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Uso de Técnicas de Sensoriamento Remoto no Mapeamento da Vegetação do Fundo de Vale do Córrego Barreiro-Londrina/Pr. LONDRINA 2005

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Uso de Técnicas de Sensoriamento Remoto no Mapeamento da Vegetação

do Fundo de Vale do Córrego Barreiro-Londrina/Pr.

LONDRINA 2005

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Universidade Estadual de Londrina

Centro de Ciências Exatas Departamento de Geociências

USO DE TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO NO MAPEAMENTO DA VEGETAÇÃO DO FUNDO DE VALE DO CÓRREGO BARREIRO-Londrina/Pr.

WANDER BUENO DE CAMARGO

Orientador: Profº. Drº. Omar Neto Fernandes Barros

Monografia apresentada ao Departamento de Geociências do

Centro de Ciências Exatas da Universidade Estadual de

Londrina, para obtenção do título de Bacharel em Geografia.

Londrina 2005

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Wander Bueno de Camargo

USO DE TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO NO MAPEAMENTO DA VEGETAÇÃO DO FUNDO DE VALE DO CÓRREGO BARREIRO-Londrina/Pr.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________

Profº. Drº. Omar Neto Fernandes Vizintim. Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Profº. Dra. Nilza Aparecida Freres Stipp.

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Profº. Drº. Rigoberto Lázaro Prieto Cainzos.

Universidade Estadual de Londrina

Londrina (PR). de Outubro 2005

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A minha querida e amada mãe. E ao meu querido e adorado filho.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por não me deixar fraquejar nos momentos difíceis da vida.

Ao professor e orientador Prof. º Dr. º Omar Neto Fernandes Barros, por dispor de seu tempo para me ensinar todo o seu conhecimento.

À Prof.a Dr.a Mirian Vizintim Fernandes Barros, pela colaboração e atenção cedida quando necessitei sanar minhas dúvidas.

Ao Departamento de Geociências, através de seus funcionários nos

auxiliando tecnicamente. Aos nossos professores do Curso de Geografia, que ao longo de toda a

trajetória acadêmica buscou nos educar de maneira clara e objetiva, para que no futuro sejamos grandes profissionais em nossas áreas.

Aos colegas de faculdade, que em todos estes anos fizeram parte da

minha história acadêmica. À EMBRAPA Soja, que ao longo de meu estágio forneceu materiais para

continuidade deste meu trabalho e ao amigo Ivan Rodrigues de Almeida. Ao amigo e irmão Jovenil José da Silva que abriu mão de seus recursos

para que eu pudesse fazer meu trabalho. Aos meus familiares que quando precisei tive incontestavelmente o apoio

de todos. Ao meu filho que teve paciência e compreensão nos momentos quando

estava ausente. E em especial a minha mãe que sempre se preocupou com minhas

dificuldades me dando conforto quando precisei.

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SUMÁRIO

LISTA DE IMAGEM E FIGURAS:............................................................................07 LISTA DE TABELA E FOTOS :...............................................................................08 Resumo....................................................................................................................09 Abstract....................................................................................................................10 1- INTRODUÇÃO.....................................................................................................11 1.1- Sensoriamento Remoto..............................................................................................17 1.2- Vegetação do Norte do Paraná ........................................................................24 1.3- Vegetação de Fundo de Vale ...........................................................................27 1.3.1- Fundos de Vale das Zonas Urbanas e Leis de Preservação ..............................29 1.3.2- Os Fundos de Vale em Londrina .....................................................................32 1.3.3- Uso do Solo no Fundo de Vale do Córrego Barreiro ..........................................36 2- MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................40 2.1- Imagem e Spring...............................................................................................42 2.2- Foto Aérea.........................................................................................................45 2.3- Cartografia.........................................................................................................47 3-RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..........................................50 3.1-Trabalho de Campo............................................................................................51 3.2- Carta Síntese....................................................................................................60 4- CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................70 5- BIBLIOGRAFIA....................................................................................................71 6-ANEXOS...............................................................................................................73 Anexo I..................................................................................................................73 Anexo II.................................................................................................................74 Anexo III................................................................................................................74

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LISTA DE IMAGEM, CARTAS E FIGURAS: Imagem 1: Imagem de Satélite – Quick Bird...........................................................19 Figura1: Antropização..............................................................................................13 Figura2: Localização do Fundo de Vale...................................................................16 Figura3: Rede Hídrica da Malha Urbana de Londrina-Pr.........................................33 Figura4: Recorte da Imagem de satélite de 2003....................................................44 Figura5: Mosaico de fotos aéreas de 1997..............................................................47 Figura6: Vegetação do Fundo de Vale do Córrego Barreiro de 1997......................61 Figura7: Vegetação do Fundo de Vale do Córrego Barreiro de 2003......................62 Figura8: Uso do Solo do Fundo de Vale do Córrego Barreiro de 1997....................65 Figura9: Uso do Solo do Fundo de Vale do Córrego Barreiro de 2003....................66 Figura10: Modificação da Vegetação do Fundo de Vale do Córrego Barreiro entre

1997/2003.................................................................................................68 Figura11: Modificação do Uso do Solo do Fundo de Vale do Córrego Barreiro entre

1997/2003.................................................................................................69

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LISTA DE TABELA E FOTOS: Tabela 1: Classificação dos Sistemas Sensores....................................................23 Foto1: Vegetação de Araucária..............................................................................27 Foto2: Fotos da região Leste da cidade de Londrina ............................................46 Foto3: Vegetação de Floresta.................................................................................51 Foto4: Vegetação Arbórea......................................................................................52 Foto5: Vegetação Arbórea......................................................................................53 Foto6: Vegetação de Capoeira...............................................................................54 Foto7: Vegetação de Capoeira...............................................................................54 Foto8: Vegetação Rasteira.....................................................................................55 Foto9: Vegetação Rasteira.....................................................................................56 Foto10: Uso do solo Urbanizado............................................................................57 Foto11: Uso do Solo Urbanizado com Construções..............................................58 Foto12: Uso do Solo. Fundo de Vale e Escola......................................................59 Foto13: Uso do Solo e Lixo Urbano.......................................................................60

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Wander Bueno de Camargo. Uso de Técnicas de Sensoriamento Remoto no Mapeamento da Vegetação do Fundo de Vale do Córrego Barreiro. Londrina/Pr, 2005. Monografia –Universidade Estadual de Londrina – Centro de Ciências Exatas – Departamento de Geografia.

Resumo Este trabalho teve como objetivo, fazer um mapeamento da vegetação e do uso do solo do Fundo de Vale do Córrego Barreiro, localizado na região leste da cidade de Londrina –Pr. O mapeamento foi feito através da observação da imagem de satélite ETM-Landsat 7do ano de 2003 e das fotos aéreas do ano de 1997, na qual pode ser observada a modificação da vegetação e uso do solo entre estes dois períodos. Foi utilizado para obtenção do mapeamento, o Software SPRING, desenvolvido pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O resultado final foi a elaboração de cartas temáticas apresentando o mapeamento da vegetação e do uso do solo do Fundo de Vale do Córrego Barreiro. Palavras-chave: Cartas Temáticas; Fundo de Vale; Mapeamento; Córrego Barreiro; Vegetação.

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Wander Bueno de Camargo. Use of Techniques of Remote Sensing in Mapping of the Vegetation of the Fund of it is Worth of the River Barreiro. Londrina/Pr, 2005. Monography – Estate University of Londrina – Center of Accurate Sciences - Department of Geography. Abstract This work had as objective, to do a mapping of the vegetation of the Fund of it is Worth of the River Barreiro, located at the area east of Londrina -PR'S city. The mapping was made through the observation of the satellite image ETM-Landsat 7do year of 2003 and of the aerial photos of the year of 1997, in which can be observed the modifications of the vegetation among these two periods. It was used for obtaining of SIG (System of Information Geographic),o Software SPRING, developed by INPE (National Institute of Space Researches). The final result went to elaboration of thematic letters presenting the mapping of the vegetation and of the use of the soil of the Fund of it is Worth of the River Barreiro. Key Words: Thematic letters; Fund of it is Worth; Mapping; River Barreiro; Vegetation.

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1-INTRODUÇÃO

A situação instável que se encontra o meio ambiente hoje, faz com que

muitas instituições e organizações governamentais e não governamentais, tenham

uma consciência crítica e tomem os devidos cuidados para que os recursos

naturais do planeta, não alcancem a sua total escassez.

O clima, o tempo, as chuvas fora de época, as secas em regiões úmidas e

principalmente a escassez de vegetações em algumas áreas, são conseqüências

de uma falta de cuidado ou como preferem muitos ”um descuido” do homem com

o meio ambiente.

A vegetação é dos temas ambientais que mais sofre com esse “descuido”.

A retirada da cobertura vegetal que, o homem extrai de forma predatória dos

ecossistemas, juntamente com as queimadas, é sem dúvida o causador dos

desequilíbrios ambientais, alterando as funções atmosféricas e, propagando a

destruição da biodiversidade.

Para RODRIGUES (2001):

“expande-se a visão de mundo e contraditoriamente, são consumidos os recursos naturais, como o carvão vegetal, o carvão mineral (hulha), o petróleo para produzir as máquinas- veículos e combustíveis, lançando ao mesmo tempo na atmosfera gases poluidores. Trata-se da contradição do desenvolvimento que ao mesmo tempo em que utiliza recursos naturais, precisa de recipientes para lançar os produtos consumidos.” (RODRIGUES apud VICENZI,2004,pg.23).

Com o crescimento demográfico, a necessidade de expansão espacial das

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atividades humanas tornou-se inevitável. A ocupação das áreas com vegetações

intactas e florestas primitivas tornaram-se realidade. As pessoas começavam a

ocupá-las de forma assustadora e irregular, sendo que muitas destas tiveram

derrubadas de grandes extensões, com o objetivo de implantar cidades e abranger

uma área maior de solos para o cultivo, ou implantação de estruturas urbanas.

Conforme TUCCI (2000):

“O crescimento desordenado atingiu fortemente o meio ambiente natural onde os recursos são limitados. A consciência conservacionista cresceu nos países desenvolvidos tendo um impacto político decisório que tem envolvido uma conservação maior do meio ambiente em detrimento de grandes projetos”.(TUCCI apud VICENZI, 2004, pg.15).

Na região norte do Paraná o desmatamento para construção da malha

urbana teve seu maior pico a partir de 1920 do século passado. Na cidade, a

interferência do ser humano no meio ambiente, tem proporções ainda maiores que

nas áreas rurais.

A ação humana nesses cinco séculos de colonização portuguesa no Brasil

alterou de forma marcante a distribuição do conjunto da vegetação em nosso país,

como podemos observar pelo mapa de antropização abaixo. Se foram necessárias

quase quinhentos anos para ocuparmos uma efetiva parte do território nacional,

sobretudo a zona costeira; em apenas sessenta anos os brasileiros ocuparam

uma significativa parte do oeste do país. (figura nº 1).

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Figura nº 1: Antropização. Fonte: Atlas do Brasil. THÉRY & MELLO. Editora da Universidade de São Paulo. 2005

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Para entender melhor como a interferência antrópica age no meio

ambiente seria necessário fazer um mapeamento de toda a superfície terrestre,

detalhando os desmatamentos e queimadas que, ocorreram desde o inicio do

século XIX a partir da primeira revolução (industrial), até os dias atuais com o

desenvolvimento tecnológico.

O desenvolvimento da tecnologia é uma das atividades que mais vem

crescendo no mundo atualmente. Este crescimento é desenvolvido quando surge

a necessidade do homem de facilitar suas atividades, criando-se assim novos

equipamentos. Com a tecnologia é possível resolver problemas em questões de

dias ou horas, aquilo que levaria meses ou anos sem o apoio das mesmas.

Os computadores, a informática, a robótica e a Internet, são exemplos

claros de que a tecnologia não vai parar de produzir equipamentos e instrumentos

que possam simplificar as mais variadas atividades do dia- a - dia do ser humano.

Na área da tecnologia de dados ou de mapeamentos, um dos

instrumentos mais usados é o Sensoriamento Remoto. Termo aplicado para definir

as atividades de coleta de dados através de sensores remotos acoplados em

satélites orbitais, aviões de reconhecimento de área ou em plataformas terrestres.

O Sensoriamento Remoto aplicado por satélites orbitais, é mais procurado

pelos pesquisadores, cientistas e estudantes porque a sua utilização abrange uma

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ampla área superficial podendo obter mais detalhes na obtenção de coleta de

dados da superfície, e é necessário um amplo conhecimento de técnicas

avançadas.

As fotos adquiridas através de aviões de reconhecimento de área, podem

ser usadas para mapeamento e análise de áreas e conseqüentemente, usadas

para confrontar-se com as imagens de satélites ou averiguação dos resultados

obtidos na análise dessas. Dentro deste contexto, a análise ambiental com apoio

em imagens remotas tem como objetivo estudar e tentar entender as relações do

homem atual com o meio ambiente.

A área de estudo deste trabalho de conclusão de curso encontra-se na

sub-bacia do Ribeirão Limoeiro, nas coordenadas de Longitude: -51º. 06’. 11,50 “e

–51º. 07’. 23,13” W e Latitude: -23º. 19’. 15,90 “e –23º. 20’. 1,57” S, localizado na

região leste da cidade de Londrina –PR, conforme na figura 2 abaixo:

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Figura 2: Localização do Fundo de Vale do Córrego Barreiro.

Escala: 1: 95.000.000 Escala: 1: 12.000.000

Escala: 1: 2.000.000 Escala: 1: 34.000

Fonte: Atlas Digital encontrado em: www.inpe.br. Elaborado por: Wander Bueno de Camargo.

Brasil Paraná

Londrina Fundo de Vale do Córrego Barreiro

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1.1- Sensoriamento Remoto

Dentro do campo da ciência tecnológica o sensoriamento remoto se

destaca como uma das ferramentas mais usadas em pesquisas técnico-científica.

Esta ferramenta é aplicada na agricultura, centros urbanos, estradas, bairros,

entre outros.

Segundo NOVO (1998) “Sensoriamento Remoto é a utilização de sensores para a aquisição de informações sobre objetos ou fenômenos sem que haja contato direto entre eles. Os sensores seriam os equipamentos capazes de coletar energia proveniente do objeto, convertê-la em sinal passível de ser registrado e apresentá-lo em forma adequada à extração de informações” (pg 1).

O Sensoriamento Remoto é um termo genérico que abrange uma larga

gama de documentos (informações), técnicas de registro e métodos de

interpretações diferentes. Seus dados são de grande utilidade no estudo e na

cartografia do espaço terrestre.

MOREIRA (2003): “No presente estágio de desenvolvimento tecnológico é possível medir, com razoável precisão e a distância, as propriedades espectrais dos alvos e fenômenos da superfície terrestre. Essas medidas são obtidas por meio de dispositivos sistemas sensores”.(pg.109).

Com o desenvolvimento dos sensores orbitais multiespectrais, passou-se

a pesquisar o comportamento dos alvos urbanos de uma forma mais visível. Os

primeiros sensores orbitais desenvolvidos, como, por exemplo, o MSS/Landsat

apresentava grandes limitações no estudo urbano devido a sua baixa resolução

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espacial de 80 m. Com os sensores dos satélites de segunda geração, a

resolução espacial foi melhorada, intensificando o uso de imagens orbitais em

estudos urbanos. Satélites como o IKONOS apresentam resolução espacial de 1

metro; com custo de R$ 38,00 o Km2 de cobertura (Julho 2005).

Já o satélite Quick Bird, Lançado em Outubro de 2001 tem a largura de

seu imageador de 16,5 Km X 16,5 Km no nadir; precisão métrica na horizontal de

23 metros e na vertical de 17 metros; tem resolução de 0,61 à 0,72 cm no

pancromático e no multiespectral de 2,44 à 2,88 m; capacidade de

armazenamento de dados de 128 Gbytes, aproximadamente 57 áreas imagens

simples; altitude da órbita 450 Km; inclinação da órbita de 98º, em sincronismo

com o sol; velocidade 7,1 Km/ segundo; duração da órbita 98 min e tem uma

capacidade de envio de dados de 320 Mbps em banda x. (Fonte:

www.intersat.com.br/).

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Imagem nº 1: Imagem de satélite Quick Bird.

Imagem Quick Bird (0,60 cm de resolução). Aeroclube de Recife. Fonte: www.Intersat.com.br.

No que diz respeito às informações de grande escala, esses permitem um

estudo detalhado da malha urbana e da estrutura rural, bem como dos ambientes

intra-urbanos. Em seu contexto de região é possível uma visão bem detalhada da

área urbana através de dados orbitais, sub-orbitais e terrestre.

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PEREIRA NETO (2002) diz que:

”o Sensoriamento Remoto orbital se constitui numa técnica de grande utilidade, pois permite, em curto intervalo de tempo, a obtenção de grande quantidade de informações sobre o uso e a ocupação do solo. As técnicas de processamento digital contribuem para melhorar a qualidade das imagens orbitais, ampliando sua interpretabilidade.” (PEREIRA NETO apud MACHADO,2004,pg. 30).

Dependendo das características que a área urbana apresenta e a

localização geográfica na qual se encontra, será definido o tipo de sensor a ser

utilizado para coleta de imagens em questão.

Os níveis de coleta de dados espectrais dos alvos da superfície terrestre

são adquiridos através de três níveis: terrestres, orbitais e suborbitais. No nível

terrestre, os sensores podem ser instalados em mastros de barcos, em torres

dentro dos laboratórios ou fixados em bóias; no nível orbital, são instalados em

balões, em satélites não tripulados ou tripulados (neste caso para pesquisas mais

específicas); na suborbital são utilizadas aeronaves como plataforma da coleta

destes dados.

Porém a escolha do sensor a ser utilizado para coleta de informações

espectrais vai depender de alguns fatores como: objetivos da pesquisa; tamanho

da área imageada; disponibilidade de equipamentos sensores; do custo e da

precisão dos resultados a serem obtidos.

Para conhecer as características dos sistemas sensores, é preciso

considerar algumas explicações sobre radiação solar. Começaremos com as

reações no núcleo do sol, na qual, transforma o hidrogênio em hélio, e libera

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energia para todas as direções do espaço cósmico, isto faz com que parte dessa

radiação seja interceptada pela Terra, gerando as frações de reflexão,

transmissão e absorção. Algumas dessas quantidades é que se procura medir.

Os equipamentos que medem essas radiações são chamados de

radiômetros (radio = radiação e metro = medida).

Os radiômetros podem ser classificados como não-imageadores e

imageadores.

a)- Não-imageadores:

Medem a radiância do alvo e apresentam dados em forma de gráficos ou

em forma numérica (radiômetro de banda). O sistema desse equipamento

imageador possui um dispositivo capaz de registrar valores de radiância incidente,

dentro do intervalo de comprimento de onda que opera o sistema.

b)-Imageadores:

Equipamentos cujos resultados são em formas de imagens de uma área

ou de um terreno, neste caso o elemento de resolução do terreno se desloca

gerando uma linha de varredura. Sob o comando de imageadores (scanner),

encontra-se uma variedade de sistemas sensores não-fotográficos, na qual,

registram a radiação eletromagnética em faixas espectrais ultravioletas até o

infravermelho.

Quanto ao tipo de produto os Sensores são classificados em três tipos:

Gráficos, Imagem fotográfica ou Imagem digital.

a)- Os gráficos:

Obtidos por radiômetros em nível suborbital e de solo, que operam na

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faixa reflectiva (espectroradiometros e radiometros de banda), e radiometros que

medem temperatura.

b)- Imagens fotográficas:

Adquiridas através das fotografias aéreas.

c)- Imagens digitais:

Produtos obtidos a partir de dados de satélite, como por exemplo, o ETM

Landsat, Spot, Ikonos.

No que diz respeito à fonte de radiação, os sensores que medem a

radiação refletida ou emitida sobre alvos na superfície terrestre, oriundo de uma

iluminação externa exemplo: são chamados de passivos, os que não possuem

radiação própria. Na categoria de sensores deste tipo passivo está o Mapeador

Temático (TM) do Landsat.

Os sensores que possuem sua própria fonte de radiação são chamados

de ativo, pois, eles emitem um fluxo de radiação em uma faixa espectral que

interage com alvos na superfície, captando desta forma a parte refletida. O radar,

o laser, radiômetros de microondas e câmeras fotográficas (quando usam flash,

são exemplos de sistemas ativos).

Segundo PEREIRA NETO (2002):

“as imagens de Sensoriamento Remoto são constituídas por um arranjo de elementos sob a forma de uma malha, “grid” ou matriz. Cada elemento desta matriz tem sua localização definida com um sistema de coordenadas do tipo “coluna e linha”, representados por “x” e “y”, respectivamente. O nome dado a esses elementos é “pixel”, derivado do inglês “picture element”. Para um mesmo sensor remoto, cada pixel corresponde sempre a uma área com as mesmas dimensões na superfície da Terra. Cada pixel possui também um atributo numérico “g”, que indica o nível de cinza

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representando a intensidade da energia eletromagnética medida pelo sensor, para a área da superfície terrestre correspondente.” (PEREIRA NETO apud MACHADO,2004,pg.31).

Os sistemas sensores podem ser classificados da seguinte forma:

Tabela 01: Classificação dos sistemas sensores quanto á categoria, princípio de funcionamento e fonte de radiação.

Tipos de Produto Funcionamento Fonte de radiação

Sensores Fotográficos Imageadores Passivos

Ativos *

Sensores Não fotográficos Imageadores Passivos

Ativos Não imageadores Passivos

Ativos Obs: * no caso do uso de flash em máquinas fotográficas.

As técnicas que o sensoriamento remoto dispõem, são empregadas em

diversas áreas de pesquisa e para diversas finalidades. Aqui neste trabalho, ele

será empregado na elaboração de um mapeamento da vegetação do Fundo de

Vale, através da observação de imagens orbitais e fotos aérea.

No que diz respeito à obtenção de fotografias aéreas é necessário que

todos os equipamentos que forem usados para adquirir essas fotos possam estar

ajustados para tal trabalho e que o resultado de um grande número de normas e

especificações seja comprido, como: o avião e o seu vôo; a câmera aérea e à

lente; o filme; ás condições atmosférica, entre outros.

As fotos aéreas possuem alguns critérios para que possam estabelecer

uma melhor obtenção de imagem, classificando-se da seguinte forma: a

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orientação do eixo da câmara (vertical e oblíqua), seu sistema óptico (simples ou

múltiplo), como algumas particularidades (preto-branco, colorido, infra-vermelho, a

radar, etc).

1.2- A vegetação do Norte do Paraná

Com as devastações e as queimadas constantes na região norte do

Paraná, as matas originais do tipo pluvial-tropical, foi radicalmente substituídas por

plantações de cafezais, culturas de cereais e grandes extensões de pastos.

Na região norte do Paraná o desmatamento para construção da malha

urbana teve seu maior pico a partir de 1920 do século passado. Visto que na

cidade a interferência do ser humano no meio ambiente tem proporções ainda

maiores.

Desta forma, é provável que algumas espécies características da

vegetação arbórea do norte do Paraná (como a peroba e a imbúia), não existirão

mais em um futuro remoto, pois, a capoeira que é predominante desta região, é

freqüentemente derrubada ou queimada para dar lugar a plantações de culturas

extensivas, chegando a esgotar quase todo os nutrientes do solo.

No entanto muitos agricultores sabem do valor da conservação da

vegetação de capoeira em suas propriedades, haja vista que a capoeira atua

como um reflorestador natural da vegetação arbórea.

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Segundo MAACK (2002). “Deixando-se à capoeira o tempo suficiente para se desenvolver, surgem após alguns anos as primeiras árvores entre densa vegetação rasteira. Cita-se em primeiro lugar as espécies tupixaba (Baccharis e Symphiopappus), com 4-5 metros de altura, e a uvarana (Cordyline sellowiana ou dracenoides). É neste estádio que a capoeira tem importância no acúmulo de água e proteção às cabeceiras. Finalmente, a mata verdadeira regenera-se a partir desta capoeira”.(pg.279).

O Paraná foi uma região coberta por exuberante vegetação, em especial

florestas ricas em pinheiro, imbuia, peroba, cedro, canela, ipê, pau-marfim, entre

outras.

Atualmente o Paraná possui apenas manchas de vegetação arbórea

primitiva, com área de 4,5 milhões de hectares de vegetação de ocorrência natural

em todo o território paranaense, considerando todos os estágios de sucessão

(Fonte:http://www.gempi.com.br/home/includes/noticiasgempi/), distribuídos de

forma irregular pelo Estado. Dois acontecimentos simultâneos, no início do século

XX, contribuíram para o delinear desse perfil: a descoberta do valor econômico do

pinheiro (Araucária angustifólia) e a implantação da cultura cafeeira. Esses fatos

foram responsáveis pelo desaparecimento de 2/3 das florestas paranaenses.

Aliado a esses fatores ainda está a crise do petróleo, na década de 70,

que restringiu o uso do óleo combustível, provocando a sua substituição por lenha

e carvão vegetal como fonte de energia calorífica e o modelo de agroeconômicos

incentivador das monoculturas de exportação, reduzindo as áreas de florestas e

os campos nativos.

Se por um lado a intervenção do homem moderno, com o uso sistemático

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das queimadas, contribuiu para que as matas não avançassem sobre os campos,

por outro lado, a prática das roçadas e das queimadas das matas contribuíram

para o surgimento de matas secundárias. Por isso, atualmente o Paraná possui

regiões de matas agrupadas nas seguintes formações:

Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica) e ecossistemas associados

(mangues, restingas, formações pioneiras e outras). Conhecida popularmente por

Mata Atlântica ocorre no litoral e Serra do Mar e é a maior reserva concentrada e

em extensão da cobertura vegetal do Paraná. Trata-se de formações

diversificadas, compreendendo árvores de grande porte, palmáceas, lianas e

epífitas.

Floresta Estacional Semidecidual ou mata pluvial tropical e subtropical dos

planaltos do interior. Esta formação cobria originalmente todo o planalto

paranaense abaixo dos 500 m, desenvolvida sobre as férteis terras roxas e o

arenito caiuá. Reinhard Maack considerava esta região como uma variação da

Floresta Pluvial Atlântica, diferenciando-se pela sua maior exuberância em função

da fertilidade dos solos. Corresponde a vegetação encontrada na região de

Londrina.

Floresta Ombrófila Mista ou Floresta de Araucária. Poucas são as

formações florestais brasileiras que têm sua fisionomia tão bem caracterizada pela

presença de uma espécie vegetal como a Floresta de Araucária. Neste caso é o

pinheiro-do-paraná (Araucária angustifólia) que, em função dos seus aspectos

(copa, folhagem e tronco) e da posição que ocupa, facilita grandemente a

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definição da área de ocorrência desta formação. É associado a esse bioma

relictos de Cerrado, bem como formações campestres (Campos). (foto nº 1).

Foto n º 1: Vegetação de Araucária Fonte: stz-rottenburg.de/biblio/index.html

1.3- Vegetação de Fundo de Vale

Conhecida por muitos como mata ciliar ou vegetação ripária, a vegetação

de fundo de vale está localizada às margens dos rios e lagos, pois, tem como

objetivo absorver as águas das chuvas; produzir nutrientes para a biodiversidade

aquática; reter enxurradas para que não aconteça assoreamento; através de sua

vegetação torna o clima mais agradável; absorve os gases poluentes (através de

sua arborização), dos veículos e libera um ar mais puro; serve de áreas de lazer,

desde que conservadas as leis de proteção ambiental; muda a paisagem das áreas

urbanas, descaracterizando a cor cinza das edificações pelo o verde das

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vegetações.

A mata ciliar age como um instrumento de absorção, infiltração e

evaporação de parte das águas das chuvas, reduzindo a formação de enxurradas e

inundações. Sem essa vegetação, o solo perde a proteção contra a chuva forte, a

água termina carregando desde sedimentos até poluentes, abrindo enormes

buracos no chão (erosões), e causando assoreamento dos rios, ou seja, a terra vai

sendo depositada nos corpos d água, até cobri-la por completo. Com os solos

degradados a tendência da água da chuva é escorrer pela superfície e,

rapidamente pelos cursos d’água, trazendo como conseqüência as inundações.

Os espaços verdes dos fundos de vales podem ser usados como área de

lazer como: construções de parques, pista de caminhadas, áreas para piqueniques,

mini teatro ao ar livre, playgraunds, aquários, desde que esses empreendimentos

sejam muito bem organizado e respeitem as leis de preservação do meio ambiente,

na qual, “É considerado crime danificar ou mesmo destruir floresta que sejam de

preservação permanente; que estejam em formação ou até mesmo utilizá-las de

maneira indevida”, segundo a lei de Crimes Ambientais (n.º 9.065/98).

A importância desta vegetação para o equilíbrio do ecossistema é clara, a

mata ciliar tem como função manter as temperaturas amenas, oferecer um

ambiente propício para o desenvolvimento da vida biótica, preservar a qualidade

das águas e proporcionar uma qualidade de vida mais saudável para a

sobrevivência do homem. Como é considerada uma vegetação muito rara devemos

nos dedicar a sua total proteção e, um dos métodos usados para esse tipo de

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preservação é a conscientização da população e da sociedade para que não haja

degradação e uso irregular, desnecessário da mata ciliar, mantendo sua vegetação

nativa e intocável.

Preservando as matas ciliares, a necessidade de canalizar e esconder os

rios, torna-se ilógica, pois com esta preservação, a vegetação continuará seu

trabalho natural conservando e cuidando da biodiversidade, dos microorganismos e

dos cursos d água, de forma a satisfazer os seres que dependem desta vegetação

para sua total sobrevivência.

1.3.1- Fundo de Vale em Zonas Urbanas e as leis de preservação

Como todo fundo de vale urbano suas formas naturais apresentam

alterações e modificações, motivo pelo qual se faz necessário um trabalho de

mapeamento para que futuramente possamos ter um controle de sua degradação.

O espaço urbano é caracterizado por suas zonas de conflito sócio –

econômicos, fazendo com que o crescimento dos interesses do homem pelo uso

do solo seja cada vez maior. É neste espaço urbano fragmentado, que estão

concentradas as populações com seus interesses, suas atividades, seus objetivos

e sonhos, tendo como pano de fundo as edificações industriais, as empresas, os

veículos de transportes, os locais de lazer; como palco e ao mesmo tempo

instrumentos formadores destes conflitos urbanos.

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Segundo CORRÊA (1989).”Mas o espaço urbano é simultaneamente fragmentado e articulado: cada uma de suas partes mantém relações espaciais com as demais, ainda que de intensidade muito variável. Estas relações manifestam-se empiricamente através de fluxos de veículos e de pessoas associadas às operações de carga e descarga de mercadorias, aos deslocamentos quotidianos entre as áreas residenciais e os diversos locais de trabalho, aos deslocamentos menos freqüentes para compras no centro da cidade ou nas lojas do bairro, às visitas aos parentes e amigos, e às idas ao cinema, culto religioso, praia e parques”. (Pg. 7 ).

Os fundos de vales urbanos inserem-se dentro desta temática de espaço

urbano como um dos elementos principais no controle da qualidade de vida dos

seres humanos, visto que, sua vegetação e o seu corpo d água agem sobre o

ambiente urbano como purificador do ar poluído, controlador térmico e, transforma

a paisagem seca e cinza das edificações e das casas em ambientes mais

agradáveis, com uma vegetação mais viva.

Os Fundos de vales são topografias regulares e irregulares, na qual, se

encontram os cursos d’água. Estes locais aparecem dentro do meio ambiente

como áreas de preservação da vida biótica, aquática e florestal.

As áreas cobertas por vegetação herbácea, arbustivas, arbóreas frutíferas

e ornamentais, contribuem para amenizar o clima, embelezar a cidade, atrair

pássaros e outros animais, além de absorver o calor e o gás carbônico gerados

pelas atividades urbanas.

A presença de árvores nas zonas urbanas, além de modificar a paisagem,

tem efeitos benéficos sobre o clima, fazendo com que o transporte da água do

solo ocorra continuamente para a atmosfera, mantendo a umidade do ar,

impedindo a secura extrema do ambiente. Altera também o regime dos ventos,

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tornando-os brandos, frescos e menos carregados de poeira. As plantas também

ajudam a evitar um dos problemas ecológicos mais graves que o mundo

enfrentará nos próximos anos; o da elevação global da temperatura da Terra,

causado pelo excessivo desmatamento nas áreas de vegetação natural ainda

restantes (como é o caso da Amazônia), liberando desta forma grande quantidade

de gás carbônico na atmosfera, provocando o aquecimento global e o efeito

estufa.

O aspecto da paisagem é outro condicionante, na questão dos fundos de

vales em zonas urbanas, visto que o verde da vegetação ripária e o azul dos rios e

lagos, modificam o colorido das cidades, não deixando que a cor cinza das

fumaças, oriundas das máquinas e dos equipamentos industrias, predominem no

ambiente urbano, tornando a paisagem pesada.

As matas ciliares ou vegetação ripária é legalmente parte da Área de

Preservação Permanente, na qual é proibido o corte de vegetação nativa ou

qualquer outro tipo de exploração nesta área, este regulamento é definido pelo

Código Florestal, lei federal n.º 4.711/65 ; devendo ser respeitada as faixas ao

longo dos rios e lagos, variando estas larguras dependendo da largura dos cursos

d água.

Conforme o código florestal e, pela lei Federal n. º 6.766/79, que se dispõe

sobre o Parcelamento do Solo Urbano, são consideradas “Áreas de Preservação

Permanente”, as áreas que margeiam os cursos d água, em área non aedificandi,

de 15 metros de cada lado.

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De acordo com a lei Federal n. º 7.803/89, ao longo dos rios ou de

qualquer curso hídrico desde do seu nível mais alto, deve ser respeitada uma faixa

marginal com largura mínima de 30 metros, aumentando conforme a largura do

corpo d água.

A lei municipal de parcelamento do solo, na cidade de Londrina, para fins

urbanos e de uso, ocupação e expansão do sítio urbana (aprovadas em 07/1998),

definem as áreas de fundo de vale como “Áreas Especiais de Fundo de Vale e de

Preservação Ambiental”, na qual, deve-se respeitar as áreas ao longo das

margens dos corpos d’água, em uma largura mínima de 30 metros de cada lado.

1.3.2- Os Fundos de Vale em Londrina

Os fundos de vales encontram-se distribuídos de forma heterogênea

dentro do sítio urbano de Londrina, sendo que cada curso hídrico caracteriza-se por

formas diferentes em relação aos outros. O relevo da cidade de Londrina apresenta

altitudes variadas, conseqüentemente diferenciando as formas dos fundos de vales.

Essa diferença fica evidente quando analisados suas características como:

diâmetro, extensão, qualidade de suas águas, vegetação e com a interferência

antrópica, sua conservação e uso do solo. (Figura nº3).

Londrina possui um grande potencial de recursos hídricos, possuindo 9

sub-bacias assim denominadas: sub-bacia do Ribeirão Jacutinga; Lindóia; Quati;

Limoeiro; Cambé (originando os lagos igapó 1, 2,3 e 4); Esperança; Cafezal; e as

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sub-bacias dos Córregos Bom Retiro e Água da Pedras. Em comum somente a

qualidade ruim de suas águas, sendo que suas nascentes localizam-se nas áreas

urbanas e recebem, em alguns casos, além de águas pluviais, afluentes de

industrias e esgoto domésticos.

Figura nº 3: Rede Hídrica da Malha Urbana de Londrina-Pr.

1- Córrego Poço Fundo 11- Córrego Cafezal 21- Córrego Das Pombas 2- Córrego Pirapózinho 12- Córrego Barreiro 22- Córrego Gabiroba 3- Córrego Mosel 13- Ribeirão Limoeiro 23- Ribeirão São Domingos

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4- Córrego Sem Dúvida 14- Córrego Cacique 24- Córrego Uberaba 5- Arroio Primavera 15- Córrego Barboré 25- Córrego do Sabiá 6- Córrego do Veado 16- Córrego Rubi 26- Córrego do Salto 7- Córrego Cabrinha 17- Córrego Água Fresca 27- Córrego Mangahiba 8- Córrego Bom Retiro 18- Córrego Leme 28- Córrego Saltinho 9- Ribeirão Ibiporã 19- Córrego Capivara 29- Córrego São Lourenço 10- Córrego Esperança 20- Córrego Dos Tucanos 30- Córrego Cristal

Fonte: Figura (SEMA-Secretaria do Meio Ambiente de Londrina). Dados (Revista do Departamento de Geociências-jan/jun-2002-UEL, pg. 71).

Os fundos de vales da cidade de Londrina apresentam-se quase que

sem sua vegetação original, com uma paisagem atípica. As áreas que mais estão

desprovidas de vegetação são o da região norte e as do centro da cidade, pois,

estas regiões foram seriamente destruídas por uma enorme gama de pessoas que

se apropriaram destes locais para construção de casas e outras edificações. Até

mesmo na região sul da cidade, onde, as vertentes são mais ingrimes, a

degradação é constante e contínua.

Conforme o Código Florestal, a "Área de Preservação Permanente", que é

especificada pela faixa mínima 30m de cada margem ao longo dos cursos d'água,

não é respeitado, a ocupação dá-se através de construções irregulares e alguns

casos atividades agrícolas. Essas atuam no sentido de agravar ainda mais a má

conservação nestas áreas de preservação.

Na cidade de Londrina, as leis atuais de parcelamento do uso do solo para

fins urbanos e para ocupação e expansão da urbanização, foram aprovadas em

07/1998. Especificam que as áreas de fundo de vale são consideradas como:

“Áreas Especiais de Fundo de Vale e de Preservação Ambiental”, abrangendo uma

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área de 30 metros de cada lado do rio, com o intuito de proteger os cursos hídricos

e proporcionar lazer aos habitantes da cidade. Apesar de existir a lei acima citada, a

aplicação da mesma não ocorre de modo severo, pois o uso irregular continua a

acontecer sem punição alguma.

Segundo VIZINTIM (1998), “A área de fundo de vale encontram-se, genericamente, degradados em quase 100% de sua extensão urbana e a inexistência da mata ciliar... Sua extensão está aquém do necessário e ou exigida para a proteção dos cursos hídricos e a alimentação da fauna aquática. Este tem sido ocupado muitas vezes como, locais de lançamento de lixo a céu aberto, ou ainda muito deles aterrados seja para urbanização (algumas favelas) e ou atividades agrícolas, muitos dos fundos de vales tem sido locais de proliferação de endemias ou a queda na qualidade da água”. (pg. 128).

ZANINI(1998 ), “As atividades agrícolas desenvolvidas em áreas inadequadas do ponto de vista da inclinação das vertentes, da conformação e composição do relevo ou avançando dentro dos corpos hídricos, constitui um outro grave problema, ou seja, em quase 100% da extensão urbana, observa-se a inexistência de mata ciliar, ou quando aparece sua extensão não recobre o mínimo necessário à proteção dos corpos hídricos e à alimentação da fauna”. (pg.83).

O uso do solo nos fundos de vale é demonstrado na irregularidade das

pessoas que o ocupam e na impunidade do Estado que regulariza tais usos. Das

áreas de fundo de vale que estão sendo utilizadas irregularmente, as edificações

são as que mais desobedecem as leis Municipais de parcelamento do uso do solo.

Alguns proprietários destas construções pertencem às classes sociais mais altas,

e apropriam do espaço público, nas margens dos cursos hídricos, destruindo o

ecossistema natural e privando as pessoas de desfrutarem de tais espaços como,

é o caso das casas construídas as margens do lago Igapó. No entanto, os

moradores das regiões de classes sociais mais baixas, por não terem locais

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adequados à moradia, acabam instalando-se em áreas de fundo de vale de forma

desordenada e aleatória, muitas vezes sem autorização do governo municipal,

poluindo os rios e acabando com sua vegetação e suas nascentes.

Outra forma de poluição dos fundos de vale é a acumulação de lixos e

entulhos nos rios e em seus arredores, jogados pelos moradores vizinhos aos

mesmos, trazendo doenças para suas casas, mau cheiro e transformando o lugar

em um lixão. Para alguns moradores os espaços vazios dos fundos de vale

servem para acumulação de entulhos, abusando do local vazio para encobrir

detritos domésticos e, por vezes detritos industriais (lixos industriais, oriundas das

industrias vizinhas aos fundos de vale), nestas áreas que deveriam ser de

preservação.

A vegetação dos fundos de vale da cidade de Londrina reflete o descuido

e o descaso da sociedade e da instituição pública Municipal, com a conservação

das Áreas Especiais de Preservação Ambiental (Fundos de Vale), promovendo o

abandono e, o mau uso do solo, ficando evidente a falta de conhecimento dos

benefícios que os fundos de vale trazem para o município. A ausência de

conhecimento aparece, quando à qualidade de vida dos habitantes tornam-se

insatisfatória, principalmente nos bairros mais afastados dos centros urbanos.

1.3.3 - Uso do Solo no Fundo de Vale do Córrego Barreiro.

O fundo de vale do Córrego Barreiro, corta a partir da montante de seu

curso hídrico os bairros: Pq. Aeroporto, JD.A.P. Residence, Jd. Pérola, Jd.

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Moterey, Jd. Do Leste, Conj. Hab. Giovani Lunardelli, Jd. Vale do Cedro, Conj.

Hab. Armindo Guazzi, Jd. das Nações, Jd. Monte Sinai, Conj. Hab. Guilherme

Braga Abreu Pires, Conj. Hab. Ernani Moura Lima 1, Conj. Hab. Ernani Moura

Lima 2 e Conj. Hab. Bonifácio e Silva.

O uso do solo do fundo de vale do Córrego Barreiro encontra-se muito

irregular, apresentando um enorme abandono, visto que, já não possui mais suas

características originais. A ação do homem nesta área fez com que a mesma

sofresse alterações praticamente irreversíveis para a sobrevivência da

biodiversidade do local.

A irregularidade no uso do solo concentra-se principalmente no descaso

de alguns moradores com a proteção e o cuidado que deveriam ter com a área de

preservação ambiental, jogando detritos e lixos domésticos nos barrancos, e em

alguns casos usando a área para queimar galhos e madeiras secas oriundas das

próprias casas vizinhas. Em alguns casos destruindo a vegetação rasteira e as

gramíneas que continuam a resistir a degradação.

Nem todos os moradores que habitam as redondezas do fundo de vale

agridem a natureza, alguns tentam contribuir de alguma forma com conservação

do meio ambiente.

Os esgotos clandestinos aparecem possivelmente como os principais

causadores de doenças e infecções nos usuários do Córrego Barreiro. Foram

constatados oito pontos de esgoto clandestinos desaguando seus detritos neste

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fundo de vale. É possível que existam mais, trazendo conseqüências muitos

graves para os moradores e pessoas que passam pela região. O risco de

contaminação é grande, uma vez que consumam da água contaminada, direta ou

indiretamente, através da alimentação com peixes do ribeirão, ou ainda, pelo

consumo de alimentos contaminados por moscas provenientes destes esgotos.

Como o fundo de vale cobre uma área bem extensa, em alguns pontos ele

encontra-se dentro de estabelecimentos rurais como: sítios e chácaras, motivo

pelo qual é utilizado como pastos, acabando com a vegetação natural do lugar.

Moradores vizinhos que possuem carroças costumam deixar seus cavalos para

pastar nas áreas verdes próximas de suas casas.

Percebe-se também a apropriação da cabeceira do Córrego Barreiro, para

uso da nascente do curso d’água, por uma industria de engarrafamento de

bebidas. Esta prática vem sendo feita há muitos anos, e ninguém tomou

providências. Se já não bastasse a degradação, vem o detrito orgânico e

inorgânicos destas industrias, que são depositados de forma completamente

incorreta, contaminando assim as águas do Córrego.

Os loteamentos mais recentes são outro agravante no uso do solo do

fundo de vale do Córrego Barreiro. Não obedecem as leis municipais de

parcelamento do solo da cidade de Londrina (aprovadas em 07/1998). A retirada

da vegetação e o depósito irregular de entulhos das construções dos loteamentos

e de algumas casas vizinhas em reforma, acabam causando o assoreamento,

diminuição do volume d’água, destruição da vida aquática do córrego e

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consumindo assim a fonte de muitas pessoas que dependem desta água para

sobreviver.

A SEMA (Secretaria Municipal do Ambiente), pretende abrir licitação para

aprovar um projeto de revitalização do fundo de vale do Córrego Barreiro, na qual,

deverá constar pista de caminhada, ponte de madeira, iluminação, árvores

frutíferas e, nas cercanias serão construídos um parquinho e um mirante.

O convênio que a SEMA fez com o Ministério do Turismo, prevê um

investimento através da Caixa Econômica Federal de R$ 200 mil para as obras de

revitalização, ficando para o município a quantia de R$ 40 mil como contrapartida.

A secretaria calcula que, a construção desta área de lazer, deverá

beneficiar diretamente cerca de 20 mil pessoas, pertencentes à população de seis

bairros da redondeza. (Fonte: Folha de Londrina, 26 de Junho de 2004).

Apesar de todos os esforços de pesquisadores, estudiosos e pessoas

ligadas à conservação do meio ambiente, a conscientização, ainda pode ser o

mais provável, se não o único caminho para chegarmos ao projeto ideal de vida

sustentável. Esta conscientização está ligada a educação, cultura, respeito,

dignidade e amor ao próximo. Um leque de atributos que está faltando, ou talvez

nunca tenha existido dentro de cada ser humano que, insiste em achar que esta

abundância de recursos naturais, que hoje possuímos, não irá se acabar jamais.

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2 – Materiais e Métodos

O método aplicado neste trabalho foi o de observação da imagem de

satélite ETM Landsat- 7 do ano de 2003, com compatibilização de escala das fotos

aéreas (Vôo Sanepar/Copel/Sercontel/PML); datada do ano de 1997 (1:8000), na

qual ambas abrangem o setor leste da cidade de Londrina, onde localiza-se o

Córrego Barreiro a área de estudo deste trabalho.

Esta observação se faz através do monitor do computador, onde foi feito

um mapa da vegetação do fundo de vale do Córrego Barreiro e das modificações

sofridas ao longo destes seis anos (1997 - 2003), tanto da vegetação do fundo de

vale quanto do uso do solo em seu entorno.

No trabalho de campo com o GPS foram coletadas coordenadas

geográficas de alguns pontos da região leste da cidade de Londrina baseada nas

fotos aérea, para que pudesse ser feito o georreferenciamento da imagem de

satélite.

As fotos do trabalho de campo foram tiradas de pontos estratégicos da

vegetação e do uso do solo em seu entorno, procurando focar a paisagem de

contrastes e de degradação que o ambiente urbano, através da ação antrópica,

provoca na natureza.

Conjuntamente com essas fotos foram incluídos os relatórios do trabalho

de campo para que pudesse ser feita uma comparação real das informações

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retiradas da imagem e das fotos aéreas (1997), e conseqüentemente fazer as

considerações finais.

Trabalhou-se a imagem georreferenciada no SPRING, permitindo através

de seus recursos instrumentais, comparar de modo quase que simultâneo as fotos

aéreas e a imagem de satélite. Utilizamos o mesmo também para criar as cartas

síntese que resultou na descrição do mapeamento. O programa Adobe Fotoshop

6.0, foi utilizado para fazer o mosaico das fotos aéreas.

O computador, a máquina fotográfica e o aparelho de GPS foram os

equipamentos essenciais para a elaboração deste TCC. O computador fez a parte

de armazenar as informações para que pudessem ser feitos os cruzamentos de

dados; a máquina fotográfica fez as fotos de campo; e usando um GPS de

Localização, foram feitas 16 paradas em pontos variados da área em estudo,

usando uma cópia impressa do mosaico das fotos aéreas. Coletando assim dados

das coordenadas geográficas, necessárias para georreferenciar a imagem de

satélite.

Os materiais usados neste trabalho de conclusão de curso foram os

seguintes:

• SPRING versão 4.0 (programa de computador criado pelo INPE);

• Adobe Photoshop 6.0 (programa de computador);

• Um aparelho de GPS-GARMIN de localização;

• Um computador;

• Fotos do trabalho de campo;

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• Fotos aéreas do setor leste da cidade de Londrina do ano de 1997;

• Recorte da imagem de satélite ETM-Landsat 7 do setor leste da cidade de

Londrina do ano de 2003;

• Uma máquina fotográfica.

A utilização destes materiais foi de grande importância para o êxito deste

TCC, pois sem a interação destes materiais acima citados, não seria possível a

realização deste trabalho de mapeamento.

2.1 Imagem e Spring

Foi a partir de 1991 que o INPE, deu início ao desenvolvimento de uma

nova geração de sistemas de processamento de imagens e geoprocessamento.

Somente mais tarde a partir de 1993, surge o resultado deste desenvolvimento,

com o lançamento da versão 1.0 do SPRING (Sistema para Processamento de

Informações Georeferenciadas). Em nosso trabalho utilizaremos esse programa

computacional.

Considerado um sistema inovador o SPRING foi projetado de inicio para

redes de estações de trabalho baseadas ambiente operacional UNIX.

Basicamente foram dois os motivos que levaram o INPE a desenvolver o

programa SPRING: a integração de dados e a facilidade de uso. O SPRING é um

banco de dados geográfico de 2º geração, para ambientes UNIX e Windows com

as seguintes características:

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• Opera como um banco de dados geográficos sem fronteiras, podendo suportar

grande quantidade de dados (sem limite de escala, projeção e fuso), podendo

manter a identidade dos objetos geográficos ao longo de todo banco;

• Administra tanto dados vetoriais como dados matriciais (raster), e realiza a

integração de dados de Sensoriamento Remoto num SIG (Sistema de

Informações Geográficas);

• Linguagem espacial facilmente programável pelo usuário (LEGAL-Linguagem

Espaço-Geográfica baseado em Álgebra);

• Consegue escalonabilidade completa (capaz de operar com toda sua

funcionalidade em ambientes que variam desde micro-computadores a

estações de alto desempenho).

O SPRING é baseado num modelo de dados orientado a objetos, do qual

são derivadas sua interface de menus e a linguagem espacial LEGAL (Linguagem

Espaço-Geográfica). Algoritmos inovadores, como os utilizados para indexação

espacial, segmentação de imagens e geração de grades triangulares, garantem o

desempenho adequado para as mais variadas aplicações.

A base de dados é única, quer dizer, a estrutura de dados é a mesma,

pois quando o usuário trabalha em um micro computador (IBM-PC) e em uma

máquina RISC (Estações de Trabalho UNIX), não há necessidade alguma de

conversão de dados.

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A imagem de satélite em estudo permitiu localizar a zona leste do sítio

urbano da cidade de Londrina, onde é possível identificar a micro-bacia do fundo

de vale do Córrego Barreiro. (figura nº 4).

Figura nº 4: Carta de análise-Recorte da imagem de satélite da região

leste da cidade de Londrina do ano de 2003.

Fonte: Imagem Orbital ETM-Landsat 7.

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2.2-Foto Aérea (1997).

Através de um consórcio entre a Sanepar (Companhia de Saneamento do

Paraná), Copel (Companhia de Energia Elétrica do Paraná) e a Sercomtel (Serviço

de Comunicação e Telefonia de Londrina); em parceria com a Prefeitura Municipal

de Londrina, a Secretaria Municipal de Planejamento e o IPPUL (Instituto de

Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina), foi elaborado um projeto de

mapeamento através de fotos aéreas da cidade de Londrina, tendo como período

de aquisição das fotos aéreas o mês de Dezembro do ano de 1997.

Foram usadas neste trabalho de conclusão de curso dez (10), fotos

aéreas da região leste da cidade de Londrina, com as seguintes numerações:

fotos nº -207, 208, 209,210 e 211; e fotos nº- 231,232,233,234 e 235

respectivamente, para formar o mosaico da área de estudo, sendo que todas as

fotos estão no formato monocromático, com vários tons das cores cinza e branca

(foto nº 9).

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Foto nº 2: Fotos aéreas da região leste da cidade de Londrina do ano de1997.

Fonte: Consórcio de Mapeamento: Sanepar, Sercomtel e Copel.

Com as fotos acima citadas, adquiridas através do consórcio

COPEL/SANEPAR/SERCOMTEL, foi possível extrair informações necessárias

para a elaboração do mapeamento do Fundo de Vale e montar o mosaico com

sua respectiva carta síntese (figura nº 5).

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Figura nº 5: Carta de análise - Mosaico das fotos aéreas de 1997.

2.3 - Cartografia.

Profissionais ligados à área de cartografia procuram elaborar uma

metodologia que possa ser aplicada na representação cartográfica ambiental. A

partir da metade do século XX, dois fatores influenciaram de forma significativa à

cartografia ambiental, a primeira foi a ampliação das relações com as ciências da

natureza e da sociedade, e segunda foi os avanços da tecnologia e suas

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implicações na representação espacial.

Com a implantação do Programa Intergovernamental sobre o Homem e a

Bioesfera (MAB), pela UNESCO em 1970, os pesquisadores e estudiosos

cartógrafos procuram fórmulas e soluções com o intuito de promover uma

cartografia que abordassem os elementos do meio ambiente e ação antrópica

dentro deste ambiente.

Uma das primeiras propostas metodológica sobre a cartografia ambiental

foi feita pelo Laboratório de Geomorfologia do Centre Nationale de Recherches

Scientifiques em Caen na França, coordenado pelo o Prof. André Journaux. Com

este trabalho Journaux pode localizar com precisão fenômenos físicos, humanos e

econômicos, possibilitando assim elaborar relações entre eles e estudar melhor

um planejamento territorial.

Segundo OLIVEIRA(1993): “Seria inviável a construção de um mapa econômico sem conhecimento e influxo da geografia econômica, como inexeqüível seria a elaboração de um mapa de distribuição da vegetação, sem a participação da fitogeografia, nesses casos, quem planeja e concebe tais mapas só pode ser especialista de cada tema particular: o geógrafo, o geólogo, o pedólogo, o agrônomo, etc. (pg.14).

A representação cartográfica dos elementos do meio ambiente como:

relevo, água, condições climáticas, espaços construídos, espaços cultivados e

espaços verdes, foram adaptados para aplicação no Brasil. No presente trabalho

ressaltamos os aspectos seguintes:

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Espaços verdes (verde): Registra os diferentes tipos de vegetação

existentes na região.

A cartografia deste trabalho baseia-se nos seguintes tipos de vegetação:

• Floresta: vegetação de mata fechada.

• Arbórea: vegetação com predominância de indivíduos de hábitos

arbóreo, sendo o sub-bosque normalmente reduzido ou ausente.

• Capoeira: vegetação onde predominam indivíduos de hábito

arbustivo, podendo também haver espécies arbóreas.

• Rasteira: vegetação normalmente baixa, com predominância de

espécies herbáceas, normalmente gramíneas.

Na cartografia de uso do solo a tipologia encontra-se da seguinte forma:

• Uso do solo urbanizado (Laranja): áreas em torno do fundo de vale,

loteadas com construções habitacionais ou industriais.

Carta de Análise: O objetivo é cartografar elementos ou processos

simples. Esses elementos podem ser: coberturas superficiais, formações

geológicas, distribuições fitológicas, espaços agrícolas, construções urbanas,

densidades populacionais e poluições do ar e da água.

Carta Síntese: Reveladora de uma dinâmica tempo – espaço. Adaptada

para comparação de metodologias de levantamento de uso do solo em um mesmo

espaço e tempo, porém, com técnicas distintas.

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3- Resultados e Discussão dos Resultados

O resultado foi a elaboração de quatro cartas de Análise e duas cartas

Síntese, que estão classificadas da seguinte forma: vegetação do fundo de vale

do ano de 1997; vegetação do fundo de vale do ano de 2003; uso do solo do

fundo de vale do ano de 1997 e uso do solo do fundo de vale do ano de 2003,

como cartas de Análises e as Modificações da Vegetação –1997/2003;

Modificações do Uso do solo-1997/2003, como cartas Sínteses.

No que diz respeito à imagem de satélite utilizada, a cor vermelha

caracterizou a vegetação do fundo de vale, a azul o uso do solo urbano e, as de

tonalidades em verde o uso com vários níveis de vegetação rasteira-arbustiva,

sendo que através desta observação de cores foi possível iniciar os estudos para

a elaboração do mapeamento da vegetação em estudo.

Já no mosaico das fotos aéreas, as tonalidades de cinza mais escuros

podem ser classificadas como vegetação de floresta ou arbórea; as tonalidades de

cinza mais claras podem ser consideradas campos limpos (pouca vegetação ou

gramíneas) ou atividades agrícolas; e as tonalidades de cor branca caracterizam

os solos nus, as edificações, as construções e os arruamentos.

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3.1.-Trabalho de Campo.

O primeiro tipo de vegetação caracterizado neste trabalho foi denominado

de floresta, pois se encontra muito densa e condensada, variando as formas e

tipos de árvores encontrado nesta área (Foto nº 3).

Pouco restou deste tipo de vegetação nos centros urbanos, sendo que as

árvores da floresta encontram-se aglomeradas de tal forma que só podemos

identificar sua diversidade arbórea através de suas folhas e frutos coloridos.

Foto n. º 3: vegetação de floresta. Autor: Wander Camargo.

A vegetação arbórea deste fundo de vale aparece em dois pontos

diferentes de sua extensão. No primeiro ponto as árvores aparecem de forma

menos densa do que da floresta, com tipos variados, incluindo algumas

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bananeiras, caracterizando assim este tipo de vegetação. Percebem-se também

fios elétricos ao centro da foto, indicando que provavelmente houve uma extração

de árvores nativas para passagem da rede elétrica, na parte inferior da foto,

observa-se uma cerca de arames bem finos, dando a entender que ali existe uma

atividade antrópica (Foto nº 4).

Foto n. º 4: vegetação Arbórea. Autor: Wander Camargo.

No segundo ponto, a arborização encontra-se de forma reduzida e

dispersas em pequenos grupos. No centro da foto, observa-se uma vegetação do

tipo colonião (gramínia), tendo ao seu redor a presença de algumas árvores de

tamanho médio (Foto nº 5).

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Foto n. º 5: vegetação Arbórea. Autor: Wander Camargo

É visível o tipo de vegetação encontrado neste local do fundo de vale.

Denominado como capoeira a vegetação do tipo arbustivo encontra-se aqui

praticamente junto com alguns indivíduos de espécie arbóreos, a paisagem

mostrado na Foto nº 6 apresenta também outras formas de vegetação como:

mamoneira e bananeira.

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Foto n. º 6: vegetação de Capoeira. Autor: Wander Camargo.

Em alguns lugares do fundo de vale, a vegetação de capoeira pode

apresentar-se com predominância arbustivas, não contendo nenhum indivíduo

arbóreo em seu entorno (foto nº 7).

Foto n. º 7: vegetação de Capoeira Autor: Wander Camargo

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Há duas formas de vegetação rasteira no fundo de vale. Na primeira

ocorrência a vegetação daquele local teve um desgaste muito grande, podendo

ser conseqüência da ação do homem (capinagem) ou uma falta de umidade

natural, fazendo com que a vegetação secasse, transformando-se assim em uma

paisagem de solo quase nu com poucas gramíneas (Foto nº 8).

Foto n.º8: vegetação rasteira Autor: Wander Camargo

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Na segunda ocorrência a vegetação rasteira está localizada em uma área

desmatada pelo homem, que usou deste artifício para a construção de um campo

de futebol. Observa-se que este foi construído com dimensões retangulares e está

cercado de alambrados (Foto nº 9). Fica assim caracterizado que este tipo de

vegetação rasteira foi introduzida artificialmente nesta ambiente.

Foto nº 9: vegetação rasteira Autor: Wander Bueno

Ao redor do Córrego Barreiro há várias situações do uso de solo. Uma

delas é muito interessante e satisfatória, pois alguns moradores, construíram por

conta própria bancos ao pé das árvores e fizeram um tipo de local reservado para

lazer, na qual tentam conservar as gramíneas ao redor destas árvores. É uma

área com uso do solo urbanizado integrado ao fundo do vale (Foto nº 10).

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Foto n. º 10: Uso do solo urbanizado. Autor: Wander Camargo.

As construções habitacionais cada vez mais aparecem ao redor das áreas

verdes dos fundos de vale. No entorno do Córrego Barreiro não é diferente. Casas

são levantadas em um curto intervalo de tempo, e em alguns casos chega a

transformar completamente a paisagem do local (Foto nº 11).

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Foto n. º 11: Uso do solo urbanizado com construções. Autor: Wander Camargo

Observa-se uma construção cercada por um muro na qual se encontra

uma escola e ao seu lado casas rodeadas de árvores. As árvores são uma

constante nesta paisagem, pois ao fundo deste colégio é visível a quantidade de

árvores que cercam essas construções (foto nº 12).

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Foto n. º 12: Uso do solo. Fundo do Vale e Escola.

Autor: Wander Camargo.

Como podemos perceber o uso inadequado do solo ao redor dos fundos

de vale só trazem problemas, um destes é em relação aos detritos jogados nas

margens dos rios, ou até mesmo nos cursos d água.

Ao redor do Córrego Barreiro, as edificações e barracões construídas

próximas à vegetação ciliar, mudam completamente a paisagem natural do local.

Outro grave problema é encontrar os lixos jogados pelos moradores ou

comerciantes vizinhos. Estes lixos somente se diferem no tipo de produto, sendo

caracterizados da seguinte forma: detritos de construções civis, pedaços de

madeiras, plásticos, entre outros; como podemos observar na Foto de nº 13.

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Foto n. º 13: Uso do solo e Lixo urbano.

Autor: Wander Camargo.

3.2- Carta Síntese.

Após todos os dados levantados, foi possível elaborar a carta síntese e a

carta de análise da vegetação e do uso do solo do Córrego Barreiro, na qual foram

elaboradas seis cartas (quatro cartas de análise e duas cartas síntese),

descrevendo de forma gráfica as modificações sofridas ao longo destes seis anos,

que data de 1997 a 2003.

Nas duas cartas de Análise da vegetação do fundo de vale do Córrego

Barreiro de 1997 e de 2003, foi possível observar as alterações sofridas neste

período.

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Figura 6: Carta de análise - Vegetação do Fundo de Vale do Córrego Barreiro do ano de 1997.

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Figura 7: Carta de análise-Vegetação do Fundo de Vale do Córrego Barreiro do ano de 2003.

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Na carta de análise da vegetação de 1997 (figura nº 6), onde foram

observados e retirados os dados das fotos aéreas, a vegetação de floresta

encontra-se de forma mais densa, abrangendo a parte sudeste da área do fundo

de vale, localizado à jusante do Córrego Barreiro. Já a vegetação arbórea aparece

à montante do córrego e na parte central. Localizada na parte noroeste seguindo o

curso do rio encontra-se na parte central do fundo de vale uma vegetação de

capoeira aparecendo em uma pequena parte da área central, fazendo divisa no

seu lado superior com a vegetação arbórea e no seu lado inferior com a vegetação

rasteira. Esta vegetação de capoeira também aparece de forma mais expressa

fazendo divisa com a vegetação arbórea central, encontrando-se em sua parte

inferior com a vegetação de floresta à sudeste do fundo. A vegetação rasteira

encontra-se distribuídas em três partes do fundo de vale: Sendo que na primeira

aparece em sua parte superior, na divisa com a vegetação de capoeira localizada

à noroeste do fundo e a parte inferior faz divisa com a vegetação arbórea central.

Na segunda aparece fazendo divisa em todo seu redor com a vegetação arbórea

central e na terceira e última parte a vegetação rasteira encontra-se em um

formato retangular, circulado pela vegetação de capoeira localizado na área

central do fundo de vale.

No decorrer destes seis anos, houve algumas alterações na vegetação do

fundo de vale. Na carta de análise da vegetação de 2003 (figura nº 7), fica

evidente estas modificações.

As modificações ocorreram em algumas partes do fundo de vale, na qual

foram extraídas informações da imagem de satélite, sendo que na área central do

fundo de vale, surgiu uma pequena área com predominância da vegetação

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rasteira; mais à frente desta área central deu-se um alongamento da vegetação

rasteira que já existia, sua área estendeu-se para o sentido noroeste-sudeste de

forma que englobou parte da área central da vegetação arbórea, ultrapassando a

divisa na qual esta última fazia com a vegetação de capoeira e, ocupou-se de um

pequeno pedaço de área da vegetação rasteira; outra modificação se deu à

sudeste do fundo, a divisa entre a vegetação de capoeira e a vegetação de

floresta, surgiu uma pequena área com vegetação rasteira, onde esta última

começou a fazer divisa com a vegetação de floresta.

Comparando a vegetação de 1997 e a de 2003, fica claro que as

alterações sofridas tiveram significado de degradação, pois as únicas vegetações

que surgiram foram, vegetação rasteira, isto nos leva a crer que se não foram

queimadas naturais pelo calor do sol ou a seca, foram as interferências do homem

que levaram a tais modificações, através das derrubadas das árvores; queimadas

propositais; capinas.

Ao redor do Fundo de Vale do Córrego Barreiro, concentram-se várias

atividades de uso do solo como: edificações, casas habitacionais, loteamentos

habitacionais e indústrias, como pode ser observados nas figuras nº 7 e nº 8 a

seguir.

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Figura nº 8: Carta de Análise - Uso do Solo da Micro-Bacia do Fundo de Vale do Córrego Barreiro do ano de 1997.

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Figura nº 9: Carta de Análise - Uso do Solo da Micro-Bacia do Fundo de Vale do Córrego Barreiro do ano de 2003.

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Na carta de análise do uso do solo do ano de 1997 encontra-se a sudeste

do fundo de vale um pequeno espaço ocupado por edificações; observando-se à

noroeste, encontra-se as industrias que também ocupa uma pequena área; no

entanto espalhadas nas áreas centrais, estão as casas habitacionais e os

loteamentos. A área preparada para a inclusão de casas habitacionais,

conhecidas como loteamentos habitacionais, é que irá sofrer as modificações ao

longo do período. (figura nº 8).

Portanto no período de seis anos de ocupação do solo no fundo de vale

do Córrego Barreiro, foram construídas mais casas e conseqüentemente mais

pessoas irão ter acesso aos benefícios que o fundo de vale pode lhes

proporcionar. No entanto não se pode esperar muita retribuição para estes

benefícios, sem um planejamento de educação ambiental para estas pessoas.(

figura nº 9).

De 1997 a 2003, a interferência antrópica modificou tanto a vegetação

quanto o uso do solo na micro-bacia do fundo de vale do Córrego Barreiro. Nestes

seis anos o homem conseguiu alterar em uma quantidade significativa a paisagem

já alterada dos anos anteriores, a vegetação do fundo do vale que seis anos antes

era arbustiva, encontra-se no ano de 2003 como vegetação rasteira, acontecendo

da mesma forma com a vegetação de capoeira e, o uso do solo que em 1997

predominava o solo nu e serviria para plantações de culturas, em 2003 encontra-

se ocupada por construções habitacionais. Ver Figura nº 9 e nº 10 (Cartas

Síntese).

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Figura nº 10: Carta Síntese - Modificação da Vegetação do Fundo de Vale do Córrego Barreiro -1997/2003.

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Figura nº 11: Carta Síntese - Modificação do Uso do Solo da Micro- Bacia do Fundo de Vale do Córrego Barreiro -1997/2003.

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No que diz respeito às fotos aéreas do ano de 1997, a observação da

vegetação feita através das mesmas, possibilitou um detalhamento em sua

característica vegetal e, de seu uso do solo bem nítidas (do ponto de vista de

análise através do monitor do computador), fazendo com que o mapeamento

tivesse uma clareza mais aproximada do real.

Já na imagem de satélite, referente ao ano de 2003, não foi possível

observar um detalhamento tão criterioso assim, pois a vegetação e o uso do solo

da imagem de satélite são caracterizados através de sua tonalidade de cores

(RGB), sendo que o vermelho caracterizando a vegetação do fundo de vale, a

verde vegetação rasteira-arbustiva e o azul o uso do solo urbano, aparecem mais

homogêneos no detalhamento de suas tonalidades, mesmo assim foi possível

extrair um bom resultado.

4-Considerações Finais

Atualmente profissionais que dominam o conhecimento de sensoriamento

remoto, SIG (Sistema de Informações Georreferenciada), são capazes de elaborar

trabalhos de mapeamento na área de meio ambiente que possam ajudar os

pesquisadores e, até mesmo a sociedade de forma geral a encontrar caminhos

para uma vida sustentável.

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No fim deste Trabalho de Conclusão de Curso –TCC, pode ser mostrado

um mapeamento da vegetação e do uso do solo do fundo de vale do Córrego

Barreiro, num espaço-tempo completamente distinto.

Este trabalho foi muito importante não só porque atingiu o seu objetivo

que era o mapeamento, mas porque pôde nos mostrar através de pesquisas

bibliográficas, fotos aéreas e imagem de satélite, os mais variados tipos de

vegetações existentes em nosso eco-sistema, principalmente a dos fundos de vale.

Mostrou através do trabalho de pesquisa como é a vegetação urbana e

como a intervenção do homem pode alterar o ambiente natural na qual vivemos. E

mostrou através de mapas como está sendo modificada a paisagem urbana de

forma descontrolada e irresponsável ao longo dos tempos.

Espero que este trabalho possa auxiliar e ajudar as pessoas que buscam

contribuir com a preservação do meio ambiente e desta forma conscientizar outras

a cuidarem dos recursos naturais que ainda resta.

5-BIBLIOGRAFIA:

CALIJURI, Maria Lúcia ; RÖHM, Sérgio Antonio: Sistema de Informações Geográficas. Universidade Estadual de Viçosa / Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas / Departamento de Engenharia Civil. Imprensa Universitária - Viçosa / Minas Gerais, 1994.

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FOLHA DE LONDRINA-Donos de terrenos têm 30 dias para fazer limpeza. Reportagem com Jacira Werle. Folha Cidades, pg. 01 de 15 de junho de 2004.

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ZANINI, Regiane. Espacialização do Verde Urbano de Londrina-PR. Monografia de Conclusão de Curso. Londrina-Pr,1998.

6-ANEXOS

Anexo I

1- Lei Florestal (lei Federal nº 7.803 de 18 de julho de 1989).

Altera a redação da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e revoga as Leis nºs

6.535, de 15 de junho de 1978, e 7.511, de 7 de julho de 1986.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta

e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, passa a vigorar com as seguintes alterações: I - o art. 2º passa a ter a seguinte redação: "Art. 2º ...................... a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja: 1) de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; 2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura; 3) de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; .......................... c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo." II - o art. 16 passa a vigorar acrescido de dois parágrafos, numerados como § 2º e

§ 3º, na forma seguinte:

"Art. 16.................

§ 1º Nas propriedades rurais, compreendidas na alínea a deste artigo, com área

entre 20 (vinte) a 50 (cinqüenta) hectares, computar-se-ão, para efeito de fixação

do limite percentual, além da cobertura florestal de qualquer natureza, os maciços

de porte arbóreo, sejam frutíferos, ornamentais ou industriais.

§ 2º A reserva legal, assim entendida a área de, no mínimo, 20% (vinte por cento)

de cada propriedade, onde não é permitido o corte raso, deverá ser averbada à

margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente,

sendo vedada, a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a

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qualquer título, ou de desmembramento da área.

§ 3º Aplica-se às áreas de cerrado a reserva legal de 20% (vinte por cento) para

todos os efeitos legais."

III - o art. 19 passa a vigorar acrescido de um parágrafo único, com a seguinte

redação:

"Art. 19. A exploração de florestas e de formações sucessoras, tanto de domínio

público como de domínio privado, dependerá de aprovação prévia do Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, bem

como da adoção de técnicas de condução, exploração, reposição florestal e

manejo compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura arbórea

forme.

Parágrafo único. No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados projetos

que contemplem a utilização de espécies nativas."

IV - o art. 22 passa a ter a seguinte redação:

"Art. 22. A União, diretamente, através do órgão executivo específico, ou em

convênio com os Estados e Municípios, fiscalizará a aplicação das normas deste

Código, podendo, para tanto, criar os serviços indispensáveis.

Parágrafo único. Nas áreas urbanas, a que se refere o parágrafo único do art. 2º.

desta Lei, a fiscalização é da competência dos municípios, atuando a União

supletivamente."

V - o art. 44 fica acrescido do seguinte parágrafo único:

"Art. 44 .......................

Parágrafo único. A reserva legal, assim entendida a área de, no mínimo, 50%

(cinqüenta por cento), de cada propriedade, onde não é permitido o corte raso,

deverá ser averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel no registro de

imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de

transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento da área."

VI - ficam-lhe acrescidos dois artigos, numerados como arts. 45 e 46,

renumerando-se os atuais arts. 45, 46, 47 e 48 para 47, 48, 49 e 50,

respectivamente:

"Art. 45. Ficam obrigados ao registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA os estabelecimentos comerciais

responsáveis pela comercialização de moto-serras, bem como aqueles que

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adquirirem este equipamento.

§ 1º. A licença para o porte e uso de moto-serras será renovada a cada 2 (dois)

anos perante o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis - IBAMA.

§ 2º. Os fabricantes de moto-serras ficam obrigados, a partir de 180 (cento e

oitenta) dias da publicação desta Lei, a imprimir, em local visível deste

equipamento, numeração cuja seqüência será encaminhada ao Instituto Brasileiro

do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e constará das

correspondentes notas fiscais.

§ 3º. A comercialização ou utilização de moto-serras sem a licença a que se refere

este artigo constitui crime contra o meio ambiente, sujeito à pena de detenção de

1 (um) a 3(três) meses e multa de 1(um) a 10 (dez) salários mínimos de referência

e a apreensão da moto-serra, sem prejuízo da responsabilidade pela reparação

dos danos causados.

Art. 46. No caso de florestas plantadas, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA zelará para que seja preservada, em

cada município, área destinada à produção de alimentos básicos e pastagens,

visando ao abastecimento local."

Art. 2º. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias,

contados de sua publicação.

Art. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º. Revogam-se as Leis n.ºs 6.535, de 15 de junho de 1978, e 7.511, de 7 de

julho de 1986, e demais disposições em contrário.

Brasília, 18 de julho de 1989; 168º. da Independência e 101º. da República.

JOSÉ SARNEY

João Alves Filho

Rubens Bayma Denys

Anexo II 2- Lei de Uso do Solo (lei nº 6.766, de 19 de Dezembro de 1979).

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Lei nº 6.766, de 19 de Dezembro de 1979

Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras providências.

Texto atualizado em 30.3.01 / Última Lei 9.785, 29.1.1999

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta

e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - O parcelamento do solo para fins urbanos será regido por esta Lei.

Parágrafo único - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão

estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal

para adequar o previsto nesta Lei às peculiaridades regionais e locais.

CAPÍTULO I Disposições Preliminares

Art. 2º - O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou

desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações

estaduais e municipais pertinentes.

§ 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a

edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou

prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.

§ 2º - considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a

edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não

implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no

prolongamento, modificação ou amplicação dos já existentes.

§ 3º - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

§ 4º - Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas

dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei

municipal para a zona em que se situe.(Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

§ 5º - Consideram-se infra-estrutura básica os equipamentos urbanos de

escoamento das águas pluviais, iluminação pública, redes de esgoto sanitário e

abastecimento de água potável, e de energia elétrica pública e domiciliar e as vias

de circulação pavimentadas ou não.(Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

§ 6º - A infra-estrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais

declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de:

(Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

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I - vias de circulação; (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

II - escoamento das águas pluviais; (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

III - rede para o abastecimento de água potável; e(Incluído pela Lei nº 9.785,

29.1.99)

IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica

domiciliar.(Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas

urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo

plano diretor ou aprovadas por lei municipal. (NR) (Redação dada pela Lei nº

9.785, 29.1.99)

Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo:

I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as

providências para assegurar o escoamento das águas;

II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública,

sem que sejam previamente saneados;

III - em terreno com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se

atendidas exigências específicas das autoridades competentes;

IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;

V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça

condições sanitárias suportáveis, até a sua correção.

CAPÍTULO II Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento

Art. 4º - Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:

I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento

urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão

proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada

por lei municipal para a zona em que se situem. (NR) (Redação dada pela Lei nº

9.785, 29.1.99)

II - os lotes terão área mínima de 125 m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados)

e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando a legislação estadual ou

municipal determinar maiores exigências, ou quando o loteamento se destinar a

urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse

social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes;

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III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público

das rodovias, ferrovias e dutos, será obrigatória a reserva de uma faixa non

aedificandi de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da

legislação específica;

IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais,

existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local.

§ 1º - A legislação municipal definirá, para cada zona em que se dívida o território

do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e

ocupação do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximas

de lotes e os coeficientes máximos de aproveitamento. (NR) (Redação dada pela

Lei nº 9.785, 29.1.99)

§ 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação,

cultura, saúde, lazer e similares.

Art. 5º - O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada

loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos.

Parágrafo único. Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de

abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas

pluviais, rede telefônica e gás canalizado.

CAPÍTULO III Do Projeto de Loteamento

Art. 6º - Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá

solicitar à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que

defina as diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos

espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário,

apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel contendo, pelo

menos:

I - as divisas da gleba a ser loteada;

II - as curvas de nível a distância adequada, quando exigidas por lei estadual ou

municipal;

III - a localização dos cursos d'água, bosques e construções existentes;

IV - a indicação dos arruamentos contíguos a todo o perímetro, a localização das

vias de comunicação, das áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários,

existentes no local ou em suas adjacências, com as respectivas distâncias da área

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a ser loteada;

V - o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina;

VI - as características, dimensões e localização das zonas de uso contíguas.

Art. 7º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, indicará,

nas plantas apresentadas junto com o requerimento, de acordo com as diretrizes

de planejamento estadual e municipal:

I - as ruas ou estradas existentes ou projetadas, que compõem o sistema viário da

cidade e do Município relacionadas com o loteamento pretendido e a serem

respeitadas;

II - o traçado básico do sistema viário principal;

III - a localização aproximada dos terrenos destinados a equipamento urbano e

comunitário e das áreas livres de uso público;

IV - as faixas sanitárias do terreno necessárias ao escoamento das águas pluviais

e as faixas não edificáveis;

V - a zona ou zonas de uso predominante da área, com indicação dos usos

compatíveis.

Parágrafo único - As diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de quatro

anos. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

Art. 8º - Os Municípios com menos de cinqüenta mil habitantes e aqueles cujo

plano diretor contiver diretrizes de urbanização para a zona em que se situe o

parcelamento poderão dispensar, por lei, a fase de fixação de diretrizes previstas

nos arts. 6º e 7º desta Lei. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

Art. 9º - Orientado pelo traçado e diretrizes oficiais, quando houver, o projeto,

contendo desenhos, memorial descritivo e cronograma de execução das obras

com duração máxima de quatro anos, será apresentado à Prefeitura Municipal, ou

ao Distrito Federal, quando for o caso, acompanhado de certidão atualizada da

matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, de

certidão negativa de tributos municipais e do competente instrumento de garantia,

ressalvado o disposto no § 4º do art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.785,

29.1.99)

§ 1º - Os desenhos conterão pelo menos:

I - a subdivisão das quadras em lotes, com as respectivas dimensões e

numeração;

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II - o sistema de vias com a respectiva hierarquia;

III - as dimensões lineares e angulares do projeto, com raios, cordas, arcos, ponto

de tangência e ângulos centrais das vias;

IV - os perfis longitudinais, e transversais de todas as vias de circulação e praças;

V - a indicação dos marcos de alinhamento e nivelamento localizados nos ângulos

de curvas e vias projetadas;

VI - a indicação em planta e perfis de todas as linhas de escoamento das águas

pluviais.

§ 2º - O memorial descritivo deverá conter, obrigatoriamente, pelo menos:

I - a descrição sucinta do loteamento, com as suas características e a fixação da

zona ou zonas de uso predominante;

II - as condições urbanísticas do loteamento e as limitações que incidem sobre os

lotes e suas construções, além daquelas constantes das diretrizes fixadas;

III - a indicação das áreas públicas que passarão ao domínio do Município no ato

de registro do loteamento;

IV - a enumeração dos equipamentos urbanos, comunitários e dos serviços

públicos ou de utilidade pública, já existentes no loteamento e adjacências.

§ 3º - Caso se constate, a qualquer tempo, que a certidão da matrícula

apresentada como atual não tem mais correspondência com os registros e

averbações cartorárias do tempo da sua apresentação, além das conseqüências

penais cabíveis, serão consideradas insubsistentes tanto as diretrizes expedidas

anteriormente, quanto as aprovações conseqüentes. (Incluído pela Lei nº 9.785,

29.1.99)

CAPÍTULO IV

Do Projeto de Desmembramento

Art. 10º - Para a aprovação de projeto de desmembramento, o interessado

apresentará requerimento à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for

o caso, acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo

Cartório de Registro de Imóveis competente, ressalvado o disposto no § 4º do art.

18, e de planta do imóvel a ser desmembrado contendo: (NR) (Redação dada pela

Lei nº 9.785, 29.1.99)

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I - a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos;

II - a indicação do tipo de uso predominante no local;

III - a indicação da divisão de lotes pretendida na área.

Art. 11º - Aplicam-se ao desmembramento, no que couber, as disposições

urbanísticas vigentes para as regiões em que se situem ou, na ausência destas,

as disposições urbanísticas para os loteamentos. (NR) (Redação dada pela Lei nº

9.785, 29.1.99)

Parágrafo único - O Município, ou o Distrito Federal quando for o caso, fixará os

requisitos exigíveis para a aprovação de desmembramento de lotes decorrentes

de loteamento cuja destinação da área pública tenha sido inferior à mínima

prevista no § 1º do art. 4º desta Lei.

CAPÍTULO V

Da Aprovação do Projeto de Loteamento e Desmembramento

Art. 12º - O projeto de loteamento e desmembramento deverá ser aprovado pela

Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, a quem compete

também a fixação das diretrizes a que aludem os artigos 6º e 7º desta Lei, salvo a

exceção prevista no artigo seguinte.

Parágrafo único - O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante

do cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação. (Incluído

pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

Art. 13º - Aos Estados caberá disciplinar a aprovação pelos Municípios de

loteamentos e desmembramentos nas seguintes condições: (NR) (Redação dada

pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

I - quando localizados em áreas de interesse especial, tais como as de proteção

aos mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico,

assim definidas por legislação estadual ou federal;

II - quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do

Município, ou que pertença a mais de um Município, nas regiões metropolitanas

ou em aglomerações urbanas, definidas em lei estadual ou federal;

III - quando o loteamento abranger área superior a 1.000.000 m2 (um milhão de

metros quadrados).

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Parágrafo único - No caso de loteamento ou desmembramento localizado em

área de Município integrante de região metropolitana, o exame e a anuência

prévia à aprovação do projeto caberão à autoridade metropolitana.

Art. 14º - Os Estados definirão, por decreto, as áreas de proteção especial,

previstas no inciso I do artigo anterior.

Art. 15º - Os Estados estabelecerão, por decreto, as normas a que deverão

submeter-se os projetos de loteamento e desmembramento nas áreas previstas

no art. 13º, observadas as disposições desta Lei.

Parágrafo único - Na regulamentação das normas previstas neste artigo, o

Estado procurará atender às exigências urbanísticas do planejamento municipal.

Art. 16º - A lei municipal definirá os prazos para que um projeto de parcelamento

apresentado seja aprovado ou rejeitado e para que as obras executadas sejam

aceitas ou recusadas. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

§ 1º - Transcorridos os prazos sem a manifestação do Poder Público, o projeto

será considerado rejeitado ou as obras recusadas, assegurada a indenização por

eventuais danos derivados da omissão. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

§ 2º - Nos Municípios cuja legislação for omissa, os prezes serão de noventa dias

para a aprovação ou rejeição e de sessenta dias para a aceitação ou recusa

fundamentada das obras de urbanização." (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

Art. 17º - Os espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas

a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do

memorial descritivo, não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, desde

a aprovação do loteamento, salvo as hipóteses de caducidade da licença ou

desistência do loteador, sendo, neste caso, observadas as exigências do art. 23

desta Lei.

CAPÍTULO VI Do Registro do Loteamento e Desmembramento

Art. 18º - Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador

deverá submetê-lo ao Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob

pena de caducidade da aprovação, acompanhado dos seguintes documentos:

I - título de propriedade do imóvel ou certidão da matrícula, ressalvado o disposto

nos §§ 4º e 5º; (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

II - histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vinte)

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anos, acompanhado dos respectivos comprovantes;

III - certidões negativas:

a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o imóvel;

b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos;

c) de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a

Administração Pública;

IV - certidões:

a) dos Cartórios de Protestos de Títulos, em nome do loteador, pelo período de 10

(dez) anos;

b) de ações pessoais relativas ao loteador, pelo período de 10 (dez) anos;

c) de ônus reais relativos ao imóvel;

d) de ações penais contra o loteador, pelo período de 10 (dez) anos;

V - cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de

verificação pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Federal, da execução das

obras exigidas por legislação municipal, que incluirão, no mínimo, a execução das

vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros e

das obras de escoamento das águas pluviais ou da, aprovação de um

cronograma, com a duração máxima de quatro anos, acompanhado de

competente instrumento de garantia para a execução das obras; (NR) (Redação

dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

VI - exemplar do contrato-padrão de promessa de venda, ou de cessão ou de

promessa de cessão, do qual constarão obrigatoriamente as indicações previstas

no art. 26 desta Lei;

VII - declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do

loteamento.

§ 1º - Os períodos referidos nos incisos III, b e IV, a, b e d, tomarão por base a

data do pedido de registro do loteamento, devendo todas elas ser extraídas em

nome daqueles que, nos mencionados períodos, tenham sido titulares de direitos

reais sobre o imóvel.

§ 2º - A existência de protestos, de ações pessoais ou de ações penais, exceto as

referentes a crime contra o patrimônio e contra a administração, não impedirá o

registro do loteamento se o requerente comprovar que esses protestos ou ações

não poderão prejudicar os adquirentes dos lotes. Se o oficial do registro de

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imóveis julgar insuficiente a comprovação feita, suscitará a dúvida perante o juiz

competente.

§ 3º - A declaração a que se refere o inciso VII deste artigo não dispensará o

consentimento do declarante para os atos de alienação ou promessa de alienação

de lotes, ou de direitos a eles relativos, que venham a ser praticados pelo seu

cônjuge.

§ 4º - O título de propriedade será dispensado quando se tratar de parcelamento

popular, destinado as classes de menor renda, em imóvel declaração de utilidade

pública, com processo de desapropriação judicial em curso e imissão provisória na

posse, desde que promovido pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios ou

suas entidades delegadas, autorizadas por lei a implantar projetos de habitação.

(Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

§ 5º - No caso de que trata o § 4º, o pedido de registro do parcelamento, além dos

documentos mencionados nos incisos V e VI deste artigo, será instruído com

cópias autênticas da decisão que tenha concedido a imissão provisória na posse,

do decreto de desapropriação, do comprovante de sua publicação na imprensa

oficial e, quando formulado por entidades delegadas, da lei de criação e de seus

atos constitutivos. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

Art. 19º - Examinada a documentação e encontrada em ordem, o oficial do

registro de imóveis encaminhará comunicação à Prefeitura e fará publicar, em

resumo e com pequeno desenho de localização da área, edital do pedido de

registro em 3 (três) dias consecutivos, podendo este ser impugnado no prazo de

15 (quinze) dias contados da data da última publicação.

§ 1º - Findo o prazo sem impugnação, será feito imediatamente o registro. Se

houver impugnação de terceiros, o oficial do registro de imóveis intimará o

requerente e a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para

que sobre ela se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de

arquivamento do processo. Com tais manifestações o processo será enviado ao

juiz competente para decisão.

§ 2º - Ouvido o Ministério Público no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz decidirá de

plano ou após instrução sumária, devendo remeter ao interessado as vias

ordinárias caso a matéria exija maior indagação.

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§ 3º - Nas capitais, a publicação do edital se fará no Diário Oficial do Estado e

num dos jornais de circulação diária. Nos demais Municípios, a publicação se fará

apenas num dos jornais locais, se houver, ou, não havendo, em jornal da região.

§ 4º - O oficial do registro de imóveis que efetuar o registro em desacordo com as

exigências desta Lei ficará sujeito a multa equivalente a 10 (dez) vezes os

emolumentos regimentais fixados para o registro, na época em que for aplicada a

penalidade pelo juiz corregedor do cartório, sem prejuízo das sanções penais e

administrativas cabíveis.

§ 5º - Registrado o loteamento, o oficial de registro comunicará, por certidão, o seu

registro à Prefeitura.

Art. 20º - O registro do loteamento será feito, por extrato, no livro próprio.

Parágrafo único - No Registro de Imóveis far-se-á o registro do loteamento, com

uma indicação para cada lote, a averbação das alterações, a abertura de ruas e

praças e as áreas destinadas a espaços livres ou a equipamentos urbanos.

Art. 21º - Quando a área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição

imobiliária, o registro será requerido primeiramente perante aquela em que estiver

localizada a maior parte da área loteada. Procedido o registro nessa circunscrição,

o interessado requererá, sucessivamente, o registro do loteamento em cada uma

das demais, comprovando perante cada qual o registro efetuado na anterior, até

que o loteamento seja registrado em todas. Denegado o registro em qualquer das

circunscrições, essa decisão será comunicada, pelo oficial do registro de imóveis,

às demais para efeito de cancelamento dos registros feitos, salvo se ocorrer a

hipótese prevista no § 4º deste artigo.

§ 1º - Nenhum lote poderá situar-se em mais de uma circunscrição.

§ 2º - É defeso ao interessado processar simultaneamente, perante diferentes

circunscrições, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os atos

praticados com infração a esta norma.

§ 3º - Enquanto não procedidos todos os registros de que trata este artigo,

considerar-se-á o loteamento como não registrado para os efeitos desta Lei.

§ 4º - O indeferimento do registro do loteamento em uma circunscrição não

determinará o cancelamento do registro procedido em outra, se o motivo do

indeferimento naquela não se estender à área situada sob a competência desta, e

desde que o interessado requeira a manutenção do registro obtido, submetido o

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remanescente do loteamento a uma aprovação prévia perante a Prefeitura

Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso.

Art. 22º - Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o domínio do

Município as vias e praças, os espaços, livres e as áreas destinadas a edifícios

públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial

descritivo.

Art. 23º - O registro do loteamento só poderá ser cancelado:

I - por decisão judicial;

II - a requerimento do loteador, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal

quando for o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato;

III - a requerimento conjunto do loteador e de todos os adquirentes de lotes, com

anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, e do Estado.

§ 1º - A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento se disto

resultar inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se

tiver realizado qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências.

§ 2º - Nas hipóteses dos incisos II e III, o oficial do registro de imóveis fará

publicar, em resumo, edital do pedido de cancelamento, podendo este ser

impugnado no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da última publicação.

Findo esse prazo, com ou sem impugnação, o processo será remetido ao juiz

competente para homologação do pedido de cancelamento, ouvido o Ministério

Público.

§ 3º - A homologação de que trata o parágrafo anterior será precedida de vistoria

judicial destinada a comprovar a inexistência de adquirentes instalados na área

loteada.

Art. 24º - O processo de loteamento e os contratos depositados em cartório

poderão ser examinados por qualquer pessoa, a qualquer tempo,

independentemente do pagamento de custas ou emolumentos, ainda que a título

de busca.

CAPÍTULOVII Dos Contratos

Art. 25º - São irretratáveis os compromissos de compra e venda, cessões e

promessas de cessão, os que atribuam direito a adjudicação compulsória e,

estando registrados, confiram direito real oponível a terceiros.

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88

Art. 26º - Os compromissos de compra e venda, as cessões ou promessas de

cessão poderão ser feitos por escritura pública ou por instrumento particular, de

acordo com o modelo depositado na forma do inciso VI do art. 18 e conterão, pelo

menos, as seguintes indicações:

I - nome, registro civil, cadastro fiscal no Ministério da Fazenda, nacionalidade,

estado civil e residência dos contratantes;

II - denominação e situação do loteamento, número e data da inscrição;

III - descrição do lote ou dos lotes que forem objeto de compromissos,

confrontações, área e outras características;

IV - preço, prazo, forma e local de pagamento bem como a importância do sinal;

V - taxa de juros incidentes sobre o débito em aberto e sobre as prestações

vencidas e não pagas, bem como a cláusula penal, nunca excedente a 10% (dez

por cento) do débito e só exigível nos casos de intervenção judicial ou de mora

superior a 3 (três) meses;

VI - indicação sobre a quem incumbe o pagamento dos impostos e taxas

incidentes sobre o lote compromissado;

VII - declaração das restrições urbanísticas convencionais do loteamento,

supletivas da legislação pertinente.

§ 1º - O contrato deverá ser firmado em três vias ou extraído em três traslados,

sendo um para cada parte e o terceiro para arquivo no registro imobiliário, após o

registro e anotações devidas.

§ 2º - Quando o contrato houver sido firmado por procurador de qualquer das

partes, será obrigatório o arquivamento da procuração no Registro Imobiliário.

§ 3º - Admite-se, nos parcelamentos populares, a cessão da posse em que

estiverem provisoriamente imitidas a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e

suas entidades delegadas, o que poderá ocorrer por instrumento particular, ao

qual se atribui, para todos os fins de direito, caráter de escritura pública, não se

aplicando a disposição do inciso II do art. 134 do Código Civil. (Incluído pela Lei nº

9.785, 29.1.99)

§ 4º - A cessão da posse referida no § 3º, cumpridas as obrigações do

cessionário, constitui crédito contra o expropriante, de aceitação obrigatória em

garantia de contratos de financiamentos habitacionais. (Incluído pela Lei nº 9.785,

29.1.99)

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§ 5º - Com o registro da sentença que, em processo de desapropriação, fixar o

valor da indenização, a posse referida no § 3º converter-se-á em propriedade e a

sua cessão, em compromisso de compra e venda ou venda e compra, conforme

haja obrigações a cumprir ou estejam elas cumpridas, circunstância que,

demonstradas ao Registro de Imóveis, serão averbadas na matrícula relativa ao

lote. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

§ 6º- Os compromissos de compra e venda, as cessões e as promessas de

cessão valerão como título para o registro da propriedade do lote adquirido,

quando acompanhados da respectiva prova de quitação. (Incluído pela Lei nº

9.785, 29.1.99)

Art. 27º - Se aquele que se obrigou a concluir contrato de promessa de venda ou

de cessão não cumprir a obrigação, o credor poderá notificar o devedor para

outorga do contrato ou oferecimento de impugnação no prazo de 15 (quinze) dias,

sob pena de proceder-se ao registro do pré contrato, passando as relações entre

as partes a serem regidas pelo contrato-padrão.

§ 1º - Para fins deste artigo, terão o mesmo valor de pré-contrato a promessa de

cessão, a proposta de compra, a reserva de lote ou qualquer outro instrumento, do

qual conste a manifestação da vontade das partes, a indicação do lote, o preço e

modo de pagamento, e a promessa de contratar.

§ 2º - O registro de que trata este artigo não será procedido se a parte que o

requereu não comprovar haver cumprido a sua prestação, nem a oferecer na

forma devida, salvo se ainda não exigível.

§ 3º - Havendo impugnação daquele que se comprometeu a concluir o contrato,

observar-se-á o disposto nos artigos 639 e 640 do Código de Processo Civil.

Art. 28º - Qualquer alteração ou cancelamento parcial do loteamento registrado

dependerá de acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes atingidos pela

alteração, bem como da aprovação pela Prefeitura Municipal, ou do Distrito

Federal quando for o caso, devendo ser depositada no Registro de Imóveis, em

complemento ao projeto original, com a devida averbação.

Art. 29º - Aquele que adquirir a propriedade loteada mediante ato inter vivos, ou

por sucessão causa mortis, sucederá o transmitente em todos os seus direitos e

obrigações, ficando obrigado a respeitar os compromissos de compra e venda ou

as promessas de cessão, em todas as suas cláusulas, sendo nula qualquer

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disposição em contrário, ressalvado o direito do herdeiro ou legatário de renunciar

à herança ou ao legado.

Art. 30º - A sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das

partes não rescindirá os contratos de compromisso de compra e venda ou de

promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. Se

a falência ou insolvência for do proprietário da área loteada ou do titular de direito

sobre ela, incumbirá ao síndico ou ao administrador dar cumprimento aos referidos

contratos; se do adquirente do lote, seus direitos serão levados à praça.

Art. 31º - O contrato particular pode ser transferido por simples trespasse, lançado

no verso das vias em poder das partes, ou por instrumento em separado,

declarando-se o número do registro do loteamento, o valor da cessão e a

qualificação do cessionário, para o devido registro.

§ 1º - A cessão independe da anuência do loteador, mas, em relação a este, seus

efeitos só se produzem depois de cientificado, por escrito, pelas partes ou quando

registrada a cessão.

§ 2º - Uma vez registrada a cessão, feita sem anuência do loteador, o oficial do

registro dar-lhe-á ciência, por escrito, dentro de 10 (dez) dias.

Art. 32º - Vencida e não paga a prestação, o contrato será considerado rescindido

30 (trinta) dias depois de constituído em mora o devedor.

§ 1º - Para os fins deste artigo o devedor-adquirente será intimado, a requerimento

do credor, pelo oficial do registro de imóveis, a satisfazer as prestações vencidas e

as que se vencerem até a data do pagamento, os juros convencionados e as

custas de intimação.

§ 2º - Purgada a mora, convalescerá o contrato.

§ 3º - Com a certidão de não haver sido feito o pagamento em cartório, o vendedor

requererá ao oficial do registro o cancelamento da averbação.

Art. 33º - Se o credor das prestações se recusar a recebê-las ou furtar se ao seu

recebimento, será constituído em mora mediante notificação do oficial do registro

de imóveis para vir receber as importâncias depositadas pelo devedor no próprio

Registro de Imóveis. Decorridos 15 (quinze) dias após o recebimento da

intimação, considerar-se-á efetuado o pagamento, a menos que o credor impugne

o depósito e, alegando inadimplemento do devedor, requeira a intimação deste

para os fins do disposto no art. 32 desta Lei.

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Art. 34º - Em qualquer caso de rescisão por inadimplemento do adquirente, as

benfeitorias necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no imóvel deverão ser

indenizadas, sendo de nenhum efeito qualquer disposição contratual em contrário.

Parágrafo único - Não serão indenizadas as benfeitorias feitas em

desconformidade com o contrato ou com a lei.

Art. 35º - Ocorrendo o cancelamento do registro por inadimplemento do contrato e

tendo havido o pagamento de mais de um terço do preço ajustado, o oficial do

registro de imóveis mencionará este fato no ato do cancelamento e a quantia

paga; somente será efetuado novo registro relativo ao mesmo lote, se for

comprovada a restituição do valor pago pelo vendedor ao titular do registro

cancelado, ou mediante depósito em dinheiro à sua disposição junto ao Registro

de Imóveis.

§ 1º - Ocorrendo o depósito a que se refere este artigo, o oficial do registro de

imóveis intimará o interessado para vir recebê-lo no prazo de 10 (dez) dias, sob

pena de ser devolvido ao depositante.

§ 2º - No caso de não ser encontrado o interessado, o oficial do registro de

imóveis depositará a quantia em estabelecimento de crédito, segundo a ordem

prevista no inciso I do art. 666 do Código de Processo Civil, em conta com

incidência de juros e correção monetária.

Art. 36º - O registro do compromisso, cessão ou promessa de cessão só poderá

ser cancelado:

I - por decisão judicial;

II - a requerimento conjunto das partes contratantes;

III - quando houver rescisão comprovada do contrato.

CAPÍTULO VIII Disposições Gerais

Art. 37º - É vedado vender ou prometer vender parcela de loteamento ou

desmembramento não registrado.

Art. 38º - Verificado que o loteamento ou desmembramento não se acha

registrado ou regularmente executado ou notificado pela Prefeitura Municipal, ou

pelo Distrito Federal quando for o caso, deverá o adquirente do lote suspender o

pagamento das prestações restantes e notificar o loteador para suprir a falta.

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§ 1º - Ocorrendo a suspensão do pagamento das prestações restantes, na forma

do caput deste artigo, o adquirente efetuará o depósito das prestações devidas

junto ao Registro de Imóveis competente, que as depositará em estabelecimento

de crédito, segundo a ordem prevista no inciso I do art. 666 do Código de

Processo Civil, em conta com incidência de juros e correção monetária, cuja

movimentação dependerá de prévia autorização judicial.

§ 2º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, ou o

Ministério Público, poderá promover a notificação ao loteador prevista no caput

deste artigo.

§ 3º - Regularizado o loteamento pelo loteador, este promoverá judicialmente a

autorização para levantar as prestações depositadas, com os acréscimos de

correção monetária e juros, sendo necessária a citação da Prefeitura, ou do

Distrito Federal quando for o caso, para integrar o processo judicial aqui previsto,

bem como audiência do Ministério Público.

§ 4º - Após o reconhecimento judicial de regularidade do loteamento, o loteador

notificará os adquirentes dos lotes, por intermédio do Registro de Imóveis

competente, para que passem a pagar diretamente as prestações restantes, a

contar da data da notificação.

§ 5º - No caso de o loteador deixar de atender à notificação até o vencimento do

prazo contratual, ou quando o loteamento ou desmembramento for regularizado

pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, nos termos

do art. 40 desta Lei, o loteador não poderá, a qualquer título, exigir o recebimento

das prestações depositadas.

Art. 39º - Será nula de pleno direito a cláusula de rescisão de contrato por

inadimplemento do adquirente, quando o loteamento não estiver regularmente

inscrito.

Art. 40º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, se

desatendida pelo loteador a notificação, poderá regularizar loteamento ou

desmembramento não autorizado ou executado sem observância das

determinações do ato administrativo de licença, para evitar lesão aos seus

padrões de desenvolvimento urbano e na defesa dos direitos dos adquirentes de

lotes.

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93

§ 1º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, que

promover a regularização, na forma deste artigo, obterá judicialmente o

levantamento das prestações depositadas, com os respectivos acréscimos de

correção monetária e juros, nos termos do § 1º do art. 38 desta Lei, a título de

ressarcimento das importâncias despendidas com equipamentos urbanos ou

expropriações necessárias para regularizar o loteamento ou desmembramento.

§ 2º - As importâncias despendidas pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito

Federal quando for o caso, para regularizar o loteamento ou desmembramento,

caso não sejam integralmente ressarcidas conforme o disposto no parágrafo

anterior, serão exigidas na parte faltante do loteador, aplicando-se o disposto no

art. 47 desta Lei.

§ 3º - No caso de o loteador não cumprir o estabelecido no parágrafo anterior, a

Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, poderá receber as

prestações dos adquirentes, até o valor devido.

§ 4º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para

assegurar a regularização do loteamento ou desmembramento, bem como o

ressarcimento integral de importâncias despendidas, ou a despender, poderá

promover judicialmente os procedimentos cautelares necessários aos fins

colimados.

§ 5º - A regularização de um parcelamento pela Prefeitura Municipal, ou Distrito

Federal, quando for o caso, não poderá contrariar o disposto nos arts. 3º e 4º

desta Lei, ressalvado o disposto no § 1º desse último. (Incluído pela Lei nº 9.785,

29.1.99)

Art. 41º - Regularizado o loteamento ou desmembramento pela Prefeitura

Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, o adquirente do lote,

comprovando o depósito de todas as prestações do preço avençado, poderá obter

o registro de propriedade do lote adquirido, valendo para tanto o compromisso de

venda e compra devidamente firmado.

Art. 42º - Nas desapropriações não serão considerados como loteados ou

loteáveis, para fins de indenização, os terrenos ainda não vendidos ou

compromissados, objeto de loteamento ou desmembramento não registrado.

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Art. 43º - Ocorrendo a execução de loteamento não aprovado, a destinação de

áreas públicas exigidas no inciso I do art. 4º desta Lei não se poderá alterar sem

prejuízo da aplicação das sanções administrativas, civis e criminais previstas.

Parágrafo único - Neste caso, o loteador ressarcirá a Prefeitura Municipal ou o

Distrito Federal quando for o caso, em pecúnia ou em área equivalente, no dobro

da diferença entre o total das áreas públicas exigidas e as efetivamente

destinadas. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

Art. 44º - O Município, o Distrito Federal e o Estado poderão expropriar áreas

urbanas ou de expansão urbana para reloteamento, demolição, reconstrução e

incorporação, ressalvada a preferência dos expropriados para a aquisição de

novas unidades.

Art. 45º - O loteador, ainda que já tenha vendido todos os lotes, ou os vizinhos,

são partes legítimas para promover ação destinada a impedir construção em

desacordo com restrições legais ou contratuais.

Art. 46º - O loteador não poderá fundamentar qualquer ação ou defesa na

presente Lei sem apresentação dos registros e contratos a que ela se refere.

Art. 47º - Se o loteador integrar grupo econômico ou financeiro, qualquer pessoa

física ou jurídica desse grupo, beneficiária de qualquer forma do loteamento ou

desmembramento irregular, será solidariamente responsável pelos prejuízos por

ele causados aos compradores de lotes e ao Poder Público.

Art. 48º - O foro competente para os procedimentos judiciais previstos nesta Lei

será sempre o da comarca da situação do lote.

Art. 49º - As intimações e notificações previstas nesta Lei deverão ser feitas

pessoalmente ao intimado ou notificado, que assinará o comprovante do

recebimento, e poderão igualmente ser promovidas por meio dos Cartórios de

Registro de Títulos e Documentos da comarca da situação do imóvel ou do

domicílio de quem deva recebê-las.

§ 1º - Se o destinatário se recusar a dar recibo ou se furtar ao recebimento, ou se

for desconhecido o seu paradeiro, o funcionário incumbido da diligência informará

esta circunstância ao oficial competente que a certificará, sob sua

responsabilidade.

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§ 2º - Certificada a ocorrência dos fatos mencionados no parágrafo anterior, a

intimação ou notificação será feita por edital na forma desta Lei, começando o

prazo a correr 10 (dez) dias após a última publicação.

CAPÍTULO IX

Disposições Penais

Art. 50º - Constitui crime contra a Administração Pública:

I - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do

solo para fins urbanos sem autorização do órgão público competente, ou em

desacordo com as disposições desta Lei ou das normas pertinentes do Distrito

Federal, Estados e Municípios;

II - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do

solo para fins urbanos sem observância das determinações constantes do ato

administrativo de licença;

III - fazer, ou veicular em proposta, contrato, prospecto ou comunicação ao público

ou a interessados, afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou

desmembramento do solo para fins urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a

ele relativo.

Pena: Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta)

vezes o maior salário mínimo vigente no País.

Parágrafo único - O crime definido neste artigo é qualificado, se cometido:

I - por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer outros

instrumentos que manifestem a intenção de vender lote em loteamento ou

desmembramento não registrado no Registro de Imóveis competente;

II - com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou

desmembrado, ressalvado o disposto no art. 18, §§ 4º e 5º, desta Lei, ou com

omissão fraudulenta de fato a ele relativo, se o fato não constituir crime mais

grave. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

Pena: Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de 10 (dez) a 100 (cem)

vezes o maior salário mínimo vigente no País.

Art. 51º - Quem, de qualquer modo, concorra para a prática dos crimes previstos

no artigo anterior desta Lei incide nas penas a estes cominadas, considerados em

especial os atos praticados na qualidade de mandatário de loteador, diretor ou

gerente de sociedade.

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Parágrafo único - (VETADO) ((Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

Art. 52º - Registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos

competentes, registrar o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa

de cessão de direitos, ou efetuar registro de contrato de venda de loteamento ou

desmembramento não registrado.

Pena: Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta)

vezes o maior salário mínimo vigente no País, sem prejuízo das sanções

administrativas cabíveis.

CAPÍTULO X

Disposições Finais

Art. 53º - Todas as alterações de uso do solo rural para fins urbanos dependerão

de prévia audiência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -

INCRA, do Órgão Metropolitano, se houver, onde se localiza o Município, e da

aprovação da Prefeitura Municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso,

segundo as exigências da legislação pertinente.

Art. 53º - A. São considerados de interesse público os parcelamentos vinculados a

planos ou programas habitacionais de iniciativa das Prefeituras Municipais e do

Distrito Federal, ou entidades autorizadas por lei, em especial as regularizações

de parcelamentos e de assentamentos. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

Parágrafo único - Às ações e intervenções de que trata este artigo não será

exigível documentação que não seja a mínima necessária e indispensável aos

registros no cartório competente, inclusive sob a forma de certidões, vedadas as

exigências e as sanções pertinentes aos particulares, especialmente aquelas que

visem garantir a realização de obras e serviços, ou que visem prevenir questões

de domínio de glebas, que se presumirão asseguradas pelo Poder Público

respectivo." (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)

Art. 54º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 55º - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 19 de dezembro de 1979; 158º da Independência e 91º da República.

JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO Petrônio Portella Mário David Andreazza Angelo Amaury Stábile

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* Nota: Texto redigitado e sujeito a correções.

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 20.12.1979

Anexo III

3- Planilha de Coordenadas Geográficas do Fundo de Vale do Córrego Barreiro.

LONGITUDE / LATITUDE o 51 7 20.1 ;s 23 19 26.7o 51 7 20.1 ;s 23 19 26.7o 51 7 19.8 ;s 23 19 26.7o 51 7 12.4 ;s 23 19 29.2o 51 7 11.8 ;s 23 19 29.5o 51 7 11.4 ;s 23 19 29.6o 51 7 11.0 ;s 23 19 29.7o 51 7 10.7 ;s 23 19 29.9o 51 7 10.4 ;s 23 19 29.9o 51 7 10.2 ;s 23 19 30.0o 51 7 10.0 ;s 23 19 30.0o 51 7 09.8 ;s 23 19 30.0o 51 7 09.7 ;s 23 19 30.0o 51 7 09.4 ;s 23 19 29.9o 51 7 09.3 ;s 23 19 29.8o 51 7 09.1 ;s 23 19 29.8o 51 7 08.9 ;s 23 19 29.7o 51 7 08.8 ;s 23 19 29.6o 51 7 08.6 ;s 23 19 29.4o 51 7 08.5 ;s 23 19 29.3o 51 7 08.3 ;s 23 19 29.2o 51 7 08.2 ;s 23 19 29.1o 51 7 08.1 ;s 23 19 29.0o 51 7 08.0 ;s 23 19 28.9o 51 7 07.8 ;s 23 19 28.8o 51 7 07.6 ;s 23 19 28.8o 51 7 07.4 ;s 23 19 28.7

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98

o 51 7 07.2 ;s 23 19 28.7o 51 7 07.1 ;s 23 19 28.7o 51 7 06.9 ;s 23 19 28.7o 51 7 06.8 ;s 23 19 28.7o 51 7 06.6 ;s 23 19 28.7o 51 7 06.5 ;s 23 19 28.7o 51 7 06.3 ;s 23 19 28.8o 51 7 06.2 ;s 23 19 28.8o 51 7 06.0 ;s 23 19 28.9o 51 6 59.8 ;s 23 19 31.4o 51 6 59.7 ;s 23 19 31.5o 51 6 59.5 ;s 23 19 31.5o 51 6 59.4 ;s 23 19 31.6o 51 6 59.1 ;s 23 19 31.7o 51 6 59.0 ;s 23 19 31.8o 51 6 58.7 ;s 23 19 31.9o 51 6 58.4 ;s 23 19 32.1o 51 6 58.2 ;s 23 19 32.2o 51 6 58.0 ;s 23 19 32.3o 51 6 57.8 ;s 23 19 32.4o 51 6 57.7 ;s 23 19 32.4o 51 6 57.5 ;s 23 19 32.5o 51 6 57.4 ;s 23 19 32.6o 51 6 57.2 ;s 23 19 32.7o 51 6 57.1 ;s 23 19 32.8o 51 6 56.9 ;s 23 19 32.9o 51 6 56.7 ;s 23 19 33.1o 51 6 56.5 ;s 23 19 33.2o 51 6 56.3 ;s 23 19 33.3o 51 6 56.0 ;s 23 19 33.5o 51 6 55.0 ;s 23 19 34.1o 51 6 54.8 ;s 23 19 34.2o 51 6 54.7 ;s 23 19 34.3o 51 6 53.5 ;s 23 19 34.9o 51 6 52.7 ;s 23 19 35.4o 51 6 52.3 ;s 23 19 35.7o 51 6 51.7 ;s 23 19 36.1o 51 6 51.3 ;s 23 19 36.3o 51 6 51.0 ;s 23 19 36.5o 51 6 50.8 ;s 23 19 36.6

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o 51 6 50.6 ;s 23 19 36.7o 51 6 50.4 ;s 23 19 36.8o 51 6 48.0 ;s 23 19 38.2o 51 6 47.8 ;s 23 19 38.3o 51 6 47.3 ;s 23 19 38.5o 51 6 47.0 ;s 23 19 38.6o 51 6 46.8 ;s 23 19 38.7o 51 6 46.6 ;s 23 19 38.8o 51 6 46.3 ;s 23 19 38.9o 51 6 43.8 ;s 23 19 40.0o 51 6 43.5 ;s 23 19 40.2o 51 6 43.4 ;s 23 19 40.4o 51 6 43.3 ;s 23 19 40.5o 51 6 43.1 ;s 23 19 40.6o 51 6 42.8 ;s 23 19 40.7o 51 6 42.5 ;s 23 19 40.8o 51 6 42.3 ;s 23 19 41.0o 51 6 42.1 ;s 23 19 41.1o 51 6 41.8 ;s 23 19 41.2o 51 6 41.5 ;s 23 19 41.4o 51 6 41.2 ;s 23 19 41.4o 51 6 40.9 ;s 23 19 41.5o 51 6 40.6 ;s 23 19 41.5o 51 6 40.2 ;s 23 19 41.4o 51 6 40.0 ;s 23 19 41.4o 51 6 39.7 ;s 23 19 41.4o 51 6 39.5 ;s 23 19 41.5o 51 6 36.3 ;s 23 19 42.6o 51 6 35.5 ;s 23 19 43.3o 51 6 35.4 ;s 23 19 43.4o 51 6 35.2 ;s 23 19 43.5o 51 6 34.5 ;s 23 19 44.3o 51 6 33.5 ;s 23 19 45.3o 51 6 32.4 ;s 23 19 46.4o 51 6 31.2 ;s 23 19 45.6o 51 6 32.0 ;s 23 19 46.8o 51 6 30.7 ;s 23 19 48.2o 51 6 27.5 ;s 23 19 50.9o 51 6 27.2 ;s 23 19 51.0o 51 6 26.8 ;s 23 19 51.3

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o 51 6 25.6 ;s 23 19 51.8o 51 6 23.8 ;s 23 19 52.9o 51 6 23.0 ;s 23 19 53.6o 51 6 22.5 ;s 23 19 54.6o 51 6 22.1 ;s 23 19 56.2o 51 6 22.1 ;s 23 19 56.4o 51 6 22.1 ;s 23 19 56.7o 51 6 22.2 ;s 23 19 57.0o 51 6 22.3 ;s 23 19 57.3o 51 6 22.5 ;s 23 19 57.8o 51 6 22.8 ;s 23 19 58.3o 51 6 22.9 ;s 23 19 58.6o 51 6 23.0 ;s 23 19 58.8o 51 6 23.1 ;s 23 19 59.0o 51 6 23.2 ;s 23 19 59.2o 51 6 23.4 ;s 23 19 59.3o 51 6 23.8 ;s 23 19 59.8o 51 6 12.2 ;s 23 19 55.8o 51 6 13.5 ;s 23 19 55.8o 51 6 14.6 ;s 23 19 56.1o 51 6 14.6 ;s 23 19 56.0o 51 6 14.8 ;s 23 19 55.8o 51 6 14.9 ;s 23 19 55.6o 51 6 15.1 ;s 23 19 55.3o 51 6 15.3 ;s 23 19 54.9o 51 6 15.6 ;s 23 19 54.5o 51 6 15.9 ;s 23 19 54.0o 51 6 16.1 ;s 23 19 53.7o 51 6 16.4 ;s 23 19 53.4o 51 6 16.5 ;s 23 19 53.2o 51 6 16.7 ;s 23 19 53.1o 51 6 16.8 ;s 23 19 53.0o 51 6 17.2 ;s 23 19 52.8o 51 6 17.4 ;s 23 19 52.8o 51 6 17.9 ;s 23 19 52.6o 51 6 18.4 ;s 23 19 52.4o 51 6 18.9 ;s 23 19 52.2o 51 6 19.3 ;s 23 19 52.0o 51 6 19.8 ;s 23 19 51.8o 51 6 20.4 ;s 23 19 51.6

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o 51 6 21.0 ;s 23 19 51.4o 51 6 21.4 ;s 23 19 51.2o 51 6 21.9 ;s 23 19 51.0o 51 6 22.3 ;s 23 19 50.8o 51 6 22.5 ;s 23 19 50.7o 51 6 22.6 ;s 23 19 50.5o 51 6 22.8 ;s 23 19 50.4o 51 6 23.3 ;s 23 19 49.8o 51 6 23.5 ;s 23 19 49.5o 51 6 24.5 ;s 23 19 48.3o 51 6 24.7 ;s 23 19 48.2o 51 6 25.5 ;s 23 19 48.6o 51 6 26.1 ;s 23 19 49.1o 51 6 26.3 ;s 23 19 49.0o 51 6 26.6 ;s 23 19 48.7o 51 6 26.9 ;s 23 19 48.3o 51 6 27.3 ;s 23 19 47.9o 51 6 27.6 ;s 23 19 47.4o 51 6 27.8 ;s 23 19 47.2o 51 6 28.0 ;s 23 19 46.9o 51 6 28.3 ;s 23 19 46.7o 51 6 28.6 ;s 23 19 46.3o 51 6 28.8 ;s 23 19 46.0o 51 6 28.9 ;s 23 19 45.8o 51 6 29.0 ;s 23 19 45.6o 51 6 29.1 ;s 23 19 45.3o 51 6 29.5 ;s 23 19 44.5o 51 6 29.5 ;s 23 19 44.2o 51 6 29.7 ;s 23 19 43.7o 51 6 29.9 ;s 23 19 43.3o 51 6 30.0 ;s 23 19 42.9o 51 6 30.2 ;s 23 19 42.5o 51 6 30.3 ;s 23 19 42.1o 51 6 30.5 ;s 23 19 41.7o 51 6 30.6 ;s 23 19 41.4o 51 6 30.8 ;s 23 19 41.0o 51 6 30.9 ;s 23 19 40.9o 51 6 31.0 ;s 23 19 40.7o 51 6 31.2 ;s 23 19 40.4o 51 6 31.3 ;s 23 19 40.3

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o 51 6 31.5 ;s 23 19 40.1o 51 6 31.7 ;s 23 19 39.9o 51 6 31.8 ;s 23 19 39.7o 51 6 32.0 ;s 23 19 39.6o 51 6 32.1 ;s 23 19 39.5o 51 6 32.2 ;s 23 19 39.3o 51 6 32.4 ;s 23 19 39.1o 51 6 32.6 ;s 23 19 39.0o 51 6 32.7 ;s 23 19 38.9o 51 6 32.9 ;s 23 19 38.8o 51 6 33.0 ;s 23 19 38.7o 51 6 33.3 ;s 23 19 38.4o 51 6 33.5 ;s 23 19 38.3o 51 6 33.7 ;s 23 19 38.2o 51 6 33.9 ;s 23 19 38.1o 51 6 34.1 ;s 23 19 38.0o 51 6 34.4 ;s 23 19 37.9o 51 6 34.6 ;s 23 19 37.8o 51 6 34.8 ;s 23 19 37.7o 51 6 35.0 ;s 23 19 37.6o 51 6 35.2 ;s 23 19 37.6o 51 6 35.4 ;s 23 19 37.5o 51 6 35.7 ;s 23 19 37.4o 51 6 35.8 ;s 23 19 37.4o 51 6 36.1 ;s 23 19 37.3o 51 6 36.3 ;s 23 19 37.3o 51 6 36.5 ;s 23 19 37.2o 51 6 36.7 ;s 23 19 37.2o 51 6 37.0 ;s 23 19 37.2o 51 6 37.2 ;s 23 19 37.1o 51 6 37.4 ;s 23 19 37.1o 51 6 37.6 ;s 23 19 37.1o 51 6 37.7 ;s 23 19 37.1o 51 6 37.9 ;s 23 19 37.0o 51 6 38.1 ;s 23 19 37.0o 51 6 38.3 ;s 23 19 37.0o 51 6 38.5 ;s 23 19 36.9o 51 6 38.7 ;s 23 19 36.9o 51 6 38.9 ;s 23 19 36.9o 51 6 40.0 ;s 23 19 36.7

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o 51 6 40.4 ;s 23 19 36.6o 51 6 40.6 ;s 23 19 36.6o 51 6 40.8 ;s 23 19 36.6o 51 6 41.0 ;s 23 19 36.6o 51 6 41.2 ;s 23 19 36.5o 51 6 41.8 ;s 23 19 36.5o 51 6 42.0 ;s 23 19 36.4o 51 6 42.2 ;s 23 19 36.4o 51 6 42.4 ;s 23 19 36.4o 51 6 42.6 ;s 23 19 36.3o 51 6 42.9 ;s 23 19 36.8o 51 6 43.2 ;s 23 19 36.2o 51 6 43.4 ;s 23 19 36.2o 51 6 43.6 ;s 23 19 36.2o 51 6 43.8 ;s 23 19 36.2o 51 6 44.2 ;s 23 19 36.1o 51 6 44.4 ;s 23 19 36.1o 51 6 44.7 ;s 23 19 35.8o 51 6 44.8 ;s 23 19 35.7o 51 6 44.8 ;s 23 19 35.6o 51 6 44.7 ;s 23 19 35.5o 51 6 44.6 ;s 23 19 35.5o 51 6 44.7 ;s 23 19 35.3o 51 6 44.9 ;s 23 19 35.2o 51 6 45.0 ;s 23 19 35.1o 51 6 45.0 ;s 23 19 35.0o 51 6 45.1 ;s 23 19 34.9o 51 6 45.3 ;s 23 19 34.7o 51 6 45.5 ;s 23 19 34.4o 51 6 45.7 ;s 23 19 34.3o 51 6 45.8 ;s 23 19 34.1o 51 6 45.9 ;s 23 19 34.0o 51 6 46.2 ;s 23 19 33.7o 51 6 46.3 ;s 23 19 33.5o 51 6 46.4 ;s 23 19 33.4o 51 6 46.6 ;s 23 19 33.1o 51 6 46.7 ;s 23 19 33.0o 51 6 46.9 ;s 23 19 32.8o 51 6 47.0 ;s 23 19 32.7o 51 6 47.1 ;s 23 19 32.5

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o 51 6 47.3 ;s 23 19 32.4o 51 6 47.4 ;s 23 19 32.4o 51 6 47.5 ;s 23 19 32.5o 51 6 47.6 ;s 23 19 32.5o 51 6 47.6 ;s 23 19 32.6o 51 6 47.7 ;s 23 19 32.7o 51 6 47.8 ;s 23 19 32.7o 51 6 48.0 ;s 23 19 32.6o 51 6 48.1 ;s 23 19 32.6o 51 6 48.2 ;s 23 19 32.6o 51 6 48.4 ;s 23 19 32.5o 51 6 48.5 ;s 23 19 32.4o 51 6 48.6 ;s 23 19 32.3o 51 6 48.7 ;s 23 19 32.2o 51 6 48.8 ;s 23 19 32.1o 51 6 49.1 ;s 23 19 31.9o 51 6 49.4 ;s 23 19 31.7o 51 6 49.5 ;s 23 19 31.6o 51 6 49.7 ;s 23 19 31.5o 51 6 49.9 ;s 23 19 31.3o 51 6 50.2 ;s 23 19 31.1o 51 6 50.3 ;s 23 19 31.0o 51 6 50.4 ;s 23 19 30.9o 51 6 50.6 ;s 23 19 30.8o 51 6 51.9 ;s 23 19 29.7o 51 6 52.1 ;s 23 19 29.6o 51 6 52.2 ;s 23 19 29.5o 51 6 52.4 ;s 23 19 29.6o 51 6 52.5 ;s 23 19 29.6o 51 6 52.6 ;s 23 19 29.8o 51 6 52.7 ;s 23 19 29.9o 51 6 52.9 ;s 23 19 30.0o 51 6 52.9 ;s 23 19 30.1o 51 6 53.1 ;s 23 19 30.3o 51 6 53.2 ;s 23 19 30.4o 51 6 53.2 ;s 23 19 30.5o 51 6 53.3 ;s 23 19 30.6o 51 6 53.3 ;s 23 19 30.7o 51 6 53.5 ;s 23 19 30.8o 51 6 53.6 ;s 23 19 30.8

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o 51 6 53.7 ;s 23 19 30.7o 51 6 53.8 ;s 23 19 30.6o 51 6 53.9 ;s 23 19 30.5o 51 6 54.0 ;s 23 19 30.5o 51 6 54.1 ;s 23 19 30.4o 51 6 54.3 ;s 23 19 30.3o 51 6 54.5 ;s 23 19 30.1o 51 6 54.9 ;s 23 19 29.9o 51 6 55.3 ;s 23 19 29.6o 51 6 55.6 ;s 23 19 29.4o 51 6 55.8 ;s 23 19 29.2o 51 6 56.0 ;s 23 19 29.0o 51 6 56.2 ;s 23 19 28.9o 51 6 56.4 ;s 23 19 28.7o 51 6 56.9 ;s 23 19 28.4o 51 6 57.1 ;s 23 19 28.2o 51 6 57.6 ;s 23 19 27.9o 51 6 57.7 ;s 23 19 27.8o 51 6 57.8 ;s 23 19 27.7o 51 6 57.9 ;s 23 19 27.6o 51 6 58.1 ;s 23 19 27.5o 51 6 58.2 ;s 23 19 27.4o 51 6 58.3 ;s 23 19 27.4o 51 6 58.4 ;s 23 19 27.3o 51 6 58.6 ;s 23 19 27.3o 51 6 58.7 ;s 23 19 27.3o 51 6 58.8 ;s 23 19 27.2o 51 6 59.0 ;s 23 19 27.2o 51 6 59.1 ;s 23 19 27.2o 51 6 59.2 ;s 23 19 27.2o 51 6 59.4 ;s 23 19 27.2o 51 6 59.5 ;s 23 19 27.2o 51 6 59.6 ;s 23 19 27.2o 51 6 59.7 ;s 23 19 27.2o 51 6 59.9 ;s 23 19 27.2o 51 7 00.0 ;s 23 19 27.2o 51 7 00.1 ;s 23 19 27.2o 51 7 00.2 ;s 23 19 27.2o 51 7 00.4 ;s 23 19 27.2o 51 7 00.5 ;s 23 19 27.2

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o 51 7 00.7 ;s 23 19 27.2o 51 7 00.8 ;s 23 19 27.2o 51 7 00.9 ;s 23 19 27.2o 51 7 01.0 ;s 23 19 27.2o 51 7 01.2 ;s 23 19 27.2o 51 7 01.3 ;s 23 19 27.1o 51 7 01.5 ;s 23 19 27.1o 51 7 01.6 ;s 23 19 27.1o 51 7 01.7 ;s 23 19 27.1o 51 7 01.8 ;s 23 19 27.0o 51 7 02.0 ;s 23 19 27.0o 51 7 02.1 ;s 23 19 26.9o 51 7 02.2 ;s 23 19 26.9o 51 7 02.3 ;s 23 19 26.8o 51 7 02.4 ;s 23 19 26.8o 51 7 02.6 ;s 23 19 26.7o 51 7 02.7 ;s 23 19 26.6o 51 7 02.8 ;s 23 19 26.5o 51 7 02.9 ;s 23 19 26.5o 51 7 03.0 ;s 23 19 26.4o 51 7 03.1 ;s 23 19 26.3o 51 7 03.2 ;s 23 19 26.2o 51 7 03.2 ;s 23 19 26.1o 51 7 03.3 ;s 23 19 26.0o 51 7 03.4 ;s 23 19 25.9o 51 7 03.5 ;s 23 19 25.8o 51 7 03.6 ;s 23 19 25.7o 51 7 03.7 ;s 23 19 25.6o 51 7 03.8 ;s 23 19 25.5o 51 7 03.9 ;s 23 19 25.4o 51 7 04.0 ;s 23 19 25.3o 51 7 04.2 ;s 23 19 25.3o 51 7 04.3 ;s 23 19 25.2o 51 7 04.4 ;s 23 19 25.2o 51 7 04.5 ;s 23 19 25.1o 51 7 04.6 ;s 23 19 25.1o 51 7 04.7 ;s 23 19 25.0o 51 7 04.8 ;s 23 19 25.0o 51 7 04.9 ;s 23 19 24.9o 51 7 05.0 ;s 23 19 24.9

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o 51 7 05.2 ;s 23 19 24.8o 51 7 05.3 ;s 23 19 24.8o 51 7 05.5 ;s 23 19 24.8o 51 7 05.6 ;s 23 19 24.8o 51 7 05.8 ;s 23 19 24.8o 51 7 06.0 ;s 23 19 24.8o 51 7 06.1 ;s 23 19 24.8o 51 7 06.2 ;s 23 19 24.8o 51 7 06.4 ;s 23 19 24.9o 51 7 06.5 ;s 23 19 24.9o 51 7 06.8 ;s 23 19 24.9o 51 7 06.9 ;s 23 19 24.9o 51 7 07.0 ;s 23 19 24.9o 51 7 07.2 ;s 23 19 24.9o 51 7 07.3 ;s 23 19 25.0o 51 7 07.5 ;s 23 19 25.0o 51 7 07.6 ;s 23 19 25.0o 51 7 07.7 ;s 23 19 25.0o 51 7 07.9 ;s 23 19 25.0o 51 7 08.0 ;s 23 19 25.0o 51 7 08.1 ;s 23 19 25.0o 51 7 08.3 ;s 23 19 25.0o 51 7 08.4 ;s 23 19 25.0o 51 7 08.5 ;s 23 19 25.0o 51 7 08.7 ;s 23 19 25.0o 51 7 08.8 ;s 23 19 24.9o 51 7 08.9 ;s 23 19 24.9o 51 7 09.1 ;s 23 19 24.9o 51 7 09.2 ;s 23 19 24.9o 51 7 09.3 ;s 23 19 24.8o 51 7 09.4 ;s 23 19 24.8o 51 7 09.5 ;s 23 19 24.8o 51 7 09.5 ;s 23 19 24.7o 51 7 09.6 ;s 23 19 24.7o 51 7 09.7 ;s 23 19 24.6o 51 7 09.8 ;s 23 19 24.6o 51 7 10.0 ;s 23 19 24.6o 51 7 10.1 ;s 23 19 24.5o 51 7 10.2 ;s 23 19 24.5o 51 7 10.3 ;s 23 19 24.4

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o 51 7 10.4 ;s 23 19 24.4o 51 7 10.5 ;s 23 19 24.4o 51 7 10.6 ;s 23 19 24.3o 51 7 10.7 ;s 23 19 24.2o 51 7 10.8 ;s 23 19 24.2o 51 7 10.9 ;s 23 19 24.1o 51 7 11.0 ;s 23 19 24.0o 51 7 11.1 ;s 23 19 24.0o 51 7 11.2 ;s 23 19 23.9o 51 7 11.3 ;s 23 19 23.8o 51 7 11.4 ;s 23 19 23.7o 51 7 11.5 ;s 23 19 23.7o 51 7 11.6 ;s 23 19 23.6o 51 7 11.7 ;s 23 19 23.5o 51 7 11.8 ;s 23 19 23.3o 51 7 11.7 ;s 23 19 23.2o 51 7 11.7 ;s 23 19 23.1o 51 7 11.6 ;s 23 19 23.0o 51 7 11.6 ;s 23 19 22.9o 51 7 11.5 ;s 23 19 22.8o 51 7 11.5 ;s 23 19 22.7o 51 7 11.4 ;s 23 19 22.6o 51 7 11.4 ;s 23 19 22.5o 51 7 11.3 ;s 23 19 22.4o 51 7 11.2 ;s 23 19 22.3o 51 7 11.2 ;s 23 19 22.2o 51 7 11.2 ;s 23 19 22.1o 51 7 11.1 ;s 23 19 22.0o 51 7 11.1 ;s 23 19 21.9o 51 7 11.0 ;s 23 19 21.8o 51 7 10.9 ;s 23 19 21.7o 51 7 10.9 ;s 23 19 21.6o 51 7 10.9 ;s 23 19 21.6o 51 7 10.8 ;s 23 19 21.5o 51 7 10.7 ;s 23 19 21.4o 51 7 10.7 ;s 23 19 21.3o 51 7 10.6 ;s 23 19 21.2o 51 7 10.6 ;s 23 19 21.1o 51 7 10.5 ;s 23 19 21.0o 51 7 10.5 ;s 23 19 20.9

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o 51 7 10.4 ;s 23 19 20.8o 51 7 10.3 ;s 23 19 20.6o 51 7 07.2 ;s 23 19 14.8o 51 7 06.5 ;s 23 19 13.0o 51 7 06.7 ;s 23 19 12.9o 51 7 08.1 ;s 23 19 12.2o 51 7 08.2 ;s 23 19 12.1o 51 7 09.1 ;s 23 19 11.9o 51 7 09.6 ;s 23 19 11.7o 51 7 09.7 ;s 23 19 11.6o 51 7 11.1 ;s 23 19 11.0o 51 7 12.1 ;s 23 19 10.5o 51 7 12.3 ;s 23 19 10.4o 51 7 15.8 ;s 23 19 15.7o 51 7 15.9 ;s 23 19 15.7o 51 7 16.0 ;s 23 19 15.4o 51 7 16.1 ;s 23 19 15.1o 51 7 16.2 ;s 23 19 15.0o 51 7 16.2 ;s 23 19 14.9o 51 7 16.3 ;s 23 19 14.8o 51 7 16.3 ;s 23 19 14.7o 51 7 16.4 ;s 23 19 14.6o 51 7 16.4 ;s 23 19 14.6o 51 7 16.5 ;s 23 19 14.5o 51 7 16.5 ;s 23 19 14.4o 51 7 16.6 ;s 23 19 14.3o 51 7 16.7 ;s 23 19 14.2o 51 7 16.8 ;s 23 19 14.1o 51 7 16.8 ;s 23 19 14.1o 51 7 16.9 ;s 23 19 14.0o 51 7 17.0 ;s 23 19 13.9