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la de Massoterapia e Terapias Naturais Escola de Massoterapia Fisio Vitae – Curso Técnico de Massoterapia 1 Reprodução Proibida Escola de Massoterapia e Terapias Naturais Ltda. Fone: (48) 3322-2297 Rua Felipe Schmidt, 390 sala 801 – CEP 88.010-001 - Centro/ Florianópolis-SC. Registrada na FEPLAM (Fundação Educacional e Cultural Padre Landell de Moura) sob o nº.563/05 e Regulamentada na SEED/SC (Secretaria Estadual de Educação e do Desporto - SC) pela Portaria 008/02. CURSO TÉCNICO EM MASSOTERAPIA METODOLOGIA DE PROJETOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Florianópolis/SC – Edição 2009

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Escola de Massoterapia e Terapias Naturais Ltda. Escola de Massoterapia Fisio Vitae – Curso Técnico de Massoterapia 1

Reprodução Proibida

Escola de Massoterapia e Terapias Naturais Ltda. Fone: (48) 3322-2297

Rua Felipe Schmidt, 390 sala 801 – CEP 88.010-001 - Centro/ Florianópolis-SC.

Registrada na FEPLAM (Fundação Educacional e Cultural Padre Landell de Moura) sob o nº.563/05 e

Regulamentada na SEED/SC (Secretaria Estadual de Educação e do Desporto - SC) pela Portaria 008/02.

CURSO TÉCNICO EM MASSOTERAPIA

METODOLOGIA DE PROJETOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO

DE CURSO

Florianópolis/SC – Edição 2009

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DISCIPLINA: METODOLOGIA DE PROJETOS

PLANO DE ENSINO 1. OBJETIVO DA DISCIPLINA

Proporcionar aos alunos conhecimento técnico necessário a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso, dentro das Normas Técnicas da ABNT, buscando de forma clara e objetiva proporcionar a melhor reflexão e entendimento dos pontos necessários para redigir e organizar as informações colhidas. Busca ainda desenvolver as habilidades de cada aluno com relação ao seu posicionamento e senso crítico a respeito das pesquisas determinadas.

2. CARGA HORÁRIA DA DISCIPLINA 16 horas aula

3. CONTEÚDO PROGRAMATICO Assunto 01 – Trabalho de Conclusão de Curso – Conceito e Normatização Assunto 02 – Estruturas do TCC Assunto 03 – Desenvolvendo e construindo o artigo Assunto 04 – Análise dos elementos de construção do artigo Assunto 05 – Medidas de Formatação e Análise Final

4. METODOLOGIA Aulas com apresentação e exposição de slides. Leituras dirigidas e discussão. Exposição de vivências e debates. Apresentação de conceitos e Normas ABNT relacionados à disciplina.

5. BIBLIOGRAFIA Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – www.abnt.gov.br

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METODOLOGIA DE ARTIGO CIENTÍFICO

BÁSICO INTRODUTÓRIO

Com a evolução dos tempos surgiu a necessidade de um constante aperfeiçoamento pessoal.

Com isso surgem também nos cursos técnicos, de graduação e pós-graduação os chamados

TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

Refere-se o TCC a uma dissertação científica que os alunos que concluem o curso devem elaborar.

O objetivo é proporcionar um espaço aos alunos para exporem suas idéias através deste

conhecimento teórico ampliando assim seu conhecimento sobre o assunto ao longo do curso.

ESTRUTURA DO TCC

Todo trabalho tem que ter o seu início, meio e fim, ou seja, introdução, desenvolvimento e

conclusão. A seguir apresentamos esta composição com mais detalhes, podendo ser compostos das

seguintes partes:

PRÉ-TEXTUAIS

Capa - Obrigatório Folha de rosto - Obrigatório Folha de aprovação - Obrigatório Dedicatória - Opcional Agradecimentos - Opcional Epígrafe - Opcional Resumo - Obrigatório Sumário - Obrigatório Lista de ilustrações - Opcional Listas de abreviaturas e siglas - Opcional Listas de notações - Opcional TEXTUAIS

Introdução - Obrigatório Desenvolvimento - Obrigatório Conclusão ou Considerações finais - Obrigatório PÓS-TEXTUAIS

Referências bibliográficas - Obrigatório Obras consultadas - Opcional Apêndices - Opcional Anexos - Opcional Glossário – Opcional

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Discriminação das partes

Capa

Deve conter o nome do autor ao alto da folha, o título do trabalho ao centro e, na parte inferior o

nome da cidade e o ano de apresentação. Tudo deve ser digitado em caixa alta sem sublinhar nem

utilizar aspas e centrado na folha.

Folha de rosto

Vem imediatamente após a capa e nela aparece o nome completo do autor; no centro da folha o

título do trabalho desenvolvido, sendo que logo abaixo, da metade da folha para a direita, aparece uma

explicação rápida mais clara acerca dos objetivos institucionais, seguida da instituição a que se destina a

pesquisa.

Na parte inferior escreve-se o nome da cidade e o ano. Aqui apenas as iniciais são maiúsculas e

não as todas as palavras como na capa.

Folha de aprovação

Deve conter data de aprovação, nome completo dos membros da banca examinadora e local

para assinatura dos membros.

Páginas preliminares

Páginas que antecedem ao sumário. Podem ser incluídas as seguintes partes, devendo constar

cada uma em página separada.

Dedicatória: essa folha não é obrigatória, mas contém texto, geralmente curto, no qual o autor

dedica seu trabalho a alguém.

Agradecimentos: essa folha não é obrigatória, e visa agradecer a pessoas que tenham

contribuído para o sucesso do trabalho, prestar homenagem a pessoas que não estiveram diretamente

relacionadas com sua realização, a entes queridos.

Epígrafe: trata-se de um pensamento de algum outro autor e que de preferência, mas não

necessariamente, tenha alguma relação com o tema.

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Resumo: "Redigido pelo próprio autor do TCC, o resumo - síntese dos pontos relevantes do

texto, em linguagem clara, concisa, direta, com o máximo de 500 palavras." (França, 1996).

Sumário

É onde aparecem as divisões do trabalho, os capítulos e seções com a indicação das páginas

onde se iniciam cada uma delas. Não se deve confundir com índice, para designar esta parte. Havendo

mais de um volume, deve-se incluir um sumário completo do trabalho em cada volume.

Listas

Rol de elementos ilustrativos ou explicativos. Podem ser incluídas as seguintes listas:

• Listas de ilustrações: relação de tabelas, gráficos, fórmulas, lâminas, figuras (desenhos,

gravuras, mapas, fotografias), na mesma ordem em que são citadas no TCC, com indicação da

página onde estão localizadas.

• Listas de abreviaturas e siglas: relação alfabéticas das abreviaturas e siglas utilizadas na

publicação, seguidas das palavras a que correspondem escritas por extenso.

• Listas de notações: relação de sinais convencionados, utilizados no texto, seguidos dos

respectivos significados.

Texto

Como todos os trabalhos científicos, a organização do texto do TCC deve obedecer a seqüência:

Introdução, Desenvolvimento e Conclusão, dividindo-se os capítulos conforme a natureza do assunto.

Referências bibliográficas

É a listagem, em ordem alfabética, numerada seqüencialmente, das publicações utilizadas para

elaboração do trabalho, podendo esta ser numerada ou não. Caso deseje indicar uma bibliografia para

aprofundamento do assunto, a mesma deverá aparecer em lista separada sob o título: Bibliografia

Recomendada.

Anexos ou Apêndices

Documentos complementares e/ou comprobatórios do texto, com informações esclarecedoras,

tabelas ou dados colocados à parte, para não quebrar a seqüência lógica da exposição.

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Reprodução Proibida

Quando há mais de um, cada anexo contém ao alto da página a indicação ANEXO, em letras

maiúsculas, seguida do número correspondente em algarismo arábico, devem ser citados no texto entre

parênteses. Para a elaboração do artigo científico, é necessário seguir orientações conforme adaptação

das Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas para Trabalhos Acadêmicos NBR`s

6022/1994, 6023/2002 e 10520/2002.

1. Tipo de fonte ARIAL.

2. Papel formato A4: 210 mm X 297 mm.

3. Margens:

3.1 Superior 3 cm;

3.2 Inferior 2 cm;

3.3 Esquerda 3 cm;

3.4 Direita 2 cm.

4. Espacejamento: entre linhas e entre parágrafos é 1,5;

5. Parágrafos: justificados;

6. Numeração de páginas: no canto superior direito iniciando na introdução do trabalho;

7. Estruturas de parágrafos: iniciar sempre o parágrafo com uma tabulação para indicar o início (apor um

recuo no começo do parágrafo).

8. Tamanho da fonte:

8.1 No título do artigo (em letras maiúsculas) = 12;

8.2 No nome do(s) autor(es) = 10;

8.3 Na titulação (nota de rodapé) 10;

8.4 No resumo = 10;

8.5 Nas palavras-chave = 12;

8.6 Na redação do texto (introdução, desenvolvimento e conclusão) = 12;

8.7 Nas citações longas = 10

8.8 Nas referências = 12.

9. Citação:

9.1 Destacar a fonte em negrito itálico, quando citação breve de até três linhas no mesmo parágrafo;

9.2 Utilizar um recuo maior do parágrafo, quando citação longa, com tamanho da fonte 10, aplicar

espaço simples no parágrafo (não é necessário negrito nem itálico) no parágrafo;

9.3 Atentar para NBR 10520/2002;

9.4 Apor o sobrenome do autor, ano da publicação da obra e número da página.

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Reprodução Proibida

Título do Artigo (Modelo de estrutura)

(POR O NOME DO TEMA ABORDADO; CENTRALIZADO EM LETRAS MAIÚSCULAS; TAMANHO DA

FONTE 12)

Apor dois espaços 1,5

Resumo: elaborar um resumo para convidar o leitor para a leitura do artigo, um parágrafo

estruturado de cinco a dez linhas, sobre o tema indicando os objetivos do estudo desenvolvido com

espaço entre linha simples; tamanho da fonte 10; com parágrafo justificado.

Apor dois espaços 1,5

Palavras-chave: escolher entre três e cinco palavras importantes sobre o tema que foi

desenvolvido, e apor como palavras-chave do artigo (fonte 12; espaço entre linhas 1,5; parágrafo

justificado).

Apor dois espaços 1,5

Iniciar a redação sobre o tema com estruturação de parágrafos, introdução, desenvolvimento e

conclusão de forma clara e ortograficamente correta. (tamanho da fonte 12; espaço entre linhas 1,5;

parágrafos justificado).

Apor dois espaços 1,5

Iniciar em ordem alfabética as Referências, conforme modelo e adaptação da NBR 6023/2002.

O artigo é uma pequena parcela de um saber maior, cuja finalidade, de um modo geral, é tornar pública

parte de um trabalho de pesquisa que se está realizando. São pequenos estudos, porém completos, que

tratam de uma questão verdadeiramente científica, mas que não se constituem em matéria para um livro.

Estrutura do Artigo

1. PRELIMINARES

- Cabeçalho – Título (subtítulo) do trabalho

- Autor(es)

- Crédito dos autores (formação, outras publicações)

2. RESUMO DO TEXTO

3. PALAVRAS-CHAVE

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4. CORPO DO ARTIGO

- Introdução – apresentação do assunto, objetivos, metodologia

- Corpo do Artigo – texto, exposição, explicação e demonstração do material; avaliação dos resultados

- Conclusões e comentários – dedução lógica

5. PARTE REFERENCIAL

- Referências bibliográficas

- Apêndices ou anexos

Obs. O Artigo Científico requisitado pelo curso de Psicanálise à Distância do CAEEP deve conter entre 3

a 4 páginas, no máximo. Deve ser redigido em fonte arial 12.

Referências:

D’ONOFRIO, Salvatore. Metodologia do trabalho intelectual. 2a.ed. São Paulo: Atlas, 2000.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 4a.

ed. São Paulo: Atlas, 2001

SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 4a.. ed.

Rio de Janeiro: DP&A, 2001

Finalidade de um Artigo Científico

• Comunicar os resultados de pesquisas, idéias e debates de uma maneira clara, concisa e

fidedigna.

• Servir de medida da produtividade (qualitativa e quantitativa) individual dos autores e das

intituições a qual servem.

• Servir de medida nas decisões referentes a contratação, promoção e estabilidade no emprego.

• É um bom veículo para clarificar e depurar suas idéias.

• Um artigo reflete a análise de um dado assunto, num certo período de tempo.

• Serve de meio de comunicação e de intercâmbio de idéias entre cientistas da sua área de

atuação.

• Levar os resultados do teste de uma hipótese, provar uma teoria (tese, trabalho científico).

• Registrar, transmitir algumas observações originais.

• Servir para rever o estado de um dado campo de pesquisa.

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ARTIGOS DE PERIÓDICO

Artigos de periódico são trabalhos técnico-científicos, escritos por um ou mais autores, com a

finalidade de divulgar a síntese analítica de estudos e resultados de pesquisas. Formam a seção

principal em periódicos especializados e devem seguir as normas editoriais do periódico a que se

destinam.

Os artigos podem ser de dois tipos:

a) originais, quando apresentam abordagens ou assuntos inéditos;

b) de revisão, quando abordam, analisam ou resumem informações já publicadas.

ESTRUTURA

A estrutura de um artigo de periódico é composta de elementos pré-textuais, elementos

textuais e elementos pós-textuais.

1. ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS

1.1 Cabeçalho

O cabeçalho é composto de:

a) título do artigo, que deve ser centralizado e em negrito;

b) nome do(s) autor(es), com alinhamento à direita;

c) breve currículo do(s) autor(es), a critério do editor, que pode aparecer no cabeçalho ou em

nota de rodapé.

1.2 Agradecimentos

Agradecimentos são menções que o autor faz a pessoas ou instituições das quais

eventualmente recebeu apoio e que concorreram de maneira relevante para o desenvolvimento do

trabalho. Os agradecimentos aparecem em nota de rodapé na primeira página do artigo ou no final

deste.

1.3 Resumo

Resumo é a apresentação concisa do texto, destacando seus aspectos de maior relevância.

Na elaboração do resumo, deve-se:

a) apresentar o resumo precedendo o texto, e escrito na mesma língua deste;

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b) incluir obrigatoriamente um resumo em potuguês, no caso de artigos em língua estrangeira

publicados em periódicos brasileiros;

c) redigir em um único parágrafo, em entrelinhamento menor, sem recuo de parágrafo;

d) redigir com frases completas e não com seqüência de títulos;

e) empregar termos geralmente aceitos e não apenas os de uso particular;

f) expressar na primeira frase do resumo o assunto tratado, situando-o no tempo e no espaço,

caso o título do artigo não seja suficientemente explícito;

g) dar preferência ao uso da terceira pessoa do singular;

h) evitar o uso de citações bibliográficas;

i) ressaltar os objetivos, os métodos, os resultados e as conclusões do trabalho;

l) elaborar o resumo com, no máximo, 250 palavras.

O resumo é denominado abstract, em inglês, resumen, em espanhol, résumé, em francês,

riassunto, em italiano e Zusammenfassung em alemão. Não deve ser confundido com o sumário.

MODELO DE PRIMEIRA PÁGINA DE ARTIGO (EXEMPLO)

QUALIDADE NA SEGURANÇA DO ACERVO NA BIBLIOTECA DE CIÊNCIA

E TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – ESTUDO DE CASO

Angela Pereira de Farias Mengatto1

Eliane Maria Stroparo1

Eutália Cristina do Nascimento Moreto1

Luzia Glinski2

Sílvia Dambroski Marcon2

Tania de Barros Bággio1

RESUMO

Demonstra a experiência de implantação do Sistema de Segurança “3M

Tatte-Tape” na Biblioteca de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Paraná.

Através da metodologia aplicada constatou-se que houve redução significativa da

perda de livros e nos custos, sendo necessário, porém, a adoção de outras medidas,

para que se possa estabelecer um nível satisfatório no item “Qualidade na Segurança

do Acervo”.

Palavras-chave: Livros – Furto; Bibliotecas – Furto de livros, Bibliotecas – Medidas de

segurança.

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Reprodução Proibida

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho propõe-se a relatar a experiência de implantação de um

sistema de segurança na Biblioteca de Ciência e Tecnologia (BCT), integrante do

Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Instalada em 1965,

a biblioteca atende atualmente a treze cursos de graduação e onze de pós-graduação,

possuindo um acervo de 49.216 volumes de livros e 3.636 títulos de periódicos e

multimeios.

1 Bibliotecária do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal

do Paraná – UFPR.

2 Bibliotecária Autônoma.

Inf. 2000, Curitiba, v.1, n.1, p.12-27. jan./jun. 1999

fonte: http://www.paratexto.com.br

1.4 Palavras-chave

Descritores (ou palavras-chave) são termos ou frases representativas dos assuntos tratados no

artigo, apresentados em uma relação de até sete palavras, e que aparecem obrigatoriamente depois do

resumo, precedidos da expressão Palavras-chave.

Recomenda-se a consulta a tesaur de áreas específicas.

2. ELEMENTOS TEXTUAIS

São os elementos que compõem o texto do artigo. Dividem-se em introdução, desenvolvimento

e conclusão.

2.1 Introdução

A introdução expõe o tema do artigo, relaciona-o com a literatura consultada, apresenta os

objetivos e a finalidade do trabalho. Trata-se do elemento explicativo do autor para o leitor.

2.2 Desenvolvimento ou Corpo

O desenvolvimento ou corpo, como parte principal e mais extensa do artigo, visa a expor as

principais idéias. É, em essência, a fundamentação lógica do trabalho.

Dependendo do assunto tratado, existe a necessidade de se subdividir o desenvolvimento nas

etapas que seguem.

2.2.1 Metodologia

Metodologia é a descrição precisa dos métodos, materiais, técnicas e equipamentos utilizados.

Deve permitir a repetição do experimento ou estudo com a mesma exatidão por outros pesquisadores.

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Reprodução Proibida

2.2.2 Resultados

Resultados são a apresentação dos dados encontrados na parte experimental. Podem ser

ilustrados com quadros, tabelas, fotografias, entre outros recursos.

2.2.3 Discussão

Restringe-se aos resultados do trabalho e ao confronto com dados encontrados na literatura.

2.3 Conclusão

A conclusão destaca os resultados obtidos na pesquisa ou estudo. Deve ser breve, podendo

incluir recomendações ou sugestões para outras pesquisas na área.

3. ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO

3.1 Citações

Citação é a menção no texto de informação extraída de outra fonte para esclarecer, ilustrar ou

sustentar o assunto apresentado.

Devem ser evitadas citações referentes a assuntos amplamente divulgados, rotineiros ou de

domínio público, bem como aqueles provenientes de publicações de natureza didática, que reproduzem

de forma resumida os documentos originais, tais como apostilas e anotações de aula.

As citações são diretas (transcrição literal de um texto ou parte dele) ou indiretas (redigidas

pelo autor do trabalho com base em idéias de outros autores) e podem ser obtidas de documentos ou de

canais informacionais (palestras, debates, conferências, entrevistas, entre outros). As fontes de que

foram extraídas as citações são indicadas no texto pelo sistema da ABNT.

3.2 Notas de Rodapé

Notas de rodapé são indicações bibliográficas, observações ou aditamentos ao texto feitos pelo

autor, tradutor ou editor.

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Reprodução Proibida

LEMBRANDO DEFINIÇÕES:

anexo: Texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação e

ilustração.

apêndice: Texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de complementar sua argumentação, sem

prejuízo da unidade nucleo do trabalho.

citação: Menção de uma informação extraída de outra fonte.

elementos pós-textuais: Elementos que complementam o trabalho.

elementos pré-textuais: Elementos que antecedem o texto com informações que ajudam na sua

identificação e utilização.

elementos textuais: Parte do trabalho em que é exposta a matéria.

glossário: Lista em ordem alfabética de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou de sentido

obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das respectivas definições.

ilustração: Desenho, gravura, imagem que acompanha um texto.

legenda: Texto explicativo redigido de forma clara, concisa e sem ambigüidade, para descrever uma

ilustração ou tabela.

legenda bibliográfica: Conjunto de elementos destinados à identificação de um fascículo e/ou volume

da publicação e dos artigos nela contidos.

nota explicativa: Nota usada para comentários, esclarecimentos ou explanações, que não possam ser

incluídos no texto.

palavra-chave: Palavra representativa do conteúdo do documento, escolhida em vocabulário controlado.

referência: Conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite

sua identificação individual.

resumo: Apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento.

sigla: Reunião das letras iniciais dos vocábulos fundamentais de uma denominação ou título.

símbolo: Sinal que substitui o nome de uma coisa ou de uma ação.

subtítulo: Informações apresentadas em seguida ao título, visando esclarecê-lo ou complementá-lo de

acordo com o conteúdo da publicação.

tabela: Elemento demonstrativo de síntese que constitui unidade autônoma.

título: Palavra, expressão ou frase que designa o assunto ou o conteúdo de uma publicação

Artigo

O artigo pode ser:

a) original (relatos de experiência de pesquisa, estudo de caso etc.);

b) de revisão.

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Reprodução Proibida

Estrutura

A estrutura de um artigo é constituída de elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais.

Elementos pré-textuais

Os elementos pré-textuais são constituídos de:

a) título, e subtítulo (se houver);

b) nome(s) do(s) autor(es);

c) resumo na língua do texto;

d) palavras-chave na língua do texto.

Elementos textuais

Os elementos textuais constituem-se de:

a) introdução;

b) desenvolvimento;

c) conclusão.

Elementos pós-textuais

Os elementos pós-textuais são constituídos de:

a) título, e subtítulo (se houver);

b) resumo em língua estrangeira (se houver);

c) palavras-chave em língua estrangeira (se houver);

d) nota(s) explicativa(s);

e) referências;

f) glossário;

g) apêndice(s);

h) anexo(s).

Elementos pré-textuais

A ordem dos elementos pré-textuais deve ser conforme 6.1.1 a 6.1.4.

Título e subtítulo

O título e subtítulo (se houver) devem figurar na página de abertura do artigo, diferenciados

tipograficamente ou separados por dois-pontos (:) e na língua do texto.

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Reprodução Proibida

Autor(es)

Nome(s) do(s) autor(es), acompanhado(s) de breve currículo que o(s) qualifique na área de

conhecimento do artigo.

O currículo, bem como os endereços postal e eletrônico, devem aparecer em rodapé indicado por

asterisco na página de abertura ou, opcionalmente, no final dos elementos pós-textuais, onde também

devem ser colocados os agradecimentos do(s) autor(es) e a data de entrega dos originais à redação do

periódico.

Resumo na língua do texto

Elemento obrigatório, constituído de uma seqüência de frases concisas e objetivas e não de uma simples

enumeração de tópicos, não ultrapassando 250 palavras, seguido, logo abaixo, das palavras

representativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave e/ou descritores, conforme a NBR 6028.

Palavras-chave na língua do texto

Elemento obrigatório, as palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas da

expressão Palavras-chave:,

separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto.

Exemplo:

Palavras-chave: Referências. Documentação.

Elementos textuais

A ordem dos elementos deve ser conforme 6.2.1 a 6.2.3.

Introdução

Parte inicial do artigo, onde devem constar a delimitação do assunto tratado, os objetivos da pesquisa e

outros elementos necessários para situar o tema do artigo.

Desenvolvimento

Parte principal do artigo, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto tratado. Divide-

se em seções e subseções, conforme a NBR 6024, que variam em função da abordagem do tema e do

método.

Conclusão

Parte final do artigo, na qual se apresentam as conclusões correspondentes aos objetivos e hipóteses.

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Reprodução Proibida

Elementos pós-textuais

A ordem dos elementos deve ser conforme já mencionado.

Título, e subtítulo em língua estrangeira

O título, e subtítulo (se houver) em língua estrangeira, diferenciados tipograficamente ou separados por

dois pontos (:), precedem o resumo em língua estrangeira.

Resumo em língua estrangeira

Elemento obrigatório, versão do resumo na língua do texto, para idioma de divulgação internacional, com

as mesmas características (em inglês Abstract, em espanhol Resumen, em francês Résumé, por

exemplo).

Palavras-chave em língua estrangeira

Elemento obrigatório, versão das palavras-chave na língua do texto para a mesma língua do resumo em

língua estrangeira

(em inglês Keywords, em espanhol Palabras clave, em francês Mots-clés, por exemplo).

Referências

Elemento obrigatório, elaborado conforme a NBR 6023.

Glossário

Elemento opcional, elaborado em ordem alfabética.

Apêndice(s)

Elemento opcional. O(s) apêndice(s) são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e

pelos respectivos

títulos. Excepcionalmente utilizam-se letras maiúsculas dobradas, na identificação dos apêndices,

quando esgotadas as

23 letras do alfabeto.

Exemplo:

APÊNDICE A – Avaliação numérica de células inflamatórias totais aos quatro dias de evolução

APÊNDICE B – Avaliação de células musculares presentes nas caudas em regeneração

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Anexo(s)

Elemento opcional. O(s) anexo(s) são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos

respectivos

títulos. Excepcionalmente utilizam-se letras maiúsculas dobradas, na identificação dos anexos, quando

esgotadas as

23 letras do alfabeto.

Exemplo:

ANEXO A – Representação gráfica de contagem de células inflamatórias presentes nas caudas em

regeneração

Grupo de controle I (Temperatura...)

ANEXO B – Representação gráfica de contagem de células inflamatórias presentes nas caudas em

regeneração

Grupo de controle II (Temperatura... )

Indicativo de seção

O indicativo de seção precede o título, alinhado à esquerda, dele separado por um espaço de caractere.

Numeração progressiva

A numeração progressiva deve ser apresentada conforme a NBR 6024.

Citações

As citações devem ser apresentadas conforme a NBR 10520.

Siglas

Quando aparecem pela primeira vez no texto, a forma completa do nome precede a sigla, colocada entre

parênteses.

Exemplo: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Equações e fórmulas

Aparecem destacadas no texto, de modo a facilitar sua leitura. Na seqüência normal do texto, é permitido

o uso de umaentrelinha maior que comporte seus elementos (expoentes, índices e outros). Quando

destacadas do parágrafo são centralizadas e, se necessário, deve-se numerá-las. Quando fragmentadas

em mais de uma linha, por falta de espaço, devem ser interrompidas antes do sinal de igualdade ou

depois dos sinais de adição, subtração, multiplicação e divisão.

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Exemplo:

x2 + y2 = z2 (1)

(x2 + y2)/5 = n (2)

Ilustrações

Qualquer que seja seu tipo (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas,

organogramas, plantas,quadros, retratos e outros), sua identificação aparece na parte inferior, precedida

da palavra designativa, seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos

arábicos, do respectivo título e/ou legenda explicativa de forma breve e clara, dispensando consulta ao

texto, e da fonte. A ilustração deve ser inserida o mais próximo possível do trecho a que se refere,

conforme o projeto gráfico.

Tabelas

As tabelas apresentam informações tratadas estatisticamente, conforme IBGE (1993).

NBR 6023:2002 - Informação e documentação - Referências - Elaboração

NBR 10522:1988 - Abreviação na descrição bibliográfica – Procedimento

Definições

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:

• citação: Menção de uma informação extraída de outra fonte.

• citação de citação: Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original.

• citação direta: Transcrição textual de parte da obra do autor consultado.

• citação indireta: Texto baseado na obra do autor consultado.

• notas de referência: Notas que indicam fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra onde

o assunto foi abordado.

• notas de rodapé: Indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos pelo autor, tradutor ou

editor, podendo também aparecer na margem esquerda ou direita da mancha gráfica.

• notas explicativas: Notas usadas para comentários, esclarecimentos ou explanações, que não

possam ser incluídos no texto.

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Como Escrever um Artigo

Stephen Kanitz

Escrever um bom artigo é bem mais fácil do que a maioria das pessoas pensa. No meu caso, português foi sempre a minha pior matéria. Meu professor de português, o velho Sales, deve estar se revirando na cova. Ele que dizia que eu jamais seria lido por alguém. Portanto, se você sente que nunca poderá escrever, não desanime, eu sentia a mesma coisa na sua idade. Escrever bem pode ser um dom para poetas e literatos, mas a maioria de nós está apta para escrever um simples artigo, um resumo, uma redação tosca das próprias idéias, sem mexer com literatura nem com grandes emoções humanas. O segredo de um bom artigo não é talento, mas dedicação, persistência e manter-se ligado a algumas regras simples. Cada colunista tem os seus padrões. Eu vou detalhar alguns dos meus e espero que sejam úteis para você também:

1. Eu sempre escrevo tendo uma nítida imagem da pessoa para quem eu estou escrevendo. Na maioria dos meus artigos para a Veja, por exemplo, eu normalmente imagino alguém com 16 anos de idade ou um pai de família. Alguns escritores e jornalistas escrevem pensando nos seus chefes, outros escrevem pensando num outro colunista que querem superar, alguns escrevem sem pensar em alguém especificamente. A maioria escreve pensando em todo mundo, querendo explicar tudo a todos ao mesmo tempo, algo em minha opinião meio impossível. Ter uma imagem do leitor ajuda a lembrar que não dá para escrever para todos no mesmo artigo. Você vai ter que escolher o seu público alvo de cada vez, e escrever quantos artigos forem necessários para convencer todos os grupos. O mundo está emburrecendo porque a TV em massa e os grandes jornais não conseguem mais explicar quase nada, justamente porque escrevem para todo mundo ao mesmo tempo. E aí, nenhum das centenas de grupos que compõem a sociedade brasileira entende direito o que está acontecendo no país, ou o que está sendo proposto pelo articulista. Os poucos que entendem não saem plenamente ou suficientemente convencidos para mudar alguma coisa.

2. Há muitos escritores que escrevem para afagar os seus próprios egos e mostrar para o público quão inteligentes são. Se você for jovem, você é presa fácil para este estilo, porque todo jovem quer se incluir na sociedade.Mas não o faça pela erudição, que é sempre conhecimento de segunda mão. Escreva as suas experiências únicas, as suas pesquisas bem sucedidas, ou os erros que já cometeu. Querer se mostrar é sempre uma tentação, nem eu consigo resistir de vez em quando de citar um Rousseau ou Karl Marx. Mas, tendo uma nítida imagem para quem você está escrevendo, ajuda a manter o bom senso e a humildade. Querer se exibir nem fica bem. Resumindo, não caia nessa tentação, leitores odeiam ser chamados de burros. Leitores querem sair da leitura mais inteligente do que antes, querem entender o que você quis dizer. Seu objetivo será deixar o seu leitor, no final da leitura, tão informado quanto você, pelo menos na questão apresentada. Portanto, o objetivo de um artigo é convencer alguém de uma nova idéia, não convencer alguém da sua inteligência. Isto, o leitor irá decidir por si, dependendo de quão convincente você for. 3. Reescrevo cada artigo, em média, 40 vezes. Releio 40 vezes, seria a frase mais correta porque na maioria das vezes só mudo uma ou outra palavra, troco a ordem de um parágrafo ou elimino uma frase, processo que leva praticamente um mês.Ninguém tem coragem de cortar tudo o que tem de ser cortado numa única passada. Parece tudo tão perfeito, tudo tão essencial. Por isto, os cortes são feitos aos poucos. Depois tem a leitura para cuidar das vírgulas, do estilo, da concordância, das palavras repetidas e assim por diante. Para nós, pobres mortais, não dá para fazer tudo de uma vez só, como os literatos. Melhor partir para a especialização, fazendo uma tarefa BEM FEITA por vez. Pensando bem, meus artigos são mais esculpidos do que escritos.

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Quarenta vezes talvez seja desnecessário para quem for escrever numa revista menos abrangente. Vinte das minhas releituras são devido a Veja, com seu público heterogêneo onde não posso ofender ninguém.Por exemplo, escrevi um artigo "Em terra de cego quem tem um olho é rei". É uma análise sociológica do Brasil e tive de me preocupar com quem poderia se sentir ofendido com cada frase.O Presidente Lula, apesar do artigo não ter nada a ver com ele, poderia achar que é uma crítica pessoal? Ou um leitor achar que é uma indireta contra este governo? Devo então mudar o título ou quem lê o artigo inteiro percebe que o recado é totalmente outro? Este é o tipo de problema que eu tenho, e espero que um dia você tenha também. O meu primeiro rascunho é escrito quando tenho uma inspiração, que ocorre a qualquer momento lendo uma idéia num livro, uma frase boba no jornal ou uma declaração infeliz de um ministro. Às vezes, eu tenho um bom título e nada mais para começar. Inspiração significa que você tem um bom início, o meio e dois bons argumentos. O fechamento vem depois. Uma vez escrito o rascunho, ele fica de molho por algum tempo, uma semana, até um mês. O artigo tem de ficar de molho por algum tempo. Isso é muito importante.Escrever de véspera é escrever lixo na certa. Por isto, nossa imprensa vem piorando cada vez mais, e com a internet nem de véspera se escreve mais. Internet de conteúdo é uma ficção. A não ser que tenha sido escrito pelo próprio protagonista da notícia, não um intermediário. A segunda leitura só vem uma semana ou um mês depois e é sempre uma surpresa. Tem frases que nem você mais entende, tem parágrafos ridículos, mas que pelo jeito foi você mesmo que escreveu. Tem frases ditas com ódio, que soam exageradas e infantis, coisa de adolescente frustrado com o mundo. A única solução é sair apagando. O artigo vai melhorando aos poucos com cada releitura, com o acréscimo de novas idéias, ou melhores maneiras de descrever uma idéia já escrita. Estas soluções e melhorias vão aparecendo no carro, no cinema ou na casa de um amigo. Por isto, os artigos andam comigo no meu Palm Top, para estarem sempre à disposição. Normalmente, nas primeiras releituras tiro excessos de emoção. Para que taxar alguém de neoliberal, só para denegri-lo? Por que dar uma alfinetada extra? É abuso do seu poder, embora muitos colunistas fazem destas alfinetadas a sua razão de escrever. Vão existir neoliberais moderados entre os seus leitores e por que torná-los inimigos à toa? Vá com calma com suas afirmações preconceituosas, seu espaço não é uma tribuna de difamação. 4. Isto leva à regra mais importante de todas: você normalmente quer convencer alguém que tem uma convicção contrária à sua. Se você quer mudar o mundo você terá que começar convencendo os conservadores a mudar. Dezenas de jornalistas e colunistas desperdiçam as suas vidas e a de milhares de árvores, ao serem tão sectários e ideológicos que acabam sendo lidos somente pelos já convertidos. Não vão acabar nem mudando o bairro, somente semeando ódio e cizânia. Quando detecto a ideologia de um jornalista eu deixo de ler a sua coluna de imediato. Afinal, quero alguém imparcial noticiando os fatos, não o militante de um partido. Se for para ler ideologia, prefiro ir direto na fonte, seja Karl Marx ou Milton Friedman. Pelo menos, eles sabiam o que estavam escrevendo. É muito mais fácil escrever para a sua galera cativa, sabendo que você vai receber aplausos a cada "Fora Governo" e "Fora FMI". Mas resista à tentação, o mercado já está lotado deste tipo de escritor e jornalista. Economizaríamos milhares de árvores e tempo se graças a um artigo seu, o Governo ou o FMI mudassem de idéia. 5. Cada idéia tem de ser repetida duas ou mais vezes. Na primeira vez você explica de um jeito, na segunda você explica de outro. Muitas vezes, eu tento encaixar ainda uma terceira versão. Nem todo mundo entende na primeira investida, a maioria fica confusa. A segunda explicação é uma nova tentativa e serve de reforço e validação para quem já entendeu da primeira vez. Informação é redundância. Você tem que dar mais informação do que o estritamente necessário. Eu odeio aqueles mapas de sítio de amigo que se você errar uma indicação você estará perdido para sempre. Imagine uma instrução tipo: "se você passar o posto de gasolina, volte, porque você ultrapassou o nosso sítio". Ou seja, repeti acima uma idéia mais ou menos quatro vezes, e mesmo assim muita gente ainda não vai saber o que quer dizer "redundância" e muitos nunca vão seguir este conselho.Neste mesmo exemplo acima também misturei teoria e dois exemplos práticos. Teoria é que informação para ser transmitida precisa de alguma redundância, o posto de gasolina foi um exemplo.

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Não sei porque tanto intelectual teórico não consegue dar a nós, pobres mortais, um único exemplo do que ele está expondo. Eu me recuso a ler intelectual que só fica na teoria, suspeito sempre que ele vive numa redoma de vidro. 6. Se você quer convencer alguém de alguma coisa, o melhor é deixá-lo chegar à conclusão sozinho, em vez de você impor a sua. Se ele chegar à mesma conclusão, você terá um aliado. Se você apresentar a sua conclusão, terá um desconfiado.Então, o segredo é colocar os dados, formular a pergunta que o leitor deve responder, dar alguns argumentos importantes, e parar por aí. Se o leitor for esperto, ele fará o passo seguinte, chegará à terrível conclusão por si só, e se sentirá um gênio. Se você fizer todo o trabalho sozinho, o gênio será você, mas você não mudará o mundo, e perderá os aliados que quer ter. Num artigo sobre erros graves de um famoso Ministro, fiquei na dúvida se deveria sugerir que ele fosse preso e nos pagar pelo prejuízo de 20 bilhões que causou, uma acusação que poderia até gerar um processo na justiça por difamação. Por isto, deixei a última frase de fora. Mostrei o artigo a um amigo economista antes de publicá-lo, e qual não foi a minha surpresa quando ele disse indignado: "um ministro desses deveria ser preso". A última frase nem foi necessária. Portanto, não menospreze o seu leitor. Você não estará escrevendo para perfeitos idiotas e seus leitores vão achar seus artigos estimulantes. Vão achar que você os fez pensar. 7. O sétimo truque não é meu, aprendi num curso de redação. O professor exigia que escrevêssemos um texto de quatro páginas. Feita a tarefa, pedia que tudo fosse reescrito em duas páginas sem perder conteúdo. Parecia impossível, mas normalmente conseguíamos. Têm frases mais curtas, têm formas mais econômicas, tem muita lingüiça para retirar. Em dois meses aprendemos a ser mais concisos, diretos, e achar soluções mais curtas. Depois, éramos obrigados a reescrever tudo aquilo novamente em uma única página, agora sim perdendo parte do conteúdo. Protesto geral, toda frase era preciosa, não dava para tirar absolutamente nada. Mas isto nos obrigava a determinar o que de fato era essencial ao argumento, e o que não era.Graças a esse treino, a maioria das pessoas me acha extremamente inteligente, o que lamentavelmente não sou, fui um aluno médio a vida inteira. O que o pessoal se impressiona é com a quantidade de informação relevante que consigo colocar numa única página de artigo, e isto minha gente não é inteligência, é treino. Portanto, mãos à obra. Boa sorte e mudem o mundo com suas pesquisas e observações fundamentadas, não com seus preconceitos. Stephen Kanitz