miguel rigo righi - universidade federal de santa maria
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE TECNOLOGIA
ENGENHARIA CIVIL
Miguel Rigo Righi
ANÁLISE COMPARATIVA DE PONTES METÁLICAS
TRELIÇADAS
Santa Maria, RS, Brasil
2018
Miguel Rigo Righi
ANÁLISE COMPARATIVA DE PONTES METÁLICAS TRELIÇADAS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM, RS), como requisito parcial para
obtenção do título de Engenheiro Civil.
Orientador: Prof. Dr. João Kaminski Junior
Santa Maria, RS, Brasil
2018
Miguel Rigo Righi
ANÁLISE COMPARATIVA DE PONTES METÁLICAS TRELIÇADAS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM, RS), como requisito parcial para
obtenção do título de Engenheiro Civil.
Aprovado em 27 de Julho de 2018:
_______________________________ João Kaminski Junior, Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
_______________________________
André Lübeck, Dr. (UFSM)
(Avaliador)
________________________________
Marco Antônio Silva Pinheiro (Avaliador)
Santa Maria, RS, Brasil
2018
AGRADECIMENTOS
A meus pais, Luiz Antônio e Liziani, pelo apoio e incentivo durante a experiência
acadêmica e por proporcionarem todas as condições necessárias para que pudesse realizar o
curso de engenharia civil e atingir este sonho. Além dos exemplos que são tanto na vida pessoal,
pelos princípios morais e conduta transmitidos, que tanto admiro, quanto pela determinação em
suas profissões. Certamente sem o apoio de ambos não chegaria a este ponto.
A todos os familiares e amigos que contribuíram de alguma forma para a conclusão do
curso, em especial a meus avós, Mario e Carmelinda por todo o suporte no dia a dia, assim
como os exemplos que são pela bela história de vida que construíram.
A minha namorada e companheira durante toda esta jornada no curso de engenharia
civil, Stéfani, a qual sempre me apoiou com todo amor e cuidado nos momentos bons e ruins,
assim como espero poder retribuir ao longo de minha vida.
A Universidade Federal de Santa Maria e todo o corpo docente do curso de engenharia
civil, pelos conhecimentos transmitidos, em especial aos professores João Kaminski Junior e
André Lübeck e Marco Antônio Silva Pinheiro pela orientação, conselhos e disponibilidade,
reservando parte de seu tempo em auxiliar na execução e avaliação deste trabalho.
RESUMO
Trabalho de Conclusão de Curso
Universidade Federal de Santa Maria
Curso de Engenharia Civil
ANÁLISE COMPARATIVA DE PONTES METÁLICAS TRELIÇADAS
AUTOR: MIGUEL RIGO RIGHI
ORIENTADOR: Prof. JOÃO KAMINSKI JUNIOR
Local e data da defesa: Santa Maria, 27 de julho de 2018
As pontes metálicas atualmente não se caracterizam como a principal tipologia
estrutural empregada para pontes no Brasil, sendo até mesmo inexistente norma técnica
específica para o dimensionamento deste tipo de estrutura até o momento. Avalia-se que o
sistema estrutural em questão apresenta grandes vantagens no vencimento de vãos mais
extensos e agilidade na montagem da estrutura quando comparado a métodos construtivos com
concreto. Propõem-se por meio deste trabalho a realização de análises numéricas de estruturas
metálicas treliçadas por meio de modelos computacionais, ampliando os conhecimentos acerca
do tema e avaliando as melhores soluções estruturais para pontes metálicas por meio do
dimensionamento dos elementos estruturais de diferentes concepções, a fim de se obter relações
entre as distribuições de elementos da treliça e o consumo de materiais para uma mesma
condição de contorno. Para comparação entre os modelos gerados foi especificado um vão livre
de 30 metros, com duas faixas de rodagem, e alturas de treliças iguais a 3 e 5 metros. A partir
destas condições, foram gerados modelos estruturais em treliças planas dos tipos Pratt, Howe e
Warren. Para análise e dimensionamento das estruturas foi utilizado o programa SAP 2000,
versão 19.
Verificou-se que entre os modelos propostos as pontes com vigas treliçadas do tipo
Warren apresentaram um menor consumo de material. Para as verificações com alturas
diferentes constatou-se um menor consumo de aço nas pontes com alturas de vigas treliçadas
equivalentes a 5,0 metros.
Palavras-chave: Pontes metálicas; Estrutura de aço; Treliça; Análise estrutural; Análise
numérica.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Ponte de Coalbrookdale sobre o Rio Severn ........................................................ 15
Figura 2 – Ponte Firth of Forth, na Escócia .......................................................................... 16
Figura 3 – Sistema estrutural das pontes nas rodovias federais brasileiras ............................. 17
Figura 4 – Nomenclatura das barras constituintes das treliças planas .................................... 19
Figura 5 – Treliças planas tipicamente aplicadas .................................................................. 19
Figura 6 – Partes constituintes de pontes .............................................................................. 21
Figura 7 – Trem-tipo padrão ABNT NBR 7188:2013 e carga uniformemente distribuídas.... 23
Figura 8 – Representação gráfica dos locais onde as cargas móveis devem ser multiplicadas
pelos coeficientes CIV, CNF e CIA. ..................................................................................... 25
Figura 9 – Elementos estruturais das pontes modeladas ........................................................ 28
Figura 10 – Elementos estruturais de ponte treliçada ............................................................ 30
Figura 11 – Contenção lateral padrão acima do tabuleiro com barras tracionadas ................. 30
Figura 12 – Contenção lateral padrão abaixo do tabuleiro com barras tracionadas ................ 31
Figura 13 – Contenção lateral externa ao tabuleiro ............................................................... 31
Figura 14 – Modelos de perfis I utilizados na estrutura ......................................................... 32
Figura 15 – Curva Tensão-Deformação característica de materiais metálicos ....................... 34
Figura 16 – Curva momento x rotação relativa ..................................................................... 35
Figura 17 – Classificação das ligações segundo sua rigidez .................................................. 35
Figura 18 – Representação esquemática de ligações metálicas.............................................. 36
Figura 19 – Ligações viga-viga para perfis metálicos I ......................................................... 36
Figura 20 – Ponte metálica com vigas treliçadas do tipo Howe com 3,0 metros de altura...... 38
Figura 21 – Ponte metálica com vigas treliçadas do tipo Pratt com 3,0 metros de altura. ...... 38
Figura 22 – Ponte metálica com vigas treliçadas do tipo Warren com 3,0 metros de altura ... 39
Figura 23 – Sobreposição de elementos de grelha ................................................................. 40
Figura 24 – Ponte metálica com vigas treliçadas do tipo Howe com 5,0 metros de altura...... 41
Figura 25 – Ponte metálica com vigas treliçadas do tipo Pratt com 5,0 metros de altura ....... 41
Figura 26 – Ponte metálica com vigas treliçadas do tipo Warren com 5,0 metros de altura ... 42
Figura 27 – Área de influência em cada nó da grelha ............................................................ 45
Figura 28 – Tabuleiro pontes de 5,0 m de altura com aplicação de carga móvel para uma posição
do trem tipo.......................................................................................................................... 46
Figura 29 – Eixos de simetria do tabuleiro das pontes analisadas .......................................... 47
Figura 30 – Linha de Influência de momentos fletores na seção S (Ms) ................................ 51
Figura 31 – Exemplo de diagramas de esforços gerados para a combinação de envoltória .... 55
Figura 32 – Diagrama de momentos fletores para o tabuleiro das pontes treliçadas de 3,0 metros
de altura ............................................................................................................................... 56
Figura 33 – Diagrama de esforços cortantes para o tabuleiro das pontes treliçadas de 3,0 metros
de altura ............................................................................................................................... 56
Figura 34 – Diagrama de esforços normais solicitantes referentes a ponte treliçada Howe de
altura igual a 3,0 metros ....................................................................................................... 57
Figura 35 – Diagrama de esforços normais solicitantes referentes a ponte treliçada Pratt de
altura igual a 3,0 metros ....................................................................................................... 58
Figura 36 – Diagrama de esforços normais solicitantes referentes a ponte treliçada Warren de
altura igual a 3,0 metros ....................................................................................................... 59
Figura 37 – Diagrama de momentos fletores para o tabuleiro das pontes treliçadas de 5,0 metros
de altura ............................................................................................................................... 60
Figura 38 – Diagrama de esforços cortantes para o tabuleiro das pontes treliçadas de 5,0 metros
de altura ............................................................................................................................... 60
Figura 39 – Diagrama de esforços normais solicitantes referentes a ponte treliçada Howe de
altura igual a 5,0 metros. ...................................................................................................... 61
Figura 40 – Diagrama de esforços normais solicitantes referentes a ponte treliçada Pratt de
altura igual a 5,0 metros ....................................................................................................... 62
Figura 41 – Diagrama de esforços normais solicitantes referentes a ponte treliçada Warren de
altura igual a 5,0 metros ....................................................................................................... 63
Figura 42 – Deformada da ponte Pratt com 3,0 metros de altura para a combinação de serviço
de ações ............................................................................................................................... 65
Figura 43 – Curva de flambagem – Valor de 𝜒 em função do índice de esbeltez 𝜆0 .............. 69
Figura 44 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos de barra
constituintes da estrutura do tabuleiro das pontes de 3,0 metros de altura ............................. 80
Figura 45 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos de barra
constituintes da estrutura do tabuleiro das pontes de 5,0 metros de altura ............................. 80
Figura 46 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos da viga treliçada
do tipo Howe de 3,0m de altura dimensionados .................................................................... 81
Figura 47 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos da viga treliçada
do tipo Pratt de 3,0m de altura dimensionados ...................................................................... 82
Figura 48 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos da viga treliçada
do tipo Warren de 3,0m de altura dimensionados ................................................................. 83
Figura 49 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos da viga treliçada
do tipo Howe de 5,0m de altura dimensionados .................................................................... 84
Figura 50 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos da viga treliçada
do tipo Pratt de 5,0m de altura dimensionados ...................................................................... 85
Figura 51 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos da viga treliçada
do tipo Warren de 5,0m de altura dimensionados ................................................................. 86
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Gabaritos de OAEs em função da classe da rodovia ............................................ 27
Tabela 2 – Aços para uso estrutural especificados por normas brasileiras ............................. 33
Tabela 3 – Ações permanentes diretas agrupadas ................................................................. 49
Tabela 4 – Ações variáveis consideradas conjuntamente. ..................................................... 50
Tabela 5 – Valores dos fatores de redução (Ψ1 e Ψ2) para as ações variáveis ........................ 53
Tabela 6 – Máximos momentos fletores atuantes no tabuleiro das pontes com 3,0 metros de
altura.................................................................................................................................... 56
Tabela 7 – Máximos esforços cortantes atuantes no tabuleiro das pontes com 3,0 metros de
altura. ................................................................................................................................... 56
Tabela 8 – Máximos esforços normais atuantes nas barras das vigas treliçadas da ponte do tipo
Howe com 3,0 metros de altura. ........................................................................................... 57
Tabela 9 – Máximos esforços normais atuantes nas barras das vigas treliçadas da ponte do tipo
Pratt com 3,0 metros de altura .............................................................................................. 58
Tabela 10 – Máximos esforços normais atuantes nas barras das vigas treliçadas da ponte do tipo
Warren com 3,0 metros de altura .......................................................................................... 59
Tabela 11 – Máximos momentos fletores atuantes no tabuleiro das pontes com 5,0 metros de
altura.................................................................................................................................... 60
Tabela 12 – Máximos esforços cortantes atuantes no tabuleiro das pontes com 5,0 metros de
altura.................................................................................................................................... 60
Tabela 13 – Máximos esforços normais atuantes nas barras das vigas treliçadas da ponte do tipo
Howe com 5,0 metros de altura ............................................................................................ 61
Tabela 14 – Máximos esforços normais atuantes nas barras das vigas treliçadas da ponte do tipo
Pratt com 5,0 metros de altura .............................................................................................. 62
Tabela 15 – Máximos esforços normais atuantes nas barras das vigas treliçadas da ponte do tipo
Warren com 5,0 metros de altura .......................................................................................... 63
Tabela 16 – Deslocamentos verticais máximos das pontes propostas para combinação do estado
limite de serviço. .................................................................................................................. 64
Tabela 17 – Valores dos coeficientes de ponderação das resistências 𝛾𝑚. ............................. 67
Tabela 18 – Coeficiente de flambagem por flexão de elementos isolados ............................. 71
Tabela 19 – Valores limites de b/t para flambagem local em diversos elementos .................. 72
Tabela 20 – Parâmetros referentes ao momento fletor resistente ........................................... 76
Tabela 21 – Perfis dimensionados para elementos de barra constituintes do tabuleiro das pontes
de 3,0 metros de altura e consumo total de aço pelo tabuleiro ............................................... 79
Tabela 22 – Perfis dimensionados para elementos de barra constituintes do tabuleiro das pontes
de 5,0 metros de altura e consumo total de aço pelo tabuleiro ............................................... 80
Tabela 23 – Perfis dimensionados para elementos da treliça Howe de 3,0 metros de altura e
consumo total de aço pelas treliças ....................................................................................... 81
Tabela 24 – Perfis dimensionados para elementos da treliça Pratt de 3,0 metros de altura e
consumo total de aço pelas treliças ....................................................................................... 82
Tabela 25 – Perfis dimensionados para elementos da treliça Warren de 3,0 metros de altura e
consumo total de aço pelas treliças ....................................................................................... 83
Tabela 26 – Perfis dimensionados para elementos da treliça Howe de 5,0 metros de altura e
consumo total de aço pelas treliças ....................................................................................... 84
Tabela 27 – Perfis dimensionados para elementos da treliça Pratt de 5,0 metros de altura e
consumo total de aço pelas treliças ....................................................................................... 85
Tabela 28 – Perfis dimensionados para elementos da treliça Warren de 5,0 metros de altura e
consumo total de aço pelas treliças ....................................................................................... 86
Tabela 29 – Consumos de aço para as pontes treliçadas estudadas ........................................ 87
Tabela 30 – Comparação entre os pesos das pontes treliçadas de alturas diferentes............... 88
Tabela 31 – Comparação entre os pesos apenas das treliças das pontes treliçadas de alturas
diferentes ............................................................................................................................. 89
Tabela 32 – Comparação entre os pesos totais das pontes de 3,0 metros de altura ................. 89
Tabela 33 – Comparação entre os pesos totais das pontes de 5,0 metros de altura ................. 90
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11 1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11
1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 12 1.2.1 Objetivo Geral...................................................................................................... 12
1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 13
2.1 HISTÓRICO .......................................................................................................... 13 2.1.1 Ferro ..................................................................................................................... 13
2.1.2 Pontes Metálicas................................................................................................... 14 2.2 TRELIÇAS PLANAS ............................................................................................ 18
2.3 ESTRUTURAS DE PONTES ................................................................................ 21 2.4 NORMAS TÉCNICAS .......................................................................................... 22
2.4.1 ABNT NBR 7188:2013 ......................................................................................... 22 3 METODOLOGIA ................................................................................................ 26
3.1 PREMISSAS DE PROJETO .................................................................................. 26 3.1.1 Vigas treliçadas .................................................................................................... 26
3.1.2 Vão livre ............................................................................................................... 26 3.1.3 Tabuleiro .............................................................................................................. 26
3.1.4 Contenções laterais .............................................................................................. 30 3.2 PERFIS UTILIZADOS .......................................................................................... 31
3.3 AÇO ...................................................................................................................... 32 3.4 LIGAÇÕES ........................................................................................................... 34
3.5 MODELOS ESTRUTURAIS ................................................................................. 37 3.6 AÇÕES E COMBINAÇÕES DE AÇÕES NA ESTRUTURA ................................ 42
3.6.1 Ações permanentes............................................................................................... 43 3.6.2 Ações variáveis ..................................................................................................... 43
3.6.3 Combinações de ações .......................................................................................... 48 4 ANÁLISE ESTRUTURAL .................................................................................. 55
5 DIMENSIONAMENTO ...................................................................................... 66 5.1 BARRAS TRACIONADAS .................................................................................. 66
5.2 BARRAS COMPRIMIDAS ................................................................................... 68 5.2.1 Fator de redução associado à resistência à compressão ..................................... 68
5.2.2 Flambagem por Flexão ........................................................................................ 69 5.2.3 Flambagem Local ................................................................................................. 71
5.3 BARRAS FLETIDAS ............................................................................................ 73 5.3.1 Momento fletor .................................................................................................... 74
5.4 PERFIS DIMENSIONADOS ................................................................................. 78 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES ................................................ 88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 92 APÊNDICE A – NUMERAÇÃO DAS BARRAS DAS TRELIÇAS................... 94
APÊNDICE B – RELAÇÕES ESFORÇO SOLICITANTE ESFORÇO
RESISTENTE PARA AS BARRAS CRÍTICAS DOS MODELOS DE TRELIÇAS
GERADOS ....................................................................................................................... 100 ANEXO A - CATÁLOGO PERFIS ESTRUTURAIS GERDAU TABELA DE
BITOLAS ......................................................................................................................... 102 ANEXO B – CATÁLOGO PERFIS ESTRUTURAIS SOLDADOS SÉRIE VS
AÇO MINAS .................................................................................................................... 104
11
1 INTRODUÇÃO
Segundo Pfeil (1979) denomina-se ponte a obra destinada a transposição de obstáculos
à continuidade do leito normal de uma via, tais como rios, braços de mar, vales profundos,
outras vias, etc. Sendo comumente denominadas viadutos quando da não passagem de água
abaixo da mesma.
A utilização de treliças metálicas para o vencimento de grandes vãos adequou-se a
necessidade de se transpor distâncias maiores do que as alcançadas com pontes de madeira ou
concreto armado, se tornando desta forma uma combinação amplamente empregada a partir do
século XVIII, época em que a revolução industrial inglesa impulsionava o desenvolvimento da
produção do ferro fundido e posteriormente do aço.
As treliças ao longo dos anos foram idealizadas de diferentes maneiras, em especial
quanto a distribuição geométrica das barras constituintes. Entre os modelos mais reconhecidos
e utilizados na atualidade estão as treliças do tipo Howe, Pratt e Warren, com suas
nomenclaturas de acordo com os nomes de seus idealizadores.
Neste trabalho, propõem-se a análise de pontes projetadas com a presença de vigas
treliçadas, fabricadas em aço, aplicando os três tipos de orientação geométrica para treliças
anteriormente citados. Dentro desta análise objetiva-se em especial a verificação da existência
de maior eficiência com relação ao peso de aço empregado para alguma das pontes em vigas
treliçadas, determinando desta forma o tipo de treliça que exija o menor peso total de aço.
Além das análises relativas aos tipos de vigas treliçadas das pontes propostas busca-se
neste trabalho a verificação da eficiência das pontes quanto ao peso de aço empregado por meio
da variação da altura das treliças.
1.1 JUSTIFICATIVA
Segundo Mendes (2009), o percentual de pontes construídas no Brasil adotando-se o
uso de elementos metálicos é muito inferior ao de estruturas empregando elementos em
concreto armado ou protendido. Desta forma o método construtivo utilizando perfis metálicos
se configura como um tópico pouco explorado na prática executiva de pontes. Em países
Europeus e Norte Americanos os sistemas estruturais empregando estes tipos de perfis são
amplamente utilizados e difundidos, porém no Brasil devido à falta de tradição na execução
deste tipo de estrutura e, por vezes, o desconhecimento a respeito das particularidades
relacionadas a manutenção e execução levam as obras de arte rodoviárias em estrutura metálica
12
a ainda apresentarem perspectivas para expansão de mercado. No Brasil atualmente inexiste
norma técnica específica voltada para o dimensionamento de pontes em aço, apenas um projeto
de norma nomeado, Projeto de pontes rodoviárias de aço e mistas de aço e concreto. Em outros
países, diferentemente do Brasil existem normas estrangeiras específicas para pontes em aço.
Com este trabalho busca-se realizar pesquisa acerca do dimensionamento de pontes
metálicas de acordo com as normas brasileiras de estruturas em aço e de carregamentos em
pontes, acreditando-se que as vantagens executivas inerentes as estruturas em aço, como a
grande agilidade de montagem, a capacidade de vencer grandes vãos, a leveza e a flexibilidade
dos materiais podem levar este sistema estrutural a ser desenvolvido, em especial no caso de
pontes.
Neste trabalho, além de realizar-se o dimensionamento de estruturas de pontes metálicas
treliçadas, propõem-se a análise estrutural acerca de quais tipologias de pontes com vigas
treliçadas apresentam um menor consumo de materiais. Para tal análise utilizou-se de
comparações entre diferentes modelos de pontes para condições geométricas de contorno e
carregamentos semelhantes, afim de definir qual opção seria mais vantajosa econômica e
ambientalmente devido à redução do consumo de aço.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo analisar comparativamente estruturas de pontes
treliçadas em aço, em especial as questões relativas ao peso das estruturas. Aplicando três
tipologias estruturais e respeitando as normas brasileiras vigentes para o sistema construtivo.
1.2.2 Objetivos Específicos
• Definição das condições de contorno, do modelo de viaduto a ser utilizado e posterior
dimensionamento da estrutura;
• Avaliar os resultados do dimensionamento e do consumo de materiais;
• Análise crítica acerca das tipologias estruturais estudadas e discussão dos resultados
encontrados.
13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 HISTÓRICO
2.1.1 Ferro
A evolução do homem ao longo da história está intimamente ligada ao desenvolvimento
das técnicas de aprimoramento e refino dos mais diversos materiais. Entre os elementos cujo o
desenvolvimento das técnicas de produção proporcionou grande desenvolvimento está o ferro.
Os objetos metálicos mais antigos de que se tem conhecimento na atualidade datam de
meados de 2900 a.C., encontrados no Egito e tem origem em meteoritos vindos de fora da
atmosfera terrestre. Porém o primeiro artefato construído pelo homem em ferro só veio a ser
produzido apenas por volta do ano 1500 a.C. também no Egito Antigo.
O ferro como material utilizado em larga escala e industrialmente só veio a ter seu
desenvolvimento por volta do século XVIII, poucas décadas antes da expansão gerada pela
Primeira Revolução Industrial, que ficou caracterizada pela grande utilização do ferro e do
carvão, tendo o primeiro se expandido também para a segunda fase da Revolução Industrial.
Desde o desenvolvimento das técnicas de produção do ferro, o emprego desse material
na construção civil gradativamente foi ganhando espaço devido as suas propriedades elásticas
e de resistência. Apresentava-se como um material com o qual era possível alcançar grandes
resistências e consequentemente vencer grandes vãos, se tornando à época um material ideal
para a construção de pontes sobre leitos de rios, nas quais evitava-se a construção de fundações
submersas devido a dificuldades executivas.
Segundo Pfeil (2008) o primeiro material metálico proveniente dos processos
siderúrgicos a ser utilizado na construção civil foi o ferro fundido, porém devido a sua maior
fragilidade quando comparado a outras ligas metálicas, este foi deixando de ser utilizado em
detrimento de materiais mais seguros. O aço como o conhecemos hoje já havia sido descoberto
a mais de um século atrás, porém seu custo de produção sempre foi considerado elevado. No
final do século XIX, com o desenvolvimento dos processos de produção, o aço veio a se tornar
o principal expoente das siderúrgicas até os dias atuais, muito em função de sua maior
ductilidade e deformabilidade. O processo industrial que tornou viável economicamente a
produção do aço ficou conhecido como o processo Siemens-Martin, onde os perfis eram
formados por laminadores, sem a necessidade de soldas.
14
2.1.2 Pontes Metálicas
Anteriormente ao desenvolvimento dos processos de obtenção do aço e demais ligas
metálicas em larga escala, as pontes construídas em sua grande maioria eram executadas em
alvenaria de pedra, tomando a forma de arcos, onde era possível obter estruturas solicitadas
exclusivamente a esforços de compressão, cuja técnica foi difundida historicamente pelo
império romano por meio da execução de aquedutos. Esta técnica permitia a utilização de
materiais em abundância como rochas e pedras, as quais apresentam elevada resistência aos
esforços normais de compressão. Paralelamente ao uso de pontes em forma de arco feitas em
rocha estavam as pontes construídas com madeira, nas quais o processo executivo apresentava
maiores facilidades, porém a durabilidade e o nível de carregamentos nestas pontes impediram
a ampliação em escala industrial da técnica.
As pontes metálicas surgiram acompanhando o desenvolvimento da produção em larga
escala do ferro e começaram a ser produzidas no final do século XVIII, com estruturas que
empregavam o ferro fundido, material metálico mais utilizado na época que gradativamente foi
substituído pelo aço por este material apresentar propriedades de boa ductilidade,
homogeneidade e soldabilidade, além de elevada relação entre a tensão resistente e a tensão de
escoamento, o que favorecia a segurança dos usuários.
Segundo Pfeil e Pfeil (2009) a primeira ponte metálica, com a supraestrutura e a
mesoestrutura construídas em ferro fundido, foi a ponte da cidade de Coalbrookdale (Figura 1),
sobre o Rio Severn, na Inglaterra. Sua construção foi concluída no ano de 1779, e seu vão livre
era de 30 metros. A concepção estrutural mais empregada para o vencimento de vãos neste
período era em forma de arco. Seu comprimento total era de 59 metros e sua largura de 15
metros.
Segundo Pfeil (1979) as pontes provisórias geralmente eram construídas em madeira ou
aço, sendo a segunda opção construída com superestrutura de vigas em aço, mais vantajosa pelo
fato de apresentar a possibilidade de ser desmontada e reconstruída sucessivas vezes e com
grande agilidade em casos emergenciais.
15
Figura 1 – Ponte de Coalbrookdale sobre o Rio Severn, na Inglaterra, construída em 1779
Fonte: (PETERO, 1981).
Segundo Vitório (2015), a necessidade de aplicação das pontes metálicas surgiu
majoritariamente devido à grande expansão das linhas ferroviárias, que se caracterizavam como
o principal meio de transporte de passageiros e mercadoria na época. A partir do século XIX,
acompanhando a revolução industrial, as pontes metálicas chegaram ao posto de tecnologia
mais empregada para construção de grandes pontes.
A partir deste momento histórico, com o desenvolvimento dos materiais e das técnicas
construtivas surgiram novos modelos estruturais viáveis para construção de pontes e viadutos
utilizando o aço. Deu-se início a utilização de treliças metálicas para a construção das pontes e
viadutos. Com esta tipologia, tornou-se possível o vencimento de vãos maiores frente as pontes
executadas até o momento. Uma prova de que o sistema de treliças apresentou grande avanço
tecnológico a época foi a construção da ponte Firth of Forth (1890), na Escócia, com vãos livres
de 512 m (Figura 2), tornando-se o recorde mundial da época.
16
Figura 2 – Ponte Firth of Forth, na Escócia, construída em 1890
Fonte: (VITÓRIO, 2015).
Posteriormente ao uso das pontes treliçadas também se desenvolveram as tecnologias
de pontes penseis e estaiadas que vieram a superar os recordes mundiais de vão livre existentes.
No Brasil, segundo Vasconcelos (1993), a construção de pontes metálicas treliçadas
iniciou-se pela ponte sobre o rio Paraguassu, no estado da Bahia, que ligava os municípios de
Cachoeira e São Félix. Esta obra de arte ferroviária foi nomeada de ponte Imperial Dom Pedro
II e foi finalizada no ano de 1885. Na obra em questão as treliças fabricadas na Inglaterra foram
transportadas até o local de montagem, com vãos livres de 91,50 metros, nos trechos centrais e
86,0 metros nos vãos extremos.
Porém, na atualidade, o emprego de estruturas metálicas para a execução de pontes e
viadutos no Brasil é pequeno, conforme aponta estudo realizado por Mendes (2009). De acordo
com o levantamento realizado e ilustrado na Figura 3, apenas 0,02% das pontes construídas em
rodovias federais brasileiras foram executadas com elementos metálicos, com parcela
majoritária de estruturas realizadas em concreto armado, método construtivo este, que apresenta
grande difusão no setor da construção civil nacional.
Segundo Vitório (2015), apesar da execução de grandes obras de engenharia com
estruturas metálicas, como a ponte Rio-Niterói, a qual apresenta vigas metálicas laterais de
200 metros, a utilização das estruturas metálicas no Brasil não se consolidou como uma
tradição, inexistindo até os dias atuais norma regulamentadora nacional para projeto e execução
de pontes metálicas.
17
Figura 3 – Sistema estrutural das pontes nas rodovias federais brasileiras
Fonte: MENDES (2009).
Apesar de apresentar uma baixa porcentagem em relação ao total de pontes construídas
no país, as pontes metálicas podem apresentar grandes vantagens em relação ao concreto
armado ou ao concreto protendido.
Segundo Cortez (2017) as estruturas metálicas apresentam importantes vantagens na
construção civil, como a agilidade de montagem das estruturas, reduzindo o tempo de conclusão
da obra em até 40%.
Outras vantagens estão relacionadas ao peso total da estrutura. Em função das maiores
resistências à compressão, à tração e à flexão, quando comparadas com elementos em concreto,
as estruturas metálicas possibilitam o dimensionamento de elementos com dimensões reduzidas
de forma a implicar na redução do peso próprio da estrutura.
Ainda segundo Vitório (2015) as estruturas metálicas em geral somente são utilizadas
atualmente em obras grandiosas, inexistindo justificativas consistentes em relação a sua não
aplicação em pontes e viadutos comuns. Essa ideia contrária a aplicação do sistema estrutural
parte da justificativa de que as estruturas metálicas apresentam maiores custos financeiros e
vulnerabilidade às condições de agressividade ambiental, apesar do fato de atualmente já
existirem perfis fabricados com aços de excelente resistência a corrosão.
Em relação aos custos é comum a não consideração da economia global para a estrutura
ao invés de uma análise isolada de elementos, uma vez que com a redução das dimensões dos
elementos estruturais e consequentemente o peso próprio como um todo, é possível obter
reduções consideráveis no dimensionamento da infraestrutura e consequente compensação
financeira.
18
2.2 TRELIÇAS PLANAS
Uma treliça pode ser descrita como o conjunto de triângulos formados por peças retas e
articulados entre si (O’Connor, 1975). Além disso, os eixos de todos os elementos são retos e
concorrentes nos nós ou juntas e as cargas são aplicadas somente sobre estas ligações entre
elementos denominadas nós.
Segundo Pfeil e Pfeil (2008) as treliças são constituídas por segmentos de hastes, ou
seja, elementos de barra, unidos em pontos denominados de nós, de maneira a configurar uma
estrutura estável, de base triangular, que podem ser classificadas estruturalmente como
isostáticas ou hiperestáticas.
De acordo com O’Connor (1975) as estruturas em formato de treliça apresentam a
característica de resistirem aos esforços por meio de forças axiais nos elementos reticulados.
Teoricamente, de acordo com o modelo de cálculo de treliças planas, devem-se encontrar
momentos fletores nulos para todos os elementos da treliça, porém para obtenção disto, os nós
de ligação entre os elementos deveriam ser perfeitamente articulados, por meio de uma ligação
flexível perfeita, onde o atrito gerado fosse inexistente, sendo este tipo de ligação denominado
de nó rotulado, e por meio desta ligação não haveria a transmissão de esforços de flexão. Na
prática o que se encontra em geral são ligações semirrígidas.
Apesar de os modelos de cálculo de treliças planas não representarem as reais ligações
entre elementos, a aplicação de ligações rígidas ou semirrígidas nos nós acabam por gerar
momentos fletores nas barras de ordem de grandeza inferior aos esforços normais de
compressão e tração, acarretando em valores geralmente desprezíveis para o dimensionamento
da estrutura.
As estruturas de treliças, por serem formadas por segmentos de barra lineares, dispostos
em diferentes posições e inclinações, podem ter seus elementos classificados de acordo com
estas orientações. Os segmentos de barras de uma viga treliçada têm os seguintes termos
técnicos: banzo inferior, banzo superior, diagonais e montantes, ilustrados na Figura 4
19
Figura 4 – Nomenclatura das barras constituintes das treliças planas
Fonte: Autor.
Segundo O’Connor (1975) uma treliça plana pode ser considerada como uma viga alta
com seção I, com as mesas substituídas pelos banzos da treliça e a chapa da alma substituída
por um sistema aberto de elementos da alma (diagonais e montantes da treliça).
Quanto a classificação das treliças, para questões relativas ao projeto geométrico destas
estruturas, pode-se classificar as treliças planas de acordo com a formatação dos triângulos. Na
Figura 5 apresentam-se diversas configurações clássicas de treliças, se diferenciando
justamente pela orientação das barras. Desde de seu desenvolvimento até os dias atuais, as
estruturas treliçadas são denominadas de acordo com o nome de quem as idealizou.
Figura 5 – Treliças planas tipicamente aplicadas em coberturas (coluna à esquerda) e pontes e
passarelas (coluna à direita)
Fonte: Gomes (2016).
20
Além dos modelos presentes na Figura 5 pode-se citar também as treliças “K”, indicadas
para situações onde a altura da treliça é da ordem de 2 a 3 vezes maior que o comprimento da
mesma.
Entre os modelos estruturais mais aplicados podem-se destacar as treliças dos tipos
Pratt, Howe e Warren, idealizadas respectivamente por William Howe em 1840, Caleb e
Thomas Pratt em 1844 e por James Warren, poucos anos após a criação das treliças Pratt. Estes
modelos de treliça diferenciam-se principalmente pelas distribuições nos esforços axiais
encontrados, de maneira que de acordo com o modelo aplicado certas barras podem estar
solicitadas por vezes a esforços de tração e em outros a esforços de compressão.
Segundo Pfeil e Pfeil (2015), para situações de aplicação de cargas gravitacionais nas
vigas treliçadas do tipo Pratt, têm-se as diagonais tracionadas e os montantes comprimidos, e
nas vigas treliçadas do tipo Howe o contrário.
De acordo com O’Connor (1975), as treliças quando aplicadas em construções de pontes
possibilitam algumas vantagens construtivas e de projeto. O sistema de alma aberta permite a
utilização de alturas maiores quando comparamos com vigas de alma cheia equivalentes,
levando a uma economia de materiais além da redução das cargas permanentes. Outro ponto
importante faz referência a redução de deformações da viga, por apresentar uma estrutura mais
rígida.
Em contraponto aos benefícios gerados pelas estruturas treliçadas em viadutos e pontes,
pode-se destacar um aspecto inerente ao material aplicado na construção das treliças em pontes,
o aço; material este que independentemente do grau de agressividade do local, sempre demanda
cuidados especiais frente ao processo de oxidação e situações de superaquecimento por
incêndios. Esteticamente, as pontes projetadas em treliças apresentam certa resistência por parte
dos usuários, embora seja um fator relativo a cada indivíduo, o elevado número de barras, que
visualizadas em ângulo oblíquo geram demasiada poluição visual.
Ainda segundo O’Connor (1975) a aplicação de estruturas treliçadas em pontes se dá
para vãos intermediários; entre as pontes de viga de alma cheia, sejam estas de concreto ou aço
e as pontes pênseis.
Atualmente, o método construtivo que mais divide mercado com as pontes treliçadas
são as pontes com vigas protendidas.
21
2.3 ESTRUTURAS DE PONTES
As estruturas de pontes são convencionalmente subdivididas em três grupos de
elementos estruturais resistentes de carga (Figura 6). As partes de uma ponte em geral são
denominados de superestrutura, mesoestrutura e infraestrutura. Além destas três, também pode-
se destacar os encontros entre a ponte e a faixa de rodagem sobre aterro como uma importante
parte das estruturas de pontes.
Figura 6 – Partes constituintes de pontes
Fonte: Pfeil (1979).
Segundo Pfeil (1979) a superestrutura é em geral composta por lajes e vigas principais
e secundárias, tendo a função de absorver diretamente as cargas geradas sobre o estrado da
ponte, ou tabuleiro. Estes elementos se constituem como os principais da estrutura das pontes,
para que cumpram sua função como uma travessia de veículos.
Além dos elementos já citados fazem parte da superestrutura elementos como aparelhos
de apoio, dispositivos de proteção, elementos de drenagem entre outros. A estrutura principal
da ponte, ou seja, as estruturas responsáveis pelo vencimento dos vãos, que fazem parte da
superestrutura, podem ser caracterizadas por vigamento de concreto (seja com vigamento
simples, ou múltiplo), vigas treliçadas, arcos e estruturas suspensas, entre outros.
Segundo Pfeil (1979) a mesoestrutura é constituída pelos pilares, elementos estes que
apresentam a função de receber as cargas provenientes da superestrutura e transmití-las a
infraestrutura das pontes. Além das cargas provenientes do tabuleiro a mesoestrutura absorve
as ações que venham a ocorrer diretamente sobre os pilares, como por exemplo a pressão do
vento e da água.
Já a infraestrutura das pontes é basicamente caracterizada pelas fundações, sendo estes
os elementos estruturais responsáveis por absorver os esforços transmitidos pela mesoestrutura,
e dissipá-los ao solo ou as rochas que sustentam a estrutura. Pode-se destacar entre os principais
22
tipos de fundações que constituem a infraestrutura das pontes fundações por meio de sapatas,
de tubulões, de estacas e de blocos de concreto entre outras. Outros elementos estruturais que
se constituem como parte da infraestrutura são os elementos de ligação entre as fundações e a
mesoestrutura, tais como os blocos de coroamento de estacas por exemplo.
2.4 NORMAS TÉCNICAS
Atualmente, entre as normas brasileiras (NBR), desenvolvidas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), inexiste uma norma específica para o projeto e
execução de pontes metálicas, há apenas a regulamentação de norma brasileira referente a ações
sobre estas estruturas, a ABNT NBR 7188:2013.
2.4.1 ABNT NBR 7188:2013
A norma “ABNT NBR 7188:2013 - Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes,
viadutos, passarelas e outras estruturas” está entre as normas nacionais voltadas para o
desenvolvimento de projetos de pontes, que podem ser aplicadas as estruturas em aço.
É aplicável para qualquer método construtivo de pontes rodoviárias, sejam elas construídas em
concreto, aço ou quaisquer outros materiais. Em seu escopo a norma em questão apresenta a
determinação de valores característicos básicos para cargas móveis rodoviárias de veículos
sobre pneus e ações de pedestres.
Esta norma define um veículo padrão para o dimensionamento de pontes, o qual
apresenta seu carregamento sem tomar como base automóveis comerciais. O trem-tipo
(denominação do veículo utilizado para o dimensionamento de pontes) apresentado pela norma
brasileira é baseado em um veículo hipotético, inicialmente utilizado em projetos de pontes e
viadutos alemães, sendo este veículo semelhante a antigos tanques de guerra.
Esta norma, há alguns anos sofreu alterações nos valores das cargas a serem aplicadas
em projetos, em especial no que diz respeito ao carregamento das cargas móveis. O que se
percebeu na última versão desta norma foi o aumento nos valores característicos de ações para
estruturas de pontes. Antes da versão de 2013 existiam diferentes classificações de trem-tipo,
de acordo com o tipo de classificação da rodovia; com trens-tipos das classes 45, 30 e 12, as
quais apresentam respectivamente veículos de 45, 30 e 12 toneladas. Atualmente, em função de
alterações nos modelos de veículos utilizados no transporte de cargas e devido a densificação
da frota rodoviária nacional, foi definido por meio de revisão da norma a utilização de apenas
23
um trem-tipo rodoviário, denominado por TB-450, este com carga total de 450 kN, e para
situações especiais como construções de pontes em estradas vicinais municipais ficou definida
carga mínima para o trem-tipo de 240 kN.
Além da carga móvel do trem-tipo, houve alterações referentes as cargas distribuídas
uniformes (cargas distribuídas por área que representam a ocupação da ponte por pedestres e
demais objetos, usualmente denominada como carga de multidão) que se aplicam
simultaneamente ao trem-tipo. Atualmente, estas cargas devem ser aplicadas na pista rodoviária
(carga rodoviária), circundando o veículo padrão, com valores característicos de 5 kN/m². Já
nos passeios destinados a pedestres, o valor nominal da carga uniformemente distribuída deve
ser de 3 kN/m², na posição mais desfavorável, concomitantemente com a carga rodoviária e os
elementos estruturais do passeio, dimensionados para cargas de 5 kN/m².
Figura 7 – Trem-tipo padrão ABNT NBR 7188:2013 e carga uniformemente distribuídas
Fonte: NBR 7188:2013 (ABNT).
Segundo esta norma, o dimensionamento de qualquer elemento estrutural da ponte deve
se dar sempre em função dos esforços gerados devido a posição mais desfavorável possível do
trem-tipo sobre o tabuleiro.
A carga móvel do trem-tipo assume posição qualquer em toda a
pista rodoviária, com as rodas na posição mais desfavorável,
inclusive acostamento e faixas de segurança. A carga distribuída
deve ser aplicada na posição mais desfavorável,
independentemente das faixas rodoviárias. NBR 7188:2013.
24
Outro aspecto importante levantado por esta norma é a aplicação de um fator de
majoração para as cargas móveis, afim de considerar a influência dinâmica destas cargas sobre
a estrutura da ponte como um todo, de modo que o cálculo de projeto, apesar de ser realizado
por meio de cargas estáticas, leve em conta a influência dinâmica das ações. A versão de 2013
da NBR 7188 apresenta o coeficiente de impacto vertical (CIV), como um coeficiente de
majoração, com a função de considerar a ação dinâmica das cargas móveis através da aplicação
de uma carga estática equivalente, majorada (simulando o efeito dinâmico da carga móvel na
estrutura da ponte), porém é ressaltada a necessidade de análises dinâmicas para pontes mais
sensíveis e/ou de baixa rigidez.
Além do CIV, são mencionados na NBR 7188:2013 mais dois coeficientes,
denominados de coeficiente do número de faixas (CNF) e coeficiente de impacto adicional
(CIA). O primeiro leva em consideração a probabilidade de ocorrência de mais de um veículo
sobre o tabuleiro da ponte em função do número de faixas de tráfego, ocasionando na minoração
das cargas móveis para situações com número de faixas superiores a 2. Já o segundo (CIA),
consiste em um coeficiente de majoração destinado a considerar uma elevação das cargas
móveis devido as imperfeições geométricas que geralmente ocorrem na ligação entre a ponte e
os acessos rodoviários da mesma, como por exemplo, descontinuidades geradas por juntas entre
elementos estruturais na faixa de rodagem. A NBR 7188/2013 apresenta detalhadamente a
explicação relativa a aplicação do CIA.
Todas as seções de elementos estruturais a uma distância
horizontal, normal a junta, inferior a 5,0 m para cada lado da
junta ou descontinuidade estrutural, devem ser dimensionadas
com os esforços das cargas móveis majoradas pelo coeficiente
de impacto adicional (CIA). NBR 7188/2013
Como a majoração das cargas devido ao CIA se dá devido a imperfeições geométricas
ocorrentes na ligação da ponte com as faixas de rodagem da rodovia, este coeficiente de acordo
com a NBR 7188:2013 deve ser aplicado para seções de elementos estruturais com distância
até as juntas da ponte inferiores a 5,0 metros. Na Figura 8 são mostrados os locais para aplicação
dos coeficientes.
25
Figura 8 – Representação gráfica dos locais onde as cargas móveis devem ser multiplicadas
pelos coeficientes CIV, CNF e CIA para pontes treliçadas genéricas, sem a existência de juntas
de dilatação.
Fonte: Autor.
26
3 METODOLOGIA
Este trabalho consiste em realizar análises comparativas referentes a pontes metálicas
treliçadas por meio da utilização de modelos computacionais voltados à análise estrutural. Para
a realização de análise comparativa inicialmente foram definidas algumas diretrizes para os
projetos a serem desenvolvidos, a fim de propiciar análise técnica de parâmetros referentes ao
pós-processamento da estrutura.
3.1 PREMISSAS DE PROJETO
3.1.1 Vigas treliçadas
A proposta do trabalho sugere a análise de pontes treliçadas metálicas. Inicialmente
definiu-se que a ponte a ser estudada seria destinada a rodovias de classes II e III, caracterizadas
por serem rodovias coletoras. Quanto ao número de faixas de rodagem a ponte em questão é de
pista simples com duas faixas de rodagem em sentidos opostos, inexistindo área exclusiva
destinada aos passeios para pedestres nas laterais da ponte. Além disto, definiu-se a utilização
de três tipos de vigas treliçadas para as análises comparativas, Howe, Pratt e Warren, sendo
estes modelos alguns dos mais empregados para treliças, as quais foram anteriormente descritas
na seção 2.2.
Além de avaliar os três modelos de vigas treliçadas, também buscou-se verificar
diferenças de desempenho para duas alturas de treliças, 3,0 e 5,0 m.
3.1.2 Vão livre
O vão livre adotado para a análise foi escolhido tendo em vista adequar o estudo a
situações recorrentes no emprego de pontes metálicas. Estipulou-se um vão livre de 30 metros,
distância esta, condizente com projetos de pontes treliçadas.
3.1.3 Tabuleiro
A largura total adotada para a ponte é de 12,0 metros (Tabela 1), de acordo com a
Instrução de serviço para determinação de gabarito de Obras-de-arte Especiais do DAER/RS
27
de 2013, que estipula esta dimensão como a necessária para rodovias com tráfego em pista
simples com duas faixas de rodagem para rodovias de classes II e III. Englobando desta forma
as dimensões das faixas de rolamento e dos acostamentos.
Tabela 1 – Gabaritos de OAEs em função da classe da rodovia
Fonte: IS-113, DAER/RS (2013).
A ponte proposta apresenta tabuleiro inferior, de maneira que lateralmente a pista
estejam presentes as vigas treliçadas, funcionando como barreiras de contenção aos veículos.
Para a execução das faixas de rodagem foram previamente adotadas placas de concreto armado
pré-moldadas, de largura igual a 2,0 metros e comprimento variável entre 3,0 e 5,0 metros, a
depender do modelo estrutural. A espessura adotada para as placas de concreto armado foi de
15 cm, a qual é superior a determinação apresentada pela NBR 6118:2014 de que lajes que
suportem veículos de peso total superior a 30 kN devam ter pelo menos 12 cm. Estas lajes pré-
moldadas serão apoiadas sobre vigas metálicas, tendo-se vigas transversais e longitudinais para
receber os esforços provenientes desses elementos de placa.
Como o objetivo deste trabalho está associado a análise comparativa, em especial aos
materiais metálicos nas pontes estudadas não foram dimensionados os elementos em concreto
do tabuleiro, sendo o dimensionamento destes realizado com base no carregamento móvel do
trem tipo, e do peso próprio, para uma laje simplesmente apoiada em todos os bordos.
Neste trabalho será adotada uma concepção estrutural tal que as reações das vigas
longitudinais são aplicadas nas vigas transversais.
28
As vigas longitudinais têm comprimentos de 3,0 e 5,0 metros, conforme a altura da
treliça, que pode ser de 3,0 ou de 5,0 metros, respectivamente. Nos dois casos, a distância entre
as vigas longitudinais adotada foi de 2,0 metros. As vigas transversais apresentam o
comprimento igual à largura da ponte, 12,0 metros. Na Figura 9 apresenta-se os elementos
constituintes dos modelos estruturais analisados, já na figura 10 apresenta-se uma estrutura
típica de pontes treliçadas sem as contenções laterais, com indicação de vigas transversais e
longitudinais.
Figura 9 – Elementos estruturais das pontes modeladas: (a) tabuleiro gerado por grelha
simulando placas de concreto e vigas longitudinais; (b) vigas longitudinais do tabuleiro;
(c) vigas longitudinais e vigas transversais; (d) vigas treliçadas juntamente com vigas do
tabuleiro; (e) estrutura completa da ponte com as contenções laterais; (f) seção transversal da
ponte, em vista inclinada com todos os elementos estruturais; (g) vista superior tabuleiro
(a) Tabuleiro gerado por grelha simulando placas de concreto e vigas longitudinais.
(b) Vigas longitudinais do tabuleiro
(c) Vigas longitudinais e vigas transversais
29
(d) Vigas treliçadas juntamente com vigas do tabuleiro
(e) Estrutura completa da ponte com as contenções laterais
(f) Seção transversal da ponte, em vista inclinada com todos os elementos estruturais
(g) Vista superior tabuleiro, orientação da distribuição de esforços das placas pré-moldadas
de concreto armado para as vigas metálicas do tabuleiro, ponte de 5,0 metros de altura
Fonte: Adaptado de SAP 2000.
30
Figura 10 – Elementos estruturais de ponte treliçada
Fonte: Sussekind (1981).
3.1.4 Contenções laterais
De acordo com o Manual de Projeto de Obras de Arte Especiais (DNER) o gabarito, ou
a altura livre sobre a pista, proposto para obras como estas é de no mínimo 5,5 metros. Como
as treliças propostas para comparação de resultados não apresentam vigas treliçadas que
alcancem esta altura mínima, a contenção lateral usualmente adotada ligando o banzo superior
das treliças com barras (Figura 11) ficou inviabilizada. Alternativamente, havia a possibilidade
de utilização de um tabuleiro superior, acima da treliça (Figura 12), porém, o processo de
execução desta maneira acaba se tornando mais complexo. A solução adotada foi a utilização
de contenção lateral com barras prolongadas a partir do tabuleiro associadas a diagonais
transversais ao tráfego da ponte, como ilustra a Figura 13.
Figura 11 – Contenção lateral padrão acima do tabuleiro com barras tracionadas: (a) vista
inclinada de ponte com contenção lateral superior; (b) vista superior de contenção lateral
(a) Vista inclinada de ponte com contenção
lateral superior
(b) vista superior de contenção lateral
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
31
Figura 12 – Contenção lateral padrão abaixo do tabuleiro com barras tracionadas: (a) vista
inclinada de ponte com contenção lateral inferior; (b) vista frontal de ponte com tabuleiro
superior
(a) Vista inclinada de ponte com contenção
lateral inferior
(b) Vista frontal de ponte com tabuleiro
superior
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Figura 13 – Contenção lateral externa ao tabuleiro: (a) vista inclinada de ponte com contenção
lateral externa ao tabuleiro; (b) vista frontal de ponte com contenção lateral externa
(a) Vista inclinada de ponte com contenção
lateral externa ao tabuleiro
(b) Vista frontal de ponte com contenção lateral
externa
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
3.2 PERFIS UTILIZADOS
Para a realização dos modelos estruturais optou-se neste estudo pela utilização de perfis
metálicos de seção “I”, dimensionados de acordo com a NBR 8800/2008.
As seções I, por apresentarem concentrações de massa distantes de seu centro de
gravidade propiciam maiores resistências a flexão as peças, sendo o modelo ideal, e mais
usualmente empregado para vigas, onde existe a necessidade de se obter uma seção mais
resistente a flexão em um dos eixos, usualmente denominado de eixo x para perfis metálicos.
Quanto ao processo de fabricação do perfil foram empregadas barras laminadas (Figura
14.a) em sua grande maioria. As vigas treliçadas e vigas longitudinais foram dimensionadas por
32
meio de perfis laminados, já nas vigas transversais que apresentaram esforços maiores, em
especial na flexão, foi necessário dispor de perfis soldados (Figura 14.b), por apresentarem
maiores dimensões.
Figura 14 – Modelos de perfis I utilizados na estrutura: (a) laminado; (b) soldado
(a) Laminado (b) Soldado
Fonte: Pfeil e Pfeil (2008); FAM - Construções metálicas pesadas (http://perfilsoldado.com.br/perfis-soldados-
vigas-soldadas-catalogo-tabelas-serie-vs-cvs-cs-vsm-ps-i-h-t-caixao/).
Os perfis laminados adotados são provenientes do catálogo de Perfis Estruturais da
Gerdau. Já os perfis soldados utilizados foram especificados de acordo com Catálogo de perfis
soldados da Aço Minas. Ambos os catálogos utilizados estão nos anexos A e B deste trabalho.
3.3 AÇO
Para o dimensionamento das pontes com estruturas treliçadas foi necessária a adoção de
um tipo de aço estrutural entre os definidos por norma. A norma brasileira NBR 8800:2008
apresenta os tipos de aços utilizáveis para cada tipo de elemento metálico conforme a Tabela 2.
33
Tabela 2 – Aços para uso estrutural especificados por normas brasileiras
Fonte: NBR 8800:2008 (ABNT).
No estudo em questão fora necessário utilizar um tipo de aço que apresentasse
desempenho satisfatório para a estrutura. Desta forma, optou-se por utilizar um aço de alta
resistência e baixa liga adequado a perfis estruturais, denominado pela norma brasileira de
AR 350 Grau 50, o qual também é denominado por norma americana de aço ASTM A572 Grau
50.
Esta escolha se deu pelo fato de este tipo de aço apresentar grande aceitação de mercado,
sendo o tipo de aço mais utilizado atualmente no cenário nacional, em função de apresentar boa
resistência, e uma relação de custo mais vantajosa que aços de menores resistências.
A nomenclatura do aço AR 350, indica que a tensão de escoamento (𝑓𝑦) que o aço
apresenta de acordo com a curva tensão deformação é de 350 MPa. Já a tensão de ruptura (𝑓𝑢)
34
é de 450 MPa. A seguir tem-se a representação da curva tensão-deformação característica para
materiais metálicos pela figura 15.
Figura 15 – Curva Tensão-Deformação característica de materiais metálicos
Fonte: (http://carroceria.blogspot.com/)
3.4 LIGAÇÕES
As ligações entre elementos pré-fabricados, como os perfis metálicos, são um ponto
crucial para a realização de análise de esforços na estrutura como um todo, de modo que a
alteração no funcionamento de uma ligação implica em redistribuições de esforços e alterações
no comportamento global da estrutura.
Segundo NBR 8800:2008 as ligações metálicas consistem em elementos de ligação,
como enrijecedores, chapas de ligação, cantoneiras e consolos, e meios de ligação como
parafusos, soldas, barras redondas rosqueadas e pinos.
As ligações entre perfis teoricamente são classificadas entre ligações rígidas e ligações
flexíveis, porém estas hipóteses de ligação na estrutura real passam a ser algo hipotético e
utópico, vista a dificuldade de se obter elementos que apresentem rotações relativas nulas e
transmissão de momento igual a zero entre as barras (ligações flexíveis) ou transmissão total de
momentos fletores (ligações rígidas).
A realidade física das ligações apresenta uma terceira configuração de ligação,
denominada de ligação semirrígida, a qual representa uma situação intermediária entre os dois
35
modelos hipotéticos anteriormente mencionados. Neste tipo de ligações pode haver uma
tendência ao comportamento rígido ou flexível, sendo isto avaliado por meio da curva
momento x rotação relativa, ilustrada na Figura 16.
Figura 16 – Curva momento x rotação relativa
Fonte: Manual Centro Brasileiro de Construção em Aço (CBCA) (2003).
A seguir tem-se a representação dos tipos de ligações por meio da rotação de uma viga
em relação a um lance de pilares. Na Figura 17 estão demonstradas as situações de transmissão
de momento e rotação relativas para as barras conectadas.
Figura 17 – Classificação das ligações segundo sua rigidez: (a) rígida; (b) articulada;
(c) semirrígida
(a) Rígida (b) Articulada (c) Semirrígida
Fonte: Rodrigues (2007).
36
As ligações nos projetos apresentados neste estudo são do tipo articulada. Em geral as
ligações para serem consideradas articuladas fazem uso de cantoneiras parafusadas ou soldadas,
já as ligações rígidas utilizam-se de enrijecedores, para evitar a rotação em torno dos eixos x e
y das barras como mostra a Figura 18.
Figura 18 – Representação esquemática de ligações metálicas: (a) ligações rígidas; (b) ligações
flexíveis
(a) Ligações Rígidas (b) Ligações Flexíveis Fonte: (https://ecivilufes.files.wordpress.com/2013/02/01-ligac3a7c3b5es-introduc3a7c3a3o.pdf).
Para as ligações entre as vigas transversais e longitudinais do tabuleiro das pontes optou-
se por uma ligação entre vigas com dupla cantoneira parafusada-parafusada como a apresentado
na Figura 19 (a).
Figura 19 – Ligações viga-viga para perfis metálicos I: (a) parafusada-parafusada; (b) soldada-
parafusada
(a) Ligação parafusada-parafusada (b) Ligação soldada-parafusada
Fonte: Autor.
37
Entre as barras constituintes da treliça adotou-se ligações que se utilizem de chapas de
ligação, por meio das quais é possível ligar os perfis diretamente as chapas e desta forma manter
os nós articulados.
Apesar da determinação dos tipos de ligações, neste trabalho não foi calculada a
resistência dos elementos de ligação e do perfil na seção de ligação, em especial devido à
complexidade que estas exigem, sendo necessária a realização de um projeto mais detalhado a
fim de realizar estas verificações, ficando como margem para estudos posteriores as
verificações a respeito do real dimensionamento e quantificação das resistências das seções
metálicas nos pontos de ligação entre os elementos.
3.5 MODELOS ESTRUTURAIS
Para realizar uma análise comparativa de pontes metálicas treliçadas foi necessário
realizar a modelagem de diferentes estruturas de forma que fosse possível verificar diferenças
entre os resultados oriundos de cada concepção.
Para a análise das estruturas de pontes propostas foram utilizados modelos
tridimensionais, utilizando-se de ferramenta computacional. O software escolhido para a
realização da análise foi o SAP 2000, versão 19, o qual é um programa voltado para análise de
estruturas em geral.
Entre os modelos estruturais propostos estão 6 pontes metálicas com vigas treliçadas,
todas de tabuleiro inferior e com contenções laterais externas ao tabuleiro. Inicialmente,
observou-se o comportamento estrutural de 3 pontes metálicas treliçadas diferentes, todas com
altura de viga metálica treliçada igual a 3,0 metros, diferindo pela orientação das barras
metálicas constituintes das vigas, de maneira a configurar as treliças do tipo Howe, Pratt e
Warren. A seguir estão apresentados estes três tipos de pontes para vigas com altura de 3,0
metros.
38
Figura 20 – Ponte metálica com vigas treliçadas do tipo Howe com 3,0 metros de altura:
(a) vista frontal inclinada; (b) vista isométrica; (c) vista lateral de viga treliçada.
a) Vista frontal inclinada b) Vista isométrica
c)Vista lateral de viga treliçada
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Figura 21 – Ponte metálica com vigas treliçadas do tipo Pratt com 3,0 metros de altura:
(a) vista frontal inclinada; (b) vista isométrica; (c) vista lateral de viga treliçada.
a) Vista frontal inclinada b) Vista isométrica
c)Vista lateral de viga treliçada
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
39
Figura 22 – Ponte metálica com vigas treliçadas do tipo Warren com 3,0 metros de altura:
(a) vista frontal inclinada; (b) vista isométrica; (c) vista lateral de viga treliçada.
a) Vista frontal inclinada b) Vista isométrica
c)Vista lateral de viga treliçada
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Nas Figuras 20, 21 e 22, os elementos estruturais apresentam colorações distintas afim
de identificá-los. As barras de cor azul indicam a disposição de uma grelha equivalente de malha
0,5 x 0,5 m, as quais representam lajes pré-moldadas de concreto armado de dimensões iguais
a 2,0 x 3,0 m. Primeiramente definiu-se estas barras com o peso específico do concreto,
equivalente a 25 kN/m³, espessura dos elementos de barra igual a 15 cm e largura de 50 cm.
Para obter-se o comportamento estrutural de uma laje de concreto simplesmente apoiada sobre
vigas metálicas as ligações entre as barras da grelha e as vigas metálicas foram definidas como
ligações rotuladas, ou articuladas, de maneira a não haver transmissão de momentos entre as
lajes pré-moldadas e as vigas do tabuleiro. Outro fator importante na análise destas grelhas foi
a aplicação de um fator de redução no peso das mesmas em função da sobreposição de parte
dos elementos na montagem da grelha conforme apresentado na Figura 23.
40
Figura 23 – Sobreposição de elementos de grelha: (a) demonstração de sobreposição de
elementos da grelha; (b) seção transversal dos elementos de barra constituintes da grelha
(a) Demonstração de sobreposição de
elementos da grelha (b) Seção Transversal dos elementos de
barra constituintes da grelha. Fonte: Autor.
Nos modelos propostos para a análise das pontes foram utilizados elementos de barra
(reticulados). No tabuleiro da ponte, os elementos da grelha, que representam a laje de concreto,
são ilustrados na Figura 23 por meio das barras vermelhas. Na Figura 23 (a) pode-se observar
a existência de uma sobreposição de elementos da grelha sobre o elemento ao centro. Isto indica
a necessidade de se adotar uma redução no peso próprio destes elementos, evitando que seja
considerada uma carga em excesso.
Devido a isto o fator de redução do peso próprio dos elementos de barra da grelha de
concreto utilizado foi de 0,5 vezes o peso próprio do elemento de laje de 15 x 50 x 50 cm.
Os elementos de barra em amarelo nas Figuras 20, 21 e 22, indicam os perfis
longitudinais metálicos, dispostos paralelamente a cada 2,0 metros, absorvendo parte dos
esforços gerados em cada uma das lajes pré-moldadas.
As ligações entre os perfis longitudinais e os perfis transversais foram adotados como
ligação articulada, de maneira que os perfis longitudinais se apoiem nos perfis transversais sem
transmissão de momento.
Já as barras vermelhas do modelo representam os perfis transversais, cujo o
comprimento é de 12,0 metros, de forma a absorver grandes esforços e gerar momentos fletores
elevados nestas barras em função do elevado carregamento aplicado em pontes.
As barras laranjas representam os perfis constituintes das vigas treliçadas, variando suas
configurações de acordo com o modelo analisado.
Por fim, as barras em rosa são responsáveis pelas contenções laterais, comentadas na
seção 3.1.4 deste trabalho.
41
Além destes três modelos, com vigas treliçadas de 3,0 metros de altura, também foram
analisadas as mesmas três pontes com vigas treliçadas de 5,0 metros de altura, apresentadas nas
Figuras 24, 25 e 26.
Figura 24 – Ponte metálica com vigas treliçadas do tipo Howe com 5,0 metros de altura:
(a) vista frontal inclinada; (b) vista isométrica; (c) vista lateral de viga treliçada
a) Vista frontal inclinada b) Vista isométrica
c)Vista lateral de viga treliçada
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Figura 25 – Ponte metálica com vigas treliçadas do tipo Pratt com 5,0 metros de altura:
(a) vista frontal inclinada; (b) vista isométrica; (c) vista lateral de viga treliçada.
a) Vista frontal inclinada b) Vista isométrica
42
c)Vista lateral de viga treliçada
Fonte: Adaptado de SAP 2000.
Figura 26 – Ponte metálica com vigas treliçadas do tipo Warren com 5,0 metros de altura:
(a) vista frontal inclinada; (b) vista isométrica; (c) vista lateral de viga treliçada.
a) Vista frontal inclinada b) Vista isométrica
c)Vista lateral de viga treliçada
Fonte: Adaptado de SAP 2000.
Como o objetivo do trabalho voltou-se a analisar pontes projetadas com estrutura
metálica treliçada e análise das diferentes concepções de vigas, o trabalho teve um maior
enfoque na superestrutura das pontes, ficando em aberto para trabalhos posteriores a análise da
mesoestrutura e infraestrutura destas pontes com aplicação de elementos metálicos.
3.6 AÇÕES E COMBINAÇÕES DE AÇÕES NA ESTRUTURA
As ações e as combinações de ações sobre pontes são descritas de acordo com a
ABNT NBR 7188:2013 – Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes, viadutos e outras
estruturas. Entre as ações atuantes nas pontes pode-se destacar as ações permanentes e as ações
variáveis. Nas pontes analisadas a parcela de carga mais considerável analisada foram as ações
variáveis por meio das cargas móveis.
43
3.6.1 Ações permanentes
As ações permanentes aplicadas sobre os modelos gerados foram o peso próprio dos
elementos reticulados como um todo, sendo o mesmo calculado automaticamente por meio do
programa de análise estrutural empregado, o SAP 2000, versão19.
Entre as principais cargas permanentes destaca-se o peso próprio das lajes de concreto,
as quais apresentam espessura de 15cm com concreto armado de peso específico de 25kN/m³,
onde parte desta dimensão se refere a uma camada sobre as placas de concreto de forma a
manter a configuração das vias rodoviárias de acordo com as normatizações de trânsito.
3.6.2 Ações variáveis
3.6.2.1 Cargas móveis
A NBR 7188:2013 apresenta as cargas móveis em pontes, como descrito no item 2.3.1
deste trabalho. As cargas móveis devem ser aplicadas em diferentes posições do modelo, a fim
de se obter os resultados críticos para os diversos elementos constituintes da ponte.
As cargas móveis são divididas em cargas concentradas e cargas distribuídas. As cargas
concentradas representam os pontos de aplicação de carga pelos pneus do trem-tipo, e as cargas
distribuídas representam uma sobrecarga extra além do trem-tipo sobre as pontes ou passarelas.
As cargas concentradas são definidas de acordo com a equação 1 e as cargas distribuídas pela
equação 2.
Q = P ∗ CIV ∗ CNF ∗ CIA (1)
q = p ∗ CIV ∗ CNF ∗ CIA (2)
nas quais:
P é o valor estático da ação de uma roda do veículo tipo;
Q é o valor estático da ação de uma roda do veículo tipo, acrescido de todos os coeficientes de
ponderação;
p é o valor estático da carga móvel uniformemente distribuída;
q é o valor estático da carga móvel, acrescido de todos os coeficientes de ponderação;
CIV é o coeficiente de impacto vertical;
CNF é o coeficiente de número de faixas;
44
CIA é o coeficiente de impacto adicional;
Os coeficientes da norma foram determinados segundo as equações 3, 6 e 10.
CIV = 1 + 1,06 ∗ (20/(Liv + 50)) (3)
CIV = 1 + 1,06 ∗ (20/(30 + 50)) (4)
CIV = 1,265 (5)
nas quais:
Liv é o vão em metros para o cálculo do CIV;
sendo
Liv é o comprimento do vão, em barras biapoiadas ou em balanço. No caso de
vãos contínuos, deve ser realizada a média aritmética dos vãos.
CNF = 1 − 1,05 ∗ (n − 2) > 0,9 (6)
CNF = 1 − 1,05 ∗ (2 − 2) > 0,9 (7)
CNF = 1,0 > 0,9 (8)
nas quais:
n é o número de faixas de tráfego rodoviário a serem carregadas sobre um tabuleiro
transversalmente contínuo. Acostamentos e faixas de segurança não são faixas de tráfego da
rodovia.
CIA = 1,25 para obras em concreto ou mistas; (9)
CIA = 1,15 para obras em aço; (10)
Como o veículo tipo definido por norma apresenta um peso total de 450 kN, sendo
distribuída por 6 pontos, definidos pelas rodas do trem-tipo, a carga “P” é equivalente a uma
fração do peso total do veículo igual a 75 kN por roda.
Já a carga distribuída “p” é definida pela NBR 7188:2013 com o valor de 5 kN/m²,
aplicada sobre toda a faixa de rodagem, com exceção da área abrangida pelo trem-tipo, como
apresentado na seção de número 2.4.1 deste trabalho.
Tendo em vista a utilização de analogia de grelha para a simulação de laje de concreto
nos modelos apresentados, será necessário fazer algumas considerações prévias para a aplicação
de carga no tabuleiro da ponte. Na grelha utilizada foram aplicadas apenas cargas sobre os nós,
implicando na necessidade de se avaliar a área de influência de cada nó da grelha sobre a laje
de concreto, de maneira que a carga aplicada em cada nó resulte igual a carga distribuída por
45
área que se busca considerar. A figura 27 apresenta uma representação gráfica de como foi
definida a área de influência sobre os nós.
Figura 27 – Área de influência em cada nó da grelha
Fonte: Kaminski (2018)
Observando-se o que foi descrito acima, as cargas aplicadas por nó no tabuleiro das
pontes foram calculadas de acordo com as equações 11, 12, 13 e 14.
Ainf = 0,25m² (11)
p = 5kN/m² (12)
pnó =
5kN/m²
0,25m² (13)
pnó = 1,25kN (14)
nas quais:
Ainf é a área de influência representativa de um nó da grelha equivalente;
pnó é o valor estático da carga uniformemente distribuída por nó da grelha equivalente;
Para avaliar o desempenho estrutural de uma ponte é necessário que se façam as
verificações de esforços gerados em cada elemento de acordo com todas as possíveis posições
do trem-tipo. Os modelos estruturais desenvolvidos pelo programa de análise estrutural SAP
2000, versão 19, não apresentam um comando automático para análise de cargas móveis sobre
a estrutura. Devido a este fato foi necessária a realização do posicionamento do trem-tipo sobre
os mais diversos locais do tabuleiro da ponte, de maneira a avaliar todos os casos em que a
carga aplicada pudesse levar alguma barra da estrutura a um esforço crítico.
Para realizar esta análise foi necessária a criação de diversas cargas estáticas diferentes
nos modelos analisados, nas quais cada uma representasse uma posição diferente do veículo
tipo. A Figura 28 apresenta a situação de carregamento gerada sobre o tabuleiro das pontes
modeladas para uma das posições de carga móvel adotadas na verificação de esforços.
46
No total foi realizado o posicionamento das cargas concentradas geradas pelo trem tipo
em 50 situações de carregamento, afim de se avaliar as condições críticas de todas as barras da
estrutura.
Figura 28 – Tabuleiro das pontes de 5,0 m de altura com aplicação de carga móvel para uma
posição do trem tipo : (a) Cargas móveis próximas aos apoios com influência do CIA.
(b) Cargas móveis aplicadas a distância maior que 5,0 metros dos apoios sem influência do
CIA; (c) Detalhe de aplicação das cargas móveis, trem tipo na extremidade direita do centro da
ponte.
(a) Cargas móveis próximas aos apoios
com influência do CIA
(b) Cargas móveis aplicadas a distância
maior que 5,0 metros dos apoios sem
influência do CIA
(c) Detalhe de aplicação de carga móveis, trem tipo na extremidade direita do centro da
ponte.
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
47
Para a aplicação de uma carga móvel sobre o tabuleiro da treliça foi necessária a criação
de dois elementos de carga distintos, em função dos coeficientes de majoração aplicáveis em
diferentes distâncias das extremidades da ponte, no caso o coeficiente CIA é utilizado para
majorar as cargas móveis nos primeiros e nos últimos 5,0 metros da ponte, como apresentado
na seção de número 2.4.1 deste trabalho.
Posteriormente seguiu-se com aplicações das cargas móveis concentradas sobre
diferentes nós da estrutura.
Como apresentado na seção 2.4.1 deste trabalho, o veículo tipo apresenta uma distância
entre a lateral do veículo e o pneu mais próximo igual a 50 cm, e uma largura de pneu
equivalente a 50 cm, resultando em uma distância entre a lateral da ponte e o centro do pneu de
75 cm. Apesar destes fatores, as cargas móveis foram aplicadas, entre outras posições, sobre o
elemento de barra mais externo a ponte. Esta situação de carregamento, apesar de não ocorrer
na prática em função da presença das vigas treliçadas, gera uma análise de esforços a favor da
segurança da estrutura.
Como as pontes analisadas apresentavam simetria em torno de dois eixos foi possível
realizar as aplicações de cargas móveis somente nas áreas equivalentes a 1/4 do tabuleiro das
pontes para obter os esforços da estrutura como um todo. As situações de carregamento em que
o veículo se encontrou trafegando sobre as duas pistas simultaneamente, em parte na pista da
direita e em parte na pista da esquerda, ou seja, no centro do vão de 12 metros, também foi
verificada no dimensionamento da estrutura. A Figura 29 apresenta os eixos de simetria do
tabuleiro da ponte.
Figura 29 – Eixos de simetria do tabuleiro das pontes analisadas
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19
48
3.6.3 Combinações de ações
As combinações de ações utilizadas para os projetos de pontes são definidas por meio
das especificações da NBR 8681:2003 - Ações e segurança nas estruturas - Procedimento,
norma esta que apresenta os coeficientes de ponderação para cada tipo de estrutura e
carregamento.
O método dos estados limites, que é o método utilizado no dimensionamento de
estruturas construídas de acordo com as prescrições desta norma técnica, estabelece a
necessidade de verificação das estruturas para os estados limites de serviço e para os estados
limites últimos.
O primeiro faz referência a verificação dos deslocamentos gerados na estrutura
carregada, a fim de evitar desconforto visual e tátil dos usuários e de não prejudicar a utilização
da estrutura.
3.6.3.1 Estados limites últimos
Os estados limites últimos (E.L.U.) estão relacionados ao colapso da estrutura. Quando
não respeitado o dimensionamento gerado pelos estados limites últimos coloca-se a estrutura
em risco, com a possibilidade de ocorrência de ruptura dos elementos estruturais.
Segundo a NBR 8681:2003, as combinações para os estados limites últimos podem ser
subdivididas em:
• Combinações últimas normais: associadas ao carregamento normal da estrutura, que
atende a destinação inicialmente prevista para a estrutura, sendo aplicado por longos
períodos.
• Combinações últimas especiais ou de construção: associados a situações de
carregamento ainda na construção da estrutura ou na aplicação de ações consideradas
como especiais, que ocorram em um curto período.
• Combinações últimas excepcionais: associadas a aplicação de cargas excepcionais sobre
a estrutura, como sismos e explosões.
Para o trabalho em questão analisou-se as estruturas de acordo com estado limite último,
com combinações normais, conforme a equação 15.
49
𝐹𝑑 = ∑ 𝛾𝑔𝑖𝐹𝐺𝑖,𝑘
𝑚
𝑖=1
+ 𝛾𝑞 [𝐹𝑄1,𝑘 + ∑ Ψ0𝑗𝐹𝑄𝑗,𝑘
𝑛
𝑗=2
] (15)
na qual:
𝐹𝐺𝑖,𝑘 é o valor característico das ações permanentes;
𝐹𝑄1,𝑘 é o valor característico da ação variável considerada como ação principal para a
combinação;
Ψ0𝑗𝐹𝑄𝑗,𝑘 é o valor reduzido de combinação de cada uma das demais ações variáveis.
Para os modelos de pontes estudados, os coeficientes de ponderação para as ações
permanentes são definidos por norma de acordo com as tabelas 3 e 4 a seguir.
Tabela 3 – Ações permanentes diretas agrupadas
Combinação Tipo de estrutura Efeito
Desfavorável Favorável
Normal
Grandes pontes1)
Edificações tipo 1 e pontes em geral2)
Edificação tipo 23)
1,30
1,35
1,40
1,0
1,0
1,0
Especial ou de construção
Grandes pontes1)
Edificações tipo 1 e pontes em geral2)
Edificação tipo 23)
1,20
1,25
1,30
1,0
1,0
1,0
Excepcional
Grandes pontes1)
Edificações tipo 1 e pontes em geral2)
Edificação tipo 23)
1,10
1,15
1,20
1,0
1,0
1,0
1) Grandes pontes são aquelas em que o peso próprio da estrutura supera 75% da totalidade das ações
permanentes. 2) Edificações tipo 1 são aquelas onde as cargas acidentais superam 5kN/m².
3) Edificações tipo 2 são aquelas onde as cargas acidentais não superam 5kN/m².
Fonte: NBR 8681:2003 (ABNT).
50
Tabela 4 – Ações variáveis consideradas conjuntamente.
Combinação Tipo de estrutura Coeficiente de ponderação
Normal
Pontes e edificações tipo 1
Edificações tipo 2
1,5
1,4
Especial ou de construção
Pontes e edificações tipo 1
Edificações tipo 2
1,3
1,2
Excepcional Estruturas em geral 1,0
1)Quando a ações variáveis forem consideradas conjuntamente, o coeficiente de ponderação mostrado na tabela
5 se aplica a todas as ações, devendo-se considerar também conjuntamente as ações permanentes diretas. Nesse caso permite-se considerar separadamente as ações indiretas como recalque de apoio e retração dos materiais
conforme tabela 3 e o efeito de temperatura conforme tabela 4.
Fonte: NBR 8681:2003 (ABNT).
Seguindo as determinações desta norma, pode-se escrever simplificadamente a
combinação de ações dos estados limites últimos de acordo com a equação 16.
𝐹𝑑 = (1,351,00
) ∗ 𝐹𝐺,𝑘 + 1,5 ∗ 𝐹𝑄1,𝑘 (16)
na qual:
𝐹𝐺,𝑘 é o valor característico associado a todas as ações permanentes atuantes no modelo,
como o peso próprio da estrutura e camada asfáltica de pavimentação;
𝐹𝑄1,𝑘 é o valor caraterístico associado a ação variável principal atuante no modelo, ou
seja, as cargas móveis.
Os coeficientes associados as ações permanentes (1,35 e 1,00) apresentam variação de
acordo com a condição favorável ou desfavorável de carregamento aos elementos estruturais
sendo analisados. O carregamento favorável a segurança da estrutura está usualmente associado
a estruturas com elementos em balanço, onde a carga permanente sobre determinados trechos
da ponte pode ajudar a minimizar momentos fletores máximos em outros segmentos de viga.
Outra situação recorrente em que o peso próprio atua em favor da segurança da estrutura se dá
na análise de pontes com vigas contínuas. A análise dos locais onde é necessária a aplicação de
carga com efeito favorável ou desfavorável é avaliada por meio da geração de um artifício
denominado linha de influência.
51
Sussekind (1981, p. 301) explica que “Linha de influência de um efeito elástico E de
uma dada seção S é a representação gráfica ou analítica do valor deste efeito, naquela seção S,
produzido por uma carga concentrada unitária, de cima para baixo, que percorre a estrutura”. A
Figura 30 apresenta graficamente a definição acima por meio de um exemplo.
Figura 30 – Linha de Influência de momentos fletores na seção S (Ms)
Ms = a para P aplicado no ponto A;
Ms = - b para P aplicado no ponto B.
Fonte: Sussekind (1981).
Em outras palavras, linhas de influência ou superfícies de influência (para modelos
tridimensionais) são uma forma de representação gráfica, que possibilita analisar os esforços
gerados sobre um determinado ponto específico, por meio da aplicação de uma carga unitária
concentrada móvel ao longo de todo o elemento. Para obter a linha de influência do momento
fletor de um ponto “x” de uma viga, calcula-se o momento no ponto “x” para uma carga unitária
concentrada em cada um dos pontos desta viga, percorrendo a carga sobre toda a extensão da
viga e posteriormente faz-se uma representação gráfica em forma de diagrama com os
resultados. Com o resultado em mãos é possível avaliar quais os locais da viga devem receber
aplicação de cargas favoráveis ou desfavoráveis para analisar o máximo momento fletor
presente neste ponto da viga.
Nos modelos estruturais propostos neste trabalho foram utilizados elementos de barra
com ligações articuladas, sem transmissão de momentos, de modo que todas as barras
solicitadas a flexão do tabuleiro apresentassem o comportamento característico de vigas
biapoiadas, com momentos fletores máximos no centro de seus vãos e cortante máximo nas
extremidades das barras para cargas uniformemente distribuídas sobre a viga. Esta
característica das ligações das barras permitiu avaliar a estrutura de maneira que não houvessem
regiões carregadas por ações permanentes favoráveis a resistência de alguma barra da estrutura.
52
Portanto o único coeficiente de ponderação utilizado nas combinações do estado limite último
para ações permanentes foi o de valor equivalente a 1,35.
No dimensionamento da estrutura para os estados limites últimos foram definidos em
todos os modelos uma envoltória de máximos dos esforços, com base em todas as combinações
de ações montadas. Por meio desta envoltória foi possível observar todos os valores máximos
gerados em função de cada posição do trem-tipo. As envoltórias de esforços estabelecidas
proporcionaram a avaliação conjunta das mais de 50 combinações, onde em cada combinação
representa-se uma posição de aplicação de carga, com a mesma se movendo sobre o tabuleiro.
Neste trabalho foram desconsideradas algumas ações descritas na como por exemplo as
forças horizontais, compostas pela aceleração e frenagem de veículos e a força centrífuga
aplicável em pontes curvas e o vento, dependendo este em especial da altura em que a ponte
será instalada.
Além das ações horizontais também não foram avaliados os efeitos de variações
térmicas na estrutura, nem de ações excepcionais como a colisão de veículos com elementos
estruturais.
Como a infraestrutura e a mesoestrutura das pontes não se apresentaram como foco deste
estudo não foi avaliada a possível ação de forças externas, como recalques diferenciais e
empuxos de terra, este segundo mais aplicável a pontes de concreto onde existam cortinas na
ligação da estrutura com os aterros sobre as pistas de rodagem.
3.6.3.2 Estados limites de serviço
Os estados limites de serviço (E.L.S.) devem ser verificados com a função de prevenir
a ocorrência de deformações excessivas, assim como proporcionar um dimensionamento de
forma que a estrutura não sofra com vibrações desconfortáveis aos usuários e garantir o correto
funcionamento de todos os elementos construtivos sobre a estrutura.
A NBR 8681:2003 subdivide as combinações dos estados limites de serviço em:
• Combinações quase-permanentes de Serviço:
𝐹𝑑,𝑢𝑡𝑖 = ∑ 𝐹𝐺𝑖,𝑘
𝑚
𝑖=1
+ ∑ Ψ2𝑗𝐹𝑄𝑗,𝑘
𝑛
𝑗=1
(17)
• Combinações frequentes de serviço:
𝐹𝑑,𝑢𝑡𝑖 = ∑ 𝐹𝐺𝑖,𝑘
𝑚
𝑖=1
+ Ψ1𝐹𝑄1,𝑘 + ∑ Ψ2𝑗𝐹𝑄𝑗,𝑘
𝑛
𝑗=2
(18)
53
• Combinações raras de serviço:
𝐹𝑑,𝑢𝑡𝑖 = ∑ 𝐹𝐺𝑖,𝑘
𝑚
𝑖=1
+ 𝐹𝑄1,𝑘 + ∑ Ψ1𝑗𝐹𝑄𝑗,𝑘
𝑛
𝑗=2
(19)
nas quais:
𝐹𝐺𝑖,𝑘 é o valor característico das ações permanentes;
𝐹𝑄1,𝑘 é o valor característico da ação variável principal;
𝐹𝑄𝑗,𝑘 é o valor característico das demais ações variáveis;
Ψ1 fator de redução de ações;
Ψ2 fator de redução de ações.
Os fatores de redução (Ψ1 e Ψ2) para as ações variáveis, utilizados nas combinações de
serviço das ações são apresentados na tabela 5:
Tabela 5 – Valores dos fatores de redução (Ψ1 e Ψ2) para as ações variáveis
Ações Ψ0 Ψ1 Ψ23),4)
Cargas acidentais de edifícios
Locais em que não há predominância de pesos e de equipamentos que permanecem fixos
por longos períodos de tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas¹
Locais em que há predominância de pesos de equipamentos que permanecem fixos por
longos períodos de tempo, ou de elevadas concentrações de pessoas²
Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens
0,5
0,7
0,8
0,4
0,6
0,7
0,3
0,4
0,6
Vento
Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0
Temperatura
Variações uniformes de temperatura em relação à média anual local 0,6 0,5 0,3
Cargas móveis e seus efeitos dinâmicos
Passarelas de pedestres
Pontes rodoviárias
Pontes ferroviárias não especializadas
Pontes ferroviárias especializadas
Vigas de rolamentos de pontes rolantes
0,6
0,7
0,8
1,0
1,0
0,4
0,5
0,7
1,0
0,8
0,3
0,3
0,5
0,6
0,5
1 Edificações residenciais, de acesso restrito
2 Edificações comerciais, de escritórios e de acesso público.
3 Para combinações excepcionais onde a ação principal for sismo, admite-se adotar para ψ2 o valor zero.
4 Para combinações excepcionais onde a ação principal for o fogo, o fator de redução ψ2 pode ser reduzido,
multiplicando-o por 0,7.
Fonte: NBR 8681:2003 (ABNT).
Seguindo as determinações desta norma, pode-se escrever as combinações de ações para
os estados limites de serviço, considerando as cargas permanentes como ação permanente e as
54
cargas móveis sobre as pontes rodoviárias como ação variável principal, de acordo com as
equações 20, 21 e 22.
• Combinações Quase Permanentes de Serviço:
𝐹𝑑,𝑢𝑡𝑖 = 𝐹𝐺,𝑘 + 0,3. 𝐹𝑄1,𝑘 (20)
• Combinações Frequentes de Serviço:
𝐹𝑑,𝑢𝑡𝑖 = 𝐹𝐺,𝑘 + 0,5. 𝐹𝑄1,𝑘 (21)
• Combinações Raras de Serviço:
𝐹𝑑,𝑢𝑡𝑖 = 𝐹𝐺,𝑘 + 1,0. 𝐹𝑄1,𝑘 (22)
Entre as normas técnicas vigentes relativas a estruturas de pontes fabricadas em aço, não
existe nenhuma especificação que defina os limites de deslocabilidade. Atualmente está em
processo de consulta pública uma norma específica voltada para pontes rodoviárias de aço e
mistas. De acordo com o projeto de norma técnica ABNT NBR 16694 – Projeto de pontes
rodoviárias de aço e mistas de aço e concreto, os valores limites de deslocabilidade previstos
em projeto devem respeitar a relação: comprimento entre apoios sobre 800; e nos casos onde
houver travessia de pedestres sobre a ponte, um limite de deslocamento igual a: comprimento
do vão entre apoios sobre 1000, sendo que os valores de deslocamento limite devem ser
inferiores aos valores de deslocamento obtidos pela combinação quase permanente.
Para pontes rodoviárias sem travessia de pedestres:
𝛿𝑙𝑖𝑚 = 𝐿/800 (23)
Para pontes rodoviárias com travessia de pedestres.
𝛿𝑙𝑖𝑚 = 𝐿/1000 (24)
Para trechos em balanço sem travessia de pedestres:
𝛿𝑙𝑖𝑚 = 𝐿/300 (25)
Para trechos em balanço com travessia de pedestres:
𝛿𝑙𝑖𝑚 = 𝐿/375 (26)
nas quais:
L é o vão livre.
Nos Estados Limites de Serviço, assim como nos Estados Limites Últimos, foi gerada
uma envoltória de máximos esforços com base em todas as combinações de ações do Estado
Limite de Serviço a fim de se avaliar os deslocamentos verticais máximos.
55
4 ANÁLISE ESTRUTURAL
Os esforços máximos e mínimos em cada uma das barras constituintes das pontes foram
obtidos por meio da envoltória de máximos. Para tal, foram analisadas 50 combinações de
ações, para cada uma das 50 posições em que o trem tipo foi aplicado como carregamento
móvel.
Nos diagramas gerados para as estruturas tridimensionais com a combinação de
envoltória geraram-se os esforços em cada uma das seções da barra dos perfis. Os trechos
apresentados na cor verde expressam os valores máximos do esforço na barra. O azul nos
diagramas indica valores positivos e o vermelho indica valores negativos.
Figura 31 – Exemplo de diagramas de esforços gerados para a combinação de envoltória
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
4.1 ESFORÇOS NAS COMBINAÇÕES DE E.L.U.
A seguir são apresentados os esforços máximos (envoltória de máximos) do momento
fletor e do esforço cortante para os elementos do tabuleiro e os esforços normais máximos para
as barras da treliça em cada uma das 6 pontes. Desta forma, tem-se os esforços mais relevantes,
necessários para o dimensionamento dos elementos constituintes das estruturas.
As Figuras 32 a 41 apresentam os diagramas dos esforços no tabuleiro da ponte e nas
barras das vigas treliçadas em cada uma das 6 pontes estudadas. Já as tabelas 6 a 15 indicam os
valores máximos dos respectivos esforços em cada barra para as combinações críticas. Todas
as barras das treliças estão identificadas nas figuras do apêndice A.
Cabe salientar que em todas as análises as barras anteriormente apresentadas como
contenção lateral foram substituídas por apoios que restringem a translação dos nós do banzo
superior das treliças na direção transversal ao tráfego.
56
Figura 32 – Diagrama de momentos fletores para o tabuleiro das pontes treliçadas de 3,0 metros
de altura, distância entre vigas transversais de 3 metros, vão livre de 30 metros
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Tabela 6 – Máximos momentos fletores atuantes no tabuleiro das pontes com 3,0 metros de
altura
Elemento Comprimento (m) 𝐌𝑺𝒅,𝒆𝒏𝒗𝒐𝒍𝒕,𝒎á𝒙 (kNm) 𝐌𝑺𝒅,𝒆𝒏𝒗𝒐𝒍𝒕,𝒎í𝒏(kNm)
Vigas Transversais 12,0 2171,64 815,75
Vigas Longitudinais 3,00 134,83 16,91
Fonte: Autor.
Figura 33 – Diagrama de esforços cortantes para o tabuleiro das pontes treliçadas de 3,0 metros
de altura, distância entre vigas transversais de 3 metros, vão livre de 30 metros
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Tabela 7 – Máximos esforços cortantes atuantes no tabuleiro das pontes com 3,0 metros de
altura
Elemento Comprimento (m) 𝑽𝑺𝒅,𝒎á𝒙 (kN) 𝑽𝑺𝒅,𝒎í𝒏 (kN)
Vigas Transversais 12,0 -248,8 -670,97
Vigas Longitudinais 3,00 16,9 -179,58
Fonte: Autor.
57
Figura 34 – Diagrama de esforços normais solicitantes referentes a ponte treliçada Howe de
altura igual a 3,0 metros, distância entre vigas transversais de 3 metros, vão livre de 30 metros.
(a) vista tridimensional da ponte; (b) vista lateral da ponte com treliça do lado mais carregado
(a) Vista tridimensional da ponte
(b) Vista lateral da ponte com treliça do lado mais carregado
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Tabela 8 – Máximos esforços normais atuantes nas barras das vigas treliçadas da ponte do
tipo Howe com 3,0 metros de altura.
Elemento Comprimento (m) 𝐍𝑺𝒅,𝒎á𝒙 (kN) 𝐍𝑺𝒅,𝒎í𝒏 (kN)
Montante – 1 3,00 1786 1360
Montante – 2 3,00 1418 899
Montante – 3 3,00 1061 551
Montante – 4 3,00 672 216
Montante – 5 3,00 679 257
Diagonal – 6 4,24 -2085 -2716
Diagonal – 7 4,24 -1213 -1939
Diagonal – 8 4,24 -796 -1523
Diagonal – 9 4,24 -320 -1034
Diagonal – 10 4,24 -155 -436
Banzo Inf. – 11 3,00 -518 -877
Banzo Inf. – 12 3,00 342 -355
Banzo Inf. – 13 3,00 471 274
Banzo Inf. – 14 3,00 411 205
Banzo Inf. – 15 3,00 186 73,5
Banzo Sup. – 16 3,00 -1499 -1950
Banzo Sup. – 17 3,00 -2402 -3232
Banzo Sup. – 18 3,00 -3062 -4205
Banzo Sup. – 19 3,00 -3438 -4765
Fonte: Autor
58
Figura 35 – Diagrama de esforços normais solicitantes referentes a ponte treliçada Pratt de
altura igual a 3,0 metros, distância entre vigas transversais de 3 metros, vão livre de 30 metros.
(a) vista tridimensional da ponte; (b) vista lateral da ponte com treliça do lado mais carregado
(a) Vista tridimensional da ponte
(b) Vista lateral da ponte com treliça do lado mais carregado.
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Tabela 9 – Máximos esforços normais atuantes nas barras das vigas treliçadas da ponte do
tipo Pratt com 3,0 metros de altura
Elemento Comprimento (m) 𝐍𝑺𝒅,𝒎á𝒙 (kN) 𝐍𝑺𝒅,𝒎í𝒏 (kN)
Montante - 1 3,00 -1482 -1929
Montante – 2 3,00 -809 -1349
Montante – 3 3,00 -493 -1034
Montante – 4 3,00 -163 -697
Montante – 5 3,00 -117 -363
Montante – 6 3,00 68,95 6,6
Diagonal – 7 4,24 2443 1882
Diagonal – 8 4,24 1903 1230
Diagonal – 9 4,24 1410 752
Diagonal – 10 4,24 955 336
Diagonal – 11 4,24 409 -123
Banzo Inf. – 12 3,00 -1002 -1346
Banzo Inf. – 13 3,00 -311 -514
Banzo Inf. – 14 3,00 534 349
Banzo Inf. – 15 3,00 523 323
Banzo Inf. – 16 3,00 470 267
Banzo Sup. – 17 3,00 -1381 -1793
Banzo Sup. – 18 3,00 -2368 -3153
Banzo Sup. – 19 3,00 -3048 -4146
Banzo Sup. – 20 3,00 -3433 -4730
Banzo Sup. – 21 3,00 -3548 -4916
Fonte: Autor
59
Figura 36 – Diagrama de esforços normais solicitantes referentes a ponte treliçada Warren de
altura igual a 3,0 metros, distância entre vigas transversais de 3 metros, vão livre de 30 metros.
(a) vista tridimensional da ponte; (b) vista lateral da ponte com treliça do lado mais carregado
(a) Vista tridimensional da ponte
(b) Vista lateral da ponte com treliça do lado mais carregado
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Tabela 10 – Máximos esforços normais atuantes nas barras das vigas treliçadas da ponte do
tipo Warren com 3,0 metros de altura
Elemento Comprimento (m) 𝐍𝑺𝒅,𝒎á𝒙 (kN) 𝐍𝑺𝒅,𝒎í𝒏 (kN)
Diagonal - 1 3,35 -1647 -2150
Diagonal – 2 3,35 1976 1510
Diagonal – 3 3,35 -961 1560
Diagonal – 4 3,35 1531 970
Diagonal – 5 3,35 -587 -1172
Diagonal – 6 3,35 1188 618
Diagonal – 7 3,35 -253 -851
Diagonal – 8 3,35 744 222
Diagonal – 9 3,35 -135 -415
Diagonal – 10 3,35 430 165
Banzo Inf. – 11 3,00 -746 -1101
Banzo Inf. – 12 3,00 -423 334
Banzo Inf. – 13 3,00 509 328
Banzo Inf. – 14 3,00 457 274
Banzo Inf. – 15 3,00 327 163
Banzo Sup. – 16 3,00 -1431 -1867
Banzo Sup. – 17 3,00 -2369 -3187
Banzo Sup. – 18 3,00 -3022 -4150
Banzo Sup. – 19 3,00 -3402 -4722
Banzo Sup. – 20 3,00 -3501 -4884
Fonte: Autor.
60
Figura 37 – Diagrama de momentos fletores para o tabuleiro das pontes treliçadas de 5,0 metros
de altura, distância entre vigas transversais de 5 metros, vão livre de 30 metros
Fonte: Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Tabela 11 – Máximos momentos fletores atuantes no tabuleiro das pontes com 5,0 metros de
altura
Elemento Comprimento (m) 𝐌𝑺𝒅,𝒆𝒏𝒗𝒐𝒍𝒕,𝒎á𝒙 (kNm) 𝐌𝑺𝒅,𝒆𝒏𝒗𝒐𝒍𝒕,𝒎í𝒏(kNm)
Vigas Transversais 12,0 2921,0 1343,0
Vigas Longitudinais 5,00 352,6 58,1
Fonte: Autor.
Figura 38 – Diagrama de esforços cortantes para o tabuleiro das pontes treliçadas de 5,0 metros
de altura, distância entre vigas transversais de 5 metros, vão livre de 30 metros
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Tabela 12 – Máximos esforços cortantes atuantes no tabuleiro das pontes com 5,0 metros de
altura
Elemento Comprimento (m) 𝑽𝑺𝒅,𝒎á𝒙 (kN) 𝑽𝑺𝒅,𝒎í𝒏 (kN)
Vigas Transversais 12,0 -396 -873
Vigas Longitudinais 5,00 -32 -276
Fonte: Autor.
61
Figura 39 – Diagrama de esforços normais solicitantes referentes a ponte treliçada Howe de
altura igual a 5,0 metros, distância entre vigas transversais de 5 metros, vão livre de 30 metros.
(a) vista tridimensional da ponte; (b) vista lateral da ponte com treliça do mais carregado.
(a) Vista tridimensional da ponte
(b) Vista lateral da ponte com treliça do lado mais carregado
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Tabela 13 – Máximos esforços normais atuantes nas barras das vigas treliçadas da ponte do
tipo Howe com 5,0 metros de altura
Elemento Comprimento (m) 𝐍𝑺𝒅,𝒎á𝒙 (kN) 𝐍𝑺𝒅,𝒎í𝒏 (kN)
Montante - 1 5,00 1691 1260
Montante – 2 5,00 1028 591
Montante – 3 5,00 987 446
Diagonal – 4 7,07 -1845 -2465
Diagonal – 5 7,07 -878 -1529
Diagonal – 6 7,07 -308 -629
Banzo Inf. – 7 5,00 -461 -256
Banzo Inf. – 8 5,00 450 265
Banzo Inf. – 9 5,00 261 140
Banzo Sup. – 10 5,00 -1307 -1746
Banzo Sup. – 11 5,00 -1981 -2720
Fonte: Autor.
62
Figura 40 – Diagrama de esforços normais solicitantes referentes a ponte treliçada Pratt de
altura igual a 5,0 metros, distância entre vigas transversais de 5 metros, vão livre de 30 metros.
(a) vista tridimensional da ponte; (b) vista lateral da ponte com treliça do mais carregado
(a) Vista tridimensional da ponte
(b) Vista lateral da ponte com treliça do lado mais carregado
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Tabela 14 – Máximos esforços normais atuantes nas barras das vigas treliçadas da ponte do
tipo Pratt com 5,0 metros de altura
Elemento Comprimento (m) 𝐍𝑺𝒅,𝒎á𝒙 (kN) 𝐍𝑺𝒅,𝒎í𝒏 (kN)
Montante - 1 5,00 -1303 -1740
Montante – 2 5,00 -561 -1038
Montante – 3 5,00 -241 -496
Montante – 4 7,07 162,64 52,5
Diagonal – 5 7,07 2302 1724
Diagonal – 6 7,07 1469 868
Diagonal. – 7 5,00 609 301
Banzo Inf. – 8 5,00 -581 -761
Banzo Inf. – 9 5,00 613 443
Banzo Inf. – 10 5,00 563 362
Banzo Sup. – 11 5,00 -1248 -1667
Banzo Sup. – 12 5,00 -1937 -2648
Banzo Sup. – 13 5,00 -2123 -2951
Fonte: Autor
63
Figura 41 – Diagrama de esforços normais solicitantes referentes a ponte treliçada Warren de
altura igual a 5,0 metros, distância entre vigas transversais de 5 metros, vão livre de 30 metros.
(a) vista tridimensional da ponte; (b) vista lateral da ponte com treliça do lado mais carregado
(a) Vista tridimensional da ponte
(b) Vista lateral da ponte com treliça do lado mais carregado.
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Tabela 15 – Máximos esforços normais atuantes nas barras das vigas treliçadas da ponte do
tipo Warren com 5,0 metros de altura
Elemento Comprimento (m) 𝑵𝑺𝒅,𝒎á𝒙 (kN) 𝑵𝑺𝒅,𝒎í𝒏 (kN)
Diagonal - 1 5,59 -1457 -1949
Diagonal – 2 5,59 1861 1388
Diagonal – 3 5,59 -675 -1196
Diagonal – 4 5,59 1158 674
Diagonal – 5 5,59 -266 -547
Diagonal – 6 5,59 552 270
Banzo Inf. – 7 5,00 -416 -572
Banzo Inf. – 8 5,00 518 370
Banzo Inf. – 9 5,00 419 255
Banzo Sup. – 10 5,00 -1280 -1715
Banzo Sup. – 11 5,00 -1946 -2676
Banzo Sup. – 12 5,00 -2151 -3011
Fonte: Autor.
64
4.2 DESLOCAMENTO NA COMBINAÇÃO DE E.L.S.
No estado limite de serviço foi realizada a verificação das pontes quanto ao
deslocamento vertical excessivo das vigas constituintes do tabuleiro da ponte.
Para se obter os valores de deslocamento das pontes projetadas foi utilizada uma
combinação quase-permanente de serviço, de acordo com a equação 20.
As combinações quase permanentes são aquelas que podem
atuar durante grande parte do período de vida da estrutura, da
ordem da metade desse período. Essas combinações são utilizadas para os efeitos de longa duração e para a aparência da
construção. No contexto dos estados-limites de serviço, o termo
aparência deve ser entendido como relacionado a deslocamentos
excessivos que não provoquem danos a outros componentes da
construção, e não a questões meramente estéticas. NBR 16694,
2018.
O deslocamento vertical máximo para pontes em aço sem travessia de pedestres é dado
pela equação 24. Como as pontes propostas apresentam vão livre de 30 metros, o valor de
deslocamento vertical máximo é de 3000 / 800 = 3,75 cm.
A tabela 16 apresenta os valores máximos de deslocamento vertical encontrados para os
tabuleiros das pontes analisadas.
Tabela 16 – Deslocamentos verticais máximos das pontes propostas para combinação do estado
limite de serviço.
Modelo Altura (m) 𝜹𝒎á𝒙 (cm) 𝜹𝑸𝑷 (cm) 𝜹𝑸𝑷 < 𝜹𝒎á𝒙
Howe 3 3,75 3,5 OK
5 3,75 2,73 OK
Pratt 3 3,75 4,08 NÃO OK
5 3,75 3,51 OK
Warren 3 3,75 3,70 OK
5 3,75 2,93 OK
Fonte: Autor.
Apenas no modelo de ponte do tipo Pratt com altura de 3,0 metros o valor de deformação
vertical máxima da ponte alcançou um valor superior ao limitado por norma.
Segundo a NBR 8800:2008, é permitida a utilização de contra-flecha com valor máximo
equivalente a flecha proveniente das ações permanentes. No caso da ponte do tipo Pratt de 3,0
metros de altura, o valor de flecha para as cargas permanentes observado foi equivalente a
2,24 cm, de maneira que a contra-flecha máxima seja equivalente a este valor. No caso em
65
questão adota-se um valor de contra-flecha igual a 0,5 cm ou 5 mm, de maneira que a flecha
máxima seja equivalente a:
A Figura 42 apresenta a deformada da estrutura na combinação de envoltória, a qual
engloba todas as combinações quase permanentes de serviço nas diferentes posições do trem
tipo.
Figura 42 – Deformada da ponte Pratt com 3,0 metros de altura para a combinação de serviço
de ações
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
𝛿′𝑄𝑃 = 4,08 − 0,5 = 3,58𝑐𝑚 (27)
66
5 DIMENSIONAMENTO
O dimensionamento dos elementos foi realizado por meio de auxílio de ferramenta
eletrônica, no caso o software SAP 2000 v 19.
O dimensionamento de estruturas metálicas tem como via de regra a verificação entre
os esforços atuantes e a resistência da peça a um determinado esforço. Onde o valor de
resistência não deve ser superado pelo máximo esforço atuante nos perfis.
As ligações entre os perfis utilizados não foram dimensionadas neste trabalho, ficando
como elemento de estudo para trabalhos posteriores.
5.1 BARRAS TRACIONADAS
Segundo a NBR 8800/2008 para o dimensionamento de peças tracionadas deve-se
respeitar a condição de que as forças resistentes da peça sejam superiores as forças solicitantes.
𝑁𝑡,𝑅𝑑 ≤ 𝑁𝑡,𝑆𝑑 (28)
Onde:
𝑁𝑡,𝑅𝑑 é a força axial de tração resistente de cálculo;
𝑁𝑡,𝑆𝑑 é a força axial de tração solicitante de cálculo;
Para verificar a força axial de tração resistente de cálculo a NBR 8800/2008 indica duas
condições de verificação para o estado limite último:
a) Escoamento da seção bruta
𝑁𝑡,𝑅𝑑 =
𝐴𝑔. 𝑓𝑦
𝛾𝑎1 (29)
b) Ruptura da seção líquida
𝑁𝑡,𝑅𝑑 =
𝐴𝑛,𝑒𝑓 . 𝑓𝑢
𝛾𝑎2 (30)
Onde:
𝐴𝑔 é a área bruta da seção transversal da peça;
𝑓𝑦 é a tensão de escoamento do aço;
67
𝛾𝑎1 é o coeficiente de ponderação das resistências ao escoamento, flambagem e instabilidade;
𝐴𝑛,𝑒𝑓 é a área líquida efetiva da seção da peça;
𝑓𝑢 é a tensão última ou de ruptura do aço;
𝛾𝑎2 é o coeficiente de ponderação das resistências a ruptura;
Sendo adotada como resistência de projeto o menor valor entre os encontrados na
resolução das equações 29 e 30.
Como nas peças utilizadas neste trabalho as ligações adotadas foram as parafusadas, em
todos os perfis dimensionados o cálculo da área líquida efetiva deveria ser realizado pela
subtração da soma dos diâmetros dos parafusos da área bruta da seção, com cálculo de acordo
com as recomendações de norma.
Como neste trabalho não foram especificados e detalhados os tipos de ligações entre os
perfis, esta condição de verificação não fora considerada, adotando-se a resistência de cálculo
a tração como o valor obtido pela análise da resistência ao escoamento da seção bruta dos perfis,
equação 29.
Os valores dos coeficientes de ponderação das resistências 𝛾𝑚 são apresentados na NBR
8800/2008 de acordo com a tabela 17.
Tabela 17 – Valores dos coeficientes de ponderação das resistências 𝛾𝑚.
Combinações
Aço Estrutural𝑎
𝛾𝑚
Concreto
𝛾𝑐
Aço das
armaduras
𝛾𝑠
Escoamento,
flambagem e
instabilidade
𝛾𝑎1
Ruptura
𝛾𝑎2
Normais 1,10 1,35 1,40 1,15
Especiais ou de construção 1,10 1,35 1,20 1,15
Excepcionais 1,00 1,15 1,20 1,00 a inclui o aço de fôrma incorporada, usado nas lajes mistas de aço e concreto, de pinos e parafusos
Fonte: NBR 8800/2008.
Uma terceira verificação de resistência para as peças tracionadas também está
relacionada ao detalhamento das ligações de barras, o cisalhamento de bloco, o qual não fora
verificado neste trabalho. Esta condição de verificação faz-se necessária para ocasiões de
aplicação de chapas finas, onde existe a possibilidade de rasgamento ao longo de uma linha de
conectores.
68
5.2 BARRAS COMPRIMIDAS
O dimensionamento de barras metálicas solicitadas por esforços axiais de compressão é
realizado com objetivo de se obter uma resistência de projeto superior as solicitações atuantes.
A expressão utilizada para se obter a resistência de projeto de perfis a esforços axiais de
compressão pela NBR 8800/2008 é apresentada na equação 31.
𝑁𝑐,𝑅𝑑 =
𝑄. 𝐴𝑔. 𝑓𝑐
𝛾𝑎1 (31)
Onde:
𝑓𝑐 é a tensão resistente (ou tensão última) á compressão axial com flambagem por flexão;
𝐴𝑔 é a área bruta da seção transversal da peça;
𝑄 é o fator de redução total associado à flambagem local
𝛾𝑎1 é o coeficiente de ponderação das resistências ao escoamento, flambagem e instabilidade;
A tensão última (𝑓𝑐) é determinada de acordo com a equação 32.
𝑓𝑐 = 𝜒. 𝑓𝑦 (32)
Onde:
𝜒 é o fator de redução associado à resistência à compressão da barra, o qual leva em conta a
flambagem global.
5.2.1 Fator de redução associado à resistência à compressão
Os valores do fator de redução associado a resistência à compressão das barras
comprimidas (𝜒) é definido de acordo com as equações 33 e 34 e tem relação com os valores
do índice de esbeltez reduzido das barras metálicas (𝜆0).
Se 𝜆0 ≤ 1,50 𝜒 = 0,658𝜆02 (33)
Se 𝜆0 ≥ 1,50 𝜒 =0,877
𝜆02 (34)
Podendo-se também obter os valores de 𝜒, em função de 𝜆0 por meio do gráfico da
figura 43 apresentado pela NBR 8800/2008.
69
Figura 43 – Curva de flambagem – Valor de 𝜒 em função do índice de esbeltez 𝜆0.
Fonte: NBR 8800/2008.
5.2.2 Flambagem por Flexão
Os valores de esbeltez nos perfis metálicos estão diretamente relacionados com o
fenômeno da flambagem. A flambagem atuante em perfis metálicos pode se caracterizar como
uma situação crítica para o dimensionamento. Perfis com uma relação de esbeltez elevada
apresentam maiores deformabilidades e uma tensão última inferior se comparadas com perfis
de menor esbeltez fabricados com o mesmo material, se tornando mais suscetíveis a flambagem
por flexão. As equações 35 e 36 representam as forças mínimas de compressão para que se
iniciem os deslocamentos laterais dos perfis e se de início a flambagem global por flexão nas
peças. As expressões se diferem por apresentarem os valores de força para a ocorrência de
flambagem em torno dos eixos x e y. Desta forma é possível analisar que a rigidez de rotação
em torno do eixo estudado e o comprimento de flambagem no eixo são os fatores de maior
influência na diferenciação resultantes nas equações 35 e 36.
𝑁𝑒𝑥 =
𝜋2. 𝐸. 𝐼𝑥
(𝐾𝑥 . 𝐿𝑥)2 (35)
𝑁𝑒𝑦 =
𝜋2. 𝐸. 𝐼𝑦
(𝐾𝑦 . 𝐿𝑦)2 (36)
nas quais:
70
𝐸 é o módulo de elasticidade do aço;
𝐼 é o momento de inércia em torno do qual ocorre a flambagem, em geral o eixo de menor
inércia;
𝐾 é o coeficiente que define o comprimento efetivo de flambagem;
𝐿𝑥 e 𝐿𝑦 são os comprimentos destravados reais dos perfis estudados;
A flambagem global a torção e a flexo-torção não foram consideradas no
dimensionamento da estrutura.
De acordo com a NBR 8800/2008 a esbeltez reduzida dos perfis deve ser obtida por
equação que relaciona as equações de índice de esbeltez para barras em geral e o valor do índice
para que uma coluna perfeita flambasse ao atingir a tensão de escoamento do aço. A equação
37 apresenta a relação entre índices de esbeltez para determinar o índice de esbeltez reduzido
definido por norma.
𝜆0 =
𝜆
𝜆𝑝𝑙=
𝐾. 𝑙/𝑟
√𝜋2. 𝐸/𝑓𝑦
(37)
Onde:
𝐾 é o coeficiente que define o comprimento efetivo de flambagem;
𝜆𝑝𝑙 é o valor do índice de esbeltez para que uma coluna perfeita flambasse ao atingir a tensão
de escoamento do aço.
O dimensionamento dos perfis a compressão fora realizado analisando-se as equações
38 e 39, derivadas da equação 37, com a definição da direção em estudo. Para definir o valor
de 𝜆0 no cálculo de 𝜒, avaliou-se e utilizou-se do maior valor encontrado entre as equações 38
e 39, ou seja, encontrou-se a resistência de cálculo para a situação de maior esbeltez e menor
resistência.
𝜆0 =
𝐾. 𝑙𝑥/𝑟𝑥
√𝜋2. 𝐸/𝑓𝑦
(38)
𝜆0 =
𝐾. 𝑙𝑦/𝑟𝑦
√𝜋2. 𝐸/𝑓𝑦
(39)
Segundo a NBR 8800/2008 o valor limite para o índice de esbeltez nas barras
comprimidas é equivalente a 200.
71
Os valores do coeficiente 𝐾 utilizado no cálculo do comprimento efetivo de flambagem
é determinado pelo tipo de ligações empregadas nos perfis metálicos. A tabela 18 apresenta os
valores de K em função do tipo de ligação.
Tabela 18 – Coeficiente de flambagem por flexão de elementos isolados
Fonte: NBR 8800/2008.
Para as barras do projeto dimensionadas considerou-se ligação flexível, de forma que a
rotação esteja livre, e a translação impedida de acordo com a configuração da letra (d)
apresentada na tabela 19, onde o valor de K é equivalente a 1,0.
5.2.3 Flambagem Local
É um fenômeno associado a instabilidade das chapas constituintes do perfil metálico,
acontece em função de estes perfis serem formados por chapas finas de grandes dimensões. No
dimensionamento de perfis metálicos a flambagem local é considerada de acordo com a NBR
8800/2008 como um fator de redução aplicado a resistência de cálculo das barras por meio do
coeficiente 𝑄, de valor máximo igual a 1,0.
A análise da flambagem local se subdivide em análise de flambagem local para
elementos denominados AA e AL. Onde a sigla AA se refere as chapas constituintes do perfil
com duas bordas longitudinais vinculadas; já a sigla AL se refere a elementos constituintes do
perfil com apenas uma borda longitudinal vinculada.
72
Para as barras comprimidas do projeto, como se está trabalhando com perfis de seção
transversal em forma de I a alma da seção é um elemento classificado como AA e as mesas
como AL.
Para analisar se há a ocorrência de flambagem local sobre uma barra a NBR 8800/2008
apresenta a tabela 19, com a qual obtêm-se um valor limite de relação (b/t). Sendo este valor
limite comparado com os valores reais de b/t do perfil aplicado. No caso de valores inferiores
ao limite de b/t, tem-se que no perfil analisado ocorrerá a flambagem global antes da flambagem
local e neste caso não há necessidade de se reduzir o valor da resistência de cálculo do perfil
em função da flambagem local.
Tabela 19 – Valores limites de b/t para flambagem local em diversos elementos
Fonte: NBR 8800/2008.
73
O coeficiente 𝑄 é definido pela multiplicação de dois fatores de redução associados, 𝑄𝑠
e 𝑄𝑎, onde o primeiro é o fator de redução analisado nos elementos AL e o segundo nos
elementos AA.
Nas barras do projeto como os perfis comprimidos todos são do tipo laminado, os quais
apresentam elementos de maior espessura não houve a ocorrência de flambagem local.
Porém caso exista a necessidade de que seja feita a aplicação destes coeficientes a NBR
8800/2008 apresenta uma série de equações para os cálculos de 𝑄𝑠 e 𝑄𝑎 correspondentes com
cada grupo de elementos da tabela 19.
5.3 BARRAS FLETIDAS
No tabuleiro da ponte foram empregadas vigas metálicas, as quais estão sujeitas a esforços
gerados pela flexão simples das barras. Com o intuito de dimensionar as barras seguiu-se as
especificações da NBR 8800/2008 para barras fletidas. O dimensionamento foi realizado com
a utilização de perfis I, soldados e laminados com dois eixos de simetria e flexão em relação ao
eixo x das barras.
Segundo a NBR 8800/2008 as condições básicas a serem atendidas para o dimensionamento
destas peças submetidas ao momento fletor e o esforço cortante são:
𝑀𝑆𝑑 ≤ 𝑀𝑅𝑑 (40)
𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑 (41)
Onde:
𝑀𝑆𝑑 é o momento fletor solicitante de cálculo;
𝑀𝑅𝑑 é o momento fletor resistente de cálculo;
𝑉𝑆𝑑 é o esforço cortante solicitante de cálculo;
𝑉𝑅𝑑 é o esforço cortante resistente de cálculo;
As barras fletidas, no caso as vigas metálicas, de acordo com a NBR 8800/2008 devem ser
verificadas no estado limite último quanto a:
• Resistência ao momento fletor;
• Flambagem local da mesa comprimida;
• Flambagem local da alma;
• Flambagem lateral com torção;
• Resistência ao esforço cortante,
74
5.3.1 Momento fletor
A definição dos valores de momentos resistentes de acordo com a NBR 8800/2008 para
perfis de aço se subdividem em duas situações básicas, momentos fletores resistentes de cálculo
de vigas de alma esbelta e de vigas de alma não esbelta. Nos dimensionamentos realizados
foram adotados apenas perfis de alma não esbelta, ficando as diretrizes de cálculo aqui
apresentadas específicas a perfis com esta característica.
Nas pontes estudadas como as placas de concreto constituintes do tabuleiro funcionam
como uma contenção lateral contínua as vigas, não foi necessária a verificação quanto a
flambagem lateral com torção dos perfis. Para prevenir este efeito a NBR 8800/2008 apresenta
a equação 42 que especifica a distância máxima entre pontos de contenção lateral.
𝐿𝑏 ≤ 𝐿𝑝 = 1,76. 𝑟𝑦. √𝐸
𝑓𝑦 (42)
Onde:
𝐿𝑏 é a distância entre as duas seções contidas à flambagem lateral com torção (comprimento
destravado);
𝑟𝑦 raio de giração da seção em relação ao eixo y
Para as verificações de flambagem local da mesa comprimida (FLM) e flambagem local
da alma (FLA) a NBR 8800/2008 defini que o momento resistente de cálculo seja determinado
de acordo com as equações 43, 44, ou 45, sendo a equação a ser utilizada determinada pela
análise da esbeltez da mesa e da alma. A equação 43 defini o momento resistente de cálculo
para a perfis cuja a flambagem local venha a ocorrer apenas após o perfil alcançar seu momento
plástico, já a equação 44 define o momento resistente de cálculo para perfis em que a flambagem
local ocorra após o escoamento da seção e antes da ruptura da mesma. E a equação 45 representa
a equação em que a flambagem local ocorre antes mesmo do escoamento da seção.
𝑀𝑅𝑑 =
𝑀𝑝𝑙
𝛾𝑎1 , para 𝜆 ≤ 𝜆𝑝 (43)
𝑀𝑅𝑑 =
1
𝛾𝑎1
[𝑀𝑝𝑙 − (𝑀𝑝𝑙 − 𝑀𝑟)𝜆 − 𝜆𝑝
𝜆𝑟 − 𝜆𝑝
] , para 𝜆𝑝 < 𝜆 ≤ 𝜆𝑟 (44)
𝑀𝑅𝑑 =
𝑀𝑐𝑟
𝛾𝑎1 , para 𝜆 > 𝜆𝑟 (não aplicável à FLA) (45)
75
Onde:
𝑀𝑅𝑑 é o momento resistente de cálculo;
𝑀𝑝𝑙 é momento plástico, obtido pela multiplicação do módulo de resistência plástico (Z) e da
tensão de escoamento do aço (𝑓𝑦). Nos perfis projetados utilizou-se 𝑍𝑥;
𝑀𝑟 é o momento residual, obtido por meio da equação XX;
𝑀𝑐𝑟 é momento fletor de flambagem elástica.
𝑀𝑟 = 𝑊. (𝑓𝑦 − 𝜎𝑟) (46)
Onde:
𝑊 é o módulo resistente elástico da seção;
𝜎𝑟 é a tensão residual, adotada como 0,3 vezes a tensão de escoamento do aço;
Os valores de 𝜆 são calculados de acordo com a expressão de esbeltez. No caso de
esbeltez da alma para perfis I a expressão utilizada é a expressa pela equação 47.
𝜆𝑤 =
𝑑′
𝑡𝑤 𝑜𝑢
ℎ
𝑡𝑤 (47)
Onde:
𝑑′ é a altura da alma de perfis laminados;
ℎ é a altura da alma de perfis soldados;
𝑡𝑤 é a espessura da alma.
Para cálculo da esbeltez da mesa comprimida em perfis I utilizou-se a equação 48.
𝜆𝑓 =
𝑏𝑓 2⁄
𝑡𝑓 (48)
Onde:
𝑏𝑓 é a largura da mesa;
𝑡𝑓 é a espessura da mesa;
Para verificar a ocorrência de flambagem local da alma e a flambagem local da mesa
comprimida da seção os valores de 𝜆𝑤 e 𝜆𝑓 devem ser comparados com o valor de 𝜆𝑝,
apresentado na tabela 20 presente na NBR 8800/2008. Já para situação de flambagem local após
76
o escoamento e antes da ruptura da seção, compara-se os valores obtidos de 𝜆𝑤 e 𝜆𝑓, com o
obtido das equações destinadas ao cálculo de 𝜆𝑟.
𝜆𝑤 e 𝜆𝑓 ≤ 𝜆𝑝; flambagem local somente ocorre após plastificação da seção;
usa-se equação 43 para 𝑀𝑅𝑑
𝜆𝑝 < 𝜆𝑤 e 𝜆𝑓 ≤ 𝜆𝑟; flambagem local ocorre após o escoamento da seção; usa-se
equação 44, para 𝑀𝑅𝑑.
𝜆𝑟 < 𝜆𝑤 e 𝜆𝑓; flambagem local ocorre antes do escoamento da seção; usa-se
equação 45, para 𝑀𝑅𝑑.
Tabela 20 – Parâmetros referentes ao momento fletor resistente
Fonte: NBR 8800/2008.
77
Nos perfis empregados no projeto, as equações utilizadas para o cálculo dos estados
limites FLT, FLM e FLA são as referentes a seções I ou H com dois eixos de simetria e seções
U não sujeitas a momento de torção, fletidas em relação ao eixo de maior momento de inércia.
Na tabela 20 o valor de 𝜆𝑟 para a verificação da flambagem local na mesa comprimida é citada
a nota de número 6, valor este que foi utilizado no cálculo dos perfis.
De acordo com a nota de número 6 da norma tem-se as seguintes equações para perfis
laminados:
𝑀𝑐𝑟 =
0,69𝐸
𝜆2𝑊𝑐 (49)
𝜆𝑟 = 0,83√𝐸
(𝑓𝑦 − 𝜎𝑟)
(50)
E para perfis soldados:
𝑀𝑐𝑟 =
0,90𝐸 𝑘𝑐
𝜆2𝑊𝑐
(51)
𝜆𝑟 = 0,95√𝐸
(𝑓𝑦 − 𝜎𝑟) 𝑘𝑐⁄
(52)
5.3.2 Esforço Cortante
O esforço cortante resistente de cálculo segundo a NBR 8800/2008 é determinado por
meio das equações 53, 54 e 55, devendo ser escolhida a equação adequada em função dos
valores de esbeltez anteriormente expressos na seção de número 5.3.1 deste trabalho. A esbeltez
dos perfis calculados para obter a resistência de projeto ao esforço cortante, é referente a alma
do perfil, tendo em vista que é este o elemento das seções em I que apresentam maior
capacidade de resistir aos esforços de cisalhamento.
Para 𝜆 ≤ 𝜆𝑝; 𝑉𝑅𝑑 =𝑉𝑝𝑙
𝛾𝑎1 (53)
Para 𝜆𝑝 < 𝜆 ≤ 𝜆𝑟; 𝑉𝑅𝑑 =𝜆𝑝
𝜆
𝑉𝑝𝑙
𝛾𝑎1 (54)
Para 𝜆𝑟 < 𝜆; 𝑉𝑅𝑑 = 1,24 (𝜆𝑝
𝜆)
2𝑉𝑝𝑙
𝛾𝑎1 (55)
78
Onde:
𝑉𝑝𝑙 é a força de plastificação da alma por cisalhamento, obtido da equação 56;
𝜆 é igual a esbeltez da alma da viga, calculada de acordo com a equação 47.
𝑉𝑝𝑙 = 0,6. 𝑓𝑦 . 𝐴𝑤 (56)
Onde:
𝐴𝑤 é a área efetiva de cisalhamento, definida para os perfis I pela multiplicação da altura total
do perfil pela espessura da alma.
𝜆𝑝 = 1,10√𝑘𝑣 𝐸
𝑓𝑦 (57)
𝜆𝑟 = 1,37√𝑘𝑣 𝐸
𝑓𝑦 (58)
nas quais:
𝑘𝑣=5 para almas sem enrijecedores transversais, para 𝑎
ℎ> 3 ou para
𝑎
ℎ> [
260ℎ
𝑡𝑤⁄
]
2
, nos projetos
em estudo como está se trabalhando sem enrijecedeores 𝑘𝑣=5;
𝑘𝑣 = 5 +5
(𝑎ℎ⁄ )
2 para todos os outros casos
𝑎 é a distância entre as linhas de centro de dois enrijecedores transversais adjacentes, nos casos
dos projetos em estudo a=L, sem enrijecedores.
5.4 PERFIS DIMENSIONADOS
Como neste trabalho o intuito da pesquisa é verificar qual tipologia de viga treliçada
metálica aplicada em pontes apresenta o menor consumo de materiais, o dimensionamento foi
realizado barra por barra, apesar de que em relação a questões construtivas a variabilidade de
perfis de barras não seja empregada tão frequentemente em função da maior facilidade de
execução e de aspectos estéticos quando utilizado um perfil de dimensões padrão.
Os perfis aplicados no dimensionamento das vigas treliçadas foram os disponibilizados
pelo catálogo Gerdau de perfis laminados de seção I, denominados pela designação “W”.
Na nomenclatura apresentada pelos perfis o primeiro valor faz referência a altura “d”
total do perfil, com pequenas variações milimétricas de acordo com o perfil, já o segundo valor
apresenta os valores de massa linear do perfil em kg/m.
79
Nas figuras 44, 45 46, 47, 48, 49, 50 e 51 estão apresentadas as verificações da relação
esforço solicitante e esforço resistente para todas as situações de carregamento geradas no
modelo, englobando a análise dos esforços normais, cortantes e fletores, sendo estes valores
utilizados para atestar a capacidade dos perfis de suportarem os esforços e checar casos em que
hajam elementos superdimensionados.
Os diagramas de cores gerados indicam a faixa de valores da relação entre os esforços
máximos solicitantes e a resistência das peças, com perfis menos solicitados nas cores ciano e
os mais solicitados na cor vermelha.
No dimensionamento aceitou-se uma relação entre esforço solicitante e esforço
resistente de valores até 1,04 ou seja, com tolerância de até 5% para mais do valor ideal, este
valor foi adotado tendo em vista que a utilização dos perfis laminados mais robustos presentes
no catálogo utilizado no dimensionamento da estrutura não foi capaz de suprir uma relação
inferior a 1,0 e seria desta forma necessário empregar perfis soldados ao invés de perfis
laminados em algumas barras da treliça para que fosse obtido uma relação entre esforço
solicitante e esforço resistente inferior a 1,0. Em função desta consideração algumas barras do
dimensionamento foram demarcadas pela cor vermelha, que indica uma relação entre esforço
solicitante e esforço resistente maior que 1,0.
Por meio do diagrama é possível se observar que as barras do lado esquerdo e na região
inferior da figura da treliça em geral estão mais solicitadas, isto se deve ao fato de o
carregamento concentrado das cargas móveis ter sido aplicado apenas para esta região,
permitindo a análise da estrutura como um todo devido a sua simetria, dispensando a aplicação
da carga móvel concentrada sobre as demais áreas das pontes.
As tabelas 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27 e 28 apresentam os perfis empregados para cada
elemento das treliças de acordo com catálogo de perfis, e o peso total da estrutura treliçada.
Tabela 21 – Perfis dimensionados para elementos de barra constituintes do tabuleiro das
pontes de 3,0 metros de altura e consumo total de aço pelo tabuleiro
Elemento Comprimento
Unitário (m)
Nº de
Barras 𝐏𝐞𝐫𝐟𝐢𝐥
Massa Linear
(kg/m) Peso
(kg)
Vigas
Transversais 12,00 11 VS 1100x235 235,3 31059,6
Vigas
Longitudinais 3,00 W 150x13 13,0 1950,0
TOTAL 33009,6 Fonte: Autor.
80
Figura 44 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos de barra
constituintes da estrutura do tabuleiro das pontes de 3,0 metros de altura
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
Tabela 22 – Perfis dimensionados para elementos de barra constituintes do tabuleiro das
pontes de 5,0 metros de altura e consumo total de aço pelo tabuleiro
Elemento Comprimento
Unitário (m)
Nº de
Barras 𝐏𝐞𝐫𝐟𝐢𝐥
Massa
Linear
(kg/m)
Peso (kg)
Vigas
Transversais 12,00 7 VS 1300x237 237,5 19950
Vigas
Longitudinais 5,00 30 W 410x46,1 46,1 6915
TOTAL 26865 Fonte: Autor.
Figura 45 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos de barra
constituintes da estrutura do tabuleiro das pontes de 5,0 metros de altura
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
81
Tabela 23 – Perfis dimensionados para elementos da treliça Howe de 3,0 metros de altura e
consumo total de aço pelas treliças
Elemento Comprimento
Unitário (m)
Nº de
Barras 𝐏𝐞𝐫𝐟𝐢𝐥
Massa
Linear
(kg/m)
Peso (kg)
Montante - 1 3,00 4 W 460X68 68,0 816,00
Montante – 2 3,00 4 W 410X60 60,0 720,00
Montante – 3 3,00 4 W 360X39 39,0 468,00
Montante – 4 3,00 4 W 310X28,3 28,3 339,60
Montante – 5 3,00 2 W250X22,3 22,3 133,80
Diagonal – 6 4,24 4 W 610X140 140,0 2375,88
Diagonal – 7 4,24 4 W 610X113 113,0 1917,67
Diagonal – 8 4,24 4 W 530X101 101,0 1714,03
Diagonal – 9 4,24 4 W 530X72 72,0 1221,88
Diagonal – 10 4,24 4 W 360X44,6 44,6 756,89
Banzo Inf. – 11 3,00 4 W 460X52 52,0 624,00
Banzo Inf. – 12 3,00 4 W 360X32,9 32,9 394,80
Banzo Inf. – 13 3,00 4 W 360X32,9 32,9 394,80
Banzo Inf. – 14 3,00 4 W 250X32,7 32,7 392,40
Banzo Inf. – 15 3,00 4 W 250X25,3 25,3 303,60
Banzo Sup. – 16 3,00 4 W 610X101 101,0 1212,00
Banzo Sup. – 17 3,00 4 W 610x140 140,0 1680,00
Banzo Sup. – 18 3,00 4 W 610X155 155,0 1860,00
Banzo Sup. – 19 3,00 4 W 610X174 174,0 2088,00
TOTAL 19413,35 Fonte: Autor.
Figura 46 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos da viga treliçada
do tipo Howe de 3,0m de altura dimensionados
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
82
Tabela 24 – Perfis dimensionados para elementos da treliça Pratt de 3,0 metros de altura e
consumo total de aço pelas treliças
Elemento Comprimento
Unitário (m)
Nº de
Barras 𝐏𝐞𝐫𝐟𝐢𝐥
Massa
Linear
(kg/m)
Peso (kg)
Montante - 1 3,00 4 W 610x113 113,0 1356,00
Montante – 2 3,00 4 W 530x101 101,0 1212,00
Montante – 3 3,00 4 W 530x82 82,0 984,00
Montante – 4 3,00 4 W 410x53 53,0 636,00
Montante – 5 3,00 4 W 310x38,7 38,7 464,40
Montante – 6 3,00 2 W 150x13 13,0 78,00
Diagonal – 7 4,24 4 W 530x101 101,0 1714,03
Diagonal – 8 4,24 4 W 530x82 82,0 1391,59
Diagonal – 9 4,24 4 W 460x52 52,0 882,47
Diagonal – 10 4,24 4 W 310x32,7 32,7 554,94
Diagonal – 11 4,24 4 W 310x32,7 32,7 554,94
Banzo Inf. – 12 3,00 4 W 460x74 74,0 888,00
Banzo Inf. – 13 3,00 4 W 360x39,0 39,0 468,00
Banzo Inf. – 14 3,00 4 W 360x32,90 32,9 394,80
Banzo Inf. – 15 3,00 4 W 360x32,9 32,9 394,80
Banzo Inf. – 16 3,00 4 W 360x32,9 32,9 394,80
Banzo Sup. – 17 3,00 4 W 610x101 101,0 1212,00
Banzo Sup. – 18 3,00 4 W 610x140 140,0 1680,00
Banzo Sup. – 19 3,00 4 W 610x155 155,0 1860,00
Banzo Sup. – 20 3,00 4 W 610x174 174,0 2088,00
Banzo Sup. – 21 3,00 4 W 610x174 174,0 2088,00
TOTAL 21296,76 Fonte: Autor.
Figura 47 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos da viga treliçada
do tipo Pratt de 3,0m de altura dimensionados
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
83
Tabela 25 – Perfis dimensionados para elementos da treliça Warren de 3,0 metros de altura e
consumo total de aço pelas treliças
Elemento Comprimento
Unitário (m)
Nº de
Barras 𝐏𝐞𝐫𝐟𝐢𝐥
Massa
Linear
(kg/m)
Peso (kg)
Diagonal - 1 3,35 4 W 610X125 125,0 1677,05
Diagonal – 2 3,35 4 W 610x101 101,0 1355,06
Diagonal – 3 3,35 4 W 530X72 72,0 965,98
Diagonal – 4 3,35 4 W 530X72 72,0 965,98
Diagonal – 5 3,35 4 W 360 x 39,0 39,0 523,24
Diagonal – 6 3,35 4 W 530X82 82,0 1100,15
Diagonal – 7 3,35 4 W 530X66 66,0 885,48
Diagonal – 8 3,35 4 W 460X52 52,0 697,65
Diagonal – 9 3,35 4 W 250x28,4 28,4 381,03
Diagonal – 10 3,35 4 W 200x15 15,0 201,25
Banzo Inf. – 11 3,00 4 W 460x60 60,0 720,00
Banzo Inf. – 12 3,00 4 W 360x32,9 32,9 394,80
Banzo Inf. – 13 3,00 4 W 310x32,7 32,7 392,40
Banzo Inf. – 14 3,00 4 W 250x28,4 28,4 340,80
Banzo Inf. – 15 3,00 4 W 250x28,4 28,4 340,80
Banzo Sup. – 16 3,00 4 W 610x101 101,0 1212,00
Banzo Sup. – 17 3,00 4 W 610X140 140,0 1680,00
Banzo Sup. – 18 3,00 4 W 610X155 155,0 1860,00
Banzo Sup. – 19 3,00 4 W 610X174 174,0 2088,00
Banzo Sup. – 20 3,00 2 W 610X174 174,0 1044,00
TOTAL 18825,66 Fonte: Autor.
Figura 48 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos da viga treliçada
do tipo Warren de 3,0m de altura dimensionados
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
84
Tabela 26 – Perfis dimensionados para elementos da treliça Howe de 5,0 metros de altura e
consumo total de aço pelas treliças
Elemento Comprimento
Unitário (m)
Nº de
Barras 𝐏𝐞𝐫𝐟𝐢𝐥
Massa
Linear
(kg/m)
Peso (kg)
Montante - 1 5,00 4 W 410x60 60,0 1200,00
Montante – 2 5,00 4 W 360x32,9 32,9 658,00
Montante – 3 5,00 2 W 360x32,9 32,9 329,00
Diagonal – 4 7,07 4 W 610x155 155,0 4384,06
Diagonal – 5 7,07 4 W 610x155 155,0 4384,06
Diagonal – 6 7,07 4 W 460x97 97,0 2743,57
Banzo Inf. – 7 5,00 4 W 460x60 60,0 1200,00
Banzo Inf. – 8 5,00 4 W410x60 60,0 1200,00
Banzo Inf. – 9 5,00 4 W 410x53 53,0 1060,00
Banzo Sup. – 10 5,00 4 W 610x113 113,0 2260,00
Banzo Sup. – 11 5,00 4 W 610x155 155,0 3100,00
TOTAL 22518,70 Fonte: Autor
Figura 49 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos da viga treliçada
do tipo Howe de 5,0m de altura dimensionados
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
85
Tabela 27 – Perfis dimensionados para elementos da treliça Pratt de 5,0 metros de altura e
consumo total de aço pelas treliças
Elemento Comprimento
Unitário (m)
Nº de
Barras 𝐏𝐞𝐫𝐟𝐢𝐥
Massa
Linear
(kg/m)
Peso (kg)
Montante - 1 5,00 4 W 610x140 140,0 2800,00
Montante – 2 5,00 4 W 530x92 92,0 1840,00
Montante – 3 5,00 4 W 410x53 53,0 1060,00
Montante – 4 5,00 2 W 150x13 13,0 130,00
Diagonal – 5 7,07 4 W 460x74 74,0 2093,04
Diagonal – 6 7,07 4 W 410x46,1 46,1 1303,90
Diagonal. – 7 7,07 4 W 250x22,3 22,3 630,74
Banzo Inf. – 8 5,00 4 W 460x68 68,0 1360,00
Banzo Inf. – 9 5,00 4 W 410x60 60,0 1200,00
Banzo Inf. – 10 5,00 4 W 410x53 53,0 1060,00
Banzo Sup. – 11 5,00 4 W 610x125 125,0 2500,00
Banzo Sup. – 12 5,00 4 W 610x155 155,0 3100,00
Banzo Sup. – 13 5,00 4 W610x155 155,0 3100,00
TOTAL 22177,68 Fonte: Autor.
Figura 50 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos da viga treliçada
do tipo Pratt de 5,0m de altura dimensionados
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
86
Tabela 28 – Perfis dimensionados para elementos da treliça Warren de 5,0 metros de altura e
consumo total de aço pelas treliças
Elemento Comprimento
Unitário (m)
Nº de
Barras 𝐏𝐞𝐫𝐟𝐢𝐥
Massa
Linear
(kg/m)
Peso (kg)
Diagonal - 1 5,59 4 W 610x140 140,0 3130,50
Diagonal – 2 5,59 4 W 610x101 101,0 2258,43
Diagonal – 3 5,59 4 W 460x74 74,0 1654,69
Diagonal – 4 5,59 4 W 410x60 60,0 1341,64
Diagonal – 5 5,59 4 W 410x38,8 38,8 867,59
Diagonal – 6 5,59 4 W 250x17,9 17,9 400,26
Banzo Inf. – 7 5,00 4 W 460x60 60,0 1200,00
Banzo Inf. – 8 5,00 4 W 410x60 60,0 1200,00
Banzo Inf. – 9 5,00 4 W 410x60 60,0 1200,00
Banzo Sup. – 10 5,00 4 W 610x113 113,0 2260,00
Banzo Sup. – 11 5,00 4 W 610x155 155,0 3100,00
Banzo Sup. – 12 5,00 2 W 610x155 155,0 1550,00
TOTAL 20163,11 Fonte: Autor.
Figura 51 – Razão entre esforço solicitante e esforço resistente dos elementos da viga treliçada
do tipo Warren de 5,0m de altura dimensionados
Fonte: Adaptado de SAP 2000 v19.
87
A seguir a tabela 29 apresenta os valores de consumos de aço resumidamente para as
pontes estudadas.
Tabela 29 – Consumos de aço para as pontes treliçadas estudadas
Ponte Altura
(m)
Peso Tabuleiro
(kg)
Peso Vigas
Treliçadas (kg) Peso Total (kg)
Treliçada Howe 3,0 33009,6 19413,35 52422,95
5,0 26865,0 22518,00 49383,00
Treliçada Pratt 3,0 33009,6 21296,76 54306,36
5,0 26865,0 22177,68 49042,68
Treliçada Warren 3,0 33009,6 18825,66 51835,26
5,0 26865,0 20163,11 47028,11 Fonte: Autor.
88
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES
Posteriormente ao dimensionamento dos perfis metálicos fora possível verificar o
consumo de aço por parte de cada ponte e analisar as que apresentam os melhores desempenhos.
Analisando comparativamente os resultados obtidos para o consumo de aço das pontes
propostas, observou-se que entre as pontes de um mesmo tipo de viga treliçada o consumo de
aço foi inferior para as pontes de 5,0 metros em detrimento das pontes de 3,0 metros.
A tabela 30 apresenta uma relação percentual de consumo de aço encontrados para as
pontes com diferentes alturas de treliça e vãos do tabuleiro.
Tabela 30 – Comparação entre os pesos das pontes treliçadas de alturas diferentes
Ponte Altura (m) Peso Total (kg)
% de peso acima da
solução com menor
consumo de aço
Treliçada Howe 3,0 52422,95 6,15%
5,0 49383,00 -
Treliçada Pratt 3,0 54306,36 10,07%
5,0 49042,68 -
Treliçada Warren 3,0 51835,26 10,22
5,0 47028,11
Fonte: Autor.
Percebe-se neste estudo que a economia no consumo de aço por parte das pontes de 5,0
metros de altura gira em torno de 10% quando comparadas com as pontes de 3,0 metros.
Por meio da tabela 31 é possível verificar que as vigas treliçadas das pontes de 3,0
metros proporcionaram um dimensionamento mais econômico onde o peso das treliças de 3,0
metros foi em torno de 5 a 15% menor, porém quando analisa-se conjuntamente o peso do
tabuleiro da ponte e das treliças encontram-se menores valores de consumo de aço para pontes
com altura de 5,0 metros. O principal componente que levou a um diferencial de peso no
tabuleiro observado neste trabalho foram as vigas transversais. Nas pontes de 3,0 metros de
altura definiu-se neste trabalho uma maior quantidade de vigas transversais do que nas pontes
com 5,0 metros de altura. Já no dimensionamento destas vigas verificou-se uma pequena
diferença de massa linear entre os perfis transversais das pontes com alturas diferentes, gerando
desta forma um maior peso total do tabuleiro as pontes de 3,0 metros em função da maior
quantidade de barras.
89
Tabela 31 – Comparação entre os pesos apenas das treliças das pontes treliçadas de alturas
diferentes
Ponte Altura (m) Peso das treliças
(kg)
% de peso acima da
solução com menor
consumo de aço
Treliçada Howe 3,0 19413,35 -
5,0 22518,00 15,99%
Treliçada Pratt 3,0 21296,76 -
5,0 22177,68 4,13%
Treliçada Warren 3,0 18825,66 -
5,0 20163,11 7,10%
Fonte: Autor.
Quando se compara os pesos consumidos de aço entre as pontes com diferentes tipos de
vigas treliçadas observa-se que existe uma certa variabilidade na economia de materiais
empregados de acordo com a altura da treliça.
Comparando apenas as pontes de vigas treliçadas de 3,0 metros de altura, com diferentes
distribuições de barras nas treliças, encontra-se uma maior economia com as treliças do tipo
Warren, e posteriormente nas treliças do tipo Howe.
Nas pontes com 5,0 metros de altura a maior economia de aço foi verificada pela ponte
de tipo Warren novamente, indicando uma maior eficiência desta tipologia quando aplicado o
dimensionamento barra por barra da estrutura.
As tabelas 32 e 33 apresentam as relações entre os pesos totais encontrados nas pontes
para as treliças de 3 e 5 metros de altura respectivamente, considerando os diferentes tipos de
treliças empregadas.
Tabela 32 – Comparação entre os pesos totais das pontes de 3,0 metros de altura
Ponte Altura (m) Peso Total (kg)
% de peso acima da
solução com menor
consumo de aço
Treliçada Howe 3,0 52422,95 1,13%
Treliçada Pratt 3,0 54306,36 4,76%
Treliçada Warren 3,0 51835,26 -
Fonte: Autor.
90
Tabela 33 – Comparação entre os pesos totais das pontes de 5,0 metros de altura
Ponte Altura (m) Peso Total (kg)
% de peso acima da
solução com menor
consumo de aço
Treliçada Howe 5,0 49383,00 5,01%
Treliçada Pratt 5,0 49042,68 4,28%
Treliçada Warren 5,0 47028,11 -
Fonte: Autor.
Por fim pode-se dizer que quanto ao peso total das estruturas das pontes propostas a
variabilidade foi baixa analisando-se o conjunto como um todo. Não se pode observar por meio
deste estudo uma grande discrepância entre valores, em especial para as pontes de 5,0 metros
de altura. Houve uma tendência de que as pontes do tipo Warren consumam menor quantidade
de material em ambas as alturas de treliça analisada.
Quando comparadas as pontes de um mesmo tipo de viga treliçada e diferentes alturas
chegou-se a resultados que indicam uma maior economia de material empregado nas pontes de
5,0 metros. Porém a questão de custo total da estrutura não está sendo englobada neste estudo,
tendo em vista que para que fosse realizada uma análise financeira seriam necessários mais
dados acerca do preço de cada tipo de perfil e das ligações utilizadas. Outro fator importante
nesta avaliação de preço total da estrutura estaria intimamente ligado ao investimento
necessário para aquisição das vigas transversais do tabuleiro da ponte, as quais apresentam
maiores comprimentos e um diferente modo de fabricação frente aos demais perfis.
Ressalta-se, portanto, que uma estrutura mais leve não necessariamente resulte em uma
estrutura mais econômica, sendo necessária a avaliação de diversos outros quesitos técnicos
como os custos relativos a fabricação, montagem, transporte, mão de obra, detalhamento de
ligações entre outros para que se possa afirmar a existência de economia financeira.
Ficam como sugestão de análise seguinte a este trabalho a verificação de diferentes
alturas de treliças, refinando uma verificação da relação ótima entre altura de viga treliçada por
vão livre de ponte para pontes rodoviárias metálicas. Além da verificação proposta
anteriormente indica-se a análise de diferentes relações entre comprimento dos montantes e
banzos das treliças, afim de atestar a melhor relação de comprimento, no trabalho em questão
foi aplicada uma relação entre comprimento dos banzos e dos montantes igual a 1. A não
verificação dos efeitos gerados pela ação repetitiva dos carregamentos, ou seja a fadiga, também
é um tema a ser abordado em trabalhos posteriores a este, de forma a aliar aos conhecimentos
91
adquiridos neste trabalho com esta importante verificação do estado limite último das estruturas
de pontes.
Além das sugestões para trabalhos futuros apresentadas também pode-se destacar uma
análise interessante relativa a travamentos de vigas treliçadas em “X”, onde o dimensionamento
das diagonais da treliça se dê apenas por tração, podendo desta forma resultar em um menor
peso total de treliças devido ao dimensionamento por tração implicar em perfis com seção
transversal de menor rigidez.
92
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94
APÊNDICES
APÊNDICE A – NUMERAÇÃO DAS BARRAS DAS TRELIÇAS
PONTE HOWE – 3,0 METROS DE ALTURA
95
PONTE PRATT – 3,0 METROS DE ALTURA
96
PONTE WARREN – 3,0 METROS DE ALTURA
97
PONTE HOWE – 5,0 METROS DE ALTURA
98
PONTE PRATT – 5,0 METROS DE ALTURA
99
PONTE WARREN – 5,0 METROS DE ALTURA
100
APÊNDICE B – RELAÇÕES ESFORÇO SOLICITANTE ESFORÇO RESISTENTE
PARA AS BARRAS CRÍTICAS DOS MODELOS DE TRELIÇAS GERADOS
PONTES DE 3,0 METROS DE ALTURA
BARRA TRELIÇA HOWE –
3,0 m
TRELIÇA PRATT –
3,0 m
TRELIÇA WARREN –
3,0 m
1 0,910 0,899 0,848
2 0,869 0,858 1,007
3 0,908 0,840 0,929
4 0,990 0,876 0,895
5 0,925 0,594 0,987
6 0,960 0,230 0,869
7 0,942 0,912 0,868
8 0,847 0,878 0,858
9 0,914 0,932 0,920
10 0,683 0,905 0,923
11 0,891 0,988 0,915
12 0,893 0,828 0,991
13 0,885 0,918 0,896
14 0,879 0,942 1,009
15 0,897 0,930 0,902
16 0,912 0,879 0,871
17 0,912 0,915 0,928
18 0,968 0,945 0,947
19 1,050 1,001 1,005
20 - 1,010 1,031
21 - 1,039 - RAZÃO
MÉDIA 0,907 0,872 0,929
RAZÃO
MÉDIA
CORRIGIDA
0,907 0,904 0,929
Verificou-se que na ponte de 3,0 metros de altura com vigas treliçadas do tipo Pratt a
barra de número 6 apresentou um coeficiente da relação esforço solicitante por esforço
resistente discrepante das demais. Isto se deu devido ao fato de esta barra apresentar apenas
esforços de tração inferiores aos valores de esforço resistente do perfil com menor rigidez
presentes no catálogo utilizado, da ordem de 4 vezes. Como perfil de número 6 apresentou
grande diferença frente aos demais na relação apresentada e pelo fato de apresentar o menor
peso entre os perfis analisados, representando 0,36 % do peso total das treliças (78 kg de
21296,76 kg) pode-se analisar o cálculo da razão média com a ausência deste perfil,
encontrando-se neste novo cálculo o valor de 0,90445.
101
PONTES DE 5,0 METROS DE ALTURA
BARRA TRELIÇA HOWE –
5,0 m
TRELIÇA PRATT –
5,0 m
TRELIÇA WARREN –
5,0 m
1 0,887 0,826 0,981
2 0,939 0,867 0,998
3 0,876 1,008 0,974
4 0,885 0,440 0,910
5 0,603 1,001 0,753
6 0,942 0,977 0,908
7 0,975 0,965 0,990
8 0,891 0,907 0,901
9 0,943 0,922 0,883
10 0,942 0,999 0,961
11 0,809 0,895 0,769
12 - 0,751 0,839
13 - 0,941 -
RAZÃO
MÉDIA 0,881 0,884 0,905
RAZÃO
MÉDIA
CORRIGIDA
0,881 0,921 0,905
Verificou-se que na ponte de 5,0 metros de altura com vigas treliçadas do tipo Pratt a
barra de número 4 apresentou um coeficiente da relação esforço solicitante por esforço
resistente discrepante das demais. Isto se deu devido ao fato de esta barra apresentar apenas
esforços de tração inferiores aos valores de esforço resistente do perfil com menor rigidez
presentes no catálogo utilizado, da ordem de 2,3 vezes. Como este perfil apresentou grande
diferença frente aos demais na relação apresentada e pelo fato de apresentar o menor peso entre
os perfis analisados, representando 0,586% do peso total das treliças (130 kg de 22177,8 kg)
pode-se analisar o cálculo da razão média com a ausência deste perfil, encontrando-se neste
novo cálculo o valor de 0,921.
Em todos os perfis das treliças de 3,0 e 5,0 metros dimensionados o esforço limitante
foi o momento fletor.
102
ANEXOS
ANEXO A - CATÁLOGO PERFIS ESTRUTURAIS GERDAU TABELA DE BITOLAS
103
104
ANEXO B – CATÁLOGO PERFIS ESTRUTURAIS SOLDADOS SÉRIE VS AÇO
MINAS
105
106