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MILSA VIEIRA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

LONDRINA

2012

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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TÍTULO: O LETRAMENTO POR INTERMÉDIO DAS FÁBULAS

Autora: Professora PDE-Milsa Vieira

Escola de Atuação: Colégio Estadual Maria Muziol Jaroskievicz Ensino

Fundamental e Médio

Município da Escola: Faxinal

NRE: Apucarana

Professora orientadora: Pós Drª Lidia Maria Gonçalves

Instituição de Ensino Superior: UEL

Área de Conhecimento: Língua Portuguesa

Natureza da Produção Didático-Pedagógica: Unidade Didática

Universo de Implementação: 6º ano do Ensino Fundamental

Relação interdisciplinar: Artes (painéis, edital, confecção da capa do livro da

produção)

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RESUMO

Esta produção pedagógica tem como objetivo propor o desenvolvimento do processo de letramento, habilidade necessária nos relacionamentos sociais. Os textos escolhidos para estudo pretendem ser agradáveis ao público para o qual se destinam, servindo para encantar nossos estudantes para se apropriar dos saberes lingüísticos, textuais e discursivos, favorecendo, assim, sua integração com o mundo social. Segundo Naspolini (1996, p.25), “o sócio-interacionismo é a teoria que concebe o conhecimento como um processo construído pelo indivíduo, em interação com o meio, ao longo de toda sua vida”. Assim, buscamos criar condições favoráveis para que nossos alunos envolvam-se com os bens culturais ao instigarmos o seu conhecimento prévio e estimularmos a sua criatividade. Enfim, propormos situações desafiadoras para que aprenda sobre a sua língua e aproprie-se do gênero discursivo fábula.

Palavras Chave: Fábula; criatividade; conhecimento social.

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INTRODUÇÃO

Este trabalho didático pedagógico tem como proposta desenvolver a

leitura de fábulas, segundo a perspectiva dialógica apontada nas Diretrizes

Curriculares da Educação Básica do Paraná. Esse documento oficial considera

que “o leitor tem um papel ativo no processo da leitura.” (2008, p.71). Na

prática, muitos de nossos alunos não gostam de ler e, principalmente, não

gostam de textos repetitivos, como alguns que ainda circulam na escola. Em

razão dessa problemática, o desenvolvimento desta proposta justifica-se.

A questão central é: Como resolver as dificuldades de leitura

demonstradas por esse público? Dentre os múltiplos fatores que, em conjunto,

assinalam uma resposta para esta questão, destaca-se a necessidade de

construção de modelos didáticos fundamentados na teoria bakhtiniana. Afinal,

linguagem é instrumento de interação humana e também no contexto escolar

ela deveria assumir esta concepção.

Sempre que planejamos e organizamos uma prática didática, devemos

ter em mente a importância do gênero estudado e que valores implícitos

queremos que nossos alunos retirem do texto. Todo professor deve refletir

sobre o que é importante ensinar, para que as leituras feitas possam contribuir

para formar o sujeito reflexivo e crítico.

Segundo relata Faria (1999), para um bom trabalho com a leitura de

narrativas, a organização de um planejamento das atividades é fundamental.

Nesse sentido elaboramos este plano.

Almejamos que os resultados deste trabalho motivem outros professores

da rede pública, contribuindo para a continua construção de novos referenciais

e que possamos fornecer algum subsídio para otimizar a educação

paranaense, pois, por meio da produção didático pedagógica e da elaboração

de um artigo científico perseguimos este fim. Nesse processo de capacitação,

nossos alunos irão selecionar algumas fábulas para o reconto. Depois do

estudo das características do gênero, realizaremos a reescrita de algumas

delas, isto é, reescreveremos esses textos em busca de uma melhor forma de

expressão para que fiquem ainda mais enriquecidas/lapidadas e dando uma

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versão atualizada. A hora da produção textual envolverá quantas reescritas

forem necessárias, até a elaboração do produto final.

Pediremos aos estudantes para:

Escolherem os animais que serão os personagens da história a ser

criada;

Classificarem as características humanas dos personagens do texto a

ser elaborado;

Definirem quais serão os valores dos animais a serem explorados no

texto;

Definirem se haverá diálogo entre os animais ou será o aluno o narrador,

tornando-os cientes das diferenças entre as formas de expressão;

Decidirem qual será o conflito ou problema que aparecerá na história;

Avaliarem qual moral será retirado da fábula produzida;

Optarem se a fábula será escrita em prosa ou verso;

Provavelmente, os alunos farão vários rascunhos até chegarem a um

texto bem escrito e em conformidade com a norma culta. O produto final deve

ser de fácil compreensão para seus colegas e respeitar as características do

gênero textual em tela. Nossas ações irão ao sentido de mediar esse processo,

dando todas as orientações que se fizerem necessárias. Para tanto, faremos o

levantamento bibliográfico referente à questão do ensino por meio dos gêneros

textuais e, especialmente, estudaremos as publicações sobre o gênero fábula.

Também organizaremos um banco de textos que pertençam ao gênero fábula e

encaminharemos a análise linguística e discursiva dos textos selecionados.

Este trabalho inclui a observação do contexto de ensino, pois este aspecto é

determinante para o sucesso na aplicação de uma sequência didática. Afinal,

(...) o planejamento pedagógico diz respeito a organização da sequência do trabalho; determinação do tempo a ser dedicado à leitura de narrativas dentro do tempo global da disciplina, os objetivos a atingir, os procedimentos metodológicos, a avaliação dos resultados (Faria, 1999, p.101).

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CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES

MÊS

ATIVIDADE

FEVEREIRO Atividades introdutórias e preliminares

MARÇO Atividades: 1, 2, 3, 4 e 5

ABRIL Atividades: 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12

MAIO Atividades: 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19

JUNHO Atividades: 20, 21, 22, 23 e 24

JULHO Atividade: 25

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

1. ATIVIDADES INTRODUTÓRIAS

Distribuiremos a cada aluno provérbios conhecidos e pediremos a eles

que acrescentem a este rol de atividades preliminares alguns outros que eles já

conhecem afim de analisarmos o significado contido nesses enunciados

sintéticos tais como: “As aparências enganam”, “Dizer é fácil difícil é fazer”, “O

pequeno pode ser de muita ajuda ao grande”.

Na continuidade dos trabalhos, faremos a leitura de algumas fábulas

presentes nessa sequência; pediremos que troquem os textos entre eles, até

que todos tenham lido todas as fábulas. Esta atividade propõe familiarizar o

aluno com a forma composicional desse gênero, e ampliar o seu repertório

linguístico e cultural.

Atividade 1: Formulação do conceito de fábula por parte do aluno e, em

seguida, comparar com o conceito elaborado pelos teóricos.

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Atividade 2: Procurar, no dicionário, o significado da palavra “moral”

(pesquisa durante a aula). E, oralmente, elencar alguns princípios morais

vigentes em nossos dias;

Atividade 3: Leitura – O Lobo e o Cão

(NOTE BEM: aqui, transcrevemos um fragmento. Em classe, o texto

será lido na íntegra e no suporte original).

Um lobo e um cão encontraram-se num caminho.

Disse o lobo:

- Companheiro, você está com ótimo aspecto: gordo, o pêlo lustroso (...)

Fonte: ROCHA, Ruth. Fábulas de Esopo. São Paulo: FTD, 1992.

Atividade 4: Circule as características que, de acordo com o texto, mais

combinam com o cão:

Gordo Ingênuo Lustroso Fiel Paciente Forte Poderoso Amigo Desconfiado Invejoso Amoroso Assustado Atividade 5: Indique as frases que melhor representam que o cão

estava satisfeito com a vida que levava.

a) Arranjei um bom amo. b) O cão estava desconfiado que ele queria o seu lugar. c) Tenho comida na hora certa. d) Venha comigo e você terá o mesmo tratamento. e) O lobo sempre se encontrava com o cão.

Atividade 6: Nesta fábula, o que é mais importante?

a) Ser livre. e) Ser útil. i) Ter saúde. b) Ser escravizado. f) Ter fama. j) Estar descansado. c) Ser bonzinho. g) Ter poder. l) Estar alimentado. d) Ser inteligente h)Ter amigos. m) Estar em segurança.

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Atividade 7: Assinale as alternativas corretas: com V de verdadeiro e use F

para marcar as opções falsas.

Os animais selvagens estão saindo do seu habitat natural e sentem dificuldade para encontrar alimentos.

Os animais que vivem em nossa casa precisam caçar a fim de não perderem os seus instintos.

Para ter boa comida, o lobo teria que ficar preso.

O cão era livre e tinha boa vida.

A boa comida só vinha em troca do uso da coleira.

Atividade 8: A liberdade é uma qualidade que a princípio todos tem,

mas nem sempre sabem usar. O autor quis enfatizar o valor desta liberdade.

Utilizou animais muito parecidos, o lobo (selvagem) e o cão (doméstico), para

mostrar como se encontravam – um gordo e o outro abandonado a sorte e que

se alimentava quando achava comida. Quais são as outras características

ressaltadas pelo autor para demonstrar como o lobo e o cão estavam?

a) Lobo:

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b) Cão:

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Atividade 9: O lobo não queria privar-se da sua liberdade. E para você, o que

é ter liberdade?

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Atividade 10: Copie da fábula o trecho que revela que o lobo não queria privar-

se da sua liberdade.

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Atividade 11: O que o lobo teria que fazer para ter um bom tratamento?

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Atividade 12: Os valores em nossa sociedade sofrem alterações dependendo

do momento histórico, do espaço geográfico e de um grupo cultural para outro.

Eles não são estáticos. Alguns valores são aceitos; outros, são socialmente

condenáveis, embora incorporados por determinadas pessoas:

a) Valores aceitos:

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b) Valores condenáveis:

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Atividade 13: ADJETIVOS são palavras que modificam os substantivos,

atribuindo-lhes certas características, como qualidades, defeitos, estados,

modos de ser ou aspectos.

a) Leia o texto abaixo:

O sapo e a borboleta

Sabia que sou mais bonita?

A borboleta disse ao sapo:

Pobre batráquio asqueroso,

O que você é, me causa nojo!

E o sapo, com toda a calma do mundo,

Assim respondeu à borboleta:

Bonita é minha natureza anfíbia

O que, também, me protege mais,

Rios ou solo me dão guarida

Brejos e até mesmo matagais!

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O que você faz para se defender?

Livre, viajo sobre todos os animais!

E, num segundo, o sapo projetou

Tamanha língua no espaço,

Acabando, assim, com o embaraço!

SARMENTO, Leila Lauar. Português: leitura,

produção e gramática. São Paulo: Moderna, 2006.

b) Transforme o texto acima colocando-o no discurso indireto. Pois onde

aparece a fala do personagem é o discurso direto, e poderia ser demonstrado

pelo uso do travessão ou das aspas. Reescreva esta fala colocando estes

trechos no discurso indireto, ou seja, colocando o narrador contando os fatos

(sem a fala da personagem).

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Atividade 14: Quais as qualidades que aparecem no texto para caracterizar:

a) Borboleta:____________________________________________________

b) Sapo:_______________________________________________________

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Atividade 15: Pesquise, no dicionário, o significado das palavras

a) Asqueroso: ________________________________________________

b) Anfíbio: ___________________________________________________

c) Batráquio: _________________________________________________

Atividade 16: Trabalho de pesquisa

Procure saber mais sobre a origem das fábulas e sobre a vida e obra

dos principais fabulistas.

I - As fábulas são pequenas histórias, contadas de uma geração para

outra. Não sabemos quem as criou, pois eram levadas de boca em boca de um

lado para outro. A palavra fábula vem do latim e significa contar.

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II - Os principais fabulistas são: Esopo, Jean de La Fontaine. No Brasil,

destacamos Monteiro Lobato. Nós fornecemos algumas informações para

orientar a pesquisa e cada grupo de trabalho procura descobrir muito mais

sobre a vida e a obra de:

a) Esopo: Segundo Gagliardi & Amaral (2001), Esopo viveu a 2600 a.C. na

Grécia, era de uma época em que um povo queria dominar o outro para

demonstrar quem era o mais forte. Foi um escravo gago, corcunda e muito

miúdo. Mas, era de uma inteligência invejável, o que deixava as pessoas

espantadas. Foi condenado a morte, por colocarem um vaso alheio em

seus pertences e, por isso, jogado de cima de um abismo:

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b) Jean de La Fontaine: Ainda de acordo, com Gagliardi & Amaral, (2001),

Jean de La Fontaine no século XVII, retomou as fábulas de Esopo e

também foi autor de várias. Os reis e nobres poderosos enriqueciam as

custas dos lavradores e muitos pensadores da época questionaram se tais

valores e atitudes eram pertinentes naqueles tempos. Observaram que nem

sempre o bem vencia. La Fontaine e outros escritores contaram histórias

criticando a sociedade em que viviam, denunciando a miséria e as injustiças

vigentes.

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c) José Bento Monteiro Lobato: Fabulista, nasceu em Taubaté, estado de

São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Lobato tornou-se editor, época em

que livros brasileiros foram editados em Paris ou Lisboa. Implantou uma

série de renovações nos livros infantis e didáticos. É bastante popular entre

as crianças, pois escreveu de forma simples, sempre com muita fantasia.

Era muito nacionalista, pois apreciava: nossos costumes, nossas riquezas e

arte. Procurou preparar nossas crianças para a vida em sociedade. E com

uma linguagem simples misturou fatos acontecidos na vida real à fantasia

das histórias. Pesquise mais sobre este grande fabulista.

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Atividade 17: Leitura de algumas fábulas:

a) O Leão e o Ratinho

Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado debaixo da sombra

boa de uma árvore. Vieram uns ratinhos passear em cima dele e ele acordou

todos conseguiram fugir, menos um, que o leão prendeu debaixo da pata.

Tanto o ratinho pediu e implorou que o leão desistiu de esmaga-lo e deixou que

fosse embora. Algum tempo depois o leão ficou preso na rede de uns

caçadores. Não conseguindo se soltar, fazia a floresta inteira tremer com seus

urros de raiva. Nisso apareceu o ratinho, e com os seus dentes afiados roeu as

cordas e soltou o leão.

Moral: uma boa ação ganha a outra.

Fonte: JANH, Eloisa. Fábulas de Esopo. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1994.

b) O Galo e a Raposa

No meio dos galhos de uma árvore bem alta um galo estava empoleirado

e cantava a todo o volume. Sua voz esganiçada ecoava na floresta. Ouvindo

aquele som tão conhecido, uma raposa que estava caçando se aproximou da

árvore. Ao ver o galo lá no alto, a raposa começou a imaginar algum jeito de

fazer o outro descer. Com a voz mais boazinha do mundo, cumprimentou o

galo dizendo:

– Ó meu querido primo, por acaso você ficou sabendo da proclamação de

paz e harmonia universal entre todos os tipos de bichos da terra, da água e do

ar? Acabou essa história de ficar tentando agarrar os outros para comê-los.

Agora vai ser tudo na base do amor e da amizade. Desça para a gente

conversar com calma sobre as grandes novidades!

O galo, que sabia que não dava para acreditar em nada do que a raposa

dizia, fingiu que estava vendo uma coisa lá longe. Curiosa, a raposa quis saber

o que ele estava olhando com ar tão preocupado.

– Bem – disse o galo –, acho que estou vendo uma matilha de cães ali

adiante.

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– Nesse caso é melhor eu ir embora – disse a raposa.

– O que é isso, prima? – disse o galo. – Por favor, não vá ainda! Já estou

descendo! Não vá me dizer que está com medo dos cachorros nesses tempos

de paz?!

– Não, não é medo – disse a raposa -, mas... e se eles ainda não

estiverem sabendo da proclamação?

Moral: Cuidado com as amizades muito repentinas.

Fonte: JANH, Eloisa. Fábulas de Esopo. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1994.

NOTE BEM:

Nas fábulas aparecem narradores, ou seja, quem conta a história.

Narrador em primeira pessoa é aquele que participa diretamente da história e

tem seu campo de visão limitado. Já o narrador em terceira pessoa é o

narrador que está fora dos fatos, é conhecido como narrador observador. No

texto “ O leão e o ratinho”, a história é contada em primeira ou terceira pessoa?

E no texto “O galo e a raposa”, em que pessoa é contada a história?

Atividade 18: Como você reescreveria a história do ratinho, colocando-o

para conversar com o leão? (Lembre-se da pontuação: travessão, dois pontos,

etc). Invente, crie: o leão estaria na floresta? No circo? No zoológico? Produza

uma nova história, a partir do texto lido.

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Atividade 19: Qual a verdadeira intenção do galo quando disse que

estava vendo uma matilha (muitos cães)?

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Atividade 20: Leia o texto a seguir.

O cão e o pedaço de carne

Vinha um cão atravessando um rio com um pedaço de carne na boca.

Quando olhou para dentro da água, e viu, lá no fundo, um outro cão com um

que trazia e foi agarrar a outra que avistara. Mergulhou, procurou, procurou e

nada. O tolo acabou ficando sem a carne que levava e sem a outra que era

apenas o reflexo da sua própria imagem.

Moral: Nunca troque o certo pelo duvidoso.

(Disponível em: http://www.anossaescola.com/cr/testes/fabulas_esopo.htm. Acesso

em: 12 nov.. 2012).

a) Os verbos grifados indicam: passado, presente ou futuro? Os fatos estão

concluídos ou não?

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b) Qual das formas é mais utilizada em nosso país: Tinha avistado ou

avistara?

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Atividade 21: Quais os tempos verbais mais utilizados em fábulas?

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Atividade 22: Mude a primeira frase do texto para o presente do

indicativo. Vem um cão: ___________________________________________.

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Atividade 23: Leia os textos abaixo.

Texto 1: A cigarra e a formiga

Era verão, e a cigarra vagabundeava estendida numa folha, abanando-

se preguiçosamente.

“Que vida boa!”, pensou a cigarra. “Está um belo dia, e me sinto

realmente feliz!” E olhava com pena as lagartas e as formigas que se

cansavam ao sol.

- Pare de trabalhar – disse afinal a cigarra a uma formiga – e venha se

divertir comigo!

Mas a rainha das formigas disse à formiga operária para não ouvir os

maus conselhos da cigarra e continuar trabalhando com suas companheiras.

Enquanto o vento do outono fazia cair as últimas folhas, a cigarra

continuava a cantar, e as formigas seguiam trabalhando a fim de acumular

provisões para o longo inverno. Chegou o inverno, e a cigarra não tinha

nenhum alimento para comer, nem abrigo para proteger-se do frio. “Como foi

descuidada!”, reprovava-se a cigarra. “Por que não recolhi as provisões para o

inverno como fizeram as formigas?”

A cigarra já estava morrendo de fome e frio; mas algumas formigas a

socorreram e levaram para sua caverna, onde todas as formigas estavam

descansando, desfrutando as férias de inverno.

As corajosas formigas socorreram a cigarra; tiraram-lhe as roupas

molhadas e lhe deram de comer.

- Veja o estado em que você ficou por causa da sua maluquice! -

repreendeu-a a rainha das formigas. A cigarra pediu desculpas e prometeu não

ser mais preguiçosa e insensata; e para retribuir a ajuda das formigas tocou e

cantou para elas.

Moral: Quem é previdente não corre riscos.

Fonte: Coleção de fábulas do bosque. Versão de Félix Maria Samaniego.Tradução:

Olga Caflcchio. São Paulo: Maltese, 1993.

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Texto 2: A formiga má

Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a

cigarra e com dureza a repeliu de sua porta. Foi isso na Europa, em pleno

inverno, quando a neve recobria o mundo com seu cruel manto de gelo. A

cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro, e o inverno

veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se, nem folhinhas

que comesse. Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou - emprestado,

notem! – uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela

comida de empréstimo, logo que o tempo permitisse.

Mas a formiga era uma usurária sem entranhas. Além disso, invejosa.

Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os

seres.

- Que fazia você durante o bom tempo?

- Eu... eu cantava!...

- Cantava? Pois então dance agora, vagabunda! - e fechou-lhe a porta

no nariz.

Resultado: a cigarra ali morreu entanguidinha; e quando voltou a primavera, o

mundo apresentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo

o som estridente daquela cigarra, morta por causa da avareza da formiga. Mas

se a usurária morresse, quem daria pela falta dela?

Os artistas - poetas, pintores, escritores, músicos - são as cigarras da

humanidade.

Fonte: Monteiro Lobato: Fábulas. São Paulo: Brasiliense, 1994.

Texto 3: A formiga boa

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé do

formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento, então, era

observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.

Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos,

arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.

A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco, metida em grandes

apuros, deliberou socorrer-se de alguém.

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Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro.

Bateu – tique, tique, tique...

Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.

- Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a

tossir.

- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...

A formiga olhou-a de alto a baixo.

- E que fez durante o bom tempo que não construiu a sua casa?

- Eu cantava, bem sabe...

- Ah!... - exclamou a formiga recordando-se. - Era você então que

cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?

- Isso mesmo, era eu...

-Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que

sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho.

Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre,

amiga, queaqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.

A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias

de sol.

Os artistas – poetas, pintores, músicos – são as cigarras da

humanidade.

Monteiro Lobato: Fábulas. São Paulo: Brasiliense, 1994.

a) Comente com suas palavras esta moral: os preguiçosos colhem o que

merecem.

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b) Algumas pessoas utilizam um ensinamento nada cristão, como: o que é

meu é meu e não divido com ninguém. O que os autores nos ensinam sobre

não ser egoístas?

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Atividade 24: Vamos grifar com lápis verde as falas dos personagens

no três últimos textos lidos e com lápis vermelho a fala do narrador observador.

Atividade 25: Produção textual

Os alunos reproduzirão as fábulas, individualmente, sem perder suas

características peculiares, do gênero discursivo, sempre lembradas no decorrer

das atividades em sala. Isso permitirá uma avaliação de cada aluno da turma,

observando-se, as capacidades adquiridas com as diversas atividades feitas

em sala. Assim, o professor verificará as dificuldades e necessidades reais de

cada membro do grupo.

Os alunos deverão fazer uma leitura silenciosa de seus textos e verificar

neles características essenciais de uma fábula. Finalmente, o professor fará a

orientação quanto aos sinais de pontuação, ortografia, concordância, para que

o texto não comprometa a compreensão do leitor e não fira a norma culta da

língua.

Dada a versão final, todos os textos serão expostos em um edital da

escola, como forma de publicação do trabalho realizado e lá permanecerão por

uma semana para que cada autor conheça a produção de outros e também os

demais membros da comunidade escolar possam apreciar o trabalho realizado.

Ao final, escolheremos as melhores produções e faremos um livro de fábulas

para a biblioteca, pois tornar públicas as produções textuais é essencial.

Page 21: MILSA VIEIRA - diaadiaeducacao.pr.gov.br · expressão para que fiquem ainda mais enriquecidas/lapidadas e dando uma . ... presentes nessa sequência; pediremos que troquem os textos

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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