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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA JOSEMAR MOREIRA VASCONCELOS INDICADORES QUÍMICOS E BIOLÓGICOS DE LATOSSOLO AMARELO SUBMETIDO AOS SISTEMA DE PREPARO DE ÁREA USANDO A QUEIMA E A TRITURAÇÃO DA VEGETAÇÃO NO NORDESTE PARAENSE BELÉM 2010

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

JOSEMAR MOREIRA VASCONCELOS

INDICADORES QUÍMICOS E BIOLÓGICOS DE LATOSSOLO AMARELO

SUBMETIDO AOS SISTEMA DE PREPARO DE ÁREA USANDO A QUEIMA E A

TRITURAÇÃO DA VEGETAÇÃO NO NORDESTE PARAENSE

BELÉM

2010

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

JOSEMAR MOREIRA VASCONCELOS

INDICADORES QUÍMICOS E BIOLÓGICOS DE LATOSSOLO AMARELO

SUBMETIDOS AO SISTEMA DE PREPARO DE ÁREA USANDO A QUEIMA E A

TRITURAÇÃO DA VEGETAÇÃO NO NORDESTE PARAENSE

BELÉM

2010

Dissertação apresentada à Universidade Federal

Rural da Amazônia, como parte das exigências

do programa de pós-graduação em Agronomia,

área de concentração em Solos e Nutrição de

Plantas, para obtenção do título de “Mestre em

Agronomia”.

Orientador: Prof. Dr. Mário Lopes da Silva

Júnior

Vasconcelos, Josemar Moreira

Indicadores químicos e biológicos de latossolo amarelo

submetido ao sistema de preparo de área usando a queima e a

trituração da vegetação no Nordeste Paraense./ Josemar Moreira

Vasconcelos. – Belém, 2010.

105 f.:il.

Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade Federal

Rural da Amazônia, 2010.

1. Capoeira 2. Agricultura itinerante 3. Atributos químicos 4.

Atributos biológicos I. Título.

CDD – 631.41

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

JOSEMAR MOREIRA VASCONCELOS

INDICADORES QUÍMICOS E BIOLÓGICOS DE LATOSSOLO AMARELO

SUBMETIDOS AO SISTEMA DE PREPARO DE ÁREA USANDO A QUEIMA E A

TRITURAÇÃO DA VEGETAÇÃO NO NORDESTE PARAENSE

Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural da Amazônia, como parte das

exigências do programa de pós-graduação em Agronomia, área de concentração em Solos e

Nutrição de Plantas, para obtenção do título de “Mestre em Agronomia”.

Aprovado em 24 de Setembro de 2010

Banca Examinadora

_________________________________________________________________

Engenheiro Agrônomo, Professor Dr. Mário Lopes da Silva Júnior

(Orientador)

Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA

________________________________________________________________

Geóloga, Pesquisadora Dra. Maria de Lourdes Pinheiro Ruivo

Museu Paraense Emílio Goeldi

________________________________________________________________

Engenheira Agrônoma, Professora Dra. Rosana Cardoso Rodrigues

Instituto Federal do Pará - IFPA

______________________________________________________________

Engenheiro Agrônomo, Professor Dr. George Rodrigues da Silva

Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA

Ao meu pai José Marçal de Vasconcelos e à minha mãe, Iolanda Moreira

Vasconcelos (in memorian), cujo exemplo dedicação e amor estimularam cada passo da

minha vida, e à minha filha, Joyce Alexandria Vasconcelos.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus, que me guiou durante essa etapa de minha vida, por que sem

ele nada é possível e nenhum obstáculo é vencido;

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, pelo apoio

financeiro ao Projeto Biodiversidade e Funcionamento do Solo em áreas submetidas ao

preparo do solo usando a queima e a não-queima da vegetação na Amazônia Oriental,

Proc. Nº 483696/2009-9, Edital MCT/CNPq 14/2009, o qual deu suporte para o

desenvolvimento desta pesquisa.

Ao meu orientador, Dr. Mário Lopes da Silva Júnior, pela orientação, confiança, e valiosos

conselhos e ensinamentos;

Ao Profº Paulo Cézar Rodrigues Gurjão e família, pelo incentivo no recomeço na caminhada

do ensino;

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo apoio

financeiro nesses dois anos de estudo e pesquisa.

À mãe de minha filha, Lena Cláudia Lobato de Alexandria, pelo incentivo no recomeço.

À avó e avô de minha filha, Elizete Lobato de Alexandria e Paulo de Tarso de Alexandria

pelo incentivo e conselhos;

À minha filhona Joyce Alexandria, pela compreensão dos momentos ausentes;

A Profª. Drª Vânia Silva de Melo, também pela orientação e contribuição na execução desse

trabalho.

Aos meus irmãos, Izabel, Antônia, Cláudio, Maria do Carmo, José Otávio e Márcio, também,

pelo apoio e força nesta caminhada;

À pesquisadora da Embrapa Amazônia oriental, Sônia Maria Botelho, pela oportunidade em

adentrar para o universo da ciência;

Á Raphaël Marichal pela sua contribuição nas análises multivariadas o que enriqueceu este

trabalho.

Aos professores Norberto Noronha, Marcos André Piedade Gama, Gisele Barata, Herdjânia

Veras Lima, Waldiney Travassos, Francisco de Assis Oliveira, Ana Regina Araújo, pelos

ensinamentos repassados durante as disciplinas ministradas na Pós-graduação;

Aos professores e funcionários do Sistema Teorema de Ensino pelo apoio e incentivo;

Aos meus colegas e amigos da pós-graduação, Elaine Santos, Sannah Birani, Josiane Cardoso,

Josiane Castro, Augusto Pedroso, Gilson de Matos, Hérica Santos, Bruno Brabo, Erika

Freires, Alessandra Moraes, Adriane Rocha, Katiane Barros, Kaliene Carvalho, Marcos

Albuquerque, Mariana Oliveira, Andréia Saldanha, Ângela Braga, Márcia Rocha, Rosemary

da Costa, Helen Monique, Francisco.

Aos amigos Bolsistas de iniciação científica, Saime Joaquina, Possidônio Rodrigues, Gerson

barros, Samuel Cohen, Jaílson pereira, José Ailton melo Jr e Naísa Leal e Gaby, que

contribuíram diretamente para que esse trabalho fosse realizado.

À Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA e ao Programa de Pós-graduação em

Agronomia, com todo seu corpo docente e funcionários;

Ao Coordenador, Secretária e técnicos do Laboratório de Química do Solo da Embrapa

Amazônia Oriental, Orivan Teixeira, Maria José de Oliveira, Francisco Gomes da Silva,

Antônio Hidalgo Agostinho Monteiro, João Sérgio B. A. Silva, José Renato Figueiredo, Izaias

Chaves da Silva, Héder Pereira Ferro e Anderson Cleyton pelo apoio e incentivo.

Aos técnicos do Laboratório de Química do solo, da Universidade Federal Rural da

Amazônia-UFRA, Fábio Gomes Moura, Júlio Cezar, Amauri Guilherme, Demócrito salgado,

Samuel Moreira, pelo apoio.

Ao meu compadre e “irmão”, Márcio Roberto, que sempre esteve me incentivando e orando

para que tudo desse certo na minha caminhada.

À secretaria do curso de Mestrado em Agronomia, Gracy Kelly Monteiro, pela atenção e

dedicação em sua função, sempre ajudando quando solicitada.

E a todas as pessoas que participaram ou contribuíram para esse trabalho, mas que não foram

citados, meu muito obrigado, e que Deus abençoe a todos.

E a todos aqueles que acreditaram em mim, meu muito obrigado!!!

TUDO valeu a pena!!

Aos meus pais (in memorian),

a Joyce Alexandria, minha filha,

ao Papai do Céu,

e a todas pessoas que torceram por mim.

AGRADEÇO

À Deus

Por me dá a vida, força e esperança na caminhada neste mundo, e por me fazer chegar

até esse momento que é muito importante para minha vida.

É justamente a possibilidade de realizar um

sonho que torna a vida interessante

(De o Alquimista )

BIOGRAFIA

JOSEMAR MOREIRA VASCONCELOS, filho de José Marçal de Vasconcelos e

Yolanda Moreira Vasconcelos, nasceu no dia 05 de Novembro de 1966, na cidade de Cametá,

Estado do Pará.

Em abril de 2003, iniciou o curso de Agronomia na Universidade Federal Rural da

Amazônia, - graduando-se em novembro de 2007.

Em março de 2008, iniciou estudo ao nível de mestrado no Programa de Pós-

Graduação em Agronomia, área de concentração em Solos e Nutrição de Plantas, na

Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, em Belém/PA, submetendo-se à defesa da

dissertação em agosto de 2010.

RESUMO: A avaliação da qualidade do solo é uma ferramenta importante para monitorar a

sua degradação. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações ocorridas nas propriedades

químicas e biológicas do solo, em diferentes profundidades, em áreas submetidas ao manejo

utilizando a queima e a não queima da vegetação, sob a influência de variação sazonal. O

estudo foi realizado no município de Igarapé-Açu (PA), nas localidades de Cumaru, Fazenda

Experimental, da Universidade Federal Rural da Amazônia, (FEIGA/UFRA) e comunidade de

Nova Olinda (SAF). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro

repetições dos tratamentos. Amostras de um Latossolo Amarelo foram coletadas nas

profundidades de 0-5 e 5-10 cm, nos meses de janeiro/2009 (época seca), junho/2009 (época

chuvosa), e dezembro/2009 (época seca), sob diferentes tipos de cobertura vegetal: capoeira;

plantio com trituração da vegetação e plantio com queima da vegetação. Os dados foram

submetidos à análise de variância com médias comparadas pelo teste de Duncan a 5% de

probabilidade, considerando três fatores: sistemas de uso do solo, época de amostragem e

profundidade do solo. Também, foi feita a análise dos dados por meio de estatística

multivariada de componentes principais, em que foram consideradas as profundidades de

amostragem para variáveis químicas e microbiológicas e identificação dos atributos que mais

sofreram interferência do sistema de uso do solo, avaliados na amostragem de Jan/2009.

Maiores valores de pH ocorreu no SAF para as duas profundidades; o alumínio apresentou

teor mais elevado para capoeira, enquanto que o P apresentou maior valor no SAF,

apresentando diferença estatística apenas para área preparada com queima FEIGA/UFRA, na

profundidade de 0-5cm. Foram observados maiores valores de Ca, Mg, K, SB e V% na área

preparada com queima FEIGA/UFRA. Maiores teores de carbono orgânico e N total foram

encontrados na capoeira de 15 anos. Dentre as variáveis microbiológicas estudadas, o carbono

da biomassa microbiana foi encontrado em maiores valores na estação chuvosa; a maior

liberação de CO2 ocorreu no período chuvoso (capoeira), sendo que o qCO2 foi maior na

estação chuvosa, nos tratamentos com queima(T2) e trituração(T6). Dentre as variáveis

químicas e microbiológicas estudadas, CTCefetiva, SB, Ca, Mg, K, Mg e CBM:C foram as

mais sensíveis às alterações do uso do solo,

Palavras-chave: Capoeira, agricultura itinerante, atributos químicos, atributos biológicos

ABSTRACT: The evaluation of the soil quality is an important tool to monitory its

degradation. The objective of this study was to evaluate the alterations occurred in the

chemical and biological proprieties of the soil, in different depths, in areas under management

using burn and non burn of vegetation, under influence of seasonal variation. The study has

been done in Igarapé-Açú (PA), in the location called Cumaru, an experimental farm of

FEIGA/UFRA and a community called Nova Olinda. The experimental design was integrally

randomized with four treatment repetitions. Samples from oxisol have been collected in

depths at 0-5 cm and 5-10 cm, in January/2009 (dry season), June/2009 (rainy season), and

December 2009 (dry season), under different kinds of cover: post burning vegetation,

plantation with plant crunching and vegetation burning. The data has been submitted to and

variance analysis with average compared to Duncan test at 5% probability, considering three

factors: soil usage systems, the time of sampling and soil depth. The analysis have also been

made through multivariate statistics with main components, in which the sampling depths

were considered for chemical and biological variables and an identification of the attributes

which have suffered interference from the soil usage more, evaluated ate the January/2009

samplings. The highest pH values were reached at “SAF” for both depths; Aluminum has

been presented in a higher content for post burning vegetation, while phosphor presented a

higher value at “SAF”, also presenting statistic difference only in areas prepared by burning

FEIGA/UFRA, at 0-5cm. Higher values of Ca, Mg, K, SB and V% in the area prepared

through burning FEIGA/UFRA. Higher organic carbon contents and Total nitrogen have been

found at fifteen years “post burning vegetation”. Among the microbiological variables, the

microbial biomass carbon has been found in higher values during rainy seasons; the highest

CO2 release has occurred in the rainy period (post burning vegetation), as long as CO2 was

bigger in within the rainy season, in treatments involving burning (T2) and crunching (T6).

Among the chemical variables studied, effective CTC, SB, Ca, Mg, K, Mg and CBM:C have

been the most sensible in relation to the alterations in soil usage.

Keywords: post burning vegetation, itinerant agriculture, chemical attributes, biological

attributes.

SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................... 12

ABSTRACT................................................................................................. 13

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 20

1.1 Objetivo Geral............................................................................................. 23

2 REVISÃO DA LITERATURA.................................................................. 24

2.1 VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA (CAPOEIRA) E O SEU

APROVEITAMENTO .................................................................................

24

2.2 SISTEMAS AGROFLORESTAIS .............................................................. 25

2.3 AGRICULTURA ITINERANTE OU MIGRATÓRIA................................ 28

2.4 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL.................... 29

2.5 INDICADORES MICROBIOLÓGICOS..................................................... 31

2.6 VARIABILIDADE SAZONAL NOS ATRIBUTOS QUÍMICOS E

BIOLÓGICOS DO SOLO............................................................................

33

3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................... 35

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO........................................ 35

3.1.1 Localização da área experimental............................................................. 35

3.1.2 Clima ........................................................................................................... 36

3.1.3 Solo ............................................................................................................... 38

3.1.4 Vegetação .................................................................................................... 38

3.2 DELINEAMENTO EXP, TRAT. E VARIÁVEIS ESTUDADOS............ 39

3.3 HISTÓRICO DE USO DAS ÁREAS EXPERIMENTAIS ........................ 42

3.4 AMOSTRAGEM......................................................................................... 45

3.5 Análises Químicas....................................................................................... 46

3.6 Análises biológicas...................................................................................... 46

3.7 Análises Estatística..................................................................................... 49

4 RESULTADO E DISCUSSÃO ................................................................. 51

4.1 ATRIBUTOS QUÍMICOS DOS SOLOS SOB DIFERENTES

SISTEMAS DE MANEJO............................................................................

51

4.2 ATRIBUTOS BIOLÓGICOS DOS SOLOS SOB DIFERENTES SISTEMAS

DE MANEJO.....................................................................................................

61

4.2.1 Carbono da biomassa microbiana (CBM).................................................... 61

4.2.1.1 Interação sistema de manejo versus profundidade do solo.............................. 63

4.2.1.2 Interação época de coleta versus profundidade do solo.................................... 65

4.2.2. Relação Carbono da biomassa microbiana/carbono orgânico (CBM:C)

Jan/2009............................................................................................................

66

4.2.3 Respiração Basal.............................................................................................. 68

4.2.3.1 Interação sistema de manejo versus profundidade do solo................................ 69

4.2.3.2 Interação época de coleta versus profundidade do solo..................................... 70

4.2.4 Quociente metabólico (qCO2)......................................................................... 72

4.2.4.1 Interação sistema de manejo versus profundidade do solo ............................... 73

4.2.4.2 Interação época de coleta versus profundidade do solo..................................... 75

4.3 ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS ATRIBUTOS QUÍMICOS E

BIOLÓGICOS ...................................................................................................

75

5 CONCLUSÕES ............................................................................................... 83

6 REFERÊNCIAS BIBBLIOGRÁFICAS ....................................................... 84

ANEXOS........................................................................................................... 103

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Atributos químicos do solo sob diferentes sistemas de manejo em localidades

de Igarapé–Açú (PA). Jan/2009. Os valores são médias de quatro repetições

por sistema de manejo .......................................................................................... 54

Tabela 2 Carbono orgânico (C), nitrogênio total (N) e relação carbono:nitrogênio (C/N)

de Latossolo Amarelo, sob diferentes sistemas de manejo e uso do solo em

Igarapé-Açú (PA). Janeiro de 2009; média de quatro repetições.........................

59

Tabela 3 Carbono da biomassa microbiana (CBM) de Latossolo Amarelo, sob diferentes

sistemas de manejo e uso, de Igarapé-Açu (PA), coletado em diferentes épocas.

Média de quatro repetições ................................................................................... 62

Tabela 4 Carbono da biomassa microbiana (CBM) de Latossolo Amarelo, sob diferentes

sistemas de manejo e uso, de Igarapé-Açu (PA), coletado em diferentes

profundidades. Média de quatro repetições ..........................................................

64

Tabela 5 Carbono da biomassa microbiana (CBM) de Latossolo Amarelo de Igarapé-

Açu (PA), coletado em diferentes épocas e profundidades. Média de quatro

repetições .............................................................................................................. 65

Tabela 6 Respiração basal (CO2) da biomassa microbiana de Latossolo Amarelo de

Igarapé-Açu (PA), sob diferentes sistemas de manejo e uso da terra, coletado

em diferentes épocas. Média de quatro repetições ............................................... 68

Tabela 7 Respiração basal (CO2) da biomassa microbiana de Latossolo Amarelo de

Igarapé-Açu (PA), interação sistemas de manejo vs. profundidade do solo.

Média de quatro repetições ................................................................................... 70

Tabela 8 Respiração basal (CO2) da biomassa microbiana de Latossolo Amarelo de

Igarapé-Açu (PA), coletado em diferentes épocas e profundidades. Média de

quatro repetições ................................................................................................... 71

Tabela 9 Quociente metabólico (qCO2) da biomassa microbiana de Latossolo Amarelo

de Igarapé-Açu (PA), coletado sob diferentes sistemas de manejo e uso do solo

e em diferentes épocas. Média de quatro repetições ............................................ 72

Tabela 10 Quociente metabólico (qCO2) da biomassa microbiana de Latossolo Amarelo

de Igarapé-Açu (PA), coletado sob diferentes sistemas de manejo e uso do solo

e diferentes profundidades. Média de quatro repetições 74

Tabela 11 Quociente metabólico (qCO2) da biomassa microbiana de Latossolo Amarelo

de Igarapé-Açu (PA), coletado sob diferentes sistemas de manejo e uso do solo

e diferentes profundidades. Média de quatro repetições ...................................... 75

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localização da área de estudo no município de Igarapé-Açú,

mesorregião do nordeste paraense........................................................ 35

Figura 2 Distribuição da precipitação pluviométrica média mensal acumulada,

medida no município de Igarapé-Açú, Pará, Jan/dez (2008) e Jan/Dez

(2009)............................................................................................... 37

Figura 3 Distribuição da precipitação pluviométrica média mensal em Igarapé-

Açú, Pará. Período: 1994-2009................................................................. 37

Figura 4 Trituração da capoeira utilizador o trator (Tritucap) nas áreas

experimentais do projeto Tipitamba, município de Igarapé-Açú (PA)...... 40

Figura 5 Fotos das áreas experimentais com diferentes tipos de cobertura:

capoeira, triturada, queimada e sob sistema agroflorestal, município de

Igarapé-Açú (PA) ..............................................................................

41

Figura 6 Localização da área de estudo na comunidade de Cumaru, município de

Igarapé-Açú (PA). .................................................................................... 43

Figura 7 Localização da área de estudo na UFRA/FEIGA, município de Igarapé-

Açú (PA) .................................................................................................. 44

Figura 8 Foto da trincheira utilizada para coletar as amostras nas camadas de 0-5,

5-10 cm, município de Igarapé-Açu (PA) ................................................ 45

Figura 9 Detalhe das amostras fumigadas em dessecador para determinação do

carbono da biomassa microbiana (CBM) .................................................. 47

Figura 10 Detalhe das amostras incubadas para determinação da respiração basal.... 48

Figura 11

Efeito dos tratamentos na relação carbono da biomassa microbiana e carbono

orgânico de solo de Latossolo Amarelo Município de Igarapé-Açú (PA)....... 66

Figura12 Efeito dos tratamentos na relação carbono da biomassa microbiana e carbono

orgânico de Latossolo Amarelo Município de Igarapé-Açú (PA)................. 67

Figura 13 Análise de Componentes Principais (PCA) realizada para as

propriedades químicas de um Latossolo Amarelo de Igarapé-Açu (PA),

sob diferentes sistemas manejo e uso do solo, coletado em janeiro de

2009, na profundidade de 0-5 cm. Média de quatro repetições para cada

atributo............................................................................................... 76

Figura 14 Análise de Componentes Principais (PCA) realizada para as

propriedades biológicas de um Latossolo Amarelo de Igarapé-Açu (PA),

sob diferentes sistemas de manejo e uso do solo, coletado em janeiro de

2009, na profundidade de 0-5 cm. Média de quatro repetições para cada

atributo...................................................................................... 78

Figura 15 Análise de Componentes Principais (PCA) realizada para as

propriedades químicas de um Latossolo Amarelo de Igarapé-Açu (PA),

sob diferentes sistemas manejo e uso do solo, coletado em janeiro de

2009, na profundidade de 5-10 cm. Média de quatro repetições para cada

atributo.............................................................................................. 79

Figura 16 Análise de Componentes Principais (PCA) realizada para as

propriedades biológicas de um Latossolo Amarelo de Igarapé-Açu (PA),

sob diferentes sistemas de manejo e uso do solo, coletado em janeiro de

2009, na profundidade de 5-10 cm. Média de quatro repetições para cada

atributo...................................................................................... 80

Figura 17 Análise de Componentes Principais (PCA) realizada para as

propriedades químicas e biológicas de um Latossolo Amarelo de

Igarapé-Açu (PA), sob diferentes sistemas manejo e uso do solo,

coletado em janeiro de 2009, na profundidade de 0-5

cm..................................................................................................... 81

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Especificidades das áreas em estudos................................................... 42

Quadro 2 Especificidades das áreas em estudos................................................. 44

Quadro 3 Especificidades das áreas em estudos....................................................... 45

20

1 INTRODUÇÃO

O Brasil é o país que possui a maior área de floreta tropical do mundo, segundo

informativo da FAO (2005). Esse ambiente abriga uma infinidade de funções e serviços

necessários e úteis à vida no planeta. Por conseguinte, a sua degradação provoca danos

incalculáveis, tais como perda de biodiversidade, alteração nos ciclos hidrológicos do

solo, da atmosfera e alterações ecológicas, além de atingir milhões de pessoas no

mundo, que têm suas vidas diretamente ligadas aos recursos florestais, onde vivem e de

onde retiram o necessário para sobreviverem (COLFER, et al., 2001; FAO, 2005).

Na Amazônia brasileira estima-se que mais de 50 milhões de hectares do que era

floresta tropical está convertida em outros usos ou são vegetações secundárias em vários

estágios de desenvolvimento, incluindo florestas secundárias e florestas degradadas

(OIMT, 2002; FEARNSIDE, 2005).

A Microrregião Homogênea Bragantina é uma das mais antigas a sofrer a ação

antrópica na Amazônia Oriental, sendo a primeira área do estado do Pará a ser

colonizada maciçamente. Sua ocupação iniciou-se por volta de 1891 com a abertura da

ferrovia Belém-Bragança, cuja finalidade era promover a colonização da área e

assegurar o transporte de produtos agrícolas da região para Belém (DENICH, 1991),

destinados a abastecer de alimentos os grandes contingentes populacionais atraídos para

a produção de borracha, sendo as cidades de Belém e Manaus os principais centros

comerciais e de serviços da região, as quais passavam por grande desenvolvimento em

função desse produto.

Atualmente, a região é quase totalmente destituída de floresta primitiva,

observando-se vegetação secundária, conhecida também como capoeira, em vários

estágios de desenvolvimento e algumas áreas degradadas. Em estudos de paisagem

realizados nos municípios de Nova Timboteua, Peixe-Boi e Capanema, do Nordeste

Paraense, foram demonstrados que havia apenas 15% da cobertura original da floresta

(VIEIRA; SALOMÃO; ROSA, 1996), enquanto que no município de Igarapé-Açu foi

identificado apenas 5,3% da floresta primitiva remanescente (WATRIN;

VENTURIERI; SAMPAIO, 1998).

No município de Igarapé-Açu, a agricultura familiar, como em toda região

amazônica, baseia-se no sistema de derruba e queima da capoeira (vegetação

21

secundária) para o preparo das áreas a serem cultivadas. Segundo Kato et al, (1999) os

produtores cultivam a área durante dois anos em média, então a área entra novamente

em pousio para posterior crescimento e regeneração da capoeira.

Com o uso deste sistema de preparo da área ocorre à perda da biomassa e

alterações no ciclo do carbono no ecossistema como um todo, haja vista a diminuição da

produtividade ao longo do tempo.

A queima contribui para emissão de dióxido de carbono (CO2) para atmosfera,

elevando assim o efeito estufa e, conseqüentemente, o aquecimento do planeta, Pode,

também, acarretar a perda de nutrientes do solo na forma de gases para atmosfera, ou a

remoção física pelo vento e enxurradas (HÖLSCHER et al., 1997), levando ao

empobrecimento do solo, podendo este ser degradado ainda, pela sua exposição a raios

solares e as chuvas intensas.

Na perspectiva de melhorar o uso da terra na região, a Embrapa Amazônia

Oriental desenvolve e repassa a agricultores diversas tecnologias que contribuem com o

seqüestro de carbono e o aumento da fertilidade desses solos degradados pela

agricultura itinerante. Entre as tecnologias está o plantio direto na capoeira (Projeto

Tipitamba), que propõe a substituição do fogo pela trituração da capoeira – vegetação

secundária ou de pousio, usada no processo tradicional de derruba e queima no preparo

de áreas para a agricultura; evitando assim a emissão de carbono para a atmosfera. Esse

sistema completa-se com o enriquecimento da capoeira com espécies leguminosas de

rápido crescimento que depositam nutrientes no solo, aumentam a biomassa da

vegetação e retiram o carbono presente na atmosfera.

Com a trituração da capoeira, em substituição ao uso do fogo, os resíduos

orgânicos de origem vegetal, tanto protegem o solo, como são fonte de materiais

orgânicos que permanecem no sistema, contribuindo assim para um melhor equilíbrio

nutricional e, também, aumentando a diversidade biológica desses solos. Nesse sistema

toda a biomassa aérea da vegetação secundária retorna como fonte de matéria orgânica

para o solo. A quantidade dessa biomassa produzida varia depende de sua idade, o

sistema de uso da terra e da intensificação do uso da terra, podendo variar, segundo

Kato et al. (2006), de 8 ton/ha-1

(capoeira de um ano) a 90 ton/ha-1

(capoeira de 10

anos).

A conservação da biodiversidade, a dinâmica de água e nutrientes (manutenção

das taxas de recarga dos estoques de água subterrânea, manutenção das vazões de

22

igarapés e rios e redução de impactos nos sistemas aquáticos ocasionados pela

lixiviação de nutrientes) são contribuições já comprovadas pela prática da trituração de

corte sem queima, preconizada pelo projeto Tipitamba.

Neste contexto, o tipo de vegetação e as condições ambientais são fatores que

determinam a quantidade e a qualidade do material que será depositado no solo. As

decomposições destes materias dependem dos processos de transformação da matéria

orgânica pelos microrganismos do solo, por meio dos quais se podem avaliar qualidade

do solo (MIELNICZUK et al., 2003). Assim, a matéria orgânica do solo é o mais

importante reservatório de energia e fonte de carbono para os microrganismos e também

de nutrientes para os vegetais.

A matéria orgânica do solo contribui de forma benéfica para o estabelecimento

vegetal afetando propriedades físicas, químicas e biológicas do solo (STEVENSON,

1982). O aporte de matéria orgânica no solo contribui para o aumento de estabilidade de

agregados, melhora a aeração, a drenagem e a capacidade de retenção da solução do

solo. Entre os atributos químicos, a matéria orgânica é um estoque de nutrientes

disponível para a mineralização, além de aumentar a capacidade de troca de catiônica do

solo. Com isso a matéria orgânica serve para avaliar a preservação dos ecossistemas

naturais a e os desequilíbrios dos agroecossistemas. Portanto, a sustentabilidade dos

agroecossistemas dessa região depende, principalmente, da ciclagem de nutrientes

contidos na matéria orgânica do solo.

A biomassa microbiana, não fornece indicação sobre os níveis de atividade das

populações microbianas do solo, contudo, é importante para avaliar outros parâmetros, a

como a respiração basal e a atividade enzimática, que servem para estimar o estado

metabólico das comunidades de microrganismos do solo (NANNIPIERI; MUCCINI;

CIARDI, 1983). A respiração basal, é um indicador ecológico de ciclagem de

nutrientes, visto que quanto mais elevada for à atividade dos microorganismos, maior

será a liberação de nutrientes e a mineralização da matéria orgânica (ANDERSON,

1982; PARKINSON; COLEMAN, 1991) o quociente metabólico (qCO2) é outro

parâmetro que pode ser utilizado para melhor entendimento da atividade da biomassa

microbiana do solo, pois uma biomassa microbiana eficiente perde menos carbono

como CO2 pela respiração e incorpora maior proporção de carbono ao tecido

(ANDERSON; DOMSCH, 1985; SANTRUCKOVA; STRASKRABA, 1991).

23

Portanto a biomassa microbiana, a respiração basal e o quociente metabólico são

indicadores biológicos da qualidade do solo. E são parâmetros que avaliam as mudanças

que ocorrem em um sistema alterado por ações antrópicas (sistema de uso do solo), e

variações sazonais de umidade e temperatura.

Este trabalho tem como objetivo avaliar os atributos químicos (pH, C orgânico, N

total, P disponível, K, Ca, Mg, Na e Al trocáveis, H titulável, CTC, soma de bases,

porcentagem de bases e porcentagem de alumínio) e biológicas (C da biomassa

microbiana, respiração basal, quociente metabólico e relação C biomassa microbiana:C

orgânico) de um Latossolo Amarelo do município de Igarapé-Açu, sob sistemas de

manejo envolvendo plantios com queima da vegetação, sem queima e com trituração da

vegetação, e sistema agroflorestal (SAF), em duas profundidades (0-5 e 5-10cm) e três

períodos de amostragem (seco-chuvoso-seco), e compará-los entre si e com as mesmas

variáveis em condições de vegetação secundária (capoeira), a fim de determinar se o

sistema de preparo do solo sem queima e com trituração da vegetação, se configura

como uma alternativa viável de manejo sustentado, capaz de promover a regeneração de

áreas exauridas pelo uso inadequado.

1.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito do sistema de preparo do solo usando a não queima da

vegetação sobre as propriedades químicas e biológicas de solos submetidos a

diferentes tipos de sistemas de manejos no nordeste paraense.

24

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA (CAPOEIRA) E O SEU APROVEITAMENTO

A floresta secundária (FS) é um tipo de vegetação que aparece após a retirada ou

modificação drástica na composição e estrutura da vegetação primária, seja pela ação

humana ou por fenômenos naturais (COMISION NACIONAL DE CERCITICACIÓN

FORESTAL, 1999; CHOKKALINGAM; DE JONG, 2001). Porém, existem outras

definições nas quais se utilizam diferentes critérios de análise (CARAZO et al, 1997).

Para efeito deste estudo, FS foi considerada aquela vegetação surgida após corte raso da

floresta primária, num sistema de uso da terra predominante na Amazônia brasileira

(agricultura de corte-e-queima).

No pousio, a vegetação secundária (capoeira) se refaz por meio de rebrotas de

tocos, raízes e sementes, principalmente aquelas que sobrevivem ao corte e à queimada.

As taxas de rotação exigem períodos de pousio longos de modo que a nova vegetação

recomposta possa contar, pelo menos parcialmente, com a diversidade florística, a

ciclagem de água e nutrientes (HÖLSCHER et al., 1997 a, b; SOMMER et al., 2004),

proporcionando, ao mesmo tempo, o acúmulo de carbono e nutrientes na sua biomassa

(DENICH, 1991; DENICH et al., 1999; TIPPMANN; DENICH; VIELHAUER, 2000),

reciclagem e recuperação de nutrientes de camadas profundas do solo (SOMMER,

2000), controle da erosão (HOANG FAGERSTROM et al., 2002; MACDONALD et

al., 2002), supressão de plantas invasoras (ROUW, 1995; GALLAGHER et al., 1999),

suprimento de madeira e lenha (SANCHEZ, 1995) e manutenção da biodiversidade

(BAAR, 1997).

Nesses solos a eficiência da reciclagem de nutrientes aumenta em relação aos

que sofrem corte-e-queima. Nesses ecossistemas tanto o dossel das árvores quanto a

espessa liteira protegem o solo da erosividade das chuvas, possibilitando fluxo de

nutriente mais rápido e ciclagem mais eficiente. Portanto, esse sistema funciona como

importante reservatório de nutrientes para as plantas, regulando as transformações da

matéria orgânica, além de atuar na manutenção da estrutura do solo, dando

sustentabilidade para os ecossistemas.

25

Para a agricultura, os principais efeitos negativos da queima da vegetação

durante a fase de preparo de área para o plantio nos sistemas de produção são as perdas

de nutrientes retidos na biomassa da vegetação que atingem valores de 96% do

nitrogênio, 47% do potássio, 35% do cálcio, 40% do magnésio e 76% do enxofre,

comprometendo a sustentabilidade do sistema de produção da agricultura familiar

(EMBRAPA, 2001).

Há, portanto, a possibilidade do manejo de vegetação secundária com o objetivo

de torná-las mais produtivas, o que é possível com a adaptação dos princípios técnicos

para esse tipo de vegetação. Com a existência de florestas secundárias produtivas,

possivelmente haverá uma menor pressão sobre as florestas primárias e poderá

contribuir com a permanência de famílias de agricultores no campo (DENICH, 1991;

FINEGAN, 1992).

2.2 SISTEMAS AGROFLORESTAIS

São sistemas que já foram praticados há milênios, tanto na Ásia, como na

América Latina, mas essa ciência desenvolveu-se mais intensamente nas décadas de 80

e 90. Sua abrangência é muito grande, tem sido adotado com sucesso em diversos

ambientes biofísicos e sócioecônomicos, desde regiões de clima úmido, semi-árido ou

temperado e sistemas de baixo nível tecnológico e uso de insumos à alta tecnologia,

tanto em pequenas como em grandes áreas de produção, áreas degradadas ou de alto

potencial produtivo (Nair, 1989).

Em 1977 foi criado o Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (ICRAF),

em Nairobi, Kenya. Por volta de 1983, o agricultor e pesquisador suíço Ernst Gotsch

iniciou seus trabalhos no Brasil. A REBRAF, Instituto Rede Brasileira Agroflorestal

que promove a adoção no Brasil de alternativas agroflorestais, foi criada em 1990.

Existe vários conceito de sistemas agroflorestais como: plantar árvores em

fazendas para melhorar a qualidade de vida dos agricultores pobres e proteger os

recursos naturais, transmitida ao público pelo ICRAF (2000); bem como outras mais

26

ricas e complexas percepções do sistema de vida; consórcios de culturas agrícolas com

espécies arbóreas que recuperam aspectos dos ecossistemas florestais, como a estrutura

da cobertura vegetal e a biodiversidade, restabelecendo funções ecológicas como a

ciclagem de nutrientes e a proteção do solo (MACDICKEN; VERGARA, 1990);

formas de uso e manejo dos recursos naturais nas quais espécies lenhosas (árvores,

arbustos, palmeiras) são utilizadas em associação deliberada com cultivos agrícolas ou

com animais no mesmo terreno, de maneira simultânea ou em seqüência temporal (

OTS; CATIE, 1986).

Outros autores concordam com esta prática, citando que os benefícios dos

sistemas agroflorestais são evidenciados pela diversidade de formas de uso da terra,

onde árvores e arbustos são cultivados de forma interativa com cultivos agrícolas,

pastagens e/ou animais, com múltiplas finalidades, constituindo-se numa opção viável

de manejo sustentável da terra (RIBASKI; MONTOYA; RODIGHERI, 2002).

Os sistemas agroflorestais classificam-se em sistemas silvipastoris (animais e

árvores ou arbustos); agrossilviculturais (plantas anuais e árvores ou arbustos) e

agrossilvipastoris (animais, plantas anuais e árvores ou arbustos). Podem ainda ser

classificados de acordo com sua estrutura no espaço, seu desempenho ao longo do

tempo, a importância relativa, a função dos diferentes componentes, seus objetivos de

produção e com as características sociais e econômicas que prevalecem.

Os modelos de SAF‟s mais importantes, segundo (LEITE; VIRGENS,

2002) são: consórcio com o cultivo perene que é o resultado de arranjo espacial de

espécies em caráter permanente, com benefícios mútuos e ainda com melhor proteção

dos solos, ciclagem de nutrientes, aumento da receita, melhor aproveitamento da área,

de insumos e da mão-de-obra; sistema em aléia ou alley cropping caracterizados pelo

plantio de espécies alimentares de ciclo curto entre ruas ou fileiras de árvores, arbustos

ou palmeiras em caráter permanente; cultivo de encosta ou taungya que corresponde ao

cultivo de espécies alimentares e anuais, conjuntamente com espécies florestais ou

arbóreas, durante os primeiros anos de estabelecimento destas, visando à recomposição

de encostas degradadas ou em vias de degradação; sistema silvopastoril consistindo no

consórcio de espécies lenhosas ou palmáceas com pastagem e animais, com finalidade

de produzir sombra, alimento para os animais, banco de proteínas, melhorar a fertilidade

do solo e madeira; sistemas agrossilvipastoris que além das espécies e finalidades

27

contidas no sistema silvopastoril, emprega arbustos e plantas herbáceas, também, com a

finalidade de produção.

Os componentes arbóreos adicionados nesse sistema incrementam a entrada

de matéria orgânica no solo que beneficia as características físicas, químicas e

biológicas do solo, conduzindo o sistema para uma situação mais sustentável. O

aumento da diversidade vegetal contribui para uma maior diversidade comunidade

microbiológica e da fauna do solo que atuam como agentes de controle biológico e

condicionadores de solo (YOUNG, 1994).

Além do caráter conservacionista, esses sistemas visam uma produção

contínua e diversificada, aumentando a produção e a renda do agricultor, além de

reduzir o risco de prejuízo na perda de uma cultura (MACDICKEN; VERGARA,

1990). Os sistemas agroflorestais são uma prática indicada para a agricultura familiar

devido à grande demanda de mão de obra. A diversificação da produção, junto com o

cuidado de manter o manejo orgânico, é um importante passo para a segurança e a

soberania alimentar no meio rural. Devido aos benefícios promovidos por sistemas

agroflorestais no solo, essa prática é indicada para a recuperação de áreas degradadas e

para a preservação de áreas de entorno de reservas ambientais (REINERT, 1998;

MENDONÇA; LEITE; FERREIRA NETO, 2001).

Para a Amazônia, alguns modelos de SAF podem ser considerados

promissores, dentre os quais se destacam: o sistema taungay modificado, que poderia

ser utilizado no reflorestamento de áreas de terras firmes degradadas (EMBRAPA,

2005); o pousio melhorado, com adoção de árvores leguminosas fixadoras de nitrogênio

ou espécies perenes regionais de valor comercial, que dessem rápido retorno

econômico, como as fruteiras; o cultivo perenes em faixas, que poderiam ser

empregados em áreas declivosas, objetivando minimizar a erosão e controlar as

invasoras através do fornecimento de "mulch" (cobertura morta); os sistemas

multiestratos, que seriam a associação de fruteiras e espécies florestais, com a

introdução de cobertura e, ou componente animal dentro do sistema; os sistemas

silvipastoris, através do estabelecimento de espécies madeiráveis em pastos, que

aumentaria o retorno econômico em médio prazo e justificaria incentivos a curto prazo

para o melhoramento de pastagens e; cercas vivas, que poderiam ser utilizadas em

substituição às cercas tradicionais, provavelmente, com impacto positivo sobre o

28

desmatamento. Acrescentando que a pesquisa nessa área é fundamental para que se

possa acelerar o desenvolvimento e extensão de tecnologias agroflorestais apropriadas.

Portanto com incremento da diversidade vegetal espera-se que disponibilize substratos

com características bastante variadas, diversificadas também ao longo do tempo, o que

estimularia a maior diversidade de espécies na microbiota do solo, aumentando a

magnitude dos serviços ambientais disponíveis nesses sistemas (BALIEIRO et al.,

2004; NICODEMO; PRIMAVESI, 2007; DUBOC, 2009).

2.3 AGRICULTURA ITINERANTE OU MIGRATÓRIA

A agricultura itinerante de derruba-e-queima é a forma de uso de terra mais

importante nos trópicos em geral e mais ainda nos trópicos úmidos. A sua importância

socioeconômica é central, pois ela sustenta uns 300-500 milhões de pessoas e representa

cerca de 30% da área agrícola do mundo ou 40% da área agrícola dos trópicos (BRADY

1996). Somente na Amazônia Brasileira, esta forma de uso da terra afeta mais de 10

milhões de hectares, sustenta meio milhão de famílias e providencia cerca de 80% da

produção alimentar da região (SERRÃO, 1995).

Na Amazônia, é um dos principais sistemas de uso da terra, tanto pelo ponto de

vista econômico como também pela quantidade de pessoas envolvidas nesse processo

de produção agrícola. Segundo Costa (2003) esse é um sistema tradicional de

agricultura desenvolvido e praticado em quase toda região por, pelo menos, 600 mil

pequenos agricultores, produzindo principalmente, feijão, mandioca, arroz, milho,

malva, juta, frutas e algodão, entre outros produtos.

Vielhauer e Sá (2000) citam que devido a este tipo de agricultura na região, foi

estabelecendo-se um equilíbrio entre o uso agrícola e a vegetação secundária, chamada

de capoeira, que se manteve por algumas dezenas de anos, até a aparência óbvia da

degradação dos solos inadequadamente manejados. Todavia, a região nordeste paraense

vem sofrendo essa prática de derruba-e-queima, a mais antiga na área de exploração

agrícola, desde 1875, devendo-se ao processo de colonização, que objetivou aumentar e

29

abastecer de produtos agrícolas a cidade de Belém, capital do estado do Pará e região,

incentivado pelo governo da época (CARDOSO JÚNIOR, 2001).

Para o agricultor familiar, com baixo grau de capitalização e pouco acesso a

outra alternativa, o preparo de área para plantio com queima ainda se constitui no

instrumento mais eficaz ao seu alcance por ser um processo menos oneroso, que

promove a fertilização imediata e gratuita do solo e obtém produções para sua

subsistência (KATO; KATO, 2000).

O lado negativo e degradante da agricultura itinerante é intimamente associado

aos efeitos deletérios da queima (KLEINMAN; PIMENTEL; BRYANT, 1995).

Benéfica no curto prazo como acima delineado, a queima causa perdas pesadas de

matéria orgânica e de nutrientes, notavelmente dos nutrientes mais voláteis como N e S

(MACKENSEN et al., 1996; HÖLSCHER et al., 1997). As emissões de CO2 e de N2O

contribuem significantemente para o „efeito estufa‟ (HOUGHTON et al., 2000;

GRACE, 2004). No Brasil, as mudanças de uso dos solos e as queimadas são

responsáveis por 70% das emissões de CO2 para a atmosfera (BORN; PICCHIONI;

PIVA, 2007), contribuindo mais decisivamente para a produção de gases de efeito

estufa do que a queima de combustíveis fósseis. O fogo também reduz a biodiversidade,

elimina muitas espécies florestais não adaptadas ao fogo, e causa a dominância e

persistência de espécies ruderais agressivas e bem adaptadas a estas condições, como

Imperata brasiliensis e Paspalum melanospermum (gramíneas), Pteridium aquilinum

(samambaia) ou Orbygnia phalerata (palmeira babaçu).

2.4 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

O solo em seu estado natural encontra-se coberto pela vegetação, que o protege

da erosão e contribui para manter o equilíbrio entre os fatores de sua formação e aqueles

que provocam sua degradação. O rompimento dessa relação provoca alterações físicas,

químicas e biológicas, as quais se não forem adequadamente monitoradas e controladas,

levam à queda de produtividade e à degradação do ecossistema (SIQUEIRA et al.,

1994).

30

Atualmente, são desenvolvidas práticas agrícolas que protegem o ecossistema

da degradação, melhorando sua sustentabilidade e, por conseguinte, a qualidade do solo,

configurados por sistemas de manejo caracterizados pela considerável quantidade de

resíduos vegetais sobre ou próximo à superfície, protegendo contra a erosão e

minimizando as necessidades do solo para o plantio (BRADY; WEIL, 2002).

O manejo conhecido como plantio direto é caracterizado pelo não-

revolvimento do solo e pela manutenção de restos culturais sobre a superfície. Ele é

considerado um sistema de manejo mais adequado às condições tropicais e subtropicais,

com reflexos diretos sobre a redução de custos de produção e aumento da rentabilidade,

além de promover a manutenção ou, até mesmo, o aumento da matéria orgânica.

Roldán et al. (2007) verificaram que o sistema plantio direto pode ser

considerado eficiente para alcançar a agricultura sustentável em condições subtropicais,

devido ao aumento da qualidade física e bioquímica do solo e ao seqüestro de carbono.

Estudos têm mostrado que a adoção do sistema de plantio direto afeta as propriedades

físicas (KARLEN et al., 1994; KUSHWAHA; TRIPATHI;SINGH, 2001; PEIXOTO et

al., 2006), químicas (DORAN, 1980; ANGERS et al., 1993; EKENLER; TABATABAI,

2003) e biológicas (ALVAREZ et al., 1998; MATSUOKA; MENDES; LOUREIRO,

2003; FRANCHINI et al., 2007) do solo, sendo que, na maioria das vezes, as

modificações são favoráveis (BRADY; WEIL, 2002).

Com a trituração da vegetação e, com a decomposição da mesma, o solo recebe

todos esses benefícios através de resíduos orgânicos incorporados; impedindo também a

emissão de dióxido de carbono e aumentando a produtividade. Na fase inicial há a

imobilização de nutrientes pelos microorganismos durante a decomposição da camada

de cobertura morta provenientes da trituração da capoeira (Kato et al., 1999b). Portanto,

a ciclagem de nutrientes ocorre como conseqüência da atividade microbiana e é,

especialmente, importante em ecossistemas de baixa fertilidade. Segundo Sanchez

(1976) cerca de 80% dos solos dos trópicos úmidos são considerados de baixa

fertilidade.

31

2.5 INDICADORES MICROBIOLÓGICOS

Nos solos tropicais, a matéria orgânica tem papel central na manutenção de sua

fertilidade. Com isso a ciclagem de nutrientes nesses solos ocorre como conseqüência

da atividade microbiana e é especialmente importante em ecossistemas de baixa

fertilidade. A biomassa microbiana do solo é responsável pela decomposição da matéria

orgânica e pela ciclagem de nutrientes. É fonte de nutrientes e ao mesmo tempo os

imobiliza, tornando-os menos imediatamente acessíveis para as plantas e impedindo sua

lixiviação do solo (CARDOSO, 2004).

Além de atuar na ciclagem de nutrientes a microbiota do solo atua, também, na

formação e estabilização de agregados, sendo considerada bioindicadora da qualidade

do solo (SILVEIRA et al., 2006; VARGAS; SCHOLLES, 2000). As comunidades

biológicas do solo, compostas de microrganismos e de fauna, ocorrem em ordens de

grandeza várias vezes maiores que as comunidades encontradas sobre sua superfície

(BARDGETT, 2002).

As bactérias e fungos são os integrantes predominantes da biota do solo

(JASTROW; AMONETTE; BAILEY, 2007). A capacidade de responder rapidamente a

mudanças no ambiente do solo derivadas das alterações no manejo justifica o uso de

microrganismos e processos microbiológicos como indicadores de qualidade do solo

(KENNEDY; PAPENDICK, 1995).

A qualidade dos resíduos influencia a taxa de decomposição e a composição da

comunidade microbiana (GUPTA; GERMIDA, 1988; CATTELAN; VIDOR, 1990;

ANGERS et al., 1993). Portanto, a decomposição da manta orgânica é uma das etapas

mais importantes na ciclagem de nutrientes e é um processo essencialmente biológico

(CORREA; ANDRADE, 1999). Dentre os organismos responsáveis por esse processo

destacam-se os microrganismos que compõem a biomassa microbiana.

A biomassa microbiana é definida como a parte viva da matéria orgânica do

solo, incluindo bactérias, actinomicetos, fungos, protozoários, algas e macrofauna.

Excluindo-se raízes de plantas e animais do solo maiores do que 5,10 μm, a biomassa

microbiana corresponde em média, de 2 a 5% do C orgânico do solo (JENKINSON;

LADD, 1981) e de 1 a 5% do N total do solo (SMITH; PAUL, 1990). Portanto, pode ser

um parâmetro fundamental para o estudo de ciclagem de nutrientes em diferentes

32

ecossistemas. Assim sendo, estimativa da biomassa microbiana pode fornecer

informações úteis sobre a disponibilidade de nutrientes imobilizados, assim como, no

entendimento do funcionamento desses ecossistemas e na qualidade do solo, pois ela

reage rapidamente às perturbações sofridas decorrentes do manejo e do uso do solo.

A biomassa microbiana é estreitamente influenciada pelo tipo de utilização do

solo, e a relevância de sua quantificação se deve, portanto, à conveniência de usá-la

como índice mais sensível às mudanças ocorridas no sistema, comparado aos conteúdos

de C orgânico e N total (GAMA-RODRIGUES et al., 2005). A biomassa microbiana

nunca deve ser analisada isoladamente como uma única maneira de se estimar a

situação das populações de microrganismos, devendo ser analisada juntamente com a

atividade dos microrganismos (respiração basal), nas mesmas amostras de solo, face à

extrema heterogeneidade do ambiente natural da microbiota e da sua biodiversidade

(GRISI, 1996).

Os microrganismos do solo são os principais componentes do sistema de

decomposição de matéria orgânica, sendo os principais contribuintes para a respiração

basal do solo, atuando como reguladores do ciclo de nutrientes e, conseqüentemente, da

produção primária e do fluxo de energia. A respiração basal é definida como a

respiração sem adição de substratos orgânicos ao solo, e pode ser avaliada através da

produção de CO2 ou consumo de O2 (ALEF, 1995).

A respiração é o parâmetro mais antigo utilizado na quantificação da atividade

metabólica nos solos. Assim como outras atividades metabólicas, a respiração é

dependente do estado fisiológico da célula e influenciada por diversos fatores no solo,

tais como, umidade, temperatura, estrutura e disponibilidade de nutrientes (ALLEN;

SCHLESINGER, 2004; GONÇALVES et al, 2002).

A interpretação dos resultados da atividade biológica deve ser feita com

critério, uma vez que elevados valores de respiração nem sempre indicam condições

desejáveis: uma alta taxa de respiração pode significar, em curto prazo, liberação de

nutrientes para as plantas e, em longo prazo, perda de carbono orgânico do solo para a

atmosfera (PARKIN; DORAN; FRANCO-VISCAINO, 1996; DALAL, 1998).

A biomassa microbiana é determinada através da quantificação do carbono

orgânico solúvel em amostras fumigadas com clorofórmio, onde o material celular está

disponível para extração, subtraído de amostras não fumigadas (VANCE; BROOKES;

JENKINSON, 1987). Esses organismos atuam como agentes finais da decomposição da

33

matéria orgânica. A estimativa da BMS, ao contrário do carbono orgânico total do solo

(COT), foi sugerida como um parâmetro sensível às mudanças iniciais no processo de

transformação de matéria orgânica do solo, sendo um indicador útil para avaliar

alterações em ecossistema com interferência antrópica (JENKINSON; RAINER, 1977;

POWLSON; BROOKES; CHRISTENSEN, 1987). Insam e Domsch (1988) sugerem

que a razão CBMS / COT é um índice apropriado para a comparação de diferentes

ambientes.

Para compreensão da atividade dos microrganismos do solo na mineralização

da matéria orgânica, Anderson e Domsch (1985) propuseram a determinação do

quociente metabólico microbiano (qCO2), que é a razão entre a respiração basal do solo

(CO2), obtida a partir da incubação do solo em laboratório, e o C-BMS por unidade de

tempo, como um indicador das mudanças da atividade microbiana após um distúrbio

ambiental sobre a atividade microbiana do solo. O qCO2 pode ser usado como

parâmetro de avaliação do empobrecimento dos solos em termos de matéria orgânica.

Assim, quanto menor o qCO2 mais eficiente se torna a biomassa microbiana do solo, ou

ainda menos C é perdido pela respiração e uma fração significativa de carbono é

incorporado no tecido microbiano.

De acordo com a teoria da sucessão ecológica de Odum (1969; 1985), o qCO2

decai durante a sucessão ou durante a regeneração de um distúrbio, visto que no estado

de equilíbrio dinâmico do clímax sucessional, a comunidade microbiana do solo se

tornaria mais eficiente em conservar carbono.

2.6 VARIABILIDADE SAZONAL NOS ATRIBUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

DO SOLO

Após a retirada da vegetação natural para uso na agricultura o solo sofre

alterações em suas propriedades químicas e biológicas. Essas propriedades são

dependentes das características do solo, do clima e do tipo de vegetação. A interação

destes fatores estabelece uma nova condição de equilíbrio no sistema solo.

A precipitação é a característica climática mais importante para o crescimento

das plantas na região tropical. Ao contrário da temperatura que é relativamente

34

constante, a precipitação pluviométrica é muito variável, constituindo-se no principal

fator a determinar a produtividade biológica (BARROS; COMERFORD, 2002), pois é

uma das variáveis mais importantes na produção de biomassa e, conseqüentemente, de

matéria orgânica (VASCONCELOS, 2002).

Nas regiões de clima tropical úmido, tanto a temperatura como a precipitação

pluviométrica, tendem a estimular a proliferação e a atividade da população microbiana

do solo. Esses dois fatores climáticos favorecem o desenvolvimento dos

microrganismos que atuam diretamente na decomposição da matéria orgânica. De

acordo com Keeney e Sahrawat (1986), a alternância de ciclos com maior e menor

umidade no solo, é responsável pelo aumento na taxa de mineralização de nutrientes.

Muitas vezes os teores de C orgânico e N total ao longo das diferentes estações

passam a impressão de que a matéria orgânica do solo manteve-se estável ao longo do

ano. No entanto, De-Polli e Guerra (1996) destaca que nem sempre esses parâmetros se

mostram índices sensíveis a mudanças sofridas no conteúdo da matéria orgânica do solo

quando comparados à biomassa microbiana, pois a interpretação dos resultados

observados em relação à variação sazonal da biomassa microbiana pode ser entendida a

partir das condições climáticas dominantes no local e seus efeitos sobre a decomposição

dos resíduos.

O aumento do CBM e do NBM pode ser entendido pela elevação da

precipitação pluviométrica, o que acarreta condições favoráveis ao aumento da

biomassa microbiana do solo, que segundo Gama-rodrigues (1999), tais elevações

conferem função de reserva à biomassa microbiana, acumulando grandes quantidades

de nutrientes. A respiração e o quociente metabólico do solo, também, costumam sofrer

flutuações sazonais, mostrando-se intimamente associados com o teor de umidade do

solo. Maiores níveis de atividade microbiana têm sido relatados com o aumento da

umidade do solo (SANTRUCKOVA ; STRASKRAVA, 1991; ALVAREZ et al., 1995).

35

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

3.1.1 Localização da área experimental

As áreas experimentais situam-se nas comunidades de Cumaru (Travessa

Cumaru) e Nova Olinda (em propriedades de pequenos produtores), e Fazenda

experimental FEIGA/UFRA, com as seguintes coordenadas geográficas: 1º 11‟ 23,5” S

e 47º 31‟ 59,5” W; 1° 02‟ 33,8” S e 47° 29‟ 47” W, mais 1° 07‟ 15,5” S e 47° 36‟ 12,7”

W, respectivamente, (Figuras 1) no município de Igarapé-Açú, localizado na

microrregião Bragantina, pertencente à mesorregião do nordeste paraense. A sede

municipal tem as seguintes coordenadas geográficas: 01°07‟33‟‟ de latitude sul e

47°37‟27‟‟ de longitude a oeste de Greenwich. O município possui uma área de 797

km² e tem uma população de 32.361 habitantes, com uma densidade demográfica de

40,6 habitantes/km² (IBGE, 2009).

Figura 1 - Localização da área de estudo no município de Igarapé-Açú, mesorregião do nordeste

paraense. (Foto: Google Earth, acesso: 09 ago 2010).

36

3.1.2 Clima

O clima está incluído na categoria do equatorial megatérmico úmido,

correspondente ao tipo Ami, da classificação de Köppen. A temperatura media anual

está entre 25 ºC e 27 ºC, com máximas que podem chegar a 40 ºC, e pequena amplitude

térmica. Apresenta precipitação pluviométrica abundante, com média anual em torno de

2.500 mm e umidade relativa do ar média em torno de 85%, com estação chuvosa entre

os meses de dezembro a maio e, a menos chuvosa, de junho a novembro (BASTOS;

PACHECO, 2000; SEPOF, 2008). A Figura 2 mostra dados da precipitação

pluviométrica média mensal do período de janeiro de 2008 à dezembro de 2009, no

município de Igarapé-Açú (PA). Na Figura 3 encontram-se os dados da média mensal

dos últimos quinze anos. No período de janeiro de 2009, primeira coleta, verificou-se

que houve um prolongamento da estiagem, o que pode ser explicado pela influência dos

eventos El Niño – Oscilação Sul (ENSO).

Ropelewski e Halpert (1987) e Kiladis e Diaz (1989) estudaram a variabilidade

interanual das precipitações associada ao ENSO, mostrando que a Amazônia é uma das

regiões do globo significativamente influenciada pelos eventos El Niño e La Niña. A

fase quente do ENSO (El Niño) está associada a déficit e a fria (La Niña) a excesso de

precipitação na região. Marengo e Hastenrath (1993), usando resultados de modelos,

mostraram que em anos de grande aquecimento das águas equatoriais no oceano

Pacífico central, há uma redução de umidade que entra na Amazônia. O El Niño

influencia negativamente a precipitação no norte do Nordeste brasileiro e leste da

Amazônia devido à inibição da formação de nuvens convectivas.

37

Figura 2 - Distribuição da precipitação pluviométrica média mensal acumulada, medida no município de

Igarapé-Açú, Pará, Jan/dez (2008) e Jan/Dez (2009). (Fonte: Laboratório de Climatologia/Embrapa

Amazônia Oriental).

Figura 3 - Distribuição da precipitação pluviométrica média mensal acumulada em Igarapé-Açú, Pará.

Período: 1994-2009. (Fonte: Laboratório de Climatologia/Embrapa Amazônia Oriental).

38

3.1.3 Solo

Os solos da Região Bragatina apresentam características pedológicas

relativamente uniformes em grande parte da região. Devido às características do

material parental e em virtude de processos de lixiviação, os sedimentos são

extremamente oligotróficos, dando origem a solos com baixa oferta de nutrientes

(DENICH, 1989; DENICH, 1991; NUNEZ, 1995; KATO, 1998).

No município de Igarapé-Açu, o solo dominante é o Latossolo Amarelo com

horizonte A moderado, textura média, sendo que algumas porções apresentam o caráter

concrecionário em terra firme, além da presença de solos hidromórficos encontrados nas

várzeas dos rios que servem o município. De acordo com Gama (2002), com o uso

intensivo da agricultura itinerante e com a erosão laminar do horizonte superficial, parte

dos solos da Região Bragantina começaram a apresentar uma relação textural do

horizonte B sob o A bastante elevada (abrúptica). Em estudo realizado por Kanashiro e

Denich (1998), o solo foi classificado como Podzólico Amarelo álico, que pela atual

classificação brasileira é denominado de Argissolo Amarelo distrófico, com textura

variando de arenosa a média (EMBRAPA, 1999; EMBRAPA, 2006).

3.1.4 Vegetação

A vegetação predominante em Igarapé-Açu é representada pela floresta

secundária, proveniente da remoção da floresta primária, para a implantação de cultivos

de subsistência. Na região há uma tendência quanto à conversão das florestas primárias

e secundárias em extensas pastagens. Nas margens dos rios e riachos encontra-se a

vegetação de galeria. Antes da intervenção humana, predominava na região a vegetação

primária de Floresta Equatorial Perenifólia, as várzeas e igapós e campos inundados

que, atualmente, estão restritos a algumas localidades. Hoje, a região tem uma paisagem

agrícola bastante expressiva e a cobertura vegetal é dominada por lavouras que se

alternam com a capoeira, devido ao corte-e-queima a agricultura familiar.

39

Nas propriedades rurais de Igarapé-Açu, mais da metade da área é ocupada por

capoeira em diferentes estágios de desenvolvimento, provenientes da remoção da

floresta primária para a implantação de cultivos de subsistência (16% até quatro anos de

idade e 50% mais de quatro anos), enquanto as florestas (naturais e plantadas) ocupam

apenas 7,5% da área útil (DENICH; KANASHIRO, 1993; RODRIGUES, 1996; KATO,

1998).

3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL, TRATAMENTOS E VARIÁVEIS

ESTUDADAS

O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado.

Foram avaliados os atributos químicos pH, carbono orgânico (C), nitrogênio total

(N), fósforo disponível (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (MG e alumínio (Al)

trocáveis, CTC pH 7,0, soma de bases (SB), porcentagem de bases (%V) e

porcentagem de alumínio (%m), em amostras coletadas em janeiro/2009 (período

seco atípico), nas camadas de 0-5 e 5-10cm de um Latossolo Amarelo, sob seis

diferentes sistemas de manejo e uso, descritos a seguir:

T1 – plantio sem queima, com trituração da vegetação – Cumaru;

T2 – Plantio com queima da vegetação – Cumaru;

T3 – Capoeira (vegetação secundária);

T4 – Plantio sem queima, com trituração da vegetação – FEIGA/UFRA;

T5 – Plantio com queima da vegetação – FEIGA / UFRA;

T6 – SAF sem queima, com trituração da vegetação – Nova Olinda.

Os atributos biológicos carbono da biomassa microbiana (CBM), respiração

basal (CO2) e quociente metabólico (qCO2) foram avaliados por meio de tratamentos,

em quatro repetições, distribuídos em sistema fatorial 6x3x2, compreendendo os seis

sistemas acima citados, três épocas de coleta do solo em 2009 (janeiro e dezembro -

período seco; junho – período chuvoso) e duas profundidade do solo (0-5 cm e 0-1-

cm). Na avaliação da relação carbono da biomassa microbiana:carbono orgânico

(CBM:C), foi considerada somente a amostragem realizada em janeiro/2009 (período

40

seco atípico), nas duas camadas do solo, já descritas, sob os seis sistemas de manejo

e uso estudados.

Figura 4 – Trituração da capoeira utilizando o trator (Tritucap), nas áreas experimentais do projeto

Tipitamba, município de Igarapé-Açú (PA).

Foi realizada análise multivariada (Análise de Componente Principais) com a

finalidade de determinar as variáveis químicas e biológicas do solo mais sensíveis às

modificações na cobertura vegetal, proporcionadas pelos diferentes sistemas de

manejo e uso do solo, coletado em janeiro/2009, nas profundidades de 0-5 cm e 5-

10cm.

Na Figura 4, observa-se detalhe do preparo da área de Capoeira derrubada, sem

queima e com trituração da vegetação.

41

A Figura 5 mostra as áreas experimentais com as diferentes coberturas vegetais

estudadas.

Figura 5 – Visão das áreas experimentais com diferentes tipos de cobertura: capoeira, triturada,

queimada e sob sistema agroflorestal, município de Igarapé-Açú (PA).

42

3.3 HISTÓRICO DE USO DAS ÁREAS EXPERIMENTAIS

Na área referente à localidade de Cumaru (Quadro 1), após os preparos com

derruba e queima da vegetação e sem queima e com trituração da vegetação, foram

cultivados arroz (Oriza sativa), caupi (Vigna unguiculata) e mandioca (Manihot

esculeta Crantz), nos períodos de 1995 a 1998. A área de cultivo entrou em pousio

de 1999 a 2001, sendo que no período de 2002 a 2005 voltou a receber as mesmas

culturas. Entrou em pousio novamente no período de 2006 a 2009, recebendo o

cultivo da mandioca em 2010/2011.

Quadro 01- Especificidades das áreas em estudos.

Experimento Cumaru

Sem

Queima(triturado) Com Queima

1995 e 1996 1995 e 1996

arroz, caupi e

mandioca

arroz, caupi e

mandioca

1997 e 1998 1997 e 1998

arroz, caupi e

mandioca

arroz, caupi e

mandioca

1999 a 2001 1999 a 2001

pousio pousio

2002 e 2003 2002 e 2003

arroz, caupi e

mandioca

arroz, caupi e

mandioca

2004 e 2005 2004 e 2005

arroz, caupi e

mandioca

arroz, caupi e

mandioca

2006, 2007, 2008 e

2009

2006, 2007, 2008 e

2009

pousio pousio

2010 e 2011 2010 e 2011

mandioca mandioca Fonte. Pesquisa de campo, município de Igarapé-açu – PA, 2009

43

A Figura 6 mostra a localização da área experimental em Cumaru, Igarapé-

Açu.

Figura 6 - Localização da área de estudo na comunidade de Cumaru, município de Igarapé-Açú (PA).

(Foto: Google Earth, acesso: 09/agosto/2010).

O experimento na FEIGA/UFRA contemplou área com vegetação de capoeira

com 15 anos de idade, além de áreas preparadas com queima da vegetação, e sem

queima e com trituração da vegetação (Quadro 2). Em 2002/2003, na área sem

queima, foram plantados milho (Zea mays) e mandioca, e promovido o

enriquecimento com Acacia mangium Willd; em 2003/2004, pousio e

enriquecimento com Acacia mangium Willd; de 2005 a 2006, cultivo de milho e

mandioca; 2006 a 2007, plantio de caupi e mandioca e enriquecimento com Inga

edulis e Acacia mangium Willd; pousio e enriquecimento com Acacia mangium

Willd em 2008 e 2009; em 2010 a 2011, cultivo de milho e mandioca.

Na área queimada, plantio de milho e mandioca, de 2002 a 2003; pousio

natural em 2005 e 2006; cultivo de milho e mandioca, de 2007 a 2008; pousio de

2008 a 2011.

44

Quadro 02 - Especificidades das áreas em estudos.

Fonte. Pesquisa de campo, município de Igarapé-açu – PA, 2009

A localização da área estudada na FEIGA/UFRA encontra-se na Figura 7.

Figura 7 - Localização da área de estudo na UFRA/FEIGA, município de Igarapé-Açú (PA). (Foto:

Google Earth, acesso: 09/agosto/2010).

Experimento FEIGA/UFRA

Capoeira Sem queima(triturado) Com Queima

15 anos

2002 e 2003 2002 e 2003

milho e mandioca + enriquecimento com Acacia mangium Willd milho e

mandioca

2003 e 2004 2003 e 2004

pousio e enriquecimento pousio natural

2005 e 2006 2005 e 2006

milho e mandioca pousio natural

2006 e 2007 2007 e 2008

caupi e mandioca + enriquecimento com Inga edulis e a Acacia mangium Willd milho e

mandioca

2008 e 2009 2008 e 2009

pousio e enriquecimento pousio natural

2010 e 2011 2010 e 2011

milho emandioca pousio natural

45

Na área referente à localidade de Nova Olinda (Quadro 3), após os preparos com

derruba e trituração da vegetação de quatro anos, foi implantado o sistema agroflestal

com Cupuaçu (Theobroma grandiflorum), Açaí (Euterpe oleracea), Gliricídia

(Gliricídia sepium) e Paricá (Schizolobium amazonicum), em 2007.

Quadro 03 - Especificidades das áreas em estudos.

SAF – Nova Olinda

2007

Cupuaçu, Açaí, Gliricídia e Paricá Fonte. Pesquisa de campo, município de Igarapé-açu – PA, 2009

3.4 AMOSTRAGEM

As amostras de solo foram coletadas em janeiro de 2009, junho de 2009 e

Dezembro de 2009, em áreas pré-selecionadas em propriedades de agricultores

familiares, no âmbito do Projeto Tipitamba. Nessas áreas foram abertos miniperfis com

25 cm de profundidade e coletadas fatias de solo nas profundidades de 0 a 5 cm, e 5 a

10 cm (Figura 8), com quatro repetições formando-se cinco amostras simples para

formar uma amostra composta.

Figura 8 – Foto da trincheira utilizada para coletar as amostras nas camadas de 0-5, 5-10 cm, município

de Igarapé-Açu (PA).

46

As amostras foram acondicionadas sob baixa temperatura e submetidas à

análises químicas no Laboratório de Química do Solo da Embrapa Amazônia Oriental

conforme metodologia preconizada por Embrapa (1997). A análise de respiração basal e

carbono da biomassa microbiana foram efetuados no Laboratório de Microbiologia da

Universidade Federal Rural da Amazônia.

3.5 ANÁLISES QUÍMICAS

O pH foi medido com potenciômetro na relação solo:água 1:2,5. O fósforo

disponível, o potássio e o sódio trocáveis foram extraídos com uma solução Mehlich-1;

sendo que o fósforo foi determinado por colorimetria (comprimento de onda 660µm); o

potássio e o sódio foram determinados por fotometria de chama. O cálcio, o magnésio e

o alumínio trocáveis foram extraídos por uma solução de KCl 1 M; o cálcio e o

magnésio foram determinados por meio de titulação com EDTA 0,025 M e o alumínio

por titulação com NaOH 0,025 M. O hidrogênio + alumínio foram extraídos com

CH3COO2Ca 1M pH 7,0 e determinado por titulação com NaOH 0,025 M.

O carbono e nitrogênio totais do solo foram determinados por combustão via

seca com um autoanalisador, de alíquotas moídas e peneiradas a 0,2 mm. A partir dos

dados obtidos foram calculados a soma de bases, CTC a pH 7,0, CTCefetiva, porcentagem

de bases (%V) e porcentagem de alumínio (% m) e, relação carbono da

biomassa/carbono orgânico (CBM/C).

3.6 ANÁLISES BIOLÓGICAS

Utilizou-se o método da fumigação-extração para estimar o carbono da

biomassa microbiana (CBM) conforme Vance, Brookes e Jenkinson (1987) e Tate, Ross

e Feltham (1988). Amostras de aproximadamente 12,5 g (peso fresco) foram

acondicionadas em dessecador e submetidas à fumigação com clorofórmio livre de

álcool por 24 horas, agitadas por 30 minutos em extrato de K2SO4 0,5M e,

47

posteriormente, filtradas (Figura 9). Amostras não-fumigadas foram pesadas ao mesmo

tempo das amostras fumigadas e, posteriormente, conservadas em geladeira até a

retirada das amostras fumigadas do dessecador, para a extração simultânea dessas

amostras. Em seguidas, os extratos foram armazenados em frascos plásticos sob

congelamento até o início das análises químicas.

Figura 9 - Detalhe das amostras fumigadas em dessecador para determinação do carbono da biomassa

microbiana (CBM).

O CBM foi oxidado em meio ácido, com dicromato de potássio (0,4 N), sendo

a determinação realizada por titulação de oxi-redução, com sulfato de ferro ferroso

amoniacal (0,4 N).

Para o cálculo do CBM, foi utilizado o coeficiente Kc de 0,26 determinado

especificamente para solos da Amazônia, por Feigl et al. (1995), E expresso pela

quantidade de 14

C adicionado (como glicose), menos o respirado, menos o extraído

antes da fumigação; a partir destes dados foi calculado a diferença entre 14

C extraído

após e antes da fumigação, para finalmente ser obtido o Kc por meio da relação entre o

fluxo de 14

C extraível e 14

C microbiano.

48

Para o cálculo do CBM, utilizou-se a seguinte equação:

CBM = (CF – CNF)/ KC

Onde:

CBM = C da biomassa microbiana em µg de C por g de solo seco;

CF = quantidade de C extraído na amostra fumigada em µg de C/g de solo

seco;

CNF = quantidade de C extraído na amostra não fumigada em µg de C/g de

solo seco; e

KC = eficiência de extração de carbono;

A respiração basal do solo foi determinada fazendo-se a incubação do solo

durante 10 dias (Figura 10), sendo quantificada a partir do CO2 produzido pela

respiração dos microrganismos, seguindo a metodologia proposta por Gregorich et al.

(1990).

Figura 10 – Detalhe das amostras incubadas para determinação da respiração basal.

O ensaio constou de um kit formado por um frasco plástico com capacidade de

2 L, fechado hermeticamente, contendo um copo com 30 g de solo na umidade de

campo, juntamente com um béquer contendo 10 mL de NaOH 0,5 mol/L, sem entrar em

contato direto com a amostra de solo. Fez-se necessária também uma unidade deste kit

sem a adição de solo, para ser utilizada como prova em branco. O CO2 capturado pelo

hidróxido de sódio foi determinado por titulação, com solução de HCl 0,5 mol/L. Para

isto, colocou-se uma alíquota de 4 mL de solução de BaCl2 1 mol/L e 5 gotas de

fenolftaleína, como indicador. Todas as determinações foram feitas em duplicatas e os

resultados expressos com base no solo seco.

49

A quantidade de CO2 liberada foi calculada pela fórmula:

AT

xNxfxVT)-(Bsolo de /gCO g 2

em que:

B = mL da titulação da prova em branco;

T = mL da titulação da amostra;

N = normalidade do ácido (eqg/L);

f = fator de correção do HCl 0,5 M;

V = mL de NaOH (0,5M) usado na captura do CO2;

AT = mL da aliquota a ser titulada

O quociente metabólico (qCO2), que é a quantidade de CO2 liberada por

unidade de biomassa microbiana pelo tempo, foi determinado como proposto por

Anderson e Domsch (1993).

Os resultados foram expressos em µg CO2 µg CBM-1

h-1

3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

As médias obtidas nas análises dos atributos químicos e biológicos foram

submetidas à análise de variância (ANAVA), com a finalidade de avaliar os efeitos da

mudança da cobertura vegetal, épocas de amostragem e da profundidade do solo nas

variáveis estudadas. A comparação das médias obtidas das variáveis estudadas foi feita

pelo teste de Duncan, com 5% de probabilidade de erro, utilizando o programa

estatístico SAEG 8.1.

Os dados da primeira amostragem foram submetidos a uma análise

multivariada (análise de componentes principais), sendo utilizado o software R-

Development-Core-Team 2009 (IHAKA; GENTLEMAN, 1996) . A Análise dos

Componentes Principais, PCA (do inglês “Principal Component Analysis”), tem por

finalidade básica, a redução de dados a partir de combinações lineares das variáveis

50

originais. PCA é um método exploratório porque ajuda na elaboração de hipóteses

gerais a partir dos dados coletados, contrastando com estudos direcionados nos quais

hipóteses prévias são testadas. Ela é capaz de separar a informação importante da

redundante. Na análise de componentes principais (ACP), o primeiro componente

principal explica o maior grau de variabilidade, que vai diminuindo para cada

componente à medida que sua ordem aumenta (CP 2, CP 3...). A significância estatística

dos agrupamentos (tratamentos) foi avaliada pelo test de permutação de Monte Carlo.

Os resultados encontrados utilizando-se a análise multivariada (ACP) foram

confrontados com os resultados obtidos pela análise de variância para a primeira coleta,

buscando encontrar as variáveis químicas e microbiológicas que se mostraram boas

indicadoras das mudanças de uso do solo para ambas as análises estatísticas.

51

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 ATRIBUTOS QUIMICOS DOS SOLOS SOB DIFERENTES SISTEMAS DE

MANEJO

As médias dos atributos químicos dos solos analisados nas áreas com diferentes

sistemas de uso e manejo encontram-se na Tabela 1. O resumo da análise de variância

destas variáveis encontra-se nas tabelas correspondentes ao Anexo 1 e 2.

O valor do pH (H2O) dos solos variou de 4,8 a 5,28 na profundidade de 0-5 cm e

de 4,55 a 5, 32 na profundidade de 5-10 cm. Esses resultados são típicos de Latossolos

da Amazônia, que são fortemente ácidos. Ressalta-se que na região de estudo os solos

apresentam acidez natural elevada, em decorrência do material de origem (VIEIRA;

SANTOS, 1987) e da intensa precipitação pluviométrica. Na área sob SAF, em que o

preparo do solo foi feito com trituração da vegetação (T6), e na área de plantio com

corte e queima da vegetação, da FEIGA/ UFRA (T5), com pousio de três anos, os

valores de pH foram respectivamente, de 5,28 e 5,05, sendo classificados como de

acidez média, enquanto que nas mesmas áreas, os valores de pH ficaram abaixo de 5,0,

considerados como acidez elevada (TOMÉ JR., 1997).

O menor valor de pH na camada 0-5 cm do solo (4,80) foi encontrado na

capoeira T3, resultado esse que se aproxima dos encontrados por Kato et al. (2005), em

solos da mesma área de estudo, em que observaram valores mais elevados de pH, de 5,1

e 5,2 em capoeiras de 4 e 10 anos, respectivamente, na camada de 0-30 cm, porém sobre

um Argissolo Amarelo distrófico.

Na camada superficial, o T6 (SAF-trituração) apresentou o maior valor de pH

(5,28), com maior valor apresentam diferença significativa para os demais tratamentos,

tanto para capoeira como para os sistemas que foram derrubados e queimados. Neste

estudo, verificou-se também acidez média para o tratamento T5 (UFRA-queima) que

sofreu corte e queima, o que pode ser explicado pelo aumento significativo do pH logo

após a queima da biomassa, no entanto, outros tratamentos não tiveram os mesmos

efeitos.

52

Soares (2007), estudando solos em ecossistemas de terra firme de duas

comunidades tradicionais do município de Benjamin Constant (AM), observou que a

queima não afetou o pH dos sistemas estudados em ambas as comunidades, exceto no

solo da capoeira de 20 anos. O autor observou que esses resultados podem estar

relacionados a vários fatores, como a intensidade da queimada, pois em geral os

agricultores da região do Alto Solimões realizam a queima de suas áreas com a

vegetação derrubada ainda não totalmente seca, com isso as áreas ficam “mal

queimadas” restando muitos troncos e galhos pouco queimados. Silva (1998) também

não observou, nas condições edafoclimáticas da mata Atlântica, um aumento de pH no

solo após a queima de uma capoeira de 5 anos em Ilha Grande, Rio de janeiro.

Todavia, outros autores observaram aumento significativo no pH do solo logo

após a queima da vegetação. Holscher et al., (1997) observaram aumento de 11% com a

queima de duas capoeiras de 7 anos para a implantação de roças de mandioca e milho,

sob um Argissolo em Igarapé-Açu, Pará. Sánchez et al. (1993) e Sampaio (1997)

observaram aumentos acima de 15% após a queima de florestas sobre Latossolo em São

Carlos do Rio Negro, na Venezuela.

Aumentos nos valores de pH na profundidade de 5-10 cm, também foram

encontrados em alguns tratamentos, o que é corroborado pelos resultados encontrados

por Falcão e Silva (2000), onde observaram ligeiras diferenças no aumento do pH com a

profundidade do solo, em estudo realizado com Latossolo Amarelo em Manacapuru-

AM.

Na profundidade avaliada 0-5 cm as concentrações de K variaram de 0,04 a 0,1

cmolc.dm-3

sendo os maiores valores encontrados nas áreas T4 (FEIGA/UFRA-

trituração), T5 (FEIGA/UFRA-queima), T6 (SAF-trituração) e T3 (capoeira),

respectivamente, sem diferença significativa entre si, com tendência de superioridade no

T4 sem queima, com 0,1 cmolc.dm-3

. Na profundidade de 5-10 cm as concentrações de

K variaram de 0,04 a 0,07 cmolc.dm-3

, sendo que nos tratamentos T4 (FEIGA/UFRA-

trituração) e T6 (SAF-trituração) os valores obtidos de 0,07 cmolc.dm-3

superaram

significativamente os encontrados nos demais tratamentos.

Foi observado tendência de decréscimo nos valores de K com o aumento da

profundidade. Resultado semelhante ao encontrado por Sena (2006) estudando

diferentes sistemas agroflorestais sobre Latossolo Amarelo em Marituba-PA, verificou

também decréscimo do conteúdo de K com o aumento da profundidade. Em todos os

53

casos, as concentrações de K são consideradas de níveis baixos, conforme Tomé jr.

(1997). No entanto, Kato et al. (2005) estudando Argissolo do Oeste do Pará,

observaram valores mais elevados de K (0,30 a 0,80 cmolc.kg-1

) em capoeiras de 4 e 10

anos. O maior conteúdo de K de 0,1 cmolc.dm-3

encontrado no tratamento T4

(FEIGA/UFRA-trituração) pode ser explicado pelo maior acúmulo de matéria orgânica

na camada superficial do solo, promovendo aumento da disponibilidade dos nutrientes

essenciais às plantas. Além de possuir K+

trocável, preso aos grupos carboxílicos e

fenólicos, a matéria orgânica apresenta potássio no seu interior o qual é liberado com a

mineralização de seus constituintes, processo que é mais intenso com o aumento do teor

de umidade do solo, (MALAVOLTA, 1980), o que foi observado por Sena (2006).

As concentrações de Ca variaram de 0,92 a 2,92 cmolc.dm-3

e de 0,68 a 2,48

cmolc.dm-3

nas profundidades de 0-5 cm e 5-10 cm, respectivamente. Os maiores

valores de Ca a 0-5 cm, ocorreram nos tratamentos T5 (FEIGA/UFRA-queima), T6

(SAF-trituração) e T4 (UFRA-trituração), respectivamente, 2,92 cmolc.dm-3

, 2,60

cmolc.dm-3

e 2,58 cmolc.dm-3

, sem diferenças significativas. Na profundidade de 5-10

cm, foram encontrados nos tratamentos T6 (SAF-trituração) e T5 (FEIGA/UFRA-

queima), os maiores valores de 2,48 cmolc.dm-3

e 2,25 cmolc.dm-3

, respectivamente,

sem diferenças significativas. Esses resultados estão de acordo com muitos estudos na

Amazônia que tem mostrado que a derruba e queima ocasiona um incremento deste

nutriente no solo, pois a maior quantidade de cálcio no sistema encontra-se na biomassa

vegetal e é liberada junto às cinzas, na ocasião da queima (SMYTH, 1996; HOLSCHER

et al. 1997).

54

TABELA 1 - Atributos químicos do solo sob diferentes sistemas de manejo e uso do solo. Igarapé–Açú (PA). Jan/2009.

prof. = profundidade: pH = potencial hidrogênico; K+, Ca

++, Mg

++, Na

+ , Al

+3 cátions

trocáveis; CTC = capacidade de troca de cátions; V = saturação por bases; m = saturação

por alumínio; P = fósforo disponível. . Médias de uma mesma profundidade, seguidas de mesma letra minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Ducan a 5% de

significância.

Localidade Sistema Prof pH K Ca Mg Na Al CTC P V m

de Manejo (cm) H2O cmolc.dm³ mg.dm-3 (%)

Cumaru

T1 SQ

0-5

4,98bc 0,036b 0,92c 0,45b 0,033c 0,42b 3,26e 3,75ab 44,02b 23,26a

T2 Q 4,98bc 0,051b 1,60b 0,48b 0,039c 0,32b 4,36d 5,50ab 49,82b 13,36b

FEIGA/UFRA

T3 CAP 4,80c 0,078a 1,58b 0,65ab 0,090a 0,75a 6,93a 4,00ab 34,32c 24,59a

T4 SQ 4,95bc 0,097a 2,58ª 0,72a 0,061b 0,28bc 6,51ab 5,75ab 53,11b 7,40bc

T5 Q 5,05b 0,092a 2,92a 0,82a 0,061b 0,12c 5,76bc 3,50b 67,78a 3,18c

Nova Olinda T6 SAF

5,28a 0,085a 2,60a 0,88a 0,056b 0,10c 5,35c 6,50a 67,40a 2,75c

Cumaru

T1 SQ

5-10

4,55c 0,041c 0,78d 0,42b 0,035c 0,95a 4,29b 5,50a 29,59c 43,39a

T2 Q 4,72bc 0,046bc 1,22c 0,38b 0,039bc 0,62b 4,37b 5,00a 38,42b 27,46b

FEIGA/UFRA

T3 CAP 4,72bc 0,054abc 0,68d 0,42b 0,055a 0,92a 4,51b 2,00b 26,91c 43,46a

T4 SQ 4,80b 0,067a 1,80b 0,75a 0,055a 0,55b 6,10a 5,00a 43,96b 17,00bc

T5 Q 5,22a 0,056ab 2,25a 0,68a 0,048ab 0,25c 5,50a 2,00b 55,20a 7,70cd

Nova Olinda T6 SAF 5,32a 0,065a 2,48a 0,85a 0,041bc 0,20c 5,54a 5,75a 62,33a 5,42d

55

Nos tratamentos que sofreram trituração T4 (UFRA/FEIGA-trituração) e T6 (SAF-

trituração), os valores elevados de Ca, apresentados podem ser explicados pela maior

concentração de matéria orgânica e, como conseqüência, ocorrerá menor eficiência na

ciclagem desse nutriente. Apesar da acidez natural dos solos das áreas tropicais, a matéria

orgânica bem manejada é um dos principais recursos dos sistemas agrícolas, sendo

responsáveis por alterações químicas na camada superficial do solo, como a elevação do pH e

do teor de Ca, em detrimento do Al (SANCHES; VILLACHICA; BANDY, 1983; AMIEN,

1989; BESSHO; BELL, 1992). Também, o tipo de vegetação e as condições ambientais são

fatores que determinam a quantidade e a qualidade do material que se deposita no solo,

influenciando a heterogeneidade e a taxa de decomposição do material depositado à superfície

(MOREIRA; SIQUEIRA, 2002).

Todavia, o acúmulo de nutrientes na vegetação em pousio está associado com a

diversidade de espécies, o tamanho da vegetação e a fertilidade do solo (SZOTT; PALM;

BURESH, 1999). Soares (2007), estudando áreas com diferentes sistemas de uso da terra, na

região do Alto Solimões (AM), verificou que o tempo de pousio das capoeiras contribuiu para

um incremento significativo nos teores de Ca no solo. Os maiores aumentos foram verificados

nas capoeiras com maior tempo de pousio e, os menores, nas florestas e capoeiras de três

anos.

Os teores de Mg variaram de 0,45 a 0,88 cmolc.dm-3

e de 0,38 a 0,85 cmolc.dm-3

nas

profundidades de 0-5 cm e 5-10 cm, respectivamente. Os maiores valores para as duas

profundidades foram encontradas no T6 (SAF-trituração), porém, sem diferença estatística

significativa com os tratamentos T3 (capoeira), T4 (FEIGA/UFRA-trituração) e T5

(UFRA/FEIGA-queima). Em solos ácidos, como os solos da Amazônia, normalmente o Mg

encontra-se em baixos teores na solução do solo, seja devido as perdas de bases ao longo do

perfil, à pobreza do material de origem ou ao baixo pH do solo (LUCHESE; FAVERO,

2001).

Os teores de magnésio encontrados no presente estudo são considerados de baixo a alto

(TOMÉ JR., 1997; RAIJ et al, 1996). Os teores de Mg decresceram com maior profundidade

estudada, semelhantes aos resultados encontrados por Araújo et al. (2004), Ferreira (2006), e

Sena (2006), em solos da Amazônia. Assim como observado para o Ca, os teores de Mg

também foram maiores nos tratamentos T3 (capoeira), T4 (FEIGA/UFRA-trituração) e T5

(UFRA/FEIGA-queima), o que pode ter as mesmas explicações anteriores.

56

Kato et al. (2005) observaram teores médios de magnésio para um Argissolo Amarelo

distrófico, na Amazônia Oriental, que variaram de 0,2 a 0,4 cmolc. dm-3

, em capoeiras de

quatro e dez anos de pousio, respectivamente.

Os teores de alumínio dos solos estudados variaram de 0,10 a 0,75 cmolc.dm-3

e de 0,20

a 0,95 cmolc.dm-3

. Os maiores valores foram encontrados nas profundidades de 5-10 cm nos

tratamentos T1 (Cumaru-trituração) e T3 (capoeira), valores estes considerados de nível

médio, conforme Tomé Junior (1997) e Raij et al. (1996). Foi observado, também, que os

valores são menores na camada superficial e aumentam com a profundidade. Isto se deve a

maior presença de matéria orgânica em superfície, que possuem radicais carboxílicos e

hidroxílicos, que formam complexos com o alumínio e impedem que este possa atingir teores

trocáveis elevados e tóxicos aos vegetais (LUCHESE; FAVERO, 2001).

Os menores valores de alumínio trocável foram encontrados nos tratamentos T6 (SAF-

trituração) e T5 (FEIGA/UFRA-queima) nas profundidades estudadas, respectivamente, 0,10

e 0,12 cmolc.dm-3

e 0,20 e 0,25 cmolc.dm-3

. Tais resultados podem ser explicados pela maior

deposição e qualidade de resíduos orgânicos no solo do SAF com trituração, e na deposição

de cinza no solo do T5 com queima, esta disponibilizando bases trocáveis no primeiro

momento para o solo. Portanto, é de se esperar que ocorra redução dos teores de Al trocável

após a queima da vegetação, pois as cinzas resultantes da combustão da biomassa agem como

corretivo da acidez do solo e precipitam (insolubilizam) os íons de Al do solo, na forma de

Al(OH)3 não absorvível pelas plantas, em um claro efeito benéfico para o crescimento e

desenvolvimento das culturas (JUO; MANU, 1996; SMYTH, 1996). Por sua vez, matéria

orgânica presente nos solos forma complexos com o Al trocável, diminuindo desta forma o

seu teor na solução do solo, aumentando à disponibilidade de nutrientes as plantas (SZOTT;

PALM, 1999).

Foi observado, também, efeito, da queima e trituração da biomassa vegetal, nos

tratamentos T1 (Cumaru-trituração), T2 (Cumaru-queima) e T4 (FEIGA/UFRA-trituração),

que apresentaram teores de alumínio classificados como baixo, mas que apresentaram

diferenças estatísticas significativas para os tratamentos T5 (UFRA/FEIGA-queima) e T6

(SAF-trituração). Holscher et al. (1997), observaram o efeito da queima da biomassa vegetal

nas propriedades químicas de solo do Nordeste Paraense, com redução nos teores de Al

trocável após a queima de uma capoeira de sete anos, para a implantação de roças de

mandioca e milho.

57

Os teores de fósforo no solo variaram de 3,50 a 6,50 mg.dm-3

na profundidade de 0-5cm

e de 2,0 a 5,75 mg.dm-3

a 5-10 cm de profundidade, sendo esses valores considerados baixos

(TOMÉ JUNIOR, 1997), evidenciando a escassez de fósforo nos solos intemperizados da

Amazônia. O tratamento T6 (SAF-trituração) apresentou valor mais elevado (6,50 mg.dm-3

),

porém não havendo diferença estatística entre os demais tratamentos. A trituração da

vegetação produziu incremento significativo na disponibilidade de fósforo no solo nas duas

camadas estudadas. Provavelmente, esse acréscimo de P nos tratamentos com trituração seja

devido à presença de P orgânico, o qual é mineralizado e adicionado ao solo. Esses valores

evidenciam a escassez de P nos solos de terra firme da Amazônia, apesar dos teores obtidos

situarem-se um pouco acima dos Latossolos da região, que são da ordem de 1 a 3 mg.kg-1

(SMYTH, 1996; ALFAIA; SOUZA, 2002).

A CTC a pH 7,0 variou de 3,26 a 6,93 cmolc.dm-3

e de 4,29 a 6,10 cmolc.dm-3

, nas

camadas de 0-5 cm e 5-10 cm, respectivamente, valores considerados de baixo a médio,

conforme Mello et al. (1985). O maior valor foi encontrado na profundidade superficial, no

tratamento T3 (capoeira) igual a 6,93 cmolc.dm-3

, mostrando que em alguns tratamentos

houve decréscimo da CTC com o aumento da profundidade de amostragem, porém, em outros

tratamentos não foi observado uma redução na CTC.

Sena (2006) estudando diferentes sistemas agroflorestais sobre um Latossolo Amarelo

em Marituba-PA, em época seca, verificou valores que corroboram com os encontrados nesse

trabalho, sendo de 5,02 cmolc.dm-3

a 0-5 cm e 5,42 cmolc.dm-3

a 5-10 cm. O autor verificou

resultado semelhante quando comparou os diferentes sistemas de uso; tendo a floresta

secundária nos dois períodos de amostragem (estação seca e chuvosa) superado os demais no

parâmetro para CTC. A maioria dos valores encontrados ficaram entre 3,0 e 5,0 cmolc.dm-3

,

segundo Lopes e Guilherme (1992), os solos com CTC entre 1 a 5 cmolc.dm-3

são compostos

por alta percentagem de areia e, ou baixo teor de matéria orgânica, e apresentam alta

lixiviação de N e P e menor capacidade de retenção de umidade.

A saturação por bases (V%) mostrou valores entre 34,3% a 67,8% e de 26,9% a 62,3%,

nas profundidades estudadas. Os valores mais baixos de V% foram encontrados em T3

(capoeira), independentes da profundidade estudada. A explicação para isto é que esse

ecossistema dependem da ciclagem interna de nutrientes, e este solo encontra-se com pH

baixo. Os valores mais elevados foram observados nos tratamentos T5 (FEIGA/UFRA-

queima) e T6 (SAF-trituração), porém, sem diferença estatística entre os mesmos; para ambas

as profundidades. A saturação por bases é um excelente indicativo das condições gerais de

58

fertilidade do solo e, quando se apresenta com valores menores que 50%, indica que o solo

está com baixa fertilidade; acima de 50% está com boa fertilidade.

A saturação por alumínio (m%) variou de 2,75% a 24,59% na profundidade de 0-5 cm e

5,42% a 43,46% na profundidade de 5-10 cm, nos sistemas de manejo estudados. Os maiores

valores foram encontrados no tratamento T3(capoeira), para as duas profundidades estudadas,

porém, sem diferenças significativas para o sistema T1(Cumaru-trituração), onde ocorreu o

corte e trituração da capoeira. Os menores valores observados na camada de 0-5 cm foram

encontrados nos sistemas T6 (SAF-trituração)), T5 (FEIGA/UFRA-queima) e T4

(FEIGA/UFRA-trituração, respectivamente 2,75, 3,18 e 7,40 m%, considerados valores

baixos, ou não-prejudicias (TOMÉ JUNIOR, 1997). Para a profundidade 5-10 cm, apenas o

sistema T6 (SAF-trituração) se manteve dentro do nível que vai de 0-15 %V. Valores entre

16-35 % são considerados de nível médio (levemente prejudicial), segundo o autor. Gama

(2002), encontrou valores para m% de 11 na camada de 0-10 em área de vegetação secundária

de 4 anos, e de 30,1 em vegetação secundária de 10 anos

Os teores de carbono orgânico (C) encontrados nas duas profundidades na primeira

coleta (período seco) variaram de 5,33 a 13,03 g.kg-1

, (Tabela 2), considerados de baixo a

médio (TOMÉ JUNIOR, 1997). O teor mais elevado foi observado no T3 (capoeira), camada

de 0-5 cm, o qual difere estatisticamente dos demais tratamentos. À exceção dos sistemas T1

(Cumaru-trituração) e T2 (cumaru-queima), nos demais os teores de C decresceram com a

profundidade. Maiores teores de C nas camadas mais superficiais são comumente observados

em diversos tipos de solos sob diferentes tipos de vegetação, e estão relacionados com

maiores concentrações de matéria orgânica, que contém, em média, cerca de 58% de C

(RECCO et al., 2000; RESENDE, 1995). Rodrigues (2006) estudando solos em diferentes

tipos de cobertura vegetal, SAFs e capoeira no município de Aurora do Pará (PA), verificou

redução significativa do C em função da época de coleta e profundidade de amostragem, com

as maiores quantidades de C encontradas na estação seca (8,7 g.kg-1

) e na profundidade de 0-5

cm (8,0 g.kg-1

), corroborando com os resultados encontrados neste estudo.

Estudando a dinâmica da matéria em diferentes sistemas de manejo na Amazônia

ocidental, Moreira e Malavolta (2004), também verificaram que os maiores valores foram

encontrados na camada superficial, semelhantes aos resultados encontrados no presente

trabalho.

O teor de nitrogênio total (N) variou de 0,9 a 2,2 g.k-1

na profundidade de 0-5 cm, e de

1,2 a 1,5 g.k-1

a 5-10 cm, observando-se, também, os maiores valores no T3 (capoeira). Como

59

para o carbono, os maiores teores de N foram encontrados na camada superficial e decresceu

com a profundidade. Isto se deve à maior presença de matéria orgânica na camada superior,

decorrente da decomposição de detritos vegetais (CERRI; VOLKOFF; EDUARDO, 1985).

Na camada superficial a redução dos teores de N nos solos das áreas queimadas, em

comparação com a vegetação secundária (capoeira) pode estar relacionada com o uso do fogo,

haja vista que o N é o nutriente que se perde em maior quantidade para a atmosfera (95 a 98

%) via volatilização (MAKENSEN et al. 1996). Valores semelhantes a 0-10 cm de

profundidade, para tratamentos com queima, foram observados por Holscher et al. (1997) em

um Argissolo, na Amazônia Oriental, com roças de mandioca e milho, um mês após a queima

de uma capoeira de 7 anos, a 0-10 cm.

TABELA 2- Carbono orgânico (C), nitrogênio total (N) e relação carbono:nitrogênio (C/N) de Latossolo

Amarelo, sob diferentes sistemas de manejo e uso do solo. Igarapé-Açú (PA). Janeiro de 2009.

Localidade Sistema Prof C N C/N

de Manejo (cm) g.kg-1

Cumaru T1 SQ

0-5

5,33e 0,9d 6,12 ab

T2 Q 6,00e 1,1cd 5,43 b

UFRA

T3 CAP 13,03a 2,2a 6,07 ab

T4 SQ 11,02b 1,6b 7,13 ab

T5 Q 9,82c 1,6bc 7,05 ab

Nova Olinda T6 SAF 7,36d 1,1cd 6,53 ab

Cumaru T1 SQ

5-10

6,77b 1,4a 4,76 a

T2 Q 7,41ab 1,2a 6,32 a

UFRA

T3 CAP 7,49ab 1,3a 5,55 a

T4 SQ 9,43a 1,5a 6,24 a

T5 Q 8,72ab 1,3a 6,66 a

Nova Olinda T6 SAF 8,23ab 1,3a 6,38 a

Obs: Os valores são médias de quatro repetições por cobertura vegetal. Médias de uma mesma profundidade,

seguidas de mesma letra minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de significância.

A relação carbono/nitrogênio (C/N) teve variação de 5,4 a 7,1 na profundidade de 0-5

cm e de 4,76 a 6,66, de 5- 10 cm de solo. Essa variação é muito pequena, e todos os valores

estão inferiores a 16, o que significa dizer que a taxa de mineralização está sendo maior que a

de imobilização. A matéria orgânica torna-se eficiente fonte de nutriente, quando os valores

60

da relação C/N estão entre 11 e 16, indicando que o processo de mineralização está

predominando (COLOZZI-FILHO; ANDRADE; BALOTA, 2001). O maior valor foi

encontrado na camada superficial, no sistema T4 (FEIGA/UFRA-trituração) correspondente a

área que sofreu trituração e enriquecimento com leguminosas, com diferença significativa

apenas para o tratamento T2 (Cumaru-queima), onde ocorreu a queima da biomassa vegetal.

Este resultado não é comum, porém, essa área encontrava-se em pousio na época da

amostragem, podendo-se inferir sinais de recuperação do solo. Kristensen (2000), encontrou

uma relação C/N mais elevada na matéria orgânica total do solo, sob plantio direto, atribuindo

o fato à presença de compostos em estado menos avançado de humificação, o que não ocorreu

neste estudo. Calderón (2001) justifica que compostos com baixa relação C/N podem estar

protegidos em agregados no sistema de plantio direto, sendo, eventualmente mineralizado.

Para as amostras subsuperficial, os valores da relação C/N tiveram um pequeno

decréscimo, porém não se observou diferença estatística entre os sistemas de uso estudados.

Segundo Colozzi-Filho, Andrade e Balota (2001) os valores encontrados para a relação C/N

(< 20) são considerados baixos, indicando, possivelmente, que os resíduos culturais destes

sistemas em estudos são ricos em N, o que resultou em maior taxa de mineralização do

nutriente do que sua imobilização pela microbiota do solo. Valores próximos a estes foi

encontrado por Silva (2006) em sistemas agroflorestais em Paraty, (RJ), que variou entre 8,9 e

7,4, respectivamente em SAF e mata nativa. Em Argissolo de Igarapé-Açú (PA), em

diferentes sistemas agroflorestais, Duarte (2003) encontrou uma relação C/N na estação seca,

de 11,44 na profundidade 0-5 cm, e de 10,65 para a profundidade de 5-10 cm, valores estes

mais elevados que os encontrados neste estudo, mas que ficam dentro da faixa considerado

baixo, onde está ocorrendo uma maior taxa de mineralização da matéria orgânica. Os valores

encontrados nesta pesquisa, considerados baixos, leva a crer que os organismos

decompositores não são limitados pelo N, o que resulta em uma liberação líquida de N

inorgânico para a solução do solo.

61

4.2 ATRIBUTOS BIOLÓGICOS DOS SOLOS SOB DIFERENTES SISTEMAS DE

MANEJO

4.2.1 Carbono da biomassa microbiana (CBM)

Nas tabelas constantes dos anexos 3 e 4, encontram-se as análises de variância dos

atributos biológicos estudados.

Na Tabela 3 encontram-se as médias de carbono da biomassa microbiana (CBM) de

Latossolo Amarelo submetido a diferentes sistemas de uso e coletado em diferentes épocas.

Houve efeito marcante de sazonalidade nos sistemas de manejo, com os maiores

valores de CBM observados no período chuvoso (Jun/2009), sendo que os sistemas T5

(FEIGA/UFRA-queima), T4 (FEIGA/UFRA-sem queima) e embora sem diferirem entre si,

T3 (capoeira), foram superiores aos demais.

Os valores de CBM encontrados no período chuvoso, nos sistemas T2 (Cumaru-

queima) e T6 (Nova Olinda-SAF), mostraram tendência de superioridade sobre aqueles

obtidos nos períodos secos, sem que essas diferenças apresentassem significância estatística.

No período seco (Dez/2009) os valores de CBM foram reduzidos, em relação à

amostragem anterior,mantendo-se nos sistemas de manejo T3, T5 e T4,os maiores valores,

sem diferenças significativas.

Os maiores valores de CBM encontrados no período chuvoso, são respaldados na

literatura sobre o assunto. Conforme Luizão (1989), provavelmente, o aumento da

precipitação pluvial provocou aumento do carbono microbiano, tendo em vista que este

mantém uma correlação positiva com o aumento da disponibilidade de água do solo, que

favorece a atividade da população microbana.

62

TABELA 3 - Carbono da biomassa microbiana (CBM) de Latossolo Amarelo, em função de diferentes sistemas

de manejo e uso do solo e épocas de amostragem. Igarapé-Açú (PA).

Época T1 T2 T3 T4 T5 T6 Média

CBM (µg.g-1

de solo)

Jan/2009

Jun/2009

Dez/2009

41,65 aA

37,05 aB

44,62aBC

17,06 aA

33,64aB

27,73 aC

43,00 bA

134,03aA

92,77 aA

27,21 bA

146,51aA

73,82bBC

36,43 bA

172,83aA

75,76bB

20,38aA

42,38 aB

33,03 aC

30,95 b

78,23 a

74,13 a

Média 41,11 B 26,14 B 89,93 A 82,51 A 95,01 A 31,93 B

Obs: Médias seguidas da mesma letra minúscula dentro da coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo

Teste de Duncan a 5% de probabilidade.

Facci (2008) estudando vários sistemas de uso do solo em São Paulo, tais como mata

nativa, plantio direto e convencional, também encontrou os maiores valores de CBM nas

amostragens ocorridas no verão (período chuvoso), fazendo supor que algumas características

associadas a essa estação, tais como maiores temperaturas e umidade, e a cultura, com distinto

padrão de exsudação radicular, influenciaram a microbiota, resultando em maiores teores

desta variável.

Os valores mais elevados dos teores de carbono microbiano implicam maior

imobilização temporária de nutrientes e, conseqüentemente, em menores perdas de nutrientes

no sistema solo-planta (MERCANTE, 2004). O CBM é um dos indicadores mais promissores

da qualidade do solo, pois ele responde prontamente às mudanças ambientais, muitas vezes,

muito mais cedo do que os parâmetros físicos e químicos, incluindo o carbono orgânico total

/COT, e até mesmo a produtividade das culturas, de forma consistente ao longo flutuações

sazonais devido às condições climáticas (SPARLING, 1997; BALOTA et al., 1998;

SEYBOLD; HERRICK; BREJDA, 1999; NOGUEIRA et al., 2006; ROSCOE et al., 2006;

FRANCHINI et al., 2007; HUNGRIA et al., 2009).

Uma provável explicação para o maior valor ocorrido no período seco (Dez/2009), no

tratamento T5 (FEIGAUFRA-queima), é que nesse sistema encontra-se, também, uma

vegetação de gramíneas invasoras, densa, porte médio, o que pode estar relacionado com

maiores teores de matéria orgânica obtidos na estação seca, pois é amplamente conhecido que

o CBM aumenta com aumento da matéria orgânica no solo. Oliveira et al. (2001) justificam

que os maiores valores de CBM encontrados em pastagem, é devido à maior densidade de

raízes e, conseqüentemente, maior efeito rizosférico, aumentando a disponibilidade de

63

substratos orgânicos para a comunidade microbiana do solo. Rodrigues (2006) estudando

SAFs na Amazônia Oriental, encontrou valores de CBM na época seca que corroboram com

os resultados desta pesquisa. O autor ressalta, ainda, que outro fato que também contribuiu

para o aumento da matéria orgânica, foi a manutenção nos SAF‟s dos restos culturais do caupi

cultivado por dois anos consecutivos.

O SAF estudado neste trabalho apresentou valores de CBM que não diferiram

significativamente entre as épocas de amostragem. Vasconcelos (2002) obteve respostas

similares, quantificando maiores teores de CBM na estação seca em vegetação secundária, o

que também foi observado neste estudo. Na média geral de CBM, entre os tratamentos,

verificou-se a superioridade do sistema T5 (FEIGA/UFRA-queima), sobre os demais, porém,

não sendo verificada diferença significativa em relação aos sistemas T3 (capoeira) e T4

(FEIGA/UFRA-trituração). A maior média geral de CBM entre as três épocas de amostragem,

ocorreu no período chuvoso (Jun/2009), não apresentando diferença significativa para o

período seco (Dez/2009).

Kaschuk, Alberton e Hungria (2009), em estudo sobre biomassa microbiana do solo,

em experimento de três décadas em ecossistemas brasileiros, verificaram que o aumento do

CBM em plantio direto foi de 58% no período de 10-15 anos, permanecendo estável até aos

25 anos. Os autores ressaltam, também, as tendências para o aumento da CBM, em média, em

uma série de estudos em todo o Brasil. No entanto, os valores obtidos por Kaschuk, Alberton

e Hungria (2009) foram inferiores aos determinados por Balota, Collozi-Filho e Andrade

(1998), iguais a 118%, Pereira et al. (2007), de 114%, e Franchini et al. (2007),

correspondente a 80%, em plantio direto em Latossolos no Sul do Brasil, mas foram

altamente significativos e positivos, e de forma consistente ao longo dos anos.

Neste estudo foi observado que o tratamento com corte e trituração-FEIGA/UFRA

(T4) foi tão eficiente quanto a vegetação secundária (T3), no tocante ao CBM, o que pode ser

explicado e entendido pelos resultados dos autores citados acima, indicando que ocorre um

aumento consistente de CBM ao longo dos anos nos sistemas de manejo mais sustentávies.

4.2.1.1 Interação sistema de manejo versus profundidade do solo

Na Tabela 4 estão apresentadas às médias de carbono da biomassa microbiana, sob os

efeitos da interação entre os sistemas de manejo e a profundidade do solo.

64

Nos sistemas de manejo T3, T4, e T5, todos na FEIGA/UFRA, ocorreram os maiores

valores de CBM, nas duas camadas do solo, amostrados, com decréscimo significativo dos

valores, com a profundidade. Dentro de cada camada, os maiores valores de T3, T4 e T5, não

diferiram entre si.

Os sistemas T1, T2 e T6 apresentaram os menores valores de CBM, sem diferenças

significativas, independente da profundidade do solo.

O maior aporte de resíduos orgânicos na capoeira de 15 anos, como foi verificado por

Vasconcelos (2002), em Castanhal (PA), evidencia o aumento do conteúdo de CBM de

acordo com o aumento da idade da capoeira. A redução do CBM, com o aumento da

profundidade de amostragem, é decorrente, provavelmente, da diminuição da população

microbiana nas camadas inferiores, devido às condições mais desfavoráveis ao seu

desenvolvimento, como a diminuição da aeração do solo e a menor disponibilidade de matéria

orgânica de mais fácil decomposição.

TABELA 4 - Carbono da biomassa microbiana (CBM) de Latossolo Amarelo, em função de diferentes sistemas

de manejo e uso do solo e profundidade de amostragem. Igarapé-Açu (PA).

Sistema de Manejo Prof 0-5 cm Prof 5-10 cm Média

CBM (µg.g-1

de solo)

T1

T2

T3

T4

T5

T6

35,51 bA

23,47 bA

122,73 aA

103,90 aA

92,59 aA

38,48 bA

46,71 bA

28,82 bA

57,13 abB

61,12 abB

97,42 aA

25,38 bA

41,11

26,14

89,93

82,51

95,00

31,93

Média 69,45 A 52,76 B

Obs: Médias seguidas da mesma letra minúscula dentro da coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo

Teste de Duncan a 5% de probabilidade.

Observou-se interação significativa apenas nos tratamentos T3 (capoeira) e T4

(UFRA/FEIGA-trituração), nas duas profundidades estudadas, o que pode ser explicado pela

maior atividade microbiana nesses primeiros centímetros do solo, como já foi discutido

anteriormente. Considera-se que a biomassa microbiana concentra-se nos cinco centímetros

superficiais, onde há substrato mais abundante (PICCOLO et al., 2009, citados por

NICODEMO, 2009). Por outro lado, Rodrigues (2006), não verificou efeito da interação entre

65

a cobertura vegetal e as profundidades estudadas no conteúdo de CBM de um Latossolo

Amarelo, no Município de Aurora do Pará-PA.

4.2.1.2 Interação época de coleta versus profundidade do solo

Os teores de CBM em relação à interação épocas de amostragem e profundidades,

encontram-se na Tabela 5. Verifica-se que o maior valor de CBM ocorreu no período de

maior umidade do solo, na profundidade de 0-5 cm (104,03 µg.g-1

solo), apresentando

diferença significativa para a camada de 5-10 cm (52,42 µg.g-1

).

Na profundidade de 0-5 cm, o maior valor de CMB ocorrido no período chuvoso,

diferente significativamente das demais épocas de amostragem, evidencia a importância da

disponibilidade de água no solo para a atividade e crescimento da população microbiana. Na

profundidade de 5-10 cm foi observou maior valor no período seco (Dez/2009), sem diferença

significativa para o valor obtido no período chuvoso.

TABELA 5 - Carbono da biomassa microbiana (CBM) de Latossolo Amarelo coletado em diferentes épocas e

profundidades. Igarapé-Açu (PA)

Época Prof 0-5 cm Prof 5-10 cm Média

CBM (µg.g-1

de solo)

Janeiro/2009

Junho/2009

Dezembro/2009

30,87 cA

104,03 aA

73,44 bA

31,04 bA

52,42 abB

74,83 aA

30,95 b

78,23 a

74,13 a

Média 69,45 A 52,76 B

Obs: Médias seguidas da mesma letra minúscula dentro da coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo

Teste de Duncan a 5% de probabilidade.

Dentro da mesma profundidade de 0-5 cm, o maior valor de CMB ocorreu no período

chuvoso (Jun/2009) com diferença estatística significativa para as demais épocas de

amostragem. Esses resultados evidenciam a importância da disponibilidade de água no solo

para a atividade e crescimento da população microbiana. Na profundidade de 5-10 cm foi

observou maior valor no período seco (Dez/2009), no entanto não foi observou diferença

significativa para o período chuvoso.

66

Os resultados de CBM mostrando que a variação sazonal e a profundidade interferiram

na imobilização de C pela comunidade microbiana. Rodrigues (2006) não verificou efeito da

interação entre a época da coleta e as profundidades estudadas (0-5 e 5-20 cm) de um

Latossolo Amarelo, no Município de Aurora do Pará-Pa, sobre o CBM do solo, diferente do

que foi verificado neste estudo.

4.2.2 Relação carbono da biomassa microbiana/carbono orgânico (CBM:C)

Os valores para a relação carbono da biomassa microbiana / carbono orgânico obtidos

em amostragem realizada em Janeiro/2009, encontram-se na Figura 11 e 12.

Os valores de CBM/C para a camada de 0-5 cm do solo variaram de 2,29 a 6,28%,

respectivamente, nos tratamentos T2 (Cumaru-queima) e T1 (Cumaru-trituração), conforme

mostra a Figura 11. Para a camada de 5-10 cm a variação foi 2,31 a 6,97%, respectivamente,

em T6 (SAF-trituração) e T1 (Cumaru-trituração). Não foi verificada diferença estatística

significativa na camada superior entre os tratamentos T1 (Cumaru-trituração) e T3 (capoeira)

com os maiores valores, e na camada inferior entre os tratamentos T1 (Cumaru-trituração), T3

(capoeira), T5 (UFRA/FEIGA-queima) e T2 (Cumaru-queima). Os valores encontrados no

presente estudo estão de acordo com os propostos por Anderson e Domsch (1989), que

consideram normal os valores desta relação variar entre 0,3 a 7%.

Figura 11 – Efeito de sistemas de manejo e uso do solo na relação carbono da biomassa microbiana / carbono

orgânico de Latossolo Amarelo, 0-5 cm de profundidade. Igarapé-Açú (PA).

67

Figura 12 – Efeito de sistemas de manejo e uso do solo na relação carbono da biomassa microbiana / carbono

orgânico de Latossolo Amarelo, 5-10 cm de profundidade. Igarapé-Açú (PA).

A relação CBM/C pode ser usada como indicador preliminar das alterações do solo,

uma vez que a biomassa microbiana é um constituinte da matéria orgânica do solo. A

biomassa microbiana representa até 5% do C orgânico total do solo (POWLSON;

JENKINSON, 1981). Nos tratamentos T1 (Cumaru-trituração) e T3 (capoeira 15 anos) na

profundidade de 0-5 cm os maiores índices CBM/C, indicam que houve maior acúmulo de

biomassa microbiana nesses sistemas. Para a profundidade 5-10 estes sistemas (T1eT3)

apresentam, também, os maiores índices da relação CBM/C.

Nunes et al. (2009) encontraram resultados parecidos em Sobral (CE), em

profundidade de 0-10 cm, onde verificaram maior relação CBM/C nessa ordem: em vegetação

primária, área de pousio de 5 anos e áreas com enleiramento dos resíduos de corte de pousio

de 5 anos. Os outros tratamentos que sofreram corte e trituração não diferiram

significativamente da capoeira. Em circunstâncias de desequilíbrio ambiental, com matéria

orgânica de baixa qualidade ou em situação em que a biomassa experimenta algum fator de

estresse (deficiência de nutrientes, acidez, déficit hídrico, etc), a capacidade de utilização de C

é diminuída e, neste caso a relação CBM/C diminui (WARDLE, 1994).

68

4.2.3 Respiração Basal

Os valores da respiração basal do solo coletado em diferentes épocas, em função do

sistema de manejo e uso do solo, são apresentados na Tabela 6.

Verificou-se que as maiores perdas de C-CO2 por atividade microbiana ocorreram nos

tratamentos T3 (capoeira) igual a 186,26 ug C-CO2.g-1

solo em época de amostragem mais

chuvosa (jun/2009), porém não houve diferença significativa para os tratamentos T4

(UFRA/FEIGA-trituração) e T2 (Cumaru-queima), respectivamente, 160,99 e 156,46 ug C-

CO2 g-1

solo. No entanto, verificaram-se para todos os sistemas em estudo, maiores valores

nesse período de amostragem.

TABELA 6 - Respiração basal (CO2) da biomassa microbiana de Latossolo Amarelo sob diferentes sistemas de

manejo e uso do solo, coletado em diferentes épocas. Igarapé-Açu (PA).

Época T1 T2 T3 T4 T5 T6 Média

CO2 (ug C-CO2 g-1

solo)

Jan/2009

Jun/2009

Dez/2009

40,07 bA

126,51aB

58,18 bA

27,04 bA

156,46aA

43,06 bA

39,47 bA

186,26aA

60,23 bA

35,31 bA

160,99aA

43,32 bA

33,24 aA

41,49 aD

52,22 aA

59,40 aA

81,22 aC

62,54 aA

39,09 c

125,49 a

53,24 b

Média 74,92 B 75,52 B 95,32 A 79,87 AB 42,32 C 67,69 B

Obs: Médias seguidas da mesma letra minúscula dentro da coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo

teste de Duncan a 5% de probabilidade.

Os resultados sugerem que a maior atividade microbiana nestes sistemas ocorreu no

período de maior umidade do solo. Teores mais elevados de perdas de CO2 do solo via

respiração microbiana, na estação chuvosa, foi observado por Rodrigues (2006), em sistemas

de uso do solo na Amazônia Oriental, sendo justificados pelo fato de ser na camada

superficial do solo que se concentra a maior quantidade de matéria orgânica e nutrientes, os

quais são imprescindíveis para o desenvolvimento da macrofauna do solo. Resultados que

corroboram essas justificativas de Rodrigues (2006), foram encontrados por Balota et al.

(1998) e Luizão, Costa e Luizão (1999). Além disso, Nogueira et al. (2006) relataram que o

solo que apresentou maior atividade microbiana tinha, também, o maior teor de água.

Observou-se, também, que ocorreu menor atividade microbiana em todos os

tratamentos no período da amostragem da época seca (Dezembro/2009). Em Igarapé-Açú,

69

Nordeste Paraense, Rangel et al. (2005) estudando vegetação secundária de diversas idades,

verificaram também, menor atividade microbiana no período seco, em ecossistemas florestais

no litoral paranaense.

A menor atividade microbiana nos outros tratamentos (T1, T5 e T6), pode ser devido a

menor quantidade de substrato disponível para ação dos microrganismos, como foi observado,

também, por Monteiro e Gama-Rodrigues (2000), estudando diferentes ecossistemas florestais

sob solo de eucalipto. Vasconcelos (2002) observou que a menor atividade microbiana e

elevada BMS nos períodos secos indicam que, neste período, a BMS imobiliza mais nutriente

em seu tecido, do que mineraliza.

Para a média geral entre os tratamentos, observou-se maior atividade microbiana no

tratamento T3 (capoeira), sem diferença significativa para o tratamento T4 (UFRA/FEIGA-

trituração), o que está de acordo com os resultados obtidos por Rodrigues (2006), o qual

verificou que a maiores perdas de CO2 foram observados na capoeira, seguido da pastagem.

Peña et al. (2005) conclui em seu trabalho que a maior produção de CO2 ocorre na fase

avançada da sucessão. Entre as épocas de amostragem, a maior média foi observada no

período chuvoso, que diferiu significativamente das demais amostragens, o que já foi

discutido anteriormente.

4.2.3.1 Interação sistema de manejo versus profundidade do solo

Com base nos resultados da Tabela 7, verificou-se que as maiores perdas de C-CO2

por atividade microbiana ocorreram nos tratamento T3 (capoeira) na camada de 0-5 cm, sem

diferenças significativas para os sistemas T1 (Cumaru-trituração), T2 (Cumaru-queima) e T4

(UFRA/FEIGA-trituração), respectivamente.

Houve interação significativa entre as duas profundidades estudadas, dentro do

tratamento T3 (capoeira), onde se observou que ocorreu maior perda de CO2, na camada de 0-

5 cm, o que pode ser explicado pelo maior acúmulo de material orgânico que é depositado

pelas plantas e animais neste sistema. Para Vargas e Scholles (2000), as variações da

atividade respiratória ao longo do perfil estão associadas a variações na disponibilidade de

carbono orgânico, e a maior deposição de resíduos na superfície, que leva a uma maior

concentração de substratos orgânicos nos primeiros centímetros do solo. A produção de CO2

nas camadas superficiais do solo sofre influência direta da quantidade e da qualidade da

70

matéria orgânica presente (PEÑA et al., 2005). Rodrigues (2006) verificou que as maiores

perdas de CO2 ocorreram em capoeira, porém, independente das profundidades estudadas (0-5

e 5-20 cm) de um Latossolo Amarelo, no Município de Aurora do Pará(PA).

TABELA 7 - Respiração basal (CO2) da biomassa microbiana de Latossolo Amarelo, em função de diferentes

sistemas e uso do solo e profundidade de amostragem. Igarapé-Açú-(PA).

Sistema de Manejo Prof 0-5 cm Prof 5-10 cm Média

CO2 (ug C-CO2 g-1

solo)

T1

T2

T3

T4

T5

T6

83,99 abA

86,59 abA

109,51 aA

86,79 abA

40,16 cA

74,48 bA

65,85 abA

64,44 abA

81,13 aB

72,97 aA

44,47 bA

60,90 abA

74,92

75,52

95,32

79,88

42,46

67,69

Média 80,25 A 64,96 B

Obs: Médias seguidas da mesma letra minúscula dentro da coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo

Teste de Duncan a 5% de probabilidade.

Quanto à menor atividade nos demais sistemas de manejo da terra, pode ser devido à

menor quantidade de substrato disponível para ação dos microorganismos, como foi

observado também por Monteiro e Gama-Rodrigues (2000), estudando diferentes

ecossistemas florestais sob solo de eucalipto. Vargas e Scholles (2000) em estudo em sistemas

de plantio direto verificaram aumento na respiração do solo, justificada pelo acúmulo de

matéria orgânica rica em frações lábeis na superfície.

4.2.3.2 Interação época da coleta versus profundidade do solo

Foi verificado o efeito da interação entre época e profundidade de amostragem sobre a

respiração basal do solo Tabela 8. Os maiores valores de CO2 desprendidos do solo ocorreram

em Jun/2009, para ambas as profundidade estudadas, sendo diferentes estatisticamente das

demais épocas de amostragem, resultados estes que têm relação direta com a umidade do solo

e com o carbono da biomassa microbiana.

71

Entre as duas profundidades observa-se diferença estatística para as épocas de coleta

de junho e dezembro de 2009, em que os maiores valores ocorreram na camada de 0-5 cm.

Analisando as médias gerais tanto para profundidade como para época de amostragem obtida

para o efeito da interação, observa-se maior CO2 na camada de 0-5 cm , na estação chuvosa

(80,25 e 125,49 μg de CO2/g de solo).

TABELA 8 - Respiração basal (CO2) da biomassa microbiana de Latossolo Amarelo coletado em diferentes

épocas e profundidades. Igarapé-Açu (PA).

Época Prof 0-5 cm Prof 5-10 cm Média

CO2 (ug C-CO2 g-1

solo)

Janeiro/2009

Junho/2009

Dezembro/2009

44,29 cA

134,01 aA

62,45 bA

33,88 bA

116,97 aB

44,04 bB

39,09 c

125,49 a

53,24 b

Média 80,25 A 64,96 B

Obs: Médias seguidas da mesma letra minúscula dentro da coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo

Teste de Duncan a 5% de probabilidade.

Para Vargas e Scholles (2000) os microrganismos são muito sensíveis e podem ser

influenciados pelos fatores bióticos e abióticos, dentre estes está a umidade do solo. Segundo

Santos e Camargo (1999), dentre as variáveis climáticas, a precipitação pluvial e a

temperatura são as que exercem maior influência na atividade microbiana do solo. Ainda para

Vargas e Scholles (2000), as diferenças nas atividades do perfil do solo refletem a distribuição

dos resíduos vegetais Nogueira et al. (2006) relataram que o solo que apresentou maior

atividade microbiana tinha, também, o maior teor de água, o que foi observado também neste

trabalho.

Os resultados encontrados neste estudo, juntamente com os de outros autores citados

acima, mostram que, a despeito da disponibilidade de nutrientes e matéria orgânica no

ambiente solo, aqui na região tropical como em outras regiões, o fator que mais influencia e

limita o desenvolvimento da população microbiana do solo, é a água. Depreende-se, portanto,

que não só a matéria orgânica do solo deva ser manejada de forma eficiente, mas a água

também, pois a mesma passa a ser fator que deve ser considerado para o bom equilíbrio do

ecossistema. Então, em sistemas de manejo que conservem a matéria orgânica do solo e o

protejam da ação direta do sol e da chuva, como o sistema de corte e trituração, deve ser

recomendado para o aumento da sustentabilidade dos solos tropicais.

72

4.2.4 Quociente metabólico (qCO2)

Os valores do quociente metabólico (qCO2) de amostras de solo coletadas em

diferentes épocas e em áreas sob diferentes sistemas de manejo e uso da terra são

apresentados na Tabela 9.

TABELA 9 - Quociente metabólico (qCO2) da biomassa microbiana de Latossolo Amarelo sob diferentes

sistemas de manejo e uso do solo, coletado em diferentes épocas. Igarapé-Açu (PA).

Data T1 T2 T3 T4 T5 T6 Média

qCO2 (x 10-5

C-BM-1

h-1

)

Jan/2009

Jun/2009

Dez/2009

5,62 bAB

17,09aAB

5,91 bA

11,59bAB

24,49 aA

8,30 bA

4,84 aB

7,78aCD

2,96 aA

8,07abAB

11,60aBC

2,93 bA

4,78 aB

2,61 aD

1,31 aA

14,07 aA

13,23aBC

9,30 Aa

8,16 b

12,80 a

5,12 b

Média 9,54 BC 14,79 A 5,19 CD 7,53 BCD 2,90 D 12,20 AB

Obs: Médias seguidas da mesma letra minúscula dentro da coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo

Teste de Duncan a 5% de probabilidade.

Os maiores valores de qCO2, sem diferenças significativas, foram observados nos

tratamentos T2 (Cumaru-queima) (24,49 x 10-5

C-BM-1

h-1

), T1 (cumaru-trituração) (17,09 x

10-5

C-BM-1

h-1

), os quais ocorreram no período chuvoso. De um modo geral, em todos os

sistemas os valores de qCO2 foram maiores no período chuvoso. Rodrigues (2006)

trabalhando em sistemas de SAF‟s e capoeira encontrou, também, valores mais elevados na

estação chuvosa, o que corrobora com os resultados encontrados nesta pesquisa, sugerindo

que há maior eficiência da biomassa microbiana em imobilizar o carbono durante a estação

seca, ou ocorre uma redução da atividade da população microbiana do solo, provocando a

redução do quociente metabólico, porque, como explica De Polli et al. (2000), à medida que a

biomassa microbiana se torna mais eficiente, menos carbono é perdido na forma de CO2 pela

respiração e como conseqüência, uma fração do C é incorporada ao tecido microbiano.

Uma possível explicação para as maiores perdas de CO2 nos sistemas T2 e T3 é que a

melhoria temporária de alguns atributos químicos proporcionados pela queima, como, por

exemplo, aumento de K+, Ca

2+, Mg

2+ e aumento de pH e redução nos teores de Al

3+

(RHEINHEIMER et al., 2003), permite que uma população de oportunistas se multiplique

rapidamente, gerando desequilíbrio e, conseqüentemente, maiores perdas de C no sistema na

forma de CO2.

73

Para os sistemas de corte e trituração o que também pode ser inferido para capoeira de

15 anos, a possível explicação para os altos valores de qCO2 é que aumento no teor de matéria

orgânica na superfície do solo, de certo modo, juntamente com a maior disponibilidade de

água nesse ecossistema, contribuiu significativamente para o aumento da população

microbiana e sua atividade, conseqüentemente, aumentando a atividade respiratória dos

microrganismos do solo. De acordo com Insam e Haselwandter (1989), citados por Kaschuk,

Alberton e Hungria (2009), sucessões de vegetação secundária acumulam mais matéria

orgânica, porque há uma melhor eficiência metabólica microbiana (medida pelo qCO2) na

utilização de resíduos de C. Da mesma forma, em longo prazo o plantio direto acumularia

mais carbono orgânico devido ao menor qCO2 da CBM. A autora relata que qCO2 foi

reduzida em plantio direto ao longo do tempo. Ademais, tem sido demonstrado que o plantio

direto favorece uma maior proporção de fungos procariontes porque não quebra suas redes de

hifas (BEARE, 1997; FREY; ELLIOTT; PAUSTIAN, 1999; BAILEY; SMITH; BOLTON

JR., 2002). Os fungos têm uma exigência menor de energia para a sua manutenção, do que

procariontes, e assim, transformam o substrato em C-microbiano-C de forma mais eficiente

(ALVAREZ et al., 1995; HAYNES, 1999).

O T5 (FEIGA/UFRA-queima) foi o que apresentou menor qCO2 em todas as épocas de

amostragem, sem diferenças significativas. O qCO2 do T5 (FEIGA/UFRA-queima) no

período chuvoso (Jun/2009), não diferiu significativamente do valor obtido no sistema T3

(capoeira), se configurando como um sistema mais conservacionista, com menores perdas de

C e de maior sustentabilidade, no que se refere ao fluxo de C. Assim, o quociente metabólico

permitiu discriminar os sistemas quanto à sustentabilidade de C no solo. Os valores

relativamente mais elevados de qCO2, na estação chuvosa, sugerem, que a biomassa

microbiana está mineralizando mais C, do que imobilizando.

4.2.4.1 Interação sistema de manejo versus profundidade do solo

Os maiores valores de quociente metabólico (qCO2) para todos os períodos de

amostragem, ocorreram nos tratamentos T2 (Cumaru-queima) e T6 (SAF-trituração),

enquanto os menores valores foram observados nos tratamentos T5 (UFRA/FEIGA-queima) e

T3 (capoeira), nas duas profundidades (Tabela 10).

74

TABELA 10 - Quociente metabólico (qCO2) da biomassa microbiana de Latossolo Amarelo sob diferentes

sistemas de manejo e uso do solo coletado em diferentes profundidades. Igarapé-Açu (PA).

Sistema de Manejo Prof 0-5 cm Prof 5-10 cm Média

qCO2 (x 10-5

C-BM-1

h-1

)

T1

T2

T3

T4

T5

T6

10,31 abA

15,58 aA

3,57 cA

7,74 bcA

2,95 cA

10,60 abA

8,77 abA

14,01 aA

6,82 abA

7,32 abA

2,85 bA

13,80 abA

9,54

14,80

5,20

7,53

2,90

12,20

Média 8,45 A 8,93 A

Obs: Médias seguidas da mesma letra minúscula dentro da coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo

Teste de Duncan a 5% de probabilidade.

Verifica-se que o sistema de uso do solo influenciou na atividade da biomassa

microbiana do solo, conforme mostram os valores de quociente metabólico (qCO2) para as

profundidades estudadas. Os maiores valores de qCO2 indicam maiores perdas de C em um

sistema, na forma de respiração, o que foi verificado no T2 (Cumaru-queima) e no T6 (SAF-

trituração). Valores mais altos de qCO2 indicam maior necessidade de energia de mantença

para os microrganismos. Quando o qCO2 é baixo, mais carbono estará disponível para a

produção de biomassa, o que deve se refletir em maior porcentagem de C microbiano em

relação ao C orgânico total (ANDERSON, 2003; KASCHU; ALBERTON; HUNGRIA,

2009).

Nicodemo (2009) verificou que na camada superficial o solo sob mata nativa

apresentou menor quociente metabólico (mas semelhante ao sistema agroflorestal), o que

indicava maior atividade microbiana e maior fixação de C, o que foi, também, verificado

neste trabalho apenas na capoeira de 15 anos e ao sistema T5 (FEIGA/UFRA-queima). No

entanto, os tratamentos T1 (Cumaru-triturado), T2 (Cumaru-Queima) e T6 (SAF-triturado)

apresentaram valores elevado de qCO2, o que pode ser explicado pelo fato desses sistemas,

que sofreram queima e trituração, ainda não se encontrarem em equilíbrio, conforme já

explicado acima. Quanto à interação entre as duas profundidades em estudo, não houve

significância em todos os tratamentos observados neste trabalho, verificando-se, que na

maioria dos sistemas ocorreu um decréscimo no qCO2, porém, nos tratamentos T3 e T6 houve

um pequeno aumento que não foi significativo.

75

4.2.4.2 Interação época da coleta versus profundidade

O efeito interação época da coleta versus profundidade, para qCO2, não apresentou

diferença significativa para a profundidade 0-5 cm, porém, o menor valor foi verificado em

Dez/2009 (Tabela 11). Na profundidade de 5-10 cm, também na estação seca (Dez/2009),

ocorreu o menor valor de qCO2, o qual diferiu somente do período de amostragem de

Jun/2009, época de maior umidade no solo.

Verificou-se que não houve efeito significativo da profundidade de coleta dentro de

cada período de amostragem avaliado. Mas entre os períodos de amostragem as médias gerais

apresentaram diferença significativa, observando-se novamente, menores valores na estação

seca. Rodrigues (2006) verificou interação entre a época de coleta e profundidade de

amostragem, com maior qCO2 verificado na estação chuvosa e na profundidade de 5-20cm, o

que corrobora com os resultado deste trabalho.

TABELA 11 - Quociente metabólico (qCO2) da biomassa microbiana de Latossolo Amarelo sob diferentes

sistemas de manejo e uso do solo coletado em diferentes profundidades. Igarapé-Açu (PA).

Data Prof 0-5 cm Prof 5-10 cm Média

qCO2 (x 10-5

C-BM-1

h-1

)

Janeiro/2009

Junho/2009

Dezembro/2009

8,20 aA

10,91 aA

6,27 aA

8,12 bA

14,69 aA

3,97 bA

8,16 b

12,80 a

5,12 b

Média 8,45 A 8,93 A

Obs: Médias seguidas da mesma letra minúscula dentro da coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo

Teste de Duncan a 5% de probabilidade.

4.3 ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS ATRIBUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

Figura 13, que mostra os resultados da análise de componentes principais (ACP) para

os atributos químicos do solo na profundidade de 0-5 cm mostra que a distribuição das

variáveis selecionadas apresentou variação acumulada de 84,2% para os eixos F1 e F2, sendo

que o eixo F1 foi capaz de explicar 49,3% e o F2, 34,9% dessa variância. Os atributos

químicos do solo mais fortemente correlacionados com o primeiro eixo de ordenação foram

76

CTCefetiva, SB, Ca, Mg, K e Mg. Os demais atributos apresentaram menor correlação com esse

eixo, tendo, portanto, menor importância para explicar esse componente principal.

O segundo eixo teve como atributos mais relevantes o C, N, H e Al. As demais

variáveis apresentaram baixa correlação com este eixo. Os atributos CTCefetiva, SB, Ca, Mg, K

e Mg, foram os mais discriminantes na avaliação da variação total entre os sistema de uso do

solo avaliados. A dispersão gráfica dos tratamentos em relação aos dois eixos demonstra que

houve dissimilaridade entre os sistemas de manejo adotados em relação aos atributos

químicos na profundidade de 0-5 cm do solo. Os tratamentos T1 (Cumaru-trituração) e T2

(Cumaru-queima) localizam-se à direita do diagrama, próximos a CP1, enquanto os demais

tratamentos agruparam-se à esquerda. Estes resultados são decorrentes dos menores valores

de CTCefetiva, SB, Ca, Mg, K e Mg, observados nestes tratamentos, tendo em vista que estas

variáveis foram as mais importantes para explicação da variação total dos resultados.

Figura 13 - Análise de Componentes Principais (ACP) realizada para as propriedades químicas de um Latossolo

Amarelo de Igarapé-Açu (PA), sob diferentes sistemas manejo e uso do solo, coletado em janeiro de 2009, na

profundidade de 0-5 cm. Média de quatro repetições para cada atributo químico. (a) Circulo de correlações entre

as variáveis químicas do solo. (b) Diagrama de ordenação das amostras em função dos tratamentos.

Significiância estatisticas dos agrupamentsos, p = 0,001, observação = 0,78

77

O posicionamento do tratamento T3 (capoeira) à direita do gráfico, próximos da CP2,

demonstra que C, N, H, e Al, atributos mais correlacionados com o segundo eixo, foram

características de maior influência para diferenciar este tratamento dos demais, conforme

pode ser observado nas Tabelas 1 e 2. Observa-se comportamento antagônico entre as

variáveis V, pH, P e Al, m%, o que evidencia a relação indireta entre elas, em que os maiores

valores de V, pH, P correspondem aos menores valores percentuais de Al, m%, estando de

acordo com o preconiza a literatura (MELLO et al., 1989; RAIJ, 1981).

Por meio da Figura 14, verifica-se que a análise de componentes principais (ACP) para

os atributos microbianos (CBM, CBM:C, CO2 e qCO2) do solo, profundidade de 0-5 cm,

apresentou autovalores de 60,2 % para o primeiro eixo (horizontal CP1) e 30,3 % para o

segundo eixo (vertical, CP2 ), o que representa 90,5% da variação acumulada nos dois

primeiros eixos. Os atributos do solo mais fortemente correlacionados com o primeiro eixo de

ordenação foram CBM, CBM:C e qCO2. O segundo eixo teve como atributo mais relevante o

CO2. De maneira geral, pode-se visualizar tendência para o tratamento T6 (SAF-trituração)

ficar do lado direito do gráfico, em correlação mais com CO2 e qCO2, o que indica maiores

valores no SAF. Observou-se no T6 (SAF-trituração) menores relações CBM:C e o maior

qCO2 (Tabela 9), sugerindo menor eficiência da biomassa microbiana na imobilização de C.

O posicionamento dos tratamentos T1 (Cumaru-trituração) e T4 (FEIGA/FEIGA-

trituração) próximos do CP2 indicam, também, que estes tratamentos apresentam elevada

atividade microbiana. O posicionamento dos tratamentos T3 (capoeira), T1 (Cumaru-

trituração), T5 FEIGA/UFRA-queima) e T4 (FEIGA/UFRA-trituração) à esquerda do gráfico,

próxima da CP2, demonstra que CBM e CBM:C, foram as características de maior influência

para diferenciação destes tratamentos. A dispersão gráfica dos tratamentos em relação os dois

eixos demonstra que houve dissimilaridade entre os sistemas de uso do solo em relação aos

atributos avaliados.

Quanto à análise de componentes principais (ACP) para os atributos químicos na

profundidade de 5-10 cm, verificou-se que a distribuição das variáveis selecionadas

apresentou variação acumulada de 73,3% para os eixos F1 e F2, sendo que o eixo F1 foi capaz

de explicar 51,1% e o F2, 22,2% dessa variância (Figura 15). Os atributos químicos do solo

mais fortemente correlacionado com o primeiro eixo de ordenação à esquerda do gráfico

foram CTCefetiva, SB, Ca, Mg, K e Mg, e à direita do gráfico foram m% e Al, mostrando

claramente a relação inversa que existe entre esses atributos. Os demais atributos

78

apresentaram menor correlação com esse eixo, tendo, portanto, menor importância para

explicar esse componente principal. O segundo eixo teve como atributos mais relevantes o N,

H, Na e C. As demais variáveis apresentaram baixa correlação com este eixo. Os teores de

CTCefetiva, SB, Ca, Mg, K e Mg, foram novamente as variáveis mais discriminantes na

avaliação da variação total entre os sistema de uso do solo avaliados. Observam-se para o T3

(capoeira) valores maiores de m% e Al seguido dos tratamentos T1 (Cumaru-trituração). A

dispersão gráfica dos tratamentos entre os dois eixos demonstra que houve dissimilaridade

entre as variáveis estudadas nesta profundidade. O tratamento que mais se correlacionou com

a CP2 foi o T4 (FEIGA/UFRA-trituração), o que evidencia maiores teores dessas variáveis

nesse tratamento e na profundidade estudada, conforme pode ser melhor observados por meio

dos dados apresentados na Tabela 1.

Figura 14 - Análise de Componentes Principais (PCA) realizada para as propriedades biológicas de um

Latossolo Amarelo de Igarapé-Açu (PA), sob diferentes sistemas de manejo e uso do solo, coletado em janeiro

de 2009, na profundidade de 0-5 cm. Média de quatro repetições para cada atributo. (a) Circulo de correlações

entre as variáveis biológicas do solo. (b) Diagrama de ordenação das amostras em função dos tratamentos.

Significiância estatisticas dos agrupamentsos, p = 0,019, a observação = 0,41

79

A análise de componentes principais (ACP) para os atributos microbianos (CBM,

CBM:C, CO2 e qCO2) do solo, profundidade de 5-10 cm, apresentou autovalores de 64,6%

para o primeiro eixo (horizontal CP1) e 26,3% para o segundo eixo (vertical, CP2 ), o que

representa 90,9% da variação acumulada nos dois primeiros eixos (Figura 16). Os atributos do

solo mais fortemente correlacionados com o primeiro eixo de ordenação foram CBM, CBM:C

e qCO2. O segundo eixo teve como atributo mais relevante o CO2. De maneira geral, pode-se

visualizar tendência para agrupamento de todos os tratamentos o que caracteriza que não

ocorreu dissimilaridade entre os mesmos.

Quanto à análise de componentes principais (ACP) para os atributos químicos e

biológicos na profundidade de 0-5 cm, verificou-se que a distribuição das variáveis

selecionadas apresentou variação acumulada de 71,5% para os eixos F1e F2, sendo que o eixo

F1 foi capaz de explicar 40,0% e o F2, 31,5% dessa variância (Figura 17).

Figura 15 - Análise de Componentes Principais (PCA) realizada para as propriedades químicas de um Latossolo

Amarelo de Igarapé-Açu (PA), sob diferentes sistemas manejo e uso do solo, coletado em Janeiro de 2009, na

profundidade de 5-10 cm. Média de quatro repetições para cada atributo(a) Circulo de correlações entre as

variáveis químicas do solo. (b) Diagrama de ordenação das amostras em função dos tratamentos. Significiância

estatisticas dos agrupamentsos, p = 0,001, a observação = 0,72

80

Os atributos químicos e biológicos do solo que mais correlacionaram com o primeiro

eixo de ordenação foram CTCefetiva, SB, Ca, Mg, K, Mg e CBM:C. Os demais atributos

apresentaram menor correlação com esse eixo, tendo, portanto, menor importância para

explicar esse componente principal.

O segundo eixo teve como atributos mais relevantes para o quadrante superior o qCO2,

CO2, P e o pH; porém estes dois últimos atributos com menor relevância. Para o segundo

quadrante ainda na CP2 verificaram-se as variáveis CBM, H, Al, N e C. As demais variáveis

apresentaram baixa correlação com este eixo. Os teores de CTCefetiva, SB, Ca, Mg, K e Mg e

CBM:C foram as variáveis mais discriminantes na avaliação da variação total entre os sistema

de uso do solo avaliados.

Figura 16 - Análise de Componentes Principais (PCA) realizada para as propriedades biológicas de um

Latossolo Amarelo de Igarapé-Açu (PA), sob diferentes sistemas de manejo e uso do solo, coletado em janeiro

de 2009, na profundidade de 5-10 cm. Média de quatro repetições para cada atributo. (a) Circulo de correlações

entre as variáveis biológicas do solo. (b) Diagrama de ordenação das amostras em função dos tratamentos.

Significiância estatisticas dos agrupamentsos, p = 0,145, a observação = 0,31

81

A dispersão gráfica dos tratamentos em relação aos dois eixos demonstra que houve

dissimilaridade entre os sistemas de manejo adotados em relação aos atributos químicos e

biológicos na profundidade de 0-5 cm do solo. Os tratamentos T1 (Cumaru-trituração) e T2

(Cumaru-queima) localizam-se a esquerda do diagrama, próximo da CP1, demonstrando que

CTCefetiva, SB, Ca, Mg, K, Mg, foram os atributos que menos se correlacionaram com estes

tratamentos, tendo em vista que estas variáveis foram as mais importantes para explicação da

variação total dos resultados.

No entanto, o T1 (Cumaru-trituração) foi o que apresentou maior similaridade com

quociente microbiano (CBM;C), conforme se observa na Figura 17, o que é evidenciado

também na análise de variância (Anexo 4). Para a CP2 o tratamento que mais se

correlacionou foi T3 (capoeira de 15 anos), observando-se maior correlação com os atributos

Al, CBM, H, N e C.

Figura 17 - Análise de Componentes Principais (PCA) realizada para as propriedades químicas e biológicas de

um Latossolo Amarelo de Igarapé-Açu (PA), sob diferentes sistemas manejo e uso do solo, coletado em janeiro

de 2009, na profundidade de 0-5 cm. Média de doze repetições para cada atributo. (a) Circulo de correlações

entre as variáveis químicas e biológicas do solo. (b) Diagrama de ordenação das amostras em função dos

tratamentos. Significiância estatisticas dos agrupamentsos, p = 0,001, a observação = 0,70

82

Os tratamentos que mais apresentaram similaridade com as variáveis mais

discriminantes, na avaliação da variação total, entre os diferentes usos do solo foram

tratamento T5, T4 e T6, respectivamente (FEIGA/UFRA-queima), (FEIGA/UFRA-

trituração) e (SAF). Ao contrário dos resultados encontrados neste estudo DINESH et al.

(2003), também utilizando a análise de componentes principais para interpretar a relação entre

atributos químicos e microbianos de solos sob diferentes coberturas florestais, verificaram no

primeiro eixo maiores correlações entre CBM, C e N, e sugeriram que a associação entre

essas variáveis caracterizaria a atividade microbiana e a dependência dos microrganismos do

solo pelos teores de matéria orgânica e N total. Barreto et al., (2008) verificaram que os teores

de C orgânico e N total foram as variáveis mais discriminantes na avaliação da variação total

entre os solos sob eucalipto de diferentes idades. Segundo os autores esses resultados

contrariam comprovações de que a biomassa microbiana é um indicador mais sensível de

mudanças nos teores de MOS do que o teor de C orgânico do solo (POWLSON; BROOKES;

CHRISTENSEN, 1987; ANDERSON; DOMSCH, 1989; SPARLING, 1992, GAMA-

RODRIGUES, 1999). No entanto, Zatorre et al., (2009), também utilizando a análise de

componentes principais para interpretar a relação entre atributos químicos, físicos e

microbianos de solos sob diferentes coberturas florestais: mata, pastagem e capoeira no Acre,

verificaram que as variáveis biológicas mostraram-se bem mais sensíveis às mudanças na

cobertura do solo.

. Os teores de CTCefetiva, SB, Ca, Mg, K, Mg e CBM:C foram as variáveis mais

discriminantes na avaliação de variação total entre os diferentes usos do solo nesta

profundidade e na época de amostragem (período seco-Jan2009).

83

5 CONCLUSÕES

Os dados obtidos no presente estudo permitem as seguintes conclusões:

a) Soma de bases e teores de Ca, Mg e K trocáveis foram os atributos químicos mais

influenciados pelos sistemas que sofreram corte (com queima e com trituração da

vegetação);

b) CTC efetiva, soma de bases, Ca, Mg, K trocáveis e razão CBM:C, foram as variáveis mais

sensíveis às mudanças dos sistemas de uso do solo, quando a amostragem foi realizada em

janeiro/2009 (período seco);

c) A variação sazonal limitou a disponibilidade de nutrientes e matéria orgânica no solo das

áreas estudadas;

d) A variação sazonal e a profundidade de amostragem interferiram na imobilização de C

pela comunidade microbiana do solo;

e) A umidade foi o fator que mais influenciou e limitou o desenvolvimento das

populações microbianas no solo;

f) Os valores de CBM foram superiores na época mais chuvosa, independente do sistema

e da profundidade de amostragem;

g) Os altos valores para a razão CBM:C encontrados nos sistemas utilizando corte e

trituração da vegetação, e na vegetação secundária, indicam que está havendo acúmulo de C

nesses sistemas;

h) O sistema de manejo que utilizou corte e trituração da vegetação, no preparo do solo, se

assemelhou à floresta secundária e ao sistema com queima da vegetação, quanto à eficiência

na ciclagem de nutrientes e aporte de matéria orgânica, configurando-se como alternativa

viável de manejo sustentável.

84

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103

ANEXOS

104

ANEXO 1 – Valores de F e nível de significância da análise de variância para atributos

químicos do solo de áreas submetidas a diferentes sistemas de manejo da 1ª coleta de solo

(janeiro/ 2009) na profundidade de 0-5 cm, município de Igarapé-Açú (PA).

Atributos

químicos Fonte de Variação

Tratamento

(0-5 cm) CV (%)

pH 5,43* 2,67

C 96,02** 7,05

N 21,35** 13,87

P 2,11 35,33

H 19,98** 18,55

Al 17,0** 34,65

K 14,51** 17,49

Ca 24,42** 15,50

Mg 6,41** 20,91

Na 20,33** 15,59

CTC 20,99** 11,14

CTCefetiva 19,09** 12,12

SB 19,28 15,64

V 19,94** 11,17

m 14,46** 44,23

ns – não significativo; * e ** - significativo a (P< 0,05) e (P< 0,01)

ANEXO 2 – Valores de F e nível de significância da análise de variância para atributos

químicos do solo de áreas submetidas a diferentes sistemas de manejo da 1ª coleta de solo

(janeiro/ 2009) na profundidade de 5-10 cm, município de Igarapé-Açú (PA).

Atributos

químicos Fonte de Variação

Tratamento

(5-10 cm) CV (%)

pH 19,18** 2,89

C 2,36 15,79

N 1,20 16,00

P 10,97** 24,89

H 4,79** 14,00

Al 14,60** 28,71

K 4,73** 17,32

Ca 42,29** 15,21

Mg 7,05** 25,87

Na 5,99** 15,49

CTC 10,98** 9,05

CTCefetiva 46,97** 6,77

SB 56,61** 11,40

V 26,56** 12,73

m 21,69** 30,13

ns – não significativo; * e ** - significativo a (P< 0,05) e (P< 0,01)

105

ANEXO 3 – Valores de F e nível de significância da análise de variância para relação

carbono da biomassa microbiana (CBM): carbono total (C) do solo de áreas submetidas a

diferentes sistemas de manejo da 1ª coleta de solo (janeiro/ 2009), município de Igarapé-Açú

(PA).

Fonte de Variação Profundidade (cm)

0-5 5-10

Tratamento 2,70* 2,15*

CV% 47,3 59,4

ns – não significativo; * e ** - significativo a (P < 0,05) e (P < 0,01)

ANEXO 4 – Valores de F e nível de significância da análise de variância para atributos

biológicos do solo de áreas submetidas a diferentes sistemas de manejo, coletado em

diferentes épocas de coleta de solo, município de Igarapé-Açú (PA).

Atributos

Fonte de Variação

Época

(Ep)

Tratamento

(Trat)

Profundidade

(Prof)

Ep x

Trat

Ep x

Prof

Trat x

Prof CV%

CO2 124,42** 8,83* 10,16* 10,94** 0,27ns

0,87ns

39,6%

CBM 14,59** 10,44** 4,44* 4,76** 4,86** 2,56* 77,7%

qCO2 11,79** 7,68** 0,13ns

1,59* 1,86* 0,48ns

89,7%

ns – não significativo; * e ** - significativo a (P < 0,05) e (P < 0,01)

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