mestrado em planeamento e operações de transportes ... · polarização social; ... o impacte...

22
1 Transportes, Território, Energia e Ambiente Instituto Superior Técnico / MPOT TTEA 2012/2013 Mestrado em Planeamento e Operações de Transportes Disciplina: TTEA (Transportes, Território, Energia e Ambiente ) O Urban Sprawl

Upload: dinhcong

Post on 15-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Mestrado em Planeamento e Operações de Transportes

Disciplina: TTEA (Transportes, Território, Energia e Ambiente )

O Urban Sprawl

2

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Urban Sprawl

Definição:

Expansão para o exterior dos limites que separam as zonas

urbanas das zonas rurais;

Declínio geral das densidades e intensidades dos usos urbanos,

medidas em termos de densidades de empregos e de habitantes;

Existência de redes de transporte que proporcionam elevados

níveis de conectividade entre diferentes pontos da área

metropolitana, mesmo pontos periféricos;

Segregação dos usos residenciais relativamente aos restantes

usos. Grande parte das residências localiza-se nos subúrbios.

3

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Motivos do Urban Sprawl (I)

Políticas públicas destinadas a aliviar a pressão sobre o centro,

nomeadamente através da promoção de centros exteriores;

Políticas públicas destinadas a promover a aquisição de residência

própria, subsidiação de hipotecas ou benefícios fiscais sobre as

prestações das hipotecas. Maior facilidade de angariação de capital;

Alteração da importância e da percepção do espaço (acessibilidade

conveniente a várias actividades dentro da área metropolitana), do

lugar (atributos da residência e da sua envolvente imediata) e da

proximidade (a existência e influência de actividades próximas,

compatível com a marcha a pé), dando mais importância aos dois

últimos aspectos – lugar e proximidade;

4

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Motivos do Urban Sprawl (II)

5

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Motivos do Urban Sprawl (III)

Alteração dos padrões de consumo, de reprodução social e de preferências relacionadas com a qualidade de vida, a commoditization dos espaços habitacionais (moradia familiar como estilo de vida desejável). Tematização da cidade americana de baixa densidade enquanto ambiente urbano perfeito para estar em contacto com o campo e com a natureza ou o retorno ao ambiente da aldeia;

Dimensões morais associadas à crítica americana às cidades e anglo-saxónica das cidades industriais;

Existência de solo barato fora do perímetro urbano;

O aparecimento da figura do promotor imobiliário e a produção em massa de habitação;

6

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Motivos do Urban Sprawl (IV)

Condicionantes físicas e morfológicas:

a existência de aquíferos (facilita a dispersão ao reduzir a dependência da expansão das redes de distribuição de água;

a existência de montanhas, que limita a expansão urbana e torna o crescimento urbano mais compacto;

Colinas ou outras irregularidades de pequena escala, que induzem uma expansão urbana dispersa;

Aspectos relacionados com a segurança militar. Nos EUA, durante os anos 50, a dispersão urbana era vista como modo de reduzir a vulnerabilidade a ataques nucleares;

7

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Motivos do Urban Sprawl (IV)

Aspectos climáticos. Um clima mais ameno aumenta o valor dos espaços livres e induz uma maior dispersão urbana;

Aumento dos níveis de rendimento e o modo a riqueza é reinvestida, seja em novas infra-estruturas suburbanas, seja em desenvolvimento industrial;

Assumpção da existência de energia barata. A cidade moderna é uma expressão física dessa assumpção;

Os padrões de crescimento anteriores. As cidades com maiores crescimentos demográficos no passado apresentam menor intensidade de Urban Sprawl;

8

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Urban Sprawl na Europa (I)

Expansão territorial das cidades 5% numa década (1990 -2000);

O espaço consumido per capita mais que duplicou em 50 anos;

Os impactes desta expansão fazem-se sentir em áreas onde a

actividade económica é mais elevada, ou apresentaram um

crescimento económico forte (caso de Portugal na década de 90);

Novos padrões de crescimento ao longo de rodovias, crescimento

de aglomerados periféricos, rururbano;

Novos estilos de vida – influencia cultural americana (anglo-

saxónica) – moradias, gated communities, etc;

Construção de infra-estruturas de transporte – cofinanciadas pelos

fundos europeus;

9

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Urban Sprawl na Europa (II)

10

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Urban Sprawl na Península Ibérica

Em 2000 a zona

costeira, cerca de

13% da área de

Portugal continha

50% da área urbana

11

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Urban Sprawl em Portugal

12

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Impactes do Urban Sprawl (I)

Polarização social;

Problemas de equidade;

Efeitos económicos;

Aumento dos custos em

transporte;

Aumento dos custos de

congestionamento e

redução da

competitividade do TC;

Aumento dos custos de

infraestruturação;

13

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Impactes do urban sprawl (II)

Consumo de solo e ecossistemas

Aumento dos consumos de matérias primas e recursos naturais (ex.

calcário para o betão);

Impermeabilização, perda de biodiversidade e da capacidade do

solo de capturar CO2;

Alteração de estilos de vida que conduzem a maiores consumos de

recursos naturais (menor densidade -> maior consumo de energia);

14

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Consumo de energia e emissões de CO2

versus densidade

15

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Impactes sobre a ocupação do solo

Consumo de solo agrícola não tem a ver com só com a extensão

mas essencialmente com a qualidade dos solos (os solos mais

férteis localizam-se na proximidade das cidades)

O impacte sobre a quantidade de solo consumido pode não ser só por

si relevante;

Por exemplo no Mediterrâneo o crescimento urbano na década de

90 ocupou 3% de área agrícola da qual 60% eram solos de boa

qualidade

16

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Efeitos sobre a saúde

Estudos apontam para o facto de que:

O Urban Sprawl afecta significativamente os níveis de saúde física, mas não as disfunções mentais. A forma urbana afecta a saúde física através das oportunidades e restrições que coloca à actividade física;

A contribuição do Urban Sprawl para maiores níveis de poluição atmosférica, implica uma maior ocorrência de problemas respiratórios, efizemas e dores de cabeça;

Os efeitos do Urban Sprawl sobre a saúde física dos idosos tendem a ser bastante mais intensos

17

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Efeitos sobre a mobilidade e os transportes

Aumento das taxas de motorização e dos níveis de utilização do TI;

Maiores riscos de acidentes rodoviários;

Redução da utilização do TC e dos modos suaves;

Manutenção dos níveis de congestionamento (face a Areas

Metropolitanas mais compactas);

18

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Evolução da Mobilidade na AML (I)

Viagens Internas à AMLETRL (1973)

Inquérito à

mobilidade (1997) 24 Anos %

No Interior de LisboaNo Interior de Lisboa

No interior da AML No interior da AML --

Norte sem LisboaNorte sem Lisboa

Entre a AMLEntre a AML-- Norte e Norte e

LisboaLisboa

Entre a AML Entre a AML -- Norte e a Norte e a

AML AML -- SulSul

Entre a AML Entre a AML -- Sul e Sul e

LisboaLisboa

No interior da AML No interior da AML -- SulSul

1 130 000

460 000

600 000

20 000

120 000

320 000

750 000

1 124 000

832 000

56 000

191 000

676 500

- 35

+ 145

+ 40

+ 180

+ 60

+ 110

Fonte: “Estudo de Transportes da Região de Lisboa”, DGTT, 1977.

“Inquérito à Mobilidade na Região de Lisboa”, DGTT / INE, 1999.

19

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Comparação AML Paris-Ile de France

Pop.

(106)

P. T.

(106)TI (%)

TC

(%)

TNM

(%)

Pop.

(106)

P. T.

(106)TI (%)

TC

(%)

TNM

(%)

2,15

(20%)

1,80

(35%)24 47 29

0,57

(22%)

0,59

(54%)34 35 31

Subúrbio (10

a 20 Km)41 30 29 39 40 21

Periferia (20

a 40 km)55 20 25 42 36 22

4,50

(42%)

1,55

(31%)62 15 23

0,25

(10%)

0,13

(12%)40 33 27

10,65 5,10 48 26 26 2,57 1,09 47 29 24

2ª Coroa - > 40 Km

Total /

Paris - Região "Ile-de-France" Área Metropolitana de Lisboa

Cidade-Centro

Coroa

4,00

(38%)

1,75

(34%)

1,75

(68%)

0,37

(34%)

OBS: Valores de população e emprego para o ano de 1990 (+ -) / Repartição Modal para o ano de 1997 (Lisboa) e 1991 (Paris)

Fonte: “Planificação intégrée “Unibarnisme - Transports” et développement durable des des mobilités”, Ph. Bovy (1999), UITP, México , 2000.

“Plan de déplacements urbaínes de la région d’ Ile-de-France”, METL, Paris, 2000.

“Inquérito à mobilidade na A. M. de Lisboa”, DGTT / INE, Lisboa, 1999.

20

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Evolução das taxas de motorização

Fonte: Dasgupta, M (1993), “Urban Problems and Urban Policies: OECD/ECMT. Study of 132 Cities”,

Conferência Internacional sobre “Travel in the City – Making it Sustainable”, Junho 1993, Dusseldorf,

OECD, Paris.

21

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Interacção Rendimento, Urban Sprawl,

Motorização

22

Tra

nsp

ort

es,

Terr

itó

rio

, E

nerg

ia e

Am

bie

nte

Instituto Superior Técnico / MPOT – TTEA 2012/2013

Referências

European Environmental Agency (2006) Urban Sprawl in Europe. The ignored

challenge, http://reports.eea.europa.eu/eea_report_2006_10/en

Smart Growth America (sdata), Measuring Sprawl and its impacts,

http://www.smartgrowthamerica.org/sprawlindex/MeasuringSprawl.PDF

http://ocw.mit.edu/OcwWeb/Urban-Studies-and-Planning/11-380JUrban-

Transportation-PlanningFall2002/LectureNotes/index.htm