mestrado integrado de engenharia civil … · elementos externos do lado da organização e...
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Instituto Superior Técnico / MEC – MPOT - MUOT – GMU – Aulas teóricas
MESTRADO INTEGRADO DE ENGENHARIA CIVIL
MESTRADO EM URBANISMO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
MESTRADO EM PLANEAMENTO E OPERAÇÃO DE TRANSPORTES
LICENCIATURA EM ENGENHARIA DO TERRITÓRIO
Disciplina: Gestão da Mobilidade Urbana
Prof. Responsável: Rosário Macário
Aulas Teóricas
Sessão 10:
Instituições: Os Agentes, o Desenho institucional
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Os agentes da Mobilidade
Os agentes da Mobilidade podem ser organizados em vários
campos:
Do lado da procura (activa, passiva, e no enquadramento)
Do lado da oferta (infra-estruturas, serviços, tecnologias)
Elementos externos
Do lado da organização e regulação
Os agentes do lado da organização e regulação têm dupla missão
Representar os interesses do Estado e da colectividade
Organizar o sistema de modo a que as relações entre os vários
agentes sejam justas e promotoras da eficiência e estabilidade do
sistema
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Agentes do lado da procura
Do lado da procura “activa”:
Pessoas (individualmente ou em grupo) que pretendem deslocar-se a determinados locais
Expedidores de Mercadorias
Do lado da procura “passiva”
Entidades que desejam receber as pessoas que se deslocam
Clientes das mercadorias
No enquadramento (criam estímulos e definem os campos de escolha)
Os agentes que definem os usos de solo e as actividades
Os agentes da oferta
Os agentes da organização e regulação
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Agentes do lado da oferta
Infra-estruturas
Operadores / Gestores de Redes Lineares
Operadores / Gestores de Terminais (incl. Estacionamento)
Serviços
Operadores de Transportes
Gestores de Tráfego
Instituições de Fiscalização e Policiamento
Serviços de Abastecimento e Manutenção de veículos e viajantes
Fornecedores de Informação aos utilizadores e aos fornecedores de outros serviços
Banca e instituições de Financiamento
Tecnologias
Projectistas e Construtores de infra-estruturas
Construtores e distribuidores de veículos, acessórios e consumíveis
Fornecedores de tecnologias de informação e comunicação
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Elementos Externos
Consideram-se neste grupo os afectados negativamente pelos transportes (os afectados positivamente transformam-se em agentes por forma a maximizar os seus ganhos)
Directamente Afectados (interesses próprios)
Associações de Clientes
Vítimas de acidentes
Afectados por ruídos e fumos
Comunidades separadas por infra-estruturas lineares
Indirectamente Afectados (interesses morais)
Grupos de pressão
Em defesa do ambiente
Em defesa da segurança
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Os conflitos de interesses
A multiplicidade de interesses perceptível pela listagem dos agentes
envolvidos permite facilmente ter ideia dos conflitos de interesses
latentes
Satisfação plena (ou até estímulo) da procura vs. Moderação da
procura
Velocidade vs. Segurança
Melhor Desempenho vs. Custos mais baixos nos serviços
Utilizador-pagador ou transporte para todos ?
Defesa Ambiental vs. Acesso (quase) universal á posse dum automóvel
Operadores TC públicos (integração mais fácil) vs. privados (maior
eficiência)
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Agentes do lado da organização e regulação
Instituições de planeamento
Das redes de transportes
Urbanístico
Autoridades no domínio fiscal
Sobre veículos, acessórios e consumíveis
Sobre serviços de transportes
Autoridades no domínio técnico / segurança
Normas para construção de infra-estruturas
Normas para homologação de veículos
Regras para acreditação de condutores
Regras de condução
Autoridades de organização e regulação dos mercados de serviços
Acesso à profissão
Acesso ao mercado
Tarifário dos serviços
Remuneração dos operadores
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Tensões no exercício da autoridade
(exemplos)
Repartição de competências entre níveis (europeu), nacional,
regional e local
Formas de interacção entre autoridades urbanísticas e de
transportes
Graus de autonomia de fornecedores de serviços (oferta planeada
por autoridades, iniciativa dos operadores, regime misto)
Fiscalidade indexada à posse, ao direito de uso ou ao uso efectivo
Níveis de subsidiação de serviços de transporte, alvos e fontes
desses subsídios
Mecanismos de promoção da segurança e da eficiência nas várias
componentes da oferta
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O desenho institucional
O desenho institucional corresponde a
Definição de organismos (na Administração Pública, mistos ou associativos)
Afectação de parcelas de poder (missões) a cada um desses organismos
Afectação de meios aos organismos para o exercício dessas missões
Definição de regras de relacionamento entre organismos nos domínios com implicações recíprocas
Inevitavelmente, cada organismo irá comportar-se
Em defesa do bom cumprimento das missões que lhe estão confiadas
Em reforço da afirmação do seu poder
O bom desenho institucional é essencial para permitir o funcionamento estável e eficiente do sistema
Ainda que a especificação do desenho institucional reflicta o poder relativo dos vários poderes em presença, a avaliação da sua estabilidade e dos enviesamentos previsíveis pode ser feita com base na Teoria dos jogos
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Agentes, Desenho Institucional
e Gestão da Mobilidade Urbana
O Desenho Institucional é matéria de interesse sobretudo no domínio da Política dos Transportes
Mas a sua análise e compreensão podem ser determinantes para a identificação das tensões mal resolvidas ao nível da Mobilidade Urbana e sua gestão
Da mesma forma em qualquer problema da Mobilidade Urbana, é necessário
identificar os agentes mais relevantes
compreender os seus interesses e o seu poder efectivo de influenciar os decisores institucionais
Explorar formas alternativas de satisfazer os interesses legítimos de cada grupo de agentes penalizando menos os interesses igualmente legítimos de outros
Frequentemente a solução passará por mudanças na organização e/ou tecnologia de suporte
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INFLUENCIAR (GERIR)
A MOBILIDADE
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A Escolha Modal
Condicionantes da Escolha Modal
TI
Disponibilidade de Viatura
Viagem condicionada por outros (necessidade de levar /cbuscar
familiares, pessoas de mobilidade reduzida, …)
...
TC
Proximidade de paragens na Origem e Destino
Oferta compatível com a deslocação (em frequência, em período do dia -
ida vs. regresso, em qualidade, ...)
....
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Influenciar (Gerir) a Mobilidade
Influenciar ...
a quantidade de mobilidade
a escolha de modo
o destino da viagem, e
o tempo de viagem / horário de realização
Instrumentos ...
oferta (infra-estrutura, serviços, tarifas, regulamentares)
uso do solo
regulamentação das actividades
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Instrumentos (do lado da Oferta) (1)
Infra-estrutura:
criação de boas condições de P&R, K&R, interfaces com o TCR
criação de ciclo-vias
estabelecimento de percursos pedonais
parques periféricos
parques de distribuição logística na periferia apoiado numa rede de
distribuição fina (e mais leve) => menor nº de pesados
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Instrumentos (do lado da Oferta) (2)
Serviços:
através da oferta de serviços complementares da viagem nas
estações e interfaces do TC:
básicos: multibanco, restauração rápida, tabaco e jornais
atractores de 1º nível: comércio essencial e de curta permanência como
reparações rápidas – chaves, sapatos, etc., padaria e artigos
alimentares de grande consumo
atractores de 2º nível: Loja âncora: loja do Cidadão, FNAC, Escola de
Línguas, Ginásios, Infantários, etc.
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Instrumentos (do lado da Oferta) (3)
Serviços:
de informação ao público:
estratégica (criar condições de confiança na disponibilidade,
previsibilidade e qualidade de serviço)
táctica (facilitar o planeamento da deslocação, escolha do melhor
percurso – transbordo e tarifário)
operacional (gerir a deslocação em tempo real – na espera; a bordo; no
transbordo; após chegada)
na espera e no transbordo, sistemas de informação ao público com
“informação” necessária mas não supérflua (destino, horários de
passagem, tipo de serviço; a bordo (próxima paragem; conexões com
outras linhas); após chegada (mapa de localização, pontos notáveis,
etc.).
sistemas de aviso de passagem (bips, pagers, buscall, internet, etc.)
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Instrumentos (do lado da Oferta) (4)
Tarifários:
TC
integração tarifária como elemento promotor da mobilidade: adaptação
da oferta tarifária a cadeias de viagem multietapas e multi-modos
como gestor da mobilidade: custos de transporte diferenciados em
função da hora de entrada no sistema de transportes
Estimular diversificação de serviços para satisfazer maior número de
segmentos de mercado
Caminhar para uma subsidiação directa (no entanto, subsidiação só
dos serviços básicos; no restante aplicar preços comerciais)
Novos títulos para novos segmentos de procura (bilhetes familiares,
bilhetes para grupos, etc.)
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Instrumentos (do lado da Oferta) (5)
Tarifários:
TI
Não reprimir o uso, mas sim o abuso
Tarificação do estacionamento
Portagens (em infra-estruturas chave – pontes, autoestradas, etc.);
Portagens Urbanas => Problemas de controlo e tarificação –
confidencialidade
Preços em função do nível de saturação e em função no nível de
utilização (poucas utilizações mensais, custo mais baixo; muitas
utilizações – custo mais alto – uso vs. abuso)
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Instrumentos (do lado da Oferta) (6)
Regulamentares:
Pistas destinadas a TI com maior número de ocupantes
Promoção do Car pooling
Promoção do uso do TC (corredores, semaforização actuada, etc.)
Gestão da Mobilidade / Mobility centers
Criação de uma autoridade metropolitana de transportes
Não penalizar o uso da bicicleta (p.e., levar a bicicleta dentro do
comboio)
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Instrumentos (de Uso do Solo)
Instrumentos de Uso de Solo:
Limitar a dispersão da Cidade
Redistribuição territorial de actividades
Correcção de assimetrias (rendas)
Planos de Urbanização mais exigentes
Índices de construção e de estacionamento
Só licenciar grandes geradores em locais de grande acessibilidade TC
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Instrumentos (Reg. de Actividades)
Instrumentos de Regulamentação de Actividades:
Horários de cargas e descargas
Promoção de horários de abertura diferidos ao longo do tempo
Empresas: Localização em função da mobilidade gerada; adopção de
incentivos à redução do uso pendular do automóvel; restrições ao
estacionamento
Parcerias Público-Privado para responsabilização e gestão conjunta
da mobilidade criada por empreendimento urbanísticos acima de
determinadas dimensões
Tele-trabalho
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Síntese
Há múltiplos instrumentos disponíveis
Sobre os Sistemas de Transportes
Sobre as Actividades Económicas
Sobre os Usos de Solo
Não há intervenções neutras, todas modificam os hábitos e “direitos” de
alguns segmentos da sociedade (mas sem isso não se altera a mobilidade)
O mais difícil é assegurar a coerência transversal e longitudinal das
intervenções
Transversal: dos vários agentes públicos
Longitudinal: de cada agente público ao longo do tempo
A complexidade do sistema e a multiplicidade de interesses em presença
impõem a monitorização do desempenho como base de uma gestão eficaz
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Bibliografia adicional
Urban Travel and Sustainable Development, ECMT – OCDE The
European Platform on Mobility Management website >
www.epommweb.org
MOST - MObility Management STrategies for the next Decades (5th
framework research project on Mobility Management) >
http://mo.st/
CIVITAS – Cleaner and better Transport in Cities
http://www.civitas-initiative.org/main.phtml?lan=en