bahá'í brasil 39

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número 39 | outubro - dezembro de 2014 www.bahai.org.br / [email protected] O programa PAS é uma iniciativa inovadora para geração e difusão de conhecimento p. 5 Jornal da Comunidade Bahá’í Brasileira Tempo de Serviço: oportunidade de contribuir com o desenvolvimento humano e social p. 9 CCIR se destaca na luta pela liberdade religiosa p. 10 O principal propósito dessa Conferência foi alinhar uma visão renovada e um entendimento mais profundo das instituições e agências regionais, dos processos de construção de comunidade, de modo que possam melhor estabelecer seus planos específicos de concretizar as metas pendentes do atual Plano de Cinco Anos p. 6 e 7 Brasília recebe a I Conferência Nacional de Instituições Regionais Uso positivo da internet As mídias sociais utilizadas por grande número de usuários, por qualquer razão que seja, são aparatos que nos fornecem diversas informações de variadas naturezas p. 14

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Edição 39 do Jornal da Comunidade Bahá'í Brasileira

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Page 1: Bahá'í Brasil 39

número 39 | outubro - dezembro de 2014 www.bahai.org.br / [email protected]

O programa PAS é uma iniciativa inovadora para geração e difusão de conhecimento

p. 5

Jornal da Comunidade Bahá’í Brasileira

Tempo de Serviço: oportunidade de contribuir com o desenvolvimento humano e social

p. 9

CCIR se destaca na luta pela liberdade religiosa

p. 10

O principal propósito dessa Conferência foi alinhar uma visão renovada e um entendimento mais profundo das instituições e agências regionais, dos processos de construção de comunidade, de modo que possam melhor estabelecer seus planos específicos de concretizar as metas pendentes do atual Plano de Cinco Anos

p. 6 e 7

Brasília recebe a I Conferência Nacional de Instituições Regionais

Uso positivo da internetAs mídias sociais utilizadas por grande número de usuários, por qualquer razão que seja, são aparatos que nos fornecem diversas informações de variadas naturezas

p. 14

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2 Nº 39 | setembro - dezembro de 2014

EXPEDIENTEAssessoria de Comunicação - Comunidade Bahá’íJornalista responsável: Fábio Lucas Vieira (Registro Profissional: 7956/DF) | Jornalista estagiária: Joaquina Delcho Direção de Arte e Diagramação: Fábio Lucas Vieira | Revisão: Foad Shaikhzadeh Entidade Responsável: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil - Caixa Postal: 7035 | CEP: 71635-971 - Brasília - DF www.bahai.org.br | [email protected]

Editorial

Seminario para jovens universitários ISGP no Soltanieh. Ano 2, 2015.

Nos últimos anos, uma das mais notáveis percepções da comu-nidade mundial bahá’í é esse

novo ritmo e nova dinâmica marcada por ciclos de três meses. Cada um desses ciclos é entremeado por fa-ses de reflexão, planejamento, ação e consulta. Isso tem ajudado os cren-tes, a comunidade e as instituições a alcançarem uma nova compreensão e coerência das atividades. Em toda comunidade se vê uma mudança sig-nificativa de cultura, com o propósito único de melhor contribuir para o pro-cesso civilizatório.

Desde as Conferências de Juven-tude em 2013, tem-se evidenciando uma constante mobilização e partici-pação ativa dos jovens nesse proces-so e na condução das atividades cen-trais, como membros das agências e instituições, ou como tutores em equi-pes itinerantes, ano de serviço ou pio-neiros de frente interna. O número de participantes das atividades que con-tribuem para a capacitação de nossos

jovens, como o Programa de Ação So-cial (PAS) e o Instituto de Estudos em Prosperidade Global (ISGP) tem au-mentado, com isso a capacidade para participar efetivamente dos discursos da sociedade e pesquisar sobre ques-tões específicas da humanidade, esti-mulando-os a se envolverem mais na vida de suas comunidades, contribuin-do para um melhor entendimento de métodos, abordagens e instrumentos que visam auxiliar numa efetiva mu-dança social.

No âmbito nacional, cono um im-pulso adicional para se conquistar as metas do Plano de Cinco Anos no Bra-sil foi a realizada a primeira Conferên-cia Nacional de Instituições Regionais (Brasília, em dezembro). O evento reuniu membros das instituições de todas as regiões, com os membros da Assembleia Nacional e Conselheiros Continentais (pessoa recurso desig-nada pela Casa de Justiça). A Confe-rência permitiu alcançar uma unidade de visão entre os Conselhos bahá’ís,

Institutos regionais e suas coordena-ções e membros do Corpo Auxiliar, estimulando-os à ação conjunta para a mobilização de recursos humanos de suas respectivas regiões para o campo de ação, de modo a alcançar as metas ainda pendentes. As institui-ções e suas agências, os indivíduos e toda a comunidade bahá’í brasileira têm cuidado com firmeza e constância do desenvolvimento espiritual, social e intelectual, por meio das atividades centrais do Plano.

Não é diferente no berço da Fé, o Irã, onde apesar do continuado jugo da opressão pelo Estado, a comuni-dade bahá’í é reconhecida como uma força de mudança construtiva em seu ininterrupto registro de serviços desin-teressados à sociedade. A Casa de Justiça tem enviado continuamente guias inspiradoras e educativas, exal-tando a posição destemida perante os dolorosos testes. Enquanto isso, a Secretaria de Ações com a Sociedade e o Governo (SASG) da Assembleia Nacional, assim como as demais co-munidades bahá’ís nacionais, prosse-guemem seus esforços para informar e conseguir o apoio de governantes, instituições acadêmicas e religiosas, mídia e organizações não-governa-mentais, para defender os nossos ir-mãos de Fé no Irã.

Como sinal também dessa unidade entre bahá’ís do Oriente e do Ociden-te, lembramos da adoção de um ca-lendário único por todos os bahá’ís do mundo, como “símbolo do poder da Revelação Divina em transformar a percepção humana quanto à realida-de material, social e espiritual”. A partir do Naw-Rúz deste ano “o lugar da hu-manidade no tempo e no espaço” será repensado, reformulando “o ritmo da vida”.

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Aprofundamento

Recentemente, os bahá’ís de di-ferentes origens estiveram pe-rante festividades, como o ano

novo gregoriano (1 de janeiro) e o natal (25/12) para os de origem cris-tã, o Hanukkah (16-24/12) para os de origem judaica, Mawlid-al-Nabi (03/01) para os de origem muçulmana, ou mesmo o Shab-e Yalda (21/12) para os amigos persas. É um período fes-tivo em diversas religiões e os bahá’ís perguntaram-se se e como participa-riam de tais celebrações.

Naturalmente os bahá’ís têm sem-pre em mente o que Bahá’u’lláh reve-lou e, portanto, associam-se aos se-guidores de todas as religiões em um espírito de amizade e companheiris-mo, não havendo assim, nenhum mal em bahá’ís compartilharem dessas celebrações com parentes e amigos. A perpetuação de tais características culturais herdadas expressa unidade na diversidade — sempre que tais ati-vidades não antagonizem com os prin-cípios bahá’ís.

Quando alguém assume a iden-tidade bahá’í, adquire uma lealdade mais ampla às Manifestações de Deus e deve ter o cuidado para não se iso-lar de sua família e amigos, mostran-do respeito à sua antiga denominação religiosa. Contudo, existe uma distin-ção clara entre participar em eventos festivos e culturais, em oposição a praticar ou promover cerimônias e ritu-ais religiosos. Desta forma, os bahá’ís devem evitar praticar ações que, de algum modo, impliquem serem consi-derados membros de outra denomina-ção religiosa ou que sejam contrárias aos seu princípios, salvaguardando a independência da Fé.

Shoghi Effendi escreve que “nes-ses dias os amigos deveriam demons-trar, através de suas ações, tanto quanto possível, a independência da Divina Fé de Deus e sua desvincula-ção dos costumes, rituais e práticas de um passado desconsiderado e aboli-do.”

Em carta escrita em nome do Guar-dião (19 de março de 1938), pode-se ler o seguinte: “sobre a celebração dos feriados cristãos pelos crentes – é certamente preferível e mesmo alta-mente recomendável que os amigos em sua relação uns com os outros, devam interromper a observância de tais feriados como natal e ano novo e ter os seus encontros festivos dessa natureza durante os dias intercalares e o Naw Rúz.”

Em outra carta (15 de agosto de 1957), também escrita em seu nome, o Guardião chama todo bahá’í à refle-xão. “Cada Bahá’í deveria consciente-mente começar a assim se comportar pois, sem o que, as pessoas nunca saberão que somos membros de uma nova religião, mas pensarão que so-mos apenas pessoas acreditando em duas ou três coisas ao mesmo tempo.”

O importante é que os crentes não se dissociem, sem necessidade, de práticas culturais inofensivas, alienan-do família e amigos não-bahá’ís, ao mesmo tempo que evitam a prática de costumes abolidos do passado, so-lapando a independência da Fé Bahá’í. Buscando, por fim, novas formas de viver as suas datas comemorativas e dias sagrados, sem que essas se tor-nem mera imitação da velha forma.

Precisamos, por exemplo, começar a refletir: como pretendemos celebrar os “Festivais Gêmeos” dos aniversá-rios de Bahá’u’lláh e dO Báb, que pela primeira vez no Brasil serão em dias

seguidos (10 e 11 de Qudrat), cum-prindo as palavras de Bahá’u’lláh de que “Esses dois dias são considera-dos um só aos olhos de Deus”.

Como planejamos, individualmente ou em comunidade, seguir a instrução de Bahá’u’lláh e devotar os dias inter-calares a festividades, regozijo e ca-ridade, ou, nas palavras do Guardião “à hospitalidade, ao oferecimento de presentes”?

Os desafios que a comunidade bahá’í encontra diante de si, através da adoção de um novo modo de vida, da implantação integral de um novo calendário e dias santos próprios, a busca de formas de celebração de eventos da nova Dispensação, são compreensíveis e na verdade, formam uma parte integral dessa transição, dessa mudança de cultura da comu-nidade, e que exige dos indivíduos, da comunidade e das Instituições muita diligência e esforço.

A Casa Universal de Justiça prome-teu em sua mensagem de 10 de julho de 2014, que o “próximo Naw-Rúz as-sinalará ainda outro passo histórico na manifestação da unidade do povo de Bahá e do desdobramento da Ordem Mundial de Bahá’u’lláh”. Como será celebrado entre amigos, familiares e na sua comunidade, o dia 1º de Bahá de 172, o Ano Novo bahá’í?

A Casa garante que “o lugar da hu-manidade no tempo e no espaço [é] repensado, e o ritmo da vida reformu-lado”.

O caminho para uma cultura bahá’í

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Aula Bahá’í para Crianças:

A existência de atividades que nutram os corações e mentes das crian-ças é essencial para a construção

de uma nova sociedade. Dessa forma, a Comunidade Bahá’í oferece um processo de educação espiritual para crianças, que procura desenvolver o amor pelos diver-sos Manifestantes de Deus e o reconhe-cimento de que todos têm o potencial para desenvolver virtudes como amor, justiça e generosidade.

As aulas contam com lições que pro-porcionam momentos de reflexão sobre ensinamentos sagrados e histórias de di-versos Manifestantes. Elas incluem ora-ções, leituras e memorizações de textos, músicas, trabalhos de artes visuais, jogos cooperativos. O programa também enfa-tiza a aprendizagem e a reflexão sobre o senso de responsabilidade e o reconheci-mento da essência do ser humano. Para ministrar as aulas, os professores recebem uma capacitação específica para três gru-pos etários, por meio de material desen-volvido pela Instituto Ruhi de Capacitação.

E foi com essa motivação que Luana Reis (33) e Jasmim Akhavan (17) abriram uma turma de aulas bahá’ís para crianças em Brasília. “Descobri um novo caminho, me enamorando pelos ensinamentos de Bahá’u’lláh”, afirma Luana. De acordo com ela, as aulas bahá’ís para crianças têm o objetivo de criar um padrão elevado de

consciência, com base em valores morais e espirituais que as guiem em suas deci-sões ao longo da vida. “Futuramente es-sas crianças podem vir a ser cidadãos que contribuam para a melhora do mundo”.

Com base em uma metodologia desen-volvida pelo Instituto Ruhi de Capacitação,

as crianças aprendem valores espirituais, morais e virtudes. Desde cedo são ensina-das a amar e louvar a Deus, independen-temente de sua religião, para crescerem com um padrão elevado de consciência e sabedoria.

Sara Lotfi (17) é outra jovem que abriu uma turma de aulas para crianças. Para ela tem sido uma experiência incrível. “Além de ensinar as crianças, eu aprendo com elas. Aprendi a ter paciência e criei um afeto pela arte de lecionar”, conta Sara. As aulas acontecem todos os sábados na escola infantil Amiguinhos do Saber, que fica na Zona Norte de Macapá (AP).

As atividades centrais da Fé Bahá’í, como as aulas para crianças, os grupos de pré-jovens e os círculos de estudos, são gratuitas e acontecem de maneira equiva-lente em todos os países onde a Comuni-dade Bahá’í está presente. O material tam-bém é o mesmo, a metodologia e os livros desenvolvidos pelo Instituto Ruhí, que são traduzidos para diversos idiomas.

orientação, desenvolvimento de virtudes, habilidades e valores morais

“A Educação e instrução das crianças está entre os atos mais meritórios da humanidade, e atrai a graça e o favor do Todo-Misericordioso, pois a educação é o indispensável fundamento de toda a excelência humana e permite ao homem ascender às alturas da glória eterna”

‘Abdu’l-Bahá

Jasmin Akhavan (esq.) e Luana Reis (dir.) na Aula Bahá’í para Crianças

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Preparando para a Ação Social

O programa Preparação para a Ação Social (PAS) é originário da Colôm-bia, desenvolvido pela FUNDAEC

(Fundación para la Aplicación y Enseñan-za de las Ciéncias), é proveniente de adaptações e ampliações de outros pro-gramas educacionais já existentes há mais de três décadas (a exemplo do Sistema de Aprendizagem Tutorial). Apesar de não ser parte da educação formal, seu currículo atual equivale aos últimos anos do ensino fundamental e ensino médio. Além da Co-lômbia e algumas iniciativas incipientes e pontuais na América Latina, tal programa está atualmente sendo implementado com mais força por diversas organizações de inspiração bahá’í, especialmente da África, Ásia e Oceania.

Em 2006, como uma sugestão do Es-critório Bahá’í de Desenvolvimento Socio-economico do Centro Mundial (OSED), a FUNDAEC começou a apoiar um certo nú-mero de organizações de inspiração bahá’í ao redor do mundo. Muito se aprendeu no transcurso desses anos, especialmente sobre a efetividade do programa e a evo-lução das estruturas administrativas em vários níveis para apoiar o seu estabeleci-mento nos agrupamentos. Em 2012, con-siderando o crescimento das demandas mundiais pelo programa e sua crescente integração com os processos educacionais associados ao Instituto, foi decidido que OSED iria gradualmente assumir comple-ta responsabilidade pelo apoio na sua ex-pansão e consolidação através do mundo. Por orientação da própria Casa Universal de Justiça, OSED se dirigiu a duas áreas de aprendizagem: fortalecer a capacidade das organizações em implementar o pro-grama e facilitar a expansão do programa em novos países.

Com relação a essa segunda área de aprendizagem, passos foram tomados no sentido de criar oportunidades para que um maior número de indivíduos – especial-mente jovens que estão a frente do traba-lho de expansão e consolidação – possam estudar alguns dos textos do programa PAS durante seminários intensivos que

são levados a cabo durante dois anos ou mais. Espera-se que através de tais es-tudos os indivíduos fiquem familiarizados com os conteúdos e a visão do programa, fortaleçam suas capacidades intelectuais e estabaleçam as bases para uma even-tual implementação futura do programa. Assim, a partir de 2013, no Brasil e em outros países selecionados, iniciaram-se os esforços através do que chamamos Seminários PAS. Apesar de a experiência ainda ser muito incipiente, há indicações

claras de que tais oportunidades de estu-do estão demonstrando-se valiosas para os participantes, ajudando-os a fortalecer suas capacidades de serviço. Apenas 11 países receberam o privilégio de iniciar os Seminários PAS e o Brasil foi um deles. Os seminários não são grupos PAS e nem tem o objetivo de estabelecer o PAS, mas po-dem levar à implementação do programa.

No Brasil temos dois seminários em andamento (Brasília e Canoas), envolven-do em média 50 participantes, que serão concluídos no primeiro semestre de 2015. Com a ajuda dos atuais participantes, no-vos seminários provavelmente emergirão ainda em 2015 para atender a mais pes-soas no Brasil. Essa nova estratégia de expansão obviamente vai requerer mais consultas entre as instituições regionais e de agrupamentos. Sem dúvida, os tex-tos do programa PAS ajudam a refinar a capacidade daqueles que estão servindo, especialmente dos membros das institui-ções, oferecendo uma conexão operacio-nal entre a ciência e a religião, permitindo que nasçam processos de desenvolvimen-to social e econômico nas bases a partir das dimensões espirituais e materiais da existência humana.

Apesar de a experiência ainda ser muito incipiente, há indicações claras de que tais oportunidades de estudo estão demonstrando-se valiosas para os participantes, ajudando-os a fortalecer suas capacidades de serviço

Iniciativa inovadora para geração e difusão de conhecimento

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Brasília recebe a I Conferência Nacional de Instituições Regionais

Nos dias 6 e 7 de dezembro Brasília recebeu a I Conferência Nacional de Instituições Regionais Bahá’ís. O

evento aconteceu a convite da Assembleia Espiritual Nacional e dos Conselheiros Continentais residentes no Brasil.

As atividades reuniram cerca de 120 pessoas, entre elas os membros dos Con-selhos Regionais, recém-nomeados em 26 de novembro, e também contou com a pre-sença dos membros dos Corpos Consulti-vos do Instituto de cada região, membros do Corpo Auxiliar, Coordenadores Regio-nais do Instituto, membros da Assembleia Espiritual Nacional e os Conselheiros Con-tinentais Ingrid Conter e Pejman Samoo-ri, além da participação de Jorge Blandón (pessoa recurso designado pela Casa Uni-versal de Justiça para apoiar os processos de fortalecimento dos Conselhos Regio-nais no Brasil).

Ao longo dos anos, a Casa Universal de Justiça tem colocado, diante do mundo bahá’í, uma série de planos globais com o propósito de orientar os indivíduos, a comunidade e as instituições bahá’ís no avanço sustentável e sistematizado do processo de entrada em tropas.

Em países com extensão territorial grande, existe um esquema de atuação descentralizada das Assembleias Espiritu-ais Nacionais por meio de seus Conselhos

Regionais. No caso do Brasil, existem seis conselhos, que são nomeados após um processo de eleição sugestiva. Os Con-selhos, diferentes de comitês nacionais, estão vinculados à Assembleia Nacional, mas também recebem guia e orientação dos Conselheiros Continentai.

Na ausência de um clero, faz-se ne-cessário que os três participantes do plano (indivíduos, instituições e comunidade) tra-balhem juntos pela multiplicação das ativi-dades centrais, a saber: reuniões a nível dos lares de bahá’ís e seus amigos “que fortalecem o caráter devocional da comu-nidade”; “aulas que nutrem os tenros cora-ções e mentes das crianças”; “grupos que canalizam as ondas de energia dos pré-jo-vens”; ou “círculos de estudos, abertos a todos, que permitem pessoas de vários an-tecedentes avançar em pé de igualdade e explorar a aplicação dos ensinamentos em suas vidas individuais e coletivas”. É partir de tais atividades, que a Casa designa de “atos de serviço cruciais para a perpetua-ção do próprio sistema”, que muitas vezes surgem outras atividades.

A Assembleia Nacional vê a estrutura administrativa bahá’í como um instrumen-to, um meio e não um fim. O fim seria a criação de “um ambiente conducente à capacitação espiritual” que, como nos traz a mensagem de Ridván de 2010, faz com

Ao longo dos anos, a Casa Universal de Justiça tem colocado, diante do mundo bahá’í, uma série de planos globais com o propósito de orientar os indivíduos, a comunidade e as instituições bahá’ís no avanço sustentável e sistematizado

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É importante recordar que, no atual ciclo de planos, há dois processos que ocorrem simultane-amente. O primeiro, é aquele no qual os amigos percorrem ao longo dos cursos de capacitação do instituto, gerando capacidade para o serviço. A Casa de Justiça nos recorda no Ridván de 2010 que:

(…) os hábitos que os amigos estão formando nos círculos de estudo para trabalhar com pensa-mentos completos e complexos e para alcançar o entendimento serão estendidos às várias esferas de atividade.

Com a capacitação surge o desejo de servir, e o desejo de servir abre novas oportunidades que demandam mais recursos humanos capacitados. Paralelamente a essa movimentação, ocorre o segundo movimento: o avanço de agrupamentos de um estágio a outro. Espera-se que, no mundo inteiro, 5 mil agrupamentos atinjam a meta de estar no primeiro marco, e o Brasil envida esforços para contribuir com 180 agrupamentos.

que indivíduos se vejam “como agentes ativos de seu próprio aprendizado, como protagonistas de um esforço constante para aplicar conhecimento a fim de realizar transformação individual e coletiva”.

O principal propósito dessa Conferência foi alinhar uma visão renovada e um entendimento mais profundo dos processos de construção de comunida-de, de modo a que possam melhor estabelecer seus planos específicos de concretizar as metas penden-tes do atual Plano de Cinco Anos.

Aproveitando sua primeira reunião ordinária nes-ta ocasião, todos os Conselhos Regionais elegeram também seus respectivos oficiais. Os Conselhos compreendem seu papel e suas tarefas, e com o aprendizado dos anos, ao lerem sua realidade, podem nomear e apoiar Comitês de Ensino de Área (CEAs), que permitem que comunidades preparadas avancem para o próximo marco de desenvolvimento.

Neste último ano do atual Plano de Cinco Anos, a Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil estima que se alcancem uma série de metas. Por isso, essa reunião serviu também para a criação de uma unidade de visão de longo prazo, no sentido de fortalecer as estruturas regionais.

AConferência serviu também para que os Conse-lhos Regionais de todo o Brasil, com as demais ins-tituições com as quais trabalham “ombro a ombro”, possam melhor efetivar as suas atividades em ciclos de ação, reflexão, estudo e consulta — um estudo que implica recorrer constantemente aos escritos da Fé assim como análises de padrões de desenvolvi-mento.

Era evidente o clima de amor, amizade e espiritu-alidade entre os amigos presentes, que se inspira-ram das consultas e estudos. A Conferência instigou nesses amigos uma consciência renovada da visão, empoderando as instituições para que estejam mais confiantes na realização das tarefas. Após uma avaliação da Assembleia Nacional, será decidido se a experiência será ou não repetida em anos futuros.

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Jovens participam de projeto para ajudar os Agrupamentos Meta a atingirem o Primeiro Marco

Conquistando Novas Fronteiras é um projeto na região Centro--oeste que busca ajudar os agrupamentos meta a atingirem o Primeiro Marco em janeiro. A equipe regional do planalto central

em consulta percebeu que seria necessário realizar uma mobilização para ajudar os agrupamentos a alcançarem o primeiro marco. Entre os agrupamentos estão: Barra do Garças, Aragarças, Catalão, Chapada dos Veadeiros, Uberaba. Além do Centro Oeste, o movimento também acontecerá em outras regiões do Brasil e com diferentes esforços.

Quatro equipes de jovens e alguns adultos estão participando do movimento, que terá duração de 3 semanas. As equipes receberam orientação nos dias 9, 10, 11 de janeiro em Brasília e no dia 12 segui-ram para os agrupamentos. A programação conta com estudos pela ma-nhã (com os materiais do Instituto Ruhí) e à tarde ensinos e chamadas de grupos de pessoas da localidade interessadas no serviço à humani-dade. Nessas três semanas o objetivo é identificar grupos de pessoas interessadas, capacitá-las e ajuda-las a desenvolver atividades em suas comunidades. Quatorze indivíduos externos estão ajudando as equipes, três pioneiros e dois apoiadores de agrupamentos sementeiros.

“A ideia é ajudar os agrupamentos a sair do estágio de ‘incipientes’ para chegar ao primeiro marco”, afirma Anis Silva, um dos organizado-res do projeto. Os jovens foram encorajados a levar os livros 1 ao 7 do Instituto Ruhí para fazer revisão de todos, porém para o ensino foram feitas revisões dos livros 2 e 6. Para o processo de capacitação, foi feita revisão dos livros 1, 3, 5 e 7.

Aproveitando as férias, os jovens foram encorajados a aprender com essa mobilização para, posteriormente, co-locar e em prática tudo o que aprenderem em seus respec-tivos agrupamentos. “A juventude tem energia e pode apoiar por mais tempo, além do mais, os jovens das comunidades inte-ragem quando são jovens que estão ensinando”, acrescenta Anis.

O jovem Shayan Monajem (22) irá participar da mobilização. Natural do Paraná, ele abriu mão das férias com a família para servir nos agrupa-mentos. “Estou super feliz e empolgado, nunca fiz algo do tipo antes, então todo dia será uma nova experiência para mim”, ressalta Shayan. Nessas três semanas os jovens verão na prática o quem vêm aprendendo em seus agrupamentos, desde a confe-rência de juventude.

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Um dos principais ensinamentos bahá’ís diz respei-to ao serviço à humanidade. Dessa forma, pro-jetos de ação social estão sempre em constante

desenvolvimento pela Comunidade Bahá’í. Voltadas ao progresso da sociedade, algumas dessas ações incluem educação espiritual para crianças, reuniões de oração e meditação e círculos de estudos. Entretanto, muitos bahá’ís decidem não só ajudar no desenvolvimento da comunidade na qual estão inseridos, como também nas de outros estados e países. O tempo de serviço é um período no qual aquele que escolheu servir realizará ações voluntárias em prol de alguma comunidade, em busca de elevar os aspectos da vida social ou econômi-ca de uma população. Durante esse período, que pode variar de alguns dias a alguns anos, procura-se ajudar os indivíduos no desenvolvimento de qualidades espiritu-ais, virtudes e capacidades intelectuais.

É comum que alguns desses voluntários tenham conhecimentos adquiridos anteriormente ao período de serviço, não se excluindo, contudo, a possibilidade de serem capacitados logo após demonstrar a sua vonta-de em servir. Em algumas regiões, por exemplo, têm focado em trabalhos com grupos de pré-jovens (entre 11 e 14 anos) para isso, os voluntários são convidados a completarem os livros 1 e 5 do Instituto Ruhi de Capaci-tação. Outros jovens que participaram de Conferências de Juventude por exemplo, engajaram-se em conhecer bem os materiais estudados sobre construção de comu-nidades sustentáveis, para aplicá-los em outras regiões do país.

Os jovens procuram muitas vezes o serviço como uma nova experiência de conhecer diferentes culturas. Assim como Gabriel, eles buscam aprender com o conví-vio e a estadia em lugares diferentes, onde podem tomar o programa como uma oportunidade para servir a huma-nidade, refletir sobre as suas próprias vidas e aprender mais sobre si mesmos. Assim como os Instrutores Via-jantes, vários grupos se dedicam a servir comunidades. O Pioneiros de Frente Interna por exemplo, se deslocam dentro do próprio estado, ou cidade e trabalham nos agrupamentos próximos a eles. Os agrupamentos são divididos em vários estágios de acordo com o Progra-ma de Crescimento, os voluntários ajudam a evoluir e passar para um estágio mais avançado. São muitas as oportunidades de serviço aqui no Brasil e até mesmo no exterior, e o jovem ou adulto que decidir viver essa expe-riência terá como recompensa um grande conhecimento e aprendizado que irá adquirir ao longo do percurso.

Gabriel Caetano é um dos jovens que decidiram dedicar um tempo de serviço. Ele é natural de Mogi Mirim (SP) e participa de equipes de Instrutores Viajantes, grupos que visitam agrupamentos e ensi-nam atividades e conceitos bahá’ís. É a primeira vez que Gabriel está servindo desta forma. “Ter contato com comunidades diferen-tes nos traz um grande aprendizado, conhecemos pessoas novas e que enxergam o mundo de maneiras diferentes, compartilhamos experiências, alegrias, tristezas e passamos juntos por crises e vitó-rias. Tudo isso nos fortalece de uma maneira extraordinária”, relata Gabriel.

Shahin Nasrabadi é outro jovem que já serviu em outro país, ele passou alguns meses na escola Green Acre, no estado americano de Maine e explica o motivo pelo o qual decidiu servir: “Um dos motivos foi a indecisão de qual carreira seguir, então na dúvida de-cidi dar um tempo servindo. Meu tempo de serviço foi maravilho-so, nestes 7 meses eu me conheci muito e me aprofundei bastante nas escrituras da fé. Fiz amizades incríveis que espero manter para sempre, é impressionante como nos tornamos reflexivos em relação a nossos atos e ações, e criamos uma sede de mudança.” A Escola Bahá’í do Green Acre é um centro de conferências e retiro operado pela Assembleia Nacional dos Bahá’ís dos Estados Unidos, famosa por ter hospedado Abdu’l-Bahá, recebe todo ano jovens de vários países interessados pela Causa.

Tempo de serviço:oportunidade de contribuir com o desenvolvimento humano e social e de conhecer novas culturas

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A intolerância religiosa se tornou uma das principais causas de persegui-ção às minorias em todo o mundo.

Segundo os dados da Secretaria de Di-reitos Humanos da Presidência da Repú-blica (SDH/PR), somente no ano de 2013 foram registradas mais de 200 denúncias de discriminação religiosa no Disque 100. Número que em 2014 apresentou uma di-minuição de 38% no primeiro semestre do ano. Ainda segundo a Secretaria, mais de 30% das vítimas sofreram preconceito em sua própria casa, sendo que 20% dos sus-peitos eram vizinhos. Esses dados são a prova de que a intolerância religiosa e o preconceito ainda estão muito atuantes na nossa sociedade, e mais próximos do que se imagina.

Composta por religiosos, vítimas de preconceito e instituições que promovem os direitos humanos, a Comissão de Com-bate à Intolerância Religiosa (CCIR) surgiu em 2008 para dar um basta aos crimes de intolerância no Brasil. Fundada no Rio de Janeiro por religiosos umbandistas e can-domblecistas, a organização visa defender a liberdade religiosa e os direitos humanos. A comissão une diversos grupos – umban-distas, católicos, judeus, candomblecistas, hare Krisnas, evangélicos, muçulmanos, malês, bahá’í, ciganos, kardecistas, wicca-nos, agnósticos – de várias instituições e segmentos religiosos.

A CCIR está sempre promovendo en-contros inter-religiosos, como a 7ª Cami-nhada em Defesa da Liberdade Religiosa, realizada em Copacabana (RJ), no dia 21 de Setembro de 2014. O evento teve a par-ticipação da Comunidade Bahá’í, com a montagem da instalação “Daorla Promun-do”, e chamou a atenção da população para os crimes de intolerância religiosa no Irã. Inae Estrela, representante Bahá’í na CCIR, nos conta a importância da Comu-nidade Bahá’í partcipar de organizações e eventos inter-religiosos: “Nós vemos diariamente o quão grave pode chegar a

intolerância religiosa. Se procuramos es-tabelecer uma cultura de Paz, precisamos estreitar os laços de amizade com ‘todos aqueles que cruzarem o nosso caminho’ e buscar estarmos certos de que esses têm seus direitos e dignidades salvaguarda-dos”.

As atividades da CCIR vão desde o suporte jurídico às pessoas que sofreram discriminação, até ações pioneiras, como os workshops e palestras para autoridades com o objetivo de ajudá-los a lidar com os crimes de intolerância. Em dezembro de 2014, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República concedeu à CCIR o Prêmio de Direitos Humanos que foi entregue pelas mãos da presidenta Dil-ma Roussef, e reconhece o grande passo que é a organização para o combate à in-tolerância no Brasil.

“Percebemos que os laços, os quais li-gam as lideranças religiosas de diferentes credos, são o próprio exemplo de respeito e bom convívio” relata Og Sperle, Sacer-

dote Wicca e representante Wiccano da CCIR. Atualmente a pena para crime de preconceito varia de um a três anos de pri-são, mas é preciso a consciência e o res-peito pela a diversidade, pautas cruciais para a plena democracia e pelo convívio pacífico entre as diferenças. “É através do diálogo que podemos conhecer o outro e a sua religião, pois como sabemos, o pre-conceito se instala primeiramente onde a ignorância domina”, esclarece Og.

A espiritualidade sempre demonstrou ter valor fundamental para sociedade, des-de os primórdios da humanidade. Sendo assim, a intolerância religiosa se torna um fator negativo no caminho do desenvol-vimento humano. A Comunidade Bahá’í apoia e atua junto com a CCIR na luta con-tra o preconceito, destacando a importân-cia do diálogo inter-religioso, fundando as bases do entendimento entre as diferentes religiões. “Mais que uma sociedade justa, precisamos de igualdade, liberdade e fra-ternidade.” acentua Inae Estrela.

A partir da esquerda: Mio Vacite, Ivanir dos Santos e Og Sperle no Palácio do Itamaraty para receber o prêmio Direitos Humanos

CCIR se destaca na luta pela liberdade religiosa

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11Nº 39 | setembro - dezembro de 2014

A Casa Universal de Justiça vem re-forçando ao longo dos anos que o envolvimento da comunidade bahá’í

com a sociedade é algo que ocorrerá na-turalmente, derivado de sua atuação e aprendizados gerados no campo da ex-pansão e consolidação, e da ação social. Em diversas de suas mensagens recentes, a Casa destaca que essa aproximação gradual da realidade social à sua volta de-safiará os bahá’ís “a estender o processo do aprendizado sistemático em que estão engajados a uma gama mais abrangente do empenho humano”.

O desenvolvimento de capacidades de indivíduos, comunidades e instituições é a máxima dos planos globais que orien-tam a atuação bahá’í em seu processo de aprendizagem. O objetivo é que esses protagonistas do esforço coletivo possam, cada um em sua esfera de atuação, “forta-lecer os alicerces espirituais dos povoados e vizinhanças, tratar de algumas de suas necessidades sociais e econômicas e con-tribuir para os discursos predominantes da sociedade, ao mesmo tempo em que ma-têm a necessária coerência de métodos e abordagens”.

Sob essa lógica orientadora, a Secre-

Princípios em Ação:

Reunião do Comitê de Ensino Religioso na Sede Bahá’í, em Brasília

taria Nacional de Ações com a Sociedade e o Governo (SASG), agência ligada à As-sembleia Espiritual Nacional, desenvolve ações cujo foco principal é a participação qualificada nos discursos da sociedade. Para tanto, beneficia-se dos aprendizados gerados nos campos do ensino e da ação social para atuar em atividades que visam promover a Paz Menor. Os principais te-

mas abordados nos anos recentes incluem a questão racial, direitos humanos, juven-tude, desenvolvimento e sustentabilidade, além de questões relacionadas com o diá-logo inter-religioso, a laicidade do Estado e seus desdobramentos. Essa atuação te-mática dá respaldo para a outra área prio-ritária das ações da SASG: a defesa dos bahá’ís no Irã, para a qual recebe orienta-ções diretas do Centro Mundial Bahá’í.

Com vistas a auxiliar a compreensão da comunidade bahá’í nacional acerca da importância do envolvimento na vida da so-ciedade, a SASG recebeu da Assembleia Nacional o mandato de realizar atividades de capacitação de indivíduos em selecio-nados agrupamentos. Essas capacitações ocorrem de várias maneiras, incluindo a realização de oficinas, consultas presen-ciais e via Internet, além da formação de pequenos grupos com interesses temáti-cos específicos que realizam a leitura da realidade à luz dos ensinamentos bahá’ís e do conhecimento científico disponível acerca dos discursos sobre os quais dese-jamos incidir.

Participar dos discursos da socieda-de significa, em grande medida, estreitar relacionamentos com organizações da sociedade civil e representações governa-mentais, cuja atuação tenha ligação com os princípios que pretendemos promover. Neste sentido, é importante reconhecer que os processos de diálogo e consulta realizados entre os representantes bahá’ís e seus pares na sociedade e governo exi-gem o estabelecimento de laços genuínos de confiança e admiração. É essa relação que permite que a contribuição bahá’í pos-sa ser considerada quando da definição de posicionamentos acerca de determinadas políticas e programas, falas e negocia-ções – levando sempre em conta o caráter apartidário que caracteriza todo empreen-dimento bahá’í.

Para mais informações, entre em con-tato com a SASG pelo endereço eletrônico [email protected] ou visite www.bahai.org.br/sasg

a atuação bahá’í junto à Sociedade e Governo

[...] a Casa destaca que essa aproximação gradual da realidade social à sua volta desafiará os bahá’ís “a estender o processo do aprendizado sistemático em que estão engajados a uma gama mais abrangente do empenho humano”

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12 Nº 39 | setembro - dezembro de 2014

Numa votação de 78 contra 35 (com 69 abstenções), a Terceira Comis-são da Assembleia Geral da ONU

aprovou uma resolução expressando profunda preocupação diante das sérias, continuadas e recorrentes violações de direitos humanos no Irã. Mais uma vez o Brasil está entre os que países que não se manifestaram.

O documento de seis páginas listou a alta frequência de execuções, tortura, restrições da liberdade de associação e expressão, os ataques a jornalistas, uma perversa desigualdade de gênero e dis-criminação religiosa (inclusive contra os bahá’ís iranianos) entre as preocupações da Assembleia.

“A aprovação desta resolução envia um forte sinal ao Irã de que, apesar das espe-ranças internacionais de melhoria em suas relações, a comunidade internacional não ignorará as violações de direitos humanos naquele país”, afirma Bani Dugal, a princi-pal representante da Comunidade Interna-cional Bahá’í junto às Nações Unidas.

Ficou claro também que a comunida-de internacional não aceita as repetidas afirmações do Irã de que a situação de direitos humanos esteja melhorando. “Cer-tamente, para os bahá’ís iranianos, não houve melhora alguma, e a atmosfera de discriminação religiosa por todo o país de

fato piorou”, completa Dugal.A aprovação da resolução pela Ter-

ceira Comissão aconteceu logo após a apresentação de veementes relatórios do Secretário Geral da ONU, Ban Ki-Moon, e do Relator Especial Ahmed Shaheed, am-bos expressando preocupação acerca das amplas e continuadas violações de direitos humanos no Irã.

Entre outras coisas, o relatório de Ban Ki-Moon ressalta que “minorias religiosas como os bahá’ís e os cristãos enfrentam violações arraigadas nas leis e práticas”.

O relator especial da ONU, Dr. Shaheed, também apresentou um amplo

espectro de violações, desde a ausência do devido processo legal, especialmente para execuções, e das “contínuas prisões e detenções arbitrárias e condenações de indivíduos por exercerem seus direitos fun-damentais”.

Shaheed dedicou dez parágrafos à contínua perseguição aos bahá’ís irania-nos, ressaltando que eles sofrem múltiplas discriminações na educação e trabalho, e que mais de 100 bahá’ís encontram-se presos.

A resolução foi aprovada hoje e obser-va “com preocupação” que o Irã possui um “fraco desempenho” na implementação das promessas feitas quatro anos atrás, durante a sua primeira passagem pela Re-visão Periódica Universal no Conselho de Direitos Humanos.

O texto destaca especificamente a “persistente discriminação, perseguição e violação de direitos humanos” do Irã con-tra os bahá’ís, requer a libertação das sete lideranças bahá’ís presas, o fim da crimi-nalização das iniciativas para oferecer educação superior aos jovens bahá’ís e a emancipação da comunidade bahá’í ira-niana.

Iniciada pelo Canadá, a resolução teve 45 copatrocinadores e foi a 27ª resolução anual sobre o tema dos direitos humanos no Irã na Assembleia Geral desde 1985.

a comunidade internacional não ignorará as violações de direitos humanos naquele país

ONU se manifesta em favor dos bahá’ís no Irã

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13Nº 39 | setembro - dezembro de 2014

Em pronunciamento proferido no dia 1º de dezembro, o deputado federal Luiz Couto (PB) compartilhou a notícia de que a terceira Comissão da ONU solicitou que o go-

verno iraniano cumpra com suas obrigações internacionais de direitos humanos. O parlamentar ressaltou que o Irã ainda pos-sui alta frequência de execuções, tortura, restrições da liberda-de de associação e expressão, ataques a jornalistas, além de uma perversa desigualdade de gênero e discriminação religio-sa, principalmente contra a comunidade bahá’í no país. “Ficou claro também que a comunidade internacional não aceita as repetidas afirmações do Irã de que a situação de direitos huma-nos esteja melhorando. Certamente, para os baháís iranianos não houve melhora alguma e a atmosfera de discriminação re-ligiosa por todo o país de fato piorou”, lamenta Couto.

O corpo de um bahá’í foi mantido num necrotério durante quase dois meses na grande cidade de Ahvaz,

ao sul do Irã, devido à recusa dos oficiais de permitir seu sepultamento. Shamel Bina faleceu em 28 de outubro, mas permanece insepulto a despeito dos numerosos ape-los de sua família e de diversos oficiais.

Recentemente cemitério bahá’í dessa cidade foi fechado pelas autoridades. O episódio é o mais recente de uma série de incidentes nos últimos meses nos quais oficiais iranianos impediram ou interferiram no sepultamento de bahá’ís – ou sanciona-ram a destruição de seus cemitérios – apa-rentemente como parte de uma campanha para forçar os bahá’ís a negarem sua pró-pria identidade religiosa.

Em Semnan foi dito aos bahá’ís que para se emitir permissão para eles sepul-tarem seus parentes mortos, deveriam as-sinar um termo. Nesse documento pede--se para não colocar nenhuma marca nos túmulos a não ser os nomes e as datas de nascimento e morte, e não criar espaços verdes no cemitério, pois isso é conside-rado promoção da Fé Bahá’í. Ordens simi-lares foram emitidos ainda este ano para o cemitério de Sangsar.

“Nos anos recentes, mais de 40 cemi-térios bahá’ís foram atacados, vandaliza-dos e, em inúmeros casos, as autoridades impediram ou interferiram no sepultamento

Continuam os ataques a cemitérios bahá’ís

de bahá’ís”, Iradj Eghrari, membro da Co-munidade Bahá’í no Brasil.

Essas ações fazem parte de uma sé-rie de esforços coordenados pelo governo para tornar os bahá’ís imperceptíveis no Irã, eliminando um dos poucos indícios pú-blicos remanescentes de sua existência e forçá-los a negar sua fé.

O mais conhecido desses incidentes foi o empenho dos Guardas Revolucionários

de Shiraz, desde abril, em destruir o his-tórico cemitério bahá’í dessa cidade para dar lugar a um novo complexo esportivo e cultural.

Apesar da solicitação de espcialistas em direitos humanos da ONU pelo fim des-se ataque, relatórios recentes dizem que a obra continua e cerca de 5 a 6 mil metros quadrados do terreno já foram escavados ou edificados.

Repercussão no Brasil

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14 Nº 39 | setembro - dezembro de 2014

A massificação dos meios de comu-nicação trouxe um grande avanço para nosso cotidiano cada vez mais

tecnológico e resultou no uso intenso da Internet. As mídias sociais utilizadas por grande número de usuários, por qualquer razão que seja, são aparatos que nos for-necem diversas informações de variadas naturezas.

Em carta escrita em seu nome, datada de 8 de agosto de 1957, Shoghi Effendi es-clarece que o foco central na vida de todo jovem deve ser o serviço à Fé:

“Os jovens devem tornar-se desprendi-dos de todas as coisas mundanas e, ple-nos do poder dinâmico do Espírito Santo, levantar para difundir a Mensagem que vi-vifica os corações.”

Bahá’u’lláh cita o Ensino da Causa, como “mandamento inalterável de Deus, eterno no passado, eterno no futuro”.

Para tocar os corações e ensinar a Causa de Bahá’u’lláh, podemos usar redes sociais para realização de atividades, con-forme comenta Caleb Gilleland, um bahá’í norte-americano:

“Aproveitar todos acontecimentos so-ciais para facilitar o conhecimento das pessoas a respeito da Fé, através de pu-blicações sobre datas comemorativas e feriados bahá’ís, princípios e textos de es-crituras sagradas”.

Para criar conteúdo atraente, que o seja realmente lido, é necessário conhecer o público e também é importante compre-ender as razões pelas quais as pessoas lêem as suas publicações, e assim en-volvê-las mais através de uma interação saudável, com comentários, pesquisas de opinião e postagens participativas.

Com isso, as mídias sociais podem se tornar ferramentas através das quais ha-

Uso positivo da internet

Internet

verá maior consciência a respeito dos en-sinamentos bahá’is.

A nível institucional, pode por exemplo uma Assembleia ocasionalmente consultar sobre temas urgentes, fazendo uso dessas tecnologias. A Casa Universal de Justiça escreveu em 13 de agosto de 1998 que não há qualquer objeção a “conduzir reuni-ões usando tecnologias tais como audio ou video conferências[…] desde que os prin-cípios bahá’ís de administração sejam res-peitados”. Em carta escrita em seu nome, no dia 30 de agosto de 1933, Shoghi Ef-fendi diz que:

“O princípio da consulta, que deve constituir uma das leis básicas da Adminis-tração, deveria ser aplicado a todas as ati-vidades bahá’ís que afetem o interesse co-letivo da Fé, pois é através da cooperação e contínua troca de pensamentos e visões que a Causa pode ser melhor salvaguar-dada e promovida. Iniciativa individual, habilidade pessoal, proatividade, embora indispensáveis, a não ser que apoiadas e enriquecidas pelas experiências e sabedo-ria coletivas de grupo, são, em última aná-lise, incapazes de alcançar tão grandiosa tarefa”.

Com isso em mente, têm-se verificado em diversas comunidades, aprendizados sobre outras formas de utilizar positiva-mente a internet e as suas diversas redes sociais, como firesides ou estudos virtuais, correntes de orações, ou elaboração cola-borativa de conteúdos.

No passado, poucos previam a pre-sença da internet em nossa vida cotidiana. Hoje 42% da população mundial utiliza a internet frequentemente e seu uso sem-pre crescente deve-se às possibilidades exponenciais quase infinitas que ela traz. Possibilidades que destacam ferramentas como emails e a mídia social pelo poder de distribuição de informação em massa. Por isso é importante que com ações que sejam sustentáveis e as mídias sociais possam ser ferramentas através das quais cada indivíduo lance uma semente:

“Elevai vossos corações acima do pre-sente e contemplai o futuro com olhos de fé. Hoje, a semente está lançada, o grão cai sobre a terra, mas, observai, virá o dia quando se levantará uma gloriosa árvore cujos ramos estarão carregados de frutos”, ‘Abdu’l-Bahá em Paris.

Algumas dicas para o uso positivo da internet:

- Manter uma posição de total neutralidade no campo da política partidária — sem apoiar, compartilhar ou ajudar disseminações nesse campo;

- Estar atento para não compartilhar / postar ideias que não estejam de acordo com os princípios bahá’ís;

- Usar sempre tom elogioso e jamais difamar a imagem de qualquer indivíduo ou organização;

- Atentar-se aos princípios de respeito à pluralidade religiosa, desapego às próprias ideias e a preconceitos.

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15Nº 39 | setembro - dezembro de 2014

Fundos Bahá’ís

Para esta edição do Bahá’í Brasil, a Tesouraria Nacional gostaria de falar da descentralização e da autonomia

financeira de algumas instituições e do seu papel na construção de uma comunidade bahá’í financeiramente apta a desenvolver os seus projetos. Um exemplo disso tem sido o trabalho realizado nos últimos tem-pos pelo Conselho do Centro-Oeste.

O Conselho Regional do Centro-Oeste, responsável por acompanhar as atividades dos estados de Mato Grosso, Mato Gros-so do Sul, Rondônia, Goiás e Tocantins, além das regiões do Triângulo Mineiro e do Distrito Federal,conseguiu que as suas próprias atividades, aquelas por ela gerida diretamente, alcançassem um patamar de autossuficiência econômica..

Após um período desafiador, no qual não havia contribuição suficiente para o Fundo Regional, e, portanto não se conse-guia cobrir totalidade das despesas, o Con-selho começou a buscar novas estratégias. Em consultas conjuntas com a Assembleia Nacional e Conselheiros, seguidas de ação e reflexão, o Conselho compreendeu que a contribuição ao ramo regional do Fundo Nacional está ligado diretamente ao grau de consciência que Comunidades e suas Instituições têm sobre as atividades regio-nais e, para isso, delineou uma estratégia

Fundo Nacional:Banco do Brasil: Agência: 3129-1 – c/c: 9791-8Banco Itaú: Agência: 0198 – c/c 48809-0Banco Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 900-8

Fundo Internacional: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 10248-2Fundo Continental: B. Itaú: Agência 0198 conta – c/c: 06611-0Fundo Templo do Chile: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 9229-0Fundo Dotações: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 16709-6Fundo Novos Templos: B. Itaú: Agência: 0198 – c/c: 04214-5

Húquq’lláh.

Mensagem da Tesouraria Nacional

de aproximação informativa das Comuni-dades.

Primeiramente, o Conselho escreveu cartas às Assembleias Espirituais Locais, informando sobre cada uma das ativida-des, para ajudar as instituições a tomarem melhor consciência sobre a importância de contribuir para o Fundo Regional. Compar-tilhou com as Assembleias e algumas pes-soas chave, informações sobre gastos pre-vistos em atividades de cada agrupamento da região e esclareceu a importância de que as contribuições deveriam passar para o Fundo Regional e não diretamente às agências dos respectivos agrupamentos, de modo que o Conselho pudesse com a sua visão regional alocar os recursos ne-cessários em cada agrupamento. Mas, além disso, a secretaria do Conselho es-teve presente nos agrupamentos mais

avançados da região e consultou com suas instituições e comunidades sobre como aumentar o fluxo de contribuições, apre-sentando orçamentos claros e de simples compreensão. Essa presença nos agrupa-mentos ajudou as Assembleias e também os crentes, nos momentos de contribuição aos Fundos, recordarem da importância de uma contribuição sistemática ao Fundo Re-gional.

Assim, o Conselho do Centro-Oes-te diminuiu sua necessidade de recursos oriundos do Fundo Nacional, que depende ainda do amor dos amigos de todo o Brasil, bem como da Casa Universal de Justiça. Ainda existe grande apoio externo para o Instituto na região Centro-Oeste do Fundo Nacional, permitindo que tais recursos pos-sam ser utilizados em outras regiões mais necessitadas.

Não pode haver dúvida de que tudo aquilo que foi revelado pela Pena Toda Gloriosa, sejam preceitos ou

proibições, confere benefícios aos próprios crentes. Por exemplo, entre os mandamen-tos há o do Ḥuqúqu’lláh. Se as pessoas alcançarem o privilégio de pagar o Ḥuqúq, o Deus Uno e Verdadeiro — exaltada seja Sua glória — irá certamente lhes confe-rir bênçãos. Ademais, tal pagamento irá permitir que eles e seus descendentes se beneficiem de seus bens. Assim como tu observaste, grande parte da riqueza das pessoas está perdida para elas quando Deus faz com que estranhos ou herdeiros, em comparação com os quais estranhos

teriam sido preferíveis, apoderem-se de seus bens.

A consumada sabedoria de Deus está imensamente além de qualquer descrição ou menção adequada. Verdadeiramente, as pessoas veem com seus próprios olhos e ainda assim negam; estão cientes, embo-ra finjam não saber. Tivessem eles obser-vado o preceito de Deus, teriam alcançado o bem deste mundo e do vindouro.

Excerto nº17

O mandamento que prescreve o paga-mento do Ḥuqúq nada mais é do que um favor concedido pelo Deus Uno e Verda-deiro — enaltecida seja Sua glória — e os benefícios daí resultantes revertem aos

próprios doadores. Incumbe a todos dar graças a Deus, o Excelso, Aquele que bon-dosamente os habilitou a fazer face à obri-gação do Ḥuqúq. Detivemos a Pena por longo período, durante o qual nenhuma instrução foi emitida a esse respeito, até o tempo em que as exigências de Sua ines-crutável sabedoria demandaram a aceita-ção do Ḥuqúq. “Deus é adverso a colocar qualquer coisa em ação, a não ser através de meios próprios”. É essencial que certas pessoas recebam auxílio, e outras preci-sam de atenção e cuidados, mas tudo isso deve acontecer com a permissão de Deus, o Amparo no perigo, O que subsiste por Si próprio.

Excerto nº8

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16 Nº 39 | setembro - dezembro de 2014

Editora Bahá’í do BrasilEditora Bahá’í

A Editora Bahá'í do Brasil oferece os principais livros das Escrituras Sagradas da Fé Bahá'í e publicações do Instituto Ruhí, além de centenas de obras como documentos, textos e materiais audiovisuais que expressam os ensinamentos Bahá'ís. Novos lançamentos e materiais de

identificação bahá'í como anéis, pingentes e broches estão disponíveis no site www.editorabahaibrasil.com.br

Em breve a Editora Bahá’í lançará o Clube do Livro, um espaço de interação para pessoas interessadas em conhecer e se aprofundar no oceano das Escrituras e Ensinamentos da Fé Bahá’í. Além da conveniência do contato regular com as Palavras Sagradas, os associados do Clube têm a oportunidade de montar a sua biblioteca pessoal, a partir de um grande acervo de obras Bahá’ís – disponíveis tanto em língua portuguesa quanto em outros idiomas. Os principais benefícios do Clube são:

- Associação a um fórum de leitores e pesquisadores, interessados na Literatura Bahá’í mundial;- Estímulo à leitura, por meio do contato com jóias da literatura religiosa;- Recebimento periódico de um título da Literatura Bahá’í sem custo de frete.- Oportunidade de montar a sua biblioteca pessoal,- Renovação do acervo pessoal de obras bahá’ís;- Oportunidade de adquirir e presentear livros bahá’ís a amigos e familiares;- Comodidade de receber os produtos da Editora Bahá’í do Brasil em casa.

aprofundamento nas Escrituras e nos Ensinamentos da Fé

William Sears 184 p.

Qual destino uniu os trágicos reis da Alemanha, Rússia, Turquia e Pérsia? Por que a violência abateu-os quase ao mesmo momento? A história deles é um dos maiores dramas de nossa geração.

Por que não ouvimos mais sobre ela? Estes não foram reis imaginá-rios. Sua queda e destruição não fizeram parte de uma novela histórica. Não foi uma estória de suspense tirada das páginas de ficção popular. Estes foram monarcas reinantes.

Eles, e mais tarde seus tronos, foram arras-tados por um levante colossal que desde então engolfou e afundou nada menos que vinte rei-nados no período de meio século. Na verdade, a sina que os surpreendeu parece estar perse-guindo seus sucessores eleitos nas repúblicas que substituíram seus tronos desmoronados.

A ligação dos quatro reis e seus associados e sucessores foi um Prisioneiro, uma Figura solitária, condenado, numa cela de uma forta-leza turca na costa da Palestina. Seria muito difícil achar um candidato com menos chances de desafiar os governadores do mundo, ou al-guém mais indefeso que o Prisioneiro que le-vantou-Se para contestar todos eles.

Rúhíyyih Rabbani525 p.

Celebrando o Fes-tival de Ridván, a editora tem o prazer de tornar disponível esta obra aguardada por mais de 30 anos pela Comunidade Bahá’í de Língua Portuguesa. A Péro-la Inestimável, por

Rúhíyyih Rabbani (O Último livro bahá’í traduzido por dona Leonora Armstrong e ainda não publicado) ‘’Verdadeira-mente, esse menino nasceu e está vivo, e dele haverão de aparecer coisas maravilhosas das quais saberás no futuro. Tu o verás dotado da mais perfeita aparência, de capacidade supre-ma e perfeição absoluta, de consumado poder e inexcedível grandeza. Sua face irradiará um esplendor que há de iluminar todos os horizon-tes do mundo; portanto, não te esqueças disso enquanto viveres, pois séculos e eras haverão de testemunhar seus sinais.’’ - ‘Abdu’l-Bahá.

A Pérola Inestimável é um livro biográfico so-bre Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá’í, mas que a autora prefere considerá-lo como uma avaliação da vida e do trabalho deste dis-tinto, único e visionário homem, acreditando que o fornecimento detalhado de suas realiza-ções possa nos colocar num patamar próximo a esta elevada figura.

Rouhulláh Mehrabkhani70 p.

Uma assombrosa tragédia que pre-nunciava o início de uma revelação de envergadura jamais contemplada. O Báb, o precursor da Fé Bahá‘í, fora martiriza-do cruelmente. Junto a Ele, um jovem de-voto, Seu discípulo,

havia oferecido sua vida no altar do sacrifício, para demonstrar a um mundo incrédulo que o amor ainda não fora convertido nas cinzas das chamas do esquecimento. No momento em que o regimento disparou sobre o Báb, este jovem – de nome Mírzá Muhammad-’Alí – man-tinha-se abraçado, por sua própria vontade, a seu Bem-Amado, convertendo-se em seu es-cudo protetor contra centenas de balas mortífe-ras. A vida deste jovem enamorado é bastante desconhecida no Ocidente, uma vez que são poucas as referências sobre ele encontradas nos anais do princípio da Fé. Daí a expectativa que o presente livro despertará no leitor, pois constitui um relato apaixonado da meteórica existência de Mírzá Muhammad-’Alí-i-Zunúzí e uma terna descrição do êxtase sentido pelo Ser Amado, o Báb. Além de um mero relato dos acontecimentos, o autor tratou de analisar as atitudes e os sentimentos de um dos milhares de mártires, que com seu sangue, regou a ár-vore divina desta exaltada Causa.