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FACULDADE NOVO MILÊNIO ENGENHARIA ELÉTRICA COM ENFASE EM TELECOMUNICAÇÃO ESTUDO DO FUNCIONAMENTO DE USINA TERMELÉTRICA COM MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA WÄRTSILÄ. JOSEMAR MARIA SACRAMENTO VILA VELHA 2011

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Page 1: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

FACULDADE NOVO MILÊNIO

ENGENHARIA ELÉTRICA COM ENFASE EM TELECOMUNICAÇÃO

ESTUDO DO FUNCIONAMENTO DE USINA TERMELÉTRICA COM MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA WÄRTSILÄ.

JOSEMAR MARIA SACRAMENTO

VILA VELHA

2011

Page 2: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

JOSEMAR MARIA SACRAMENTO

ESTUDO DO FUNCIONAMENTO DE USINA TERMELÉTRICA COM MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA WÄRTSILÄ

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade

Novo Milênio para aprovação no Curso de Graduação

em Engenharia Elétrica com ênfase em

Telecomunicações

VILA VELHA

2011

Page 3: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

JOSEMAR MARIA SACRAMENTO

ESTUDO DO FUNCIONAMENTO DE USINA TERMELÉTRICA COM MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA WÄRTSILÄ

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade

Novo Milênio para aprovação no Curso de Graduação

em Engenharia Elétrica com ênfase em

Telecomunicações

Aprovada em ____/____/_____.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________________

Prof. Adjuto Martins Vasconcelos Junior Orientador Faculdade Novo Milênio

______________________________________________

Prof. Leonardo Pereira Amorim Examinador Faculdade Novo Milênio

______________________________________________

Coord. Emerson Scheidegger Examinador Faculdade Novo Milênio CONCEITO FINAL: ____________________

Page 4: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

AGRADECIMENTOS

Agradeço antes de qualquer coisa, a DEUS, aquele que,

sobretudo é o mediador de mais uma vitória, que me ajudou a

caminhar, buscar meus ideais.

É com esse respeito e deferência que agradeço a vocês PAI e

MÃE , que com esforços e demonstrações de amor desmedidas

foram fundamentais para a formação do meu caráter, dedico-

lhes mais essa vitória em minha vida.

Agradeço aos meus IRMÃOS , que sempre me apoio, me ajudou

a superar os obstáculos da vida.

Agradeço também a minha NOIVA, aquela que pacientemente

soube esperar minha vitória, foi um pedestal importante da

minha vida no inicio da caminhada.

A vocês AMIGOS que compartilhou os meus propósitos e os

alimentaram, incentivando-me a prosseguir na jornada, fossem

quais fossem os obstáculos.

Ao Professor ADJUTO JUNIOR , que me acompanhou e

ajudou na realização deste trabalho.

Page 5: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

“Você não pode provar uma definição. O que você pode

fazer é mostrar que ela faz sentido.” Albert Einstein.

Page 6: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

RESUMO

O estudo, a compreensão e, eventualmente, a operação de uma planta de geração termelétrica,

exigem um conhecimento prévio e sólido sobre os conceitos, as funcionalidades e os

equipamentos empregados na usina. Este trabalho destina-se a fornecer uma visão geral sobre

os conceitos básicos relacionados às características técnicas existentes em plantas de geração

termelétrica no que diz respeito aos modos de controle e seu sistema de proteção. Serão

utilizados, para isto, conhecimentos adquiridos em treinamentos e cursos voltados para este

ramo de atividade, além de diagramas e fluxogramas, de bibliografias, manuais técnicos

específicos dos equipamentos e documentos técnicos particulares.

Page 7: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Partes que compõe um MCI. [5]. ............................................................................... 15

Figura 2 Sistema auxiliar da planta com MCI. [5]. .................................................................. 17

Figura 3 Layout do sistema elétrico de planta Wärtsilä [5]. ..................................................... 20

Figura 4 Diagrama unifilar do sistema elétrico. ....................................................................... 21

Figura 5 Gerador síncrono AVK. [3]........................................................................................ 22

Figura 6 AVR – Regulador Automático de Tensão no gerador. [5]. ....................................... 25

Figura 7 Relés de proteção e monitoramento (Vamp) [4]. ....................................................... 32

Figura 8 Configuração típica do sistema de controle e proteção das plantas Wärtsilä. [5]. ..... 34

Figura 9 Layout dos mecanismos de controle dos motores Wärtsilä. [5]. ............................... 35

Figura 10 Módulo ESM. [5]. .................................................................................................... 37

Figura 11 Diagrama do circuito de medição e proteção velocidade do MCI. [5]. ................... 38

Figura 12 Módulo MCM de controle de carga e velocidade. [5]. ............................................ 38

Figura 13 Gráfico do modo de controle de queda de velocidade. [5]. ..................................... 39

Figura 14 Controlador PID do controle de queda da velocidade. [5]. ...................................... 40

Figura 15 Gráfico do modo de controle de carga. [5]. ............................................................. 40

Figura 16 Controlador PID do modo KW. [5].......................................................................... 41

Figura 17 Gráfico do modo de controle isócrono. [5]. ............................................................. 41

Figura 18 Controlador PID do modo isócrono. [5]. ................................................................. 42

Figura 19 Sensor de monitoramento das variáveis elétricas. [5]. ............................................. 42

Figura 20 Diagrama das potências. .......................................................................................... 46

Figura 21 Diagrama de um gerador sobre-excitado. ................................................................ 46

Figura 22 Diagrama de um gerador com potência reativa nula. ............................................... 47

Figura 23 Diagrama de um gerador sub-excitado. ................................................................... 47

Figura 24 Diagrama de dois geradores em paralelo. ................................................................ 48

Figura 25 Diagrama de dois geradores em paralelo com ângulos defasados. .......................... 48

Figura 26 Diagrama de dois geradores em paralelo com mesmo FP. ...................................... 49

Figura 27 Layout do circuito de ligação do relés de proteção do sistema elétrico. [4]. ........... 53

Figura 28 Visão geral do Sistema. [5]. ..................................................................................... 54

Page 8: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

LISTA DE EQUAÇÕES Equação 3.1 Força eletromotriz gerada. [9]. ............................................................................ 24

Equação 3.2 Lei de Faraday (Campo elétrico induzido). [9].................................................... 25

Equação 3.3 Potência instantânea. [9]. ..................................................................................... 27

Equação 3.4 Potência média desenvolvida em um intervalo de tempo. [9]. ............................ 27

Equação 3.5 Potência elétrica monofásica gerada. [9]. ............................................................ 28

Equação 3.6 Potência elétrica trifásica gerada. [9]. .................................................................. 28

Equação 3.7 Potência ativa. [9]. ............................................................................................... 28

Equação 3.8 potência reativa. [9]. ............................................................................................ 29

Equação 3.9 Fórmula da frequência elétrica. [7]. ..................................................................... 30

Equação 4.1 Fórmula da relação entre a potência mecânica e potência elétrica exigidas. [7]. 44

Equação 4.2 Velocidade angular. ............................................................................................. 44

Page 9: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

GLOSSÁRIO ANEEL Agencia Nacional de Energia Elétrica

AVR Regulador Automático de tensão.

CA Corrente Alternada.

CC Corrente Contínua.

CCM Centro de Controle de Motores.

CLP Controlador Lógico Programável.

ESM Módulo de segurança do motor

GLP Gás Liquefeito de Petróleo.

HT High temperature ( alta temperatura).

HV High Voltage (Alta Tensão)

I/O Input/Output (Entrada/Saída).

IEC International Electrotechnical Commission (Comissão Eletrotécnica

internacional).

IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor, ou transístor bipolar de porta isolada.

LDU/LCP Unidade de Display Local e Painel de Comando Local

LV Low Voltage (Baixa tensão).

MCI Motor de Combustão Interna.

MCM Módulo de Controle Principal.

MV Média Voltagem.

OCB1 Óleo Combustível Tipo 1B; FISPQ BR0303.

ONS Operador Nacional de Sistema Elétrico.

PDM Fonte de alimentação.

PID Controlador Proporcional Integral- Derivativo.

PMS Ponto Morto Superior.

PWM Pulse Width Modulation (Modulação por Largura de Pulso).

RMS Root Mean Square (Valor Quadrado Médio ou Tensão Eficaz).

RPM Rotação Por Minuto.

TC/TP Transformador de Corrente/Transformador de Potencial

WISE Wärtsilä Information System Environment (Ambiente de Informação do

Sistema Wärtsilä).

WOIS Wärtsilä Operator’s Interface System (Interface do Sistema de

Operação Wärtsilä).

Page 10: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ......................................................................................................... 4

RESUMO ............................................................................................................................... 6

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... 7

LISTA DE EQUAÇÕES ...................................................................................................... 8

GLOSSÁRIO ........................................................................................................................ 9

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 12

2 FUNCIONAMENTO DE USINA TERMELÉTRICA .................................................... 13

2.1 Motor de Combustão Interna (MCI) WÄRTSILÄ. ................................................... 13

2.1.1 Principais componentes dos (MCI) WÄRTSILÄ. .............................................. 14

2.2 Ciclo de operação do MCI. ........................................................................................ 16

2.3 Os sistemas auxiliares da planta com motor Diesel Wärtsilä. ................................... 16

2.3.1 Sistema de combustível e de injeção de óleo Diesel. ......................................... 17

2.3.2 Sistema de lubrificação. ...................................................................................... 17

2.3.3 Sistema de arrefecimento ou refrigeração. ......................................................... 18

2.3.4 Sistema de exaustão ou escapamento dos gases. ................................................ 18

2.3.5 Sistema de recuperação de calor e fabricação de vapor. .................................... 18

2.3.6 Sistema de ar comprimido e de Partida. ............................................................. 19

2.3.7 Sistemas mecânicos. ........................................................................................... 19

3 SISTEMA ELÉTRICO ..................................................................................................... 20

3.1 Visão geral do sistema ............................................................................................... 20

3.2 Sistema de despacho e consumo interno. ................................................................... 21

3.3 Sistema de corrente continua. .................................................................................... 22

3.4 Gerador ...................................................................................................................... 22

3.5 Tensão ........................................................................................................................ 25

3.6 Regulação da tensão e excitação (AVR). ................................................................... 25

3.7 Potência ...................................................................................................................... 26

3.8 Potência Aparente ...................................................................................................... 27

3.9 Potência Ativa. ........................................................................................................... 28

3.10 Fator de potência .................................................................................................... 29

3.11 Potência Reativa ..................................................................................................... 29

3.12 Frequência .............................................................................................................. 29

3.13 Sincronização ......................................................................................................... 30

3.14 Proteção do sistema elétrico ................................................................................... 31

3.15 Equipamento de proteção - relé .............................................................................. 32

Page 11: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

4 SISTEMA CONTROLE ................................................................................................... 33

4.1 Sistema de comando e controle.................................................................................. 33

4.2 Estação de controle (WOIS e WISE) ......................................................................... 34

4.3 Mecanismo de controle .............................................................................................. 35

4.3.1 Medição e proteção de excesso de velocidade (ESM) ....................................... 36

4.3.2 Controle de carga e velocidade (MCM) ............................................................. 38

4.3.3 Monitoramento do motor e as funções de segurança ......................................... 42

4.4 Modos de operação .................................................................................................... 43

4.4.1 Como controlar a potência reativa. ..................................................................... 46

4.4.2 Modo de controle da tensão ................................................................................ 47

5 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 50

6 REFERÊNCIA ................................................................................................................. 52

ANEXO 1: ............................................................................................................................ 53

ANEXO 2: ............................................................................................................................ 54

Page 12: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

12

1 INTRODUÇÃO

Uma usina termelétrica com motores Wärtsilä é apropriada para a carga base, carga

intermediária, e geração de energia de emergência. A planta pode ser usada para alimentar

uma grande rede ou uma rede limitada, por exemplo, uma pequena fábrica de produção.

Também é possível alternar entre a geração em paralelo e limitada. A frequência e tensão do

gerador pode ser selecionada para melhor atender os requisitos do projeto. Alta eficiência em

carga total e parcial, rápido tempo de arranque e de resposta à carga.

Chamam-se termelétricas porque são constituídas de uma parte térmica, que são motores

semelhantes aos dos caminhões (mas muito maiores) e outra elétrica (gerador

elétrico/alternador), onde se produz a eletricidade.

Uma usina termelétrica pode ser definida como um conjunto de obras e equipamentos cuja

finalidade é a geração de energia elétrica como mostra a Figura 28, por meio de um processo

no qual basicamente o motor é utilizado para girar um eixo e esse eixo é acoplado a um

gerador de energia que transforma a energia cinética do giro em energia elétrica.

As unidades motor-geradores podem ser iniciadas, parada e controlada individualmente, parte

da planta pode ser executada com carga parcial, enquanto parte dela é mantido como reserva

de capacidade e pode ser controlada da sala de controle da própria planta, e/ou através de um

sistema de controle externo.

Os parâmetros essências para um sistema de geração elétrica são a tensão de alimentação, pois

devem ser a mesma faixa nominal da rede a qual ela está ligada para que não ocorra uma

diferença de potencial causando curto circuito no sistema.

A frequência de geração deve manter sincronizada com a frequência da rede nacional que é de

60 Hz, acompanhando as suas oscilações, a fim de manter uma estabilidade com a rede

nacional de energia elétrica.

O sistema também deve ser projetado para que em suas fases de geração ou sentido de

mudanças de fases, sejam as mesmas do sistema.

Com isto devem ser tomadas algumas medidas para que as usinas atendam a estes parâmetros,

tais como: Controle de Frequência, Regulação de tensão, Controle do ângulo de fases,

controle de carga.

Page 13: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

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2 FUNCIONAMENTO DE USINA TERMELÉTRICA

2.1 Motor de Combustão Interna (MCI) WÄRTSILÄ.

São máquinas térmicas alternativas, de combustão interna, destinadas ao suprimento de

energia mecânica ou força motriz de acionamento. O nome é devido a Rudolf Diesel1, que

desenvolveu o primeiro motor, em Augsburgh - Alemanha, no período de 1892 a 1897 [7].

Estas representam as tecnologias mais difundidas dentre as máquinas térmicas, devido à sua

simplicidade, robustez e alta relação potência/peso, o que faz com estes acionadores sejam

empregados em larga escala como elementos de propulsão (automobilística, naval e

aeronáutica), para geração de eletricidade continua, de back-up ou de carga de pico e para

acionamentos de bombas, compressores ou qualquer outro tipo de carga estacionária. A

geração de energia elétrica, os MCI a óleo e a gás são competitiva principalmente pela sua

alta eficiência térmica, tanto em operação a carga total como também em cargas parciais.

Outro fator importante a este tipo de equipamento é que a eficiência dos motores não é tão

sensitiva às condições ambientais locais (temperaturas, pressão e umidades). [7].

Motores do ciclo Diesel são aqueles que aspiram ar, que após ser comprimido no interior dos

cilindros, recebendo o combustível com pressão superior àquela em que o ar se encontra

ocorrendo instantaneamente à combustão por autoignição, o combustível que é injetado ao

final da compressão do ar, na maioria dos motores do ciclo Diesel, é o óleo diesel comercial,

porém outros combustíveis líquidos, tais como: Gasolina, álcool, OCB1 (Óleo Combustível

Tipo 1) dentre outros, ou os combustíveis gasosos como: gás natural, GLP (Gás Liquefeito

de petróleo), gases residuais ou manufaturados e há ainda os que trabalham com o carvão

mineral pulverizado.[7].

O motor é composto de um mecanismo capaz de transformar os movimentos alternativos dos

pistões em movimento rotativo da árvore de manivelas, através da qual se transmite energia

mecânica aos equipamentos acionados, como, por exemplo, a um gerador de corrente

alternada.

1 Rudolf Christian Karl Diesel (Paris, 18 de Março de 1858 — Canal da Mancha, 30 de Setembro de 1913) foi um engenheiro mecânico alemão, inventor do motor a diesel.

Page 14: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

14

Geralmente, estes tipos de motores são do tipo que denominamos quatro tempos, como

poderemos observar mais abaixo, que são quatro processos diferentes para um ciclo de

trabalho completo do motor. [7].

2.1.1 Principais componentes dos (MCI) WÄRTSILÄ.

Bloco: órgão estacionário fabricado com ferro fundido, onde são usinados os cilindros para

locação dos pistões. Possuem cavidades para escoamentos da água de arrefecimentos e dos

mancais centrais ou fixos onde se apoiam o eixo de manivela. [7].

Cabeçote: E a parte onde estão instalados os bicos injetores e as válvulas de admissão e

descarga ou escape dos gases provenientes da combustão. [7].

Cárter: É um reservatório fixado na parte inferior do bloco onde se deposita o óleo

lubrificante. [7].

Cilindro: É o espaço onde se desloca o pistão. [7].

Câmara de combustão: É o espaço livre entre o ponto morto superior e o cabeçote, onde se

procede a queima da mistura ar-combustível. Sua forma construtiva influenciam muito na taxa

de compressão, no rendimento e na potência do motor. [7].

Pistão: Tem a função de transmitir ao eixo de manivelas a força devido à pressão dos gases

em expansão na câmara de combustão. [7].

Pino: É o elemento de articulação entre o pistão e a biela. [7].

Anéis: São aros elásticos, colocados em canaletas situadas no pistão, cuja finalidade é impedir

a fuga dos gases da combustão, ficando entre a parede do pistão e do cilindro, e impedindo a

entrada de óleo lubrificante na câmara de combustão e o anel raspador que é responsável pela

limpeza da borra provida da combustão. [7].

Biela: É o braço de ligação entre o pistão e a árvore de manivelas. [7].

Eixo (árvore de manivelas): chamado de virabrequim é o eixo do motor, tem como função

converter a força mecânica alternativa dos pistões em movimento rotativo. [7].

Volante: É uma roda ligada à árvore de manivelas e tem como função principal transmitir a

energia mecânica e para atenuar as variações de aceleração, regularizando o movimento do

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15

motor absorvendo trabalho nos períodos de aceleração, para restituí-lo quando o trabalho

motor e menor. [7].

Eixo de came (comando de válvulas): Tem a função de mover as válvulas de admissão e de

escape no momento certo, e é acionado pela árvore de manivelas através de engrenagens,

correntes ou correia dentada. [7].

Válvulas: As válvulas servem para admissão do ar para combustão e descarga destes gases.

[7].

Figura 1 Partes que compõe um MCI. [5].

1. Bloco

2. Cabeçote

3. Cárter

4. Cilindro

5. Câmara de combustão

6. Pistão

7. Pino

8. Anéis

9. Biela

10. Eixo de manivelas

11. Comando de válvulas

Page 16: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

16

12. Válvulas

13. Tampa de alívio de pressão

2.2 Ciclo de operação do MCI.

Os componentes principais do ciclo de potência de um motor de combustão interna são pistão,

biela, manivela e virabrequim representado na Figura 1.

Um ciclo de trabalho estende-se por duas rotações da árvore de manivelas, ou seja, quatro

cursos do pistão como admissão, compressão, combustão e escape ou exaustão que

determinamos de motor de quatro tempos.

Primeiro tempo

Com o pistão em movimento descendente, dá-se a admissão de ar. Na maioria dos motores

ciclo Diesel moderno, uma ventoinha empurra a carga de ar para o cilindro, chamada de turbo

compressor (turbina).

Segundo tempo

Ocorre a compressão do ar, com o pistão em movimento ascendente, este processo no qual há

uma relação de compressão do ar em 16 até 20:1 elevando a temperatura do ar em

aproximadamente 550º C e 600° C.

Terceiro tempo

Com o pistão em movimento descendente, temos a ignição com a injeção do combustível,

ocasionando a expansão dos gases e transferência de energia ao pistão (tempo motor).

Quarto tempo

O pistão em movimento ascendente empurra os gases de escape para a atmosfera. Durante os

quatro tempos, ou duas rotações, transmitiu-se trabalho ao pistão só uma vez. Para fazer com

que as válvulas de admissão e escapamento funcionem corretamente, abrindo e fechando as

passagens nos momentos exatos, a árvore de comando de válvulas (ou eixo de cames) gira a

meia rotação do motor, completando uma volta a cada ciclo de quatro tempos.

2.3 Os sistemas auxiliares da planta com motor Diesel Wärtsilä.

Page 17: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

17

Figura 2 Sistema auxiliar da planta com MCI. [5].

2.3.1 Sistema de combustível e de injeção de óleo Diesel.

Sistema de combustível é um conjunto de tanque de estocagem, bombas, sistemas de

separação, que neste caso se aplica quando o combustível utilizado é o óleo pesado ou bruto

(OCB 1), unidade de transferência e retorno de combustível. Estes equipamentos deverão

garantir o suprimento contínuo de combustível nos níveis de vazão, pressão, limpeza e

viscosidade. No caso do combustível utilizado for gás, o suprimento deverá atender aos níveis

de vazão e pressão.

Estes tipos de insumo possuem vantagens de baixas emissões de poluentes e com a

possibilidade de se trabalhar com os dois tipos de combustível, podendo converter

instantaneamente para o modo diesel operando a qualquer nível de carga e prevenindo a falta

de suprimento do gás e vice e versa.

2.3.2 Sistema de lubrificação.

A lubrificação é um processo de suma importância para a vida útil do motor e as partes que o

compõe. Atualmente com o desenvolvimento da tecnologia de produção de lubrificantes, é

possível triplicar a vida útil dos motores.

O sistema de lubrificação assim como o de combustível, possuem tanques de armazenamentos

de óleo novo e usado, bombas de transferências e retorno, unidade separação e filtragem, que

são as separadoras centrífugas que removem água ou quaisquer partículas indesejáveis no

óleo, de resfriamento e bombeamento.

Page 18: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

18

A característica principal do óleo lubrificante e lubrificar os mancais fixos e móveis, partes

deslizantes, pistões e levar partículas para fora do motor a fim de serem removidas pelo

sistema de separação e filtração.

2.3.3 Sistema de arrefecimento ou refrigeração.

A sua função é o resfriamento do motor, cujo propósito é o controle da temperatura no nível

adequado mantendo, a combustão em qualquer carga e a máxima eficiência térmica sem

prejudicar as características mecânicas dos componentes metálicos. A água do sistema de

refrigeração do motor deve ser limpa e livre de agentes químicos corrosivos tais como

cloretos, sulfatos e ácidos.

Este é dividido em água de baixa temperatura para o arrefecimento do óleo lubrificante e o ar

de alimentação, e com água de alta temperatura para troca de calor com o bloco do motor, ar

de alimentação e cabeça dos cilindros.

Sistema compõe de tanque de expansão e de manutenção, radiadores e trocadores de calor.

2.3.4 Sistema de exaustão ou escapamento dos gases.

A energia térmica liberada na combustão não é totalmente aproveitada para a realização de

trabalho, na realidade a maior parcela da energia é desperdiçada de várias formas, motores

Diesel de grande porte e de baixa rotação tem melhor aproveitamento da energia obtida na

combustão. Para os motores Diesel de pequeno porte e alta rotação, em média, o rendimento

térmico se situa entre 36% e 40%, o que para máquinas térmicas, é considerado alto.

Este tipo de motor é provido de turbina de admissão de ar, que é movimentado pelos gases de

exaustão, tendo com isto, um ganho volumétrico de ar admitido para o processo do ciclo

diesel.

2.3.5 Sistema de recuperação de calor e fabricação de vapor.

Com os gases de exaustão a alta temperatura que está em torno de 250ºC a 400ºC é utilizada

para produção de vapor nas caldeiras recuperadoras de calor, que são essenciais para o

funcionamento de usinas termelétricas, pois necessitam aquecer o óleo combustível para

diminuir a viscosidade, quando o óleo utilizado no processo é o OCB1, aquecimento dos

Page 19: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

19

motores, água de arrefecimento, óleo lubrificante e a tubulação de suprimento de óleo

combustível bruto.

Com a usina parada o vapor é fornecido por caldeiras auxiliares que deverão aquecer e manter

aquecida o sistema até a produção de vapor pelas caldeiras recuperadoras.

2.3.6 Sistema de ar comprimido e de Partida.

Este sistema é necessário para partida dos motores e a utilização nos equipamentos de

instrumentação, controle pneumático e ferramentas próprias da operação e manutenção.

Os dispositivos de partida dos motores diesel podem ser elétricos, pneumáticos ou a mola. A

partida elétrica é empregada na maioria dos casos para motores de pequeno porte. Utiliza-se a

partida pneumática ou a mola, onde, por qualquer motivo, não seja viável a utilização de

partida elétrica, que é o meio de menor custo. Partida a mola só é aplicável em motores Diesel

de menor porte, abaixo de 100 CV (Cavalo Vapor). Para motor diesel de grande cilindrada, a

partida a ar comprimido é feita por meio da descarga de certa quantidade de ar, sob alta

pressão, em um cilindro predefinido, cujo êmbolo é posicionado próximo ao PMS (Ponto

Morto superior) para receber o primeiro impulso. Ao deslocar-se rapidamente em sentido

descendente, faz com que outros cilindros os êmbolos atinjam o PMS do tempo de

compressão e recebam injeção de combustível, iniciando o funcionamento.

Para isto são utilizados compressores de ar de alta pressão 30 bar para a partida dos motores, e

de baixa pressão, que na maioria dos casos é de 6 bar, para o controle pneumático e utilização

nos equipamento de instrumentação.

Também possui reservatório de ar de 6 a 10 vezes a capacidade de produção dos

compressores, que tem por finalidade de armazenar o ar comprimido para futura utilização e

equalizar as linhas de consumo eliminando o pouco de umidade que o ar possui.

2.3.7 Sistemas mecânicos.

As novas plantas de geração vêm sendo ainda caracterizado por módulos auxiliares, ou seja,

são fabricados separadamente antes de serem incorporadas as usinas. Além de se garantir a

confiabilidade no funcionamento, esta construção modular garante também uma rápida

instalação e facilita numa necessidade no aumento da capacidade de geração, manutenção e

de converter para outro tipo de combustível.

Page 20: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

20

3 SISTEMA ELÉTRICO

3.1 Visão geral do sistema

� Unidades geradoras de alta tensão;

� Alimentadores de saída de alta tensão para a conexão dos geradores;

� Subestação elevadora para despacho da produção de energia;

� Um transformador abaixador para o consumo interno;

� Sistema de distribuição de baixa tensão;

� CCM Centros de Controle de Motor;

� Painel de retificadores CC (corrente continua);

� Sistema de aterramento;

Figura 3 Layout do sistema elétrico de planta Wärtsilä [5].

O sistema elétrico da usina de geração inclui painéis de comando central (comum), para

controlar os grupos geradores e os vários painéis de comando locais dos equipamentos

auxiliares, disjuntores do sistema de distribuição de energia e para a sincronização manual e

automática de disjuntores, frequencímetro duplo, um voltímetro duplo e um sincronoscópio.

Page 21: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

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O painel de comando comum utiliza-se, principalmente, de um CLP (Controlador Lógico

Programável) que é responsável por controlar e supervisionar toda a usina, com informações

advindas dos painéis auxiliares (painéis locais).

3.2 Sistema de despacho e consumo interno.

O sistema elétrico da central elétrica utiliza três níveis de tensão principais:

• Alta tensão (HV);

• Média tensão (MV);

• Baixa tensão (LV);

Existem ainda sistemas de suporte com distribuição limitada para uso específico, por

exemplo, a alimentação elétrica CC para o CLP, e outros equipamentos de controle.

Figura 4 Diagrama unifilar do sistema elétrico.

Page 22: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

22

3.3 Sistema de corrente continua.

O sistema CC fornece alimentação independentemente do sistema de alimentação principal. A

alimentação CC é utilizada pelo sistema de comando e automação, pelos relés de proteção e

pelos circuitos de comando dos aparelhos de comutação (disjuntores) garantido, ou seja, para

iniciar a geração ou para um desligamento seguro da planta.

A alimentação pela bateria assegura que o sistema de comando continua a funcionar em caso

de falha no sistema auxiliar com base da energia gerada ou em caso de blecaute do sistema

elétrico. O equipamento de comando e proteção da central elétrica usa energia CC em dois

níveis de tensão diferentes, o comando do motor é fornecido por um sistema de 24 VCC,

enquanto que o de 110 VCC é usado, por exemplo, para os circuitos de comando dos

disjuntores de proteção dos geradores e os de interligação de barras.

3.4 Gerador

Os geradores são máquinas destinadas a converter energia mecânica em energia elétrica. A

energia mecânica utilizada é oriunda do MCI Wärtsilä, e é utilizada para fazer girar o rotor, ao

qual induzirá uma tensão nos terminais que levam a circulação de correntes elétricas pelos

enrolamentos e pela carga. [7].

Figura 5 Gerador síncrono AVK. [3].

Os geradores padrão utilizado pela Wärtsilä são geradores de média tensão CA, síncrono com

um sistema de excitação sem escovas (brushless), montados horizontalmente, e equipado com

dois rolamentos nos mancais fixos, lubrificados a óleo. Os geradores são ligados aos volantes

Page 23: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

23

de motor com acoplamentos flexíveis, são arrefecidos a ar com um eixo de ventilação, ou

seja, recebendo ar forçado por ventiladores.

Possui um aquecedor elétrico que evita a condensação de água no gerador quando o mesmo

permanece parado. Estes seguem os critérios de projeto descrito pela norma IEC 600342.

Os geradores pertencem à categoria das máquinas síncronas, isto é, máquinas cuja rotação é

diretamente relacionada ao número de polos magnéticos e a frequência da força eletromotriz.

Assim, um gerador quando tem seu eixo acionado por uma força mecânica, produz energia

elétrica nos terminais e, ao contrário, recebendo energia elétrica nos seus terminais, produz

energia mecânica na ponta do eixo, com o mesmo rendimento.

A energia elétrica produzida pelo gerador síncrono é feita numa tensão da ordem de 10 kV a

30 kV, sendo inserida no sistema de potência através de transformadores elevadores. Estes

equipamentos elevam tensões para patamares mais adequados, que para a transmissão de

energia elétrica, é usual entre 138 kV a 750 kV, com objetivo de diminuir a bitola dos cabos,

as perdas e as quedas de tensão.

Os geradores são compostos por duas partes magnéticas principais que são o rotor e o estator,

ambos confeccionados com materiais ferromagnéticos, que em relação ao fluxo magnético

apresenta alta permeabilidade. A potência demandada pelo sistema é suprimida pela corrente

gerada no estator, que através do campo magnético girante resultou numa tensão, que por sua

vez, gerou uma corrente. No rotor são encontrados dois tipos de enrolamentos, o enrolamento

de campo, responsável pela excitação da máquina e consequentemente pela produção do fluxo

magnético de excitação, e os enrolamentos amortecedores, que tem o papel importante no

amortecimento das oscilações mecânicas, na estabilidade da máquina e na qualidade do sinal

da tensão induzida no estator.

O sistema de excitação energiza o enrolamento de campo magnético da máquina síncrona,

que juntamente com o movimento de rotação, produz uma tensão induzida no estator, de

acordo com a lei de Faraday3.

2 International Electrotechnical Commission – Rotating Electrical Machines. Norma das máquinas elétricas rotativas. 3 FARADAY M. (Newington, Surrey, 22 de setembro de 1791 — Hampton Court, 25 de agosto de 1867) foi um físico e químico inglês, sendo considerado um dos cientistas mais influentes de todos os tempos.

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O valor da tensão induzida em uma simples espira de fio é proporcional à razão de

variação de linhas de força que passam através daquela espira ou se concatenam com

ela. [9].

A força eletromotriz induzida gerada é dada por:

���� = −��

Equação 3.1 Força eletromotriz gerada. [9].

���� é a tensão gerada em uma única espira (volts/espira)

ϕ é o numero de linhas de força magnéticas concatenadas pelas espiras.

t é o tempo na qual as linhas ϕ são alternadas.

Do estabelecido acima e da equação, é bastante evidente que uma fem (força eletromotriz)

induzida gerada, pode ser aumentada, através de aumento da força do campo magnético ou a

diminuição do tempo durante o qual ocorre a variação no fluxo alternado, isto é, um aumento

na velocidade ou no movimento relativo entre o condutor e o campo magnético. [9].

Para complementar a lei de Faraday que apenas relaciona força mecânica com o campo

magnético, a Lei de Lenz4 relaciona a causa e efeito que se opõem.

Em todos os casos de indução eletromagnética, uma fem induzida fará com que uma

corrente circule em um circuito fechado, num sentido tal que seu efeito magnético se

oponha à variação que a produziu. [9].

Assim como é estabelecido no principio da Le Chatelier “que as forças naturais existem em

equilíbrio, de tal modo que se opõem em qualquer alteração neste equilíbrio”, na Terceira lei

de Newton diz: “toda ação, corresponde uma reação igual e oposta” e a lei da conservação de

energia “só se requer energia mecânica para produção de energia elétrica por ação

eletromagnética”. Isto é, apenas quando a força vence a resistência que a energia é gasta. [6].

4 Heinrich Friedrich Emil Lenz (Tartu (actual Estonia), 12 de Fevereiro de 1804 - Roma, 10 de Fevereiro de 1865), foi um físico alemão (germano-báltico).

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25

3.5 Tensão

A tensão gerada é apresentada através da Equação 3.2, que a tensão e o resultado da variação

do campo magnético em um determinado tempo, aplicando-se as leis da indução magnética

aos enrolamentos da máquina síncrona. [9].

��. � = −��� �

Equação 3.2 Lei de Faraday (Campo elétrico induzido). [9].

Sendo E o campo elétrico induzido, ds é um elemento infinitesimal do circuito e dΦB/dt é a

variação do fluxo magnético. [9].

3.6 Regulação da tensão e excitação (AVR).

Figura 6 AVR – Regulador Automático de Tensão no gerador. [5].

Enquanto a potência ativa do gerador depende da potência do motor W20V32 e da eficiência

do gerador, a tensão e a potência reativa é regulado pelo sistema de excitação. [5].

A excitação sem escovas (bruschless) e do sistema de regulação de tensão consiste de um

regulador automático de tensão (AVR) como mostra a Figura 6, uma excitação e uma ponte

de diodos rotativas produzirá o campo magnético girante e com isto criará a tensão de saída

do gerador. Esta regulação é feita através da conversão da tensão por um sistema PWM, que é

uma onda modulada por largura de pulso, que controla o fluxo de corrente na carga, ora num

sentido, ora noutro. Um método é ligado a carga que medirá a tensão de saída e, quando seu

Page 26: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

26

nível estiver diminuindo a chave IGBT5 será ligada e, quando a tensão aumenta o IGBT e

desligado.

Nota-se que, quando o motor está parado o disjuntor de interligação com a rede permanece

aberto e a referência de tensão e coletada do barramento principal UNET, com isto é iniciado a

excitação do gerador de modo a obter da tensão gerada e da tensão da rede com os mesmos

valores, para que possa ocorrer a sincronização do item 3.13.

Potência de excitação é retirado de transformadores de tensão ou enrolamentos auxiliares

montados no gerador e ainda poderá ser fornecida por fontes externas. Devido a um pólo do

ímã permanente no excitador, nenhuma fonte de energia externa é necessária para a excitação

inicial.

3.7 Potência

São três tipos de potência elétrica, potência aparente, ativa e, a reativa que não produz

trabalho, mas é importante para o sistema. A potência aparente é efetivamente a potência

gerada que será transmitida para o sistema. A potência ativa é utilizada para trabalho tanto

internamente como externamente. A potência reativa é a parcela utilizada para a magnetização

e não produz o trabalho. [9].

A potência do grupo moto-gerador, definida em kVA (potência aparente), está em relação

direta com a potência em HP (Horse Power) ou CV do MCI. O cálculo para definir a potência

do grupo gerador, são consideradas as perdas (rendimento do alternador) e a potência

mecânica do motor Diesel que será convertida diretamente em kW. O fator de potência (cosφ)

é uma função da carga que atualmente, o valor limite estabelecido como mínimo admitido

pelas concessionárias de energia elétrica é de cosφ = 0,92, instalações com fator de potência

inferior a 0,92 tem tarifas mais elevadas (multas) pois, para consumir uma determinada

quantidade de kWh, colocam em circulação uma corrente mais elevada do que seria suficiente

com um fator de potência mais alto. A corrente elétrica que percorre os circuitos

consumidores produz também a potência reativa (Indutiva ou Capacitiva).

5 O IGBT - Insulated Gate Bipolar Transistor, ou transistor bipolar de porta isolada - é um componente semicondutor de potência, que possui como principais características: alta eficiência, rápida comutação e facilidade de acionamento.

Page 27: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

27

O rendimento do alternador (η) não é constante e se aproxima do seu valor máximo com a

carga entre 80% e 100% da potência máxima.

Em sistemas elétricos, a potência instantânea desenvolvida por um dispositivo de dois

terminais é o produto da diferença de potencial entre os terminais e a corrente que passa

através do dispositivo.

Isto é,

� = �. �

Equação 3.3 Potência instantânea. [9].

I é o valor instantâneo da corrente.

U é o valor instantâneo da tensão.

Potência elétrica pode ser definida também como o trabalho realizado pela corrente elétrica

em um determinado intervalo de tempo. Num sistema de corrente contínua em que I e U se

mantenham invariantes durante um dado período, a potência transmitida é também constante e

igual ao produto �. �. Nos sistemas em que I ou U são variáveis no tempo, é possível

determinar a potência média desenvolvida durante um intervalo de tempo a partir da

integração temporal da potência instantânea:

���� = 1� .� �()�

� . �(). �()

Equação 3.4 Potência média desenvolvida em um intervalo de tempo. [9].

I(t) = é o valor da corrente no instante t

U(t) = o valor da tensão no mesmo instante.

3.8 Potência Aparente

Se não se inclui o termo �� � que haveria que contemplar, devido ao fato de que a corrente e

a tensão estejam defasados entre si, obtemos o valor do que se denomina potência aparente ou

teórica � que se expressa em volt amperes (VA): [9]

Page 28: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

28

� = ��. ��∗ Equação 3.5 Potência elétrica monofásica gerada. [9].

No qual ��∗entende-se como o conjugado do número complexo Ie.

É com base no valor desta potência (ou das correntes respectivas) que se faz o

dimensionamento dos cabos e sistemas de proteção das instalações elétricas. Na contratação

de fornecimento de energia elétrica é normalmente especificada a taxa de potência que

depende da potência aparente máxima a ser disponibilizada pelo fornecedor. Mas essa não é

a potência trifásica e sim a monofásica. Para calcular a potência trifásica basta na mesma

fórmula multiplicar também o resultado por raiz de três.

� = ��. ��∗. √3

Equação 3.6 Potência elétrica trifásica gerada. [9].

3.9 Potência Ativa.

No caso da corrente alternada (CA) senoidal, a média de potência elétrica desenvolvida por

um dispositivo de dois terminais pode ser determinada pela resolução da integral anterior, de

onde resulta o produto dos valores quadrados médios (RMS), ou eficazes da diferença de

potencial entre os terminais e da corrente que passa através do dispositivo com o cosseno do

seu ângulo de desfasamento. [9].

Isto é,

� = ��. ��. cos �

Equação 3.7 Potência ativa. [9].

Onde:

Ie – é o valor eficaz da intensidade de corrente alternada senoidal,

Ue – é o valor eficaz da tensão senoidal e φ é o ângulo de fase ou defasagem entre a tensão e a

corrente.

Cosφ – é denominado Fator de potência.

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29

A energia transferida num determinado intervalo de tempo corresponde à integral temporal da

potência ativa. É esta a integração realizada pelos contadores de energia utilizados na

faturação de consumos energéticos de instalações.

3.10 Fator de potência Um fator essencial para a determinação da potência do motor Diesel é a potência ativa

absorvida pelos consumidores. O fator de potência (cos φ) indica a relação entre a potência

ativa e a potência aparente.

Na indústria elétrica recomenda-se que todas as instalações tenham um fator de potência cos φ

máximo, com o qual cos φ será mínimo e, portanto a potência reativa ou não útil será também

mínima. A integração no tempo da potência reativa resulta numa energia reativa, que

representa a energia que circula de forma oscilante nas instalações, mas não é consumida por

nenhum receptor. Em casos de consumidores especiais de energia elétrica (grandes

consumidores), esta energia pode ser contabilizada em VArh, é faturada adicionalmente à

energia ativa consumida. [7].

3.11 Potência Reativa

Existe também em CA outra potência, que é a chamada potência reativa cuja unidade é VAr e

é igual a:

$ = ��. ��. sin�

Equação 3.8 potência reativa. [9].

Numa instalação que apenas possua potência reativa, a potência média tem um valor nulo,

pelo que não é produzido nenhum trabalho útil. Diz-se, portanto que a potência reativa é uma

potência que não produz watts ativos e esta é utilizada apenas para magnetização das

máquinas indutivas.

3.12 Frequência

A frequência elétrica é uma grandeza física que indica quantos ciclos a corrente elétrica

completa em um segundo. Se ela não for à correta, os equipamentos elétricos não funcionam

ou funcionam de modo inadequado e não conseguirá a sincronização dos geradores com a

rede elétrica.

Page 30: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

30

A frequência é gerada e dada pela rotação da máquina motriz a qual o gerador esta acoplado

dividindo-se pela quantidade de polos que o gerado possui:

' = (. �120

Equação 3.9 Fórmula da frequência elétrica. [7].

' = Frequência gerada

�= números de polos

( = Rotação da máquina motriz dado e RPM (rotação por minuto).

Diante disto é que determinamos a quantidade de polos de um gerador e a rotação da máquina

motriz, pois é determinada que a frequência em território brasileiro fosse de 606 Hz.

3.13 Sincronização

O sincronismo é para que as unidades geradoras possam ser interligadas a rede externa, que

no caso da usina estudada é com FURNAS, e despachar a produção de energia é preciso que a

tensão, a frequência e a sequência de fase do gerador estejam com os mesmo valores da rede

para a sincronização ocorra. O sincronismo pode ser feito em modo manual ou modo

automático. [5].

Este sistema de sincronismo é provido de equipamentos que fazem todo o processo de

regulação da tensão, de ajuste na velocidade da máquina colocando-a em mesma frequência

de rede. A sequência de fase é um item de projeto, pois a máquina motriz já é especificada

para um único sentido de rotação.

Para isto, o AVR fará todo o processo de sincronismo assim que receber o sinal advindo do

CLP do painel comum após verificar todas as condições de partida satisfatória e ordenará o

fechamento do disjuntor do gerador.

Quando o sincronismo for feito em modo manual o operador deverá fazer o ajuste descrito

acima através do painel principal que possui instrumentos que visualmente é possível verificar

6 Lei nº 4.454, de 6 de novembro de 1964 – poder Legislativo - dispõe sobre a unificação de frequência da corrente elétrica no país.

Page 31: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

31

os valores, de tensão e da frequência são os mesmos da rede, auxiliando em uma manobra de

sincronismo.

Para que a sincronização ocorra é necessário manter a frequência de geração e a frequência da

rede igualmente ajustando-se, como mostra a Equação 3.9, a velocidade N da máquina motriz,

já que o número de polos da máquina é fixo.

A velocidade N da máquina motriz e ajustada automaticamente pela MCM (Módulo de

Controle Principal) do item 4.3.2, assim que surgir um novo pedido de carga, como diz a lei

Lenz, pois com o aumento de corrente no gerador, aumentará a corrente oposta à induzida,

que por sua vez aumentará o torque do gerador tendendo a diminuir a velocidade da máquina

motriz, e por isto é feito o ajuste automático enviando um comando para o sistema de injeção

de combustível.

3.14 Proteção do sistema elétrico

Em uma usina de geração termelétrica com motores Wärtsilä, toda a planta deverá ser

protegida e mantida as características construtivas do equipamento e garantido também a

integridades físicas das pessoas.

O sistema de proteção é uma das características mais importante de projeto, pois suas

instalações são de alto risco, onde serão geradas tensões, corrente elétricas e potências

elevadas, aumentado assim o risco de queima de equipamentos, explosões de transformadores

e disjuntores, curto circuitos, etc.

Em se tratando de geração de energia, como visto acima, para que o sistema possa produzir

energia é preciso que estes itens.

• Sobrecorrente;

• Sobretensão/subtensão;

• Sobrefrequencia/subfrequência;

• Fuga terra;

• Curto-circuito;

• Potência inversa;

• Subexcitação;

• Tensão residual;

Page 32: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

32

Estejam protegidos e controlados. Por isto deverão ser tomadas algumas decisões a fim de

proteger a planta de modo a não comprometer seu funcionamento. Nota-se que são situações

que não desejamos para nosso sistema, estas são monitoradas por sensores e relés, que envia

os sinais para o CLP, gerando alarmes provisórios, para que o operador possa toma as

decisões necessárias a normalizar o sistema ou comandará a abertura e o desligamento

imediato do motor em uma falha mais grave. No anexo 1, demostra um esquema do circuito

de proteção para melhor detalhar a proteção dos equipamentos e como é feito a leitura do

consumo e despacho da energia.

3.15 Equipamento de proteção - relé

Figura 7 Relés de proteção e monitoramento (Vamp) [4].

Estes relés são para proteção de geração, transmissão e distribuição de energia e aplicações

industriais utilizados pela usina termelétricas da Wärtsilä. Relés protegem as mais diversas

causas, sobre/subcorrente, falha a terra, sobre/subtensão, diferencial de tensão, e uma proteção

que está sendo muito usual nos dias de hoje que é a proteção de arco elétrico, armazenamento

de históricos de alarmes, falhas e eventos. [4].

Os relés possui uma interface através do IHM e a comunicação com protocolos IEC 61850,

IEC 60870-5-103, IEC 60870-5-101, Modbus RTU, Modbus TCP, Profibus DP, DNP 3.0,

DeviceNet e SPA e TCP/IP através de uma conexão RJ-45 para comunicação via PC e online,

evitando assim acesso em locais restritos como subestação.

Page 33: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

33

4 SISTEMA CONTROLE

As unidades auxiliares na central elétrica são operadas, principalmente, a partir de painéis de

controle locais. Partes dos dispositivos auxiliares específicos do motor são controladas a partir

do painel de comando no módulo auxiliar do motor, ou seja, anexos às unidades geradoras.

Algumas unidades auxiliares podem ser definidas para funcionamento no modo automático ou

manual. Se um interruptor de controle estiver definido na posição automático, a unidade é

colocada a funcionar e parar automaticamente de acordo com os sinais do sistema de

comando, proteção ou equipamento de instrumentação local. [5].

As seguintes unidades são controladas a partir do painel de comando no módulo auxiliar do

motor:

• Bomba de pré-lubrificação;

• Unidade de pré-aquecimento;

• Bomba de combustível;

• Bomba de retorno de combustível limpo;

• Bomba de retorno de combustível sujo;

• Aquecedor anticondensação do gerador;

4.1 Sistema de comando e controle.

O controlador lógico programável (CLP) é o núcleo do sistema de comando. O controlado

lógico programável é um hardware provido de um software que ao receber um dado de

entrada controlando logicamente suas saídas, executando um comando ou supervisionando

dados de variáveis do sistema através do programa supervisório WOIS (Wärtsilä Operator’s

Interface System). Estes dados podem ser digitais ou análogicos, onde os digitais são dados de

entrada para o comando de liga e/ou desliga, já os analógicos são dados de entrada que

controlam as variáveis do sistema em um range de valores predefinidos, e são convertidos em

sinais de corrente ou tensão, 4mA – 20mA; 0 V a 10 V respectivamente, isto faz com que os

equipamentos sejam controlados proporcionalmente de acordo com uma escala. Este sistema

inclui um CLP para cada grupo gerador e um CLP comum. Cada CLP inclui uma unidade

central de processamento (CPU) que contém funções de comando e um número de placas I/O

(Input/Output – entradas e saídas) para recolher e transmitir sinais de processo. Os CLP’s são

responsáveis por executar comandos e controlar, o arranque e paragem do motor, velocidade

do motor e controle de carga, controle da saída do gerador – tensão – sincronização, controle

Page 34: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

34

dos sistemas auxiliares, gerar alarmes e realizar escalas de medição para a estação de trabalho

WOIS através de suas entradas analógicas. [5].

Figura 8 Configuração típica do sistema de controle e proteção das plantas Wärtsilä. [5].

Todos os PLC’s, relés de proteção, a estação de trabalho e outros equipamentos como

impressoras, fax, um access point para comunicação com WOIS mobile, estão

interconectados por meio de um Ethernet switch. A comunicação entre entres estes

equipamentos é executada com a rede ethernet (com protocolos ModBus sobre TCP/IP) e

configuração exata depende da quantidade de motores, I/O, métodos de comunicação e

exigências de controle.

4.2 Estação de controle (WOIS e WISE)

A estação de controle da usina termelétrica possui uma interface homem máquina capaz de

controlar e supervisionar todo o sistema através de sua sala de controle. Consiste de

supervisório interligado aos CLP comum, monitorando suas variáveis de controle com os

dados coletados em tempo real tanto em digital como analógica, mandar comandos ao CLP,

por exemplo, para reconhecer alarmes e carregar parâmetros e pontos de referência de pressão

e temperatura, visualizar as condições de partida das unidades, posições do disjuntor.

Page 35: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

35

Ainda possui uma estação WISE (Wärtsilä Information System Environment) que armazena

os dados de geração por máquina, de produção de energia, potência reativa, consumo de

combustível, além de outros parâmetros importantes na geração, com os valores mínimos,

máximos e médios. [5].

Os valores são armazenados e podem ser lidos em qualquer momento por períodos diários,

mensais ou anuais, com indicações de tendências o que permite realizar um estudo sobre o

desempenho da máquina e emitir relatórios.

4.3 Mecanismo de controle

Os mecanismos de controle possui um sistema de gerenciamento chamado UNIC C1, com:

Figura 9 Layout dos mecanismos de controle dos motores Wärtsilä. [5].

LDU – Unidade de Display Local

LCP – Painel de controle local

ESM-Módulo de segurança do motor

MCM - Módulo de Controle Principal

PDM – Fonte de alimentação.

Estes são responsáveis por controlar e monitorar os parâmetros do motor e inicia todas as

ações necessárias sob as mais diversas condições. Estas ações podem variar de bloqueio de

partida, início de alarme, até a parada do motor em emergência. Por esta razão o sistema tem

um número definido de modos internos.

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36

Os diferentes modos têm diferentes prioridades e as transições entre esses modos podem

ocorrer de acordo regras predefinidas a seguir:

� Segurança fundamental (sobre velocidade, pressão de óleo lubrificante, temperatura de

água de arrefecimento, etc.);

� Monitoramento local básico;

� Uma interface “Hardwired” para alarmes externos e sistemas de monitoramento;

� Controle de carga e velocidade (controle eletrônico de velocidade pelo MCM, se o motor

for equipado com atuador);

� Gerenciamento de partida e parada;

O sistema de controle de velocidade é projetado para:

� Atingir a mais alta confiabilidade possível, com componentes, sensores, projetados

especialmente para o ambiente onde o motor está montado;

� Reduzir o cabeamento ao redor do motor, com um ponto claro de interconexão e interface

padronizada;

� Fornecer um alto desempenho com controles pré-testados e otimizados;

O sistema de automação UNIC C1 é um sistema de gerenciamento incorporado ao motor que

tem um projeto modular, e algumas partes e funções é opcional na configuração do UNIC C1.

O sistema é especialmente projetado para as exigências dos locais onde os motores estão

montados. Dessa forma uma atenção especial é levada em conta no projeto para resistência, à

vibração e temperatura. [5].

4.3.1 Medição e proteção de excesso de velocidade (ESM)

Tem a função da segurança fundamental item 4.3 do motor, e é a interface para os

dispositivos de desativação e alguns instrumentos locais.

Page 37: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

37

Figura 10 Módulo ESM. [5].

A velocidade do motor é medida com dois sensores de velocidade localizados no volante do

motor, e usando os sinais de velocidade, o módulo ESM calcula a velocidade do motor e usa

essa informação para as funções de velocidade e outros aspectos relacionados com a proteção

de excesso velocidade. [5].

A velocidade do motor é aferida através de dois sensores de velocidade independentes, nos

quais foram integrados circuitos de alimentação individuais e também com circuitos

individuais de detecção de falhas em sensores. Os sensores são do tipo PNP indutivo de

proximidade.

A frequência dos sensores de velocidade é convertida em tensões analógicas proporcionais à

velocidade rotacional, e ainda, os sinais de tensão são usados para acionar os circuitos do

trecho de sobre velocidade interna no ESM. Ambos os limites de sobre velocidade estão

fixados em 115% da velocidade do motor nominal. Qualquer anormalidade dos sensores é

enviado ao WOIS um alarme de avaria do sensor.

Para o controle da velocidade após a amostragem do sinal de velocidade e a comparação do

valor nominal, é feito a conversão em tensão ou corrente para ajuste da velocidade junto ao

MCM. É possível também ver o valor correto da velocidade no painel local LDU.

Page 38: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

38

Sensor de velocidade do motor

(1)

Sensor de velocidade do motor

(2)

f/U

f/U

Deteção do sensor de

velocidade (2)

Excesso de velocidade 2 SHD

estado

Saída de velocidade do motor (2).

indicação local

Saída de velocidade do motor (1).

Ligado ao sistema externo

Excesso de velocidade 1SD

estado

Pulso de velocidade do

motorCircuito de dispara de

sobrevelocidade

Máximo selecionado

Comparação de avaria dos sensores

f//f

U//I ou U

U/I

Circuito de disparo de

sobrevelocidade

Deteção de avaria do

sensor

Falha de sensor de velocidade (2)

Falha no diferencial de velocidade

Falha de sensor de velocidade (1)

Sinal de velocidade interno

Excesso de velocidade (1)

Excesso de velocidade

Figura 11 Diagrama do circuito de medição e proteção velocidade do MCI. [5].

4.3.2 Controle de carga e velocidade (MCM)

Tem como funções a gestão de partida, parada, velocidade e carga do motor. Este módulo é

uma parte opcional do sistema, em caso de utilização de reguladores mecânicos. O módulo

MCM é um módulo de microprocessador versátil, configurável e de aquisição de dados. Tem

uma variedade de canais de medição analógicos e digitais, assim como várias saídas

analógicas e binárias. [5].

Figura 12 Módulo MCM de controle de carga e velocidade. [5].

MCM é um controlador de elevado desempenho e contém funções de diagnóstico da

integridade do sistema (como verificações da memória, vigilância da CPU, temperatura do

Page 39: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

39

sistema), bem como verificações de E/S avançadas com base no processamento de sinais,

como a detecção de circuitos abertos/curto-circuitos e diagnóstico dos sensores.

O sistema de controle do motor possui três modos distintos de controle, o controle de queda

da velocidade, controle de compartilhamento isócrono de carga e o controle kW real. O modo

ativo é selecionado de acordo com o sistema de controle de cada planta e região.

Um controlador do tipo PID controla a injeção de combustível com base na diferença entre

velocidade medida e a carga atual ou de acordo com o modo de controle ativo e set point.

4.3.2.1 Modo de controle de queda de velocidade.

A velocidade fixa, com base na velocidade nominal do motor, é usada como ponto de

referência. A referência de velocidade interna do motor é reduzida linearmente com aumento

de carga (queda de velocidade), quando há variação é feito o ajuste na carga do motor em

conformidade com a curva de queda da velocidade, mantendo a mesma frequência da rede. É

possível também este modo está em manual, onde a velocidade e a carga são ajustadas no

painel principal, aumentando a injeção ou da diminuição de combustível da unidade geradora.

[5].

Figura 13 Gráfico do modo de controle de queda de velocidade. [5].

Um valor de queda demasiado baixo a carga oscila potencialmente e ser a queda for alta a

frequência reduz abruptamente com o nível de carga.

Page 40: TCC Controle e Protecao de Usina Termeletrica Atual Josemar Maria Sacramento

40

Temos então um circuito que mostra como é feito o ajuste da velocidade caso a mesma tende

a diminuir com aumento de carga no sistema ou aumentar com a diminuição de carga do

sistema.

Gerador-+-

PID MotorGovernador

Inclinação da velocidade

Referência de

velocidade

Controle Digital

Erro de Velovidade Saída mA.

Amostra da carga

Amostra da Velocidade

Figura 14 Controlador PID do controle de queda da velocidade. [5].

4.3.2.2 Modo de controle de carga (kW )

Este modo à carga é utilizada como referência, onde é mantida independente da carga e da

frequência interna ou da rede. O valor de carga é introduzido na estação de trabalho WOIS e a

mesma é aumentada gradativamente depois que o disjuntor estiver fechado, isto se for ao

modo automático, no caso de modo manual, o aumento de carga e feito no painel principal

com o aumento ou diminuição de injeção de combustível. [5].

Figura 15 Gráfico do modo de controle de carga. [5].

Se a frequência da rede não estive dentro do valor de velocidade predefinido como mostrado

na Figura 15, o modo KW mudará automaticamente para o modo de queda de velocidade.

Um circuito típico de uma malha PID para controle do modo de controle de carga.

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Gerador+-

PID MotorGovernadorReferência kW

Controle Digital

Erro kW Saída mA.

Amostra de carga kW

Figura 16 Controlador PID do modo KW. [5].

4.3.2.3 Modo de controle isócrono

A velocidade nominal é mantida constante, independentemente das mudanças de carga do

sistema e, as unidades que estão neste módulo deverá ter a mesma referência de velocidade. A

saída do motor e determinada pela carga do sistema e não poderá ser ajustada manualmente,

sendo controlada pela excitação e pelo regulador de tensão AVR mantendo o nível de CC do

rotor a fim de compensar as alterações de carga do sistema. [5].

Figura 17 Gráfico do modo de controle isócrono. [5].

Quando há uma variação de carga o motor tende a diminuir a velocidade por causa do efeito

da lei de Lenz, que com aumento de carga do sistema o torque do motor deverá aumentar para

atende a demanda de carga exigida pelo sistema, isto é feito através dos módulos ESM e

MCM que irá manter o nível de controle de combustível ajustando a velocidade do motor.

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Gerador-+-

PID MotorGovernador

Inclinação da velocidade

Referência de kW

Controle Digital

Erro de Velovidade

Saída mA.

Amostra da carga kW

Amostra da Velocidade

+-

Conversor

Amostra da carga

Erro de kW

Referência Velovidade

Figura 18 Controlador PID do modo isócrono. [5].

4.3.3 Monitoramento do motor e as funções de segurança

Sensores instalados no motor são ligados ao UNIC C1 processando estes sinais e enviando

para o CLP para controle de bloqueio no inicio a ativação de alarmes, a redução da carga,

monitoramento das variáveis como: velocidade, temperatura, pressão, desligamento e parada

de emergência. [5].

Figura 19 Sensor de monitoramento das variáveis elétricas. [5].

Antes do sistema de controle da planta ativar um pedido de início, ele verifica se o motor está

pronto para partir, com isto, a partida não será permitida se, o processo de partida e parada ou

outras condições necessárias não são cumpridas.

A unidade UNIC C1 e o CLP geram alarmes, que serão transmitidos para o WOIS da planta,

como por exemplo:

� Falha de sensor.

� Alta temperatura no gás de exaustão de um cilindro.

� Falha na tentativa de partida.

� Alta temperatura de ar de carga.

� Alta pressão no Carter.

� Sobrecarga do motor

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Alguns alarmes, por exemplo, alta temperatura do gás de exaustão, dará início a uma redução

de carga. Incidentes mais graves, como pressão no cárter, alta temperatura gás de exaustão do

cilindro, alta temperatura no cilindro, ou alta temperatura do rolamento principal irá ativar um

mecanismo de desligamento imediato, ou ainda se houver uma sobrecarga do motor, excesso

de velocidade do motor, ou se ambos os sensores de velocidade falharam.

4.4 Modos de operação

O comando de partida das unidades geradoras parte das estações WOIS por um operador, e

para isto são necessárias que os itens de condições de partida estejam liberados, itens como:

temperatura de água de resfriamento e óleo lubrificante, pressão de água de arrefecimento,

pressão óleo lubrificante e de óleo combustível, pressão de ar de partida e de controle. [5].

Estas condições são enviadas pelos painéis de controles locais para o CLP do painel comum

da sala de controle, se alguns dos itens não estiverem em condições, será interrompida a

partida do motor até que seja reestabelecido a condição normal de funcionamento.

Outros itens também impedem que o motor possa entrar em funcionamento, é a proteção do

AVR ativada, o motor de giro lento engatado, a emergência ativada etc.

Com as condições satisfeitas o motor entra em funcionamento, e após 10 segundo é feito à

sincronização automática com o barramento principal, como consta no item 3.13.

A carga é aumentada automaticamente de acordo com um dos modos selecionados do item

4.3.2, ou com ajuste através da estação de controle pelo operador a pedido de ONS ou do

responsável local pelo gerenciamento do sistema elétrico.

Para que se possa despachar a energia gerada, é preciso um pedido do órgão responsável pelo

o gerenciamento de distribuição de energia e está registrado na mesma e com as condições

imposta para o funcionamento de usinas termelétricas estejam em dia.

Quando se necessita parar o motor é dado um comando e a unidade geradora começa

automaticamente a descarregar até um limite de carga abrindo o disjuntor, funcionando a

vazio por um período para o resfriamento do motor. Se a unidade trabalha em modo de queda

da velocidade, o operador reduz até o limite de carga e dar o comando de abertura do

disjuntor manualmente antes de para o motor.

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É possível também parar a máquina através da botoeira de emergência no painel principal e

painel local, isto faz com que a máquina desativa imediatamente.

O que faz a frequência sair de 60Hz? Basta entender a fórmula matemática da equação

dinâmica, para um sistema em perturbação.

�+� =

+2, . (�� −��)

Equação 4.1 Fórmula da relação entre a potência mecânica e potência elétrica exigidas. [7].

Onde:

+ = Velocidade angular em radiano por segundo (proporcional à rotação da máquina)

, =Constante de inércia em segundos

= Tempo em segundos.

�� = Potência mecânica imposta pela máquina primaria.

�� = Potência elétrica solicitada pelo Sistema.

Verifiquem que �-�. é a derivada da velocidade angular em função do tempo, ou seja, em

regime permanente, aonde �� =�� a derivada é zero, sendo assim a frequência fica constante

+ = 2. /. '

Equação 4.2 Velocidade angular.

Onde a frequência é diretamente proporcional à velocidade da máquina e inversamente

proporcional a inércia. Com máquinas de alta potência e com eixos pesados tem uma inércia

maior, o que em consequentemente tem uma menor variação da velocidade �- �.⁄ . Portanto

para que haja um desequilíbrio, é necessária uma variação do �� ou do ��. No aumento de

carga �� a derivada é negativa, e ocorre uma diminuição da velocidade e da frequência.

No alivio de carga ��a derivada é positiva, e ocorre um aumento da velocidade e da

frequência, não podendo variar + - 0,1 Hz, exigência esta do órgão regulamentador do Setor

Elétrico Brasileiro (Aneel).

Quem controla então a frequência? É o regulador de frequência UNIC C1 através do MCM e

pode funcionar em três modos descritos nos itens 4.3.2.1, 4.3.2.2, 4.3.2.3, sendo:

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Controle de KW: É o modo de operação em que a máquina esta rodando com uma carga

constante e as variações de carga no sistema externo não afetam o valor da potência em que a

máquina esta trabalhando, é como se o Pe não tivesse variação. Ou seja, neste modo de

operação o regulador de velocidade não irá controlar ou contribuir para as variações das

frequências do sistema externo.

Controle da inclinação da velocidade: Neste caso o sistema externo determina a frequência

do sistema, sendo que a máquina esta em paralelo com outras máquinas, e o aumento ou

decréscimo da velocidade de referência mudará a frequência, em regime permanente, aonde

P2 =P3 a derivada é zero, sendo assim a frequência fica constante w = 2. π. f.

Modo de controle isócrono: Neste caso, como sendo a velocidade nominal fixa e

consequentemente a frequência invariável, e poderá haver aumento ou diminuição de carga na

rede, causando diferença entre �� e ��, com isto, é preciso que o módulo MCM corrige a

variação de velocidade da máquina motriz através do controle de injeção de combustível do

motor, mantendo �� =��.

Wärtsilä evita operar no modo da inclinação da velocidade em lugares que a frequência do

sistema é instável.

Uma das regiões onde isto acontece é Manaus, esta região não possui uma referência concreta

de frequência, sendo toda a energia gerada por pequenas centrais termelétricas e PCH’s , onde

todas operam em suas cargas máximas para suprir a demanda, uma vez que em Manaus a rede

não é interligada com a rede nacional de energia elétrica, ficando em modo ilha, que com a

queda de geração ou até mesmo uma pequena alteração de carga de alguma das usinas, altera

todo o sistema, podendo derrubar todo o sistema de geração pelo efeito cascata.

Toda vez que a frequência variar em + - 0,5 Hz (60 + - 0,5 Hz), a planta muda de controle de

KW para o modo de queda de velocidade em 100 milissegundos e retorna ao modo de

controle KW em 15 segundos, se estabelecida a frequência.

Não se recomenda uma variação menor do que + - 0,5 Hz, em razão da flutuação do sistema,

por que:

• Aumenta o consumo de combustível.

• Aumenta o desgaste nos racks e do atuador do governor de injeção de combustível.

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• Aumenta o desgaste nas bombas injetoras.

4.4.1 Como controlar a potência reativa.

Quando dois geradores elétricos estão em paralelo suas velocidades são múltiplas de seus

pares de polos como consta no item 3.11, a tensão de geração é a mesma, a potência ativa

absorvida pelo sistema é a soma das potências ativas fornecidas pelos geradores, a potência

reativa absorvida pela rede é igual à soma das potências reativas fornecidas pelo conjunto das

máquinas.

Considerando a potência ativa (P) constante, o que sucede se houver uma variação na

excitação da máquina, é que o ponto C, só pode se deslocar sobre o eixo de mesma potência

ativa, pois a potência do motor é constante. O ponto de funcionamento é obtido pela

intercessão do eixo X, com a circunferência de raio E, centro O1, a intensidade da corrente

debilitada pelo gerador e sua defasagem são determinadas pelo vetor OC.

Figura 20 Diagrama das potências.

Quando o ponto C está situado á direita do eixo da potência ativa, I está defasada em atraso, o

gerador elétrico está sobre-excitado e fornece potência reativa.

Figura 21 Diagrama de um gerador sobre-excitado.

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Quando o ponto C esta sobre o eixo da potência ativa, temos cos (φ) = O1 a energia reativa

fornecida é nula.

Figura 22 Diagrama de um gerador com potência reativa nula.

Quando C está á esquerda do eixo da potência ativa, a intensidade de corrente está defasada,

porém em avanço. O gerador elétrico está sub-excitado e absorve potência reativa do sistema.

Figura 23 Diagrama de um gerador sub-excitado.

Quando diminuímos a corrente de excitação a corrente do estator proporcional a OC diminui,

passa por um mínimo e depois começa a crescer. Podemos então variar a potência reativa

fornecida a um sistema, através da corrente de excitação. No entanto a excitação, não tem

nenhuma influência sobre a potência ativa, que só pode ser modificada pelo regulador de

velocidade.

4.4.2 Modo de controle da tensão

O regulador de tensão pode funcionar em dois modos: controle FP e queda de tensão.

O Regulador de tensão tem função similar ao regulador de Velocidade, mais os parâmetros

são diferentes. No regulador de velocidade a frequência é controlada, controlando a injeção de

combustível, no caso do regulador de tensão a intenção é controlar a voltagem, através do

controle da corrente de excitação do gerador elétrico, indo ao final controlar a potência reativa

que a máquina irá fornecer ao sistema.

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Considere duas máquinas de uma mesma planta, em paralelo.

O primeiro gerador debita uma corrente I1 sobe a tensão U, defasada de φ1, o outro sob a

mesma tensão U, debita uma intensidade de correntes I2, defasada de φ2 em relação a U.

O resultado será a resultante vetorial dos parâmetros e, será percorrida pela corrente I,

defasada de φ em relação a U.

Figura 25 Diagrama de dois geradores em paralelo com ângulos defasados.

Para regular a intensidade e a defasagem de um gerador elétrico é agindo sobre a excitação,

deformando o paralelogramo das intensidades de corrente, conservando, no entanto a mesma

resultante. Desta maneira se conclui que um gerador pode trabalhar com o cos (φ) em avanço

e o outro com o cos (φ) em atraso. A regulação é a melhor possível , quando os ângulos de

defasagem são iguais, a corrente então no barramento é a soma aritmética das correntes de

cada máquina. Para isso o operador deve diminuir a excitação da máquina de maior cos (φ) e

aumentar simultaneamente, e excitação da máquina de menor cos (φ).

Figura 24 Diagrama de dois geradores em paralelo.

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Neste caso φ1 = φ2 e I1 = I2.

Figura 26 Diagrama de dois geradores em paralelo com mesmo FP.

Controle do fator de potência FP é um método de controle da excitação do gerador elétrico,

para manter constante o fator de potência do Gerador Elétrico.

Controle de queda de tensão similar ao controle de queda de velocidade, a intenção neste caso

é controlar a tensão através da corrente de excitação e fazer o movimento da potência reativa.

As mudanças na carga reativa, serão neste caso compensadas proporcionalmente as

necessidades do sistema em paralelo com outras máquinas e respeitando os limites técnicos do

gerador elétrico.

Wärtsilä evita operar no modo de operação de queda de tensão, em razão de que nem sempre

se tem uma divisão compartilhada na mesma proporção com as outras máquinas, protegendo

o gerador elétrico de obter menor desgaste por injeção de correntes no rotor e estator do

gerador.

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5 CONCLUSÃO

Este trabalho tem mostrado os princípios básicos de operação, controle e proteção de usina

termelétrica com motores a combustão interna e as particularidades dos equipamentos

específicos da empresa como no item 4.

A operação de usinas termelétricas com este tipo de equipamento vem sendo muito utilizado

nos últimos anos devido a sua rápida instalação e, em locais mais próximos a seus

consumidores finais reduzindo os custo de instalação de linha de transmissão. Caso haja uma

necessidade de aumento da capacidade de geração, esta poderá sofre as alterações em curto

prazo, já que, suas instalações são modulares.

Estas plantas também podem atuar como back-up de rede, suprir de carga de pico e utilizadas

em pequenas empresas que necessitam de energia sem interrupção. Outro fator muito

importante é que poderá consumir variados tipos de combustíveis, aumentando sua

capacidade diária de geração de energia por hora, uma vez que, com a falta de uns dos

combustíveis outro poderá suprir esta demanda.

Por serem máquinas que trabalham com alto torque, elevadas temperatura e pressão, ciclo de

queima do combustível, alta tensão e o sincronismo com a rede, estas são monitoradas e

protegidas a qualquer variação do seu valor nominal que venha a comprometer seu

funcionamento, protegendo não só os equipamentos mais também pessoas que ali trabalham.

O sistema de controle é a parte fundamental das usinas termelétricas, sem elas não é possível

fazer com que as planta sejam conectadas a rede externa, ou seja, as concessionárias ou rede

de transmissão e distribuição, fazer o controle de carga e velocidade de acordo com o

necessário e/ou exigido pelo sistema. O controle possui o seus modos de controle, que são

ajustados de acordo com cada região devido às variações do sistema externo, como dito no

item 4.4, que diz respeito o estado de Manaus, que por não possuir uma interligação com o

sistema elétrico brasileiro, há uma variação significativa de frequência, tendo com isto, uma

maior preocupação com suas proteções e controle. Os tipos comuns utilizados são controle de

carga, onde a carga é utilizada como referencia e independente do sistema, a mesma tende a

permanecer constante, controle de compartilhamento de carga, sendo que a velocidade

nominal do motor é a referencia na geração que com aumento ou diminuição de carga a

velocidade também varia sendo ajustada pelo módulo MCM, com monitoramento dos

sensores de velocidade e lidos pela ESM e, todas as máquinas ligadas deverão está com esta

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configuração. O mais usual é o controle de compartilhamento de carga, onde a velocidade

nominal é mantida constante através de seu controle de velocidade MCM, pois com a variação

de carga o motor tendendo a diminui ou aumentar a velocidade do motor e consequentemente

à frequência de geração, podendo até sair de sincronismo com a rede, é feito então o ajuste

pelos módulos de controle mantendo a frequência da rede e velocidade da máquina.

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6 REFERÊNCIA

1. ONS. Operador Nacional do Sistema Elétrico. [Online] www.ons.org.br.

2. ANEEL . Agência Nacional de Energia Elétrica. [Online] www.aneel.gov.br.

3. AVK. Cummins Generator Technologies Germany. Generator Technologies. [Online]

2011. http://www.cumminsgeneratortechnologies.com/en/.

4. Vamp. VAMPSET. s.l. : VAMP.

5. Wärtsilä. W32. [manual] Finlândia : Wartsila, 2009.

6. KOSOW, Irving Lionel. Máquinas elétricas e Transformadores. Porto Alegre, Rio de

Janeiro : Globo, 1982.

7. LORA, Electo Eduardo Silva e NASCIMENTO, Marco Antônio Rosa do. Geração

Termelétrica: Planejamento, Projetos e Operação. Engenho Novo, Rio de Janeiro :

Interciência, 2004. 8571931054.

8. IEC. Rotating electrical machines. Geneva, Switzerland : IEC, 2004. 2-8318-7455-6.

9. YOUNG, Hugh D. e FREEDMAN, Roger A. Fisica III, Eletromagnetismo. São Paulo,

SP : Addison Wesley, 2004. 85-88639-04-1.

10. SADIKU, Matthew N. O. Elementos de Eletromagnetismo. Porto Alegre, RS : Bookman,

2004. 85-363-0275-5.

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ANEXO 1:

Figura 27 Layout do circuito de ligação do relés de proteção do sistema elétrico. [4].

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ANEXO 2:

Figura 28 Visão geral do Sistema. [5].