metabolismo glicÍdico e gordura visceral em … · 2 metabolismo glicÍdico e gordura visceral em...
TRANSCRIPT
Universidade Federal do Rio de Janeiro
METABOLISMO GLICÍDICO E GORDURA VISCERAL EM ADULTOS DEFICIENTES
DE HORMÔNIO DE CRESCIMENTO: DOIS ANOS DE REPOSIÇÃO
Luciana Diniz Carneiro Spina
2005
2
METABOLISMO GLICÍDICO E GORDURA VISCERAL EM ADULTOS DEFICIENTES DE
HORMÔNIO DE CRESCIMENTO: DOIS ANOS DE REPOSIÇÃO
Luciana Diniz Carneiro Spina
Tese de doutorado submetida ao Programa de Pós-graduação em Endocrinologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção de título de doutor em medicina, área de concentração Endocrinologia. Orientadores: Prof. Mário Vaisman
Dra. Flávia Lúcia Conceição
Rio de Janeiro Março de 2005
3
METABOLISMO GLICÍDICO E GORDURA VISCERAL EM ADULTOS DEFICIENTES DE
HORMÔNIO DE CRESCIMENTO: DOIS ANOS DE REPOSIÇÃO
Luciana Diniz Carneiro Spina
Orientadores: Prof. Dr. Mário Vaisman Dra. Flávia Lúcia Conceição
Tese de doutorado aprovada no exame de qualificação do Programa de Pós-
graduação em Endocrinologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do
Rio de Janeiro em março de 2002 através da comissão examinadora composta pelas
professoras Dra. Valeria Bender Bráulio, Dra. Ingeborg Christa Laun e Dra. Maria
Lucia Fleiuss de Farias.
Rio de Janeiro Março de 2005
4
METABOLISMO GLICÍDICO E GORDURA VISCERAL EM ADULTOS DEFICIENTES DE HORMÔNIO DE
CRESCIMENTO: DOIS ANOS DE REPOSIÇÃO
Luciana Diniz Carneiro Spina
Orientadores: Prof. Dr. Mário Vaisman Dra. Flávia Lúcia Conceição
Tese de doutorado submetida ao Programa de Pós-graduação em
Endocrinologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
como parte dos requisitos necessários à obtenção de título de doutor em medicina, área
de concentração Endocrinologia.
Aprovada por: ______________________________ Presidente, Prof. Dr.
_______________________________ _______________________________ Prof. Dr. Prof. Dr. _______________________________ _______________________________ Prof. Dr. Profa. Dr.
Rio de Janeiro Março de 2005
5
FICHA CATALOGRÁFICA
Spina, Luciana Diniz Carneiro
Metabolismo glicídico e gordura visceral em adultos deficientes de hormônio de crescimento: dois nos de reposição / Luciana Diniz Carneiro Spina. -- Rio de Janeiro: UFRJ / Faculdade de Medicina, 2005
xv, 129 f. : il. ; 31 cm.
Orientadores: Mário Vaisman e Flávia Lúcia Conceição
Tese (doutorado) – UFRJ / Faculdade de Medicina, 2005
Referências bibliográficas: f. 119-125
1. Tecido adiposo – efeitos de drogas. 2. Tecido adiposo – metabolismo. 3. Glicose – metabolismo. 4. Glicemia – sangue. 5. Insulina – sangue. 6. Vísceras – efeitos de drogas. 7. Hormônio de crescimento – deficiência. 8. Hormônio de crescimento – uso terapêutico. 9. Resistência à drogas. 10. Composição corporal – efeitos de drogas. 11. Endocrinologia - Tese. I. Vaisman, Mário. II. Conceição, Flávia Lúcia. III.Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina. IV. Título.
6
AGRADECIMENTO ESPECIAL...
À Flávia Lúcia Conceição,
Amiga, colega de profissão, professora e orientadora, que esteve presente desde
os primeiros passos da idealização e execução do projeto de reposição de hormônio de
crescimento em adultos do nosso serviço. Sempre recebeu com muita responsabilidade e
carinho os pacientes acompanhados nesse projeto. Peça fundamental de nossa dedicada
equipe, por sua força de vontade em superar todas as dificuldades que encontramos no
caminho, por suas idéias e pelo seu brilhantismo acadêmico. Agradeço de coração, as
inúmeras vezes que ela leu e discutiu esse trabalho comigo, sempre com muita
paciência, me ensinando e orientando.
Muito obrigada!!!
7
AGRADECIMENTOS
À minha família por tudo que já fizeram e continuam fazendo por mim, sem eles
meus sonhos não seriam realizados.
Ao meu orientador e amigo Prof. Mário Vaisman, por todas as oportunidades de
crescimento pessoal e profissional.
As amigas envolvidas nesse projeto: Dras. Flávia Lúcia Conceição, Rosane
Rezende de O. Brasil, Eliana Maria Carvalho da Silva, Débora Vieira Soares e Priscila
Marise Lobo. Somos uma equipe e tanto!
Aos professores dos Serviços de Endocrinologia e de Nutrologia, pelo apoio
durante todos esses anos.
As Dras. Renata Belfort e Estela Wajcberg, pelas orientações e sugestões.
Ao laboratório Dr. Sérgio Franco, em especial à Dra. Maria Fernanda M. C.
Pinheiro, pelas dosagens de insulina. E à Dra. Denise Madeira Moreira do
Departamento de Radiologia e Hospital Pró-Cardíaco, pelo estudo tomográfico.
A Novo Nordisk Brasil A/S pelo fornecimento do Norditropin e apoio à
pesquisa.
À Profa. Rosangela Noé pelo auxílio na análise estatística.
A todos os funcionários do HUCFF que me ajudaram na realização desse
projeto.
À secretária Nádia Queiroz, companheira e amiga para todas as horas.
Aos alunos de iniciação científica pelo auxílio em várias etapas desse trabalho.
A todos os pacientes e voluntários que participaram deste estudo, pela dedicação
e disponibilidade à ciência.
8
RESUMO
Metabolismo glicídico e gordura visceral em adultos deficientes de
hormônio de crescimento: dois anos de reposição
Luciana Diniz Carneiro Spina
Orientadores: Prof. Dr. Mário Vaisman
Dra. Flávia Lúcia Conceição
Resumo da Tese de doutorado submetida ao Programa de Pós-graduação em
Endocrinologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
como parte dos requisitos necessários à obtenção de título de doutor em medicina, área
de concentração Endocrinologia.
O objetivo desse estudo é avaliar o efeito de 2 anos de reposição de hormônio de
crescimento (GH) em adultos sobre o metabolismo glicídico e a gordura visceral.
Estudamos 17 pacientes deficientes de GH (9 homens e 8 mulheres; idade 40 + 1,8 anos
e IMC 25 + 0,8 Kg/m2).
A avaliação do metabolismo glicídico foi feita através do teste de tolerância oral
à glicose (TTOG) e cálculo dos índices de HOMA e ISI-composite. A gordura visceral
foi avaliada por tomografia computadorizada de abdômen.
Vinte e quatro meses de reposição de GH aumentaram a freqüência de alterações
no TTOG, com aumento progressivo dos níveis de insulina 2 horas após sobrecarga aos
9
3, 12 e 24 meses (p= 0,005). Os níveis de glicose, de insulina de jejum e o índice de ISI
não se alteraram durante o estudo. Houve aumento do índice de HOMA-IR (p=0,012)
no subgrupo de pacientes que desenvolveram alteração no TTOG aos 24 meses, porém
não no grupo total de pacientes. A gordura visceral reduziu aos 12 meses, mantendo-se
até os 24 meses (p =0,009).
Em conclusão, vinte e quatro meses de reposição em adultos com deficiência de
GH aumentaram a freqüência de alterações na tolerância à glicose, provavelmente por
aumento da resistência à insulina, parcialmente compensada por níveis mais elevados de
insulina, apesar de modificações favoráveis na composição corporal.
Palavras-chave: metabolismo glicídico, gordura visceral, deficiência de GH em
adultos, reposição de GH.
Rio de Janeiro Março de 2005
10
Abstract
Glucose metabolism and visceral fat in GH deficient adults:
two years of GH-replacement
Luciana Diniz Carneiro Spina
Orientadores: Prof. Dr. Mário Vaisman
Dra. Flávia Lúcia Conceição
Abstract da Tese de doutorado submetida ao Programa de Pós-graduação em
Endocrinologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
como parte dos requisitos necessários à obtenção de título de doutor em medicina, área
de concentração Endocrinologia.
The aim of this study was to evaluate the effect of 24 months of growth hormone
(GH) replacement on glucose metabolism and visceral fat in 17 adults with GH
deficiency: 9 men and 8 women; age 40 + 1.8 yr. (range 20-61) and body mass index 25
+ 0.8 Kg/m2.
Glucose metabolism was evaluated by a standard oral glucose tolerance test
(OGTT), by the homeostatic model assessment (HOMA) insulin resistance index and by
the insulin sensitivity index (ISI)-composite derived from the OGTT. Visceral fat was
evaluated by CT scan.
11
Twenty-four months of GH replacement induced an increase in the prevalence of
abnormal glucose tolerance, with significant progressive increment in 2h-OGTT insulin
levels at 3, 12 and 24 months (p = 0.005). Plasma glucose levels, fasting insulin and ISI-
composite did not alter during the study. HOMA-IR index did not change in the whole
group analysis, however, it did increase in the group of patients who had abnormal
OGTT at 24 months (p = 0.012). Visceral fat reduced at month 12 and remained
decreased until the end of the study (p = 0.009).
In conclusion, the present study suggested that adults with GH deficiency after
twenty-four months of GH replacement developed abnormal glucose tolerance,
probably due to an increase in insulin resistance, associated with higher insulin levels,
despite favorable alterations in body composition.
Key words: Glucose metabolism, visceral fat, GH deficiency in adults, GH
replacement
Rio de Janeiro Março de 2005
12
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AGL- Ácidos graxos livres
DM- Diabetes Mellitus
GH- Hormônio de crescimento
GHRH- Hormônio liberador do hormônio de crescimento
GHRPs- Peptídeos liberadores de GH
HDL- Lipoproteína de alta densidade
HOMA- Homeostasis Model Assessment
HOMA-IR- Índice de resistência à insulina pelo método HOMA
HUCFF- Hospital Universitário Clementino Fraga Filho
IGF-1- Fator de crescimento insulina símile tipo 1
IGFBP-1 Proteína ligadora de fator de crescimento insulina símile tipo 1
IGFBP-3- Proteína ligadora de fator de crescimento insulina símile tipo 3
IGFBPs- Proteínas ligadoras de fator de crescimento insulina símile
IMC- Índice de massa corporal
ISI- Índice de sensibilidade à insulina
LDL- Lipoproteína de baixa densidade
PAI-1- Fator inibidor da ativação de plasminogênio tipo 1
TGD- Tolerância à glicose diminuída
TGN- Tolerância à glicose normal
TTOG- Teste de tolerância oral à glicose
UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro
13
SUMÁRIO
1-
INTRODUÇÃO.....................................................................................................1
2-
OBJETIVOS..........................................................................................................3
3- FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Reposição de GH em adultos:
3.1- Aspectos
Gerais...................................................................................................4
3.2- Efeitos sobre a Gordura
visceral..........................................................................9
3.3- Efeitos sobre o Risco
Cardiovascular................................................................11
3.4- Efeitos sobre o Metabolismo
Glicídico..............................................................15
4- PACIENTES E MÉTODOS
4.1-
Casuística...........................................................................................................21
4.2-
Metodologia.......................................................................................................23
4.2.1- Medidas antropométricas e gordura
visceral.......................................25
4.2.2- Metabolismo
Glicídico........................................................................25
4.2.3- Análise
bioquímica.............................................................................26
4.3- Análise
estatística...............................................................................................27
14
5- RESULTADOS
Reposição de GH por 24 meses (n=17):
5.1- Medidas antropométricas e gordura
visceral.....................................................28
5.2- Metabolismo
Glicídico.......................................................................................30
5.3-
Correlações........................................................................................................35
6-
DISCUSSÃO........................................................................................................36
7-
REFERÊNCIAS..................................................................................................49
8-
ANEXOS..............................................................................................................69
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1: Efeitos metabólicos do hormônio de
crescimento....................................6
Quadro 2: Características clínicas da síndrome de deficiência de hormônio de
crescimento em
adultos...........................................................................................................8
Quadro 3: Revisão de literatura: Modificações no perfil glicídico após
reposição de GH em
adultos.......................................................................................................................41
15
Tabela 1: Evolução das medidas antropométricas e gordura visceral após a
reposição com GH
(n=17).....................................................................................................29
Tabela 2: Efeito da reposição de GH em adultos deficientes sobre a tolerância
oral à glicose
(n=17).....................................................................................................................31
Tabela 3: Evolução do metabolismo glicídico após reposição com GH
(n=17)......33
Tabela 4: Evolução dos índices de HOMA-IR e ISI-composite nos pacientes
com TTOG alterado após 24 meses de reposição de GH
(n=8)....................................................34
Figura 1: Freqüência de alteração no TTOG durante a reposição de
GH...............32
16
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1:
Casuística...............................................................................................69
ANEXO 2: Termo de consentimento pós –
informação...........................................70
ANEXO 3: Resultados
3.1 - Níveis de IGF-1 e dose de
GH..........................................................................71
3.2 - Peso e
IMC.......................................................................................................72
3.3 - Circunferência abdominal e relação cintura-
quadril.........................................73
3.4 - Gordura
visceral................................................................................................74
3.5 – Glicemia de jejum e após
sobrecarga...............................................................75
3.6 – Insulinemia de jejum e após
sobrecarga...........................................................76
3.7 - Índices de HOMA e ISI-
composite.................................................................77
ANEXO 4: Artigos publicados
17
4.1 – Artigo
1...........................................................................................................78
4.2 – Artigo
2..........................................................................................................104
18
1 - INTRODUÇÃO
Os benefícios da reposição de hormônio de crescimento (GH) recombinante
em adultos estão bem estabelecidos e seu uso recomendado em portadores de
deficiência. Entretanto, uma possível influência negativa no metabolismo glicídico
por diminuição na sensibilidade à insulina ainda é questão de debate em alguns
estudos e deve ser motivo de atenção no acompanhamento desses pacientes.
Tem sido sugerido que adultos deficientes de GH não repostos possuem
risco cardiovascular aumentado, associado ao aumento do tecido adiposo visceral e
a presença de resistência à insulina (137). Especula-se que a administração de GH
nesses pacientes reduza o risco cardiovascular, provavelmente em decorrência dos
efeitos favoráveis sobre a adiposidade visceral, massa magra, força muscular,
tolerância ao exercício físico e perfil lipídico (10, 18, 32, 40, 74, 121, 129, 139).
O GH possui importante ação no metabolismo intermediário principalmente
por seu efeito antagônico à ação da insulina promovendo diminuição da utilização
periférica de glicose e aumento da lipólise (44).
Estudos realizados em adultos nos últimos 15 anos têm mostrado resultados
variados em relação ao efeito da reposição de GH sobre o metabolismo glicídico.
Alguns autores relatam piora da sensibilidade à insulina apesar das alterações
favoráveis na composição corporal (15, 27, 34, 113, 116, 131, 138) e outros,
manutenção da mesma ao longo da reposição (33, 37, 56, 58, 80, 133). Poucos
estudos encontraram melhora da sensibilidade à insulina, esperada pela redução da
gordura visceral provocada pelo GH (65). Uma vez que a reposição de GH pode
19
causar um efeito adverso na sensibilidade à insulina e, portanto, ao contrário do que
se espera, contribuir mais ainda para o aumento do risco cardiovascular, é de
fundamental importância a avaliação dos efeitos a longo prazo no metabolismo
glicídico.
O presente estudo foi realizado para avaliar o efeito da reposição de GH por
24 meses sobre o metabolismo glicídico e a gordura visceral em adultos deficientes
de GH.
A partir dos dados obtidos foram escritos e submetidos à publicação 2
artigos, anexados ao final deste trabalho:
“Glucose metabolism and visceral fat in GH deficient adults: One year of
GH replacement”, publicado na revista Growth Hormone & IGF research, 14 : 45-
51, 2004.
“Glucose metabolism and visceral fat in GH deficient adults: two years of
GH- replacement”, aceito para publicação na revista Pituitary.
20
2 - OBJETIVOS
Em um grupo de pacientes adultos com deficiência de hormônio de
crescimento, objetivamos avaliar os efeitos de 2 anos de reposição de GH sobre:
1) a composição corporal, através de medidas antropométricas e
tomografia computadorizada de abdômen
2) a glicemia, insulinemia, resistência à insulina pelo método HOMA e
sensibilidade à insulina pelo ISI-composite
3) a freqüência de alterações no teste de tolerância oral à glicose
21
3 - FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Reposição de GH em adultos:
3.1 - Aspectos gerais
Raben (109) foi o primeiro a utilizar hormônio de crescimento (GH) em adultos
com hipopituitarismo. Descreveu, em 1962, os efeitos de sua reposição em uma mulher
de 35 anos que fora submetida por oito anos a terapia hormonal convencional e
apresentou aumento do vigor e da sensação de bem estar após 3 meses de uso do GH.
No entanto, devido às dificuldades da terapia com GH derivado de hipófise humana, os
primeiros estudos de reposição em adultos só surgiram no final dos anos 80 (74, 121),
após o advento do GH recombinante.
O GH é produzido pelas células somatotróficas presentes na hipófise anterior e é
secretado em pulsos, sob a influência do hormônio liberador de GH (GHRH) e do
hormônio inibidor da liberação de GH (somatostatina), ambos de origem hipotalâmica.
Em 1999, um grupo de pesquisadores japoneses purificou e identificou um peptídeo
endógeno, produzido no tubo gastrointestinal, chamado de ghrelina. Esse peptídeo é um
provável regulador da secreção de GH, em associação com o GHRH e a somatostatina,
pois possui a capacidade de ligação aos receptores de GHRPs (peptídeos liberadores de
GH). Seu efeito estimulador da secreção de GH é dose dependente e sua ação
provavelmente ocorre no hipotálamo ou após transporte, na hipófise, já que sua
presença foi verificada em neurônios do núcleo arqueado hipotalâmico (82).
A secreção de GH em adultos exibe um ritmo circadiano no período de 24 horas
caracterizado por maior massa secretória noturna, independente do início do sono. Seus
efeitos são mediados diretamente pelo próprio GH, e indiretamente, pela síntese e
22
liberação do fator de crescimento insulina-símile tipo 1 (IGF-1), produzido
principalmente no fígado. O IGF-1 é um peptídeo de cadeia simples, com estrutura
homóloga à pró-insulina e possui ação sistêmica e local (efeitos parácrinos e autócrinos)
(136). O IGF-1 regula a proliferação e diferenciação celular, possuindo também efeitos
metabólicos similares à insulina com ações importantes no metabolismo glicídico. Sua
síntese é regulada pelo próprio GH, pela insulina e pelo estado nutricional e metabólico
do indivíduo (86, 135). Ele circula no organismo ligado a uma família de proteínas
ligadoras de IGF-1 (IGFBPs) das quais no mínimo seis já foram identificadas (IGFBP
1-6) (64, 71). Apenas 1% do IGF-1 circula livre e cerca de 80% circula ligada a proteína
ligadora de IGF-1 tipo 3 (IGFBP-3). As IGFBPs contribuem para a regulação das
funções biológicas do IGF-1 prolongando sua meia vida e regulando sua depuração. A
IGFBP-1 mesmo não sendo predominante parece ser a que mais influencia agudamente
a bioatividade do IGF-1, apresentando relações inversas com os níveis de IGF-1 livre e
as concentrações de insulina (28).
Apesar da promoção do crescimento ser o efeito mais conhecido do GH, ela é
apenas uma das conseqüências do seu envolvimento na construção e manutenção da
função tecidual e orgânica. O GH é considerado um hormônio anabólico importante na
regulação do metabolismo protéico, lipídico, glicídico e ósseo, como exposto a seguir
no quadro 1.
23
Quadro 1: Efeitos metabólicos do hormônio de crescimento
-Metabolismo protéico
� Retenção de nitrogênio e síntese de proteínas musculares (efeito anabólico)
-Metabolismo lipídico
� Lipólise com aumento nos níveis de ácidos graxos livres
� Mobilização de gordura com redução dos depósitos de gordura abdominal
-Metabolismo glicídico
� Efeito contra-regulador da insulina
• Manutenção da glicemia no jejum prolongado
• Diminuição da sensibilidade à insulina
-Metabolismo ósseo e de cartilagem
� Estimula a diferenciação e proliferação de condrócitos nas zonas de
crescimento dos ossos longos
� Manutenção da densidade mineral óssea
-Equilíbrio de água e minerais
� Efeito anti-natriurético
No metabolismo glicídico e lipídico, o GH possui dois grandes efeitos gerais de
ação antiinsulínica que serão detalhados mais adiante: diminuição da utilização
periférica de glicose e indução de lipólise com aumento das concentrações séricas de
ácidos graxos livres (44).
A terapia com GH está bem estabelecida em crianças com deficiência de GH. As
conseqüências fisiológicas dessa deficiência na infância são bem conhecidas e incluem
baixa estatura, atraso de idade óssea, diminuição do conteúdo mineral ósseo, redução da
24
massa magra e aumento do tecido adiposo com distribuição predominantemente
abdominal (13).
A deficiência hormonal mais comumente identificada em associação com
doenças da região hipotálamo-hipofisária ou de sua terapia é a do hormônio de
crescimento. Apesar disso são comuns reposições somente de tiroxina, esteróides
sexuais e de glicocorticóides nos pacientes com hipopituitarismo. A deficiência de GH
no adulto, assim como nas crianças, está associada a diversas alterações na composição
corporal: diminuição da massa magra, da água extracelular e aumento da massa gorda,
caracterizada por obesidade do tipo central com acúmulo de gordura visceral. Também
ocorre diminuição da densidade mineral óssea, aumento da resistência à insulina,
hipercolesterolemia, distúrbios psicológicos com diminuição da qualidade de vida,
diminuição na taxa de filtração glomerular e diminuição no fluxo plasmático renal (11,
12, 16, 17) (Quadro 2). Com a instituição de terapia substitutiva com GH a maioria
dessas anormalidades é revertida de forma completa ou parcial. Pouca dúvida então
existe que a reposição desse hormônio é importante no tratamento de adultos
portadores de hipopituitarismo ou mesmo de deficiência isolada. As conseqüências da
deficiência e os efeitos da reposição de GH na gordura visceral, no risco cardiovascular
e no metabolismo glicídico serão descritos a seguir.
25
Quadro 2- Características clínicas da síndrome de deficiência de hormônio
de crescimento em adultos (adaptado da referência 40)
Aumento da mortalidade Sistema Cardiovascular: Disfunção sistólica com redução da fração de ejeção em repouso e durante exercício Diminuição no índice de massa ventricular Disfunção diastólica Redução da freqüência cardíaca Aumento da resistência vascular periférica Redução do consumo de oxigênio Aterosclerose prematura (aumento da espessura da camada íntima-média das carótidas e distensibilidade aórtica diminuída) Redução da capacidade de exercício Redução da força muscular Redução da capacidade máxima de captação de oxigênio Redução da taxa metabólica basal Alterações da composição corporal Obesidade com acúmulo de gordura visceral Redução da massa magra Redução da água extracelular Redução da densidade mineral óssea e aumento do risco de fraturas Perfil lipídico adverso Aumento nas concentrações de colesterol total e LDL-colesterol Aumento nas concentrações de triglicerídeos Redução nas concentrações de HDL-colesterol Aumento de fibrinogênio e de PAI-1 Alterações na função renal: redução na taxa de filtração glomerular e no fluxo plasmático renal Resistência à insulina Redução do volume de hemácias Pele fina e seca, acesso venoso precário Distúrbios de sudorese e de termoregulação Problemas psicossociais Diminuição da sensação de bem estar psicológico Depressão e isolamento social Redução da vitalidade e energia Labilidade emocional e dificuldade de autocontrole Distúrbios do sono Ansiedade
26
3.2 - Efeitos sobre a gordura visceral
O GH possui efeitos importantes na composição corporal através de sua ação
anabólica, lipolítica e anti-natriurética. No tecido adiposo seu principal efeito é inibidor
da lipogênese e do transporte de glicose, através da estimulação da enzima lipase
hormônio-sensível, resultando em maior hidrólise de triglicerídeos para ácidos graxos
livres e glicerol (lipólise) (47). Esse efeito é provocado diretamente pela ação do GH, e
não mediado pelo IGF-1, uma vez que não existe expressão de receptores para IGF-1
nas células adiposas (127).
A deficiência de GH e a falta conseqüente desse efeito sobre o tecido gorduroso
contribuem para o acúmulo de gordura corporal total com predomínio visceral (45, 46,
66, 73, 130). A presença de deficiência múltipla hipofisária também parece favorecer o
desenvolvimento de obesidade (74).
O aumento da gordura visceral observado nesses pacientes explica em parte
alguns achados clínicos que caracterizam a síndrome da deficiência de GH no adulto,
como o aumento do risco cardiovascular e a presença de resistência à insulina. Diversos
estudos prospectivos atribuem ao aumento da gordura visceral grande importância como
fator de risco para doenças coronarianas, acidente vascular encefálico e aumento da
mortalidade na população geral. O tecido gorduroso intra-abdominal tem sido
considerado fator relevante na associação entre obesidade, diabetes mellitus tipo 2,
dislipidemia e morbidade cardiovascular (79). A predominância de gordura visceral
também foi estabelecida como fator de risco independente para diabetes mellitus tipo 2
em ambos os sexos (24, 79). Este fato provavelmente se deve a uma característica
peculiar metabólica e anatômica do tecido gorduroso visceral. O sangue derivado dos
27
depósitos viscerais é drenado pelo sistema porta para o fígado. No tecido adiposo
visceral a mobilização de AGL é maior que nos demais tecidos. Assim, em
conseqüência da maior atividade lipolítica desse tecido, associado a sua localização
anatômica e sistema de drenagem, o fígado acaba sendo exposto a altas concentrações
de AGL. Níveis aumentados de AGL estimulam a gliconeogênese hepática e atenuam a
depuração hepática de insulina derivada do pâncreas, contribuindo para a
hiperinsulinemia periférica (68). O aumento da oferta de AGL ao fígado também
contribui para a geração de outros fatores de risco cardiovasculares, tais como as
anormalidades lipoproteicas (19).
O uso prolongado de GH provoca modificação favorável da composição
corporal com aumento da massa magra e da hidratação tecidual e concomitante redução
da massa gordurosa, principalmente do tecido adiposo visceral (36, 94). A maior
celularidade, inervação e fluxo sanguíneo, existentes na gordura visceral, seriam
responsáveis pelo maior efeito do GH nesse tecido, em detrimento de outros depósitos
de gordura corporal, como por exemplo, a subcutânea (20).
O aumento da atividade lipolítica no tecido adiposo, em conjunto com a redução
do acúmulo de triglicerídeos, parece ser o maior responsável pela diminuição da massa
gordurosa total observada com a reposição de GH (46). Diversos estudos têm
comprovado essa ação benéfica na composição corporal, sustentada a longo prazo com a
manutenção do uso do hormônio (7, 10, 56, 116).
28
3.3 - Efeitos sobre o risco cardiovascular
Existem várias semelhanças entre a síndrome da deficiência de GH e a síndrome
metabólica, sendo característica comum entre as duas o aumento do tecido adiposo
visceral e da resistência à insulina. Os demais achados semelhantes são:
hiperinsulinemia, hipertrigliceridemia, níveis baixos de HDL-colesterol, aumento da
prevalência de hipertensão arterial sistêmica, concentrações de fibrinogênio e fator
inibidor da ativação de plasminogênio tipo 1 (PAI-1) elevados, aumento da espessura da
camada íntima-média das carótidas, aterosclerose prematura e aumento da mortalidade
por doenças cardiovasculares (12, 13).
O hipopituitarismo há algum tempo vem sendo associado ao alto risco de
morbidade e mortalidade cardiovascular comparado a população geral (41, 115). Em
1990, Rosén e Bengtsson (114) foram os primeiros autores a demonstrar redução na
expectativa de vida em adultos hipopituitários, analisando retrospectivamente os dados
de 333 pacientes diagnosticados entre os anos de 1956 e 1987. A taxa de mortalidade foi
significativamente mais alta que a da população local, sendo que 104 pacientes
faleceram durante esse período. Em outro relato, de Bülow e cols. (30), 344 pacientes
hipopituitários diagnosticados entre 1952 e 1992 também apresentaram aumento geral
da mortalidade. Bates e cols. (9) revisaram os casos de todos os pacientes investigados
para hipopituitarismo entre 1967 e 1994 e a mortalidade geral também estava
aumentada. No estudo de Rosén e Bengtsson (114) a principal causa de óbito foi
doenças vasculares (58%), significando um aumento de duas vezes na mortalidade por
doença cardiovascular comparado com a população controle. Infarto agudo do
miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva por doença cardíaca isquêmica e doença
29
cérebro-vascular foram as causas vasculares mais freqüentes. Na avaliação de Bülow e
cols. (30) a principal causa foi doença cérebro-vascular, sendo maior o aumento da
mortalidade no sexo feminino. Os autores, no entanto, consideraram a possibilidade de
ter havido influência do tratamento radioterápico administrado a vários dos pacientes.
No relato de Bates e cols. (9), a contribuição da doença vascular para a mortalidade não
foi tão significativa, provavelmente devido ao menor tamanho da população estudada.
Suspeitou-se, então, após esses achados, que a não reposição de GH explicaria o
aumento da mortalidade em pacientes com hipopituitarismo.
Diversos estudos avaliaram a presença de fatores clássicos associados ao risco
cardiovascular na deficiência de GH. No primeiro e mais importante deles, Rosén e
cols. (115) compararam a incidência fatores de risco cardiovasculares em 104 adultos
com deficiência de GH e indivíduos saudáveis (derivados da população do projeto
WHO MONICA). Os pacientes apresentaram índice de massa corporal (IMC) mais
elevados, maiores concentrações de triglicerídeos e menores de HDL-colesterol.
Posteriormente, Abdu e cols. (1) calcularam o risco de evento coronariano e o risco
cardiovascular relativo de acordo com o estudo de Framingham, em 50 adultos com
deficiência de GH e 45 controles pareados para sexo, idade e tabagismo. O aumento
significativo do risco cardiovascular encontrado correlacionou-se com as alterações
observadas no perfil lipídico dos pacientes. Markussis e cols.(84, 85) foram os primeiros
a demonstrar aterosclerose prematura em adultos com deficiência de GH. Aumento da
espessura intima-média das artérias, presença de placas ateroscleróticas e redução da
capacidade de distensão das artérias carótidas foram observados. Achados semelhantes
foram também relatados em adultos jovens com deficiência de GH iniciada na infância
(31).
30
Pacientes com deficiência de GH apresentam disfunção endotelial (50) e a
terapia com GH é capaz de revertê-la (128). A disfunção endotelial favorece a
trombogênese e aumenta a resistência vascular periférica, sendo um evento precoce e
potencialmente reversível no processo de aterogênese (62). Diminuição na formação
sistêmica do óxido nítrico na deficiência de GH não tratada tem sido relatada na
literatura (21). As células endoteliais possuem sítios de ligação com alta afinidade para
IGF-1 e os efeitos hemodinâmicos do IGF-1 parecem ser dependentes da liberação de
óxido nítrico pelo endotélio (21). O óxido nítrico reduz a adesão plaquetária, inibe a
proliferação e migração da célula muscular lisa do vaso e reduz a atividade da
lipooxigenase (50). A atenuação dos efeitos do óxido nítrico provoca um aumento da
resistência vascular periférica, da adesão e da proliferação celular, portanto,
contribuindo para a disfunção endotelial (6). Ainda não está claro, no entanto, se o
benefício da reposição de GH observado in vivo se deve ao aumento da síntese de óxido
nítrico pelo endotélio, o que parece ser o mecanismo mais provável. Diminuição da
inativação de radicais livres derivados do endotélio, tais como os superóxidos e o
aumento da sensibilidade da musculatura vascular lisa ao óxido nítrico também foram
propostos (91).
Outros mecanismos potenciais para aterosclerose prematura devem ser
considerados neste contexto. Como dito anteriormente, pacientes com deficiência de
GH também apresentam alterações qualitativas das lipoproteínas gerando um fenótipo
aterogênico, com aumento do colesterol total, LDL e triglícerideos e redução de HDL, o
que contribui ainda mais para a presença de disfunção endotelial (78, 105).
A aterosclerose é considerada uma doença inflamatória e alguns fatores
inflamatórios e reológicos são reconhecidos como marcadores de risco cardiovascular,
31
entre eles, o PAI-1 e o fibrinogênio (112, 118), que estão aumentados na deficiência de
GH (137).
Por fim, disfunção cardíaca sistólica, reduções na massa ventricular esquerda e
na capacidade ao exercício, têm sido encontradas em adultos deficientes de GH, o que
também contribuem para o aumento da morbidade e mortalidade cardiovascular
observado nesses pacientes (93, 122, 126).
Mesmo assim, alguns autores acreditam que as anormalidades que compõem o
quadro clínico do hipopituitarismo no adulto não explicam por completo o aumento da
mortalidade por causas vasculares atribuído à deficiência de GH (114 115). O
hipopituitarismo é uma condição complexa, que envolve múltiplos déficits hormonais
cuja reposição inadequada poderia contribuir para o risco cardiovascular (14).
Por outro lado, se esses achados explicam, pelo menos em parte, o maior risco
cardiovascular e o aumento da mortalidade geral encontrado na deficiência de GH,
parece que a administração de GH é benéfica na melhora do perfil aterogênico,
contribuindo para a redução deste risco. O GH induz a redução do PAI-1, do
fibrinogênio tecidual e de mediadores inflamatórios, tais como proteína C reativa e
interleucina-6, causando, portanto, um efeito protetor sobre o endotélio (69, 125). Além
disto, o aumento do estresse oxidativo e da resistência vascular periférica observados
nesses pacientes diminuem após a terapia com GH (21, 49). Há melhora do perfil
lipídico com diminuição do LDL-colesterol na maioria dos estudos (7, 17, 35, 41). Os
efeitos sobre as concentrações de HDL-colesterol são menos esclarecidos, alguns
trabalhos não mostraram influência (17), enquanto outros mostraram pequenas, mas
significantes reduções (41). A razão LDL/HDL colesterol parece melhorar na maioria
dos estudos. A espessura da camada íntima-média das carótidas também apresentou
32
redução após a terapia com GH (107). Além disso, há considerável melhora da
composição corporal, como citado anteriormente. Apesar desses achados, o verdadeiro
impacto da reposição de GH sobre o risco cardiovascular e a mortalidade geral não é
conhecido. Outros determinantes desse risco não são afetados ou podem até mesmo ser
exacerbados, como por exemplo, a resistência à insulina.
3.4- Efeitos sobre o metabolismo glicídico
Os primeiros estudos sobre as conseqüências da deficiência de GH em adultos
no metabolismo glicídico geraram resultados, a princípio, contraditórios. Como a
hipoglicemia de jejum sempre foi um achado bastante freqüente em crianças deficientes
de GH, esperava-se o mesmo em adultos. Entretanto, resistência à insulina tem sido
demonstrada em adultos deficientes não repostos, provavelmente associada, como
exposto anteriormente, ao aumento da gordura visceral e diminuição da massa magra
(17, 63, 70).
Os principais estudos que sugeriram diminuição na sensibilidade à insulina em
adultos deficientes de GH foram: Em 1994, Beshyah e cols. (17) avaliaram 63
pacientes, encontrando aumento significativo na freqüência de alterações no teste de
tolerância oral à glicose (TOTG), comparados a indivíduos saudáveis. Os níveis de
glicose e insulina de jejum foram semelhantes entre os pacientes e os controles, porém
os níveis de insulina após sobrecarga e a área sob a curva de insulina foram
significativamente maiores. Johannsson e cols. (70) em 1995, estudaram 15 adultos
deficientes de GH com clamp euglicêmico hiperinsulinêmico, comparados a um grupo
controle pareado por idade, sexo e IMC, demonstrando maior resistência à insulina nos
33
pacientes. Hew e cols. (63) em 1996, avaliaram 14 pacientes com deficiência de GH e
12 indivíduos saudáveis pareados por idade, sexo e IMC, com clamp euglicêmico
hiperinsulinêmico e medida da síntese de glicogênio por biópsia muscular. Ambos os
grupos tiveram taxas basais de utilização de glicose similares, mas uma redução de 64%
na utilização de glicose induzida por insulina foi encontrada nos pacientes. O índice de
sensibilidade periférica à insulina e a síntese de glicogênio estavam reduzidos,
sugerindo que a resistência à insulina nesses pacientes está associada à inibição da
atividade da glicogênio-sintetase, responsável pelo armazenamento de glicogênio na
musculatura esquelética. Segundo os autores, esse fenômeno parece estar relacionado ao
tempo de duração da deficiência de GH, as alterações nos níveis de triglicerídeos e
insulina de jejum, assim como ao aumento do tecido adiposo visceral.
Parece que a maior oferta de AGL circulantes, devido ao aumento da gordura
visceral, contribui para a redução da sensibilidade à insulina e da ativação da
glicogênio-sintetase pela insulina, caracterizando o chamado ciclo de Randle. De acordo
com esse ciclo, proposto por Randle e cols. (111) em 1963, a oxidação dos AGL
aumenta os níveis intracelulares de acetil-coenzima A que inicia uma reação em cadeia
de inibição das enzimas glicolíticas, em última instância inibindo a captação de glicose.
Alguns autores utilizando o acipimox, uma droga derivada do acido nicotínico,
bloqueadora da liberação de AGL por inibição da atividade da enzima lipase hormônio-
sensível, confirmaram a relação inversa existente entre os níveis de AGL circulantes e a
sensibilidade à insulina, em adultos deficientes de GH (100, 101, 123).
Posteriormente outros estudos surgiram, mas os mecanismos moleculares
responsáveis pela resistência à insulina na deficiência de GH em adultos ainda não
foram totalmente desvendados. Parece mesmo que está associada a uma diminuição dos
34
estoques de glicogênio e da utilização de glicose mediada pela insulina. As ativações do
fluxo glicolítico e da síntese de glicogênio pela insulina estão reduzidas na deficiência
de GH (4). Especula-se que os níveis diminuídos de IGF-1 também contribuem para a
resistência à insulina, devido à atenuação dos efeitos semelhantes à insulina no
metabolismo (103). A duração da deficiência de GH também teria relação, pois quanto
mais duradoura a deficiência menor são os níveis de IGF-1 e maior o volume de tecido
adiposo central (17, 63).
O GH possui efeito antagonista à insulina no músculo e tecido adiposo, fato esse
conhecido há bastante tempo. Em parte, esse efeito tem sido estudado através da
exposição de adultos saudáveis e acromegálicos a altas doses de GH. Resistência à
insulina pode ser induzida tratando adultos e crianças com doses suprafisiológicas de
GH (96). Na acromegalia, onde há excesso importante de GH circulante, existe aumento
no risco de desenvolvimento de hiperinsulinemia, tolerância oral à glicose diminuída ou
mesmo diabetes mellitus tipo 2 (59). Alguns autores relatam ocorrência de diabetes em
cerca de 40 % dos pacientes acromegálicos (51). Essas alterações metabólicas
encontradas na acromegalia podem reverter por completo após a cirurgia (97).
Em indivíduos saudáveis, um pulso de GH aumenta a produção hepática de
glicose no jejum, estimulando a gliconeogênese e a glicogenólise, e diminui a utilização
periférica de glicose, inibindo a síntese de glicogênio e a oxidação de glicose (8, 54).
O exato sítio de ação do GH no metabolismo da glicose, ainda não é de todo
conhecido, mas parece ter relação com mecanismos pós-receptor de insulina (8). Um
dos estudos antigos mais importantes sobre os efeitos metabólicos do GH no estado pós
absortivo foi realizado por Møller e cols. em 1989 (98). Esse estudo demonstrou
aumento da lipólise 2 a 3 horas após a administração de um bolus fisiológico de GH. A
35
glicose plasmática exibiu discreta flutuação e os níveis de insulina e peptídeo C
permaneceram estáveis. Porém, houve redução súbita da captação e oxidação de glicose
no músculo que aparentemente reflete a competição por substrato entre a glicose e os
AGL (ciclo de Randle). Em conseqüência, a oxidação periférica de glicose estaria
diminuída e a gliconeogênese hepática aumentada (111).
A resposta da célula beta observada após exposição crônica de GH é semelhante
àquela vista após níveis excessivos de AGL. Assim, antes da reposição de GH, a célula
beta é exposta a um fluxo aumentado de AGL pelo excessivo depósito de gordura
visceral e após o tratamento com GH também, pelo aumento da lipólise induzido pelo
hormônio (76).
Mas é provável que esse não seja o único mecanismo responsável pela
diminuição da sensibilidade à insulina na administração de GH. Redução na atividade
da glicogêneo-sintetase muscular e hepática (8, 63), independente do aumento do ciclo
do AGL, também foi implicada no aumento da resistência insulínica após exposição
prolongada de elevadas concentrações de GH (8, 108). Adicionalmente, aumento na
quantidade de fibras musculares do tipo II B, mais resistentes à insulina, foi descrito
após a reposição de GH (27).
Como dito anteriormente, a reposição de GH exerce efeitos biológicos
importantes no perfil lipídico, capacidade ao exercício e composição corporal (18, 46,
74, 121, 139). Os efeitos diretos do GH no metabolismo glicídico são
predominantemente antagonistas à insulina, e o grau que esses efeitos são
contrabalançados pelos efeitos favoráveis na composição corporal ainda é uma questão
em debate. Os primeiros estudos de reposição de GH em adultos de curta duração
relataram diminuição da sensibilidade à insulina, associada, em alguns casos, ao
36
aumento da glicemia e insulinemia (15, 53, 104, 117, 120). Mais recentemente outros
estudos foram desenvolvidos, no entanto, resultados divergentes têm sido encontrados.
Alguns autores relataram piora inicial da sensibilidade à insulina com melhora ao longo
do tempo, relacionada à redução da gordura corporal (55, 76, 95) Outros, porém,
observaram persistência da redução na sensibilidade à insulina ao longo do tempo
avaliado (15, 27, 34, 113, 116, 131, 138). Manutenção da sensibilidade à insulina
também tem sido bastante descrita (33, 37, 58, 80, 133) e apenas um estudo relatou
melhora (65). Parece que o impacto da reposição de GH na sensibilidade à insulina e a
explicação para essas divergências estariam relacionados a diferenças na metodologia
empregada, duração da deficiência de GH, composição corporal e idade do paciente
pré-reposição, duração do tratamento e doses utilizadas (67).
O papel do IGF-1 nas alterações que ocorrem na sensibilidade à insulina após a
administração de GH é difícil de prever. A administração de IGF-1 recombinante
resulta em efeitos sobre o metabolismo da glicose, dos lipídeos e das proteínas
semelhantes à insulina (25, 26). Mauras e cols. (89) compararam os efeitos da
administração de GH e IGF-1 por 8 semanas em pacientes deficientes de GH. Os efeitos
sobre o tecido adiposo e o anabolismo protéico foram similares, porém divergentes
sobre o metabolismo glicídico. Ambos aumentaram a gliconeogênese, mas apenas o GH
promoveu aumento dos níveis de glicose e insulina. Devemos, no entanto, considerar
que a administração de IGF-1 não reflete a fisiologia normal do indivíduo ou as
condições observadas no organismo após a reposição de GH. As concentrações de IGF-
1 na forma livre e bioativa encontram-se, ao contrário do que normalmente se observa,
extremamente elevadas após sua administração, induzindo uma ligação exagerada aos
receptores nas células musculares, adipócitos e hepatócitos. Não se sabe, na verdade,
37
qual a relevância da contribuição do IGF-1, com seu efeito metabólico similar à
insulina, na terapia substitutiva de GH. Parece que não é de grande importância (72).
Em resumo, adultos deficientes de GH não repostos podem apresentar
resistência à insulina e aumento do tecido adiposo visceral. O início da reposição
modifica a composição corporal com diminuição importante da gordura visceral, o que
se esperaria favorecer a sensibilidade à insulina. Entretanto, devido aos efeitos
antiinsulínicos do GH e em parte pela lipólise e aumento de AGL, observamos em
alguns estudos (não todos) piora ainda maior da sensibilidade à insulina. Até que ponto
o efeito do GH na composição corporal pode ser benéfico na sensibilidade à insulina,
contrabalançando seu efeito antiinsulínico? O conhecido impacto negativo do aumento
da resistência à insulina sobre o risco cardiovascular deve ser levado em consideração
na instituição do GH. Somente os estudos prospectivos de longo seguimento poderão
esclarecer a real eficácia e segurança dessa terapia.
38
4 - PACIENTES E MÉTODOS
4.1 - Casuística
Foram avaliados 29 pacientes deficientes de hormônio de crescimento, 13
homens e 16 mulheres, com idade variando de 20 a 61 anos (média de 40) e IMC de 27
+ 1,0 Kg/m2).
Todos os pacientes apresentavam deficiência severa de hormônio de crescimento
por mais de um ano. Seis com deficiência desde a infância, com diagnóstico de
hipopituitarismo idiopático e 23 hipopituitarismo adquirido durante a vida adulta.
Dentre as causas de hipopituitarismo adquirido 9 mulheres tiveram diagnóstico de
necrose hipofisária pós-parto (Síndrome de Sheehan), 8 adenoma não funcionante, 3
craniofaringioma e 3 outras patologias hipofisárias (histiocitose X, doença de Cushing,
disgerminoma de pineal). Dois pacientes possuíam deficiência isolada de GH e 27,
deficiência múltipla hipofisária. A média em anos do tempo de deficiência de GH após
o diagnóstico foi de 9,5 (variando de 1-30).
Foram incluídos os pacientes que apresentaram pico de GH menor que 3 ng/ml
em pelo menos 2 testes de estímulo farmacológicos: o teste de tolerância à insulina (0,1-
0,15 UI de insulina regular/Kg de peso, endovenosa) e o teste do glucagon (1 mg, intra-
muscular) (37, 39).
Adotamos como critérios de exclusão: presença de doença mental, gravidez,
diabetes mellitus, hipertensão arterial descompensada (pressão arterial sistólica >160
e/ou diastólica >90 mmHg), uso de GH nos últimos 12 meses, doença aguda severa nos
últimos 6 meses, doença hepática ou renal crônica, história de malignidade, acromegalia
39
prévia e uso crônico de medicações (exceto reposição hipofisária, contraceptivos ou
anti-hipertensivos). Os pacientes que apresentaram diagnóstico de diabetes mellitus na
avaliação pré-reposição foram também excluídos. O desenvolvimento de intolerância à
glicose ou diabetes ao longo do estudo não foi critério de exclusão do paciente.
Os pacientes estavam em terapia de substituição com glicocorticóides
(prednisona, dose média de 2,5 a 5 mg/dia), L-tiroxina (dose média de 132 µg/dia),
esteróides gonadais (ésteres de testosterona 250 mg a cada 2 ou 3 semanas nos homens;
estrogênio oral ou transdérmico e progesterona oral nas mulheres). Apenas um paciente
fazia uso de desmopressina (40 µg/dia). As doses de reposição permaneceram estáveis
por pelo menos seis meses antes de iniciar e durante o estudo, e foram controladas com
dosagens hormonais freqüentes.
Vinte e quatro pacientes completaram 12 meses de reposição (11 homens e 13
mulheres; idade 41 + 1,9 anos e IMC 27 + 1,2 Kg/m2) e 17 completaram 24 meses (9
homens e 8 mulheres; idade 40 + 1,8 anos e IMC 25 + 0,8 Kg/m2) (anexo 1). Cinco
pacientes foram retirados do estudo durante os três primeiros meses de reposição e sete
pacientes após 12 meses. Apenas um paciente foi excluído por efeitos adversos como
edema e artralgia no início da reposição e os demais, por não adesão ao protocolo ou
intercorrências clínicas no período.
Os objetivos e métodos do estudo foram explicados aos pacientes e todos
assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (anexo 2), aprovado pelo
Comitê de Ética em pesquisa do HUCFF e da Faculdade de Medicina da UFRJ (CEP
77/98).
40
4.2 - Metodologia
Este foi um estudo aberto prospectivo. Os pacientes foram captados dos
ambulatórios dos serviços de endocrinologia do HUCFF e de outros hospitais da cidade
do Rio de Janeiro.
Os pacientes foram acompanhados em ambulatório próprio do projeto de
pesquisa através de consultas trimestrais. Na primeira consulta, após entrevista e exame
físico completo, registraram-se dados como: idade, sexo, cor, diagnóstico etiológico,
tempo de evolução de doença, deficiências hormonais associadas e as respectivas
reposições, outras doenças concomitantes e uso de medicações. História familiar de
diabetes mellitus tipo 2 em parentes de primeiro grau foi considerada positiva em
pacientes com familiares diagnosticados acima dos 30 anos de idade, sem uso de
insulina nos primeiros 6 meses de tratamento.
Após a primeira entrevista ambulatorial os pacientes foram submetidos à
confirmação da deficiência de GH através dos testes de tolerância à insulina e glucagon,
já descritos anteriormente, e em seguida encaminhados para realização do TTOG e
medida da gordura visceral. A partir então desses exames iniciava-se a reposição com
GH.
GH recombinante Norditropin, do laboratório Novo Nordisk Brasil (1mg =
3UI) foi administrado pelo próprio paciente, diariamente, ao deitar, por via subcutânea.
A dose inicial diária foi de 0,016 mg/Kg/semana ajustada de acordo com a tolerância do
paciente. Apesar do peso ter sido utilizado para definir a dose inicial, a dose de
manutenção foi alcançada através de um esquema de titulação baseado nos níveis de
IGF-1 e nos efeitos colaterais apresentados pelos pacientes. A dose considerada de
41
manutenção foi aquela que elevou o IGF-1 até próximo ao limite superior do valor de
referência para a idade, de acordo com o preconizado nas instruções do Kit utilizado
para dosagem. A dose média diária administrada ao final do período de titulação foi de
0,84 mg/dia (0,53-1,16 mg/dia). A adesão à administração de GH foi avaliada pelo
relato do paciente e principalmente pela monitorização da devolução dos frascos vazios.
Os pacientes foram estudados ao longo 24 meses em vigência da reposição de
GH através das seguintes avaliações:
- Medidas antropométricas: altura, peso, IMC, menor circunferência abdominal e
relação cintura-quadril. Avaliadas ambulatorialmente a cada três meses.
- Medida da gordura visceral por tomografia computadorizada de abdômen,
realizada na fase pré-reposição, após 12 e 24 meses.
- Teste de tolerância oral à glicose (TTOG): realizado na fase pré-reposição,
após 3, 6, 12 e 24 meses.
42
4.2.1 - Medidas antropométricas e gordura visceral
Os pacientes foram pesados com roupas leves, sem sapatos, em balança
mecânica Filizola e medidos com estadiômetro, assim como avaliados a menor
circunferência abdominal e a medida do quadril com fita métrica não elástica. Essas
medidas foram realizadas sempre na mesma balança e pelo mesmo avaliador. O IMC foi
calculado de acordo com a fórmula peso (Kg) / altura (m)2 e a relação cintura-quadril
dividindo-se o valor da menor circunferência abdominal pelo quadril.
Posteriormente, todos foram encaminhados para realização de tomografia
computadorizada helicoidal de abdômen, sem contraste venoso ou oral, para
quantificação da gordura visceral e subcutânea no Hospital Pró Cardíaco - Rio de
Janeiro. O equipamento usado foi o modelo PRO-SPEED, da marca GE (130). Todos
os exames foram executados e analisados pelo mesmo examinador.
4.2.2 - Metabolismo glicídico
O TTOG foi realizado em todos os pacientes após 12 horas de jejum noturno,
com administração de 300ml de solução com 75 g de glicose (106, 134). Foram colhidas
amostras de sangue venoso nos tempos basal, 30, 60, 90 e 120 minutos.
O metabolismo glicídico foi avaliado através dos valores de glicose e insulina no
jejum e após 2 horas da sobrecarga oral de glicose. A resistência à insulina (IR) foi
estimada através do índice de HOMA (Homeostasis model assessment), de acordo com
a equação proposta por Matthews e cols. (88):
HOMA-IR = Glicemia de jejum (mmol/L) X insulina de jejum (µU/mL) / 22,5
43
A sensibilidade à insulina (ISI) foi estimada através do índice ISI-composite
proposto por Matsuda e De Fronzo (87) de acordo com a fórmula: 10000/ [raiz quadrada
da glicemia de jejum x insulinemia de jejum x concentração média de glicose durante o
TTOG (mg/dL) x concentração média de insulina durante o TTOG (µU/mL)].
A classificação clínica do resultado do TTOG foi baseada no seguinte critério
(134): tolerância à glicose normal (TGN): glicemia 2-h após sobrecarga < 140 mg/dL;
tolerância à glicose diminuída (TGD): glicemia 2-h após sobrecarga > 140 e < 200
mg/dL e diabetes (DM): glicemia 2-h após sobrecarga > 200 mg/dL).
4.2.3 - Análise bioquímica
O IGF-I foi dosado através de ensaio imunoradiométrico DSL- 5600 ACTIVETM
(coeficiente de variação -cv- intra-ensaio de 1.5% e inter-ensaio de 3,7%, valor de
referência de 80 a 500 ng/mL; limites superiores de referência para idade em anos: 30-
40: 494 ng/mL; 40-50: 303 ng/mL; 50-60: 258 ng/mL; limite inferior de detecção: 0,8
ng/mL).
O GH foi dosado através de ensaio imunométrico por quimioluminescência
IMMULITE- DPC , United Kingdon (cv intra-ensaio de 5,3% e inter-ensaio de 5,7%,
valor de referência de 0,06 a 5,0 ng/ml e limite inferior de detecção de 0,01 ng/mL).
A insulina foi dosada por ensaio imunofluorimétrico AutoDELFIA- WALLAC
, USA (cv intra-ensaio de 2,4% e inter de 2,5%, reação cruzada com pró-insulina intacta
e 32-33 split pró-insulina < 1%, valor de referência de 2,34 a 26,40 µU/mL e limite de
detecção de 0,5 µU/mL).
44
As demais dosagens foram realizadas por métodos automatizados da rotina do
laboratório de análises clínicas do HUCFF. As alíquotas foram encaminhadas para
dosagem imediata no laboratório do hospital, sendo uma parte armazenada em freezer a
menos 20º C, por no máximo seis meses, para posterior dosagem de insulina no
laboratório Dr. Sérgio Franco - Rio de Janeiro.
4.3 - Análise estatística
A análise estatística foi realizada pelos seguintes métodos: análise de variância
para medidas repetidas (ANOVA) para avaliar as variações ao longo do tempo, seguido
do teste de comparações múltiplas de Bonferroni, para identificar quais os tempos
(meses) que diferiram entre si; Método de modelos lineares generalizados processada
pelo procedimento CATMOD para analisar medidas repetidas de dados de natureza
qualitativa. Para avaliação dos parâmetros que não seguiam uma distribuição normal
utilizamos o teste não paramétrico de Wilcoxon ou a transformação logarítmica dos
dados. O critério de determinação de significância adotado foi o nível de 5%. A análise
estatística foi processada pelo software estatístico SAS® System. Os resultados foram
apresentados como média + erro médio padrão.
45
5 - RESULTADOS
Reposição de GH por 24 meses (n=17)
Os níveis de IGF-I aumentaram significativamente durante a reposição de GH
(78 + 15 para 386 + 28 ng/mL após 24 meses; p= 0,0001). No terceiro mês a dose média
de administração de GH foi de 0,84 mg/dia (0,53-1,16 mg/dia). Aos 12 meses, a dose de
GH foi reduzida em alguns pacientes para manter os níveis de IGF-1 dentro dos limites
da normalidade (dose média de GH: 0,83 mg/dia) e aos 24 meses mais uma pequena
redução foi necessária obtendo-se uma dose média de GH de 0,72 mg/dia (0,46 –1,16
mg/dia) (anexo 3.1).
5.1 - Medidas antropométricas e gordura visceral
Não houve alteração significativa do peso corporal e IMC. Houve redução
significativa da circunferência abdominal aos 3 meses (p = 0,028) e da relação cintura-
quadril, de forma progressiva, dos 3 aos 24 meses (p = 0,016). A gordura visceral
diminuiu aos 12 meses e manteve-se estável até o final do estudo (p = 0,009) (tabela 1 e
anexos 3.2 – 3.4).
46
Tabela 1: Evolução das medidas antropométricas e gordura visceral após a
reposição com GH (n=17)
Pré 3m 6m 12m 24m p-valor
IMC (Kg/m2) 25,4 + 1,1 25,5 + 1,2 25,5 + 1,3 25,8 + 1,3 26,0 + 1,3 0,390
Circ. Abdominal (cm) 83 + 2,0 80 + 2,0 82 + 2,0 81 + 2,0 82 + 2,0 0,028
Relação Cint/Quadril 0,89 + 0,02 0,86 + 0,01 0,87 + 0,02 0,86 + 0,01 0,84 + 0,01 0,016
Gordura visceral (cm2) 145 + 17,0 --- --- 102 + 14,0 103 + 20,0 0,009
Valores em média + erro médio padrão. p -valor baseado no teste ANOVA para medidas repetidas (pré - reposição x 24 meses).
47
5.2 – Metabolismo glicídico
Oito dos 17 pacientes (47,1 %) apresentaram TTOG alterada aos 24 meses: 7
pacientes por tolerância à glicose diminuída (TGD) e um por diabetes (DM). Esse
último paciente com diabetes (feminina, 61 anos, IMC 22 Kg/m2, sem história familiar
de diabetes) apresentou TGD aos 6 meses e TTOG normal aos 12 meses. Dos outros 7
com TGD aos 24 meses: 4 pacientes já possuíam tolerância à glicose diminuída em
algum momento do estudo e 3 possuíam TTOG normal nas avaliações anteriores.
Apenas um desses pacientes ganhou peso: masculino, 21 anos, sem história familiar de
diabetes, com TGD pré-reposição. Esse paciente apresentava IMC de 24,3 kg/m2 antes e
28,9 kg/m2 após 24 meses de GH, sem alteração significativa da gordura visceral (165,4
x 168,9 cm2 ). Os outros seis pacientes com TGD (idade 33-50 anos) mantiveram ou até
diminuíram a gordura visceral e o IMC. Somente dois deles possuíam história familiar
positiva de diabetes (tabela 2).
48
Tabela 2: Efeito da reposição de GH em adultos deficientes sobre a
tolerância oral à glicose (n=17)
Pacientes Pré 3m 6m 12m 24m
1 TNG TNG TNG TGD TNG
2* TNG TNG TNG TNG TNG
3 TNG TGD TNG TNG TGD
4 TGD DM TGD TGD TGD
5 TNG TNG TNG TNG TNG
6* TNG TNG TNG TNG TNG
7 TNG TNG TNG TNG TNG
8* TNG TNG TNG TNG TGD
9 TNG TNG TNG TGD TGD
10* TNG TNG TNG TNG TNG
11 TNG TNG TGD TGD TGD
12 TNG TNG TNG TNG TGD
13* TNG TNG TNG TGD TGD
14 TNG TNG TNG TGD TNG
15 TNG TNG TNG TNG TNG
16 TNG TGD TNG TNG TNG
17 TNG TNG TGD TNG DM TNG: Tolerância normal à glicose; TGD: Tolerância à glicose diminuída; DM: Diabetes mellitus; * Pacientes com história familiar de diabetes tipo 2.
49
A freqüência de alteração no TTOG aumentou de 1 paciente (5,9 %) para 3 (17,6
%) após os 3 meses, manteve-se igual aos 6 meses, aumentando para 6 pacientes (35,3
%) aos 12 meses e finalmente para 8 (47,1 %) aos 24 meses (p = 0,0001) (Figura 1).
Figura 1: Freqüência de alteração no TTOG durante a reposição de GH
5,9
17,6 17,6
35,3
47,1
0
10
20
30
40
50
Basal 3 6 12 24 meses
To
lerâ
nc
ia à
glic
os
e
alt
era
da
(%
)
50
Apesar da piora da tolerância à glicose, as glicemias de jejum não se
modificaram (p= 0,180). As médias das glicemias de 2 horas após o TTOG tenderam a
aumentar, mas não atingiram significância estatística (p= 0,069). Os níveis de insulina
de jejum não se modificaram (p= 0,260), porém os níveis insulina de 2 horas após
sobrecarga apresentaram aumento progressivo aos 3, 12 e 24 meses (p= 0,005).
Nenhuma alteração significativa foi encontrada nos índices de HOMA-IR e ISI-
composite (p= 0,260 e 0,190; respectivamente) (tabela 3 e anexos 3.5 – 3.7).
Tabela 3: Evolução do metabolismo glicídico após reposição com GH (n=17)
Pré 3m 6m 12m 24m p-valor
Glicemia jejum (mg/dL)
80 + 20 89 + 30 80 + 30 81 + 20 83 + 20 0,180
Glicemia após 2h (mg/dL)
109 + 50 122 + 80 111 + 60 127 + 80 131 + 70 0,069
Insulina de jejum
(µµµµU/mL) 12 + 50 11 + 20 12 + 20 11 + 10 14 + 40 0,260
Insulina após 2h
(µµµµU/mL) 52 + 12 91 + 27 87 + 22 108 + 24 100 + 29 0,005
HOMA-IR 2,4 + 1,0 2,7 + 0,7 2,6 + 0,5 2,4 + 0,4 2,8 + 0,7 0,260
ISI-composite 8,8 + 2,0 6,7 + 1,9 7,0 + 2,0 5,9 + 1,3 6,2 + 1,2 0,190
Valores em média + erro médio padrão. p-valor baseado no teste ANOVA para medidas repetidas (pré -reposição x 24 meses).
51
Analisando de forma separada o subgrupo de pacientes com TOTG alterado aos
24 meses (n=8), encontramos aumento significativo do índice de HOMA-IR (1,35 +
0,90 para 2,75 + 2,16; p =0,012). O índice ISI-composite, no entanto, não apresentou
diferença (7,49 + 5,38 para 4,57 + 3,24; p =0,123) (tabela 4).
Tabela 4: Evolução dos índices de HOMA-IR e ISI-composite nos pacientes com
TTOG alterado após 24 meses de reposição de GH (n=8)
Pacientes HOMA a ISI b
Pré 24m Pré 24m
3 1,1 1,4 7,2 8,9
4 0,4 1,5 13,6 4,5
8* 3,0 7,5 2,2 0,8
9 17,5 2,9 1,4 2,6
11 1,8 3,4 3,0 3,2
12 0,3 1,0 13,7 5,7
13* 0,7 0,9 13,6 9,4
17 1,8 3,4 5,4 1,5
Média + DP 1,35 + 0,90 2,75 + 2,16 7,49 + 5,38 4,57 + 3,24
TNG: Tolerância normal à glicose; TGD: Tolerância à glicose diminuída; DM: Diabetes mellitus; * Pacientes com história familiar de diabetes tipo 2; HOMA a: pré-reposição x 24 meses, p =0,012; ISI b: pré-reposição x 24 meses, p = 0,123.
52
5.3 – Correlações
Houve correlação positiva significativa entre as seguintes variáveis: insulina
após sobrecarga com IMC (r= 0,501 e p= 0,040) e gordura visceral (r= 0,606 e p=
0,013) na fase pré-reposição; IMC com HOMA IR (r= 0,839 e p= 0,000) e com insulina
de jejum (r= 0,833 e p= 0,000) aos 12 meses; e glicose após sobrecarga com insulina
após sobrecarga (r= 0,537 e p= 0,026) aos 24 meses de reposição.
Houve correlação negativa significativa entre IMC e ISI-composite pré-
reposição (r= - 0,574 e p= 0,501); e entre ISI-composite e IMC (r= - 0,709 e p= 0,002)
aos 12 meses.
Não houve correlação significativa entre os demais parâmetros avaliados no
estudo.
53
6- DISCUSSÃO
O presente estudo foi realizado como o objetivo de avaliar os efeitos a longo
prazo da reposição de GH sobre o metabolismo glicídico e a gordura visceral em adultos
deficientes de GH. Nossos achados revelam diminuição significativa da gordura visceral
e da relação cintura-quadril durante os 24 meses de reposição, de acordo com os
achados na literatura (3, 121, 138). Houve aumento da freqüência de alterações no
TTOG e aumento progressivo dos níveis de insulina após sobrecarga. Aumento na
resistência à insulina, avaliado pelo HOMA-IR, foi observado apenas no subgrupo com
alteração no TTOG aos 24 meses.
Em estudo prévio (131) demonstramos que 12 meses de reposição de GH
induziram aumento progressivo dos níveis de insulina de jejum e após sobrecarga.
Houve diminuição da sensibilidade à insulina, observada tanto pelo aumento no índice
de HOMA-IR, como pela redução do ISI-composite, ambos aos 12 meses. Os níveis de
glicemia de jejum não se modificaram, porém houve aumento na freqüência de TOTG
alterados. Dos 24 pacientes que completaram 12 meses, 17 optaram por continuar a
reposição de GH até os 24 meses. Não houve diferença significativa nas características
clinicas do grupo que interrompeu e o que continuou o uso do hormônio.
Diversos indicadores de resistência à insulina são propostos na literatura para
serem usados em pesquisa ou na prática clinica. O método considerado padrão-ouro é o
clamp euglicêmico hiperinsulinêmico, técnica de alta complexidade e custo elevado. Os
métodos usados nesse estudo, HOMA e ISI-composite, são mais simples e de menor
custo, portanto mais adequados para uso na prática clinica. Matthews e cols. (88)
demonstraram que o método HOMA apresenta alta correlação com o clamp euglicêmico
54
hiperinsulinêmico. O HOMA também foi validado por outros autores (23, 48, 77) e
utilizado em diversos estudos (22, 57, 90). O ISI-composite, que estima a sensibilidade
hepática e global à insulina, através dos níveis de glicemia e insulinemia obtidos durante
a curva glicêmica, foi proposto e validado por Matsuda e De Fronzo (87).
A interpretação do significado de novos casos de tolerância à glicose diminuída
e diabetes durante a reposição de GH não é fácil. Reconhecemos a baixa
reprodutibilidade da curva glicêmica e a possibilidade de variação espontânea da
glicemia após a sobrecarga (60, 92). Alguns pacientes demonstraram tolerância à
glicose normal após apresentarem alteração na curva em algum momento durante o
estudo, mas a maioria que apresentou alteração no TOTG aos 24 meses já o havia
apresentado em alguma avaliação anterior. A realização do TTOG tem sido considerada
mais sensível no diagnóstico dos estágios de intolerância à glicose e diabetes, do que
apenas a realização da glicemia de jejum. (5).
O consenso atual da Growth Hormone Research Society (39) preconiza a
reposição de GH em adultos deficientes visando, entre outros motivos, a redução do
risco cardiovascular. Alguns autores ainda duvidam que o balanço final dos efeitos do
GH seja realmente significativo em termos de redução de risco, equivalente ao uso de
drogas como a aspirina, redutores de colesterol e anti-hipertensivos. Além disso, o
benefício do GH na composição corporal poderia ser atingido tão bem quanto com um
bom programa de educação alimentar e atividade física. Essas questões só podem ser
esclarecidas com estudos prospectivos prolongados, em larga escala, randomizados e
duplo-cegos. Infelizmente esse tipo de estudo é pouco viável pelo custo elevado e
dificuldade de execução, especialmente quando há escassez de recursos. Além disso,
uma verdadeira randomização com uso de placebo dificilmente seria realizada. Uma vez
55
que a reposição de GH tem demonstrado tantos benefícios a curto e médio prazo,
dificilmente haveria aprovação do Comitê de Ética em pesquisa ou autorização prévia
pelo paciente bem informado para a realização da randomização. Essa é uma das
limitações do nosso estudo, por não ser do tipo placebo-controle, alguns dos nossos
resultados podem ter sofrido interferência da idade e estilo de vida. Nossos achados, no
entanto, estão de acordo com outros estudos existentes na literatura e nossos pacientes
foram orientados a não modificar seus hábitos de vida durante o estudo.
Os efeitos agudos e crônicos da reposição de GH em adultos no metabolismo
glicídico têm sido descritos em inúmeros trabalhos, alguns com resultados divergentes.
Os primeiros trabalhos publicados sugeriram que em curto prazo existe uma redução da
sensibilidade à insulina em associação com o aumento dos níveis de insulina, nem
sempre acompanhado de aumento da glicemia. A longo prazo a sensibilidade à insulina
melhoraria gradativamente devido ao aumento da massa magra e redução da massa
gordurosa. No entanto, este fato não foi observado em todos os estudos.
Semelhante aos nossos achados, a ocorrência de novos casos de tolerância à
glicose diminuída e diabetes no TTOG também foi observada por alguns autores:
Beshyah e cols. (15) mostraram 5 novos casos de TGD durante os 18 meses de
reposição de GH em 38 pacientes adultos. Todos os 5 melhoraram após interrupção do
GH. Fernholm e cols. (52) descreveram um caso de diabetes e um caso de TGD no
estudo de 18 meses de reposição em 31 pacientes idosos deficientes de GH. Rosenfalck
e cols. (116) detectaram três casos de TGD em 11 pacientes no estudo de 30 meses de
reposição de GH.
Estudos envolvendo jovens com deficiência de GH adquirida na infância
observaram maior risco de desenvolvimento de diabetes e piora da sensibilidade à
56
insulina com o uso do GH. Cutfield e cols. (43) através da análise retrospectiva do
estudo internacional realizado em jovens deficientes de GH, o KIGS (Pfizer
international growth study of childrens and adolescents), observaram um aumento de
seis vezes na incidência de diabetes tipo 2 em indivíduos tratados com GH na infância e
adolescência, provavelmente por desencadear mais precocemente a doença em pacientes
previamente predispostos. Houve persistência do diabetes após suspensão da reposição
de GH, excluindo-se que tenha ocorrido um efeito transitório induzido pelo hormônio.
Nørrelund e cols. (102) estudaram, através de clamp euglicêmico hiperinsulinêmico, 18
pacientes (idade média de 20 anos) durante a fase de transição para a vida adulta. Os
pacientes em uso de GH foram separados em 2 grupos no primeiro ano do estudo: um
permaneceu usando o GH e o outro recebeu placebo, portanto interrompendo o uso do
hormônio. No segundo ano o estudo foi aberto com todos os pacientes recebendo GH. A
interrupção da terapia por um ano resultou em moderada elevação da sensibilidade à
insulina apesar do acúmulo de gordura corporal. Nesse grupo não houve alteração na
insulina de jejum após a suspensão do GH, porém houve um aumento significativo
quando re-introduzido na segunda fase. Os pacientes que permaneceram com uso de GH
durante os 2 anos não apresentaram, quando comparados ao início do estudo, alterações
na composição corporal e na sensibilidade à insulina. Queda dos níveis de insulina após
suspensão do GH em pacientes jovens também foi demonstrada por outros autores (83).
Seminara e cols. (124) descreveram 3 novos casos de TGD e aumento nos níveis
de insulina de jejum em 20 crianças acompanhadas por 36 meses, porém os autores
sugeriram que elas estavam predispostas por não seguirem uma dieta saudável. Saenger
e cols. mostraram, em pacientes jovens portadores de baixa estatura idiopática, aumento
nos níveis de insulina de jejum após administração de GH mantidos por 5 anos (119).
57
Em mais um estudo desenvolvido em crianças, publicado por Radetti e cols.
(110) em 2004, não houve alteração no TTOG em 128 deficientes de GH acompanhados
anualmente durante 6 anos. No entanto, a sensibilidade à insulina reduziu
significativamente no primeiro ano sem posterior piora.
Sabemos que esses dados não podem ser extrapolados para os adultos devido às
diferenças na administração do GH. Doses maiores são utilizadas nas crianças. Mesmo
assim devemos ter cautela, principalmente nos pacientes predispostos, uma vez que a
resistência à insulina é mais freqüente nos adultos e mais ainda nos portadores de
hipopituitarismo.
No nosso estudo, assim como em outro realizado em São Paulo em adultos com
deficiência de GH desde a infância (80), após 24 meses de GH não houve variação dos
índices de HOMA e ISI-composite, no grupo de pacientes avaliados como um todo.
Optamos por avaliar também de forma separada os pacientes que apresentaram TGD ou
diabetes aos 24 meses de reposição e observamos aumento importante da resistência à
insulina, associada a maiores níveis de insulina circulante. Avaliando a literatura
existente sobre o assunto encontramos achados semelhantes, como pode ser visto no
quadro 3 que resume os principais estudos de reposição de GH dos últimos anos com
duração e metodologia semelhantes ao nosso.
58
59
Observamos que o número de pacientes do nosso estudo, assim como a
proporção deles que não completaram os 2 anos de reposição, estão de acordo com os
outros trabalhos de longo seguimento. Exceto os estudos multicêntricos que avaliam
grandes bancos de dados, a maioria possui uma casuística em torno de 10 a 20
pacientes. O IMC e idade em média dos pacientes avaliados nesses estudos estão de
acordo com nosso trabalho, porém a dose de GH utilizada variou um pouco entre eles
(quadro 3).
Christopher e cols. (34) estudaram um total de 11 pacientes por 24 meses e
mostraram que apesar da melhoria na composição corporal e no perfil lipídico, as
alterações na sensibilidade à insulina, na oxidação da glicose no músculo e a na
atividade da glicogênio-sintetase, persistem com administração a longo prazo de GH.
Houve aumento dos níveis de insulina de jejum e diminuição importante da
sensibilidade à insulina, avaliada pelo clamp euglicêmico hiperinsulinêmico. Este
estudo também mostrou correlação positiva entre os níveis absolutos ou de incremento
de IGF-1 e a piora da sensibilidade à insulina.
Kamarudin e cols. (76) avaliaram 7 pacientes por 24 meses e mostraram
aumento da freqüência de alterações no TTOG aos 6 meses de reposição, com posterior
melhora aos 24 meses. A sensibilidade à insulina foi avaliada pelo clamp euglicêmico
hiperinsulinêmico e os pacientes foram comparados a um grupo controle de mesma
idade, sexo e IMC. Houve uma redução de 35% na sensibilidade à insulina após 24
meses de GH. A insulina de jejum aumentou, assim como a resposta aguda de insulina à
sobrecarga oral de glicose. Após 5 dias de suspensão do GH a secreção de insulina
diminuiu, a sensibilidade à insulina aumentou e a composição corporal se manteve.
60
Micic e cols. (95) estudaram 21 deficientes de GH (idade média de 37 anos e
IMC de 26 Kg/m2) por 12 meses. Houve aumento da área sob a curva de glicose e
insulina, do índice de resistência à insulina estimada pelo HOMA, no entanto, sem
alterações significativas no TTOG e na sensibilidade à insulina avaliada por modelo
mínimo (FSIGT- frequently sampled intravenous glucose tolerance test).
Hana e cols. (58) estudaram 17 deficientes de GH desde a infância por 12 meses
e não encontraram diferença nos níveis de glicose e insulina de jejum e no índice de
HOMA.
Giavoli e cols. (55) estudaram 20 pacientes com deficiência de GH adquirida na
vida adulta, com avaliação aos 12 e 60 meses. Houve aumento dos níveis de glicose e
insulina de jejum com conseqüente aumento do HOMA-IR aos 12 meses e posterior
retorno aos níveis anteriores aos 60 meses, concomitante a uma significativa redução da
gordura corporal.
Bramnert e cols. (27) recentemente demonstraram que a reposição em doses
similares a utilizada por nós, resultaram na piora da resistência à insulina aos 6 meses,
avaliada pelo clamp, atribuída ao aumento na lipólise e na quantidade de fibras
musculares do tipo II B, mais resistentes à insulina. Não se sabe se o aumento desse tipo
de fibra muscular é efeito primário do GH ou conseqüência da redução da sensibilidade
à insulina.
Alguns estudos de reposição de GH a longo prazo, com duração maior que o
nosso, demonstraram aumento significativo da insulina de jejum em 13 pacientes
acompanhados por 4 anos (2) e piora da tolerância à glicose em 11 pacientes, com
aumento da glicemia pós-prandial, insulinemia de jejum e insulinemia pós-prandial após
30 meses (116). Achados diferentes foram encontrados por outros autores, também em
61
estudos mais prolongados: Jørgensen e cols. (75) encontraram sensibilidade à insulina
similar entre pacientes e controles após 3 anos de GH. Chrisoulidou e cols. (33) não
mostraram efeitos sobre a tolerância à glicose e os níveis de insulina após 7 anos de GH
e finalmente um estudo recente de 10 anos de acompanhamento não mostrou variações
nos níveis de insulina e glicemia de jejum (56).
Apenas um único trabalho mostra resultados totalmente divergentes do nosso e
da literatura: Hwu e cols. (65) mostraram normalização da sensibilidade à insulina
mensurada pelo teste de supressão à insulina modificado (MIST-modified insulin
suppression test), após um ano de GH em um grupo de pacientes jovens (idade média de
29,5 anos) e magros (IMC médio de 22,8 Kg/m2), portanto menos propensos a
desenvolver resistência à insulina. Esse foi o único estudo de reposição de GH que
utilizou esse método de avaliação da sensibilidade à insulina.
Na tentativa de monitorar a segurança do uso do GH em adultos, os grandes
laboratórios responsáveis pela produção do hormônio iniciaram os “postmarketing
surveillance databases”. Os principais são: NovoNordisk A/S com o
Nordireg/Nordinet, no qual esse estudo está inserido; Pfizer com o KIMS, o maior
deles; e a Lilly com o HypoCCS.
O Nordireg/Nordinet envolve mais de 1200 pacientes procedentes de 10 países.
Resultados preliminares de 602 adultos deficientes de GH desse registro não revelaram
diferenças nos níveis de glicose e insulina entre os pacientes tratados e não tratados
(81). Recentemente publicamos os achados de 70 pacientes repostos por 2 anos,
integrantes desse registro, e provenientes de 3 diferentes centros no Brasil: Rio de
Janeiro, São Paulo e Paraná. Também não observamos alteração dos níveis de glicose e
62
insulina de jejum, assim como no índice de resistência à insulina HOMA-IR (38)
(Quadro 3).
O KIMS (Pfizer International Metabolic Database), abrangendo um número
maior de pacientes, cerca de 6000, com um total de 10000 pacientes-ano de
acompanhamento e duração média de reposição de 2,8 anos, não evidenciou aumento na
ocorrência de diabetes tipo 2 comparados ao esperado na população geral com o avançar
da idade. A maioria dos 32 indivíduos que desenvolveram diabetes era obesa e
apresentava história familiar de diabetes (99).
O HypoCCS (The hypopituitary control and complications study) atualmente
abrangendo 1881 adultos deficientes de GH repostos com GH (duração média de 2
anos) e um grupo controle de 352 pacientes não-repostos, não mostrou aumento na
incidência de diabetes comparados ao grupo controle (61). No entanto, a maioria desses
bancos de dados possuem registro apenas dos níveis de glicose e insulina de jejum, sem
avaliação da tolerância oral à glicose, o que poderia estar sub-dimensionando a
incidência de diabetes mellitus (5).
A dose inicial de reposição em pacientes com deficiência de GH adquirida na
vida adulta é de 0,1 a 0,4 mg/dia (39). Raramente a dose de manutenção deve exceder
1mg/dia em pacientes com mais de 35 anos e deve ser reduzida com a idade. Em
crianças as doses são mais elevadas, 0,15 a 0,3 mg/kg, 6 a 7 vezes por semana. Nos
primeiros estudos as doses de GH utilizadas eram mais elevadas, pois eram baseadas no
peso corporal e expressas em unidades/kg. Doses mais elevadas provocam alterações
significativas na composição corporal, porém quase sempre associadas a efeitos
adversos, como retenção hídrica e artralgias (74, 121). Estudos posteriores mostraram
que o GH deve ser iniciado com doses mais baixas e lentamente aumentado de acordo
63
com a resposta do paciente e os níveis de IGF-1. Atualmente já se sabe que a
individualização da terapia com GH e o uso de doses mais baixas resultam em uma
redução mais gradual da gordura visceral, o que poderia minimizar a transiente
diminuição da sensibilidade à insulina observada nos primeiros meses de reposição de
GH (132). Dois importantes estudos revelam dados interessantes sobre este aspecto:
Yuen e cols. (140) compararam duas diferentes doses de GH em 11 indivíduos jovens
saudáveis, concluindo que quanto menor a dose menor o prejuízo à sensibilidade à
insulina. Bülow e cols. (29) administraram doses baixas de GH em jovens com
deficiência de GH adquirida na infância não encontrando efeito negativo sobre a
sensibilidade à insulina durante 9 meses de reposição. O cuidado com a dose
administrada deve ser ainda mais cauteloso em pacientes com risco aumentado de
desenvolver diabetes tipo 2, como os obesos, os mais idosos e os portadores prévios de
redução da sensibilidade à insulina por outras etiologias. A dose de GH utilizada no
nosso estudo foi baseada no peso do paciente e ajustada de acordo com os níveis de
IGF-1, não tendo causado efeitos colaterais importantes. Em duas ocasiões ao longo do
estudo, aos 12 e 24 meses, ela teve que ser reduzida.
Na verdade, não se sabe atualmente até que ponto os efeitos metabólicos do GH
são dependentes dos valores séricos médios do hormônio ao longo do tempo, das
concentrações plasmáticas circulantes durante um determinado período, do número e/ou
amplitude dos pulsos ou dos níveis máximos de GH atingidos na corrente sanguínea.
Além disso, concentrações séricas de IGF-1 e IGFBP-3 também devem contribuir na
modulação dos efeitos metabólicos do GH. A forma de administração de GH,
subcutânea e noturna, atualmente pode ser a melhor opção, mas está longe de ser
fisiológica.
64
Os resultados divergentes de diferentes estudos devem refletir fatores
importantes, como a duração da reposição de GH, quando ela foi iniciada e as variações
da dose administrada. A composição corporal pré-tratamento, a idade do paciente e a
sensibilidade à insulina pré-existente também são fatores relevantes. A escolha do
método de determinação da sensibilidade à insulina, provavelmente também influencia a
interpretação dos resultados (95). Devemos também lembrar que existe uma grande
variedade de resposta individual a qualquer terapia com tantos efeitos sistêmicos. Com o
intuito de avaliar as possíveis influências de determinados fatores, tais como, a dose de
GH, o nível de IGF-1 e a medida da gordura visceral, nas modificações ocorridas no
metabolismo glicídico de nossos pacientes, estudamos os coeficientes de correlação
entre eles. Não houve correlação entre a dose de GH utilizada, nem dos níveis de IGF-1,
com as alterações observadas nos parâmetros avaliados do metabolismo glicídico. Não
houve associação significativa entre a presença de diabetes após a reposição de GH e a
idade, IMC ou história familiar de diabetes. Além do mais, os pacientes que
desenvolveram alteração na curva glicêmica eram assintomáticos e apresentaram
glicemia de jejum normal durante todo o estudo.
Nossos resultados mostram que o GH possui relevante efeito no metabolismo
glicídico na prática clínica. O maior indicador de deterioração da sensibilidade à
insulina é o aumento dos níveis de insulina, tanto de jejum quanto após sobrecarga. A
grande maioria dos trabalhos, incluindo este, indica que esse fato tipicamente se segue
ao início da reposição com GH. Aumento na glicemia de jejum ou pós-sobrecarga, só
deve ocorrer nos pacientes com resistência à insulina e defeito na secreção de insulina.
Por isso, o aumento da glicemia é menos prevalente na literatura que o da insulina.
Então, na maioria dos pacientes, o efeito do GH na resistência à insulina será
65
contrabalançado por uma maior secreção de insulina. Nos pacientes com reserva
pancreática limitada intolerância à glicose poderá se desenvolver. Acreditamos que esse
fato tenha ocorrido em alguns de nossos pacientes.
A ocorrência de tolerância à glicose diminuída que ocorreu após o uso de GH
deve ser considerada, pois além de ser fator de risco para a ocorrência de diabetes no
futuro, está associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Este fato se
torna ainda mais importante ao se considerar que o hipopituitarismo, condição onde a
reposição de GH é usualmente indicada, também pode estar associada à diminuição da
sensibilidade à insulina e aumento da mortalidade cardiovascular.
Em conclusão, o presente estudo demonstra que adultos deficientes de GH após
24 meses de reposição desenvolvem alteração na tolerância à glicose, parcialmente
compensada por aumento nos níveis de insulina, apesar das modificações favoráveis na
composição corporal. O provável mecanismo responsável é o aumento da resistência à
insulina e nossa recomendação é que o monitoramento a longo prazo seja realizado
com dosagens periódicas de glicose e insulina de jejum, cálculo do índice de HOMA-
IR e realização de TOTG naqueles com predisposição ao diabetes tipo 2. A dose de GH
utilizada em adultos deve ser sempre a menor possível. Certamente estudos futuros
com maior tempo de seguimento serão necessários para se determinar à magnitude do
efeito do GH em adultos deficientes sobre o metabolismo glicídico com suas
conseqüências sobre o risco cardiovascular.
66
7- REFERÊNCIAS
1. Abdu TA, Neary R, Elhadd TA, Akber M and Clayton RN. Coronary risk in
growth hormone deficient hypopituitary adults: increased predicted risk is due
largely to lipid profile abnormalities. Clin Endocrinol (oxf) 2001; 55: 209-216.
2. Al- Shoumer KAS, Gray R, Anyaoku V, Hughes R, Beshyah SA, Richmond W
and Johnston DG. Effects of 4 years´ treatment with biosynthetic human growth
hormone (GH) on glucose homeostasis, insulin secretion and lipid metabolism in
GH-deficient adults. Clin Endocrinol 1998; 48: 795-802.
3. Al- Shoumer KAS, Page B, Thomas E, Murphy M, Beshyah SA and Johnston
DG. Effects of four years' treatment with biosynthetic human growth hormone
(GH) on body composition in GH-deficient hypopituitary adults. Eur J
Endocrinol 1996; 135: 559-567.
4. Alford FP, Hew FL, Christopher MC and Rantzau C. Insulin sensitivity in
growth hormone (GH)- deficient adults and effect of GH replacement therapy. J
Endocrinol Invest 1999; 22: 28-32.
5. American Diabetes Association: Diagnosis and Classification of Diabetes
Mellitus. Diabetes Care, 2005; 28: S37-42.
6. Anderson TJ. Nitric oxide, atherosclerosis and clinical relevance of endothelial
dysfunction. Heart Fail Rev 2003; 8: 71-86.
7. Attanasio AF, Bates PC and Ho KK, Webbs M, Ross RJ, Strasburger CJ,
Bouillon R, Crowe B, Sclander K, Valle D and Lamberts SW. Human growth
hormone replacement in adult hypopituitary patients: Long-term effects on body
67
composition and lipid status-3-year results from the HypoCCS Database. J Clin
Endocrinol Metab 2002; 87: 1600-1606.
8. Bak JF, Møller N and Schmitz O. Effects of Growth Hormone on fuel utilization
and muscle glycogen synthase activity in normal humans. Am J Physiol 1991;
260 (5Pt1): E736-E742.
9. Bates AS, Van't Hoff W, Jones PJ and Clayton RN. The Effect of
Hypopituitarism on life expectancy. J Clin Endocrinol Metab 1996; 81(3): 1169-
1172.
10. Bengtsson B-A, Eden S, Lonn L, Kvist H, Stokland A, Lindstedt G, Bosaeus I,
Tolli J, Sjostrom L and Isaksson OG. Treatment of adults with growth hormone
(GH) deficiency with recombinant human GH. J Clin Endocrinol Metab 1993;
76 (2): 309-317.
11. Bengtsson B-A, Brummer RJM and Bosaeus I. Growth hormone and body
composition. Horm Res 1990; 33: 19-24.
12. Bengtsson B-A and Johannsson G. The use of growth hormone in adults: a
review of the last 10 years, the present and a perspective for the future. Growth
hormone & IGF research 1998; 8: 27-35.
13. Bengtsson B-A. The consequences of growth hormone deficiency in adults. Acta
Endocrinol 1993; 128: 2-5.
14. Beshyah SA. Is cardiovascular mortality increased in hypopituitary adults? In:
Monson JP. Challenges in Growth Hormone Therapy, London: Black Well
Science 1999: 93-105.
15. Beshyah SA, Henderson A, Niththyanathan R, Skinner E, Anyaoku V,
Richmond W, Sharp P and Johnston DG. The effects of short and long-term
68
growth hormone replacement therapy in hypopituitary adults on lipid
metabolism and carbohydrate tolerance. J Clin Endocrinol Metab 1995; 80: 356-
363.
16. Beshyah SA, Gelding SV, Andres C, Johnston DG, Gray IP. β-cell function in
hypopituitary adults before and during growth hormone treatment. Clin Sci
1995; 89: 321-328.
17. Beshyah SA, Henderson A, Niththyanathan R, Sharpy P, Richmond W and
Johnston DG. Metabolic abnormalities in growth hormone deficient adults: II.
Carbohydrate tolerance and lipid metabolism. Endocrinol Metab 1994; 1: 173-
180.
18. Binnerts A, Swart GR, Wilson JH, Hoogerbrugge N, Pols HA, Birkenhager JC
and Lamberts SW. The effect of growth hormone administration in growth
hormone deficient adults on bone, protein, carbohydrate and lipid homeostasis,
as well as on body composition. Clin Endocrinol (oxf) 1992; 37: 79-87.
19. Bjorntorp P. “Portal” adipose tissue as a generator of risk factors for
cardiovascular disease and diabetes. Arteriosclerosis 1990; 10:493-496.
20. Bjorntorp P. The regulation of adipose tissue distribution in humans. Int J Obes
Relat Metab Disord 1996; 20: 291-302.
21. Boger RH, Skamira C, Boger SMB, Brabant G, von zur-Muhlen A and Frolich
JC. Nitric oxide may mediate hemodynamic effects of recombinant growth
hormone in patients with acquired growth hormone deficiency. A double-blind,
placebo-controlled study. J Clin Endocrinol Invest 1996: 98; 2706-2713.
69
22. Bonora E, Kiechl S, Willeit J, Oberhollenzer F, George E, Targher G and
Muggeo M. Prevalence of insulin resistance in metabolic disordes: the Bruneck
study. Diabetes 1998; 47: 1643-1649.
23. Bonora E, Targher G, Alberiche M, Bonadonna RC, Saggiani F and Muggeo M.
Homeostasis model assessment closely mirrors the glucose clamp technique in
the assessment of insulin sensitivity. Diabetes Care 2000; 23: 57-63.
24. Bouchard C, Després J-P and Mauriège P. genetic and nongenetic determinants
of regional fat distribution. Endocr Rev 1993; 14: 72-93.
25. Boulware SD, Tamborlane WV, Matthews LS and Sherwin RS. Diverse effects
of insulin-like growth factor I on glucose, lipid, and amino acid metabolism. Am
J Physiol 1992; 262: E130-133.
26. Boulware SD, Tamborlane WV, Rennert NJ, Gesundheit N and Sherwin RS.
Comparision of the metabolic effects of recombinant human insulin-like growth
factor-I and insulin. J Clin Invest 1994; 93: 1131-1139.
27. Bramnert M, Segerlantz M, Laurila E, Daugaard J, Manhem P and Groop L.
Growth hormone replacement therapy induces insulin resistance by activating
the glucose-fatty acid cycle. J Clin Endocrinol Metab 2003; 88: 1455-1463.
28. Brismar K, Fernqvist-Forbes E, Wahren J and Hall K. Effect of insulin on the
hepatic production of insulin-like growth factor-binding protein-1 (IGFBP-1),
IGFBP-3 and IGF-I in insulin-dependent diabetes. J Clin Endocrinol Metab
1994; 79: 872-878.
29. Bülow B and Erfurth EM. A low individualized GH dose in young patients with
childhood onset GH deficiency normalized serum IGF-I without significant
deterioration in glucose tolerance. Clin Endocrinol 1999; 50: 45-55.
70
30. Bülow B, Hagmar L, Mikoczy Z, Nordstrom CH and Erfurth EM. Increased
cerebrovascular mortality in patients with hypopituitarism. Clin Endocrinol
(Oxf) 1997; 46: 75-81.
31. Capaldo B, Patti L, Oliviero U, Longobardi S, Pardo F, Vitale F, Fazio S, Di
Rella F, Biondi B, Lombardi G and Sacca L. Increased arterial intima-media
thickness in childhood onset growth hormone deficiency. J Clin Endocrinol
Metab 1997; 82: 1378-1381.
32. Carroll PV, Christ ER, Bengtsson B-A, Carlsson L, Christiansen JS, Clemmons
D, Hintz R, Ho K, Laron Z, Sizonenko P, Sönksen PH, Tanaka T and Thorne M.
Growth hormone deficiency in adulthood and the effects of growth hormone
replacement: a review. Growth Hormone Research Society Scientific
Committee. J Clin Endocrinol Metab 1998; 83(2): 382-395.
33. Chrisoulidou A, Beshyah SA, Rutherford O, Spinks TJ, Mayet J, Kyd P,
Anyaoku V, Haida A, Ariff B, Murphy M, Thomas E, Robinson S, Foale R and
Johnston DG. Effects of 7 years of growth hormone replacement therapy in
hypopituitary adults. J Clin Endocrinol Metab 2000; 85: 3762-3769.
34. Christopher M, Hew FL, Oakley M, Rantzau C and Alford F. Defects of insulin
action and skeletal muscle glucose metabolism in growth hormone-deficient
adults persist after 24 months of recombinant human growth hormone therapy. J
Clin Endocrinol Metab 1998; 83: 1668-1681.
35. Colao A, di Somma C, Pivonello R, Spinelli L, Bonaduce D, Salvatore M and
Lombardi G. The cardiovascular risk of adult GH deficiency (GHD) improved
after GH replacement and worsened in untreated GHD: A 12- month prospective
study. J Clin Endocrinol Metab 2002; 87: 1088-1093.
71
36. Collipp PJ, Thomas J, Curti V, Sharma RJ, Maddaiah VT and Cohn SE. Body
composition changes in children receiving human growth hormone. Metabolism
1973; 22: 589-595.
37. Conceição FL, da Costa e Silva A, Leal CAJ and Vaisman M. Glucagon
stimulation test for the diagnosis of GH deficiency in adults. J Endocrinol Invest
2003; 26: 1065-1070.
38. Conceição FL, Boguszewski CL, Knoepfelmacher M and Vaisman M.
Deficiência de GH em adultos: resultados do estudo multicêntrico brasileiro.
Arq Bras Endocrinol Metab 2003; 47: 312-322.
39. Consensus guidelines for the diagnosis and treatment of adults with growth
hormone deficiency: Summary statement of the Growth Hormone Research
Society Workshop on adult growth hormone deficiency. J Clin Endocrinol
Metab 1998; 83: 379-381.
40. Cummings DE and Merriam GR. Growth hormone therapy in adults. Annu Rev
Med 2003; 54: 513-533
41. Cuneo RC, Salomon F, Watts GF, Hesp R and Sönksen PH. Growth hormone
treatment improves serum lipids and lipoproteins in adults with growth hormone
deficiency. Metabolism 1993; 42: 1519-1523.
42. Cuneo RC, Judd S, Wallace JD, Perry-Keene D, Burger H, Lim-Tio S, Strauss
B, Stockigt J, Topliss D, Alford F, Hew L, Bode H, Conway A, Handelsman D,
Dunn S, Boyages S, Cheung NW and Hurley D. The Australian multicenter trial
of Growth Hormone (GH) treatment in GH-deficient adults. J Clin Endocrinol
Metab 1998; 83(1): 107-116.
72
43. Cutfield WS, Wilton P, Bennmark H, Albertsson-Wikland A, Chatelain P,
Ranke MB and Price DA. Incidence of diabetes mellitus and impaired glucose
tolerance in children and adolescents receiving growth hormone treatment.
Lancet 2000; 355: 610-613.
44. Davidson, MB. Effect of growth hormone on carbohydrate and lipid
metabolism. Endocr Rev 1987; 8: 115-131.
45. DeBoer H, Blok GJ, Voerman HJ, de Vries PM and van der Veen EA. Body
composition in adult growth hormone-deficient men, assessed by anthropometry
and bioimpedance analysis. J Clin Endocrinol Metabol 1992; 75(3): 833-837.
46. DeBoer H, Blok G and vander veen EA. Clinical aspects of growth hormone
deficiency in adults. Endocr Rev 1995; 16 (1): 63-86.
47. Dietz J and Schwartz J. Growth hormone alters lipolysis and hormone-sensitive
lipase activity in 3T3-F442A adipocytes. Metabolism 1991; 40:800-806.
48. Emoto M, Yoshiki N, Kiyoshi M, Yoshikasu H, Hiroyuki K and Hirotoshi H.
Homeostasis model assessment as a clinical index of insulin resistance in type 2
diabetic patients treated with sulfunylureas. Diabetes Care 1999; 22: 818-822.
49. Evans LM, Davies JS, Anderson RA, Ellis GR, Jackson SK, Lewis MJ,
Frenneaux MP, Rees A and Scanlon MF. The effect of GH replacement therapy
on endothelial function and oxidative stress in adult growth hormone deficiency.
Eur J Endocrinol 2000; 142: 254-262.
50. Evans LM, Davies JS, Goodfellow J, Rees JA and Scanlon MF. Endothelial
dysfunction in hypopituitary adults with growth hormone deficiency. Clin
Endocrinol (Oxf) 1999; 50 (4): 457-64.
73
51. Ezzat S, Forster MJ, Berchtold P, Redelmeir DA, Boerlin V and Harris AG.
Acromegaly: Clinical and biochemical features in 500 patients. Medicine
(Baltimore) 1994; 73: 233-240.
52. Fernholm R, Bramnert M, Hagg E, Hilding A, Baylink DJ, Mohan S and Thoren
M. Growth hormone replacement therapy improves body composition and
increases bone metabolism in elderly patients with pituitary disease. J Clin
Endocrinol Metab 2000; 85: 4104-4112.
53. Fowelin J, Attvall S, Lager I and Bengtsson B-A. Effects of treatment with
recombinant human growth hormone on insulin sensitivity and glucose
metabolism in adults with growth hormone deficiency. Metabolism 1993; 42:
1443-1447.
54. Fowelin J, Attvall S, von Schenck H, Smith U and Lager I. Characterization of
the insulin-antagonistic effect of growth hormone in man. Diabetologia 1991;
34(7): 500-506.
55. Giavoli C, Porreti S, Ronchi CL, Cappiello V, Ferrante E, Orsi E, Arosio M and
Beck-Peccoz P. Long-term monitoring of insulin sensitivity in Growth
Hormone-deficient adults on substitutive recombinant human Growth Hormone
therapy. Metabolism 2004; 53 (6): 740-743.
56. Gibney J, Wallace JD, Spinks T, Schnorr L, Ranicar A, Cuneo RC, Lockhart S,
Burnand KG, Salomon F, Sönksen PH and Russell-Jones D. The Effects of 10
years of recombinant human growth hormone (GH) in adult GH-deficient
patients. J Clin Endocrinol Metab 1999; 84(8): 2596-2602.
74
57. Haffner SM, Gonzalez C, Miettinen H, Kennedy E and Stern MP. A prospective
analysis of the HOMA model. Diabetes Care 1996; 19: 1138-1141.
58. Hana V, Silha JV, Justova V, Lacinova Z, Stepan JJ and Murphy LJ. The effects
of GH replacement in adult GH-deficient patients: changes in body composition
without concomitant changes in adipokinas and insulin resistance. Clin
endocrinol 2004; 60: 442-450.
59. Hansen I, Tsalikian E, Beaufrere B, Gerich J, Haymona M and Rizza R. Insulin
resistance in acromegaly: defects in both hepatic and extrahepatic insulin action.
Am J Phisiol 1986; 250: E269-73.
60. Harding PE, Oakley NM and Wynn Victor. Reproducibility of oral glucose
tolerance data in normal and mildly diabetic subjects. Clin Endocrinol 1973; 2:
387-395.
61. Hartman ML. Review of HypoCCS data. Proceedings of the Am Endo Soc
Conference 2001.
62. Healy B. Endothelial cell dysfunction: an emerging endocrinopathy linked to
coronary disease. J Am Col Cardiol 1990; 16: 357-358.
63. Hew FL, Koschmann M, Christopher M, Rantzau C, Vaag A, Ward G, Beck-
Nielsen H and Alford F. Insulin resistance in growth hormone-deficient adults:
defects in glucose utilization and glycogen synthase activity. J Clin Endocrinol
Metab 1996; 81: 555-564.
64. Hwa V, Oh Y and Rosenfeld RG. Insulin-like growth factor-binding proteins
(IGFBP) superfamily. Endocr rev 1999; 20: 761-787.
65. Hwu CM, Kwok CF, Lai TY, Shih KC, Lee TS, Hsiao LC, Lee SH, Fang VS
and Ho LT. Growth Hormone (GH) replacement reduces total body fat and
75
normalizes insulin sensitivity in GH-deficient adults: A report of one-year
clinical experience. J Clin Endocrinol Metab 1997; 82(10): 3285-3292.
66. Janssen JAMJL and van der Lely AJ. Growth hormone and the metabolic
syndrome. In: Growth Hormone Deficiency in Adults: 10 Years of KIMS.
Edited by Roger Abs and Ulla Feldt-Rasmussen. Published by Oxford Pharma
Genesis TM Ltd, UK, England.
67. Jeffcoate W. Growth hormone therapy and its relationship to insulin resistance,
glucose intolerance and diabetes mellitus: A review of recent evidence. Drug
safety 2002; 25: 199-212.
68. Johannsson G, Björntorp P and Bengtsson B-A. Is GH therapy indicated in the
metabolic syndrome? In: Monson JP. Challenges in Growth Hormone Therapy,
London: Black Well Science 1999: 265-281.
69. Johansson J-O, Landin K, Johannsson G, Tengborn L and Bengtsson B-A.
Long-term treatment with growth hormone decreases plasminogen activator
inhibitor-1 and tissue plasminogen activator in growth hormone-deficient adults.
Thromb and Haemost 1996; 76: 422-428.
70. Johansson J-O, Fowelin J, Landin K, Lager I and Bengtsson B-A. Growth
hormone deficient adults are insulin resistant. Metabolism 1995; 44(9): 1126-
1129.
71. Jones JL and Clemmons DR. Insulin-like growth factors and their binding
proteins: biological actions. Endocr rev 1995; 16: 3-34.
72. Jørgensen JOL, Nørrelund H, Conceição FL, Møller N and Christiansen JS.
Somatropin and glucose homeostasis: Consideration for patient management.
Treat Endocrinol 2002;1 (4): 229-234.
76
73. Jørgensen JOL, Pedersen SA, Thuesen L, Jørgensen J, Møller J, Muller J,
Skakkebaek NE and Christiansen JS. Long-term growth hormone treatment in
growth hormone deficient adults. Acta Endocrinol 1991; 125: 449-453.
74. Jørgensen JOL, Pedersen SA, Thuesen L, Jørgensen J, Ingemann-Hansen T,
Skakkebaek NE and Christiansen JS. Beneficial effects of Growth Hormone
treatment in GH-deficient adults. Lancet 1989; 1 (8649): 1221-1225.
75. Jørgensen JOL, Thuesen L, Muller J, Ovesen P, Skakkebaek NE and
Christiansen JS. Three years of growth hormone treatment in growth hormone-
deficient adults: Near normalization of body composition and physical
performance. Eur J Endocrinol 1994; 130(3): 224-228.
76. Kamarudin N, Hew FL, Christopher M, Alford J, Rantzau C, Ward G and Alford
F. Insulin secretion in growth hormone-deficient adults: effects of 24 months'
therapy and five days' acute withdrawal of recombinant human growth hormone.
Metabolism 1999; 48 (11): 1387-1396.
77. Katsuki A, Sumida Y, Gabazza EC, Murashima S, Furuta M, Araki-Sasaki R,
Hori Y, Yano Y and Adachi Y. Homeostasis model assessment is a reliable
indicator of insulin resistance during follow-up of patients with type 2 diabetes.
Diabetes Care 2001; 24: 362-365.
78. Kearney T, Gallegos CN, Chrisoulidou A, Gray R, Bannister P, Venkatesan S
and Johnston DG. Hypopituitarsim is associated with triglyceride enrichment of
very low-density lipoprotein. J Clin Endocrinol Metab 2001; 86: 3900-3906.
79. Kissebah AH and Krakower GR. Regional adiposity and morbidity. Physiol Rev
1994; 74(4): 761-811.
77
80. Knoepfelmacher M, Jallad RS and Liberman B. Absence of effects of long-term
growth hormone replacement therapy on insulin sensitivity in adults with growth
hormone deficiency of childhood-onset (GHDA-CO). Growth hormone & IGF
research 2003, 13: 295-302.
81. Knoepfelmacher M. On behalf of Nordireg Study Group 2000. Growth hormone
deficiency in adults: a comparison between treated and untreated patients.
Abstract Book of 11th International Congress of Endocrinology, Sidney-
Australia, 2000:206.
82. Kojima M, Hosoda H, Date Y, Nakazato M, Matsuo H and Kangawa K. Ghrelin
is a growth-hormone-releasing acylated peptide from stomach. Nature 1999;
402(6762): 656-60.
83. Lesage C, Walker J, Landier F, Chatelain P, Chaussain JL and Bougneres PF.
Near normalization of adolescent height with growth hormone therapy in very
short children without growth hormone deficiency. J Pediatr 1991; 119: 29-34.
84. Markussis V, Beshyah SA, Fisher C, Parker KH, Nicolaides NA and Johnston
DG. Abnormal carotid arterial wall dynamics in symptom-free hypopituitary
adults. Eur J Endocrinol 1997; 136: 157-164.
85. Markussis V, Beshyah SA, Fisher C, Sharp P, Nicolaides NA and Johnston DG.
Detection of premature atherosclerosis by high-resolution ultrassonography in
symptom-free hypopituitary adults. Lancet 1992; 340: 1188-1192.
86. Mathews LS, Hammer RE, Brinster RL, Palmiter RD. Expression of insulin-like
growth factor-I in transgenic mice with elevated levels of growth hormone is
correlated with growth. Endocrinolgy 1988; 123: 433-437.
78
87. Matsuda M and Defronzo RA. Insulin sensitivity indices obtained from oral
glucose tolerance test: Comparison with the euglycemic clamp. Diabetes Care
1999; 22: 1462-1470.
88. Matthews DR, Hosker JP, Rudenski AS, Naylor BA, Treacher DF and Turner
RC. Homeostasis Model Assessment: insulin resistance and β-cell function from
fasting plasma glucose and insulin concentrations in man. Diabetologia 1985;
28: 412-419.
89. Mauras N, O’Brien KO, Welch S, Rini A, Helgeson K, Vieira NE and Yergey
AL. Insulin-like growth factor-1 and growth hormone (GH) treatment in GH-
deficient humans: Differential effects on protein, glucose, lipid and calcium
metabolism J Clin Endocrinol Metab 2000; 85: 1686-1694.
90. Mcauley KA, Williams SM, Mann JI, Walker RJ, Lewis-Barned NJ, Temple LA
and Duncan AW. Diagnosing insulin resistance in the general population.
Diabetes Care 2001; 24: 460-464.
91. McCallum RW, Petrie JR, Dominiczak AF, Connell JMC. Growth hormone
deficiency and vascular risk. Clin Endocrinol 2002; 57: 11-24.
92. McDonald GW, Fisher GF and Burnham C. Reproducibility of the oral glucose
tolerance test. Diabetes 1965; 14: 473-480.
93. Merola B, Cittadini A, Colao A, Longobardi S, Fazio S, Sabatini D, Sacca L and
Lombardi G. Cardiac structural and functional abnormalities in adult patients
with growth hormone deficiency. J Clin Endocrinol Metab 1993; 77(6): 1658-
1661.
94. Mersebach H, Rasmussen AK and Feldt-Rasmussen U. Body composition-
methods and effects of growth hormone. In: Growth Hormone Deficiency in
79
Adults: 10 Years of KIMS. Edited by Roger Abs and Ulla Feldt-Rasmussen.
Published by Oxford Pharma Genesis TM Ltd, UK, England.
95. Micic D, Cvijovic G, Doknic M, Kendereski A and Popovic V. Effect of 12
months of recombinant human growth hormone replacement therapy on insulin
sensitivity in GH-deficient adults as determined by different methods. J Post
Grad Med 2002; 48: 260-265.
96. Møller N, Møller J, Jørgensen JOL, Ovesen P, Schmitz O, Alberti KG and
Christiansen JS. Impact of two weeks growth hormone treatment on basal and
insulin stimulated substrate metabolism in humans. Clin Endocrinol (Oxf) 1993;
39: 577-581.
97. Møller N, Schmitz O, Jørgensen JOL, Astrup J, Bak JF, Christiansen JS, Alberti
KG and Weeke J. Basal and insulin stimulated substrate metabolism in patients
with active acromegaly before and after adenomectomy. J Clin Endocrinol
Metab 1992; 74: 1012-1019.
98. Møller N, Butler PC, Antsiferov MA and Alberti KG. Effects of Growth
Hormone on insulin sensitivity and forearm metabolism in normal man.
Diabetologia 1989; 32(2): 105-10.
99. Monson JP, Bengtsson B-A, Abs R, Feldt-Rasmussen U and Wuster C. Can
growth hormone therapy cause diabetes? KIMS Strategic Committee. Lancet
2000; 355: 1728-1729.
100. Nielsen S, Moller N, Christiansen JS and Jørgensen JO. Pharmacological
antilipolysis restores insulin sensitivity during growth hormone exposure.
Diabetes 2001; 50: 2301- 2308.
80
101. Nielsen S, Møller N, Pedersen S, Christiansen JS and Jørgensen JO. The effect
of long-term pharmacological antilipolysis on substrate metabolism in growth
hormone (GH)- substituted GH- deficient adults. J Clin Endocrinol Metab 2002;
87: 3274-3278.
102. Nørrelund H, Vahl N, Juul A, Møller N, Alberti KG, Skakkebaek NE,
Christiansen JS and Jørgensen JOL. Continuation of growth hormone (GH)
therapy in GH-deficient patients during transition from childhood to adulthood:
Impact on insulin sensitivity and substrate metabolism. J Clin Endocrinol Metab
2000; 85: 1912-1917.
103. O’Connell T and Clemmons DR. IGF-1/ IGF-binding protein-3 combination
improves insulin resistance by GH-dependent and independent mechanisms. J
Clin Endocrinol Metab 2002; 87: 4356-4360.
104. O’Neal DN, Kalfas A, Dunning PL, Christopher MJ, Sawyer SD, Ward GM and
Alford FP. The effect of 3 months of recombinant human growth (GH) therapy
on insulin and glucose-mediated glucose disposal and insulin secretion in GH-
deficient adults: a minimal model analysis. J Clin Endocrinol Metab 1994; 79:
975-983.
105. O'Neal DN, Hew FL, Silkaris K, Ward G, Alford F and Best JD. Low-density
lipoprotein particle size in hypopituitary adults receiving conventional hormone
replacement therapy. J Clin Endocrinol Metab 1996; 81: 2448-2454.
106. Organización Mundial de La Salud. Diabetes mellitus: Informe de un grupo de
estudio de la OMS. Organización Mundial de la Salud (Serie de informes
Técnicos), Genebra, 1985; 727.
81
107. Pfeifer M, Verhovec R, Zizek B, Prezelj J, Poredos P and Clayton RN. Growth
Hormone (GH) treatment reverses early atherosclerotic changes in GH-deficient
adults. J Clin Endocrinol Metab 1999; 84(2): 453-457.
108. Piatti PM, Monti LD, Caumo A, Conti M, Magni F, Galli-Kienle M, Fochesato
E, Pizzini A, Baldi L, Valsecchi G and Pontiroli AE. Mediation of the hepatic
effects of growth hormone by its lipolytic activity. J Clin Endocrinol Metab
1999; 84: 1658-63.
109. Raben M S. Growth hormone. N Engl J Med 1962; 266: 82-86.
110. Radetti G, Pasquino B, Gottardi E, Contadin IB, Rigon F and Aimaretti G.
Insulin sensitivity in growth hormone-deficient children: influence of
replacement treatment. Clin Endocrinol 2004; 61: 473-477.
111. Randle PJ, Garland PB, Hales CN and Newsholme EA. The glucose fatty-acid
cycle: its role in insulin sensitivity and the metabolic disturbances of diabetes
mellitus. Lancet 1963; I: 785-9.
112. Ridker PM, Hennekens CH, Buring JE and Rifai N. C-Reactive protein and
other marker of inflammation in the prediction of cardiovascular disease in
women. N Engl J Med 2000; 342: 836-843.
113. Riedl, Ludvik, Pacini, Clodi, Kotzmann, Wagner, Kautzky-Willer, Prager and
Luger. The increased insulin sensitivity in growth hormone deficient adults is
reduced by growth hormone replacement therapy. Eur J Clin Invest 2000; 30:
771-778.
114. Rósen T and Bengtsson B-A. Premature mortality due to cardiovascular disease
in hypopituitarism. Lancet 8-4-1990; 336 (8710): 285-288.
82
115. Rósen T, Eden S, Larson G, Wilhelmsen L and Bengtsson B-A. Cardiovascular
risk factors in adult patients with growth hormone deficiency. Acta Endocrinol
(Copenh) 1993; 129 (3): 195-200.
116. Rosenfalck AM, Maghsoudi S, Fisker S, Jørgensen JOL, Christiansen JS,
Hilsted J, Vølund Aa and Madsbad S. The effect of 30 months of low dose
replacement therapy with recombinant human growth hormone (rhGH) on
insulin and c-peptide kinetics, insulin secretion, insulin sensitivity, glucose
effectiveness, and body composition in GH-deficient adults. J Clin Endocrinol
Metab 2000; 85: 4173-4181.
117. Rosenfalck AM, Fisker S, Hilsted J, Dinesen B, Vølund Aa, Jørgensen JOL,
Christiansen JS and Madsbad S. The effect of the deterioration of insulin
sensitivity on β-cell function in growth-hormone-deficient adults following 4-
month growth hormone replacement therapy. Growth hormone & IGF-1
research 1999; 9: 96-105.
118. Ross R. Atherosclerosis: An inflammatory disease. N Engl J Med 1999; 340:
115-126.
119. Saenger P, Attie KM, Dimartino-Nardi J, Hintz R, Frahm L, Frane JW and the
Genentech collaborative study group. Metabolic consequences of 5-year growth
hormone (GH) therapy in children treat with GH for idiopatic short stature. J
Clin Endocrinol Metab 1998; 83: 3115-3119.
120. Salomon F, Umpleby AM, Cuneo RC and Sönksen PH. Protein, fat and glucose
metabolism during treatment with recombinant human growth hormone in adults
with growth hormone deficiency: Short and long term effects. Endocrinol Metab
1997; 4: 121-128.
83
121. Salomon F, Cuneo RC, Hesp R and Sönksen PH. The effects of treatment with
recombinant human growth hormone on body composition and metabolism in
adults with growth hormone deficiency. N Engl J Med 1989; 321(26): 1797-
1803.
122. Sartorio A, Ferrero S, Conti A, Bragato R, Malfatto G, Leonetti G and Faglia G.
Adults with childhood-onset growth hormone deficiency: Effects of growth
hormone treatment on cardiac structure. J Intern Med 1997; 241(6): 515-520.
123. Segerlantz M, Bramnert M, Manhem P, Laurila E and Groop L. Inhibition of the
rise in FFA by acipimox partially prevents GH-induced insulin resistance in GH-
deficient adults. J Clin Endocrinol Metab 2001; 86: 5813-5818.
124. Seminara S, Merello G, Masi S, Filpo A, La Cauza F, D’Onghia G, Martelli E
and Loche S. Effect of long-term growth hormone treatment on carbohydrate
metabolism in children with growth hormone deficiency. Clinical Endocrinol
(Oxf) 1998; 49: 125-130.
125. Sesmilo G, Biller BM, Llevadot J, Hayden D, Hanson G, Rifai N and Klibanski
A. Effects of growth hormone administration on inflammatory and other
cardiovascular risk markers in men with growth hormone deficiency: A
randomized, controlled clinical trial. Ann Intern Med 2000; 133: 111-122.
126. Shahi M, Beshyah SA, Hackett D, Sharp PS, Johnston DG and Foale RA.
Myocardial dysfunction in treated adult hypopituitarism: a possible explanation
for increased cardiovascular mortality. Br Heart J 1992; 67(1): 92-96.
127. Shimizu M, Torti F and Roth RA. Characterization of the insulin and insulin-like
growth factors receptors and responsivity of a fibroblast/adipocyte cell line
84
before and after differentiation. Biochem Biophys Res Commum 1986; 137:
552-558.
128. Smith JC, Evans LM and Davies JS. Effect of growth hormone (GH) therapy on
endothelial function in GH-deficient adults. J Clin Endocrinol Metab 1999 ;
84(12): 4749-4750.
129. Snel YEM, Doerga ME, Brummer RM, Zelissen PMJ and Koppeschaar HPF.
Magnetic resonance imaging-assessed adipose tissue and serum lipid and insulin
concentrations in growth hormone deficient adults. Arterioscler Thromb Vasc
Biol 1995; 15: 1543-1548.
130. Spina LDC, Soares DV, Conceição FL, Brasil RRLO, Silva EMC, Lobo PM,
Costa AJL e Vaisman M. Avaliação do metabolismo glicídico e da gordura
visceral em adultos deficientes de hormônio de crescimento. Arq Bras
Endocrinol Metab 2002; 46 (5): 536-543.
131. Spina LDC, Soares DV, Brasil RRLO, Silva EMC, Lobo PM, Conceição FL and
Vaisman M. Glucose metabolism and visceral fat in GH deficient adults: One
year of GH replacement. Growth hormone & IGF research 2004; 14: 45-51.
132. Svensson J and Bengtsson B-A. Editorial: Growth hormone replacement therapy
and insulin sensitivity. J Clin Endocrinol Metab 2003; 88(4): 1453-1454.
133. Svensson J, Fowelin J, Landin K, Bengtsson B-Å and Johansson J-O. Effects of
seven years of GH-replacement therapy on insulin sensitivity in GH-deficient
adults. J Clin Endocrinol Metab 2002; 87: 2121-2127.
134. The Expert Committee on the diagnosis and classification of Diabetes Mellitus.
Report of the Expert Committee on the diagnosis and classification of diabetes
mellitus. Diabetes Care 2003; 26: 3160-3167.
85
135. Thissen JP, Ketelslegers JM and Underwood LE. Nutricional regulation of the
insulin-like growth factors. Endocr Rev 1994; 15: 80-101.
136. Thorner MO. The anterior pituitary: Pituitary hormones. In: Wilson JD, Foster
DW, eds. Williams text book of endocrinology, Philadelphia Saunders 9th ed,
1998: 251-71.
137. Toogood AA. Cardiovascular risk and mortality in patients with growth
hormone deficiency. In: Growth Hormone Deficiency in Adults: 10 Years of
KIMS. Edited by Roger Abs and Ulla Feldt-Rasmussen. Published by Oxford
Pharma Genesis TM Ltd, UK, England.
138. Weaver JU, Monson JP, Noonan K, John WG, Edwards A, Evans KA and
Cunningham. The effect of low dose recombinant human growth hormone
replacement on regional fat distribution, insulin sensitivity, and cardiovascular
risk factors in hypopituitary adults. J Clin Endocrinol Metab 1995; 80: 153-159.
139. Whitehead HM, Boreham C, Mcilrath EM, Sheridan B, Kennedy L, Atkinson
AB and Hadden DR. Growth hormone treatment of adults with growth hormone
deficiency: Results of a 13-month placebo controlled cross-over study. Clin
endocrinol 1992; 36: 45-52.
140. Yuen K, Ong K, Hubsband S, Chatelain P, Fryklund L, Gluckman P, Ranke M,
Cook D, Rosenfeld R, Wass J and Dunger D. The effects of short-term
administration of two low doses versus the standard GH replacement dose on
insulin sensitivity and fasting glucose levels in young healthy adults. J Clin
Endocrinol Metab 2002; 87: 1989-1995.
86
ANEXO 2 Termo de consentimento pós - informação
Nome: ___________________________________________________Idade:___________
RG:________________ EU,___________________________________________________________________ fui devidamente esclarecido sobre todos os itens abaixo discriminados, pelos doutores Mário Vaisman, Flávia Lúcia Conceição e Luciana Spina, à respeito da pesquisa sobre o uso de Hormônio de Crescimento e concordo em participar. Comprometo-me à seguir todas as instruções quanto ao uso do hormônio, bem como a realizar todos os exames solicitados durante a duração da pesquisa. · Dos objetivos da pesquisa (propósito, duração e condições do estudo);
· Dos procedimentos necessários para sua realização (visitas regulares e exames
complementares);
· Dos efeitos colaterais e riscos esperados (retenção hídrica como edema, síndrome
do túnel do carpo, artralgias e hipertensão arterial. Outros efeitos observados são:
mialgia, parestesias, cefaléia. O tratamento raramente causa efeitos colaterais sérios.
Não há evidências do aumento do risco de neoplasias primárias ou da recorrência de
tumores hipofisários);
· Dos benefícios que possam ser obtidos.
87
ANEXO 4: Artigos publicados
4.1 - ARTIGO 1
GLUCOSE METABOLISM AND VISCERAL FAT
IN GH DEFICIENT ADULTS: ONE YEAR OF
GH-REPLACEMENT
Luciana Diniz Carneiro Spina
Débora Vieira Soares
Rosane R. L. O. Brasil
Eliana M. C. da Silva
Priscila M. Lobo
Flávia Lucia Conceição
Mário Vaisman
Endocrine service of Clementino Fraga Filho University Hospital, Federal University of
Rio de Janeiro - UFRJ, Rio de Janeiro, R.J., Brazil.
88
Running title: Glucose metabolism in adult GH replacement
89
ABSTRACT
The aim of the current study is to evaluate the effects of 12-month growth
hormone (GH) replacement on glucose metabolism and visceral fat in 24 adults with
GH deficiency (11 men, 13 women, age 41 + 1.9 yr., BMI 27 + 1.2 Kg/m2).
Glucose metabolism was measured in the fasting state by the homeostatic
model assessment (HOMA) insulin resistance index and during a standard oral
glucose tolerance test (OGTT). Data were analyzed by HOMA and the insulin
sensitivity index (ISI)–composite derived from the OGTT. Visceral fat was
evaluated by CT scan.
GH deficient adults had increased visceral fat (P = 0.029) with lower fasting glucose levels
(P = 0.004) than the control group on baseline evaluation. GH replacement induced deterioration
in glucose metabolism, with progressive increment in fasting insulin levels at 6 and 12 months
(P=0.024) and in 2h-OGTT insulin levels at 3, 6 and 12 months (P=0.001). Plasma glucose
levels did not change during the study. There was a deterioration in insulin sensitivity index
observed by an increase in HOMA-IR (P=0.049) and a reduction in the ISI-composite
(P=0.028), both at 12 months of replacement. Visceral fat and waist-to-hip-ratio (WHR) reduced
not only at month 6 but also at month 12 (P =0.0001 and 0.023, respectively).
In conclusion, twelve months of GH replacement seem to impair glucose homeostasis,
despite favorable alterations in body composition.
Key words: Glucose metabolism, visceral fat, GH deficiency in adults, GH replacement.
90
INTRODUCTION
The benefits of recombinant human growth hormone (GH) replacement in
GH-deficient adults (GHDA) are well documented, but a possible GH-induced
impairment of insulin sensivity is still a matter of concern.
Several studies have shown that GH replacement in adults improves well being, body
composition, bone mineral density, muscle strength and exercise performance. GH replacement
induces an increase in lean body mass and a concomitant reduction in fat mass, with a particular
reduction in central obesity.1-8
Insulin resistance may be more prevalent in adults with untreated GH deficiency 9-11,
however the impact of GH replacement on this feature is controversial. There is evidence to
suggest that long-term beneficial effects on body composition and physical fitness may balance
GH insulin antagonistic effects, but some studies reported impaired insulin sensitivity despite
favorable changes in body composition. Indeed, increases in both insulin sensitivity and insulin
resistance have been described in the literature.1, 2, 5-8, 10, 11
The present study was undertaken to evaluate the effects of 12-month GH replacement on
glucose metabolism and visceral fat in Brazilian adults with GH deficiency.
91
SUBJECTS AND METHODS
SUBJECTS
Twenty-nine GHDA (13 men and 16 women; age 40 + 1.9 yr. [range 20-61]; BMI
27 + 1.0 Kg/m2) were studied. Most presented as adult-onset GH deficiency (23
patients). Twenty-seven had multiple pituitary deficiencies and received stable
conventional replacement therapy for at least 6 months before and during the study
period. All patients had severe GH deficiency for at least 12 months before replacement
(peak serum GH response to insulin tolerance test and glucagon test < 3mU/L).
Exclusion criteria were: GH therapy during the previous 12 months, acute
severe illness during the previous 6 months, pregnancy, chronic liver disease,
chronic renal disease, uncontrolled hypertension, diabetes mellitus, history of
malignancy and use of chronic medication (except pituitary replacement therapy,
contraceptives and treatment for mild hypertension). Moreover, any patient who,
at baseline, presented undiagnosed diabetes mellitus by the American Diabetes
Association (ADA) criteria 12 was also excluded from the study. Those who
developed clinical assymptomatic diabetes during the trial remained in the study.
The causes of pituitary deficiency were: Sheehan`s syndrome (nine
patients), nonfunctioning pituitary adenoma (8), idiopathic (6), craniopharyngioma
(3) and other pituitary pathologies (3). Seven patients had family history of type 2
diabetes mellitus in first-degree relatives.
92
Twenty-nine healthy control subjects carefully matched to the pretreated
GHDA for gender, age and BMI were recruited. They were studied to allow
baseline comparison. Eight controls had family history of type 2 diabetes mellitus.
Twenty-four patients completed 12 months of GH replacement (11 men, 13
women, age 41 + 1.9 yr., BMI 27 + 1.2 Kg/m2). Five patients dropped out during
the first 3 months. Persistent adverse effects after GH dose reduction, such as
peripheral edema and arthralgia, were responsible for the exclusion of one of
those. The other four were excluded for different reasons not related to adverse
effects, such as noncompliance and other medical intercurrences.
ETHICAL CONSIDERATIONS
Informed written consent was obtained from all subjects and the study was
approved by the Human Research Ethics Committee of Clementino Fraga Filho-
University Hospital of the Federal University of Rio de Janeiro- Brazil.
STUDY PROTOCOL
All patients were seen at the outpatient clinic every 3 months for interviews,
physical examination including anthropometric measures and laboratory exams. At
baseline and after 3, 6 and 12 months, the patients underwent an oral glucose tolerance
test (OGTT). The visceral fat was measured by CT scan at baseline, 6 and 12 months
after GH replacement.
93
Recombinant human GH (Norditropin, Novo Nordisk, Brazil) was
administered as a daily, bed time subcutaneous self injection, with initial dose
titrated to maintain Insulin-like growth factor-I (IGF-I) levels within the upper
normal range for age and gender. The daily starting dose was 0.016 mg/Kg/week
adjusted according to patients’ tolerance. Compliance was assessed by monitoring
returned empty vials.
94
BODY COMPOSITION
Body weight was measured via mechanical scales with barefoot subjects
wearing light clothes. Height was assessed by stadiometer. Body mass index
(BMI) was calculated as body weight (Kg) divided by squared height (meters2).
Waist-to-hip-ratio (WHR) was measured as the narrowest waist to widest hip
circumference, by soft tape in standing position. Abdominal adipose tissue was
measured by CT scan using a helicoidal HiSpeed CT/i Scanner (General Electric
Medical Systems). Patients were examined in supine position with arms stretched
above the head. A preliminary scout image of the abdomen and pelvis in supine
projection was obtained for slice localization. A single 10-mm slice obtained at the
level of L4-L5 intervertebral disc space was used to quantify visceral and
subcutaneous adipose tissue areas. The axial image was displayed in a 256 x 256
pixels matrix and adipose tissue was identified by density mapping for pixel values
between -30 and -190 Hounsfield units. A cursor line was traced, bisecting the
abdominal musculature anterolaterally and outlining the transversalis fascia
posteriorly (including psoas muscles but excluding the vertebrae) to separate
visceral and subcutaneous compartments. All images were analyzed by a single
investigator with a less than 1-% CV on repeated analysis.
GLUCOSE METABOLISM
95
An OGTT was performed at 8 am after a 12-h overnight fast with 75-g of
glucose monohydrate in 300 mL of water. Blood samples were collected at 0, 30,
60, 90 and 120 min for measurement of plasma glucose and insulin levels.
The ADA criteria 12 were used for oral glucose tolerance classification. The
area under the curve (AUC) for glucose and insulin was calculated using the
trapezoidal rule. The insulin resistance (IR) in the fasting state was estimated by
the homeostasis model assessment (HOMA) according to the formula described by
Matthews et al.13: HOMA IR= [fasting insulin (µU/mL) x fasting glucose
(mmol/L)]/ 22.5. Global insulin sensitivity (ISI) was estimated by use of ISI-
composite derived from the OGTT proposed by Matsuda and De Fronzo14
according to the formula: 10000/ [square root of fasting glucose x fasting insulin x
mean glucose concentration during the OGTT (mg/dL) x mean insulin
concentration during the OGTT (µU/mL)].
BIOCHEMICAL ASSAYS
Serum IGF-I was measured by immunoradiometric assay (DSL- 5600
ACTIVETM), with an intra-assay CV of 1.5% and inter-assay CV of 3.7% and reference
range of 80 to 500 ng/mL. GH was measured by an immunometric assay (IMMULITE-
DPC, United Kingdom), with an intra-assay CV of 5.3% and inter-assay CV of 5.7%,
reference range of 0.06 to 5.0 ng/mL, with detection limit of 0.01 ng/mL. Plasma
glucose was immediately measured by the glucose oxidase method. Insulin was
measured by a two-site fluroimmunometric assay (AutoDELFIA- WALLAC, USA)
96
with an intra-assay CV of 2.4%, inter-assay CV of 2.5%, cross reactivity with proinsulin
< 1%, reference range of 2.34 to 26.40 µU/mL, with detection limit of 0.5 µU/mL.
Blood samples were immediately centrifuged and stored at –20° C for analysis after a 6-
month maximum period. Overall, the same assay was employed at baseline and during
follow-up.
97
STATISTICAL ANALYSIS
Patients and controls were compared using Student’s t-test for parametric data or
Mann-Whitney U tests for non-parametric data. Chi-square test was used to compare the
prevalence of abnormal OGTT between patients and controls. ANOVA for repeated
measurements was used to estimate changes over time with Bonferroni as a
complementary test. Linear models by CATMOD procedure were used for categorical
data modeling and McNemar test for analysis of abnormal OGTT frequency variations
overtime. Correlation analysis was performed using Pearson’s product-moment
correlation coefficient. Before statistical analysis, logarithmic transformation of data
with skewed distribution was performed. P values < 0.05 defined statistical significance.
Statistical analysis was performed using the SAS® System PC program. Data are
presented as mean + SEM.
98
RESULTS
Before GH replacement (n=29)
Patients had increased amount of visceral fat compared to controls (156.8 + 15.2 vs.
113.2 + 8.5 cm2; P = 0.029). Waist circumference did not differ between the two groups
(85.5 + 2.3 vs. 85.5 + 1.8 cm; P = 0.97). Similarly, WHR did not reveal differences,
despite presenting a strong tendency to be higher in the patients´ group (0.90 + 0.01 vs.
0.86 + 0.01; P = 0.065).
Both groups had normal fasting glucose levels at baseline and equal prevalence of
abnormal OGTT (P =0.74): Five patients (17.2%), none of them with positive family
history of diabetes, and 6 controls (20.7%), only one with positive family history of
diabetes, had not previously known impaired glucose tolerance (IGT). GHDA presented
significantly lower mean fasting glucose levels (80.0 + 1.9 vs. 87.6 + 1.7 mg/dL; P =
0.004). Two-hour OGTT glucose levels (112.5 + 5.7 vs. 115.8 + 4.8 mg/dL; P = 0.66)
and AUC for glucose (800.4 + 37.5 vs. 861.9 + 28.3 mmol/l.min; P = 0.20) did not
differ from controls. Fasting insulin levels (9.7 + 3.0 vs. 9.5 + 1.7 U/mL; P = 0.24),
2h-OGTT insulin levels (60.7 + 14.0 vs. 48.5 + 5.2 U/mL; P = 0.69), as well as, AUC
for insulin (86.6 + 16.1 vs. 66.4 + 6.1 U/mL.min.10-2; P = 0.96) were similar. Insulin
resistance as assessed by HOMA-IR and insulin sensitivity by ISI-composite were also
similar to the control group (1.9 + 0.6 vs. 2.2 + 0.4; P =0.11 and 8.9 + 1.4 vs. 6.4 + 0.9;
P= 0.30, respectively).
There was a negative correlation between ISI-composite and: weight (r = -0.48,
P=0.0001), BMI (r = -0.45, P=0.0004), waist circumference (r = -0.46, P=0.0003) and
visceral fat (r = -0.41, P = 0.009). The AUC for insulin showed a positive correlation
with: weight (r = 0.39, P=0.002), waist circumference (r = 0.39, P=0.003), WHR (r =
99
0.35, P=0.007) and visceral fat (r = 0.67, P=0.0001). Two-hour OGTT glucose levels
had a positive correlation with: weight (r = -0.38, P=0.003), BMI (r = 0.29, P=0.03),
waist circumference (r = 0.28, P=0.04) and visceral fat (r = 0.49, P=0.001). Two-hour
OGTT insulin levels had a positive correlation with: weight (r = 0.39, P=0.002), WHR
(r = 0.35, P=0.007), waist circumference (r = 0.39, P=0.003) and visceral fat (r = 0.71,
P=0.0001). No other significant correlations were observed.
After GH replacement (n=24)
Only the twenty-four patients who completed 12 months of GH replacement were
included in this analysis. Low pretreatment IGF-I levels significantly increased during
GH substitution (from 88 + 16 to 451 + 35 ng/mL after 12 months; P= 0.0001). Mean
GH dose administered was: 0.84 mg/ day (range 0.53-1.16).
Body composition No significant effect on body weight, BMI and waist circumference was observed (P=
0.56, 0.59 and 0.17, respectively), although there was not only a major reduction on WHR at
month 3 but also an ongoing decrease at 6 and 12 months of GH replacement (P =0.023) (table
1). Visceral fat significantly reduced at month 6 stabilizing until the 12th month (P =0.0001)
(table 1).
Glucose metabolism
Within the 20-patient group with baseline normal glucose tolerance (NGT), 11 developed
impaired glucose tolerance (IGT): 4 at 3 months, 3 at 6 months and 4 at 12 months. One patient
(male, 34 yr., BMI 23 Kg/m2, with positive family history of diabetes) presented laboratorial
criteria for diabetes at month 3 (2-hour glucose value of 243 mg/dL). On the next evaluation, he
presented NGT with fasting glucose value of 80 mg/dL and 2-hour glucose value of 112 mg/dL,
persisting with normal fasting glucose levels and normal glucose tolerance until the end of the
study. From the 4-patient group with previous baseline IGT: one patient (male, 21 yr., BMI 28.5
100
Kg/m2 with negative family history of diabetes) presented diabetes criteria at month 3 (2-hour
glucose value of 200 mg/dL) and then reverted to IGT at month 6 (2-h glucose value of 170
mg/dL) until month 12 (2-h glucose value of 185 mg/dL). Two patients reverted to NGT at
month 3 and the last patient persisted with IGT.
Prevalence of abnormal OGTT (IGT and diabetes) increased from 4 out of 24
patients (16.7%) at baseline to: 7 (29.2 %) at 3 months, 5 (20.8 %) at 6 months and
finally 10 (41.7 %) at 12 months of evaluation (P= 0.021).
Fasting glucose and mean AUC for glucose did not change (P=0.21 and 0.13).
Two-hour OGTT glucose levels tended to increase but failed to reach statistical
significance (P= 0.055). Fasting insulin levels were progressively higher at month 6 and
12 (P=0.024). Two-hour OGTT insulin levels were also higher at 3, 6, and 12 months
(P=0.001). The AUC for insulin did not change (P=0.24) (table 1 and figure 1). There
was a deterioration in the insulin sensitivity index observed by an increase in HOMA-IR
(P=0.049) and also a significant reduction in ISI-composite (P=0.028), both at 12
months of GH replacement (table 1).
At 12 months of GH replacement, we detected a negative correlation between ISI-
composite index, weight (r = -0.43, P=0.042) and BMI (r = - 0.44, P=0.03). There were
no other significant correlations.
DISCUSSION
The current study was developed in order to assess the long-term effect of physiologic
GH replacement on glucose metabolism. There is no published work about GH replacement in
GHDA applied to such a heterogeneous population as the Brazilians. The vast majority of
studies have focused on Caucasians and they point to insulin resistance being more commonly
observed within certain racial groups such as the Hispanics, Asians and Africans.12
101
A large number of different insulin resistance indicators can be used in
clinical research and routine clinical practice. The usual reference method for
use in research is the euglycemic hyperinsulinemic clamp technique, a labor-
intensive and expensive test. The methods used in this study, HOMA and ISI-
composite, are not only simpler but also have a lower cost being more suitable
to routine clinical practice. Matthews et al.13 demonstrated that HOMA highly
correlated with the insulin resistance index assessed by the clamp technique.
HOMA was also validated by other authors15-17 and applied in several
studies.18-20 ISI-composite has been proposed and validated against euglycemic
hyperinsulinemic clamp by Matsuda and De Fronzo.14 These methods were
seldom employed in adults with GH-deficiency, highlighting the importance of
the current work, especially regarding the clinical follow-up of GH
replacement effects on glucose metabolism.
In this context, the present study examines the effects of GH replacement on long-term
carbohydrate tolerance and visceral fat in Brazilian adults with GH deficiency. Notably, GHDA
showed higher amount of visceral fat compared to healthy individuals with the same body mass
index, characterizing abnormal fat distribution, a common feature of GH-deficiency.4, 5, 8, 21
At baseline evaluation patients and controls subjects presented similar prevalence of
abnormal oral glucose tolerance. Beshyah et al.9, however, reported a higher prevalence of
impaired glucose tolerance in 63 GH-deficient adults older, on average, than the patients
involved in this study. Our patients presented lower fasting glucose levels than controls, in
accordance to Kamarudin et al.22, Beshyah et al.23 and Christopher et al.24 Nevertheless this
finding disagrees with other authors who stated that fasting glucose levels were similar to those
found in their control groups.9-11, 25 In our opinion the lower fasting glucose levels found in our
102
patients were not clinical relevant, since they were within the normal range. Fasting and
afterload insulin levels were similar between our patients and controls. This corroborates other
trials that also detected normal insulin levels in GHDA.8-11, 22-24 No differences were found
between our patients and controls regarding insulin resistance and insulin sensitivity measured,
respectively, by HOMA and ISI-composite. Johansson et al.10 and Hew et al.11 observed
impaired insulin sensitivity in GHDA by means of glucose clamp technique. The same results
have been found by other authors but using different methods.24-26 Anthropometric measures and
visceral fat showed a positive correlation with afterload glucose and insulin levels, and a
negative correlation with ISI-composite index. Obesity, particularly visceral fat, as it is known
from the literature, exerts a negative influence over the glucose metabolism.
After 12 months of GH replacement no significant effects on body weight, BMI and
waist circumference were found, although there was a significant reduction in WHR and visceral
fat. The above data support the widely recognized beneficial effect of GH replacement on body
composition such as redistribution of adipose tissue.6, 27, 28
We observed a glucose metabolism deterioration with significant increase in fasting and
OGTT plasma insulin levels at month 12. Similar results have been reported by others.21, 29-31
Increase in insulin resistance was detected at month 12, in spite of visceral fat reduction. There
was no significant association between diabetes after GH replacement and age, BMI or family
history of diabetes. Rosenfalck et al.32 showed a deterioration in glucose metabolism also
evaluated by HOMA. However, contrasting data were presented by other studies.31, 33-36 This
discrepant results from different studies may reflect the GH doses administered, preexisting
insulin sensitivity and age of patients.
Although we cannot exclude that at least in some patients, the GH dose might have been
too high and may have influenced the insulin sensitivity, there was no general influence of the
GH dose or resulting IGF-I levels on glucose metabolism, since no statistical correlation
between them was found.
The patients who developed abnormal OGTT were asymptomatic and had normal
fasting glucose during the study. There were no changes in lifestyle, diet, exercise activity or
medications taken by those patients. Regarding the young male with a single laboratorial criteria
103
of diabetes on OGTT at the third month we would like to consider that he did not present clinical
diabetes, despite a high 2-hour OGTT glucose level.
The study design with a control group consisting of healthy subjects is not optimal.
Untreated GH-deficient adults would have been more appropriate. Besides, placebo-controlled
trials with crossover design are even better as an alternative protocol. However, as most benefits
of such long-term replacement are widely known, GH effects have been more frequently
investigated by comparison with baseline as described by the present protocol.
The GH doses used in this work was similar to the one recommended by the Growth
Hormone International Consensus published by the Growth Hormone Research Society.37
Optimal GH dosage regimens are still uncertain, and none mimics the normal diurnal GH
profile. Most researchers now use regimens aimed at maintaining IGF-I levels within the age
and gender-related upper normal range, as in our study. It has been demonstrated that new
titration systems allow markedly lower GH doses to be used, with satisfactory clinical responses,
with IGF-I levels within the physiological range, and attenuated side effects.38
In conclusion, our study demonstrates that Brazilian adults with GH
deficiency presented no baseline glucose metabolism abnormalities when
compared to healthy subjects. Twelve months of GH replacement seem to
impair glucose homeostasis. Despite the risk of a possible early conclusion, our
data indicate that rather than leading to an improvement in insulin resistance,
GH replacement may actually worsen it. In fact, these effects on glucose
metabolism were supposed to be balanced against the favorable effects of GH
on abdominal adiposity. GH effect on glucose metabolism is indeed of great
concern as it is acknowledged that even minor reductions in insulin sensitivity
may be associated with a clinically significant increase in cardiovascular risk.
Therefore, it is important to carefully monitor glucose metabolism on an
ongoing basis. In addition, we propose a simpler method to estimate insulin
resistance when monitoring patients periodically.
104
ACKNOWLEDGMENTS
We thank NOVO NORDISK Laboratories, Inc. for the supplying of GH; Estela
Wajcberg, MD and Renata Belfort, MD for their comments during the preparation of the
manuscript and Alexandru Buescu, MD, PhD, for careful revision of the manuscript.
105
REFERENCES
1. Bengtsson B-A, Eden S, Lonn L, et al. Treatment of adults with growth
hormone (GH) deficiency with recombinant human GH. J Clin Endocrinol
Metab 1993; 76: 309-317.
2. Binnerts A, Swart GR, Wilson JH, et al. The effect of growth hormone
administration in growth hormone deficient adults on bone, protein,
carbohydrate and lipid homeostasis, as well as on body composition. Clin
Endocrinol (oxf) 1992; 37: 79-87.
3. Carroll PV, Christ ER, Bengtsson B-A, et al. Growth hormone deficiency in
adulthood and the effects of growth hormone replacement: A review. Growth
Hormone Research Society Scientific Committee. J Clin Endocrinol Metab
1998; 83: 382-395.
4. Jorgensen JOL, Pedersen SA, Thuesen L, et al. Beneficial effects of growth
hormone treatment in GH-deficient adults. Lancet 1989; 1:1221-1224.
5. Salomon F, Cuneo RC, Hesp R and Sönksen PH. The effects of treatment with
recombinant human growth hormone on body composition and metabolism in
adults with growth hormone deficiency. N Eng J Med 1989; 321: 1797-1803.
6. Cuneo RC, Judd S, Wallace JD, et al. The Australian multicenter trial of growth
hormone (GH) treatment in GH-deficient adults. J Clin Endocrinol Metab 1998;
83:107-116.
7. Whitehead HM, Boreham C, Mcilrath EM, et al. Growth hormone treatment of
adults with growth hormone deficiency: Results of a 13-month placebo
controlled cross-over study. Clin endocrinol 1992; 36: 45-52.
106
8. Snel YEM, Doerga ME, Brummer RM, Zelissen PMJ, Koppeschaar HPF.
Magnetic resonance imaging-assessed adipose tissue and serum lipid and insulin
concentrations in growth hormone deficient adults. Arterioscler Thromb Vasc
Biol 1995; 15: 1543-1548.
9. Beshyah SA, Henderson A, Niththyanathan R, Sharp P, Richmond W and
Johnston D. Metabolic abnormalities in growth hormone deficient adults:
Carbohydrate tolerance and lipid metabolism. Endocrinol Metab 1994; 1:173-
180.
10. Johansson JO, Fowelin J, Landin K, Lager I and Bengtsson B-A. Growth
hormone-deficient adults are insulin-resistant. Metabolism 1995; 44: 1126-1129.
11. Hew FL, Koschmann M, Christopher M, et al. Insulin resistance in growth
hormone-deficient adults: defects in glucose utilization and glycogen synthase
activity. J Clin Endocrinol Metab 1996; 81: 555-564.
12. The Expert Committee on the diagnosis and classification of diabetes mellitus.
Report of the Expert Committee on the diagnosis and classification of diabetes
mellitus. Diabetes Care 1997; 20:1183-1197.
13. Mathews DR, Hosker JP, Rudenski AS, Naylor BA, Treacher DF and Turner
RC. Homeostasis Model Assessment: insulin resistance and -cell function
from fasting plasma glucose and insulin concentrations in man. Diabetologia
1985; 28: 412-419.
14. Matsuda M and Defronzo RA. Insulin sensitivity indices obtained from oral
glucose tolerance test: comparison with the euglycemic clamp. Diabetes Care
1999; 22: 1462-1470.
107
15. Emoto M, Nishizawa Y, Maekawa K, et al. Homeostasis model assessment as a
clinical index of insulin resistance in type 2 diabetic patients treated with
sulfunylureas. Diabetes Care 1999; 22: 818-822.
16. Bonora E, Targher G, Alberiche M, et al. Homeostasis model assessment closely
mirrors the glucose clamp technique in the assessment of insulin sensitivity.
Diabetes Care 2000; 23: 57-63.
17. Katsuki A, Sumida Y, Gabazza EC, et al. Homeostasis model assessment is a
reliable indicator of insulin resistance during follow-up of patients with type 2
diabetes. Diabetes Care 2001; 24: 362-365.
18. Haffner SM, Gonzalez C, Miettinen H, Kennedy E and Stern MP. A prospective
analysis of the HOMA model. Diabetes Care 1996; 19: 1138-1141.
19. Bonora E, Kiechl S, Willeit J, et al. Prevalence of insulin resistance in metabolic
disordes: the Bruneck study. Diabetes 1998; 47: 1643-1649.
20. Mcauley KA, Williams SM, Mann JI, et al. Diagnosing insulin resistance in the
general population. Diabetes Care 2001; 24: 460-464.
21. Weaver JU, Monson JP, Noonan K, John WG, Edwards A, Evans KA and
Cunningham J. The effect of low dose recombinant human growth hormone
replacement on regional fat distribution, insulin sensitivity, and cardiovascular
risk factors in hypopituitary adults. J Clin Endocrinol Metab 1995; 80:153-159.
22. Kamarudin N, Hew FL, Christopher M, Alford J, Rantzau C, Ward G and Alford
F. Insulin secretion in growth hormone-deficient adults: effects of 24 months'
therapy and five days' acute withdrawal of recombinant human growth hormone.
Metabolism 1999; 48:1387-1396.
108
23. Beshyah SA, Gelding SV, Andres C, Johnston DG and Gray IP. Β-Cell function
in hypopituitary adults before and during growth hormone treatment. Clin Sci,
1995; 89: 321-328.
24. Christopher M, Hew FL, Oakley M, Rantzau C and Alford F. Defects of insulin
action and skeletal muscle glucose metabolism in growth hormone-deficient
adults persist after 24 months of recombinant human growth hormone therapy. J
Clin Endocrinol Metab 1998; 83: 1668-1681.
25. Fédou C, Brun J-F, Raynaud E, et al. Insulin sensitivity and glucose
effectiveness measured with the minimal model in adults with GH deficiency.
Endocrinol Metab 1996; 3: 99-104.
26. Hwu CM, Kwok CF, Lai TY, et al. Growth hormone (GH) replacement reduces
total body fat and normalizes insulin sensitivity in GH-deficient adults: a report
of one-year clinical experience. J Clin Endocrinol Metab 1997; 82: 3285-3292.
27. Al Shoumer KAS, Page B, Thomas E, Murphy M, Beshyah SA and Johnston
DG. Effects of four years' treatment with biosynthetic human growth hormone
(GH) on body composition in GH-deficient hypopituitary adults. Eur J
Endocrinol 1996; 135: 559-567.
28. Hansen TB, Vahl N, Jorgensen JO, Christiansen JS and Hagen C. Whole body
and regional soft tissue changes in growth hormone deficient adults after one
year of growth hormone treatment: a double-blind, randomized, placebo-
controlled study. Clin Endocrinol (oxf) 1995; 43: 689-696.
29. Beshyah SA, Henderson A, Niththyananthan R, et al. The effects of short and
long-term growth hormone replacement therapy in hypopituitary adults on lipid
109
metabolism and carbohydrate tolerance. J Clin Endocrinol Metab 1995; 80: 356-
363.
30. Jorgensen JO, Rosenfalck AM, Fisker S, et al. Circulation levels of incretin
hormones and amylin in fasting state and after oral glucose in GH-deficient
patients before and after GH replacement: a placebo-controlled study. Eur J
Endocrinol 2000; 143: 593-599.
31. Al- Shoumer KAS, Gray R, Anyaoku V, et al. Effects of 4 years´treatment with
biosynthetic human growth hormone (GH) on glucose homeostasis, insulin
secretion and lipid metabolism in GH-deficient adults. Clin Endocrinol 1998;
48: 795-802.
32. Rosenfalck AM, Maghsoudi S, Fisker S, et al. The effect of 30 months of low
dose replacement therapy with recombinant human growth hormone (rhGH) on
insulin and c-peptide kinetics, insulin secretion, insulin sensitivity, glucose
effectiveness, and body composition in GH-deficient adults. J Clin Endocrinol
Metab 2000; 85: 4173-4181.
33. Fowelin J, Attvall S, Lager I and Bengtsson B-A. Effects of treatment with
recombinant human growth hormone on insulin sensitivity and glucose
metabolism in adults with growth hormone deficiency. Metabolism 1993;
42:1443-1447.
34. Bulow B and Erfurth EM. A low individualized GH dose in young patients with
childhood onset GH deficiency normalized serum IGF-I without significant
deterioration in glucose tolerance. Clin Endocrinol 1999; 50:45-55.
110
35. Chrisoulidou A, Beshyah SA, Rutherford O, et al. Effects of 7 years of growth
hormone replacement therapy in hypopituitary adults. J Clin Endocrinol Metab
2000; 85: 3762-3769.
36. Gibney J, Wallace JD, Spinks T, et al. The effects of 10 years of recombinant
human growth hormone (GH) in adult GH-deficient patients. J Clin Endocrinol
Metab 1999; 84: 2596-2602.
37. Consensus guidelines for the diagnosis and treatment of adults with growth
hormone deficiency: summary statement of the Growth Hormone Research
Society workshop on adult growth hormone deficiency. J Clin Endocrinol Metab
1998; 83: 379-381.
38. Janssen YJ, Frolich M, and Roelfsema F. A low starting dose of genotropin in
growth hormone-deficient adults. J Clin Endocrinol Metab 1997; 82: 129-135.
111
Table 1: Body composition and glucose metabolism in GHD adults: baseline and
after 3, 6 and 12 months of GH replacement (n=24)
Baseline 3m 6m 12m P value
BMI (Kg/m2) 27.0 + 1.2 26.75 + 1.2 26.65 + 1.2 27.04 + 1.2 0.59
Waist (cm) 86.2 + 2.6 83.83 + 2.6 84.13 + 2.7 84.50 + 2.5 0.17
WHR 0.90 + 0.08 0.87 + 0.01 0.87 + 0.01 0.87 + 0.08 0.023
Visc fat (cm2) 165.2 + 17.1 ----- 120.4 + 16.4 115.5 + 14.7 0.0001
Fasting Glucose (mg/dL)
81.0 + 2.1 87.6 + 2.6 80.7 + 2.8 84.2 + 2.9 0.21
2h-GTT Glucose (mg/dL)
112.9 + 6.0 133.3 + 7.9 116.1 + 5.6 130.6 + 7.2 0.055
Fasting Insulin
(µµµµU/mL) 11.1 + 3.8 11.2 + 1.7 12.7 + 1.9 13.8 + 3.1 0.024
2h-OGTT Insulin
(µµµµU/mL) 65.7 + 17.4 126.9 + 38.6 117.4 + 26.2 106.3 + 17.9 0.001
AUC Glucose (mmol/l.min)
803.7 + 41.8 914.2 + 51.6 858.0 + 39.7 916.7 + 40.1 0.13
AUC Insulin
(µµµµU/mL.min.10-2
) 99.0 + 19.6 151.0 + 49.7 141.0 + 34.1 131.7 + 25.4 0.24
HOMA-IR 2.2 + 0.7 2.5 + 0.5 2.6 + 0.4 3.4 + 1.0 0.049
ISI-composite 8.0 + 1.5 5.7 +1.4 5.9 + 1.5 5.4 + 0.9 0.028
Values are expressed by mean + SEM. P- values are based on ANOVA for repeated measurements. GHD- Growth hormone deficient; BMI- body mass index; WHR- waist-to-hip-ratio.
112
Figure 1: Glucose (a) and insulin (b) curves during an oral glucose tolerance test in GH
deficient adults before and after 3, 6 and 12 months of GH replacement (n=24). The
horizontal bars indicate the SEM for the mean values shown. P values, denoting
changes over time by ANOVA for repeated measurements, were no significant for
either AUC for glucose (P=0.13) or AUC for insulin (P=0.24).
(a)
70
100
130
160
0 30 60 90 120
minutes
Glu
co
se (
mg
/dL
)
Baseline
3 m
6 m
12 m
113
(b)
0
50
100
150
200
0 30 60 90 120
minutes
Insu
lin
( µµ µµ
U/
mL
)
114
115
4.2 - ARTIGO 2
Glucose metabolism and visceral fat in GH deficient adults: two years of GH-replacement
Luciana Diniz Carneiro Spina
Débora Vieira Soares
Rosane Resende de Lima Oliveira Brasil
Priscila Marise Lobo
Flávia Lúcia Conceição1
Mário Vaisman2
Institution: Serviço de Endocrinologia do Hospital Universitário Clementino
Fraga Filho, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Address: Avenida Brigadeiro Trompowski, s/n, Hospital Universitário, Sala 9 E
23, Cidade Universitária, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ 21941-590, Brasil.
Corresponding author: Luciana Diniz Carneiro Spina
Office number: +55 (21) 2562-2748; Home number: +55 (21) 2274-8359
Address: Rua José Linhares, 244 / 205, Leblon, Cep 22430-220, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil.
E-mail: [email protected]
1 Research grant- FAPERJ 2 Senior researcher- CNPQ
116
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the effect of 24 months of growth hormone
(GH) replacement on glucose metabolism and visceral fat in 17 adults with GH
deficiency: 9 men and 8 women; age 40 + 1.8 yr. [range 20-61] and body mass index 25
+ 0.8 Kg/m2.
Glucose metabolism was evaluated by a standard oral glucose tolerance test
(OGTT), by the homeostatic model assessment (HOMA) insulin resistance index
and by the insulin sensitivity index (ISI)-composite derived from the OGTT.
Visceral fat was evaluated by CT scan.
Twenty-four months of GH replacement induced an increase in the prevalence of abnormal
glucose tolerance, with significant progressive increment in 2h-OGTT insulin levels at 3, 12 and
24 months (P= 0.005). Plasma glucose levels and ISI-composite did not alter during the study.
HOMA-IR index did not change in the hole group analysis, however, it did increase in the group
of patients who had abnormal OGTT at 24 months (P = 0.012). Visceral fat reduced at month 12
and remained decreased until the end of the study (P = 0.009).
In conclusion, the present study suggested that adults with GH deficiency after twenty-four
months of GH replacement developed abnormal glucose tolerance, probably due to an increase
in insulin resistance, associated with higher insulin levels, despite favorable alterations in body
composition.
Key words: Glucose metabolism, visceral fat, GH deficiency in adults, GH replacement
Running title: Glucose metabolism in adults under GH replacement
117
INTRODUCTION
It is widely recommended the therapeutic use of growth hormone (GH) in adults with GH
deficiency, however caution should be given concerning the GH effects on glucose metabolism.
It has been suggested that GH replacement may reduce the cardiovascular risk associated with
the insulin resistance state found in hypopituitarism as a consequence of favorable effects of GH
on determinants of cardiovascular disease, such as abdominal adiposity, muscle mass, physical
fitness and lipoproteins [1-6]. However, GH has potent effects on intermediary metabolism;
some of them antagonize the actions of insulin [7, 8]. Patients with acromegaly develop insulin
resistance and hyperinsulinemia and some become diabetic [9]. The acute and chronic effects of
GH replacement on glucose metabolism in adults have been reported in a number of trials, some
of them with quite divergent results. Recent long-term GH replacement studies show either no
change [10-12] or an actual deterioration in insulin sensitivity [13-17]. Moreover, impairment in
insulin sensitivity have been shown despite favorable changes in body composition [18, 19].
Since GH administration may have an adverse effect on insulin sensitivity
and thus cause a theoretical increase on cardiovascular risk, it is important to study
the effects of GH administration on carbohydrate metabolism.
The present study was undertaken to evaluate the effects of a 24-month GH replacement
on glucose metabolism and visceral fat in adults with GH deficiency.
118
SUBJECTS AND METHODS
PATIENTS
Seventeen GH-deficient adults (GHDA) (9 men and 8 women; age 40 + 1.8 yr
[range 20-61] and body mass index 25 + 0.8 Kg/m2) were studied. Thirteen patients had
adult-onset GH deficiency. All seventeen subjects had multiple pituitary deficiencies
and received stable conventional replacement therapy for at least 6 months before and
during the study period. Prednisone (mean dosage: 2.5 to 5 mg/day), levothyroxine
(132.3 + 26,1 µg/day), desmopressin (40 µg/ day) and sex steroids were used as
necessary. All men were treated with depot injection of testosterone esters (250 mg
intramusculary every 2 or 3 weeks) and women with estrogens and medroxyprogesterne
acetate. All had severe GH deficiency for at least 12 months before replacement (peak
serum GH response to insulin tolerance test and glucagon test < 3 ng/mL).
Exclusion criteria were: GH therapy during the previous 12 months, acute
severe illness during the previous 6 months, pregnancy, chronic liver disease,
chronic renal disease, uncontrolled hypertension, history of malignancy and use of
chronic medication (except pituitary replacement therapy, contraceptives and
treatment for mild hypertension). Moreover, any patient who, at baseline,
presented undiagnosed diabetes mellitus by the American Diabetes Association
(ADA) criteria [20] was also excluded from the study. Individuals who developed
clinical assymptomatic diabetes during the trial remained in the study.
119
The causes of pituitary deficiency were: Sheehan syndrome (seven
patients), nonfunctioning pituitary adenoma (3), idiopathic (4), craniopharyngioma
(2) and other pituitary pathologies (1). Five patients had family history of type 2
diabetes mellitus in first-degree relatives and 3 had dyslipidemia.
ETHICAL CONSIDERATIONS
Informed written consent was obtained from all subjects and the study was
approved by the Human Research Ethics Committee of Clementino Fraga Filho
University Hospital of the Federal University of Rio de Janeiro- Brazil.
STUDY PROTOCOL
The study protocol has already been described in detail in our previous study [21].
Briefly, all patients were seen at the outpatient clinic every 3 months for medical
visit. Glucose metabolism was evaluated by a standard oral glucose tolerance test
(OGTT), by the homeostatic model assessment (HOMA) insulin resistance index [22]
and by the insulin sensitivity index (ISI)-composite derived from the OGTT [23]
immediately before GH replacement and then, after 3, 6, 12 and 24 months. The glucose
tolerance criteria established by ADA was used [20]. Visceral fat was measured by
computed tomography (CT scan) before GH replacement and then after 12 and 24
months.
Recombinant human GH (Norditropin, Novo Nordisk, Brazil) was administered
daily at bed time as a subcutaneous self injection, with initial dose titrated to maintain
insulin-like growth factor-I (IGF-I) levels within the upper normal range adjusted for
120
age. The daily starting dose was 0.016 mg/Kg/week adjusted according to patients’
tolerance. Compliance was assessed by monitoring returned empty vials.
121
BIOCHEMICAL ASSAYS
Serum IGF-I was measured by immunoradiometric assay (DSL- 5600
ACTIVETM), with an intra-assay CV of 1.5% and inter-assay CV of 3.7% and reference
range of 80 to 500 ng/mL. GH was measured by an immunometric assay (IMMULITE-
DPC, United Kingdom), with an intra-assay CV of 5.3% and inter-assay CV of 5.7%,
reference range of 0.06 to 5.0 ng/mL, with detection limit of 0.01 ng/mL. Plasma
glucose was immediately measured by the glucose oxidase method. Insulin was
measured by a two-site fluroimmunometric assay (AutoDELFIA- WALLAC, USA)
with an intra-assay CV of 2.4%, inter-assay CV of 2.5%, cross reactivity with proinsulin
< 1%, reference range of 2.34 to 26.40 µU/mL, with detection limit of 0.5 µU/mL.
Blood samples were immediately centrifuged and stored at –20° C for analysis after a 6
month maximum period. Overall, the same assay was employed at baseline and during
follow-up.
STATISTICAL ANALYSIS
ANOVA for repeated measurements was used to estimate changes over time with
Bonferroni as a complementary test. Linear models by CATMOD procedure was used
for categorical data modeling and McNemar test for analysis of abnormal OGTT
frequency variations over time. Data with skewed distribution was analyzed by the
Wilcoxon matched-pairs signed-ranks test or by logarithmic transformation before
statistical analysis performance. P values < 0.05 defined statistical significance.
Statistical analysis was performed using the SAS® System PC program. Data are
presented as mean + SEM.
122
RESULTS
Low pretreatment IGF-I levels significantly increased during GH substitution
(from 78 + 15 to 386 + 28 ng/mL after 24 months; P= 0.0001). At the third month mean
GH dose administered was 0.84 mg/ day (range 0.53-1.16). GH dose was stable until the
12th month when some patients had their dose reduced to keep IGF-I within normal
levels adjusted for age. Mean GH dose was reduced again from 0.83 to 0.72 mg/ day
(range 0.46 –1.16) at 24 months. No major side effects were observed besides edema
and arthralgia at the beginning of the study.
Body composition
There was no significant alteration in body weight and BMI. A significant reduction on
waist circumference (P= 0.028) and on WHR was observed at month 3 with an additional
decrease on WHR until 24 months (P =0.016). Visceral fat was reduced at month 12 and
remained stable until the end of the study (P = 0.009) (table 1).
Glucose metabolism
The prevalence of abnormal glucose tolerance increased from 1 patient (5.9%) at
the baseline evaluation to 3 (17.6 %) after 3 months, remained unaltered at 6 months,
increased to 6 patients (35.3 %) after 12 months and went up to 8 (47.1 %) after 24
months (P= 0.0001) (figure 1).
Despite the increased frequency of abnormal glucose tolerance, mean fasting
plasma glucose (P= 0.18) did not change. Two-hour OGTT glucose levels tended to
increase but failed to reach significant level (P= 0.069). Fasting insulin levels (P= 0.26)
did not change either; however 2-h OGTT insulin levels presented a progressive
123
increase at 3, 12 and 24 months (P= 0.005). No significant changes in HOMA-IR and
ISI- composite were observed (P= 0.26 and 0.19, respectively) (table 1).
Eight out of 17 patients (47.1 %) had abnormal OGTT at the 24th month: 7 patients
due to IGT and one to diabetes. The latter (female, 61 yr, BMI 22 Kg/m2, with negative
family history of diabetes) had IGT at 6 months. Concerning the others, 4 patients
already had IGT at previous evaluation (month 12) and 3 were previously NGT (table
2). Additionally, HOMA-IR and ISI changes for the 8 patients who had IGT/DM at 24
months are shown in table 4. Significant changes were seen comparing HOMA-IR
before and 24 months after GH replacement (1.35 + 0.90 to 2.75 + 2.16, P =0.012). ISI-
composite index did not change (7.49 + 5.38 to 4.57 + 3.24, P =0.123).
124
DISCUSSION
The current study was designed in order to assess the long-term effects of GH replacement
on carbohydrate metabolism and visceral fat in adults with GH deficiency. In this study we
found that twenty-four months of GH replacement caused an increase in the prevalence of
abnormal glucose tolerance, with a significant progressive increment in 2h-OGTT insulin levels.
Plasma glucose levels, HOMA-IR index and ISI-composite did not alter during the study.
Visceral fat and WHR were significantly reduced.
In our previous study [21], 12 months of GH replacement induced a progressive increment
in fasting and 2h-OGTT insulin levels. There was deterioration on insulin sensitivity observed
by an increase in HOMA-IR and a reduction in the ISI-composite, both at 12 months of
replacement. Plasma glucose levels did not change. Of the 24 patients who completed 12 months
of GH replacement, 17 opted to continue on long-term GH replacement up to 24 months. There
was no significant difference in the clinical characteristics between those who decided to
continue on GH replacement and those who did not.
A large number of different insulin resistance indicators can be used in clinical research
and routine clinical practice. The gold standard method in research studies is the euglycemic
hyperinsulinemic clamp technique, a labor-intensive and expensive test. The methods used in
this study, HOMA and ISI-composite, are not only simpler but also have a lower cost being
more suitable for routine clinical practice. Matthews et al. [22] demonstrated that HOMA highly
correlated with the insulin resistance index assessed by the clamp technique. HOMA was also
validated by other authors [24-26] and applied in several studies [27-29]. ISI-composite provides
indices of hepatic and whole-body insulin sensitivity from data obtained from the OGTT; it has
been proposed and validated against euglycemic hyperinsulinemic clamp by Matsuda and De
Fronzo [23].
125
Although some of the observed results could be due to life-style or age changes in the
patients as this study is not placebo-controlled, the changes are all in line with what has
previously been described in studies of GH replacement of adults, placebo-controlled as well as
open label studies. Furthermore, as the beneficial effects of GH replacement adults are already
known the aim of our study was to evaluate the long term effects.
Analyzing the glucose curves we detected impaired glucose tolerance
(IGT) at 24 months in 7 patients. Only one gained weight: a male, 21 yr, no family
history of diabetes, with baseline IGT, BMI 24.3 Kg/m2 at baseline and 28.9
Kg/m2 at month 24 with no substantially alteration on visceral fat (165.4 cm2 at
baseline and 168.9 cm2 at month 24). The other 6 patients (age 33-50 yr)
maintained or even decreased BMI and visceral fat. Only two of them had family
history of diabetes. One patient presented diabetes at month 24: a female, 61 yr,
BMI 22 Kg/m2, no family history of diabetes with IGT at month 6.
There were no significant associations between diabetes after GH
replacement and age, BMI (table 3) or family history of diabetes. Moreover, the
patients who developed abnormal OGTT were asymptomatic and had normal
fasting glucose during the study. There were no changes on eating habits, physical
activity or medications taken by all patients. No adjustments on other hormone
replacement were necessary during the study.
Interpretation of the significance of new cases of IGT and diabetes mellitus
during GH therapy is not easy [30]. We are aware of the poor reproducibility of
the OGTT and the possible spontaneous variation in the glucose response to an
126
oral load during the study [31, 32]. Some patients demonstrated normal glucose
tolerance after a previous demonstration of IGT or DM at some stage during the
study; however most of the patients with IGT at month 24 had also IGT on
previous evaluation, reinforcing our observation of glucose tolerance impairment
after GH replacement.
Nevertheless, the occurrence of new cases of IGT and diabetes has also been noted by
other authors. Beshyah et al [13] reported five new cases of IGT during their initial 18-month
study of 38 patients and all five cases of glucose intolerance settled when GH was withdrawn.
Seminara et a1.[33] also described three cases of IGT in 20 children fol1owed for 36 months,
but suggested that they were predisposed by reason of an unhealthy diet. Fernholm et a1.[34]
reported one case of diabetes and one case of IGT in their 18-month study of 31 elderly patients
with GH deficiency, and Rosenfalck et al [15] noted three cases of IGT in their 30-month open
study of 11 patients. Finally, Cutfield et al [35] observed a 6-fold increase in the incidence of
type 2 diabetes in persons treated with GH during childhood and adolescence. In our study, like
another work developed in GHDA of childhood onset [36], there were no significant variations
on HOMA and ISI-composite after 24 months of GH replacement when we analyzed the entire
group. However, within the group of patients who had abnormal OGTT at 24 months the insulin
resistance evaluated by HOMA-IR index increased, giving some evidence for the mechanism of
the deterioration of glucose tolerance in those patients.
The acute and chronic effects of GH replacement on glucose metabolism in adults have
been reported in a number of trials with divergent results. First studies suggested that in short
term there is a reduction in insulin sensitivity in association with an increase in plasma glucose
and insulin concentrations. While after long-term GH replacement insulin sensitivity gradually
improves in association with an increase in lean body mass and reduction in fat mass [37].
A recent report of long-term GH replacement demonstrated significant increase in fasting
insulin in 13 GHDA followed for 4 years [19]. Rosenfalck et al. [15] showed deterioration in
glucose tolerance in 11 GHDA in a 30-month study, with increment in postprandial glucose,
fasting insulin levels and postprandial insulin levels.
However, different data were presented by other studies: Al-Shoumer et al. [5], Fowelin et
al. [38] and Bulow et al. [39] have shown that 6 months to 4 years GH replacement period does
127
not affect glucose tolerance. Hwu et al. [40] showed normalization of insulin sensitivity
measured by a modified insulin suppression test after one year of GH replacement. Jorgensen et
al.[41] found similar insulin sensitivity between GHD patients and controls after 3 years of GH
replacement, Chrisoulidou et al. [10] showed no effects on glucose tolerance and insulin levels
after 7 years and finally a recent study of a 10-year GH replacement did not detect variations in
fasting levels of glucose and insulin [6].
The results of a group of 70 patients from a Brazilian multicentric register, which is part of
an international register, involving 10 different countries and around 1200 patients- Nordireg®,
Novo Nordisk A/S- showed no alterations on glucose and insulin levels, as well as insulin
resistance evaluated by HOMA [42].
KIMS database (Pharmacia and Upjonh International Metabolic Database) currently
comprises over 6000 patients, with a total of 10 000 patients years follow-up. The majority of
the 32 individuals who have developed diabetes were obese or had a family history of diabetes,
while one had impaired glucose tolerance prior to starting GH replacement. The number of
patients developing diabetes was in line with the expected increase in diabetes that would be
seen with increasing age in the general population [43].
We noticed that the discrepant results from different studies may reflect GH dose
administered, timing and duration of GH administration, baseline body composition, preexisting
insulin sensitivity and patient’s age [44]. The choice of method for the determination of insulin
sensitivity may also influence the interpretation of results [45]. Moreover there is a common
great variability on individual response of any therapy with so many systemic effects.
Our results indicate that GH has a relevant effect on carbohydrate metabolism in clinical
practice. The most sensitive indicator of deterioration in insulin sensitivity is a rise in serum
insulin level, whether fasting or after glucose load. Additionally, a clear majority of studies, as
the current work, indicate that this typically follows GH administration. Rises in blood glucose
whether fasting or after an oral load, would be expected to occur only in those with more marked
insulin resistance and/or a defect in insulin secretion and this explains the fact that although the
increases in glucose have been commonly observed, they are less prevalent than those of insulin
[46].
In conclusion, the present study demonstrates that adults with GH deficiency after twenty-
four months of GH replacement developed abnormal glucose tolerance probably due an increase
in insulin resistance, associated with higher insulin levels, despite favorable alterations in body
128
composition. We are aware of being overstating the GH related risk of impaired carbohydrate
metabolism, but our recommendation is that long-term monitoring is mandatory in terms of
glucose metabolism. Moreover considerable further study will be required to determine the
magnitude of the effect of GH replacement on glucose metabolism and other biological
endpoints in hypopituitary adults.
129
ACKNOWLEDGMENTS
We thank NOVO NORDISK Laboratories, Inc. for the supplying of GH;
Dr. Sérgio Franco laboratory for the insulin measurements; Estela Wajcberg, MD
and Renata Belfort, MD for their comments during the preparation of the
manuscript.
130
REFERENCES
39. Jorgensen JOL, Pedersen SA, Thuesen L, et al. Beneficial effects of growth
hormone treatment in GH-deficient adults. Lancet 1989; 1: 1221-1224.
40. Salomon F, Cuneo RC, Hesp R and Sönksen PH. The effects of treatment with
recombinant human growth hormone on body composition and metabolism in
adults with growth hormone deficiency. N Eng J Med 1989; 321: 1797-1803.
41. Binnerts A, Swart GR, Wilson JH, et al. The effect of growth hormone
administration in growth hormone deficient adults on bone, protein,
carbohydrate and lipid homeostasis, as well as on body composition. Clin
Endocrinol (oxf) 1992; 37: 79-87.
42. Bengtsson B-A, Eden S, Lonn L, et al. Treatment of adults with growth
hormone (GH) deficiency with recombinant human GH. J Clin Endocrinol
Metab 1993; 76: 309-317.
43. Al Shoumer KAS, Page B, Thomas E, Murphy M, Beshyah SA and Johnston
DG. Effects of four years' treatment with biosynthetic human growth hormone
(GH) on body composition in GH-deficient hypopituitary adults. Eur J
Endocrinol 1996; 135: 559-567.
44. Gibney J, Wallace JD, SpinksT, et al. The effects of 10 years of recombinant
human growth hormone (GH) in adult gh-deficient patients. J Clin Endocrinol
Metab 1999; 84: 2596-2602.
45. Davidson, MB. Effect of growth hormone on carbohydrate and lipid
metabolism. Endocr Rev 1987; 8: 115-131.
131
46. Bratusch-Marrain PR, Smith D and DeFronzo RA. The effect of growth
hormone on glucose metabolism and insulin secretion in man. J Clin Endocrinol
Metab 1982; 55: 973-982.
47. Luft R, Cerasi E and Hamberg CA. Studies on the pathogenesis of diabetes in
acromegaly. Acta Endocrinol (Copenh) 1967; 56: 593-607.
48. Chrisoulidou A, Beshyah SA, Rutherford O, et al. Effects of 7 years of growth
hormone replacement therapy in hypopituitary adults. J Clin Endocrinol Metab
2000; 85: 3762-3769.
49. Gibney J, Wallace JD, SpinksT, et al. The effects of 10 years of recombinant
human growth hormone (gh) in adult gh-deficient patients. J Clin Endocrinol
Metab 1999; 84: 2596-2602.
50. Svensson J, Fowelin J, Landin K, Bengtsson B and Johansson J. Effects of seven
years of GH-replacement therapy on insulin sensitivity in GH-deficient adults. J
Clin Endocrinol Metab 2002; 87: 2121-2127.
51. Beshyah SA, Henderson A, Niththyananthan R, et al. The effects of short and
long-term growth hormone replacement therapy in hypopituitary adults on lipid
metabolism and carbohydrate tolerance. J Clin Endocrinol Metab 1995; 80: 356-
363.
52. Weaver JU, Monson JP, Noonan K, et al. The effect of low dose recombinant
human growth hormone replacement on regional fat distribution, insulin
sensitivity, and cardiovascular risk factors in hypopituitary adults. J Clin
Endocrinol Metab 1995; 80: 153-159.
53. Rosenfalck AM, Maghsoudi S, Fisker S, et al. The effect of 30 months of low
dose replacement therapy with recombinant human growth hormone (rhGH) on
132
insulin and c-peptide kinetics, insulin secretion, insulin sensitivity, glucose
effectiveness, and body composition in GH-deficient adults. J Clin Endocrinol
Metab 2000; 85: 4173-4181.
54. Riedl, Ludvik, Pacini, et al. The increased insulin sensitivity in growth hormone
deficient adults is reduced by growth hormone replacement therapy. Eur J Clin
Invest 2000; 30: 771-778.
55. Bramnert M, Segerlantz M, Laurila E, Daugaard J, Manhem P and Groop L.
Growth hormone replacement therapy induces insulin resistance by activating
the glucose-fatty acid cycle. J Clin Endocrinol Metab 2003; 88: 1455-1463.
56. Christopher M, Hew FL, Oakley M, Rantzau C and Alford F. Defects of insulin
action and skeletal muscle glucose metabolism in growth hormone-deficient
adults persist after 24 months of recombinant human growth hormone therapy. J
Clin Endocrinol Metab 1998; 83: 1668-1681.
57. Al-Shoumer KAS, Gray R, Anyaoku V, et al. Effects of 4 years treatment with
biosynthetic human growth hormone (GH) on glucose homeostasis, insulin
secretion and lipid metabolism in GH-deficient adults. Clin Endocrinol 1998;
48: 795-802.
58. The Expert Committee on the diagnosis and classification of diabetes mellitus.
Report of the Expert Committee on the diagnosis and classification of diabetes
mellitus. Diabetes Care 1997; 20: 1183-1197.
59. Spina LDC, Soares DV, Brasil RRLO, Silva EMC, Lobo PM, Conceição FL and
Vaisman M. Glucose metabolism and visceral fat in GH deficient adults: 1 year
of GH replacement. Growth hormone & IGF research 2004, 14: 45-51.
133
60. Mathews DR, Hosker JP, Rudenski AS, Naylor BA, Treacher DF and Turner
RC. Homeostasis Model Assessment: insulin resistance and -cell function
from fasting plasma glucose and insulin concentrations in man. Diabetologia
1985; 28:412-419.
61. Matsuda M and Defronzo RA. Insulin sensitivity indices obtained from oral
glucose tolerance test: comparison with the euglycemic clamp. Diabetes Care
1999; 22: 1462-1470.
62. Emoto M, Nishizawa Y, Maekawa K, et al. Homeostasis model assessment as a
clinical index of insulin resistance in type 2 diabetic patients treated with
sulfunylureas. Diabetes Care 1999; 22: 818-822.
63. Bonora E, Targher G, Alberiche M, et al. Homeostasis model assessment closely
mirrors the glucose clamp technique in the assessment of insulin sensitivity.
Diabetes Care 2000; 23: 57-63.
64. Katsuki A, Sumida Y, Gabazza EC, et al. Homeostasis model assessment is a
reliable indicator of insulin resistance during follow-up of patients with type 2
diabetes. Diabetes Care 2001; 24: 362-365.
65. Haffner SM, Gonzalez C, Miettinen H, Kennedy E and Stern MP. A prospective
analysis of the HOMA model. Diabetes Care 1996; 19: 1138-1141.
66. Bonora E, Kiechl S, Willeit J, et al. Prevalence of insulin resistance in metabolic
disorders: the Bruneck study. Diabetes 1998; 47: 1643-1649.
67. Mcauley KA, Williams SM, Mann JI, et al. Diagnosing insulin resistance in the
general population. Diabetes Care 2001; 24: 460-464.
134
68. Jeffcoate W. Growth hormone therapy and its relationship to insulin resistance,
glucose intolerance and diabetes mellitus: a review of recent evidence. Drug
safety 2002; 25: 199-212.
69. McDonald GW, Fisher GF and Burnham C. Reproducibility of the oral glucose
tolerance test. Diabetes 1965; 14: 473-480.
70. Harding PE, Oakley NM and Wynn Victor. Reproducibility of oral glucose
tolerance data in normal and mildly diabetic subjects. Clin Endocrinol 1973;
2:387-395.
71. Seminara S, Merello G, Masi S, et a1. Effect of long-term growth hormone
treatment on carbohydrate metabolism in children with growth hormone
deficiency. Clinical Endocrinol (Oxf) 1998; 49: 125-130.
72. Fernholm R, Bramnert M, Hagg E, et a1. Growth hormone replacement therapy
improves body composition and increases bone metabolism in elderly patients
with pituitary disease. J Clin Endocrinol Metab 2000; 85: 4104-4112.
73. Cutfield WS, Wilton P, Bennmark H et al. Incidence of diabetes mellitus and
impaired glucose tolerance in children and adolescents receiving growth
hormone treatment. Lancet 2000; 355: 610-613.
74. Knoepfelmacher M, Jallad RS and Liberman B. Absence of effects of long-term
growth hormone replacement therapy on insulin sensitivity in adults with growth
hormone deficiency of childhood-onset (GHDA-CO). Growth hormone & IGF
research 2003, 13: 295-302.
75. Holt RIG, Simpson, HL and Sönksen PH. The role of the growth hormone-
insulin-like growth factor axis in glucose homeostasis. Diabetic Medicine 2003;
20: 3-15.
135
76. Fowelin J, Attvall S, Lager I and Bengtsson B-A. Effects of treatment with
recombinant human growth hormone on insulin sensitivity and glucose
metabolism in adults with growth hormone deficiency. Metabolism 1993; 42:
1443-1447.
77. Bulow B and Erfurth EM. A low individualized GH dose in young patients with
childhood onset GH deficiency normalized serum IGF-I without significant
deterioration in glucose tolerance. Clin Endocrinol 1999; 50: 45-55.
78. Hwu CM, Kwok CF, Lai TY, et al. Growth hormone (GH) replacement reduces
total body fat and normalizes insulin sensitivity in GH-deficient adults: a report
of one-year clinical experience. J Clin Endocrinol Metab 1997; 82: 3285-3292.
79. Jorgensen JO, Thuesen L, Muller J, Ovesen P, Skakkebaek NE and Christiansen
JS. Three years of growth hormone treatment in growth hormone-deficient
adults: near normalization of body composition and physical performance. Eur J
Endocrinol 1994; 130: 224-228.
80. Conceição FL, Boguszewski CL, Knoepfelmacher M and Vaisman M.
Deficiência de GH em adultos: resultados do estudo Multicêntrico Brasileiro.
Arq Bras Endocrinol Metab 2003; 47: 312-322.
81. Monson JP, Bengtsson BA, Abs R, Feldt-Rasmussen U and Wuster C. Can
growth hormone therapy cause diabetes? KIMS Strategic Committee. Lancet
2000; 355:1728-1729.
82. Yuen K, Ong K, Husbands S, et al. The effects of short-term administration of
two low doses versus the standard GH replacement dose on insulin sensitivity
and fasting glucose levels in young healthy adults. J Clin Endocrinol Metab
2002; 87: 1989-1995.
136
83. Micic D, Cvijovic G, Doknic M, Kendereski A and Popovic V. Effect of 12
months of recombinant human growth hormone replacement therapy on insulin
sensitivity in GH-deficient adults as determined by different methods. J Post
Grad Med 2002; 48: 260-265.
84. Jeffcoate W. Growth hormone therapy and its relationship to insulin resistance,
glucose intolerance and diabetes mellitus: a review of recent evidence. Drug
safety 2002; 25: 199-212.
137
Table 1: Body composition and glucose metabolism in GHD adults: baseline and
after 3, 6, 12 and 24 months of GH replacement (n=17)
Baseline 3m 6m 12m 24m P value
BMI (Kg/m2) 25.4 + 1.1 25.5 + 1.2 25.5 + 1.3 25.8 + 1.3 26.0 + 1.3 0.39
Waist (cm) 83 + 2 80 + 2 82 + 2 81 + 2 82 + 2 0.028
WHR 0.89 + 0.02 0.86 + 0.01 0.87 + 0.02 0.86 + 0.01 0.84 + 0.01 0.016
Visceral fat (cm2) 145 + 17 --- --- 102 + 14 103 + 20 0.009
Fasting Glucose (mg/dL)
80 + 2 89 + 3 80 + 3 81 + 2 83 + 2 0.18
2h-OGTT Glucose(mg/dL)
109 + 5 122 + 8 111 + 6 127 + 8 131 + 7 0.069
Fasting Insulin
(µµµµU/mL) 12 + 5 11 + 2 12 + 2 11 + 1 14 + 4 0.26
2h-OGTT Insulin
(µµµµU/mL) 52 + 12 91 + 27 87 + 22 108 + 24 100 + 29 0.005
HOMA-IR 2.4 + 1.0 2.7 + 0.7 2.6 + 0.5 2.4 + 0.4 2.8 + 0.7 0.26
ISI-composite 8.8 + 2.0 6.7 + 1.9 7.0 + 2.0 5.9 + 1.3 6.2 + 1.2 0.19
Values are expressed by mean + SEM. P- values are based on ANOVA for
repeated measurements (baseline vs 24 months). GHD- Growth hormone deficient;
BMI- body mass index; WHR- waist-to-hip-ratio.
138
Table 2: The effect of GH therapy in GH-deficient adults on the oral glucose
tolerance status by ADA criteria (1997)
Patients Baseline 3m 6m 12m 24m 1 NGT NGT NGT IGT NGT 2 NGT NGT NGT NGT NGT 3 NGT IGT NGT NGT IGT 4 IGT DM IGT IGT IGT 5 NGT NGT NGT NGT NGT 6 NGT NGT NGT NGT NGT 7 NGT NGT NGT NGT NGT 8* NGT NGT NGT NGT IGT 9 NGT NGT NGT IGT IGT 10 NGT NGT NGT NGT NGT 11 NGT NGT IGT IGT IGT 12 NGT NGT NGT NGT IGT 13* NGT NGT NGT IGT IGT 14 NGT NGT NGT IGT NGT 15 NGT NGT NGT NGT NGT 16 NGT IGT NGT NGT NGT 17 NGT NGT IGT NGT DM
NGT: Normal glucose tolerance; IGT: Impaired glucose
tolerance; DM: Diabetes mellitus; GH: Growth hormone
* Patients with family history of type 2 diabetes
139
Table 3: Number (n) of patients with IGT and DM during GH replacement
according to BMI stratification
BMI (Kg/m2) < 25 25 to 29,9 30 to 34,9 > 35
NGT 6 6 4 0
IGT 1 0 0 0
Baseline DM 0 0 0 0
NGT 6 5 2 1
IGT 1 1 0 0
3m DM 0 1 0 0
NGT 7 3 3 1
IGT 2 1 0 0
6m DM 0 0 0 0
NGT 5 3 2 1
IGT 3 2 1 0
12m DM 0 0 0 0
NGT 4 2 2 1
IGT 3 4 0 0
24m DM 1 0 0 0
NGT: Normal glucose tolerance; IGT: Impaired glucose tolerance; DM:
Diabetes mellitus; BMI- body mass index
140
Table 4: HOMA-IR and ISI- composite changes for the patients who had
impaired OGTT after 24 months of GH replacement
Patients Baseline 12m 24m OGTT HOMA ISI OGTT HOMA ISI OGTT HOMAa ISI b 3 NGT 1.1 7.2 NGT 1.6 10.7 IGT 1.4 8.9 4 IGT 0.4 13.6 IGT 2.8 2.5 IGT 1.5 4.5
8* NGT 3.0 2.2 NGT 4.6 1.4 IGT 7.5 0.8 9 NGT 1.7 1.4 IGT 2.9 2.3 IGT 2.9 2.6
11 NGT 1.8 3.0 IGT 1.7 4.2 IGT 3.4 3.2 12 NGT 0.3 13.7 NGT 1.0 8.4 IGT 1.0 5.7
13* NGT 0.7 13.6 IGT 0.4 14.1 IGT 0.9 9.4 17 NGT 1.8 5.4 NGT 1.7 1.9 DM 3.4 1.5
Mean +SEM
1.35 + 0.90
7.49 + 5.38
2.07 + 1.33
5.70 + 4.77
2.75 + 2.16
4.57 + 3.24
OGTT: Oral glucose tolerance test; NGT: Normal glucose tolerance; IGT:
Impaired glucose tolerance; DM: Diabetes mellitus. * Patients with family history of
type 2 diabetes. HOMA a : baseline vs. 24m, P =0.012; ISI b: baseline vs. 24m, P =
0.123.
141
Figure 1: Prevalence of abnormal glucose tolerance after GH replacement
47.1
35.3
17.617.6
5.9
0
10
20
30
40
50
Baseline 3m 6m 12m 24m
months
Ab
no
rma
l g
luc
os
e
tole
ran
ce
(%
)