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CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU MESTRE em ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL Instituto Superior Técnico Março de 2006

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CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU

MESTRE em

ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

Instituto Superior Técnico

Março de 2006

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2º CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

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Nota Prévia

Este documento foi elaborado por um grupo de trabalho constituído por professores do DEG, coordenado pelo Presidente do Departamento de Engenharia e Gestão (DEG), também coor-denador da Licenciatura em Engenharia e Gestão (LEGI) no ano lectivo 2005/2006, no âmbito da reorganização da formação superior em engenharia e gestão industrial associada à imple-mentação do Processo de Bolonha no Instituto Superior Técnico. Para a sua elaboração foram fundamentais os documentos elaborados pela Comissão Interdepartamental para a Implemen-tação da Declaração de Bolonha, nomeada pelo Conselho Directivo do IST, bem como em do-cumentos elaborados por outros departamentos do IST, especialmente o do Departamento de Engenharia Mecânica, com o mesmo objectivo geral.

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2º CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 4

2. OBJECTIVOS VISADOS PELO 2º CICLO DE ESTUDOS 7

2.1 Intervenção profissional dos mestres em engenharia e gestão 7

2.2 Competências dos alunos que ingressam no curso de engenharia

e gestão do IST 10

2.3 O curso de mestrado em Engenharia e Gestão Industrial face à missão e aos

objectivos institucionais do IST 11

2.4 Objectivos educacionais e de formação científico-tecnológica 12

3. FUNDAMENTAÇÃO DO NÚMERO DE CRÉDITOS 14

3.1 Número total de créditos e duração do 2º ciclo de estudos 14

3.2 Número de créditos de cada unidade curricular 15

4. ORGANIZAÇÃO DO 2º CICLO DE ESTUDOS E METODOLOGIAS DE ENSINO 18

4.1 Estrutura do curso. Princípios básicos 18

4.2 Metodologias de ensino. Aulas, horários e sistemas de avaliação 19

4.3 Formação horizontal 19

4.4 Formação por objectivos 20

4.5 Áreas de desenvolvimento curricular 20

4.6 Distribuição temporal das unidades curriculares do tronco comum por semestres 22

4.7 Distribuição temporal das unidades curriculares nas áreas de especialização 22

5. ORGANIZAÇÃO DOS DOIS CICLOS DE ESTUDOS EM FACE DE

AVALIAÇÕES EXTERNAS 25

ANEXO 1 - Organização da formação superior noutras escolas de engenharia 26

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1. INTRODUÇÃO A economia portuguesa tem de passar de um modelo de crescimento económico extensivo, as-sente na dotação de factores de produção com trabalho pouco qualificado e salários baixos, para um modelo de crescimento intensivo feito através do aumento da produtividade, recorren-do para tal ao avanço tecnológico, à inovação e à qualificação do factor trabalho.

O modelo do crescimento extensivo que foi impulsionado pelos fundos comunitários e pelo “bo-om” de consumo, na sequência das descidas das taxas de juro com a adesão ao Euro está es-gotado. O modelo de crescimento intensivo só é possível através de empresas de conhecimen-to intensivo, produtoras de bens e serviços transaccionáveis nos mercados internacionais.

Por outro lado, é preciso ter consciência de que a indústria na era da economia do conhecimen-to não é apenas a produção de produtos mas que, na moderna concepção de indústria, se in-cluem também os serviços a montante da produção - concepção, engenharia e desenvolvimen-to de novos produtos, - bem como os serviços a jusante da manufactura – manutenção, pós-venda, canais de ligação aos clientes, gestão integrada das marcas e produtos, serviços aos serviços. Ficar só na produção significa oferecer a um mercado em que há cada vez mais ex-cesso de oferta em relação à procura, um produto sujeito a uma concorrência crescente e que, por via disso, tenderá a ser uma “commodity “. Nos dias de hoje, o cliente reina (mercado do comprador e não mercado do produtor, como aconteceu no início da revolução industrial) e, por isso, o mais difícil não é produzir (com eficiência tecnológica), mas sim vender produtos que o consumidor valorize, o que implica ter uma lógica de marketing. Assim, hoje, uma empresa in-dustrial tem de ser mais do que uma fábrica.

Por outro lado, o sector terciário - bancos, seguros, distribuição - está cada vez mais a utilizar os mesmos instrumentos de competitividade da indústria – tecnologias da informação, automa-ção e robótica, e o mesmo está a acontecer no sector primário (vide sistemas de rega computo-rizados, etc.).

Assim sendo, o sector secundário está a terciarizar-se e o terciário a industrializar-se, havendo crescente convergência tecnológica entre os vários sectores da economia. Precisamos, pois, dos engenheiros em todos os sectores da economia, as nossas empresas vão necessitar de quadros que dominem a tecnologia, mas que também dominem os factores imateriais – marke-ting, capacidade de gestão e organização - factores esses que são indispensáveis, não apenas no sector terciário, mas também na indústria moderna, dada a crescente importância que aí es-tão a assumir os serviços ligados à produção. Com efeito, a tecnologia não permite, por si só, resolver os problemas colocados pelos factores competitivos. É igualmente necessário organi-zação, gestão e marketing, tendo que, na formação dos nossos engenheiros, haver maior equi-líbrio entre o conhecimento científico e tecnológico e o conhecimento humano, organizacional e de funcionamento económico dos mercados.

A economia portuguesa vive um período em que as persistentes baixas taxas de crescimento não podem já ser atribuídas exclusivamente a pessimismos conjunturais associados ao descon-trolo das finanças públicas. Assiste-se, de facto, ao esgotamento e falência de um modelo de crescimento baseado num investimento massivamente direccionado para os serviços (cujos ga-nhos de produtividade marginais têm vindo a decrescer) e em indústrias de baixa incorporação tecnológica, cujas vantagens competitivas baseadas em mão-de-obra barata têm vindo a sofrer uma rápida erosão por via do alargamento da UE e do desenvolvimento da China e Índia. O re-tomar de níveis sustentáveis de crescimento económico passa, necessariamente, por uma aposta no aproveitamento económico de novas tecnologias, seja este aproveitamento feito por empresas já existentes ou por novas empresas, e pela Administração. Neste âmbito, o enge-nheiro com formação em economia e gestão surge como o único elemento na sociedade capaz

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de reconhecer e valorizar as oportunidades económicas com origem no desenvolvimento de novas tecnologias, assumindo um papel chave para um novo modelo de crescimento económi-co.

Face a estas circunstâncias, a opção estratégica do IST quanto à formação em engenharia e gestão não pode ser encarada como uma reforma conjuntural de curto prazo, mas sim como uma mudança estrutural que integre o ensino da engenharia e gestão numa posição transver-sal, no quadro de uma reforma do ensino no IST, no seu conjunto. Isto significa que deve incluir todo um conjunto de tópicos e áreas científicas cujo enfoque seja centrado na relação entre tecnologia, economia e sociedade, envolvendo um conjunto alargado de metodologias e abor-dagens aplicáveis a problemas de decisão e análise ao nível da gestão empresarial e das políti-cas públicas, quer ao nível do ensino, quer ao nível da investigação. Esta multidisciplinaridade, sempre fundamentada numa forte componente tecnológica, deverá ser capaz de contribuir para formar engenheiros capazes de produzir bens e serviços valorizados pelo mercado, isto é, com utilidade social e com criação de valor para as empresas e para o país.

Esta visão estratégica, já traduzida na investigação desenvolvida e publicada quer ao nível do CEG-IST (Centro de Estudos de Gestão do IST), quer ao nível do Laboratório de Política Tec-nológica e Gestão da Tecnologia do IN+, deverá igualmente enformar o modelo pedagógico do ensino da Engenharia e Gestão, que deverá assim assentar nas seguintes vertentes de ensino:

• A Economia e a Gestão, como disciplinas autónomas mas complementares, em todas as formações de especialidade em Engenharia, entendendo-as como parte da formação de base de qualquer engenheiro – componente de ensino horizontal;

• A formação específica em Engenharia e Gestão, aos três níveis do ensino supe-rior – componente de ensino vertical;

• Os ‘interfaces’ entre as diferentes disciplinas da Engenharia/Tecnologia e a Eco-nomia/Gestão, nas componentes de ensino horizontal e vertical.

O actual curso de Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial do Instituto Superior Técnico (LEGI) foi criado pela Portaria nº 664/90, de 11 de Agosto de 1990, e surgiu com o objectivo de formar Engenheiros que tenham uma visão interdisciplinar (sistémica) dos problemas indus-triais, com adequados conhecimentos de Ciências Básicas, das Tecnologias Fundamentais e também de Economia, Gestão e Ciências Sociais. Com o lançamento deste curso, o IST contri-bui para a formação de quadros essenciais ao desenvolvimento do país. O actual curso tem uma duração de 10 semestres curriculares de trabalho e encontra-se acreditado pela Ordem dos Engenheiros e pela Fundação das Universidades Portuguesas. Em 2002/2003, iniciou-se o processo de transferência da licenciatura para o Tagus Park, que se concluirá em 2006/2007, ano lectivo a partir do qual todo o curso funcionará no Tagus Park. Este processo tem decorrido com normalidade e plena adesão dos alunos, aliás demonstrada pelo facto de todos os 35 ingressos no 1º ano do ano lectivo 2005/2006 corresponderem a primeira escolha. No próximo ano lectivo, o numero clausus crescerá para 45 ou 50, decisão ainda pendente no Conselho Científico. Se, a este número, acrescentarmos os alunos provenientes de transferências e de regimes especiais, em breve o curso passará a funcionar com duas turmas, no Tagus Park. Em paralelo, a parte do DEG no Tagus Park foi crescendo em número de docentes que, em conjun-to com a equipa de investigação do CEG-IST, já requer espaços adicionais aos que actualmen-te dispõe. Encontram-se assim estabelecidas as bases para a constituição de um grupo coeso de docentes ligados à formação, investigação e à prestação de serviços, nas suas áreas de ac-tividade.

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O modelo de organização da formação superior em Engenharia e Gestão do IST assenta no desenvolvimento de um conjunto muito diversificado de competências que permitem assegurar aos estudantes e profissionais de engenharia condições de integração profissional num leque relativamente vasto de saídas profissionais e em circunstâncias similares às que são proporcio-nadas pelas instituições de referência de ensino universitário do espaço Europeu.

De facto, os actuais licenciados e os futuros mestres em engenharia e gestão formados no IST têm grande facilidade em integrar-se no mercado de trabalho, uma vez que as entidades em-pregadoras continuam a procurar nesta formação superior as boas qualidades sistematicamen-te demonstradas ao longo dos tempos pelos seus profissionais. O mercado de trabalho é ex-tremamente diversificado merecendo destaque: gabinetes de projecto, empresas de telecomu-nicações, de distribuição, indústrias de processo e manufactura, empresas de consultoria, ban-cas e seguradoras, bem como laboratórios de investigação e de desenvolvimento industrial.

O actual Plano de Estudos desta licenciatura contempla três áreas de especialização, seleccio-nada no 3º ano lectivo do curso: Gestão Global, Gestão da Produção e Gestão de Empreendi-mentos. Seguindo a orientação das restantes licenciaturas do IST, o curso possui duração de cinco anos distribuídos por dez semestres, sendo a carga típica semestral de cinco disciplinas.

Durante os quatro anos iniciais, o aluno recebe para além de conhecimentos ministrados nas áreas das Ciências Básicas e Tecnologias Fundamentais, sólida formação nas áreas de Ges-tão, de Economia e de Ciências Sociais. Ao longo do último ano, realiza um projecto aplicado, dispondo simultaneamente de quatro cadeiras optativas, que podem ser escolhidas entre o le-que de disciplinas específicas da licenciatura, e/ou entre o vasto universo de obrigatórias e de opção existentes noutros cursos.

A criação da Secção Autónoma de Engenharia e Gestão (SAEG) em 1986, e depois do Depar-tamento de Engenharia e Gestão (DEG) em 2001, corresponderam à intenção de consolidação da área da Gestão no IST, mais tarde entendida pelo IST como o seu ‘terceiro pilar’ (em conjun-to com a ciência e a tecnologia), compreendendo os níveis de licenciatura (LEGI), mestrado (em Inovação Tecnológica e Gestão Industrial), e doutoramento (em Engenharia e Gestão Indus-trial). A diversidade de competências intrínsecas a um corpo docente próprio qualificado e cons-tituído quase integralmente por titulares do grau de doutor (20 doutores) vão conferindo ao actual Departamento de Engenharia e Gestão do IST a excelência indispensável a um ensino de elevada qualidade.

O enquadramento legal que regulamenta a implementação do Processo de Bolonha associado às exigências que são impostas para o acesso ao exercício da actividade profissional e à histó-ria, missão e prestígio nacional e internacional do Instituto Superior Técnico (IST), determinam que a formação superior ministrada pelo IST no domínio da engenharia e gestão seja organiza-da, à semelhança do que acontece na generalidade das instituições de referência do espaço Europeu, em 10 semestres curriculares de trabalho, segundo um modelo de dois ciclos de es-tudos, conducentes ao grau de mestre. O presente documento foi elaborado nos termos do arti-go 63º do Decreto-Lei de Graus Académicos e Diplomas do Ensino Superior e serve de suporte ao processo de registo da adequação dos dois ciclos de estudos junto da Direcção-Geral do Ensino Superior.

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2. OBJECTIVOS VISADOS PELO 2º CICLO DE ESTUDOS Para que se possa compreender a opção pelo modelo de formação baseado em dois ciclos de estudos conducentes ao grau de mestre em engenharia e gestão, é necessário contextualizar o exercício da profissão. Por outro lado, é necessário caracterizar as competências dos alunos do ensino secundário que são potenciais candidatos para, de seguida, se conseguir relacionar os objectivos educacionais e de formação científica e tecnológica do curso com a missão e os ob-jectivos institucionais do IST e de outras instituições de referência do espaço Europeu com as quais o IST se encontra ligado através de convenções sobre mobilidade e reconhecimento mú-tuo de graus académicos.

2.1 Intervenção profissional dos mestres em engenharia e gestão A intervenção profissional dos mestres em engenharia e gestão tem vindo, nos últimos anos, a sofrer uma evolução considerável na medida em que o ambiente industrial, tecnológico e de serviços está em permanente evolução, recomendando uma antecipação permanente das ne-cessidades do mercado1. A actual intervenção profissional dos mestres em engenharia e ges-tão;

• exige uma visão global dos problemas de engenharia, seja em termos de projectos e Processos Empresariais, seja em termos de gestão da produção, de operações e de lo-gística, seja em termos de gestão empresarial;

• contém componentes de conhecimento tecnológico de grande complexidade, que reque-rem níveis de formação mais elevados e com maior interdisciplinaridade;

• rege-se por constrangimentos de natureza económica, social, ética e ambiental, num mundo globalizado, no contexto da sociedade da informação;

• exige, mais que nunca, grande capacidade de expressão oral e escrita, em idiomas dife-rentes da sua língua materna.

Em termos gerais podem-se sistematizar os níveis de intervenção profissional dos mestres em engenharia e gestão através do esquema incluído na tabela 1. Identificam-se quatro níveis dis-tintos de intervenção profissional:

• O nível 1 requer conhecimentos básicos de carácter científico e tecnológico;

• O nível 2 requer a capacidade de trabalho em equipa multidisciplinar;

• O nível 3 requer atitudes de liderança e de aprendizagem ao longo da vida;

• O nível 4 requer atitudes de liderança e de pensamento autónomo e independente, de avaliação crítica de soluções alternativas e de capacidade de decisão.

1 A última revisão curricular do Curso de Licenciatura em Engenharia e Gestão do IST foi implementada no ano lectivo de 2003/2004.

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Tabela 1 – Intervenção profissional dos mestres em engenharia e gestão industrial

A intervenção profissional dos mestres em engenharia e gestão a níveis mais altos (mestrado em 2º ciclo) requer o domínio e a experiência dos níveis mais baixos (licenciatura ou ciências de engenharia, em 1º ciclo). As competências que se pretendem desenvolver no conjunto dos dois ciclos de estudos conducentes ao grau de mestre em engenharia e gestão do IST devem claramente ajustar-se aos níveis 3 e 4 de intervenção profissional e representam o ponto de en-contro de um conjunto muito diversificado de áreas do saber e do saber fazer.

Os mestres em engenharia e gestão formados pelo IST ajustam-se aos níveis 3 e 4 de inter-venção profissional e são formados, à semelhança do que acontece na generalidade das insti-tuições de referência de ensino universitário do espaço Europeu, através de ciclos de estudos com a duração conjunta de 10 semestres de trabalho (ver § 2.3).

Todos os níveis de intervenção profissional dos mestres em engenharia e gestão industrial exi-gem elevadas capacidades de expressão oral e escrita, por vezes em línguas diferentes, desig-nadamente em Inglês. Os mestres em engenharia e gestão devem ser capazes de comunicar as suas conclusões e os raciocínios a elas subjacentes, quer a especialistas, quer a não espe-cialistas, de forma clara e sem incorrecções ou ambiguidades.

De facto, segundo o Artigo 4º do DL 119/92, de 30 de Junho, o título de engenheiro só pode ser utilizado por titular de licenciatura (com 5 anos de duração) em curso de engenharia, inscrito na Ordem como membro efectivo, e que desempenha actividades de investigação, concepção, es-

Nível 4 – Concepção e inovação Saber aplicar os conhecimentos e a sua capacidade de compreensão e de resolução de problemas complexos, em situações novas e não familiares, em contextos alargados e multidisciplinares. Capacidade para integrar conhecimentos científicos, tecnológicos e de gestão, lidar com questões complexas, desenvolver solu-ções e emitir juízos em situações de informação limitada ou incompleta, incluindo reflexões sobre as implicações e responsabili-dades éticas e sociais que resultem ou condicionem essas soluções e esses juízos. Capacidade para mudar os princípios e inovar nos métodos, técnicas e formas de organização de execução.

Nível 3 – Auto-aprendizagem e desenvolvimento (pessoal e em equipa) Competências de aprendizagem que lhes permitam uma aprendizagem ao longo da vida, de um modo funda-mentalmente auto-orientado ou autónomo, com o objectivo de actualização contínua e de visão alargada sobre os diferentes domínios da engenharia e gestão industrial.

Nível 2 - Coordenação Capacidade de recolher, seleccionar, interpretar a informação relevante para avaliar solu-ções e para fundamentar os juízos que emitem e as decisões que tomam, incluindo a análi-se dos aspectos sociais, económicos, científicos e éticos relevantes.

Nível 1 - Execução Saber aplicar os conhecimentos e a capacidade de compreensão adquiridos, de forma a resolver problemas e a evidenciar uma abordagem profissional ao trabalho desenvolvido no âmbito da selecção de produtos, equipamentos, processos e sistemas (produtivos e organizacionais) sujeitos a condicionalis-mos tecnológicos, económicos, sociais e ambientais.

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tudo, projecto, fabrico, construção, produção, fiscalização e controlo de qualidade, incluindo a coordenação e gestão dessas actividades e outras com elas relacionadas.

A Ordem dos Engenheiros fixa ainda como deveres do engenheiro para com a comunidade:

• Possuir uma boa preparação, de modo a desempenhar com competência as suas fun-ções e contribuir para o progresso da engenharia e da gestão, e da sua melhor aplica-ção ao serviço do Homem.

• Defender o ambiente e os recursos naturais, e contribuir para o desenvolvimento susten-tável.

• Garantir a segurança do pessoal executante, dos utentes e do público em geral.

• Opor-se à utilização fraudulenta, ou contrária ao bem comum, do seu trabalho.

• Procurar as melhores soluções técnicas e organizacionais, ponderando a economia, im-pactes e qualidade da produção, dos programas, projectos realização de obras, e estru-turas de organizações que conceber, dirigir ou organizar.

Este conjunto de requisitos encontra particular articulação com a formação proposta para o mestre em engenharia e gestão industrial no IST pois, conforme foi discutido anteriormente, o IST aposta em formar mestres em engenharia e gestão com capacidade de concepção e de integração de conhecimentos, de lidar com questões e sistemas complexos, de desenvolver soluções e de emitir juízos em situações de informação limitada ou incompleta, incluindo refle-xões sobre as implicações e responsabilidades éticas e sociais, com respeito pelo ambiente e em benefício do desenvolvimento económico das organizações para as quais trabalha e, em última análise, do país.

Esta visão não pode ser desconexa da realidade das empresas nacionais, em particular na in-dústria e nos serviços, seja em PME, seja em grandes empresas, que requerem engenheiros com visão larga e capacidade para conceber estratégias de desenvolvimento tecnológico e or-ganizacional, com vista à sua modernização tecnológica, à mudança organizacional, e ao au-mento da produtividade e da eficiência dos processos produtivos. Estes objectivos requerem um formato de formação que se pode designar de ‘especialização na abrangência’, inerente à engenharia actual e ao mestre em engenharia e gestão, em particular.

As inserções profissionais dos mestres em Engenharia e Gestão Industrial são extremamente diversificadas. Em termos globais, estes mestres podem ocupar cargos estratégicos em PME industriais, designadamente ao nível da gestão geral, industrial, comercial e da gestão de pro-jectos, ou em grandes grupos económico e holdings com interesses directos, ou indirectos na área industrial; e, ainda, em empresas de consultoria, ou em empresas financeiras (bancos e sociedades de investimento). É igualmente possível a integração destes profissionais em De-partamentos do Estado que envolvam avaliações de projectos industriais, gestão e reestrutura-ção de operações, auditorias económicas e financeiras, avaliações de impacto e de inovação tecnológica e estratégia de investigação e desenvolvimento. Qualquer das actuais áreas de es-pecialização do curso é adequada às funções enumeradas, podendo o aluno ajustar individual-mente o seu currículo através de cadeiras optativas, mesmo que exteriores ao DEG.

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2.2 Competências dos alunos que ingressam no curso de engenharia e gestão do IST A reforma do ensino secundário entrou em vigor no ano lectivo 2004/2005 e encontra-se regu-lamentada no decreto-lei no. 74/2004, de 26 de Março. Em linhas gerais, a reforma do ensino secundário estabelece cursos científico-humanísticos, vocacionados para o prosseguimento de estudos de nível superior, cursos tecnológicos, orientados na dupla perspectiva da inserção no mercado de trabalho e do prosseguimento de estudos, cursos artísticos especializados, visando proporcionar formação de excelência nas diversas áreas artísticas e, consoante a área artística, vocacionados para o prosseguimento de estudos de nível superior ou orientados na dupla pers-pectiva da inserção no mercado de trabalho e do prosseguimento de estudos, e cursos profis-sionais vocacionados para a qualificação inicial dos alunos, permitindo o prosseguimento de estudos. Consagram-se ainda cursos científico-humanísticos, tecnológicos e artísticos especiali-zados de ensino recorrente, que visam proporcionar uma segunda oportunidade de formação que permita conciliar a frequência de estudos com uma actividade profissional.

O IST, no seguimento da entrada em vigor da reforma do ensino secundário, decidiu estabele-cer quais as provas de ingresso que serão exigidas para o acesso aos diferentes cursos no ano lectivo 2007/2008. Este procedimento acabou por determinar quais os exames nacionais que devem ser realizados no ensino secundário e quais os cursos do ensino secundário que deve-rão ser frequentados pelos alunos que são potenciais candidatos a frequentar cursos do IST.

Neste sentido, os alunos do ensino secundário que são potenciais candidatos a frequentar os dois ciclos de formação em Engenharia e Gestão Industrial do IST devem ser provenientes dos cursos científico-humanísticos de ciências e tecnologias. Estes cursos do ensino secundário possuem 3 anos de formação em Matemática A e 2 anos de formação específica em Física e Química que podem eventualmente ser complementados com um ano de formação opcional em Física (12º ano) ou Química (12º ano).

Os alunos destes cursos detêm igualmente 2 anos de formação específica em Geometria Des-critiva, ou Biologia e Geologia, ou Aplicações Informáticas, 1 ano de formação em Técnicas de Informação e Comunicação, 3 anos de formação em Língua Portuguesa e numa língua estran-geira (geralmente Inglês) e 2 anos de formação em Filosofia.

Em face do exposto e da vasta experiência acumulada ao longo dos últimos anos pode-se afir-mar que:

• O modelo de organização do ensino secundário é quase exclusivamente baseado na transmissão de conhecimentos e muito pouco baseado no desenvolvimento de compe-tências.

• Os alunos do ensino secundário possuem, em geral, pouca capacidade de expressão oral e escrita, pouca metodologia de trabalho e uma considerável falta de motivação para o estudo auto-orientado.

• Os alunos do ensino secundário vêm, em geral, mal preparados em Matemática e Físi-ca, e a reforma do ensino secundário tenderá a agravar os problemas de formação em Física na medida em que apenas são exigidos 2 anos de formação específica em Física e Química. A formação em Física correspondente ao 12º ano deixou de ser obrigatória.

• Os alunos do ensino secundário vêm, em geral, mal preparados no domínio das tecno-logias de informação e comunicação, apesar de serem muito expeditos na utilização da Internet e de tecnologias afins.

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2.3 O curso de mestrado em Engenharia e Gestão Industrial face à missão e aos objecti-vos institucionais do IST O IST tem como missão contribuir para o desenvolvimento da sociedade, promovendo um ensi-no superior de excelência e qualidade nas áreas de engenharia, ciência e tecnologia, e desen-volvendo as actividades de investigação e desenvolvimento essenciais para ministrar um ensino ao nível dos mais elevados padrões internacionais. Por isso, é com inteira justiça que o IST é hoje considerado, em Portugal e no estrangeiro, como uma grande escola de engenharia, ciên-cia e tecnologia, capaz de ombrear com as melhores escolas que há no mundo nas suas áreas de competência.

A história, a missão, o prestígio nacional e internacional do IST e o enquadramento legal resul-tante da concretização dos objectivos da Declaração de Bolonha determinam que a formação superior ministrada pelo IST nas diferentes áreas de engenharia deverá privilegiar a formação de mestres em engenharia de concepção, com uma duração de 10 semestres curriculares de trabalho2.

No caso concreto da Engenharia e Gestão Industrial, só no final de 10 semestres curriculares de trabalho correspondentes ao conjunto de dois ciclos de estudos conducentes ao grau de mestre é que se consegue assegurar, simultaneamente, uma formação sólida em ciências bási-cas e em ciências de engenharia, indispensáveis à formação em engenharia e gestão e, cumu-lativa e sequencialmente, garantir a capacidade para o exercício da profissão através da forma-ção em áreas de especialização.

A organização da formação de mestres em engenharia e gestão industrial, na sequência da li-cenciatura (em 1º ciclo) encontra-se ajustada às necessidades do mercado de trabalho e devrá ser reconhecida pela Ordem dos Engenheiros. As unidades curriculares que constituem o tron-co comum da formação de base estendem-se até ao 3º semestre curricular de trabalho3 do 1º ciclo, e da generalidade das unidades curriculares da especialidade, que caracterizam as dife-rentes áreas de especialização da engenharia e gestão industrial, e fazem parte integrante dos 3 semestres de trabalho do plano curricular do mestrado (2º ciclo).

Esta situação é análoga na generalidade das instituições de referência de ensino universitário do espaço Europeu que leccionam cursos de engenharia e gestão. De facto existe uma prática estável e consolidada ao nível destas instituições de perspectivarem a formação em engenharia e gestão para a obtenção do grau de mestre e de considerarem que a formação corresponden-te ao grau de mestre deverá apenas comprovar uma sólida formação em ciências básicas e em ciências de engenharia e gestão.

A adopção de uma estrutura de organização da formação de mestres em engenharia e gestão industrial semelhante à da generalidade das instituições de referência de ensino universitário do espaço Europeu tem em vista assegurar aos estudantes portugueses condições de mobilidade, formação e de integração profissional similares, em duração e conteúdo, às dos restantes esta-dos que integram aquele espaço.

Refira-se a este propósito o caso concreto do CLUSTER (Consortium Linking Universities of Science and Technology for Education and Research) ao qual o IST se encontra ligado como membro efectivo desde Julho de 2005. O CLUSTER integra um conjunto de universidades eu-ropeias de grande prestígio e visa promover a excelência no ensino graduado e pós-graduado e

2 O termo ‘engenharia de concepção’, que irá ser utilizado ao longo do documento, é afim da designação

Anglo-Saxónica ‘conceptual engineering’. 3 O último semestre do 2º ciclo de estudos em engenharia e gestão industrial está reservado em exclusivo

para a dissertação/projecto de mestrado.

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na investigação científica. Os membros do CLUSTER defendem a criação de um espaço de en-sino europeu, na linha da Declaração de Bolonha, e estão ligados através de uma convenção sobre reconhecimento mútuo de graus académicos. Este reconhecimento permite aos alunos de qualquer uma das escolas prosseguirem estudos noutra escola do consórcio.

2.4 Objectivos educacionais e de formação científico-tecnológica Em face do que foi exposto nas secções anteriores (§ 2.1 a § 2.3) estabeleceram-se os seguin-tes objectivos educacionais e de formação científico-tecnológica para os dois ciclos de estudos conducentes ao grau de mestre em engenharia e gestão industrial:

• Assegurar uma formação sólida em ciências básicas e em ciências de engenharia e da especialidade, procurando transmitir um conhecimento científico e tecnológico actualiza-do.

• Desenvolver competências para aplicar os conhecimentos e a capacidade de com-preensão adquiridos de forma a resolver problemas e a evidenciar uma abordagem profissional ao trabalho desenvolvido integrando conhecimentos científicos, tecnológicos e de gestão, e lidando com questões complexas, desenvolver soluções no âmbito da concepção de sistemas produtivos (produtos e serviços), e estruturas organizacionais, sujeitos a condicionalismos tecnológicos, económicos, sociais e ambientais.

• Desenvolver competências para recolher, seleccionar e interpretar a informação relevan-te para avaliar soluções e para fundamentar os juízos que emitem as soluções que pre-conizam e as decisões que tomam, incluindo na análise os aspectos sociais, científicos e éticos relevantes.

• Desenvolver competências de aprendizagem que facilitem o estudo ao longo da vida, de um modo fundamentalmente auto-orientado ou autónomo4. Os mestres em engenharia e gestão industrial devem procurar manter-se actualizados e possuir uma visão alargada sobre as diferentes áreas de especialização da engenharia e gestão.

• Desenvolver competências para aplicar os conhecimentos e a capacidade de com-preensão adquiridos na resolução de problemas em situações novas e não familiares, em contextos alargados e multidisciplinares.

• Desenvolver competências para integrar conhecimentos, lidar com questões complexas, desenvolver soluções ou emitir juízos em situações de informação limitada ou incomple-ta, incluindo reflexões sobre as implicações e responsabilidades éticas e sociais que re-sultem ou condicionem essas soluções e esses juízos.

• Desenvolver competências para mudar os princípios, os métodos, técnicas de execução e formas de organização.

• Desenvolver competências para uma intervenção profissional numa gama alargada de organizações industriais, serviços e investigação.

• Desenvolver competências de expressão oral e escrita que facilitem a comunicação de conclusões, e os raciocínios a elas subjacentes, quer a especialistas, quer a não espe-cialistas, de uma forma clara e rigorosa.

4 Competências a serem assimiladas no âmbito da transmissão de conhecimentos, avaliação e auto-

estudo de cada unidade curricular, sem prejuízo dos objectivos formativos específicos da unidade curri-cular.

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2º CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

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• Desenvolver competências para, de uma forma criativa, crítica, autónoma e interdiscipli-nar, conceber programas, projectos e sistemas de produção de produtos e de serviços.

• Desenvolver competências para incorporar as mais recentes inovações tecnológicas na intervenção profissional.

• Desenvolver competências de empreendedorismo que permitam criar empresas de base tecnológica.

• Desenvolver competências de interacção que permitam lidar com situações profissionais que envolvam sectores da sociedade com níveis culturais e educacionais muito diferen-ciados.

• Desenvolver competências de análise e síntese assim como hábitos de pensar de forma independente, examinando os conceitos de forma crítica.

• Desenvolver nos alunos uma atitude profissional, adulta e responsável como cidadãos informados que possuam uma sólida formação humana e ética.

• Desenvolver o gosto pela prática de actividades extra-curriculares que ajudem a com-plementar a formação académica e/ou que sejam relevantes para a sociedade.

• Incutir nos alunos a noção de que a engenharia e gestão é uma área do conhecimento extremamente vasta e interdisciplinar.

Este conjunto de objectivos educacionais e de formação científico-tecnológica ajusta-se aos ní-veis 3 e 4 de intervenção profissional dos mestres em engenharia e gestão (ver tabela 1) e exi-ge, à semelhança do que acontece na generalidade das instituições de referência de ensino universitário do espaço Europeu, a organização de dois ciclos de estudos com a duração con-junta de 10 semestres de trabalho.

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2º CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

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3. FUNDAMENTAÇÃO DO NÚMERO DE CRÉDITOS O número total de créditos, a duração total do ciclo de estudos e o número de créditos de cada unidade curricular do conjunto dos dois ciclos de estudos conducentes ao grau de mestre em Engenharia e Gestão tem por base a nova legislação decorrente do processo da Declaração de Bolonha.

A primeira parte desta secção foi elaborada com base no disposto no artigo 19º do Decreto-Lei de Graus Académicos e Diplomas do Ensino Superior, enquanto que a segunda parte introduz os parâmetros básicos que fundamentam o número de créditos ECTS que, com base no traba-lho estimado, é atribuído a cada unidade curricular do plano de estudos.

3.1 Número total de créditos e duração do 2º ciclo de estudos O IST decidiu organizar a formação superior em engenharia e gestão industrial num modelo de dois ciclos de estudos, conducentes ao grau de mestre, com um total de 300 créditos e uma duração total de 10 semestres curriculares de trabalho, pelas razões que se passam a expor:

• O exercício da actividade profissional de um licenciado actual em engenharia e gestão industrial encontra-se acreditada pela Ordem dos Engenheiros e exige um modelo de formação baseado em 10 semestres curriculares de trabalho.

• A organização da formação superior de mestres em engenharia e gestão industrial é compatível com uma formação em ciências básicas repartida pelo 1º e 2º ciclos de estu-dos. De facto a generalidade das instituições de referência de ensino universitário do espaço europeu organiza a formação em ciência básicas em fileiras científico-pedagógicas que se distribuem exclusivamente pelos 2º ou 3º anos de formação (1º ci-clo), prolongando a formação da especialidade e das áreas de especialização em enge-nharia e gestão para o 3º ano do 1º ciclo e para os dois anos do 2º ciclo de formação.

• A organização da formação superior de licenciados em engenharia e gestão industrial é compatível com a atribuição de um primeiro grau académico em ciências básicas de en-genharia (licenciatura) no final do 1º ciclo de estudos. No entanto, este primeiro grau não permite o reconhecimento pela Ordem dos Engenheiros. Esta impossibilidade de formar engenheiros em seis semestres lectivos resulta do facto das unidades curriculares que constituem o tronco comum da formação de base se estender necessariamente até ao 3º semestre curricular do 1º ciclo de formação e da generalidade das unidades curricula-res da especialidade, que caracterizam as diferentes áreas de especialização da enge-nharia e gestão, apenas fazerem parte integrante do plano curricular do 2º ciclo.

• Existe uma prática estável e consolidada nas principais instituições de referência da União Europeia (ver informação sobre o CLUSTER no § 2.3 e no Anexo 1) de perspecti-varem a formação de mestres em engenharia e gestão directamente para a obtenção do grau de mestre e de considerarem que o nível de formação correspondente ao grau de mestre (a atribuir após a realização de 180 créditos) deverá apenas comprovar uma só-lida formação em ciências básicas e em ciências de engenharia e gestão industrial que facilite a mobilidade dos alunos no espaço Europeu de ensino superior.

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2º CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

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3.2 Número de créditos de cada unidade curricular5 A legislação6,7 que regula a organização dos curricula resultantes da implementação do proces-so de Bolonha, impõe que esta organização deverá ter como base o número de horas de traba-lho do estudante (HT) medidas através de créditos (ECTS).

Assim, de acordo com o artigo 5º do DL 42/2005:

• O trabalho de um ano curricular, a tempo inteiro é fixado entre 1500 HT e 1680 HT e é cumprido num período de 36 a 40 semanas;

• O número de horas de trabalho do estudante (HT) a considerar inclui todas as formas de trabalho previstas, designadamente as horas de contacto e as horas dedicadas a está-gios, projectos, trabalhos no terreno, estudo e avaliação;

• O número de créditos correspondente ao trabalho de um ano curricular realizado a tem-po inteiro é de 60 ECTS.

Com base nestes parâmetros e adoptando para o curso de engenharia e gestão do IST um tra-balho correspondente a 1680 horas por ano curricular, poder-se-á considerar que,

1 ECTS <> 28 HT

Para além da relação entre o número de horas e o número de créditos, foram igualmente esta-belecidas opções em termos das cargas horárias. Assim, considerou-se como base de trabalho que as cargas horárias possam variar, ao longo dos anos curriculares, de forma a adaptar os modelos de ensino à maturidade dos alunos. Considerou-se um número máximo de horas de contacto em cada semestre entre 22 e 24 horas/semana, de acordo com a natureza da especia-lização, as disciplinas contidas em cada semestre e a importância relativa de disciplinas que incluam seminários.

Uma terceira vertente que foi considerada na organização do plano curricular é a que diz res-peito ao regime de funcionamento que se admitiu ser semestral, à semelhança da generalidade dos cursos de engenharia e gestão das universidades Europeias, com as quais o IST promove intercâmbio de alunos.

No regime semestral considera-se que cada semestre terá uma duração de 14 semanas lecti-vas e será seguido de um período de avaliação com uma duração de 5 semanas. Este regime corresponde ao que se encontra actualmente em vigor no IST, ao qual corresponde em termos gerais:

1º semestre – Período lectivo: 2ª quinzena de Setembro a terceira semana de Dezembro; ava-liações: Janeiro e 1ª semana de Fevereiro.

2º semestre – Período lectivo: 2ª quinzena de Fevereiro a 1ª semana de Junho, com interrup-ção de uma semana na Páscoa; avaliações: entre a 2ª semana de Junho e a 3ª semana de Julho.

5 Resposta ao nº 2 do artº 63º do Decreto-Lei referente a graus académicos e diplomas do ensino su-

perior. 6 Decreto-Lei n.º 42/2005, de 22 de Fevereiro de 2005 – Princípios reguladores de instrumentos para a

criação do espaço europeu de ensino superior. 7 Despacho n.º 10 543/2005 (2ª série) de 11 de Maio de 2005 – Normas técnicas para a apresentação

das estruturas curriculares e dos planos de estudos dos cursos superiores e sua publicação.

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Neste regime cada semestre corresponderá a 30 ECTS. Analogamente ao que sucede actual-mente no IST, prevê-se a possibilidade de existência de 4 a 6 unidades curriculares a funcionar simultaneamente em cada semestre, correspondendo a uma média de 4.5 a 6 ECTS por unida-de curricular, no caso de distribuição uniforme de créditos.

Contudo, a organização adoptada contemplou soluções em que coexistam unidades curricula-res com diferentes exigências em termos de volume de trabalho. Assim, como forma de facilitar a partilha de unidades curriculares por diferentes planos de estudo, e de acordo com as reco-mendações constantes do ECTS USERS’ GUIDE8, considerou-se a hipótese de modelação das unidades curriculares nas seguintes tipologias:

UC5 – 7.5 ECTS – 210 HT

UC4 – 6.0 ECTS – 168 HT

UC3 – 4.5 ECTS – 126 HT

UC2 – 3.0 ECTS – 84 HT

UC1 – 1.5 ECTS – 42 HT

Paralelamente com a adopção de uma métrica ECTS para cada unidade curricular, previu-se a forma como estas unidades curriculares se poderão associar para dar origem às organizações curriculares de cada semestre. Assim, consideraram-se as diferentes hipóteses que se encon-tram indicadas no quadro seguinte.

A organização dos planos curriculares dos dois ciclos de estudos conducentes ao grau de mes-tre em engenharia e gestão foi efectuada, tendo como base duas métricas independentes: car-ga horária presencial e número de créditos ECTS. A distribuição de carga horária presencial e de créditos ECTS respeitou os limites adoptados para cada uma destas grandezas para cada semestre lectivo. Embora se devam evitar adoptar regras rígidas de correspondência directa entre cargas horárias e créditos ECTS, na fase actual de preparação dos currículos, não exis-tindo ainda valores medidos para o número de horas de trabalho dispendido pelos alunos, será aconselhável definir algumas correspondências entre créditos ECTS e número de horas pre-senciais em unidades curriculares da mesma natureza.

Nestas condições, procurou-se, para alguns tipos de aulas e de unidades curriculares, tipificar a seguinte relação possível entre carga horária e créditos9.

Aula teórica Neste tipo de aula considera-se que são abordados temas numa perspectiva eminentemente teórica e de natureza formativa. As matérias tratadas necessitarão de aprofundamento, desen-volvimento e prática a ser realizado pelo aluno de forma autónoma. Para este tipo de aula pode-rá considerar-se que por cada hora de contacto será necessário o aluno investir duas horas de trabalho extra aula.

8 ECTS USERS’ GUIDE, Directorate-General for Education and Culture, EU, Brussels, 2005

http://europa.eu.int/comm/education/programmes/socrates/ects/guide_en.pdf. 9 Esta tipificação encontra fundamento nos cursos que são actualmente leccionados no IST. (Caracteri-

zação dos Planos Curriculares 2004/2005, GEP-IST, Agosto 2005).

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2º CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

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Horas de contacto semanais

Horas de con-tacto

Horas de trabalho extra aula

Horas de trabalho

ECTS

1 14 28 42 1.5

Aula de seminário Aula de natureza teórica mas com carácter mais informativo. As matérias tratadas não necessi-tarão de aprofundamento por parte do aluno mas apenas de integração com outros conheci-mentos já adquiridos. Para este tipo de aula será razoável considerar que por cada hora de contacto será necessário o aluno investir meia hora de trabalho extra aula.

Horas de contacto semanais

Horas de con-tacto

Horas de trabalho extra aula

Horas de trabalho

ECTS

1 14 7 21 0.75

Aula de problemas Aula onde são apresentadas aplicações de conceitos já tratados de um ponto de vista teórico. Estas aulas consistem essencialmente na apresentação de técnicas ou algoritmos para resolu-ção de problemas de natureza física, numérica, gráfica ou de programação. Neste caso consi-dera-se que por cada hora de contacto será necessário o aluno investir uma hora de trabalho extra aula.

Horas de contacto semanais

Horas de con-tacto

Horas de trabalho extra aula

Horas de trabalho

ECTS

1 14 14 28 1.0

Aula de laboratório Aulas onde através de experiência ou simulação se comprovam ou testam conceitos já desen-volvidos. Neste tipo de aulas é executada a componente de experimentação, em horas de tra-balho extra o aluno deverá preparar os trabalhos a executar e eventualmente completar os rela-tórios, caso não o faça no decorrer das sessões presenciais. Para este tipo de aula estima-se que por cada hora de contacto será necessário o aluno investir uma hora de trabalho extra aula.

Horas de contacto semanais

Horas de con-tacto

Horas de trabalho extra aula

Horas de trabalho

ECTS

1 14 14 28 1.0

Aula de projecto Aulas onde se apresentam conceitos e técnicas de resolução de problemas ligados a concep-ção e projecto. Estas aulas pressupõem que os alunos possam desenvolver autonomamente soluções próprias no âmbito da concepção e projecto. Para este tipo de aula estima-se que por cada hora de contacto será necessário o aluno investir duas horas de trabalho extra aula.

Horas de contacto semanais

Horas de con-tacto

Horas de trabalho extra aula

Horas de trabalho

ECTS

1 14 28 42 1.5

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2º CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

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4. ORGANIZAÇÃO DO 2º CICLO DE ESTUDOS E METODOLOGIAS DE ENSINO A estrutura curricular do 2º ciclo de estudos conducentes ao grau de mestre em engenharia e gestão reflecte uma mudança de atitude de todos os participantes no processo formativo peran-te a sociedade que decorre das mudanças culturais que se foram verificando ao longo dos últi-mos anos e da necessidade de antecipar algumas das tendências que se avizinham:

• A passagem de um ensino baseado na transmissão de conhecimentos para um ensino baseado no desenvolvimento de competências em que os alunos devem ser encoraja-dos a desenvolver uma atitude mais activa e com uma componente de auto-estudo mais acentuada. Esta mudança requer alterações profundas na forma de ensinar e organizar as unidades curriculares e de as alicerçar em de meios de estudo adequados.

• Embora assegurando uma forte componente científica, será necessário incrementar a comunicação, o trabalho em equipa, a criatividade e a experiência prática/laboratorial dos alunos.

• Os alunos devem ter mais flexibilidade e mobilidade para ajustar a sua formação, ante-cipando as necessidades do mercado onde pretendem integrar-se.

• Numa sociedade em constante mudança, onde os conhecimentos adquiridos hoje pode-rão ser obsoletos amanhã, os alunos devem ser estimulados a desenvolver competên-cias que lhes permitam efectuar uma aprendizagem ao longo da vida, de um modo fun-damentalmente auto-orientado ou autónomo, com o objectivo de manterem-se actuali-zados e de possuírem uma visão alargada mas integradora sobre os diferentes domínios da engenharia e gestão.

• A mudança tecnológica que decorre da globalização, do aumento do custo da energia e das matérias-primas, e das preocupações ambientais.

• A existência de meios informáticos (hardware e software) capazes de analisar e tratar problemas de engenharia e gestão com complexidade crescente.

Estes aspectos podem nem sempre ser directamente mensuráveis nos conteúdos das unidades curriculares na medida, em que em muitos casos, reflectem apenas diferentes maneiras de pensar, ensinar e aprender que devem ser incorporadas pelos alunos e, principalmente, pelos docentes e dirigentes académicos e científicos. A interdisciplinaridade da engenharia e gestão não se repercute facilmente num curriculum constituído por unidades curriculares historicamen-te estanques. Este objectivo só se consegue alcançar através de um esforço concertado em alargar os horizontes de aplicação das matérias leccionadas e introdução de trabalhos de índo-le tendencialmente interdisciplinar.

4.1 Estrutura dos cursos - Princípios básicos O curso de 2º ciclo é constituído por unidades curriculares de competências transversais (CT), ciências de engenharia (CE), disciplinas de especialidade (CES) e por uma dissertação de mes-trado (DM) com características integradoras e/ou de investigação. Os princípios básicos que estiveram na base da organização deste ciclo de estudos conducentes ao grau de mestre em engenharia e gestão foram os seguintes:

• O curso do 2º ciclo tem um regime semestral com um número médio de 6 unidades cur-riculares por semestre. O modelo de organização pedagógica é baseado num máximo de 23,5 horas de contacto por semestre.

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2º CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

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• Estes valores representam um máximo de 40% do total de horas de trabalho dedicadas a aulas10.

• O regime de 22,5 horas semanais é acompanhado por uma maior exigência de dedica-ção individual ao estudo e uma verdadeira avaliação contínua, exigindo mais trabalho fora das aulas por parte de alunos e docentes.

• O conjunto dos dois ciclos deve ser completado em 10 semestres, sendo o último pri-mordialmente dedicado à dissertação de mestrado.

• O tronco comum do curso é constituído por 33 unidades curriculares acrescidas de 7 unidades curriculares no 2º ciclo11, que se estendem ao longo de fileiras científico-pedagógicas até ao 3º semestre curricular do 2º ciclo.

• Para além do tronco comum, existem áreas de especialização em Gestão de Projectos e Processos Empresariais e Gestão de Operações e Logística.

• As áreas de especialização são constituídas por unidades curriculares específicas de natureza obrigatória e opcional, e por unidades curriculares opcionais. Sendo uma parte destas opções transversais à totalidade das áreas de especialização, permitindo reforçar a interdisciplinaridade.

4.2 Metodologias de ensino. Aulas, horários e sistemas de avaliação A organização das aulas deverá fomentar a participação dos alunos, reduzir a sua passividade e encorajar o estudo independente, tornado possível pela redução da carga horária. A realiza-ção de relatórios, exposições orais e exames orais é igualmente estimulada como forma de promover a capacidade de comunicação do futuro engenheiro.

O sistema de avaliação do curso é coordenado vertical e horizontalmente:

• com a elaboração de trabalhos interdisciplinares e com a elaboração de uma disserta-ção de mestrado de características integradoras (multidisciplinar) e/ou de investigação no último semestre do 2º ciclo.

4.3 Formação horizontal

• Profissionalismo e ética.

• Utilização intensiva de meios informáticos.

• Elaboração de projectos e trabalhos de carácter interdisciplinar, que promovam a trans-ferência de conceitos e metodologias não apenas entre unidades curriculares mas, se possível, entre as diferentes áreas do saber.

• Estímulo à realização de actividades extra curriculares que complementem a formação dos alunos (por exemplo, aprendizagem de línguas estrangeiras, frequência de cursos de valorização profissional, realização de estágios em empresas, apoio aos laboratórios, organização e participação em eventos de divulgação e promoção da engenharia e ges-tão junto das empresas e dos cidadãos, etc.)

10 Os valores apresentados são ainda menores no último ano do curso devido à dissertação de mestrado. 11 Este número inclui as unidades curriculares de soft skills e de competências transversais.

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4.4 Formação por objectivos A organização temporal do 2º ciclo de estudos conducentes ao grau de mestre em engenharia e gestão estruturam-se nas etapas seguintes, ao fim das quais se espera do aluno um conjunto bem definido de competências, conhecimentos e qualificações.

No final do tronco comum

• Capacidade de desempenhar actividades de investigação, concepção, estudo, projecto, fabrico, construção, produção, fiscalização e controlo de qualidade, incluindo a coorde-nação e gestão dessas actividades e outras com elas relacionadas.

• Recurso a fundamentos teóricos e conhecimentos básicos de natureza profissional.

• Experiência intermédia e limitada de projecto integrado, orientado em torno de uma apli-cação prática.

No final do 2º ciclo

• Formação em engenharia e gestão, complementada com uma formação específica numa área de especialização (‘Gestão de Projectos e Processos Empresariais’ ou ‘Ges-tão de Operações e Logística’) e com opções formativas transversais aos dois perfis.

• Síntese e conhecimentos adequados ao exercício da profissão.

• Dissertação de mestrado, com carácter integrador, reflectindo a formação especializada. 4.5 Áreas de desenvolvimento curricular O curso é constituído por unidades curriculares de competências transversais (CT), ciências básicas (CB), ciências de engenharia (CE), ciências da especialidade (CES) e por uma disser-tação de mestrado (DM) com características integradoras (Tabela 2).

Disciplinas Tipo Tronco comum - Licenciatura

Disciplinas do 1º cicloTronco Comum – Mestrado (2º ciclo)

Simulação de Processos e Operações CE

Complementos de Investigação Operacional CE

Impactes Ambientais CE

Gestão de Informação CES

Gestão de Projectos I CES

Gestão de Cadeias de Abastecimento CES

Marketing CES

Profissionalismo e Ética CT

Tabela 2 – Unidades curriculares do tronco comum no 2º ciclo de formação em Engenharia e Gestão Industrial

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Ciências de engenharia: Recorrendo às ciências de engenharia o aluno de engenharia e gestão industrial deve ser ca-paz de:

• Interpretar e resolver problemas simples das diferentes áreas de engenharia.

• Recorrer à informática para a resolução dos problemas de engenharia, aplicando os modelos matemáticos adequados, apreendidos nas unidades curriculares de ciências básicas.

• Compreender e resolver problemas simples de engenharia e gestão industrial, envol-vendo conhecimentos básicos fornecidos por unidades curriculares horizontais de for-mação abrangente.

Neste conjunto de ciências de engenharia estão representadas as áreas de electrotecnia, me-cânica, engenharia química, engenharia civil, tecnologias de conversão de energia, impactes ambientais e métodos quantitativos de gestão, que devem fornecer ao aluno de engenharia e gestão industrial uma aprendizagem horizontal das matérias, sobre as quais possam assentar, subsequentemente, o conhecimento específico das diferentes áreas de especialização em en-genharia e gestão.

Disciplinas de especialidade: Recorrendo às ciências da especialidade o aluno de engenharia e gestão deve ser capaz de:

• Interpretar e resolver problemas específicos das diferentes áreas de especialização de engenharia e gestão.

• Recorrer à informática para a resolução dos problemas de engenharia, aplicando os modelos matemáticos adequados.

• Saber analisar e interpretar os resultados obtidos com recurso à informática com o espí-rito crítico necessário ao engenheiro.

• Analisar e avaliar programas e projectos e estruturas organizacionais, conceber modelos de operações e logística e gerir estes sistemas, e recorrer a fundamentos teóricos e co-nhecimentos básicos de natureza profissional.

As ciências da especialidade devem conferir ao aluno de engenharia e gestão a confiança e o conhecimento necessários para tratar qualquer problema de engenharia e gestão, conceber e projectar novos produtos, serviços e estruturas organizacionais associados à sua profissão com uma atitude profissional e responsável.

Inclui-se, neste âmbito, no 1º ciclo, a formação em micro e macroeconomia, em contabilidade e o início da formação em gestão das operações, financeira e estratégica, e em investigação ope-racional. O tronco comum prolonga-se no 2º ciclo, em todas as áreas de especialização, em disciplinas complementares de Management Science, Gestão da Informação, Marketing, Ges-tão de Recursos Humanos e Comportamento Organizacional, e Impactes Ambientais.

Competências transversais: Recorrendo às competências transversais o aluno de engenharia e gestão deverá ser capaz de:

• Ter uma intervenção profissional e de liderança numa gama alargada de organizações industriais, de serviços e de investigação.

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• Comunicar as suas conclusões, e os raciocínios a elas subjacentes, quer a especialis-tas, quer a não especialistas, de forma clara e com rigor.

• Promover a inovação tecnológica e o empreendedorismo.

• Interagir em situações profissionais envolvendo agentes de cultura, educação e interes-ses diversificados.

• Ter uma atitude profissional, adulta e responsável como cidadão informado que possui uma sólida formação humana e ética.

• Complementar a sua formação com recurso a actividades extra-curriculares.

Estas competências vão sendo desenvolvidas ao longo do curso e são reforçadas através de unidades curriculares de competências transversais, designadamente expressão oral e escrita, inglês técnico, e profissionalismo e ética.

4.6 Distribuição temporal das unidades curriculares do tronco comum por semestres O tronco comum da formação do licenciado em engenharia e gestão industrial estende-se pelo 2º ciclo, e a generalidade das unidades curriculares da especialidade, que caracterizam as dife-rentes áreas de especialização da engenharia e gestão industrial, fazem parte integrante do plano curricular do 2º ciclo.

4.7 Distribuição temporal das unidades curriculares nas áreas de especialização As áreas de especialização são constituídos por unidades curriculares específicas de natureza obrigatória e opcional e por unidades curriculares opcionais, algumas das quais são transver-sais à totalidade das áreas de especialização (Tabelas 3 e 4).

2º Ciclo - Mestrado em Engenharia e Gestão IndustrialÁrea de Especialização: Gestão de Projectos e Processos EmpresariaisAno/ Disciplina T P L S Total ECTS Tipo de

disciplinaDepartamento

1º ano1º SemestreGestão de Projectos I 3,0 1,5 4,5 6,0 CES DEG/DECSimulação de Processos e Operações 2,0 1,0 0,5 3,5 4,5 CES DEGComplementos de Investigação Operacional 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEGGlobalização Económica e Comércio Internacional 3,0 3,0 4,5 CES DEGEmpreendedorismo 3,0 3,0 4,5 CES DEGOpção de Especialidade I (6,0 ECTS) 3,0 1,5 4,5 6,0 CES IST

22,0 30,0

2º SemestreTelecomunicações e Redes de Computadores 3,0 1,5 4,5 6,0 CES DEECAnálise e Gestão de Risco 3,0 1,0 0,5 4,5 6,0 CES DEGImpactes Ambientais 2,0 1,5 3,5 4,5 CE DECAnálise de Dados e Estudos de Mercado 2,0 1,0 0,5 3,5 4,5 CES DEGGestão de Informação 2,0 1,0 0,5 3,5 4,5 CE DEGProcessos Gerais de Construção 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEC

23,0 30,0

2º ano1º SemestreDissertação/Projecto 12,0 DM DEGGestão de Cadeias de Abastecimento 3,0 2,0 5,0 6,0 CES DEGMarketing 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEGOpção de Especialidade II (4,5 ECTS) 2,0 1,5 3,5 4,5 CES ISTProfissionalismo e Ética 1,0 1,5 2,5 3,0 CT IST

14,5 30,0

2º SemestreDissertação/Projecto 30,0 DM DEG

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2º CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

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Opção de Especialidade I (6 ECTS) Gestão Pública 3,0 1,5 4,5 6,0 CES DEGPoliticas de Preços 3,0 1,5 4,5 6,0 CES DEGAnálise Custo-Benefício 3,0 1,5 4,5 6,0 CES DEGFormação e Gestão de Contratos 3,0 1,5 4,5 6,0 CES DEGSistemas electrónicos 3,0 1,5 4,5 6,0 CES DEECProdução e Consumo de Energia Eléctrica 3,0 1,5 4,5 6,0 CES DEECNanotecnologias 3,0 1,5 4,5 6,0 CES DEQBCombinação de duas disciplinas (3+3 ECTS)Ergonomia 2,0 2,0 3,0 CES DEGBiotecnologias 2,0 2,0 3,0 CES DEQB/DEECSeminários de Desenvolvimento Sustentável 4,0 4,0 3,0 CES ISTSeminários de Inovação 4,0 4,0 3,0 CES ISTSeminários de Tecnologias 4,0 4,0 3,0 CES IST

Opções de Especialidade II (4,5 ECTS)Gestão de Projectos II 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEG/DECRecursos Mineiros 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEGMPolítica de Regulação e Concorrência 3,0 3,0 4,5 CES DEGEconomia da Saúde 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEGEconomia e Gestão da Actividade Turistica 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEGEconomia do Imobiliário 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEG Nota: As componentes da Unidade Curricular ‘Dissertação/Projecto’, no 1º Semestre do 2º Ano, ambas com 6 ECTS, correspondem a formação propedêutica essencial para a ‘Dissertação/Projecto’ na área de especialização sendo, respectivamente, ‘Avaliação de Desempenho e Controlo de Gestão’ e ‘Gestão de Recursos Humanos e Comporta-mento Organizacional’.

Tabela 3 – Unidades curriculares (UC) da área de especialização de Gestão de Projectos e Processos Empresariais.

2º Ciclo - Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial - Área de Especialização: Gestão de Operações e Logística

Ano/ Disciplina T P L S Total ECTS Tipo de disciplina

Departamento

1º ano1º SemestreGestão de Cadeias de Abastecimento 3,0 2,0 5,0 6,0 CES DEGGestão de Projectos I 3,0 1,5 4,5 6,0 CES DEG/DECSimulação de Processos e Operações 2,0 1,0 0,5 3,5 4,5 CES DEGIntrodução ao Projecto Mecânico 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEMMarketing 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEGComplementos de Investigação Operacional 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEG

23,5 30,0

2º SemestrePlaneamento e Controlo de Operações 3,0 1,0 0,5 4,5 6,0 CES DEMTecnologia Mecânica 3,0 1,0 0,5 4,5 6,0 CES DEMImpactes Ambientais 2,0 1,5 3,5 4,5 CE DECTecnologia Química 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEQBGestão da Informação 2,0 1,0 0,5 3,5 4,5 CE DEG/DEIControlo e Automação Industrial 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEM

23,0 30,0

2º ano1º SemestreDissertação/Projecto 12,0 DM DEGSíntese de Processos Químicos 3,0 1,5 4,5 6,0 CES DEQBDispositivos e Redes de Sistemas Logísticos 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEI/DEECOpção de Especialidade (4,5 ECTS) 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEGProfissionalismo e Ética 1,0 1,5 2,5 3,0 CT IST

14,0 30,0

2º SemestreDissertação/Projecto 30,0 DM DEG

Créditos (conjunto dos dois ciclos)CB - Ciências Básicas 72,0 24,0%CE - Ciências de Engenharia 63,0 21,0%CES - Disciplinas de Especialidade 114,0 38,0%CT - Competências Transversais 9,0 3,0%DM - Dissertação/Projecto de Mestrado 42,0 14,0%

300,0 100,0%

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2º CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

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Opções de Especialidade (4,5 ECTS)Dinâmica de Sistemas 2,0 1,0 0,5 3,5 4,5 CES DEGEmpreendedorismo 3,0 3,0 4,5 CES DEGInstrumentação 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEECGlobalização Económica e Comércio Internacional 3,0 3,0 4,5 CES DEGPolítica de Regulação e Concorrência 3,0 3,0 4,5 CES DEGGestão de Projectos II 2,0 1,5 3,5 4,5 CES DEG/DEC

Nota: As componentes da Unidade Curricular ‘Dissertação/Projecto’, no 1º Semestre do 2º Ano, ambas com 6 ECTS, correspondem a formação propedêutica essencial para a ‘Dissertação/Projecto’ na área de especialização sendo, respectivamente, ‘Logística e Distribuição’ e ‘Gestão de Recursos Humanos e Comportamento Organizacional’.

Tabela 4 – Unidades curriculares (UC) da área de especialização de Gestão de Operações e Logística.

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2º CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

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5. ORGANIZAÇÃO DOS DOIS CICLOS DE ESTUDOS EM FACE DE AVALIAÇÕES EXTERNAS O actual curso de Engenharia e Gestão Industrial do IST encontra-se acreditado pela Ordem dos Engenheiros e pela Fundação das Universidades Portuguesas.

O programa de ‘Melhoria da Qualidade do Ensino’ que tem vindo a ser implementado no IST inclui, naturalmente, o curso de Engenharia e Gestão Industrial.

Os pareceres das Comissões, quer de Avaliação Externa, quer de Acreditação (2003), embora elogiosos, contêm algumas observações e recomendações que importa ter em conta, e que se tem procurado vir a superar ao longo do tempo. No presente processo de reestruturação do en-sino de Engenharia e Gestão, pretendeu ter-se em conta as seguintes recomendações pedagó-gicas e programáticas:

a) Maior participação dos alunos no processo de aprendizagem e diminuição da carga ho-rária semanal de contacto formal.

b) Aumento das competências transversais dos alunos, tendo este assunto sido objecto de uma particular atenção na organização do ciclo de estudos. De facto, introduzem-se uni-dades curriculares de expressão oral e escrita, de profissionalismo e ética, e de inglês técnico.

c) Reforço das componentes relativas ao ambiente, ao empreendedorismo e à inovação, com unidades curriculares de formação em inovação, desenvolvimento sustentável e empreendedorismo.

d) Reforço da avaliação contínua em detrimento da avaliação final típica do ensino basea-do na transmissão de conhecimentos e a elaboração de projectos e trabalhos de carác-ter interdisciplinar, que promovam a transferência de conceitos e metodologias não ape-nas entre unidades curriculares mas, se possível, entre as diferentes áreas do saber, quanto à melhoria das metodologias de ensino.

e) Maior uso de meios pedagógicos de ensino assistido por computador.

f) Organização dos ciclos de estudos de forma a permitir estimular a realização de activi-dades extra-curriculares que complementem a formação dos alunos através, por exem-plo, da realização de cursos de valorização profissional e de estágios em empresas.

g) Fomento de visitas de estudo à indústria e a empresas, e estágios curriculares e de in-ternacionalização, seja ao longo do curso, seja no âmbito do projecto final ou disserta-ção (no 2º ciclo). O programa SOCRATES e a ESTIEM têm contribuído significativamen-te para a internacionalização, esperando-se que a rede CLUSTER a venha a reforçar.

Finalmente, interessa salientar que os assuntos referidos anteriormente foram incorporados nos planos de estudos dos cursos de 1º e de 2º ciclos em engenharia e gestão industrial. De facto, o actual momento de mudança no ensino superior foi aproveitado para reorganizar e melhorar os objectivos e os programas das unidades curriculares das diferentes áreas de conhecimento, de modo a reforçar a aquisição de competências noutros assuntos que, em-bora reconhecidos como importantes, ainda não eram devidamente considerados.

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ANEXO 1 - Organização da formação superior nas escolas de engenharia (Análise comparativa entre os cursos de referência com objectivos similares))

A nível internacional, a formação superior em Engenharia e Gestão é diversificada tendo, em algumas escolas, uma dominância de ciências sociais, enquanto noutras se centra em conhe-cimentos de ciências de engenharia. Nesta última vertente, pode existir uma maior ou menor componente em métodos quantitativos de gestão, isto é, a aplicação da engenharia à gestão.

A nível de duração da formação, nos Estados Unidos encontra-se uma oferta com duração de 4 anos (ABET acreditation, www.abet.org), seguidos de cursos de pós-graduação (Mestrado ou doutoramento). No actual contexto europeu de implementação da Declaração de Bolonha, a principal tendência é para uma oferta em dois ciclos – 1º ciclo de três anos seguido de um 2º ciclo de dois anos correspondendo, respectivamente, a um grau de bacharelato e a um grau de Mestre em Engenharia. Na tabela 6 apresentam-se algumas das ofertas identificadas como mais significativas no âmbito do CLUSTER e na tabela 7 apresentam-se outros cursos de refe-rência a nível internacional.

Universidade Organização da formação superior em engenharia e gestão

KTH Stockholm MSc. em Industrial Engineering and Management (4 anos).

INP - Grenoble Curso em Génie Industriel, organizado em dois ciclos, num total de 5 anos.

Eindhoven University Curso de Bacharelato em Industrial Engineering and Management Science e Master in Operations Management and Logistics. Dois ciclos, num total de cinco anos.

Karlsruhe Universität Fridericiana

Curso em Industrial Engineering em 9 semestres seguido de dissertação final.

TU Darmstadt Curso em Industrial Engineering em 5 anos.

UC Louvain Curso em Ingénieur de gestion, organizado em dois ciclos num total de cinco anos.

Katholieke University Leuven

Curso de Bacharelato em Business Engineering num total de 4 anos e Mas-ter in Industrial Engineering (1 ano)

Politécnico di Torino Curso em Industrial Engineering organizado em dois ciclos, num total de 5 anos.

Universidade Politécni-ca da Catalunha, UPC

Curso em Industrial Engineering organizado em dois ciclos, num total de 5 anos.

Helsinki University of Technology (TKK)

Curso em Industrial Engineering and Management organizado em dois ciclos, num total de 5 anos.

Tabela 6 – Organização da formação superior em engenharia e gestão noutras

escolas de engenharia do CLUSTER.

A tabela 6 apresenta um quadro resumo que foi elaborado com base na consulta das páginas Internet das diferentes Universidades do CLUSTER, no domínio da engenharia e gestão indus-trial. A informação disponível ainda não traduz as reformas em curso decorrentes da implemen-

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2º CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

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tação da Declaração de Bolonha. A organização e estrutura curricular dos cursos de engenharia e gestão das universidades que pertencem ao CLUSTER pode ser consultada através de apon-tadores existentes na página internet www.cluster.org.

Universidade Organização da formação superior em engenharia e gestão

Linköping Institute of Technology Curso em Industrial Engineering em 5 anos, incluindo dissertação final.

University of Tronheim Curso em Industrial Economics ans Technology Management organizado em cinco anos sendo o 5º ano dedicado a um projecto final e uma dissertação, e uma disciplina de economia industrial e teoria dos jogos.

Lappeenranta Univer-sity of Technology

Curso em Industrial Engineering and Management em cinco anos, sendo o 5º ano inteiramente dedicado ao projecto final.

Stanford University

Department of Industrial Engineering and Engi-neering Management

BSc em Management Science and Engineering com a duração de 4 anos

Master of Science in Management Science and Engineering com a duração de 1 ano

Purdue University

School of Engineering

BSc in Industrial Engineering com a duração de 4 anos

Master (com ou sem dissertação) com a duração de 1 ano

University of California - Berkeley

Department .of Indus-trial Enginering & Op-erations Reseach

BSc in Industrial Engineering and Operations Research com a duração de 4 anos

Master of Science com a duração de 1 ano

Georgia Technological Institute

School of Industrial & Systems Engineering

BSc in Industrial Engineering com a duração de 4 anos

MSc in Industrial Engineering ou MSc in International Logistics ou MSc in Operations Research (todos com a duração de 1 ano)

Carnegie Mellon Uni-versity

Engineering & Public Policy Department

BSc in Engineering & Public Policy com a duração de 4 anos

MSC in Engineering & Public Policy com a duração de 1 ano

University of Pittsburg

Department of Industrial Engineering

BSc in Industrial Engineering com a duração de 4 anos

MSc in Industrial Engineering com a duração de 1 ano

Tabela 7 – Organização da formação superior em engenharia e gestão noutras

escolas de engenharia de referência.