método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

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Serviço Público Federal Universidade Federal do Pará Centro Tecnológico Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil LORENA SOUZA PEREIRA MACÊDO MÉTODO DE MAPEAMENTO MENTAL APLICADO AO GERENCIAMENTO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARARANDEUA. Belém-PA, 2010

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Page 1: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

Serviço Público Federal

Universidade Federal do Pará

Centro Tecnológico

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil

LORENA SOUZA PEREIRA MACÊDO

MÉTODO DE MAPEAMENTO MENTAL APLICADO

AO GERENCIAMENTO NA BACIA HIDROGRÁFICA

DO RIO ARARANDEUA.

Belém-PA, 2010

Page 2: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

LORENA SOUZA PEREIRA MACÊDO

CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL – PPGEC/ UFPA.

MÉTODO DE MAPEAMENTO MENTAL APLICADO

AO GERENCIAMENTO NA BACIA HIDROGRÁFICA

DO RIO ARARANDEUA.

Dissertação submetida à banca examinadora aprovada pelo Colegiado do Curso de Mestrado em Engenharia Civil do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará, como requisito para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil na área de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental.

Belém-PA, 2010

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Biblioteca Central da Universidade Federal do Pará, Belém/PA

Macêdo, Lorena Souza Pereira, 1982–

Método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na bacia hidrográfica do rio Ararandeua / Lorena Souza Pereira Macêdo; orientadora, Ana Rosa Baganha Barp. – 2010.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Belém, 2010.

1. Recursos hídricos – Desenvolvimento. 2. Bacias hidrográficas. 3.

Água – Uso. 4. Conflito – Administração. I. Título. CDD - 22. ed. 627

Page 4: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

LORENA SOUZA PEREIRA MACÊDO

MÉTODO DE MAPEAMENTO MENTAL APLICADO

AO GERENCIAMENTO NA BACIA HIDROGRÁFICA

DO RIO ARARANDEUA.

Dissertação submetida à banca examinadora aprovada pelo Colegiado do Curso de Mestrado em Engenharia Civil do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará, como requisito para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil na área de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________ Profª. Drª. Ana Rosa Baganha Barp

(Doutora em Engenharia Civil) (Orientadora).

__________________________________________________________

Prof. Dr. Lindemberg Lima Fernandes (Doutor em Ciências: Desenvolvimento Socioambiental) (Membro)

_________________________________________________________

Profª. Drª. Aline Maria Meiguins De Lima (Doutora em Ciências: Desenvolvimento Socioambiental); (Membro Externo /UEPA).

__________________________________________________________

Prof. Dr. Claudio José Cavalcante Blanco

Coordenador do PPGEC / IT / UFPA

JULGADO EM ___/___/_____ CONCEITO______________

Page 5: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

DEDICATÓRIA

Á minha mãe, Maria de Nazaré Ribeiro, ao meu irmão,

Augusto César e ao meu esposo Alan Macêdo,

pelo amor e incentivo.

Á minha filha Aisha Macêdo,

...por tudo que representa em minha vida.

Dedico esse trabalho com todo amor.

Page 6: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

AGRADECIMENTOS

Á Deus e a Nossa Senhora de Nazaré por Suas bênçãos, sabedoria e paciência

para superar as dificuldades no decorrer deste trabalho;

À minha mãe Maria de Nazaré, por todo amor e carinho em todos os momentos e

por sempre ter lutado para não nos deixar desperdiçar a chance à formação

educacional.

Ao meu irmão Augusto César por todo apoio e incentivo.

Ao meu esposo Alan Macêdo e minha filha Aisha Macêdo pelo o que representam

em minha vida, pelo incentivo e compreensão que tiveram ao suportar minha

ausência durante as horas dedicadas à pesquisa.

Aos professores do PPGEC da Universidade Federal do Pará, em especial, Profª Drª

Ana Rosa Baganha Barp pelo grande incentivo em todos os momentos e valiosa

orientação durante o desenvolvimento deste trabalho.

Aos amigos e professores do Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos da

Amazônia, pela parceria na pesquisa e no trabalho cotidiano;

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq), Que através dos Fundos Setoriais de Recursos Hídricos e Agronegócio

apoiaram financeiramente o Projeto Água e Cidadania em Rondon do Pará, do qual

foi concebida essa Dissertação de Mestrado.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (FAPESPA) e a VALE, pelo

apoio financeiro através de bolsa de Mestrado.

À Prefeitura Municipal de Rondon do Pará, através da Secretaria

Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Rondon do Pará, pelo apoio

no trabalho de campo.

A todos que me apoiaram e contribuíram direta ou indiretamente para a realização

deste trabalho.

Page 7: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

RESUMO

O presente trabalho da análise e aplicabilidade da técnica de mapeamento mental

através de um modelo qualitativo integrado. Utilizando a metodologia informacional

através do uso do programa computacional Intelimap no contexto da pesquisa de

recursos hídricos, visando auxiliar o processo de gerenciamento dos recursos

hídricos no âmbito bacia hidrográfica do Rio Ararandeua predominante no município

de Rondon do Pará. A pesquisa comprometida em esclarecer sobre os fatores que

estão relacionados com uma problemática ambiental, envolvendo bacias

hidrográficas urbanas e peri-urbanas, apresenta a concepção sobre os conflitos por

uso da água - uma realidade de conciliar a demanda dos usos consuntivos com a

disponibilidade de recursos hídricos. Procura- se analisar sobre a ocorrência de

conflitos por uso da água na região de Rondon do Pará, onde os usos que

sobressaem na região são para as atividades econômicas (basicamente indústria

extrativa de madeira e pecuária). A metodologia a ser empregada neste trabalho

será realizada através de uma ferramenta computacional suportada na teoria do

mapeamento mental. O modelo qualitativo apresenta-se como um importante

instrumento de avaliação da problemática situação existente na área de estudo,

através do qual serão agrupadas informações sistematizadas de levantamentos

bibliográficos e de observações locais, unindo componentes de causas e efeitos

representativos. A identificação e qualificação dos conflitos decorrentes dos usos

múltiplos da água serão realizadas a partir de entrevistas com os atores sociais da

área para posteriormente serem feitas análise nas informações segundo o

procedimento QC STORY, no qual será adota as seguintes etapas; Problema

(identificação do problema), Observação (reconhecimento dos aspectos do

problema), Análise (descoberta das principais causas. E posteriormente aplicar uma

técnica de metodologia informacional desenvolvendo a qualificação de conceitos,

chegando-se a pretensão da pesquisa para alcançar os seus objetivos, de

representação por mapas mentais dos aspectos gerais dos conflitos por uso

múltiplos da água na região decorrente da degradação ambiental do rio Ararandeua.

Palavras-chave: Gestão de Recursos Hídricos. Conflitos por múltiplos usos da água. Mapeamento mental. Metodologia informacional.

Page 8: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

ABSTRACT

This work of analysis and applicability of the technique of mind mapping through an

integrated qualitative model. Using the methodology through the use of informational

program Intelimap computational research in the context of water resources, to assist

the process of water resources management in river basin Ararandeua predominant

in Rondon do Pará research committed to clarify the factors that are related to an

environmental issue involving watershed urban and peri-urban areas, presents the

design on the conflicts in water use - a fact to reconcile the demands of consumptive

uses with the availability of water resources. It seeks to analyze the occurrence of

water use conflicts in the region of Rondon do Pará, where the uses that stand in the

region is for economic activities (primarily wood extractive industry and livestock).

The methodology to be employed in this work will be accomplished through a

computational tool supported the theory of mind mapping. The qualitative model is

presented as an important tool to evaluate the problematic situation in the study area,

through which information will be grouped systematized bibliographical surveys and

site observations, linking components representative of causes and effects. The

identification and characterization of conflicts arising from multiple uses of water will

be conducted through interviews with social actors in the field for later analysis on the

information made under the procedure QC STORY, which will adopt the following

steps; Problem (problem identification ) Note (recognition of aspects of the problem),

Analysis (discovery of the main causes. And then apply a technique developed

methodology informational classification of concepts, coming to claim the research to

achieve its objectives, to be represented by mental maps general aspects of the

conflict by using multiple water in the region due to environmental degradation of the

river Ararandeua.

Keywords: Water Resources Management. Conflicts of multiple uses of water. Mapping mental. Methodology informational.

Page 9: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Localização do município de Rondon do Pará............................................. 27

FIGURA 2: Arco do Desmatamento na Amazônia e localização do Município de

Rondon do Pará. ............................................................................................................

28

FIGURA 3: Mapa da divisão em sub-bacias do rio Ararandeua..................................... 29

FIGURA 4: Localização da bacia do rio Ararandeua: divisão hidrográfica nacional; localização da região hidrográfica atlântico nordeste ocidental com as sub-divisões; bacia hidrográfica do rio Ararandeua..............................................................................

30

FIGURA 5: Exemplo de mapa mental, brainstorming.................................................... 35

FIGURA 6: Exemplo de mapa mental estruturado......................................................... 37

FIGURA 7: Mapa mental, gerado a partir do conceito de conflitos de uso da água a

partir de informações......................................................................................................

38

FIGURA 8: Menu de acesso do InteliMap –Árvore de Idéias ou fatos........................... 40

FIGURA 9: Modelo esquemático da pesquisa................................................................ 41

FIGURA 10: Estrutura gráfica do QC Story.................................................................... 44

FIGURA 11: Exemplo comum de queimadas................................................................. 48

FIGURA 12: Exemplo de área desmatada na bacia do rio Ararandeua......................... 49

FIGURA 13: Produção agrícola próxima da nascente do rio.......................................... 49

FIGURA 14: Rio Ararandeua, próximo a nascente......................................................... 50

FIGURA 15: Atividade de carvoaria na bacia................................................................. 50

FIGURA 16: Despejo de efluentes domésticos em local inadequado em desconformidade com a legislação ambiental.................................................................

51

FIGURA 17: Degradação ambiental devido efluentes domésticos no rio Ararandeua... 51

FIGURA 18: Despejo inadequado de efluentes industriais (matadouro) na área

urbana..............................................................................................................................

52

FIGURA19: Problemas na rede de drenagem de água pluviais na área urbana............ 52

FIGURA 20: Disposição inadequada de resíduos sólidos na área urbana..................... 53

FIGURA 21: Processo de extração mineral na bacia do rio Ararandeua........................ 53

FIGURA 22: Uso industrial da água no laticínio.............................................................. 54

FIGURA 23: Uso da água para produção agrícola......................................................... 54

Page 10: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

FIGURA 24: Uso da água para atividade de piscicultura................................................ 55

FIGURA 25: Comunidade que utiliza a água para o consumo doméstico...................... 55

FIGURA 26: Localização dos usos e suas características no sistema – ZONA RURAL 61

FIGURA 27: Localização dos usos e suas características no sistema – ZONA URBANA..........................................................................................................................

61

FIGURA 28: Mapa mental, gerado a partir do desenvolvimento da pesquisa sobre “Cenários estratégicos em recursos hídricos: estudo da bacia do rio Ararandeua”........

63

FIGURA 29: Mapa mental, gerado a partir do desenvolvimento da pesquisa sobre “O reflexo da degradação ambiental e sua relação com a gestão hídrica da bacia hidrográfica do rio Ararandeua – Pa”..............................................................................

64

FIGURA 30: Mapa mental, gerado a partir do resultado da pesquisa sobre “Avaliação da sustentabilidade do uso da água na bacia hidrográfica do rio Ararandeua: estudo de caso de Rondon do Pará”..........................................................................................

64

FIGURA 31: Mapa Mental, Trecho do rio Ararandeua que apresentam pior valor de IQA...................................................................................................................................

65

FIGURA 32: Mapa Mental, Conflito por uso da água na Zona Urbana........................... 66

FIGURA 33: Mapa Mental, Conflito por uso da água na Zona Rural.............................. 66

Page 11: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Tipologias de conflitos pelo uso da água............................. 22

QUADRO 2: Resumo das Características de Alguns dos Setores dos

Recursos Hídricos e suas Tendências......................................................

24

QUADRO 3: O uso de medidas não-estruturais na solução de conflitos.

31

Page 12: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

SUMÁRIO

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO, HIPÓTESE, OBJETIVOS.......................................

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................

2. OBJETIVOS..........................................................................................................

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................

2.1 - Elementos de interface na gestão da água...................................................

2.1.1 Bacia hidrográfica...........................................................................................

2.1.2 Gestão e Gerenciamento de Rhi....................................................................

2.1.3 Planejamento...................................................................................................

2.1.4 Legislação.......................................................................................................

2.2 - Conflitos por Usos múltiplos da água...........................................................

2.2.1 Usos múltiplos da água..................................................................................

2.2.2 Conflito Sócio Ambiental...............................................................................

2.2.3 Conflito por usos múltiplos da água........................................................

2.3 – Área de estudo: a bacia hidrográfica do rio Ararandeua............................

2.3.1 Localização Geográfica..................................................................................

2.4 – A interface dos Impactos ambientais com a Educação ambiental............

2.4.1 Impactos ambientais......................................................................................

2.4.2 Medidas não-estruturais............................................................................

2.4.3 Educação ambiental.......................................................................................

CAPÍTULO III. MODELAGEM QUALITATIVA COMO SUPORTE PARA A

GESTÃO DE CONFLITOS POR MÚLTIPLOS USOS DA ÁGUA..........................

3.1 Metodologia informacional...............................................................................

3.2 Mapeamento Mental...........................................................................................

CAPÍTULO IV – MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................

4.1 Caracterização básica do método....................................................................

4.2 O Modelo Qualitativo e Resultados (Análise dos Dados, Aplicação do

modelo qualitativo)..................................................................................................

4.2.1 Modelos qualitativos......................................................................................

4.2.2 Análise de dados (Resultado)........................................................................

4.3 Aplicação do modelo qualitativo......................................................................

CAPÍTULO V – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...............................................

CAPÍTULO VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................

ANEXO......................................................................................................................

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Page 14: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

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CAPÍTULO I – Introdução, Hipótese, Objetivos.

1 INTRODUÇÃO

A região Amazônica abriga uma grande parte da água das bacias

hidrográficas, porém observa-se que a população não consegue lidar

satisfatoriamente com esse recurso. A partir do principio de que a água é um recurso

finito e vulnerável, essencial para sustentar a vida. Segundo Uhly e Lopes de Souza

(2004), a escassez e o mau uso desse recurso são fatores de crescente risco ao

desenvolvimento sustentável e á proteção do meio ambiente.

O processo de expansão urbana, as grandes procuras pelos recursos

hídricos, suportada por interesses diferenciados e a sua escassez, conseqüência da

degradação ambiental, levam à ocorrência de conflitos por usos múltiplos da água,

principalmente nas bacias densamente urbanizadas. Os conflitos de uso causam

problemas mais imediatos como às inundações urbanas, a contaminação e poluição

de águas superficiais e subterrâneas e a escassez de água para abastecimento

público colocando em deficiência a saúde pública e o saneamento ambiental de

concentrações populacionais. Desse modo, envolvendo futuramente elevados

custos sociais, ambientais e econômicos para sua correção. A identificação dos

conflitos pelo uso múltiplo da água da bacia hidrográfica do Rio Ararandeua vem a

ser o objeto central desta pesquisa entendidos como um fato inserido numa grande

problemática dos dias atuais, relacionados com o agravamento dos impactos

ambientais das bacias hidrográficas urbanas e peri-urbanas. Seguindo da

qualificação dos potenciais processos indicadores de conflitos que estão diretamente

relacionados aos mesmos será de grande contribuição para a área de pesquisa por

buscar possíveis soluções como instrumento de apoio a tomada de decisões no

âmbito da gestão de recursos hídricos e, por sua vez, trazer melhoria para a

qualidade de vida da população e seu ambiente natural.

A estrutura básica pretendida para dissertação da pesquisa será

composta por capítulos que fundamentarão o estudo. Incluindo a realidade empírica

observada na região de Rondon do Pará. O trabalho contará com o arcabouço que

envolve uma pesquisa qualitativa, baseando – se na analise de procedimentos de

Page 15: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

15

resolução de problemas juntamente com a metodologia informacional que darão

suporte para o desenvolvimento da pesquisa e resultados.

Inicialmente, no capitulo 1, será apresentada uma concisa Introdução

abordando a Justificativa da pesquisa, a Realidade Empírica Observada, Hipótese,

Objetivos, Motivação e o Conteúdo dos Capítulos. Questões importantes para um

primeiro momento, como compreensão do que se trata a pesquisa.

Para um segundo, momento compondo o capitulo 2, introduzirá a revisão

bibliográfica que irá fundamentar o trabalho descrevendo importantes conceitos,

categorias e noções, tais como: a Bacia hidrográfica; Gestão e Gerenciamento de

recursos hídricos; Planejamento; Legislação; Conflito Sócio Ambiental; Usos

múltiplos da água; Área de estudo; Impactos ambientais; Educação ambiental;.

O capitulo 3 descreverá sobre a Modelagem qualitativa como suporte para

a gestão de conflitos por múltiplos usos da água. Desta forma, fazem parte deste

capitulo os temas: Metodologia informacional e Mapeamento Mental.

O próximo capítulo apresentará questões que envolvem modelos

qualitativos e resultados da pesquisa, inclusos na caracterização básica do método,

destacando a análise de dados, além da aplicação do modelo qualitativo.

O capitulo seguinte versará sobre a discussão dos resultados. Destacará

introduzido no contexto do trabalho o tema Processo decisório, de importância

relevante para um processo de tomada de decisão, questão em evidência para tal

pesquisa.

O último capítulo apresentará Conclusões e Sugestões para estudos

futuros fundamentado em conceitos sobre Medidas não-estruturais e Educação

ambiental.

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2 OBJETIVOS

Geral

Identificar e qualificar os potenciais processos indicadores de conflitos que

estão diretamente relacionados aos múltiplos usos da água na bacia do rio

Ararandeua.

Específicos

Aplicar a metodologia informacional no contexto da pesquisa de recursos hídricos,

visando auxiliar o processo de gerenciamento dos recursos hídricos no âmbito

bacia hidrográfica do Rio Ararandeua.

Analisar a aplicabilidade da técnica de mapeamento mental através de um modelo

qualitativo integrado utilizando como análise auxiliar o procedimento QC STORY

(KUME, 1993), seguindo as etapas; Problema (identificação do problema),

Observação (reconhecimento dos aspectos do problema) e Análise (descoberta

das principais causas).

Aplicar as ferramentas informacionais como instrumento para a elaboração de

uma Cartilha de Educação Ambiental, propondo uma estratégia de ensino

estimulando à participação do educando e o interesse nas questões ambientais e

impactos causados pelas atividades antrópicas.

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CAPÍTULO II– Fundamentação Teórica

2.1 - Elementos de interface na gestão da água

2.1.1 Bacia hidrográfica Adotando a bacia hidrográfica, tal como Tucci (2001):

Um sistema físico onde a entrada é o volume de água precipitado e a saída é o volume de água escoado pelo exutório (ponto de saída), considerando-se como perdas intermediárias os volumes evaporados e transpirados e também os infiltrados profundamente.

Esta área física é uma importante unidade de planejamento e de

execução de atividades sócio-econômicas, ambientais, culturais e educativas

objetivando adequação de uso, controle e proteção das águas.

Sua importância está norteada por ser um dos fundamentos da Política

Nacional de Recursos Hídricos, a bacia hidrográfica como unidade territorial para

implementação da mesma e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hídricos (Lei 9.433/97).

Em se tratando de bacias hidrográficas urbanas e peri-urbana, entende-

se, a primeira denominação por aquela que está localizada nas áreas mais

urbanizadas, se comparadas às outras e a segunda pela localização nas áreas em

que há intersecção das zonas urbanas e rurais. Enquadrando-se as suas

características ao cenário que reflete os conflitos de uso do recurso hídrico no que

diz respeito aos usos consuntivos e usos não-consuntivos. Estes respectivamente

entendidos por aquele em que há o consumo efetivo da água e o uso em que o

consumo da água não ocorre ou é muito pequeno. (TUCCI, HESPANHOL e NETTO,

2001; FEPAM, 2006).

2.1.2 Gestão e Gerenciamento de Recursos Hídricos

Page 18: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

18

A gestão de recursos hídricos é tratada por Sett et al (2001), como a

gestão das águas, sendo entendida como uma atividade analítica e criativa voltada à

formulação de princípios e diretrizes, para o preparo de documentos orientadores e

normativos, estruturação de sistemas gerenciais e tomada de decisões que têm por

objetivo final promover o inventário, uso, controle e proteção dos recursos hídricos.

Para tanto a definição de gerenciamento está englobada na gestão apresentando-se

incluída, considerada uma atividade de governo.

Sett et al (2001), resume então, considerando que uma gestão das águas

eficiente deve ser constituída por uma política, que estabeleça as diretrizes gerais,

um modelo de gerenciamento,que estabeleça a organização legal e institucional e

um sistema de gerenciamento, que reúna os instrumentos para o preparo e

execução do planejamento do uso, controle e proteção das águas.

Em se tratando de bacia hidrográfica, para Freitas (2000) a gestão de

bacias hidrográficas representa:

Uma ação conjunta dos diferentes atores envolvidos (sociais, econômicos ou socioculturais), no intuito de melhor adequar o uso, controle e proteção de um recurso natural, sujeitando as respectivas ações antrópicas à legislação ambiental existente, visando atingir deste modo o desenvolvimento sustentável.

Por essa concepção adota-se a bacia hidrográfica, segundo fundamento

em que se baseia a Política Nacional de Recursos Hídricos, considerando-a como

unidade de planejamento e gerenciamento de recursos hídricos, o marco referencial,

a principal ferramenta para se trabalhar o contexto do problema. Além de determinar

na gestão, proporcionar o uso múltiplo de forma integrada e descentralizada,

contando com ampla participação social.

2.1.3 Planejamento

Constata-se na visão de Mauad e Lima (2003), a importância do

planejamento, o qual os autores tratam por estratégico para o desenvolvimento

sustentável com o objetivo de orientar as decisões futuras.

Neste sentido Barp (2004), enfatiza que a adoção da bacia hidrográfica

como unidade de planejamento serve também para facilitar a promoção do

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19

desenvolvimento sustentável e a interação entre regiões hidrológicas com interesses

comuns e\ou conflitantes.

Almeja-se um planejamento e gerenciamento sustentável de recursos

hídricos que pratica a noção de participação dos usuários da água -principais

interessados- que incorpore a informação, a educação e mobilização dos usuários,

procurando chegar a um consenso, em se tratando do contexto focado nos conflitos

entre os setores de usuário da água.

Entende-se então por planejamento, um processo sucessivo que envolve

decisões ou escolhas de formas alternativas de utilização das soluções disponíveis

com o objetivo de atingir metas característica em um determinado tempo no futuro.

Tal técnica, além de envolver definição de objetivos e prioridades estuda as diversas

conseqüências do plano de ação.

Em sentido amplo, para resolver problemas relacionados com recursos

hídricos e seus múltiplos usos, o planejamento visa soluções, desenvolvendo

atividades que envolvem desde uma concepção inicial até um programa de obras,

beneficiando a comunidade e localidades necessitadas de suas ações.

2.1.4 Legislação A respeito da evolução da legislação do setor, toma-se por marco base

para os princípios orientadores da gestão de águas para tal estudo, a Política

Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433/97, referentes ao uso da água no Brasil,

quando o mesmo introduz novo modelo de gestão da água. Sendo que

anteriormente era marcado seguindo do Código de Águas caracterizado pelo modelo

“burocrático” de gestão da água, com seqüência do modelo “econômico-financeiro”,

sofrendo transição para o modelo “sistêmico de integração participativa”. A

existência destes três modelos de gestão da água foi mencionada sob a óptica de

aplicação de modelos de gerenciamento de Recursos Hídricos segundo Setti et AL

(2001).

Conforme Tucci, Hespanhol e Netto (2000), a Política desdobra-se em:

fundamentos, objetivos, diretrizes de ação e Instrumentos.

Dentre os instrumentos previstos, destacam-se os Planos de Recursos

Hídricos, como documentos que consolidam o processo de planejamento prévio da

Page 20: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

20

utilização, preservação e recuperação dos recursos hídricos; a outorga de direitos de

uso, como meio de assegurar e controlar os direitos de uso desses recursos e a

cobrança pelo uso da água, como meio de reconhecer o valor econômico desta e

incentivar a racionalização de seu uso. Alem de tratar do enquadramento dos corpos

de água em classes, segundo seus usos preponderantes; a compensação aos

municípios e assim como o sistema de informações sobre recursos hídricos.

Instrumentos estes que recebem destaque por sua implementação nas unidades de

planejamento ser de extrema importância para a definição das ações em um

processo de gestão.

Sobre os Estados e Municípios sabe-se que as leis estaduais tratam de

política, diretrizes e critérios de gerenciamento dos recursos hídricos que prevêem o

instrumento da outorga e a constituição de Comitês de Bacias Hidrográficas de

composição variável, porém a participação dos usuários é comum a todas.

No que concerne ao Estado do Pará, tem-se a Lei Estadual no. 5793 de

04/01/1994 que define a política Minerária e Hídrica do Estado, seus objetivos,

diretrizes, instrumentos, e contém disposições distintas das demais leis estaduais já

aprovadas. Além desta, destaca-se para o Estado a Lei n.º 6.381, de 25 de Julho de

2001 que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e instituí o Sistema

de Gerenciamento de Recursos Hídricos, como proposta de suprir a necessidade de

uma legislação específica sobre recursos hídricos, no momento em que o Pará faz

parte da região do Brasil, tratada como a mais rica em água.

2.2 - Conflitos por Usos múltiplos da água

2.2.1 Usos múltiplos da água Para a gestão dos recursos hídricos, segundo fundamentos da Política

Nacional dos Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/97), a mesma deve sempre

proporcionar o uso múltiplo das águas.

Quando se pensa em usos múltiplos da água, essencialmente reflete-se o

desequilíbrio decorrido do crescimento populacional somado ao desenvolvimento

econômico gerando um aumento da intensidade e variedade dos usos acometendo

a pratica que denominamos de usos múltiplos. Dentre os mesmos destacam-se:

Page 21: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

21

abastecimento humano; consumo industrial; irrigação; recreação; dessedentação de

animais; geração de energia elétrica; transporte; diluição de despejos; preservação

da flora e fauna.

Neste contexto, a disponibilidade hídrica qualitativa ou quantitativa pode

tornar-se insuficiente para atender todas as demandas existentes, ocorrendo o que

se convencionou chamar de conflito de uso da água.

2.2.2 Conflito Sócio Ambiental

A concepção dos conflitos passou a ser essencial para o planejamento de

gestão dos mesmos. No propósito que os tomadores de decisão devem aprofundar-

se na diferenciação entre esses conceitos, pois é notório que grande parte dos

conflitos acontece pela ocorrência de interesses distintos. Sendo assim, no que

concernem alguns autores fazem as seguintes conceituações:

Conflito é uma palavra que se origina do latim e significa colisão, choque,

desavença, embate conforme Little (2001). Os conflitos são divergências naturais,

decorrente de convívios de pessoas ou de grupos que diferem em atitudes, crenças,

valores ou necessidades, e podem ser conceituados como formas de

enfrentamentos sociais, onde as dimensões, os níveis e a intensidade dos conflitos

variam consideravelmente, atenta Wolf (1998).

Para Nandalal e Simonovic (2003), conflito é um também é considerado

um desentendimento natural resultante de atitudes, opiniões, valores, ou

necessidades de diferentes indivíduos ou grupos dentro de uma sociedade.

Segundo o “Netherlands Organisation for Social Research”-NOSR (2007

apud CAP-NET, 2008) define-se conflito da seguinte forma:

Conflito é um processo que começa quando um indivíduo ou grupo percebe diferenças entre si próprio e da oposição e outro indivíduo ou grupo sobre interesses e recursos, as crenças, valores e práticas que interessam a eles. Este processo pode ser aplicado ao ver todos os tipos de partes - as nações, organizações, grupos ou indivíduos - e para todos os tipos de conflito - a partir de tensões latentes ao manifesto violência.

Pode-se entender a partir da concepção de que conflitos partem das

disputas entre diferentes atores e setores por um bem comum, neste caso, conflitos

Page 22: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

22

sociais onde os atores apresentam interesses que divergem com relação aos

recursos naturais e de uso do meio ambiente comum.

Na compreensão de Louzada (2008), conflitos ambientais podem ser

classificados em dois principais grupos, os conflitos relacionados a problemas

globais ou regionais, entendidos como problemas conflitantes de proteção de

florestas, de espécies em extinção, recursos hídricos, poluição do solo e ar, entre

outros; e os conflitos relacionados a problemas localizados, que são aqueles que

interferem direta e localmente nas partes envolvidas nas disputas.

Considerando a conjuntura abordada, em meio a conflitos, tem-se um

evento envolvido aos usos da água partindo de diferentes interesses. Dessa forma

faz-se necessária a gestão de tais conflitos buscando-se discernimento em

pesquisas para identificação e sugestões de mediação, subsidiada em programas de

planejamento de gestão.

Segue-se então nesta linha de abrangência, buscando a interseção entre

conflitos ambientais e conflitos relacionados a problemas localizados para melhor

entender a dinâmica de aproveitamento de um recurso hídrico para múltiplas

atividades, vinculadas a prática de ações com interesse comum envolvendo uma

região e seus grupos sociais, levando a confrontos diretos e indiretos, reconhecendo

nestes, os conflitos socioambientais pelo uso múltiplo da água.

2.2.3 Conflito por usos múltiplos da água

Os conflitos são originados pela falta de disponibilidade de água na

quantidade e/ou qualidade necessária para atender a todos os usuários. Os usuários

em conflito podem ser do mesmo setor de atividade ou não. Logo no contexto

regional, reportando-se ao uso das águas em pequenos municípios, o interesse de

diferentes atores para atender a uma distinta atividade que envolve um recurso

hídrico caracterizam-se os tipos de conflitos como: conflitos entre usuário e conflitos

setoriais segundo percepção da situação local.

Conforme Nascimento (2001) todo conflito tem um conjunto de elementos

que o caracterizam e regem sua evolução e intensidade, considerando como

principais, a natureza, atores sociais diversos, campo especifico, objeto em disputa,

lógica ou dinâmica de evolução, mediadores e tipologia. Neste sentido apresenta-se

Page 23: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

23

como ponto de partida para entendimento dos conflitos pelo uso da água o quadro 1

com o resumo das tipologias de conflitos por múltiplos usos da água apresentadas

por Louzada (2009) conforme os autores citados no quadro, e suas respectivas

definições.

Autores Tipos de Conflitos Definições

Gleick (2008)

Controle de Recursos Hídricos As raízes das tensões estão associadas ao abastecimento de água ou ao acesso às fontes de água.

Ferramenta Militar Os recursos hídricos são utilizados como uma arma por uma nação ou Estado, durante uma ação militar.

Alvo Militar Os recursos hídricos são alvo de ações militares por nações ou Estados

Instrumento político Os recursos hídricos são utilizados tanto por Nações, Estados, ou agentes privados como um objetivo político.

Terrorismo Conflitos em que os recursos hídricos são alvos ou instrumentos de violência e/ou de coerção por agentes não-estatais.

Conflitos de desenvolvimento Os recursos hídricos são uma grande fonte de controvérsias e conflitos no contexto do desenvolvimento econômico e social.

Lanna (2002) Conflitos de Disponibilidade Quantitativa

Ocorre uma escassez quantitativa da disponibilidade de água em função de uso intensivo.

Conflitos de Disponibilidade Qualitativa

Decorrentes da poluição e/ou contaminação da água.

Conflitos de Destinação de Uso A utilização das águas é realizada em discordância das decisões políticas de usos.

CPT (2004) Apropriação particular pelo uso da água

Estas tipologias relacionam-se as situações que caracterizam os conflitos, ou seja, as fontes que desencadeiam os conflitos. Uso e preservação

Barragens e açudes

Cordeiro Netto (2006)

Conflitos entre usuários de mesma categoria

Conflitos entre usuários de uma mesma categoria de uso dos recursos hídricos;

Conflitos verificados entre usos distintos

Conflitos entre usos de água para fins distintos;

Conflito entre uso produtivo e conservação ambiental

Conflitos de usos das águas em processos produtivos, diante da possibilidade de conservação hídrica.

Conflito no tempo, no espaço e na fase de planejamento de hidrelétricas

Conflitos decorrentes de planejamento, construções e operações de usinas hidrelétricas.

Malta (2006) Conflitos pelo uso da água Entre setores usuários de águas nas bacias hidrográficas.

Conflitos de cunho institucional Envolvendo articulações políticas e institucionais.

Conflitos pela regulamentação da Política Nacional de recursos Hídricos

Conflitos envolvendo competências legais e administrativas dos recursos hídricos.

Quadro 1 :Tipologias de conflitos pelo uso da água. Fonte: LOUZADA, 2009 [Adaptado de Gleick (2008), Lanna (2002), CPT (2004), Cordeiro Netto

(2006) e Malta (2006).]

Page 24: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

24

Assim posto, as tipificações de conflitos por múltiplos usos da água

podem ser apuradas, podendo conforme as particularidades a que devem ser

atribuídas, pretendendo contribuir para as esferas em que são encontradas e

identificadas. Pretende-se contribuir com uma classificação de tipos e definições de

conflitos relacionados aos conflitos por múltiplos usos da água na bacia hidrográfica

do rio Ararandeua.

Segundo a Agência Nacional de Água – ANA (2008), “A gestão dos

recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas". A afirmação

está na Lei 9.433, de 08 de janeiro de 1997, artigo 1º, que institui a Política Nacional

de Recursos Hídricos, entre outros aspectos. Tendo esse enunciado como um dos

seus fundamentos. No entanto, devido ao alto crescimento da demanda de energia

elétrica e da água destinada ao abastecimento público, industrial e agrícola, o uso

múltiplo das águas provocou o surgimento de conflitos que envolvem principalmente

aspectos ambientais.

Na escala nacional, estudiosos procuram, objetivando a gestão da água

no Brasil, avaliar a situação atual e as perspectivas futuras, resultando deste

argumento um resumo das características de alguns setores dos recursos hídricos e

suas tendências, no quadro 2.

Page 25: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

25

Setor Principais problemas Tendências Necessidades

Institucional incipiente da legislação dos recursos hídricos

-regulamentação da cobrança pelo uso da água

excessiva na gestão dos recursos hídricos

institucional das bacias com conflito

Agência Nacional da Água (ANA)

da cobrança pelo uso da água

institucional em nível federal e estadual

gestão, com maior participação dos municípios e da população e da iniciativa privada

ntação institucional do Sistema

Desenvolvimento Urbano mananciais

de tratamento dos efluentes;

institucionais

com risco de inundação

urbana que agravam enchentes

limitações na disposição de resíduos sólidos

grandes cidades, com falta de manancial de abastecimento

construção de canais de drenagem que somente agravam as enchentes

condições ambientais das cidades médias que são pólos de desenvolvimento

das cidades com aumento de doenças de veiculação hídrica

treinamento de profissionais municipais

federais que tratem o gerenciamento integrado dos recursos hídricos e meio ambiente das cidades

desenvolvimento de planos diretores de saneamento e drenagem urbana

financiamento para apoio aos planos das cidades

Desenvolvimento Rural agropecuária com o abastecimento de água às populações humanas

assoreamento dos rios

irrigação

dos efluentes

pagamento pelo uso da água o que dificulta a racionalização do uso desse insumo

áreas com oferta hídrica e solo adequados

específicas onde a oferta de água é crítica nos anos de estiagem

conservação do solo em algumas regiões

ação da agricultura com redução de mão-de-obra

rural, principalmente nas áreas deficientes

programas de eficiência agrícola e ambiental através de financiamento da produção

pelo uso da água como mecanismo de melhoria da eficiência

comitê e agência de bacia para as áreas críticas

Quadro 2: Resumo das Características de Alguns dos Setores dos Recursos Hídricos e suas Tendências.

Fonte: adaptado de Tucci,Hespanhol e Netto(2000).

Page 26: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

26

Enfatiza- se, o início do enfoque do desenvolvimento sustentável e gestão

integrada de recursos hídricos. A tendência da expansão agrícola em áreas com

oferta hídrica e solos adequados. Contrastando com a realidade da presença de

conflito em regiões específicas onde a oferta de água é crítica, situação referente às

questões relacionadas com as multiplicidades de usos inadequados e deficientes de

gestão.

Sendo assim, para Barp (2004) da identificação do conflito pelo uso da

água, cada vez mais freqüente, percebe-se que a gestão eficiente dos recursos

hídricos, que deve propor a integração harmônica dos usos da água ao sistema

hídrico, toma um caráter emergencial. O gerenciamento dos recursos hídricos surge

como solução para a resolução de grande parte desses problemas.

2.3 – Área de estudo: a bacia hidrográfica do rio Ararandeua.

2.3.1 Localização Geográfica

O município de Rondon do Pará pertence à mesorregião do Sudeste

Paraense e à microrregião de Paragominas com uma população estimada de 47.776

habitantes (IBGE, 2009), e área territorial de 8.241,10 km², é produto do modelo

desordenado de ocupação da Amazônia nas décadas de 60-70(MMA/SCA/SPRN,

2003). Resultante de um processo migratório intenso e de exploração predatória dos

recursos naturais. A Bacia Hidrográfica do Rio Ararandeua, área de estudo da

pesquisa, se encontra na sede administrativa do Município de Rondon do Pará,

demonstrada na Figura 1. Localiza-se na região sudeste do estado do Pará, com

uma área total 10.742,62 km², desta 95,22 % estão no estado do Pará e 4,78% no

estado do Maranhão.

Page 27: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

27

Figura 1: Localização do município de Rondon do Pará

Fonte: IBGE. (2002).

Deve-se observar que esse município encontra-se na região do Estado,

onde o incremento na velocidade do desmatamento ocorreu, com maior intensidade,

nos três últimos anos, uma região que possui um dos maiores índices de

desmatamento em todo território brasileiro. Conforme Magalhães (2008), hoje possui

menos de 40% de sua área inalterada, estando localizado na área denominada de

Arco do Desmatamento1, conforme mostra a Figura 2, onde estão situados os 50

municípios responsáveis por 70% do desmatamento ocorrido no período de 2000-

2003 na Amazônia.

1 A maior parte do desmatamento na região tem se concentrado ao longo de um “Arco” que se

estende entre o sudeste do Maranhão, o norte do Tocantins, sul do Pará, norte de Mato Grosso, Rondônia, sul do Amazonas e o sudeste do Acre, Brasil. (2004).

Page 28: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

28

Figura 2: Localização do município de Rondon do Pará no “arco desflorestamento”.

Fonte: Base cartográfica do IBGE. Monteiro, et al (2006).

Na hidrografia de Rondon do Pará, destaca-se o rio Surubiju. Entretanto,

o rio Ararandeua é o principal rio do município, o qual nasce em terras do Estado do

Maranhão, mas tem todo o seu curso atravessando o Município na direção Sudeste-

Noroeste-Norte e recebe, pela margem direita, vários rios e igarapés de relativa

extensão.

O município conta com a intervenção da Secretaria Municipal de Ciência,

Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo - SECMA criada através da Lei Municipal nº

472, de 20 de outubro 2005 no seu processo de gestão ambiental. Embasado na Lei

Municipal nº. 412/2002, de 27 de maio de 2002, instituiu-se o Conselho Municipal do

Meio Ambiente (CONSEMA) -, com competência deliberativa, composto

majoritariamente por representantes da sociedade civil. Já a Política Municipal de

Proteção, Controle, Conservação e Recuperação do Meio Ambiente, foi instituída

pela Lei Municipal nº 421, de 27 de setembro de 2002, cuja criação se deu no

mesmo ato o Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente e o Sistema Municipal

de Informações e Cadastros Ambientais, como órgãos integrantes do Sistema

Municipal de Meio Ambiente.

A divisão da bacia hidrográfica por área de drenagem consiste em duas

zonas distintas: o Alto Rio Ararandeua e o Baixo - Médio Rio Ararandeua,como

Page 29: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

29

mostra a figura 3. O rio Ararandeua compreende os Estados do Pará e o Estado do

Maranhão, com os municípios de Rondon do Pará-PA e Açailândia-MA.

Figura 3: Mapa da divisão em sub-bacias do rio Ararandeua

Fonte: CACELA FILHO (2009).

A economia local do município de Rondon do Pará ainda é sustentada

basicamente pela indústria extrativa de madeira e pela pecuária. O modelo de

pecuária é o extensivo, sem controle de desmatamento, de queimadas ou respeito

aos limites legais de desmatamento, gerando além da destruição dos recursos

florestais à contaminação, erosão e assoreamento dos cursos d’água na região.

A partir do exposto por Magalhães (2008), o regime hídrico é diretamente

afetado pela dinâmica e manejo da vegetação, que podem contribuir tanto para sua

perfeita manutenção e circulação no planeta ou ainda para a sua indisponibilidade. A

dinâmica da vegetação inclui mudanças naturais (fatos normais do ecossistema, que

não comprometem a disponibilidade de água) e as antrópicas (sendo o

desmatamento a prática mais comum). A vegetação tem influência direta no

processo de erosão, na qualidade da água, na dinâmica de nutrientes, na proteção

de mananciais e na produção de água.

O município de Rondon do Pará faz parte da Bacia Hidrográfica do

Atlântico Nordeste Ocidental e possui uma rede de drenagem que deságua no rio

Capim e posteriormente escoa para o rio Guamá. O rio Ararandeua é o principal rio

do município, conforme Figura 4.

Page 30: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

30

Figura 4: Localização da Região Hidrográfica Costa Atlântica-Nordeste com as sub-divisões e foco na

bacia hidrográfica do rio Ararandeua. Fonte: ADAPTADO/SEMA (2008)

2.4 – A interface dos Impactos ambientais com as Medidas não-estruturais e a

promoção da Educação ambiental

2.4.1 Impactos ambientais

São ocasionados por confrontos diretos ou indiretos entre o homem e o

meio natural. Exemplos bem conhecidos de impacto ambiental são os

desmatamentos, as queimadas, a poluição das águas, entre outras ações ou

atividades que causam alterações no meio ambiente ou em algum de seus

componentes.

Sendo assim para o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA

(1986), considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,

Page 31: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

31

químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou

energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a

saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e

econômicas; a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e; a

qualidade dos recursos ambientais.

Alguns impactos podem ainda interagir ocasionando uma degradação de

um bem natural. No que concerne a recursos hídricos, ações como o desmatamento,

as queimadas, extração imprópria de minério e, a poluição das águas são fatores

determinantes para a deterioração de um corpo hídrico, por exemplo.

2.4.2 Medidas não-estruturais Tucci, Hespanhol e Netto, (2000) tratam as medidas não estruturais como

sendo aquelas que “envolvem convivência com o rio”. Seguindo essa linha de

pensamento a concepção de tais medidas de caráter preventivo e corretivo,

impostas ao gerenciamento de bacias hidrografias são de instrumentos evidentes de

ação não estrutural voltadas a minimizar os problemas advindos do mau uso da

água.

Silva (2003), em meio às definições identificadas afirma que ao falar de

medidas não-estruturais também se está falando de ações que constituem a gestão

da demanda e dependendo do problema que se tem para equacionar ou mesmo

resolver, podem ser tratadas ora por medida preventiva, ora por medida corretiva ou

de controle, não só se amplifica a definição e assim a percepção do que seja

“medidas não-estruturais”,

Acordando com a definição de que as medidas não-estruturais podem ser

aquelas (programas ou atividades) que não requerem construção de estruturas e

que agem diretamente no processo de planejamento de recursos hídricos,

objetivando disciplinar a conduta de usuários e consumidores, a fim de que o uso

das águas seja feito de maneira regrada. Apresenta-se uma correlação a partir da

classificação dos tipos de conflito identificados por Lanna (2002) e as cabíveis

medidas não estruturais a serem tomadas têm-se um quadro confeccionado por

Silva (2003) para tal representação somente como forma de tornar mais clara como

seria a atuação das medidas não-estruturais sobre os conflitos especificamente:

Page 32: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

32

Quadro 3 – O uso de medidas não-estruturais na solução de conflitos

Fonte: adaptado de SILVA (2003).

Observa-se então que as medidas não estruturais servem como

prevenção de possíveis eventos causados pelo uso inadequado da água, daí sua

importância.

2.4.3 Educação ambiental Sobre o que dispõe a lei no 9.795, de 27 de abril de 1999 que institui a

Política Nacional de Educação Ambiental:

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Apresentando como parte do processo de educação ambiental, mais amplo onde todos têm direito à educação ambiental, incumbindo dentre outros ao Poder Público e às instituições educativas promover a educação ambiental, assim como à sociedade como um todo, ações que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais.

Page 33: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

33

Acrescenta - se ainda segundo a Fundação Nacional de Saúde - FUNASA

(1999) ser educação ambiental um processo de aprendizado, a comunicação de

questões relacionadas à interação do homem com seu ambiente natural.

Instrumento de formação de uma consciência pelo conhecimento e reflexão sobre a

realidade ambiental.

Sob a ótica da gestão de recursos hídricos Bustos (2003), ressalta sobre

a implantação na sociedade pública, das atividades de educação ambiental relativas

ao meio ambiente, aos recursos hídricos e ao saneamento, os quais defendem entre

os componentes da comunidade uma visão integrada, participativa e melhores

mudanças de padrões para com a proteção e o controle da água.

Objetivando Informar e sensibilizar as pessoas sobre os problemas e

possíveis soluções, existentes em sua comunidade, buscando transformá-las em

indivíduos que participem das decisões sobre seus futuros, torna-se instrumento

indispensável no processo de desenvolvimento sustentável, exercendo, desse

modo, o direito à cidadania.

A promoção da educação ambiental é para mostrar e sensibilizar sobre a

importância da água em nossas vidas. Edificar ou se interessar por essa pratica,

espera – se buscar um bom equilíbrio do ambiente em que se vive com as suas

necessidades naturais.

Page 34: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

34

CAPÍTULO III. Modelagem qualitativa como suporte para a gestão de conflitos

por múltiplos usos da água

3.1 Metodologia informacional

De um modo geral, trata-se de usar técnicas computacionais que dêem

um suporte ao desenvolvimento da pesquisa qualitativa. A partir de ferramentas que

buscam interpretar as informações, através de elementos de análise como palavras,

idéias e, imagens cuja finalidade é constatar, dentre as possibilidades encontradas,

a utilização desta técnica como um instrumento de auxílio à tomada de decisão

aplicada à gestão hídrica de bacias hidrográficas.

Segundo a concepção de Silva (2003), trata-se de novas metodologias de

observação, novos instrumentos e técnicas, sobretudo, no ambiente da pesquisa

qualitativa, reformulando assim as estratégias de investigação. Completando diz

que, além dos dados quantitativos, dados qualitativos terão também o auxílio da

informática em suas respectivas análises e interpretações.

Torna-se importante o entendimento de metodologias informacionais na

elaboração de uma pesquisa e aplicação no estudo pela representatividade de um

sistema inserido no contexto dos recursos hídricos através da análise de elementos

qualitativos necessários para avaliação na modelagem qualitativa.

3.2 Mapeamento Mental

Para entendimento sobre a definição de Mapeamento por Margulies

(2001), trata-se de um processo que permitirá gerar para desfrutar e organizar seus

pensamentos e habilmente a sua apresentação aos outros. Ou seja, ao fazer um

mapa mental aprendem-se artifícios que possam levar a melhor compreensão de um

assunto.

No âmbito das Decisões através do mapeamento o mesmo autor afirma:

Page 35: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

35

Poder usar as comparações e contrastes em forma de mapa, pesar decisões, analisar situações ou acontecimentos atuais, além de procurar semelhanças e diferenças. Por exemplo, mapear as vantagens, desvantagens, e interessantes pontos de uma possível ação, evento, ou de direito. MARGULIES (2001).

Exemplificado a seguir pela figura 5 por um mapa mental de um processo

de Brainstorming2.

Figura 5: Exemplo de mapa mental, brainstorming.

Fonte: MARGULIES (2001).

A utilização da metodologia a ser empregada neste trabalho é de

considerável representatividade como uma ferramenta computacional suportada na

teoria do mapeamento mental, que segundo Tony Buzan, criador da técnica no final

dos anos 1960, consiste em uma idéia central (expressa na forma de uma imagem

ou de palavras e de um retrato) as quais irradiam aquilo que relacionam à estrutura

central da idéia. Por Buzan (2002) acrescenta-se ainda:

2 Brainstorming possui inúmeras definições, mas o mais comum é definí-lo como o caminho para

gerar idéias relacionadas a um tópico específico. Normalmente, Brainstorming envolve um grupo de pessoas gerando um apanhado de idéias em um curto período de tempo(INTELIMAP, 2008).

Page 36: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

36

Um mapa mental é uma maneira mais fácil de introduzir e de extrair informações do seu cérebro — é uma forma criativa e eficaz de anotar que literalmente “mapeia” os seus pensamentos.

Segundo Millen; Ashriefer e Dray (2005), o Mapa Mental é “uma técnica

simples e eficaz de representar nossos pensamentos, idéias e informações através

de imagens, palavras-chave, cores e associações”.

O formato de um mapa mental se compara à estrutura de pensamento

humano facilita o desenvolvimento e a geração de idéias de forma imediata,

integrando a capacidade imaginativa com a lógico-racional, possibilitando uma

rápida tomada de decisão por viabilizar uma visão global do assunto.

kolkman, kok, Van der veen (2005) consideram a teoria do mapeamento

mental uma “técnica de mapear um nível cognitivo que pode revelar experiências,

percepções, suposições, conhecimento e crenças subjetivas dos agentes, peritos e

outros atores, e pode estimular a comunicação e a aprendizagem”.

Semelhante a percepção que já foi alcançada, os autores também

avaliam que o modelo mental, assim também conhecido, quer pessoalmente ou

coletivamente, determina quais os dados e perspectivas que se examina, em um

mundo excessivo de fontes de dados e uma infinidade de formas de visualização de

dados. Admitem que os modelos mentais influenciem e são influenciados por cada

passo do processo.

Na pesquisa qualitativa a função de entender as informações, tendo como

subsídios básicos de análise de palavras, idéias, e maior interesse na qualidade das

informações são dos métodos de mapeamento para a estruturação de dados

qualitativos.

O mapeamento mental consiste, fundamentado em conceitos, numa

técnica de memorização e aprendizado bastante eficaz destinada à organização de

idéias, registro de informações e pensamentos, melhorar os processos de tomada de

decisões, apresentações, análise de problemas, planejamento em geral, roteiros,

processos de criatividade; estudos, problematizar, interpretar, dentre outros. Além de

apresentar muitos conceitos em um único sentido, rico em símbolos. Conforme

mostra a figura 6.

Page 37: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

37

Figura 6: Exemplo de mapa mental estruturado. Mapa mental água.

Fonte: VIANA (2009).

Alguns profissionais nas suas referentes áreas de compreensão do

conhecimento se beneficiam dos mapas mentais para enriquecer a sua capacidade

criativa, assim como a engenharia poderá mapear problemas e promover soluções.

Alguns exemplos de aplicação da técnica de mapeamento mental encontram-se em

kolkman, kok, Van der veen (2005) com “Modelo de Mapeamento Mental como uma

nova ferramenta para analisar a utilização de informação no processo de decisão na

gestão integrada da água”, destacando como pontos metodológicos de pesquisa

análogos com a proposta deste trabalho, quando recomendam o modelo de

mapeamento mental para visualizar a utilização de conhecimentos, a fim de analisar

as dificuldades na solução do problema. Utilizaram da teoria de mapeamento como

ferramenta para considerar a utilização de informação no processo de decisão na

gestão integrada da água. Em conclusão, alia-se a comparação dos modelos

mentais, estrutura e processo decisório ao real uso do conhecimento que pode

revelar potenciais pontos de conflitos.

Já para Giordani, Bezzi, Cassol (2008) sobre “Elementos cartográficos

em mapas mentais para avaliação/ validação do Objeto Escolar Hipermídia

Decifrando os Mapas”, a metodologia foi utilizada como instrumento de

interatividade, proporcionando a participação dos sujeitos da pesquisa (alunos do

ensino fundamental) antes e após o uso do Objeto Escolar Hipermídia – OEH,

Decifrando os Mapas (instrumento auxiliar do processo ensino-aprendizagem),

realizando uma análise dos mapas mentais elaborados pelos próprios alunos.

Page 38: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

38

Considerou-se, neste estudo que as temáticas geográficas necessitam do visual

para alcançar a sua compreensão, tem-se, então, OEH. Respostas obtidas antes e

após a validação do Decifrando os Mapas via mapas mentais.

Como mencionado um “mapa mental permite que se tenha uma visão

abrangente dos fatores relevantes de um problema a um só olhar”. (VILELA, 2008).

Neste sentido um exemplo de mapa mental e sua aplicabilidade mostra-se no

seguinte exemplo, sobre o tema que trata de conflitos de uso da água. O mapa

mental foi desenvolvido para obter informações sobre os conceitos destes conflitos e

identificar de que forma podem ser classificados.

Figura 7: Mapa mental, gerado a partir do conceito de conflitos de uso da água a partir de

informações. Fonte: PEREIRA (2007).

O mapa mental é um esquema usado para a qualificação de um conceito,

gerar idéias e obter uma melhor visualização da estrutura lógica do pensamento,

através do vínculo entre palavras e imagens a uma idéia central. Para tanto, entende

- se por Lógica, “os métodos que se usa para provar a conclusão “(CLARK, 2009).

Sendo assim o estudo baseado na ordem lógica , justifica-se pela ordem como os

acontecimentos vão ocorrendo, e conforme sua devida importancia para o estudo e

sua compreenção.

Enquadrando-se na proposta de trabalho a prática dos mapas mentais

permitirá analisar e entender criteriosamente os principais problemas encontrados

Page 39: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

39

pelo uso da água pela população envolvida, investigando-os de forma que cada

tópico e sub tópico do mapeamento apresentem dados condizentes à situação da

área de estudo, além de seguir uma temporalidade reduzida para desempenhar o

projeto, ou seja, ao analisar o problema em questão por outros métodos,

possivelmente tende-se a seguir uma análise que necessite de um tempo

prolongado para sua execução e daí chegar às conclusões e considerações

pertinentes.

A técnica de mapeamento mental é inserida no contexto do trabalho

através do programa computacional InteliMap, possibilitando a construção de mapas

mentais.

Através do Software “Intelimap” os tópicos de um mapa mental serão

visualizados de forma dinâmica que faz com que o problema apresentado seja

mostrado como um todo e explanando os principais tópicos de forma clara e

objetiva. Com isso, possibilitando identificar cada problema apresentado interligado a

uma idéia central. É um programa em ambiente Windows normal, com menus,

barras de ferramentas e painel de edição. Sua interface segue os padrões do MS-

Office quando possível. Adicionalmente, pode haver na tela uma caixa de edição das

notas de tópicos, de exibição opcional. Como mostra a figura 8.

Page 40: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

40

Figura 8: Menu de acesso do InteliMap –Árvore de Idéias ou fatos.

Fonte: INTELIMAP, (2005).

Ao montar uma árvore de idéias, fatos ou o que for o InteliMap formata e

distribui automaticamente os tópicos. Os comandos de arquivos também são

tradicionais: novo, abrir, salvar, fechar (PEREIRA, 2007).

O uso do InteliMap será aplicado adotando as etapas, a saber:

a) desenvolver um mapa mental em que as idéias são integradas e organizadas em

níveis, para facilitar sua aplicação prática;

b) a organização das idéias em um mapa mental, permitindo também em alguns

casos colocá-las em uma ordem lógica.

c) formar Mapas Mentais, tendo condições de conduzir coletas de dados rápidas

para o levantamento de pontos que irão nos ajudar em uma análise mais completa;

d) Mapas Mentais que permitem rapidamente ampliar a visão que temos dos pontos

registrados durante uma coleta de dados, de forma a identificarmos seus

componentes mais importantes (como em uma estrutura analítica de projetos);

e) inserir em um mapa mental a proposta da construção de soluções admissíveis e

práticas, combinando as opiniões de pessoas diferentes;

f) trabalhar em uma rápida divisão de tarefas entre os participantes de uma reunião

para uma efetiva tomada de decisão.

Page 41: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

41

CAPÍTULO IV – MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Caracterização básica do método

O trabalho contará com o arcabouço que envolve uma pesquisa qualitativa,

baseando – se em analisar procedimentos de resolução de problemas juntamente

com a metodologia informacional que darão suporte para o desenvolvimento da

pesquisa e resultados.

Para o adequado desenvolvimento dos passos metodológicos foi criado um

desenho com as etapas da pesquisa, o diagrama utilizou a técnica de mapeamento

mental criada por Tony Buzan (2002), ou seja, através de uma forma criativa e eficaz

de anotar o que literalmente “mapeia” os pensamentos.

A Figura 9 apresenta o “mapa mental” utilizado para esboçar as fases da pesquisa.

Figura 9: Modelo esquemático da pesquisa

Page 42: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

42

4.2 O Modelo Qualitativo e Resultados (Análise dos Dados, Aplicação do

modelo qualitativo).

4.2.1 Modelos qualitativos

Torna-se importante o uso de ferramentas computacionais para o

planejamento em recursos hídricos, que auxiliam na escolha de alternativas que se

adaptem aos interesses dos usuários e da sociedade, quando integrados formam o

Sistema de Suporte a Decisão, princípio que se enquadram num conceito geral de

sistemas.

Segundo Tucci (2001), revelando a definição de sistema por

Googe(1973), o qual concluiu:

Sistema é qualquer estrutura, esquema ou procedimento, real ou abstrato, que num dado tempo de referencia interrelaciona-se com uma entrada, causa ou estímulo de energia ou informação, e uma saída, efeito ou resposta de energia ou informação.

Para tanto, Anderson e Johnson (2003) define sistema como:

Um grupo ou componente interdependente e interligado que forma um todo complexo e unificado. Uma das componentes do sistema podem ser objetos físicos que você pode tocar como as várias partes que compõem um carro. Os componentes também podem ser imaterial, tal como processo; relacionamento; companhia políticas; os fluxos de informação; interações interpessoais; interna e estados de espírito, como sentimentos, valores e crenças.

A ação metodológica da modelagem vem da edificação de um sistema

simplificado para representar as situações que ocorrem no sistema real visando seu

estudo.

Na pesquisa qualitativa, proposta neste trabalho toma-se por base a

adoção de modelos qualitativos, elementos fundamentais de um sistema que

auxiliará na tomada de decisão.

Modelos podem ser classificados respectivamente como Estáticos e

Dinâmicos, Jung (2004), aquele que é utilizado na representação formal dos

parâmetros e características da qualidade de produtos e processos e o outro que

Page 43: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

43

viabiliza o estudo longitudinal do comportamento de um sistema ou processo.

Enquadrados nesta classificação estão Modelos Quantitativos, utilizado

universalmente para demonstrar através de métodos e símbolos numéricos as

diferenças, proporcionalidades ou não, entre sistemas que compõe a natureza;

Sistêmicos, considera as variáveis, parâmetros e os efeitos das relações internas do

produto ou processo, e os recursos humanos, materiais e financeiros envolvidos; e

Qualitativos.

Na concepção de Jung (2004) os modelos qualitativos são aqueles

formulados a partir de descrições intuitivas do pesquisador ou indivíduo pesquisado.

Este modelo tem por finalidade a representação dos objetos ou indivíduos e as

relações associadas para formulação de um modelo interativo. O interessante no

modelo qualitativo que ele admite a interferência dos valores do pesquisador e

considera a existência de múltiplas realidades.

Ainda justificando a utilização deste modelo, de acordo com Louzada

(2008), o mesmo de alguma maneira tenta descrever o comportamento de um

sistema, representando os aspectos essenciais de um dado problema, de acordo

com a apreensão da realidade. As interações do sistema serão fornecidas aos

modelos pelas variáveis de entrada e de saída.

A diversidade na classificação de modelos é desenvolvida visando a

diferentes propostas metodológicas, neste contexto, no entanto a concepção de

modelo qualitativo para o incremento deste trabalho será de fundamental

importância. Neste sentido com o objetivo de observação em termos qualitativo e até

mesmo quantitativos de comportamentos, sugeridos nos eventos relacionados com

uma região e sua sociedade, com o intuito descrever ações e atividades para que

sejam empiricamente interpretados na identificação das causas dos fenômenos

ocorridos, a julgar os relacionados com recursos hídricos.

A utilização de um modelo qualitativo apresenta-se como um importante

instrumento de avaliação da problemática situação existente na área de estudo,

através do qual serão agrupadas informações sistematizadas de levantamentos

bibliográficos e de observações locais, unindo componentes de causas e efeitos

representativos. A identificação e qualificação dos conflitos decorrentes dos usos

múltiplos da água serão realizadas a partir de entrevistas com os atores sociais

locais para posteriormente serem feitas análise nas informações segundo o

procedimento QC STORY (KUME, 1993). Este método possui os seguintes

Page 44: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

44

componentes: a) Problema, b) Observação, c) Análise, d) Ação, e) Verificação, f)

Padronização e g) Conclusão. E posteriormente aplicar uma técnica de metodologia

informacional que representa uma importante ferramenta computacional, suportada

na teoria do mapeamento mental. Teoria que servirá de auxílio aos tomadores de

decisão, no gerenciamento dos recursos hídricos, quanto à análise de formas de

mediação e minimização dos conflitos relacionados com o uso múltiplo do recurso

hídrico (Rio Ararandeua).

A metodologia segundo o procedimento do QC Story será desenvolvida

seguindo algumas etapas, conforme figura, tais como:

Figura 10: Estrutura gráfica do QC Story

Fonte: FERREIRA, (2008).

O processo 1, trata da identificação do problema, a partir da escolha do problema

a ser resolvido; busca-se um entendimento no histórico da situação para que se

possa fazer uma cuidadosa análise da mesma;

No processo 2, se resguarda a fase da observação(reconhecimento dos aspectos

do problema). Nesta etapa procura-se ampliar as discussões, principalmente com

os colaboradores mais experientes, visando buscar maiores informações a serem

utilizadas na etapa seguinte. Onde se procurará através do diagrama causa-

efeito verificar que a maioria dos usos estão localizados em quais e em quantos

Page 45: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

45

setores. Estratificamos estes atores visando conhecer suas características, bem

como sua situação junto ao sistema. Parte-se então para a descoberta das

características do problema através da observação no local. Nesta fase propõe-se

também um CRONOGRAMA, ORÇAMENTO E META a serem alcançadas.

Realiza-se uma simulação de proposta de cronograma, suscetível a mudanças.

Como o problema em questão (conflito por uso da água) está comprometendo a

qualidade e quantidade, deverá ser estimado um cronograma e meta ativos, em

nível de prazo e objetivos para realizações de um Plano de Ação, como forma de

reverter a situação ou até mesmo amenizar. A meta proposta será a de

“REVERTER A SITUAÇÃO OU ATÉ MESMO AMENIZAR. O PERÍODO ESTÁ A

SE DISCUTIR”.

O processo 3 envolve a etapa da análise para se chegar a descoberta e definição

das causas influentes. De posse das informações e observações até então

adquiridas, a fim de identificar as possíveis causas, elabora-se o diagrama

espinha de peixe (causa e efeito), para verificação dos motivos das não

conformidades. a partir de então se tem a escolha das causas mais prováveis.

No processo 4 enfatizará uma proposta para o plano de ação para atingimento da

meta, devendo ser discutido com os atores e gestores envolvidos;

A conclusão (revisão das atividades e planejamentos para trabalho futuro)

efetiva do procedimento se dará com a realização das etapas seguintes: Ação(ação

para eliminar as causas), Verificação(verificação da eficácia da ação) e

Padronização(eliminação das causas) as quais deverão ser gerenciadas pela equipe

que efetuar o plano de ação com base no diagnóstico do problema.

O QC Story tem origem nas atividades dos círculos de controle da

qualidade (CCQs), em meados da década de 60, no Japão. Existem diferentes

apresentações para o QC Story, o qual também é conhecido em nosso país por

Método de Análise e Solução de Problemas (MASP).

QC Story é o método mais abrangente, uma vez que suas etapas

contemplam desde a identificação do problema até a avaliação dos resultados

obtidos após a implantação da solução. É o método mais flexível em termos das

técnicas utilizadas para operacionalizar suas etapas. A sua abordagem não é

prescritiva, ou seja, as técnicas não são especificadas para cada etapa. Todavia, é

possível considerar para fins de análise apenas as técnicas mais utilizadas, as Sete

Ferramentas de CQ e as Sete Novas Ferramentas. O primeiro grupo de ferramentas

Page 46: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

46

utiliza uma abordagem basicamente quantitativa, que dispõe as informações em

gráficos; o segundo grupo tem natureza qualitativa. Questão percebida em

FERREIRA (2008), quando em sua produção sobre “Metodologia para análise e

solução de problemas”, demonstra tal situação a partir do processo 3, onde descreve

sobre a “Análise” através de uma abordagem qualitativa.

O QC Story, apesar de ter as suas aplicações geralmente associadas a

problemas no chão de fábrica, tem sido amplamente utilizado em uma série de

empresas, em muitos casos, vinculado às atividades dos círculos de controle da

qualidade-CCQs, pode ser aplicado a outras situações, desde que sejam utilizadas

técnicas adequadas para tanto.

4.2.2 Análise de dados (Resultado)

Esta análise apresenta-se como resultado da pesquisa. O início do

processo de análise dos dados se direciona para alcançar os objetivos da pesquisa,

desempenhados a partir dos seguintes passos metodológicos:

i) Definir um objeto de estudo (sendo este a Identificação e qualificação

dos potenciais processos indicadores de conflitos por múltiplos usos da água na

bacia do rio Ararandeua), elegendo as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo,

observando os efeitos que a variável causa no objeto;

a) Atividades produtivas (agricultura, pecuária, mineração, indústria e outros) e

sua influência nas alterações do sistema hídrico.

A agricultura mostra-se ativa ao colaborar para o processo de contaminação

do rio, com o uso de defensivos agrícolas;

A pecuária acirra o ciclo de desmatamento;

A atividade de carvoaria como um dos elementos de maior impacto social e

ambiental;

Exploração mineral prejudica a tanto a qualidade da água, quanto o

assoreamento do rio;

Page 47: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

47

Laticínios e matadouros - vêm diminuindo a produção de água para jusante

da bacia, além de prejudicar outras atividades produtivas (como agricultura

familiar, criação de peixes, turismo e pesca) colaboram com a falta de

planejamento urbano, sem infra-estrutura de saneamento básico para

população urbana e rural, o que agrava a situação ambiental da bacia e

prejudica a população, que fica sem acesso à água potável.

b) Modelo de gestão pública institucional adotado nos âmbitos nacional, estadual

e local e sua relação com os marcos regulatórios tanto de recursos hídricos, quanto

de meio ambiente.

Gestão ambiental e hídrica no âmbito do Estado do Pará e Maranhão é

conivente com os problemas ambientais da região. E no âmbito federal a Política de

Recursos hídricos torna-se inoperante, pois os mecanismos de gestão não se

aplicam à realidade regional. Além disso, a sociedade civil está desorganizada para

o desafio de promover o desenvolvimento da bacia do Rio Ararandeua.

c) Interesses dos atores sociais envolvidos nos processos decisórios

relacionados com a gestão de recursos hídricos na bacia hidrográfica do Rio

Ararandeua.

ii) Estudo de caso (BRHA): Abrange a investigação de estudos realizados

na área e de constatação da situação atual da área de estudo relevantes a pesquisa.

a) Situação atual da área de estudo: a bacia hidrográfica do rio Ararandeua (alto

Ararandeua)

Neste elemento do capítulo será ilustrado no que concerne à situação da

área correspondente a influencia da bacia hidrográfica do rio Ararandeua,

principalmente na sede administrativa do Município de Rondon do Pará.

As informações mais recentes revelam no município uma população

estimada em 47.776 habitantes (IBGE, 2009), sendo 49% de mulheres e 51% de

homens, apresentando taxa anual de crescimento populacional situada em 3,14%. A

população na sua maioria 75% reside na zona urbana; e 25% residem na zona rural.

Page 48: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

48

A densidade populacional é de 5,50 habitantes/km2, com uma taxa de ocupação de

4,4 habitantes por domicílio.

No setor econômico o qual é sustentado pela atividade de transformação

dos recursos florestais, o município passa por um processo entendido como um

esvaziamento econômico estrutural, ocorrendo uma redução das oportunidades de

trabalho em conseqüência a queda da renda da população. Este cenário é percebido

com a “migração” da indústria madeireira para novas frentes de expansão, devido à

matéria prima florestal torna-se mais escassa a cada ano. Tal situação que se deve

a relação de exploração predatória insustentável, base esta que a comunidade se

estabeleceu, compete então se alterar esta relação, buscando minimizar os impactos

ambientais decorrentes.

Outra aptidão referente ao município que deve ser ressaltada é a da

pecuária. A bacia leiteira do mesmo vem ganhando cada vez mais espaço,

crescendo e se fortalecendo a cada ano, sobretudo em meio às dificuldades de infra-

estrutura e no modelo produtivo de pastagem extensiva. Ainda em relação à

atividade da pecuária, cabe registrar que o matadouro municipal, cuja estrutura física

precisa de ajustes as normas sanitárias e ambiental legal apresenta sua parcela de

contribuição para problemas de impacto ambiental quando seu efluente sem

tratamento é despejado diretamente no rio.

Quanto à produção agrícola, nas lavouras temporárias, passou por

grande crescimento de 1994 a 2000, e forte declínio de 2001 a 2004. Contudo

observou-se que a produção agrícola ainda não representa a potencialidade do

município identificada pela disposição das terras para agricultura e mecanização.

Verificou-se que as atividades de pecuária e carvoaria no município o

configuram como área de desmatamento resultado das queimadas na região.

Evento que merece especial atenção no cenário amazônico. (Figuras 11 e 12)

Page 49: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

49

Figura 11 – Exemplo comum de queimadas

Figura 12: Exemplo de área desmatada na bacia do rio Ararandeua.

Em Açailândia-MA, de onde se reúne as principais características

socioambientais para o estudo, por este município conter em seu território nascentes

da citada bacia hidrográfica que se deu partida para as observações locais de área.

Em área próxima a nascente observou-se a presença de atividade

agrícola, fator este que poder ser um ponto favorável para se detectar grau de

poluição.

Page 50: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

50

Figura 13: Produção agrícola próxima da nascente do rio.

Ao sair de uma propriedade particular, onde se relata pelo proprietário

manter as condições naturais da água, o corpo hídrico formado já apresenta sinal de

degradação, pois é encontrado um ponto de lançamento de efluente sem tratamento

de uma indústria de laticínio promovendo problemas ambientais, constatado por

análise visual. (Figura 14).

Figura 14: Rio Ararandeua, próximo a nascente.

Em outros pontos das nascentes do rio Ararandeua a restrição é com a

mata ciliar que se encontra extinguida devido atividades de carvoarias e

agropecuária. (Figura15).

Nascente

Page 51: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

51

Figura 15: Atividade de carvoaria na bacia.

Em área urbana da bacia, já na sede municipal de Rondon do Pará.

Identificada como área de crescimento urbano desordenado, verifica-se dificuldades

em relação ao saneamento ambiental, através de problemas com o abastecimento

de água, coleta e tratamento de esgoto, problemas na rede de drenagem de águas

pluviais e destinação final de resíduos sólidos. Como mostra as Figuras de 16 a 20,

a seguir.

Figura16: Despejo de efluentes domésticos em local inadequado em desconformidade com a

legislação ambiental.

Page 52: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

52

Figura 17: Degradação ambiental devido efluentes domésticos no rio Ararandeua.

Figura 18: Despejo inadequado de efluentes industriais (matadouro) na área urbana.

Page 53: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

53

Figura19: Problemas na rede de drenagem de água pluviais na área urbana.

Figura 20: Disposição inadequada de resíduos sólidos na área urbana

Ainda no meio urbano constatou-se como uma das causas de

assoreamento do rio, atividade de extração de minério, destruição da mata ciliar.

(Figura 21)

Page 54: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

54

Figura 21: Processo de extração mineral na bacia do rio Ararandeua

Atenta-se, sobretudo na região de influência da sub-bacia do auto-

Ararandeua para os conflitos decorrentes dos usos da água desde a principal

nascente do rio no município de Açailância-MA, assim como constatado por

Magalhães (2008) e confirmado por trabalho de campo, incluindo as entrevista,

nesta pesquisa, envolvendo quatro importantes atores sociais da bacia:

1. uso industrial da água no laticínio (Figura 22),

2. uso da água para produção agrícola (Figura 23) ,

3. uso da água para atividade de piscicultura (Figura 24),

4. comunidade que utiliza a água para o consumo doméstico (Figura 25).

Figura 22: Uso industrial da água no laticínio.

Page 55: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

55

Figura 23: Uso da água para produção agrícola

Figura 24: Uso da água para atividade de piscicultura.

Page 56: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

56

Figura 25: Comunidade que utiliza a água para o consumo doméstico.

Verifica-se que as atividades produtivas são responsáveis por uma boa

parcela dos problemas socioambientais na bacia hidrográfica, estes já listados por

Magalhães (2008) em seus estudos, contudo detectados e ratificados na visita “in

loco” as tais condições que são:

o desmatamento descontrolado;

a deposição de resíduos de serrarias em locais inadequados, como margens de

rios e na área urbana;

a poluição do ar causada pela atividade de carvoarias e queima de resíduos de

madeiras em área urbana;

a poluição dos rios, na área urbana, por lixos e dejetos lançados pelo matadouro,

por empreendimentos e atividades comerciais e industriais poluidores e a

canalização de fossas domésticas para os canais de águas pluviais; e na área

rural, pelo desmatamento da mata ciliar;

as queimadas indiscriminadas, gerando poluição do ar e destruição dos recursos

florestais;

a extração desordenada de minérios, provocando assoreamento e poluição dos

rios;

Page 57: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

57

a deposição de lixo em locais públicos inadequados, contribuindo para a

proliferação de insetos, roedores e doenças, assim como a ausência de tratamento

do lixo;

a baixa capacidade do poder público em planejar estrategicamente o

desenvolvimento sustentável do município;

a baixa qualificação técnica dos quadros da administração pública e da sociedade

civil local;

Além desses problemas constatou-se a falta de informação e pouca

preocupação com os problemas ambientais e impactos causados por atividades

antrópicas ocorridas na região, por parte dos setores educacional, da saúde e

ambiental, assim como, pelo poder público. Uma vez que, apenas recentemente

observaram-se ações relacionadas com a Educação ambiental por parte de alguns

setores, ainda assim necessitando de compromisso com a questão.

4.3 Aplicação do modelo qualitativo

A composição para a aplicação do modelo qualitativo desta pesquisa está

fundamentada em três períodos principais:

A. A identificação e qualificação dos conflitos decorrentes dos usos múltiplos da

água foram realizadas a partir de entrevistas com os atores sociais locais;

Para a confirmação das informações adquiridas no levantamento

bibliográfico e descoberta de novos elementos de contribuição para a pesquisa,

optou-se por desenvolver um trabalho de investigação no espaço do conflito. As

entrevistas foram realizadas em um primeiro momento, no trabalho de campo em

Rondon do Pará no período de dezembro de 2008. As informações da entrevista

foram obtidas conforme uma conversa informal, que respondesse questões

relacionadas com os eventos ocasionados pelos diversos usos da água no local

baseando-se nas definições destes eventos, possíveis causas e conseqüências.

Page 58: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

58

Obteve-se então relato de um representante da fabrica de laticínio

localizada próxima a nascente e do agricultor que irriga a plantação com a mesma

água;

Sendo assim constatou-se ocorrência de conflito entre uma fabrica de

laticínio que despeja o rejeito do processo de fabricação no curso d água e o

agricultor que irriga a plantação com a mesma água obtendo prejuízo por conta da

água contaminada. E conflito também por conta do agricultor, pois em seu processo

de plantio faz uso de agrotóxico contribuindo para contaminação do solo e

conseqüentemente a água da nascente.

B. Num segundo momento, agrupam-se as informações sistematizadas de

levantamentos bibliográficos e de observações locais, unindo componentes de

causas e efeitos representativos para a investigação.

Neste período será realizado análise auxiliar nas informações segundo o

procedimento QC STORY (KUME, 1993), conforme citado anteriormente, seguindo

as etapas: identificação do problema; reconhecimento dos aspectos do problema;

descoberta das principais causas;

Processo 1 - Identificação do problema: ocorre a escolha do problema;

ESCOLHA DO PROBLEMA: Conflitos por usos múltiplos da água

HISTÓRICO DO PROBLEMA: Expansão urbana, as grandes procuras pelos

recursos hídricos, suportada por interesses diferenciados. O regime hídrico é

diretamente afetado pela dinâmica e manejo da vegetação, alem de ser usado pelo

setor industrial para despejo de efluente.

ANÁLISE DO PROBLEMA

Busca-se analisar neste item o comportamento dos usuários em relação à

demanda nos períodos de início do processo de exploração predatória dos recursos

naturais.

A análise se restringe aos consumidores, comerciais (agropecuária) e industriais.

Page 59: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

59

1. Uso do curso d água próximo da nascente para despejo de efluentes de uma

indústria de laticínios.

2. Derivação da água para piscicultura.

3. Poluição/contaminação dos cursos hídricos pelos dejetos animais e agrotóxicos

4. Derivações da água para a prática da pesca, turismo e lazer

5. Uso do curso d água para despejo de efluentes sem tratamento do matadouro na

área urbana

6. Poluição do rio Ararandeua por despejo inadequado de efluentes domésticos.

7. Inviável o uso da água para o consumo humano diante do resultado dos outros

usos que se faz da água do rio Ararandeua.

Processo 2 – OBSERVAÇÃO

Nesta etapa procura-se ampliar as discussões, principalmente com os

colaboradores mais experientes, visando buscar maiores informações a serem

utilizadas na etapa seguinte.

Separam-se os consumidores visando conhecer suas características, bem

como sua situação junto ao sistema, visando identificar as causas mais possíveis.

DESCOBERTA DAS CARACTERÍSTICAS DO PROBLEMA ATRAVÉS DA

OBSERVAÇÃO NO LOCAL

Desempenhou-se esta atividade em duas campanhas, a primeira em

dezembro de 2008 e a segunda em junho 2009. Foram cumpridas visitas a

localidades próximas e de influencia da bacia hidrográfica do Rio Ararandeua, como

a nascente, na área rural, no município de Açailância-MA e já na área urbana,

espaços de lazer e turismo, a extração de minério, assim como se obteve contatos

de importante representatividade na cidade para o processo de investigação da

problemática ambiental local. A realização de uma visita técnica ao município teve

como finalidade comprovar e levantar dados técnicos do mesmo para prática das

atividades de campo.

Ocorreu a identificação de problemas de acordo com informações

colhidas por entrevista e observações locais: (verificação onde a maioria dos usos

está localizado e em quais e quantos setores). Nas entrevistas realizadas segundo o

Page 60: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

60

procedimento de uma conversa informal foi levado em consideração o

comportamento dos atores dentro do sistema estudado.

Área rural: o conflito pelo uso da água na principal nascente do Rio Ararandeua, no

município de Açailância-MA, envolve quatro atores sociais importantes da bacia:

a) indústria de laticínio,

As informações a respeito revelam que o rejeito da indústria é despejado

no corpo hídrico próximo, sem tratamento adequado. Prejudicando as outras

atividades usuárias de água.

b)uso da água para produção agrícola,

A água do rio não é diretamente usada para a agricultura, porém ocorre,

com a prática de uso dos agrotóxicos, os rejeitos percolam para o corpo d’água

potencializando poluição e contaminação.

c)uso da água para atividade de piscicultura,

A água do rio utilizada nos tanques de cultivo para os peixes está

sofrendo com os efeitos da poluição.

d)comunidade que utiliza a água para o consumo doméstico.

Na zona rural, a cobertura do abastecimento de água é através de

microssistemas de abastecimento de água administrados pela Prefeitura e pelas

próprias comunidades. Diante do descaso dos outros usos para com a preservação

da água do rio Ararandeua, tornando-se inevitável seu uso para suprir as

necessidades básicas do consumo humano.

Área urbana: o conflito pelo uso da água na sede municipal, no município de

Rondon do Pará, envolvendo outros atores sociais importantes da bacia:

a)abastecimento de água,

Cerca 70% da população é atendida pelo sistema de abastecimento do

SAAE por captação de água subterrânea. Enquanto que o remanescente da

população, 25% são supridos por microssistemas comunitários e 15% não têm

cobertura de serviço. É visível a péssima condição da água do corpo hídrico para

fornecimento ao consumo doméstico, além de não haver água suficiente no rio para

tal uso.

b)coleta e tratamento de esgoto,

Page 61: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

61

As tubulações em estado precário não atendem a necessidade de coleta

do esgoto. Além disso, há uma falta de sistema de tratamento e destinação final de

esgoto. A população da cidade em sua maioria constrói o próprio sistema de

esgotamento sanitário para destinação final de resíduos sólidos. Os moradores

canalizam as fossas domésticas para as galerias de redes de drenagem que

deságuam no rio Ararandeua.

c)problemas na rede de drenagem de águas pluviais

As tubulações de drenagem de águas pluviais recebem também

contribuição de esgotos domésticos da cidade incluindo dejetos humanos. As

mesmas encontram-se em visível estado precário de conservação dentre outras

irregularidades que promovem a degradação do corpo d água, como por exemplo, á

jusante do balneário Rio dos Garimpos.

Processo 3 – ANÁLISE

DEFINIÇÃO DAS CAUSAS INFLUENTES

De posse das informações e observações até então adquiridas, a fim de

identificar as possíveis causas através elabora-se o diagrama Espinha de Peixe

(causa e efeito), para verificação dos motivos das não conformidades.

Através do diagrama causa- efeito, verificamos onde estão localizados a

maioria dos usos e em quais e quantos setores.

Page 62: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

62

Conflito por uso da água

Uso_Produção agrícola

Uso_Piscicultura

Uso_Indústria de laticínio

Uso_Abastecimento doméstico

Efeito

Uso da água para o tanque de cultivo

O corpo hídrico Recebe o rejeito

industrial

Despejo de esgoto sem tratamento

adequado

A água do Rio torna-se imprópria e em quantidade insuficiente para

consumo

Fatores (Causas)

Zona Rural

Uso de agrotóxico

Lixiviação para o corpo hídrico

durante irrigação

coleta e tratamento de

esgoto irregular

Figura 26: Localização dos usos e suas características no sistema – ZONA RURAL

Figura 27: Localização dos usos e suas características no sistema – ZONA URBANA

Page 63: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

63

ESCOLHA DAS CAUSAS MAIS PROVÁVEIS PARA OCORRÊNCIA DOS

CONFLITOS

Notou-se que as possíveis causas coletadas durante o processo até então

convergiam para (5) evidências.

a) uso industrial predatório (extração de minério e madeireira),

b) uso da água para produção agrícola,

c) uso da água para atividade de piscicultura,

d uso da água como corpo receptor de esgoto,

e) problemas na rede de drenagem de águas pluviais

Processo 4 - PLANO DE AÇÃO PARA ATINGIMENTO DA META

Planilha 3 - plano de ação para alcance da meta.

Deverá ser discutido com os atores e gestores envolvidos

CONCLUSÃO

Sugere-se que as etapas seguintes: Ação, Verificação e Padronização

sejam gerenciadas pela equipe que efetuar o plano de ação com base no

diagnóstico do problema.

C. O terceiro momento reserva-se para a qualificação de conceitos, gerar idéias

e obter uma melhor visualização da estrutura lógica. Será aplicada a técnica de

mapeamento mental. Teoria que servirá de auxílio aos tomadores de decisão, no

gerenciamento dos recursos hídricos, quanto à análise de formas de mediação e

minimização dos conflitos relacionados com o uso múltiplo do recurso hídrico na

bacia hidrográfica do rio Ararandeua (BHRA).

O desenvolvimento desta próxima fase terá dois percursos distintos,

sendo o primeiro, o registro dos produtos das dissertações desenvolvidas por parte

dos membros do Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos da Amazônia

(GRHAMA). Resultante da pesquisa empregada na área da bacia do rio Ararandeua

com o Projeto “Água e Cidadania para o Desenvolvimento Local Sustentável das

Bacias Hidrográficas de Rondon do Pará”.

Page 64: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

64

Para incrementar os objetivos da pesquisa foram desempenhados os

seguintes passos metodológicos:

1opasso: Representação por mapas mentais dos aspectos gerais dos resultados de

pesquisas sobre os seguintes títulos: i)Cenários estratégicos em recursos hídricos:

estudo da bacia do rio Ararandeua (MAGALHÃES, 2009); ii)O reflexo da degradação

ambiental e sua relação com a gestão hídrica da bacia hidrográfica do rio

Ararandeua – Pa( CACELA FILHO,2009); e iii)Avaliação da sustentabilidade do uso

da água na bacia hidrográfica do rio Ararandeua: estudo de caso de Rondon do

Pará(REGO,2009).

i) Cenários estratégicos em recursos hídricos: estudo da bacia do rio

Ararandeua.

Figura 28: Mapa mental, gerado a partir do desenvolvimento da pesquisa sobre “Cenários estratégicos em recursos hídricos: estudo da bacia do rio Ararandeua”.

RESULTADO

Page 65: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

65

ii) O reflexo da degradação ambiental e sua relação com a gestão hídrica da bacia

hidrográfica do rio Ararandeua – Pa

Figura 29: Mapa mental, gerado a partir do desenvolvimento da pesquisa sobre “O reflexo da degradação ambiental e sua relação com a gestão hídrica da bacia hidrográfica do rio Ararandeua – Pa”.

iii) Avaliação da sustentabilidade do uso da água na bacia hidrográfica do rio

Ararandeua: estudo de caso de Rondon do Pará

Figura 30: Mapa mental, gerado a partir do resultado da pesquisa sobre “Avaliação da

sustentabilidade do uso da água na bacia hidrográfica do rio Ararandeua: estudo de caso de Rondon do Pará”.

Page 66: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

66

As informações acima registradas conforme Mapas Mentais justificam-se

pelo valor comparativo à escolha do município de Rondon do Pará e das variáveis

desta pesquisa que tratam das atividades produtivas (agricultura, pecuária,

mineração, indústria e outros) e sua influência nas alterações do sistema hídrico;

modelo de gestão pública institucional adotada nos âmbitos nacional, estadual, local

e sua relação com os marcos regulatórios tanto de recursos hídricos, quanto de meio

ambiente; além de revelar elementos necessários à gestão de recursos hídricos na

bacia hidrográfica do Rio Ararandeua.

iv) Acrescenta-se ainda a esta fase uma melhor visualização da relação referente ao

trecho do rio Ararandeua que apresenta pior valor de IQA, o ponto A04, segundo

calculado na pesquisa “Avaliação da sustentabilidade do uso da água na bacia

hidrográfica do rio Ararandeua: estudo de caso de Rondon do Pará” e a influência

sofrida pelos outros pontos indicados no trecho (A02-A03-A04).

Figura 31: Mapa Mental, Trecho do rio Ararandeua que apresentam pior valor de IQA.

2opasso: A representação por Mapas Mentais dos Conflitos por uso múltiplos da

água na região decorrente da degradação ambiental do rio Ararandeua.

Page 67: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

67

Figura 32: Mapa Mental, Conflito por uso da água na Zona Urbana.

Figura 33: Mapa Mental, Conflito por uso da água na Zona Rural.

Page 68: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

68

CAPÍTULO V – Discussão dos Resultados.

A pretensão desta pesquisa para alcançar os seus objetivos de buscar

ferramentas informacionais como proposta de soluções encontrada pelo

mapeamento, e obtendo os objetivos propostos, o apoio na gestão dos recursos

hídricos poderá dispor da participação da sociedade envolvida estimulando o

interesse nas questões ambientais.

Mostra-se a partir de estudos e avaliações realizados constantemente a

preocupação em inserir e valorizar a participação da sociedade civil em um processo

decisório envolvendo questões relacionadas a bacias hidrográficas.

Segundo referido, como parte de um processo de decisão aspira-se o

diagnóstico das causas do problema, analise e avaliação das conseqüências. Estes

objetos sendo atingidos parte-se então para prática da solução, tem-se a

modificação do processo de decisão em ação. Tais ações apontadas na inserção e

valorização da participação da sociedade civil, principalmente dos atores envolvidos.

A conscientização dos atores sociais abrangidos na problemática pode

ser um primeiro passo da solução de um problema, acredita-se que para atender um

nível global as ações estratégicas devem ser implantadas a começar de um nível

inferior, porém importante.

A efetivação de programas de desenvolvimento sustentável na bacia

hidrográfica e a implantação da gestão democrática e participativa com execução

das políticas públicas das águas são recomendadas assegurando o envolvimento do

Poder Público, dos usuários e das comunidades, condição prevista pela Lei 9433/97.

A recomendação de tais medidas visa combater as atividades

degradadoras e a poluição hídrica, implantando atividades de fiscalização do mau

uso e monitoramento da qualidade da água na bacia hidrográfica. A participação da

sociedade na gestão das águas poderá ser solidificada com a criação e

fortalecimento de um comitê de bacias hidrográficas e dos diálogos com

comunidades, fator determinante para um entendimento mais ambiental e

democrático da gestão das águas.

Page 69: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

69

CAPÍTULO VI – Considerações finais

Os processos indicadores de conflitos que se apresentam relacionados

aos múltiplos usos da água na bacia do rio Ararandeua foram identificados como as

causas coletadas durante o processo, sendo elas:

a) uso industrial predatório (extração de minério e madeireira),

b) uso da água para produção agrícola,

c) uso da água para atividade de piscicultura,

d uso da água como corpo receptor de esgoto,

c) problemas na rede de drenagem de águas pluviais

A metodologia informacional embasada no mapeamento mental

apresentado neste trabalho possibilitou analisar e entender criteriosamente os

principais problemas relacionados com indicadores de conflitos por múltiplos usos da

água na região de Rondon do Pará, solucionando-os de forma que cada tópico e sub

tópico do mapeamento apresente dados condizentes à situação da área de estudo,

de modo que, analisar o problema em questão por outros métodos, possivelmente o

tempo para se chegar a uma conclusão e interpretar a situação em que se encontra

a área de estudo seria mais prolongado.

O desenvolvimento de um modelo qualitativo integrado utilizando como

análise auxiliar o procedimento QC STORY por ser um Método de Análise e Solução

de Problemas associadas a problemas no chão de fábrica vinculado às atividades

dos círculos de controle da qualidade-CCQs, apresentou-se como um procedimento

também necessário à expansão, para tomadas de decisão de medidas mitigadoras

de conflitos, a partir das tipologias identificadas, assim como para áreas relativas a

saneamento ambiental, saúde pública, gerenciamento de resíduos sólidos e estudos

de concepção de projetos de infra-estrutura urbana, por conter em suas etapas a

descrição sobre a “Análise” através de uma abordagem qualitativa.

Deste modo, considerando o exposto sobre métodos de mapeamento de

representação de conhecimento (idéias), que fornece uma estrutura de dados

qualitativos, possibilitarem um auxílio ao gerenciamento integrado dos recursos

hídricos das Bacias hidrográficas de Rondon do Pará, julga-se tal metodologia como

proposta de solução viável à tomada de decisão no âmbito de recursos hídricos.

Page 70: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

70

De um modo geral recomenda-se a aplicação de medidas estruturais e

não estruturais para controlar os sistemas hídricos, naturais e artificiais, em benefício

humano e atendendo a objetivos ambientais que faz a Gestão de Recursos Hídricos.

Podendo-se identificar a sociedade como o sujeito do gerenciamento, e ações do

gerenciamento sobre um objeto, a natureza ou sociedade.

Como sugestões aplicáveis a problemática do trabalho, referem- se às

seguintes medidas não estruturais, como prevenção de possíveis ocorrências

causadas pelo uso impróprio da água, as seguintes.

a) A implantação de atividades de fiscalização do mau uso da água do corpo

hídrico;

b) Monitoramento da qualidade da água na bacia hidrográfica.

c) Conscientização e diálogos com as comunidades envolvidas, para um

entendimento ambiental e democrático da gestão das águas.

d) Ações de educação ambiental, discussão, fiscalização pública, criação de

técnicas sustentáveis para produção agrícola em combate ao uso de agrotóxico.

Sendo assim, conclui-se um dos objetivos do trabalho em aplicar as

ferramentas informacionais como instrumento para a elaboração de uma Cartilha de

Educação Ambiental, material podendo ser observado no Anexo 2. A mesma foi

produzida apresentando-se como uma estratégia de ensino estimulando a

participação do educando e o interesse nas questões ambientais e impactos

causados pelas atividades antrópicas inserida no contexto do processo de

gerenciamento dos recursos hídricos na área da bacia hidrográfica do Rio

Ararandeua. Sendo esta uma alternativa a conscientização dos atores sociais

envolvidos na problemática pode ser um primeiro passo da solução de um problema.

Page 71: método de mapeamento mental aplicado ao gerenciamento na

71

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ANEXO

A - CARTILHA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (Lorena S. P. Macêdo/GRHAMA UFPA)

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