apostila - metodologia do trabalho cientifico

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Serviço Social UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO Luis Paulo Neves METODOLOGIA CIENTÍFICA

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Page 1: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

Serviço Social

UNIVERSIDADE DE

SANTO AMARO

Luis Paulo Neves

METODOLOGIA CIENTÍFICA

Page 2: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

Luis Paulo Neves

METODOLOGIA CIENTÍFICA

Educação a Distância

Page 3: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 7 INTRODUÇÃO 81 DEFINIÇÃO 102 O CONHECIMENTO 133 A CIÊNCIA 154 A PESQUISA 175 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 205.1 PESQUISA PRELIMINAR 205.2 PESQUISA TEÓRICA 205.3 PESQUISA APLICADA 215.4 PESQUISA DE CAMPO 215.5 FASES DA PESQUISA 215.6 COLETA DE DADOS 22

6 ANTEPROJETO DE PESQUISA 237 PROJETO DE PESQUISA 247.1 PARTES DO PROJETO DE PESQUISA 24

7.1.1 Título 257.1.2 Introdução 257.1.3 Justificativa 267.1.4 Formulação de hipóteses 277.1.5 Objetivos 277.1.6 Procedimentos metodológicos 287.1.7 Referências 297.1.8 Plano de trabalho 297.1.9 Orçamento 297.1.10 Observações 29

Page 4: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

8 NOÇÕES DE TEXTUALIDADE 308.1 ANÁLISE 318.2 EXPLICAÇÃO 318.3 INTERPRETAÇÃO 318.4 COMENTÁRIOS 328.5 OBSERVAÇÕES 32

9 CONCEITUAÇÃO DE TRABALHOS MONOGRÁFICOS 3310 PRODUÇÃO DO TRABALHO MONOGRÁFICO 3410.1 DETERMINAÇÃO DO TEMA-PROBLEMA DO TRABALHO 3410.2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO 3510.3 LEITURA E DOCUMENTAÇÃO 36

10.3.1 Plano provisório do trabalho 3610.3.2 Leitura 3610.3.3 Documentação 3710.4 A CONSTRUÇÃO LÓGICA DO TRABALHO DISSERTATIVO 3810.5 A REDAÇÃO DO TRABALHO 38

10.5.1 A linguagem do texto 3810.5.2 Os parágrafos 3911 ELEMENTOS E ESTRUTURA DE TRABALHO DE

CONCLUSÃO DE CURSO, MONOGRAFIA, DISSERTAÇÃO E TESE

40

11.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS 41

11.1.1 Capa 4111.1.2 Lombada 4111.1.3 Folha de rosto 4211.1.3.1 Modelos de notas explicativas para Folha de rosto 42

11.1.4 Errata 4311.1.5 Folha de aprovação 4311.1.6 Dedicatória, agradecimento e epígrafe 4411.1.7 Resumo 45

Page 5: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

11.1.8 Lista de ilustrações, lista de tabelas, lista de abreviaturas e símbolos

45

11.1.9 Sumário 46

11.2 ELEMENTOS TEXTUAIS 4711.2.1 A introdução 4711.2.2 O desenvolvimento 4811.2.3 A conclusão 4811.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS 49

11.3.1 Referência 4911.3.2 Glossário (opcional) 4911.3.3 Apêndices (opcional) 4911.3.4 Anexos (opcional) 5011.3.5 Índice (opcional) 5011.4 REGRAS DE APRESENTAÇÃO 50

11.4.1 Formato 5011.4.1.1 Papel 5011.4.1.2 Tipologia da fonte 5111.4.1.3 Espacejamento 5111.4.1.4 Margens 5111.4.1.5 Paginação 5111.4.1.6 Nota de rodapé 5211.4.1.7 Indicativos de seção 5211.4.1.8 Numeração progressiva 52

12 ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO 5412.1 CITAÇÕES 54

12.1.1 Sistema numérico 5412.1.2 Sistema autor-data 5412.1.3 Citação direta ou textual 5712.1.4 Citação indireta 57

Page 6: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

13 NORMAS PARA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS – ABNT

58

13.1 ELEMENTOS ESSENCIAIS 5813.2 ELEMENTOS COMPLEMENTARES 5813.3 LOCALIZAÇÃO 5913.4 MODELOS DE REFERÊNCIAS 5913.4.1 Monografia no todo 5913.4.2 Monografia considerada em parte 6113.4.3 Dissertações e teses 6213.4.4 Publicações periódicas 6213.4.4.1 Publicações periódicas como todo 6213.4.4.2 Parte de publicações periódicas 63

13.4.5 Eventos (congressos, seminários, simpósios etc.) 6313.4.6 Vídeos, DVD’s, filmes, fitas de vídeo 6413.4.7 Documentos de acesso exclusivo em meio eletrônico 6414 OUTROS TRABALHOS: CONCEITUAÇÃO E

ESTRUTURA 65

14.1 RESENHA 65

14.1.1 Tipos de resenhas 6514.1.1.1 Resenha informativa 6514.1.1.2 Resenha crítica ou simplesmente recensão 66

14.1.2 Estrutura de uma resenha 6614.1.2.1 Introdução 6614.1.2.2 Desenvolvimento 6614.1.2.3 Conclusão 6714.2 RESUMO 67

14.2.1 Definição 6714.2.2 Tipos de resumo científico 6714.2.3 Redação do resumo 6814.2.4 Modelos 68

Page 7: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

14.2.4.1 Resumo em monografias 6814.2.4.2 Resumo em artigos científicos 6914.3 RELATÓRIOS 70

14.3.1 Relatório técnico-científico 7014.3.2 Relatório de estágio 7214.4 ARTIGOS CIENTÍFICOS 73

14.4.1 O que pode ser conteúdo de um artigo? 7314.4.2 Estrutura 7414.5 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA 7514.6 PAINEL 7514.6.1 Estrutura 76 REFERÊNCIAS 78 APÊNDICE 80 ANEXOS 82

Page 8: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

7

APRESENTAÇÃO

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno, esta apostila

de Metodologia Científica, parte integrante de um conjunto de materiais de

pesquisa voltados ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância

exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos alunos uma apresentação

do conteúdo básico da disciplina.

A Unisa Digital oferece outros meios de solidificar seu aprendizado, por

meio de recursos multidisciplinares como chats, fóruns, Aulas web, Material de Apoio

e e-mail.

Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a

Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente com as

bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a

redes de informação e documentação.

Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo no

seu estudo são o suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado

eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo

aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.

A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em

qualquer lugar!

Unisa Digital

Page 9: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

8

INTRODUÇÃO

Este manual pretende oferecer ao aluno subsídios para os diversos

aspectos e elementos característicos do trabalho acadêmico e científico. Contém

conteúdos referentes à fundamentação e aplicação da Metodologia Científica, bem

como os que descrevem a normalização e padronização para referência e

apresentação dos trabalhos acadêmicos.

Como se trata de um curso de Educação a Distância, o critério para

seleção e apresentação dos conteúdos foi o de possibilitar ao aluno a consulta, a

pesquisa e o aprofundamento de forma independente. Nesse sentido, buscou-se

uma linguagem adequada e uma estrutura que facilitasse o uso e a assimilação

desses conteúdos. Ao final, é oferecida ao aluno a relação da referência consultada

e outras que podem ajudá-lo a aprofundar os conteúdos aqui apresentados.

Esta é uma disciplina que tem por objetivo oferecer instrumentos para o

trabalho de estudo e pesquisa. Nesse sentido, é de fundamental importância, pois é

através dessas ferramentas que podemos empenhar-nos na construção do

conhecimento e na sua divulgação e partilha para os demais interessados.

Em geral, os alunos não dão a devida importância a essa disciplina. Além

disso, é preciso reconhecer que ela é árdua e exigente. Decorre então que muitos

não se dedicam a ela como deveriam. Só depois, quando precisam dos

ensinamentos da Metodologia Científica, é que se ressentem por não ter dado o

devido valor e ter aprendido os instrumentos necessários para desenvolver bem

suas atividades acadêmicas e profissionais.

O fundamental em uma disciplina como essa é a compreensão dos

diversos instrumentos que propiciam o trabalho de pesquisa e o entendimento dos

mecanismos de referência das produções acadêmicas decorrentes dessa pesquisa.

De posse dessa compreensão e entendimento, torna-se fácil a consulta e a

utilização deste manual. Em outras palavras, não se pede decorar esses conteúdos,

mas compreendê-los e saber consultá-los para bem utilizá-los.

Com a esperança de que esse objetivo tenha sido atingido com a

apresentação deste material, desejamos bom trabalho, empenho e muito estudo. De

Page 10: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

9

um bom profissional, espera-se que tenha bom domínio das suas ferramentas de

trabalho. É o propósito deste manual.

Prof. Ms. Luís Paulo Neves

Page 11: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

10

1 DEFINIÇÃO

Mas afinal o que é Metodologia Científica? A palavra metodologia vem

de método: o estudo e a pesquisa acerca dos métodos para as diferentes formas de

trabalho científico. Nesse caso, o aprendizado dos diversos métodos e

possibilidades para bem conduzir a pesquisa e alcançar os resultados pretendidos.

E método, o que é? Trata-se de uma palavra grega que,

etimologicamente, pode ser assim dividida: a) meta = através de; b) hodos =

caminho, vias. Em outras palavras, método quer significar caminho através do qual é

possível atingir um dado objetivo, um termo, um determinado fim, proposto de

antemão.

A essa definição devemos ainda acrescentar que método contrapõe-se ao

acaso e à sorte, pois possui uma ordem manifesta num conjunto de regras que são

explícitas, como também são explícitas as razões pelas quais tais regras são

adotadas. Tais regras ou normas oferecem garantias de facilidade, rapidez, eficácia.

Não é apenas um caminho, mas um caminho que pode abrir outros que melhor

possibilitem alcançar os objetivos buscados ou mesmo objetivos não propostos.

Nesse sentido, o leitor já percebeu que sempre se utiliza de métodos nas

mais variadas atividades do seu dia a dia. E isso por que há meios, modos,

caminhos para se chegar a um dado lugar, para se preparar um café, para tratar de

um assunto delicado e mesmo para divertir-se. O que acontece é que nem sempre

nos perguntamos se essa forma de proceder, nessas e em outras atividades, é o

melhor modo de fazer. A menos que algo dê errado ou que tenhamos um objetivo

muito específico, não paramos para avaliar o como fazemos o que fazemos.

E é justamente nesse ponto que entra a Metodologia Científica, para

apresentar e discutir o como fazer, porque ao fazermos uma pesquisa e

construirmos conhecimento, todos seguimos modos, caminhos consagrados pela

experiência de todos os que nos antecederam. São métodos que já mostraram seu

valor, sua fecundidade na resolução de problemas. Além disso, a crítica e a

avaliação sempre estão presentes, por isso muitos métodos e procedimentos foram

abandonados e substituídos por outros melhores. Por exemplo, até pouco tempo era

comum a extração de dentes. Hoje, esse procedimento só é utilizado em último

Page 12: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

11

caso. Tudo o que for possível fazer para recuperar um dente é feito antes de adotar

um procedimento mais radical. E o mesmo poderíamos dizer de outras áreas de

conhecimento. Em outras palavras, trata-se do aprendizado das diversas formas de

se fazer uma pesquisa, alcançar os resultados buscados e publicá-los, torná-los

conhecidos, pois só assim serão válidos.

E aqui entramos em outro ponto: o que significa dizer que a metodologia é

científica? Também nesse momento o leitor pode se adiantar e dizer que é por se

tratar de fazer ciência. Em sentido geral, podemos dizer que sim. Porém há muitas

formas de produção de conhecimento que cabem nesse qualificativo de ciência. Não

é a mesma coisa uma pesquisa na área de medicina, que na área de astronomia e

na de literatura. São métodos muito diferentes. Além disso, estamos falando de

metodologia científica, ou seja, dos instrumentos que irão embasar a prática dessas

e de outras áreas de conhecimento.

Então, o que propriamente significa científico no caso da metodologia?

Segundo Umberto Eco (1977), um estudo é científico quando atende

alguns quesitos. Em primeiro lugar, deve tratar de um objeto reconhecível e definido

de tal maneira que possa ser reconhecido por outros. Claro que não se trata apenas

de algo físico. Quando falamos de números matemáticos, termos de economia –

como a inflação –, e de questões morais, não se trata de objetos palpáveis, mas

perfeitamente reconhecíveis por qualquer pessoa.

Porém – e me permito utilizar o próprio exemplo de Umberto Eco (1977, p.

21) –, se me proponho a estudar centauros eu devo torná-lo identificável. Uma

possibilidade é dizer em qual literatura mitológica estarei baseando-me (neste caso,

a grega), ou então aventarei a hipótese de que tal criatura venha existir num mundo

possível e deixar bem clara essa condição hipotética e os limites que ela impõe.

Agora, se pretendo afirmar que centauros existem, terei então de apresentar provas

cabíveis dessa tese que quero defender: fósseis, fotografias, hábitos como, por

exemplo, onde e em que momento ele costuma beber água etc. Enfim, deverei

apresentar todos os dados necessários para que meu objeto de pesquisa possa ser

identificado por outros pesquisadores. Percebe-se, então, que a última alternativa

não é cientificamente válida para centauros.

Um segundo quesito implica dizer do objeto de estudo algo que ainda não

foi dito ou rever sob uma ótica diferente o que já se disse. Também é cientificamente

Page 13: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

12

válida, e muito útil, uma compilação das opiniões e afirmações já ditas acerca de um

dado objeto de estudo.

É claro que durante o curso de graduação não se espera que o aluno diga

algo absolutamente original. Mesmo por que ele está aprendendo a estudar com

mais eficiência e a fazer pesquisa. Espera-se dele que demonstre o aprendizado das

habilidades requeridas para sua área de estudos. Nesse sentido, não há problema

em não produzir algo que seja diferente do que já foi dito. Aos poucos, e isso deve

acontecer já na graduação, o aluno irá se interessar por uma dada área de pesquisa

e irá então começar a produzir um conhecimento próprio. Começará, dessa forma, a

estar apto para oferecer uma contribuição original.

Um terceiro quesito apresentado por Eco (1977, p. 22) afirma que a

pesquisa deve ser útil aos demais, e o será se os trabalhos científicos posteriores

sobre o mesmo tema tiverem de levá-lo em conta.

E por fim, quarto quesito, a pesquisa deve fornecer elementos para a

verificação e a contestação das hipóteses apresentadas. Ou seja, devo proceder de

forma a permitir que outros continuem a pesquisa, para contestá-la ou confirmá-la.

Com isso, esclarecemos o que significa qualificar um método de científico.

Trata-se de caminhos rigorosos, sistematizados, ordenados com o intuito de atingir

determinados fins que dizem respeito à nossa busca por conhecimentos válidos.

Deve-se, além do rigor, tornar o objeto de estudo reconhecível e passível de

verificação pelos demais. Nesse sentido, são contrários à postura científica

conhecimentos fechados, reservados a uns poucos ditos iniciados, saberes obscuros

que não possam ser divulgados, partilhados e questionados.

Page 14: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

13

2 O CONHECIMENTO

Esta palavra já apareceu diversas vezes neste texto: métodos são

caminhos buscados para alcançar conhecimentos de forma objetiva, eficaz e

eficiente. Mas, e o conhecimento, como podemos defini-lo?

A palavra “conhecimento” é bastante conhecida. Mas como outras

palavras familiares, nem sempre temos dela uma noção mais apropriada. Tentemos

então aprofundá-la.

Como os demais animais, o ser humano sabe coisas. Ao longo de sua

experiência de vida, vai adquirindo uma série de saberes que utiliza em seu dia a

dia, com o intuito de garantir sua sobrevivência e de resolver as pequenas tarefas

necessárias para o seu viver.

Todo ser humano tem então saberes, fruto da sua capacidade para

conhecer. Um lavrador adquiriu conhecimentos que o capacitam para cultivar a terra.

Da mesma forma, uma mãe aprendeu como cuidar de uma criança, de maneira a

garantir-lhe o crescimento.

Percebe-se, então, que conhecimento está estreitamente relacionado com

a vida, com a garantia das condições para a existência, seja nos seus aspectos

materiais, seja em outras questões que dizem respeito ao bem-estar. Por exemplo,

também se aprende com a experiência a se relacionar com os demais, qualquer que

seja o nível do relacionamento.

Logo, podemos afirmar que o conhecimento se dá quando vamos além

das experiências vividas e pensamos sobre elas, relacionamos umas com as outras

e delas extraímos informações relevantes para nossa vida, saberes de que

necessitamos para viver melhor. Sendo assim, todos aprendemos a buscar

conhecimentos e a utilizá-los conforme deles necessitamos. A própria busca de

conhecimentos nos torna mais aptos para conhecer e para melhor utilizá-los.

É preciso destacar que esse processo de conhecimento pode se dar de

forma espontânea, como acontece em nossa vida diária, ou de forma mais

organizada, como alguém que aprende um ofício. Mas, se, além disso, esse

conhecimento for buscado de forma mais sistematizada, com métodos específicos e

mais eficientes, com rigor cada vez maior, então temos um tipo de conhecimento

Page 15: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

14

que denominamos de científico. O conhecimento ensinado pelas diferentes

graduações são formas de conhecimento científico, com métodos e práticas

próprias, com o intuito de atingir os objetivos específicos de uma dada área de

conhecimento.

Até aqui falamos de conhecimento em geral e de conhecimento científico.

É costume denominar de senso comum a isso que aqui foi chamado de

conhecimento geral, ou seja, essa busca de conhecimento inerente a todo ser

humano, com o objetivo de organizar e garantir sua subsistência.

O senso comum é um tipo de conhecimento que resulta do uso

espontâneo da razão, mas que também é fruto dos sentidos, da memória, do hábito,

dos desejos, da imaginação, das crenças e tradições. Como interpretação do

mundo, o senso comum nos orienta na busca do sentido da existência, ao mesmo

tempo em que nos dá condições de operar sobre ele.

Mesmo sendo racional, nem sempre o senso comum faz uso refletido da

razão. Por se tratar de um conjunto de concepções fragmentadas, muitas vezes

incoerentes, condiciona a aceitação mecânica e passiva de valores não-

questionados e se impõe sem críticas ao grupo social. Às vezes se torna fonte de

preconceitos, quando desconsidera opiniões divergentes. Porém, não deve ser visto

como algo desqualificado de valor. É um erro sobreestimar o conhecimento científico

em detrimento do chamado senso comum. Qualquer pessoa que vai a uma feira

fazer compras possui conhecimentos e habilidades que a capacitam para analisar e

selecionar os produtos, bem como para fazer contas e escolher o que vai levar e o

que vai deixar de comprar.

O que acontece é que o conhecimento científico busca métodos e

sistematicidade que superem dificuldades e preconceitos na busca de

conhecimentos objetivamente válidos. Nem sempre no dia a dia fazemos isso. Ao

contrário, na maioria das vezes, o conhecimento cotidiano se dá de forma

espontânea, sem o rigor e o controle que se busca na produção de conhecimentos

científicos. Pode-se afirmar, então, que o conhecimento científico vai além do senso

comum e o acomoda às suas investigações.

Page 16: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

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3 A CIÊNCIA

O que hoje se conhece com o trabalho das diferentes ciências é fruto dos

esforços de vários pensadores ao longo da história da humanidade. Se lançarmos

um olhar para o passado, veremos que na antiguidade os seres humanos eram

marcados pelas diferentes experiências religiosas. Não que isso não ocorra agora,

mas era uma experiência que extrapolava o âmbito das necessidades subjetivas,

determinando as formas de relação e organização social. Isso ainda acontece hoje,

mas de um modo menos marcante, dada a pluralidade cultural em que vivemos hoje.

No passado, as religiões determinavam a forma como eram

compreendidos os fenômenos da vida. Nesse sentido, eram oferecidas explicações

para o porquê dos acontecimentos e até mesmo acerca da origem do ser humano e

do próprio universo.

Em seguida, o ser humano, por uma série de motivos que não cabe aqui

discutir, passou a fundamentar-se mais na sua capacidade racional de compreensão

do que nas suas crenças. Num primeiro momento, conciliando conhecimentos

racionais e os oriundos de suas crenças religiosas e, depois, pautando-se cada vez

mais pelas respostas que conseguia obter apenas pelo uso de suas faculdades

racionais. Mesmo assim, as primeiras respostas que conseguiu elaborar eram ainda

muito pautadas pelas questões de origem religiosa. Só depois foi focando-se em

questões e problemas que traziam a característica de serem investigados

empiricamente.

Dessa forma, se no início buscava-se a essência do ser humano, depois

essa questão passou a ser vista como metafísica, ou seja, especulações que não

encontram seu fundamento na experiência sensível, no que nossos órgãos dos

sentidos podem comprovar empiricamente. E esse é o paradigma que ainda hoje

fundamenta a prática científica.

Auguste Comte, grande pensador do século XIX, ao discutir essas

questões, propôs uma curiosa interpretação do desenvolvimento da racionalidade

humana. Pode parecer um tanto simplista, mas muito influenciou o modo de ver de

várias gerações de entusiastas da ciência e ainda o faz até hoje.

Page 17: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

16

Para fundamentar seu pensamento, Comte (MORA, 2001, p. 609) propõe

que se pode entender a história da humanidade como dividida em três estágios ou

estados: o estado religioso, o metafísico e o positivo. Comte os compara às fases

pelas quais passa o ser humano. Na primeira fase da nossa vida, somos marcados

pela religião, acreditamos em Deus e pautamos nossa conduta por aquilo que nos

ensina a doutrina religiosa. Na adolescência e juventude, passamos a acreditar em

formas ocultas e/ou de energias, essências do mundo e forças metafísicas que

interfeririam na realidade das coisas. E por fim, na idade adulta, passamos a crer

apenas naquilo que vemos e tocamos e já não estamos tão dispostos a prestar

nossa adesão a qualquer doutrina que se coloque como verdadeira. Precisamos

avaliar sua relevância.

Da mesma forma, a humanidade passou também por essas três fases. No

estado religioso, predominaram instituições e formas de organização e explicação

religiosas. Em seguida, a humanidade passou para o estado metafísico, em que as

explicações religiosas foram substituídas por explicações racionais que se

propunham buscar a essência das coisas, baseando-se em forças e/ou elementos

invisíveis que responderiam pela ordem de tudo que existe. Por fim, a humanidade

teria atingido um estado maior de maturidade e entrado na fase do estado positivo.

Positivo pode ser entendido como o que não admite dúvidas, o que se baseia em

fatos e na experiência, algo afirmativo, decisivo, certo, real. Com isso, a humanidade

teria atingido o ponto mais alto de sua capacidade de conhecer, por ter chegado ao

desenvolvimento do conhecimento científico que o século XIX conheceu. Todas as

outras especulações religiosas e filosóficas, Comte as viu como um estágio anterior

de desenvolvimento, uma fase necessária para que a humanidade pudesse crescer

na sua busca por conhecimento.

Concordando ou não com Comte, essa visão predominou na história do

conhecimento e deu origem à distinção entre ciências humanas e ciências naturais,

sendo estas as dotadas de maior objetividade e validade. Isso já foi bastante

questionado e discutido, mas sua influência, às vezes, ainda se faz notar. No caso

do Brasil, apenas por curiosidade, a influência do Positivismo de Comte foi tão

grande no final do século XIX, cujos adeptos participaram intensamente da

Proclamação da República, que o lema positivista foi estampado na bandeira

brasileira: ordem e progresso.

Page 18: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

17

4 A PESQUISA

Mas tudo isso que até agora foi discutido diz respeito a uma única

atividade: a pesquisa. Pesquisa todos fazemos sempre que temos um problema para

resolver: seja uma pesquisa de preço, entender os porquês de determinada

situação, os sintomas de uma doença, o fim de um relacionamento e por que o arroz

saiu grudado. Ou seja, do mais banal ao mais importante. Trata-se daquela

investigação que empreendemos em busca de uma resposta, de uma compreensão

que nos traga luz, conforto, controle... Enfim, nos possibilite tomar decisões de forma

mais segura.

Em ciência é fundamental! Algo que costuma passar despercebido é que

atribuímos demasiada confiança ao que as ciências são capazes de nos ensinar, a

tal ponto que extrapolamos o que os métodos científicos podem nos oferecer quanto

a certezas e garantias. Mas como assim? Não há garantias ou confiabilidade no que

o conhecimento científico pode produzir? Bem, a questão é mais complexa. O que

acontece é que se atribui à ciência algo que não lhe cabe.

Depois de termos abandonado as respostas religiosas e filosóficas de

explicação do mundo, agarramo-nos à ciência como a única capaz de nos ajudar a

resolver nossos problemas de saúde, de relacionamento, de organização social, de

relação com a natureza etc. Fizemos isso de tal modo que deixamos a verdade

religiosa, mas em seu lugar colocamos a verdade científica. E o fizemos de forma

tão dogmática que passamos a nos apoiar religiosamente no conhecimento

científico. Resultado disso é aquela famosa pergunta: isso é científico? Se a

resposta for afirmativa, então nos tranquilizamos, ficamos confiantes e seguros.

Isso corresponde ao que é a ciência? Ou será que corresponde mais ao

modelo de colocar alguém num programa de televisão, ou numa revista, para opinar

“cientificamente” sobre alguma coisa, como se fosse um sacerdote transmitindo a

verdade de um deus? Parece-me que a ciência não é bem isso!

A ciência tem um método rigoroso e sistemático que lhe garante

confiabilidade, pois é algo que pode ser controlado, repetido, questionado, revisado

e, se não houver contradições, confirmado. Mas dúvidas é o que não falta nas

discussões da ciência. Dogmas não fazem parte do método científico. Tanto é assim

Page 19: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

18

que constantemente estamos revendo o que já sabemos. Se o conhecimento

científico fosse dogmático, não seria mais preciso fazer pesquisas. É preciso então

rever o conceito de verdade na ciência.

Quando se encontra uma verdade na ciência, isso significa que uma dada

concepção de mundo, ou seja, uma teoria, foi confirmada empiricamente. Mas isso

não significa que essa teoria provou que o mundo seja “assim ou assado”. Não

podemos saber como as coisas são exatamente. Só podemos discuti-las a partir dos

parâmetros de nossa capacidade racional.

Quando uma teoria científica é testada e comprovada empiricamente,

significa que se as coisas não forem exatamente daquele jeito, devem ser de uma

forma muito próxima, uma vez que os experimentos deram certo.

Bom, se o conceito de verdade da ciência não pode ser entendido de

forma absoluta, se os testes empíricos não provam que o mundo seja de uma dada

maneira, o que se propõe então com o trabalho científico?

A ciência, de fato, não pretende provar que as coisas são da forma como

cientificamente afirmamos. Fosse assim, encerraríamos as pesquisas e não

reveríamos constantemente o que já sabemos em busca de modelos teóricos

melhores. Muito do que já foi chamado de ciência hoje não é assim considerado.

Além disso, muitos procedimentos adotados no passado foram abandonados por

outros melhores. Devemos, então, ser muito mais modestos quanto à nossa

capacidade para conhecer. Temos muito mais dúvidas que certezas.

Porém, apesar desses limites, muito pode ser feito e o fazemos. O

objetivo da ciência é o de melhorar a posição em que nos encontramos no mundo

onde vivemos. E, para isso, buscamos meios eficazes para tentar controlar os

acontecimentos e prevê-los, e disso retirar proveito em favor do nosso conforto e

melhor sobrevivência. Dessa forma, as teorias e leis científicas, se não provam que

o mundo tem essa ou aquela estrutura, permitem que se façam explicações e

previsões – ainda que com toda a provisoriedade que lhes é inerente.

Muito bem! Mas o que se pretende dizer com todo esse discurso?

Pretende-se ressaltar, valorizar, destacar o valor das pesquisas científicas. Esse é o

sentido de todo esse texto e do trabalho dessa disciplina.

Em uma graduação não se formam profissionais apenas para reproduzir

um conhecimento que é repassado mecanicamente. Deve-se formar também o

Page 20: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

19

pesquisador, aquele que deve questionar sua própria prática e os conhecimentos

adquiridos em busca de outros melhores e mais eficazes.

Nesse sentido, a pesquisa é fundamental! Logo, esta disciplina não visa

apenas ensinar meros instrumentos a serem repetidos pelos graduandos. Muito mais

que isso, visa formar aqueles que continuarão a produzir conhecimento em sua área

específica de atuação. Esse é todo o sentido, essa é a beleza do que fazemos!

Lamentável é considerar esses e outros conhecimentos como mais uma obrigação a

cumprir em busca de um diploma. O que fazer com um diploma num mundo em que

se exige conhecimento?

Antes, conhecimentos devem ser vistos como instrumentos eficazes para

resolver problemas, aumentar nossa capacidade de conhecer e melhorar nossa

condição de vida, para ajudar pessoas a terem qualidade de vida, para nos ajudar a

ter uma melhor relação com os demais seres vivos e com o planeta. Sendo assim,

ainda mais lamentável é o intuito de cumprir uma obrigação escolar, a atitude de

apenas copiar um trabalho feito por outra pessoa. Além da falsidade ideológica,

engana-se a si mesmo por não ter o domínio de um saber que lhe será exigido a

todo momento.

Apesar de esse discurso soar moralizante, seu objetivo é o de despertar

para o prazer da descoberta, da construção de conhecimento, para a aquisição

daquilo que nunca será tirado: o saber.

Feitas essas considerações, que pretenderam situar e fundamentar a

importância do estudo dos métodos para a produção do conhecimento, passemos

então à parte prática, à descrição dos métodos que propiciam atingir os objetivos

buscados nas diferentes áreas do conhecimento.

Page 21: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

20

5 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 5.1 PESQUISA PRELIMINAR

• Toda pesquisa tem como ponto de partida o conhecimento e a

identificação dos elementos que compõem a problemática a ser

esclarecida;

• Mas todo pesquisador encontra dificuldades na formulação de

hipóteses de trabalho;

• Por isso a necessidade de uma pesquisa preliminar como ponto de

partida para a definição do problema, das hipóteses e do roteiro da

pesquisa;

• É preciso ainda conhecer disponibilidade de recursos: tempo, recursos

financeiros, acessibilidade às informações, recursos técnicos e

tecnológicos.

5.2 PESQUISA TEÓRICA

• O objetivo é desenvolver novas teorias, novos modelos ou estabelecer

novas hipóteses de trabalho;

• Não tem por objetivo uma utilidade prática dos resultados, mas o

enriquecimento do conhecimento científico;

• O embasamento teórico é fundamental para o desenvolvimento de

qualquer tipo de pesquisa;

• O trabalho de Darwin, acerca da origem das espécies, é um bom

exemplo de pesquisa teórica que contribuiu para a evolução de novas

ideias.

Page 22: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

21

5.3 PESQUISA APLICADA

• A maioria das pesquisas é feita a partir de objetivos que visam a sua

utilização prática, por causa da gama de interesses que envolve –

principalmente interesses econômicos;

• Valem-se das contribuições de teorias e leis já existentes;

• São definidas como aplicadas por seu objetivo ser mais imediatista,

pela pressa, por exemplo, do retorno dos recursos aplicados;

• Por exemplo: tão importante quanto o conforto que um carro oferece, é

o número de quilômetros que ele percorre com um litro de combustível.

5.4 PESQUISA DE CAMPO

• Tem como base observar os fatos tal como ocorrem;

• É necessária uma pesquisa preliminar de outros trabalhos e

publicações para que se possa acrescentar algo ao que já se conhece;

• Por exemplo: para conhecer os efeitos da distribuição de renda sobre a

criminalidade, é preciso conhecer os dados e estabelecer uma

correlação entre as variáveis.

5.5 FASES DA PESQUISA

• Antes de iniciar qualquer pesquisa, é necessário conhecer o estágio

em que se encontra o assunto a ser trabalhado;

• É através da pesquisa bibliográfica que se pode obter tais informações;

• Como não é possível trabalhar com todo o universo a ser estudado, é

necessário determinar cientificamente a amostra a partir da qual serão

tiradas as conclusões;

Page 23: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

22

• Definida a amostra, cabe ao pesquisador estabelecer os critérios da

coleta e do registro das informações, com o objetivo de tirar as devidas

conclusões.

5.6 COLETA DE DADOS

• Tendo em vista a pesquisa a ser realizada, as informações podem ser

obtidas de variadas formas, segundo o critério ideal a ser estabelecido

pelo pesquisador;

• Exemplos: entrevista, questionário, formulário. Mas é preciso estar

atento aos limites, implicações e dificuldades que cada estratégia

apresenta;

• Por isso, antes de aplicar qualquer forma de coleta de dados, é preciso

estudo, planejamento, questionamento e preparação adequada.

Page 24: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

23

6 ANTEPROJETO DE PESQUISA

Um anteprojeto de pesquisa se caracteriza como uma elaboração prévia

de um projeto a ser desenvolvido. Trata-se de um texto que possui caráter

provisório, que assim se caracteriza por permitir alterações no seu processo de re-

elaboração. Sua importância se deve a que nem sempre é fácil determinar com

bastante clareza, logo de início, o que e como se pretende investigar.

O anteprojeto serve então como uma primeira versão e se constitui em

ponto de partida para discussão entre os pares. No caso de uma graduação, entre o

professor orientador da pesquisa e o aluno.

É redigido após um conhecimento prévio do assunto, adquirido por meio

de leituras com base em uma bibliografia selecionada. Essa atividade de elaboração

do anteprojeto colabora para o exercício do caminho da investigação: reflexão,

delimitação e tomada de decisão.

Para sua elaboração, um anteprojeto deve apresentar alguns dos

elementos básicos de um projeto de pesquisa:

• Introdução com síntese do referencial teórico – embasada na literatura;

• Formulação do problema;

• Objetivos;

• Hipóteses – quando houver.

Page 25: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

24

7 PROJETO DE PESQUISA

O Projeto de Pesquisa é o meio utilizado para se comunicar ou explicitar

os caminhos de uma pesquisa a ser desenvolvida. Não é possível pesquisar sem

antes projetar. Ou seja, o que transforma uma investigação em ciência é exatamente

o seu caráter de planejamento, de orientação, de reflexão e sistematização

considerando uma base teórica.

A importância do projeto de pesquisa está em evitar imprevistos e em

garantir a objetividade necessária. Para tanto, é preciso explicitar os passos a serem

seguidos e o que se pretende alcançar com tal pesquisa.

Um Projeto de Pesquisa tem as seguintes funções:

• Define e planeja para o orientando o caminho a ser seguido, as etapas

e estratégias;

• Facilita a discussão do projeto em seminários;

• Facilita o trabalho de orientação: possibilidades, perspectivas, desvios;

• Subsidia discussão e avaliação da pesquisa;

• Base para solicitação de recursos financeiros;

• Base para avaliação e seleção em programas de pós-graduação.

7.1 PARTES DO PROJETO DE PESQUISA

É preciso esclarecer que a ordem de apresentação dos elementos,

exposta a seguir, pode variar segundo as diferentes áreas de estudo e mesmo

instituições. Por exemplo, há modelos de projetos que não inserem a formulação do

problema na introdução – como o faz a proposta aqui apresentada. Nada disso

apresenta maior dificuldade. O importante é que esses diversos elementos,

necessários para a compreensão da pesquisa a ser empreendida, estejam bem

delimitados e explicitados.

Page 26: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

25

7.1.1 Título

• Indica e sintetiza o conteúdo a ser trabalhado;

• Pode ser:

- geral: indica de forma genérica o teor do trabalho;

- técnico: é como um subtítulo que especifica a temática.

7.1.2 Introdução

Tem a função de introduzir o leitor no assunto. Deve explicitar os

pressupostos teóricos, descrevendo o que é conhecido sobre o tema e quais as

questões já respondidas por outras pesquisas. O referencial teórico tem ainda a

função de fornecer subsídios para a problematização do tema. Deve-se esclarecer

que o conhecimento acumulado não é suficiente para a solução do problema em

foco.

É o momento da caracterização e delimitação do tema e do problema.

Diante de um tema mais geral, é necessário realizar escolhas, fazer um recorte e

selecionar um aspecto, um dado da questão para realizar o estudo de

aprofundamento: é o problema da pesquisa. Trata-se da pergunta a ser respondida,

da razão de ser do trabalho.

Após a indicação dos pressupostos teóricos, definição e delimitação do

tema e formulação do problema de pesquisa, este deverá ser enunciado de forma

interrogativa. A pergunta deve ser clara e objetiva, indicando os aspectos e/ou

variáveis a serem trabalhados.

Nesse sentido, em relação ao tema e ao problema, é preciso estar atento

aos seguintes aspectos:

• caracterização, de maneira mais desdobrada, do conteúdo da

problemática a pesquisar;

• definição dos vários aspectos da dificuldade a ser estudada;

Page 27: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

26

• esclarecimento dos limites da pesquisa e do raciocínio demonstrativo

(delimitação do tema e do problema);

• dar-se conta de que quanto mais abrangente for, menor a

profundidade;

• ter gosto do assunto a ser desenvolvido é fundamental, mas também

não esquecer as condições para executá-lo em termos de tempo,

acesso a informações e recursos;

• pode-se inserir apresentação que indique a gênese do problema (como

o autor chegou a ele), como também a explicitação dos motivos mais

relevantes que conduziram a essa abordagem;

• pode-se fazer contraposição com trabalhos que já versaram sobre o

mesmo problema.

7.1.3 Justificativa

Trata-se do porquê, da importância de se realizar a pesquisa. Deve

abranger os seguintes aspectos:

• razão da escolha;

• relevância do estudo;

• significação social;

• contribuição para o crescimento e aperfeiçoamento da área;

• ressaltar a importância da pesquisa num contexto mais amplo;

• contexto também pode justificar pesquisa que contenha abrangência

mais restrita. Ex. de professor que trabalha com comunidades no

sertão do Nordeste.

Page 28: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

27

7.1.4 Formulação de hipóteses

São formuladas principalmente para projetos de pesquisa das ciências

naturais e da saúde. As hipóteses são formulações de soluções provisórias a

respeito de determinado problema em estudo. Portanto, são formulações que serão

confirmadas ou não, considerando a pesquisa feita. A hipótese deve ser enunciada

de forma clara, indicando a relação entre as variáveis que deram origem ao

problema de pesquisa. Deve, também, ser formulada com fundamento em

conhecimento teórico e raciocínio lógico, sendo, por isso, denominada hipótese

científica. Faz-se necessário atentar para o fato de que existem hipóteses de partida

(as iniciais) e as de chegada (finais) e cuidar para que, na tentativa de demonstrar as

hipóteses, o trabalho não fique tendencioso.

Em suma, ter em conta que:

• são proposições provisórias para a solução do problema;

• é em função das hipóteses estabelecidas que se estrutura todo o

caminho a ser percorrido;

• hipótese poderá não se confirmar no decorrer da pesquisa, daí a

importância da perseverança do cientista na busca da verdade;

• pode haver hipótese geral (ideia central que se propõe demonstrar) e

hipóteses particulares (complementares);

• não confundir hipótese geral com pressuposto, que é uma evidência

prévia (o que já está demonstrado como ponto de partida).

7.1.5 Objetivos

Os objetivos devem ser centrados na busca de respostas para as

questões relevantes, identificadas no problema de pesquisa e que ainda não foram

respondidas por outras pesquisas. Devem ser bem definidos, claros e realistas,

mantendo coerência com o problema que deu origem ao projeto.

Os objetivos podem ser:

Page 29: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

28

• gerais: indicar propósitos mais gerais, relacionando a importância do

trabalho com o desenvolvimento do conhecimento em geral;

• específicos: no âmbito da ideia e dos objetivos gerais, ressaltar as

ideias específicas a serem desenvolvidas. Nesse sentido, a amplitude

dos objetivos gerais tem sua delimitação definida, indicando sua

profundidade. Definem, ainda, as etapas que devem ser cumpridas

para alcançar o objetivo geral, ações que devem ser desenvolvidas.

7.1.6 Procedimentos metodológicos

Deve-se apresentar o tipo de pesquisa quanto à natureza, aos objetivos,

aos procedimentos e ao(s) objeto(s). Neste último caso, explicitar se a pesquisa

confirma-se como de campo, bibliográfica ou laboratorial. Deve-se informar a

respeito dos métodos de procedimento, de abordagem e das técnicas utilizadas.

É preciso apresentar quais procedimentos serão empregados na busca

das respostas às indagações formuladas. Para tanto, conforme os tipos de pesquisa,

deve-se apresentar uma definição da amostra e quais técnicas serão utilizadas na

coleta de dados (entrevista, observação, formulário, consulta a arquivos e outros).

De forma esquemática, não esquecer que:

• trata-se do como, com quê, onde, quando e quanto;

• método é o caminho a ser percorrido para se atingir os objetivos

propostos;

• existem métodos gerais, aplicados a todo tipo de pesquisa, e

específicos, de cada área de trabalho;

• em coerência com o tema, os objetivos, o problema e a hipótese, será

definido o tipo de pesquisa: teórica, empírica, histórica etc.;

• não se de deve confundir método, que são procedimentos mais amplos

de raciocínio, com técnicas, que são procedimentos mais restritos que

operacionalizam o método com auxílio de instrumentos adequados.

Exemplo: pesquisa de campo e entrevista com questionário.

Page 30: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

29

7.1.7 Referências

• Textos fundamentais em que se aborda a problemática em questão;

• As referências do projeto serão enriquecidas durante a pesquisa.

7.1.8 Plano de trabalho

O projeto deve apresentar um plano de trabalho contendo, de forma

sucinta e objetiva, as principais etapas (atividades) a serem desenvolvidas durante

sua execução em função do tempo (mês, semana). Deve, também, compatibilizar as

etapas com a metodologia a ser aplicada no desenvolvimento do projeto.

7.1.9 Orçamento

Este item estará presente nos projetos que pleiteiam financiamento para

sua realização. Deve prever: gastos com pessoal, material de consumo, material

permanente, entre outros.

7.1.10 Observações

• São incluídos anexos e apêndices, se for o caso;

• O projeto pode ser alterado no decorrer da pesquisa, como

consequência do aprofundamento, desde que devidamente justificado;

• Não confundir projeto de pesquisa com plano de trabalho da

monografia – um não tem necessariamente de espelhar o outro.

Page 31: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

30

8 NOÇÕES DE TEXTUALIDADE

Texto é uma palavra bastante conhecida. Seu sentido etimológico é muito

interessante: vem de tessitura, de tecido. Como os fios entrelaçados que compõem

um tecido, assim é o texto: um entrelaçamento de ideias, sentimentos, repertórios

culturais, contextos e intencionalidades. Uma tessitura tal que produz muitos e

variados significados. Nesse sentido, a palavra texto é mais abrangente do que um

documento escrito ou oral. Entendido dessa forma, toda tessitura que transmite um

significado é um texto para quem o sabe ler.

Um sinal de trânsito, um som, um aviso na parede, um gesto, um olhar,

um silêncio... Dependendo do contexto, todos esses sinais podem ser um texto para

alguém. Mas se não puder entender os sinais, então não haverá texto. Logo o texto

está no entrelaçamento entre os sinais e o meu repertório, que pode me capacitar ou

mesmo atrapalhar na compreensão dos sentidos dos textos que estão à minha volta.

Portanto, para ler um texto é preciso saber: a língua, linguagem e ter

conhecimentos que capacitem para tanto. Por exemplo, o problema das bulas dos

medicamentos, escritas para quem tem conhecimento médico-farmacêutico. A

maioria das pessoas não consegue entender a linguagem em que são escritas.

Assim, leitura é aqui entendida como meio de conhecimento e de iniciação ao

pensamento, como produção textual, porque só é possível pensar o que se conhece.

Ler um texto é repensá-lo e repensar é pensar. Todos fazemos isso muitas vezes

com os textos do nosso cotidiano.

Mas no campo da pesquisa científica, somos treinados para ler com muito

mais rigor, precisão e eficácia os textos que fazem parte da nossa área de atuação.

A leitura científica é uma leitura aprofundada que implica análise, explicação,

explicitação, comentário e interpretação de ideias. Tais conceitos são definidos e

ilustrados a seguir.

Page 32: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

31

8.1 ANÁLISE

É a decomposição dos vários níveis de pensamento que constituam

sentido. Analisar é examinar parte por parte de um todo. A análise se opõe à

síntese, que supõe a conjugação do que estava separado. A compreensão das

partes constituintes de um texto é o primeiro passo rumo à desmontagem dos seus

vários planos expressivos e dos diversos elementos que o compõem.

Ao analisar um problema financeiro, uma conta de telefone muito alta, por

exemplo, decompomos todas as possibilidades e elementos implicados nessa

situação, com o intuito de saber como agir para que o valor dessa despesa seja

compatível com o orçamento de que se dispõe.

8.2 EXPLICAÇÃO

É enunciar o que há num texto: desdobrar, mostrar o que está exposto,

pressuposto, implicado, subentendido, suas articulações, os termos-chave. Envolve

momentos de explicitação que é revelação, desvendamento do conhecimento:

traduzir o que no texto está apresentado de forma simbólica ou implícita.

Quando um professor solicita a um aluno, ou a um grupo de alunos, que

dê uma aula sobre determinado assunto, está pedindo que faça uma explicação: que

diga tudo o que está enunciado, implicado, implícito no tema a ser abordado.

Para fazer esse trabalho de explicação e explicitação de determinado

tema ou problema, é preciso um bom trabalho de análise que propicie uma

adequada compreensão, para que seja capaz de fazer uma exposição. Trocando em

miúdos, não se pode falar ou escrever do que não se sabe.

8.3 INTERPRETAÇÃO

É a busca da síntese ou da reintegração das partes no todo. A

interpretação encontra-se intimamente vinculada ao ponto de vista, que varia

segundo variam os interesses e os contextos formativos, culturais, geográficos etc.

Com isso, um determinado texto pode produzir uma multiplicidade de interpretações.

Page 33: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

32

Para dar um exemplo cultural, considere como são interpretados os

diferentes papéis sociais ocupados por mulheres, segundo as diferentes culturas. E

até no interior de uma mesma cultura, como a nossa. Como no caso do aborto, que

é tratado como um problema de mulher. Nem no campo jurídico, nas leis, aparece a

responsabilidade do homem que contribuiu para a situação de gravidez.

8.4 COMENTÁRIO

É um diálogo com o texto, procurando situá-lo em relação ao autor e à

sua obra ou contribuição. No comentário, são introduzidos acréscimos exteriores ao

texto, buscando estabelecer juízos de valor acerca da sua produção.

Para dar um exemplo muito simples, considere os comentários de ambas

torcidas acerca de um lance de futebol, que nem precisa ser muito polêmico. Como

se percebe, o comentário está intrinsecamente relacionado à interpretação, ao ponto

de vista de quem o profere.

8.5 OBSERVAÇÕES

Ao serem considerados todos esses procedimentos na leitura de um

texto, na análise de um fato, de uma situação profissional etc., esta produzirá o(s)

sentido(s) em nome do(s) qual(is) tudo isso é realizado. A produção de sentido não

encerra o texto. Pelo contrário, deixa em aberto suas possibilidades.

Todos esses procedimentos fazem parte do trabalho científico. Ora, são

requisitados um ou outro, separadamente, ora todos são exigidos por alguma

atividade complexa, como é o caso da monografia. Numa monografia, há momentos

que explicamos e explicitamos, em outros interpretamos o sentido de algo e fazemos

comentários, avaliando aquilo acerca de que estamos discorrendo. Por isso, todas

essas habilidades necessitam ser desenvolvidas ao longo da formação profissional.

Page 34: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

33

9 CONCEITUAÇÃO DE TRABALHOS MONOGRÁFICOS

O trabalho monográfico é um documento escrito que visa à aferição do

trabalho escolar em uma ou mais disciplinas, solicitado e orientado por professor(es)

de uma ou mais disciplinas. Segundo o grau de complexidade envolvido, tais

trabalhos são classificados como:

• Trabalho de Conclusão de Curso: resultado de um estudo visando à

conclusão de um Curso de Graduação;

• Monografia: resultado de um estudo visando à obtenção do título de

Especialista;

• Dissertação: documento escrito visando à obtenção do título de

Mestre, que representa o resultado de um trabalho experimental, de

tema único, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações

ou a exposição de um estudo científico retrospectivo (trabalho de

revisão de literatura). Deve evidenciar o conhecimento de literatura

existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do

candidato;

• Tese: documento escrito visando à obtenção do título de Doutor, que

representa um estudo científico de tema único, bem delimitado e

original. Deve ser elaborado com base em investigação original,

constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão.

Page 35: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

34

10 PRODUÇÃO DO TRABALHO MONOGRÁFICO 10.1 DETERMINAÇÃO DO TEMA-PROBLEMA DO TRABALHO

Em primeiro lugar é preciso delimitar com precisão o tema: não é o

mesmo tratar da liberdade em geral e da liberdade psicológica ou política. Trata-se

da perspectiva do tema. Para trabalhos com finalidade didática, escolher temas já

abordados por outros, para que haja obras a respeito nas quais pesquisar.

A delimitação do tema é a maior dificuldade apresentada pelos

estudantes. A tentação é fazer uma tese panorâmica e dizer muita coisa. Por

exemplo, a literatura hoje; a literatura brasileira do pós-guerra aos anos 60. Umberto

Eco (1977, p. 07) discute bem essa questão e apresenta algumas indicações acerca

de como superar essa dificuldade:

• Tese panorâmica não pode fazer análises críticas que soam como

presunção. Tais análises supõem muito trabalho e delimitação;

• Com tese panorâmica, o pesquisador expõe-se a muitas contestações,

como omissões de temas e autores;

• Se for bem preciso, o pesquisador terá um material bem conhecido e

ignorado pelos examinadores: torna-se um experto nesse assunto;

• Monografia pode ser também a abordagem de um tema e não apenas

de um autor. Neste caso, analisam-se alguns autores do ponto de pista

de um tema específico: ex. o mundo às avessas nos poetas

carolíngios;

• Tratar de um tema especificamente monográfico não significa fazer

algo aborrecido, é preciso ter em conta o panorama em que está

inserido e estudá-lo;

• Mas o panorama é pano de fundo, não se pode confundir as relações:

uma coisa é pintar o retrato de um cavalheiro sobre o fundo de um

campo, e outra coisa é pintar campos e regatos: alteram-se técnicas,

focos, perspectivas;

Page 36: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

35

• Quanto mais se restringe, melhor e com mais segurança se trabalha.

A perspectiva através da qual se aborda um tema é completada com o

problema: qual questão vai ser discutida ou para a qual, que soluções serão

buscadas. Colocação do problema em relação ao tema desencadeia formulação da

hipótese geral a ser comprovada. E, de acordo com a perspectiva adotada,

especifica o método a ser utilizado. Quando o autor se define por uma solução a ser

demonstrada no curso do trabalho, pode-se então falar de tese a ser demonstrada

pelo raciocínio. O trabalho deve:

• demonstrar uma única ideia;

• defender uma única tese;

• assumir uma única posição frente ao problema específico: é o seu

ponto de vista, sua tese.

Normalmente uma atividade de pesquisa perpassa por três fases de

amadurecimento, que são concomitantes nas várias etapas do trabalho:

1. Momento da intuição, da descoberta, da formulação de hipóteses;

2. Momento da pesquisa:

- confrontar primeiras intuições;

- cotejar com outras posições;

- rever posições iniciais.

3. Momento de amadurecimento da primeira posição:

- abandonam-se algumas ideias;

- acrescentam-se outras;

- reformulam-se alguns problemas;

- domínio de uma posição definitiva.

10.2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Trata-se da pesquisa em busca da documentação existente sobre o

assunto. Coloca-se em ação uma série de procedimentos para localização e busca

Page 37: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

36

metódica de documentos que possam interessar ao tema discutido, que dependem

da natureza do tema a ser estudado.

São feitas consultas em:

• catálogos;

• boletins especializados;

• enciclopédias e dicionários especializados;

• monografias e tratados sobre o assunto;

• textos didáticos;

• periódicos impressos e on-line;

• bases de dados.

10.3 LEITURA E DOCUMENTAÇÃO

10.3.1 Plano provisório do trabalho

É um roteiro do trabalho a ser realizado, uma primeira estruturação

baseada em ideias gerais que se tem do tema:

• É uma ideia diretriz (linhas gerais, colunas mestras), sem a qual o

trabalho se perde numa superficialidade;

• São ideias percebidas intuitivamente pelo aluno, fruto da sugestão do

próprio problema e de estudos anteriores;

• Trata-se de um roteiro provisório, pois o plano definitivo só será

estabelecido no final da pesquisa.

10.3.2 Leitura

• Realizar uma primeira triagem para ver o que realmente será lido e

interessante para a pesquisa;

Page 38: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

37

• Para tanto:

- recorrer a resenhas das obras;

- opinião de especialistas;

- tomar contato com a obra: sumário, prefácio, introdução, passagens

do texto;

• Critérios para a leitura:

- atualidade: dos textos mais recentes para os mais antigos – as obras

recentes retomam contribuições do passado, vindo a dispensar

algumas leituras. Porém, os clássicos são indispensáveis;

- generalidade: das obras mais gerais (enciclopédias, dicionários,

tratados) para as monografias especializadas e artigos científicos;

• Não é uma mera leitura analítica de toda obra, nem reconstituir

raciocínio analítico do autor;

• Será feita tendo em vista o aproveitamento direto apenas dos

elementos que sirvam para a pesquisa;

• Às vezes, é necessário leitura de todo o texto, mesmo assim não se

deve perder a ideia mestra que direciona o trabalho.

10.3.3 Documentação

• Tomar nota de todos os elementos que serão utilizados na elaboração

do trabalho;

• Usar citação livre (indireta) e textual (direta), indicando a fonte;

• Documentar as ideias pessoais que forem surgindo durante a leitura –

para não se perderem;

• Elaborar fichas, arquivos de documentação ou outra forma de anotação

das ideias que irão compor o trabalho.

Page 39: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

38

10.4 A CONSTRUÇÃO LÓGICA DO TRABALHO DISSERTATIVO

• Coordenação inteligente das ideias, conforme as exigências de

sistematização;

• Pode ocorrer reformulação do roteiro provisório;

• A ordem lógica do trabalho dissertativo pode não coincidir com a ordem

da descoberta: não se pode perder de vista a finalidade de comunicar

ao leitor, que não precisa passar por todos os percalços vividos pelo

pesquisador durante sua atividade de pesquisa;

• Deve formar uma unidade, com sentido intrínseco, autônomo, para que

o leitor – que não participou da pesquisa – possa apreendê-la;

• Portanto, as partes do trabalho – parágrafos, capítulos etc. – devem ter

sequência lógica rigorosa;

• Não basta que proposições tenham sentido em si mesmas: é

necessário que o sentido esteja logicamente inserido no contexto do

discurso e da redação;

• Daí as três partes da estrutura formal do trabalho: introdução,

desenvolvimento e conclusão.

10.5 A REDAÇÃO DO TRABALHO

10.5.1A linguagem do texto

• Ter estilo sóbrio e preciso. Adjetivos supérfluos, rodeios e repetições

ou explicações inúteis devem ser evitadas;

• Também deve ser evitada a forma excessivamente compacta, que

pode prejudicar a compreensão do texto;

• O que importa é a clareza, mais que outras características estilísticas;

• Usar a terceira pessoa do singular;

Page 40: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

39

• Usar terminologia técnica na medida do necessário;

• Evite-se pomposidade pretensiosa, verbalismo vazio, fórmulas feitas e

linguagem sentimental;

• Não cabe linguagem comum, expressões corriqueiras e gírias.

Infelizmente é comum deparar com o uso de expressões e fórmulas da

oralidade em trabalhos que requerem fórmulas próprias da linguagem

escrita e formal;

• Quanto ao estilo, depende da natureza do raciocínio e das áreas do

saber.

10.5.2 Os parágrafos

• Parte do texto que tem por finalidade expressar as etapas do

raciocínio;

• Sequência, tamanho e complexidade dependem da natureza do

raciocínio;

• Reproduz a estrutura do texto: apresenta uma introdução, um corpo e

uma conclusão;

• Como determina a articulação do texto, tendo em vista a construção

lógica do trabalho, são iniciados por conjunções que indicam as formas

de passar de uma etapa lógica à outra. São os conectivos e devem ser

muito bem trabalhados.

Page 41: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

40

11 ELEMENTOS E ESTRUTURA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO, MONOGRAFIA, DISSERTAÇÃO E TESE

Para compor a apresentação e redação dos trabalhos monográficos, há

uma série de elementos já consagrados pela prática acadêmica.

Existem elementos que são obrigatórios e outros que podem constar

conforme o desenvolvimento do trabalho. A tabela abaixo apresenta todos os itens

que compõem o trabalho acadêmico, inclusive na ordem em que devem ser

apresentados.

Page 42: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

41

11.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS

11.1.1 Capa

A capa é um elemento obrigatório. Deve conter as informações seguintes,

na mesma ordem (cf. ANEXO A):

a) nome da instituição (opcional);

b) o nome do autor deve ser colocado no alto da página;

c) o título e o subtítulo (este se houver) ficam no centro da folha;

d) o número do volume, se houver mais de um, também precisa ser

colocado;

e) o nome da cidade em que se situa a instituição a qual o trabalho está

vinculado;

f) o ano de entrega.

O nome do autor, colocado no alto da página, significa que ele é o

responsável intelectual pelo trabalho. Por isso, não se justifica colocar o nome da

instituição nessa posição em trabalhos, cuja responsabilidade intelectual e direitos

autorais não são dela.

11.1.2 Lombada

Lombada é a parte que reúne as margens internas do lado esquerdo,

mantendo-as juntas quer por cola, costura ou grampos, formando um caderno. Ela

constitui um elemento opcional, pois quando as folhas se reúnem por espiral ou em

número bastante reduzido, por exemplo, a junção delas não forma lombada.

A lombada de trabalhos acadêmicos deve trazer o nome do autor, ou dos

autores, e o título; a de livros, além disso, precisa apresentar a logomarca da editora;

a de periódicos deve conter os elementos alfanuméricos que permitem identificar o

volume, o fascículo e a data de publicação.

Page 43: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

42

11.1.3 Folha de rosto

A folha de rosto é elemento obrigatório. Ela precisa conter as informações

que seguem abaixo, na mesma ordem (cf. ANEXO B):

a) nome do autor, pois é o responsável intelectual pelo trabalho;

b) título principal do trabalho, acompanhado de subtítulo, se houver, que

defina claramente o conteúdo do trabalho, constituindo um resumo de,

no máximo 12 vocábulos, como sugere a CAPES (apud DOMINGOS,

1999), devendo o subtítulo ser introduzido, após o título, por dois

pontos;

c) o número do volume, havendo mais de um, deve ser impresso na folha

de rosto;

d) a natureza do trabalho (tese, TCC e outros), sua finalidade, isto é,

motivo que determinou sua elaboração, dentre outros, por exemplo, a

aprovação em dada disciplina;

e) o nome da instituição a que o trabalho está vinculado deve ser

colocado aqui;

f) o nome do orientador e sua titulação, o da cidade, o da instituição e o

ano de entrega devem também estar registrados na folha de rosto.

O verso da folha de rosto deve conter também a ficha catalográfica, feita

segundo o Código de Catalogação Anglo-Americano em vigor. Este código é de

competência da FEBAB — Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários,

Cientistas e Instituições. A ABNT assume o que esse órgão dispõe.

11.1.3.1 Modelos de notas explicativas para Folha de rosto

• Trabalho Curricular: Trabalho apresentado para avaliação do

rendimento escolar da disciplina Introdução à Filosofia do curso de

Pedagogia da Universidade de Santo Amaro, ministrada pelo Prof. Dr.

Carlos Fontes Fonseca.

Page 44: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

43

• Trabalho de Conclusão de Curso: Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de História da Universidade de Santo Amaro,

orientado pela Profª Carla Carlota, como requisito parcial para

obtenção do título de Licenciado em História.

• Monografia: Monografia apresentada ao Curso de Especialização em

Biologia Vegetal da Universidade de Santo Amaro, orientada pela Profª

Drª Olívia Gomes, como requisito parcial para obtenção do título de

especialista em Biologia Vegetal.

• Projeto de Pesquisa: Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de

Especialização em Gestão Ambiental do Curso de Especialização Lato

Sensu da Universidade de Santo Amaro, orientado pelo Prof. Mário

Mariano, como requisito parcial para avaliação.

11.1.4 Errata

A errata é opcional; se colocada, porém, tem lugar após a folha de rosto e

seus dados são apresentados do seguinte modo:

ERRATA

Folha Linha Onde se lê Leia-se

28 2 aprovacao aprovação

11.1.5 Folha de aprovação

A folha de aprovação é um elemento obrigatório a trabalhos que serão

submetidos à aprovação, por exemplo, tese, TCC, pois nela será registrado o

resultado da avaliação do trabalho feita pelos examinadores. Por isso deve conter:

a) nome do autor;

b) título do trabalho (e subtítulo, se houver);

Page 45: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

44

c) natureza e objetivo, ou seja, tipo e por que foi elaborado, por exemplo:

dissertação elaborada como parte dos requisitos do [...] para a

obtenção do título de [...];

d) nome da instituição a que será submetido;

e) nome dos componentes da banca examinadora, titulação, instituição a

que pertencem e, após o resultado da avaliação, a data e a assinatura

do examinador ou dos examinadores;

f) data da aprovação.

A data de aprovação e as assinaturas dos componentes da banca

examinadora são colocadas, nessa ordem, após o resultado da avaliação. A folha de

aprovação não é numerada, é contada apenas. Não leva título.

11.1.6 Dedicatória, agradecimento e epígrafe

Dedicatória, agradecimento e epígrafe são elementos opcionais (NBR

14724: 2005); são colocados no trabalho, segundo o desejo do autor; devem, porém,

serem postos na sequência aqui apresentada.

A dedicatória é a folha em que o autor presta homenagem ou dedica seu

trabalho a alguém. É colocada após a folha de aprovação; não leva título; não é

numerada, mas é contada.

Após a dedicatória, são colocados os agradecimentos que devem ser

feitos às pessoas que efetivamente contribuíram para a elaboração do trabalho. É

elemento opcional.

Aos agradecimentos, segue a epígrafe, também opcional. A epígrafe,

excerto retirado de alguma obra, alusivo ao assunto que será tratado, pode ser

colocada tanto no início do trabalho como também na abertura de cada seção

primária (capítulo). Colocada no início do trabalho, a folha da epígrafe será contada,

mas não será numerada, nem conterá título, tal qual a folha de aprovação.

Page 46: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

45

11.1.7 Resumo

Após a epígrafe, vem o resumo. Os trabalhos acadêmicos, além do

resumo na língua vernácula, devem apresentá-lo também em uma língua estrangeira

(graduação, mestrado) ou duas (doutorado), por exemplo: Abstract (inglês),

Resumen (espanhol) e Résumé (francês).

O resumo deve conter de 150 a 500 palavras e ser seguido da expressão

Palavras-chave, colocando-se após estas, descritores ou palavras que sejam

representativas do conteúdo que o trabalho oferece.

O resumo deve pôr em evidência o objetivo, o método, os resultados e as

conclusões do trabalho; da introdução retira-se o conteúdo necessário para

contextualizar a questão analisada. É necessário que ele seja elaborado na forma de

texto discursivo, usando-se o verbo na 3ª. pessoa, na voz ativa, formando frases

concisas e afirmativas, compondo, preferentemente, um parágrafo apenas. Deve-se

evitar símbolos e contrações que não são de uso corrente, bem como fórmulas,

equações, diagramas que não são absolutamente necessários. Se forem incluídos,

na primeira vez em que aparecerem, precisam estar acompanhados da devida

explicação.

O resumo de um trabalho, que vem inserido nele próprio, não se faz

acompanhar da respectiva referência; se, porém, for colocado em outro contexto, ela

deve precedê-lo.

11.1.8 Lista de ilustrações, lista de tabelas, lista de abreviaturas e símbolos

As listas de ilustrações, tabelas, abreviaturas, siglas e de símbolos são

opcionais; são, porém, bastante úteis quando o trabalho acadêmico apresenta esses

elementos em quantidade, pois facilitam a consulta ao leitor.

As listas devem figurar no trabalho na ordem acima mencionada e podem

ser específicas de cada um desses elementos. Desse modo, pode haver uma lista

só de ilustrações, outra de tabelas, assim por diante, cada uma seguindo ordenação

própria.

Page 47: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

46

Uma só lista de ilustrações pode mencionar todos os tipos: mapa,

fotografia, desenho e outros. Quando há várias ilustrações do mesmo tipo, pode-se

fazer uma lista para cada tipo, por exemplo: lista de mapas, lista de fotografias etc.

Se, porém, a quantidade desses elementos não justificar listas específicas, todas as

figuras podem ser relacionadas numa só, havendo, entretanto, para cada tipo de

ilustração uma ordenação numérica.

Exemplo: LISTA DE ILUSTRAÇÕES Fotografia 1 - Equipe de operação 20 Gráfico 1 - Desenvolvimento urbano 23 Fotografia 2 - Assembléia Geral Ordinária ABNT 25 Mapa 1 - Região Sudeste do Brasil 30 Desenho 1 - Programa das Nações Unidas para o meio ambiente 33

11.1.9 Sumário

O sumário é um elemento obrigatório que deve proporcionar visão de

conjunto do conteúdo do trabalho, trazendo relacionadas as seções que o compõem,

acompanhadas do número da página em que se acham, o que facilita sua

localização no texto. É, quase sempre, o último elemento pré-textual; não o será se

for incluído prefácio no trabalho.

Os elementos pré-textuais não são incluídos no sumário; os títulos das

seções do texto são nele colocados, utilizando-se a tipologia gráfica com que

aparecem no texto. Os indicativos de seção do texto devem ser alinhados à

esquerda: sugere-se que sejam alinhados pela margem do indicativo de título mais

extenso. A paginação faz-se alinhando, à direita, o número das páginas em que se

acham os títulos referidos.

Modelo de Sumário:

Page 48: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

47

SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS RESUMO 1 INTRODUÇÃO ................................................................... 15 2 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................. 33 2.1 Tipo de pesquisa .............................................................. 33

11.2 ELEMENTOS TEXTUAIS

Os elementos textuais são a introdução, o desenvolvimento e a

conclusão, que constituem as partes essenciais da monografia. Trata-se de uma

divisão lógica. Cada um desses elementos atende a uma finalidade própria e a

relação que entre eles se estabelece configura uma estrutura orgânica, pois juntos

compõem um todo, ou seja, a estrutura monográfica.

11.2.1 A introdução

Delimita o assunto, situa o problema a ser tratado, isto é, mostra em que

contexto ele está inserido e que há conhecimento acumulado, disponível para isso.

É chamado conhecimento partilhado por se entender que ele é de domínio dos que

atuam na área: constitui a fundamentação teórica, pois possibilita a definição e

delimitação dos objetivos da pesquisa. O nível de teorização e interpretação do

conhecimento partilhado deve ser limitado em função do problema a ser tratado e da

abrangência que se deseja alcançar. A introdução tem como função nortear as

tarefas de investigação e sustentar a interpretação dos dados levantados,

relacionando-se desse modo com o elemento que a segue, ou seja, o

desenvolvimento. Por isso, se a seleção do conteúdo do quadro teórico e sua

análise não forem criteriosas, todo o trabalho poderá ficar comprometido.

Page 49: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

48

11.2.2 O desenvolvimento

É a principal parte do texto. Apresenta o assunto pormenorizado, de modo

explicativo; é dividido em seções e subseções, de acordo com a amplitude e a

profundidade definidas para o tratamento de dados: é aconselhável que o autor se

limite à quarta seção. Aqui são expostos os argumentos selecionados para defender

a tese proposta, ou seja, atingir os objetivos fixados. Os argumentos precisam ser

explicitados logicamente, ou melhor, é necessário demonstrar como as provas foram

alcançadas e, na falta de consenso, discuti-las.

11.2.3 A conclusão

Deve apresentar de forma sintetizada um resumo da argumentação e das

provas explicitadas no desenvolvimento. Além disso, deve demonstrar logicamente a

relação existente entre os argumentos e as provas levantadas e apresentar as

inferências extraídas dos resultados com base na fundamentação teórica. Por isso,

muitas vezes se diz que a conclusão é um retorno à introdução.

Constata-se, desse modo, que introdução, desenvolvimento e conclusão

estão interligados, configuram uma estrutura orgânica: não constituem partes

independentes, mas complementares.

Infere-se, ainda, que os elementos ― ideias, propostas, conceitos,

ilustrações etc. ―, não obstante o valor científico, quando não se atrelam na

formação da estrutura monográfica, devem ser dela despojados de modo a

resguardar o encadeamento lógico das ideias e das propostas, garantindo ao

trabalho boa qualidade.

Page 50: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

49

11.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS

11.3.1 Referência

Relação das obras efetivamente utilizadas como base na elaboração do

trabalho. Elemento obrigatório no texto, a seção “Referências” não deve ser

numerada e seu título deve estar alinhado à esquerda.

As fontes mencionadas em notas de rodapé, ou pelo sistema autor-data,

devem ser incluídas na seção de referências, exceto as que indicam os dados

obtidos por informação verbal.

Considerando que a produção de um trabalho acadêmico,

independentemente de sua tipologia, demanda a leitura de outras fontes que vão

além daquelas indicadas na seção “Referências”, sugere-se a elaboração de uma

lista dessas obras, se houver mais de cinco itens a serem informados. Essa lista

deve ser incluída na estrutura do trabalho como apêndice, ficando seu título a critério

do autor, podendo ser: “Sugestões de Leitura sobre o Tema”, “Leitura Complementar

Sobre o Tema” etc.

11.3.2 Glossário (opcional)

Elaborado em ordem alfabética.

11.3.3 Apêndices (opcional)

De acordo com a NBR 14724:2005, o apêndice é material ou texto

elaborado pelo próprio autor do trabalho com objetivo de complementar sua

argumentação. Identificados pela palavra APÊNDICE e letras maiúsculas

consecutivas, travessão e título, alinhados à esquerda. A paginação deve ser

contínua à do texto principal.

Exemplo: APÊNDICE A –

Page 51: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

50

APÊNDICE B –

11.3.4 Anexos (opcional)

Segundo a NBR 14724:2005, anexo é texto ou documento, não elaborado

pelo autor do trabalho, que contribui para fundamentação, comprovação e ilustração

do trabalho. Identificado pela palavra ANEXO e letras maiúsculas consecutivas,

travessão e título, alinhado à esquerda. A paginação deve ser contínua à do texto

principal.

Exemplo: ANEXO A –

ANEXO B –

11.3.5 Índice (opcional)

Segundo a NBR 6034:2004, é a relação de palavras e/ou frases, que

ordenadas segundo determinado critério, remetem para informações inseridas no

texto. Para a elaboração de Índice e estabelecimento de critério de ordenação,

consulte a NBR 6034:2004.

11.4 REGRAS DE APRESENTAÇÃO

11.4.1 Formato 11.4.1.1 Papel

O texto deve ser digitado em papel branco, no anverso de folhas A4 (21

cm por 29,7cm), na cor preta; as ilustrações, contudo, podem apresentar outras

cores (NBR 14724:2005).

Page 52: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

51

11.4.1.2 Tipologia da fonte

A fonte a ser utilizada é a Times New Roman ou Arial, do seguinte modo:

a) fonte 12 para o texto;

b) fonte 11 para títulos colocados abaixo de figuras, ilustrações e outros;

c) fonte 10 para notas de rodapé;

d) fonte 11, nas citações de três linhas ou mais;

e) fonte 12, 14, 16, em caixa alta, negrito, itálico e outros para diferenciar

títulos de subtítulos, ou seja, seções e subdivisões;

f) fonte 16 para título e autor, 14 para subtítulo e 12 para demais

elementos, na capa e folha de rosto.

11.4.1.3 Espacejamento

O texto deverá ser digitado com espaço entrelinhas 1,5 (um e meio); os

títulos e subtítulos de seções e subseções ficam separados do texto que os precede

e do que os sucede por dois espaços de mesma medida.

11.4.1.4 Margens

Observam-se as seguintes medidas para as margens: para as margens

superior e esquerda são deixados 3 cm, para a direita e a inferior, 2 cm.

11.4.1.5 Paginação

Da folha de rosto em diante, todas as demais são contadas, devendo-se,

porém, colocar algarismos arábicos para numerá-las somente a partir da Introdução.

A posição do número é a 2 cm da borda superior e 2 cm da borda lateral direita da

Page 53: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

52

folha, portanto no alto da folha, à direita. Havendo anexos e apêndice, a numeração

das folhas continuará normalmente até a última.

11.4.1.6 Nota de rodapé

As notas de rodapé são digitadas dentro da margem inferior, em fonte 10,

ficando separadas do texto por um espaço simples de entrelinha e por um filete de

três centímetros.

Deve-se evitar o uso desnecessário de nota de rodapé, pois sua leitura

implica interrupção da leitura do texto e, consequentemente, do raciocínio que o

leitor vem desenvolvendo a partir das ideias expostas.

11.4.1.7 Indicativos de seção

Os números indicativos de seção, ou seja, das partes que estruturam um

documento (monografia), seguem ordem progressiva e são colocados à esquerda,

precedendo o respectivo título ou subtítulo, de acordo com a NBR 6024: 2003.

11.4.1.8 Numeração progressiva

A NBR 6024: 2003 normaliza a numeração progressiva; mostra como

indicar as subdivisões do texto, por exemplo: primária, secundária, terciária e outras,

ficando assim: 2.3 Elementos pós-textuais em que 2 representa uma seção primária

e 3 a secundária (subseção, subdivisão).

Os elementos textuais – introdução, desenvolvimento e conclusão –

compõem, cada um, uma seção primária; o desenvolvimento, porém, poderá estar

estruturado em várias seções primárias (anteriormente denominadas capítulos),

divididas ou não em subseções (títulos e subtítulos), dependendo do enfoque e da

abrangência do tema.

A numeração progressiva deve mostrar essa divisão juntamente com a

tipologia gráfica utilizada, por exemplo, as letras usadas nos títulos das seções

Page 54: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

53

primárias serão sempre iguais e mais chamativas do que as das demais seções. O

mesmo tipo de seção terá sempre o mesmo tipo de letra, tamanho e forma, tanto no

texto quanto no sumário.

A divisão em seções e subseções deve ser feita de forma lógica e de

acordo com a estrutura do trabalho. A numeração progressiva deve demonstrar a

sequência das seções e subseções e o nível de inserção – primeira, segunda,

terceira seção etc. – que deve, também, ser marcado pelo uso de tipologia gráfica

diferente, conforme o exemplo a seguir mostra.

Exemplo:

1 SEÇÃO PRIMÁRIA

(caixa alta, fonte 14, negrito)

1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA

(parte da primária: caixa alta, fonte 12, negrito)

1.1.1 Seção terciária

(inserida na primária e na secundária; caixa baixa, fonte 14, negrito)

1.1.1.1 Seção quaternária

(inserida na primária, na secundária e na terciária: caixa baixa, fonte 12,

negrito).

Além disso, abre-se página nova sempre que se inicia uma seção

primária, ficando, assim, evidente a divisão do trabalho acadêmico em seções e

subseções.

Page 55: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

54

12 ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO

12.1 CITAÇÕES

É a menção, no texto, de uma informação obtida de outra fonte. Pode ser

uma transcrição ou paráfrase, direta ou indireta, de fonte escrita ou oral.

As citações podem figurar incluídas no texto, em nota de rodapé ou

remetendo às referências no final do texto. As citações podem ser representadas

pelos sistemas numérico ou autor-data, devendo, o sistema escolhido, ser mantido

ao longo de todo o trabalho.

12.1.1 Sistema numérico

Neste sistema, os documentos citados são representados por números

arábicos e em ordem crescente na medida em que aparecem no texto. A indicação

numérica no texto deve ser feita situando-a de forma sobrescrita à linha do texto.

Exemplo:

[...] era mesmo muito feliz1

A ordem das referências no sistema numérico também é numérica de

acordo com o número que foi atribuído a cada documento.

12.1.2 Sistema autor-data

Neste sistema, as citações devem incluir o autor, a data de publicação e

a(s) página(s) do documento referenciado. No caso da indicação de autoria aparecer

no decorrer do texto, apenas a inicial do nome deve aparecer em maiúscula, e

quando a autoria se apresentar entre parênteses, todas as letras do nome devem

ser maiúsculas. Tem sido mais utilizado nos trabalhos acadêmicos do que o sistema

numérico.

Page 56: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

55

Exemplos: Segundo Xavier (2004, p.243) o aquecimento global está só começando.

O aquecimento global está só começando. (XAVIER, 2004, p.243).

• Citação de até três autores: Quando a obra for de autoria de até três

pessoas, estas serão citadas pelos respectivos sobrenomes.

Exemplos:

Resultado semelhante foi obtido por Santos e Barbosa (1995)...

ou

A delimitação da área do projeto de assentamento rural e a distribuição

dos lotes devem garantir as condições mínimas de vida. (PINHEIRO;

MARIAN, 1997).

E ainda:

Conforme Moran, Masetto e Behrens (2002, p.37)...

ou

“O ver está, na maior parte das vezes, apoiando o falar, narrar, o contar

histórias.” (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2002, p.37).

• Citação com mais de três autores: Quando a obra for de autoria

múltipla, deve ser citada pelo sobrenome do primeiro autor, seguido da

expressão “et al.”, o ano e a(s) página(s).

Exemplos:

Conforme notam Rodrigues et al. (1990), a redundância, ao contrário

do que geralmente se acredita, nem sempre representa desperdício ou

ineficiência.

ou

.... (RODRIGUES et al., 1990)

• Citação de vários trabalhos do mesmo autor publicados em anos diferentes: Trabalhos diferentes de um mesmo autor devem ser

Page 57: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

56

citados pelo sobrenome e os vários anos de publicação, em ordem

cronológica, separados por vírgula (,).

Exemplo:

Os modelos por meio dos quais foram feitas as comparações

denominadas por nós, de modelos I e II, foram as genéticas –

estatísticas de cruzamento, [...].(CONSTACK, 1948, 1952).

• Citação de vários autores com a mesma opinião: Para fazer

citações de autores e trabalhos diferentes sobre uma mesma opinião,

deve-se obedecer à ordem alfabética seguida de ordem cronológica.

Exemplo:

... enquanto Crocomo e Parra (1979), Crocomo e Parra (1985),

Evendramin et al. (1983) e Silva (1981) verificaram uma oscilação de

valores...

ou

... (CROCOMO; PARRA, 1979, 1985; EVENDRAMIN et al., 1983;

SILVA, 1981).

• Citação de citação: É a transcrição de palavras textuais ou conceitos

de um autor a cuja obra não se teve acesso direto. A citação de citação

é indicada pelas expressões “apud” ou “citado por”. A citação de

citação deve ser evitada, uma vez que a obra original não foi

consultada e há risco de falsa interpretação e incorreções.

Exemplos:

Marinho, citado por Markoni e Lakatos (1982, p.150), apresenta a

formulação do problema como a fase da pesquisa, que, sendo bem

delimitada, simplifica e facilita a maneira de conduzir a investigação.

ou

Marinho (apud MARKONI; LAKATOS, 1982, p.150)...

Importante: A entrada da citação deve ser idêntica à entrada

estabelecida para a referência bibliográfica do referido documento.

Page 58: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

57

12.1.3 Citação direta ou textual

É a transcrição fiel de grafia, redação e pontuação do documento

consultado. Deve ser apresentada entre aspas e trazer a indicação da página

consultada.

• Citação direta até três linhas: É inserida no texto, em fonte normal

(Arial 12), entre aspas.

Exemplo:

“[...] a técnica é a maneira mais adequada de se vencer as etapas

indicadas pelo método. Por isso diz-se que o método equivale a

estratégia, enquanto a técnica equivale a tática [...]” (GALIANO, 1986,

p.14)

• Citação direta com mais de três linhas: A citação direta com mais de

três linhas deve ser destacada do texto, recuada a 4 cm da margem

esquerda, digitada em tamanho menor (fonte 11) que o texto principal

(fonte 12), em espaço simples e sem aspas.

Exemplo: A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ABNT/NOS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos (NBR 6029: set. 2002, p.1).

As supressões [...] e os acréscimos [ ] devem ser indicados por

colchetes.

12.1.4 Citação indireta

Usada quando são reproduzidas as ideias e informações do documento,

sem transcrição das palavras do autor. Não usar aspas. Mas deve ser indicada a

fonte da referência.

Page 59: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

58

13 NORMAS PARA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS – ABNT

Referência bibliográfica é o conjunto de elementos que permitem a

identificação de documentos, no todo ou em parte, utilizados como fonte de consulta

e citados nos trabalhos elaborados.

As referências bibliográficas devem ser alinhadas à esquerda e digitadas

utilizando-se espaço simples entre suas linhas. Entre uma referência e outra se deve

adotar espaço duplo.

Todas as regras estabelecidas neste item seguem o preconizado pela

NBR 6023:2002.

13.1 ELEMENTOS ESSENCIAIS

São aqueles elementos indispensáveis à identificação de um documento:

autor(es), título, edição, local, editora e data de publicação.

13.2 ELEMENTOS COMPLEMENTARES

São aqueles opcionais que, acrescentados aos essenciais, permitem

melhor caracterizar, localizar ou obter publicações:

• Indicações de responsabilidade (tradutor, revisor etc.);

• Descrição física ou notas bibliográficas (nº. de páginas ou volumes);

• Ilustrações, dimensões;

• Série ou coleção;

• Notas especiais;

• ISBN.

Page 60: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

59

13.3 LOCALIZAÇÃO

As referências podem aparecer em notas de rodapé, mas devem compor

uma lista alfabética ou numérica que estará localizada ao fim do trabalho,

respeitando-se a ordem estabelecida em 11.3.1.

13.4 MODELOS DE REFERÊNCIAS

A seguir, são apresentados exemplos de referências bibliográficas

comumente utilizadas em trabalhos acadêmicos.

13.4.1 Monografia no todo

Inclui livro, folheto, entre outros.

• Com um autor:

• Com dois ou três autores:

Page 61: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

60

• Com mais de três autores:

• Com indicação explícita de responsabilidade pelo conjunto da obra (Coordenador, Organizador, etc.):

• Referenciadas pelo título:

• Autores com nomes que indicam parentesco:

Page 62: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

61

• Em formato eletrônico:

13.4.2 Monografia considerada em parte

• Quando o autor da parte for o mesmo da obra no todo:

• Em formato eletrônico:

Page 63: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

62

13.4.3 Dissertações e teses

• Em formato eletrônico:

13.4.4 Publicações periódicas 13.4.4.1 Publicações periódicas como todo

• Em formato eletrônico:

Page 64: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

63

13.4.4.2 Parte de publicações periódicas

• Artigos de publicações periódicas:

• Em formato eletrônico:

13.4.5 Eventos (congressos, seminários, simpósios etc.)

• Em formato eletrônico:

Page 65: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

64

13.4.6 Vídeos, DVD’s, filmes, fitas de vídeo

13.4.7 Documentos de acesso exclusivo em meio eletrônico

• Bases de dados:

Page 66: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

65

14 OUTROS TRABALHOS: CONCEITUAÇÃO E ESTRUTURA 14.1 RESENHA

Resenhar significa fazer um levantamento das características de um texto,

enumerando seus aspectos relevantes, descrevendo as circunstâncias que o

envolvem, as condições de produção e de recepção do discurso. O texto pode ser

de linguagem oral, visual ou digital (palestra, filme, artigo). A resenha está incluída

no rol dos textos técnico-científicos pela sua natureza objetiva e linguagem técnica.

14.1.1 Tipos de resenhas 14.1.1.1 Resenha informativa

• Um tipo de resenha mais completa e abrangente que apresenta um

resumo detalhado do texto original, ressaltando os diferentes aspectos

válidos, sem entrar em pormenores, pois o objetivo da resenha não é

entrar em detalhes, mas, sim, informar o leitor.

• Deve ser seletiva e não mera repetição das ideias do autor. Nela

devem ser usadas as próprias palavras do resenhista. Deve seguir a

sequência lógica do assunto.

• Pode-se dispensar a leitura do texto original pela abrangência do

conteúdo resenhado.

• Ex: resenhas universitárias, resenhas de textos não traduzidos para o

vernáculo.

Page 67: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

66

14.1.1.2 Resenha crítica ou simplesmente recensão

• Um tipo de resenha em que se formula um julgamento sobre o texto

original.

• Deve-se apresentar primeiramente o resumo do conteúdo do texto

original para depois proceder-se ao comentário ou apreciação crítica

de seus vários aspectos: relevância do assunto, forma de

apresentação do assunto, sequência lógica, correção e adequação da

linguagem etc.

• A crítica pode ser feita também ao longo do resumo, sendo esta uma

opção do resenhista.

• Ex: resenhas publicadas em revistas especializadas e periódicos.

14.1.2 Estrutura de uma resenha 14.1.2.1 Introdução

Inicia-se o texto, contextualizando o assunto exposto na obra. Faz-se

necessário levantar a importância dos temas tratados na obra. Na introdução,

devem-se apresentar os objetivos da obra resenhada.

14.1.2.2 Desenvolvimento

Iniciar a resenha apresentando a estrutura da obra: O artigo divide-se

em... Primeiramente... No item seguinte...

Na abordagem das partes do texto, o resenhista deve deter especial

atenção à importância de traduzir o efeito que o autor do texto quis causar no leitor,

o que pode ser realizado por meio do emprego de verbos que demonstrem os atos

do autor, tais como: sustentar, contrapor, confrontar, opor, justificar, defender a tese,

debruçar-se, dedicar-se ao estudo, eleger, propor-se a, demonstrar.

Page 68: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

67

Em um segundo momento, expõe-se o conteúdo apresentado na obra.

Esta etapa é o momento em que o resenhista deve expor as principais ideias

defendidas pelo autor, na mesma sequência lógica em que se apresentam. Vale

relembrar que o autor da resenha não deve depreciar a obra, mas informar ao leitor,

de maneira polida, sobre o assunto nela tratado, evidenciando, em primeiro lugar, a

contribuição do autor no que concerne à produção de novos conhecimentos.

14.1.2.3 Conclusão

Na conclusão da resenha, devem-se ordenar os conhecimentos

adquiridos com a leitura, apresentando as conclusões do autor. Pode-se abordar a

relevância dessas conclusões, de modo a evidenciar os resultados obtidos com a

leitura do texto.

14.2 RESUMO

14.2.1 Definição

O resumo é a apresentação concisa, porém globalizada, dos pontos

relevantes de um texto. A elaboração formal do resumo varia de acordo com sua

natureza.

14.2.2 Tipos de resumo científico

• Resumo indicativo - indica apenas os pontos principais do texto,

utilizando frases curtas que destacam os elementos mais importantes

da obra. Por sua natureza muito concisa, não dispensa a leitura do

texto original.

• Resumo informativo - informa todos os dados necessários ao leitor

para que este possa decidir sobre a conveniência da leitura do texto

Page 69: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

68

inteiro. Expõe o tema central, os objetivos, a metodologia, os

resultados e as conclusões do trabalho, podendo dispensar a leitura do

texto original.

• Resumo crítico - resumo redigido por especialistas, com análise

interpretativa de um documento ou trabalho científico, no qual se

processa uma apreciação crítica da obra resenhada.

14.2.3 Redação do resumo

O resumo, quando solicitado de forma individualizada, compondo em si

mesmo um trabalho acadêmico, deverá ser precedido de referência completa do

texto resumido. O texto do resumo não deve aparecer em forma de esquema. Deve,

ao contrário, ser um texto redigido de forma cursiva, concisa e coerente, respeitando

o texto original, enfatizando apenas as ideias mais importantes da obra.

Não se admitem acréscimos ou partes que não constem no original.

Quanto à linguagem, esta deve ser clara, com vocabulário adequado a um texto

técnico e uso da terceira pessoa do singular, sem gírias ou expressões do senso

comum. Deve-se também evitar abreviaturas, abolindo-se gráficos, tabelas, citações

e exemplos, exceto os considerados imprescindíveis à compreensão do que se

resume.

14.2.4 Modelos 14.2.4.1 Resumo em monografias

Esta tese investiga os novos procedimentos da lírica e da pintura

modernas, no momento em que a sociedade coletânea se depara com o advento da

realidade virtual que traz consigo o primado da imagem. Analisa também os

aspectos filosóficos e estéticos que acarretaram a “crise de representação”

instaurada nas modalidades artísticas do ocidente por meio da abordagem

comparativa de artistas representativos da poesia e da pintura na modernidade:

Page 70: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

69

Baudelaire e Cézanne, Rimbaud e Dalí, Mallarmé e Mondrian. O método consiste na

análise qualitativa dos textos desses autores enquanto precursores da lírica

moderna e se concentra na pesquisa bibliográfica em fontes teóricas da crítica

literária e filosófica. Os resultados apontam para o estabelecimento de um novo

estatuto da poesia e da pintura que subverte a noção clássica de “mimese”,

estabelecendo outros parâmetros de criação da obra artística e literária. A partir

dessa pesquisa, pode-se concluir que a crise dos paradigmas, que acometeu a vida

moderna em seu clímax, resultou numa reação expressiva da arte e da literatura em

suas diferentes manifestações, gerando novos critérios de apreensão da realidade, o

que bem pode ser a ausência completa de paradigmas.

Descritores: Estéticas Modernas. Metáfora. Ruptura. Baudelaire –

Cézanne. Rimbaud – Dali. Mallarmé – Mondrian.

14.2.4.2 Resumo em artigos científicos

O discurso de elocução feminina no romance de Lya Luft Este artigo busca investigar o discurso de elocução feminina na obra da

escritora gaúcha Lya Luft. Procura demonstrar por meio dos romances As Parceiras

(1980), A asa esquerda do anjo (1981) e O ponto cego (1999) e das prosas poéticas

Histórias do tempo (2000) e Mar de dentro (2002) a concepção filosófico-literária do

universo feminino. Destaca, por intermédio do discurso ficcional luftiano, em cada

personagem feminina, os estágios de amadurecimento psicológico desta mulher-

escritora, que se permite ser vista da ótica de uma constante metamorfose e em

busca de autoconhecimento. Os resultados obtidos indicam que o discurso feminino

é constituído por uma temática própria e por recursos de linguagem como a

elocução simbólica, a dicção, o ritmo e o tom, que fortemente se apresentam em Lya

Luft, especialmente nas obras analisadas. Desta forma, é possível concluir que Luft

é uma agente de transformação fundamental para a literatura feminina, não somente

por dar novos rumos ao discurso feminino, mas principalmente porque é fruto da

inquietação e do desejo de autorrevelação da voz feminina em nossa literatura.

Descritores: Discurso feminino. Análise do discurso. Lya Luft. Prosa de

ficção. Prosa poética.

Page 71: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

70

14.3 RELATÓRIOS

Documentos formais em que se descrevem os resultados obtidos em uma

investigação ou se relata a execução de experiências ou de serviços.

14.3.1 Relatório técnico-científico

O relatório técnico-científico expõe, de forma sistemática, informação

dirigida a especialistas da área, devendo apresentar conclusões e recomendações.

É elaborado com a finalidade de ser submetido à apreciação de pessoas ou de

organismos. A estrutura de relatórios técnico-científicos obedece a uma ordenação

lógica dos elementos que a compõem, conforme descrito a seguir.

• Capa;

• Folha de rosto;

• Resumo - é a apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto

(NBR6028, 2003), objetivando esclarecer o leitor sobre a conveniência

ou não de consultar o texto integralmente e acelerar o processo de

divulgação do trabalho. O resumo deve ressaltar objetivo, materiais ou

(casuística), métodos, resultados e conclusões do trabalho;

• Listas (quando houver);

• Sumário;

• Introdução - parte inicial do texto onde se expõe o assunto como um

todo. Inclui informações sobre a natureza e a importância do problema,

sua relação com outros estudos sobre o mesmo assunto, razões que

levaram à realização do trabalho, suas limitações e seu objetivo. Deve

esclarecer se o trabalho se constitui numa confirmação de observações

de outros autores ou se contém elementos novos, realçando, sempre

que possível, a fundamentação clara das hipóteses. Na introdução,

pode estar contida a revisão da literatura. Não deve, entretanto, incluir

as conclusões. A revisão de literatura tem por objetivo sintetizar, de

forma clara, as várias ideias arroladas nos trabalhos anteriores que

Page 72: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

71

serviram de base à investigação que está sendo realizada. Existe,

atualmente, uma tendência a limitar a revisão às contribuições mais

importantes diretamente ligadas ao assunto, dando ênfase às mais

recentes que oferecem base para a derivação das hipóteses e a

explicação de sua fundamentação;

• Desenvolvimento - é em essência, a fundamentação lógica do

trabalho de pesquisa cuja finalidade é expor, analisar e demonstrar.

Ainda que não haja uma norma rígida sobre o desenvolvimento e este

não se constitua num item específico para trabalhos científicos, ele

apresenta, em geral, as seguintes partes: materiais e métodos,

resultados e discussão;

• Materiais e métodos ou casuística e método - compreende-se o

instrumental empregado e a descrição das técnicas adotadas,

incluindo-se a experimentação com pormenores. Materiais e métodos

devem ser descritos de maneira precisa e breve, possibilitando, assim,

a repetição do experimento com a mesma precisão. Eles devem ser

apresentados na sequência cronológica em que o trabalho foi

conduzido. Os métodos que já tenham sido publicados devem ser

referidos apenas por citação, a não ser que tenham sido

substancialmente modificados. Nas pesquisas com seres humanos, o

título da seção deve ser casuística e métodos. Podem ser incluídos,

também, gráficos e tabelas que ilustram os processos seguidos pelo

autor: instrumentação (indicação de testes, medidas, observações,

escalas, questionários a serem usados); coleta de dados (informações

sobre como, quando, onde e por que foram aplicados os processos de

pesquisa) e tratamento estatístico. Equipamentos, produtos e outros

materiais que estejam sendo utilizados pela primeira vez devem ser

descritos com detalhes, inclusive com fotografias e desenhos. Marcas

comerciais de equipamentos, drogas e outras só deverão ser incluídas

quando contribuírem significativamente para melhor compreensão e

avaliação do trabalho;

• Resultados e discussão - devem ser apresentados de forma objetiva,

precisa, clara e lógica, utilizando-se tabelas, figuras, fotografias que

Page 73: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

72

complementam o texto. Podem ser subdivididos em tópicos que

correspondam a cada uma das perguntas levantadas ou hipóteses

formuladas. São apresentados tanto os resultados positivos quanto os

negativos, desde que possuam significado importante. É a comparação

entre os resultados obtidos pelo autor e os encontrados em trabalhos

anteriores, permitindo uma análise circunstanciada que estabeleça

relações entre eles e deduções das proposições e generalizações

cabíveis. Baseada em fatos comprovados, deve ressaltar os aspectos

que confirmem ou modifiquem de modo significativo as teorias

estabelecidas, apresentando novas perspectivas para a pesquisa;

• Conclusão - destina-se à demonstração da confirmação positiva ou

negativa da hipótese. Fundamenta-se no texto e é decorrente das

provas relacionadas na discussão. Recapitula, sinteticamente, os

resultados da pesquisa e pode trazer propostas e sugestões originadas

nos dados coletados e estudados. Quando houver várias conclusões,

intitula-se no plural. Recomenda-se que cada uma das conclusões seja

enumerada independentemente. Atente-se para o fato que a conclusão

não é um resumo do trabalho;

• Anexos e Apêndices;

• Agradecimentos;

• Referências.

14.3.2 Relatório de estágio

Este tipo de relatório apresenta a estrutura descrita como segue:

• Capa;

• Identificação.

Caracteriza o relatório quanto a:

• Aluno estagiário - nome completo do aluno;

• Orientador - responsável pela orientação do aluno;

Page 74: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

73

• Local - local de realização do estágio, considerando instituição/ cidade/

estado;

• Período de execução - registrar o período (dia/mês/ano) de início e

término da execução do estágio;

• Título - deve sintetizar seu objetivo essencial;

• Atividades desenvolvidas - descrever as atividades realizadas

durante o período de estágio;

• Local e data - local e data de elaboração do relatório;

• Assinaturas - Estagiário e Orientador.

14.4 ARTIGOS CIENTÍFICOS

Os artigos científicos são estudos criteriosos que abordam uma questão

de relevância científica, ou seja, manifestam o resultado de uma investigação de

uma pesquisa científica sistemática a respeito de determinado assunto.

Frequentemente, decorrem da realização de pesquisas inéditas.

Em geral, são textos publicados em revistas acadêmicas ou que se

constituem, considerando um conjunto deles, em livros. Para as ciências humanas e

sociais, os resultados de pesquisa podem ser apresentados em forma de ensaio,

que apesar de conter a mesma estrutura textual do artigo, apresenta-se de maneira

cursiva, sem as divisões das partes.

14.4.1 O que pode ser conteúdo de um artigo?

O artigo pode abordar assuntos diversos, considerando diferentes

perspectivas, como, por exemplo:

• ser um estudo criterioso para oferecer soluções ou propostas de

solução para um problema ou uma questão que tem gerado

controvérsias;

Page 75: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

74

• apresentar um estudo pessoal a respeito de um assunto, considerando

dados fornecidos por outros autores;

• levar ao conhecimento do público interessado ou especializado um

dado totalmente novo, não conhecido nem explorado por outros

estudiosos;

• discutir um assunto, relacionando posições diferentes a respeito do

mesmo tema, apontando as lacunas existentes ou questões as quais

os estudos ainda não responderam.

14.4.2 Estrutura

O artigo estrutura-se da mesma forma que os demais textos científicos.

Importante, no entanto, é o destaque de alguns desses aspectos:

• Título - deve sintetizar seu aspecto essencial;

• Autor - nome completo, titulação, seguido do nome da instituição a que

pertence, com referido endereço eletrônico;

• Resumo - deve ressaltar o objetivo, o material e os métodos (ou

casuística e métodos), os resultados e as conclusões do trabalho,

observando o máximo de 250 palavras, compondo único parágrafo;

• Palavras-chave ou descritores - visam à indexação do artigo e se

destinam a descrever cientificamente o assunto. A definição das

palavras-chave deve ter base em vocabulários controlados, ou seja,

Decs/Bireme (área da saúde), Inep (área da educação); Sibinet USP

(área de humanas);

• Introdução - deve apresentar uma exposição breve do tema tratado,

apresentando-o de uma maneira geral. Também, na introdução, são

apresentados os objetivos do estudo realizado, a justificativa da

escolha do tema. Devem situar o problema da investigação no contexto

geral da área e indicar os pressupostos necessários à sua

Page 76: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

75

compreensão. A introdução pode, ainda, conter conceituações básicas

ou revisão bibliográfica;

• Material e métodos ou casuística e métodos - descrição de material,

métodos, técnicas e processos utilizados na investigação.

Imprescindível é apresentar os critérios de inclusão e exclusão da

amostra em estudo;

• Resultados e discussão - visa a discutir, confirmar ou refutar

hipóteses inerentes à investigação. Deve detalhar, de forma objetiva e

clara, os resultados da investigação, correlacionando-os com a revisão

bibliográfica;

• Conclusão ou considerações finais - trata-se do momento em que o

autor expõe, resumidamente, suas deduções, o que deve ser uma

resposta aos objetivos apresentados. Também nesse momento é

possível explicitar um ponto de vista pessoal, com base nos dados

obtidos e na interpretação realizada. Pode ainda apresentar sugestões

ou recomendações para outros estudos na área;

• Referências.

14.5 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

Informação apresentada em congressos, simpósios, reuniões científicas,

academias, sociedades científicas em que se expõem resultados recentes de

pesquisas. São acompanhadas de exposição oral (de curta duração entre 10 a 15

minutos) ou em forma de painéis. Seu objetivo não é o aprofundamento, mas a

socialização de resultados.

14.6 PAINEL

De caráter visual, painéis são demonstrativos do resultado de pesquisas e

estudos realizados nas atividades acadêmicas e representam a forma de

Page 77: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

76

comunicação científica mais utilizada, atualmente, nos encontros de diversas áreas

de conhecimento. Devem sintetizar, de forma clara, os principais aspectos

relacionados ao estudo realizado. As letras dos textos e das figuras devem ser

legíveis a uma distância de 2,0 metros. A dimensão do painel deverá ser de 60 cm

de largura por 90 cm de altura.

14.6.1 Estrutura

• Título - deve apresentar letras com tamanho mínimo de 1,5 cm de

altura, fonte arial 28, caixa alta, negrito;

• Autor - o nome do(s) autor(es), seguido(s) da(s) respectiva(s)

instituição(ões) a(s) qual(is) pertence(em), deve(em) apresentar o

tamanho das letras no mínimo de 1,0 cm de altura, fonte arial 20,

normal, negrito. Para os demais componentes do painel, o tamanho

mínimo das letras deve ser de 0,8 cm para maiúscula e de 0,6 cm para

minúscula, fonte arial 14, normal;

• Introdução - a introdução deve conter informações que situem os

leitores em relação ao problema estudado e ao embasamento teórico

que o sustenta. Podem ser feitas citações bibliográficas e apresentar

informações relativas à justificativa, aos objetivos e à área de

conhecimento;

• Objetivo - deve ser claro, sucinto e expressar respostas às questões

relevantes ao problema focalizado no trabalho;

• Material e métodos ou casuística e métodos - este item descreve a

metodologia empregada no estudo realizado. Em todos os tipos de

estudo, é essencial que este tópico seja discutido de maneira bastante

detalhada, deixando nítido o desenvolvimento de todas as etapas do

trabalho, uma vez que a validade dos dados obtidos está diretamente

relacionada aos métodos empregados para sua obtenção. Em

trabalhos que envolvem um levantamento de campo, pode-se

descrever a área quanto aos aspectos econômicos e étnicos, ambiente

Page 78: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

77

físico e formações naturais, entre outros. Informações sobre a

localização geográfica da região em questão são fundamentais. Em

determinados estudos, como os realizados considerando revisões

bibliográficas, o termo metodologia pode mostrar-se mais apropriado

que material e métodos;

• Resultados e discussão - os dados obtidos no estudo devem estar

contidos neste tópico. Figuras, principalmente gráficos, além de tabelas

– que devem ser dispostas nas laterais direita e esquerda, numeradas,

identificadas e, quando for o caso, constarem da fonte – podem ser

ferramentas úteis para a descrição dos resultados. A discussão deve

ser feita com base nos dados obtidos, devendo estar embasada em

uma revisão bibliográfica que pode ser comparativa e enfocar o

conhecimento obtido considerando-se outros trabalhos na mesma área

de estudo. Os resultados podem ser apresentados separadamente da

discussão. Porém, muitas vezes, isso torna a leitura um pouco

repetitiva, além de, em muitos casos, tornar-se difícil determinar um

limite entre a descrição dos resultados e sua discussão;

• Conclusão ou considerações finais - de forma bastante objetiva, o

conhecimento gerado considerando o estudo realizado deve estar

contido neste item. A relevância dos resultados obtidos para a

comunidade científica e/ou geral, além das possíveis próximas etapas

do trabalho executado, também pode figurar neste tópico;

• Referências - este item não é obrigatório na estrutura do painel.

Entretanto, quando houver citação de autor no texto, faz-se necessário

indicá-lo.

Page 79: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

78

REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028 Resumos: procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1990.

______. NBR 6024 Numeração progressiva das seções de um documento escrito. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.

______. NBR 6027 Sumário. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.

______. NBR 10719 Elaboração de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro: ABNT, 1989.

______. NBR 10520 Citações em documentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

______. NBR 1256 Apresentação de originais. Rio de Janeiro: ABNT, 1990.

______. NBR 6023 Informação e documentação – Referências: Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

BASTOS, D. R. Apresentação de trabalhos acadêmicos: uso das normas da ABNT. Apostila Universidade de Santo Amaro, São Paulo, 2008.

CHALMERS, A. O que é ciência, afinal? Trad. Raul Fiker. 3. reimp. São Paulo: Brasiliense, 1999, 225p.

ECO, U. Como se faz uma tese. Trad. Gilson Cesar Cardoso de Souza. 15. ed. São Paulo: Perspectiva, 1999, 170p.

FÁVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. 8. ed. São Paulo: Ática, 2000, 104p.

GUIMARÃES, E. A articulação do texto. 5. ed. São Paulo: Ática, 1997, 87p.

HEGENBERG, L. Explicações científicas: introdução à filosofia da ciência. São Paulo: Herder – EDUSP, 1969. 308p.

Page 80: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

79

KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 14. ed. rev. e ampl. Petrópolis: Vozes, 1997, 180p.

LAKATOS, E.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1991, 270p.

MACIEL JUNIOR, A. Pré-socráticos: a invenção da razão. São Paulo: Odysseus, 2003.

MANUAL de orientação para trabalhos acadêmicos. União Social Camiliana - Centro Universitário São Camilo e Sistema Integrado de Bibliotecas Pe. Inocente Radrizzani. São Paulo: União Social Camiliana - Centro Universitário São Camilo, 2007. 88p.

MORA, J.F. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2000, Tomos I - IV.

ORLANDI, E. P. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 3. ed. Campinas: Pontes, 2001, 100p.

PARRA FILHO, D.; SANTOS, J. A. Metodologia científica. 5. reimp. São Paulo: Futura, 2003. 277p.

RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Atlas, 1982.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez Editora, 2000, 279p.

Page 81: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

80

APÊNDICE

Page 82: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

81

Sugestões de leitura sobre o tema ALVES, R. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 9. ed. São Paulo: Loyola, 2005. 223p.

BOAVENTURA, E. Como ordenar as ideias. 7. ed. São Paulo: Ática, 1999, 59p.

CHÂTELET, F. Uma história da razão: entrevistas com Émile Noël. Trad. de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. 159 p.

FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. 2. reimp. São Paulo: Ática, 2001.

FOLSCHEID, D.; WUNENBURGER, J. J. Metodologia filosófica. Trad. de Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1997, 394p.

GLEISER, M. A dança do universo: dos mitos de criação à teoria do Big-bang. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. Trad. Beatriz Boeira e Nelson Boeira. S. Paulo: Perspectiva, 1975. 262 p.

MARTINS FILHO, E. L. Manual de redação e estilo de O Estado de São Paulo. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Ed. Moderna, 1997, 400p.

OMNÈS, R. Filosofia da ciência contemporânea. Trad. Roberto L. Ferreira. São Paulo: Unesp, 1996. 319 p.

POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. Trad. Leonidas Hegenberg e Octany S. Mota. São Paulo: Cultrix, s.d. 567p.

VERA, A. A. Metodologia da pesquisa científica. 7. ed. Porto Alegre: Globo, 1983.

Page 83: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

82

ANEXOS

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83

ANEXO A – Capa

← borda da folha

MARIA JOANA DA SILVA

borda da folha →

LINGUAGEM DE CRIANÇAS

EDUCADAS EM ORFANATO

São Paulo

2006

Page 85: Apostila - Metodologia Do Trabalho Cientifico

84

ANEXO B – Folha de rosto

MARIA JOANA DA SILVA

←borda da folha

borda da folha →

LINGUAGEM DE CRIANÇAS

EDUCADAS EM ORFANATO

São Paulo

2008

®

Apresentada como parte dos requisitos do Curso de Licenciatura em Português e Inglês da Faculdade de Letras da Universidade de Santo Amaro — UNISA. Orientador: Prof. título, nome