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METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA
Metodologia é a ciência do método, ou ainda, o conjunto de métodos
utilizados em uma investigação científica. A metodologia concreta os
procedimentos que garantem a utilização e o domínio de uma língua, sendo esta,
diferente da língua materna.
A seguir serão esplanadas algumas metodologias, que podem ser utilizadas
pelos professores de Língua Espanhola.
2.1 Método Tradicional de Gramática e Tradução
No século XIX se difundiu em grande parte do mundo a utilização do método
tradicional, historicamente, a primeira e mais antiga metodologia, utilizada para
ensinar línguas clássicas como o latim, considerado atualmente uma língua morta,
que acaba servindo de modelo para o ensino de línguas vivas no início do século
XX.
Baseia-se no ensino da língua estrangeira através de explanações
desenvolvidas na língua materna do aluno. Fundamenta-se na idéia de que o
aspecto principal da língua é sua escrita, e de que esta é determinada por regras
gramaticais, tendo como maior objetivo explicar tal estruturação, com fim de que o
aluno aprenda a ler, escrever e apreciar uma nova cultura, assim cita (GARGALLO,
1999, p.59): “La lengua queda reducida al conocimiento de las reglas que la
gobiernan y su uso a la capacidad para descodificar textos escritos y producir
discursos que respeten las reglas de organización de la estructura oracional”.
Para trabalhar com esse método são necessários a utilização de um livro didático,
uma gramática e um dicionário. As atividades propostas abordavam exercícios de
aplicação das regras de gramática, ditados, tradução e versão.
O professor é quem ensina, e não leva em consideração os interesses de
seus alunos, o aluno por sua vez é quem aprende, segundo (ABADÍA, 2000, p.49)
“El alumno debe cumplir con los programas, objetivos y contenidos determinados y
propuestos para “digerirlos” durante el curso de español”; é um mero receptor que
deve internalizar o ensinado, não devendo utilizar nem seu pensamento crítico
tampouco sua reflexão. Pouca iniciativa se atribui ao aprendiz, e a interação entre
professor/aluno é vertical; praticamente inexiste.
O controle da aprendizagem é rigoroso e o erro é considerado incabível
neste processo.
2.2 Método de Base Estrutural
Foi desenvolvido entre 1930 e 1960 na Inglaterra e sugere uma grande
mudança no modo de compreensão e desenvolvimento do processo de
aprendizagem até então proposto. Este método se divide em várias correntes
metodológicas com elementos comuns, sendo o método situacional o mais utilizado
no ensino da Língua Espanhola.
Tem como objetivo a competência gramatical e o desenvolvimento da
compreensão auditiva e expressão oral; ser apto a escutar e falar na língua meta
para depois ler e escrever na mesma.
Segundo (SANCHEZ, 2000, p. 168) um bom modelo de livro didático para
esta metodologia seria:
Una primera página en la que contiene un diálogo que refleja una situación de la vida diaria (conocerse unos amigos, en el hospital, de viaje…). La comprensión del texto se facilita con la inclusión de varias viñetas alusivas al mismo.
Un cuadro esquemático, de claro sabor estructuralista, con los elementos gramaticales o estructurales que constituyen el principal objetivo de la unidad, seguido de varios ejercicios de corte estructural, para permitir la consolidación e internalización de los elementos o estructuras presentados.
Dos páginas con dibujos para favorecer la asimilación de estructuras o léxico y la práctica con dichos elementos. Dicha práctica es oral.
Otras dos páginas con diversos ejercicios de transformación, sustitución o repetición, para asentar la adquisición de las estructuras presentadas en la lección.
Una última página en la que se reproduce mediante dibujos una situación paralela a la introducida en el principio. El objetivo de esta situación ilustrada es facilitar la transferencia de lo aprendido a contextos similares.
Assim são propostas atividades de compreensão oral, repetição em grupo ou
interativa, exercícios de substituição, transformação... O Método Estrutural enfoca a
compreensão textual a partir do contexto, e também a utilização de desenhos para
estabelecer uma relação entre os objetos e a língua meta. Conforme indica
(Gargallo, 1999, p.71),
Puede resultar paradójico que los fundamentos del estructuralismo se implantaran en Europa y Estados Unidos a comienzos del siglo XX (F. de Saussure, 1916) y que, sin embargo, estos no se vieran reflejados en los materiales didácticos destinados a la enseñanza del español como lengua extranjera hasta fecha tan tardía; pero no debemos olvidar que el interés institucional y editorial por esta parcela de la docencia es relativamente reciente.
O professor é um facilitador da aprendizagem, ele tem sua própria bagagem
decorrente de sua percepção do processo, sem assim, depender totalmente do
currículo. O aluno assume a responsabilidade de sua aprendizagem. A relação
professor/aluno é importante e existente. Nesta metodologia, o erro influi na
avaliação, é corrigido.
2.3 Método Nocional-Funcional
Este método surge a partir de críticas ao método situacional, já existente na
citada década de 60, quando o Conselho da Europa em busca de renovar o ensino
de línguas desenvolve o Projeto de Línguas Vivas, que enfatiza alguns aspectos
conforme cita (SANCHEZ, 2000, p. 185):
- Se empiezan a tener en cuenta las necesidades de los alumnos. Estas necesidades se analizan en términos de necesidades de comunicación por parte del alumno/aprendiz.
- Los objetivos se formulan seleccionando los componentes en campos parcialmente nuevos: nociones (campos semánticos comunicativos), funciones (el para qué
del uso lingüístico en cada caso), además de los ya clásicos de gramática y léxico.
- En consecuencia, la prioridad en los criterios de selección de los objetivos se traslada del habitual campo gramatical al funcional.
O discente deve ser capaz de comunicar-se e também escutar, escrever e
ler, e através das situações comunicativas aprender a gramática.
O trabalho docente está baseado em suprir tais necessidades comunicativas
dos alunos. O Conselho da Europa define como fins desta metodologia, identificar
os objetivos dos alunos e encima disso preparar um programa específico.
O ensino parte das situações comunicativas até chegar aos elementos
lingüísticos.
O professor não é o protagonista da aula, ele serve de guia, modelo para
seus alunos. E por sua vez, o aluno deve ser o protagonista, participante ativo.
Não foi desenvolvido nenhum tipo de atividade específica para esta
metodologia, logo, continuam sendo utilizados os mesmos tipos de atividades do
método situacional, como utilização de repetição, desenhos... O erro é corrigido e
influencia na avaliação.
2.4 Enfoque Comunicativo
Conforme indicado por (GARGALLO,1999, p. 74), “el enfoque comunicativo
es una orientación metodológica aplicada a la enseñanza de lenguas extranjeras
[…]”.
Surgiu na década de 70 na Europa, quando os lingüistas vêem como
necessário o estudo do discurso.
O Enfoque Comunicativo centraliza o ensino da língua na comunicação, e é o
resultado da junção de competências como: sociolingüística, estratégica, discursiva
e gramatical. Trata-se de ensinar o aluno, a saber, utilizar, ou ainda, comunicar-se
em língua estrangeira. A ser apto a produção de enunciados lingüísticos de acordo
com a intenção e situação de comunicação.
Agora a gramática está a serviço da intenção comunicativa, neste caso a
utilizada é a nocional, das noções, das idéias. O erro é visto com um processo
natural na aprendizagem, e os exercícios repetitivos dão lugar aos exercícios de
comunicação real ou simulada, com uma maior interatividade, podendo assim ser
citados alguns exemplos de atividades propostas aos alunos: trabalho em grupo,
dramatizações...
O aluno é induzido a descobrir por si às regras de funcionamento da língua,
por meio da reflexão e elaboração de hipóteses, o que exige dele uma maior
participação no processo de aprendizagem. Ele participa ativamente, interage com
os colegas e também com o professor.
O professor deixa de ocupar o papel principal, de possuidor do
conhecimento, “el profesor es un guia en la clase. Su cometido es crear las
condiciones idóneas para que los alumnos aprendan y creen su propio saber sobre
la base del que ya poseen” (SANCHEZ, 2000, p.203), ele assume o papel de
orientador das atividades propostas, deve ser sensível aos interesses dos alunos e
gerar em sala de aula a necessidade de interação, encorajando a participação.
Logo, a aprendizagem se centra especificadamente no aluno, e este passa a ter um
papel ativo.
As atividades estão diretamente ligadas ao ato da comunicação, através
delas são trabalhados os conteúdos.
A qualidade da aula é medida entre outros, pela participação dos alunos. Por
mais que ainda existam carências no Método Comunicativo, como que nem sempre
o aluno vive em situações reais o que aprende, este tem suas vantagens em
relação às propostas anteriores, como ao método tradicional, por exemplo.