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Mini Mult Teste, MMPI

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  • 0 325Revista TOXICODEPENDNCIAS Edio IDT Volume 11 Nmero 3 2005 pp. 25-36

    AVALIAO DA PERSONALIDADE NO CAT DE CASTELO BRANCO PERFIL OBTIDO A PARTIR DO MINI-MULT QUESTIONRIO APLICADO AOS UTENTES

    EM PROGRAMA DE METADONA

    SLVIA FELIZARDO

    RESUMO: O objectivo deste estudo a descrio das caractersticas dapersonalidade dos utentes em tratamento de substituio opicea comMetadona no Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT) deCastelo Branco, utilizando o Mini-Mult Questionrio. Constituiu-se umaamostra de 42 indivduos, correspondendo a 50% desta populao. Fez-setambm uma caracterizao sociodemogrfica e de consumos, dedoenas infecto-contagiosas e de intervenes teraputicas. Verificou-seque a maioria destes utentes apresentam personalidades patolgicas oulimtrofes. So sugeridas algumas estratgias de interveno nestapopulao, tendo em conta as caractersticas observadas e realada aimportncia da avaliao psicolgica na interveno psicoteraputica. Palavras-chave: Personalidade; Mini-Mult; Toxicodependente; AvaliaoPsicolgica; Metadona.

    RSUM: Lobjectif de cette tude cest la description des carac-tristiques de la personnalit des patients en traitement de substitutionopiac avec mthadone au Centre de Soins pour les Toxicomanes (CAT)Castelo Branco, avec utilisation du Mini-Mult Questionnaire. On a fabriquun chantillon de 42 individus, correspondent 50% de la population. Ona ralis aussi la description socio-demographique et de consommation,des maladies infectieuses et contagieuses et dinterventions thrapeu-tiques. On a vrifi que ces patients manifestent personnalits patholo-giques ou borderline. Quelques stratgies thrapeutiques sont proposes cette population et limportance de lvaluation psychologique se revle,surtout dans lintervention psychothrapeutique.Mots-cl: Personnalit; Mini-Mult; Toxicomane; valuation Psychologique;Mthadone.

    ABSTRACT: The main objective of the present study is to describe thepersonality features of the patients in opiate substitute treatment withmethadone, at Castelo Brancos Drug Addiction Treatment Centre (CAT).For this purpose it was used the Mini-Mult Questionnaire. It wasorganized a sample of 42 individuals, corresponding to 50% of thepopulation. A characterisation was done on socio-demographical features,consumptions, infectious-contagious diseases and therapeuticinterventions. It was verified that most of the patients showedpathological or borderline personalities. It is suggested some interventionstrategies for this population, having in consideration the observedfeatures and it is also shown the importance of the psychologicalevaluation in the psychotherapeutic intervention.Key Words: Personality; Mini-Mult; Drug Addict; Psychological Evaluation;Methadone.

  • 1. INTRODUO

    A avaliao psicolgica em toxicodependncia, comonoutros domnios, tem, ou deve ter, um papel relevantepara o diagnstico e interveno psicoteraputica.No esquecendo que a toxicodependncia, como referidopor Olievenstein et al. (1989) resulta do encontro de umproduto, com uma personalidade e um momentosociocultural, ou seja, resulta da interaco entre vriosfactores (psicolgicos, ambientais e socioculturais), estetrabalho prope-se caracterizar o perfil de personalidade dostoxicodependentes em programa de substituio opiceacom metadona no CAT de Castelo Branco, sendo para talutilizado um inventrio de personalidade. No se procuraencontrar um padro de personalidade especfico dostoxicodependentes como factor explicativo da toxicode-pendncia, mas conhecer e compreender as fragilidades eos recursos destes utentes, de forma a procurar utilizarestratgias de interveno mais adequadas. Os inventrios de personalidade, procuram reflectir no so comportamento dos indivduos, mas tambm os aspectosinternos: formas de sentir e pensar que remetem para assuas motivaes, atitudes e valores. Um perfil depersonalidade traado atravs da manifestao, em maiorou menor grau, de um conjunto de caractersticas, permiteencontrar os traos de personalidade mais salientes. Nesteestudo, no ser feita uma avaliao de cada caso per si,mas uma anlise de um conjunto de utentes.Numa reviso de literatura sobre estudos das carac-tersticas da personalidade em toxicodependentes, refere--se um estudo realizado por Weissman, em 1976 (citado porNeto, 1996, p. 71) com uma amostra de 106 herono-dependentes, utilizando o SCL-90, no qual conclui que umtero apresentava depresses moderadas a graves. Neto(1996) reala tambm que, segundo Wurmser (1998), aspopulaes estudadas com a ajuda de testes demonstrampsicopatologia severa. A maioria dos casos apresentaperturbaes da personalidade, uma minoria apresentaneuroses, os casos de psicose so raros, sendo a extensoda depresso massiva particularmente nos herono-dependentes. Este autor refere ainda que o Grupo para oAvano da Psiquiatria Comisso sobre o Alccoolismo eToxicodependncia, em 1991, fez um artigo de reviso onde

    afirma que um nmero significativo de estudos realizadosentre 1975 e 1985, documentaram uma elevada taxa dedepresso em toxicodependentes e uma elevada taxa deincidncia de perturbaes do eixo 2 (eixo das per-turbaes da personalidade), particularmente perturbaoanti-social da personalidade, segundo critrios da DSM III(Idem, p. 76). Fernandez e LLorente (1997), resumindoestudos publicados sobre caractersticas da personalidadede heroinmanos em tratamento em comunidade terapu-tica afirmam que estes pacientes revelam uma pre-disposio para sintomas ansiosos e depressivos ao longodo tratamento, que estes sintomas podem interferirsignificativamente no seu processo de desabituao eassociam-se a uma maior vulnerabilidade comportamental,motivacional e cognitiva. Sobre esta temtica, refere-seainda, o estudo realizado por Janeiro e Metelo, em 2004,no CAT do Sotavento/Olho, com o objectivo de descrevero perfil de personalidade de 52 utentes deste CAT, atravsda utilizao do inventrio de personalidade NEO-PI-R.Estes autores, aps uma anlise estatstica por clusters dosresultados, caracterizaram trs grupos em termos depersonalidade e realaram a importncia da avaliao dapersonalidade nas implicaes psicoteraputicas.Bergeret et al. (1983) defende que a maioria dos toxicode-pendentes no apresentam personalidades neurticas oupsicticas mas so como adolescentes que no tiveramtempo de terminar a sua crise da adolescncia, sopersonalidades imaturas, fluidas, ansiosas e insatisfeitas.Segundo a teoria desenvolvida por este autor, trs factoresdominariam o quadro clnico das personalidades dostoxicodependentes: as manifestaes comportamentais(derivadas da utilizao de mecanismos de defesaprojectivos situando no exterior as fontes de dificuldades,com manifestaes de comportamentos que muitas vezesincluem condutas de risco); as carncias identificatrias(presentes nas dificuldades de afirmao perante osoutros, ideais pessoais vagos e irrealistas e ausncia deinstncias morais interiorizadas); e as carncias doimaginrio (apesar da imaginao estar exacerbada, comimagens repetidas, pelas substncias qumicas, oimaginrio est reduzido, limitando as trocas afectivas como exterior e dificultando a antecipao do desejo e prazeresrealizveis). Tudo isto se prende com a importncia do

    TOXICODEPENDNCIAS Volume 11 Nmero 3 2005

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  • deficit relacional no problema da toxicodependnciarealado por Neto, em 1996, que salienta o facto dostoxicodependentes desistirem mais facilmente das relaeshumanas trocando-as pela obteno de prazer atravs deuma via inerte, qumica e no relacional.Tendo em conta estes estudos e estas consideraestericas, surge este trabalho, que um estudo observacionaldescritivo, que fornecer informao relativa a caracte-rsticas da personalidade segundo o Mini-Mult Questionrio,dos toxicodependentes em tratamento de substituioopicea com metadona no CAT de Castelo Branco. umestudo transversal, uma vez que ir focar um nico gruporepresentativo da populao a estudar e os dados serorecolhidos num nico momento. Prope-se observar asseguintes variveis: a configurao das escalas de validadedo Inventrio de Personalidade; o valor obtido nas escalas devalidade e escalas clnicas; e a elevao do perfil clnico. Paraalm destas variveis principais fazem parte do estudovariveis de controlo, que podem ter efeitos nas principais:variveis scio demogrficas e de consumos; variveisrelativas a doenas infecto-contagiosas; e variveis relativass intervenes teraputicas.

    2. MTODO

    A presente investigao segue os parmetros de umestudo observacional descritivo, de uma s amostra. Fez-seuma caracterizao da populao estudada em duasgrandes vertentes: 1) caracterizao sociodemogrfica e deconsumos, de doenas infecto-contagiosas e de inter-venes teraputicas; 2) perfil de personalidade.

    2.1. ParticipantesA populao constituda pelos toxicodependentes em

    seguimento no CAT de Castelo Branco, integrados noprograma de tratamento de substituio opicea commetadona (N=84) no incio de Junho de 2004. No foramincludos os utentes detidos, nem os que tomam metadonanos Centros de Sade. Para recolher informao acercadesta populao foi realizado um estudo por amostragem emque a amostra uma amostra aleatria simples, inserindo-senas amostras probabilsticas. Para a seleco da amostra foiatribudo um nmero (de 1 a 84) aos nmeros dos ficheirosdos indivduos da populao e posteriormente seleccionadosao acaso 42 elementos (n=42). Sendo o erro de amostrageminversamente proporcional raiz quadrada do tamanho daamostra (Ribeiro, 1999, p. 57) com este nmero departicipantes (n=42) o erro de amostragem de 0.15.

    2.2. InstrumentosForam utilizados dois questionrios, apresentados aosparticipantes com uma folha de rosto visando informarsobre a investigao e motiv-los a responder.2.2.1. Questionrio de caracterizao sociodemogrfica,intervenes teraputicas e de consumos, construdo parao estudo, que permite fazer o levantamento de dadosindispensveis caracterizao da amostra quanto a vriasdimenses: histria pessoal e social actual, histria mdicae psicoteraputica, histria de consumos.2.2.2. Mini-Mult Questionrio Questionrio de Persona-lidade que uma verso abreviada do Questionrio dePersonalidade MMPI e possibilita uma aplicao maiseconmica em termos de tempo e mais fcil de aplicar emcontexto de investigao, uma vez que constituda por 71afirmaes (em vez de 566) que permitem obter as notas dasescalas do MMPI, excepo da escala de masculinidade feminilidade que no utilizada. Possui trs escalas devalidade e oito escalas clnicas, descritas no Quadro 1.

    27AVALIAO DA PERSONALIDADE NO CAT DE CASTELO BRANCO PERFIL OBTIDO A PARTIR DO MINI-MULT QUESTIONRIO APLICADO AOS UTENTES EM PROGRAMA DE METADONA pp. 25-36

    Escalas de Validade

    Escala L Mentira

    Escala F Infrequncia

    Escala K Correco

    Caractersticas

    composta por itens que referem situaes socialmente desejveis mas raramente verdadeiras.

    composta por itens de baixa frequncia de resposta no grupo norma (

  • Aos participantes pedido que respondam Verdadeiro ouFalso a cada afirmao, no demorando muito tempo entreuma e outra e dem todas as respostas por ordem. Aps acotao das respostas obtida uma nota bruta para cadauma das escalas que vai ser convertida em nota T, sendo amdia 50 e o desvio-padro 10. Notas T acima de 70 soconsideradas indicadoras de patologia. a anlise domodo como os sujeitos se posicionam em cada uma dasescalas que permite descrever o perfil de personalidade.A escolha de uma verso do MMPI (Minnesota MultiphasicPersonality Inventory) para estudar o perfil depersonalidade deve-se ao facto de lhe ser reconhecidovalidade em diferentes domnios da avaliao (opsiquitrico, o forense e mais especificamente das

    toxicodependncias), e de fornecer elementos sobreproblemas psicolgicos, sintomas psicopatolgicos eoutras caractersticas da personalidade, teis na escolhade estratgias de interveno clnica. (Manita, 2002).

    2.3. ProcedimentoFoi solicitado aos participantes o preenchimento dosquestionrios quando estes vinham ao CAT tomarmetadona, informando-os do tema e utilidade dainvestigao, e explicando-lhes a importncia econfidencialidade da sua participao. Aps o seuconsentimento os questionrios foram aplicadosindividualmente, sempre por uma Psicloga que explicavacomo se preenchiam.

    TOXICODEPENDNCIAS Volume 11 Nmero 3 2005

    28 AVALIAO DA PERSONALIDADE NO CAT DE CASTELO BRANCO PERFIL OBTIDO A PARTIR DO MINI-MULT QUESTIONRIO APLICADO AOS UTENTES EM PROGRAMA DE METADONA pp. 25-36

    Escalas Clnicas

    Escala Hs Hipocondria

    Escala D Depresso

    Escala Hy Histeria

    Escala Pd Psicopatia

    Escala Pa Parania

    Escala Pt Psicastenia

    Escala Sc Esquizofrenia

    Escala Ma Hipomania

    Caractersticas

    Mede a preocupao do indivduo com o funcionamento somtico. A elevao dos resultados no tem diagnsticounvoco e sinaliza caractersticas de personalidade relativamente estveis e resistentes mudana.

    Integra itens relativos sintomatologia depressiva (humor depressivo, desmoralizao, tristeza, perda da auto-estima,insatisfao geral e falta de esperana). um bom indicador do grau de desconforto e insatisfao psicolgica do sujeitoem relao a si prprio e ao meio em que vive.

    Compreende itens relativos ao carcter histrico e a sintomas de converso somtica. A elevao nesta escalaassinala a presena de caractersticas dos dois tipos e pode ocorrer em pessoas que geralmente mantm umafachada de ajustamento superior e s em situaes de stress manifestam vulnerabilidade e desenvolvem sintomasde converso.

    Desenvolvida para identificar a personalidade psicoptica, caracterizada por ausncia de respostas emocionaisprofundas, dificuldade em aprender com experincia, egocentrismo, desprezo pelas normas e costumes sociais,podendo atingir comportamentos anti-sociais.

    Desenvolvida para detectar caractersticas paranicas (ideias de referncia, sentimentos de perseguio, conceito desi grandioso, hipersensibilidade interpessoal e rigidez psicolgica). Permite identificar estas caractersticas em doistipos de perturbao, perturbao caracterial (Carcter Paranico) e perturbao grave da personalidade (PsicoseParanica ou Delrio Paranide).

    Validada com indivduos caracterizados por grande fadiga fsica e intelectual, dvidas sistemticas e excessivas,medos injustificados, obsesses e compulses e grandes nveis de ansiedade.

    Validada com grupo de sujeitos muito heterogneo que apresentavam em comum caractersticas psicticas,designadamente, perturbaes do pensamento, da percepo, do afecto, dificuldade de controlo dos impulsos ealteraes da sociabilidade. Em sujeitos normais, uma elevao surge em personalidades muito criativas eimaginativas, ou em sujeitos muito individualistas, imaturos, com interesses especficos pouco desenvolvidos,dificuldades sexuais, problemas de identidade e dificuldades de pensamento e comunicao.

    Desenvolvida para identificar sintomas hipomanacos aos quais est subjacente uma hiperactividade do pensamentoe da aco. Este quadro caracteriza-se por instabilidade e labilidade do humor, euforia, excitao psicomotora, auto--conceito grandioso, egocentricidade, impulsividade e facilidade de passagem ao acto.

  • 29AVALIAO DA PERSONALIDADE NO CAT DE CASTELO BRANCO PERFIL OBTIDO A PARTIR DO MINI-MULT QUESTIONRIO APLICADO AOS UTENTES EM PROGRAMA DE METADONA pp. 25-36

    Os dados relativos idade de incio de consumos deherona correspondem aos registados nos processosindividuais dos utentes. Quanto aos dados sobre a doseinicial e ltima dose de metadona foram confirmados e/ouadquiridos nos registos da enfermagem.

    3. RESULTADOS

    O tratamento estatstico dos dados foi realizado noprograma informtico SPSS 10.0 for Windows. Foi realizadaa estatstica descritiva das variveis em estudo.

    3.1. Caracterizao Sociodemogrfica e de Consumos

    As ltimas anlises de urina, para pesquisa de metabolitosopiceos e de cocana, realizadas aos utentes, antes daresposta aos questionrios, revelaram ausncia de consu-mos em 61,9% dos utentes e consumos em 38,1%. Do grupoque obteve resultados positivos aos consumos, 7,5%revelaram consumos positivos s de herona; 12,5% heronae cocana e tambm uma percentagem de 12,5% s cocana.

    3.2 Resultados relativos a doenas infecto-contagiosasOs dados obtidos referem-se s respostas dadas pelosutentes nos questionrios e no a uma pesquisa realizadaaos dados que constam nos processos. O nmero derespostas de seropositividade para o HIV foi de 4,8%; paraVDRL (Sfilis) e Tuberculose 0%. Foi encontrado um valormais elevado para a Hepatite C, 40,5%; tendo sido baixa apercentagem de utentes que referiram ter Hepatite B, 4,8%.

    3.3. Resultados recolhidos sobre as intervenesteraputicas

    3.3.1. Situao no tratamento de substituio opiceacom metadonaRelativamente assiduidade s tomas de metadona, 25(61%) dos utentes referiram que nunca faltaram; 1 (2,4%)que faltou uma vez e 15 (36,6%) que faltaram mais do queum vez. As razes apresentadas para as faltas variarammuito, desde problemas com o horrio; falta de tempono ter meio de transporte, doena, recadaesquecimento, etc. No se verificou a predominncia denenhuma destas razes.So referidos como responsveis por levar a metadonapara, maioritariamente o pai ou a me (em 35,7% doscasos) ou o prprio (42,9%), seguindo-se o companheiro(a)(11,9%). Em dois casos (4,8%) foi um amigo(a), num caso(2,4%) o sogro e noutro (2,4%) a irm.O tempo em programa distribuiu-se de 1 a 75 meses, sendoa mdia 22 meses. Dos utentes da amostra, 24 (57,1%)esto pela primeira vez no programa, correspondendo osrestantes 18 (42,9%) a reentradas.Relativamente dose de metadona no incio ou reincio doprograma de tratamento, a dose mdia foi de 44 mg, tendosido a dose mnima de 20 mg e mxima de 94 mg. Na datade aplicao dos questionrios, a dose mnima tomada

    Quadro 2 Caractersticas sociodemogrficas da amostra

    % Mdia DP

    Sexo Idade 34 6,48Masculino 71,4 (anos) Feminino 28,6

    Estado CivilSolteiro 42,9Casado/Unio de facto 42,9Sep./Divorciado 14,3

    Filhos Idade de incio Sim 47,6 de consumosNo 52,4 de herona

    (anos) 22 4,49

    CoabitaoFamlia de Origem (pais) 42,9Famlia Nuclear (companheiro) 42,9Famlia da Irm 2,4Sozinho 11,9

    Habilitaes Literrias Tempo decorrido1 Ciclo 7,1 desde incio dos2 Ciclo 38,1 consumos at 3 Ciclo 33,3 data da avaliaoSecundrio 11,9 (anos) 12 4,71Bacharelato 4,8Licenciatura 4,8

    Situao LaboralEmpregado a tempo inteiro 47,5Empregado a meio tempo 7,2Baixa 4,8Desempregado 38,1

  • pelos utentes da amostra era de 2 mg, mxima de 145 mge mdia 42mg.

    3.3.2. Tratamento psiquitrico concomitanteA maioria dos utentes (78,6%) no estava a tomar medicaopsiquitrica. Uma minoria (9,5%) tomava Ansiolticos, eapenas 4,8% tomava Ansiolticos e Hipnticos; 2,4%Ansiolticos e Antidepressivos; 2,4% Ansiolticos, Antide-pressivos e Hipnticos; e 2,4% Neurolpticos.

    3.3.3. Consultas de PsicologiaDos 6 (14,6%) utentes que responderam nunca terem tidoconsultas de Psicologia, metade referiram que a razo eraNo preciso a outra metade referiu Nunca me disseram.Em relao frequncia a consultas de Psicologia nomomento da avaliao, 56% dos utentes tinham consultas,enquanto que 44% no tinham. Dos 23 utentes quereferiram ter consultas, 16 (69,6%) apresentaram razespara irem s consultas ligadas a uma necessidade pessoal:ajuda-me; preciso; para desabafar; para falar dotratamento; etc.; 5 (21,7%) utentes referiram ter aderido consulta porque foi sugerido pelo CAT como fazendo partedo Servio, e 2 (8,7%) utentes no responderam. Dos 13utentes que referiram no ir s consultas no momento daavaliao, mas que j foram no passado, quatro (30,8%)referiram razes ligadas a sentimentos pessoais (noquero, no preciso, no gosto), cinco (38,5%) apontaramrazes ligadas a condies externas ao prprio (falta detempo, por causa do trabalho, por ser de longe) e dois(15,4%) utentes referiram razes relacionadas comcaractersticas do Psiclogo; um utente disse que preferiaum homem e outro devido falta de competncia. Houveduas (15,4%) respostas No sei.

    3.4. Resultados do Mini-Mult Questionrio

    3.4.1. Configurao das escalas de validadeFoi analisada a configurao das escalas de validade (L Mentira, F Infrequncia e K - Correco) obtida depoisda codificao dos resultados de cada um dos utentes ecomparada com configuraes tpicas (Fig. 1, Fig. 2, Fig.3e Fig. 4)

    TOXICODEPENDNCIAS Volume 11 Nmero 3 2005

    30 AVALIAO DA PERSONALIDADE NO CAT DE CASTELO BRANCO PERFIL OBTIDO A PARTIR DO MINI-MULT QUESTIONRIO APLICADO AOS UTENTES EM PROGRAMA DE METADONA pp. 25-36

    Figura 1 Perfil LFK (K elevada)

    L F K0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    Escalas de validade

    Not

    as T

    Figura 2 Perfil LFK (L e K elevadas)

    L F K0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    Escalas de validade

    Not

    as T

    Figura 3 Perfil LFK (K elevada)

    L F K0

    1020304050607080

    Escalas de validade

    Not

    as T

    Figura 4 Perfil LFK (escala L elevada)

    L F K0

    1020304050607080

    Escalas de validade

    Not

    as T

  • Configuraes parecidas configurao da Fig. 1 foram asmais frequentes, correspondendo a 71,4% (30) dos casos.Este tipo de configurao indica que o utente admitedificuldades pessoais e emocionais, procura ajuda, noestando muito seguro das suas capacidades para lidar comesses problemas. Esta configurao a mais desejvel paraqualquer forma de interveno psicolgica. Em 6questionrios (14,3%) obteve-se uma configuraosemelhante representada na Fig. 4, que frequente empessoas que tentam parecer o melhor possvel, apesar deterem problemas geralmente no os admitem e tm poucosrecursos para uma interveno psicolgica. Configuraescomo a da Fig. 2 foram pouco frequentes, 7,1% (3). Este tipode escalas ocorre geralmente em indivduos que tentamevitar ou negar quaisquer sentimentos, impulsos ouproblemas no aceitveis e tendem a ser simplistas e a vero mundo em termos de extremos (bom e mau). Apenasum utente obteve resultados que levaram a umaconfigurao semelhante da Fig. 3, tpica de um indivduocom recursos apropriados para lidar com os problemas eque, no momento, no est a experimentar qualquer stressou conflito. Em 2 casos, a configurao obtida foi indicadorade falsificao(1). Os resultados obtidos nestes questionriosno foram integrados na anlise dos dados que se segue.

    3.4.2. Resultados (notas T) das escalasOs resultados das notas T obtidas em cada escala permitiuobter o perfil de personalidade de cada utente da amostra.Posteriormente, encontrou-se o perfil mdio de persona-lidade de todos os participantes calculando a mdia dasnotas T obtidas em cada uma das escalas. Os valores mdiosmais elevados, acima de uma nota T de 70 (indicadorpatolgico), foram obtidos nas escalas; D Depresso (76);Pd Psicopatia (73) e Sc Esquizofrenia (82).

    3.4.3. Elevao do perfil clnicoA anlise do perfil clnico de cada um dos utentes revelouque a maioria dos utentes (54,8%) apresentava perfiselevados (as notas T obtidas em trs ou mais escalasclnicas eram superiores a 70, e pelo menos uma delas comuma nota superior a 80, sendo este perfil indicador depatologia); 20% perfis limtrofes (as notas T obtidas emvrias escalas esto entre 60 e 70, o que caracterizaestados pontuais relacionados com determinadas fases oucircunstncias da vida); 10% perfis em ponta (a elevao relativamente normal, havendo uma ou duas escalas quese destacam das restantes com uma nota T mais elevada,assinalando uma rea especfica de dificuldade); e 12,5 %dos utentes da amostra apresentava um perfil clniconormal (as notas T das escalas esto entre 45 e 60).Tentou-se cruzar variveis dos dois questionrios e fazer otratamento estatstico dos resultados obtidos, utilizandotestes no paramtricos, nomeadamente Testes de Inde-pendncia de Qui-quadrado. A utilizao destes testesassentava nos factos de no se conhecer a distribuio dapopulao; a maioria das variveis ser medida numa escalade medio que no mtrica e a amostra ter umadimenso reduzida. No entanto, a dimenso da amostrano permitiu fazer esse tratamento estatstico, ou seja, nose obtiveram resultados significativos.

    4. DISCUSSO

    Neste estudo o objectivo foi caracterizar o perfil depersonalidade dos utentes em programa de substituioopicea com metadona, no CAT de Castelo Branco. Pensa--se que caracterizar esta populao relativamente personalidade uma forma de a conhecer e assim poderresponder mais adequadamente s suas necessidades.Esta populao foi tambm caracterizada a outros nveis,salientando-se a situao laboral que revelou que apenas47,5% dos utentes esto empregados, estando 38,1%desempregados e os restantes de baixa ou com umemprego a meio tempo. Estes dados revelam queaproximadamente metade dos utentes no possuiestabilidade profissional e provavelmente autonomiafinanceira, levando-nos a reflectir sobre a necessidade deum maior investimento na reinsero social. So tambm

    31AVALIAO DA PERSONALIDADE NO CAT DE CASTELO BRANCO PERFIL OBTIDO A PARTIR DO MINI-MULT QUESTIONRIO APLICADO AOS UTENTES EM PROGRAMA DE METADONA pp. 25-36

    Figura 5 Perfil do Grupo

    0102030405060708090

    Escalas

    Md

    ia d

    as n

    otas

    T

    L F HsK D Hy Pd Pa Pt Sc Ma

  • relevantes os dados indicadores de um grande nmero dereentradas no programa de substituio opicea commetadona (42,9%), uma vez que, demonstram recadasnestes utentes. Salienta-se ainda que 44% dos utentesafirmaram no frequentar as consultas de Psicologia eapenas 56% recorriam a estas consultas. Parecendo-nos oApoio Psicolgico muito importante para o sucesso notratamento da toxicodependncia, imprescindvel estimu-lar os utentes a no abdicarem deste seguimentopsicoteraputico. Esta sugesto reforada pelo facto dosdados obtidos nas escalas de validade do inventrio depersonalidade aplicado revelarem que 71,4% dos casosobtiveram configuraes nestas escalas indicadoras depossurem recursos para interveno psicolgica.Os dados relativos s caractersticas da personalidaderevelaram personalidades patolgicas em 54,8% dosutentes, havendo apenas 12,5% com um perfil clnicodentro dos parmetros considerados normais peloinventrio de personalidade utilizado. Dos restantesutentes, 20% apresentaram perfis limtrofes depersonalidade e 10% perfis que assinalam apenas umarea especfica de dificuldade. O perfil mdio de personalidade determinado para o grupoestudado apresenta valores indicadores de patologia nasescalas D Depresso, Pd Psicopatia e Sc Esquizofrenia,sendo esta ltima a que apresenta valores mais elevados.As elevaes das escalas D e Pd vo de encontro aorelatado pelo artigo de reviso realizado pelo Grupo para oAvano da Psiquiatria (Neto, 1996) referido na introduo.Os valores elevados na escala Pd podero estarrelacionados com as manifestaes de comportamentoanti-social muitas vezes associadas a uma vida deconsumos e descritas na teoria de Bergeret (1983) relativa personalidade dos toxicodependentes. O facto dosresultados demonstrarem valores muito elevados na escalaSc Esquizofrenia no parece relacionar-se com patologiapsictica. Segundo o inventrio utilizado, um perfil considerado psictico se revelar um traado ascendentecom trs escalas mais elevadas: Ps Psicastenia, Pa Parania e Sc Esquizofrenia, o que no se verifica noperfil encontrado. A elevao da escala Sc poder estarrelacionada com o deficit relacional, caracterstico destapopulao, realado por Neto (1996). Salienta-se que,

    relativamente s pessoas responsveis por levar ametadona para casa no fim-de-semana, foram referidas emgrande maioria o pai, a me e ainda com mais frequncia oprprio. Esta observao poder ser indicadora de umarede social pessoal pobre nestes utentes. Assim, estes resultados parecem ir de encontro frgilcapacidade dos utentes em estabelecerem relaesinterpessoais geradoras de prazer o que leva a pensar emintervenes teraputicas que impliquem a valorizao e otreino destas relaes. Esta frgil capacidade conduz a umsofrimento, sentimentos de inferioridade, ou a um vazio,que podem estar relacionados com a prevalncia desintomas depressivos nos utentes que participaram nesteestudo. Os toxicodependentes tendo em menor conta osoutros, podero estar mais susceptveis a adoptaremcomportamentos anti-sociais, vulgarmente associados aoconsumo, o que por sua vez, poder justificar a elevao daescala Pd.Para ajudar estes utentes a aprender, e/ou reaprender aestabelecer relaes humanas e investir, ou reinvestirnestas importante oferecer relaes psicoteraputicasreparadoras de imagos parentais, de estilos relacionais, deformas de comportamento interiorizadas, e ajud-los a criarmeios pessoais para conseguirem depois por eles prpriosestabelecer relaes, de forma independente e satisfatria. No devemos esquecer que, embora nem todas as famliasde heronodependentes sejam primariamente disfuncio-nais, o consumo de drogas introduz em todas disfun-cionalidade. Pelo que, torna-se muitas vezes necessria ainterveno junto dos familiares do toxicodependente porforma a (re)aprenderem formas saudveis e eficazes de serelacionarem e para os ajudar a estreitar os laos afectivos.Outras vezes necessrio recorrer a um internamento emComunidade Teraputica, que envolve o toxicodependenteem psicoterapia e relaes humanas. A realizao de grupos de Apoio Psicolgico no CAT poderiaser um recurso importante na criao de competnciasrelacionais nestes utentes. Para alm da relao terapeuta--utente, o toxicodependente colocado numa rede derelaes podendo experienciar vrias interaces e criar,desenvolver e treinar competncias pessoais e sociais.

    TOXICODEPENDNCIAS Volume 11 Nmero 3 2005

    32 AVALIAO DA PERSONALIDADE NO CAT DE CASTELO BRANCO PERFIL OBTIDO A PARTIR DO MINI-MULT QUESTIONRIO APLICADO AOS UTENTES EM PROGRAMA DE METADONA pp. 25-36

  • 5. CONSIDERAES FINAIS

    Reconhecendo a existncia de limitaes dum trabalhodeste tipo, uma vez que se trata de uma avaliaotransversal e que no pressupe uma anlise individual doscasos, espera-se ter fomentado uma reflexo relativa scaractersticas da personalidade destes utentes, estabe-lecendo linhas de orientao, em termos de intervenoteraputica e de futuros estudos. A nvel da prtica clnica,reala-se a importncia da anlise de cada caso no que dizrespeito avaliao da personalidade, que parece ser umaprtica que no deve ser esquecida. Deixa-se um apelo auma maior mobilizao de esforos para a construo, ouaferio e adaptao de testes populao portuguesa, eespecificamente populao toxicodependente. Relati-vamente a futuros estudos seria interessante estudar ascaractersticas da personalidade de dependentes de outrassubstncias; relacionar caractersticas da personalidadecom caractersticas da famlia e num modelo mais sistmicoestudar os mapas de rede social pessoal dos utentes.

    Contacto:Slvia FelizardoCAT de LeiriaRua Dr. Manuel Magalhes Pessoa, 1, R/C Esq. e 1 andar2410-131 LEIRIA

    NOTAS

    (1) Num dos casos os resultados da escala F eram superior aosvalores obtidos em todos as outras escalas e o ndice dedissimulao F-K de Gough, inferior a -9, indicador defalsificao segundo Gough, para a amostra americana. Nooutro caso, para alm dos resultados da escala F seremsuperior aos resultados obtidos em todos as outras escalas, aescala Hs - Hipocondria apresentava um valor bruto inferior a3, o que um sinal de alerta para falsificao, segundo omanual de utilizao do teste.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Bergeret, J.; Leblanc, J. et al. (1983). Prcis de Toxicomanies (pp. 63-75).Paris: Masson.

    Fernandez, C.; LLorente, J. M. (1997). Ansiedad y depressin enheroinmanos. Colectnea de Textos das Taipas, Vol. X: 157-167.

    Janeiro, L.; Metelo, T. (2004) Contribuies para a descrio do perfil depersonalidade dos utentes do CAT Sotavento/Olho. Toxicodepen-dncias, 10 (1): 25-35.

    Manita, C. (2002). Avaliao psicolgica no domnio das toxico-dependncias: Das estruturas aos processos. Toxicodependncias, 8 (3):11-25.

    Neto, D. (1996). Tratamento combinado e por etapas de herono-dependentes: caractersticas e evoluo de uma amostra (pp.30-82).Lisboa: Universitria Editora.

    Olievenstein, C. et al. (1989). A Clnica do Toxicmano: A falta da falta.Porto Alegre: Edies Artes Mdicas.

    Ribeiro, J. P. (1999). Investigao e avaliao em psicologia e sade. Lisboa,Climepsi Editores.

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    Anderson, W. P.; Duckworth, J. C. (1995). MMPI & MMPI 2: InterpretationManual for counsellors and clinicians. Estados Unidos: AcceleratedDevelopment.

    Domingues, J. M. (1998). Evoluo do Perfil Psicolgico do Toxicode-pendente em Comunidade Teraputica. Monografia de Fim de Curso narea de Psicologia Clnica. Lisboa: Instituto Superior de PsicologiaAplicada.

    Fabio, C. (2002). Toxicodependncia: Duplo diagnstico, alexitimia ecomportamento. Uma reviso. Toxicodependncias,8 (2): 37-51.

    Hathaway, S. R.; McKinley J. C. (1983). Minnesota Multiphasic PersonalityInventory: Manual for administration and scoring. Estados Unidos:University of Minnesota Press.

    Pereira, A. (2003). SPSS Guia Prtico de utilizao. Anlise de dados paraCincias Sociais e Psicologia, Lisboa, Edies Slabo.

    33AVALIAO DA PERSONALIDADE NO CAT DE CASTELO BRANCO PERFIL OBTIDO A PARTIR DO MINI-MULT QUESTIONRIO APLICADO AOS UTENTES EM PROGRAMA DE METADONA pp. 25-36

  • TOXICODEPENDNCIAS Volume 11 Nmero 3 2005

    34 AVALIAO DA PERSONALIDADE NO CAT DE CASTELO BRANCO PERFIL OBTIDO A PARTIR DO MINI-MULT QUESTIONRIO APLICADO AOS UTENTES EM PROGRAMA DE METADONA pp. 25-36

    ANEXO IQUESTIONRIO

    1. DADOS SOCIODEMOGRFICOS

    Sexo: M F Idade: ___ anos

    Estado Civil: Solteiro Casado/Unio de Facto Divorciado/Separado VivoTem filhos? Sim No Se sim, quantos? ____

    Habita com quem? Com os pais Com companheiro(a) Sozinho(a) Em Instituio Sem domiclio Outra _________________________

    Tamanho da famlia de origem (pais+irmos): ______ elementosQuantos irmos mais velhos tem? _______________ Quantos irmos mais novos tem? ________________

    Meio de Residncia: Cidade Vila Aldeia Lugar

    Escolaridade: Sem escolaridade 1. Ciclo (antiga 4. classe) 2. ciclo (6. ano) 3. Ciclo (9. ano) Secundrio (12. ano) Mdio (Bacharelato) (Licenciatura (ou frequncia)

    Profisso: ______________________________________Situao perante o trabalho: A trabalhar a tempo inteiro A trabalhar a meio tempo Baixa

    Reforma Formao Profissional Desempregado Outro ________________Vnculo Laboral: Conta Prpria Conta outrem Outro ________________

    2. DADOS MDICOS

    HIV: Positivo I Positivo II Negativo No testado/Ignora AguardaSiflis: Positivo Negativo No testado/Ignora AguardaHepatite C: Positivo Negativo No testado/Ignora AguardaHepatite B: Positivo Negativo No testado/Ignora AguardaTuberculose: Positivo Negativo No testado/Ignora Aguarda

    3. INTERVENES TERAPUTICAS

    Tem Apoio Psicolgico actualmente: Sim NoPorqu? ____________________________________________________________________________Se tem, esse Apoio Psicolgico : Semanal Quinzenal Mensal Espordico Nunca teve Apoio Psicolgico? Porqu? ____________________________________________________________________________Toma algum ou alguns medicamentos psiquitricos? Sim Quais? _______________________________________________________________ No

    Situao no tratamento de substituio opicea: Nunca faltou Faltou toma uma vez Porqu?_____________________________________________________________________________

    Faltou toma mais do que uma vez Porqu? ______________________________________________

    Pessoa responsvel pela administrao da metadona em casa: ___________________________________Tempo total em programa de metadona: ___ mesesDose inicial de metadona: ___ mgltima dose de metadona: ___ mg

    4. ANLISES DE URINA (LTIMAS)

    Sem Consumos: Sim NoCom Consumos: Positivas a herona e cocana Positivas s a herona Positivas s a cocana

    1

    1 1

    1 2 3 4

    2

    1 2

    5 6

    3 4

    1 1 3 4

    3

    74 5 6

    1 2

    1 2 3

    4 5

    1 2 3

    6 7

    321

    1 2 3 4

    1 2 3 4

    1 2 3 4

    1 2 3 4

    54

    21 43

    1 2

    1

    2

    21

    3

    1 2

    1 2 3

  • 35AVALIAO DA PERSONALIDADE NO CAT DE CASTELO BRANCO PERFIL OBTIDO A PARTIR DO MINI-MULT QUESTIONRIO APLICADO AOS UTENTES EM PROGRAMA DE METADONA pp. 25-36

    ANEXO IIMINI-MULT QUESTIONRIO

    Nome: ___________________________________________________________________________________________Idade: ___________________________ Sexo: ___________________________ Data: ___________________________

    Nestas folhas encontram-se vrias frases. Peo-lhe que responda VERDADEIRO ou FALSO a cada uma delas.Se a sua resposta for VERDADEIRO faa um crculo volta da palavra VERDADEIRO.Se a sua resposta for FALSO faa um crculo volta da palavra FALSO.No demore muito tempo entre uma pergunta e a seguinte e d todas as respostas por ordem.

    1. Tenho bom apetite.

    2. Quase sempre acordo bem disposto(a).

    3. A minha vida de todos os dias est cheia de coisas que me interessam.

    4. Trabalho num estado de grande tenso nervosa.

    5. s vezes penso em coisas demasiado indecentes para poder falar delas.

    6. Raramente tenho priso de ventre.

    7. H alturas em que desejo muito sair de casa.

    8. Algumas vezes tenho crises de riso ou de choro que no consigo impedir.

    9. Sofro de nuseas e vmitos.

    10. Parece que ningum me compreende.

    11. s vezes apetece-me praguejar.

    12. Tenho pesadelos quase todas as noites.

    13.Tenho dificuldade em fixar a ateno quando trabalho ou quando estou ocupado(a).

    14. Tenho passado por coisas muito especiais ou esquisitas.

    15. Ser os outros tivessem querido, concerteza eu teria sido mais forte.

    16. Numa certa altura da minha vida/infncia aconteceu-me roubar pequenas coisas.

    17. Tenho tido perodos (dias, semanas ou meses) durante os quais nada pude fazer bem feito, porque noconseguia tomar ateno a nada.

    18. O meu sono agitado e/ou incmodo.

    19. Quando estou ao p de outras pessoas sinto-me contrariado porque ouo coisas esquisitas.

    20. A maior parte das pessoas que me conhecem gostam de mim.

    21. Muitas vezes sou obrigado(a) a receber ordens de pessoas que sabem menos do que eu.

    22. Gostava de ser to feliz como os outros parecem ser.

    23. Acho que muitas pessoas aumentam as suas desgraas s para receberem simpatia e ajuda dos outros.

    24. s vezes fico furioso(a).

    25. Acho que tenho pouca confiana em mim.

    26. Nunca reparei que os meus msculos estremeam ou tremam duma maneira incmoda ou estranha.

    27. A maior parte das vezes tenho a impresso de que fiz qualquer coisa mal ou desastrada.

    28. Sinto-me quase sempre feliz.

    29. H pessoas que so to autoritrias que tenho vontade de fazer o contrrio do que elas me dizem, mesmo

    que eu tenha a certeza que elas tm razo.

    30. Tenho a impresso de que os outros tentam prejudicar-me.

    31. Acho que as pessoas so capazes de usar meios pouco honestos para ganhar qualquer coisa ou qualquervantagem em vez de perderem.

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    (continua)

  • 32.Tenho muitas vezes problemas com o meu estmago ou com os meus intestinos.

    33. Muitas vezes no percebo porque sou brusco(a) ou rabugento(a).

    34. s vezes os meus pensamentos andam to depressa que no consigo cont-los.

    35. Estou convencido(a) de que tenho na minha casa uma vida familiar to agradvel como a maior parte daspessoas que conheo.

    36. s vezes sinto que no sirvo para nada.

    37. Nos ltimos anos tenho gozado, geralmente, de boa sade.

    38. H alturas em que fao coisas sem saber mais tarde o que fiz realmente.

    39. Acho que muitas vezes tenho sido castigado(a) sem razo.

    40. Nunca me senti to bem como agora.

    41. No me importo com o que os outros pensam de mim.

    42. Acho que tenho boa memria.

    43. Para mim difcil comear uma conversa quando encontro pessoas que no conheo.

    44. Muitas vezes sinto um estado de fraqueza geral.

    45. Raramente tenho dores de cabea.

    46. No acho difcil conservar o equilbrio quando ando.

    47. No gosto de toda a gente que conheo.

    48. H pessoas que tentam aproveitar-se das minhas ideias e dos meus pensamentos.

    49. Gostava de no ser envergonhado(a).

    50. Estou convencido(a) de que os meus pecados no podem ser perdoados.

    51. Preocupo-me muitas vezes com coisas que no so muito importantes.

    52. Os meus pais muitas vezes criticam as pessoas com quem me dou.

    53. s vezes acontece-me dizer um pouco mal dos outros.

    54. H momentos em que tenho a impresso de que o meu esprito trabalha melhor do que costume.

    55. Quase nunca senti palpitaes e raramente me falta o flego.

    56. Fico furioso(a) com facilidade, mas esqueo-me depressa.

    57. Tenho alturas em que estou to nervoso(a) que sou incapaz de estar sentado(a) numa cadeira.

    58. Os meus pais e os meus amigos acham que eu tenho mais defeitos do que realmente tenho.

    59. Ningum se preocupa com o que pode acontecer aos outros.

    60. No censuro uma pessoa que se aproveita de outra se essa outra deixar.

    61. H alturas em que me sinto cheio(a) de energia.

    62. A minha vista no tem enfraquecido.

    63 Raramente sinto barulhos ou zumbidos nos ouvidos..

    64. Numa ou em vrias alturas da minha vida senti que algum tentava hipnotizar-me.

    65. s vezes sinto-me cheio(a) de energia sem nenhuma razo especial.

    66. Mesmo quando estou ao p de outras pessoas, sinto-me s a maior parte do tempo.

    67. Julgo que quase toda a gente capaz de mentir para se livrar de uma situao desagradvel.

    68. Sou mais sensvel do que a maioria das pessoas.

    69. s vezes o meu esprito trabalha mais devagar do que o costume.

    70. As pessoas desiludem-me muitas vezes.

    71. Tenho abusado de bebidas alcolicas.

    TOXICODEPENDNCIAS Volume 11 Nmero 3 2005

    36 AVALIAO DA PERSONALIDADE NO CAT DE CASTELO BRANCO PERFIL OBTIDO A PARTIR DO MINI-MULT QUESTIONRIO APLICADO AOS UTENTES EM PROGRAMA DE METADONA pp. 25-36

    ANEXO II (continuao)

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO

    VERDADEIRO FALSO