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V Encontro Nacional da Anppas 4 a 7 de outubro de 2010 Florianópolis - SC – Brasil ______________________________________________________
MINERAÇÃO, ESPAÇO E SOCIEDADE NO BRASIL: ESTUDO COM BASE EM
ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA SOBRE O TEMA
MAURÍLIO DE ABREU MONTEIRO (UFPA/NAEA) Doutor em Desenvolvimento do Trópico Úmido. Docente e pesquisador do Núcleo de Altos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). E-mail: [email protected] ESTÊVÃO JOSÉ DA SILVA BARBOSA (UFPA/NAEA) Mestre em Geografia. Colaborador do Grupo de Pesquisa “Mineração e Desenvolvimento Sustentável” E-mail: [email protected] CASSIA SANTOS DA ROSA (SEDECT-PA) Mestre em História. Técnica em Gestão de Desenvolvimento e Tecnologia do Núcleo de Relações Interinstitucionais (NURI) da Secretaria de Desenvolvimento Ciência e Tecnologia (SEDECT) E-mail: [email protected]
RESUMO:
O Brasil é, na atualidade, um dos mais importantes países mineradores do mundo, contudo esta
atividade é antiga no país, remontando a meados do século XVIII. Já naquela época, existia uma
literatura específica sobre esta atividade, que se expandiu no país ao longo do século XX, quando
diversos autores passaram a se dedicar aos assuntos relacionados à mineração. O presente
trabalho realiza uma análise bibliométrica da literatura (não-ficção) sobre a mineração no Brasil, e
secundariamente a siderurgia e metalurgia, com ênfase para indicadores de produção bibliográfica
associados a aspectos econômicos, sociais, institucionais e geográficos. A amostra analisada,
constando de obras selecionadas a partir dos acervos on line da Fundação Biblioteca Nacional e
da Library Congress, permitiu chegar à construção de um panorama do setor mínero-industrial
(extração e processos de beneficiamento) no Brasil, com reflexões apoiadas no acúmulo de
leituras e discussões dos autores do presente trabalho acerca do tema. Para a construção dos
indicadores de produção bibliográfica, utilizou-se de estatística descritiva para quantificar os
seguintes itens: tema principal; tipo de editora; época/ano da publicação e da publicação
consultada; substância(s) mineral(is), produto(s) ou setor(es) de atividade(s) focados; e
abrangência geográfica.
PALAVRAS-CHAVE: Brasil; Mineração; Siderurgia; Metalurgia; Literatura (não-ficção).
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INTRODUÇÃO
No Brasil, desde o período colonial (1500-1822) a mineração esteve associada a interesses de
exploração e valorização de recursos naturais. A partir do trabalho de Machado e Figuerôa (2001,
p. 9), é possível distinguir duas fases principais da mineração no país: como possibilidade, ligada
à busca de metais preciosos e gemas pelos colonizadores; e como atividade econômica efetiva,
estruturando sistemas produtivos regionais e/ou locais que são elementos da organização das
sociedades, seus territórios e seus ambientes. A separação entre as duas fases ocorreu em
meados da metade do século XVIII com o início da exploração intensiva de ouro e gemas no atual
estado de Minas Gerais. Após o declínio na produção aurífera já em fins do século XVIII, novo
impulso à mineração ocorreu na transição entre os séculos XIX e XX, com o crescimento da
extração em moldes industriais (MACHADO, FIGUERÔA, 2001). Desde então, a mineração
industrial tem dominado a atividade no país, não obstante surtos de garimpagem localizados no
tempo e no espaço, a exemplo do verificado na Amazônia durante as décadas de 1970 e 1980
(PORTO, PALERMO, 2002). Na atualidade, o Brasil é uma potência da mineração no mundo,
contudo, ao contrário da maioria dos países mineradores aqui o setor apresenta-se muito
heterogêneo no que diz respeito às dinâmicas de desenvolvimento em que a mineração se
processa, às vantagens comparativas e competitivas de suas jazidas, ao perfil das minas, aos
tipos de minerais valorizados e à composição de capital e pessoal empregado no setor (VALOR...,
2008, p. 16-22).
Com a ampliação das atividades minerárias no Brasil ao longo do século XX, autores diversos
passaram a se dedicar aos assuntos relacionados à mineração. Assim, no presente trabalho1 é
feita uma análise bibliométrica da literatura (não-ficção) sobre a mineração no Brasil, e
secundariamente a siderurgia e metalurgia, com ênfase para indicadores de produção bibliográfica
associados a aspectos econômicos, sociais, institucionais e geográficos, de modo a construir um
panorama temporal e espacial desta atividade no país. O objeto da pesquisa aponta, de acordo
com a revisão de literatura de Fapesp (2005, p. 5) sobre trabalhos em bibliometria, para uma
análise da produção literária (científica e/ou não científica) de um país ou região a partir de
indicadores bibliográficos, visando a quantificar o número de publicações por tipo de documento,
seus atributos, e refletir sobre determinadas características delas.
PROCEDIMENTOS METODÓLOGICOS
1 Trabalho elaborado no âmbito do Grupo de Pesquisa “Mineração e Desenvolvimento Sustentável”, do NAEA/UFPA.
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A pesquisa efetuada permitiu a construção de um banco de dados referente à literatura (não-
ficção) sobre mineração no Brasil, com obras selecionadas a partir de consulta aos acervos on
line da Fundação Biblioteca Nacional e da Library Congress. Estas instituições foram escolhidas
pelo fato de representarem a contento, pela extensão de seus acervos, todo o território nacional.
Foram selecionadas as obras (incluindo livros e relatórios) diretamente relacionadas à mineração.
Tendo em vista a inserção dos minerais nos processos industriais, também foram consideradas as
obras dedicadas à siderurgia e à metalurgia. Com tal amostra, pôde-se chegar a resultados
significativos para a construção de um panorama do setor mínero-industrial (extração e processos
de beneficiamento) no país, com reflexões apoiadas no acúmulo de leituras e discussões dos
autores do presente trabalho acerca do tema. Além disso, deve-se reconhecer que o total de
obras relacionadas ao tema é bem mais amplo que o analisado neste texto.
A sistematização e quantificação dos dados foram feitas com auxílio dos softwares Access 2007 e
Excel 2007, com os quais foi possível organizar as publicações consultadas. Elaborou-se um
banco de dados que possibilitou a produção de informações, incluindo a confecção de gráficos,
tabelas e mapas. Fichas individuais foram elaboradas, sendo discriminados os seguintes itens:
palavra-chave da busca; título da obra; autor(es); tema principal; tipo de editora; época/ano da
publicação original; época/ano da publicação consultada; substância(s) mineral(is), produto(s) ou
setor(es) de atividade(s) focados; e abrangência geográfica. Os dados foram tratados com o uso
de ferramentas de estatística descritiva, sobretudo quantificação obedecendo à classificação
daqueles itens selecionados. Os mapas foram confeccionados com uso do software Arc Gis 9.2,
disponibilizado para o Laboratório de Análises Espaciais (LAENA) do NAEA/UFPA.
RESULTADOS
CARACTERÍSTICAS GERAIS DA AMOSTRA
O banco de dados da pesquisa é composto por um total de 566 obras. Para a amostra a ser
analisada, foi selecionada ou indicada apenas a edição mais antiga de cada obra, o que resultou
num subtotal de 523. Destas, 14 (2,68%) foram dedicadas ao Brasil em conjunto com outros
países; 274 (52,39%) ao Brasil como um todo; 17 (3,25%) às regiões brasileiras ou grupamentos
de dois ou mais estados; e 218 (41,68%) aos estados ou municípios. A indicação de abrangência
geográfica, assim como do tema abordado, foi possível para a totalidade da amostra. Nesta,
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apenas 5 (0,97%) de um total de 523 não continham indicação do ano de publicação. A não
indicação de editora foi mais significativa, correspondendo a 101 obras (19,31%). A discriminação
por substância explorada, produtos ou setores de atividade (siderurgia e metalurgia),
individualmente ou por grupamentos, foi possível para 450 (86%) obras, visto que para 40 (7,65%)
não se identificou este item, seja a partir do título ou especificações contidas nos acervos on line,
seja em consultas complementares, e outras 33 obras (6,41%) foram classificadas em “diversos”,
isto é, quando agregam três ou mais elementos. O item autor(res), apesar de contido na base de
dados, não foi analisado no presente trabalho. Na amostra, o total de obras sem a identificação de
autores é de 23 (4,40%).
DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DAS OBRAS, EDITORAS E TEMAS ASSOCIADOS À
LITERATURA SOBRE MINERAÇÃO, SIDERURGIA E METALURGIA
A distribuição temporal das obras abrange um intervalo de 298 anos, entre 1711, quando ocorreu
a publicação de “Cultura e opulência do Brasil”, de André João Antonil, até o ano de 2009 (Figura
1). Foram definidas 5 fases principais para análise, delimitadas por marcos políticos ou
econômicos da história brasileira ou da regulação sobre as atividades minerárias no país: 1889
(proclamação da República), 1934 (primeiro Código de Mineração), 1967 (segundo Código de
Mineração) e 1997 (privatização da Companhia Vale do Rio Doce – CVRD). Cada fase possui
uma conjuntura e características estruturais próprias, em nível nacional ou regional, que incidem
sobre a literatura em questão.
Na primeira (1711-1889) e segunda (1890-1934) fases, verifica-se baixo número de obras (Figura
1). A partir de 1934 é notório o aumento da produção relacionada à mineração (Figura 2), como
reflexo do impulso à industrialização no país que teve início na Era Vargas (1930-1954), e ao
aumento das exportações de commodities minerais durante a segunda metade do século XX.
Além disso, a Era Vargas foi marcada por um processo de centralização da esfera federal na
gestão dos recursos naturais, com a criação de códigos reguladores para diversas atividades e
setores de produção econômica (LEAL, 1988, p. 137-8), a exemplo dos códigos de mineração,
florestal e de águas. Ressalta-se ainda que, no século passado, os marcos que delimitam fases
da produção literária sobre mineração, siderurgia e metalurgia são seguidos (em 1935),
precedidos (em 1966) ou coincidem (em 1997) com picos de produção (Figura 2), o que sinaliza
para a ocorrência de debates mais vigorosos em torno da mineração.
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Figura 1: Distribuição temporal das obras selecionadas – 1711 a 2009.
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Número de publicações consultadas ( em ordem aleatória)
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Figura 2: Distribuição temporal das obras selecionadas ao longo do século XX e início do século XXI.
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1985
1990
1995
2000
2005
Ano da publicação original (1ª edição)
Nº.
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5ª FASE 2ª FASE 3ª FASE 4ª FASE
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Em termos absolutos (nº de publicações), a amostra analisada é muito variável ao longo dos anos
(Figura 2), com as épocas de produção mais intensa ocorrendo entre 1935 e 1950 (15 anos), 1975
e 1991 (16 anos), e 1994 e 2006 (12 anos). Nota-se, nestes casos, a existência de ciclos ou
épocas que coincidem com os decênios que registram crescimento mais expressivo no número e
na média anual de publicações (Figura 3). Esta variabilidade temporal pode ser determinada pelo
caráter cíclico da extração mineral (SPOONER, 1981, p. 6), assim como por efeitos do mercado
externo sobre a produção nacional em determinadas épocas. O menor número de publicações em
2008 e 2009 (Figura 2) pode expressar um processo de aquisição e catalogação de obras ainda
em curso nos acervos consultados.
Figura 3: Total e média anual de publicações por decênio ao longo do século XX e início do século XXI.
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Decênio
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Méd
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Total de publicações
Média anual de publicações
A distribuição das obras conforme o tipo de editora mostra maior importância das editoras
privadas (144 – 27,64%), dos órgãos públicos federais (112 – 21,50%) e estaduais (64 – 12,28%)
e das editoras universitárias (38 – 7,29%) na publicação de trabalhos relacionados à mineração,
siderurgia ou metalurgia (Tabela 1). Estas editoras concentram 68,71% da amostra analisada.
Com exceção das obras não identificadas (99 – 19,00%), as demais editoras dos setores privado
e públicos, as sociedades científicas e o terceiro setor, representado pelas ONGs, têm menor
expressão (Tabela 2), abrangendo, juntos 12,29% das obras selecionadas.
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Tabela 1: Número e participação (%) das editoras na publicação de obras.
EDP ASC ITF EMP EDE EME OPM OPE OPF OFU EDU SCC ONG NID Nº de publicações 144 20 9 8 9 5 1 64 112 1 38 6 5 99
% 27,64 3,84 1,73 1,54 1,73 0,96 0,19 12,28 21,50 0,19 7,29 1,15 0,96 19,00
LEGENDA DA TABELA 1:
SETOR PRIVADO: SETOR PÚBLICO: OUTROS:
EDP - Editora privada EDE - Editora estatal SCC – Sociedade científica
ASC - Associação comercial EME - Empresa estatal ONG - Organização não-governamental
ITF - Instituição financeira OPM - Órgão público municipal NID - Não identificada
EMP - Empresa privada OPE - Órgão público estadual
OPF - Órgão público federal
OFU - Órgão público federal/Editora universitária
EDU - Editora universitária
A distribuição temporal das obras e das editoras que as publicaram (Figura 4) revela aspectos
interessantes da relação entre sociedade e mineração. Na primeira fase (1711-1889), predominam
as editoras privadas, que se encontravam, sobretudo na segunda metade do século XIX em fase
de expansão devido à formação de uma cultura de inspiração burguesa no país, do que resultou
um maior número de leitores. Nas fases seguintes (1890-1934, 1935-1967, 1968-1997), é
crescente a participação dos órgãos públicos estaduais e federais como editoras, o que
demonstra o maior envolvimento dos governos na condução e regulação das atividades
minerárias e no beneficiamento de substâncias minerais, como base para um processo mais
efetivo de industrialização no país (LEAL, 1988).
A pouca participação dos órgãos públicos municipais (1 – 0,19%) entre as obras editoradas é o
indicativo da importância que as esferas federal e estadual possuem na condução do setor
mineral, em termos de planejamento e gestão públicos. O governo federal, especificamente,
possui o domínio sobre os bens minerais, e exerce a regulação deles por meio do Departamento
Nacional de Produção Mineral (DNPM). As demais editoras do setor privado (associações
comerciais, instituições financeiras e empresas) ganharam importância a partir de 1968 (Figura 4),
devendo-se ressaltar que o Código de Mineração de 1967 priorizou o grande capital na extração
de minerais. As editoras universitárias também passaram a ter maior destaque naquela época
(anos 1960), refletindo a expansão das instituições de ensino superior no país. Na fase pós-1997,
que sucede a era de privatizações que atingiu a economia brasileira, nos anos 1990, inclusive o
setor mineral, reduziu-se a participação das editoras do setor público na produção desta literatura.
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Figura 4: Distribuição de obras por fase e tipo de editora.
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P
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1700-1889 1890-1934 1935-1967 1968-1996 1997-2009 Sem informação
Fases
Nº
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LEGENDA DO GRÁFICO – VIDE TABELA 1.
A análise das obras por tema mostra menor concentração, quando é feita uma comparação com
os dados referentes às editoras. O tema de maior interesse foi o histórico da mineração (140 –
26,77%), seguido de perfil e economia mineral (129 – 24,67%). Juntos, eles abrangem pouco mais
da metade das obras selecionadas, 51,43% (Tabela 2). O tema menos explorado tem sido a
bibliografia sobre mineração (e também siderurgia e metalurgia), o que revela a carência de
revisões de literatura e análises bibliométricas a este respeito.
Os temas abordados também ajudam a entender a trajetória da mineração no país e suas
relações com a sociedade e o território (Figura 5). O histórico da mineração é o único tema com
crescimento constante em todas as fases. As obras publicadas nos séculos XVIII e XIX foram
assim classificadas em sua maioria pelo fato de conterem, quase sempre, relatos de viajantes e
obras de corografia regional e local. No século XIX surgem as primeiras obras com apontamentos
sobre legislação minerária, potencialidade mineral, técnicas e políticas, planos e projetos voltados
para a mineração. Esta é a época de implantação da mineração no país, o que ensejou nas
primeiras décadas do século XX aumento gradativo de obras e a diversificação dos temas
abordados (Figuras 2, 3 e 5).
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Tabela 2: Número e participação (%) das obras conforme os emas abordados.
Temas Nº de publicações % individual
% cumulativo
Histórico da mineração 140 26,77 26,77
Perfil e economia mineral 129 24,67 51,43
Potencialidade mineral 68 13,00 64,44
Legislação 63 12,05 76,48
Impactos espaço-territoriais 57 10,90 87,38
Políticas, programas e projetos 39 7,46 94,84
Técnicas de mineração 24 4,59 99,43
Bibliografia sobre mineração 3 0,57 100,00
Total 523 100,00
Figura 5: Distribuição de obras por fase e tema abordado.
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Época
Nº
de
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blic
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Histórico da mineração
Perfil e economia mineral
Legislação
Potencialidade mineral
Políticas, programas e projetos
Técnicas de mineração
Impactos espaço-territoriais
Bibliografia sobre mineração
Mais uma vez, percebe-se que o incremento da literatura sobre mineração, siderurgia e metalurgia
ocorreu na década de 1930, devido à maior articulação destes setores com a indústria nacional e
o mercado externo, e também com as políticas de desenvolvimento regionais executadas pelo
governo federal e pelos governos estaduais, eventos já comentados. Neste sentido, entre 1935 e
1995 os temas mais abordados foram perfil e economia mineral, potencialidade mineral, legislação
minerária e técnicas de mineração, assim como o histórico da mineração (Figura 5). Este último
tema, em associação com os impactos espaço-territoriais, demonstram o aumento de estudos
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historiográficos e da crítica e preocupação com os efeitos provocados pela mineração sobre as
sociedades e os territórios, em especial nas obras de âmbito acadêmico. A partir de 1997 verifica-
se, com exceção do histórico da mineração, menor número de obras classificadas por temas,
sabendo-se que a fase atual, que sucede a época de privatizações dos anos 1990, ainda não se
encerrou devido à permanência de suas características essenciais.
DISTRIBUIÇÃO DAS OBRAS POR SUBSTÂNCIA, PRODUTOS, SETORES DE
ATIVIDADE E ABRANGÊNCIA GEOGRÁFICA
Quando se analisa a distribuição das obras por substância, produto ou setores de atividades
focados, nota-se grande concentração (Tabela 3). Juntos, siderurgia (104 – 29,89%), ouro (73 –
20,98%), gemas (34 – 9,77%), carvão mineral (30 – 8,62%), ferro (16 – 4,60%) e manganês (12 –
3,45%) abrangem 77,30% das obras selecionadas. Esta situação pode ser explicada pela
importância da siderurgia para a indústria nacional, e pela importância das commodities minerais
citadas na pauta de exportações, o que condiciona a produção literária. O maior número de obras
sobre carvão mineral, de outro modo, está ligado às possibilidades tecnológicas e econômicas de
valorização das jazidas localizadas na região sul do país.
Tabela 2: Distribuição das obras por substâncias, produtos ou setores de atividade,
Substância, produto ou setor de atividade
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Nº de publicações 104 73 34 30 16 12 7 7 6 6 6 4
% individual 29,89 20,98 9,77 8,62 4,60 3,45 2,01 2,01 1,72 1,72 1,72 1,15
% cumulativo 29,89 50,86 60,63 69,25 73,85 77,30 79,31 81,32 83,05 84,77 86,49 87,64
Substância, produto ou setor de atividade
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ro/A
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Nº de publicações 4 3 3 3 3 2 2 2 2 2 17
% individual 1,15 0,86 0,86 0,86 0,86 0,57 0,57 0,57 0,57 0,57 4,89
% cumulativo 88,79 89,66 90,52 91,38 92,24 92,82 93,39 93,97 94,54 95,11 100,00
A distribuição temporal das obras de acordo com a substância, produto ou setores de atividades
também indica a concentração do interesse dos autores (Figura 6). A importância econômica de
certos minerais em determinadas épocas, a descoberta de jazidas e a possibilidade de
valorização delas condiciona estes interesses. Dentre as substâncias minerais identificadas nas
obras, a maior parte (17) é de não metálicos ou produtos associados, especificamente o aço e o
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alumínio. Os minerais não metálicos (9) e os energéticos (5) apresentaram menor diversificação.
Percebe-se, ainda, expressivo número de obras classificadas na categoria “diversos”, em que são
focados três ou mais elementos (Figura 6).
Nos séculos XVIII e XIX, a maior parte das obras abordou a mineração de metais preciosos (ouro
e prata) e gemas. No final do século XIX e primeiro quartel do século XX surgiram as primeiras
referências para a extração de ferro e a siderurgia, cobre, petróleo e carvão mineral (Figura 6),
acompanhando os debates e as ações voltados para a industrialização do país. A pauta de
minerais focados se diversificou deste então. Verifica-se a concentração de obras em certas
épocas, a exemplo daquelas voltadas para a valorização de cobre entre 1920 e 1960, de ferro e
de manganês entre 1920 e 1980, e de calcário na década de 1980. As substâncias de maior
amplitude e frequência temporal foram o ouro e as gemas, despertando interesse em todas as
fases da literatura em foco. Dentre os setores de atividades, a siderurgia tem recebido constante
atenção desde os anos 1920 (Figura 6).
Figura 6: Distribuição de obras por fase, substância, produtos ou setores de atividade.
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Substâncias, produtos ou setores de atividades
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ENERGÉTICOS
METÁLICOS
NÃO METÁLICOS
CATEGORIAS GRUPADAS E SETORES DE ATIVIDADES
Na análise da abrangência espacial das obras selecionadas, privilegiou-se a escala dos estados.
Estes foram classificados em razão de uma ordem cronológica (Tabela 4 e Figura 7), conforme o
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advento de obras para cada unidade da federação (UF). Apenas 22 UF, do total de 27, foram
contempladas na amostra. Não foram encontradas referências para os estados do Acre,
Tocantins, Piauí, Alagoas, e para o Distrito Federal. Estas UF, juntamente com as que
apresentaram menor número de obras (<2), apontam para a localização das “fronteiras” mais
recentes da mineração no país, que deve se expandir ou redefinir nas próximas décadas sobre
estes espaços da Amazônia e da região Nordeste.
Tabela 4: Distribuição das obras pelas unidades da federação (UF).
UF MG PA BA AM RJ RS SC SP PR MT PB
Nº de publicações 60 25 22 17 12 12 11 11 9 7 6
% individual 27,52 11,47 10,09 7,80 5,50 5,50 5,05 5,05 4,13 3,21 2,75
% cumulativo 27,52 38,99 49,08 56,88 62,39 67,89 72,94 82,11 77,06 85,32 88,07
UF AP ES GO CE RN RR MA MS PE RO SE
Nº de publicações 5 5 5 2 2 2 1 1 1 1 1
% individual 2,29 2,29 2,29 0,92 0,92 0,92 0,46 0,46 0,46 0,46 0,46
% cumulativo 90,37 92,66 94,95 95,87 96,79 97,71 98,17 98,62 99,08 99,54 100,00
A concentração de obras por UF indicam aquelas com maior “tradição” e importância nas
atividades minerárias, siderúrgicas ou metalúrgicas. Juntos, 10 estados, Minas Gerais (60 –
27,52%), Pará (25 – 11,47%), Bahia (22 – 10,09%), Amazonas (17 – 7,80%), Rio de Janeiro (12 –
5,50%), Rio Grande do Sul (12 – 5,50%), Santa Catarina (11 – 5,05%), São Paulo (11 – 5,05%),
Paraná (9 – 4,13%) e Mato Grosso (7 – 3,21%) detém 85,32% das obras com indicação de
abrangência geográfica em nível estadual ou municipal (Tabela 4).
Há significativa correspondência entre as UF para as quais foram dedicadas obras individuais e a
maior amplitude temporal das publicações por UF (Figura 7). Para o século XIX, houve obras
relativas apenas aos estados de Minas Gerais e São Paulo. Na primeira metade do século XX,
surgiram referências para a Bahia, Santa Catarina, Paraná, Amazonas, Rio Grande do Sul, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte e Paraíba, indicando a expansão das atividades minerárias para as
regiões Sul, Nordeste e Centro-oeste do país. Nesta época, ampliaram-se os debates em torno da
extração do manganês, cobre, carvão mineral e petróleo, minerais encontrados em alguns destes
estados.
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Figura 7: Distribuição de obras por ano de publicação e abrangência espacial (UF).
1810
1830
1850
1870
1890
1910
1930
1950
1970
1990
2010
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Unidades da Federação
An
o d
a p
ub
licaç
ão o
rig
inal
MG SP BA SC PR RS RJ PB RN MT GO AP RO ES AM SE PA MA CE PE RR MS
Na segunda metade do século XX, passaram a constar na literatura sobre mineração, siderurgia e
metalurgia outros estados do Nordeste e do Centro-oeste, e a maioria dos estados amazônicos,
dos quais o Pará, seguido do Amazonas, são os mais importantes em número e amplitude
temporal das obras (Figura 7). A “saga” da mineração industrial na Amazônia, especificamente,
teve início com a implantação da Indústria e Comércio de Mineração (Icomi) no então território
federal do Amapá durante a década de 1950, enquanto outros empreendimentos do setor foram
criados no Estado do Pará a partir da década de 1970, e pequenas e médias empresas se
instalaram em pontos diversos do território (MONTEIRO, 2005). Antes disso, houve desde os anos
1930 casos isolados de garimpagem de ouro, gemas, tantalita e cassiterita em alguns estados
(SANTOS, 1981).
A análise temporal das obras, em sua relação com a abrangência geográfica, é um indicativo
seguro da expansão das atividades minerárias, siderúrgicas e metalúrgicas pelo país (Figuras 7,
8, e 9). O cálculo do centro gravidade (Figura 8) desta literatura corrobora com este fato. Na fase
situada entre 1711 e 1889, o centro de gravidade localiza-se mais ao sul, o que revela a existência
de estudos para, somente, dois estados: Minas Gerais e São Paulo, que foram também os de
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maior destaque da mineração na época. De acordo com as exposições feitas acima, nota-se que
o centro de gravidade migra na fase 1890-1934 na direção do Nordeste, e se desloca em 1935-
1967 rumo ao Centro-oeste, na medida em que estas regiões foram se tornando mais importantes
na economia mineral. Na fase subsequente, 1968-1997, aquele centro encontrava-se na sua
posição mais ocidental e setentrional, em razão da inserção definitiva dos estados da Amazônia
no circuito nacional da mineração. A última fase, de 1997 a 2007, registra novo deslocamento
para leste e sul do território brasileiro, com a afirmação de estados mineradores como Minas
Gerais, Bahia e Santa Catarina.
Figura 8: Migração do centro de gravidade da literatura sobre mineração, siderurgia e metalurgia.*
Longitude (W)
1711-1889
1890-19341935-1967
1998-2007
1968-1997
-25
-20
-15
-10
-5
0
42434445464748
Lat
itu
de
(S)
* O cálculo do centro de gravidade é feito pela média ponderada das coordenadas geográficas de referência das capitais dos estados.
Deve-se ressaltar que análises para os estados também estão contidas em obras realizadas na
escala nacional e regional. A cartografia da literatura em foco indica este fato (Figura 9). A
Amazônia e o Nordeste são as regiões com maior número de trabalhos na escala regional, o que
têm relação com as políticas de desenvolvimento regional que foram elaboradas para estes
espaços entre as décadas de 1950 e 1980. Em algumas destas políticas, a mineração, a
siderurgia e a metalurgia foram consideradas como atividades motrizes capazes de impulsionar o
desenvolvimento e crescimento econômico das regiões (MONTEIRO, 2005). Aquela cartografia
permite visualizar, também, os espaços para onde a mineração deve se expandir nas próximas
décadas, o que pode ser indicado pelos estados que não registram obras acerca deste tema, ou
possuem baixo número de registros, fato comentado anteriormente.
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Figura 9: Mapas com o número de obras em diferentes fases – Brasil, regiões e estados. (Continua.)
1711-1889 1890-1934
1935-1967 1968-1997
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Figura 9: Mapas com o número de obras em diferentes fases – Brasil, regiões e estados. (Fim.)
1998-2007 Todas as fases
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados da pesquisa mostraram que a quantidade de obras por fases, a espacialização
delas e as substâncias, produtos ou setores de atividades focados estão relacionados com
trajetória histórica e com o avanço da extração e beneficiamento de substâncias minerais pelo
território brasileiro, em especial com a extração de minerais em moldes industriais ao longo do
século XX. Antes disso, a mineração esteve voltada, basicamente, para a valorização de metais
preciosos e gemas, fato que se reflete na literatura em foco. A diversificação dos aspectos
tratados nas obras selecionadas e o incremento delas em números absolutos ocorreu na primeira
metade do século XX, refletindo a importância da mineração e da siderurgia para a efetivação do
processo de industrialização no país. Na segunda metade daquele século, os eventos mais
importantes foram a expansão da mineração para a Amazônia e o incremento das exportações
das commodities minerais brasileiras. Em termos editoriais, o aumento do número de obras
também foi uma consequência do crescimento e amadurecimento das instituições públicas e
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privadas voltadas para o setor mínero-industrial, e às maiores chances de publicação por editoras
privadas. As fases principais da literatura analisada, em que as obras guardam entre si forte
semelhança em aspectos como tema, substância focada e abrangência geográfica, têm como
marcos de delimitação entre si mudanças econômicas e institucionais significativas, em especial a
legislação, o regime político nacional ou influências do mercado externo. Verificou-se grande
concentração nas substâncias, produtos ou atividades focados, com maior destaque para a
siderurgia, ouro, gemas (incluindo diamantes), carvão mineral, ferro e manganês. A importância
econômica ou estratégica conduz o maior interesse por certos tipos de substâncias. Os estados
onde a mineração é mais importante economicamente concentram parte expressiva das obras
selecionadas, que foram produzidas em maior número para Minas Gerais, Pará, Bahia,
Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Fato comum nas
literaturas específicas, aquela relacionada à mineração, siderurgia e metalurgia tende a
apresentar, a cada época, modismos de temas, áreas e substâncias focadas. Processos
econômicos, políticos e sociais têm grande importância nesta realidade. Enfim, a partir da análise
bibliométrica foi possível traçar um panorama temporal e espacial da mineração no Brasil, em que
ela estrutura sistemas produtivos regionais e/ou locais com impactos sobre a organização das
sociedades, dos territórios e das relações com a natureza, tratados de maneira mais crítica pela
produção literária de caráter acadêmico. Sensível a estes fatores, a farta literatura existente, a
qual foi aqui reunida numa mostra de 523 obras, trata destas questões de modo diverso, conforme
sugerido pela diversidade de temas identificados.
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científica a partir de indicadores bibliométricos. In: ______. Indicadores de Ciência, Tecnologia
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LEAL, Aluizio Lins. Amazônia: o aspecto político da questão mineral. Belém: NAEA, 1988.
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MONTEIRO, M. A. Mineração industrial na Amazônia e suas implicações para o desenvolvimento
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PORTO, C. G.; PALERMO, N.; PIRES, F. R. M. Panorama da exploração e produção de ouro no
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SPOONER, D. Mining and regional development. Oxford University Press – UK, 1981. 60pp.
VALOR: Análise Editorial. Mineração: estrutura – mercado – perfis de empresas. São Paulo:
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