saúde, o facto de não se ter conseguido manter uma

tendência de queda das taxas de mortalidade materna e neonatal atesta a má qualidade dos cuidados pré-

natais, perinatais e pós-natais e a importância da SDSR. O acesso aos cuidados de saúde e a qualidade dos

mesmo, os abortos sem condições de segurança, a violência sexual e baseada no género e gravidez na

adolescência e questões de escassez de contraceptivos, e HIV/SIDA precisam ainda de ser

suficientemente abordados e integrados. Além disso, há uma feminização da epidemia de HIV/SIDA, com

13,1% de prevalência do HIV entre as mulheres contra 9,2% entre os homens. A baixa esperança média de vida

de 49,8 anos para os homens e 54,3 anos para as mulheres é um sinal de que a epidemia de HIV ainda não está

sob controlo.

Um sistema de saúde é composto por todas as organizações, pessoas e acções cuja principal intenção é

promover, restaurar ou manter a saúde. Entre os seis elementos do sistema de saúde1, foram considerados áreas

prioritárias os seguintes desafios: profissionais da saúde, financiamento e liderança da saúde, e

governação. Enquanto a fase IV do apoio se concentrou no apoio aos recursos humanos (RH), que outros

doadores apoiam agora, o futuro apoio da Danida ao sistema de saúde incidirá na gestão financeira, liderança e

governação, incluindo justiça nos resultados de saúde. A maior parte dos problemas de saúde pode atribuir-se às

condições sociais em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem (os determinantes sociais

da saúde), e a desigualdade na saúde é uma consequência das diferenças de condições de vida e estilos de vida de

famílias e indivíduos. As melhores práticas internacionais nas áreas acima referidas incluem inovações como o

reforço do enfoque nos determinantes sociais da saúde, terceirização de serviços para áreas específicas, reforço

do lado da procura através da participação e empoderamento de homens, mulheres, crianças e jovens, esquemas

(condicionais) de transferência de dinheiro, esquemas de protecção social para os grupos vulneráveis, como

sejam as PMR relacionadas com HIV, e a introdução de mecanismos de responsabilização social, como “cartões

1 Estes elementos são os seguintes: serviços de saúde, trabalhadores da saúde, informação sobre saúde, produtos médicos e tecnologia médica, financiamento da saúde, e liderança e governação.

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APS-SN, 2012 – 2017, Moçambique

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de pontuação comunitária” (community score) e “fichas do cidadão” (citizens report card) para monitoria dos serviços

de saúde de qualidade.

Um total de 44% de todas as crianças menores de 5 anos em Moçambique sofre de desnutrição crónica. Isso

contribui para a persistência da elevada mortalidade de bebés e crianças jovens, já que a nutrição inadequada nos

primeiros 1000 dias de vida, desde a concepção até à idade de 2 anos, leva à redução da imunidade e a

deficiências do desenvolvimento físico e cognitivo. O mau estado nutricional das mulheres em idade reprodutiva

é demonstrado pelo facto de mais de 50% delas sofrerem de anemia e 16% darem à luz bebés de baixo peso. A

subnutrição crónica, irreversível após a idade de 2 anos, é também um sério obstáculo à capacidade de

aprendizagem das crianças e calcula-se que reduza em cerca de 10% os rendimentos individuais durante toda a

vida, o que resulta numa redução de 2-3% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, a suplementação

nutricional é essencial para os doentes beneficiarem do tratamento de doenças crónicas como a

tuberculose e o SIDA. Embora o Governo já tenha elaborado um plano nacional de combate à desnutrição, as

estruturas de planificação, financiamento e monitoria intersectorial e multissectorial estão ainda em fase de

preparação.

Dentro do sector de saúde do país, poucas pessoas têm formação suficiente em saúde pública, nutrição e

saúde pública, planificação e gestão de saúde, gestão de instalações, aquisições e gestão financeira. Além disso,

muitas pessoas com conhecimentos foram trabalhar para agências internacionais e ONGs que dão melhores

condições de emprego. A falta de RH (em termos de números e leque de competências) e a limitada capacidade

do sistema (estruturas, funções, pessoal, instalações e ferramentas) no sector público constituem grandes

entraves ao alargamento das intervenções de saúde prioritárias. Em particular, a necessidade de nutricionistas de

saúde pública com formação é uma prioridade urgente, tendo em conta a urgência política de combater a

desnutrição crónica.

Há também uma necessidade urgente de reforçar a Gestão das Finanças Públicas (GFP) para apoiar

i) descentralização; ii) programas multissectoriais que exigem intervenções coordenadas; e iii) apoio à sociedade

civil e ao lado da procura, para realizarem actividades que contribuam para as prioridades nacionais através de

abordagens baseadas em direitos. Embora haja uma forte aposta política na plena descentralização sob a

forma de devolução, tal não ainda é acompanhado por afectações de fundos, modalidades e capacidade de

planificar, monitorar e dar conta do investimento aos níveis provincial e distrital. Este apoio será dado através de:

i) uma avaliação da capacidade e apoio à GFP e a sistemas de controlo interno; ii) melhoria do sistema de

classificação dentro do sistema de administração financeira do Estado (e-SISTAFE) para seguir as melhores

práticas internacionalmente reconhecidas; iii) aumento da transparência em planificação, orçamentação,

apresentação de relatórios financeiros e auditorias do governo; iv) melhoria do nível de prestação de contas

dentro das instituições que receberão os fundos; e v) apoio aos esforços de introdução de gestão baseada em

resultados nas instituições do governo. Embora se afirme na política nacional de saúde que a sociedade civil

tem um papel a desempenhar na planificação e monitoria da prestação de serviços e precisa, portanto, de

ter capacidade para o fazer, isto tende ainda a ser controverso e a não ser facilmente executado através de

estruturas de governo. Tais modalidades de financiamento através de entidades não estatais proporcionarão

oportunidades para a harmonização das contribuições dos doadores e virão a abrir caminho para o

financiamento do governo a essas entidades.

3. Resumo do Desenho do Programa

O apoio da Danida à saúde e nutrição em Moçambique incluirá tanto apoio ao nível central como ao nível provincial ao PESS e ao PAMRDC, e reforçará a oferta e a procura de serviços através de uma abordagem baseada nos direitos que promove mecanismos de responsabilização social. Este apoio incluirá novos mecanismos de financiamento que possam garantir um desembolso mais bem orientado, contabilidade e monitoria alinhadas com planos nacionais, provinciais e distritais realistas, e apoiará, por fim, o sistema de saúde e capacitação (ver a Figura 1 abaixo).

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APS-SN, 2012 – 2017, Moçambique

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Figura 1: Panorâmica das Componentes do Programa

3.1 Componentes

O apoio da Danida incluirá as seguintes componentes:

Componente 1: Financiamento dos planos estratégicos do sector da saúde, PESS II e, a partir de 2013,

PESS III, através dos seguintes apoios ao nível central: 1.1) Apoio ao fundo comum do PROSAUDE II e

participação no diálogo sobre políticas, tal como definido no Memorando de Entendimento (MdE) acordado em

2008 para doadores do PROSAUDE IIiii; 1.2) Apoio a SDSR através de reforço do sistema de saúde e de

capacitação, e de inovações que promovam a implementação eficaz e eficiente do PESS II/III nas áreas de

COMPONENTE 2:

NUTRIÇÃO

PAMRDC

COMPONENTE 1:

SAÚDE

PESS II & III

COMPONENTE 3:

SOCIEDADE CIVIL

Direito a serviços de saúde, nutrição

e HIV/SIDA

Subcomponente 1.1 Apoio ao plano estratégico

da saúde através do fundo

comum do PROSAUDE

Subcomponente 1.2 Apoio ao reforço dos

sistemas de saúde para

melhoria da SDSR através

dos sistemas nacionais

Subcomponente 1.3

Apoio orçamental

sectorial provincial a

Tete para melhoria de

SDSR (nutrição e

HIV/SIDA)

Subcomponente 2.1

Apoio ao desenvolvimento

de capacidades em

nutrição (Secretariado

Técnico de Segurança

Alimentar e Nutricional,

SETSAN, e MISAU) e

formação em nutrição e

saúde pública através dos

sistemas nacionais

Subcomponente 2.2 Criação de um fundo

que suporte as acções

multissectoriais

provinciais para planos

de redução da

desnutrição crónica.

Capacidade de os

cidadãos

reivindicarem a

satisfação do seu

direito a serviços de

saúde, segurança

nutricional e

HIV/SIDA através do

reforço dos

mecanismos de

responsabilização

social

Nív

el

pro

vin

cia

l e

dis

trit

al

Nív

el

cen

tral

Contribui para os ODM 4, 5 e 6

Contribui para os ODM 1, (2), 4, 5 e 6

Contribui para os ODM

1, 4, 5 e 6

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

AVALIAÇÃO E ESTUDOS

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APS-SN, 2012 – 2017, Moçambique

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gestão das finanças públicas (GFP), planificação, liderança e apoio à formação em gestão do serviço de saúde.

Está também previsto apoio à inovação e investigação em saúde através de uma instituição de pesquisa

reconhecida, como seja o Instituto Nacional de Saúde Pública (INS). Essa inovação vai contribuir para a

aprendizagem em acção e para a implementação eficaz e eficiente aos níveis provincial e distrital e, dessa forma,

para melhores resultados de SDSR. 1.3) Apoio ao plano provincial e, posteriormente, aos planos distritais

de saúde de Tete (PES provinciais e distritais), que promoverá a aprendizagem, acelerando dessa forma a

descentralização e a obtenção dos resultados acordados nas áreas de SDSR, nutrição e integração do HIV/SIDA.

Essas experiências de aprendizagem serão canalizadas para o diálogo nacional sobre políticas, contribuindo para

ele. As avaliações de capacidade orientarão a necessidade de apoio técnico ao longo e a curto prazo.

Componente 2: Financiamento do PAMRDC através de apoio a nível central a: 2.1) Coordenação dos

sectores relevantes pelo Secretariado Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) e participação

no diálogo sobre políticas para expansão da nutrição através do Fórum dos Parceiros de Nutrição (FPN); 2.2)

Apoio à capacitação em nutrição da unidade de nutrição do Ministério da Saúde (MISAU), bem como formação

de nutricionistas de saúde pública; e, finalmente, 2.3) Estabelecimento de um fundo de apoio provincial e

distrital à implementação das actividades do PAMRDC nas províncias e posteriormente nos distritos,

incluindo assistência ao estabelecimento da modalidade de financiamento.

Componente 3: Financiamento de OSC para a promoção de uma abordagem baseada nos direitos, através

da promoção de mecanismo de responsabilização social nas áreas de SDSR, nutrição e HIV/SIDA.

3.1.1 Descrição e Lógica da Componente:

Apoio ao Nível Central: Saúde e Nutrição

O apoio da Danida contribuirá para: i) atingir os resultados do PESS II/III, através do apoio ao PROSAUDE II,

apoio ao sistema de saúde e capacidade para melhorar a SDSR, e ainda apoio à inovação por meio de pesquisa

para a saúde; ii)alcançar os resultados da resposta multissectorial para reduzir a desnutrição crónica de acordo

com o PAMRDC, através do apoio ao SETSAN, ao MISAU e à formação de nutricionistas de saúde pública; e

iii) alcançar o resultado dos planos estratégicos de saúde, nutrição e HIV/SIDA, através da advocacia para esse

fim, por meio do apoio a OSC. A Danida dará também um significativo contributo para o diálogo nacional sobre

políticas nas áreas relevantes e garantirá que os factos documentados pelas lições aprendidas com o apoio

provincial e distrital venham a ser tidas em conta nas políticas e estratégias nacionais nas áreas apoiadas.

Apoio Orçamental Sectorial Provincial a Tete para SDSR

Será dado apoio financeiro aos planos de saúde e nutrição provinciais, e, mais tarde, distritais, para reforçar o

processo de descentralização, bem como os sistemas de saúde e o PEN III e a sua implementação. Será dada

prioridade à província de Tete, mas este apoio pode depois ser alargado a outras províncias, especialmente no

que toca à nutrição. A fim de evitar duplicação de financiamento, o apoio em Tete será destinado a actividades

que visem acelerar os objectivos definidos para integração de SDSR, nutrição e HIV/SIDA através de

intervenções que não são já financiadas através do orçamento do Estado ou por outros doadores do sector. O

resultado deste apoio será medido anualmente através de estatísticas dos serviços e monitoria independente,

incluindo “cartões básicos de pontuação” (basic score cards). Para coordenar os contributos dos doadores e

promover um modelo de apoio orçamental provincial e, posteriormente, distrital, propõe-se a elaboração de um

MdE para harmonização dos doadores, diálogo político e código de conduta ao nível provincial ‒ inicialmente

em Tete.

Apoio da Sociedade Civil à Saúde Nutrição, e HIV/SIDA

Será dado apoio para reforçar a consciência dos cidadãos dos seus direitos a serviços de saúde, nutrição e

HIV/SIDA de melhor qualidade. Este apoio, que se prevê que venha a ser co-financiado por outros doadores,

como a Irish Aid e a USAID, será canalizado sobretudo através de um gestor de fundos a que caberá a

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capacitação e a concessão de subsídios a OSC credíveis de maiores dimensões, assim como a OSC mais

pequenas. Será utilizado o diálogo com prestadores de serviços e representantes do governo a nível local para

influenciar os debates políticos e para aprendizagem. As experiências e as informações resultantes da recolha de

dados e da monitoria serão compartilhadas com todos as partes relevantes.

Reforço do sistema e da capacidade

Será fornecida AT de curto e de longo prazo, através de contractos com agências nacionais e internacionais

instituições académicas, empresas ou indivíduos. A AT actualmente proposta inclui: i) contrato institucional e/ou

individual para prestação de apoio a longo prazo para GFP e desenvolvimento organizacional, incluindo o

desenvolvimento de liderança no MISAU aos níveis central e provincial. Este apoio foi especificamente

solicitado pelo secretário permanente do Ministério da Saúde, em resposta aos doadores do PROSAUDE II,

para acções correctivas da irregularidade encontrada pela auditoria do Fundo Global para o SIDA, Tuberculose e

Malária (GFATM) na Primavera de 2012. O apoio inclui assessores de curto e longo prazo para o plano de

reforço de GFP, desenvolvimento de competências em aquisições e GFP aos níveis nacional e provincial, e faz

parte do plano de reforço da monitoria de GFP que foi desenvolvido em 2011 e ajustado em 2012. Prevê-se que

a contratação seja feita em conjunto com a UE; ii) contrato institucional e/ou individual para a prestação de

apoio a longo prazo a SDSR na província de Tete, iii) contrato a longo prazo com empresa e/ou indivíduo para

apoiar a operacionalização do modalidade de financiamento para o PAMRDC para as províncias; iv) contrato

com instituição académica para a melhoria da qualidade e da quantidade da formação em nutrição e saúde

pública, bem como a prestação de AT – consoante as necessidades – ao SETSAN e à unidade de nutrição do

MISAU, e v) Contrato a longo prazo com uma OSC nacional, uma fundação ou um consórcio de OSC para

levar a cabo a capacitação e concessão de subsídios a OSC locais nas áreas de SDSR, nutrição e HIV/SIDA.

Além disso, prevê-se que seja afectado ao programa um Jovem Profissional (Junior Professional Officer, JPO) para

ajudar no apoio provincial à planificação de saúde e nutrição. Além disso, será dado financiamento específico a

uma instituição de pesquisa (INS), que pode apoiar a inovação e planificação baseada em resultados, além de

documentar os resultados obtidos, para uso no diálogo sobre políticas. Com base na experiência da fase IV, a AT

e o apoio institucional serão regularmente ajustados às necessidades e exigências dos destinatários, bem como à

capacidade de desempenho da AT. Foi considerada no Grupo dos Parceiros da Saúde (GPS) a possibilidade de

fundir o apoio da AT num esquema de base de recursos (pool) de AT, que pode ser uma opção, consoante o

resultado de um diálogo entre o GPS e o Governo.

3.2 Riscos de gestão

Os riscos do programa estão descritos na Secção 12. Para mitigar estes riscos, a Danida fará o seguinte:

Acompanhará de perto os resultados e tendências da monitoria bimestral externa patrocinada pela UE do actual plano de reforço de GFP para o MISAU. Este plano foi elaborado em conjunto entre o MISAU, os doadores do PROSAUDE II e o Gabinete do Inspector-Geral do GFATM. Uma revisão dos Termos de Referência (TdR) para a auditoria anual do PROSAUDE II resultou na inclusão do PROSAUDE II e do orçamento do Estado em futuras auditorias, o que se espera que venha a minimizar o risco de irregularidades;

Dará mais apoio com AT ao desenvolvimento de boa GFP. Esse apoio será dado à Direcção de Administração e Finanças e à Direcção de Planificação e Cooperação do MISAU para implementação do plano de acção de reforço de GFP elaborado como resposta a irregularidades detectadas numa auditoria na Primavera de 2012;

Defenderá que, no futuro, os auditores estatais realizam as auditorias. Se tal não for possível, será feita uma monitoria rigorosa de auditorias anuais externas atempadas. Se esta não for satisfatória, a Danida reserva-se o direito de suspender/reafectar financiamento, de acordo com o estipulado no acordo bilateral;

Acompanhará de perto o progresso nos indicadores acordados e apoiará a boa aplicação do dinheiro público e estudos de monitoria dos gastos públicos, no âmbito de um amplo apoio à governação;

Acompanhará de perto a implementação do plano de combate à corrupção de 2010;

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Participará activamente no diálogo sobre políticas nos sectores da saúde e da nutrição e contribuirá para o trabalho dos grupos de trabalho dos doadores/MISAU sobre questões técnicas nas áreas de GFP, planificação e monitoria, também do PESS III; e

Promoverá, na sua qualidade de líder do G19 e de membro do grupo de doadores do PROSAUDE II, do GPS e do Fórum de Parceiros da Nutrição (FPN), uma estreita colaboração com o Ministério das Finanças (MF) e o Ministério da Planificação e Desenvolvimento (MPD).

3.3 Considerações sobre estratégia de retirada

Moçambique continua a ser um país fortemente dependente dos doadores. O envelope de recursos totais em 2012 é de cerca de 415 milhões de USD para a saúde e de cerca de 5,6 milhões de USD para o HIV/SIDA. Do envelope total de recursos disponíveis para o sector, aproximadamente 30% são financiados externamente como fundos registados no orçamento do Estado na secção de Externos. Há, no entanto, importantes volumes de financiamento para o sector que ficam fora do orçamento e fora dos sistemas estatais, nomeadamente o apoio recebido do Governo dos EUA e de outras iniciativas verticais de financiamento. Em termos nominais, as dotações orçamentais para o sector cresceram modestamente de 2006 para 2011. As despesas correntes cresceram parcialmente, o que se explica por um aumento do número de trabalhadores do sector. Como percentagem da despesa total do governo (excluindo os encargos da dívida), a dotação para o sector apresentou uma redução no mesmo período, atingindo os 7,9% e 7,8% da despesa total do governo em 2011 e 2012, respectivamente. A fim de reduzir o risco de défice de financiamento e de implementação, e no caso de a Danida ter de se retirar do sector, espera-se entrar em parcerias delegadas com a UE e possivelmente com outros doadores relevantes da saúde e HIV/SIDA, como a Agência de Desenvolvimento Alemã (GIZ). Estas parcerias contribuirão para tornar os destinatários menos vulneráveis a uma retirada súbita de um doador importante.

A Danida terá um papel fundamental na criação de uma modalidade de financiamento para a nutrição. Essa modalidade de financiamento estará incluída no plano, no orçamento, na conta da tesouraria e será executada através do e-SISTAFE, reforçando assim o governo e os sistemas de governação através de sistemas de controlo interno e de auditoria externa. Da mesma forma, a Danida contribuirá para financiar modalidades de financiamento inovadoras para reforço da sociedade civil/lado da procura, que cobrirá a saúde, nutrição e HIV/SIDA. Com esses mecanismos a funcionar, o governo e outros doadores podem canalizar os seus fundos através dessas modalidades, melhorando assim o alinhamento e harmonização dos doadores no que diz respeito à concretização dos ODM.

A Danida tem tido um papel fundamental na criação de um mecanismo de coordenação para o PAMRDC entre os doadores ao nível nacional e apoiará a criação das mesmas modalidades para a província de Tete, através de um MdE de doadores/parceiros, fazendo assim com que a província seja menos vulnerável à retirada de um doador. Será também apoiado o sistema de GFP e o uso do e-SISTAFE a nível provincial e posteriormente distrital.

4. Contexto Nacional do Sector

4.1 Contexto Nacional

Moçambique tem uma população de cerca de 23 milhões de pessoas, 46% das quais têm menos de 15 anos de idade. O país está entre os mais pobres do mundo, ocupando a 165ª posição entre 169 países no Índice de Desenvolvimento Humano de 2011. No entanto, tem-se registado progresso significativo em termos de desenvolvimento socioeconómico, sob o impacto combinado de estabilidade macroeconómica e elevado crescimento económico. Durante o período 2005-2009, o crescimento anual médio foi de 7,6% do PIB e o rendimento per capita aumentou em média 5% ao ano. No mesmo período, os índices de pobreza não diminuíram e o coeficiente Gini baixou de 0,445 (1998) para 0,457 (2008).

4.2 Província de Tete

A província de Tete está localizada no centro do país, e tem uma população de 2,1 milhões de habitantes. Apesar de 87% viverem em áreas rurais, verifica-se um aumento da migração para as zonas urbanas, em parte promovida pela afluência de indústrias extractivas. É uma das províncias mais pobres e mais vulneráveis de

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Moçambique, com um alto nível de insegurança alimentar e nutricional, uma taxa de desnutrição crónica de 48% e dois terços dos seus habitantes são analfabetos. Calcula-se que apenas de 22% da população têm acesso a serviços de saúde numa distância que se possa percorrer a pé em 30 minutos, e que 4% dos agregados familiares têm acesso a água corrente. A taxa de prevalência de HIV está calculada em 7%, que é inferior à média nacional de 11%, mas essa prevalência está muito provavelmente a aumentar, com uma zona de alta prevalência em volta das áreas de mineração. A posição geográfica da província, fazendo fronteira com três países, e a recente expansão das indústrias de mineração e de tabaco fizeram aí afluir um grande número de trabalhadores e levaram também a um aumento do número de mercadorias transportadas por estrada de Tete e para Tete. Sabe-se que estes factores levam a um aumento das doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV/SIDA, bem como a um aumento, directo e indirecto, do custo de vida. A taxa de mortalidade infantil (TMI), a taxa de mortalidade neonatal (TMN) e a taxa de mortalidade materna (TMM) estão entre as mais altas do país, 107 e 41 por mil nascidos vivos para TMI e TMN, e 984 por 100.000 nascidos vivos para TMM. Apenas 55% das mulheres dão à luz em instituições de saúde, quando a média nacional é de 64%. As principais razões para esta lacuna são um baixo número de postos por habitante, falta de pessoal qualificado e de equipamento, e sistemas de comunicação e transporte inadequados, bem como sistemas de crenças sociais e culturais.

4.3 Políticas e Planos Relevantes

A política geral de desenvolvimento do governo está definida no Plano de Acção para Redução da Pobreza (PARP). De acordo com este plano, “saúde e nutrição são importantes e contribuem para o desenvolvimento humano, e directa e indirectamente para a redução da pobreza”. O plano defende o desenvolvimento de boa saúde e higiene, e uma redução na incidência de doenças que possam afectar os grupos populacionais mais vulneráveis. Há um especial enfoque na nutrição e na segurança alimentar, pelo que esta área tem um indicador específico no plano, como, aliás, o HIV/SIDA.

O enquadramento da política de saúde moçambicana é feito na Política Nacional de Saúde 1995/1999, que define a saúde como um bem e um direito fundamental para o desenvolvimento sustentável. As principais responsabilidades do sector da saúde dizem respeito à prevenção e tratamento de doenças e promoção da saúde, bem como à colaboração com a sociedade civil. Afirma-se que os fundamentos da política são os cuidados primários de saúde, a justiça e a melhor qualidade do atendimento. A estratégia de saúde é definida no PESS (2007-2012). Este plano tem em conta compromissos globais e regionais para os ODM relacionados com a saúde, o Plano de Acção da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD)iv, e o protocolo de acção de Maputo relativamente a SDSRv. O plano garante que os Planos Económicos e Sociais (PES) anuais sejam usados para benefício do sector, indicando rumo, objectivos e estratégias. A nível provincial e distrital, articula os meios através dos quais se pode alcançar e medir estes objectivos e estratégias. O plano serve também de ferramenta para monitorar o cumprimento de metas e indicadores. Os resultados previstos são monitorados anualmente através do Quadro de Avaliação do Desempenho (QAD)vi, nas avaliações conjuntas anuais do sector da saúde. O processo de elaboração do novo plano estratégico PESS III (2013-2017) foi já iniciado e prevê-se que esteja concluído até Março de 2013. O MISAU elaborou recentemente um plano separado para acelerar a concretização dos ODM 4 e 5, que visam intensificar as intervenções relacionadas com a saúde materna, neonatal e infantil. Este plano tem um financiamento específico separado, da Agência Canadiana de Desenvolvimento Internacional (CIDA)vii.

O PAMRDC (2011-2014 (2020)) de Moçambique tem sido elogiado pela sua “abordagem de ciclo de vida” e Moçambique tornou-se um dos 18 países-piloto globais da iniciativa de Ampliação da Nutrição da ONU (SUN). A iniciativa foi subscrita por mais de 100 organizações multilaterais, pelo sector privado, OSC e doadores bilaterais, incluindo a Danida, com o objectivo de criar uma plataforma global para advocacia e implementação de intervenções rentáveis para reduzir a desnutrição crónica. Oito ministérios, agências da ONU, doadores bilaterais, o sector privado e a sociedade civil assinaram o seu compromisso para a implementação do PAMRDC. O plano tem sete objectivos estratégicos. A sua força fundamental (e o desafio que enfrenta) reside em conseguir que seja universalmente reconhecido que a desnutrição tem múltiplas causas e não é apenas o resultado de insegurança alimentar. Há, efectivamente, pesquisa que mostra que a desnutrição crónica é maior em áreas geográficas com maior produção de alimentos. As intervenções e actividades propostas combinam, pois, intervenções relacionadas com a nutrição na saúde, educação, agricultura, água e saneamento, indústrias e comércio, acção social e desenvolvimento com acções por parte da sociedade civil. O PAMRDC identifica

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quatro províncias prioritárias, uma das quais é a província de Tete, que é também a primeira província em Moçambique a elaborar o seu próprio PAMRDC provincial para 2011-2015, sob a direcção do governador provincial.

A base para a resposta multissectorial nacional ao HIV/SIDA em Moçambique tem sido o PEN III (2010-2014), que identifica quatro áreas prioritárias para a resposta nacional: i) A redução do risco e da vulnerabilidade à infecção de HIV; ii) Prevenção; iii) Cuidados e tratamento; e iv) Mitigação do impacto. O custeio do plano foi já parcialmente feito e prevê-se que a integração seja uma estratégia fundamental de implementação.

4.4 Serviços e Autoridades Relevantes de Saúde, Nutrição e HIV/SIDA

A estrutura do sistema de saúde do país tem três níveis. O nível nacional é a estrutura orientadora, que define políticas, normas e regulamentos. As Direcções Provinciais de Saúde realizam a planificação provincial, tendo em conta as orientações estratégicas definidas ao nível central, mas adaptando-as à realidade de cada província. A nível distrital, o sector da saúde foi fundido com o sector da acção social nos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social. Este nível tem a responsabilidade de implementar planos formulados a nível da comunidade e de garantir que estes estejam em conformidade com as prioridades das políticas nacionais e com os planos e metas provinciais. Politicamente, a responsabilidade da planificação de saúde foi descentralizada para os níveis provincial e distrital. No entanto, muitas vezes os planos não são baseados em resultados nem alinhados com os orçamentos, o que leva a um nível de implementação relativamente baixo. O governador provincial e o administrador distrital são as autoridades máximas. A disponibilidade dos ministérios para afectar atempadamente às províncias fundos não destinados a fins específicos varia de ministério para ministério. Além disso, os fundos fornecidos através do PROSAUDE II nem sempre chegam ao nível provincial, em parte porque os sistemas de gestão financeira são fracos e em parte por causa do controlo central. Embora a decisão de descentralização do Governo abra uma oportunidade, a pouca disponibilidade e a pouca previsibilidade dos recursos afectados, agravadas pela falta de capacidade de planificação com base na procura e nas necessidades e centrada em resultados aos níveis periféricos, ainda representam um grande desafio.

Um total de 90% dos serviços de saúde em Moçambique é fornecido pelo sector público. Há 1277 unidades de saúde, o que corresponde a uma unidade de saúde por 15.000 habitantes e está aquém da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de uma unidade por cada 10.000 habitantesviii. Apenas 36% da população pode chegar a uma unidade de saúde andando 30 minutos a péix e apenas 3% destas instituições de saúde são hospitais com a capacidade de dar assistência integral e gerir partos complicados. Além da rede pública de serviços de saúde, as pessoas procuram tratamento junto dos praticantes de medicinas tradicionais, agentes comunitários de saúde, parteiras tradicionais e, em grandes cidades, também de prestadores privados de cuidados de saúde. Algumas OSC prestam serviços principalmente de tratamento de doenças específicas como a malária e o HIV/SIDA.

As instituições de nutrição importantes ao nível central são o SETSAN, a funcionar no Ministério da Agricultura (MINAG), e a secção de nutrição do MISAU. Propõe-se a criação de um Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSAN) presidido pelo Primeiro-Ministro. Até agora, o enfoque principal nas questões de nutrição tem-se limitado ao aspecto da segurança alimentar. No entanto, o mais recente relatório de Direito à Alimentação2 diz que o sistema alimentar deve assegurar o acesso de todos a uma dieta sustentável3, afastando o sistema agro-alimentar de um enfoque exclusivo na produção de alimentos, para, em vez disso, integrar a exigência da adequação da dieta, justiça social e sustentabilidade ambiental, elementos incluídos todos eles na segurança nutricional. Para Moçambique, que tem um total de 44% das crianças menores de cinco anos de idade cronicamente subnutridas, esta mudança de paradigma é importante. Com a maior taxa de subnutrição crónica na África Subsaariana, o que corresponde a 1,7 milhões de crianças, uma mortalidade infantil de 119 (MICS 2008) óbitos por 1000 nascimentos nos quintis mais baixos da riqueza comparada com 75 óbitos (MICS 2008) por 1.000 nascidos nos quintis mais altos da riqueza, há 63% mais óbitos de crianças nos agregados mais pobres que em agregados familiares mais ricos. A elevada mortalidade de bebés e crianças jovens é atribuível ao

2 Relatório apresentado pelo relator especial para o direito à alimentação, Olivier de Schutter, Assembleia-Geral das Nações Unidas, Dezembro de 2011. 3 Uma dieta sustentável: dieta com pequeno impacto ambiental que contribua para a segurança alimentar e nutricional e para uma vida saudável das gerações presentes e futuras.

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estado nutricional deficiente dos primeiros 1.000 dias de vida de uma pessoa. Recentemente, tem sido amplamente reconhecida a necessidade de intervenções específicas de nutrição e saúde pública. O pessoal contratado pelo SETSAN tem, até há pouco tempo, espelhado a orientação desta instituição para a segurança alimentar, mas, nos últimos meses veio juntar-se-lhes um nutricionista, um economista e um especialista em monitoria e têm agora uma equipa de 10 pessoas. A nível provincial, as actividades de alimentação e nutrição são coordenadas pelo SETSAN provincial, sob a égide do MINAG, com importante apoio do MISAU. O apoio de parceiros à nutrição é coordenado pelo recentemente formado FPN, cujos TdR são harmonizar o apoio destes parceiros e que tem a Danida como principal doador.

A resposta nacional ao HIV/SIDA é coordenada pelo Conselho Nacional de Combate ao SIDA (CNCS) que foi criado como entidade paraestatal em 2000, fora dos sistemas e estruturas governamentais, como organismo supra-ministerial de coordenação presidido pelo Primeiro-Ministro. O CNCS tem agora um núcleo provincial em cada província e, com assistência da Danida e do GIZ, está actualmente a reestruturar-se e a criar pontos focais em todos os distritos. As actividades de HIV/SIDA estão a ser integradas em todo o sistema governamental e cada ministério tem um ponto focal de HIV/SIDA. A implementação, no entanto, tem sido lenta. Inicialmente, o CNCS dava subsídios a OSC e a ministérios, respondendo a solicitações que estes lhe faziam. Em 2009, as suas atribuições foram alteradas, passando a centrar-se na definição de rumo estratégico, monitoria e avaliação, e coordenação da comunicação pública. O CNCS ainda não implementou, porém, as alterações estruturais recomendadas. Ainda não há nenhuma monitoria coordenada dos resultados e da qualidade dos serviços de HIV/SIDA. Além disso, continua a faltar um apoio coordenado, abrangente e eficaz à sociedade civil. Nos últimos anos, o desempenho do CNCS tem estado longe de ser satisfatório, resultando daí que os doadores tenham cessado o seu financiamento básico e tenham comunicado as suas preocupações directamente ao Primeiro-Ministro. O governo respondeu agora reiterando o compromisso de reforma do CNCS. Até 2013, espera-se que o governo tenha uma nova unidade mais funcional para a coordenação de HIV/SIDA, mais bem alinhada com a estrutura organizacional do governo.

Há ainda pouca capacidade e competência no sistema público de saúde e a motivação e remuneração do pessoal são motivo de constante preocupação. Resulta deste estado de coisas que um número significativo de profissionais rapidamente se muda para cargos mais bem remunerados fora do sistema governamental. Em 2008, foram dadas 500 “licenças por tempo indefinido” a médicos e, em 2009, havia apenas 1.042 médicos e 5.213 enfermeiros e enfermeiras no país. Além disso, é muito difícil atrair profissionais para se tornarem professores a tempo inteiro em instituições de ensino de saúde, devido a uma remuneração muito baixa e poucas possibilidades de acumular outros trabalhos. O ensino é, pois, feito por pessoal da saúde durante as suas horas de trabalho ou fora delas. Se estas questões não forem resolvidas de uma forma decisiva e sustentável, não haverá grandes mudanças positivas no desempenho do sistema de saúde. Até agora, a UE, a Bélgica, a USAID e a OMS estão a apoiar o desenvolvimento de recursos humanos. A Danida decidiu pois fazer incidir os seus esforços nas lacunas identificadas.

4.5 Financiamento dos Cuidados de Saúde

O envelope total de recursos para a saúde é de 415 milhões de USD e de 5,6 milhões de USD para o HIV/SIDA. A despesa interna para o sector desceu de 17,9% em 2000 para 7,9% no orçamento para o ano fiscal (AF) 2010/2011. Isto pode explicar-se em parte, porém, pelo facto de o CNCS ter deixado de financiar OSC, o que era anteriormente incluído no orçamento da saúde. O orçamento do sector da saúde é composto pelos orçamentos para o MISAU, direcções provinciais e distritais, hospitais e CNCS. Em 2009/2010, os distritos tornaram-se unidades orçamentárias identificáveis no orçamento do governo. A nível distrital, as actividades do Ministério da Saúde e do Ministério da Acção Social partilham uma mesma rubrica orçamental, o que causa óbvios problemas de distribuição, análise das despesas e previsão.

A despesa total anual per capita para a saúde é de cerca de 13 USD, o que fica muito aquém dos 60 USD recomendados pela OMS e mesmo dos 34 USD recomendados pela Comissão de Macroeconomia e Saúde. Em 2010/2011, mais de 70% do financiamento do sector foi feito por 26 parceiros doadores. Os cálculos indicam que em 2010 a contribuição do GdM para as despesas de saúde foi de cerca de 150 milhões de USD e que a contribuição dos doadores (do G19 e através do apoio sectorial ao PROSAUDE II) foi de cerca de 75 milhões de USD (registados no orçamento). O sector de saúde recebeu, além disso, financiamento de projectos de saúde

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específicos através de organizações governamentais dos EUA. Foram também canalizados para o sector fundos privados num valor de cerca de 10 milhões de USD.

Embora a relação entre funcionários e população por província tenha subido nos últimos anos, a distribuição per capita das despesas varia de província para província, o que contribui para o aumento da desigualdade. No entanto, com a descentralização, a despesa corrente de 2011 foi directamente registada no nível em que foi feita. Espera-se que isto venha a transferir os gastos do nível nacional para os níveis provincial e distrital, sobretudo porque o financiamento directo para o nível onde as actividades são executadas é o melhor indicador de maior justiça na saúde.

Os fundos do PROSAUDE II são registados ao nível central, ou seja, no orçamento e despesas do MISAU, mas, na realidade, podem também beneficiar as províncias e os distritos. Até que ponto isso acontece é algo que não se pode documentar, uma vez que todos os respectivos processos de aquisições e contratações são decididos e realizados ao nível central e entregues como contribuição “em espécies” para as províncias. Apenas uma pequena percentagem da totalidade dos fundos é gerida pelas províncias e pelos distritos. Um estudo nacional de 2010 sobre prestação de contas interna concluiu que para evitar “fungibilidade” para o apoio ao sector da saúde, os doadores podem ter de usar um leque de modalidades de ajuda e capacitar o lado da procura de serviços, para exigir do governo prestação de contas dos seus compromissos com a saúdex.

As taxas dos utentes são um elemento importante do financiamento do sector saúde, indicando que as comunidades estão dispostas a pagar por serviçosxi. As taxas dos utentes são pagas pelos clientes a qualquer nível e cobrem pagamentos de medicamentos, consultas, outros serviços e clínicas especiais nos hospitais centrais. A cobrança de taxas dos utentes tem aumentado significativamente nos últimos anos. No entanto, as taxas cobradas não podem ser guardadas e usadas para melhoramentos dos serviço pelas instituições que as cobram, sendo creditadas no Tesouro e consideradas Dotações de Ajuda. Esses recursos só são postos à disposição das instituições que os geram mediante uma Autorização para Efectuar Despesas do Ministério das Finanças. Como é de prever, ao nível central não há incentivo, nem sequer capacidade, para registar, acompanhar e pedir reembolso das taxas cobradas, o que tem consequências fáceis de imaginar. As isenções e gratuitidades existem, sendo as mais importantes para os cuidados pré-natais, serviços a crianças menores de 5 anos e diagnóstico e tratamento de HIV, mas nem sempre são respeitadas.

Não há actualmente mecanismo fiável para se calcular as despesas com nutrição. Em Outubro de 2010, o Banco Mundial (BM) realizou um exercício de custeio da componente de saúde do PAMRDC. No total, os custos anuais para fornecimento de nutrição prioritária no âmbito das intervenções do sector de saúde foram de 26 milhões de USD excluindo suplementação alimentar e de 60 milhões de USD incluindo esse custo. O GdM calculou o custo da implementação do plano quinquenal completo em todos os sectores em 260 milhões de USD, incluindo suplementos alimentares.

Financiamento de HIV: A resposta nacional ao HIV/SIDA é financiada, desde o início do PEN II, através do Fundo Comum do CNCS por cinco doadores bilaterais (Canadá, Reino Unido, Irlanda, Suécia e Dinamarca), pelo GFATM e pelo BM. O custeio do PEN III está ainda a ser feito, mas, até agora, o orçamento de 2011 do CNCS foi de 7,7 milhões de USD. Todos os doadores do fundo comum para o CNCS informaram o Primeiro-Ministro de que 2012 é o último ano em que será prestado apoio ao CNCS e os doadores estão agora à espera da reestruturação desta organização e de que o governo se comprometa a financiar o HIV/SIDA.

4.6 Coordenação dos Doadores

Coordenação dos doadores e diálogo sobre políticas. A coordenação geral dos doadores e o diálogo com o GdM é gerido por intermédio do G19. Foi aprovada uma abordagem sectorial (SWAp) do sector da saúde em 2000, com vista a: i) melhorar o desempenho do sector; ii) fortalecer a liderança do governo; iii) dar mais ênfase ao desenvolvimento de políticas e estratégias, e iv) reduzir os custos de transacção da ajuda externa. O GPS representa todos os parceiros de desenvolvimento que apoiam o sector da saúde em Moçambique e é liderado por um parceiro focal nomeado, actualmente o Canadá. Além disso, há seis grupos de trabalho temáticos presididos por um representante do MISAU. A sociedade civil também está representada, mas, até agora, tem-se feito ouvir pouco. Os doadores signatários do MdE para o PROSAUDE II formam um grupo que se reúne

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separadamente uma vez por trimestre. Esta mistura de doadores do PROSAUDE II e de doadores do projectos no GPS cria dificuldades no diálogo sobre políticas, dado que os doadores do PROSAUDE II têm um grande interesse em questões de governação do sector público, ao passo que os doadores dos projectos estão mais interessados em discutir questões técnicas relacionadas com os seus projectos, uma vez que controlam os seus próprios fundos.

A coordenação dos doadores e o diálogo relativamente a nutrição inclui várias organizações da estrutura das Nações Unidas. A UNICEF preside e a Danida é vice-presidente e principal doador do FPN, que se orienta por TdR. A Danida apoia o departamento de nutrição do MISAU e o plano provincial de nutrição de Tete desde 2011. Até agora, o maior doador em nutrição é o Governo dos EUA, que funciona por intermédio de ONGs nacionais e internacionais e dá apoio a cinco províncias de Moçambique, através de abordagens integradas e baseadas nas comunidades. Espera-se que o BM financie nutrição nas três províncias do Norte, mas apenas através do sector da saúde. Outros potenciais doadores são a CIDA (província da Zambézia), a Irish Aid (Inhambane e Niassa), a UE e o DFID, bem como a Cooperação para o Desenvolvimento da Flandres, a, Finlândia e os Países baixos. O REACH, que é um mecanismo de nutrição da ONU composto pela FAO, OMS, UNICEF e PAM, fornece assistência técnica ao SETSAN para coordenação, relatórios, monitoria e avaliação aos níveis nacional e descentralizado.

5. Objectivos de Desenvolvimento

O objectivo global da assistência da Danida a Moçambique é contribuir para a redução da pobreza e, especificamente, para os sectores da saúde, nutrição e HIV/SIDA, para contribuir para a concretização dos ODM 1, 4, 5 e 6. Este objectivo de desenvolvimento está em plena sintonia com o Programa Quinquenal do Governo 2010-2014 e com o PARP 2011-2014, que realçam a importância da saúde, nutrição e HIV/SIDA para alcançar a redução da pobreza em geral. A assistência da Danida será medida através dos indicadores acordados na Matriz do Quadro de Avaliação do Programa, os indicadores de nutrição do PARP e do PAMRDC, e, para o HIV/SIDA, os indicadores referidos no PEN III.

6. Componentes do Programa, Incluindo Objectivos Imediatos

O Apoio aos Programas Sectoriais de Saúde e Nutrição (APS-SN) centrar-se-á no apoio à saúde, mais especificamente SDSR; à nutrição, especificamente os 1.000 dias desde a concepção até a idade de 2 anos; ao reforço de sistemas e capacidades relativamente a estas duas áreas; e à integração do HIV/SIDA. Além disso, será prestado apoio à sociedade civil, especialmente na área de abordagens baseadas em direitos de serviços de saúde, nutrição e HIV.

6.1 Componente 1: Saúde

Apoio Geral ao PESS II e III

O objectivo deste apoio é contribuir para a concretização dos objectivos do PESS II e posteriormente do PESS III (que se espera que sejam formulados a partir de princípios e prioridades semelhantes aos do PESS II).

A Danida contribuirá com 217 milhões de DKKxii para apoio ao sector da saúde. Deste montante, 150 milhões de DKK serão canalizados através do PROSAUDE II e os restantes 67 milhões de DKK directamente para SDSR, reforço do sistema de saúde, inovação e pesquisa para a saúde, e para apoio orçamental provincial e distrital em Tete (desembolsado através do e-SISTAFE, incluído no plano e no orçamento). Se o financiamento do PROSAUDE II tiver de ser suspenso, por qualquer razão, os recursos atribuídos para fins específicos serão desembolsados directamente através do Tesouro (fora do PROSAUDE II), mas continuando a usar os sistemas do governo.

Resumo. Os objectivos do actual PESS II (2007-12), para o qual contribuirá o apoio da Danida através do PROSAUDE II, são: i) preservar e melhorar a saúde de mulheres e crianças através de programas de saúde, como sejam o Programa de Saúde Materno-Infantil. Especificamente relacionado com saúde materno-infantil, o MISAU tem um plano integrado para alcançar os ODM 4 e 5 (2009-2012 (2015)), que está incorporado no Plano Nacional Integrado de Saúde Materno-Infantil, Planeamento Familiar e Saúde do Adolescente; ii) fornecer cuidados de

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saúde às populações vulneráveis, especialmente famílias ou indivíduos em situação de pobreza, e idosos; iii) Desenvolver actividades que promovam a saúde dos trabalhadores, especialmente a prevenção de acidentes de trabalho e doenças profissionais; iv) fazer baixar a incidência e a prevalência das doenças mais comuns, particularmente aquelas que contribuem para a morbilidade e mortalidade; v) contribuir para a melhoria do estado nutricional da população, em especial as crianças, incluindo prevenção e tratamento das deficiências de micronutrientes; vi) disponibilizar educação, informação e comunicação para a saúde; e vii) conceber e implementar estudos e programas para aumentar a valorização da medicina tradicional.

Estratégia da componente. A principal estratégia desta componente é apoiar a oferta de um melhor serviço de saúde, para que passe a estar disponível, seja acessível e aceitável, e de boa qualidade. Essa estratégia concretizar-se-á através de apoio ao nível central para implementação do PESS II/III e aos PES anuais; por meio de apoio a SDSR, reforço e inovação do sistema; e ainda através do apoio aos níveis provincial e distrital, com enfoque na província de Tete. O apoio será composto de: a) transferência dos principais recursos financeiros para o PROSAUDE II; b) transferência dos principais recursos financeiros através de uma conta de trânsito na tesouraria e através do e-SISTAFE para instituições e actividades relevantes para construção do sistema; e c) transferência para Tete, através de uma conta de trânsito na tesouraria e através do e-SISTAFE, para alcançar os resultados previamente definidos na área de SDSR, nutrição e HIV/SIDA. Será fornecida AT para aumentar a capacidade de gestão, especialmente na área da GFP, e para reforçar a implementação do PESS aos níveis nacional, provincial e distrital. Apresenta-se no Anexo 1 uma descrição dos produtos com uma matriz de monitoria com indicadores.

Subcomponente 1.1: Apoio ao PESS II e III através do PROSAUDE II

O GdM definiu as metas de dar prioridade à saúde e de se comprometer a melhorá-la e a aumentar o acesso aos serviços básicos por parte das pessoas pobres. Esses esforços reflectem-se também em 35 indicadores mensuráveis, com metas anuais estabelecidas em função da capacidade de recursos e da evolução do contexto nacional (Matriz do Quadro de Avaliação do Programa do Sector da Saúde 2007-2012 (ver Anexo 12)). O desembolso para o PROSAUDE II está condicionado à adesão mútua aos TdR da Abordagem Sectorial de 2007, o MdE de 2008 para os doadores do PROSAUDE II, um acordo bilateral entre o GdM e a Danida, e execução anual atempada de relatórios de progresso, auditorias, avaliação de GFP e planos de tesouraria aceitáveis. Os riscos que isso implica, porém, são substanciais. O apoio continuará, pois, a ser objecto de monitoria e acompanhamento rigorosos, combinados com apoio de AT para lacunas identificadas. A correcta execução do programa será documentada através de auditorias regulares, avaliações da despesa pública e financeiras (PEFA), estudos de rastreio de despesas públicas em saúde, auditorias de boa aplicação de fundos e estudos de retirada. Em particular, esta componente estará condicionada ao Artigo 1 do MdE, que trata da qualidade e eficácia dos serviços de saúde, bem como boas práticas de gestão para gestão financeira, aquisições, governação e transparência que foram acordadas no plano de acção de seguimento de 2012 para GFP do sector entre os doadores do PROSAUDE II, o GFATM e o MISAU/GdM. A monitoria dos produtos desta subcomponente far-se-á através de esforços conjuntos do GPS, dos doadores do PROSAUDE II e do MISAU, usando o QAD acordado, o progresso anual relativamente a indicadores técnicos, o plano de tesouraria, a auditoria e avaliação das aquisições e contratações, e relatórios trimestrais financeiros e de despesas do e-SISTAFE. Além disso, haverá acompanhamento bimestral do plano de reforço de GFP e relatórios anuais de auditoria externa, de preferência dos auditores estatais.

AT. No âmbito do plano de reforço da GFP, a Danida fornecerá apoio de AT ao Departamento Financeiro e ao Departamento de Planificação do MISAU (ver Anexo 7). Está previsto que este apoio se faça em conjunto com a UE. A Danida pode também fornecer apoio de AT ad hoc de curto prazo se e quando ele for necessário, para mais apoio ao reforço do sistema. Se for montada uma base de recursos comum de AT, a Danida também contribuirá.

Produtos. Progresso documentado relativamente a indicadores e metas de qualidade seleccionados e acordados, a serem definidos quando o PESS III e o quadro de monitoria revisto tiverem sido finalizados (encontra-se o actual quadro de monitoria no Anexo 12).

Monitoria. O desempenho do apoio ao PROSAUDE II será monitorado anualmente através do processo de avaliação conjunta e as medidas descritas acima. Os indicadores medidos no decorrer desta avaliação são

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definidos na Matriz do Quadro de Avaliação do Desempenho (QAD) para o Sector de Saúde 2007-2012 (ver Anexo 12). Um quadro semelhante será elaborado para o PESS III. A UE, a Danida e vários outros doadores apoiarão uma avaliação sectorial externa em 2012, que complementará a avaliação do sector da saúde de 2011/12. A UE e a Danida proporão também a institucionalização dessas avaliações externas com uma regularidade definida. O desempenho global do sector é monitorado através do Inquérito Demográfico e de Saúde, realizado quinquenalmente.

Subcomponente 1.2: Apoio ao Reforço do Sistema de Saúde para Melhoria de SDSR, através do Sistema

Financeiro e-SISTAFE

Embora o objectivo a longo prazo da assistência da Danida seja dar apoio orçamental sectorial sem fundos

destinados a fins específicos, a avaliação da Declaração de Parisxiii e a experiência local indicam que essa

abordagem ainda é prematura em Moçambique. Os fundos serão, pois, desembolsados através do sistema

financeiro e-SISTAFE para áreas que sejam prioritárias para o sector, protejam os mais vulneráveis, promovam a

justiça e em que a Danida tenha uma vantagem comparativa, isto é, experiência prévia ou em que a Danida seja

considerada o doador preferido, e em que esse apoio seja considerado mais apropriado por ser o mais flexível e

permitir melhores resultados e mais inovação que o fluxo de fundos regulares do governo. A bem desenvolvida

divisão de tarefas entre os PD fez parte da lógica que presidiu à escolha de áreas de apoio específicas. Neste

contexto, foi acordado com o MISAU que parte dos fundos da Danida será utilizada para apoio específico para

melhorar o desenvolvimento sustentável de SDSR por meio do reforço do sistema de saúde, como seja GFP,

logística, gestão de serviços de saúde, e liderança e inovação.

A Direcção de Administração e Finanças e a Direcção de Planificação e Cooperação do Ministério da Saúde

estão actualmente a actualizar sistemas e procedimentos de planificação e gestão financeira aos níveis central,

provincial e distrital. Esta actualização faz parte da implementação do actual reforço do plano de acção de GFP

acordado entre o GPS e o GFATM e monitorado bimestralmente por uma agência externa. O MISAU pediu

especificamente o apoio da Danida à implementação do plano de acção. Neste contexto, o MISAU pede uma

instituição ou empresa para desenvolver e fornecer formação para reforçar os sistemas de GFP, a gestão de

serviços de saúde e as competências de liderança dos funcionários dos níveis central e provincial, e,

posteriormente, distrital. Será fornecido apoio específico para a contratação de um instituto ou empresa para

prestar esse apoio.

Na fase actual, a Danida assinou um contrato com o INS para fazer pesquisa em acção que oriente a

implementação do PAMRDC em Tete. Com base numa pré-auditoria, uma avaliação da capacidade e uma análise

do desempenho do INS, prevê-se que seja feito um acordo-quadro com essa instituição ou uma instituição afim,

que defina os resultados específicos esperados. Uma parte desses resultados pode também ser apoio à educação

contínua e à extensão da educação, como sejam programas de licenciatura e mestrado em Saúde Pública. Esses

resultados incluirão apoio para aumentar partos institucionais, cuidados pré-natais e pós-natais; combater o

aborto inseguro e a violência; realizar estudos de nutrição; fornecer AT para planificação e documentação de

inovações para obter resultados acelerados nas outras áreas de SDSR, nutrição e HIV/SIDA; documentar

resultados através de estudos independentes e “cartões básicos de pontuação”; e ajudar na ampliação das

intervenções de sucesso.

AT. Será contratada AT ad hoc específica e/ou uma instituição de consultoria e/ou de formação, em conjunto

pela Direcção de Administração e Finanças, pela Direcção de Planificação e Cooperação do MISAU e pela

Danida, com base em critérios de selecção previamente elaborados.

Produtos. Os trabalhadores relevantes do nível central e provincial terão competências essenciais em GFP e

liderança. Estarão bem posicionados para dirigir de forma eficaz a planificação central e provincial, e, mais tarde,

distrital, e o processo de implementação, bem como para contribuir para a implementação do actual plano de

acção financeira. Para a inovação, os produtos serão um estudo de base e recolha regular de dados realizados e os

resultados utilizados para melhorar os sistemas. As inovações basear-se-ão nas melhores práticas internacionais.

Será ampliada a capacidade do INS ou de uma instituição semelhante nas áreas de SDSR, HIV/SIDA, nutrição e

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saúde pública, reforço de sistemas de saúde e garantia de qualidade. As experiências de Tete serão partilhadas e

utilizadas no diálogo sobre políticas ao nível nacional. Espera-se que tudo isto contribua para melhores

resultados de saúde na área de SDSR.

Monitoria. A Danida trabalhará com a Direcção de Administração e Finanças e com a Direcção de Planificação

e Cooperação do Ministério da Saúde e, dentro do seu plano de trabalho anual, definirá metas e resultados a

serem monitorados anualmente. Para inovação, o contrato-quadro com o INS ou uma instituição semelhante

definirá os pormenores dos resultados esperados e a forma como estes resultados serão monitorados.

Subcomponente 1.3: Apoio Orçamental Sectorial Provincial a Tete para melhoria de SDSR

Em resposta ao processo de descentralização e com base num pedido específico do MISAU, serão fornecidos

recursos financeiros e tecnológicos para a implementação do plano de saúde provincial, e, posteriormente,

distrital, para Tete. Haverá um enfoque especial em SDSR. Com a implantação do e-SISTAFE, e com base nas

experiências do programa ambiental apoiado pela Danida, os fundos são actualmente directamente canalizados

da Danida para uma conta de trânsito no Tesouro e, em seguida, para Tete, para actividades específicas previstas,

usando a CUT. Os recursos podem ser facilmente identificados no orçamento e planos nacionais, e o seu

desembolso, contabilidade e relatórios facilmente monitorados. O princípio acordado com o GdM é que os

fundos da Danida para Tete serão adicionais e não substitutos dos fundos do GdM, e que a Danida pagará

actividades que contribuam para resultados de SDSR, não possam ser financiadas com recursos nacionais e não

sejam financiadas por outros doadores. Finalmente, Danida fará desembolsos com base em resultados e não com

base em insumos. Caberá à Direcção Provincial de Saúde (DPS) de Tete – com a ajuda do INS – decidir a

melhor forma de alcançar os resultados acordados da maneira mais eficaz e eficiente relativamente ao custo.

Como existem outros doadores, iniciativas do sector privado e OSC em Tete, a coordenação de contribuições do

governo, dos doadores e das OSC para o sector é fundamental para alcançar harmonização e alinhamento. Será

proposta a elaboração de um MdE provincial para a saúde e nutrição, de que será feito acompanhamento, bem

como a criação de um fórum de interessados da saúde que inclua o sector privado e OSC. A continuação deste

enfoque no apoio ao nível provincial está em sintonia com a avaliação de 2011 da Declaração de Parisxiv e com a

política do GdM de canalizar cada vez mais os fundos directamente para as províncias, e, mais tarde, para os

distritos, através do MF e do gabinete do governador, em vez de o fazer através dos ministérios. Está também de

acordo com a tendência actual de outros doadores, como a CIDA, a Irish Aid, a Cooperação Suíça para o

Desenvolvimento, a USAID e o Banco Mundial, de apoiar a descentralização e partilhar experiências.

A fundamentação para a continuação do apoio à província de Tete é a seguinte:

Apoiar o processo de descentralização em curso, apoiando capacidade de planificação e de gestão aos níveis provincial e distrital;

Apoiar a testagem de inovações e documentação de resultados nas áreas de financiamento directo para a unidade de saúde de nível mais baixo, utilizando tecnologias inovadoras para melhorar SDSR, nutrição e HIV/SIDA, e apresentar essas experiências na reunião de avaliação anual do sector da saúde, em Tete e ao nível nacional, para maior divulgação e utilização. Eis algumas áreas específicas sugeridas: transferência de dinheiro condicional e incondicional e esquemas de vales, promovendo a participação de crianças e jovens na planificação da intervenção multissectorial para melhoria da saúde e nutrição; desenvolvimento um sistema sustentável de comunicação e transporte (possivelmente através de terceirização (outsourcing)); uso de tecnologia moderna e adequada para comunicação; financiamento baseado no desempenho de intervenções prioritárias de saúde; melhoria da recolha e utilização de taxas dos utentes. Aumentar a capacidade da administração provincial, e, posteriormente, distrital, de fazer face ao aumento da injustiça e as alterações na incidência de doenças das mulheres e homens mais vulneráveis.

Beneficiar da experiência de 20 anos de ajuda ao desenvolvimento que criou confiança e respeito mútuos entre a Danida e o Governador/a DPS de Tete. Um resultado directo dessa cooperação é o facto de Tete se ter tornado a província de aprendizagem para ampliação da nutrição em Moçambique,

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com a elaboração do seu primeiro PAMRDC provincial, apreciado numa recente conferência nacional de nutrição presidida pelo Primeiro-Ministro.

Identificar e documentar o impacto da descentralização nos sistemas de saúde, planificação, execução, monitoria e avaliação provinciais e distritais, e garantir que os resultados sejam tidos em conta no discurso político.

AT. Para além do que foi mencionado atrás, propõe-se AT internacional a longo prazo na área de SDSR

(nutrição e HIV/SIDA), para melhorar a capacidade da província e assegurar que os resultados sejam alcançados

(ver anexo 8). Será realizada, durante o período do programa, uma avaliação da capacidade de GFP, em que

participam outros doadores (USAID e Flandres) e o sector privado activo na província, e as necessidades de AT

serão revistas em função das conclusões da avaliação.

Produtos. Será documentado o progresso realizado nos indicadores intermédios relacionados com os ODM 1,

4, 5 e 6. Serão definidos indicadores e metas de qualidade seleccionados e acordados quando o PESS III e o seu

quadro de monitoria revisto tiverem sido finalizados; e será elaborada documentação independente para garantir

que sejam alcançados os resultados acordados para actividades inovadoras. O Departamento Provincial de Saúde

realizará cada vez mais planificação e orçamentação baseada em necessidades e evidências, e fará inovações para

melhorar o acesso aos sistemas e serviços de saúde e a qualidade dos mesmos. Terão sido elaboradas,

documentadas e ampliadas medidas economicamente eficazes para melhoria de intervenções de SDSR, nutrição

e HIV/SIDA.

Monitoria. Será desenvolvido um MdE com uma estrutura de monitoria clara, para monitoria técnica, financeira

e baseada em resultados. A monitoria seguirá, na medida possível, os procedimentos do GdM e será

harmonizada com apoio de outros doadores e parceiros. Além da monitoria específica feita usando esquemas de

“cartões básicos de pontuação” (basic score cards), as estatísticas de serviço referentes a Tete incluídas no Quadro

de Monitoria Conjunta do PROSAUDE II serão registadas anualmente e comparadas com a média nacional, e as

conclusões serão utilizadas no diálogo sobre políticas.

6.2 Componente 2: Nutrição

Apoio geral ao PAMRDC

O objectivo deste apoio é contribuir para atingir as metas definidas no PAMRDC, a saber, reduzir a desnutrição crónica entre as

crianças com menos de cinco anos de 44% para 30% até 2015, e reduzir o peso baixo à nascença de 16% para 10% até 2015.

A Danida fornecerá 120 milhões de DKK para apoio ao PAMRDC em Moçambique. Destes 120 milhões, 2

milhões de DKK serão fornecidos à coordenação nacional do SETSAN, 18 milhões de DKK irão para o reforço

da capacidade, em parte para o departamento de nutrição do MISAU (3 milhões de DKK) e em parte para

formação de nutricionistas de saúde pública (15 milhões de DKK). Finalmente, 100 milhões de DKK serão

fornecidos para actividades provinciais no âmbito do PAMRDC.

Resumo. O PAMRDC define, em Moçambique, o conceito de nutrição adequada como resultado de duas

questões relacionadas, mas muito distintas: segurança alimentar e segurança nutricional. Como tal, as

intervenções e as actividades propostas juntam intervenções relacionadas com nutrição (nos sectores da saúde,

educação, agricultura, água e saneamento, indústria e comércio, e acção social, bem como da sociedade civil) com

produção e segurança alimentar, e parcerias público-privadas. O documento identifica quatro províncias

prioritárias, Tete, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia, com base nas suas elevadas taxas de prevalência de

desnutrição crónica. Destas províncias, só Tete elaborou um PAMRDC provincial. O BM, a Ajuda ao

Desenvolvimento da Flandres, a UE, a CIDA, a Irish Aid, o DFID, a Finlândia e os Países Baixos estão

actualmente a considerar a possibilidade de fornecer apoio à nutrição e delegaram à Danida a tarefa de principal

doador para a nutrição. REACH, UNICEF, PAM, a USAID e a Fundação Helen Keller estão já a apoiar o

PAMRDC.

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A implementação bem sucedida do PAMRDC será uma contribuição fundamental, embora indirecta, para o

progresso de Moçambique na concretização dos ODM 1-6, e para a sua progressiva concretização dos direitos

humanos, económicos, sociais e culturais, especialmente o direito à alimentação e o direito à saúde (ver Quadro 1

abaixoxv).

Quadro 1: Efeito da Desnutrição na Concretização dos ODM 1-6

Objectivo de desenvolvimento do milénio Nº

Efeito e contribuição

1. Erradicar a pobreza extrema e a fome

A desnutrição desgasta o capital humano, reduz a resistência a choques e a produtividade (capacidade física e mental reduzida).

2. Alcançar o ensino primário universal

A desnutrição reduz a capacidade mental. As crianças desnutridas têm menos probabilidades de se inscreverem na escola, ou mais probabilidades de se inscreverem mais tarde. A fome e a desnutrição recorrentes reduzem o desempenho escolar.

3. Promover igualdade de género e autonomização da mulher

Raparigas mais bem nutridas têm mais possibilidades de continuar na escola e de ter mais controlo das suas futuras escolhas.

4. Reduzir a mortalidade infantil A desnutrição está directa e indirectamente associada com mais de 50% de toda a mortalidade infantil. A desnutrição é o factor que mais contribui para a carga de doença nos países em desenvolvimento e para doenças não transmissíveis numa fase mais tardia da vida.

5. Melhorar a saúde materna A saúde materna está comprometida por um preconceito antifeminimo na distribuição de alimentos, saúde e cuidados. A desnutrição está ligada à maior parte dos principais factores de risco que causam a mortalidade materna.

6. Combater o HIV/SIDA, a malária, e outras doenças

A desnutrição acelera o surgimento de SIDA entre os seropositivos. A desnutrição diminui a resistência a infecções e reduz as taxas de sobrevivência à malária.

Estratégia da componente. A principal estratégia desta componente é fornecer apoio técnico e financeiro para

o desenvolvimento de capacidade de coordenação, comunicação, advocacia e monitoria no SETSAN e

capacidade de planificação, implementação e monitoria do PAMRDC pelo MISAU, que é responsável pela

maioria das actividades constantes do plano, bem como pelo estabelecimento de uma educação para

nutricionistas de saúde pública. Este apoio será dado em estreita coordenação com o apoio da parceria REACH.

Está actualmente a decorrer uma avaliação de capacidade e risco do SETSAN e do actual sistema de ensino para

nutricionistas em Moçambique; e, por fim, Tete e outras províncias serão apoiadas no seu PAMRDC através do

estabelecimento de um fundo central de nutrição.

Subcomponente 2.1.: Apoio a Desenvolvimento de Capacidades em Nutrição (SETSAN, MISAU e

Formação de Nutricionistas de Saúde Pública)

O SETSAN, que está actualmente situado no MADERMINAG, está mandatado para elaboração de políticas

multissectoriais e programação de nutrição e segurança alimentar. Reconhece o papel fundamental do sector da

saúde, ou seja, do departamento de nutrição e das DPS ao nível provincial, e dos nutricionistas/técnicos de

nutrição de saúde pública para garantir a implementação de PAMRDC.

O apoio da Danida ajudará o SETSAN ao nível nacional (sob os auspícios do grupo técnico de trabalho para a

nutrição) a desenvolver capacidade, de modo a ser capaz de planear, implementar e monitorar planos

multissectoriais provinciais e distritais, assegurar que estão em sintonia com as prioridades nacionais, e que as

suas considerações contextuais são relevantes. Os planos de nutrição provinciais serão apresentados ao grupo

técnico de trabalho do SETSAN. Uma vez aprovados, será feito um pedido de financiamento ao MF, de onde os

fundos serão canalizados através do e-SISTAFE para os respectivos sectores e níveis nas províncias e distritos,

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como indicado nos planos. Este modelo de financiamento foi já desenvolvido no programa de meio ambiente

apoiado pela Danida.

O SETSAN é actualmente uma unidade autónoma subordinada ao MADERMINAG. Foi já proposto, e aguarda

agora aprovação parlamentar, um decreto que coloque o SETSAN directamente sob a alçada do Gabinete do

Primeiro-Ministro, servindo de secretariado a um nível superior.

O departamento de nutrição do MISAU será apoiado para dirigir a expansão da nutrição nas direcções

provinciais e distritais de saúde. Especialmente na fase inicial de implementação do PAMRDC, enquanto há

ainda um número pequeno de nutricionistas no país, uma parte substancial das intervenções provinciais e

distritais de nutrição contarão com o apoio e com o aconselhamento prestado por este departamento. As suas

tarefas incluem ajudar na elaboração de planos de trabalho anuais viáveis, fazer formação ad hoc em nutrição,

fazer monitoria do progresso, prestar apoio técnico ao SETSAN e manter uma colaboração frutífera com outros

ministérios e com o FPN. Uma avaliação interna do departamento indicou uma necessidade de 22 funcionários

quando actualmente apenas tem 7. O departamento receberá, pois, apoio específico via e-SISTAFE, bem como

AT. Pretende-se que este apoio financeiro seja adicional relativamente ao orçamento regular. A Danida

monitorará, por conseguinte, o funcionamento do departamento e a sua despesa interna anual.

Alcançar resultados na área da nutrição dependerá do êxito de Moçambique na aquisição de capacidade nesta

mesma área. Esta capacidade inclui diversos recursos humanos com conhecimento adequado de nutrição

(objectivo estratégico 5 do PAMRDC). O PAMRDC calcula que sejam necessários 274 nutricionistas no sector

público – um número que é claramente inalcançável no futuro imediato. Há actualmente 32 funcionários a

trabalhar na área da nutrição no país, dos quais quatro são nutricionistas qualificados, dois são formados em

biologia e os demais são técnicos de nutrição ou seja, não têm um diploma ao nível do bacharelato. Não há

programa de licenciatura nacional em Nutrição e Saúde Pública e os conhecimentos dos técnicos de nutrição não

são actualizados desde 2007. Propõe-se que se inicie em 2012 um programa de 24 meses para 30 técnicos de

nutrição, mas a falta de professores formados constitui uma grave limitação. Esta componente implica o

fornecimento de recursos financeiros e técnicos para melhorar a formação em nutrição e saúde pública. Isso será

feito através de uma combinação de módulos de nutrição para profissionais de saúde (médico, enfermeiros,

parteiras) e expansão e melhoria qualitativa da formação em Nutrição e Saúde Pública aos níveis de diploma

técnico e licenciatura. A componente começará por fazer uma avaliação de necessidades, seguida de um plano

abrangente, nomeadamente para o desenvolvimento de recursos humanos a curto, médio e longo prazo.

AT. Será fornecida AT ao SETSAN e ao MISAU conforme as necessidades que se constatem. Para o

desenvolvimento da capacidade em nutrição, está já em curso uma avaliação das necessidades, que identificará as

lacunas e sugerirá possíveis vias para melhorar competências de nutrição em saúde pública em Moçambique: i)

Ajudar o SETSAN na concepção e implementação dos meios mais estratégicos, economicamente eficazes e

oportunos para melhorar a formação em Nutrição e Saúde Pública, em serviço e pré-serviço, dentro e fora do

país; ii) Fornecer a AT necessária ao SETSAN e ao departamento de nutrição do MISAU. Vários outros

doadores, mais concretamente a Cooperação para o Desenvolvimento da Flandres, a Irish Aid, o governo dos

EUA e o DFID, mostraram interesse em co-financiar esta subcomponente (ver anexo 9).

Produtos Os procedimentos detalhados para planificação, aprovação, transferência de fundos, auditoria e

contabilidade serão desenvolvidos durante o primeiro ano da fase do programa. Mas o apoio da Danida

contribuirá para orçamentos atempados e relevantes que sejam elaborados de acordo com os planos

multissectoriais provinciais acordados – e, mais tarde, distritais. Este apoio contribuirá também para que haja

desembolso atempado de fundos, e rápido acesso aos mesmos, fazendo com que as actividades planeadas sejam

realizadas e os seus resultados sejam monitorados. Em segundo lugar, o apoio irá para reforço de GFP para

nutrição, que será gradualmente melhorado, e pode ser avaliado em função dos indicadores PEFA.

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O departamento de nutrição do MISAU estará bem posicionado para fornecer assessoria e apoio ao SETSAN e

a outros ministérios relevantes na área de nutrição em saúde pública. Terá também a capacidade de apoiar as

DPS no desenvolvimento e implementação dos seus planos de trabalho anuais e na monitoria dos progressos da

capacidade de nutrição aos níveis provincial e distrital.

Para formação em Nutrição e Saúde Pública, o número de funcionários terá aumentado de modo a responder às

necessidades descritas no PAMRDC, ou seja, um técnico de nutrição em cada distrito, um nutricionista de saúde

pública (com nível de bacharelato) em cada província e nutricionistas de saúde pública com nível de mestrado

em posições estratégicas a nível nacional.

Monitoria. Os produtos específicos do apoio da Danida serão mutuamente acordados e incluídos nos planos de

trabalho anuais do SETSAN e do MISAU, e conjuntamente monitorados no final de cada ano. A monitoria será

feita de acordo com as 7 áreas de produtos desenvolvidas no PAMRDC, combinadas com relatórios de auditoria

anuais, bem como indicadores de seguimento da avaliação PEFA planificada.

A Danida trabalhará com a Direcção de Recursos Humanos e com o Departamento de Nutrição do Ministério

da Saúde, e ainda com o SETSAN, e, no âmbito dos seus planos de trabalho anuais, definirá metas e resultados

para recursos humanos que serão monitorados anualmente.

Subcomponente 2.2: Estabelecimento de um Mecanismo de Financiamento Multissectorial para Apoio

ao PAMRDC Provincial

Os fundos para o PAMRDC provincial, e, posteriormente, distrital, estarão ancorados no SETSAN, mas serão

colocados num código de conta relevante no MF. O procedimento para financiamento do PAMRDC provincial

será o seguinte: o SETSAN facilitará a elaboração do PAMRDC ao nível provincial e, mais tarde, também ao

nível distrital. As unidades provinciais do SETSAN (e mais tarde, possivelmente, municípios e distritos)

coordenarão a elaboração dos planos provinciais, mas submetê-los-ão ao grupo técnico de trabalho do SETSAN

a nível nacional num formato pré-concebido, que incluirá um quadro de monitoria e de gestão financeira

baseado em resultados (com os códigos de e-SISTAFE relevantes). Os pormenores deste acordo e do ciclo de

financiamento continuarão a ser desenvolvidos durante o primeiro ano, para garantir que fique completamente

alinhado com o ciclo de planificação nacional para os sectores. A Danida negociará o aumento progressivo dos

compromissos do GdM nas suas contribuições anuais de financiamento. Espera-se que outros doadores venham

também a co-financiar o fundo.

AT. O apoio de AT na área da gestão financeira será necessário para ajudar a configurar a modalidade de

financiamento, conceber formatos de planificação, orçamentação e monitoria, e pôr a funcionar os

procedimentos de planificação, aprovação e financiamento nos primeiros anos do programa. Este apoio pode

estar ancorado no SETSAN e trabalhar em estreita colaboração com esquemas semelhantes de AT da parceria

REACH (ver Anexo 10).

Produtos. Espera-se que sejam elaborados e financiados pelo menos mais dois planos provinciais além do da

província de Tete no decorrer do primeiro ano de apoio, e, posteriormente, serão desenvolvidos anualmente pelo

menos, mais dois planos provinciais, para se chegar à totalidade das 11 províncias até ao final do programa. O

desenrolar da implementação do PAMRDC dependerá dos fundos de outros doadores.

Monitoria. Cada plano aprovado terá um quadro de monitoria que inclua indicadores do quadro de monitoria

do PAMRDC e dados de base do Inquérito Demográfico e de Saúde de 2011, e metas relacionadas com os

ODM, além de outros indicadores locais relevantes. O futuro financiamento de planos provinciais será feito em

função do desempenho e do cumprimento de metas, bem como da prestação de contas (auditorias financeiras)

de planos anteriores. Será contado o número de planos financiados por ano. As auditorias externas serão

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financiadas pela Danida até os auditores estatais (Tribunal Administrativo) terem plena capacidade para realizar

auditorias anuais.

6.3 Componente 3: Apoio à Sociedade Civil para SDSR, Nutrição e HIV/SIDA

O objectivo deste apoio é reforçar a capacidade da sociedade civil para garantir uma abordagem baseada em direitos dos serviços de

saúde, nutrição e HIV/SIDA para grupos marginalizados.

A Danida fornecerá 60 milhões de DKK como apoio-quadro a um(a) ou mais OSC/fundação/consórcio para

capacitação e subconcessão a OSC menores, com vista a fortalecer advocacia e acção social e fazer chegar

serviços aos grupos marginalizados.

Resumo: Embora o fornecimento serviços de saúde, nutrição e HIV/SIDA seja da responsabilidade do

governo, são necessários grupos da sociedade civil e estes estão bem colocados para defender melhores políticas

e leis, para fornecer educação pública, para exigir dos governos que prestem contas, e para promover eficiência,

transparência e justiça na afectação de recursos e nos gastos do governo e dos doadores, e promover, dessa

forma, uma abordagem baseada nos direitos do desenvolvimento da saúde e da nutrição e dos serviços de

HIV/SIDA. As OSC também estão bem colocadas para monitorar a qualidade e a disponibilidade de serviços

públicos. Além disso, as OSC podem prestar serviços fundamentais, e fazem-no de facto, especialmente a grupos

marginalizados, de forma independente e em conjunto com os governos. Embora pequenos grupos da sociedade

civil possam ser altamente eficazes, faltam-lhes muitas vezes as competências necessárias para elaborar propostas

de financiamento, para dar contas de fundos e para monitorar e demonstrar impacto e resultados, pelo que

podem não ser capazes de comunicar facilmente aos doadores a sua necessidade de apoio e a sua eficácia, numa

era em que o enfoque geral dos doadores é no apoio orçamental geral e sectorial.

Para o HIV/SIDA não há actualmente nenhum mecanismo sustentável para financiamento nacional integrado

para prevenção, cuidados e apoio, especificamente para PMR – esse apoio é sobretudo dado directamente pelo

Governo dos EUA e implementado através de ONGs internacionais. Além disso, dá-se pouca atenção à criação

de indicadores para avaliação da qualidade do serviço. Embora o fornecimento de tratamento para o SIDA

caiba ao governo e seja muito apoiado por vários doadores (principalmente o governo dos EUA e o GFATM), o

estabelecimento de uma modalidade de financiamento para acção da sociedade civil é hoje uma necessidade de

grande urgência para fazer face ao HIV/SIDA de forma adequada. As áreas que precisam de apoio são:

advocacia por maior financiamento do governo, redução do estigma, tratamento e cuidados para PMR, e apoio a

órfãos e outros grupos populacionais vulneráveis.

Da mesma forma, não há mecanismo de financiamento para o fortalecimento das OSC nos aspectos dos direitos

de SDSR. O fraco desempenho relativamente aos indicadores da agenda da CIPD confirma que esta função

fundamental da sociedade civil precisa ser reforçada. A sociedade civil está mais bem colocada para monitorar se

as mulheres têm acesso universal a serviços de saúde reprodutiva, para defender a legalização e prestação de

serviços básicos, bem como a protecção em áreas como o aborto seguro, o direito à informação e serviços para

os jovens, direitos dos minorias sexuais, recursos para as mulheres que são vítimas de violência sexual, e também

a lidar de forma mais eficaz com a questão ainda por tratar da necessidade de contracepção. A Danida apoiou

anteriormente o programa Geração Biz do FNUAP, que incidia em SDSR dos jovens, incluindo

desenvolvimento de competências para a vida. Uma avaliação aprofundada no início de 2012 mostrou que,

embora haja exemplos positivos de mudança nos conhecimentos, há ainda um longo caminho a percorrer no que

diz respeito a mudança de atitude e de comportamento dos jovens a quem o programa se destinava. Além disso,

o programa é relativamente caro e não conseguiu transferir responsabilidades e financiamento ao fim de mais de

10 anos de apoio. Até agora, o programa está ainda numa fase incipiente no que diz respeito a chegar à sociedade

civil e capacitar grupos de jovens da comunidade local. Esses grupos teriam oportunidade de serem financiados

através desta componente

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Na área de nutrição, o enfoque no apoio internacional às OSC tem-se limitado ao enriquecimento de alimentos,

fornecimento de micronutrientes e alimentação suplementar, o que é, por si só, controverso. Não há actualmente

nenhum mecanismo para garantir o direito à alimentação e à segurança alimentar no âmbito de uma agenda mais

vasta de protecção social. Actividades como avaliação das necessidades da comunidade e planificação

participativa poderiam assegurar-se de que têm como destinatários os grupos vulneráveis, como mulheres

grávidas e crianças e de que as pessoas que estão a fazer tratamento de SIDA, tuberculose e malária recebem

alimentação adequada e beneficiam, assim, do seu tratamento médico. Da mesma forma, a monitoria da oferta

do sector público de sal iodado, zinco, vitamina A e outros nutrientes essenciais deve ser reforçada através de

mecanismos de responsabilização social. A presença da Danida na província de Tete oferecerá oportunidades

para criar legações entre o sector de saúde e o sector privado, um processo já iniciado noutros sectores sociais.

Actualmente, está a ser realizado um estudo de base e há interesse, por parte de várias empresas privadas, em

contribuir para a implementação de planos sectoriais sociais de Tete.

Foi especificamente solicitado à Danida que criasse um mecanismo de financiamento de apoio de OSC ao

HIV/SIDA, mas pretende-se que este cubra também SDSR e nutrição. Inicialmente, foi proposto que se

contratasse um gestor do fundo para esta finalidade. Vários acontecimentos recentes, porém, sugerem que talvez

seja melhor reavaliar a modalidade de financiamento e esta componente será, portanto, finalizada durante o

primeiro ano do programa. Diversos outros doadores manifestaram o seu interesse num esquema de subsídios

deste tipo e é provável que contribuam, logo que tiver sido decidida a modalidade de financiamento.

AT. A Danida fornecerá AT de curto prazo para realizar avaliações adicionais das diversas oportunidades de

financiamento, existentes e futuras, e, quando se tiver chagado a uma decisão, a AT ajudará na elaboração de um

MdE com a instituição seleccionada.

Produtos. Será criado um mecanismo de financiamento eficaz e eficiente que apoie OSC relevantes na área de

SDSR, nutrição e HIV/SIDA

Monitoria. O gestor destes fundos e as OSC a quem os fundos são atribuídos indicarão, no seu MdE ou

proposta, os indicadores a partir dos quais será monitorado o seu desempenho. Estes indicadores incluirão metas

para o número de subsídios atribuídos, aumento de capacidade e de maturidade organizacional, e monitoria de

resultados correspondentes ao quadro nacional de resultados de HIV/SIDA, indicadores específicas de SDSR e

indicadores do PAMRDC. Os desembolsos anuais de subsídios basear-se-ão no cumprimento das metas, bem

como na prestação de contas financeiras dos subsídios de anos anteriores.

7. Medidas Específicas para Tratar Outras Questões

Igualdade de género: O novo programa apoiará a melhoria do acesso a serviços para meninas/mulheres, através do plano de igualdade de género do MISAU. Esforçar-se-á também por tratar de forma mais eficaz as causas das desigualdades no acesso a serviços de saúde, nutrição e HIV/SIDA evidenciadas no relatório de 2010 sobre a justiça na saúde e o relatório de 2009 sobre o HIV/SIDA do INSIDA, que descreve o estigma e a discriminação que afectam as escolhas das mulheres relativamente a prevenção, reprodução e acesso a tratamento e cuidados. Esta abordagem está em sintonia com os planos nacionais de igualdade de género da Danida e complementa actividades específicas de género nos planos estratégicos nacionais de saúde, nutrição e HIV/SIDA.

Devem ser tomadas decisões sobre políticas e programas a partir de uma perspectiva de género, especialmente

na identificação das causas dos problemas de saúde, da desnutrição e da elevada prevalência de HIV/SIDA. As

medidas específicas para tratar estas questões são as seguintes:

Reforço da implementação de SDSR e inclusão da desagregação por género no sistema de informação

de saúde existente, usando Tete como província de demonstração/referência;

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Advocacia por financiamento preferencial para SDSR, com enfoque no planeamento familiar e serviços

para adolescentes do sexo feminino usando uma abordagem de sistema de saúde, promovendo a

integração de todos os serviços de SDSR e incluindo serviços dirigidos aos homens;

Reforço da advocacia junto do MISAU por uma melhor integração da nutrição, HIV/SIDA e SDSR,

dando atenção especial a grávidas e lactantes;

Reforço do desenvolvimento de recursos humanos qualificados para atendimento obstétrico de

emergência e para a juventude na província de Tete. O apoio na Fase IV ao programa de competência

para a vida Geração Biz será utilizado para isso;

Apoio à província de Tete para desenvolver e documentar abordagens e investigação operacional que

melhore os serviços de SDSR, a logística e a nutrição, em sintonia com as estratégias do plano

estratégico de género do MISAU.

Boa governação, direitos humanos e democratização: Há obstáculos críticos de governação em GFP, especificamente na

saúde, que podem fazer descarrilar a trajectória de desenvolvimento sustentável a longo prazo de Moçambique.

A dominação das elites executivas e do partido no poder constitui um entrave ao funcionamento de instituições

democráticas robustas. Os sistemas de controlo e contrapoderes são muitas vezes fracos e inconsistentes. O

actual governo aumenta o seu controlo e a centralização, e tem reagido com susceptibilidade às críticas. Ao

mesmo tempo, a prestação de serviços à população é uma estratégia política fundamental para manter o apoio

dos doadores, e o acesso aos serviços e a qualidade dos mesmos é uma questão política. Tem-se verificado um

progresso significativo no sentido do cumprimento dos ODM de saúde, com ampliação do acesso a todos os

níveis. Muito menos atenção tem sido dada, porém, à qualidade do serviço. Os quadros de políticas nacionais de

descentralização e as estratégias sectoriais vieram criar oportunidades de aumento da participação dos cidadãos,

mas os mecanismos eficazes de prestação de contas deixam ainda muito a desejar, lacuna essa aumentada pelo

facto de o apoio ao PROSAUDE II ter contribuído para uma centralização do sistema de saúde. A transferência

dos recursos para unidades de nível inferior executarem novas funções tem sido lenta, e a atribuição de

responsabilidades específicas é muitas vezes pouco clara. Os serviços de saúde estão a funcionar dentro de

envelopes limitados de recursos gerais. Isto acentua a necessidade de utilizar os recursos existentes de forma

mais eficiente do que se faz actualmente. Há, no entanto, pouca avaliação da eficiência e da eficácia das despesas

do sector de saúde e confia-se demasiado nos dados de tratamento para medir a prestação de serviços na área da

saúde. Um estudo de 2010 do DFID concluiu que o acesso a redes sociais e a capacidade de pagar subornos

influenciavam significativamente o acesso aos serviços e a tomadas de decisão, com variações notáveis em

função da província, da situação de pobreza e do género. O MdE e os TdR para a abordagem sectorial de saúde

referem uma actualização regular do plano anticorrupção do sector da saúde. Isso foi feito em 2010, mas até

agora o plano não tem sido rigorosamente monitorado. Há melhorias que podem ser introduzidas através do

reforço dos mecanismos de prestação de contas, que têm o potencial de reforçar substancialmente a

documentação de factos e governação e o direito a serviços de saúde, nutrição e HIV/SIDA para todos.

Segundo a UNICEF, o trabalho infantil ainda é comum em Moçambique. Quase 1/3 das crianças com idades

entre os 7 e os 17 participam nalguma forma de actividade económica. Nas áreas rurais, onde a desnutrição

crónica é mais elevada, há ainda mais crianças a participar em trabalho agrícola não remunerado. Isso impede-as

de frequentar a escola e de concluir os estudos. No caso das raparigas, diminui-lhes as possibilidades de um bom

estado nutricional e de adiar a primeira gravidez, o que está relacionado com a posse de informação e

conhecimentos adequados e suficientes. Globalmente, têm sido feitos esforços significativos para aumentar o

reconhecimento do direito à nutrição e à segurança alimentar, e o direito à saúde. Moçambique está a elaborar

políticas sobre o direito à nutrição e à segurança alimentar que deverão ter efeitos positivos nos resultados da

PAMRDC.

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8. Orçamento

A Dinamarca dará apoio por um período de cinco anos (2012-2017) através de um montante de ajuda de 450 milhões de DKK. O Quadro 2 mostra como os fundos serão distribuídos pelas diversas componentes e pelos vários anos.

Quadro 2: Orçamento Total, Mostrando as Dotações por Objectivo e por Ano (em milhões de DKK)

Componentes Subcomponentes DKK

1º ano

DKK

2º ano

DKK

3º ano

DKK

4º ano

DKK

5º ano

DKK

Total

Componente 1:

Contribuir para os

resultados do Plano

Estratégico do Sector da

Saúde (PESS II e PES III

(2013-2017))

1.1 Apoio ao Plano Estratégico do Sector da Saúde

através do fundo Comum do PROSAUDE II 30 30 30 30 30 150

1.2 Apoio ao reforço do sistema de saúde, capacidade

e inovação 4 4 3 3 3 17

1.3 Apoio à implementação do plano provincial de

saúde de Tete, com enfoque específico em SDSR,

nutrição e HIV/SIDA

10 10 10 10 10 50

Componente 2:

Contribuir para os 7

objectivos do PAMRDC

2.1 Apoio ao mecanismo de coordenação e à

capacidade do SETSAN ao nível nacional, e

apoio à capacidade em nutrição do MISAU e à

criação de formação de nutricionistas de saúde

pública

5

4.5

5

3.5

2

20

2.3 Apoio ao plano multissectorial provincial, e, mais

tarde, distrital, de nutrição e à sua implementação 7 18 25 25 25 100

Componente 3: Reforçar

o empenho da Sociedade

Civil no direito a serviços de

saúde, nutrição e

HIV/SIDA

3.1 Capacidade dos cidadãos de reivindicaram a

satisfação dos seus direitos a serviços de saúde,

nutrição e HIV/SIDA, através do reforço de

mecanismos de responsabilização social

7 10 13 15 15 60

Assistência Técnica Apoio aos produtos e resultados acima listados 7 7 6 5 3 28

Avaliações e Estudos

Avaliação conjunta anual e avaliação intercalar e

elaboração do PESS III 5 5 5 5 5 25

Totais 75 88,5 97 96,5 93 450

A discriminação por ano é aproximada.

8.1 Descrição Detalhada do Orçamento

Componente 1

O apoio ao PESS II está condicionado ao progresso documentado, mostrado através de indicadores

seleccionados e acordados, e a provas de que os fundos são utilizados para a finalidade pretendida e chegam aos

níveis periféricos. Além disso, o apoio está condicionado a planos de tesouraria, auditoria e relatórios de

avaliação de aquisição aceitáveis e que os princípios do MdE de 2008 sejam mantidos e seguidos.

Embora, em princípio, a Danida esteja a dar cada vez mais apoio orçamental geral e sectorial, a experiência actual

com o PROSAUDE II sugere que, por enquanto, são ainda necessárias medidas de controlo e alguma atribuição

de fundos para fins específicos. Durante a fase IV do apoio da Danida a maioria dos fundos do PROSAUDE II

foram utilizados para a aquisição de medicamentos – e pagamentos de contas pendentes de anos anteriores. De

facto, em 2012, todos os fundos dos doadores para o PROSAUDE não atribuídos para fins específicos II serão

usados para pagamentos desses medicamentos não pagos e outras compras e, por isso, os fundos do

PROSAUDE II raramente chegarão às províncias. Por esta razão, e de acordo com a recomendação da avaliação

de 2011, os fundos afectados ao PROSAUDE II serão de 150 milhões de DKK. O montante não é aumentado

nesta fase. Além disso, serão envidados todos os esforços para garantir que os fundos PROSAUDE II se

reflictam de forma clara no orçamento e que os seus desembolsos sejam rastreáveis a qualquer momento. As

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irregularidades encontradas durante a auditoria GFATM 2012 foram levadas a sério pelos actuais dirigentes do

MISAU e do MF. Têm, até agora, mostrado empenho na instituição das mudanças necessárias para melhorar a

gestão e a planificação financeira, e colocaram oficiais superiores a liderar este processo de mudança que já se

iniciou, com apoio aos parceiros e monitoria bimestral do progresso realizado.

Sistema de saúde e inovação para SDSR são importantes para melhorar a eficiência e a eficácia. É, por

conseguinte, atribuída a quantia total de 17 milhões de DKK para apoio ao reforço da capacidade de GFP,

planificação, liderança e gestão de serviços de saúde, bem como para inovação. Prevê-se que venham a ser

afectados 2 milhões de DKK para cursos de gestão e liderança, e 15 milhões de DKK para inovação,

provisoriamente ao INS, mas aguardando o resultado final de uma pré-auditoria e de uma avaliação de

desempenho. O reforço de GFP será feito através do apoio de AT.

O apoio financeiro a Tete será fornecido directamente através do MF, de acordo com os procedimentos do

GdM. A quantia de 50 milhões de DKK baseia-se na decisão de aumentar em 25% a actual dotação per capita de

cerca de 4 USD por pessoa por ano para 5 USD por pessoa por ano e avaliar, assim, que aumento de SDSR se

pode esperar com um aumento de 1 USD por pessoa por ano numa província como Tete. Esse aumento far-se-á

sentir e é realista esperar que, com a actual taxa de crescimento anual, o país possa manter esse aumento de

financiamento da saúde no futuro. O apoio financeiro será condicionado a uma avaliação, inspirada no PEFA, da

capacidade organizacional e de gestão da DPS e dos serviços distritais de saúde. Serão também tomadas medidas

para implementar as recomendações do estudo de transporte de 2009, que incluiu uma série de recomendações

para melhorar a segurança e a eficiência de transporte no sector. As dotações financeiras para Tete do orçamento

interno e do orçamento do PROSAUDE II serão monitoradas trimestral e anualmente, e se forem inferiores ao

previsto nos recém acordados critérios de dotação orçamentalxvi, esse valor será deduzido da contribuição da

Danida para o PROSAUDE II e reafectado a Tete.

Componente 2

O apoio financeiro ao SETSAN a nível central destina-se a reforçar o estabelecimento e funcionamento do

mecanismo de coordenação aos níveis nacional, provincial e distrital. Dado que vários outros potenciais

doadores podem também fornecer apoio nuclear ao SETSAN, atribui-se-lhe uma quantia de 2 milhões de DKK

para um período de cinco anos. Este apoio está condicionado a uma avaliação de risco PEFA do SETSAN que

está presentemente a ser efectuada pela Danida.

O apoio financeiro ao Departamento de Nutrição do MISAU e à criação de um curso de formação para

nutricionistas de saúde pública destina-se a reforçar a capacidade do sistema governamental de oferecer serviços

de nutrição. É atribuído para esse fim, um total de 18 milhões de DKK. Antes de ser feito qualquer desembolso,

efectuar-se-á uma pré-auditoria e uma avaliação da capacidade relevante e tentar-se-á superar qualquer fraqueza

identificada através de monitoria e apoio técnico. Na medida possível, serão usados os sistemas nacionais para

desembolso, monitoria e auditorias.

É atribuída uma quantia de 100 milhões de DKK para a implementação do PAMRDC a nível provincial, para

garantir que haja financiamento adequado para os primeiros planos provinciais de nutrição e indicar ao GdM e a

outros doadores que Danida fornecerá apoio substancial para combater a desnutrição em Moçambique.

Espera-se que outros doadores e o GdM também forneçam financiamento através deste mecanismo, quando a

modalidade de financiamento tiver sido criada. Será feito um esforço para negociar uma percentagem

correspondente de fundos a serem fornecidos anualmente pelo GdM.

Componente 3

É atribuído um financiamento de 60 milhões de DKK para uma modalidade de financiamento que dê apoio à

sociedade civil, que defenderá o direito das pessoas à saúde, nutrição e HIV/SIDA. Estes fundos apoiarão a

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capacitação e subsídios a OSC, especialmente na área do mecanismo de responsabilização social para SDSR,

nutrição e HIV/SIDA, mas também para a prestação de serviços a grupos vulneráveis. Nos primeiros seis meses

do programa, serão avaliados diversos potenciais gestores de fundos recém criados e OSC, e a componente será

depois finalizada. Espera-se que outros doadores venham a dar financiamento através da modalidade sugerida

pela Danida ou que Danida possa aderir a outro mecanismo de financiamento já estabelecido.

8.2 Défice de financiamento

O PESS 2012-2017 está actualmente a ser elaborado e o custeio do PEN III está a ser finalizado. Foi já feito o

custeio do PAMRDC e a afectação de recursos por parte do governo está a ser negociada. A contribuição

financeira da Danida, como percentagem do total de contribuições, não pode, por conseguinte, ser especificada

ainda. Outros doadores – sobretudo para o HIV/SIDA e nutrição – esperam que a Danida assegure a liderança

para identificar as melhores práticas ao utilizar esses novas modalidades de financiamento. O financiamento da

Danida, sobretudo o financiamento directo à província de Tete, a nova modalidade de financiamento do

PAMRDC e o financiamento da sociedade civil alavancarão provavelmente mais financiamento, também do

sector privado, quando tiverem sido montadas estruturas sólidas.

9. Gestão e Organização

As principais instituições parceiras são o MISAU e o SETSAN. O Ministério dos Negócios Estrangeiros será a

contraparte com responsabilidade geral do programa e assinará o acordo entre Moçambique e a Danida. As

instâncias executoras do MISAU e do SETSAN serão signatários do documento do programa para as suas áreas

de responsabilidade. Será negociado um possível acordo no âmbito de um MdE com o governador de Tete. O

GdM não é responsável pela implementação da componente da sociedade civil, mas assina apenas para dar a sua

“não-objeção”. A reafectação do orçamento entre componentes será avaliada anualmente em função do

desembolso do ano anterior e será decidida pela Danida e/ou através de uma avaliação bilateral. Deverá ter lugar

uma avaliação intercalar no início de 2015.

9.1 Componente 1

O diálogo ao nível nacional e as estruturas deliberativas para o MISAU e os PD estão descritos no Anexo 4. A

Danida explorará um MdE com o Conselho da Europa para uma parceria delegada relativamente ao diálogo

sobre políticas do PROSAUDE II. Para a província de Tete, estão actualmente a ser envidados esforços para

desenvolver estruturas de coordenação para maior harmonização e alinhamento, sob a orientação do governo

provincial. A Danida continuará a desempenhar um papel activo na formalização dessas estruturas

descentralizadas no âmbito do processo geral de descentralização e a usar a aprendizagem de Tete para melhorar

de forma eficaz a elaboração de políticas.

9.2 Componente 2

Em 2011, foi criado por iniciativa da Danida um grupo de coordenação de doadores de nutrição ao nível

nacional. O grupo inclui importantes doadores bilaterais, agências e organizações da ONU, a UE e as principais

OSC que trabalham com nutrição em Moçambique. O objectivo do grupo é garantir uma boa coordenação de

esforços, evitando duplicação, e harmonizando métodos e melhores práticas, de modo que sejam usadas no

apoio à implementação do PAMRDC. A Danida desempenhará um papel activo na formalização das

modalidades de desembolso de fundos para as províncias.

9.3 Componente 3

Como foram recentemente criados vários fundos novos para fins semelhantes, será feita uma avaliação desses

fundos. Será tomada no decorrer do primeiro ano de implementação uma decisão final sobre a melhor forma de

gerir esta componente.

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9.4 Supervisão de Rotina

A monitoria de rotina das componentes será da responsabilidade do/a assessor de saúde da Embaixada Real da

Dinamarca. Neste contexto, é destinada uma dotação orçamental adequada para AT, a fim de garantir que há

possibilidade de fornecer AT a curto prazo como e quando necessário, como sugerido no Memorando da Avaliação

da Danida de 2011.

9.5 Gestão Quotidiana

As actividades dos parceiros no programa serão especificadas nos planos anuais do sector da saúde (nacional e

província de Tete), bem como nos planos anuais de nutrição. Da mesma forma, o gestor do fundo de apoio a

instituições de pesquisa e à sociedade civil elaborará também planos de trabalho anuais. O Secretário

Permanente, o MISAU, o/a Coordenador/a Nacional, o SETSAN, a DPS de Tete, o/a director/a da instituição

de pesquisa, e o/a gestor(a) do fundo da sociedade civil têm a responsabilidade geral da implementação do

programa. Onde e quando possível, a Danida solicitará uma pré-auditoria e avaliação de capacidade das

instituições colaboradoras. A gestão quotidiana especificamente relacionada com o apoio financeiro da Danida

incluirá participação em diálogo político relevante, e monitoria técnica e dos contractos, bem como a direcção de

grupos de trabalho técnicos específicos, por exemplo, de GFP e planificação e monitoria do progresso. Prevê-se

que seja elaborada uma nota técnica com orientações detalhadas para implementação e monitoria antes de se

iniciar a implementação. Como a Danida preside ao grupo de doadores G19, espera-se também que seja mantida

uma estreita colaboração com este grupo, para um eficaz diálogo sobre políticas.

10. Gestão Financeira e Aquisições

10.1 Desembolso, Contabilidade, Aquisições e Auditorias

O apoio consiste em: i) apoio nuclear aos fundos comuns, utilizando os sistemas existentes com clara monitoria

técnica e de GFP, auditoria e auditoria de aquisições, e avaliação de acordo com o MdE assinado, e ii) apoio

específico para planos e actividades acordados, para o qual terão ainda de ser acordados sistemas de monitoria,

auditoria, auditoria de aquisições e avaliação, e em que o orçamento e as despesas serão monitorados usando

procedimentos governamentais para apoio destinado a fins específicos, tais como a apresentação de relatórios

através do sistema e-SISTAFE e no site da ODAMOZ4, que garantam monitoria externa de financiamento para

fins específicos e para a sociedade civil.

Componente 1

A gestão financeira seguirá os procedimentos acordados entre os parceiros e o Governo no MdE do sector da

saúde de 2008 relativo ao PROSAUDE II. Isto implica usar procedimentos governamentais para planificação e

orçamentação, desembolso, aquisições, contabilidade e relatórios financeiros. Até à data, não foi possível fazer

auditorias usando o próprio sistema do governo, devido à fraca capacidade dos auditores estatais. Os doadores

optaram por ter auditorias externas. A Danida continuará a apoiar a transição para a construção do próprio

sistema de auditorias do governo, incluindo auditoria do Orçamento de Estado e do orçamento do PROSAUDE

II através do sistema geral de orçamento e do grupo de doadores G19. O MdE da saúde inclui um sistema de

financiamento único, que está inscrito no Orçamento do Estado. Os fundos dos doadores são disponibilizados a

este sistema através da CUT. Os doadores têm a opção de marcar a sua contribuição para o sector quer como

fundos externos (fundos que devem permanecer no sector) ou fundos internos (que são tratados como o

Orçamento do Estado em geral e, no final dos balanços financeiros, reverterão para o Orçamento do Estado).

Os fundos da Danida para o sector de saúde são considerados fundos externos. O sistema de gestão financeira

governamental e-SISTAFE consegue rastrear a origem dos recursos e, dessa forma o saldo dos recursos externos

pode ser reinscrito no orçamento para o sector da saúde no ano seguinte. Esta solução resolveu uma das

4Site na Internet onde se apresenta o orçamento e a utilização do financiamento atribuído para fins específicos.

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principais preocupações que os doadores, incluindo a Danida, tinham com o fornecimento de apoio sectorial.

No PROSAUDE II, os procedimentos para gestão de fundos têm vindo a alinhar-se cada vez mais com os

sistemas e calendários nacionais e a monitoria PEFA. Foram usados planos de seguimento para as auditorias de

2008, 2009 e 2010 e para a auditoria do GFATM para monitorar o progresso em GFP e aquisições, incluindo

capacidade para o mesmo. No entanto, embora a avaliação do risco durante a fase de preparação do programa

tenha mostrado redução do risco financeiro, o recente resultado da auditoria GFATM e uma avaliação de

aquisições indicam que existe um aumento do risco e que é necessária monitoria rigorosa, tanto através de

sistema do próprio governo como através do mecanismo acordado doador-governo.

A DPS é financiada por várias fontes: fundos do GdM e de doadores (dentro e fora do orçamento); fundo das

Nações Unidas (fora da CUT); receitas próprias (dentro e fora do orçamento); apoio a OSC (com e sem

transferência de fundos); e, finalmente, bens e serviços fornecidos pelo MISAU. Os fundos do GdM (ou seja, o

Orçamento do Estado) são todos canalizados através da CUT e do MISAU para as Direcções Provinciais. Para

apoio a OSC, abre-se normalmente uma conta bancária separada. Receitas próprias, não inscritas no orçamento,

também são geridas através de uma conta bancária separada. A Danida usará uma modalidade inscrita no plano,

no orçamento e na CUT, e que é desembolsada e monitorada através do sistema de contabilidade governamental

e-SISTAFE.

O apoio financeiro ao SETSAN, ao MISAU, à formação de nutricionistas de saúde pública e aos PAMRDC

provinciais será apoio directo, dentro do plano, do orçamento e da CUT, usando o e-SISTAFE, aos respectivos

titulares do orçamento, através do MF. Será elaborado um MdE com as províncias, e quando os PAMRDC

provinciais tiverem sido aprovados pelo grupo técnico de trabalho do SETSAN, os fundos serão enviados do

MF para as províncias e distritos, de acordo com o código do e-SISTAFE fornecido no formato de planificação.

A contabilidade será feita de acordo com os regulamentos nacionais. Antes de se iniciar o financiamento, será

concluída uma avaliação de capacidade de GFP inspirada no programa PEFA. Espera-se que, quando outros

doadores contribuírem para esta modalidade de financiamento, e em sintonia com outros esquemas de fundos

comuns, sejam elaborados relatórios financeiros semestrais abrangentes (por exemplo, não se limitando à

Danida, mas incluindo actividades financiadas pela Danida) que serão atempadamente apresentados à Danida.

No final de cada ano financeiro, haverá uma auditoria, de preferência pelos auditores estatais. Se tal não for

possível, será contratada uma empresa de auditoria de nível internacional. Os relatórios financeiros auditados

serão disponibilizados a todos os interessados, no prazo de seis meses após o fim do ano financeiro.

Componente 3

Uma vez tomada uma decisão sobre o gestor de fundos/beneficiários desta componente, serão elaborados

contractos-quadro que especifiquem os resultados e os procedimentos de gestão financeira, contabilidade,

auditoria e aquisições a serem seguidos.

10.2 Aquisições e contratações

As aquisições realizadas por todas as partes interessadas na implementação do programa obedecerão às regras

nacionais (Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao

Estado, Decreto nº 15/2010 de 24 de Maio). Aquisições feitas por OSC e outros parceiros implementadores seguirão

as suas próprias regras de aquisições e contratações, de acordo com as orientações fornecidas pela Danida. Para

contratações, de AT a longo prazo, será feito recrutamento através Danida em Copenhaga, até ter sido criada

uma base de recursos (pool) comum de AT suficientemente sólida. Os parceiros serão notificados das despesas.

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11. Monitoria, Relatórios, Revisões e Avaliação

11.1 Mecanismos de Monitoria

Foram elaborados no âmbito do GPS mecanismos conjuntos de monitoria, relatórios, revisões e avaliação, que

são definidos no MdE e nos TdR da Abordagem Sectorial (SWAp). As intervenções de nutrição serão

monitoradas através do quadro do PAMRDC e dos seus sete objectivos. Para o apoio a Tete, o PES provincial

orientará o sistema de monitoria conjunta para medir a quantidade, qualidade e resultados dos serviços ao nível

provincial. Este esquema será criado no âmbito do apoio ao desenvolvimento de capacidades. O fundo da

sociedade civil será desenvolvido para monitoria e relatórios regulares. Os PAMRDC provinciais e quaisquer

contratos com OSC incluídos na componente 3 conterão referência a indicadores, juntamente com estudos de

base e metas. Ver matriz de monitoria no anexo 1.

As considerações de retirada são apresentadas na Secção 3.

11.2 Apresentação de Relatórios

Componente 1: O MdE para apoio dos PD ao sector da saúde inclui o seguinte ciclo de relatórios e monitoria:

Fevereiro-Março: Avaliação Anual Conjunta do Sector da Saúde (ACA) para o ano n-1, incluindo

indicadores do QAD;

Abril: Avaliação Conjunta pelos Parceiros de Assistência aos Programas (PAP) e Governo; apresentação

do relatório de progresso para o ano n-1. ACA do ano n-1;

Julho: Discussão do PES da Saúde de n+1;

Agosto: Revisão semestral;

Outubro-Fevereiro: Actualização do Cenário de Despesas de Médio Prazo. Avaliação Anual da Gestão

das Finanças Públicas.

A informação e relatórios com informação de qualidade têm sido um constante desafio em Moçambique,

situação essa que em nada foi melhorada pelo que a Avaliação Interna da Danida de 2009 descreveu como “uma

epidemia de estruturas paralelas de monitoria e avaliação.” Por isso, a Danida defende firmemente um

alinhamento da informação dos relatórios, melhoria de qualidade e avaliações externas regulares.

Componente 2: O PAMRDC desenvolverá formatos regulares de monitoria e relatórios de concretização de

resultados, e também de controlo financeiro das actividades para as quais os fundos são fornecidos. Os acordos e

contractos com agências implementadoras relevantes incluirão referência aos indicadores do PAMRDC e de

Tete, juntamente com dados de base (por exemplo, do Inquérito Demográfico e de Saúde) e metas, por exemplo,

relacionadas com os ODM 1, 4, 5 e 6.

O MdE para o apoio dos PD a nutrição e saúde pública incluirá relatórios e monitoria:

Fevereiro a Março: ACA (MISAU e SETSAN) para o ano n-1, incluindo indicadores de Nutrição e

Saúde Pública;

Abril: Revisão Conjunta dos PAP e Governo (MISAU e SETSAN). Apresentação de um relatório de

progresso para o ano n-1; apresentação da Avaliação Anual Conjunta de todas as actividades relevantes

do sector relacionadas com a implementação de PAMRDC no ano n-1;

Julho: SETSAN, incorporando actividades multi-sectoriais;

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Agosto: revisão semestral, incluindo as acções realizadas aumentar a capacidade em saúde pública e

nutrição dentro do MISAU e do SETSAN;

Outubro-Fevereiro: Actualização do Cenário de Despesas de Médio Prazo. Avaliação Anual da Gestão

das Finanças Públicas.

Para os fundos destinados à implementação do PAMRDC, as normas de apresentação de relatórios seguirão os

procedimentos acordados entre a Danida, o SETSAN e outros parceiros doadores num MdE. Os fundos que

são canalizados através do MF para as províncias serão rotineiramente monitorados e será dada conta deles ao

grupo de coordenação dos doadores aos níveis provincial e nacional. As modalidades de apresentação de

relatórios serão supervisionadas inicialmente com assistência técnica da Danida, e isto será avaliado durante a

implementação do APS-SN e ajustado de acordo com as necessidades.

A qualidade dos dados deve ser assegurada através de formação especializada e capacitação dos responsáveis pela

realização do levantamento da situação de segurança alimentar e nutricional e pela formação em nutrição e saúde

pública. O Inquérito Demográfico e de Saúde de 2011 forneceu dados de base e indicadores úteis para monitorar

tendências com uma regularidade anual. Foi elaborado pelo grupo técnico de trabalho do SETSAN um plano

operacional para o PAMRDC, que tinha sido acordado, mas ainda não foi acordado um quadro de monitoria e

avaliação. Para garantir descentralização consistente e sistemática, inclusive para Tete, será elaborado no início do

APS-SN um MdE com os requisitos e novos procedimentos de apresentação de relatórios, que será aprovado

pelas instituições nacionais e provinciais relevantes. Essas instituições serão responsáveis pela implementação do

PAMRDC e pela recolha de “lições aprendidas” para garantir a transferência de conhecimento e uma memória

institucional sustentável de intervenções eficazes de segurança alimentar e nutricional.

Componente 3: Quando tiver sido tomada uma decisão sobre o gestor e os beneficiários dos fundos para esta

componente, serão elaborados contractos-quadro que especificam os relatórios e procedimentos de monitoria a

serem seguidos.

12. Principais Pressupostos e Riscos

A concepção do APS-SN assenta numa série de pressupostos e respectivos riscos. Há áreas de riscos gerais que todos os programas de desenvolvimento enfrentam, tais como níveis de compromisso político, de uma reforma do sector público eficaz e eficiente, incluindo descentralização e GFP. O Quadro 2 abaixo apresenta os principais riscos para este programa e as mitigações sugeridas.

Quadro 3: Principais Riscos e Mitigações dos Riscos

Nº Principal risco Probabilidade Impacto Mitigação do risco

1. A fraqueza dos sistemas de gestão financeira e aquisições e contratações do MISAU, demonstrada pela auditoria de 2009, pelo relatório de acompanhamento PEFA de 2008, e pelo Gabinete do Inspector-Geral do GFATM de 2012, não será convenientemente corrigida.

Elevada

Ele

vad

o

A Danida e outros PD tentarão melhorar a capacidade de gestão financeira e planificação a nível nacional e provincial, através da prestação de AT e através do diálogo sobre políticas. A Danida, como membro do GPS, contribuirá para o acompanhamento das recomendações destas auditorias, através de uma rigorosa monitoria do plano de reforço de GFP durante o rastreio da despesa de 2012 e acompanhamento do apoio do BM a aquisições e contratações. A Danida fornecerá também apoio especial de AT para concretizar o plano de reforço de GFP e acompanhar de perto a implementação do plano anticorrupção.

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2. A planificação, a orçamentação e a contabilidade aos níveis provincial e distrito não melhorarão, de forma que o financiamento adicional não produz melhoria dos resultados de saúde.

Elevada

Ele

vad

o

A Danida e outros PD tentarão resolver estas questões de capacidade através de avaliação da capacidade e AT para planificação, apoio específico para GFP e ligação com o MF e os doadores do G19. Ver também acima.

3. O GdM não aumentará o seu financiamento interno para os sectores sociais, em particular a Saúde, a Nutrição e o HIV/SIDA.

Elevada

Ele

vad

o

A Danida terá uma parceria (delegada) relativamente a diálogo sobre políticas com doadores afins e fará monitoria e rastreio de despesas do GdM.

Estreita colaboração com o MF e os doadores do G19.

4. O MF, o MPD e o MISAU não darão orientações de planificação adequada e atempadas às províncias para a implementação do seu plano de saúde e nutrição.

As autoridades do nível nacional continuarão o actual nível de financiamento.

Média

Ele

vad

o

A atribuição de fundos estatais a Tete será monitorada anualmente e, se for desproporcionadamente reduzida, a Danida reafectará os fundos destinados ao PROSAUDE para a província de Tete.

5. A criação um mecanismo de financiamento para o reforço da sociedade civil será ineficaz e disfuncional.

Baixa

Ele

vad

o Juntamente com outros parceiros, a Danida

tentará reforçar a capacidade e mecanismos de financiamento para uma sociedade civil eficaz e eficiente.

6. Aumentará a fragmentação das modalidades de financiamento e do compromisso relativamente ao MdE por parte dos PD.

Média

Méd

io

A Danida participa nas actuais estruturas de coordenação dos doadores para a Saúde, Nutrição e HIV e contribui para elas. Além de apoiar o PROSAUDE II, serão estabelecidas duas modalidades de financiamento: Financiamento do PAMRDC através dos procedimentos estatais e financiamento para a sociedade civil. A Danida segue a Declaração de Paris e ajuda a criar medidas que podem reduzir a fragmentação do financiamento e a aumentar a prestação de contas nacional, através da capacitação de actores provinciais e não estatais. Da mesma forma, com o financiamento directo da Danida à província, há apoio à consolidação da actual descentralização política, em consonância com as políticas gerais do governo.

7. A descentralização e a implementação do sistema de contabilidade e-SISTAFE não estarão completamente operacionais ao nível distrital até 2014.

Média

Méd

io

Um diálogo contínuo sobre monitoria, políticas e questões técnicas através do Grupo G19, do GPS e ao nível provincial facilitará a operacionalização do e-SISTAFE aos níveis provincial e distrital. Além disso, a Danida advogará a inclusão do MF e da Direcção Provincial do Plano e Finanças no diálogo sobre descentralização e GFP.

8. Não será criado um mecanismo de coordenação eficaz para a iniciativa multissectorial de nutrição e não será feita a reorganização do CNCS.

Média

Méd

io

Foi já elaborada pelo Governo uma proposta de decreto que cria um mecanismo nacional de coordenação, que está à espera de ser aprovada pelo Gabinete do Governo.

A reforma institucional do CNCS está na calha desde 2009. O primeiro-ministro está alertado e está a haver diálogo.

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9. Haverá falta de vontade política para criar um mecanismo de financiamento para uma resposta multissectorial coordenada de nutrição.

Baixa

Méd

io

Acedendo ao pedido específico do Primeiro-Ministro, a Danida trabalhará com outros parceiros, o SETSAN, o MISAU e o MF para instituir um mecanismo de financiamento. Espera-se que o GdM e outros doadores venham a utilizar este mesmo mecanismo quando possível.

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Anexos

Anexo 1. APS-SN V Descrição Geral das Componentes

Componente/subcomponente

Produtos do MISAU, SETSAN ou Soc. Civil

Contribuição da Danida Indicadores Executor da monitoria

Componente 1: Saúde Alcançadas as metas definidas no PESS II e III, bem como os planos de aceleração dos ODM 4 e 5

Quadro de Avaliação do Desempenho (QAD) (os 35 indicadores do Módulo Básico) e indicadores de SDSR

Avaliação Conjunta Anual MISAU-doadores e revisão externa e avaliações

1.1 Apoio ao Plano Estratégico do Sector Saúde (PESS II e PES III)

PESS II e III operacionalizados

Financiamento não específico para o fundo comum da saúde (PROSAUDE II);

Participação no diálogo sobre políticas através do grupo de doadores do PROSAUDE II, GPS e grupo dos dadores G19.

Liderança e participação em grupos de trabalho relevantes do GPS, como sejam o grupo de trabalho de GFP e o grupo de trabalho de monitoria e avaliação, e planificação (responsável pelo novo PESS III).

QAD, os 35 indicadores do Módulo Básico

Auditorias anuais (de preferência pelos auditores estatais) e acompanhamento dos planos de reforço de GFP

Planos anuais de tesouraria, nacional e provincial

Planos anuais de aquisições

Auditoria das aquisições e seguimento da avaliação

Monitoria conjunta anual MISAU-doadores de indicadores técnicos

Monitoria conjunta anual MISAU-doadores do plano de reforços de GFP

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Componente/subcomponente

Produtos do MISAU, SETSAN ou Soc. Civil

Contribuição da Danida Indicadores Executor da monitoria

1.2 Reforço do Sistema de Saúde em áreas específicas seleccionadas aos níveis nacional e provincial para melhoria de SDSR (GFP, gestão/liderança e pesquisa de saúde/inovação)

Melhoria da qualidade de relatórios técnicos e financeiros atempados

Implementação mais eficaz e eficiente;

Uso de factos documentados para decisões sobre políticas;

Melhoria da capacidade de gestão e liderança do pessoal da saúde ao nível provincial;

Adquirida pelo INS e/ou instituição alternativa a capacidade essencial de apoiar as províncias na concepção e implementação de abordagens inovadoras para melhores resultados de SDSR

Financiamento específico (através do e-SISTAFE) às áreas e departamentos seleccionados quando estiverem disponíveis os planos aprovados.

Mediante solicitação, apoio técnico e de gestão através de uma instituição académica ou consultor contratado, conforme apropriado.

Acordo-quadro com o INS e/ou instituição alternativa.

Indicadores do Plano Económico e Social, PES, relacionados com o desempenho de departamentos e áreas temáticas específicas.

Indicadores de monitoria de GFP de acordo com o plano de acção de GFP

Número de províncias formadas em gestão e liderança;

Número de províncias com sistemas de gestão melhorados;

Número de abordagens inovadoras aprovadas e implementadas;

Monitoria conjunta do doador (Danida) e instituição segundo o quadro aprovado

1.3 Apoio orçamental sectorial provincial a Tete para melhoria de SDSR

Abordagens inovadoras para a melhoria dos produtos de SDSR (HIV/SIDA e nutrição) concebidos e implementados no âmbito do Plano Provincial, e os resultados documentados (como sejam o aumento de partos institucionais, diminuição da violência e injustiça baseadas no género)

Financiamento específico para este fim através do e-SISTAFE);

Assistência Técnica a longo prazo para SDSR e apoio técnico a curto prazo para planificação e GFP.

MdE elaborado a acordado entre o governo provincial e doadores/parceiros.

Percentagem implementada de actividades planeadas do Plano Provincial de Tete em áreas prioritárias;

Relatórios anuais de auditoria técnica e financeira, e planos de tesouraria e aquisições aceitáveis.

MdE entre o Governador Provincial de Tete, SETSAN, directores provinciais dos sectores e grupo de doadores/parceiros.

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Componente/subcomponente

Produtos do MISAU, SETSAN ou Soc. Civil

Contribuição da Danida Indicadores Executor da monitoria

Componente 2: Nutrição Implementado o Plano de Acção Multissectorial de Redução da Desnutrição Crónica

Percentagem dos 7 produtos Plano de Acção Multissectorial de Redução da Desnutrição Crónica implementada

Indicadores sectoriais de desempenho

Site Sentinela de Observação da Nutrição

Inquéritos Demográficos e de Saúde e estudo de base provincial de nutrição

2.1 Apoio ao Desenvolvimento da Capacidade em Nutrição (mecanismo de coordenação, SETSAN, MISAU e formação de nutricionistas de saúde pública).

Aumento da capacidade do SETSAN, a todos os níveis, de coordenar o plano multissectorial;

Províncias eficiente e eficazmente ajudadas na preparação dos seus planos de nutrição e adequadamente apoiadas e supervisionadas;

Advocacia eficaz por nutrição feita pelo departamento de nutrição do MISAU.

Todos os nutricionistas de saúde pública formados de acordo com o plano.

Apoio financeiro geral (através e-SISTAFE);

Mediante solicitação, apoio por consultores através de uma instituição académica contratada

Mediante solicitação, apoio técnico e de gestão através de uma instituição académica contratada

Estrutura de coordenação aceite e acordada a funcionar aos níveis nacional e provincial;

Estrutura de aprovação técnica do fundo de nutrição criada e utilizada

Número de províncias com um plano multissectorial de nutrição de qualidade aceitável;

Número de instituições profissionais que oferecem cursos de nutrição e saúde pública, e número de alunos formados por ano;

Auditorias anuais aceitáveis

Monitoria conjunta SETSAN-doador/parceiro

Instituição conjunta doador/organização parceira de acordo com quadro e contratos acordados

2.2 Apoio aos planos provinciais de nutrição

Resultados definidos no PAMRDC atingidos com a implementação dos planos multissectoriais provinciais de nutrição

Financiamento directo através do e-SISTAFE para os resultados definidos nos planos provinciais;

Apoio à criação de um fundo para apoio aos planos provinciais

Número de províncias com um plano multissectorial provincial de nutrição aprovado que tenha sido financiado e esteja e a ser implementado

MdE que guiará a implementação provincial entre o SETSAN (nacional e provincial), grupo de doadores/parceiros e sector privado

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Componente/subcomponente

Produtos do MISAU, SETSAN ou Soc. Civil

Contribuição da Danida Indicadores Executor da monitoria

Componente 3: Apoio à sociedade civil

Criado e em funcionamento um Fórum Nacional de Financiamento e Monitoria para apoio a Organizações da Sociedade Civil nas áreas de saúde, nutrição e HIV/SIDA

Acordo-quadro com uma ou duas instituições que gerirão os fundos e farão capacitação e atribuição de subsídios

Número de projectos financiados e os resultados mensuráveis que contribuam para o direito a serviços de saúde, nutrição e HIV/SIDA

Monitoria conjunta doadores-sociedade civil

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Anexo 2: Lista de documentos analisados

Documentos relacionados com Saúde e SWAp

Plano Estratégico do Sector da Saúde para 2007-2012 (PESS)

Plano Económico e Social 20111 (PES)

Plano Nacional de Desenvolvimento dos Recursos Humanos da Saúde 2008-2015 (PNDRHS)

Memorandum of Understanding for Support to the Health Sector, PROSAUDE II

Memorandum of Understanding for SWAp

International Health Partnership Compact 2008

Feasibility Study, Development of a provincial and district based transport and communication system for health, Tete, Mozambique

SWAp working groups work plans 2011

MICS study and report 2008

INCAM study

Plano Integrado para o Alcance dos Objectivos 4 e 5 de Desenvolvimento do Milénio

Nutrição

In depth study for the Evaluation of the Impact of the Action Plan for the Reduction of Absolute Poverty II (PARPA) 2006-2009, Nutrition, October 2009

Inquérito Nutricional Rápido das Crianças dos 6 aos 59 Meses dos Distritos Afectados pela Seca, Versão Final, Outubro 2005, MISAU e SETSAN

Landscape Analysis of Countries Readiness to Accelerate Action for Nutrition, UN, 2009

Mainstreaming Nutrition in Poverty Reduction Strategy Papers: What Does It Take? A Review of the Early Experience, Meera Shekar and Yi-Kyoung Lee, NHP; 2006

Moçambique Relatório da Situação de HIV/SIDA e Nutrição, CNCS, Maio de 2008

Mozambique Food Security Issues Paper

Mozambique Food Security Programming Framework FY 2008-2012, USAid/Mozambique, October 2007

Multi-Sectorial Plan For Chronic Malnutrition Reduction In Mozambique 2011 – 2014 (2020), Maputo, July 2010

Orçamentação do Plano de Acção Multissectorial de Redução da Desnutrição Crónica, Versão Final, Setembro de 2010

Plano de Acção para a Produção de Alimentos 2008 – 2011

Plano de Acção para a Redução da Desnutrição na Província de Tete, Governo da Província de Tete, Direcção Provincial de Saúde

Nutrition in Mozambique. Assessing Funding Mechanism (2011). Danida

Documentos relacionados com HIV/SIDA

Plano Operacional Anual CNCS 2011

Memorandum of Understanding between the Government of Mozambique and CNCS Common Fund Partners, updated 2010

UNGASS, Relatório de Progresso, 2008-2009.

INSIDA (2009). Inquérito Nacional de Prevalência, Riscos Comportamentais e Informação sobre o HIV e SIDA em Moçambique.

Plano Estratégico Nacional de Combate ao HIV/AIDA 2004-2009 (PEN II) e (2010-2015) PEN III

Estratégia de Aceleração da Prevenção da Infecção pelo HIV

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APS-SN, 2012 – 2017, Moçambique

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Estratégia de Resposta ao HIV/SIDA na Função Publica

Plano Operacional do Programa Nacional de Investigação para o Período 2008-2009

Programa Nacional de Investigação na Área do HIV/SIDA, 2007.

Relatórios Financeiros e Auditorias do Sector da Saúde

Relatórios das auditorias 2008, 2009 and 2010

Relatório PEFA 2008/9

PAC 2011 (actualizado)

Relatórios Financeiros & Auditorias do Conselho Nacional de Combate ao HIV e SIDA

Report of the Independent Auditors to the Management of Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA in respect to the Common Fund (Bilateral), Price Water House Coopers, 2008

Report of the Independent Auditors to the Management of Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA in respect to the Common Fund (Multilateral), Price Water House Coopers, 2008

Plano de Acção para implementação das recomendações da auditoria 2007, Draft, CNCS, 2008

Relatórios de Revisão/Avaliação do Sector da Saúde

Desempenho do Sector da Saúde Sétima Avaliação Conjunta Anual, ACA VII, MISAU 2008 & 2009

Avaliação das Funcionalidades do Departamento Financeiro da Direcção de Administração e Finanças (MISAU)

Relatórios de Revisão/Avaliação Conselho Nacional de Combate ao HIV e SIDA

II Avaliação Conjunta Anual – HIV/SIDA, CNCS, Abril de 2008

Aide Memoire Mozambique – HIV/AIDS response Project, Supervision Mission, May 26-June 6, 2008, World Bank

Aide Memoire Mozambique – HIV/AIDS response Project, Restructuring Mission, December 1-12, 2008, World Bank

Consolidated Donor Report 2007, UNICEF, Mozambique

Relatório Anual 2007, Programa Geração Biz

CNCS. The National AIDS Spending Assessment, 2005/6.

A summary analysis of current HIV prevention support and gaps in Mozambique - aligned to the ten HIV prevention priorities, DfID, 2008

Rapid Review of Support to NGOs and Civil Society on AIDS in Mozambique – Draft, DFID, 2009

Documentos relacionados com HSPS IV

Inception Review of Danida HIV/AIDS and Health Sector Programme Support in Mozambique Phase IV (2007-2011), Danida, 2007

HIV/AIDS and Health Sector Support Programme, H-HSPS Phase IV (2007-2011), Danida, 2007

Avaliação da Cooperação para o Desenvolvimento entre Moçambique e a Dinamarca, 1992-2006, Documento de Trabalho 03, Assistência Dinamarquesa à Educação e à Saúde, MOKORO & EKURYS, 2008

Review Aide Memoire, Mozambique H-HSPS IV, 16 February to 2nd March, 2009.

Review Aide Memoire, Mozambique H-HSPS IV, May, 2011

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Preparação do APS-SN

Documentos de base para elaboração da nota conceptual: o 1. Research for Health o 2. Decentralisation Study o 3. HIV/AIDS status report o 4. Nutrition Funding Study o 5. Nutrition Situation Analysis Study o 6. Status report on SRHR and Gender o 7. Assessment of 10 criteria for budget support for health, nutrition and HIV/AIDS, SETSAN

and Tete Province.

Concept Note for phase V support to Health, Nutrition and HIV/AIDS

Documentos da Danida

Aid Management Guidelines, Danida

Strategy for Denmark’s Support to the International Fight against HIV/AIDS, Danida, 2005

The Promotion of Sexual and Reproductive Health and Rights, Danida, 2006

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Anexo 3. Indicadores de Desempenho e Financeiros do Sector da Saúde em Moçambique

Objectivos de Desenvolvimento do Milénio: Progresso de Mozambique

Indicator de progresso dos ODM 1990 2002/35 20086 20117 Objectivos para

2015

Vacina contra o sarampo recebida por

crianças < 1 ano (%) 59 71 64% 82% 95

Taxa de mortalidade neonatal por

1000 crianças nascidas vivas

Não há

dados

Não há

dados 43 30 30

Taxa de mortalidade infantil por 1000

crianças nascidas vivas 158 124 95.5 34 67

Taxa de mortalidade de crianças até 5

anos por 1000 crianças nascidas vivas 235 178 147 97 108

Uso de contracepção (%) Não há

dados 17%

Não há

dados 11.6% 64

Partos supervisionados por pessoal

com formação (%)

Não há

dados 47.7% 55% 54.3% 66

Taxa de mortalidade materna para

100.000 crianças nascidas vivas 1500 408 5008

Não há

dados 250

Prevalâencia de HIV (%)9 Não há

dados

Não há

dados 11.3

Não há

dados 8,5 até 2014

Crianças com insuficiência ponderal

(%)

Não há

dados 22% 18-19% 14.9% 17

Crianças com desnutrição crónica (%) Não há

dados 48% 44% 42.6% 30 (20 em 2020)

5 De Health and Demographic Survey 2002/2003, USAid 6 De Multiple Indicator Cluster Survey (Instituto Nacional de Estadística, INE, Espanha) salvo indicação em contrário 7 De Health and Demographic Survey, 2011, USAid 8 Do United States Census Bureau 9 Do INSIDA, 2010

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Total de Despesas da Saúde, Dotações e Despesas, 2006-2011

Fonte: Conta Geral do Estado e Orçamento do Estado de 2011, MF

Atribuição de Recursos às Províncias, per capita 2011

Fonte: UNICEF, com base em LOE 2011 e INE, Projecções da População 1997-2015

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Anexo 4: Enquadramento do Grupo dos Parceiros da Saúde

O grupo dos Parceiros da Saúde (GPS) representa todos os parceiros de desenvolvimento que apoiam o Sector da Saúde da Moçambique. O GPS é dirigido por um Parceiro Focal (PF), que é a agência parceira eleita que dirige o diálogo sobre políticas com o MISAU. Actualmente, o PF é eleito por um mandato de 2 anos. O PF trabalha numa estrutura de troika – com um Vice-Parceiro Focal, que é o PF cessante ou o PF seguinte. Um segundo Vice-Parceiro Focal é uma das agências da ONU, sendo esta função atribuída rotativamente. Além da troika, o PF e o Vice-Parceiro Focal são apoiados por uma Equipa de Parceiros Focais (Focal Partners Team, FPT), que é uma estrutura informal criada para dar assessoria ao PF. A FPT inclui um coordenador (normalmente contratado pelo PF), que garante a comunicação eficaz e regular entre parceiros, e entre o GPS e o Governo. Outros membros da FPT (referidos como FPT+) são ainda os presidentes dos grupos de trabalho (ver adiante) e um representante das agências estatais dos EUA (USAid e CDC), uma disposição tomada para reflectir as dimensões do apoio estatal dos EUA.

Disposições para diálogo sobre políticas para o Fundo Comum de Saúde

O GPS reúne-se mensalmente e junta todas as agências que financiam actividades no sector da saúde, bem como representantes da sociedade civil (NAIMA & MONASO). As reuniões entre o GPS e o Governo são formalizadas através de estruturas descritas no MdE. As reuniões principais são:

Um Conselho Conjunto de Coordenação (CCC) mensal, em que participam o Secretário Permanente e Directores do MISAU com a FPT;

Reuniões abertas do CCC (conhecidas como CCC Alargado, CCC-A), quando todos os parceiros são convidados. A periodicidade do CCC-A não está definida e depende da necessidade, na perspectiva dos parceiros de desenvolvimento ou do MISAU. Um importante CCC-A tem lugar todos os anos por altura da Avaliação Conjunta Anual (ACA), quando é apresentado o relatório de avaliação elaborado por consultores externos e membros da equipa do MISAU;

Além disso, são realizadas anualmente duas reuniões do Comité de Coordenação do Sector (CCS). Estas reuniões são presididas pelo Ministro da Saúde e incluem o seu gabinete, Directores Provinciais de Saúde seleccionados (rotativamente) e os representantes dos parceiros de desenvolvimento a trabalhar em Saúde, incluindo alguns Chefes de Missão ou Chefes de Cooperação. O fórum ratifica relatórios e

PARCEIROS

Embaixador/Chefe

da Cooperação

Directores/Chefes de Departmento

PS

Ministro

MISAU

Chefes de Secção

Assessores de Saúde

Só parceiros

GT GT Prog/Dept. GT

Conjunto

Prep. Com

Emb/CDC

Assessores do

Ministro CCS

CCC &CCC

alargado

GPS Dir. Nacional

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recomendações importantes (como os que resultam das Avaliações Conjuntas Anuais), e informa os parceiros de desenvolvimento de questões significativas ou de decisões relacionadas com políticas do sector da saúde, especialmente centradas nos Planos Económicos e Socaiais do MISAU para o ano seguinte.

Os Grupos de Trabalho sobre Eficácia da Ajuda ao Desenvolvimento Há também compromisso entre o MISAU e o GPS ao nível de políticas e ao nível técnico através de Grupos de Trabalho (GTs). Há 6 GTs formalmente ligados às estruturas de Abordagem Sectorial, conhecidos como Grupos de Trabalho sobre Eficácia da Ajuda ao Desenvolvimento. Estes grupos, que eram 10, foram recentemente reduzidos para 6. Os grupos recém constituídos são:

(i) Gestão das Finanças Públicas, que lida com questões de gestão financeira e auditoria, mas também com questões relacionadas com elaboração e aprovação do orçamento da Saúde);

(ii) Monitoria e Avaliação, que trata de planificação, investimentos, monitoria e avaliação;

(iii) Recursos Humanos para a Saúde;

(iv) Medicamentos e Logística, e Gestão da Cadeia da Abastecimento;

(v) Serviços Nacionais de Saúde, que cobre os serviços e programas nacionais de Saúde;

(vi) Colaboração com ONGs.

Cabe a estes GTs uma função de supervisão. Cada GT tem um Presidente – que é normalmente um director do MISAU, e um Vice-Presidente, representado por um dos parceiros de desenvolvimento. O cargo de Vice-Presidente é ocupado voluntariamente – e depende de as agências darem ao seu representante tempo suficiente para assumir essa função. A quantidade de tempo que cada indivíduo tem disponível para as tarefas pode variar consideravelmente. Além disso, para estes GTs sobre Eficácia da Ajuda ao Desenvolvimento, há Assistência Técnica dada através de outros GTs que trabalham directamente com pessoal do MISAU para apoiar aspectos técnicos de desenvolvimento e implementação de políticas.

Calendário de avaliação e apresentação de relatórios:

Fevereiro-Março:

Avaliação Conjunta Anual (ACA) do Sector para o ano n-1, incluindo indicadores do QAD de Saúde

Abril:

- Avaliação Conjunta - Parceiros da Assistência aos Programas (PAP) e Governo;

- Apresentação do Relatório de Progresso (Balanço do PES Sectorial) para o ano n-1;

- Apresentação da Avaliação Conjunta Anual (ACA) do Sector da Saúde do ano n-1

- Mudança de Equipa de Parceiros Focais (FPT) (actualmente 2 anos)

Julho:

Discutir o Plano Económico e Social do Sector da Saúde

Agosto:

Avaliação semestral

Outubro-Fevereiro:

- Elaboração do Quadro de Despesas a Médio Prazo

- Avaliação anual de GFP

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Anexo 5. Organograma do Ministério da Saúde

Ministro/Vice-Ministro

Conselhos:

Consultivo

Hospitais

Coordenador

Nacionalda Saúde

Técnico-Científico

Gabinete do Ministro

Inspecção-Geral

Direc.

Rec.

Human

os

Direc.

Admis.

Gestão

.

Hospita

is

Centrais

Inst.

Subordi

nadas

Direc.

Plan.

Coop.

Direc.

Nacional

Saúde

Dep.

Form.

Dep.

Assist.

Médica

Dep.

Saúde

Comum

Dep.

Higiene

Ambient

al

Dep.

Farmacê

utico

Dep.

Epid.

End.

Dep.

Info. p/

Saúde

Dep. Plan.

Econ. San.

Dep.

Coop.

Intern.

Gab.

Coord.

Proj. Inv.

Dep.

Logístic

a

Dep.

Finance

iro

Dep.

Adminis

tração

Centro

de

Abastec

imento

Dep.

Gestão

Dep.

Plan.

Estat.

Dep.

Manute

nção

Centro

Reg.

Des.

San.

Seguro

Geral de

Saúde

Central

de

Medica

mentos

Inst. de

Ciências

da

Saúde

Inst.

Nac. de

Saúde

Nat.

Lab.

Med.

Hyg.

Lab.

Nac.

Contr.

Med.

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Anexo 6. Organograma da Direcção Provincial de Saúde

Director Provincial de

Saúde

Conselho Provincial

Coordenador da Saúde

Conselho Directivo

Gabinete de Inspecção

Inspecção Farmacêutica

Departamentos Provinciais:

Planificação e Cooperação

Administração e Finanças

Recursos Humanos

Formação

Assessores

Director Provincial de Medicina

(Vice-Director Provincial)

Assistência Médica

Armazenamento de Medicamentos

Departamento de Saúde

Pública

Conselho Médico Provincial

Assessoria:

Medicina Interna

Cirurgia e Trauma

Obstetrícia e Ginecologia

Pediatria

Odontologia

Oftalmologia

Psiquiatria

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Anexo 7. TdR para Reforço de PFM para o Ministério da Saúde, Draft

Título Serviços de Assessoria de Gestão das Finanças Públicas e Assistência

Técnica ao MISAU e Direcções Provinciais de Saúde

Local Direcção de Administração e Finanças (DAF) no MISAU (nível central)

DAF nas Direcções Provinciais de Saúde (nível provincial)

Cargo

Empresas de Consultoria de GFP que possam prestar assistência técnica a

longo prazo, serviços de assessoria e formação/certificação profissional

mediante solicitação. Serviços a serem prestados de 2012 a 2013, com

possibilidade de prolongamento por mais dois anos.

Duração

Trata-se de uma combinação apoio a longo, médio e curto prazo num

período de dois a quatro anos.

Os assessores técnicos a longo prazo deveriam estar baseados em

Moçambique – em Maputo para o Apoio ao Nível Central em cada

Direcção Provincial de saúde para o Apoio ao Nível Provincial.

Para a AT a longo prazo, prevê-se um total de 220 homens/dias por ano,

durante o período do contrato. Haverá um total de 14 assessores

técnicos colocados nas DAF do MISAU e das Direcções Provinciais de

saúde (3 para o Nível Central e 11 ao Nível Provincial – um por

província).

Para os serviços de assessoria e formação/certificação profissional, estão

previstos um total de 120 a 160 homens/dias durante o período do

contrato.

A empresa apresentará à Danida as facturas correspondentes a folhas de

serviço que demonstrem o trabalho efectuado.

Danida e GFP no Sector da

Saúde

Uma área de particular destaque para a Danida é a Gestão das Finanças

Públicas (GFP). A Danida apoia programas nacionais e os governos dos

Estados para reforçar um leque de áreas técnicas de GFP, incluindo

planificação e elaboração de orçamentos, contabilidade do sector público,

aquisições e contratações públicas, auditoria (intern e externa), e estratégias

anticorrupção. O apoio centra-se também cada vez mais em criar condições

para actores não estatais compreenderem e monitorarem GFP. A Danida dá

especial relevo a garantir a optimização dos recursos investidos e crê que

uma GFP sólida é essencial para prestar serviços de qualidade e atingir os

ODM – independentemente de que recursos nacionais ou fundos de

doadores são usados. Em segundo lugar, a Danida tem o dever de assegurar

que os fundos públicos dinamarqueses sejam gastos de uma forma rentável,

para o fim a que são destinados e que sejam bem aplicados. Analisar,

monitorar e mitigar o risco fiduciário, e garantir auditoria e quitação eficaz

são partes importantes das obrigações da Danida. Em Moçambique, a

Danida trabalha em parceria com o governo, numerosos parceiros de

desenvolvimento e OSCs. O pessoal colocado na nossa Embaixada em

Maputo trabalha com o Governo de Moçambique em vários programas de

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âmbito nacional e com os governos provinciais, em diversas províncias com

necessidades especiais no combate à pobreza. No sector da saúde, a Danida é

um dos parceiros do PROSAUDE II e aderiu ao Plano de Fortalecimento da

GFP, que inclui muitas acções de mitigação de risco (intervenções a longa,

médio e curto prazo) que o sector precisa de implementadas para reduzir e

gerir o risco ao longo do tempo. Esse plano inclui acções relacionadas com

áreas organizacionais propensas a risco processual e sistémico que necessita

de apoio externo para ser devidamente tratado e resolvido.

Descrição Geral

Desde 1992, a Dinamarca dá apoio regular e relevante ao Sector da Saúde em

Moçambique através de programas com fases quinquenais. A partir de 2002,

este apoio foi alargado, a fim de cobrir também o HIV/SIDA; e a

Embaixada em Maputo iniciou a preparação da Fase V do apoio ao

HIV/SIDA e ao Sector da Saúde, que será também alargado de modo a

incluir nutrição e se prevê que comece em meados de 2012.

Tendo em conta os riscos ligados à GFP, a Danida procura colaborar com

uma empresa reputada de serviços de assessoria em GFP, para prestar apoio

a longo, médio e curto prazo, e mediante solicitação, à DAF do MISAU e

das Direcções Provinciais de Saúde, para garantir a aplicação do Plano de

Reforço de GFP e das respectivas medidas de mitigação de risco que

facilitem a implementação da próxima fase de apoio.

Deveres Gerais

Estão previstas três componentes de implementação, os serviços a serem

prestados incluirão os seguintes elementos, sem se limitarem a eles

(i) Componente A: AT a longo prazo necessária na Unidade de

Contabilidade e Relatórios na Direcção de Administração e Finanças

(DAF) do MISAU e nas DAF das Direcções Provinciais (as

Direcções Provinciais não têm ainda essa unidade de Contabilidade e

Relatórios a funcionamento e a TA avançaria com esta função

chave, enquanto é reforçada a função existente ao nível central);

a. Contratação (concurso público, recrutamento e selecção) da AT

Nacional para os níveis central e provincial necessária para

implementar Componente A acima descrita;

b. Integração (Formação sobre GFP em Moçambique, formação

sobre o SISTAFE, formação sobre o e-SISTAFE, Formação

sobre GFP em Saúde, sensibilização para o Plano de Acção de

GFP, inventariação de todas as questões relacionadas com a

GFP do MISAU e formação de formadores dos assessores

técnicos nacionais necessários para os níveis central e provincial

para implementar a Componente A acima descrita);

c. Criação das Unidades de Contabilidade e Relatórios nas

províncias;

d. Colocação nas províncias da AT seleccionada e estabelecimento

de mecanismos de comunicação, apresentação de relatórios e

monitoria;

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e. Colocação no MISAU da AT seleccionada e estabelecimento de

mecanismos de comunicação, apresentação de relatórios e

monitoria;

f. Definição de Planos de Trabalho; e,

g. Implementação e Monitoria.

(ii) Componente B: Intervenção de Curto a Médio Prazo (mediante

solicitação) para apoiar a implementação do Plano de Reforço de

GFP acordado entre o MISAU e os Parceiros do PROSAUDE II e

do Fundo Global;

a. Elaboração dos TdR detalhados de todas as intervenções a

curto/médio prazo necessárias para apoiar a implementação do

Plano de Reforço da GFP;

b. Identificação dos consultores e elaboração do respectivo plano

de trabalho;

c. Implementação de todas as intervenções a curto/médio prazo

necessárias para apoiar a implementação do Plano de Reforço de

GFP;

(iii) Componente C: Programa de Profissionalização de Médio Prazo

dos assessores técnicos listados na Componente A acima, e além dos

contabilistas e técnicos existentes das DAF (níveis central e

provincial, pré-selecção a ser feita durante a fase inicial).

a. Realização de uma Avaliação de Necessidades de Formação

mais formal para confirmar o nível de aptidões e conhecimentos

necessários;

b. Elaboração de Plano de Formação (Programa de Certificação

Profissional);

c. Identificação das pessoas a formar;

d. Implementação do Plano de Formação (Programa de

Certificação Profissional);

Apresentação de relatórios

Consoante a ancoragem da consultoria, a empresa apresentará relatórios ao

Secretário Permanente e â Direcção de Administração e Finanças (DAF) do

MISAU ou ao Director Provincial do Plano e Finanças e às Direcções

Provinciais de Saúde. Como se trata de uma tarefa multifacetada, os

consultores estão também subordinados ao assessor de saúde da Danida no

que diz respeito a questões contratuais.

Espera-se que a empresa apresente relatórios trimestrais (máximo de 15

páginas) para que a Danida e as partes interessadas possam manter-se

devidamente informadas de avanços, realizações e obstáculos no

desenvolvimento dos serviços necessários.

Aptidões e Competências A empresa seleccionada deverá contratar e colocar (um) consultor(es) que

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seja(m):

Profissionais de GFP com fortes aptidões, competências e

conhecimentos de trabalho do sistema de GFP em Moçambique;

Experientes no diálogo político e implementação financeira e técnica no

sector da saúde, de preferência experiência de Moçambique;

Experientes em planificação estratégica;

Capazes de trabalhar em ambientes multissectoriais, multiculturais e

complexos.

A instituição escolhida contratará (um) candidato(s) que deverá ter:

Essencial (mas consoante a experiência exigida na colocação necessária)

1. Bacharelato ou mestrado de uma instituição académica ou profissional

reconhecida numa ciência social relevante ou disciplina relacionada

(Administração Pública, Gestão das Finanças Públicas, Gestão,

Contabilidade ou Auditoria), idealmente com uma qualificação profissional

em GFP como Revisor Oficial de Contas (CA), Contabilista de Custo e

Obras (ICWA), Analista Financeiro Certificado (CFA), Gestor de Custos

e Contabilidade (ICMA), Contabilista Público Certificado (CPA),

Contabilista Geral Certificado (CGA) ou uma qualificação semelhante

em auditoria;

2. Mínimo de 3 a 6 anos de experiência em GFP ou área relacionada com

governação;

3. Experiência de GFP, com comprovado conhecimento prático;

4. Uma compreensão demonstrada das melhores práticas de GFP;

5. Bom conhecimento do sector da saúde e seus intervenientes em

Moçambique;

6. Fluência em português; capacidade de comunicação em inglês

Desejável

7. Experiência de trabalho com o sistema público, em Moçambique ou na

região

8. Experiência de trabalhar ou lidar com sistemas e práticas de

contabilidade e auditoria ou GFP no GdM;

9. Experiência profissional do nível provincial - pelo menos uma província.

Prova de Aptidões de

Liderança

O(s) candidato(s) precisará(ão) de combinar análise política e capacidade de

influência com conhecimentos de GFP de elevada qualidade, e de saber gerir

um complexo e exigente programa de trabalho aos níveis central e

descentralizado.

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Annex 8. Draft ToRs for TA support to SHRH (Nutrition and HIV/AIDS)

Título Assessor de Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos

Local Tete, Moçambique, com viagens frequentes a Maputo

Cargo Assessor a longo prazo, ou forma com vários potenciais assessores. Cargo national ou internacional.

Duração 2 anos, com opção de prolongar até cinco anos, dependendo da necessidade acordada.

Danida e Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos (Nutrição e HIV/SIDA)

São áreas de particular importância para o apoio da Danida a Moçambique a Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos (SDSR), a nutrição e o HIV/SIDA. A Danida apoia programas nacionais e governos dos Estados para reforçarem os seus sistemas de saúde, com o fim de alcançar os ODM 4,5 e 6, e a agenda geral da CIPD. A Danida dá também prioridade ao combate à desnutrição crónica apoiando a implementação do Plano de Acção Multissectorial para Redução da Desnutrição Crónica e aos serviços de HIV/SIDA para a População de Maior Risco (PMR).

A Danida dá grande relevo a garantir optimização da plicação dos fundos e acredita que bons conhecimentos na área de melhores práticas internacionais são indispensáveis para prestar serviços de qualidade e atingir os ODM, independentemente de se usarem recursos nacionais ou fundos dos doadores.

Em Moçambique, a Danida trabalha em parceria com o Governo, um grande número de parceiros de desenvolvimento e organizações da sociedade civil. O pessoal da Embaixada da Dinamarca em Maputo, além do apoio orçamental geral, trabalha com o Governo de Moçambique em 4 programas de abrangência nacional e com governos provinciais em diversas províncias especialmente necessitadas devido à pobreza, umas das quais é a província de Tete.

Descrição Geral

Desde 1992, a Danida dá apoio ao Sector da Saúde em Moçambique através de programas de fases quinquenais. A partir de 2002, este apoio foi alargado a fim de cobrir o apoio ao HIV/SIDA e em 2010 para cobrir a nutrição. Uma nova fase de apoio começará em meados de 2012.

Nesta fase, a Danida apoiará a saúde, especialmente actividades de SDSR, nutrição e HIV/SIDA ao nível nacional e também na província de Tete. A Danida procura Assistência Técnica para dar apoio especificamente à Direcção Provincial de Saúde de Tete. Este apoio centra-se-á principalmente em inivação nas áreas técnicas acima referidas e apoio ao diálogo nacional sobre políticas.

Deveres Gerais

Trata-se aqui de um novo cargo/função, que implicará o fornecimento de assistência técnica a planificação, implementação e monitoria, bem como concepção e assistência a actividades-piloto inovadoras para testar novos métodos para obter resultados na área de SDSR, nutrição e HIV/SIDA.

Como Assessor, o candidato deverá:

Apoiar na realização de avaliações institucionais para desenvolver um conhecimento aprofundado da necessidade de melhorar a capacidade em SDSR, nutrição e HIV/SIDA

Fazer formação dos trabalhadores da instituição contraparte aos níveis provincial e distrital, e no terreno. Isto incluirá:

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o Apoiar a planificação anual

o Fazer assessoria técnica quando necessário

o Apoiar para que os recursos adequados sejam afectados às áreas de SDSR, nutrição e HIV/SIDA e que os recursos afectados sejam aplicados de forma rentável;

Apoiar as instituições contrapartes na concepção, implementação e monitoria de actividades inovadores para se atingirem mais rapidamente os ODM 4, 5, bem como a agenda geral da CIPD;

Apoiar a elaboração de um MdE entre dadores e o Governador de Tete e apoiar o alinhamento do apoio dos doadores pelos planos provinciais de Tete;

Garantir que as melhores práticas e lições de SDSR sejam documentadas e partilhadas com outras províncias e com o nível nacional em reuniões de planificação e aprsentação de relatórios;

Trabalhar em rede com um leque de organizações moçambicanas e internacionais que trabalham com SDSR, nutrição e HIV/SIDA;

Advogar e aproveitar activamente oportunidades para a Danida apoiar a reforma relacionada com SDSR, nutrição e HIV/SIDA, incluindo ampliação que quaisquer actividades-piloto positivas;

Ajudar a levar as experiências de Tete para o diálogo nacional sobre políticas.

Apresentação de relatórios

O Assessor (Especialista/Instituição de SDSR e HIV/SIDA) apresentará

relatórios à Direcção Provincial de Saúde de Tete e ao assessor de saúde

da Danida, para questões contratuais.

Skills and Competences

O candidato seleccionado deverá ter as seguintes qualificações:

Essenciais:

Mestrado de uma instituição académica/profissional reconhecida numa ciência social relevante ou disciplina afim – preferivelmente, medicina, e/ou saúde pública;

10 ou mais anos de experiência de trabalho na área de SDSR e/ou HIV/SIDA

Ampla experiência de saúde pública/SDSR/HIV/SIDA, com conhecimentos demonstrados de melhores práticas de SDSR

Conhecimentos técnicos práticos demonstrados em pelo menos uma das seguintes áreas:

- prática de SDSR no terreno

- planificação distrital e provincial

- realização de pesquisa no terreno na área de SDSR, nutrição e/ou HIV/SIDA

- colaboração com governo e actores não estatais (por exemplo, grupos de reflexão, ONGs, OCBs, sector privado)

- mobilização de cidadãos

Língua: De preferência, fluência em português e inglês

Capacidade de trabalhar num ambiente complexo

Flexibilidade e capacidade de se ajustar

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Desejáveis:

Experiência de trabalho em Moçambique ou na região

Experiência de ensino/assessoria e facilitação

Prova de Aptidões de Liderança O candidato precisará de combinar análise política e capacidade de influência com conhecimentos de SDSR, nutrição e HIV/SIDA de elevada qualidade e terá de saber gerir um programa complexo e exigente.

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Anexo 9. TdR para Assistência Técnica para Reforço da Capacidade em Nutrição e Saúde Pública,

Draft

Título Instituição de Nutrição e Saúde Pública capaz de elaborar um plano de formação

em Nutrição e Saúde Pública

Local Instituições de formação/ Departamento de Nutrição e Saúde Pública

/SETSAN, em Moçambique

Cargo

Instituições de formação/ Departamento de Nutrição e Saúde Pública

/SETSAN deverão fornecer consutorias de curta duração:

Três semanas de consultorias cada trimestre (10-12 semanas por 12 meses)

durante dois anos – com possibilidade de prolongamento para cinco anos.

Duração

O(s) consultor(es) deslocar-se-ão trimestralmente a Moçambique durante o

período a que o contrato diz respeito.

Prevê-se um total de cerca de 90-100 dias de consultorias cada ano.

O(s) consultor(es) cobrarão os seus serviços à Danida em função do tempo de

trabalho.

Danida e Nutrição

A desnutrição crónica é um grave problema de saúde (44% das crianças com

menos de 5 anos) em Moçambique. Isto tem um impacto negativo no

crescimento e no desenvolvimento físico, mental e cognitivo, e contribui com

cerca de 30% da taxa de mortalidade das crianças com menos de 5 anos, além de

ser um obstáculo ao desenvolvimento socioeconómico geral.

Para responder à elevada prevalência de desnutrição, o Governo de

Moçambique (GdM) elaborou um Plano de Acção Multissectorial para a

Redução de Desnutrição Crónica (PAMRDC) (2011-2014). Este plano segue a

abordagem do ciclo de vida, tem 8 objectivos estratégicos e dá exemplos de

melhores práticas. O PAMRDC será implementado por uma equipa

multissectorial dirigida pelo SETSAN (Secretariado Técnico de Segurança

Alimentar e Nutricional) no Ministério da Agricultura.

Este plano reconhece que a escassez de especialistas qualificados de nutrição em

Moçambique é um grave obstáculo à sua implementação e por isso estes

conhecimentos precisam ser criados de uma forma que garanta que as

competências de nutrição e saúde pública sejam sustentáveis para benefício

sócioeconómico da população a longo prazo.

É necessária assistência técnica, através de uma série de consultorias de curta

duração, para:

Fazer uma avaliação do número de nutricionistas e do tipo de formação e

qualificação que obtêm em instituições académicas em Moçambique e

internacionalmente;

Criar um Plano de Formação em Saúde Pública e Nutrição e apoiar o

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processo da sua implementação.

Descrição Geral

Desde 1992, a Danida dá apoio ao Sector da Saúde em Moçambique através de

programas quinquenais. Em 2010, este apoio foi alargado, passando a incluir a

nutrição. Inicia-se em 2012 um novo programa (Fase V), através do qual a

Danida apoiará, a nível nacional e na província de Tete, capacitação em Nutrição

e Saúde Pública, além de Saúde e HIV/SIDA.

A Danida procura colaborar com uma instituição académica para fornecer

Assistência Técnica ao Departamento de Nutrição, MISAU, e SETSAN, e

direcções de Saúde aos níveis provincial, distrital, e local, e a instituições de

formação, para facilitar a implementação do PAMRDC.

O objectivo geral da assistência da Danida é que o GdM (MISAU, SETSAN e

pelo menos uma província) seja mais capaz de conduzir a implementação o

PAMRDC.

Deveres Gerais

O desenvolvimento do curso de formação incluirá os seguintes elementos, sem

se limitar forçosamente a eles:

O diálogo técnico e político sobre formação em Nutrição e Saúde Pública em

geral, e especificamente a eelaboração de um currículo para nutricionistas de

saúde pública, especialmente com vista a:

Avaliar as competências requeridas e as necessidades de formação para

nutricionistas de saúde pública;

Fazer uma avaliação das necessidades de formação para identificar o

número de nutricionistas existente, a sua distribuição geográfica e

determinar o(s) seu(s) nível/is de especialização;

Identificar recursos institucionais para capacitação em Nutrição e Saúde

Pública, como seja formação em nutrição (em serviço e pré-serviço)

oferecida através do GdM, ONGs internacionais, OSCs e educação

superior;

Investigar qual o formato da formação para técnicos de nutrição em

Moçambique (por exemplo, conteúdo da educação, nível das

qualificações dos professores, duração, nível de qualificação);

Identificar os recursos humanos disponíveis para ensino de nutrição

(números de professores/formadores qualificados, o seu grau de

conhecimentos técnicos e especialização), currículos, materiais e

recursos disponíveis;

Aconselhar sobre a forma de melhorar os currículos da formação que

colmatem as lacunas identificadas e satisfaçam as necessidades de

competências dos nutricionistas de saúde pública;

Para o SETSAN, o departamento de nutrição do MISAU, será dada assessoria

mediante solicitação, que pode ser em áreas de elaboração de políticas, apoio à

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gestão e apoio na avaliação dos planos provinciais de nutrição. O que se segue

são apenas sugestões do tipo de apoio que pode ser necessário e não se pretende

abrangente:

Supervisão da implementação do plano nacional de fermação em

Nutrição e Saúde Pública e avaliação do progresso durante toda a

implementação do PAMRDC;

Elaboração de documentos estratégicos relevantes que serão necessários

aos vários níveis de implementação do PAMRDC;

Aconselhamento sobre abordagens inovadoras, especialmente no que

respeita a parcerias público-privado e responsabilidade social das

empresas;

Participação em reuniões e diálogo estratégico sobre políticas (via

teleconferências, etc.) e prestação de Assistência Técnica e das

contribuições que lhe sejam solicitadas;

Partilha de conhecimentos globais que sejam relevantes para a

implementação do PAMRDC;

Sugestões sobre como partilhar as experiências de aprendizagem de

Moçambique ao nível local, nacional e global;

Assessoria sobre a necessidade qualquer pesquisa operacional necessária

para apoiar a implementação do PAMRDC;

Aconselhamento sobre a melhor maneira de aperfeiçoar o actual sistema

de monitoria, controlo e avaliação da segurança alimentar e nutricional;

Apresentação de relatórios

Consoante a ancoragem da consultoria, o consultor/a firma deverá aprsentar

relatórios ao Departamenteo de Desenvolvimento de Recursos Humanos,

MISAU, e directores das instituições de ensino relevantes, SETSAN, e ao

Departamento de Nutrição, MISAU. Como se trata de uma tarefa multifacetada,

os consultores também apresentarão relatórios ao assessor de daúde na

Embaixada Real da Dinamarca, no que diz respeito a questões contratuais.

O(s) consultor(es) deverão produzir um relatório breve (máximo de 5 páginas)

após cada visita.

Aptidões e Competências

O(s) consultor(es) deverão ter:

Experiência de advocacia e diálogo sobre políticas na área de segurança

alimentar e nutricional, planificação estratégica e trabalho em ambientes

multiculturais e complexos;

Ampla experiência de elaboração de currículos de ensino na área de

nutrição e saúde pública aos níveis de bacharelato, licenciatura ou

mestrado;

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Amplos conhecimentos e experiência na monitoria e avaliação de

programas nacionais de nutrição;

A instituição seleccionada deverá empregar um candidato/candidatos que

tenha(m):

Essencial

Mestrado de uma instituição académica ou profissional reconhecida

numa ciência social relevante ou disciplina afim (Nutrição, Nutrição e

Saúde Pública ou Nutrição Comunitária), orientada para o contexto

internacional ou países em vias de desenvolvimento, mas prefere-se um

doutoramento;

10 ou mais anos de experiência de diálogo sobre políticas, advocacia e

capacitação/formação/transferência de conhecimentos e competências

na área de Nutrição e Saúde Pública, incluindo:

Avaliar necessidades de formação e capacidade de formação e elaborar

programas de formação (currículos)

Fazer formação e formação de formadores

Avaliar resultados de formação na área da nutrição

5 ou mais anos de experiência em África ou outras regiões em vias de

desenvolvimento;

Experiência prática demonstrada de trabalho em pelo menos uma das

seguintes áreas: (i) Programas de Saúde e Nutrição Materno-Infantis

(SNMI) (ii) Trabalho com OSCs ou uma agência internacional no

combate à insegurança alimentar e subnutrição em países em vias de

desenvolvimento (iii) Desenvolvimento e implementação de pesquisa

operacional em Nutrição e Saúde Pública no desenvolvimento (iv)

Conhecimentos de melhores práticas em Nutrição e Saúde Pública em

países em vias de desenvolvimento;

Capacidade de compreender, interpretar e transferir conhecimentos de

pesquisa em Nutrição e Saúde Pública para o contexto moçambicano

Competências muito desenvolvidas de facilitação participativa

Aptidões relacionais muito desenvolvidas, grande sensibilidade cultural e

grande sentido de diplomacia, para tratar questões delicadas com

diversos parceiros com origens e capacidades diversas

Língua: Fluência em inglês e português

Desejável

Experiência de trabalho em Moçambique ou na região

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Provas de Aptidões de

Liderança

O(s) candidato(s) precisará/ão de combinar análise política e capacidade de

influência com conhecimentos de Nutrição e Saúde Pública de elevada qualidade

e terá/ão de gerir um programa complexo e exigente aos níveis central e

descentralizado.

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Anexo 10. Assistência Técnica para a Criação de um Mecanismo de Financiamento da Nutrição, Draft

Title Assessor de Gestão das Finanças Públicas (GFP) e Planificação

Local Maputo e Tete, Moçambique

Cargo Assessor(a) a longo prazo/firma com vários assessores potenciais.

Cargo nacional ou internacional

Duração 2 anos, com opção de prolongamente até 5 anos, sujeito a necessidade acordada e desempenho satisfatório.

A Danida e a GFP

No âmbito do apoio ao próximo apoio ao programa APS-SN, fase V, a Danida quer apoiar os planos nacionais e provinciais do MISAU e reforçar a coordenação entre as funções de planificação e de orçamentação, bem como entre as funções de execução e de gestão do MISAU. Danida apoiará, além disso, o GdM na criação de um mecanismo de financiamento funcional para o Plano de Acção Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica e um mecanismo de financiamento directo para as unidades de saúde ao nível mais baixo.

Descrição Geral

Desde 1992, a Danida presta apoio ao sector da saúde em Moçambique através de programas de fases quinquenais. A partir de 2002, este apoio foi alargado para cobrir o apoio ao HIV/SIDA. A Embaixada da Dinamarca em Maputo começou a preparação da fase V do apoio ao sector da saúde, nutrição e HIV/SIDA em Janeiro de 2010. Prevê-se que esta fase comece em setembro de 2012. A Danida procura assistência técnica para apoiar os sistemas de GFP, que funcinará na unidade de direção da Danida/ SETSAN/MISAU, em Maputo, com viagens frequentes a Tete e possivelmente também a outras províncias.

Apoio ao PAMRDC (Maputo e província de Tete)

A Danida procura um(a) assessor(a) de longo prazo, ou uma empresa, que possa fornecer assistência técnica quando necessário. É necessário apoio regular, contínuo, para estabelecer o mecanismo de financiamento para apoiar o PAMRDC através do SETSAN aos níveis nacional e provincial. Será também necessário prestar apoio regular ao Departamento de Saúde de Tete. O/a consultor(a) trabalhará também em estreita colaboração com os ministérios relevantes, como sejam o Ministério das Finanças, o MISAU e o Ministério da Agricultura, aos níveis nacional e provincial.

A colocação implicará liderança técnica e planificação e responsabilidades de gestão financeira, orientação técnica e partilha de experiências e melhores práticas entre os vários níveis do governo. O trabalho incidirá principalmente em planificação, orçamentação e GFP, mas incluirá algumas responsabilidades mais amplas de assessoria de governação.

As principais tarefas do assessor técnico serão apoiar o SETSAN e o Ministério da Saúde e das Finanças na criação de uma modalidade de financiamento para o fornecimento de recursos para as províncias para implementação do PAMRDC.

Isso incluirá o seguinte:

Apoiar a criação e operacionalização do mecanismo de financiamento que financie a implementação do PAMRDC

Gerir o diálogo e a interacção entre o PAMRDC, as partes interessadas e o Ministério das Finanças na criação do mecanismo de financiamento;

Apoiar o SETSAN nos seus esforços de criação de um sistema

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uniforme de planificação;

Ajudar a garantir que estejam disponíveis os códigos do e-SISTAFE relevantes, tanto a nível nacional como a nível provincial;

Auxiliar o SETSAN aos níveis nacional e provincial e todos as unidades implementadoras a registar os fundos no Orçamento do Estado;

Apoiar o SETSAN na gestão/monitoria do fluxo de recursos para todas as unidades implementadoras;

Avaliar o progresso e os relatórios financeiros e auxiliar na preparação de informação relevante para reuniões;

Auxiliar o SETSAN na monitoria da afectação de recursos no orçamento do Estado (fundos de investimento recorrente, interno e externo) e da execução orçamental trimestral (Relatório de Execução Orçamental, REO);

Identify training needs of relevant personnel in implementing units and assist in their capacity building through the identifica-tion of adequate training opportunities and/or through direct preparation of training sessions and materials;

Identificar as necessidades de formação do pessoal relevante das unidades implementadoras e apoiar na sua capacitação, através da identificação de possibilidades de formação apropriadas e/ou através de preparação directa de sessões de formação e materiais;

Monitorar o trabalho feito pelos interessados provinciais no PAMRDC e dar apoio (backstopping) em áreas como planificação de trabalho, relatórios de progresso e alinhamento com o e-SISTAFE;

Desenvolver relações de trabalho eficazes e influência com organizações relacionadas com GFP no governo central, governo do Estado e setores não estatais;

Apoiar a gestão de auditorias, através da assistência à gestão de relatórios de auditoria, garantindo uma quitação de auditoria atempada, reforçando competências do pessoal, e garantindo qualidade no processo de gestão da auditoria.

O assessor apoiará também o SETSAN e a DPS de Tete em questões relacionadas com GFP para o plano anual de saúde, o seu orçamento e implementação, e códigos e relatórios relevantes no e-SISTAFE.

Apresentação de relatórios

O/a assessor(a) apresentará relatórios ao SETSAN, ao MISAU e ao Ministério das Finanças, quando necessário, bem como ao assessor de saúde da Danida, para questões contratuais.

Aptidões e Competências

O candidato seleccionado terá as seguintes qualificações:

Essencial:

Mestrado de uma instituição reconhecida numa disciplina relevante (administração pública, GFP, direito, etc.);

Qualificação profissional em GFP, como Revisor Oficial de Contas (CA), Contabilista de Custo e Obras (ICWA), Analista Financeiro Certificado (CFA), Gestor de Custos e Contabilidade (ICMA), Contabilista Público Certificado (CPA), Contabilista Geral Certificado (CGA) ou uma qualificação semelhante em

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auditoria;

10 ou mais anos de experiência em planificação e PFM ou uma área relacionada com governação, incluindo conhecimentos de melhores práticas;

Ampla experiência de GFP, conhecimento prático comprovado em, pelo menos uma das seguintes áreas:

- Análise institucional e organizacional prática

- Planificação e estabelecimento de sistemas financeiros, incluindo sistemas de monitoria

- Experiências de auditoria

- Governação do setor público

Experiência em criação de/trabalho com mecanismos de financiamento multissectoriais;

Língua: De preferência, fluência em Português e Inglês.

Desejável:

Experiência de trabalhar ou lidar com a contabilidade e sistemas e práticas de auditoria/GFP no GdM e pelo menos uma das províncias.

Prova de Aptidões de Liderança

O candidato terá de combinar julgamento político e capacidade de influência com conhecimentos de GFP e planificação de elevada qualidade técnica, a fim de gerir um programa complexo e exigente.

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Anexo 11. TdR para Jovem Professional JPO, Draft

Título JPO (Junior Professional Officer, “Jovem profissional”) Bilateral

Local Maputo, Moçambique, com visitas regulares à Província de Tete

Cargo Assessor a longo prazo. Cargo nacional ou internacional.

Duração É oferecido um contrato por dois anos, com possibilidade de prolongamento.

Danida e os JPOs

No âmbito da cooperação da Danida com países em desenvolvimento, os cargos de formação são financiados através do programa de JPO da Danida. Os JPOs trabalham subordinados a um assessor sénior da Danida com experiência ou a um superior com as mesmas qualificações profissionais adequadas, responsável pelo aspecto da formação do cargo. Devido ao propósito educacional destes cargos de JPO, os candidatos não devem ter mais de 35 anos de idade nem ter mais de cinco anos de experiência de trabalho depois de concluírem os estudos. Além disso, devem ter concluído um curso universitário antes de se candidatar.

Decsrição geral

O Apoio ao Programa Sectorial da Saúde e Nutrição financiado pela Danida em Moçambique é a quinta fase do apoio dinamarquês ao sector da saúde, nutrição e HIV/SIDA e prevê-se que tenha uma duração de cinco anos. O programa oferece apoio à implementação do Plano Estratégico do Sector de Saúde, bem como do Plano Multissectorial para Redução da Desnutrição Crónica. O objetivo de desenvolvimento da fase V do APS-SN é ajudar o Governo de Moçambique (GdM) a alcançar os ODM, especialmente os ODM 1, 4, 5 e 6. Será dado apoio aos níveis central e provincial do sector público, que reforçará os lados da oferta e da procura de serviços e o direito a serviços de saúde, nutrição e HIV/SIDA através de financiamento de organizações da sociedade civil. Este apoio incluirá assistência na criação de novas modalidades de financiamento e apoio à capacitação.

O Programa Bilateral de JPOs

O programa bilateral de JPOs foi criado com o fim de aumentar a base de recursos dinamarquesa. Uma avaliação da fase piloto inicial do programa bilateral de JPOs considerou-o de grande valor. Além disso, as instituições parceiras considerarm também os JPOs muito úteis no seu trabalho quotiadiano. As experiências positivas que existem com a colocação de JPOs noutros programas de apoio ao sector da saúde fornecem a justificação para estes cargos, e, embora tenham, em princípio, um fim educativo, podem também ser consideradas como muito apoio técnico e administrativo muito necessário. Devido ao apoio duplo aos níveis nacional e provincial e ao apoio tanto à saúde em geral como à nutrição multissectorial, este/a JPO tem uma oportunidade única de adquirir conhecimentos nas seguintes áreas:

Na vertente da saúde: diálogo nacional sobre políticas, planificação descentralizada, execução e avaliação da implementação, preparação e monitoria de abordagens inovadoras;

Na vertente da nutrição: diálogo sobre políticas, criação da modalidade de financiamento para o planificação e implementação multissectorial descentralizada, capacitação nas áreas de planificação, implementação e monitoria.

Finalmente, o cargo proporciona uma oportunidade única para o/a JPO ficar a conhecer o apoio ao reforço da sociedade civil nas áreas de responsabilização social.

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Áreas de responsabilidade e tarefas

O/a JPO fará parte do Grupo de Doadores de Saúde, o Grupo de Doadores de Nutrição, participará activamente em reuniões de grupos de trabalho e também trabalharé em estreita colaboração com o SETSAN. Além disso, o/a JPO deslocar-se-á com freqüência a Tete. Há várias possibilidades para a definição da ligação institucional deste cargo, bem como a posição à qual o/a JPO estará subordinando. Tal será definido quando as componentes começarem a ser implementadas. Algumas opções poderia ser o chefe do SETSAN ou o Director Provincial de Saúde, Tete. Em todos os casos, o/a JPO estará também subrdinando/a ao assessor de saúde da Embaixada Real da Dinamarca para questões contratuais.

O trabalho do/a JPO incluirá os seguintes aspectos, sem necessariamente se limitar a eles

Participação em todas as reuniões do Grupo de Doadores de Saúde, e apoio às mesmas, bem como tarefas atribuídas em grupos de trabalho específicos;

Participação em todas as reuniões do Grupo de Doadores de Nutrição, e apoio às mesmas, e qualquer trabalho necessária em subgrupos;

Participação nas reuniões regulares do grupo técnico de trabalho do SETSAN, incluindo participação na tarefa específica de criação de estruturas e mecanismos formais para avaliação dos planos provinciais de nutrição;

Participação em reuniões de planificação e avaliação na província de Tete (especificamente relacionadas com a preparação, a implementação e a monitoria de abordagens inovadoras para alcançar as metas de SDSR, nutrição e HIV/SIDA alvos).

Haverá deslocações regulares ao terreno relacionadas com o trabalho com o SETSAN, bem como visitas regulares à província de Tete.

Requisitos e expectativas relativamente às qualificações formais do candidato

Experiência profissional numa das seguintes disciplinas: saúde pública, nutrição, planificação de saúde, ciências sociais, economia da saúde;

Fluente em inglês e alguns conhecimentos de português – deve estar disposto a tornar-se fluente em português;

Trabalho anterior com planificação e prestação de serviços de saúde/nutrição ao nível distrital é uma vantagem;

Deve estar preparado para passar bastante tempo na província de Tete.

Requisitos e expectativas relativamente às qualidades pessoais do candidato

Boa capacidade de comunicação e de trabalho de equipa;

Flexibilidade e paciência;

Aptidões relacionais e comunicaionais eficazes;

Adaptabilidade, sensibilidade social e respeito por outras culturas.

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Anexo 12. Indicadores da Avaliação Conjunta Anual do Sector da Saúde 2011

Nº Indicador de Resultados/ Implementação Realizado 2009

Realizado 2010

Realizado 2011

Meta 2011 Concretização

das metas Observações/Comentários

1 Taxa de cobertura com DPTHepBHib3 em crianças menores de um ano de idade

94,0% 67,7% 89,8% 90,0%

2 Percentagem de crianças menores de um ano de idade completamente vacinadas

77,0% 71,5% 73,3% 73,0%

3 Percentagem de unidades de saúde de nível primário em que a estratégia AIDI está implementada

79,0% 95,2% 98,1% 98,0%

4 Taxa de mortalidade institucional por desnutrição grave

11,8% 9.3% 11.8% 7.0% Problemas para definir os casos

5 Número de postos sentinelas de vigilância nutricional estabelecidos e em funcionamento

38 38 38 38

6 Taxa de cobertura de partos institucionais 55,0% 62,0% 62,8% 63,0%

7 Percentagem de unidades de saúde com maternidade em que existe uma casa de espera para as mulheres grávidas

40,8% 47,0% 54,7% 42,5%

8 Número de unidades de saúde que prestam Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos (COEmB) por 500.000 habitantes

5,9 Não disponível

2,2 3,2

9 Percentagem de novas utentes de métodos modernos de Planeamento Familiar

13.9% 23.0% 23.0% 16.0%

10 Percentagem de grávidas que recebem pelo menos duas doses de TIP entre as utentes das consultas pré-natais

66,9% 13,5% 19,3% 65,0% Problemas de qualidade e logística dos dados

11 Percentagem de casas-alvo pulverizadas com insecticida nos últimos 12 meses

74,0% 81,3% Não disponível

80.0% Não disponível Atraso no início do tratamenteo em 51 dos 62 distritos.

12

Percentagem de mulheres grávidas que recebem pelo menos uma Rede mosquiteira tratada com Insecticida de Longa Duração (REMTILD) (na consulta Pré-natal)

76,6% 77% 92% >95%

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13 Taxa de detecção de casos com BK+ 53% 53% 49% 56%

14 Taxa de cura com Tratamento Directamente Observado de Curta Duração (DOTS)

82,3% 85% 84% 84%

15 Percentagem de doentes com TB aconselhados e testados para HIV

84% 88% 91% 90%

16 Nº de unidades de saúde que fazem prevenção da transmissão de mãe para filho

832 909 1063 963

17

Percentagem (e número) de grávidas seropositivas que receberam medicamentos ARV nos últimos 12 meses para reduzir o risco de transmissão de mãe para filho

68% (68,248) 69.0% (69,880)

66.0% (70,270)

81,428 Problemas de qualidade dos dados

18 Número de crianças que beneficiam de TARV pediátrico.

13.510 17.395 23.053 23.818

19

Número de adultos com infecção de HIV avançada que recebem o TARV combinado segundo os protocolos nacionais

Ambos os sexos 156.688 218.991 250.508 241.240

Homens 63.306 79.553 87.278 88.821

Mulheres 106.892 139.438 163.230 152.419

20 Percentagem de adolescentes e jovens que receberam testagem e aconselhamento para o HIV em unidades de saúde (SAAJ+ATS)

41% 24% 46% 49% Dados ainda incompletos

21 Número de novos centros de saúde tipo 2 e tipo C finalizados e equipados, incluindo postos de saúde promovidos a centros de saúde II ou C

26 39 35 25

22 Rácio de consultas externas por habitante 1,06 1,2 1,20 1,3

23 Índice de iniquidade 2 1,06 1,80 ≤3.00

24 Percentagem de satisfação das requisições de medicamento vitais

79,9% 85% 88% 87% Dados de um dos três armazéns não são representativos.

25 Percentagem de medicamentos vitais conformes com as especificações de qualidade

100% 11% 100% 100%

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APS-SN, 2012 – 2017, Moçambique

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26 Número de centros de saúde tipo 2 e tipo C que passaram a dispor de serviços de abastecimento permanente de água

5 85 63 50

27 Número de centros de saúde de tipo 2 e tipo C com energia eléctrica

5 102 82 50

28 Rácio de trabalhadores de saúde da área de medicina, incluindo enfermeiros de saúde materno-infantil (SMI) por 100.000 habitantes

61 63,4 67 65

29 Número de novos diplomados em carreiras específicas de saúde de nível básico e médio

1525 2322 1688 1650

30 Taxa de execução orçamental dos fundos sob gestão do MISAU

68% 90% 93,0% 90%

31 Percentagem das recomendações das auditorias do ano n-2 implementadas anualmente a nível provincial

Não disponível

Não disponível

Não disponível

75% Não disponível

A implementação só começou em Outubro de 2011, devido a traso do relatório de auditoria.

32 Percentagem das recomendações das auditorias do ano n-2 implementadas anualmente ao nível central

89% S.I. 64,7% ≥95%

33

Percentagem dos parceiros do PROSAUDE IIII que desembolsam de acordo com o plano de desembolso anual existente entre o MISAU e os Parceiros PROSAUDE IIII

86% 97% 69,0% ≥95%

34

Percentagem de parceiros bilaterais e multilaterais do sector da saúde que disponibilizam informação rigorosa ao MISAU sobre o seu financiamento ao CFMP

S.I. 87% 33% > 80 %

35

Número total de missões (individuais e conjuntas) das sedes dos parceiros que apoiam o sector da saúde

Individuais 18 13 16 23

Conjuntas 9 17 2 13

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Notas Finais

i Desnutrição cobre ao mesmo tempo subnutrição e sobrenutrição (obesidade). Define-se subnutrição como o resultado de ingestão insuficiente de alimentos e repetidas doenças infecciosas e descreve um leque de doenças: inclui pouco peso para a idade, pouca altura para a idade, magreza extrema e falta de vitaminas e/ou minerais (desnutrição de micronutrientes). A Desnutrição Crónica é destacada, uma vez que tem causas muitos diferentes da desnutrição e da subnutrição agudas.

ii Definida como o amplo leque de acções e mecanismos (além do voto) que os cidadãos podem usar para responsabilizar o Estado, bem como acções por parte do governo, sociedade civil, meios de comunicação e outros actores sociais que promovam ou facilitem esses esforços.

iii Isto incluirá a participação da Danida na preparação do processo do PESS III na sua qualidade de membro do Grupo de Parceiros da Saúde.

iv A Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) de 1994 foi uma conferência intergovernamental sobre população e desenvolvimento. O Programa de Acção aprovado por aclamação a 13 de Setembro de 1994 adopta uma nova estratégia que dá destaque às ligações integrais entre população e desenvolvimento.

v O Protocolo de Maputo (2003) garante direitos abrangentes às mulheres, incluindo o direito a participar no processo político, igualdade social e política relativamente aos homens, controlo da sua saúde reprodutiva e fim à mutilação genital feminina

vi Ver anexo 13

vii O apoio da CIDA está dentro do orçamento e da tesouraria e é, portanto, executado através do e-SISTAFE. O financiamento em 2011 foi através do PROSAUDE, mas o MISAU decidiu contabilizá-lo separadamente (PROSAUDE CIDA) e destinou-o especificamente à Saúde Materno-Infantil; os fundos adicionais não foram, todavia, transferidos para a província da Zambézia, como acordado.

viii Plano de Acção para Redução da Pobreza Absoluta (PARPA)

ix 2010 Avaliação Sectorial Anual

x KPMG: Final Report – Paris Declaration Evaluation Phase 2, Mozambique, OCDE, Julho 2010

xi Em 2007, foi apurada uma quantia de cerca de 200 milhões de meticais (equivalente a 7,4 milhões de USD) (Contas do Governo).

xii Todas as quantias são provisórias e estão sujeitas ao acordo da Danida e do GdM

xiii KPMG: Final Report – Paris Declaration Evaluation Phase 2, Mozambique, OCDE, Julho 2010

xiv “Não há razão para que não se faça com que um projecto siga todos os princípios da Declaração de Paris – o projecto pode pertencer ao Governo, um projecto pode fazer parte de uma abordagem sectorial, pode estar alinhado com planos do Governo e os fundos para projectos podem ser canalizados através de sistemas do Governo. Os doadores podem, em teoria, harmonizar-se relativamente a projectos e não há razão para os projectos não serem geridos para resultados nem para os doadores não terem de prestar contas pelo seu desempenho nos projectos.” (KPMG: Final Report – Paris Declaration Evaluation Phase 2, Mozambique, OCDE, Julho de 2010)

xv Delineado no Plano de Acção REACH para Moçambique 2011-1012

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xvi Determinado pela população, indicadores de saúde, indicadores de pobreza e densidade populacional.