metodologia do trabalho cientf

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M

 

ETODOLOGIA

DO T RABALHOCIENTÍFICO

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Metodologia do

Trabalho

Científico

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Gervásio Meneses de OliveiraWilliam OliveiraSamuel Soares

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Pedro Daltro Gusmão da Silva

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O Conhecimento Humano e a Ciência

O HOMEM, A SOCIEDADE E O CONHECIMENTO

Natureza Humana, Conhecimento e SaberIntrodução ao ConhecimentoO Ato de ConhecerModos de ConhecerA Teoria do Conhecimento

Tipos de ConhecimentoConcepções de CiênciaA CiênciaConcepções de CiênciaNatureza/Dimensão da CiênciaComponentes da CiênciaClassificação e Divisão da CiênciaCaracterísticasObjetivos e Funções da CiênciaMetodologia Científica Aplicada às Ciências da Educação

Conceitos e ObjetivosMetodologia Científica e Universidade

REGISTRO E SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO

Método e Estratégia de Estudo e AprendizagemFundamentos do Método do Estudo

Fatores Condicionantes do EstudoA AprendizagemPlanejamento e OrganizaçãoRegras Gerais de EstudoLeitura e Análise de TextosElementos da LeituraModalidades de LeituraEtapas da LeituraFinalidades da LeituraMotivação para LeituraCondições para uma Leitura ProveitosaTécnicas de LeituraMaus Hábitos de LeituraEtapas da Análise e Interpretação de Textos

ÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICE

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Metodologia do

Trabalho

Científico

RecomendaçõesTécnicas para sistematização do conhecimento ITécnica para SublinharTécnica para EsquematizarTécnicas para sistematização do conhecimento IITécnica para Fichar

Técnica para Resumir

PRODUÇÃOACADÊMICA E CIENTÍFICA DO CONHECIMENTO

ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS

Redação Científica (Normas da ABNT)Resenha, Artigo Científico e MemorialSeminário, Painel e Mesa RedondaEstudo de Caso, Palestra e Conferência

A PESQUISA CIENTÍFICA E SUAS FASES

Conceito, finalidade e requisitos da Pesquisa CientíficaLinguagem CientíficaTécnicas de PesquisaNíveis de PesquisaTipos de PesquisaPesquisa QuantitativaPesquisa QualitativaFases da Pesquisa CientíficaProjeto de Pesquisa CientíficaPesquisa-Piloto ou Pré-TesteEstrutura do Projeto de PesquisaRelatório de Pesquisa e MonografiaAspectos Relevantes de um Relatório de PesquisaEstrutura do Relatório de PesquisaMonografiaCaracterísticas da MonografiaEstrutura da MonografiaTipos de MonografiaFormatação da Monografia

Elementos da MonografiaAtividade OrientadaReferências Bibliográficas

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Em educação, nenhuma oportunidade deve

ser perdida, tanto para aprender, quanto

para ensinar, como para sentir.

” Arca, 2001.

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Trabalho

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Apresentação da disciplina

Olá Caro Aluno!!

Frente às mudanças que vêm ocorrendo no mundo,evidenciamos a necessidade do homem estar preparado para asdemandas sociais, o mercado de trabalho, o conhecimento pluricultural,as novas tecnologias da informação etc. Por isso, investir no estudo ena pesquisa, enfim, na construção do conhecimento, nodesenvolvimento do espírito científico e do pensamento crítico e reflexivoé o mais seguro método para alcançarmos o progresso da ciência e dahumanidade.

Visto que o acréscimo do conhecimento humano vemacompanhado pelo aumento da sabedoria, concebida como a prudênciae a retidão que encaminham o sentido vital de finalidade do homem,que não se expõe na construção do presente, mas que se origina emum diálogo de passado/presente e futuridade, a disciplina Metodologiado Trabalho Científico se propõe a despertar nos estudantes aimportância do seu potencial de elaborador e produtor deconhecimentos, dando-lhes condições para que, efetivamente, ampliema capacidade de desenvolver, a partir dos conteúdos e atividadestrabalhados pelas diversas disciplinas, o poder de questionar e repensar

o que é e como interagir com o mundo que os circunda.Os conhecimentos trabalhados em nossa disciplina darãocondições de nos organizarmos no ato de estudar e ler para que essesmomentos sejam proveitosos e atinjam seus objetivos, isto é, o ato deestudar e ler é o momento de apreensão dos conhecimentos pertinentes,necessários e relevantes para nosso crescimento pessoal e profissional.

Lembremo-nos: o profissional que queremos ser,começa a se desenhar desde o primeiro dia em que seiniciam nossas atividades. Logo, é de vital importânciaque nos preocupemos com nossas posturas diante docurso, dos textos, das atividades, dos conteúdos que

serão trabalhados em todas as disciplinas e ao longo detodo o processo. O que significa dizer que cada reaçãonossa diante do proposto pelos conhecimentos aquipreparados para fazer elevar o nosso nível cultural,cristalizará o profissional que seremos.

Seja bem vindo!!!

Desejo discernimento, iniciativa e realizações.

Profª Ana Paula Amorim

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Trabalho

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O CONHECIMENTO HUMANO E A CIÊNCIA

O HOMEM, A SOCIEDADE E O CONHECIMENTO

Nesse conteúdo estaremos preocupados em descobrir o que é CONHECIMENTO,como ele acontece e quais os tipos de conhecimento, com suas características.

Esse conteúdo é muito importante pelo fato de o estudante do Ensino Superiorestar lidando com ele em todos os conteúdos propostos pelas diversas disciplinas aolongo do semestre e do curso.

Por outro lado, o estudante do ensino superior se propõe a elevar o seu nívelcultural, a sua forma de ver o mundo, isto é, sair de uma visão ingênua (senso comum)

para uma visão mais filosófico-científica. Isso só se consegue quando comprometemo-nos a CONHECER, buscar o conhecimento e organizá-lo sistematicamente.

Então vamos aos conteúdos!! Mãos à obra!!

Natureza Humana, Conhecimento e Saber

Você já se indagou sobre todo este conhecimento e informações que nós nosdeparamos em nosso dia-a-dia?

Como você acha que este conhecimento é produzido?

Para você existem tipos diferenciados de conhecimento?Quem produz estes conhecimentos?Você produz conhecimento? Como?

Qual o papel e importância do ato de pesquisar e deestudar neste processo de aquisição

e produção de conhecimento?

Pois é...Estas e muitas outras indagações estaremos discutindo ao longo dos nossosestudos.

Além disso, aqui será um espaço para descobrirmos métodos para estudarmoscom mais eficiência, produzirmos nossos textos com mais qualidade, enfim...

Conhecermos, produzirmos e divulgarmos nossos conhecimentos e os de outros,entendendo que é através deles que podemos compreender melhor o mundo.

O Ato de Conhecer

No dia-a-dia, o ato de conhecer se manifesta tão natural que nós nem nos damosconta da sua complexidade.

Desde cedo, os mestres nos falam da necessidade de aprender a conhecer omundo e posteriormente da necessidade de autoconhecimento.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Assim, entramos na engrenagem do conhecimento do mundo,considerado real, sem colocar em pauta o que significa conhecer. Todavia, àmedida que nos defrontamos, na relação com o mundo, com os vários campose formas de conhecimento, entramos num emaranhado de conceitos.

Então percebemos que quase não tematizamos questões básicas como:

Quem conhece?

Como conhece?

Para que conhece?

O conhecimento verdadeiro é o conhecimentoobjetivo?

E o conhecimento subjetivo é falso?

Hoje recebemos passivamente, através das instituições escolares, um modelo deconhecimento imposto pela ideologia do sistema tecnocrata. É o modelo, muitas vezesdeturpado, do conhecimento científico.

Esse modelo tem a sua razão de ser, exprime um modo de conhecer e dominarracionalmente a realidade, mas não deveria ser a única abordagem. E mais ainda, essemodelo se acha comprometido muitas vezes com os interesses do sistema.

O estudo desses problemas nos remete à constatação de controvertidas respostasa exigir uma análise esclarecedora do sentido do conhecimento. Já que existem múltiplasinterpretações a respeito do real, diversos são os modos de se enfocar o conhecimento.Só o exame nos possibilita compreender o que está sendo passado de obscuro e deideológico no meio cultural, e recebido por nós, na maioria das vezes sem nenhumacrítica.

Então, finalmente, o que é conhecimento?

Partindo da etimologia da palavra, o termo conhecimento vem do latim cognoscere ,que significa conhecer pelos sentidos.

Desta forma, conhecimento é o atributo geral que tem os seres vivos de reagirativamente ao mundo circundante, na medida de sua organização biológica e no sentidode sua sobrevivência.

É o pensamento que resulta da relação que se estabelece entre o sujeito queconhece e o objeto a ser conhecido.

Modos de Conhecer

O conhecimento também pode ser definido como a manifestação da consciência-de-conhecer. Em outras palavras, ele existe quando o indivíduo consegue explicar um“dado” vivido. Portanto, o conhecimento e/ou o ato de conhecer existe como forma desolução de problemas próprios e comuns à vida.

Por ser um processo dinâmico e inacabado, somente é possível considerá-lo dentrode uma visão dialética.

No dia-a-dia, o ato de conhecer se manifesta tão natural que nem nos damos

conta da sua complexidade. Visto que existem múltiplas interpretações a respeito doreal, diversos são os modos de enfocar o conhecimento. Só o exame nos possibilitacompreender o que está sendo passado de obscuro e de ideológico no meio cultural, erecebido por nós, na maioria das vezes sem nenhuma crítica.

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Vejamos no quadro abaixo uma síntese de como ocorre o conhecimento no homem.

EntãoEntãoEntãoEntãoEntão...............O conhecimento é o atributo geral que tem os seres vivos de reagir ativamente ao

mundo circundante, na medida de sua organização biológica e no sentido de suasobrevivência. O homem, utilizando de suas capacidades, procura conhecer o mundoque o rodeia, o conhecimento, a informação, enfim, a prática de vida resulta em

conhecimentos.Á primeira vista pode até parecer complicado, mas é só impressão...E entender o conhecimento é entender a nossa realidade.

Você seria capaz de responder as perguntas abaixo?

CONHECIMENTO E SABER

capacidade enecessidade do

homem(sobrevivência)

sentido, finalidade

e razão das coisas

e do mundo

proporciona

conhecimentos

Para compreendermos de fato esse assunto vamos a algumas teorias.

 A Teoria do Conhecimento

A teoria do conhecimento é uma explicação ou interpretação filosófica doconhecimento humano. Mas, antes de filosofar sobre um objeto, é necessário examiná-lo cuidadosa e criteriosamente.

No conhecimento encontram-se frente a frente a consciência

e o objeto, o sujeito e o objeto. O conhecimento apresenta-secomo uma relação entre estes dois elementos, que nela permeiameternamente separados um do outro. O dualismo sujeito e objetopertence à essência do conhecimento.

O conhecimento se origina de onde?

Do sujeito (o homem)?

Do objeto (o mundo)?

Da relação entre sujeito e objeto?

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Entendendoo fenômeno doconhecimento

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Metodologia do

Trabalho

Científico

A relação entre os dois elementos é ao mesmo tempo uma correlação.O sujeito só é sujeito para um objeto e o objeto para um sujeito. Ambos só sãoo que são enquanto o são para o outro. Mas está correlação não é reversível.Ser sujeito é algo completamente distinto de ser objeto. A função do sujeitoconsiste em apreender o objeto, a do objeto em ser apreendido pelo sujeito.

Os homens são os únicos seres que possuem razão , capacidade de

relacionar , e ir além da realidade imediata. O conhecimento é uma forma deestar no mundo, e o processo do conhecimento mostra aos homens que eles

 jamais são alguma coisa pronta na medida em que estão sempre nascendo de novo, quandotêm a coragem de se mostrarem abertos diante da realidade.

A capacidade dos homens pode:

Tipos de ConhecimentoTipos de ConhecimentoTipos de ConhecimentoTipos de ConhecimentoTipos de Conhecimento

Face à necessidade de se explicitar a complexidade do real onde se dá oconhecimento, se impõe um estudo. Ele, o conhecimento, pode ser categorizado emquatro: popular ou senso comum; científico ou ciência; filosófico ou filosofia; e religiosoou teologia.

Apesar desta separação “metodológica” e categórica no processo de apreensãoda realidade do objeto, o sujeito pode penetrar nas diversas categorias. Por sua vez,estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa: um cientista, voltado

ao estudo da física, pode ser praticante de determinada religião, estar filiado a um sistemafilosófico e, em muitos aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo conhecimentosprovenientes do senso comum.

FAZERCONHECIMENTO

USARCONHECIMENTO

POSICIONAR-SEDIANTE DO

CONHECIMENTO

ESTARCRIATIVAMENTE

NO MUNDO

ESTARSIMPLEMENTE

NO MUNDO

ESTARCRITICAMENTE

NO MUNDO

estar aberto parareavaliar a própria

capacidade notrabalho do conhecer

usa alguma coisa que jáestá pronta, acabada,definitiva, conforme

determinado conhecimentoconsiderado como

suficiente

implica colocar arelação do fazer e do

usar de maneiradialética

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Conhecimento Popular

Denominado de popular ou senso comum, resulta do modo espontâneo ecorrente de conhecer. É o conhecimento do dia-a-dia e se obtém pela experiênciacotidiana.

Suas características são: superficial, isto é, conforma-se com a aparência;

sensitivo e valorativo, ou seja, referente a vivências, estados de ânimo e emoçõesda vida diária; subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências econhecimentos; assistemático, pois esta “organização” das experiências não visaa uma sistematização das idéias; acrítico, pois a pretensão de que essesconhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma crítica;assistemático, por basear-se na “organização” particular das experiências própriasdo sujeito cognoscente, e não em uma sistematização das idéias; verificável, vistoque está limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito àquilo que se pode perceberno dia-a-dia; e, finalmente, falível e inexato, pois se conforma com a aparência ecom o que se ouviu dizer a respeito do objeto.

Conhecimento Científico

É o conjunto organizado de conhecimentos sobre um determinado objeto, emespecial obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio.Caracterizando-se pela capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar, de justificar,de induzir ou aplicar leis, de predizer com segurança eventos futuros. Ele explica osfenômenos e não só os apreende.

O conhecimento científico é crítico, rigoroso, objetivo, nasce da dúvida e seconsolida na certeza das leis demonstradas. É real (factual) porque lida com

ocorrência ou fatos; constitui um conhecimento contingente, pois suas proposiçõesou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência; ésistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente; é verificável,visto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencemao âmbito da ciência; é falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e,por este motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e odesenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.

Conhecimento Filosófico

Em sentido etimológico, Filosofia significa devotamento à sabedoria / amigoda sabedoria, isto é, interesse em acertar nos julgamentos sobre a verdade e afalsidade, sobre o bem e sobre o mal.

A Filosofia usa princípios racionais, procede de acordo com as leis formaisdo pensamento, tem método próprio, predominantemente dedutivo, nas suascolocações críticas. Portanto, ela indaga, traça rumos, assume posições, estruturacorrentes que inspiram ou dominam mentalidades em determinados períodos.

O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste emhipóteses; é não verificável, já que os enunciados das hipóteses filosóficas nãopodem ser confirmados nem refutados; é racional,em virtude de consistir num conjuntode enunciados logicamente correlacionados; é sistemático, pois suas hipóteses eenunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada, numa tentativade apreendê-la em sua totalidade; é infalível e exato, já que seus postulados, assim

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Metodologia do

Trabalho

Científico

[[[[[ ]]]]]

como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste daobservação (experimentação). Portanto o conhecimento filosófico écaracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os problemashumanos e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo àsluzes da própria razão humana.

Conhecimento Religioso

O conhecimento religioso supõe e exige a autoridade divina; nela se fundamentae só a ela atende. Apóia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas(valorativas ), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional ) e, por essemotivo, tais verdades são consideradas infalíveis, e indiscutíveis (exatas); é umconhecimentosistemático do mundo (origem, significado, finalidade e destino) comoobra de um criador divino; suas evidências não são verificáveis: está sempre implícitauma atitude de fé perante um conhecimento revelado. Assim, o conhecimento religioso

parte do princípio de que as “verdades” tratadas são infalíveis e indiscutíveis, porconsistirem em “revelações” da divindade.

 Agora, busque ativar sua memória e tente relacionar osdiversos tipos de conhecimento destacando as principaiscaracterísticas de cada um deles. Lembre-se, é para buscar namemória... Não vale olhar no texto, nem no quadrocomparativo. Deixe estas informações apenas para verificar sesuas observações estavam corretas, ok?!! Confio em você!!!

CONHECIMENTOCIENTÍFICO

CONHECIMENTORELIGIOSO

CONHECIMENTOFILOSÓFICO

CONHECIMENTOPOPULAR

ValorativoReflexivo

Assistemático

Verificável

Falível

Inexato

ValorativoRacional

Sistemático

Não Verificável

Infalível

Exato

ValorativoInspiracional

Sistemático

Não verificável

Infalível

Exato

Real (factual)Contingente

Assistemático

Verificável

Falível

Aproximadamente ExatoFonte: SANTOS, Izequias Estevam dos. Textos selecionados de métodos e técnicas de pesquisa científica . 3. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2002.

Para compreender efetivamente os tipos de conhecimento, relacionando-os, analiseatentamente o quadro abaixo.

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O homem sempre empreendeu esforços em busca da verdade, dacompreensão do real, da explicação de sua natureza interna e danatureza externa que o cerca, sempre buscando dar conta dasquestões sobre seu surgimento, seu papel no planeta, enfim a

razão da sua existência, a melhor maneira de superar os desafios.Nas diferentes dimensões do conhecimento humano, o homemapresenta respostas e avança na compreensão do mundo.

Visto que a ciência é fruto da tendência humana paraprocurar respostas e justificações positivas e convincentes, nesseconteúdo iremos analisar a natureza da ciência, conceituandoseu aspecto lógico como método de raciocínio e de inferênciaacerca dos fenômenos já conhecidos ou a sereminvestigados.

A ciência aumentou sobremaneira a capacidade deinstrumentalização do homem. Desenvolvendo tecnologias avançadas, liberou a mão deobra para atuar na área de serviços e pesquisas científicas. À medida que a ciênciaavança, o indivíduo se torna cada vez mais capaz de dominar as circunstâncias à suavolta.

do latim scientia , isto é, conhecimento, arte, habilidade.

Concepções de Ciência

Ciência:Ciência:Ciência:Ciência:Ciência:

Para Ander-Egg (1978) a ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certosou prováveis, obtidos metodicamente sistematizados e verificáveis, que fazem referênciaa objetos de uma mesma natureza.

Para Freire-Maia (1991) a ciência é um conjunto de descrições, interpretações,teorias, leis, modelos, etc., visando ao conhecimento de uma parcela da realidade, emcontínua ampliação e renovação, que resulta da aplicação deliberada de uma metodologiaespecial (metodologia científica).

Desses conceitos emana a característica de apresentar a ciência como umpensamento racional, objetivo, lógico e confiável.

A ciência pode ser entendida como uma sistematização deconhecimentos, um conjunto de proposições logicamente correlacionadassobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar.

Não existe uma única concepção de ciência. Podemos dividi-la em períodoshistóricos, cada um com modelos e paradigmas teóricos diferentes a respeito daconcepção de mundo, de ciência e de método, destacando-se três grande concepções:a ciência grega, que abrange o período que vai do século VIII a. C. até o final do séculoXVI; a ciência moderna, do século XVII até o início do século XX; e a ciência

contemporânea, que surge no início deste século até nossos dias.Com os gregos, a ciência é tida e conhecida como filosofia da natureza. Tinhacomo única preocupação a busca do saber, a compreensão da natureza das coisas e dohomem.

Concepções de Ciência

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Natureza/Dimensão da Ciência

A concepção de ciência moderna opõe-se à ciência grega e aodogmatismo religioso. Propõe como caminho do conhecimento, o caminhoda ciência, através do experimentar, do medir e comprovar. Surge ocientificismo, isto é, a crença de que o único conhecimento válido era o científicoe de que tudo poderia ser conhecido pela ciência.

A visão contemporânea de ciência centra-se na incerteza e na ruptura

com o cientificismo (dogmatismo e a certeza da ciência). É o contexto decrise da ciência e da ruptura do paradigma cartesiano, fundamentado na

experiência e adotando a indução e a confirmabilidade para constatar a certeza de seusenunciados.

E então, mãos à obra!!! Lembre-se que quantomais informações adquirimos, mais condiçõestemos de construir conhecimento. Portanto,

busque investigar um pouco mais acerca dessasconcepções de ciência: ciência grega, ciência moderna e ciência contemporânea. Aproveite paradescobrir outras concepções de ciências que nãoestão citadas aqui.

LATO  SENSU 

Conhecimento

Compreensiva(contextual)

S TRICTO  SENSU 

Conhecimentodemostrado pelas

causas determinantes

Metodológica(operacional)

A palavra ciência pode ser entendida em duas acepções:

Em se tratando de analisar a natureza da ciência, podem ser explicitadas duasdimensões, na realidade inseparáveis, ou seja, a compreensiva (contextual ou de conteúdo)e a metodológica (operacional), abrangendo tanto aspectos lógicos quanto

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técnicos. Pode-se conceituar o aspecto lógico da ciência como o método de raciocínioe de inferência acerca dos fenômenos já conhecimentos ou a serem investigados; em outraspalavras, pode-se considerar que o aspecto lógico constitui o método para a construção deproposições e enunciados, objetivando, dessa maneira, uma descrição, interpretação,explicação e verificação mais precisas.

Podemos ainda considerar a natureza da ciência sob três aspectos. São eles:

Componentes da Ciência

1. ConhecimentoCientífico

N ATUREZA DA C IÊNCIA

2. InvestigaçãoCientífica

3. Tecnologia

Sistema deenunciados

provisoriamenteestabelecidos

Busca da verdadee produtora de

idéias

Produtora de bensmaterias

As ciências caracterizam-se por possuírem:

a) objetividade ou finalidade - preocupação em distinguir a característica comumou as leis gerais que regem determinados eventos;

b) função - aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimentos, darelação do homem com o seu mundo;

c) objeto - subdividido em material, aquilo que se pretende estudar, analisar,interpretar ou verificar, de modo geral; formal, o enfoque especial, em face dasdiversas ciências que possuem o mesmo objeto material.

Classificação e Divisão da Ciência

Pode-se classificar as ciências em duas grandes categorias: formais e empíricas.As primeiras tratam de entidades ideais e de suas relações, sendo a Matemática e aLógica as mais importantes. As segundas tratam de fatos e de processos, incluem-senesta categoria ciências como a Física, a Química, a Biologia, a Psicologia. As ciênciasempíricas, por sua vez, podem ser classificadas em naturais e sociais. Dentre as ciênciasnaturais estão: a Física, a Química, a Biologia, a Astronomia. Dentre as ciências sociais

estão: a Sociologia, a Antropologia, a Ciência Política, a Economia, a Psicologia, a História.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Características

De maneira geral, a ciência possui características e exigências comunsa serem consideradas. São elas:

Conhecimento pelas causas (racionalismo) 

Implica em conhecer pelas causas. Se o cientista observa a chuva,ele quer saber porque chove, dispensando a influência dos deuses.Utiliza-se o raciocínio analítico, lógico e despojado de impactosemocionais. Trata-se da racionalização do conhecimento.

Profundidade e generalidade de suas condições O conhecimento pelas causas é o modo mais íntimo e profundo de seatingir o real. A ciência não se contenta em registrar fatos, quer tambémverificar a sua regularidade, a sua coerência lógica, a sua previsãoetc. A ciência generaliza porque atinge a constituição íntima e a causacomum a todos os fenômenos da mesma espécie. A validade universaldos enunciados científicos confere à ciência a prerrogativa de fazerprognósticos seguros.

Objeto formal A finalidade da ciência é manifestar a evidência dos fatos e não dasidéias. Procede por via experimental, indutiva, objetiva; suasdemonstrações consistem na apresentação das causas físicasdeterminantes ou constitutivas das realidades experimentalmente

controladas. Não se submete a argumentos de autoridade, mas tão-somente à evidência dos fatos.

Controle dos fatos Ao utilizar a observação, a experiência e os testes estatísticos tentadar um caráter de exatidão aos fatos. Embora os enunciados científicospossam ser passíveis de revisões pela sua natureza “tentativa”, noseu estado atual de desenvolvimento, a ciência fixa degraus sólidosna subida para o integral conhecimento da realidade. (Ruiz, 1979, p.124 a 126).

Exige investigação e a utilização de métodos Investigar implica em pesquisar, e a ciência ocorre à base dequestionamentos, buscas e descobertas. Na ciência, a investigaçãoé também a disposição do pesquisador em submeter-se a um rigormetodológico.

É comunicável Os estudos e resultados das investigações científicas devem ser

comunicados à sociedade. Para tal, o cientista deve fazer uso dasdefinições, conceitos e termos, a fim de representar fielmente as idéiasque se quer expressar.

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Objetivos e Funções da Ciência

Os objetivos da ciência são determinados pela necessidade que o homem tem decompreender e controlar a natureza das coisas e do universo. Delineados os objetivos,cabe à ciência realizar suas três funções, a saber: descrever, explicar e prever os dadosque permeiam a realidade em estudo.

Segundo Ferrari (1982), a ciência ainda deve proporcionar “aumento e melhoriade conhecimento; descoberta de novos fatos e fenômenos; aproveitamento espiritual;aproveitamento material do conhecimento”.

Metodologia Científica Aplicada às Ciências da Educação

Metodologia Científica não é um simples conteúdo a ser decorado pelos alunos.Trata-se de fornecer aos alunos um instrumental indispensável para que sejam capazesde atingir os objetivos da Academia, que são o estudo e a pesquisa em qualquer área

do conhecimento. Trata-se, então, de se aprender fazendo, como sugere os conceitosmais modernos da Pedagogia.O que se deve fazer, na medida do possível, é seguir rigorosamente as regras

definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, para elaboração detrabalhos científicos. Caso alguma regra não esteja sendo cumprida, a responsabilidadeé da desatenção do autor.

Quando falamos de um curso superior, estamos nos referindo, indiretamente, auma Academia de Ciências, já que qualquer Faculdade nada mais é do que o localpróprio da busca incessante do saber científico. Neste sentido, a Metodologia Científicatem uma importância fundamental na formação do profissional. Se os alunos procurama Academia para buscar saber, precisamos entender que Metodologia Científica nadamais é do que o “estudo dos caminhos do saber”, se entendermos que “método” querdizer caminho, “logia” quer dizer estudo e “ciência” que dizer saber.

O Método Científico é a ordem que se segue na investigação da verdade, no estudofeito por uma ciência, ou para alcançar um fim determinado. Não há ciência sem o empregode métodos científicos.

Confere segurança

fator de economia

IMPORTÂNCIA

DO MÉTODO

Conceitos e ObjetivosMétodo, etimologicamente, significa methodos ou metodus meta = meta, hodos = caminhoCaminho para se chegar a determinado fim

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Metodologia do

Trabalho

Científico

A Metodologia Científica é uma disciplina que está intimamenterelacionada com o estudo crítico dos fatos. Ela estuda e avalia os métodosdisponíveis e suas implicações, além de avaliar as técnicas de pesquisa. Demodo geral, ela é uma reunião de procedimentos utilizados por uma técnica.

É através da Metodologia Científica que ocorre o contato entre oconhecimento e a análise crítica, possibilitando a ampliação do saber,posicionando-o no plano sócio-histórico e político. Vale considerar que ametodologia Científica não aponta soluções, mas indica o caminho para

encontrá-las.Visto que essa disciplina permite o questionamento da realidade, ela tem função

também de oferecer suporte à Pesquisa Científica. Desta forma, ela pode ser entendidacomo uma abstração, observando-se a relação intrínseca entre o conhecer e o intervir.

A sua maior importância está na apresentação e exame de diretrizes para a eficáciado estudo e da aprendizagem. Ela está sincronicamente relacionada com o principalobjetivo da universidade que é ensinar e divulgar o procedimento científico.

Portanto, para adquirir o método de estudo mais adequado e conveniente, o

estudante deve fazer uso dos fundamentos e estratégias da Metodologia Científica, a fimde sistematizar o conhecimento que o orientará no processo de investigação para tomadasde decisões oportunas na busca do saber e na formação do seu espírito crítico.

Metodologia Científica e Universidade

A história da ciência é a da conquista gradual, pela ciência experimental, de umaposição central na cultura e na visão do mundo do homem moderno. A ciência sedesenvolveu basicamente fora das universidades tradicionais, e só no século XIX a ligaçãoíntima entre ciência e universidade, que hoje muitos consideram natural, ocorre de forma

efetiva.Os novos parâmetros curriculares serão propostos visando a orientar as açõeseducativas nas escolas e assegurar a todos “a aquisição do instrumental básico paraacesso aos códigos do mundo contemporâneo (leitura, escrita, expressão oral, cálculo,etc.)”. Também deverão incentivar um conjunto de conhecimentos de habilidades e valoresque contribuam para que os alunos desenvolvam-se para o exercício da cidadania, odesempenho das atividades cotidianas e a inserção no mercado de trabalho.

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Considerando que o conhecimento científico é a forma mais adequadaque o homem (o sujeito) tem para compreender o mundo (o objeto), e combase nos nossos estudos, elabore um texto comparativo, de 10 linhas,relacionando o conhecimento científico e os demais tipos de conhecimento.Mãos à obra!!!

Nas diferentes dimensões do conhecimento humano, o homemapresenta respostas que visam avançar a compreensão do mundo. Combase nos nossos estudos, elabore um texto de 10 linhas, evidenciando asdiversas concepções de ciência e a importância dessas concepções para acompreensão do mundo. Bom Trabalho!!!

 Atividades Atividades Atividades Atividades AtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

1 1 1 1 1 .....

 2. 2. 2. 2. 2.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

REGISTRO E SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO

Método e Estratégia de Estudo e Aprendizagem

Estudar corresponde a trabalhar. Exige empenho responsávele dedicação generosa. Conseqüentemente,

pressupõe sacrifícios e escolhas conscientes. Quem de fato querestudar deve estabelecer uma hierarquia de valores em sua vida.

Já vimos anteriormente que o vocábulo metodologia vem dogrego “methodos ” (meta + hodos = caminho) em latim“methodus ”, e indica um caminho para chegar a um fim, ou aum determinado resultado. Nos estudos, a metodologiapretende oferecer ao estudante os instrumentos necessáriose úteis para obter êxito no seu trabalho intelectual, tornando

assim essa atividade menos pesada e mais eficiente.Agir metodologicamente é condição básica de

qualquer pesquisa científica, por mais elementar que seja.Trata-se efetivamente de um conjunto de processos que o espírito humano deve empregarna investigação e demonstração da verdade. Não devemos considerar o método como oessencial, lembrar que ele é um instrumento intelectual, um meio de acesso, enquanto ainteligência, junto com a reflexão, descobre o que os fatos realmente são.

Um estudo é eficaz quando se torna significativo, isto é, quando os novosconhecimentos e informações são assimilados pessoalmente e confrontados e integradosno complexo de conhecimentos já existentes, podendo ser reutilizados em outras

situações. Assim, o estudo contribui para a formação integral da pessoa e de suamaturação.

Fundamentos do Método do Estudo

Entre duas pessoas que tenham o mesmo grau de escolaridade, processoscognitivos semelhantes e graus de motivação semelhantes, certamente aquele que fizeruso de um método de estudar compatível terá melhor rendimento. A eficiência do estudodepende de método, mas o método depende de quem o aplica, da maneira como o faz,adequando-o as suas necessidades e convicções. Podemos citar com pontos essenciaispara eficiência nos estudos o que se segue:Finalidade: desenvolver hábitos de estudo eficientes que não se restrinjam apenas adeterminado setor de atividade ou matéria específica;

Abrangência: servir de instrumento a todos os que tenhamas mesmas necessidades e interesses, em qualquer fasede desenvolvimento e escolaridade, podendo aperfeiçoar-se à medida que o indivíduo progride, através de seuspróprios recursos.

Fatores Condicionantes do EstudoO ofício de estudar requer algumas qualidades

específicas que podemos sintetizar na seguinte trilogia:

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constância, paciência e perseverança. A constância vence as impressões de falsocansaço que freqüentemente se apoderam do espírito e do corpo. Apersistência, no entanto,faz as articulações se desenferrujarem, os músculos se revigorarem, a respiração se dilatar,de repente, um novo ânimo empurra para frente, coisa semelhante pode acontecer com osestudos, em vez de ceder diante dos primeiros sintomas de fadiga, o estudante deve romperpara frente, forçar a saída da energia interior. E a paciência para aguardar com amor o

natural resultado dos esforços desenvolvidos.É regra de ouro não empreender nada além da capacidade pessoal. Cada um tem

seu ritmo próprio e suas limitações. O presunçoso é aquele que se julga superior ao querealmente é e pode ser, contenta-se com aparências e facilmente é vítima de auto-ilusão.Conhecer os reais limites pessoais é fator de honestidade para consigo mesmo e paracom os outros. Quando o trabalho é fruto do próprio esforço, então é que tem valor,mesmo não atingindo inteiramente a qualidade acadêmica exigida. Deve-se desistir datentação de sempre querer comparar-se com os outros. O que eu mesmo sou capaz deproduzir, dentro das minhas condições pessoais, é o que contribui efetivamente paraminha realização humana.

Portanto, as condições físicas e as do seu ambiente de estudo devem ser favoráveis,possibilitando o trabalho atento e tranqüilo. Criar melhores condições físicas de estudo émelhorar o seu rendimento. Veja agora alguns fatores e dicas que podem melhorar o seudesempenho nos estudos:Ambiente: Procura-se, se possível, um lugar sossegado. O quarto de estudo deve ser bemarejado e iluminado. Na escrivaninha do estudante devem ser afastados todos os objetos

que podem distrair. O que não pode faltar é um bom dicionário,papel ou fichas, lápis, borracha e caneta.Motivação: Um fator absolutamente central no estudo é a

motivação, ou seja, uma disposição interior que nos impulsionaa adotar e manter um estilo de vida e um comportamento que

expressam e concretizam valores tidos com importantes. Sem objetivos concretos, que devemser constantemente lembrados, corremos o risco de desanimar diante das primeirasdificuldades que se apresentam, enquanto a experiência de fracasso provoca uma profundafrustração psicológica. Ao contrário, uma forte motivação garante um estudo perseverantee bem-sucedido.Intercâmbio: É de grande utilidade reunir-se de tempos em tempos com colegas estudantes

para trocar experiências de estudo, confrontar resultados, preparar um exame ou um debate

inadequação do horário de estudo ou tipo de alimentação efetuada antes do estudo.

em aula. Esse tipo de intercâmbio abre novos horizontes,estimula o esforço e esclarece dúvidas.Saúde: Às vezes tratam-se de casos relativamente simplesde serem resolvidos. Assim, por exemplo, sonolência constanteem períodos de estudos pode ter como motivação a

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Autodisciplina:  No campo da formação intelectual nada se faz semautodisciplina. A concentração – elemento primordial nos estudos – dependeem boa parte dela, pelo fato de exigir força de vontade e tenacidade na ação.Sem esta disposição firme e empenho decidido não adianta absolutamentenada oferecer subsídios metodológicos, acompanhamento pessoal nos estudosou técnicas sofisticadas de aprendizagem.

Vejamos o quadro abaixo:

A AprendizagemO “todo” ajuda a compreender as partes, não são as partes que ajudam a

compreender o “todo”, portanto não deve-se procurar aprender por “pedaços”. Todaaprendizagem é uma “estrutura” que deve ser assimilada globalmente, portanto deve-sepensar sempre em termos de totalidade e relação das partes entre si.

Um estudo eficiente passa necessariamente por três etapas que, articuladas,levarão o educando a atingir com mais eficiência a aprendizagem desejada, denominadaaqui de síncrese, a primeira etapa, análise, a etapa intermediária, e síntese, a etapa

final.

Planejamento e OrganizaçãoNão se pode esperar ter êxito nos estudos sem planejamento e organização. O

planejamento diz respeito ao tempo disponível, enquanto a organização se refere àutilização eficiente deste tempo em termos de estudo. Estudo exige, por sua próprianatureza, autodisciplina e disponibilidade. Devemos garantir o espaço de tempo necessáriopara a atividade intelectual através de um horário elaborado a partir da situação pessoal.Elaborar um “Quadro de Horário” prevendo a distribuição do tempo dedicado ao estudo

é um excelente recurso para otimização do tempo, possibilitando o acompanhamentodas tarefas a médio e longo prazo. Também no sentido de contribuir na organização dasatividades seria bom elaborar um “Quadro de Tarefas”, possibilitando o acompanhar dasatividades.

SINCRESE ANÁLISE SÍNTESE

Procurar o sentidoestrutural do todo

Procurar ver ecompreender todos

os detalhes

Eliminar da investigaçãotudo que não for

fundamental

Visão difusa

do conteúdoOrdenar o conteúdo

Conclusões, definições,princípios, esquemas,

diagramas

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Regras Gerais de Estudo

estude individualmente, salvo se tiver a certeza de queestudando com outros você aumenta a própria eficácia(discutindo pontos de dúvidas, por exemplo);

tenha idéia clara dos resultados que você deseja alcançare afaste do seu pensamento tudo o que seja alheio aoseu estudo;

aprenda os conceitos, princípios e regras gerais antes detentar aplicá-los;

destaque os aspectos importantes de sua tarefa, seja elaqual for, e considere-os de acordo com essa importância;

faça constantes revisões, aproveitando tais oportunidadespara eliminar os seus pontos fracos;

procure resolver as suas dificuldades sozinho, mas nãodeixe de pedir auxílio se perceber que ele é mesmonecessário;

distribua bem os seus esforços durante o estudo, ou seja,estude por etapas a matéria muito vasta, importante oudifícil. Distribua as etapas por mais de um período deestudo;

aprenda a matéria estudada de modo a poder reduzi-la auma unidade;

aplique o aprendido, usando sempre que lhe seja possível.

As regras que se seguem ajudam a melhorar o rendimento do estudo. Conheça-as euse-as com bom senso.

Veja no quadro da página seguinte um método de estudo:

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Metodologia do

Trabalho

Científico

1.Perguntar-se antes do estudo:Qual é o assunto?O que sei sobre isso?Que acho que vai tratar-se aqui?

2.Pausa para responder-se mentalmente a essas perguntas.

3.Leitura rápida sobre todo o livro (quando é o primeiro contatocom ele): Tentar obter o plano da obra; Informações sobre o autor e seu trabalho; Tentar descobrir seu método expositivo.

4.Leitura rápida sobre o capítulo, a lição: Tentar apenas se informar do que se trata; Tentar esboçar o plano do capítulo ou do texto; Estabelecer rapidamente relações com temas anteriores; Sem anotações – veloz; Esta primeira leitura é sem análise – levada a cabo, mesmo sementender tudo.

5.Nova leitura: demorada, refletida Assinalar as partes importantes; Obtenção da idéia principal; Obtenção dos detalhes importantes; Assinalar a lápis no livro; Relacionar as partes; Criticar (se for o caso) pontos de vista do autor; Confrontá-los com os próprios; Levantar dúvidas; Procurar respostas.

6. Anotações (de preferência em fichas) Breves transcrições;

Esquemas; Resumos próprios; Conclusões tiradas; Análises e críticas pessoais (se for o caso); Documentar-se não apenas para o presente, o imediato. A anotação deve servir para o futuro. Daí ser concisa, sem ser obscura.

7. Relacionar o assunto com o anterior e o seguinte Consultar outras fontes. Não se escravizar ao livro de textos.

8. Revisão e assimilação Rever toda a anotação feita; Confrontar com o texto; Repetir para si o aprendido, imaginando que o está comunicando a

alguém;Treinar-se para que tal “comunicação” tenha clareza e seqüência lógica;

  Testar a memória para assegurar-se de que não esqueceu algoimportante. Não decorar, mas assimilar.

CuriosidadeInteressePropósitoDefinido

”Olho clínico”AtençãoNão-passividade

TÉCNICAS BÁSICAS DO ESTUDOFASESATITUDE E

COMPORTAMENTO

ConcentraçãoAnáliseCrítica

Síntese

Sistematização

Ordenação lógica

ConcentraçãoPersistência

Adaptação às situaçõesreais, fora do contextolido

M É T O D O D E E S T U D OM É T O D O D E E S T U D OM É T O D O D E E S T U D OM É T O D O D E E S T U D OM É T O D O D E E S T U D O

G

LOBAL

PARCIAL

GL

OBAL

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Se você adotar as técnicas aqui expostas, em pouco tempo terá aprendido a aprender.Seu estudo renderá mais, terá maior eficácia. Mas as regras apresentadas não devemescravizá-lo. Você deverá dominá-las e aplicá-las como um senhor, usando-as em seuproveito.

Leitura e Análise de Textos

É preciso ler, e principalmente, ler bem. Quem não sabe ler

não saberá resumir, não saberá tomar apontamentos e, finalmente,não saberá estudar. Ler bem é o ponto fundamental para os quequiserem ampliar e desenvolver as orientações e aberturas dasaulas.

O processo de aprendizagem, no que tange as atividadesestudantis, depende, dentre outros elementos, da capacidadede leitura e assimilação reflexiva dos conteúdos trabalhados.As leituras necessárias e justificáveis podem ser realizadasde modo proveitoso e com menor grau de esforço quandoefetuadas com base em algumas técnicas. O que é uma leitura proveitosa, que técnicas

podemos fazer uso, que cuidados devemos ter para maior proveito será agora objeto donosso estudo. Vamos à ele!!!

Elementos da Leitura

A leitura amplia e integra os conhecimentos, desonerando a memória, abrindo cadavez mais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação,disciplinando a mente e alargando a consciência pelo contato com formas e ângulosdiferentes sob os quais o mesmo problema pode ser considerado. Quem lê constrói suaprópria ciência; quem não lê memoriza elementos de um todo que não se atingiu.

Apesar de todo o avanço tecnológico observado na área de comunicações,

principalmente audiovisuais, nos últimos tempos, ainda é, fundamentalmente, atravésda leitura que se realiza o processo de transmissão/aquisição do conhecimento. Daí aimportância capital que se atribui ao ato de ler, enquanto habilidade indispensável.Aprender a ler não é uma tarefa tão simples, pois exige uma postura crítica, sistemática,uma disciplina intelectual por parte do leitor, e esses requisitos básicos só podem seradquiridos através da prática, da experiência.

Os livros, de modo geral, expressam a forma pela qual seus autores vêem o mundo.Para entendê-los é indispensável não só penetrar em seu conteúdo básico, mas tambémter sensibilidade e espírito de busca, para identificar, em cada texto lido, os vários níveisde significação e as várias interpretações das idéias expostas por seus autores.

Os livros ou textos selecionados servem para leituras ou consultas: podem ajudarnos estudos em face dos conhecimentos técnicos e atualizados que contêm, ou oferecersubsídios para a elaboração de trabalhos científicos, incluindo seminários, trabalhosescolares, monografias etc.

Não se esqueça de que os bons resultados do seu

estudo dependem de sua capacidade de concentrar-se.A concentração é um dos grandes segredos da

superioridade intelectual. Concentrado, você estará

desperto, ativo e consciente, pronto para compreender,

aprender e pensar. Aí está a chave do sucesso: use-a. !!!!!

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Modalidades de Leitura

A realidade da leitura é extremamente complexa e variada, visto que odiálogo que se estabelece entre emissor e receptor não se dá sempre damesma forma. As nossas leituras têm origens e objetivos bastantediferenciados. Assim, há leituras de pura informação, como noticiários, jornais,

revistas; leituras de passatempo, como revistas em quadrinhos, romances etc.;leituras literárias que são, antes de tudo, uma comunicação íntima entre o textoe o leitor.

No caso específico de leituras acadêmicas, trata-se de uma linguagem científica quese caracteriza pela clareza, precisão e objetividade. Ela é fundamentalmente informativa etécnica, firma-se em dados concretos, a partir dos quais analisa e sintetiza, argumenta econclui. A objetividade e racionalidade da linguagem científica a distingue de outrasexpressões, igualmente válidas e necessárias.

O que é mais presente é a leitura de estudo ou informativa, pois visa à coleta deinformações para determinado propósito, destacando-se três objetivos predominantes:

certificar-se do conteúdo do texto, constatando o que o autorafirma, os dados que apresenta e as informações que oferece;

verificar a validade dessas informações.

Finalidades da Leitura

1

2

3

Etapas da Leitura

Decodificação: Tradução dos sinais gráficos em palavras;

Intelecção: Percepção do assunto, emissão de significado ao que foi lido;

Interpretação: Apreensão das idéias e estabelecimento de relações entre o texto eo contexto;

Aplicação: Função prática da leitura, de acordo com os objetivos que se propôs.

Informação com ou sem objetivo da aquisição de conhecimentos.

Leitura informativa: cultura em geral.

Leitura formativa: aquisição ou ampliação de conhecimentos.

Motivação para Leitura

A leitura pode ser feita com diferentes finalidades. Em outras palavras, você estálendo para adquirir conhecimentos suficientes que o levará ao sucesso.

correlacionar os dados coletados a partir das informações do autorcom o problema em pauta;

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A seleção dos seus textos de leitura deve ser feita a partir daí. As técnicas de leituraque você deverá usar serão escolhidas também a partir dessa finalidade principal. Portanto:

Determine inicialmente a principal finalidade da leitura, mantendo as unidades depensamento, avaliando o que se lê;

Escolha os textos (livros, apostilhas, etc.) tendo em vista a finalidade principalda leitura;

Use as técnicas de leitura mais indicadas à finalidade fixada e aos textos a ler;

Leia com objetivo determinado, preocupe-se com o conhecimento de todas aspalavras, utilizando para isso glossários, dicionários especializados da disciplinaou mesmo dicionário geral;

Interrompa a leitura, quer periódica quer definitivamente, se perceber que asinformações não são as que esperava ou não são mais importantes;

Discuta freqüentemente o que foi lido com colegas, professores e outras pessoas.

Condições para uma Leitura Proveitosa

*

*

*

*

Para um estudo proveitos de um texto, de um artigo ou de um livro, com boa assimilação deseu conteúdo, alguns passos fazem-se necessários:

Técnicas de Leitura

A leitura não é simplesmente o ato de ler. É uma questão de hábito ouaprendizagem, que pressupõe uma teoria que fundamente o método; uma estratégia aser empregada; um conjunto de técnicas; e treinamento. Não há, portanto, soluçõesmiraculosas, é preciso que o interessado conheça os métodos, verifique a sua real

contribuição e através do treinamento adquira hábitos de leitura tecnicamente maisadequados.

1

*

*

atenção - aplicação cuidadosa e profunda da mente, buscando o entendimento, aassimilação dos conteúdos básicos do texto;

intenção - interesse ou propósito de conseguir algum proveito por meio da leitura;reflexão - consideração e ponderação sobre o que se lê, observando todos osângulos, tentando descobrir novos pontos de vista, novas perspectivas e relações;

espírito crítico - ler com espírito crítico significa fazê-lo com reflexão, não admitindoidéias sem analisar ou ponderar, proposições sem discutir, nem raciocínio semexaminar;

análise - divisão do tema em partes, determinação das relações existentes entreelas, seguidas do entendimento de toda sua organização;

síntese - reconstituição das partes decompostas pela análise, procedendo-se aoresumo dos aspectos essenciais, deixando de lado tudo o que for secundário eacessório, sem perder a seqüência lógica do pensamento.

23

4

5

6

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Antes de iniciar uma leitura, e particularmente, antes de iniciar o períodode treinamento, é importante observar as seguintes condições:

ambiente sossegado;

luz em posição correta;

procurar ler sempre no mesmo local e no mesmo horário (isso ajuda a

condicionar o organismo);posição correta do livro: a mais indicada é a que forme um ângulo próximode 90 graus com o tórax, a uma distância aproximada de 30 cm dos olhos(estes devem alcançar um ângulo de visão tal que toda a extensão da linha sejaabarcada, sem movimento ocular);

não ler tendo pensamentos que o preocupam e possam obstruirfreqüentemente a dinâmica da leitura: não trabalhar com duas idéias aomesmo tempo (acaba não havendo definição de nenhuma).

ler com propósito definido e com decisão.

Quem tem possibilidade de fazer leitura oral, convém que, de vez em quando, aexercite. A leitura oral é sempre indicada quando, após ler e reler um parágrafo ou trecho,ainda não se conseguiu captar-lhe o sentido. Lembre-se que:

Maus Hábitos de LeituraA maioria dos chamados “maus hábitos” de leitura está relacionado com o emprego

dos olhos. Certos hábitos em si não são nem “bons” nem “maus”, passam a sê-lo a partirdo momento em que seu uso prejudica a leitura; isso, provavelmente, vai variar de pessoapara pessoa, de situação para situação. Eis alguns:

Movimentos labiais durante a leitura 

silenciosa - geralmente são indício deleitura vagarosa: quem o faz está falandopara si mesmo, quer tenha consciênciadisso, quer não. Está lendo palavras enão conjunto de palavras de uma só vez.É possível que o leitor não saiba quemove os lábios enquanto lê. É fácilverificá-lo: basta colocar o dedoindicador sobre os lábios enquantoestiver lendo – sentirá se os lábios semovem ou não;

Movimento da cabeça durante a leitura  – este é umdefeito apontado unanimemente pelos autores detécnicas de leitura. Quem move a cabeça enquanto lêestá fazendo com a cabeça o que os olhos deveriamfazer;

Percurso do dedo ao longo da linha durante a leitura –

é a prática mais controvertida, inclusive há cursos de leituradinâmica cuja técnica fundamental é recomendar e treinar oleitor a ler percorrendo com o dedo a linha que se lê. Por outrolado, outros condenam a prática alegando que o percurso dodedo, particularmente através de movimento – parada –movimento – parada ..., está substituindo o movimento que osolhos deveriam fazer. É difícil decidir quem tem razão. Fica acritério de cada um verificar o que lhe é mais proveitoso;

Hábito de ler os sinais e letras e não as idéias  – já foi observado em investigaçõesque o “bom leitor” geralmente não constatamuitos erros gráficos, trocas de letras,deslizes de ortografia, concordânciaetc.Justamente porque lê idéias e nãopalavras.

***

*

*

*

o “bom leitor” é capaz de ler alto (caso não tenha impossibilidade físicaou de outra procedência) com clareza e expressão;

lê sem tropeços;

todos o entendem e ele gosta do que lê;

sabe fazer as pontuações e modulações com naturalidade e agrado;

o “bom leitor” revela-se pela leitura oral, porque não lê, mas interpretaatravés da leitura oral.

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Etapas da Análise e Interpretação de Textos*

GENERALIZAÇÃODECOMPOSIÇÃO

Verificação doscomponentes de umconjunto e suaspossíveis relações.

ANÁLISE CRÍTICA

Permite a classificação,fundamentada em traçoscomuns, dos elementosconstitutivos.

Objetividade, explicação e a  justificativa são trêselementos importantes parase chegar à validade.

a) Evite pensar preconceituosamente;

b) É preciso distinguir fatos de opiniões;

* Recomendações: 

PROBLEMA:

A apreensãoda problemática,aquilo que “provocou”

o autor, isto é, pode

ser visto como oquestionamento de motivação

do autor.

TESE:

A idéiade afirmação do

autor a respeitodo assunto. Captada

a problemática, a terceira questãosurge espontaneamente: o que oautor fala sobre o tema, ou seja,como responde à dificuldade, aoproblema levantado? Que posiçãoassume, que idéia defende, o quequer demonstrar? A resposta aesta questão revela tese,proposição fundamental: trata-sesempre da idéia mestra, da idéiaprincipal defendida pelo autor

naquela unidade.

OBJETIVO:

A finalidadeque o autor buscaatingir. Que mensagem

ele espera transmitir com otexto. O objetivo pode estar

explícito ou implícito no texto.

IDÉIAS CENTRAIS:

I d é i a spr incipais dotexto. A cada

parágrafo podemosselecionar idéias centrais ousecundárias.

TEMA:

I d é i acentral ou assunto

tratado pelo autor, ofenômeno que sediscute no decorrer do

texto. Em primeiro lugar, busca-sesaber do que fala o texto. A respostaa esta questão revela o tema ouassunto da unidade.

11111

22222

33333

44444

55555

O QUE DEVO IDENTIFICAR NUM TEXTO?

c) Evite concluir quando tem insuficiência de dados e quandoainda não formulou todas as hipóteses possíveis;

Apresento agora à você um desafio!!! Sim, praticar sempre é um desafio, pois exigedisposição, vontade e tempo. Mas, como todo trabalho gera progresso, você, certamente,terá a recompensa merecida pelo esforço empreendido. Então, convido-o a experimentarentrar no mundo da leitura. Certamente você desfrutará de descobertas maravilhosas queserão de muita valia para a sua vida, principalmente a vida acadêmica. Vamos nessa?

É muito simples!!! Você deverá LER as orientações descritas abaixo e seguí-las.

d) Pensamentos e opiniões devem ser comprovados.

  A atividade é a seguinte:Recorte um pedaço de cartolina, com as dimensões de 12cm X 11cm. Este cartão

deve ser branco (cartões coloridos podem distrair a visão). Todas as vezes que iniciar umaleitura, coloque o cartão sobre a primeira linha e puxe-o para baixo por sobre as linhas, uma auma, mantendo o mesmo ritmo.

Procure sentir o andamento, apressando-o se sentir que pode aumentar o ritmo. Nãodeixe, em circunstância alguma, que os olhos voltem para trás. Se algo escapar, esqueça.Simplesmente leia, leia e leia o mais depressa que puder. Este será o seu cartão develocidade. Bom será usá-lo todas as vezes que iniciar uma leitura de qualquer tipo. Marque

no verso do cartão a sua velocidade atual, e dentro de trinta dias volte a medi-la. Só assim vocêsaberá quanto melhorou.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

1. ANÁLISE TEXTU1. ANÁLISE TEXTU1. ANÁLISE TEXTU1. ANÁLISE TEXTU1. ANÁLISE TEXTUALALALALAL

2. ANÁLISE TEMÁTICA2. ANÁLISE TEMÁTICA2. ANÁLISE TEMÁTICA2. ANÁLISE TEMÁTICA2. ANÁLISE TEMÁTICA

3. ANÁLISE3. ANÁLISE3. ANÁLISE3. ANÁLISE3. ANÁLISEINTERPRETINTERPRETINTERPRETINTERPRETINTERPRETAAAAATIVTIVTIVTIVTIVAAAAA

4. PROBLEMA4. PROBLEMA4. PROBLEMA4. PROBLEMA4. PROBLEMATIZAÇÃOTIZAÇÃOTIZAÇÃOTIZAÇÃOTIZAÇÃO

5. SÍNTESE5. SÍNTESE5. SÍNTESE5. SÍNTESE5. SÍNTESE

MAPMAPMAPMAPMAPA CONCEITUA CONCEITUA CONCEITUA CONCEITUA CONCEITUAL DAL DAL DAL DAL DA ANÁLISE DEA ANÁLISE DEA ANÁLISE DEA ANÁLISE DEA ANÁLISE DETEXTOTEXTOTEXTOTEXTOTEXTO

 Levantamento e discussão deproblemas relacionados com amensagem do autor.

 Interpretação da mensagem doautor:

- Influências teóricas;- Associação de idéias;- Avaliação Crítica.

 Compreensão da mensagem doautor:

- Identificação do Tema, Tese/ Problema/ Objetivo/ Idéias centrais.

 Visão global do texto:- Busca de esclarecimentos;

vocabulário, teorias, biografia daautoria, etc;

- Identificação do assunto/ Área deconhecimento;

- Esquema do texto.

 Reelaboração mental (oral ouescrita) da mensagem do autor

com base na reflexão pessoal.

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Técnicas para Sistematização do Conhecimento I

Técnica para Sublinhar 

A leitura informativa, também denominada de leitura de estudo,como visto, pretende, através das técnicas, evidenciar ao estudantecomo deve ele proceder para melhor estudar e absorver osconteúdos e significados do texto. As sucessivas etapas sãoo caminho a ser percorrido. Para tanto, mais duas outras

técnicas são necessárias: saber como sublinhar ecomo fazer os resumos da parte lida.Em primeiro lugar, devemos compreender que

cada texto,c a p í t u l o ,subdivisão oum e s m oparágrafo têm uma idéia principal, um conceitofundamental, uma palavra-chave, que se apresentacomo fio condutor do pensamento. Como geralmente

não se destaca do restante, descobri-lo é a base detoda a aprendizagem. Na realidade, em cadaparágrafo, deve-se captar esse fator essencial, poisa leitura que conduz à compreensão é feita de talmodo que as idéias expressas são organizadasnuma hierarquia para se descobrir a palavra-chave.Ao descobrir, concretizar e formular as idéiasdiretrizes dos parágrafos, encontra-se todo o fiocondutor que dá unidade ao texto, que desenvolveo raciocínio que demonstra as proposições.

Por sua vez, a idéia-mestra não se apresenta

desprovida de outras, que revelam pormenoresimportantes, gravitando ao seu redor, como umaminiatura do sistema solar. Nas proximidades da

Normas para Sublinhar 

a) Leitura integral do texto;b) Esclarecimento de dúvidas de vocabulário,termos técnicos e outras;c) Releitura do texto, para identificar as idéiasprincipais;d) Não sublinhar após a primeira leitura;

e) Ler e sublinhar, em cada parágrafo, aspalavras que contém a idéia-núcleo e osdetalhes mais importantes. Não sublinha-sea mesma palavra novamente;f) Sublinhar apenas as idéias principais e osdetalhes importantes, usando dois traços paraas palavras-chave e um para os pormenoresmais significativos, assinalar com uma linhavertical, à margem do texto, os tópicos maisimportantes, com dois os tópicos muitoimportantíssimos;g) Assinalar, à margem do texto, com umponto de interrogação, os casos dediscordância, as passagens obscuras, osargumentos discutíveis;h) Reconstruir o parágrafo a partir daspalavras sublinhadas;i) Ler o texto sublinhado com continuidade eplenitude de um telegrama.

A necessidade de romper com a tendência fragmentadora e desarticulada doprocesso do conhecimento, justifica-se pela compreensão da importância da interação etransformação recíprocas entre as diferentes áreas do saber. Essa compreensão críticacolabora para a superação da divisão do pensamento e do conhecimento, que vem

colocando a pesquisa e o ensino como processo reprodutor de um saber parcelado queconseqüentemente muito tem refletido na profissionalização, nas relações de trabalho,no fortalecimento da predominância reprodutivista e na desvinculação do conhecimentodo projeto global de sociedade.

Portanto, faz-se necessário a produção e a sistematização do conhecimento, nosentido de ampliar as possibilidades de minimizar a complexidade do mundo em quevivemos. Neste sentido, a interdisciplinaridade aparece como entendimento de uma novaforma de institucionalizar a produção do conhecimento, possibilitando a articulação denovos paradigmas, as determinações do domínio das investigações, as pluralidades dossaberes e as possibilidades de trocas de experiências.

A seguir, verificaremos as diversas técnicas de sistematizar o conhecimento e assuas devidas aplicações práticas.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

idéia principal aparecem argumentos que a justificam, analogias que aesclarecem, exemplos que a elucidam e fatos aos quais ela se aplica. É poresse motivo que o bom leitor utiliza o recurso de sublinhar, de assinalar comtraços verticais às margens, de utilizar cores e marcas diferentes para cadaparte importante do todo.

Técnica para Esquematizar Depois de assinalar, com marcas ou cores diferentes, as várias partes

constitutivas do texto, após sucessivas leituras, devemos proceder à elaboração de umesquema que respeite a hierarquia emanada do fato de que, em cada frase, a idéiaexpressa pode ser condensada em palavras-chave; em um parágrafo, a idéia principal é

geralmente expressa numa frase-mestra; efinalmente, na exposição, a sucessão das principaisidéias concretiza-se nos parágrafos-chave.

No esquema, devemos levar em consideraçãotambém que as idéias secundárias têm de ser

diferenciadas entre si. Portanto, depois de desprezaras não importantes, deve-se procurar as ligaçõesque unem as idéias sucessivas, quer sejamparalelas, opostas, coordenadas ou subordinadas,analisando-se sua seqüência, encadeamento lógicoe raciocínio desenvolvido. Dessa forma, o esquemaemerge naturalmente do trabalho de análiserealizado.

Assim, teríamos, através do esquema, umaradiografia do texto, pois nele aparece apenas o

“esqueleto”, ou seja, as palavras-chave, semnecessidade de se apresentar frases redigidas. Deveser elaborado com base na hierarquia das palavras, frases e parágrafos-chave que,destacados após várias leituras, devem apresentar ligações entre as idéias sucessivaspara evidenciar o raciocínio desenvolvido.

O esquema é utilizado como trabalho preparatório para o resumo, para memorizarmais facilmente o conteúdo integral de um texto. Utiliza-se de setas, linhas retas oucurvas, círculos, colchetes, chaves, símbolos diversos. Pode ser montado em linha verticalou horizontal, é importante que nele apareçam as palavras que contém as idéias principais,de forma clara, compreensível.

Normas para Esquema 

a) seja fiel ao texto;b) aponte o tema do autor, destaque títulos,subtítulos;

c) seja simples, claro, distribuindoorganicamente o conteúdo;d) subordine idéias e fatos, não os reúnaapenas;e) faça uma distribuição gráfica do assunto,mediante divisões e subdivisões querepresentem a sua subordinação hierárquica;f) construa o esquema através de chaves deseparação ou por listagens itemizadas comdiferenciação de espaço e/ou classificaçãonumérica para as divisões e subdivisões doselementos;g) lembre-se que o esquema tem, também, um

conteúdo pessoal.

Técnicas para Sistematização do Conhecimento II

Técnica para Fichar 

Fichar é transcrever anotações em fichas, para fins de estudo ou pesquisa. Àmedida que o pesquisador tem em mãos as fontes de referência, deve transcrever osdados em fichas, com o máximo de exatidão e cuidado. A ficha, sendo de fácil manipulação,permite a ordenação do assunto, ocupa pouco espaço e pode ser transportada de um

lugar para outro. Até certo ponto, leva o indivíduo a pôr ordem no seu material. Possibilitaainda uma seleção constante da documentação e de seu ordenamento.

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Fichas

Para o pesquisador, a ficha é um instrumento de trabalho imprescindível. Como oinvestigador manipula o material bibliográfico, que em sua maior parte não lhe pertence,as fichas permitem: identificar as obras; conhecer seu conteúdo; fazer citações; analisaro material; elaborar críticas.

O sistema de ficha é atualmente utilizado nas mais diversas instituições paraserviços administrativos e nas bibliotecas, onde, para consulta do público, existem fichasde autores, de títulos, de séries e de assuntos, todas em ordem alfabética. Apresentamvantagens como: fácil manipulação; permite ordenação; ocupa pouco espaço; fácil detransportar; possibilita obter a informação exata, na hora necessária.

Composição/Estrutura das FichasA estrutura das fichas, de qualquer tipo, compreende cinco partes principais:

cabeçalho, referência bibliográfica e corpo ou texto, a indicação da obra (quem,principalmente, deve lê-la) e o local em que ela pode ser encontrada (qual biblioteca).

 cabeçalho - compreende o título genérico, título específico,número de classificação da ficha, e a letra indicativa da seqüência(quando se utiliza mais de uma ficha, em continuação). Esses elementossão escritos na parte superior da ficha, em duas linhas: na primeira,consta apenas, à esquerda, o título genérico remoto, na segunda, emquatro quadrinhos, da esquerda para a direita, o título genérico, o títuloespecífico, o número de classificação e o código indicativo da seqüência;

  referência bibliográfica - deve sempre seguir normas da

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Para proceder-secorretamente é importante consultar também a Ficha Catalográfica daobra, que traz todos os elementos necessários e, na ausência dela, afolha de rosto e outras partes do livro, até obter as informações completas.Quando se trata de revistas e outros periódicos, muitas vezes oselementos importantes da referência bibliográfica localizam-se nalombada. No caso de jornais, a primeira página é que fornece a maioriadas indicações;

 corpo - o conteúdo que constitui o corpo ou texto das fichasvaria segundo o tipo e finalidade da ficha;

  indicação da obra - onde poderá ser utilizada (quer paraestudos, pesquisa em determinada área ou para campos específicos);

 local - onde pode ser encontrado o livro, pois é possível queuma obra depois de fichada, seja necessário voltar a consultá-la.

O conteúdo das fichas será delineado pelo propósito da ficha, podendo ser:a) bibliográfica;b) citações;c) resumo ou conteúdo;d) esboço;e) comentário ou analítica.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

FICHA

BIBLIOGRÁFICA

Também denominada de ficha

de indicações bibliográficas; Deve utilizar verbos ativos efrases breves para caracterizar aforma pela qual o autor escreve,analisa, compara, contém, critica,etc; Evitar repetições desnecessáriascomo: esse livro, esta obra, este artigo, o autor .

FICHA DE

CITAÇÃO

Serve para selecionar trechos dealguns autores;Toda citação deve vir entre aspas; Após a citação, deve constar onº da página de onde foi extraída; A supressão de uma ou maispalavras e de um ou maisparágrafos deve ser indicada.

FICHA DE

ESBOÇO

Assemelha-se a ficha deresumo, pois apresenta as idéiasprincipais do autor, porém de formadetalhada; É a mais extensa das fichas.

FICHA DE

COMENTÁRIO

Consiste na interpretação ecrítica pessoal das idéias do leitor; Apresenta comentários sobre aforma, análise crítica do conteúdo,comparação da obra com outrostrabalhos, etc.

TIPOS DE FICHASTIPOS DE FICHASTIPOS DE FICHASTIPOS DE FICHASTIPOS DE FICHAS

FICHA DE

RESUMO Apresenta síntese clara dasprincipais idéias do autor; Não é transcrição, é elaboração

de leitor; Não é longa, é intermediáriaentre bibliográfica e de esboço; Não precisa obedecerestritamente à obra.

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Ficha BibliográficaTambém denominada de ficha de indicações bibliográficas, trata da reunião de

elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentos impressosou registrados em diversos tipos de material, sendo fundamentalmente os seguintes:autor, título, número da edição (da segunda em diante); local de publicação; editora;data da publicação; outras informações (campo do saber; tema; aspectos significativos).Essas indicações bibliográficas obedecem às normas da Associação Brasileira deNormas Técnicas (ABNT). Constituem-se, também, num grande auxílio no momentode colocar as obras em ordem alfabética, para organizar a bibliografia de um trabalho.Recomenda-se:

ser breve - quando se desejam maiores detalhes sobre a obra, oideal é a ficha de resumo ou conteúdo, ou, melhor ainda, a de esboço. Naficha bibliográfica algumas frases são suficientes;

utilizar verbos ativos - para se caracterizar a forma pela qual o

autor escreve, as idéias principais devem ser precedidas por verbos taiscomo: analisa, compara, contém, critica, define, descreve, examina,apresenta, registra, revisa, sugere; 

evitar repetições desnecessárias - não há nenhuma necessidadede colocar expressões como: esse livro, esta obra, este artigo, o autor .

Ficha de Citações

Enquanto se realiza a leitura analítica ou interpretativa das fontes bibliográficas,convém selecionar trechos de alguns autores, que poderão (ou não) ser usados comocitações no trabalho ou servir para destacar idéias fundamentais de determinados autores,nas obras consultadas. Deve-se observar os seguintes cuidados:

*

**

toda citação tem de vir entre aspas - é através desse sinal que sedistingue uma ficha de citações das de outro tipo. Além disso, a colocaçãodas aspas evita que, mais tarde, ao utilizar a ficha, se transcreva como dofichador os pensamentos nela contidos;

após a citação, deve constar o número da página de onde foiextraída - isso permitirá a posterior utilização no trabalho, com a corretaindicação bibliográfica;

a transcrição tem de ser textual - isso inclui os erros de grafia, sehouver. Após eles, coloca-se o termo sic , em minúsculas e entre parêntesesou colchetes;

a supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada -utilizando-se no local da omissão, três pontos, precedidos e seguidos porespaços, no início ou final do texto e entre parênteses, no meio;

*

**

*

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Metodologia do

Trabalho

Científico

a supressão de um ou mais parágrafos também deve serassinalada, utilizando-se uma linha completa de pontos;

a frase deve ser complementada, se necessário - quando se extraíuma parte ou parágrafo de um texto, este pode perder seu significado,necessitando de um esclarecimento, o qual deve ser intercalado, entre

colchetes;

quando o pensamento transcrito é de outro autor, tal fato temde ser assinalado - muitas vezes o autor fichado cita frases ou parágrafosescritos por outra pessoa. Nesse caso, é imprescindível indicar, entreparênteses, a referência bibliográfica da obra da qual foi extraída a citação.

Ficha de ResumoApresenta uma síntese bem clara e concisa das idéias principais do autor ou um

resumo dos aspectos essenciais da obra. Caracteriza-se por:

**

*

não é um sumário ou índice das partes componentes da obra,mas exposição abreviada das idéias do autor;

não é transcrição, como na ficha de citações, mas é elaboradapelo leitor, com suas próprias palavras, sendo mais uma interpretação doautor;

não é longa, apresenta mais informações do que a fichabibliográfica, que por sua vez, é menos extensa do que a do esboço;

não precisa obedecer estritamente à estrutura da obra, lendo aobra, o estudioso vai fazendo anotações dos pontos principais. Ao final,redige um resumo, contendo a essência do texto.

Técnica para Resumir Um resumo é uma apresentação breve, concisa e seletiva de um texto que permite

ao destinatário tomar conhecimento de um documento sem a necessidade de ler aspartes componentes. Nele destacam-se os elementos de maior interesse e importância,identificando as idéias principais do autor e da obra. Um resumo precisa explicitar aabordagem implícita, o valor dos achados e a originalidade, se houver. A finalidade de seresumir consiste na difusão das informações contidas em livros, artigos, teses etc.,permitindo a quem o ler resolver sobre a conveniência ou não de consultar o texto completo.

O como fazer um resumo depende muito do objetivo ou demanda que se tenha.Ele pode ser uma apresentação de um sumário narrativo das partes mais significativas,não dispensando a leitura do texto; uma condensação do conteúdo, expondo ao mesmotempo, tanto a metodologia e as finalidades quanto os resultados obtidos e as conclusões,permitindo a utilização em trabalhos acadêmicos, dispensando, assim, a leitura posteriordo texto original; uma análise interpretativa de um documento criticando os diferentesaspectos inerentes ao texto.

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Como ResumirLevando-se em consideração que quem escreve obedece a um plano lógico através

do qual desenvolve as idéias em uma ordem hierárquica, ou seja, proposição, explicação,discussão e demonstração, é aconselhável, em uma primeira leitura, fazer um esboço dotexto, tentando captar o plano geral da obra e seu desenvolvimento.

A seguir, volta-se a ler o trabalho para responder a duas questões principais: de

que trata este texto? o que pretende demonstrar? Com isso, identifica-se a idéia centrale o propósito que nortearam o autor.

Em uma terceira leitura, a preocupação é coma questão: como disse? Em outras palavras, trata-se de descobrir as partes principais em que seestrutura o texto. Esse passo significa acompreensão das idéias, provas, exemplos etc. queservem como explicação, discussão e demonstraçãoda proposição original (idéia principal). É importantedistinguir a ordem em que aparecem as diferentes

partes do texto. Geralmente quando o autor passade uma idéia para outra, inicia novo parágrafo.Uma vez compreendido o texto, selecionadas

as palavras-chave e entendida a relação entre aspartes essenciais, pode-se passar à elaboração doresumo.

Normas para Resumir 

a) evitar começar a resumir antes de levantar oesquema do texto ou de preparar as anotaçõesda leitura;b) apresentar, de maneira sucinta, o assuntoda obra;c) não apresentar juízos críticos ou comentáriospessoais;d) respeitar a ordem das idéias e fatos

apresentados;e) empregar linguagem clara e objetiva;f) evitar a transcrição de frases do original;g) apontar as conclusões do autor;h) dispensar a consulta ao original para acompreensão do assunto.

Resumo descritivo ou indicativo - nesse tipo de resumodescrevem-se os principais tópicos do texto original, e indicam-se sucintamente seus conteúdos.

Resumo informativo ou analítico - é o tipo de resumo

que reduz o texto a 1/3 ou 1/4 do original, abolindo-se gráficos,citações, exemplificações abundantes, mantendo-se, porém, asidéias principais.

Resumo crítico - consiste na condensação do textooriginal a 1/3 ou 1/4 de sua extensão, mantendo as idéiasfundamentais, mas permite opiniões e comentários do autor doresumo sobre o trabalho e não sobre o autor, pode se centrar naforma (com relação aos aspectos metodológicos), do conteúdo

(análise do teor em si do trabalho), do desenvolvimento (da lógicautilizada na demonstração); e da técnica de apresentação dasidéias principais.

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Tipos de Resumo

Com efeito, um resumo pode ser de três tipos:

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Metodologia do

Trabalho

Científico

 Atividades Atividades Atividades Atividades AtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

1 1 1 1 1 ..... Agir metodologicamente é condição básica de qualquer pesquisacientífica. A leitura de estudo mostra ao estudante como ele deve procederpara melhor estudar e absorver os conteúdos e significados do texto. Leiaatentamente o texto abaixo, sublinhando os pontos mais importantes eelabore um esquema do texto, evidenciando os pontos principais e ossecundários.

O papel da educação no despertar da Consciência

Quando falamos de educação, devemos lembrar que ela pressupõe um movimento

de dentro para fora, mais precisamente no gênero humano. Daí a necessidade deinvestirmos nas nossas potencialidades internas. Para tanto, muito importa utilizarmoscomo atividade meio o autoconhecimento, pois o Ser Humano não vive sem o saber,enfim, sem o conhecimento. Mas o único conhecimento que o Ser Humano não podedesprezar é o conhecimento de si mesmo. Eis a senda da educação verdadeira.

Entendemos que é necessário nos relacionarmos, através da educação, não sócom o mundo objetivo e empírico do conhecimento moderno, mas também com o mundosubjetivo e espiritual da sabedoria.

É um ledo engano a idéia de que, acumulando ensinamentos e adquirindo técnicas,estamos nos educando. Isso só nos trouxe separatividade e guerra. Basta olhar ao nossoredor e verificar o estado em que nos encontramos, com a corrupção, violência e volúpiacomo que globalizados.

Enquanto houver no Ser Humano uma distância significativa entre a sua ação, o

seu pensamento e o seu sentimento, ou seja, entre o sentir, o pensar e o agir, é evidenteque não haverá auto-integração; portanto não haverá autoconhecimento e tampoucoautotransformação, mas sim fragmentação. E o que pode produzir um fragmentado, setoda ação produz uma reação igual e em sentido contrário? Assim, não haverá ação criativa,mas sim ação condicionada, esta que nos colocou hoje como estamos: em caosgeneralizado.

Considerando nossa intenção em contribuir para a realização de um processoeducativo que prime pela unidade de pensamento entre os conhecimentos religioso,filosófico e científico, a partir da compreensão da necessidade de integração de todos osníveis e de todas as dimensões do Ser Humano, volvemos nossa atenção para o estudoda Consciência, essa amiga que é, para todos nós, tanto bússola quanto mapa, nessa jornada rumo à totalidade.

Estamos mais do que confiantes. Estamos convictos e certos de que a educaçãointegral, fundamentada no estudo da Consciência, responde aos anseios da educaçãopara o século XXI, tal como expressa o Relatório Internacional da educação para o séculoXXI, da UNESCO (DELORS et al., 1999), intitulado “Educação – um tesouro a descobrir”.Este documento expõe, claramente, os quatro pilares da educação para esse período:aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.

O aprender a conhecer significa a aprendizagem do conhecimento científico ecultural que nos ajudam a distinguir o que é real e o que é ilusório, e a ter um acessointeligente aos saberes de nossa época. Afinal, o Ser Humano não vive sem o saber.Nesse contexto, o espírito científico, como uma aquisição fundamental da aventura humana,é indispensável. Aprender a conhecer também significa ser capaz de estabelecer pontesentre os diferentes saberes; entre estes saberes e seus significados para nossa vidacotidiana; entre estes saberes e significados e nossas capacidades interiores.

Já o aprender a fazer significa a aquisição de uma profissão e dos conhecimentose práticas que lhe são peculiares. Toda profissão, no futuro, deveria ser uma verdadeiraprofissão a ser tecida; uma profissão que estaria ligada, no interior do Ser Humano, aosfios que a ligam a outras profissões. No fim das contas, aprender a fazer é um aprendizadoda criatividade. Fazer também significa fazer o novo, criar, trazer suas potencialidadescriativas à luz.

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Quando tratamos do respeito às normas que regem as relações entre os seresque compõem uma coletividade, estamos nos referindo à aprendizagem do viver juntos,segundo expressa o Relatório da UNESCO. Todavia, estas normas devem ser realmentecompreendidas, admitidas interiormente por cada sujeito, e não sentidas como pressõesexternas. Envolve, diretamente, reconhecer-se na face do Outro. Trata-se de umaprendizado permanente, que deve começar na mais tenra infância e continuar ao longo

da vida. Afinal, em boas condições vive, quem boa condução tem.Por fim, o aprender a ser significa formar-se integralmente. A construção de umapessoa passa, inevitavelmente, pelas tensões entre o interior e o exterior, entre o empírico,o mental e o espiritual. Aprender a ser também é aprender a conhecer e respeitar aquiloque liga o Sujeito e o Objeto.

O Relatório da UNESCO afirma que os três primeiros objetivos ou pilares daeducação assentam-se sobre o quarto; ou seja, o aprender a conhecer, o aprender a fazer,o aprender a viver juntos só fazem sentido se estiverem assentados no aprender a ser. Éo Ser que integra, em si, as diversas dimensões da vida, que nele se assentam. Afinal, Serse pratica (DELORS et al., 1999).

Conforme podemos observar, há uma inter-relação bastante evidente entre osquatro pilares propostos para a educação do século XXI e a visão do desenvolvimentointegral do Ser Humano, como foi configurado anteriormente.

Situamos o aprender a conhecer e o aprender a fazer nos quadrantes superior einferior direito, ambos relacionados às nossas realidades objetiva e interobjetiva; o aprendera viver juntos no quadrante inferior esquerdo e o aprender a ser no quadrante superioresquerdo, referindo-os às nossas realidades intersubjetiva e subjetiva. Nem tudo é tangível.

Pensamos, portanto, em uma educação que se dirija à totalidade do Ser Humano,e não apenas a uma ou outra de suas dimensões; ou a um outro dos seus níveis. Umaeducação que não privilegie, prioritariamente, nem à espiritualidade, nem à materialidade,nem à individualidade, nem à coletividade, mas sim que integre todas essas dimensões eníveis.

A educação integral, a partir desses referenciais, esclarece, de uma maneira semprenova, a necessidade que cada vez mais se faz sentir atualmente: a de uma educaçãopermanente para o viver bem, isto é, em equilíbrio dinâmico, factual. Com efeito, essaproposta de educação, por sua própria natureza, necessita ser exercida não apenas nasinstituições de ensino, da educação infantil à universidade, mas em todas as experiênciasda vida, individuais e coletivas, espontâneas e institucionais. Eis que é uma obra de todosnós, porquanto está mais do que na hora de provarmos a nós mesmos que nada vive noisolamento.

BARRETO, Maribel Oliveira. O papel da consciência em face dos desafios atuais da educação. Salvador:Sathyarte, 2005.

Faça seu esquema aqui.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

 2. 2. 2. 2. 2.Levando em consideração que quem escreve obedece a um planológico através do qual desenvolve as idéias em uma ordem hierárquica, ouseja, proposição, explicação, discussão e demonstração, elabore um resumodescritivo acerca do texto de Barreto, “O Papel da educação no despertar

da Conciência.”

Praticar sempre é um desafio, pois exige disposição, vontade e tempo. Vamosagora experimentar entrar no mundo da leitura e compreensão de texto. Certamentevocê desfrutará de descobertas maravilhosas que será de muita valia para a sua vida,principalmente a vida acadêmica.

Você deverá LER o texto de Barreto, “O papel da educação no despertar daConsciência” e identificar nele o que segue:

Tema; Problema; Tese; Objetivo; Idéias centrais.

3.3.3.3.3.

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PRODUÇÃO ACADÊMICA E CIENTÍFICA

DO CONHECIMENTO

ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE TRABALHOS

ACADÊMICOS

Redação Científica (Normas da ABNT)

Toda atividade pressupõe o uso de normas que visam auxiliar e uniformizar osprocedimentos, melhorando a comunicação de modo geral, além de imprimir qualidade efacilitar o intercâmbio de informações. Desta forma, a normatização ou o conjunto deprocedimentos padronizados se aplica à elaboração de documentos técnicos e científicos,organizando conteúdo e forma destes documentos de forma geral.

No caso específico de redação de trabalhos acadêmicos, esta deve atenderalgumas características para que a transmissão da informação e a sua compreensão porparte do leitor sejam eficazes. Alguns dos princípios básicos desta interação que deveexistir entre autor e leitor são os seguintes:

Clareza de expressão:  Todo o texto escrito deve ser perfeitamentecompreensível pelo leitor. Este não deve ter nenhuma dificuldade para entendero texto. As sentenças estão bem construídas? As idéias estão bemencadeadas? Há uma seqüência adequada na apresentação dos seusresultados e de sua argumentação? Leia cuidadosamente o que escreveu comose você fosse o seu leitor.

Objetividade na apresentação :  Convém selecionar os conteúdos quefarão parte do seu texto. Selecione a informação que você dispõe e apresentesó o que for relevante. Elabore um relato lógico, objetivo e, se possível, retilíneotanto das observações como do raciocínio. Isto é ainda mais importante em

um artigo, em que a concisão é geralmente desejada pelo periódico e peloleitor.

Precisão na linguagem:   A linguagem científica deve ser precisa.Cuidado com termos vagos ou que podem ser mal interpretados. As palavrase figuras que entrarão no seu texto devem ser escolhidas com cuidado paraexprimir o que o você tem em mente

Utilização correta das regras da língua:  Escrever erradamente poderesultar de ignorância ou de desleixo. Se for por ignorância, informe-se melhor,

consulte dicionários e textos de gramática. Se for por desleixo, o leitor (e membroda Banca Examinadora) terá todo direito de pensar que o trabalho em si tambémfoi feito com desleixo. Seja qual for a razão, é um desrespeito ao leitor.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Trabalho Científico

Os trabalhos científicos devem ser elaborados de acordo com normaspreestabelecidas e com os fins a que se destinam, devendo ser inéditos ouoriginais e contribuírem não só para a ampliação de conhecimentos ou acompreensão de certos problemas, mas também servirem de modelo ou

oferecer subsídios para outros trabalhos.Os trabalhos científicos, originais, devem permitir a outro pesquisador,

baseado nas informações dadas:a) reproduzir as experiências e obter os resultados descritos, com a mesma precisão

e sem ultrapassar a margem de erro indicada pelo autor;b) repetir as observações e julgar as conclusões do autor;c) verificar a exatidão das análises e deduções que permitiram ao autor chegarem

às conclusões.Aponta-se como trabalhos científicos aqueles que apresentam, concomitantemente,

uma das seguintes características:

a) observações ou descrições originais de fenômenos naturais, espécies novas,estruturas e funções e variações, dados ecológicos etc.;b) trabalhos experimentais cobrindo os mais variados campos e representando

uma das mais férteis modalidades de investigação, por submeter o fenômeno estudadoàs condições controladas da experiência;

c) trabalhos teóricos de análise ou síntese de conhecimentos, levando à produçãode conceitos novos por via indutiva ou dedutiva; apresentação de hipóteses, teorias etc.

Os trabalhos científicos podem ser realizados com base em fontes de informaçõesprimárias ou secundárias e elaborados de várias formas, de acordo com a metodologia ecom os objetivos propostos.

A seguir apresentamos algumas normas atualizadas para elaboração de trabalhoscientíficos, retiradas da própria ABNT.

NBR 14724 (AGO 2002) - Informação e Documentação - TrabalhosAcadêmicos-Apresentação

Formato de Apresentação: Papel branco, formato A4 (21 cm x 29,7 cm) Margens: Superior 3 cm; Inferior 2 cm; Esquerda 3 cm; Direita 2 cm Espacejamento: Espaço duplo entre linhas Tipo de Fonte: Arial ou  Times New Roman Tamanho da Fonte: 12 para o texto e tamanho menor para citações mais de

três linhas, notas de rodapé, paginação e legenda das ilustrações e tabelas. Siglas: Ao aparecer pela 1ª vez no texto: a forma completa do nome precede

a sigla, que deverá estar entre parênteses. Paginação: Borda direita da folha: 2 cm x 2 cm Estrutura da Capa:

- Nome da instituição (opcional)- Nome do autor- Título

- Subtítulo, se houver- Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado- Ano de depósito (da entrega)

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Estrutura da Folha de Rosto:- Nome do autor- Título principal- Subtítulo, se houver- Natureza (identificação)- Nome do orientador e, se houver, co-orientador

- Local (cidade)- Ano de depósito

NBR 6023 (AGO 2002) - Informação e Documentação - Referências -Apresentação

Referências Bibliográficas: Devem seguir a norma NBR-6023 da ABNT vigente; Possuir todos os dados necessários à identificação da publicação original; São alinhadas somente à esquerda, separadas entre si por espaço duplo;

Devem ser organizadas em ordem alfabética (pelo último sobrenome daautoria); O título da obra deve sempre estar destacado e o recurso tipográfico para

tal destaque é: itálico , negrito ou sublinhado. O padrão adotado deve seruniforme;

Podem aparecer em: rodapé, fim do texto ou capítulo, lista de referências ouainda antecedendo resumos, resenhas ou recensões.

Autoria:Norma geral SOBRENOME, Nome.Sobrenomes compostos SOBRENOME COMPOSTO, Nome.Sobrenomes de parentesco SOBRENOME NETO, FILHO, Nome.Sobrenome com partículas SOBRENOME, Nome de, da.Até três autores SOBRENOME, Nome;SOBRENOME, Nome;

SOBRENOME, Nome.Mais de três autores SOBRENOME, Nome et al.Sem autor A entrada deve ser feita pelo título.Entidades coletivas NOME de associações, institutos e entidades.

Livro: SOBRENOME, Nome. Nome do livro . Edição. Local: Editora, Ano. XX p.

Ex.: GOMES, Antônio Marcos. Novela e sociedade no Brasil . Petrópolis,RJ: Vozes, 1998. 123 p.

Capítulo de livro: Quando o autor do capítulo não for o autor do livro:

SOBRENOME, Nome. Título do capítulo. In: SOBRENOME, Nome (Org.).Nome do livro . Local: Editora, Ano. p. XX-XX.Ex.: ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI,G.; SCHIMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2: a época contemporânea.São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.

Quando o autor do capítulo for o mesmo autor do livro:SOBRENOME, Nome. Título do capítulo. In: ______ . Nome do livro . Local:Editora, Ano. p. XX-XX.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Ex.: SANTOS, F.R. dos. A colonização da terra dos Tucujús. In: ______. História do Amapá . 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. cap.3,p. 15-24.

Periódico como um todo (referência de toda a coleção): NOME DO PERIÓDICO . Local: Editora, datas de início e de

encerramento da publicação, se houver.Ex.: BOLETIM GEOGRÁFICO. Rio de Janeiro: IBGE, 1943-1978.

Partes de revista, boletim etc.: NOME DA PUBLICAÇÃO . Local: Editora, numeração do ano e/ou

volume, numeração do fascículo, informações de períodos e datas depublicação.Ex.: DINHEIRO: revista semanal de negócios. São Paulo: Três, n. 48, 28 jun.2000.

Artigo ou matéria de revista, boletim etc.: SOBRENOME, Nome. Título do artigo ou matéria. Nome da revista , Local,

volume e/ou ano, número, p. XX-XX, Mês/Ano.Ex.: GURGEL, C. Reforma do estado e segurança pública. Política e administração , Rio de Janeiro, v.3, n. 2, p. 15-21, set. 1997.

Artigo e/ou matéria de jornal: SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Nome do jornal , Local, Data. Seção,

caderno ou parte do jornal, p.X.Ex.: NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo , São

Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, caderno 8, p. 13.

Material eletrônico: AUTOR. Título da obra. Disponível em: <http://www.engenhariaauto.com.br>.

Acesso em: 00 mês. 0000.Ex.: ALVES, Castro. Navio negreiro . Disponível em: <http://www.terra.com.br/ virtualbooks/freebok/port/Lport2/navionegreiro.htm>. Acesso em: 10 nov. 2002.

Imagem em movimento: TÍTULO de filme, videocassete ou DVD. Nome o diretor e/ou produtor. Local:

Produtora, data.Ex.OS PERIGOS do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade.São Paulo: CEVARI, 1983.

NBR 10520 (AGO 2002) - Informação e documentação - Citações emDocumentos - Apresentação

Citações no texto, para indicar: Supressões: [...] Interpolações, acréscimos ou comentários: [ ] Ênfase ou destaque: grifo ou negrito ou itálico 

Citação direta no texto (até 3 linhas) Ex.: Para Piaget (2001, p. 26) “a escola deve atender as necessidades básicas

do aluno[...]”.

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Citação direta no texto (mais de 3 linhas – recuo de 4 cm à margem esquerda)Ex.: Para Piaget (2001, p. 26), a escola deve atender as necessidadesbásicas do aluno, levando em consideração seu conhecimento prévio sobrea realidade, seu processo de socialização e seus respectivos estágios dedesenvolvimento.

Ex.: Sendo assim, a escola deve atender as necessidades básicas doaluno, levando em consideração seu conhecimento prévio sobre arealidade, seu processo de socialização [...] (PIAGET, 2001, p. 26).

Citação indireta no texto A escola deve perceber o educando e suas necessidades (PIAGET, 2001).

Citar no texto o nome do autor. Ex.: Piaget (2001), considera que a escola deve atender as necessidades do

educando.

Grifo em citação Ex.: Sendo assim, a escola deve atender as necessidades básicas do aluno,

levando em consideração seu conhecimento prévio sobre a realidade, seuprocesso de socialização [...] (PIAGET, 2001, p. 26, grifo nosso).

Ex.: Sendo assim, a escola deve atender as necessidades básicas do aluno ,levando em consideração seu conhecimento prévio sobre a realidade, seuprocesso de socialização [...] (PIAGET, 2001, p. 26, grifo do autor).

Citação de citação Ex.: Para Piaget (2001 apud ZABALA, 2002, p. 57), a escola deve atender as

necessidades básicas do aluno, levando em consideração seu conhecimentoprévio sobre a realidade, seu processo de socialização [...].

Resenha, Artigo Científico e Memorial

Resenha

A Resenha é a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, noresumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista.

É um tipo de trabalho  que exige conhecimento do assunto, para estabelecercomparação com outras obras da mesma área e maturidade intelectual para fazeravaliação e emitir juízo de valor. (ANDRADE, 1995);

Tipo de resumo crítico, contudo mais abrangente: permite comentários e opiniões,inclui julgamentos de valor, comparações com outras obras da mesma área e avaliaçãoda relevância da obra com relação às outras do mesmo gênero. (ANDRADE, 1995).

Elementos de uma resenha Reais: reuniões e acontecimentos em gerais; Textuais: livros, peças teatrais, texto, filme e etc.

Tipos de Resenha Descritiva: Trabalha com a estrutura da obra, resumo da obra, a perspectiva

teórica, o método adotado, etc.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Crítica: Possui todos os elementos da descritiva, além daapreciação (comentários e julgamentos).

Aspectos Gerais da Resenha

Desenvolve a capacidade de síntese, interpretação e crítica;

Utiliza-se a linguagem na terceira pessoa;

Conduz o leitor para informações puras;

Resenha é diferente de Resumo. Ela admite juízo valorativo,comentário, crítica, enquanto o resumo, pode abolir taiselementos.

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* Requisitos Básicos de uma Resenha 

a) conhecimento completo da obra;

b) competência na matéria;

c) capacidade de juízo de valor;

d) independência de juízo;

e) correção e urbanidade;

f) fidelidade ao pensamento do autor.

Estrutura da Resenha Crítica

Referência Bibliográfica: Autor. Título da obra. Local da edição, Editora, Data. Número de páginas.

Credenciais do autor: Informações sobre o autor, nacionalidade, formação universitária, títulos, cargos

exercidos e obras publicadas.

Resumo da obra (digesto):

Resumo das principais idéias expressas pelo autor; Descrição sintetizada do conteúdo dos capítulos ou partes em que se divide aobra.

Conclusões da autoria: Indica os resultados obtidos pelo autor Quais as conclusões que o autor chegou?

Crítica do resenhista (apreciação da obra): É o momento de posição pessoal do resenhista: Qual a contribuição da obra? Como é o estilo do autor: conciso, objetivo, simples? Idealista? Realista?

Indicações do resenhista: A quem é dirigida a resenha (estudantes,

especialistas, leitores em gerais) Fornece subsídios para o estudo de que

disciplina(s)? Pode ser adotado(a) em que tipo de curso?

fidelidade ao pensamento do autor.

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Artigo CientíficoA arte de escrever artigos científicos constrói-se no dia-a-dia, através da experiência

e da cultura. Para se fazer um bom artigo científico deve-se fazer uma descrição seqüencialdos componentes típicos de um documento desta natureza.

O artigo científico comunica idéias e informações de maneira clara e concisa. Suacaracterística principal é ser publicado em periódicos científicos.

Quanto à análise de conteúdo, os artigos estão divididos nos seguintestipos:

 ARTIGO DE DIVULGAÇÃO:   É o relato analítico de informaçõesatualizadas sobre um tema de interesse para determinada especialidade. Nãorequer necessariamente uma revisão de literatura retrospectiva.

 ARTIGO DE REVISÃO: São conhecidos como “reviews”. Os artigos derevisão com enfoque histórico devem obedecer a uma ordem cronológica depensamento.

A estrutura e a apresentação de um artigo científico se modificam de uma revistapara outra.

A ABNT apresenta na NBR 6022 (antiga NB 61) algumas condições exigíveis paraorientar colaboradores e editoras de publicações periódicas, no sentido de umaapresentação racional e uniforme dos artigos nela contidos.

Considera-se como didático para a elaboração de um artigo científico a estruturaque segue abaixo:

Título (Title ). Descreve de forma lógica, rigorosa, breve e gramaticalmente

correta a essência do artigo. Por vezes opta-se por títulos com duas partes.Autor e filiação (Author and affiliation ). Indicação do nome do autor (ouautores) e da instituição a que pertence(m). É freqüente indicar também oendereço de correio electrónico.Resumo (Abstract ). Não deve exceder 200 palavras e deve especificar deforma concisa, mas não telegraficamente. O resumo não é uma introduçãoao artigo, mas sim um descrição sumária da sua totalidade, na qual se procurarealçar os aspectos mencionados. Não se devem citar referênciasbibliográficas no resumo. Convém lembrar que um resumo pode vir a serposteriormente reproduzido em publicações que listam resumos (de grande

utilidade para o leitor decidir se está ou não interessado em obter e ler atotalidade do artigo).Palavras-chave (Keywords ). Por vezes é pedido que um artigo sejaacompanhado por um conjunto de palavras-chave que caracterizem odomínio ou domínios em que ele se inscreve. Estas palavras sãonormalmente utilizadas para permitir que o artigo seja posteriormenteencontrado em sistemas eletrônicos de pesquisa. Por isso, devem escolher-se palavras-chave tão gerais e comuns quanto possível.Introdução (Introduction ). A introdução fornece ao leitor o enquadramentopara a leitura do artigo, e deve esclarecer a natureza do problema cuja

resolução se descreve no artigo.Corpo do artigo (Body of the paper ). Constitui a descrição, ao longo devários parágrafos, de todos os pontos relevantes do trabalho realizado.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Conclusões (Conclusions ). Devem ser enunciadas claramente, e deverãocobrir o que é que o trabalho descrito no artigo conseguiu e qual a suarelevância, e as vantagens e limitações das propostas que o artigo apresenta.Agradecimentos (Acknowledgments ). Um artigo científico resulta comfreqüência do empenho de muita gente, para além dos que o assinam comoautores – elementos da equipe e amigos que contribuíram, de uma forma ou

outra, para a sua existência e qualidade. É neste ponto de um artigo científico(entre as “Conclusões” e as “Referências”) que se colocam os

“Agradecimentos”.Referências (References ). Trata-se de uma listagem dos livros, artigos ououtros elementos bibliográficos que foram referenciados ao longo do artigo.

Memorial

Trata-se de uma autobiografia que descreve, analisa e critica acontecimentos sobrea trajetória acadêmico-profissional e intelectual do autor, avaliando cada etapa da suaexperiência. Deve incluir todas as fases do autor, enfatizando-se as fases maissignificativas e importantes. Deve-se destacar as experiências mais relevantes, fazendo-

se um comparativo entre a vida profissional e a vida pessoal, evidenciando-se asinfluências de uma para com a outra, e vice-versa.O memorial deve ser iniciado com uma breve introdução, evidenciando a finalidade

da elaboração do mesmo. Deve-se incluir em sua estrutura informações significativascomo formação do autor, atividades tecno-científicas e artístico-culturais importantes,produções científicas, dentre outras. O texto do memorial deve ser escrito na primeirapessoa do singular.

Estrutura de um Memorial Capa e folha de rosto – deve conter nome, título (memorial), local, ano;

Sumário – deve vir logo depois da folha de rosto; Corpo do memorial – apresenta-se de forma narrativa. Deve-se inserir

comentários sobre as diversas etapas da vida pessoal, acadêmica e profissionaldo autor. As folhas devem vir numeradas com algarismos arábicos.

Apresentação Gráfica de um Memorial (formatação) Formato do papel – recomenda-se a utilização de papel A4 (210x297mm);

Digitação – margens: superior, inferior e esquerda = 3cm e inferior = 2cm;

Entrelinhamento do texto – 1,5 linha;

Fonte e tamanho da letra – preferencialmente Times New Roman ou Arial 12; Paginação – Numerar as páginas com algarismos romanos minúsculos no

centro inferior, sendo que a capa e a folha de rosto não são contadas e não

Para saber mais acesse:

http://www.hub.unb.br/pesquisa/relatos/como-escrever-artigo_031104.htm

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recebem número. As folhas textuais são numeradas com algarismos arábicos, no cantosuperior direito, ou centralizados ao pé da folha. A primeira folha de texto é contada masnão numerada.

Seminário, Painel e Mesa Redonda

Seminário

O seminário é uma técnica de estudoque inclui pesquisa, discussão e debate,constituindo-se numa das técnicas maiseficientes de aprendizagem, quandoconvenientemente elaborado e apresentado. A pesquisa,especialmente a bibliográfica, é o primeiro passo, requisitoindispensável na elaboração do Seminário. A pesquisa leva àdiscussão do material pesquisado, mas, para que os objetivossejam alcançados, não se pode dispensar o debate.

Objetivos dos SemináriosAs finalidades gerais da técnica de Seminário basicamente são duas: aprofundar

o estudo a respeito de determinado assunto; desenvolver a capacidade de pesquisa, deanálise sistemática dos fatos, através do raciocínio, da reflexão, preparando o aluno paraa elaboração clara e objetiva dos trabalhos científicos.

O seminário possibilita ensinar pesquisando; revelar tendências e aptidões para apesquisa; ensinar a utilização de instrumentos lógicos de trabalho intelectual; ensinar acoletar material para análise e interpretação e crítica de trabalhos mais avançados; ensinara trabalhar em grupo e desenvolver o sentimento de comunidade intelectual entre os

educandos e entre estes e os professores; ensinar a sistematizar fatos observados e arefletir sobre eles; levar a assumir atitude de honestidade e exatidão nos trabalhosefetuados; dominar a metodologia científica geral.

Estrutura de um Seminário Coordenador - geralmente o professor, pode eventualmente orientar aspesquisas.

Organizador - figura que surge apenas quando o seminário é grupal, e astarefas são divididas entre seus integrantes.

Relator ou Relatores - é aquele que expõe os resultados dos estudos; podeser um só elemento, vários ou todos do grupo, cada um apresentando uma parte.

Comentador - pode ser um só estudante ou um grupo diferente do responsávelpelo seminário. Só aparece quando se deseja um aprofundamento crítico dostrabalhos e é escolhido pelo professor. Deve estudar com antecedência o tema aser apresentado com o intuito de fazer críticas adequadas à exposição, antes dadiscussão e debate dos demais participantes da classe.

Debatedores - correspondem a todos os alunos da classe. Depois da exposiçãoe da crítica do comentador (se houver), devem participar fazendo perguntas, pedindoesclarecimentos, colocando objeções, reforçando argumentos ou dando algumacontribuição.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Etapas de um seminário:

o coordenador propõe determinado estudo, indica a bibliografia mínima,forma os grupos de seminário, escolhe o comentador e o secretário;

formado o grupo, este escolhe o organizador, decide se haverá um ou

mais relatores, divide as tarefas, inicia o trabalho de pesquisa, de procura deinformações, através de bibliografia, documentos, entrevistas com

especialistas, observações etc. Depois reúne-se diversas vezes, sob a coordenação doorganizador, para discutir o material coletado, confrontar pontos de vista, formular conclusõese organizar os dados disponíveis.

Lembrando que o Seminário não deve ser ummero resumo ou síntese, mas expressar o que foiaprendido, aquilo que se presta à aprendizagem ou seapresenta como apontamento didático para a consulta.

Sua estrutura abrange: Introdução - breve exposição do tema central,

objetivos e tópicos a serem apresentados. Deve-seprimar pela objetividade e concisão;

Conteúdo - apresentação das partes numaseqüência organizada, envolvendo explicação,discussão e demonstração. Não se deter empormenores, a linguagem deve ser objetiva e concisa;

Conclusão - síntese de toda reflexão, com ascontribuições do grupo para o tema. Interpretaçãopessoal através de linguagem objetiva e concisa;

Bibliografia - incluindo todas as obras e documentos utilizados, além deespecificar as qualidades dos especialistas consultados.

Quanto ao material de ilustração, comumente, constitui-se de cartazes,retroprojeções e projeções de slides. Os dizeres ou legendas do material, devem estarem cor contrastante a cor do papel utilizado, observando o tamanho que deverá permitira leitura do que foi escrito até pelos alunos sentados na última fila de carteiras, no fundo

da sala. Quando se tratar de imagens ou desenhos, os critérios de tamanho einteligibilidade da ilustração devem ser igualmente observados, devendo assim evitar aapresentação de vários desenhos pequenos acumulados na mesma folha.

1

2

Painel

O Painel é uma reunião de várias alunos interessados que vão expor suas idéiassobre determinado assunto, diante dos demais colegas, de maneira informal e dialogada,em tom de conversa, de troca de idéias, mesmo que exponham posições diversas eapreciem perspectivas diferentes.

Tem por objetivo proporcionar o conhecimento mais aprofundado de um tema,através da discussão informal que implica a participação mais ativa dos presentes, quenão se limitam a ouvir as exposições. A discussão do assunto entre os expositores, diantedo auditório, induz o ouvinte à participação espontânea, por meio de perguntas e respostas

Normas para Apresentação de um Seminário 

A apresentação escrita de umSeminário segue normas gerais da

apresentação dos trabalhos de graduação.Quanto à apresentação oral, compreendeos seguintes aspectos:

a) Domínio do assunto (por todos oscomponentes do grupo);

b) Clareza nos conceitos expostos;

c) Seleção qualitativa e quantitativa domaterial coletado;

d) Adequação da extensão do relato aotempo disponível;

e)Encadeamento das partes (seqüência

discursiva).

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dirigidas aos componentes do painel. O tom da conversa informal não dispensa a participaçãode um coordenador, que elabora um roteiro, de acordo com os componentes, cujo númerovai de três a seis. Sua duração mais adequada é de 50 a 90 minutos, a depender donúmero de participantes.

O Painel pode ser:

Condução de um PainelExige do coordenador, além do domínio do assunto, grande habilidade para produziras discussões que não devem gerar polêmicas. As atribuições do coordenador são asseguintes:

abrir a sessão e apresentar os componentes do painel; levar os componentes a apresentarem os esclarecimentos que os presentesesperam ouvir; propiciar as condições materiais necessários ao desenvolvimento dos trabalhos,inclusive os solicitados pelos convidados; distribuir os painelistas à mesa de forma que fiquem em posição oposta os que

tiveram opiniões opostas; intervir na discussão, quando necessário, a fim de:- pedir esclarecimentos de pontos que deixaram dúvidas;- encerrar assuntos e iniciar outros, não permitindo que se voltem a discutir- assuntos já discutidos;- evitar a dispersão, comprometendo a obtenção dos resultados pretendidos;

mesmo sem expor seu ponto de vista, propor questões para discussão entre oscomponentes; levar a platéia à participação organizada, através de perguntas pertinentes; fazer uma síntese dos trabalhos; agradecer aos componentes e encerrar a sessão.

b) de debate, onde osparticipantes, além de expressar seupensamento, questionaram opensamento e sentimento dos demais,que preferencialmente devem terposições diferentes.

a) de interrogação, onde cadaum dos part ic ipantes buscaráresponder algumas questões básicasindicadas pelo professorconsideradas centrais ao tema;

Mesa RedondaTrata-se da apresentação de pontos de vistas ou análises diferentes ou mesmo

divergentes, fundamentados sobre um tema específico, seguido de sessão de perguntase debates. Envolve apresentação de pontos de vista sobre um mesmo tema. Cada mesapoderá ser composta por no mínimo, dois profissionais e no máximo seis, tendo emmédia um total de 2 horas e meia, sendo esse tempo dividido entre os que compõem amesa.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Estudo de Caso, Palestra e Conferência

Estudo de Caso

A técnica do estudo de caso no processo de aprendizagem parte dopressuposto de que aprendizagem é fundamentalmente preparar-se pararesolver situações ou problemas não habituais, fazendo uso para tanto do

pensamento reflexivo na busca de uma solução satisfatória.Pode ser aplicado de modo individual, acentuando-se os traços de

solução do problema e decisão pessoal, quando grupal, a solução de caso, requer quecada participante do grupo tenha clara compreensão da questão, além de conhecimentose argumentos que permitam convencer os demais membros, na busca de uma soluçãocomum ou aceita por todos. Esta capacidade de convencimento deve ser desenvolvida,pois será fundamental na vida profissional.

O estudo de caso estimula a tomada de decisão ou escolha, haja visto que, semprehaverá mais de uma solução adequada para um problema, e que cada indivíduo poderápropor uma das diferentes alternativas. Buscar, ainda assim, a unidade na ação. Quando

aplicado em grupo, faz-se necessário a escolha de um coordenador que deverá volver-se com a tarefa de contribuir para que o grupo efetivamente trabalhe de modo conjunto earticulado, buscando considerar a contribuição dos membros, de maneira que todosvenham a contribuir com suas percepções e intuições, evitando que um membro venhaa prevalecer sobre os demais participantes.

Etapas Básicas do Estudo de CasoO Estudo de caso envolve algumas etapas básicas na solução do problema, que

podem ser apontados como:*

Leitura cuidadosa do caso - o caso, habitualmente tem nexos comsituações do cotidiano das pessoas, incluindo fatos e opiniõescongruentes ou divergentes, que podem esconder ou distorcer fatosque realmente ocorreram;

Identificação dos fatos - deve-se reunir os principais elementoscontidos no caso, de modo sistematizado e por escrito, dos elementosobjetivos, assim como dos elementos subjetivos, podendo já consideraras opiniões, sentimentos, intuições;

Avaliação dos fatos - em função da relevância dos fatos reunidos,separe-os deixando de lado, aqueles que não tem importância para ocaso. Por isso, importa indicar os fatos mais importante e os de menorimportância, através de alguma indicação ou sinalização;

Identificação do problema - parte mais delicada do caso, e quepressupõe a clara compreensão do caso e do elemento central domesmo, o problema, além claro, dos seus possíveis desdobramentos;

Identificação das alternativas de solução para o problema - não se

preocupe em encontrar de imediato uma solução, mas, nesse momento,diversas soluções sempre embasados em fatos, relatando todas asalternativas e seus possíveis desdobramentos no presente e no futuro;

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Escolha da alternativa mais adequada - pressupõe a escolha de umadas alternativas que melhor se aplique a situação, verificando se é claropara você as razões de tal escolha, que o nível de argumentos objetivos,como de elementos subjetivos, a exemplo de sentimentos, intuições;

Implementação - aponte, com base nos elementos envolvidos, uma

proposta para implementação da alternativa escolhida;

Respeite suas percepções e sentimentos - não deixe-se levar porpreconceitos, juízos de valor, ousando construir algo baseado no seusentimento para com o caso trabalhado.

PalestraA palestra é uma atividade pedagógica centrada em exposição oral acerca de um

tema ou assunto. Objetiva suscitar, motivar, esclarecer e divulgar, em linhas gerais, aexperiência e o trabalho desenvolvido pelo palestranteacerca de um dado tema ou assunto. A palestra caracteriza-se enquanto atividade onde o palestrante desenvolvede modo metódico e estruturado o temaou assunto, sem aprofundar-se, aindaque de modo esclarecedor econtribuitivo para a sua audiência,evidenciando a relevância de taisestudos e/ou experiências. A duraçãoconsiderada adequada para uma palestra eesclarecimento de possíveis indagações é de 1:30

min (uma hora e trinta minutos), que poderão serdirigidas durante ou ao final da palestra, como melhor convier ao palestrante.

Conferência

Conferência é uma exposição científica, oral, acerca de um determinado tema,realizada por especialista, de modo simples e direto,permitindo ao público compreender e assimilar melhoro que está sendo exposto. Ao término da conferência,o conferencista poderá facultar aos participantes a

formulação de indagações sobre os pontos que desejamesclarecer. A duração considerada adequada para aconferência deve ser de 01h (uma hora), em razão deindagações dirigidas pela platéia ao conferencista.Considera-se 30min (trinta minutos) um tempo ideal para

exposição, pois o alongar da mesma torna-a cansativa, com perdade interesse.

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Metodologia do

Trabalho

Científico Com base na técnica da atividade acadêmica Estudo de Casoanálise e procure soluções para o problema que se propõe a seguir:

 Atividades Atividades Atividades Atividades Atividades

ComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

1 1 1 1 1 ..... O professor estagiário da disciplina matemática tem duas turmas

para as quais ministra aulas. Ele utiliza o mesmo conteúdo e método nas duasturmas. Ao final do ano letivo, a maioria da turma ‘A’ foi aprovada e a maioria daturma ‘B’ foi reprovada. Os alunos fizeram movimento exigindo providências doprofessor titular para que averiguasse o caso. Você, sendo o professor titular,que atitudes tomaria?

 2. 2. 2. 2. 2.Elabore um texto de 10 (dez) linhas, fazendo uma análise crítica acerca do queestá expresso no texto abaixo, deixando claro suas idéias acerca do assunto.

“Pensar criticamente é um dever do homem. No entanto, para tal, é mister eimprescindível o desenvolvimento intelectual dele, para uma apreensão adequadado mundo e para que ele possa construir um conhecimento mais próximo da verdade,fundamentado na certeza dos fatos. Porém, conhecer a realidade adequadamentenem sempre é possível, quer seja pela falta de amadurecimento do pensamento,quer seja pelas elaborações inquestionáveis e exatas - protegido das comprovações,ou por enveredar por um discurso que busca as causas últimas das coisas -

fundamentado nas especulações”.

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A PESQUISA CIENTÍFICA E SUAS FASES

Conceito, Finalidades e Requisitos da Pesquisa

CientíficaPode-se definir pesquisa como um processo formal e sistemático, controlado e crítico,

que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo doconhecimento. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informações suficientespara responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra emtal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.

A pesquisa, portanto, é um procedimento formal, com método de pensamentoreflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a

realidade ou para descobrir verdades parciais. O desenvolvimento de umprojeto de pesquisa compreende seis passos:Seleção do tópico ou problema para a investigação;Definição e diferenciação do problema;Levantamento de hipóteses de trabalho;Coleta, sistematização e classificação dos dados;Análise e interpretação dos dados;

Relatório do resultado da pesquisa.

Linguagem Científica

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3

4

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Há, de modo geral, uma tendência a descuidar-se da linguagem quandose redige um trabalho científico ou técnico: talvez sob a alegação de que nãose trata de trabalho literário. Importa respeitar, ao menos, os seguintes aspectosfundamentais:

correção gramatical, convém sempre solicitar a contribuição deum conhecedor da língua e da gramática para nos auxiliar;

exposição clara, concisa, objetiva, condizente com a redaçãocientífica;

 cuidado em evitar parágrafos extensos, construir períodos comno máximo duas ou três linhas, bem como parágrafos com cincolinhas cheias, em média, e no máximo oito;

preocupação em redigir com um estilo capaz de equilibrar asimplicidade com o movimento, evitando o colóquioexcessivamente familiar e vulgar, os recursos retóricos;

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Metodologia do

Trabalho

Científico

simplicidade do texto. Com palavras conhecidas de todos, épossível escrever de maneira original e criativa e produzir fraseselegantes, variadas, fluentes e bem articuladas;

linguagem direta, pois conduz mais facilmente o leitor à essênciado texto, dispensando detalhes irrelevantes e indo diretamente

ao que interessa, sem rodeios; precisão e rigor com o vocabulário técnico, sem cair no hermetismo;

Técnicas de PesquisaTécnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou

arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática. Toda ciênciautiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos.

As técnicas de pesquisa podem ser categorizadas em três grandes grupos:documentação indireta; documentação direta; e observação direta intensiva, a seguirdelineadas.

DOCUMENTAÇÃO INDIRETA: Toda pesquisa implica o levantamento de dados de

variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas. É a fase dapesquisa realizada com intuito de recolher informações prévias sobre o campo de interesse.Esse levantamento de dados, primeiro passo de qualquer pesquisa científica, é feito deduas maneiras: pesquisa documental (ou de fontes primárias) e pesquisa bibliográfica (oude fontes secundárias).

a) Pesquisa documental: a fonte de coleta de dados está restrita a documentos,escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem serfeitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois.

b) Pesquisa bibliográfica: A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias,abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicaçõesavulsas, boletins, jornais, revistas, livros, monografias, teses etc., até meios de comunicação

orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filme e televisão. Sua finalidade écolocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinadoassunto. Esses documentos permitem ao cientista o reforço paralelo na análise de suaspesquisas ou na manipulação de suas informações.

impessoalidade, contribui grandemente para a objetividade da redação dos trabalhoscientíficos, devendo usar verbos nas formas que tendem à impessoalidade;

não começar períodos ou parágrafos seguidos com a mesma palavra, nem usarrepetidamente a mesma estrutura de frase;

evitar longas citações e relatar o fato no menor número possível de palavras;

recorrer aos termos técnicos somente quando absolutamente indispensáveis e nessecaso colocar o seu significado entre parênteses;

evitar palavras e formas empoladas ou rebuscadas, que tentem transmitir ao leitormera idéia de erudição;

ser rigoroso na escolha das palavras do texto, desconfiando dos sinônimos perfeitosou de termos que sirvam para todas as ocasiões;

encadear o assunto de maneira suave e harmoniosa, evitando a criação de umtexto onde os parágrafos se sucedem uns aos outros como compartimentos

estanques, sem nenhuma fluência entre si.

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Níveis de PesquisaOutro modo de delinear os diferentes tipos de pesquisa é considerar o nível de

progresso decorrente da pesquisa, assim como do uso de conhecimentos já à disposição,da utilização dos mesmos, e da constituição desse conhecimento inovador.

DOCUMENTAÇÃO DIRETA: A documentação direta constitui-se, em geral, nolevantamento de dados no próprio local onde os fenômenos ocorrem. Esses dados podemser obtidos de duas maneiras: através da pesquisa de campo ou da pesquisa delaboratório.

a) Pesquisa de campo: Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo deconseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura

uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novosfenômenos ou as relações entre eles.

b) Pesquisa de laboratório: A pesquisa de laboratório é um procedimento deinvestigação mais difícil, porém mais exato. Ela descreve e analisa o que será ou ocorreráem situações controladas. Exige instrumental específico, preciso, e ambientesadequados.

Pesquisa Bibliográfica: A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partirde material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho destanatureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontesbibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que sepropõem à análise das diversas posições acerca de um problema, também

costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente a partir de fontesbibliográficas.

Pesquisa Documental: A pesquisa documental assemelha-se muito àpesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza dasfontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente dascontribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisadocumental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamentoanalítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos dapesquisa. O desenvolvimento da pesquisa documental segue os mesmospassos da pesquisa bibliográfica, cabendo considerar que, enquanto na pesquisabibliográfica as fontes são constituídas sobretudo por material impresso localizadonas bibliotecas, na pesquisa documental, as fontes são muito mais diversificadase dispersas. Há de um lado, os documentos “de primeira mão”, que não receberamnenhum tratamento analítico, e os “de segunda mão”, que de alguma maneira jáforam analisados.

Pesquisa Experimental: De modo geral, o experimento representa omelhor exemplo de pesquisa científica. Essencialmente, a pesquisa experimental

consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriamcapazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitosque a variável produz no objeto.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Estudo de Caso: O estudo de caso é caracterizado pelo estudoprofundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permitao sem amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossívelmediante os outros delineamentos considerados. A maior utilidade doestudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua

flexibilidade, é recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobretemas complexos, para a construção de hipóteses ou reformulação doproblema. Também se aplica com pertinência nas situações em que oobjeto de estudo já é suficientemente conhecido a ponto de ser enquadradoem determinado tipo ideal. Por exemplo, se as informações disponíveisfossem suficientes para afirmar que existem três tipos diferentes decomunidades de base e houvesse interesse em classificar umacomunidade específica em algum desses tipos, então o estudo de casoseria o delineamento mais adequado.

Pesquisa-Ação: A pesquisa-ação tem sido objeto de bastantecontrovérsia, em virtude de exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a açãopor parte das pessoas ou grupos envolvidos no problema, a pesquisa-ação tendea ser vista em certos meios como desprovida da objetividade que devecaracterizar os procedimentos científicos. A despeito, porém, destas críticas,vem sendo reconhecida como muito útil, sobretudo por pesquisadoresidentificados por ideologias “reformistas” e “participativas”.

Pesquisa Participante: A pesquisa participante, assim como apesquisa-ação, caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membrosdas situações investigadas. Há autores que empregam as duas expressões comosinônimas. Todavia, a pesquisa-ação, geralmente supõe uma forma de açãoplanejada, de caráter social, educacional, técnico ou outro. A pesquisaparticipante, por sua vez, envolve a distinção entre ciência popular e ciênciadominante. Esta última tende a ser vista como uma atividade que privilegia amanutenção do sistema vigente e a primeira como o próprio conhecimentoderivado do senso comum, que permitiu ao homem criar, trabalhar e interpretara realidade sobretudo a partir dos recursos que a natureza lhe oferece.

Tipos de Pesquisa

A pesquisa é denominada de pura, quando busca o progresso da ciência, e procuradesenvolver os conhecimentos científicos sem a preocupação direta com suas aplicaçõese conseqüências práticas. Seu desenvolvimento tende a ser bastante formalizado eobjetiva à generalização, com vistas na construção de teorias e leis.

A pesquisa aplicada, por sua vez, apresenta muitos pontos de contato com apesquisa pura, pois depende de suas descobertas e se enriquece com o seu

desenvolvimento; todavia, tem como característica fundamental o interesse na aplicação,utilização e conseqüências práticas dos conhecimentos. Sua preocupação está menosvoltada para o desenvolvimento de teorias de valor universal que para a aplicação imediata

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numa realidade circunstancial. De modo geral, é este o tipo de pesquisa a que mais sededicam os psicólogos, sociólogos, assistentes sociais e outros pesquisadores sociais.

As pesquisas podem ainda ser classificadas, segundo diferentes categorias. Aclassificação mais adotada, na atualidade, classifica as pesquisas em três tipos: estudosexploratórios, estudos descritivos e estudos que verificam hipótese causais.

Pesquisas Descritivas: Têm como objetivo primordial a descrição dascaracterísticas de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimentode relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser

classificados sob este título e uma de suas características mais significativasestá na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. Dentre aspesquisas descritivas salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar ascaracterísticas de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência,nível de escolaridade, estado de saúde etc. Pesquisas que se propõem estudaro nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condiçõesde habitação de seus habitantes etc. Algumas pesquisas descritivas vão alémda simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendodeterminar a natureza dessa relação. Neste caso, tem-se uma pesquisadescritiva que se aproxima da explicativa.

Pesquisas Explicativas: Têm como preocupação central identificar osfatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos.Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade,porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo é o tipo maiscomplexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumentaconsideravelmente. Pode-se dizer que o conhecimento científico estáassentado nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Isto nãosignifica, porém, que as pesquisas exploratórias e descritivas tenham menosvalor, porque quase sempre constituem etapa prévia indispensável para que

se possam obter explicações científicas. Uma pesquisa explicativa pode ser acontinuação de outra descritiva, posto que a identificação dos fatores quedeterminam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e

Pesquisas Exploratórias: Têm como principal finalidade desenvolver,esclarecer e modificar conceitos e idéias, com vistas na formulação de problemasmais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. De todos ostipos de pesquisa, estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento.Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas nãopadronizadas e estudos de caso. Procedimentos de amostragem e técnicasquantitativas de coleta de dados não são costumeiramente aplicados nestas

pesquisas. São desenvolvidas, tais pesquisas, com o objetivo de proporcionarvisão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo depesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco exploradoe torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

detalhado. As pesquisas explicativas nas ciências naturais valem-sequase que exclusivamente do método experimental. Nas ciências sociais,em virtude das dificuldades já comentadas, recorre-se a outros métodos,sobretudo ao observacional. Nem sempre se torna possível a realização depesquisas rigidamente explicativas em ciências sociais, mas em algumasáreas, sobretudo da Psicologia, as pesquisa revestem-se de elevado grau de

controle, chegando mesmo a ser designadas “quase-experimentais”.

Técnicas Utilizadas na Pesquisa Quantitativa 

A metodologia quantitativa, de modo geral, é a maisutilizada em pesquisa de mercado e opinião. Esta metodologiapermite mensurar opiniões, reações, sensações, hábitos eatitudes etc., de um universo (público-alvo) através de uma

amostra que o represente de forma estatisticamentecomprovada.

As amostras podem ser aleatórias ou por cotas(extratos pré-definidos de sexo, idade, classe social, região etc).

O método quantitativo orienta para a utilização dequestionários estruturados predominantemente elaborados comquestões fechadas (lista de respostas pré-codificadas).

Em toda pesquisa quantitativa, sem exceção, énecessário calcular a margem de erro para o grau de confiançaque se pretende, podendo, assim, tomar decisões comsegurança.

A pesquisa quantitativa é realizada a partir deentrevistas individuais, apoiadas por um questionárioconvencional (impresso) ou eletrônico (Computador ou PocketPC).

As entrevistas são conduzidas por um entrevistadorou através de auto-preenchimento.

Algumas técnicas de abordagemutilizadas são:

Face à face: Entrevistas realizadaspessoalmente junto ao entrevistado. Estas

entrevistas, dependendo do objetivo dapesquisa, podem ser realizadas no domicílio,no local de trabalho, em pontos de fluxo(abordagem de indivíduos em trânsito) ou emlocal pré-definido, preparado para realização deentrevistas com indivíduos recrutadospreviamente.

Por telefone: Entrevistas realizadasvia telefone, assistenciadas por um questionárioeletrônico formatado para receber asinformações diretamente no sistema deprocessamento. Esta técnica garante umcontrole de qualidade ainda maior que asdemais técnicas de abordagem, pois além depermitir o acompanhamento simultâneo dasentrevistas (através de escuta programada) épossível também realizar uma crítica eletrônica

em tempo real, evitando inconsistências de aplicação do questionário. Outras vantagens asseguradas são oprazo e o custo que normalmente tendem a ser menores.

Pela Internet: Entrevistas realizadas junto a um público específico que comprovadamente tenhaacesso a Internet. Esta técnica permite agilidade na fase de coleta e processamento de dados, além degarantir ao entrevistado total impessoalidade no registro das informações.

Auto-Preenchimento: Até pouco tempo, a única maneira utilizada era o questionário impresso,enviado para um grande número de pessoas (em virtude do baixo índice de retorno de questionáriospreenchidos) de um determinado segmento. Com os recursos tecnológicos, este método passou a ser

realizado também, através de palm e internet.Arrolamento: Esta técnica na realidade é um levantamento ou contagem de eventos, realizado

através da observação e registro de informações de transeuntes, veículos ou equipamentos urbanos, seja decaráter público, empresarial ou domiciliar. Normalmente usa-se esta técnica quando queremos saber, por

Pesquisa Quantitativa

Adequada quando se deseja conhecer a extensão (estatisticamente falando) doobjeto de estudo, do ponto de vista do público pesquisado. Aplica-se nos casos em quese busca identificar o grau de conhecimento, as opiniões, impressões, seus hábitos,comportamentos, seja em relação a um produto, sua comunicação, serviço ou instituição.Ou seja, o método quantitativo oferece informações de natureza mais objetiva e aparente.Seus resultados podem refletir as ocorrências do mercado como um todo ou de seus

segmentos, de acordo com a amostra com a qual se trabalha.O instrumento de coleta de dados mais utilizado é o questionário, que pode conterquestões fechadas (alternativas pré-definidas) e/ou abertas (sem alternativas e comresposta livre).

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exemplo, qual o número diário de frequentadores de um shopping center, ou qual o número de consumidorasque foram atraídas por uma promoção em um supermercado, ou quantos supermercados, farmácias, postosde gasolina, etc. Existem em uma determinada região geográfica. O instrumento de coleta pode ser atravésde planilha de preenchimento linear, gravador, Palm (coletor de dados) ou um contador mecânico utilizadoespecialmente para este fim.

Na pesquisa quantitativa, a fim de comprovar as hipóteses, os recursos de estatística

nos dirá se os resultados obtidos são significativos ou mero fruto do acaso.A Pesquisa Quantitativa é baseada em rígidos critérios estatísticos, que servem

de parâmetro para definição do universo a ser abordado pela pesquisa. Como o nome jádiz, o método quantitativo é útil para o dimensionamento de mercados, levantamento depreferências por produtos e serviços de parcelas da população, opiniões sobre temaspolíticos, econômicos, sociais, dentre outros aspectos.

Os passos para o desenvolvimento e aplicação do método quantitativo tem iníciocom a definição dos objetivos que o cliente pretende alcançar. Em seguida faz-se olevantamento amostral do universo, ou seja, o número de entrevistas a serem realizadas;elaboração aplicação de pré-teste para validação do questionário e, posteriormente, a

pesquisa em campo; apuração, cruzamento e tabulação dos dados; e, por fim, elaboraçãode relatórios para análise estratégica.

Pesquisa Qualitativa

A pesquisa qualitativa é uma designação que abriga correntes de pesquisa muitodiferentes. Em síntese, essas correntes se fundamentam

em alguns pressupostos contrários ao modeloexperimental e adotam métodos e técnicas de pesquisa

diferentes dos estudos

experimentais. Oscientistas que partilhamda abordagem qualitativaem pesquisa se opõem,em geral, ao pressupostoexperimental quedefende um padrão únicode pesquisa para todasas ciências, calcado nomodelo de estudo das

ciências da natureza.Estes cientistas serecusam a admitir que asciências humanas esociais devam-seconduzir pelo paradigmadas ciências da naturezae devam legitimar seusconhecimentos porprocessos quantificáveisque venham a setransformar, por técnicasde mensuração, em leis eexplicações gerais.

a) a delimitação e formulação do problema - o problema, na pesquisaqualitativa, não é uma definição apriorística, fruto de um distanciamento que opesquisador se impõe para extrair as leis constantes que o explicam e cuja freqüênciae regularidade pode-se comprovar pela observação direta e pela verificaçãoexperimental. O problema decorre, antes de tudo, de um processo indutivo que sevai definindo e se delimitando na exploração dos contextos ecológico e social, ondese realiza a pesquisa; da observação reiterada e participante do objeto pesquisado,e dos contatos duradouros com informantes que conhecem esse objeto e emitem juízos sobre ele.

b) o pesquisador - é parte fundamental da pesquisa qualitativa. Ele deve,preliminarmente, despojar-se de preconceitos, predisposições para assumir umaatitude aberta a todas as manifestações que observa, sem adiantar explicaçõesnem conduzir-se pelas aparências imediatas, a fim de alcançar uma compreensãoglobal dos fenômenos. O pesquisador não se transforma em mero relator passivo:

sua imersão no cotidiano, a familiaridade com os acontecimentos diários e apercepção das concepções que embasam práticas e costumes supõem que ossujeitos da pesquisa têm representações, parciais e incompletas, mas construídascom relativa coerência em relação à sua visão e à sua experiência;

c) os pesquisados - na pesquisa qualitativa, todas as pessoas queparticipam da pesquisa são reconhecidas como sujeitos que elaboramconhecimentos e produzem práticas adequadas para intervir nos problemas queidentificam. Pressupõe-se, pois, que elas têm um conhecimento prático, de sensocomum e representações relativamente elaboradas que formam uma concepçãode vida e orientam as suas ações individuais;

d) os dados - os dados não são coisas isoladas, acontecimentos fixos,captados em um instante de observação. Eles se dão em um contexto fluente derelações: são “fenômenos” que não se restringem às percepções sensíveis eaparentes, mas se manifestam em uma complexidade de oposições, de revelaçõese de ocultamentos. Na pesquisa qualitativa todos os fenômenos são igualmenteimportantes e preciosos: a constância das manifestações e sua ocasionalidade, afreqüência e a interrupção, a fala e o silêncio.

Aspectos da Pesquisa Qualitativa 

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Um segundo marco que separa a pesquisa qualitativa dos estudosexperimentais está na forma como apreende e legítima os conhecimentos. Aabordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entreo mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, umvínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. Oconhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma

teoria explicativa; o sujeito-observador é parte integrante do processo deconhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes um significado. O objeto

não é um dado inerte e neutro; está possuído de significados e relações que sujeitos concretoscriam em suas ações.

Algumas pesquisas qualitativas não descartam a coleta de dados quantitativos,principalmente na etapa exploratória de campo ou nas etapas em que estes dados podemmostrar uma relação mais extensa entre fenômenos particulares.

Técnicas de Pesquisa QualitativaA pesquisa qualitativa privilegia algumas técnicas que coadjuvam a descoberta de

fenômenos latentes, tais como a observação participante, pesquisa-ação e pesquisa-

intervenção, história ou relatos de vida, análise de conteúdo, entrevista não-diretiva, estudode caso etc., que reúnem um corpus qualitativo de informações que, segundo Habermas, sebaseia na racionalidade comunicacional. Observando a vida cotidiana em seu contextoecológico, ouvindo as narrativas, lembranças e biografias, e analisando documentos, obtém-se um volume qualitativo de dados originais e relevantes, não filtrados por conceitosoperacionais, nem por índices quantitativos.

A pesquisa qualitativa pressupõe que a utilização dessas técnicas não deve construirum modelo único e exclusivo. A pesquisa é uma criação que mobiliza a acuidade inventiva dopesquisador, sua habilidade artesanal e sua perspicácia para elaborar a metodologia adequadaao campo de pesquisa, aos problemas que ele enfrenta com as pessoas que participam da

investigação. O pesquisador deverá, porém, expor e validar os meios e técnicas adotadas,demonstrando a cientificidade dos dados colhidos e dos conhecimentos produzidos.

PESQUISA QUANTITATIVA

Predomínio de questões fechadas

Amostra grande

Análise estatística, a partir deinformações rigorosas e científicas

Pesquisa descritiva ou casual

Resultados quantificáveis condensados emtabelase gráficos

Caráter objetivo

Mensuração

Uma realidade

Sistema Mecanicista

Raciocínio lógico e dedutivo

Utiliza instrumentos específicos(ex.: questionário)

Trabalha com generalizações

PESQUISA QUALITATIVA

Questões abertas e exploratórias

Amostra pequena

Análise subjetiva e interpretativa

Pesquisa exploratória

Resultado da linha de conduta(opiniões, atitudes e expectativas)

Caráter subjetivo

Interpretação

Múltiplas realidades

Sistema Organicista

Raciocínio dialético e indutivo

Utiliza a comunicação e a observação(ex.: entrevista)

Trabalha com particularidades

QUADRO COMPARATIVO DOS TIPOS DE PESQUISA

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Fases da Pesquisa Científica

Escolha do Tema: Tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar.O trabalho de definir adequadamente um tema pode, inclusive, perdurar portoda a pesquisa. Nesse caso, deverá ser freqüentemente revisto.

Levantamento de Dados: Para obtenção de dados podem serutilizados três procedimentos: pesquisa documental, pesquisa bibliográficae contatos diretos. A pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre osprincipais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por seremcapazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema.

Formulação do Problema: Problema é uma dificuldade, teórica ouprática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para a qualse deve encontrar uma solução. Definir um problema significa especificá-lo

em detalhes precisos e exatos. Na formulação de um problema deve haverclareza, concisão e objetividade.

Definição dos Termos: O objetivo principal da definição dos termosé torná-los claros, compreensivos e objetivos e adequados. É importantedefinir todos os termos que possam dar margem a interpretações errôneas.O uso de termos apropriados, de definições corretas, contribui para a melhorcompreensão da realidade observada.

Indicação de Variáveis: Ao se colocar o problema e a hipótese, deve

ser feita também a indicação das variáveis dependentes e independentes.Elas devem ser definidas com clareza e objetividade e de forma operacional.

Delimitação da Pesquisa: Delimitar a pesquisa é estabelecer limitespara a investigação. A pesquisa pode ser limitada em relação ao assunto –selecionando um tópico, a fim de impedir que se torne ou muito extenso oumuito complexo; a extensão – porque nem sempre se pode abranger todo oâmbito onde o fato se desenrola.

Seleção dos Métodos e Técnicas: Os métodos e as técnicas a seremempregados na pesquisa científica podem ser selecionados desde aproposição do problema, da formulação das hipóteses e da delimitação douniverso ou da amostra.

Organização do Instrumental de Pesquisa: A elaboração ouorganização dos instrumentos de investigação não é fácil, necessita detempo, mas é uma etapa importante no planejamento da pesquisa. Em geral,as obras sobre pesquisa científica oferecem esboços práticos que servemde orientação na montagem dos formulários, questionários, roteiros deentrevistas, escalas de opinião ou de atitudes e outros aspectos, além dedar indicações sobre o tempo e o material necessários à realização de uma

pesquisa.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Projeto de Pesquisa CientíficaO projeto é uma das etapas componentes do processo de elaboração,

execução e apresentação da pesquisa. Esta necessita ser planejada comextremo rigor, caso contrário o investigador, em determinada altura, encontrar-se-á perdido num emaranhado de dados colhidos, sem saber como dispor dosmesmos ou até desconhecendo seu significado e importância.

Em uma pesquisa, nada se faz ao acaso. Desde a escolha do tema,fixação dos objetivos, determinação da metodologia, coleta dos dados, sua

análise e interpretação para a elaboração do relatório final, tudo é previsto no projeto depesquisa. Este, portanto, deve responder às clássicas questões: o quê? porquê? paraquê e para quem? onde? como, com quê, quanto equando? quem? com quanto?

Entretanto, antes de redigir um projeto depesquisa, alguns passos devem ser dados. Em primeirolugar, exigem-se estudos preliminares que permitirãoverificar o estado da questão que se pretende

desenvolver sob o aspecto teórico e de outros estudose pesquisas já elaborados. Tal esforço não serádesperdiçado, pois qualquer tema de pesquisa necessitade adequada integração na teoria existente e a análisedo material já disponível será incluída no projeto sob otítulo de “revisão da bibliografia”. A seguir, elaborar-seum anteprojeto de pesquisa, cuja finalidade é aintegração dos diferentes elementos em quadrosteóricos e aspectos metodológicos adequados,permitindo também ampliar e especificar os quesitos doprojeto, a “definição dos termos”. Finalmente, prepara-se o projeto definitivo, mais detalhado e apresentandorigor e precisão metodológicos.

Estrutura do Projeto de Pesquisa Capa: Constituída pelos seguintes elementos:

- Nome da instituição (opcional);- Nome do autor;- Título (e subtítulo, se houver) - denominação do projeto;- Subtítulo, se houver;- Local (cidade) da institruição onde deve ser apresentado;

- Ano de depósito (da entrega). Sumário: Relacionar nos itens e subitens que compõe o projeto, com o

respectivo número da página, onde o mesmo pode ser encontrado. Apresentação: Composto por dois elementos chaves, Quem apresenta,

que deverá efetuar um breve histórico e experiências desenvolvidas e realizadaspela Organização e pela Coordenação responsável, e O que apresenta, quetambém se composto por um breve histórico da atividade em questão e O queespera com tal apresentação.

Objeto: Composto pela caracterização do O que é a atividade ou trabalhocientífico de maneira sucinta, óbvia e lúcida.

Finalidade: Composto pelo termo Para que é tal trabalho científico, descritosno seu contexto geral e específico.- Objetivo Geral:- Objetivos Específicos:

Pesquisa-Piloto ou Pré-Teste 

Uma vez terminado o projeto depesquisa definitivo, a tentação de iniciarimediatamente a pesquisa é muito grande.

Todas as etapas foram previstas, ashipótese enunciadas, as variáveisidentificadas, a metodologiaminuciosamente determinada, incluindoas provas estatísticas a que serãosubmetidos os dados colhidos; portanto,por que não começar incontinente a coletade dados?

A aplicação da pesquisa-pilotoé um bom teste para os pesquisadores.Finalmente, o pré-teste permite tambéma obtenção de uma estimativa sobre osfuturos resultados, podendo, inclusive,alterar hipóteses, modificar variáveis e arelação entre elas. Dessa forma, haverámaior segurança e precisão para a

execução da pesquisa.

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Justificativa/fundamentos: Versa acerca do O por quê da existênciada atividade proposta, evidenciando ainda os fundamentos, quer teóricos, querpráticos que o sustenta.

Método: Versa acerca de como será realizado a atividade, o modo, a maneira. Recursos: Busca atender as indagações acerca de Com quem, com quanto

e com que será realizado, desdobrando-se nos seguintes elementos:

- Humanos;- Financeiros;- Técnicos (Conhecimento teórico/prático científico);- Materiais (de consumo e de uso permanente).

Bibliografia: Relacionar as fontes consultadas, indicadas e/ou existentesafeita ao assunto desenvolvido no projeto em questão. Anexos: Relacionar e inserir os formulários citados no corpo do projeto e queserão utilizados no desenvolvimento das atividades propostas pelo mesmo. Capa de fundo: Contento a identificação e o contato do autor/realizador.

Em um trabalho científico não seexige do relator qualidades artísticas eliterárias, características de romancistase poetas, mas é imprescindível acomunicação fidedigna de um estudo, nãose podendo jamais sujeitar-se ao estado

de espírito individual. Deve-se para tantoobservar alguns aspectos:

a) Uso adequado da linguagem e dagramática, ou seja, uso preciso dostermos empregados no decorrer do relato,buscando refletir precisão e objetividade,devendo evitar indicativos subjetivos como“acho”, “penso que”, “julgo que” eadjetivações que obscureçam aobjetividade dos dados referentes aosfatos ou à realidade estudada;

b) Assimilação e uso correto dovocabulário técnico-científico e estilo, ou

seja, o tipo de leitor e a natureza dapesquisa nortearão o estilo e a utilizaçãodo vocabulário técnico na confecção de umrelatório final de um projeto de pesquisa.É adequado que cada parágrafo sejaconstituído de três partes: introdução,desenvolvimento (corpo) e a conclusão.

Estrutura do Relatório de PesquisaNo relatório de pesquisa, fazendo uso da

metodologia, dá-se a sua divisão nas seguintes partes:

Introdução: Na introdução considerada comointrodutória ao corpo geral do relatório, o pesquisador

descreverá, em termos gerais, os objetivos e a finalidadedo estudo realizado. É uma justificativa que o autortratará da relevância do tema-problema trabalhado,tentando motivar o interesse do leitor. Aqui é necessárioclarear a definição do assunto e a delimitação do tema,situando-o no espaço e no tempo; é o significado doproblema. Segue-se ainda a apresentação da hipóteseformulada e que se há de demonstrar. O suporte teórico utilizado para o estudo poderáagora ser enfocado, tanto para clarear as definições operacionais consideradas, bemcomo a inter-relação da fundamentação teórica com o material empírico coletado, quando

o trabalho possui está fase.

ASPECTOS RELEVANTES DE UM RELATÓRIO DE PESQUISA

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Ao iniciar a redação do relatório de um projeto de pesquisa, o pesquisador devesentir-se gratificado por ter conseguido chegar ao términode um processo, que na maioria das vezes foi trabalhoso,cheio de dificuldades. Significa o ápice de um trabalhorealizado, podendo representar o surgimento de novosprojetos de pesquisa, a partir de questionamentos nãoconcluídos ou da descoberta de aspectos relevantes noestudo da problemática.

A preocupação do relator será a de poder deixarregistrado todo o caminho percorrido durante a pesquisa,especificando os elementos que possam ser importantespara a análise posterior do estudo realizado.

Relatório de Pesquisa e Monografia

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Apresentação: Poucas diferenças há entre a apresentação doprojeto e a do relatório. Pode também conter elementos de natureza opcional,a exemplo de Dedicatória, Agradecimentos e Epígrafe (citação, seguida daautoria, relacionada à matéria tratada no trabalho).

Sinopse: Consiste numa breve síntese, de no máximo 15 a 20linhas, acerca do conteúdo do relatório, realizado pelo autor do trabalho, não

devendo ser confundido com uma relação de partes ou capítulos, nem com aenumeração das conclusões. Quando realizado por uma outra pessoa, recebe

o nome de resumo. Denomina-se de abstract a síntese do trabalho, redigido na línguainglesa, visando a divulgação da pesquisa de modo abrangente, não deve ser confundidocom uma tradução da sinopse, ainda que seja comum, pois a construção do enunciadodeve ser efetuado na língua inglesa.

Sumário: Relação das partes, capítulos, itens e subitens do trabalho, com arespectiva indicação do número de páginas iniciais.

Introdução: A introdução, enquanto parte inicial do texto, na qual se expõe oassunto como um todo. Inclui informações sobre a natureza e a importância do trabalho,

relação com outros estudos sobre o mesmo assunto, razões que levaram à realização dotrabalho, suas limitações e, principalmente, seus objetivos. Devem constar também aspartes principais que compõem o trabalho. Abrange ainda, três itens do relatório: objetivo,  justificativa e objeto, incorporando as modificações realizadas depois de aplicada apesquisa-piloto.

Desenvolvimento: O desenvolvimento de um relatório, também denominadocorpo, é a parte mais extensa. Nesta fase deve-se apresentar muito claramente ametodologia usada e todo o traçado e caminho do estudo envolvendo variáveis ecomponentes. Estes elementos são de especial importância pois a partir da análise dosmesmos é que se pode julgar a validade científica do estudo. O corpo ou desenvolvimentode um relatório de pesquisa tem por objetivo fornecer a análise dos componentes maisimportantes de um tema-problema. O desenvolvimento de um relatório de pesquisa devesofrer um processo metodológico divisório. O corpo do trabalho distribui-se em partes, aspartes em capítulos, os capítulos em secções ou subtítulos, os subtítulos em parágrafos,os parágrafos em frases ou orações.

Conclusões e recomendação: Em um relatório de pesquisa é imprescindívelque se institua um item especial para as conclusões. Nas conclusões e recomendaçõesos resultados considerados valiosos e finais para a compreensão e exame da problemáticaestudada serão aqui apresentados. Como fechamento do trabalho, a conclusão é expressaem termos de síntese dos elementos relevantes analisados no trabalho. A conclusãodefine o ponto de vista do autor, por isto mesmo expressa as suas características pessoais

acerca do assunto tratado – é a sua ideologia. Bibliográfia: Inclui todas as obras já apresentadas no projeto, acrescidas das

que foram sendo sucessivamente utilizadas durante a execução da pesquisa e a redaçãodo relatório, de modo ordenado, organizado por autor, em ordem alfabética.

Apendices: Apresentando tabelas, quadros, gráficos e outras ilustrações quenão figuram no texto; assim como o(s) instrumento(s) de pesquisa, o apêndice é compostode material trabalhado pelo próprio pesquisador. Deve ter ordenação própria e, no sumário,constar apenas o título genérico “Apêndices”.

Anexos: Constituídos de elementos esclarecedores de outra autoria, devemser limitados, incluindo apenas o estritamente necessário à compreensão de partes do

relatório. Deve ter ordenação própria e, no sumário, constar apenas o título genérico“Anexos”.

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MonografiaTrata-se de um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente

valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assuntonão só em profundidade, mas também em todos os seus ângulos e aspectos, dependendodos fins a que se destina. Tem como base a escolha de uma unidade ou elemento social,sob duas circunstâncias:

1) ser suficientemente representativo de um todo cujas características de análise;2) ser capaz de reunir os elementos constitutivos de um sistema social ou de

refletir as incidências e fenômenos de caráter autenticamente coletivo.

Localiza-se na origem histórica da monografia aquilo que até hoje caracterizaessencialmente esse tipo de trabalhocientífico: a especificação , ou seja, aredução da abordagem a um só assunto,a um só problema. Mantém-se assim o

sentido etimológico: monos  (um só) egraphein (escrever: dissertação a respeitode um assunto único).

Estrutura da Monografia

CARACTERÍSTICAS DA MONOGRAFIA

A característica essencial não é a extensão, mas ocaráter do trabalho (tratamento de um tema delimitado) e aqualidade da tarefa, isto é, o nível da pesquisa, que estáintimamente ligado aos objetivos propostos para a suaelaboração. A monografia implica originalidade, mas até certoponto, uma vez que é impossível obter total novidade em umtrabalho; isto é relativo, pois a ciência acumulativa, estásujeita a contínuas revisões.

As principais características de uma monografia são:

a) trabalho escrito, sistemático e completo;

b) tema específico ou particular de uma ciência ou parte dela;

c) estudo pormenorizado e exaustivo, abordando váriosaspectos e ângulos do caso;

d) tratamento extenso em profundidade, mas não em alcance;

e) metodologia específica;

f) contribuição importante, original e pessoal para a ciência.

Os trabalhos científicos, em geral,apresentam a mesma estrutura:introdução, desenvolvimento e conclusão.Pode haver diferenças quanto ao material,

ao enfoque dado, a utilização desse oudaquele método, dessa ou daquelatécnica, mas não em relação à forma ou àestrutura.

Introdução - formulação clarae simples do tema da investigação; é a apresentação sintética da questão, importânciada metodologia e rápida referência a trabalhos anteriores, realizados sobre o mesmoassunto;

Desenvolvimento - fundamentação lógica do trabalho de pesquisa, cuja

finalidade é expor e demonstrar. No desenvolvimento, podem-se levar em consideraçãotrês fases ou estágio: explicação, discussão e demonstração.

- Explicação: é apresentar o sentido de uma noção, é analisar ecompreender, procurando suprimir o ambíguo ou obscuro.

- Discussão: é o exame, a argumentação e a explicação da pesquisa, ouseja, explica, discute, fundamenta e enuncia as proposições.

- Demonstração: é a dedução lógica do trabalho; implica o exercício doraciocínio. Demonstra que as proposições, para atingirem o objetivo formaldo trabalho e não se afastarem do tema.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Conclusão - é a fase final do trabalho de pesquisa, mas nãosomente um fim. Como a introdução e o desenvolvimento, possui uma estruturaprópria. A conclusão consiste no resumo completo, mas sintetizado, daargumentação dos dados e dos exemplos constantes das duas primeiraspartes do trabalho. Da conclusão devem constar a relação existente entre as

diferentes partes da argumentação e a união das idéias e, ainda, conter ofecho da introdução ou síntese de toda reflexão.

Tipos de MonografiaOs estudantes, ao longo de suas carreiras, precisam apresentar uma série de

trabalhos que se diferenciam uns dos outros quanto ao nível de escolaridade e quanto aoconteúdo. Via de regra, para o término do curso de graduação, os estudantes têm ocompromisso de elaborar um trabalho baseado, geralmente, em fontes bibliográficas,que não precisa ser extenso nem muito específico. À medida que ascendem na carreirauniversitária, esses trabalhos vão exigindo maior embasamento, mais reflexão, mais

amplitude e criatividade.Podem-se distinguir três tipos: monografia, dissertação e tese, que obedecem aesta ordem ascendente, em relação à originalidade, à profundidade e à extensão.

a) Monografias escolares ou de trabalhos de caráter didático, apresentadosao final de um curso específico, elaborados por alunos iniciantes na autênticamonografia, ou de iniciação à pesquisa e como preparação de seminários.

b) Monografias científicas ou de trabalhos científicos apresentados aofinal do curso de mestrado, com o propósito de obter o título de mestre.

As monografias referentes ao grau de conclusão do estudante universitário nãopodem ser consideradas verdadeiros trabalhos de pesquisa (para o qual os estudantesnão estão ainda capacitados, salvo raras exceções), mas estudos iniciais de pesquisa.

Formatação da MonografiaAntes de ser imprimir a monografia, cabe ao autor observar os parâmetro de

formatação do trabalho, devendo considerar:

utilizar papel tamanho A4 (210mm x 297mm), digitado de um só lado em espaço1,5 com corpo de letra Times New Roman 13 ou 14 ou Arial 11 ou 12, exceto:

resumo, notas de rodapé, citações muito longas, indicações de fontes de tabelas,referências bibliográficas, índices e apêndices, que devem ser apresentadosem espaço simples;

margens superior e esquerda 3,0 cm; direita e inferior 2 cm; citações e transcrições devem ficar sete a oito espaços para dentro da margem

esquerda, entre aspas; inserção de notas, tanto em listas no fim de cada capítulo, como em rodapé ou

no final do trabalho, devendo restringir-se o mais possível às referênciasbibliográficas;

referências bibliográficas poderão ocorrer no texto, quando deverão ser indicadas

entre parênteses, sumariamente, ou em notas de rodapé, quando deverão sernumeradas consecutivamente, dentro de cada artigo ou capítulo; a indicaçãodeve ser precedida do seu número de ordem escrito acima da linha;

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a paginação deve ser feita a partir da primeira folha de trabalho, que é a folhade rosto. As páginas devem ser numeradas no canto superior direito, emalgarismos romanos e a partir do capítulo 1 ou introdução em algarismosarábicos, a dois ou três espaços do texto;

cada novo capítulo ou seção deve começar em uma nova folha, com cabeçalho

ou título cerca de 8 cm da borda superior; o texto se inicia cerca de 5 espaçosdo título.

Elementos da MonografiaA praxe é apresentar a monografia com os seguintes elementos:

Elementos Pré-textuaiscapa, deverá conter apenas os dados indispensáveis à identificação do

trabalho: título em destaque na parte superior, o nome do autor em destaque;especificação do trabalho (dissertação, monografia etc.); dados referentes aocurso; dados referente a instituição acadêmica, com a respectiva localização;data;

dorso com o título e nome do autor;contracapa, geralmente sem gravação ou impressão, às vezes utilizada

para apresentar um resumo da obra;após a capa, uma a duas folhas em branco;uma página que repete a capa;a página de rosto que contém:

na parte superior, o nome completo do autor, sem abreviaturas, com seustítulos ou cargos logo abaixo;

o título real do trabalho com subtítulos, se houver;indicação de prefácio ou prólogo ou apresentação com o nome do

apresentador (quando não houver apresentador, esse item não deveaparecer);

nome da instituição;cidade, ano;

página de dedicatória, se houver;epígrafe, ou página destinada a um pensamento, frase, dístico, se o autor

achar conveniente;sumário completo (de todos os capítulos e suas seções) ou sumário

(enumeração das partes principais) com a indicação das páginas iniciais dos

capítulos ou partes destacadas;listas de tabelas e/ou quadros, ilustrações, abreviaturas, siglas, símbolos etc.prefácio, caso haja;apresentação, caso haja.

Elementos Textuaisintrodução;desenvolvimento com a seqüência dos capítulos destinados ao corpo do trabalho;capítulo(s) das conclusões.

Elementos Pós-textuaisanexos, elementos que se acrescentam para demonstração, exemplificação ou

comprovação do texto, ordenados de acordo com o desenvolvimento;adendos, dados que se acrescentam para complementação do trabalho;

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Metodologia do

Trabalho

Científico

notas, fruto de observações ou aditamentos do texto;

apêndices, elementos que se anexam para complementação dotrabalho;

bibliografia ou referência bibliográfica em ordem alfabética dossobrenomes dos autores;

índice de assuntos, nomes de pessoas, nomes geográficos,acontecimentos, etc., em ordem alfabética, com indicação de sualocalização no texto;

ELABORAÇÃO DE UMA MONOGRAFIA

Escolha do assunto

Delimitação do assunto

Formulação do problema

PesquisaEmpírica PesquisaBibliográfica

PesquisaNão-empírica

Documentação parao trabalho

Metodologia

indutiva

Crítica da documentação

Metodologia

dedutiva

Resultados

Construção

Resultados

Introdução ConclusãoDesenvolvimento

glossário, caso se julgue importante;uma ou duas páginas em branco antes da contracapa.

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Em que sentido a iniciação científica é importante (ou não) para a formaçãoacadêmico-profissional do estudante? Quais são as vantagens e desvantagens quepodemos identificar?

Elabore um texto de 10 (dez) linhas, segundo as normas da ABNT, acerca dasquestões propostas.

 Atividades Atividades Atividades Atividades AtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

1 1 1 1 1 .....

Há, de modo geral, uma tendência a descuidar-se da linguagem quando se redigeum trabalho científico. Elabore um texto de 10 (dez) linhas demonstrando os aspectosfundamentais da linguagem científica e a importância de cada um deles na construçãodo texto científico.

 2. 2. 2. 2. 2.

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Metodologia do

Trabalho

Científico

Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos.As técnicas de pesquisa podem ser categorizadas em três grandes grupos.Elabore um esquema evidenciando as categorias de técnicas de pesquisacom seus sub-itens e características principais de cada um deles.

3.3.3.3.3.

Faça seu esquema aqui.

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ORIENTAÇÕES PARA A ATIVIDADE

Caro aluno, iremos realizar a atividade em três etapas, conforme segue abaixo:

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 1 1 1 1 1 O processo de aprendizagem depende, dentre outros elementos, da capacidade

de leitura e assimilação reflexiva dos conteúdos. A leitura pode ser realizada de modo

proveitoso e com menor grau de esforço quando efetuada com base em algumas técnicas.A leitura amplia e integra os conhecimentos, desonerando a memória, abrindo cada vezmais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação.Nesta primeira etapa você tomará conhecimento do texto, do que ele trata, quais são ospontos mais importantes. Portanto, comece fazendo o que segue:

a) Procure fazer uma leitura geral e atenciosa do texto, percebendo o assunto e osignificado do que foi lido;

b) Releia o texto grifando os pontos mais importantes e as palavras desconhecidas;- procure as palavras que você não conhece no dicionário;- sublinhe, em cada parágrafo, as palavras que contém a idéia-núcleo e os

detalhes mais importantes.c) Destaque do texto:- Tema;- Idéia central;- Problema;- Objetivo do autor.

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa  2  2  2  2  2 Agora que você já conhece o texto e já compreendeu a importância do seu tema

central, vamos sistematizar esse conhecimento adquirido. Nesta etapa da atividade, iremosrealizar algumas técnicas que já conhecemos para a sistematização do conhecimento.Portanto, vamos à elas:

Inicialmente iremos fazer um fichamento do texto. Fichar é transcrever anotaçõesem fichas, para fins de estudo ou pesquisa. À medida que o pesquisador tem em mãosas fontes de referência, deve transcrever os dados em fichas, com o máximo de exatidãoe cuidado. Lembre-se dos elementos principais que não podem deixar de existir numfichamento. São eles:

- cabeçalho;- referência bibliográfica;

 Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade

OrientadaOrientadaOrientadaOrientadaOrientada

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Metodologia do

Trabalho

Científico

- corpo;- identificação da obra;- local onde pode ser encontrado o texto.

Agora vamos resumir o texto. Deverá ser um resumo descritivo. Portanto,busque transcrever os pontos mais importantes do texto, em, no máximo, uma

página, com fonte de tamanho 12 ( Arial ou Time New Romam).

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa  3 3 3 3 3 Agora que você já sistematizou as informações que continham no texto e já

assimilou os conteúdos e informações que ele contém, vamos agora para a parte maissignificativa da atividade. Nesta etapa quero ver o seu potencial crítico e reflexivo. Portanto,a tarefa agora é elaborar uma resenha crítica do texto. Lembre-se da estrutura que deve

conter numa resenha crítica.- Referência Bibliográfica;- Credenciais do autor;- Resumo da obra (digesto);- Conclusões da autoria;- Crítica do resenhista (apreciação da obra);- Indicações do resenhista.

TEXTO PARA ANÁLISE

Sumário: APRENDER: O DESAFIO RECONSTRUTIVO é um texto de Pedro Demo. Este texto apresenta 

a tendência vigorosa de compreender a aprendizagem como fenômeno reconstrutivo, ressaltando a pesquisa como seu ambiente próprio. Passa rapidamente por algumas teorias interdisciplinares (psicologia, biologia,física, lingüística e suas interconexões). Para ilustrar esta tendência, organiza cenários do Mundo de Sofia,tomando em conta que este livro desenha, com rara precisão, a pesquisa como ambiente de aprendizagem e o papel maiêutico do professor. O texto foi extraído do site do SENAC,

http://www.senac.br/informativo/BTS/243/boltec243c.htm. Acesso em 02 de out. 2003.

APRENDER: O DESAFIO RECONSTRUTIVOPedro Demo*

Impera entre nós confusão clássica com respeito à aprendizagem, geralmente tomada como simples ensino,ou mera instrução, para não dizer treinamento. Esta banalização foi incorporada na nova LDB, realizando autêntica“salada terminológica” e denotando que ainda prevalece a expectativa de uma escola e de uma universidadepreocupadas essencialmente com aulas. O mandato dos 200 dias letivos talvez seja a expressão mais explícita,porque induz a pensar que o aluno aprende escutando aulas e que a função central do professor é dar aulas.1

Embora não seja o caso de rejeitar a aula por completo, pois ela tem seu lugar supletivo, dificilmente se pode hojemantê-la como paradigma central da aprendizagem. Um dos argumentos mais importantes poderia ser buscado noreconhecimento crescente de que a aula combina com ensino, não com educação. O ambiente adequado de educaçãoexige o diálogo de sujeitos, de cariz participativo e autoformativo, tornando-se contraproducente a relação externa,quando predominante. Certamente, em todo processo educativo existe treinamento também, porque a relação socialé eivada da relação de poder e a socialização propende a valorizar comportamentos adaptativos. Mas, se quisermoscriatividade, consciência crítica, cidadania de sujeitos capazes de história própria individual e coletiva, é mistercuidar que o processo se marque principalmente pelo desafio educativo ou formativo.

Neste texto pretendemos arrolar alguns argumentos favoráveis ao desafio reconstrutivo da aprendizagem,com o objetivo de contribuir para inovações fundamentais na escola e na universidade. Entre elas conta-se a

necessidade de perceber a pesquisa como ambiente da aprendizagem reconstrutiva, donde segue que estanoção de pesquisa precisa fazer parte de todo processo educativo, em qualquer nível e em qualquer fase. Sua faltafaz com que educação decaia para mero ensino. A noção usual de pesquisa como sendo o processo metodológicogeralmente muito sofisticado de produção de conhecimento continua valendo, mas é apenas uma das faces. Seria,

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assim, o caso distinguir entre um “pesquisador profissional”, que vive de produzir conhecimento, e o “profissionalpesquisador”, que usa a pesquisa como propedêutica de seu saber pensar.

FUNDAMENTOS DA APRENDIZAGEM RECONSTRUTIVAÉ mais conhecida a terminologia da “construção do conhecimento”, por conta da obra de Piaget que leva o

nome de “construtivismo”. Não a adotamos aqui apenas para não insinuar que a aprendizagem reconstrutiva só

poderia ser feita através das idéias de Piaget, e também para não reforçar uma certa tendência excessivamenterigorosa ou menos hermenêutica, a saber: normalmente reconstruímos conhecimento, porque partimos do que já

conhecemos, aprendemos do que já está disponível na cultura; a construção do conhecimento também pode ocorrer,mas é um passo de originalidade acentuada, dificilmente aplicável ao dia-a-dia.

Entendemos por aprendizagem reconstrutiva aquela marcada pela relação de sujeitos e que tem comofulcro principal o desafio de aprender, mais do que de ensinar, com a presença do professor na condição de orientador“maiêutico”. Tem como contexto central a formação da competência humana, de cunho político, certamenteinstrumentada tecnicamente, mas efetivada pela idéia central de formar sujeitos capazes de história própria, individuale coletiva. Assim, quando se aproxima este tipo de aprendizagem, do saber pensar e do aprender a aprender, adiferença substancial frente às idéias “escolanovistas” ou da assim chamada “qualidade total” está em que o propósitoético-político se constitui na razão de ser do processo, permanecendo o manejo do conhecimento e a referência aomercado como meio. Ou seja, a qualidade política prevalece sobre a qualidade formal, ainda que uma não substituanem se desfaça na outra. Ao mesmo tempo, a presença do professor é considerada componente intrínseco daaprendizagem, por ser esta uma habilidade humana e social, não eletrônica ou apenas técnica.2

Por outra, o desafio da aprendizagem reconstrutiva se alimenta igualmente de certas linhas de pensamento

do conhecimento pós-moderno, sobretudo frente à problemática da incerteza, da complexidade do real e dainterdisciplinaridade. Ao contrário do ensino, que se esforça por repassar certezas e que são reconfirmadas naprova, a aprendizagem busca a necessária flexibilidade diante de uma realidade apenas relativamente formalizável,valorizando o contexto do erro e da dúvida. Pois quem não erra, nem dúvida, não pode aprender. Pode estranhar,mas esta visão mais dinâmica do processo de aprender encontra hoje fundamentos mais explícitos nas áreas dasciências naturais, do que na pedagogia ou nas ciências ditas humanas. Combate-se a propensão instrucionista dapedagogia atual, fixada no treinamento de fora para dentro e marcada pela idéia de ensino.3 Essas teorias reforçama aprendizagem como processo de formação da competência humana política, mais do que apenas o substratotécnico-instrumental. São menos teorias de como ensinar, do que de como aprender. Chama muito a atenção aconvergência formidável das várias teorias, sobretudo daquelas com origem fora das ditas ciências sociais e humanas,além de sua tendência interdisciplinar.

 1. Começando pela filosofia, é conhecida a proposta de Kohlberg, aproveitada por Habermas e Apel, emtorno do desenvolvimento das noções de moral na criança e no adolescente, tendo como base o construtivismopiagetiano; tem de interessante o reconhecimento de que moral se aprende, e permite trabalhar a idéia de ética

histórica e política.4

Afasta-se a pretensão de “incutir” a moral nas pessoas, como algo que venha de fora paradentro, sob o signo da autoridade, privilegiando no aluno o senso pela obediência. Trabalha-se muito mais o conceitode responsabilidade, que é a capacidade de responder pelos seus atos em contexto histórico e social. Pode correro risco de apelar para bases transcendentais da moral, válidas para toda sociedade e todo tempo, contando maiscom estruturas dadas do que com a construção histórica, como seria o caso da teoria da justiça de Rawls, porexemplo.5

 2. Passando para a psicologia: a contribuição mais importante ainda é a de Piaget, tendencialmentecognitivista,6 no sentido de dar importância maior ao lado cognitivo da mente humana, certamente mais do que, porexemplo, ao lado emocional; encontrou eco nas propostas de Maturana e Varella, bem como na de Capra, quetendem a coincidir vida com cognição,7 dentro de uma visão de “auto-regulação”; o construtivismo estabelece oprocesso de aprendizagem como o desenvolvimento permanente e cada vez mais elevado da capacidade deelaboração própria,8 sem incidir necessariamente no evolucionismo teleológico, e orientado para a criatividade(fenômeno da equilibração); em termos estruturais, tem-se dedicado a descobrir as condições gerais e invariantesdo conhecimento humano, o que, quando mal-entendido, leva à acusação de estruturalismo excessivo. 9

 3. Na psicanálise: na esteira de Freud, é possível ressaltar a importância para a aprendizagem da relaçãoafetiva e emocional, com reflexo decisivo para a auto-estima do aluno e para uma forma de autonomia emancipada;pode servir de equilíbrio de tendências por vezes excessivamente cognitivistas ou que apreciam apenas tipos lógico-formais de inteligência.10 Entre as várias vertentes, pode-se chamar a atenção para o grupo de “psicoterapeutasconstrutivistas”, que buscam desenhar os processos de tratamento como similares a processos de aprendizagemde estilo reconstrutivo.11

 4. Na psicossociologia: a vertente principal é o interacionismo de Vygotsky, que realça o papel do contextosocial da aprendizagem, o que pode, de um lado, diminuir a tendência cognitivista, e, de outro, valorizar a ambiênciahumana, contribuindo para entender a aprendizagem como competência humana, mais do que somente competênciaformal; ao mesmo tempo, esta visão abre campo mais facilmente para valorizar os contextos culturais e históricos,inclusive a relação lúdica.12

5. Na biologia: detém grande força ainda a visão de Maturana e Varella, com base no conceito de autopoiesis,para expressar a idéia de autoformação,13 válida para qualquer ser vivo, não só para seres humanos; primeiro, o vivonão é uma substância, mas um modo de se organizar (auto-organização); segundo, todo ser vivo é um sistemafechado, correspondendo isto à sua individualidade e à marca de sistema autodeterminado; terceiro, é dotado dacapacidade de reagir construtivamente diante dos estímulos externos, de tal sorte que faz, dentro de seu âmbito,história própria; ao contrário da teoria do reflexo condicionado de Pavlov (típica proposta de ensino domesticador),ressalta-se também a criatividade que caracteriza a vida sob todas suas formas, o que levaria a retocar a teoria da

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evolução das espécies de Darwin, no que tem de apreço excessivo pelo acaso, já que asobrevivência estaria mais ligada à capacidade de aprender, do que a circunstâncias fortuitas. 14

Combate expressamente as teorias instrucionistas.6. Na física pós-moderna: é ainda mais surpreendente o reconhecimento de que o

conceito de vida deveria incluir também a matéria, cabendo a esta igualmente predicados semprereservados apenas aos seres humanos, como criatividade, conquista de espaços, capacidadereconstrutiva, etc. Colocando em xeque a matemática linear e a visão positivista da realidade,Prigogine encontra um isomorfismo nos seres maior do que se imagina, e parte para entender

o caos estruturado, colocando a desordem da realidade como fato primeiro e como fator decriatividade; embora não tenha feito propriamente uma teoria da aprendizagem, seus estudos

admitem estender a idéia também para o universo, que, estando em formação, tem um sentido histórico irreversívele é dotado da capacidade de auto-regulação, sem qualquer ligação com uma ordem teleológica; instiga fortementea noção de realidade complexa ou de ordem complexa, que se aplica também ao processo de aprendizagem deestilo histórico-estrutural.15

7. São bastante conhecidas as propostas tipicamente interdisciplinares:   já é modismo o apreço a obrasque unem psicologia e biologia e realçam a emoção e a subjetividade na aprendizagem, alcunhado de “novoparadigma”. A pesquisa não está tão avançada como as modas desejariam, mas os resultados são já muitosignificativos, seja na crítica forte contra os testes de inteligência tradicionais (racionalistas, de cariz europeu), sejana valorização da emoção como motivação e até mesmo como referência principal da mente (mais que a razão),seja na importância da pesquisa interdisciplinar, mais apta a captar as complexidades da vida concreta. 16 Cabeapontar também para a pesquisa da consciência, que tem enfrentado a questão da inteligência artificial, em ambiente

de polêmica acirrada. Os que defendem a inteligência e a aprendizagem como fenômeno não computacional, comoSearle e Penrose,17 apostam na criatividade do ser humano, geralmente apelando para a ciência da complexidadede cariz quântico, enquanto outros confiam que, sendo o ser vivo apenas um modo alternativo de organização damatéria disponível, não estaríamos longe de decifrar a questão e que seria tipicamente computacional. 18

 8. A lingüística também trouxe colaboração inestimável, porque descortinou o horizonte da fala comoação19 (Austin), ou da linguagem como não espelho da realidade20 (Rorty), ou como construção social da realidade21

(Searle). Habermas tem utilizado esta noção em sua teoria da ação comunicativa, indicando que a linguagem humana,além de ser o diferencial mais importante de sua identidade (Maturana), significa sempre uma postura reconstrutivadiante da realidade. Por certo, o mundo lá fora não depende de nossa linguagem para existir, mas nossos mundossão aqueles que a linguagem permite e reconstrói. 22 Esta maneira de ver coincide, com referência à metodologiacientífica, à tese do “objeto construído”, hoje tão difundida também em ambientes das ciências naturais, como afísica pós-moderna que pretende também redescobrir a dialética.23

9. Já a pedagogia continua mantendo a tendência instrucionista, com base em didáticas de mero ensino,tendo como fundamentos principais a aula e a prova. Os próprios resultados muito magros do aproveitamento

escolar dos alunos indicam que se trata de propostas obsoletas. O que mais estranha é que, cabendo à pedagogiao mandato de renovar os procedimentos de aprendizagem de maneira permanente, siga resistindo a qualquer inovaçãomais profunda nesta parte.24

 CENÁRIOS DO “MUNDO DE SOFIA”A título de exemplificação, podemos tomar o “Mundo de Sofia” como ambiente propício de aprendizagem

reconstrutiva, com realce para a habilidade básica de saber pensar.25 Com efeito, o ambiente imaginado nesse livrocorresponde, a largos traços, a cenários essenciais de um processo adequado de aprendizagem.

1. Cenário I: Existe um professor escondido, que orienta de modo elegante e exigente. Esta situação podeser compreendida também como parte do “romance”, mas tem um significado eminente: lugar do professor não é nocentro do processo, mas na orientação dele. No centro está o aluno. Fazendo analogia com o jogo de futebol, émister haver um árbitro, mas este “estraga” o jogo se começa a aparecer em excesso. Os artistas são os jogadorese estes devem aparecer. Torna-se clara a posição maiêutica desse tipo de professor, cuja função principal não seria, jamais, substituir, simplificar, facilitar, banalizar a aprendizagem do aluno, mas torná-la viável e tanto mais profunda

e qualitativa. Instiga, motiva, desafia, inquieta, instabiliza... Não dá nada pronto. Ao contrário, após cada vitória,arma desafios ainda maiores e mais complexos.

 2. Cenário II: A aluna é motivada a construir seu caminho, de maneira abertamente reconstrutiva, nosentido de que vai passando por etapas sucessivas, nas quais se eleva a patamares mais avançados e complexos,de certa forma replicando o caminho reconstrutivo da filosofia. Faz parte deste caminho o sentido emancipatório:colocando a “cuca” para funcionar, ou seja, pesquisando com sistematicidade ou sabendo pensar, a filosofia foi setornando uma atividade adulta, gerando modos alternativos de intervenção na realidade. Estes modos alternativosrepresentam também modalidades cada vez mais abrangentes de organizar um sujeito capaz de história própria,individual e coletiva. O trajeto é marcado pelo questionamento permanente, pela dúvida constante, pela capacidadede perguntar com obsessão e de armar respostas provisórias. O “Mundo de Sofia” é também o mundo da educaçãopermanente, cuja presença bem pode ser virtual, desde que não prejudique a aprendizagem.

 3. Cenário III: A aprendizagem do “Mundo de Sofia” dispensa aula e prova e é à distância. Dificilmente sepoderia duvidar que a aluna aprende bem, já que consegue digerir a história da filosofia de modo mais ou menosabrangente. O próprio fato de ela entrar na história de um modo e chegar ao fim dela de outro, mostra que aprendizagemreconstrutiva provoca mudança inequívoca, por vezes também dolorosa. Pode e deve gerar alegria, mas é semprea alegria do bom combate, não a do “bobo alegre”.

Confunde-se com a aprendizagem da e para a vida, sem os estereótipos da escola ou da universidade.Conserva o sentido forte da avaliação, porque o professor não deixa a aluna em paz e imprime sobre ela um ritmo

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forte de trabalho. Entretanto, trata-se daquela espécie de avaliação que é sinônimo de aprendizagem e que, nofundo, é sua única razão de ser. Torna-se movimento intrínseco do processo e representa sobretudo a garantia dequalidade.

4. Cenário IV: Aprender não é acabar com as dúvidas, mas conviver criativamente com elas. Por parte doprofessor, não se trata, jamais de “tirar dúvidas”, mas de fazer outras tantas. Temos aí um sentido claro pós-moderno:conhecimento é processo dinâmico de questionamento permanente, não gerando respostas definitivas, mas perguntasinteligentes. O professor que tira dúvidas, coíbe o aluno de aprender, já que evita o saber pensar. E quem sabepensar, não encontra coisas definitivas, mas harmoniza-se com a imprecisão da realidade e a precariedade da

ciência. Vai nisso também uma crítica forte à aula expositiva, geralmente distribuidora de certezas. Os alunos escutam,tomam nota e as devolvem nas provas. Trata-se, na verdade, de um ambiente catequético, doutrinador,tendencialmente instrutivo e de treinamento, tanto assim que, como regra, não se pode colocar em xeque a prova ousua nota. Ainda que muitos professores se esforcem por dotar suas aulas de ambiente participativo, sua marca é deconhecimento imposto de fora para dentro e de cima para baixo. O aluno, a rigor, não é sujeito. Já na visão reconstrutivae maiêutica, a aprendizagem se alimenta da dúvida e das incertezas, nutre-se da flexibilidade das indagaçõesprofundas, vê no saber pensar a dinâmica permanente de um movimento aproximativo que jamais se esgota em simesmo, aprende a aprender.

 5. Cenário V: A formação da consciência crítica e criativa faz parte do saber pensar. Neste sentido, nãovale apenas destacar a importância do conhecimento, mas igualmente sua face dúbia. Porquanto, saber pensar é,antes de mais nada, saber desconfiar e desconstruir. Não é assim que, mesmo o conhecimento mais crítico nãotenha seus momentos de ingenuidade, mas é mister ler a realidade com olhos abertos. Encontramos aqui um dospontos mais fulgurantes da aprendizagem reconstrutiva: não se pode questionar sem ser questionado, não se pode

arrumar consciência crítica sem tê-la, não se pode avaliar sem ser avaliado. Quer dizer, a coerência da crítica estána autocrítica. Por isso, quem sabe pensar, sabe sobretudo que sabe pouco.

A história da filosofia de cariz europeu trilhou caminho tipicamente colonizador, usando o conhecimentoprincipalmente como arma. Sempre foi impiedosamente crítico. Mas, contra os outros. Para consigo mesmo, esteconhecimento foi complacente, e neste sentido, absurdamente ingênuo, ou maldoso. E isto leva facilmente a colocara questão ética: conhecimento para que e para quem?

6. Cenário VI: Por tratar-se de filosofia, sempre causa certo espanto que esse livro tenha se tornado um dosbest sellers mais importantes do mundo. Uma de suas qualidades é a combinação criativa entre teoria e prática,mostrando que o saber pensar não é apenas pensar, mas a base teórica para poder intervir melhor. Por conta disso,não só gente das ciências humanas se interessou pelo livro, mas igualmente de outras áreas, como engenharia,medicina, biologia, e mesmo matemática. Nada é mais prático profissionalmente falando, do que saber pensar. Naverdade, trata-se de uma habilidade, não de conteúdo, mas é precisamente disto que se trata: a importânciapropedêutica do saber pensar, em seu lado teórico e prático. O conhecimento pós-moderno já havia derrubado adistinção artificial entre teoria e prática, porque a importância essencial do conhecimento é de ser a intervençãomais prática dos tempos. Assim, um projeto de intervenção só tem a ganhar se for orientado devidamente pelateoria, bem como a teoria, para ser deste mundo, precisa confrontar-se com a prática.

Um recado importante: para estudar bem, não é mister sair da vida, parar a vida, organizar-se de maneiraexcepcional. O “saber pensar” não pode entrar em nossas vidas apenas de vez em quando, mas como atitudedefinitiva. Esta maneira de ver recomenda grandes revisões na escola e na universidade: um estudo muito distanciadoda prática ou da cotidianeidade não motiva; a prática como atividade que vem depois da teoria significa umaartificialidade; a prática como simples ativismo não sabe inovar, pois apenas se repete; a crítica sem proposta seesvazia em si mesma, pois, se é importante mostrar os erros, é ainda mais importante saber mostrar como superá-los; não se aprende aos solavancos, como é a prova, mas de modo continuado, como é a própria vida; o conhecimentoque inova é o mesmo que envelhece, donde segue a necessidade de renovação constante; na vida é misterdesconstruir práticas e teorias, para se continuar vivendo.

Todas as analogias claudicam em algum lugar. Por isso, não se há de supervalorizar o “Mundo de Sofia”.Serve apenas como referência pertinente. Mas mesmo assim, pode indicar vezos arcaicos de nossas práticas e

teorias. Talvez se pudesse colocar, à sombra destas colocações, que o aluno ainda gosta de pensar, ao contrário doque a escola insinua, ou seja, que os alunos não querem mais estudar. Deixando de lado que há também alunos quenão querem estudar, sendo isto certamente não uma invenção atual, muitos alunos se dizem cansados da escola,porque lá são obrigados a entupir-se de matéria, de modo repetitivo, submeter-se a provas mais ou menos idiotas,escutar professores desatualizados, envolver-se com ambientes profundamente desmotivadores. Um pouco daindisciplina poderia ser explicado por esta via.

É possível tomar gosto pelo saber pensar, desde que não seja a farsa de quem não sabe pensar, ou algomeramente reprodutivo, ou algo particularmente penoso. Quando o aluno percebe que o conhecimento crítico ecriativo lhe é a bagagem mais decisiva para enfrentar a vida e também o mercado, mais facilmente adere ao estudosistemático e com ele cresce, sem deixar de lado, nunca, a questão da qualidade política e da ética. Afinal, estudarbem dá trabalho e sempre cansa. A alegria que se retira daí, não é a alegria da superficialidade, banalização,

encurtamentos, “macetes”, mas aquela que enche a alma.

 

OBJEÇÕES COMUNSComo uma das marcas mais fortes das entidades que se dizem inovadoras é resistir à inovação própria,não assusta que existam objeções ao aprender, em nome do ensinar. A própria LDB continua com o esquemaobsoleto do “ensino/aprendizagem”, reservando o primeiro termo para o professor e o segundo para o aluno. Daíprovêm as alusões comuns, tais como: adquirir, transmitir, socializar conhecimento, bem como treinar e instruir. Com

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efeito, diante de um professor que ensina, cabe ao aluno uma postura receptiva, submissa,cordata, de estilo preformativo domesticado, condenado a seguir normas e a engolir o que vemde fora. A prova garante, mais que todas as outras táticas, que a matéria repassada sejaefetivamente assimilada. Seu horizonte de estudo é aquele desenhado pelo professor, o quetorna este um autêntico fetiche acadêmico. Mesmo quando exige leitura dos alunos, é semprealgo direcionado, empacotado, e, de todos os modos, reprodutivo. O achado reprodutivo geral é“fichar livro”.

Não se pode negar que alunos “formatados” desse modo consigam “aprender” alguma

coisa, pelo menos memorizar conteúdos, e, encontrando na vida um espaço profissional repetitivo,possam se dar bem. Entretanto, estamos forçando o conceito de “aprendizagem”, esvaziando-odo desafio reconstrutivo. E estamos supondo que, na vida e no mercado, as profissões continuem

repetitivas, o que é um engano clamoroso. Há aí dois reptos incondicionais: boa formação, que ultrapassaflagrantemente o mero ensino, e habilidade constante de renovar a profissão. Neste sentido, nem o mercado sesatisfaz mais com profissionais que apenas “adquiriram” conhecimento, porque são estáticos com respeito aosdesafios do futuro. Estudaram para trás, como é uso na universidade. Não são capazes de se confrontarem comnovos desafios, encarar o desconhecido e o incerto, refazer caminhos e continuar sempre andando. Foram “ensinados”,não “educados”. Isto mostra o problema de estudar com um professor que apenas ensina, porque, na prática,atravanca o desenvolvimento adequado do aluno, que desaprende de saber pensar, olhando somente para trás ereproduzindo o que já passou.

Diante disso, convém encarar algumas objeções mais comuns:1. Sobretudo a educação capitaneada pelo Banco Mundial e hoje adotada pelo Ministério da Educação

atrela-se ainda ao ensino.26 Buscam um fundamento prático em experiências tipicamente norte-americanas, sobretudo

de educação profissional, estreitamente ligadas ao mercado e consideradas muito exitosas.27 Com efeito, uma dasmarcas mais comuns do sistema universitário norte-americano é de privilegiar algumas universidades dedicadas àpesquisa de ponta, enquanto as outras praticam o ensino sistemático, usando a pesquisa. O método básico deaprendizagem é a aula de professores que passam a vida dando aula. Daí seguiria a premissa de que pesquisa nãoé necessária para ensinar.

Há, primeiro, uma imitação barata de ambientes de fora. Qualquer professor nos Estados Unidos tem otítulo de doutor e, portanto, passou pelo processo de produção própria de conhecimento. Ou seja, não aprendeapenas escutando aulas, mas igualmente pela via reconstrutiva. Segundo, está embutido no processo deaprendizagem dos alunos que não se trata apenas de escutar aulas e fazer provas, mas igualmente de produzirtextos próprios, sobretudo para seminários ou coisas do gênero, nos quais os alunos são levados a defender o queproduziram. Terceiro, o critério de inserção prática no mercado obriga a manter um ritmo forte de inovação reconstrutiva,com o objetivo de acompanhar ou mesmo de se antecipar a demandas futuras.

Estas três marcas já mostram a distância que existe para situações brasileiras: poucos professores possuemdoutorado, a maioria só sabe dar aulas e a maioria dos alunos só sabe tomar nota e fazer prova, e o estudo estáquase sempre desvinculado do mercado, até mesmo porque nosso mercado é muito estreito. Assim, quando se falade ensino por lá, toma-se como fulcro uma situação pelo menos razoável de aprendizagem autêntica, ainda que asubserviência ao mercado possa trazer outros vícios, mas que não são compensados aqui pela alienação quasesempre total frente ao mercado. Poderíamos caricaturar a situação norte-americana em dois passos interligados:

a. leva-se o ensino às últimas conseqüências, no sentido de ser bem-feito, incluindo todas as táticaseletrônicas: disponibilidade do conhecimento e de vias de acesso, possibilidade recorrente de voltar a tópicos nãodominados, ampla oferta de aulas atualizadas, e assim por diante;

b. inserção natural de estratégias autênticas de aprendizagem, à medida que o aluno é levado a produzirtextos próprios e a defendê-los em seminários.

Talvez se pudesse mesmo dizer que o acento principal está no primeiro ponto, comparecendo o segundocom menor evidência. Ainda assim, o ambiente acadêmico, por mais pragmático que possa parecer, implica apresença de um professorado habituado a reconstruir conhecimento. Isto ocorre também com aqueles professoresque publicam pouco, já que estão, como regra inseridos, em ambientes normais de reconstrução do conhecimento,

pelo menos para levar até ao aluno conteúdos atualizados. Aí temos uma diferença monumental entre estudar comum professor que jamais reconstruiu conhecimento, sequer sabe o que é isso, e reduz o aluno a consumidor deaulas obsoletas, e estudar com outro que tem uma história acadêmica reconstrutiva comprovada. O resultado poderiaser que, nos Estados Unidos, o aluno termina o curso bem atualizado e com chances claras de inserção no mercado,enquanto entre nós, nas faculdades do interior sobretudo e na maioria das instituições acadêmicas, o aluno terminao curso claramente ultrapassado e suas chances no mercado são apenas eventuais.

É certamente congruente pensar que os alunos, como regra, buscam inserir-se no mercado, não transformar-se em pesquisadores profissionais. Esta atividade é seletiva, com certeza. Entretanto, estamos confundindo, denovo, pesquisa com ambiente da aprendizagem e pesquisa profissional. Parece cogente que, para aprender demaneira reconstrutiva, é mister saber pesquisar e elaborar com autonomia.

2. A idéia da pesquisa como ambiente da aprendizagem pode ser boa, mas tende a incorporar comopesquisa qualquer coisa, sobretudo por conta do despreparo dos professores e dos alunos. Esta objeção tem razãode ser, já que pesquisa pode virar modismo. Com efeito, a pretensão da pesquisa como ambiente da aprendizagemsupõe um professor minimamente preparado, porquanto a qualidade da aprendizagem do aluno é diretamente

proporcional à aprendizagem do professor. Uma definição mínima da pesquisa para esta finalidade é de ter queatingir o nível do questionamento reconstrutivo. Dois reptos estão em jogo:

a. há que aparecer o desafio do questionamento: um sujeito capaz de perguntar, inquirir, duvidar, contrapor-se, confrontar-se, significando sobretudo a capacidade de autonomia e a habilidade de saber pensar;

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b. há que aparecer o compromisso de reconstrução: à crítica deve seguir a contraproposta, devidamentereconstruída, na qual comparece a competência humana pertinente e capaz de intervir na prática.

Dentro desta perspectiva, não pode ser aceita como pesquisa o mero fichamento de livro, a simples coletade material, a transcrição de textos e aulas, a reprodução de análises de outrem, a justaposição de citações e assimpor diante. Entretanto, tomando as coisas a sério, implica reconhecer que é natural começar do começo, ou seja, dealgo muito pouco reconstruído, praticamente copiado, desde que seja apenas o primeiro passo. Todo gênio um diatambém copiou. Mas é reconhecido como gênio porque não copia mais. Assim, é difícil esperar de um aluno que, jána primeira fase, se expresse de modo original.

Ao mesmo tempo, é mister desfazer a proverbial dicotomia entre teoria e prática, pois o conhecimento pós-moderno coloca um natural entrelaçamento entre ambas. Pode-se pesquisar partindo da prática ou da teoria, porquantoestudamos teoria para melhor intervir, e praticamos para melhor compreender a realidade. A inovação permanenteexige retorno à teoria, como a teoria exige confrontar-se com a prática.

3. A aula seria o lugar privilegiado do contato pedagógico, havendo mesmo ainda professores que gostariamde defender a função histórica de “professar”. Certamente, não é o caso simplesmente combater a aula, porquedetém seu lugar supletivo, sobretudo nos processos de ensino sistemático. Ao mesmo tempo, já passou o tempo emque professor era alguém comandado pelo idealismo religioso, embora esta motivação possa ser essencial. Umprofessor vocacionado tende a ser melhor que outro apenas profissional. Todavia, é mister discutir o que seria“contato pedagógico”. A pedagogia corriqueira propende a aceitar a situação de ensino como paradigmática, na quala influência da presença do professor seria a pedra de toque. Hoje, em concepções reconstrutivas, privilegia-se odiálogo crítico e criativo entre dois sujeitos que, no fundo, fazem a mesma coisa: aprender. A diferença entre professore aluno, além da social, é apenas de estágio de desenvolvimento com respeito à aprendizagem.

Neste sentido, a situação de aula tende a representar uma relação de ensino, ressaltando no aluno a

atitude de ingestão de conhecimento advindo de fora. Não seria, pois, uma condição educativa favorável, se insistirmosna necessidade de formar sujeitos capazes de história própria individual e coletiva. Caberia melhor a idéia de umprofessor orientador, de estilo maiêutico. Neste caso, haveria condições mais visíveis de autopoiesis, tomada comoreferência educativa com base na formação da autonomia emancipatória. A aula mantém seu lugar como expedientesupletivo, seja no sentido de organizar o semestre e os temas a serem tratados, propiciar uma visão geral inicial,ainda que superficial, retomar questões durante o percurso, interromper procedimentos por conta de resultadosdúbios, transmissão de informação relevante, socialização de pesquisas, e assim por diante. De certa maneira, aaula tem a ver com aprendizagem, assim como o ensino tem a ver com educação. Ambos existem e se interconectam,mas o segundo termo é que dá o sentido educativo.

Do ponto de vista do professor, a aula tende a recuar naturalmente, à medida que sua qualidade reconstrutivase torne preponderante, porque facilmente entende que o aluno aprende melhor na condição de sujeito participativo.Geralmente, professores mal-preparados só podem dar aula, porque não alcançam ultrapassar o patamar dereprodução de conhecimento alheio. Aí, o apelo à função social de “professar” tende a encobrir seus vazios, já queum “profeta” mais competente vai preferir argumentar e convencer, a impor oráculos.

4. O ensino teria a vantagem de traduzir visões amplas da matéria, o que é complicado através do métododa pesquisa. De fato, uma sucessão de aulas permite percorrer um longo caminho de temas, cuja soma daria umavisão geral. Mas, é mister considerar que este tipo de visão geral não é nem visão, nem geral, porque não passa,como regra, de um vôo nas alturas, onde nada acontece. Os alunos chamam a isto de “ver matéria”. Não é “estudarmatéria”, entrar em seus meandros, discutir autores com propriedade, desconstruir argumentações e contra-argumentar.

As aulas apostam no domínio de conteúdo, enquanto a pesquisa em habilidades. Quanto aos conteúdos, émister levar-se em conta que há dois problemas: não é possível dominar todos os conteúdos (nenhum sociólogoconsegue saber a sociologia toda), e, quando se imagina dominar os conteúdos, já estão ultrapassados. Daí nãosegue que não seria mais o caso tratar conteúdos. Pelo contrário, ninguém se torna profissional sem dominarconteúdos. Mas, como todo conteúdo se desgasta, é fundamental saber renovar, de modo permanente, os conteúdos.Isto só é viável pela pesquisa e elaboração constante.

Assim, preferindo-se pesquisa como ambiente da aprendizagem, não segue o abandono dos conteúdos,

mas apenas uma organização diferenciada, com privilégio para as habilidades básicas. Imagina-se que, sabendopesquisar bem, pode-se dar conta de qualquer conteúdo, sobretudo dos novos ou surpreendentes. Pois, preparar-se para a vida não é acumular conteúdos, mas ultrapassá-los de modo permanente. Para tanto, saber pensar eaprender a aprender são habilidades vitais e fatais. Qualquer profissão que não se renova, se inviabiliza. Por outra,não se faz uma profissão, apenas sabendo pensar.

Será, pois, mister encontrar um meio termo, no qual seja possível dar o tratamento adequado a conteúdos,numa extensão razoável, e encontrar o espaço privilegiado das habilidades. Porquanto, também é verdade quenada é mais profissional do que saber pensar. Um aluno, a título de pesquisa, pode insistir sempre no mesmo tema,privando-se de visão geral. Aí entra o papel do orientador, no sentido de evitar a monotonia.

5. O ensino teria uma aproximação maior com a prática ou com a inserção na vida das pessoas, enquantopesquisa tende a encerrar-se no mundo acadêmico. Esta objeção revela, primeiro, ligação débil entre teoria e prática,coisa que já anotamos. Segundo, instila a idéia errada de que, para dar conta da vida, basta ser prático. Olvida-se,desde logo, que a prática, se não for constantemente renovada pela teoria, esgota-se em sua mera repetição.Geralmente, 20 anos de experiência, por exemplo, significam mais facilmente 20 anos de repetência (sempre fazendo

a mesma coisa).A pesquisa dentro da universidade como a temos no Brasil tende, certamente, a encerrar-se em cuidados

acadêmicos e proclama um tipo de elaboração que não passa de textos. A necessidade de elaborar para aprendernão significa elaboração escrita, porque, se assim fosse, o analfabeto não poderia saber pensar. A elaboração

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Metodologia do

Trabalho

Científico

NotasNotasNotasNotasNotas

escrita ou similar (pode ser eletrônica também) é absolutamente necessária paraprofessores e para muitas outras profissões, sobretudo de nível superior. Seja como for, continuavalendo que, para aprender, é mister elaborar, por escrito ou não. Em disciplinas que usamlaboratório, a elaboração passa, necessariamente, pela experimentação em laboratório, que ficaainda melhor se estiver por escrito. Neste sentido, facilmente é o caso de disciplinas que usamlaboratório oferecerem uma aprendizagem mais sólida, porque a experimentação induz a umestágio claro de elaboração e pesquisa. Em outras, fica-se na conversa esticada, de modo geralainda mais reprodutiva.

Existe aqui um problema de fundo, voltado para a compreensão adequada do que seriaprático na vida das pessoas e da sociedade. “Saber pensar”, de si, não tem utilidade práticaimediata. “Filosofia”, como regra, é vista como discurso aéreo para gente aérea. Entretanto, o

próprio mercado coloca hoje esta exigência, desde que se trate de “habilidades básicas”. Nestes termos, “prático”não é somente o que tem utilidade imediata, mas aquilo que resolve a proposta de trabalho de modo maisprofundo. É neste sentido que se diz: fazer não basta; é mister “saber fazer”, porque é sempre necessário refazer.Assim entendida, pesquisa é de absoluta utilidade, ainda que não necessariamente imediata.

Por outra, o critério de utilidade não pode ser a medida das coisas, já que, se assim fosse, o mundo dacultura estaria condenado, entre outros. É mister poder pesquisar também aquilo que não é diretamente útil aomercado, mas útil à humanidade. Esta é uma argumentação importante em favor de entidades educativas públicase gratuitas. Isto dito, é claro que temos melhor aproximação de coisas úteis. Significa dizer que a formação acadêmicasó tem a ganhar se souber também dar espaço para práticas com teor útil. De certa maneira, a extensão foi inventadapara isso, embora possa decair em meras práticas sem vinculação com a pesquisa.

O ensino, sobretudo o mero ensino, dificilmente é prático, porque esconde uma visão mecânica de prática.

Distribuir fórmulas feitas é atrapalhar a vida das pessoas. Sobretudo, se as rebaixamos a entes passivos que seguemordens dos outros. A pesquisa tem esta vantagem: exige um sujeito que questiona.

 

* Pedro Demo é PhD em Sociologia pelaUniversidade de Saarbrücken, Alemanhae professor titular da UnB, Departamentode Serviço Social.

1 Veja crítica a respeito em: DEMO, Pedro. A Nova LDB: ranços e avanços. 4. ed. Campinas: Papirus, 1997.

2 DEMO, Pedro. Questões para teleducação. Petrópolis: Vozes, 1998. - veja capítulo sobre aprendizagem. DEMO, Pedro. Educarpela pesquisa. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 1998.

3 Veja interessante argumentação contra a “instrução” feita por Maturana, com fundamento biológico: MAGRO, C. et alii (Org.).Humberto Maturana: a ontologia da realidade. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1997.

4 HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1986; APEL, K. O. Diskurs undVerantwortung: das problem des übergangs zur postkonventionellen moral. Frankfurt: Suhrkamp, 1988; APEL, K. O. Estudos demoral moderna. Petrópolis: Vozes, 1994; veja também FREITAG, B. (Org.). Piaget: 100 Anos. São Paulo: Cortez, 1997. (sobretudotextos de Kesselring e Freitag).

5 RAWLS, J. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

6 Existe atualmente também a objeção baseada na descoberta de que a capacidade perceptiva da criança seria bem mais amplado que Piaget imaginava. “A percepção depende da detecção das propriedades fixas e variáveis do ambiente, mais do que da suaconstrução por intermédio da ação” (BUTTERWORTH, G. Inteligência Infantil. In:

KHALFA J. (Org.). A Natureza da inteligência. São Paulo: Ed. UNESP, 1997. p. 61). Daí não segue que as crianças sejam “merosreceptores passivos dos estímulos visuais” (p. 62), mas “as relações entre os sentidos são mais desenvolvidas do que a explicaçãode Piaget assumiu” (p. 64).7 Veja principalmente recepção de Capra da teoria de Maturana e Varella: CAPRA, F. A Teia da vida:uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 1997.

8 GROSSI, E.P.; BORDIN, J. (Orgs.). Construtivismo pós-Piagetiano: um novo paradigma sobre aprendizagem. Petrópolis: Vozes,1993; GOULART, I.B. Piaget: experiências básicas para utilização pelo professor., Petrópolis: Vozes, 1996; KAMII, C., DECLARK,G.. Reinventando a aritmética: implicações da teoria de Piaget. Campinas: Papirus, 1992. KESSELRING, T. Jean Piaget. Petrópolis;Vozes, 1993..

9 Veja FREITAG, B. Piaget: 100 Ano, op. cit., sobretudo texto de Ramozi-Chiarotino; quanto à acusação de “desenvolvimentismo”,veja texto de Esther Grossi.

10 BARALDI, C. Aprender: a aventura de suportar o equívoco. Petrópolis: Vozes, 1994. LAJONQUIèRE, L.. De Piaget a Freud : a(psico)pedagogia entre o conhecimento e o saber. Petrópolis: Vozes, 1993 .

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17 SEARLE, J.R. Intencionalidade. São Paulo: Martins Fontes, 1995; SEARLE, J.R. O Mistério da consciência. Rio de Janeiro:Paz e Terra, 1998; PENROSE, R. Shadows of the mind: a search for the missing science of consciousness. New York: Oxford Univ.Press, 1994.

18 Veja também: CHALMERS, D.J. The Conscious mind : in search of a fundamental theory. New York: Oxford Univ. Press, 1996;DENNETT, D.C. Consciousness explained. N. York: Back Bay Books, 1991; COMBS, A. The Radiance of being: complexity, chaosand the evolution of consciousness. Minnesota: Paragon House, 1996; JAYNES, J.The Origin of consciousness in the breakdown of the bicameral mind. Boston: Hougghton Mifflin Company, 1990.

19 AUSTIN, J.L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990; AUSTIN, J.L. Sentido e percepção.São Paulo: Martins Fontes, 1993.

20 RORTY, R. A Filosofia e o espelho da natureza. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.

21 SEARLE, J.R. Intencionalidade. São Paulo: Martins Fontes, 1995; SEARLE, J.R. O Mistério da consciência. Rio de Janeiro:Paz e Terra, 1998.

22 WINOGRAD, T., FLORES, F. Understanding computers and cognition: a new foundation for design. New Jersey: Ablex PublishingCorporation, 1986; HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.

23 PRIGOGINE, I., STENGERS, I. A Nova aliança. Brasília: Ed. UnB, 1997. Veja tentativa de reconstrução da dialética da naturezade Engels.

24 DEMO, P. Questões para a teleducação. Petrópolis: Vozes, 1998; DEMO, Pedro. Conhecimento moderno: sobre ética eintervenção do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 1997; DEMO, Pedro. Desafios modernos para a educação. 8. ed. Petrópolis:Vozes, 1998.

25 GAARDER, J. O Mundo de Sofia: romance da história da filosofia. São Paulo: Cia das Letras, 1995.

26 DRUCK, G. , FILGUEIRAS, L. O Projeto do Banco Mundial, o Governo FHC e a Privatização das Universidades Federais.Cadernos do CEAS, Salvador, n. 165, p. 28-42, set./out., 1996; LAUGLO, J. Crítica às prioridades e estratégias do Banco Mundialpara a educação. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 100, p. 11-36, mar. 1997.

27 Podemos citar como exemplo a Oklahoma State University, em suas áreas de educação profissional, considerada exemplar emuito reconhecida, inclusive no manejo da instrumentação eletrônica. Sua valorização se deve também ao fato de estar diretamenteconectada com o mercado profissional, ainda que isto, do ponto de vista da educação, possa sofrer inúmeras objeções.

11 NIEMEYER, R.A, MAHONEY, M.J. (Orgs.). Construtivismo em Psicoterapia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1977.

12 VYGOTSKY, L.S. A Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989; VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem.São Paulo: Martins Fontes, 1989; CASTORINA, J. A et alii. Piaget/Vygotsky : novas contribuições para o debate. São Paulo: ática,1997.

13 MAGRO, C. et alii (Org.). Humberto Maturana: a ontologia da realidade. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1997; MATURANA R., H.Da Biologia à Psicologia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998; MATURANA, H. VARELA, F. El árbol del Conocimiento. Santiago:Editorial Universitaria, 1984; MATURANA, H., VARELA, F. De máquinas y seres vivos: autopoiesis - la organización de lo vivo.Santiago: Editorial Universitaria, 1994; MATURANA R., H., VARELA G., F.J. De máquinas e seres vivos: autopoiese, a organizaçãodo vivo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

14 MATURANA, H., VARELA, F. De máquinas y seres vivos, autopoiesis: la organización de lo vivo. Santiago: Editorial Universitaria,1995; MATURANA, H., VARELA, F. El árbol del conocimiento. Santiago: Editorial Universitaria, 1995. WINOGRAD, T. FLORES, F.Understanding computers and cognition: a new foundation for design. New Jersey: Ablex Publishing , 1986; PAPERT, S. A Máquinadas crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

15 PRIGOGINE, I. O fim das certezas: tempo, caos e as leis da natureza. São Paulo: Ed. UNESP, 1996; PRIGOGINE, I.; STENGERS,I. Order out of chaos. New York: Bentam, 1984; PRIGOGINE, I.; STENGERS, I. A Nova aliança. Brasília: Ed. UnB, 1997; LORENZ,E.N. A Essência do caos. Brasília: Ed. UnB, 1996; GLEISER, M. A Dança do universo: dos mitos de criação ao big-bang. SãoPaulo: Cia das Letras, 1997; CAPRA, F. A Teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix,1997.

16 DAMÁSIO, A.R. O Erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Cia das Letras, 1996; GARDNER, H.Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994; GOLEMAN, D. Inteligência Emocional:a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 1996; GOLEMAN, D. A Mente meditativa. SãoPaulo: ática, 1996; GOLEMAN, D. Mentiras essenciais, verdades simples: a psicologia da auto-ilusão. Rio de Janeiro: Rocco,1997; GOLEMAN, D.; GURIN. J. Equilíbrio mente-corpo. Campus, Rio de Janeiro, 1997; GLEICK, J. Caos: a criação de uma novaciência. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1996; PIAGET, J. Biologia e conhecimento. Petrópolis: Vozes, 1996.

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