minha memórias do início da fé bahá'í no brasil

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Os amigos sempre me perguntavam como me tornei bahá’I, mas como nunca dispus de muito tempo e, achava o fato irrelevante, fui deixando sempre para depois. Mas ao completar 80 anos, recebi um pedido para que eu registrasse as minhas memórias de maneira mais ampla, inclusive as experiências que tive no campo da administração; as viagens, congressos, convenções, etc., dos quais sempre participei. Hoje, apesar do tempo decorrido, numa tentativa de resgatar a minha dívida com a nossa Assembléia Nacional, estou reunindo novamente fatos ainda bem presentes em minha memória, desde aquela memorável data em que conheci a Fé Bahá’í em Salvador.

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© 2004Todos os direitos reservados:

Editora Bahá’í do BrasilC.P. 19813800-970 - Mogi Mirim - SP

www.bahai.org.br/editora

ISBN:

1a EDIÇÃO: 2004

Fotos: Anthony Worley

Capa: Gustavo Pallone de Figueiredo

Impressão: R.Vieira Gráfica e Editora, Campinas-SP

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CONTEÚDO

Introdução VII

LEONORA STIRLING HOLSAPPLE 1MARGOT WORLEY 5CARTA AO AMADO GUARDIÃO 13AS PRIMEIRAS ASSEMBLÉIAS LOCAIS 19EDITORA BAHÁ’Í DO BRASIL 23ELEIÇÃO DE ASSEMBLÉIAS NACIONAIS 25FALECIMENTO DO AMADO GUARDIÃO 29ELEIÇÃO DA PRIMEIRA ASSEMBLÉIA ESPIRITUAL

NACIONAL DOS BAHÁ’ÍS DO BRASIL 31ELEIÇÃO DA PRIMEIRA

CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA 38ASSEMBLÉIA ESPIRITUAL LOCAL DE

NITERÓI, RIO DE JANEIRO 41RUA VISCONDE DE PIRAJÁ, 48/301 44

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Nota:Os relatos deste trabalho foram tiradas de minhasmemórias e cartas pessoais, não constituindo dadosoficiais da Assembléia Espiritual Nacional dos Bahá’ísdo Brasil. Tenho certeza de que historiadores irão, nofuturo, resgatar toda a trajetória da Fé Bahá’í no Brasil eseu potentoso e árduo começo.

A Autora

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INTRODUÇÃO

Os amigos sempre me perguntavam comome tornei bahá’í mas, uma em especial, a queridaMuriel Miessler, insistia muito para que euescrevesse algumas linhas contando a minhahistória. Como nunca dispus de muito tempo e,achava o fato irrelevante, fui deixando semprepara depois. Em 1996 pediram-me para colaborarcom a publicação do livro Flores do SagradoLimiar, e então resolvi apelar para a memória eescrevi um pouco sobre as circunstâncias que meaproximaram do grupo bahá’í e de como eu metornei um deles. Fiz uma composição simples,porém autêntica, que respondia as perguntasdaqueles amigos. Todavia, quando a publicaçãoficou pronta pude constatar que o trabalho não

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era o mesmo que eu escrevera. Havia sidoeliminado o início do texto, que correspondia a1/3 da página inicial, e os freqüentes erros gráficosmodificaram completamente o sentido do texto,comprometendo, portanto, a mensagem que eraproposta. Fiquei muito triste e decidi encerrar asminhas pretensões literárias.

Mas ao completar 80 anos, recebi da nossaAssembléia Espiritual Nacional, junto com asfelicitações, um pedido para que eu registrasse asminhas memórias de maneira mais ampla, inclusiveas experiências que tive no campo daadministração; as viagens, congressos, convenções,etc., dos quais sempre participei. Hoje, apesar dotempo decorrido, numa tentativa de resgatar aminha dívida com a nossa Assembléia Nacional,estou reunindo novamente fatos ainda bempresentes em minha memória, desde aquelamemorável data em que conheci a Fé Bahá’í emSalvador. Consciente de que a Bahia foi o berçoda Fé Bahá’í no Brasil, e como participeiativamente de sua Era Histórica, decidi oferecera minha pequena contribuição para aqueles amigosque se interessam sobre a história da Fé em nossopaís.

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LEONORA STIRLING HOLSAPPLE

Esta extraordinária mulher foi a primeirapioneira a pisar o solo brasileiro. Tendo chegadoao Brasil em 1921, se estabeleceu em Salvadordurante alguns anos. A primeira AssembléiaEspiritual de Salvador foi eleita por aclamação em1940, mas já havia um grupo bahá’í desde 1925.Entretanto, quando me tornei bahá’í em 1948, elanão vivia mais em Salvador, porém encontreimuitos frutos do seu trabalho. Em seguida à minhadeclaração, fui eleita para a Assembléia Local deSalvador e convivi com aquelas pessoas queLeonora havia ensinado e ainda participei comvárias delas das reuniões da Assembléia e demaisfestas comemorativas. Lembro-me bem dos nomesdas pessoas que faziam parte deste grupo:

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Dr. Fernando NovaRoy Lee WorleyHilda SantosZuleika GuimarãesJoselina Duarte (Jujú)José SacramentoHortência GuimarãesTelésforo SantosMaria SantosDona Antonia

Dr. Fernando Nova era médico,reumatologista, muito conceituado em Salvador.Roy Lee Worley, casado com Margot, era gerenteda Moore Mc Cormack Navegação e fez parte daAssembléia Espiritual Local de Salvador pormuitos anos. Hilda Santos e Zuleika Guimarãeseram igualmente funcionárias da mesma empresa,onde também trabalhei por algum tempo. JoselinaDuarte (Jujú) que foi ativa durante toda a vida,era muito conhecida e querida por todos, pois, umade suas características era a de estar sempre prontapara ajudar.

Alguns deles fizeram parte da nossaAssembléia Espiritual Local durante muitos anose por isso tivemos uma convivência mais próximaenquanto participei da Comunidade Bahá’í deSalvador.

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MARGOT WORLEY

Nascida no Brasil, de mãe francesa e paiescocês, trouxe da Inglaterra o movimentoBandeirante para as jovens de Salvador, do qualfiz parte desde 1937. Foi quando tiveoportunidade de conhecê-la. Estávamos semprejuntas participando de reuniões, chás e festas,juntamente com as jovens da sociedade baiana.As bandeirantes eram muito requisitadas para aorganização de chás beneficentes, festas e demaiseventos desta natureza. Ela havia conhecido a FéBahá’í na sua juventude, através de LeonoraArmstrong, mas somente em 1940 se tornou bahá’ínos Estados Unidos, onde encontrou vários bahá’ís,inclusive May Maxwell, mãe de Amatu’l-BaháRúhíyyih Khánum, esposa do Guardião, tendo

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visitado o Templo em Wilmette, nos EstadosUnidos, ainda em construção. Ao retornar para oBrasil encontrou os bahá’ís que Leonora haviaensinado anteriormente em Salvador. MayMaxwell, com quem ela havia se encontrado econversado algumas vezes em Nova Iorque e noRio de Janeiro, quando da sua passagem paraBuenos Aires, onde faleceu, foi a sua grandeincentivadora para o trabalho da Fé e a grandemotivação de toda sua vida. Dotada de espíritomuito forte e inteligência brilhante, tinha umatenacidade rara. Empreendeu muitas viagens parao ensino e venceu muitos obstáculos. Suacapacidade de liderança foi logo sentida por todos;razão pela qual foi tantas vezes eleitacoordenadora da Assembléia Nacional dos dezpaíses da América do Sul, depois dos cinco países,quando o continente foi dividido para duasAssembléias Nacionais e, posteriormente, para aAssembléia Espiritual Nacional do Brasil, ondeserviu por muitos anos até 1954, quando foidesignada para servir como Membro do CorpoAuxiliar para a Mão da Causa de Deus residenteno Brasil, dr. J. Khazéh, servindo nessa função atéo ano de 1963, período em que visitou todos ospaíses da América do Sul e as três Guianas. Suavida foi totalmente dedicada ao trabalho da Fé.Fundou em sua residência um clube para jovens,do qual fiz parte, e que foi a origem de váriosbahá’ís nesta Comunidade – Sergio Couto, Rolf

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Von Czekús, Edvaldo Andrade, Vivaldo Ramos,Brian Gleig, Rivadávia da Silva e Paula Sales. Ealém destes, seus três filhos: Anthony, JeanneHazel e Anna Lee. Levou a Fé aos índios Kiriris,na Bahia, com a participação dos jovens daComunidade de Salvador, e por fim fundou umaescolinha para crianças na cidade de Lauro deFreitas, Bahia, local em que residiu até os últimosanos da sua vida.

Em 1947 assisti em sua casa a primeirapalestra sobre Bahá’u’lláh, proferida pelo dr.Fernando Nova, membro da Assembléia EspiritualLocal dos Bahá’ís de Salvador. Lembro-me que apalestra foi surpreendente. O assunto erainteiramente novo e também palpitante. Fizmuitas perguntas e, pelas respostas recebidas, iame sentindo muito envolvida e não foi difícilnaquele momento quase acreditar ter sidoBahá’u’lláh o Mensageiro para o nosso tempo.Estava vivendo um momento difícil. Minha famíliaera católica pelo lado materno e sempre vivi deacordo com os princípios que me haviam ensinadoe, tranqüilamente, aceitava todas as regras ditadaspela Igreja que ainda me satisfaziam; até que, jápassando da adolescência, comecei a questionarcertos procedimentos os quais, no meu entender,não faziam mais sentido e, como nunca encontreiargumentos nem respostas que esclarecessem asminhas dúvidas, fui me afastando da Igreja. Masnão estava feliz. Necessitava de algo que me

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devolvesse a paz espiritual, o que só conseguimosquando em harmonia com o Criador.

Foi justamente por esta época que assisti apalestra na casa de Margot e dela recebi o convitepara acompanhá-la a Santiago, no Chile, onde elaparticiparia do 2º. Congresso Bahá’í de Ensino Sul-americano, seguido de uma Escola de Verão. Acheimuito excitante a perspectiva de uma viagem aoChile, mas precisava da aprovação da família. Erao ano de 1947 e naquela época uma jovem nãoviajava sem aprovação dos familiares.Ponderações feitas, a família concordou e lá fuieu em busca do desconhecido, que seria, emrealidade, a mudança total da minha vida. E foiem Santiago, assistindo as reuniões que ali serealizavam, na companhia de muitos bahá’ís sul-americanos e alguns norte-americanos, numambiente de rara beleza e numa atmosfera de paze espiritualidade, que senti, pela primeira vez, aemoção de encontrar a resposta aos meus anseios,para os quais havia muito tempo andava buscando.

Havia no continente poucas AssembléiasLocais, mas quase todos os países estavamrepresentados. Estavam presentes delegados doPeru, Bolívia, Argentina, Paraguai, Uruguai,Colômbia e Brasil. Isto aconteceu em janeiro de1948. Todos os delegados traziam uma mensagemde seu país, e falavam com tanta segurança econvicção sobre o assunto que me deixavaimpressionada. Encantava-me conhecer tantas

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pessoas que demonstravam tanto amor aos novosamigos, como se já se fossem velhos conhecidos.A harmonia que reinava naquela casa era tãoevidente que mais parecia a ante-sala do Paraíso.Certa manhã, quando todos os delegados sereuniram para dar início aos trabalhos, depois dasorações, e começamos a ouvir o delegado daColômbia – dr. Carlos Saul Hernandez – percebique algo estava me acontecendo. Comecei a chorare, para diminuir o vexame, levantei-mesorrateiramente e fui até o quarto que estavaocupando com Margot. Eu já soluçava quandopercebi que ela havia me seguido. Em silêncio,entregou-me um livro de orações e saiusilenciosamente do quarto. Recebi o livro, e aoabri-lo, ao acaso, deparei-me com esta oração deBahá’u’lláh:

ria em mim um coraçãopuro, ó meu Deus, erenova uma consciência

tranqüila dentro de mim, ó minhaEsperança! Através do espírito dopoder, confirma-me em Tua Causa,ó meu Bem Amado, e pela luz da Tuaglória revela-me Teu caminho, óAlvo do meu desejo! Através dopoder da Tua transcendentegrandeza, eleva-me ao céu da Tuasantidade, ó Origem do meu ser, e

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com os sopros da Tua eternidadealegra-me, ó Tu que és meu Deus!Faze Tuas melodias imperecíveisirradiarem sobre mim tranqüilidade,ó meu companheiro, e as riquezas doTeu semblante antigo me livraremde tudo, menos de Ti, ó meu Mestre,e o anúncio da revelação da Tuaincorruptível Essência me trazerjúbilo, ó Tu que és o Mais Manifestodos Manifestos, o Mais Oculto dosOcultos!*

Esta oração, lida pela primeira vez naquelemomento, teve o efeito de um refrigério espiritual.Todo o meu ser reagiu à força daquelas palavras, enaquele exato momento não tive dúvidas de quehavia acontecido uma grande mudança em minhavida. Meu espírito estava em festa e o que sentiera tão forte, que ainda hoje não consigo explicara maravilhosa sensação daquele momento: aconsciência da Fé e a certeza do reencontro.Contive a emoção e ansiedade e retornei aSalvador em seguida.

*Referência: Orações Bahá’ís; 10a Edição; p. 244.

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CARTA AO AMADO GUARDIÃO

Durante os três meses que se seguiram,dediquei-me ao estudo das Escrituras Bahá’ís, atéo momento em que senti estar preparada paraassumir compromisso de me declarar, o queaconteceu em 09 de abril de 1948. Escrevi aoGuardião contando-lhe ter abraçado a Causa e eleme respondeu com uma carta cheia de palavrasde incentivo para dedicar-me ao ensino da Fé, oque tenho feito ao longo de todos estes anos. Aseguir estão as duas cartas na integra:

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AS PRIMEIRAS ASSEMBLÉIAS LOCAIS

Hoje, decorridos 56 anos, todos os dias daminha vida são de louvores e gratidão a Deus pelomeu renascimento espiritual. Naquela época, oscongressos eram organizados como Institutos parao Ensino e as cartas do Guardião eram repletas deestímulos, incentivos e orientações – elas eram osúnicos instrumentos disponíveis, já que sótínhamos um livro em português: Bahá’u’lláh e aNova Era, de John Esslemont.

O Guardião estava muito atento a todosos eventos e era ele quem traçava todos os planosde ensino e os detalhava onde e como deveriamser realizados. Os congressos e as conferências deensino eram realizados regularmente em diversospaíses da América do Sul. Assim, tivemos este tipo

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de atividade na Argentina, Chile, Uruguai, Peru,Brasil e de todos os países vinham os seusdelegados.

Em 1945 foi formada a AssembléiaEspiritual Local da cidade do Rio de Janeiro e noano seguinte a de São Paulo. Durante a Cruzadade 10 Anos – de 1953 a 1963 – chegaram ao Brasilmuitos bahá’ís iranianos, que contribuírambastante para consolidação do trabalho de ensinoe também na abertura de novas localidades emvárias cidades do país e, conseqüentemente, naformação de novas Assembléias Locais. O Rio deJaneiro teve o privilégio de receber os primeirosamigos iranianos. Era o ano de 1954 e estávamosem reunião na sede local juntamente com algunsdos membros daquela comunidade – AureoCooper, Acrisio Lacerca, Helio Almeida, MariaMartins e Regina Schwartz – quando subitamentechegou o nosso querido e saudoso HabibTaherzadeh com a família. Era a primeira famíliabahá’í do Irã que chegava ao Brasil, para ajudarno cumprimento das metas da Cruzada de DezAnos, que fora estabelecida pelo Guardião.

Logo em seguida chegaram as famíliasSahihí, Soltani, Eghrari e muitas outras. Naquelaépoca, eu estava passando uma temporada no Rio,cuja cidade era o porto de entrada dos imigrantes,e tive o prazer de conviver com todos os amigosiranianos que ali aportavam e que eram recebidosnaquela comunidade. Em consulta com a

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Assembléia Local, e conforme as suasconveniências de trabalho, eles iam se deslocandopara outros estados onde se tornavam pioneiros.No Rio de Janeiro, só a família de Djalal Eghrarifixou residência, a qual muito contribuiu nãosomente para a consolidação do ensino, comotambém na abertura de novas Assembléias Locaise grupos na região.

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Capa da primeira publicação bahá’í

em português, em 1928

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EDITORA BAHÁ’Í DO BRASIL

Em 3 de maio de 1957, o Guardião, ShoghiEffendi, escreveu: “A Editora Bahá’í a serestabelecida na capital do Brasil (Rio de Janeiro)e constituindo um dos primeiros objetivos daCruzada de 10 Anos deverá ser rapidamente efirmemente estabelecida.”

Djalal Eghrari fundou então, naquelemesmo ano, a Editora Bahá’í do Brasil, da qual foigerente por 26 anos, até 1983, quando do seupassamento.

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ELEIÇÃO DE ASSEMBLÉIAS NACIONAIS

Em 1950, ocorreu o 4º Congresso Bahá’íSul-Americano, que teve lugar em Lima, Peru, oqual teve características muito especiais. Podemosafirmar que aquele foi um congresso preparatóriopara a eleição da primeira Assembléia Nacionaldo continente sul-americano, que se realizaria emabril do ano seguinte. Naquela ocasião tivemos oprivilégio da presença da senhora Dorothy Baker,então membro da Assembléia Nacional dosEstados Unidos, a qual veio nos ajudar a prepararo histórico acontecimento. Ela, que mais tardeseria apontada pelo Guardião como “Mão daCausa de Deus”, enriqueceu o evento com a suapresença, que foi um privilégio para todos nós. Erauma pessoa carismática e muito querida. Com a

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sua experiência e sabedoria, conduziu os delegadosorientando-os passo a passo. Em 1951, então,nasceria a primeira Assembléia EspiritualNacional para a América do Sul que abrangeriaos dez países do continente. Quando o Guardiãoanunciou este plano, deu instruções para que fosserealizado em Lima, Peru, e orientou que todos osdelegados presentes deveriam ficar hospedados nomesmo local, onde seria realizada a Convenção.

Assim, uma linda recepção foi preparada eoferecida aos delegados que chegavam ao HotelCrillon para a abertura daquela Convenção. Todosnós estávamos muito alegres e felizes ao encontraros amigos e companheiros de reuniões anteriores.O sr. Paul Haney e sra. Edna True, representarama Assembléia Nacional dos Estados Unidos evieram ajudar os delegados na condução dostrabalhos da Convenção, já que era a primeira vezque participávamos de um evento daquelamagnitude. E foi neste ambiente de alegria efelicidade que se realizou a eleição da primeiraAssembléia Espiritual Nacional para o continentesul-americano. Era um fato histórico para o mundobahá’í e estávamos muito felizes, pois tínhamosconsciência de que havia sido uma grandeconquista para a Causa de Deus, embora umagrande responsabilidade pesasse nos ombros detodos nós.

Durante a Convenção, recebemos doamado Guardião os seguintes cabogramas:

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Aquela Assembléia Espiritual Nacionalteve a duração de cinco anos, até quando em 1956foram eleitas duas Assembléias EspirituaisNacionais para este continente, uma formada porcinco países do sul – Chile, Argentina, Uruguai,Paraguai e Bolívia – e a outra para os cinco paísesdo norte – Venezuela, Equador, Colômbia, Peru eBrasil. E assim ficaram constituídas as duasAssembléias Nacionais da América do Sul até oano de 1961, quando cada país elegeu sua própriaAssembléia Nacional.

Aquele período em que uma AssembléiaEspiritual Nacional era composta de vários paísesfoi uma fase muito difícil e de muito trabalho, mastambém uma oportunidade de treinamento paratodos nós. A extensão do continente sul-americanoé muito grande e os amigos tinham de se deslocarconstantemente a outros países para atendersituações de emergência, seja na área administrativaou mesmo para atender aos crentes individuais.

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FALECIMENTO DO AMADO GUARDIÃO

Não posso deixar de mencionar a nuvemde pesar que se abateu sobre o mundo bahá’í nodia 4 de novembro de 1957 em que o nosso amadoGuardião passou para o Reino de Abhá. No iníciotínhamos a sensação de que havíamos ficadosórfãos. Era uma situação de quase desespero, poissentíamos que sua vida era insubstituível.Todavia, aos poucos fomos racionalizando asituação e pudemos constatar que até parecia eleprevira este acontecimento de sua morte súbita –pois, a nomeação feita por ele, das Mãos da Causade Deus, um pouco antes de seu passamento,indicava que o mundo bahá’í teria dali em dianteum Corpo que o orientaria até a eleição daprimeira Casa Universal de Justiça, prevista para

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o ano de 1963, o que foi confirmado pelaproclamação assinada pelas Mãos da Causa deDeus, datada de 25 de novembro, e que re-estabeleceu a tranqüilidade do mundo bahá’í eprincipalmente das Assembléias EspirituaisNacionais do mundo para continuarem em seutrabalho.

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ELEIÇÃO DA PRIMEIRA ASSEMBLÉIA

ESPIRITUAL NACIONAL DOS

BAHÁ’ÍS DO BRASIL

Finalmente, em 1961, com a presença dodr. Ali Akbar Furutan, representando as Mãos daCausa de Deus na Terra Santa, foi eleita a primeiraAssembléia Espiritual Nacional dos Bahá’ís doBrasil, durante a Convenção Nacional, ocorridana cidade do Rio de Janeiro, no amplo salão daAssociação Brasileira de Imprensa. Nos dias 21 e22 de abril daquele ano, quando tambémcomemorávamos o festival do Ridván, teve inícioa Pré-Convenção e nos dias seguintes, de 23 a 25,teve lugar a Convenção propriamente dita. O sr.Furutan fez uma linda palestra sobre a “RevelaçãoProgressiva” e depois leu a mensagem das Mãos

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da Causa, enfatizando que, naquela data, tambémestavam sendo eleitas 21 novas AssembléiasEspirituais Nacionais em vários países do mundoe que elas seriam os pilares da futura CasaUniversal de Justiça.

Tivemos a oportunidade de ouvir algumaslindas palestras por vários oradores, inclusive dodr. Furutan, que nos brindou mais uma vez com asua sabedoria. Estiveram presentes à Convenção,além dos delegados, bahá’ís de todo o Brasil,muitos jovens e crianças. Concluída a votação,foram eleitos os seguintes membros para a nossaAssembléia Espiritual Nacional, que ficou assimconstituída:

Margot Worley Habib Taherzadeh Edmund Miessler Rangvald Taetz Nilza Taetz Idelmir Lima Mario Dantas Vivaldo Ramos Muriel Miessler

Quando as festividades foram encerradas,a Assembléia Nacional teve a sua primeira reuniãoali mesmo para eleger os seus oficiais. A sra.Margot Worley foi eleita a coordenadora daquelaAssembléia. Embora a sua extensão seja menor do

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A Primeira Assembléia Espiritual Nacional dosBahá’ís do Brasil, 1961

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que a da América do Sul, o Brasil tem um vastoterritório; portanto, a recém eleita Assembléiateria um grande trabalho para estabelecer ealcançar metas e difundir a mensagem deBahá’u’lláh em todo o país. Hoje, 44 anosdecorridos, quero registrar um preito de gratidãoespecial para os membros da primeira AssembléiaEspiritual Nacional do Brasil, oito dos quais já noReino de Abhá, pelo dedicado trabalho quefizeram durante os primeiros anos em prol da nossaamada Fé.

Em 1962, quando também fui eleitamembro daquela instituição, e tive o privilégiode servi-la por alguns anos, pude conviver comaqueles dedicados e maravilhosos amigos, etestemunhar o quilate do trabalho empreendidopor cada um deles e o quanto de sacrifício elesforam capazes de enfrentar. As reuniões eramagendadas nas cidades mais próximas de onderesidia a maioria dos membros. Assim, nosreuníamos com freqüência em São Paulo, Curitibae Porto Alegre, sempre nos fins de semana.Lembro-me que no inverno trabalhávamos compequenos aquecedores sob a mesa, pois alguns denós, acostumados com um clima mais quente, nãosuportavam as baixas temperaturas de algumasregiões. Mas, apesar das dificuldades, todosdemonstravam muita alegria, pois tínhamosconsciência de que estávamos cumprindo umameta divina e isto nos fazia muito felizes.

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A segunda Assembléia Espiritual Nacional dos

Bahá’ís do Brasil, 1962, Campinas, SP

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Naquela época, no início do ano de 1961,eu trabalhava no Ministério da Fazenda deSalvador e fui transferida para o Rio de Janeiro.Em virtude da mudança da minha residência paraaquela cidade, tive que me desligar daComunidade Bahá’í de Salvador e também da suaAssembléia Local, da qual fiz parte por 13 anos.Ao residir no Rio de Janeiro, fui eleita para a suaAssembléia Local, na qual atuei por 42 anos. Foiuma experiência gratificante no trabalho da Fé, etambém de sucesso na minha carreira profissional.Tive oportunidade de fazer muitas viagens aserviço da Fé, de visitar muitas ComunidadesBahá’ís e participar de muitos eventos que metornavam sempre um pouco melhor, não só doponto de vista espiritual como também no campoprofissional e humano.

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ELEIÇÃO DA PRIMEIRA CASA

UNIVERSAL DE JUSTIÇA

Não preciso dizer quanto foi importanteeste evento para todo o mundo bahá’i. Muitosplanos e muita expectativa viveram-se para aeleição da primeira Casa Universal de Justiça em1963. Esse Órgão seria eleito em Haifa, Israel,pelos membros das Assembléias EspirituaisNacionais do mundo inteiro e que foi seguido peloCongresso Mundial Bahá’i realizado em Londres,Inglaterra. Os membros das Assembléias Nacionaisque não pudessem ir a Haifa teriam que enviar seusvotos pelo correio. Para isto todos os membrosreceberam instruções e material para a votação.

Eu era membro da Assembléia Nacional doBrasil e como não tive condições para esta viagem

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ao Oriente, naquele momento elaborei meu votode acordo com as instruções recebidas e o remetipelo correio. Não foi fácil aquela decisão de nãoestar presente na eleição da primeira CasaUniversal de Justiça, mas aceitei o fato comserenidade e viajei para participar do Congressoem Londres, que foi um pouco mais tarde.

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ASSEMBLÉIA ESPIRITUAL LOCAL DE

NITERÓI, RIO DE JANEIRO

O amado Guardião, nas suas cartas, sempreinsistia que a cidade de Niterói, próxima ao Riode Janeiro, na outra margem da baia deGuanabara, deveria ser aberta à Fé; por esta razãoaquela localidade foi incluída nas metas daAssembléia Espiritual Local do Rio de Janeiro.Havia uma família bahá’í em Niterói e então aochegar ao Rio me propus ajudar naquela meta.Durante alguns anos, todos sábados, dediquei-meao ensino da Fé naquela cidade. Reuniamo-nos naresidência do dr. Mario Dantas*, e juntos tentamosatrair as pessoas para a mensagem de Bahá’u’lláh.

*Dr. Mário Dantas, paraense, advogado, cuja familia também erabahá’í.

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Assim foi formada a primeira AssembléiaEspiritual Local de Niterói, que teve poucaduração, devido às freqüentes viagens de seusmembros. Com a chegada da pioneira sra. PaquitaTrujillo Lopes, espanhola, antes residente noParaguai, e que alí residiu por algum tempo, foipossível a reeleição da segunda AssembléiaEspiritual Local. Niterói hoje tem uma sedeprópria, uma Comunidade Bahá’í muito ativa, commuitos jovens cantores, compositores e realizamuitas atividades de ensino.

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RUA VISCONDE DE PIRAJÁ, 48/301

Ao chegar ao Rio de Janeiro adquiri umapartamento, onde residi até o ano de 2002 e alitive a oportunidade de receber inúmeros amigosbahá’ís não só do Brasil, mas também de outraspartes do mundo. Era uma casa bahá’í e estavasempre aberta para qualquer atividade espiritual.Ali realizamos inúmeros ciclos de estudo, váriaspalestras de bahá’is que visitavam a comunidade,muitas reuniões da Assembléia Espiritual Local ecomemorações diversas. Mesmo uma celebraçãoespecial, como a que realizávamos no Naw-Ruz,era ali preparada e realizada com muito amor ecarinho, durante anos seguidos, onde estavamsempre presentes muitos amigos e amigos dosamigos.

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Durante a ECO/92, quando tambémrecebemos vários amigos de outros estados, tive aalegria de hospedar alguns deles, incluindo doisConselheiros, que ali se alojaram, completando aalegria daquele lar.

Após 42 anos vividos no Rio de Janeiro, ejá com 88 anos de idade, decidi no ano passadoque era hora de retornar para Salvador, minhaprimeira comunidade onde ainda tenho muitosfamiliares. Ali reencontrei velhos companheiros,com os quais me reúno todos os domingos, à tarde,para reuniões devocionais, atendendo a meta daCasa Universal de Justiça. Todavia, não possodeixar de mencionar as vitórias conquistadas paraa nossa amada Fé durante os anos que passei noRio de Janeiro, o que me proporcionou uma maiorvisão do mundo, não só no campo profissionalcomo também pelas conquistas que sempresomaram ao meu crescimento espiritual. Viajeimuitas vezes para várias partes do mundo, e dentreestas viagens algumas se destacaram, tendo emvista o seu objetivo espiritual. Assim, tiveoportunidade de passar um mês em Macau,colônia portuguesa na China, em missão daAssembléia Espiritual Nacional dos Bahá’ís doBrasil e também no Panamá, para a comemoraçãodo Jubileu de Prata do Templo daquele país, e oprivilégio inestimável de visitar a Terra Santa porvárias vezes e fazer a minha peregrinação aosSantuários Sagrados, inclusive participar da

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comemoração do Centenário do passamento deBahá’u’lláh, no ano de 1992, que foi o ponto altode todas as viagens que empreendi durante toda aminha vida.

Nunca me esquecerei, com sentimentos degratidão muito forte, da emoção que experimenteinaquela comemoração, a qual compartilhei comcentenas de delegados vindos de todas as partesdo mundo. Aquela pequena multidão nos jardinsdo Santuário de Bahá’u’lláh, iluminado pela luzde centenas de velas, dentro de copos, apoiadosnos canteiros, nos convidavam à oração eagradecimento por aquele sublime momento. Emseguida, já na madrugada, ao raiar da aurora,aquela procissão ao redor de Seu Santuário, emsilêncio quase absoluto, que nos deixava ouvir ospássaros e nossos pés ao pisar os seixos quecircundam aquele mesmo Santuário, foi umaexperiência impar de amor e agradecimento, queme acompanhará enquanto viver.

Estar em Haifa é como estar na ante-salado Paraíso, e praza aos céus que ainda possa voltarlá algum dia!

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