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Metodologia para o diagnóstico de estruturas de betão afectadas por reacções sulfáticas internas
Loïc Divet, Alexandre PavoineDépartement “Matériaux”Laboratoire Central des Ponts et Chaussées
WORKSHOP EXREACT 24 de Junho de 2010
Introdução
� RSI conhecida para os betões que tenham sofrido tratamento térmico e para temperaturas relativamente elevadas (T > 65 °C)
� RSI pode ocorrer em elementos de grande massa de betão betonados in-situ (frequentemente em períodos de temperatura ambiente elevada – Verão)
� Em França :
� os primeiros casos identificados em 1997
� actualmente, estão recenseadas cerca de cinquenta estruturas afectadas (fonte LCPC)
� Dificuldades em estabelecer um diagnóstico/prognóstico fiável
� Dificuldades do diagnóstico
� a etringite está presente num betão são
� complexidade da RSI
� apresenta sintomas semelhantes aos da reacção álcal is-agregado
� Objectivo do diagnóstico
� determinar a origem exacta da degradação
� estimar a extensão do fenómeno
� obter informações sobre a evolução da reacção
� Uma metodologia global que deve ter em conta
� os aspectos microscópicos ligados ao material
� os aspectos macroscópicos ligados à estrutura (ambie nte, solicitações mecânicas, …)
Diagnóstico / prognóstico
� Inspecção da estrutura
� Recolha de informações
� Observação e avaliação do estado da estrutura
� Estudo e ensaios em laboratório
� Estratégia de gestão das estruturas
Métodos de diagnóstico - prognóstico
� Sem sintomas visuais característicos
� Fissuração similar à da reacção álcalis-agregado
� Examinar as condições de serviço da estrutura
� Localizar e estimar a extensão da degradação
� Procurar as entradas de água ou de humidade
Inspecção da estrutura
Localização da degradação
� Viga do pilar 2(1,5 x 8,2 x 2,7 m)
� Superfícies expostas às águas (escoamentos e intempéries)
Manifestação da degradação
� Fissuras multi-direccionais segundo as armaduras principais
� fissuração +/- densa de acordo com o grau de avanço da RSI
Inspecção da estrutura
Localização da degradação
� 2 pilares (6 x 3 m)
� zona de maré 3 a 4 m
Manifestação da degradação
� não afecta a totalidade da estrutura
� sempre as zonas húmidas
Inspecção da estrutura
� Sobre o cimento
� natureza e origem do cimento e origem do cimento
� teores em álcalis, em aluminatos e em sulfatos
� calor de hidratação do cimento
� Sobre o betão
� natureza e origem dos agregados
� dosagem em cimento, razão A/C
� presença de adições minerais
� Sobre as condições de fabrico e colocação em obra
� período de betonagem
� betonagem de grande massa
� tratamento térmico severo
Recolha de informações
Recolha de informações : différences RSI/RAS
� Caracterização petrográfica dos agregados
� A presença de aditivos minerais
� Ambiente de concreto (umidade)
� Determinação de álcalis no concreto
Caracterização da fissuração
((------ inspecinspecçção em 1989,ão em 1989, ------ inspecinspecçção em 1997ão em 1997))
� �������� um fenómeno evolutivo
Observação e avaliação do estado da estrutura
IF = Soma das fissuras interceptadas pelas linhas formadas por 4 eixos de 1 metro
Índice de fissuração (Método lpc n°47)Grau de dano de uma estrutura em betão armado
Viga Sul do viaduto de Fozières :
• parte central
IF = 0,55 (2000) e 0,55 (2002)
• extremidade (próximo)
IF = 1,64 (2000) e 2,00 (2002)
Observação e avaliação do estado da estrutura
Distancemetria por fio invar (méthode lpc)
� Avaliar as deformações globais da estrutura no tempo com instalação de bases de medida dimensional
� Outros métodos : distancemetria por infra-vermelho, planimetria laser
Observação e avaliação do estado da estrutura
Observação e avaliação do estado da estrutura
Após 2 anos, uma evolução favorável apenas do lado Este : 0,2 mm/m/ano
0102030405060708090
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Distance à partir de la surface (m)
Tem
péra
ture
max
imal
e de
l'é
chau
ffem
ent (
°C)
���� Nível de profundidade representativo da temperatura máxima atingida pelo betão
Calculo do gradiente de temperatura(modulo Texo - CESAR)Viga da Ponte de Fozières 2x14x3,5 m
importância do comprimento das carotes para um bom diagnóstico/prognóstico
Métodos de diagnóstico em laboratórioExtracção de carotes
� Superfícies obtidas por fractura
� Electrões secundários
(x 4000)
� Amostras polidas
� Electrões retrodifundidosgranulats
Pâte de ciment
ettringite
Métodos de diagnóstico em laboratórioMicroscopia electrónica de varrimento
electrões secundários
� ampliação = 800
�Distinção de formas expansivas e não expansivas da etringite édelicada (fácies « comprimida » geralmente na interface pasta/agregado)
�Ausência de produtos resultantes da reacção álcalis -sílica
Agregado
Etringite
Pasta de cimento
Métodos de diagnóstico em laboratórioMicroscopia electrónica de varrimento
Betão são
� ampliação = 1500
�Indispensável associar as observações microscópicas a outros métodos de investigação
Métodos de diagnóstico em laboratórioMicroscopia electrónica de varrimento
Métodos de diagnóstico em laboratórioMicroscopia electrónica de varrimento
No caso da reação álcali-sílica
� Técnicas de caracterização (locais ou globais)
� Análise química elementar
� Perfil em profundidade dos teores de sulfates
� Difracção de raios X
� Análises termogravimétrica e diferencial simultânea s
� Programa de cálculo mineralógico
� Informações obtidas
� Origem dos sulfates (externos ou internos)
� Composição dos betões (tipo de cimento, dosagem em cimento, natureza dos agregados, teor em álcalis, etc.)
�������� informações úteis para o cálculo da história térmic a do betão (reconstituição dos betões para ensaios adiabáticos e eventualmente para ensaios de expansão total)
Métodos de diagnóstico em laboratórioAnalise mineralógica do betão
�� Informações necessárias:
� dosagens em cimento, em adições minerais e em água efectiva do betão
� massa volúmica do betão
� resistência à compressão aos 2 e 28 dias do cimento
� calor de hidratação do cimento às 41 horas
�� Utensílios de cálculo simples baseados na utilizaçã o de ábacos :
� anexo 4 das recomendações RSI do LCPC
�������� O parâmetro temperatura é primordial nos mecanismos da RSI
Métodos de diagnóstico em laboratórioCalculo da história térmica do betão
�� Informações necessárias:
� dados meteorológicos durante o período de colocação
� geometria da peça
� tipo de cofragem / duração
� faseamento da execução
� propriedades do betão (curva de libertação de calo r)
�������� reformulação dos betões – ensaios adiabáticos
�� Simulação numérica pelo método dos elementos finito s:
� Programa CESAR - LCPC
� hipótese : elevação de temperatura em condições adi abáticas
�������� Em alguns casos, é desejável realizar um estudo mais aprofundado
Métodos de diagnóstico em laboratórioCalculo da história térmica do betão
Evolução das temperaturas
�� Aumento de temperatura no betão da viga do viaduto de Fozières
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 50 100 150 200
Temps (heure)
Tem
péra
ture
(°C
)
1
2
3
4
5
6
7
8
5 dias, T > 70 °C
16 horas, T = 70 °C
.1
.2
.3
.4.5
.8
.6
Gradiente térmico quando o aquecimento é mais intenso
T = 80°C
Métodos de diagnóstico em laboratórioCalculo da história térmica do betão
Evolução das temperaturas no plano de simetria e no sentido da espessura
�� Aumento da temperatura do betão no pilar do viaduto de Fozières
Corte horizontal de um pilar
Geometria particular que favorece os desperdícios de calor
20
30
40
50
60
70
80
0 50 100 150 200
Temps (heure)
Tem
péra
ture
(°C
)
bord
0,35m du bord
0,70m du bord
1,15m du bord
milieu
7,5 m
3,1 m
T = 70°C
Métodos de diagnóstico em laboratórioCalculo da história térmica do betão
70°C
Método de ensaio lpc n°67
• Carote φ 100 mm L > 150 mm
• colagem de pernos equidistantes 120° e separados de 10 cm
�������� consiste em avaliar a expansão residual potencial do betão na estrutura a partir da medida das deformações em carotes que foram extraídas da estrutura e posteriormente conservadas num meio propiciador de acelerar a reacção (prazo ≅≅≅≅ 3 a 12 meses)
Métodos de diagnóstico em laboratórioEnsaio de expansão residual
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0 50 100 150 200 250 300
temps (jours)
Exp
ansi
on (
%)
Zone peu fissurée
Zone peu fissurée
Zone très fissurée
Zone non fissurée
Zone non fissurée
Origem da carote
�������� Em presença de água : risco de expansão da zona pou co fissurada
0,33%
viga
pilar
Métodos de diagnóstico em laboratórioEnsaio de expansão residual
não reactivo
reactivo(0,3%)reactivo(0,3%)
não reactivo
não reactivo
Métodos de diagnóstico em laboratórioEnsaio de expansão residual
O método de teste de francês MLPC 44 Stockage dans les réacteurs (HR 100 % et 38°C)
Métodos de diagnóstico em laboratórioEnsaio de expansão residual
Valeur Qualification
< 100 µm/m Insignificante
100 à 500 µm/m Moderado
> 500 µm/m Significativo
dependente do estado da estrutura e da velocidade de evolução dos dados
Zona vital:
� elementos estruturais
� elementos que possam pôr em risco a segurança dos utilizadores
� Estruturas degradadas ou danos que não afectam uma zona vital
� colocação na estrutura rapidamente um sistema de monitorização
� se a evolução dos danos é rápida no tempo, proceder à extracção de carotes para análises
� Estruturas fortemente degradadas e afectando uma zo na vital
� observação da estrutura
� análises em laboratório
� se existe elevada capacidade de expansão, prognóstico sobre a capacidade portante da estrutura( cálculo específico � modulo RGIB)
Estratégia de gestão dum parque de estruturas afectadas
O prognóstico apoia-se em :
�� a monitorização in-situ da expansão e da fissuração da estrutura
� a avaliação do potencial de expansão futuro a parti r de ensaios de expansão residual
Conclusão
A RSI é um problema de durabilidade para os betões e necessita de meios de diagnóstico apropriados :
�� não apresenta danos visuais característicos
� importância do comprimento das carotes
� indispensável o exame ao microscópio
� origem dos sulfatos (externos ou internos)
� cálculo da história térmica do elemento de betão
Conclusão
�� Selecção da solução de tratamento ou de reforço da estrutura