merielly saeli de santana funÇÃo muscular … · de santana._vitória de santo antão, 2016. 65...

65
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE Vitória de Santo Antão 2016

Upload: hoangliem

Post on 30-Jun-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

MERIELLY SAELI DE SANTANA

FUNÇÃO MUSCULAR DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE

Vitória de Santo Antão

2016

Page 2: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

MERIELLY SAELI DE SANTANA

FUNÇÃO MUSCULAR DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Graduação em Nutrição do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco em cumprimento a requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição, sob orientação da Professora Dra Marina Petribú e co-orientação da Professora Dra Eduila Couto.

Vitória de Santo Antão

2016

Page 3: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

Catalogação na Fonte

Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV.

Bibliotecária Giane da Paz Ferreira Silva, CRB-4/977

S232f Santana, Merielly Saeli de.

Função muscular de pacientes renais crônicos em hemodiálise / Merielly Saeli de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016.

65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros

Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú. Co-orientadora:Eduila Maria Couto Santos.

TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV, Bacharelado

em Nutrição, 2016.

Inclui referências, apêndices e anexo.

1. Dinamometria manual . 2. Doença renal crônical. 3. Hemodiálise. 4. Função muscular. I. Petribú, Marina de Moraes Vasconcelos.(orientadora). II. Santos, Eduila Maria Couto (Co-orientadora). III. Título.

616.61 CDD (23.ed.) BIBCAV/UFPE-001/2017

Page 4: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

Folha de aprovação

Merielly Saeli de Santana

Titulo: Função muscular de pacientes renais crônicos em hemodiálise.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Graduação

em Nutrição do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de

Pernambuco em cumprimento a requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel

em Nutrição.

Data:09/12/2016

Nota:

Banca Examinadora:

____________________________________

Profa. Dra. Luciana Gonçalves de Orange

Membro interno/UFPE

____________________________________

Profa. Dra. Eduila Maria Couto santos

Membro interno/UFPE

____________________________________

Susy Rodrigues Soares

Nutricionista/ Especialista

Page 5: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

Dedico este trabalho aos meus familiares e amigos.

Page 6: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

AGRADECIMENTOS

O desempenho desta etapa e a elaboração deste trabalho não seriam

possíveis sem o apoio de algumas pessoas. Assim, pretendo agradecer a todos que

contribuíram para a finalização desta fase em minha formação.

Desta forma, agradeço:

Primeiramente a Deus por se fazer presente em minha vida e me conceder

bênçãos, em especial a de me permitir uma formação acadêmica. Sou grata ainda

por ter me proporcionado viver este momento na presença de pessoas sabiamente

escolhidas por Ele, as quais pude criar laços de amizade e compartilharmos diversos

conhecimentos pessoais e acadêmicos.

Aos meus pais, por todo amor, dedicação, apoio e ensinamentos que

contribuíram para que eu chegasse até aqui. E aos meus irmãos, por todo amor,

cumplicidade e amizade. Louvo a Deus pelas vidas de vocês e O agradeço por fazer

parte desta família. There's nothing in this world I wouldn't do for you!

Aos meus demais familiares, por todo carinho. Em especial, meus avós Maria

Lourenço e José Antônio, que sempre oraram por mim e hoje o fazem do céu, como

dois anjos.

Aos meus amigos, em especial Janaíne Soares, Jéssica Oliveira e Juliana

Costa, pela confiança, respeito e lealdade. Além dos demais amigos de turma, com

os quais pude compartilhar momentos difíceis e divertidos que fortaleceram nossos

laços de amizade.

Aos meus professores, em especial a minha orientadora Marina Petribú e co-

orientadora Eduila Couto, por todo apoio e aprendizado, que me enriquecem tanto

no âmbito profissional quanto pessoal. Assim como, Adriana José, que embora não

Page 7: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

tenha sido minha professora durante a graduação, me auxiliou a alcançar esta etapa

com todo seu apoio e carinho.

A Clínica do Rim de Vitória por permitir a realização do projeto que tem como

um de seus frutos este trabalho. E em especial a nutricionista Suzy Soares por todo

apoio e dedicação.

A todos que me auxiliaram direta ou indiretamente para que eu finalizasse

esta etapa da minha vida.

Obrigada a todos!

Page 8: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

“Não te mandei Eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o

Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares.” (Josué 1:9) ·.

Page 9: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

RESUMO

O presente estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a função muscular de

pacientes renais crônicos em hemodiálise em Vitória de Santo Antão – Pernambuco

e posteriormente caracterizar a população estudada, realizar a avaliação do estado

nutricional da mesma e relacionar a função muscular avaliada com variáveis

demográficas, clínicas e indicadores nutricionais. Para a avaliação da função

muscular foi utilizado o método da dinamometria manual em 38 pacientes, destes 21

homens e 17 mulheres, entre 28 e 80 anos. A análise estatística foi realizada a partir

das comparações entre as proporções através do teste de qui quadrado. As

seguintes variáveis foram avaliadas: sexo, idade, tempo de hemodiálise, Kt/V, índice

de massa corporal, avaliação subjetiva global e atividade física. Apenas o sexo

apresentou correlação estatisticamente significativa com a função muscular. Foi

observado no estudo a prevalência de força muscular preservada de 23,6%, destes

88,8% referente ao sexo feminino. E a prevalência de força muscular prejudicada de

76,4%, destes 68,9% referente ao sexo masculino. Estes resultados estão

correlacionados ao número de pacientes estudados em uma única clínica e a

métodos aplicados no presente estudo, como a prática da dinamometria manual

pós-diálise e o uso do membro não dominante, assim como a influência de

comorbidades. A dinamometria manual pode ser utilizada como um instrumento de

triagem e acompanhamento do estado nutricional de pacientes renais crônicos em

hemodiálise, haja vista que é um método de fácil aplicabilidade e de baixo custo.

Palavras-chave: Dinamometria Manual. Doença Renal Crônica. Função Muscular.

Hemodiálise.

Page 10: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

Abstract

This study was conducted in order to evaluate muscle function in chronic renal failure

patients on hemodialysis in Vitória de Santo Antão - Pernambuco and later

characterize the study population, carry out the assessment of the nutritional status

of the same and relate the muscle function assessed with demographic, clinical and

nutritional indicators. For the evaluation of muscle function was used the method of

the handgrip and studied 38 patients, these 21 men and 17 women, between 28 and

80 years. Statistical analysis was made by comparisons between proportions through

chi-square test. The following variables were analyzed: sex, age, duration of

hemodialysis, Kt/V, body mass index, subjective global assessment and physical

activity. Only sex was statistically significant correlated with muscle function. It was

observed in the study the prevalence of preserved muscle strength of 23.6%, 88.8%

of these related to women. And the prevalence of impaired muscle strength of 76.4%,

68.9% of these related to male. These results are correlated to the number of

patients studied in a clinical single and methods used in this study and the practice of

post-dialysis Manual dynamometer and use the non-dominant member, and the

influence of co-morbidities. The handgrip can be used as a screening tool and

monitoring the nutritional status of chronic renal failure patients on hemodialysis,

considering that is a method of easy application and low cost.

Keywords: Muscle Function; Dynamometry Manual; Chronic Kidney Disease; Hemodialysis;

Page 11: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

GRÁFICO 1 – Percentual de pacientes segundo o diagnóstico de base nos anos de

2012 e 2013................................................................................................................18

GRÁFICO 2 – Prevalência de prejuízo na função muscular......................................36

QUADRO 1 – Estadiamento e classificação da doença renal crônica.......................15

QUADRO 2 – Etiologia da doença renal crônica.......................................................16

QUADRO 3 – Percentual de pacientes em tratamento dialítico segundo a faixa

etária...........................................................................................................................18

QUADRO 4 – Fórmula utilizada para calcular o Kt/V.................................................21

QUADRO 5 – Classificação do estado nutricional de indivíduos adultos pelo IMC,

segundo WHO (1995).................................................................................................22

QUADRO 6 – Classificação do estado nutricional de indivíduos idosos pelo IMC,

segundo LIPSCHITZ (1994).......................................................................................23

QUADRO 7 – Classificação do estado nutricional segundo a ASGm......................24

QUADRO 8 – Percentis da força de aperto de mão direita e esquerda estratificado

por categoria de idade no sexo masculino.................................................................29

QUADRO 9 – Percentis da força de aperto de mão direita e esquerda estratificado

por categoria de idade no sexo feminino....................................................................29

QUADRO 10 – Classificação do estado nutricional de indivíduos adultos segundo

IMC.............................................................................................................................32

Page 12: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Frequência de pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise

segundo as variáveis estudadas. Vitória de Santo Antão, 2016................................35

TABELA 2 – Fatores associados à função muscular de pacientes renais crônicos

submetidos à hemodiálise. Vitória de Santo Antão, 2016..........................................36

Page 13: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS Síndrome Da Imunodeficiência Adquirida

ASG Avaliação Subjetiva Global

ASGm Avaliação Subjetiva Global Modificada

CRV Clínica Do Rim De Vitória

DCTN Doenças Crônicas Não Transmissíveis

DEP Desnutrição Energético-Proteica

DM Diabetes Mellitus

DP Diálise Peritoneal

DRC Doença Renal Crônica

FAM Força De Aperto De Mão

FAV Fístula Arterio Venosa

FG Filtração Glomerular

GNC Glomerulonefrite Crônica

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

IMC Índice De Massa Corporal

IPAQ Questionário Internacional De Atividade Física

IRA Insuficiência Renal Aguda

WHO World Health Organization

SBN Sociedade Brasileira de Nefrologia

Page 14: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................13

2 OBJETIVOS............................................................................................................15

3 JUSTIFICATIVA......................................................................................................16

4 REVISÃO DA LITERATURA..................................................................................17

4.1 DOENÇA RENAL CRÔNICA...............................................................................17

4.2 EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA RENAL CRÔNICA...........................................19

4.3 TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA.....................................................................21

4.3.1 HEMODIÁLISE..................................................................................................22

4.4 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL........................................................23

4.4.1 MÉTODOS OBJETIVOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL.............................23

4.4.2 MÉTODOS SUBJETIVOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL..........................25

4.4.3 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES

RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE.................................................................26

4.5 ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES RENAIS

CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE................................................................................27

4.6 PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE PACIENTES RENAIS

CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE...............................................................................28

4.7 DINAMOMETRIA EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE.....................................30

5 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................33

6 RESULTADOS........................................................................................................39

7 DISCUSSÃO...........................................................................................................42

8 CONCLUSÕES.......................................................................................................46

REFERÊNCIAS..........................................................................................................47

APÊNDICE.................................................................................................................53

ANEXO.......................................................................................................................58

Page 15: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

13

1 INTRODUÇÃO

Os rins integram o sistema de filtragem do organismo, de forma que se

tornam fundamentais para a preservação da homeostase do corpo. Deste modo, se

tem a certificação de que a perda progressiva da função renal compromete todos os

outros órgãos. A avaliação da função renal é realizada através da filtração

glomerular (FG), assim quando os rins perdem sua funcionalidade, as quais são

regulatórias, excretórias e endócrinas, caracteriza-se doença renal, a qual pode ser

aguda ou crônica (BASTOS et al, 2010; SIVIERO et al, 2013).

A insuficiência renal aguda (IRA) corresponde a uma patologia grave

caracterizada pela perda súbita da função renal, a qual pode ser reversível. Por

outro lado, a doença renal crônica (DRC) corresponde à perda lenta, progressiva e

irreversível da função renal, de maneira que em sua fase mais avançada os rins não

são mais capazes de manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico do paciente

(SILVA et al, 2016; ROMÃO JÚNIOR, 2004).

Devido à incapacidade do organismo em remover adequadamente os

produtos de degradação metabólica por meio de mecanismos adaptativos, o

tratamento deve ser iniciado por meio de terapia renal substitutiva (TRS), a qual

compreende a diálise peritoneal, hemodiálise ou transplante renal. Este tratamento

requer o discernimento dos diversos aspectos que englobam a doença de base, o

estágio da doença, a velocidade de diminuição da FG, identificação de complicações

e comorbidades, particularmente cardiovasculares (OLVIEIRA et al, 2012).

A condição nutricional dos pacientes que iniciam um programa de diálise é

tida como preditora do estado nutricional e da evolução clínica dos mesmos. Para a

avaliação do estado nutricional dos pacientes submetidos à hemodiálise é possível

utilizar métodos subjetivos e/ou objetivos, sendo necessário alguns cuidados para se

obter um diagnóstico fidedigno (RIELLA, 2001; DALTROZO et al, 2010).

De um modo geral, a avaliação nutricional nesses pacientes deve ser

realizada e monitorada periodicamente desde o início do tratamento, o qual causa

alterações no metabolismo energético-proteico que contribuem para a diminuição

das reservas corporais de proteína e de energia, resultando em um estado

Page 16: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

14

catabólico e influenciando no estado nutricional dos mesmos (MARTINS et al, 2011;

RIBEIRO et al, 2015).

Os indicadores funcionais estão correlacionados com as complicações

clínicas, perda de função e de massa magra. Assim, a medida da força muscular é

um método sensível para observar alterações nutricionais. Dentre os métodos

utilizados para avaliar a reserva muscular, a dinamometria manual ou força de

aperto de mão (FAM) é um teste simples que tem como principal objetivo estimar a

função muscular (SCHLUSSEL, 2008a; LEAL et al, 2010).

Page 17: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

15

2 OBJETIVOS

Objetivo Geral: Avaliar a função muscular de pacientes renais crônicos em

hemodiálise em Vitória de Santo Antão, Pernambuco.

Objetivos Específicos:

Caracterizar a população em estudo segundo variáveis sócio-econômicas,

demográficas e clínicas;

Realizar a avaliação do estado nutricional através de métodos objetivos e

subjetivos;

Avaliar a função muscular pela dinamometria e a sua relação com variáveis

demográficas, clínicas e outros indicadores do estado nutricional

Page 18: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

16

3 JUSTIFICATIVA

O atual cenário referente ao estado nutricional de pacientes renais crônicos

em hemodiálise permite observar além da recorrente desnutrição energético-

proteica, a crescente frequência de sobrepeso e obesidade. Diante disto, se faz

tanto fundamental quanto oportuno o estudo deste grupo de pessoas visto que o

mesmo favorece maior compreensão acerca dos fatores nutricionais associados à

doença renal crônica

Portanto, a utilização da dinamometria manual associada a parâmetros

antropométricos frequentemente utilizados na prática clínica pode favorecer a

obtenção dos resultados na avaliação do estado nutricional e funcional,

especialmente em pacientes em hemodiálise. Haja vista que este método é simples,

de fácil interpretação e de baixo custo, como prevenção e/ou acompanhamento

clínico-nutricional.

Page 19: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

17

4 REVISÃO DA LITERATURA

4.1 DOENÇA RENAL CRÔNICA

Os rins são constituídos por um conjunto de néfrons, presentes na mesma

cápsula, que representam uma unidade funcional formada por um glomérulo, túbulos

e ductos coletores. As funções renais envolvem a excreção da maior parte dos

produtos finais do metabolismo, controle da concentração da maior parte dos

líquidos corporais, manutenção da composição iônica do volume extracelular,

participação da regulação do equilíbrio acidobásico e síntese de hormônios e

enzimas. Portanto, considera-se o rim um órgão vital devido sua série de funções

(CUPPARI, 2014).

A DRC corresponde à perda lenta, progressiva e irreversível da função renal,

de maneira que em sua fase mais avançada os rins não são mais capazes de

manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico do paciente. É definida como uma

lesão nos rins por um período igual ou superior a três meses, no qual há ou não

redução da taxa de FG (NKF-KDOQI, 2002; ROMÃO JÚNIOR, 2004).

Assim sendo, a DRC é dividida em seis estágios funcionais de acordo com o

grau de função renal do paciente, estimada pela taxa de FG conforme apresentado

no quadro 1 (ROMÃO JÚNIOR, 2004; ANDRADE, 2012).

Quadro 1. Estadiamento e classificação da doença renal crônica. Adaptado de

BASTOS e KIRSZTAJN, 2011.

Estágio Filtração glomerular

(mL/min)

Grau de Insuficiência Renal

1 >90 Lesão renal com função renal normal

2 60 – 89 DRC leve ou funcional

3a 45 – 59 DRC leve – moderada

3b 30 – 44 DRC moderada – severa

4 15 – 29 DRC severa ou clínica

5 <15 DRC terminal ou dialítica

Fonte: Bastos;Kirsztajn, 2011.

Page 20: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

18

Guyton e Hall (2006) destacam que a DRC pode se dar por meio de distúrbios

nos vasos sanguíneos, nos glomérulos, nos túbulos, no interstício renal e no trato

urinário inferior. Estes distúrbios podem ser desencadeados por diversas doenças

que resultam na redução de néfrons funcionais, como pode ser visto no quadro 2.

Quadro 2. Etiologia da doença renal crônica.

Algumas causas da DRC

Distúrbios metabólicos

Diabetes melito

Obesidade

Amiloidose

Hipertensão

Distúrbios vasculares renais

Aterosclerose

Nefrosclerose-hipertensão

Poliarterite nodosa

Infecções

Pielonefrite

Tuberculose

Distúrbios tubulares primários

Nefrotoxinas (analgésicos, metais pesados)

Obstrução do trato urinário

Cálculos renais

Hipertrofia da próstata

Compressão uretral

Distúrbios congênitos

Doença policísta

Ausência congênita de tecido renal (hipoplasia renal)

Fonte: Guyton e Hall, 2006.

Page 21: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

19

À vista do que foi dito anteriormente, muitas situações e/ou doenças podem

ocasionar a DRC, sendo algumas mais frequentes que outras. Logo, se faz

necessário destacar a existência de um grupo de risco para a manifestação desta

doença, por terem uma sensibilidade aumentada à mesma. Este grupo compreende

os pacientes: hipertensos, diabéticos, idosos, pacientes com doença cardiovascular,

familiares de pacientes portadores de DRC e pacientes em uso de medicações

nefrotóxicas (BASTOS et al, 2010).

Devido à incapacidade do organismo em remover adequadamente os

produtos de degradação metabólica por meio de mecanismos adaptativos, o

tratamento deve ser iniciado com base em duas fases distintas: fase não dialítica ou

tratamento conservador e fase dialítica ou da TRS. O tratamento conservador visa,

além de outros aspectos, retardar o ritmo de progressão da disfunção renal e

preparar o paciente para a TRS, a qual será esclarecida posteriormente neste

estudo (OLIVEIRA, 2012; CUPPARI, 2014).

4.2 EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA RENAL CRÔNICA

A DRC atualmente é considerada um importante problema de saúde pública

mundial. Até meados de 2004, os gastos com o programa de diálise e transplante

renal no Brasil situaram-se em torno de 1,4 bilhões de reais ao ano (ROMÃO

JÚNIOR, 2004). Há registros de dados multicêntricos que contribuem para o

enriquecimento de condutas clínicas e intervenção nutricional associadas ao

tratamento, além de contribuir para uma melhor assistências aos pacientes (SESSO

et al., 2008).

No Brasil, o número total de unidades ativas de diálise aumentou

discretamente em 2013 em relação a 2012 (658 e 651, respectivamente). Os dados

indicam aumento de 3% ao ano em relação ao ano de 2010 quanto ao número de

pacientes em tratamento dialítico, havendo 100.397 pacientes em 2013. Neste

mesmo ano manteve-se a prevalência de pacientes do sexo masculino, perfazendo

58%. O diagnóstico de base se apresenta similar ao ano anterior, como pode ser

visto no gráfico 1 (SBN, 2012; SESSO et al. 2013).

Page 22: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

20

Gráfico 1. Percentual de pacientes segundo o diagnóstico de base nos anos de 2012 e 2013. Sendo, DM – Diabetes Mellitus, HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica e GNC – Glomerulonefrite crônica.

Fonte: SBN, 2012; SESSO et al., 2013.

Em 2013, cerca de 90% dos pacientes estavam em hemodiálise. Destes, sua

maior parte apresentam idade entre 19 e 64 anos, como está descrito no quadro 3

(SESSO et al., 2013).

Quadro 3. Percentual de pacientes em tratamento dialítico segundo a faixa etária.

Faixa etária n (%)

1 a 12 anos

13 a 18 anos

19 a 64 anos

65 a 80 anos

≥ 81 anos

402 (0,4)

56.229 (5,6)

62848 (62,6)

26806 (26,7)

4719 (4,7)

Fonte: SESSO et al., 2013.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

DM HAS GNC Rinspolicísticos

Outros Indefinidos

2012

2013

Page 23: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

21

No ano de 2003 as doenças renais e do trato urinário contribuíram com

aproximadamente 850 mil mortes no mundo, representando a 12ª causa de morte e

17ª causa de incapacidade. Após dez anos, em âmbito nacional, foram estimados

17.944 óbitos (17,9%), apresentando tendência à redução em relação aos anos

anteriores, sendo 19,9% em 2011 e 18,8% em 2012 (WHO, 2003; SESSO et al,

2013).

4.3 TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA

Quando o paciente se encontra na fase dialítica, o mesmo necessita realizar o

tratamento através da TRS e a mesma exige o conhecimento de aspectos distintos

que abrangem a doença de base, o estágio da doença, a velocidade da diminuição

da FG, identificação de complicações e comorbidades, particularmente as

cardiovasculares. A TRS ocorre por meio da diálise peritoneal, hemodiálise e

transplante renal (FAVA et al, 2006; BASTOS et al, 2010).

NKF-KADOQI (2002) preconiza que a TRS é necessária para os pacientes

que se encontram no último estágio de FG (<15mL/min), como pode ser visto no

quadro 1. BASTOS et al. (2010) ressalta ainda que estes pacientes devem ser

antecipadamente preparados para iniciar o tratamento, de forma que sejam tomadas

medidas como vacinação, suporte psicológico e social com o paciente e seus

familiares, e por fim uma discussão que permita a escolha da melhor modalidade de

TRS (tipo de diálise ou transplante).

A diálise peritoneal (DP) engloba o transporte de solutos e de água através da

membrana peritoneal,a qual funciona como um “filtro” por meio de trocas entre o

sangue nos capilares peritoneais e a solução de diálise na cavidade peritoneal. Este

método deve ser uma opção de escolha para pacientes que não toleram a

hemodiálise e são impossibilitados de obter um acesso vascular adequado

(BARRETI, 2004; TORREÃO et al, 2009).

Por outro lado, o transplante renal consiste em um procedimento cirúrgico que

visa a transferência de um rim sadio para o indivíduo portador da DRC (CASTRO,

2010). São definidos critérios para a realização deste método, os mesmo envolvem

avaliação médica, cirúrgica e psicossocial do paciente por meio de exames. Além

Page 24: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

22

disto é avaliada a compatibilidade com o doador e se há a presença de alguma

contraindicação ao transplante (CUNHA et al, 2007).

4.3.1 Hemodiálise

A hemodiálise se refere a um processo complexo e especializado que carece

de materiais, equipamentos e profissionais adequados para o êxito do tratamento. É

um procedimento extracorporal que visa filtrar o sangue do paciente e remover o

excesso de líquidos e substâncias urêmicas acumuladas. Isto ocorre através da

passagem do sangue por uma máquina de diálise, onde ocorre a ultrafiltração

através de uma membrana semipermeável artificial e o líquido dialisador (PEREIRA

et al, 2016; MATIAS, 2015).

No tratamento hemodialítico há uma dependência direta da presença de um

acesso vascular eficiente, a fístula arteriovenosa (FAV), a qual é considerada ideal

por proporcionar um bom fluxo sanguíneo e apresentar maior tempo de utilização e

baixo índice de complicações para o paciente (MANIVA e FREITAS, 2010).

A maioria dos pacientes realiza o tratamento em unidades de hemodiálise,

localizadas em hospitais e clínicas específicas, porém alguns pacientes são tratados

em sua residência. Há uma prescrição relativamente fixa quanto à frequência e

duração das sessões de hemodiálise para a necessidade de cada paciente, porém é

comumente utilizado um esquema de três sessões semanais de 4 horas (RIELLA,

2003; GUYTON e HALL, 2006).

Segundo Cuppari (2014), é possível avaliar a eficiência da hemodiálise

através do cálculo do Kt/V de ureia, descrito no quadro 4. O K expressa a depuração

do dialisador, o t o tempo ou a duração da hemodiálise e o V o volume de água

corporal do paciente. Desta forma, a hemodiálise é considerada de boa eficiência

quando o Kt/V é ≥1,2. E por ser uma proporção de volume, este cálculo não possui

uma unidade.

Page 25: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

23

Quadro 4. Fórmula utilizada para calcular o Kt/V.

Cálculo do Kt/V

Kt/V = - Ln (R – 0,008 x t) + [4 – (3,5)] x UF / P

Em que:

Ln = logaritmo natural

R = nitrogênio ureico sérico (NUS) pós-diálise / nitrogênio ureico sérico (NUS) pré-diálise

t = duração da sessão de HD em horas

UF = volume de ultrafiltração em litros

P = peso pós-diálise em kg

Fonte: CUPPARI, 2014.

Segundo Castro (2001), os avanços tecnológicos nas últimas décadas

permitiram que a hemodiálise fosse uma técnica segura e capaz de prolongar a vida

do paciente, porém o mesmo pode apresentar diversas complicações por

consequência deste tratamento. Estas complicações ocorrem devido a alterações no

equilíbrio hidroeletrolítico, fazendo com que o paciente apresente hiponatremia ou

hipernatremia, causando cefaleia, náuseas, vômitos, hipotensão, fraqueza muscular,

dentre outros problemas. Além disto, a longo prazo, a hemodiálise resulta em

alterações sistêmicas, metabólicas e hormonais, como fadiga, anorexia, desnutrição

energético-proteica (DEP), acidose metabólica, inflamação crônica e anemia

(NUNES et al, 2008).

4.4 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL

A avaliação do estado nutricional objetiva a identificação de distúrbios

nutricionais, a qual possibilite uma intervenção adequada de forma que auxilie na

recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do indivíduo. Esta avaliação

pode ser feita através de métodos objetivos e subjetivos (CUPPARI, 2014).

4.4.1 Métodos objetivos de avaliação nutricional

Os métodos objetivos de avaliação nutricional correspondem à antropometria,

composição corporal, parâmetros bioquímicos e consumo alimentar (CUPPARI,

2014). O emprego de medidas antropométricas incluindo peso, estatura, pregas

Page 26: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

24

cutâneas e circunferências, é a forma mais prática, segura e de baixo custo para

estimar as reservas de gordura e de massa corporal (CUPPARI et al, 2009).

Souza et al (2013) atribui o índice de massa corporal (IMC) como o indicador

antropométrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional, visto que o mesmo

consiste em uma medida de fácil aplicabilidade, de baixo custo e não invasiva.

A WHO (1995) estabelece referências para a classificação do IMC, a qual se

refere à fase adulta (18 a 59 anos). Esta referência compreende as classificações

descritas na quadro 5.

Quadro 5. Classificação do estado nutricional de indivíduos adultos pelo IMC,

segundo WHO (1995).

Estado Nutricional IMC

Baixo peso <18,5Kg/m2

Eutrofia 18,5 a 24,9Kg/m2

Sobrepeso 25 a 29,9Kg/m2

Obesidade grau I 30 a 34,9Kg/m2

Obesidade grau II 35 a 39,9 Kg/m2

Obesidade grau III >40 Kg/m2

Fonte: WHO, 1995.

Por outro lado, Lipschitz (1994) também estabelece referências (quadro 6)

para a classificação do IMC, porém esta se refere à indivíduos idosos (≥60 anos),

haja vista que a mesma leva em consideração as mudanças na composição corporal

que ocorrem com o envelhecimento (SOUZA et al, 2013).

Page 27: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

25

Quadro 6. Classificação do estado nutricional de indivíduos idosos pelo IMC,

segundo LIPSCHITZ (1994).

Estado Nutricional IMC

Magreza <22Kg/m2

Eutrofia 22 a 27Kg/m2

Excesso de peso >27Kg/m2

Fonte: Lipschitz, 1994.

4.4.2. Métodos subjetivos de avaliação nutricional

Os métodos subjetivos de avaliação nutricional correspondem ao exame físico

e avaliação subjetiva global (CUPPARI, 2014). A Avaliação Subjetiva Global (ASG)

consiste em um método prático que também compreende aspectos objetivos.

Baseia-se numa ferramenta simples e de baixo custo, que pode ser aplicada por

qualquer profissional da área da saúde, recebendo treinamento prévio (BIGOGNO et

al, 2014).

A ASG é uma ferramenta desenvolvida por Detsky et al (1987) para avaliar o

estado nutricional de pacientes em pós-operatório de cirurgia digestiva. Por resumir-

se em um método de fácil aplicabilidade e confiável, o mesmo foi validado por

diversos autores do mundo, e tem sido utilizado até os dias atuais para classificar o

estado nutricional de diversos pacientes (RIELLA, 2001).

Kalantar-Zadeh et al (1999) perceberam que a ASG se tratava de um método

útil para ser aplicado também em pacientes com DRC submetidos à hemodiálise.

Desta forma os mesmos realizam uma adaptação do método original descrito por

Detsky et al (1987). Esta modificação é conhecida por Avaliação Subjetiva Global

Modificada (ASGm), na qual as alterações correspondem à escala de pontuação,

onde foi criada uma escala numérica de 1 (normal) a 5 (gravíssima) para identificar

de forma mais fidedigna a intensidade dos sinais e sintomas e, consequentemente,

os estágios de desnutrição. Além disto, foi excluído a avaliação referente ao edema.

Para que os pacientes sejam classificados, é realizado a somatória da pontuação de

cada item do questionário (PIRATELLI, 2009).

Page 28: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

26

Quadro 7. Classificação do estado nutricional segundo a ASGm.

PONTUAÇÃO ESTADO NUTRICIONAL

8 Adequado

9-23 Risco Nutricional/Desnutrição Leve

24-31 Desnutrição Moderada

32-39 Desnutrição grave

40 Desnutrição gravíssima

Fonte: Kalantar-Zadeh et al., 1999.

A ASGm abrange a história do paciente a partir de cinco componentes: perda

de peso nos últimos seis meses, sintomas gastrintestinais presentes por mais de

duas semanas, modificações na ingestão alimentar, incapacidade funcional

relacionada ao estado nutricional e tempo de diálise/ comorbidades associadas

(PIRATELLI, 2009).

4.4.3. Avaliação do estado nutricional de pacientes renais crônicos em hemodiálise

Os pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise necessitam de

cuidados para que a avalição do estado nutricional dos mesmos tenham êxito, visto

que há alterações nos níveis de hidratação, processos inflamatórios e as

comorbidades podem alterar os índices independentes do estado nutricional

verdadeiro (BOSSOLA et al., 2005).

CUPPARI (2014) ressalta que devido as alterações presentes no paciente

renal crônico, os parâmetros antropométricos devem ser obtidos após a sessão de

hemodiálise. Um destes parâmetros é o peso corporal, que deve ser analisado

acompanhado de uma avaliação de presença de edema e/ou ascite, obtendo assim

o “peso seco” que corresponde ao peso original do paciente.

Além da antropometria, a avaliação bioquímica é fundamental para a

avaliação do estado nutricional destes pacientes. A albumina serve como um

parâmetro neste contexto, onde valores inferiores a 2,5g/dL estão relacionados ao

Page 29: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

27

risco de morte elevado em 20 vezes quando confrontados à valores de referência

entre 4,0 e 4,5g/dL. Outros valores são significativos, pois quando alterados

influenciam o estado clínico-nutricional, como uréria pré-diálise que indica a ingestão

proteica e valores de PTH que indicam processos inflamatórios e doenças ósseas

(SILVA et al, 2010).

Por não existir um único marcador para avaliar o estado nutricional de

pacientes em hemodiálise, Martins et al (2011) recomendam a aplicação de um

conjunto de métodos, este que deve incluir a história global e alimentar, exame

físico detalhado, medidas antropométricas e testes bioquímicos para que dessa

forma se tenha um diagnóstico nutricional adequado.

Logo, caracterizar o estado nutricional e o consumo alimentar destes

pacientes é de suma importância, visto que há uma associação direta entre a dieta e

a mortalidade dos mesmos (KOEHNLEIN et al, 2008).

4.5 ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE

A condição nutricional dos pacientes que iniciam um programa de diálise é

tida como preditora do estado nutricional e da evolução clínica dos mesmos

(RIELLA, 2001). O estado nutricional e o metabolismo dos pacientes renais crônico

são influenciados por diversos fatores associados ao tratamento dialítico e a própria

doença. Durante a hemodiálise ocorre a perda de nutrientes, como aminoácidos.

Também ocorre a ativação do processo inflamatório crônico que aumenta o

catoblismo e pode afetar o apetite. Por sua vez, os pacientes estão

consideravelmente susceptíveis à depleção das reservas coporais de proteínas e de

energia. O acúmulo de metabólitos entre as sessões de hemodiálise e a perda de

nutrientes durante o procedimento correspondem aos maiores problemas

nutricionais (MARTINS et al., 2011).

Além do déficit energético-proteico, a adequação de água e da ingestão de

micronutrientes são significamente importantes clinicamente, dado que os rins são

incapazes de manter o controle do meio interno do organismo. Logo, o controle

dietético age na prevenção e/ou melhora da toxicidade urêmica, distúrbios

metabólicos, ganho de peso interdialítico, aumento da pressão arterial,

desencadeamento da anemia e da osteodistrofia renal (RIELLA, 2001).

Page 30: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

28

Há uma elevada prevalência de DEP na DRC (37 a 48%), porém tem-se

observado o aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade na última década. A

DEP pode ser causada por inúmeros fatores relacionados à doença e ao tratamento,

como o estado inflamatório. A mesma está minuciosamente associada com a

elevação nas taxas de morbi-mortalidade, consumando uma portanto complicação.

Por outro lado, o sobrepeso/obesidade constituem-se em fatores de risco para o

desenvolvimento da DRC, embora a obesidade já tenha sido descrita como fator

protetor na sobrevida do paciente devido a maior reserva corporal dos pacientes

obesos se apresentar como proteção diante dos comuns quadros catabólicos

(CUPPARI, 2014).

4.6 PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE

O binômio nutrição e atividade física constitui o foco na prevenção de

doenças, haja vista o atual fenômeno conhecido como inversão epidemiológica, na

qual as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) atingem atualmente a maior

parte da população. Logo, considerando o contexto das redes multicausais, a

atividade física associada à saúde é tida como fator que pode modificar o risco dos

indivíduos adoecerem (CUPPARI, 2014; VILARTA, 2007).

Nahas (2003) destaca a relação entre atividade física e a qualidade de vida

do indivíduo, principalmente a partir da meia idade, visto que é deste ponto que os

riscos às consequências da inatividade física aumentam.

Os pacientes em tratamento dialítico apresentam baixa tolerância ao exercício

físico e descondicionamento. Esta realidade não é totalmente compreendida, porém

acredita-se está relacionada à atrofia muscular, miopatia e má nutrição (STORER,

2005 apud COELHO et al., 2006).

Desta forma, é importante enfatizar as recomendações referentes à

quantidade e à intensidade da atividade física a ser praticada, considerando o

estado de saúde e a faixa etária dos pacientes. Uma vez que estas informações são

imprescindíveis para o planejamento por parte dos profissionais e

consequentemente para o êxito das práticas cumpridas pelos indivíduos (SILVA;

COSTA JÚNIOR, 2011).

Page 31: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

29

O Questionário Internacional de Atividade Física (International Physical

Activity Questionaire – IPAQ) foi proposto pelo Grupo Internacional para Consenso

em Medidas da Atividade física, sob aprovação da WHO (1998), a fim de servir como

um instrumento mundial para determinar o nível de atividade física em nível

populacional. Há duas versões do IPAQ disponíveis, uma no formato longe e outra

no formato curto (MATSUDO et al, 2001; GUEDES et al, 2005).

Segundo Paes (2008), a classificação do nível de atividade física segundo o

IPAQ é realizada através das seguintes referências:

O indivíduo é considerado muito ativo quando cumpre as

recomendações de:

a) VIGOROSA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão

b) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão + MODERADA e/ou

CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão.

O indivíduo é considerado ativo quando cumpre as recomendações de:

a) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão; ou

b) MODERADA ou CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão; ou

c) Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 150 minutos/sem (caminhada

+ moderada + vigorosa).

O indivíduo é consideradro irregularmente ativo quando realiza

atividade física, porém insuficiente para ser classificado como ativo, pois não

cumpre as recomendações quanto à frequência e/ou duração. Este grupo é

dividido em dois sub-grupos de acordo com o cumprimento ou não de alguns

dos critérios de recomendação:

O indivíduo é considerado Irregularmente ativo A quando atinge pelo

menos um dos critérios da recomendação quanto à frequência ou quanto à

duração da atividade:

a) Freqüência: 5 dias /semana ou

b) Duração: 150 min / semana

Page 32: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

30

O indivíduo é considerado Irregularmente ativo B quando não atingiu

nenhum dos critérios da recomendação quanto à frequência nem quanto à

duração.

O indivíduo é considerado sedentário quando não realiza nenhuma

atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.

4.7 DINAMOMETRIA EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE

A força muscular é descrita como a habilidade de um músculo específico ou

um grupo muscular em produzir ou resistir a uma força, esta que pode ser

isométrica, isocinética ou isotônica. Com base nisso, a dinamometria manual se

refere à medição de força isométrica, que compreende um teste eficaz para estimar

a função do músculo esquelético através da aplicação da força máxima voluntária de

preensão manual sobre um objeto imóvel (SCHLÜSSEL et al., 2008a; LEAL et al,

2011).

Os dinamômetros são classificados em quatro categorias: hidráulicos,

pneumáticos, mecânicos e strain gauges ou células de carga. Com base nisto, há

diversos protocolos descrevendo a posição do indivíduo durante a aferição. Além do

mais, o valor da aferição pode considerar a média de três leituras, maior entre duas

ou três leituras, média das duas ou três leituras e apenas uma leitura. É considerado

ainda a dominância, podendo ser eleita a mão dominante a não dominante para

realizar o método (SCHLÜSSEL et al., 2008a).

A dinamometria manual é considerada um bom método de avaliação

nutricional associada à massa muscular e recentemente a mesma vem sendo

incorporada na prática clínica, inclusive em pacientes renais crônicos em

hemodiálise (LEAL et al., 2011; CUPPARI, 2014).

Schlüssel et al. (2008a) expôs uma distribuição percentilar (P10, P30, P50,

P70 e P90) descritas nos quadros 8 e 9 referentes à dinamometria manual obtida de

uma amostra representativa de indivíduos saudáveis adultos do Rio de Janeiro.

Page 33: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

31

Quadro 8. Percentis da força de aperto de mão direita e esquerda estratificado por categoria de idade no sexo masculino.

Categoria

de idade

(ano)

Mão direita

Mão esquerda

Masculino P10 P30 P50 P70 P90 P10 P30 P50 P70 P90

20-29 33,9 41,3 45,1 50,6 56,3 34,0 39,4 43,6 47,8 53,7

30-39 36,6 42,2 45,8 50,0 56,9 34,7 40,4 44,1 48,36 53,5

40-49 34,3 37,5 42,5 46,7 53,6 32,4 37,1 40,9 45,3 50,9

50-59 30,2 36,2 41,4 44,3 50,1 29,6 35,0 38,9 42,8 48,3

60-69 26,5 22,9 37,0 40,8 45,5 26,4 30,8 34,4 37,5 41,9

≥70 22,8 27,7 32,1 35,7 40,6 21,0 26,6 28,9 31,3 36,6

Fonte: Schlüssel, 2008b

Quadro 9. Percentis da força de aperto de mão direita e esquerda estratificado por categoria de idade no sexo feminino.

Categoria

de idade

(ano)

Mão direita

Mão esquerda

Feminino P10 P30 P50 P70 P90 P10 P30 P50 P70 P90

20-29 19,5 23,8 27,4 30,0 34,0 18,6 22,3 25,8 28,4 31,8

30-39 20,7 25,0 27,6 30,7 35,0 20,1 23,5 26,4 29,3 32,9

40-49 19,8 24,4 26,9 29,4 33,6 18,4 22,9 25,7 28,1 31,7

50-59 16,6 21,1 24,3 26,4 30,9 15,4 19,9 23,0 25,3 29,8

60-69 16,6 19,6 21,7 34,6 27,5 15,0 18,2 20,5 22,8 27,1

≥70 9,9 13,7 16,8 20,0 23,8 9,0 13,0 16,0 19,2 22,6

Fonte: Schlüssel, 2008b

Page 34: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

32

Pedruzzi et al, (2012) destaca que a associação da dinamometria manual com

parâmetros antropométricos em indivíduos em hemodiálise, reforçando a

confiabilidade deste método como um importante marcador de estado nutricional. No

entanto, Pinto et al. (2015) ressalta a necessidade de padronização de um protocolo

para este método nesses pacientes.

Page 35: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

33

5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Desenho, amostragem e local do estudo

Estudo do tipo transversal com pacientes portadores de doença renal crônica

em tratamento dialítico da Clínica do Rim de Vitória no município de Vitória de Santo

Antão – PE. A clínica assiste cerca de 300 pacientes, de ambos os sexos, que

realizam hemodiálise três vezes por semana com sessões de duração aproximada

de 3 a 4 horas.

Os pacientes assistidos são distribuídos em dois grupos de acordo com os

dias da semana que fazem hemodiálise, de forma que um grupo realiza o tratamento

na segunda, quarta e sexta e o outro grupo na terça, quinta e sábado. Estes grupos

são divididos em três turnos diários com horários de início de 6h, 10h e 14h.

O presente estudo teve duração de aproximadamente 2 meses, ocorrendo

entre os meses de setembro e outubro de 2016, sendo coletados dados de 38

pacientes dispostos no segundo turno dos dois grupos.

5.2 Critérios de elegibilidade

Foram incluídos no estudo pacientes renais crônicos de ambos os sexos,

maiores de 18 anos, em tratamento dialítico a mais de seis meses, com capacidade

cognitiva preservada, que aceitaram participar do estudo através da assinatura do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A). Foram excluídos do

estudo os pacientes portadores de patologias consumptivas, como câncer e

síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), visto que estas patologias podem

favorecer significativamente a perda de peso dos pacientes; pacientes portadores de

limitações físicas, as quais comprometeriam a realização das medidas

antropométricas, além das pacientes gestantes.

5.3 Descrição e operacionalização das variáveis

Foi realizada a análise descritiva das características gerais da população do

estudo com os dados referentes às avaliações nutricionais e funcionais dos

pacientes.

Page 36: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

34

5.3.1 Avaliação nutricional

5.3.1.1 Peso

A CRV dispunha de uma balança de piso digital TOLEDO com capacidade

300Kg, na qual os pacientes são pesados antes e após a diálise, caracterizando o

peso líquido e seco, respectivamente. A pesagem era realizada com o indivíduo

descalço e indumentária mínima, posteriormente o peso (Kg) dos pacientes eram

registrados em fichas específicas e postas no prontuário dos mesmos.

Este estudo utilizou o peso pós-diálise (peso seco), haja vista que o mesmo

representa mais fielmente a composição corporal do paciente, pois o excesso de

líquido foi retirado no processo de hemodiálise.

5.3.1.2 Estatura

A estatura (m) dos pacientes foi mensurada com um estadiômetro portátil

AVANUTRI com faixa de aferição até 200cm, onde os indivíduos foram colocados

em posição ereta, descalços, com membros superiores pendentes ao longo do

corpo, os calcanhares, o dorso e a cabeça tocando a coluna do equipamento.

Em indivíduos que apresentaram condições que impossibilitaram a aferição

da altura de maneira descrita anteriormente, foi mensurada a altura do joelho com o

auxílio de um antropômetro portátil CESCORF ou trena antropométrica de fibra de

vidro SHOPFISIO.

A aferição da altura do joelho foi realizada com o indivíduo em posição supina

ou sentado, de forma que o joelho estivesse flexionado em ângulo de 90° e assim

pudesse medir o comprimento entre o calcanhar e a superfície anterior da perna

(cabeça da fíbula) na altura do joelho. As fórmulas para estimar a altura dos

pacientes considerando esta medida foram as equações de Chumlea (1988):

Homem: [64,19 - (0,04 x idade)] + (2,02 x altura do joelho em cm)

Mulher: [84,88 - (0,24 x idade)] + (1,83 x altura do joelho em cm)

5.3.1.3 Índice de Massa Corporal (IMC)

Para se obter o valor de IMC é necessário os valores de peso (Kg) e estatura

(m) dos indivíduos avaliados. Deste modo, se utilizou a seguinte fórmula:

Page 37: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

35

IMC: Peso (Kg) / [Altura (m)]²

Para a classificação do estado nutricional quanto ao IMC, foram utilizadas as

referências da WHO (1995) para indivíduos adultos e de Lipschitz (1994) para os

indivíduos idosos. Para proporcionar uma observação mais satisfatória dos

resultados obtidos, este estudo considerou as seguintes classificações

representadas na tabela 6 para indivíduos adultos e a classificação original, descrita

na tabela 4, para indivíduos idosos.

Quadro 10. Classificação do estado nutricional de indivíduos adultos segundo IMC.

Estado Nutricional IMC

Baixo peso <18,5Kg/m2

Eutrofia 18,5 a 24,9Kg/m2

Excesso de peso >25Kg/m2

Fonte: Adaptado de WHO, 1995.

5.3.1.4 Avaliação Subjetiva Global Modificada (ASGm)

Para realizar a avaliação subjetiva global modificada – ASGm (ANEXO B) foi

aplicada a ficha criada originalmente por Detsky et al (1987), específica para

pacientes em diálise, adaptada por Kalantar-Zadeh et al (1999).

Embora haja 5 classificações da ASGm, variando de “estado nutricional

adequado” à “desnutrição gravíssima”, este estudo considerou as seguintes

classificações: “bem nutrido”, a qual corresponde apenas à classificação original

“estado nutricional adequado”; e “mal nutrido” a qual corresponde às classificações

originais “risco nutricional/ desnutrição leve”, “desnutrição moderada”, “desnutrição

grave” e desnutrição gravíssima”.

5.3.2 Avaliação funcional

5.3.2.1 Dinamometria

A força muscular foi aferida após a sessão de hemodiálise com o membro

superior não dominante a partir do uso do dinamômetro manual analógico hidráulico

Page 38: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

36

KRATOS. A técnica da dinamometria ou FAM foi realizada como descreve

Nascimento (2011), na qual o indivíduo é posicionado com o ombro aduzido e

cotovelo flexionado a 90º, posteriormente o mesmo aperta o dinamômetro com o

esforço máximo e mantêm por 5 segundos. Assim como a recomendação, este

estudo utilizou a média de três medidas da FAM.

Para a classificação foi utilizado as referências recomendadas por Schlüssel e

colaboradores (2008b) conforme descritos nos quadros 3 e 4. Os pacientes com a

FAM menor que o percentil 10 (FAM<P10) foram classificados como “força muscular

prejudicada” e aqueles com a FAM igual ou maior que o percentil 10 (FAM≥P10)

foram classificados como “força muscular preservada”.

5.3.2.2 Atividade física

Para analisar a prática de atividade física dos pacientes, foi aplicada a versão curta

do IPAQ (ANEXO C), proposto pela WHO (1998). Este estudo considerou as

seguintes classificações a partir da original: ativo (considerando os indivíduos

insuficientemente ativos A, insuficientemente ativos B, ativos e muito ativos) e inativo

(considerando os indivíduos sedentários).

5.3.2.3 Kt/V

Os valores do Kt/V foram obtidos através das análises dos exames mais

recentes de cada paciente presente nos prontuários dos mesmos e classificados a

partir da recomendação, a qual considera a hemodiálise eficientemente boa quando

o valor é ≥1,2, como descreve Cuppari (2014).

5.4 Análise estatística

A construção do banco de dados foi realizada no programa Excel e as

análises estatísticas no programa SPSS, versão 13.0. Com o objetivo de avaliar o

comportamento das variáveis segundo o critério de normalidade da distribuição será

utilizado o teste de Kolmogorov-smirnnov. As variáveis que apresentaram

distribuição normal foram apresentadas na forma de média e desvio padrão. E as

variáveis categóricas na forma de frequência. As comparações entre as proporções

foram realizadas através do teste de qui quadrado. Foram considerados

significativamente associados os fatores para os quais o valor de p for inferior a

0,05.

Page 39: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

37

5.5 Considerações éticas

Após a autorização para a realização da pesquisa na Clínica do Rim de

Vitória, o projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade

Federal de Pernambuco – Centro de Ciências da Saúde (UFPE/CCS) sobre

protocolo número 58389916.0.0000.5208 em 15 de setembro de 2016 (ANEXO A).

Todos os pacientes foram informados sobre os objetivos da pesquisa e sua

execução, ressaltando o caráter sigiloso dos dados obtidos e da possibilidade do

entrevistado desistir livremente em qualquer momento do estudo. Somente após

essa etapa os pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(APÊNDICE A) elaborado de acordo com a resolução nº 466/2012, do Conselho

Nacional de Saúde do Ministério da Saúde – Brasil.

Page 40: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

38

Para realizar a dinamometria manual e a avaliação do estado nutricional em

pacientes renais crônicos em hemodiálise a fim de analisar a prevalência e fatores

associados à mesma, foi realizado um estudo transversal no ano de 2016,

envolvendo indivíduos de ambos os sexos, maiores de 18 anos, portadores de

doença renal crônica em tratamento dialítico. Foram excluídos do estudo os

pacientes portadores de patologias consumptivas, como câncer e síndrome da

imunodeficiência adquirida (AIDS), visto que estas patologias podem favorecer

significativamente a perda de peso dos pacientes; pacientes portadores de

limitações físicas, as quais comprometeriam a realização das medidas

antropométricas, além das pacientes em gestação. Estes indivíduos estudados são

pacientes da Clínica do Rim de Vitória (CRV), localizada no município de Vitória de

Santo Antão/PE.

Page 41: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

39

6 RESULTADOS

O estudo foi composto por 38 pacientes com idade média de 52,05 ± 13,39,

sendo 21 (55,3%) homens e 17 (44,7%) mulheres. O tempo de hemodiálise médio

foi de 5,85 ± 5,02 (6 meses – 16 anos) e o Kt/V foi de 1,62 ± 0,34.

Os dados referentes à frequência de pacientes quanto as variáveis estudadas

nesta pesquisa estão dispostos na tabela 1.

Tabela 1. Frequência de pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise,

segundo as variáveis estudadas. Vitória de Santo Antão/2016

Variáveis

n (%)

Sexo Masculino Feminino

21 (55,2) 17 (44,8)

Idade < 60 anos > 60 anos

27 (71,1) 11 (28,9)

Tempo de HD < 4 anos >4 anos

17 (44,7) 10 (26,3)

KtV Adequado Inadequado

22 (57,8) 5 (13,1)

IMC Baixo peso Eutrofia Excesso de peso

2 (5,2)

28 (73,6) 8 (21,2)

ASG Bem nutrido Desnutrição leve/moderada

21 (55,2) 17 (44,8)

Atividade Física Ativo Não ativo

27 (71,1) 11 (28,9)

Obteve-se a frequência de 29 pacientes (76,3%) que apresentaram força

muscular prejudicada, destes a maior prevalência foi do sexo masculino (69%). Em

contra partida, 9 pacientes (23,7%) apresentaram força muscular preservada, sendo

que 88,9% eram mulheres, como pode ser visto no gráfico 2.

Page 42: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

40

Gráfico 2. Frequência de pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise,

segundo a função muscular. Vitória de Santo Antão/2016

Ao analisar a relação da função muscular com as variáveis apresentadas na

tabela 2, foi possível perceber a associação significativamente estatística apenas

com o sexo (p<0,05).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Força Muscular Preservada Força Muscular Prejudicada

Homens

Mulheres

11,1%

88,9%

69%

31%

Page 43: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

41

Tabela 2. Fatores associados à função muscular de pacientes renais crônicos

submetidos à hemodiálise. Vitória de Santo Antão, 2016.

Variáveis Função muscular reduzida

Função muscular

preservada

Valor de p

Sexo Masculino Feminino

20 (69%) 9 (31%)

1 (11,1%) 8 (88,9%)

0,002*

Idade < 60 anos > 60 anos

22 (75,9%) 7 (24,1%)

5 (55,6%) 4 (44,4%)

0,241

Tempo de HD < 4 anos >4 anos

15 (71,4%) 6 (28,6%)

2 (33,3%) 4 (66,7%)

0,088

KtV Adequado Inadequado

17 (81%) 4 (19%)

5 (83,3%) 1 (16,7%)

0,895

IMC Baixo peso Eutrofia Excesso de peso

1 (3,4%)

22 (75,9%) 6 (20,7%)

1 (11,1%) 6 (66,7%) 2 (22,2%)

0,653

ASG Bem nutrido Desnutrição leve/moderada

15 (51,7%) 14 (48,3%)

6 (66,7%) 3 (33,3%)

0,431

Atividade Física Ativo Não ativo

20 (69%) 9 (31%)

7 (77,8%) 2 (22,2%)

0,611

Page 44: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

42

7 DISCUSSÃO

A população estudada compreende, em sua maior parte, de pacientes adultos

do sexo masculino, com tempo de hemodiálise curto e boa eficiência dialítica. A SBN

(2013) apresentou o predomínio de pacientes inclusos na faixa etária entre 19 e 64

anos e igualmente verificou uma maior frequência de homens. Assim como no

presente estudo, Limberger et al (2014) e Biavo et al (2010) constataram a maior

frequência de pacientes do sexo masculino e com idade inferior à 60 anos.

A partir do estado nutricional segundo o IMC e a ASG, foi possível observar a

predominação de pacientes eutróficos, conforme apontado por SESSO et al (2015) e

ANDRADE (2012). Já Biavo et al (2015) ao avaliar indivíduos idosos da região

nordeste percebeu uma predominância de baixo peso também encontrada por

Lenardt et al (2014) em um estudo com pacientes idosos longevos.

No entanto, algumas pesquisas (LIMBERGER et al, 2014; KOEHNLEIN et al

2008) também perceberam percentuais mais elevados de pacientes com excesso de

peso quando comparados com os de baixo do peso. Neste contexto, Dobner et al

(2014) sugeriram que estas prevalências podem variar de acordo com a ferramenta

utilizada para avaliação. Com o IMC foi revelado um predomínio de pacientes com

peso superior às recomendações, em contra partida quando usados marcadores

para avaliar o tecido muscular ou adiposo é demonstrado um número maior de

pacientes com depleção nutricional.

É fundamental ressaltar que o excesso de peso nesta população já foi

apontado como fator protetor, porém como estes indivíduos considerados obesos

eram avaliados apenas pelo IMC, o que não distingue massa magra de massa

gorda, o real efeito protetor seria determinado pelo aumento do IMC decorrente do

aumento de massa magra, o oposto poderia está associado a um elevado risco

inflamatório (RIELLA, 2001; MAFRA E FARAGE, 2006).

O presente estudo observou uma elevada frequência de função muscular

prejudicada quando comparado a outros estudos (LENARDT et al, 2014; AMARAL et

al, 2015). O prejuízo na função muscular observada nos valores de dinamometria

pode ser decorrente de diversas condições. Uma das condições que pode ser

Page 45: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

43

atribuída ao prejuízo da função muscular é a idade, pois se sabe que o declínio

progressivo de massa muscular em idosos está associado diretamente com a

incapacidade física, mobilidade e até mesmo mortalidade (FRIED et al, 2004;

WALSTON et al, 2006 apud LENARDT et al 2014). E como os indivíduos

desempenham as suas funções em um nível próximo ao seu limite de força máxima,

haja vista que as atividades diárias exigem contrações musculares, sejam elas leves

ou intensas, e com o passar do tempo ocorre a perda de massa muscular, é notório

que os indivíduos idosos apresentem força muscular mais reduzida influenciando

diretamente no valor da dinamometria manual (BAUTMANS et al, 2007 apud

MACIEL; ARAÚJO, 2016).

A dominância do membro superior também é considerada um fator

influenciador dos valores de dinamometria. Bechtol (1954 apud SCHLÜSSEL,

2008a), observou diferença entre a força da mão dominante e da não dominante que

variava de 5 a 10% na maioria dos indivíduos estudados, podendo alcançar 30% em

alguns indivíduos. Já Schmidt e Toews (1970 apud SCHLÜSSEL, 2008a) avaliou

cerca de 1200 pessoas e percebeu que 97% dos homens estudados apresentaram

divergências nos valores de força entre a mão dominante e a não dominante < 10%.

Considerando ainda o sexo masculino, 22,6% apresentaram maiores valores para a

mão não dominante e 5,4% não apresentaram diferença significativamente entre as

mãos. Já em relação ao sexo feminino, 20% apresentaram valores de dinamometria

maiores para a mão não dominante.

Em contrapartida, Novaes et al (2009) avaliou um grupo menor (54 indivíduos)

e pode perceber que os valores de dinamometria em ambos o sexos foram

superiores na mão dominante. O autor atribui a este resultado o uso maior do

membro dominante nas atividades diárias que exigem força, enquanto o membro

não dominante é utilizado principalmente em tarefas que envolvem coordenação

fina.

O momento da aferição também pode afetar os valores de dinamometria

sugerindo o prejuízo da função muscular, haja vista que variações hidroeletrolíticas

que ocorrem durante a sessão de hemodiálise já foram descritas como

influenciadores no desempenho da dinamometria. Após a sessão de hemodiálise,

também pode ocorrer alterações na pressão arterial e mesmo com pequenas

Page 46: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

44

reduções na pressão pós-diálise a mesma parece afetar negativamente a função

muscular e consequentemente os valores de dinamometria (LEAL et al, 2010).

No presente estudo o único fator relacionado ao prejuízo na função muscular

foi o sexo, demonstrando que os homens apresentaram maior frequência de prejuízo

comparado às mulheres. Resultados semelhantes foram descritos por Luna-Heredia

(2005 apud SCHLÜSSEL, 2008a), o qual observou em seu estudo que os homens

apresentavam redução mais acentuada da força muscular segundo o avanço da

idade e dominância dos membros superiores do que as mulheres. Enquanto eu

Andrade (2012), obteve uma frequência similar entre ambos os sexos de pacientes

com força muscular prejudicada.

A etiologia da DRC e/ou a presença de comorbidades é um fator que pode

influenciar a função muscular. Amaral et al (2015) enfatiza a influência na

dinamometria quando há presença de diabetes e hipertensão. Este autor percebeu

que homens com diabetes apresentaram menores valores de dinamometria do que

homens sem esta comorbidade, assim como na presença de hipertensão. Esta

diferença na força muscular não foi percebida pelo autor no sexo feminino. Esta

associação reflete ao fato de que a maioria das doenças origina limitações tanto

orgânicas quanto funcionais que impede, principalmente idosos, a realizaram de

forma professiva atividades próprias ao cotidiano, as quais exigem algum tipo de

esforço muscular (GARRIDO; MENEZES, 2002).

Em contrapartida Pinto et al (2015) observou diminuição nos valores de

dinamometria manual nos pacientes com diabetes mellitus independente do sexo e

da idade. O mesmo atribui a este resultado as consequências desta comorbidades,

como: diminuição significativa de massa muscular, complicações

musculoesqueléticas, presença de neuropatia diabética (caracterizada por distúrbios

sensoriais e motores com consequente fraqueza muscular).

Embora este estudo não tenha encontrada relação estatisticamente

significativa, cerca de 65% dos pacientes do sexo masculino classificados com força

muscular prejudicada apresentaram hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus

ou hipertensão associada à diabetes. Assim como, 20,6% dos pacientes do sexo

feminino classificados com força muscular prejudicada apresentaram como etiologia

apenas a hipertensão e/ou diabetes (dados não publicados).

Page 47: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

45

Estudos internacionais citados por Lenardt et al (2014) destacam que o uso

de algumas classes de medicamentos, como cardiovasculares, apresentaram

relação com a diniminuição nos valores de dinamometria em idosos. Ressalta ainda

que o uso excessivo ou inadequado destes medicamentos pode gerar um impacto

negativo na capacidade funcional nesta faixa etária. No presente estudo, 50% dos

homens classificados com força muscular prejudicada fazem uso de fármacos de

classe cardiovascular, visto que os mesmos realizam tratamento medicamentoso

para a hipertensão.

Isto posto, o presente trabalho corrobora com o que há descrito na literatura,

a qual relata a frequência de pacientes bem nutridos e o recente crescimento de

pacientes com sobrepeso/ obesidade. Todavia, apresenta limitações como a

utilização de uma amostra relativamente pequena, em uma única clínica, bem como

a ausência de pontos de corte da dinamometria específicos para a população renal

crônica em tratamento dialítico.

Page 48: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

46

8 CONCLUSÕES

A avaliação da função muscular se destaca como um importante método que

pode ser usado em combinação com outros parâmetros de avaliação nutricional na

rotina do profissional nutricionista como um instrumento de triagem e

acompanhamento do estado nutricional de pacientes em hemodiálise. Haja vista que

esta prática é de fácil aplicabilidade e de baixo custo.

O presente estudo destaca a necessidade de novas pesquisas com esta

população. Vale ressaltar ainda a carência de pontos de corte de dinamometria

manual para pacientes em tratamento dialítico, considerando sexo e faixa etária.

Page 49: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

47

REFERÊNCIAS

AMARAL. C. A.; PORTELA, M. C.; MUNIZ, P. T.; FARIAS, E. S.; ARAÚJO, T. S.; SOUZA, O. F. Associação da força de preensão manual com morbidades referidas em adultos de Rio Branco, Acre, Brasil: estudo de base populacional. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 31, n. 6, p. 1313 – 1325, jun., 2015.

ANDRADE, M. I. V. A. M. C. N. Força de aperto de mão e estado nutricional de pacientes em hemodiálise. Goiânia: UFG, 2012.

BARBOSA , A. R. et al. Relação entre estado nutricional e força de preensão manual em idosos do município de São Paulo, Brasil: dados da pesquisa SABE. Revista Brasileira Cineantropometria Desempenho Humano. São Paulo,v. 8, n. 1, p. 37 – 44, 2006.

BARRETI, P. Indicações, escolha do método e preparo do paciente para a terapia renal substitutiva (TRS) na doença renal crônica (DRC). Jornal Brasileiro de Nefrologia.v.16, n.3, Supl. 1, ago., 2004.

BASTOS, M. G.; BREGMAN, R.; KIRSZTAJN, G. M. Doença Renal Crônica: frequente e grave, mas também prevenível e tratável. Revista da Associação Média Brasileira. v. 56, n. 2, p. 248-53, 2010.

BASTOS, M. G.; KIRSZTAJN, G. M. Doença renal crônica: importância do diagnóstico precoce, encaminhamento imediato e abordagem interdisciplinar e estruturada para melhora do desfecho em pacientes ainda não submetidos à diálise. Jornal Brasileiro de Nefrologia. V., n. 1, p. 93-108, 2011.

BIAVO, B. M. M. et al. Aspectos nutricionais e epidemiológicos de pacientes com doença renal crônica submetidos a tratamento hemodialítico no Brasil. Jornal Brasileiro de Nefrologia. v.l. 34, n. 3, p. 206 – 215, 2012.

BIGOGNO, F.G.; FETTER, R.L.; AVESANI, C.M. Aplicabilidade da avaliação global subjetiva e malnutrition inflammation score na avaliação do estado nutricional na doença renal crônica. Jornal Brasileiro de Nefrologia. v.l. 36, n. 2, p. 236 – 240, 2014.

BOSSOLA, M. et al. Malnutrition in hemdialysis patients: what therapy? American Journal of Kidney Diseases. New York, v. 46, n. 3, p. 371 – 386, 2005.

CASTRO, M. C. M. Atualização em diálise: complicações agudas em hemodiálise. Jornal Brasileiro de Nefrologia. v.. 23, n. 2, p. 108 – 113, 2011.

CASTRO, M. C. R.; Manual de Transplante Renal. São Paulo: Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, jan./mar., 2010. Disponível em< http://www.sbn.org.br/leigos/pdf/manual_renal.pdf> Acesso em 10 de outubro de 2016.

CHUMLEA WC, ROCHE AF, MUKHERJEE D. Nutritional assessment of the elderly through anthropometry. Columbus (OH): Ross Laboratories; 1987.

COELHO, D. M. et al. Efeitos de um programa de exercícios físicos no condicionamento de pacientes em hemodiálise. Jornal Brasileiro de Nefrologia. v. 28, n. 3 , set, 2006.

Page 50: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

48

CUNHA, C. B. et al. Tempo até o transplante e sobrevida em pacientes com

insuficiência renal crônica no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, 1998-2002.

Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.23, n.4, Abr. 2007

CUPPARI, L. Guia de nutrição: clínica no adulto. Guias de medicina ambulatorial hospitalar da EPM-UNIFESP. 3. ed. Barueri, SP: Manole, 2014.

CUPPARI, L.; KAMIMURA, M.A. Avaliação nutricional na doença renal crônica: desafios na prática clínica. Jornal Brasileiro de Nefrologia. v.l. 31, Supl 1, p. 28 – 35, 2009

DALTROZO, J. B.; SPILLERE, A.; FRAGA, C. M. Avaliação do estado nutricional e do perfil clínico epidemiológico dos pacientes em tratamento hemodialítico no Hospital São José de Criciúma e na Nefroclínica-Criciúma. Arquivos Catarinenses de Medicina. v. 39, N° 4, 2010. DETSKY, A.S. et al. What is Subjective Global Assessment of nutritional status? Journal of Parenteral and Enteral Nutrition. v.l. 11, n.1, 1987.

DOBNER, T. et al. Avaliação do estado nutricional em pacientes renais crônicos em hemodiálise. Scientia Medica. v. 24, n. 1, p. 11 – 18, 2014.

FAVA, S. M. C. L. et al. Complicações mais frequentes relacionadas aos pacientes em tratamento dialítico. Revista Mineira de Enfermagem. v. 10, n. 2, p. 145 – 150, abr./jun., 2006.

GARRIDO, R. MENEZES, P. R. O Brasil está envelhecendo: boas e más notícias por um perspectiva epidemiológica. Revista Brasileira de Psiquiatria. v.24, n. 3, p. 6, 2002.

GUEDES, D.P.; LOPES, C.C.; GUEDES, J. E.R.P. Reprodutibilidade e validade do Questionário Internacional de Atividade Física em adolescentes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 11, .2, mar./abr., 2005.

GUYTON, C. A.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006 – 11ª ed. 4ª triagem.

KALANTAR-ZADEH, K et al. A modified quantitative subjective global assessment of nutrition for dialysis patients. Nephrology Dialysis Transplantation. v. 14, n. 7, p. 1732 – 1738, 1999.

KOEHNLEIN, E. A.; YAMANDA, A. N.; GIANNASI, A. C. B. Avaliação do estado nutricional de pacientes em hemodiálise. Acta Scientiarum Health Sciences. Maringá, v. 30, n. 1, p. 65 – 71, 2008.

LEAL, V. O. et al. Handgrip strenght its dialysis determinants in hemodialysis patients. Nutrition. Londres,v. 27, n. 11, p. 1 – 5, 2010. LEAL; V. O. et al. Use of handgrip strength in the assessment of the muscle function of chronic kidney disease patients on dialysis: a systematic review. Nephrology Dialysis Transplantation. v. 26, p. 1354 – 1360, 2011.

Page 51: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

49

LENARDT, M. H. et al. Fatores associados à diminuição de força de preensão manual em idosos longevos. Revista da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. v. 48, n. 6, p. 1006 – 1012, 2014.

LIMBERGER, V. R.; PASTORE, C. A.; ABIB, R. T. Associação entre dinamometria manunal, estado nutricional e complicações pós-operatórias em pacientes oncológicos. Revista Brasileira de Cancerologia. v. 60, n. 2, p. 135 – 141, 2014.

LIPSCHITZ, D. A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary Care. V. 21, p. 55 – 67,1994.

MACIEL, A. C. C.; ARAÚJO, L. M. Fatores associados às alterações na velocidade de marcha e força de preensão manual em idosos instituicionalizados. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro,v.13, n. 2, p. 179 – 189, 2010.

MAFRA, D; FARANGE, N. E. O papel do tecido adiposo na doença renal crônica. Jornal Brasileiro de Nefrologia. São Paulo,v. 28,n. 2, 2006.

MANIVA, S. J. C. F.; FREITAS, C. H. A. O paciente em hemodiálise: autocuidado com a fístula arteriovenosa. Revista Rene. Fortaleza, v. 11, n. 1,p. 152 – 160, jan./mar, 2010.

MARTINS, C. et al. Terapia Nutricional para pacientes em hemodiálise crônica. Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral – Associação Brasileira de Nutrologia. Projeto Diretrizes, ago., 2011.

MATIAS, C. P. G. A qualidade de vida de pessoa com doença renal crônica em programa regular de diálise. Portugal: Universidade do Minho, 2015.

MATSUDO, S.et al. Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Atividade Física & Saúde. v. 6, n. 2, 2001.

NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf, 2003.

NASCIMENTO, L. R. Desempenho muscular isocinético do complexo do ombro de indivíduos com hemiparesia crônica. Belo Horizonte: UFMG, 2011.

NKF - NATIONAL KIDNEY FOUDATION - K/DOQI. Clinical practice guidelines for chronic kidney disease: evaluation, classification and stratification. American Journal of Kidney Diseases. v. 39, Supl 2, 2002. NOVAES, R. D. et al. Equações de referência para a predição da força de preensão manual em brasileiros de meia idade e idosos. Revista Fisioterapia e Pesquisa.v. 16, n. 3, p. 217 – 222, 2009;

NUNES, F. T. et al. Dialysis adequacy and nutritional status of hemodialysis patients. Hemodialysis International. v.12, p. 45 – 51, 2008. OLIVEIRA, G. T. C. et al. Avaliação nutricional de pacientes submetidos à hemodiálise em centros de Belo Horizonte. Revista da Associação Médica Brasileira. v. 58, n.2, p. 240 – 247, 2012.

Page 52: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

50

PAES, D.A.; ROSSETTO, E.; LIBERALI, R. Questionário Internacional de Atividade Física aplicado em praticantes de musculação. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. São Paulo, v. 2, n. 10, p. 377 – 389, jul/ago, 2008.

PEDRUZZI, M. L. et al. Fatores relacionados à força de preensão manual de pacientes submetidos à hemodiálise: ênfase na anemia. Anemia e força de preensão manual na hemodiálise. Nutrire: Revista da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição. São Paulo,v. 37, n.1, p. 22 – 23, abr, 2012.

PEREIRA, O. R.; FERNANDES, J. S. MENEGAZ, T. N. Avaliação do tempo de maturação das fístulas rádio-cefálicas para hemodiálise. Arquivos Catarinenses de Medicina. v. 45, n. 2, p. 2 – 10, 2016.

PINTO, A. P.et al. Impacto da sessão de hemodiálise na força de preensão manual. Jornal Brasileiro de Nefrologia. v.37, N° 4, p. 451 – 457, 2015.

RIBEIRO, M. M. C.; ARAÚJO, M. L.; CUNHA, L. M.; RIBEIRO, D. M. C.; PENA, G. G. Análise de diferentes métodos de avaliação do estado nutricional de pacientes em hemodiálise. Revista Cuidarte. v. 6, n. 1, p. 932 – 940, 2015. RIELLA, M. C. Hemodiálise. Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 871 – 900, 2003. RIELLA, M. C; MARTINS, C. Nutrição e o Rim. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 115, 2001. ROMÃO JÚNIOR, J. E. Doença Renal Crônica: definição, epidemiologia e classificação. Jornal Brasileiro de Nefrologia. v. 21, n. 3, Supl 1, ago., 2004.

SCHLÜSSEL, M. M.; ANJOS, L. A.; KAC, G. A dinamometria manual e seu uso na avaliação nutricional, Revista de Nutrição. São Paulo, v. 21, n. 2, p. 223 – 235, 2008a. SCHLÜSSEL, M. M.et al. Reference values of handgrip dynamometry of healthy adults: a population-based study. Clinical Nutrition, Rio de Janeiro, v. 27, n.4, p. 601 – 607, 2008b. SESSO, R. C. et al. Relatório do censo brasileiro de diálise. Jornal Brasileiro de Nefrologia. v. 30, p. 233 – 238, 2008.

SESSO, R. C. et al. Inquérito brasileiro de diálise crônica 2013 – Análise das tendências entre 2011 e 2013. Jornal Brasileiro de Nefrologia. v. 36, n. 4, p. 476- 481, 2014.

SILVA, C. M. S. et al. Insuficiência Renal Aguda: principais causas e a intervenção de enfermagem em UTI. São Paulo: Revista Científica de Enfermagem, v. 6, n. 16, p. 48 – 56, 2016.

SILVA, P. V. C.; COSTA JÚNIOR, A. L. Efeitos da atividade física para a saúde de crianças e adolescentes. Psicologia Argumento, v. 29, n. 64, p. 41–50, jan/mar, 2011.

Page 53: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

51

SILVA, T. P. C. et al. Estado nutricional de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise nos serviços médicos integrados em nefrologia, Campo Grande – MS. Ensaio e Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde. v. 14, n. 1, 2010.

SIVIERO, P.; MACHADO, C. J.; RODRIGUES, R. N. Doença Renal Crônica: um agravo de proporções crescentes na população brasileira. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA – SBN. Censo de diálise. 2012. Disponível em: <http.www.sbn.org.br:> Acesso em: 10 de outubro 2016.

SOUZA, R. et al. Avaliação antropométrica em idosos: estimativas de peso e altura e concordância entre classificações de IMC. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 81 – 90, 2013.

TORREÃO, C. L.; SOUZA, S. R.; AGUIAR, B. G. C. Cuidados de enfermagem ao cliente em diálise peritoneal: contribuição para a prática e manejo clínico. Revista de Pesquisa. v. 1, n. 2, p. 317 – 325, set/dez, 2009.

VILARTA, R. Saúde coletiva & atividade física: conceitos e aplicações dirigidos à graduação em educação física. São Paulo – Campinas: Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais Editorial, 1ª ed. 2007.

WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global burden of disease study. 2003 Disponível em <http://www3.who.int/whosis/menu.cfm?path=evidence,burden&language=english> Acesso em: 10 de outubro 2016. WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. International Physical Activity Questionnaire – IPAQ. Centro de Estudos do Laboratório de São Caetano do Sul, 1988.

WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO, 1995. (Technical Report Series, 854).

Page 54: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

52

APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(PARA MAIORES DE 18 ANOS OU EMANCIPADOS - Resolução 466/12)

Convidamos o (a) Sr. (a) para participar como voluntário (a) da pesquisa “A

influência da arteterapia no estado nutricional, consumo alimentar e qualidade de

vida de pacientes renais crônicos em hemodiálise.”, que está sob a responsabilidade

da pesquisadora Eduila Maria Couto Santos, Endereço: Rua do Alto do

Reservatório, s/n, Bela Vista, CEP: 55608-680, Telefone: (81) 98801-8126, e-mail:

[email protected]. Também participam desta pesquisa os pesquisadores:

Jéssica de Oliveira Campos, Telefone para contato: (81) 98994-1724 e Eduila Maria

Couto Santos, Telefone: (81) 9291-5781, e-mail: [email protected].

Caso este Termo de Consentimento contenha informações que não lhe sejam

compreensíveis, as dúvidas podem ser tiradas com a pessoa que está lhe

entrevistando e apenas ao final, quando todos os esclarecimentos forem dados,

caso concorde com a realização do estudo pedimos que rubrique as folhas e assine

ao final deste documento, que está em duas vias, uma via lhe será entregue e a

outra ficará com o pesquisador responsável.

Caso não concorde, não haverá penalização, bem como será possível retirar o

consentimento a qualquer momento, também sem nenhuma penalidade.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Descrição da pesquisa: O estudo tem como objetivo avaliar a influência da

arteterapia sobre a saúde de pacientes renais crônicos em hemodiálise

atendidos na clínica do rim de Vitória no município da Vitória de Santo Antão

– Pernambuco, analisando o consumo de alimentos, o nível de qualidade de

vida e o estado nutricional, antes e após a implementação de um programa

de arte.

A pesquisa terá duração prevista de aproximadamente 2 meses e ocorrerá no

período de novembro a dezembro de 2016.

O risco direto para o voluntário que pode ocorrer é o constrangimento durante

o desenvolvimento das atividades, sendo realizada de forma individual para

minimizar esse risco. Um hematoma no local da coleta de sangue pode

Page 55: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

53

ocorrer, entretanto a coleta é realizada de forma rotineira na clínica por

técnicos especializados, sendo realizados todos os procedimentos

necessários à prevenção e tratamento.

O presente estudo contribuirá de forma positiva para o tratamento dos

pacientes através da arteterapia e acrescentará conhecimentos a comunidade

cientifica á cerca da relação entre a arteterapia e o estado nutricional,

consumo alimentar e qualidade de vida de pacientes renais crônicos em

hemodiálise.

Todas as informações desta pesquisa serão confidenciais e serão divulgadas

apenas em eventos ou publicações científicas, não havendo identificação dos

voluntários, a não ser entre os responsáveis pelo estudo, sendo assegurado o sigilo

sobre a sua participação. Os dados coletados nesta pesquisa (questionários e

dados do prontuário), ficarão armazenados em pastas de arquivo, sob a

responsabilidade do orientador, no endereço acima informado, pelo período de no

mínimo 5 anos.

Nada lhe será pago e nem será cobrado para participar desta pesquisa, pois

a aceitação é voluntária, mas fica também garantida a indenização em casos de

danos, comprovadamente decorrentes da participação na pesquisa, conforme

decisão judicial ou extra-judicial. Se houver necessidade, as despesas para a sua

participação serão assumidas pelos pesquisadores (ressarcimento de transporte e

alimentação).

Em caso de dúvidas relacionadas aos aspectos éticos deste estudo, você

poderá consultar o Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da

UFPE no endereço: (Avenida da Engenharia s/n – 1º Andar, sala 4 - Cidade

Universitária, Recife-PE, CEP: 50740-600, Tel.: (81) 2126.8588 – e-mail:

[email protected]).

___________________________________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO VOLUNTÁRIO (A)

Eu, _____________________________________, CPF _________________,

abaixo assinado, após a leitura (ou a escuta da leitura) deste documento e de ter

tido a oportunidade de conversar e ter esclarecido as minhas dúvidas com o

pesquisador responsável, concordo em participar do estudo “A influência da

arteterapia no estado nutricional, consumo alimentar e qualidade de vida de

pacientes renais crônicos em hemodiálise”, como voluntário (a). Fui devidamente

informado (a) e esclarecido (a) pelo (a) pesquisador (a) sobre a pesquisa, os

procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios

decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar o meu

consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade (ou

interrupção de meu acompanhamento/ assistência/tratamento).

Impressão

digital

(opcional)

Page 56: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

54

Local e data __________________

Assinatura do participante: __________________________

Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a

pesquisa

e o aceite do voluntário em participar. (02 testemunhas não ligadas à equipe de

pesquisadores):

Nome: Nome:

Assinatura: Assinatura:

Page 57: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

55

APÊNDICE B

FICHA DO PACIENTE

DATA:____/ ____/ _____ DADOS GERAIS: PACIENTE: ________________________________________________________________________ OCUPAÇÃO: __________________________ INSTRUÇÃO: ______________ IDADE: ________ DATA DE NASCIMENTO: ____/ ____/ _____ SEXO: ( ) M ( ) F CAUSA DA DRC: __________________________ COMORBIDADES: ______________ USO DE MEDICAMENTOS: ______________________________________________________________ DADOS ANTROPOMÉTRICOS:

PESO ATUAL: ______Kg PESO USUAL: ______Kg PESO SECO: ______Kg

ALTURA: ________ IMC: ______________Kg/m² CC: ______mm CP: ______mm PCB: ______mm PCT: ______mm PCSE: ______mm

PCSI: ______mm BIOIMPEDÂNCIA: ________________________________________________________ TRATAMENTO: ( ) PRÉ-DIÁLISE ( ) HD ( )DP ( ) TX TEMPO DE TRATAMENTO: ______ DIURESE RESIDUAL: _____________ DADOS BIOQUÍMICOS:

Kt/v: _____ ≥1,2

Hb: _____g/dl 11-12g/dl

Ht: ______% 35-38%

VCM: _____fL 87-103mm³/erit

HCM: ______pg 26-34pg

Leucócitos: _____cel/mm³ 4,5-11x10³cel/mm³ (ml)

Plaquetas: ______cel/mm³ 150.000-450.000/mm³

Glicemia de Jejum:

______mg/dl

70-110mg/dl

Col. total: ______mg/dl 150-199mg/dl (Limítrofe: 200-

Page 58: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

56

239mg/dl)

Triglicerídeos: ______mg/dl 10-190mg/dl (Limítrofe:200-

400mg/dl)

HDL: ______mg/dl >35-80mg/dl

LDL: ______mg/dl <130mg/dl

Albumina: ________g/dl 3,5-5,2g/dl

Ureia Pré-HD: _______mg/dl

Ureia Pós-HD: _______mg/dl

Creatinina: ________mg/dl Transplante: 0,6-1,2mg/dl; HD: 7 –

12mg/dl; Sem função renal: 10-

12md/dl

Sódio: ________mEq/l 130-140mE1/l

Fósforo: ________mg/dl 4,5-6mg/dl

Potássio: ________mEq/l 3,5-5,5mEq/l

PTH: ________pg/ml 100-300pg/ml

PCR: ________mg/dl ≤3mg/dl

Fonte: Riella,2001

Page 59: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

57

ANEXO A

COMPROVANTE DE ENVIO DO PROJETO

Dados do Projeto de pesquisa

Título da Pesquisa: A INFLUÊNCIA DA ARTETERAPIA NO ESTADO

NUTRICIONAL, CONSUMO ALIMENTAR E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES

RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE

Pesquisador: EDUILA MARIA COUTO SANTOS

Versão: 1

CAAE: 58389916.0.0000.5208

Instituição Proponente: Centro Acadêmico de Vitória de Santo Antão

DADOS DO COMPROVANTE

Número do Comprovante: 076472/2016

Patrocinador Principal: Financiamento próprio

Informamos que o projeto A INFLUÊNCIA DA ARTETERAPIA NO ESTADO

NUTRICIONAL, CONSUMO ALIMENTAR E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES

RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE que tem como pesquisador responsável

EDUILA MARIA COUTO SANTOS, foi recebido para análise ética no CEP

Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências da Saúde / UFPECCS em

05/08/2016 às 08:47.

Page 60: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

58

ANEXO B

AVLAIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL MODIFICADA

Nome:_______________________________________________ Data:________ A. HISTÓRIA 1)Perda de peso (últimos 6 m): ________kg; peso usual:_______ kg; peso atual:________.kg Resultado:

Nenhuma >5% 5 – 10% 10 – 15% <15%

1 2 3 4 5

2) Mudança na ingestão alimentar Resultado:

Nenhuma Dieta sólida insuficiente

Dieta líquida ou moderada

Dieta líquida hipocalórica

Jejum

1 2 3 4 5

3) Sintomas gastrintestinais (presentes por mais de 2 semanas) Resultado:

Nenhuma Náuseas Vômitos/Sintomas moderados

Diarreia Anorexia grave

1 2 3 4 5

4) Incapacidade funcional (relacionada ao estado nutricional) Resultado:

Nenhuma (ou melhora)

Dificuldade de

deambulação

Dificuldade com atividades normais

Atividade leve

Pouca atividade ou acamado/

cadeira de rodas

1 2 3 4 5

5) Co-morbidade Resultados:

Tempo análise < 1

comorbidade

Tempo diálise 1 - 2ª; ou

comorbidade

Tempo diálise 2-4ª; ou

comorbidade

Tempo diálise > 4ª

comorbidade grave

Comorbidades graves e múltiplas

1 2 3 4 5

1) Classificação do estado nutricional a partir da perda de peso

Page 61: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

59

Estado

Nutricional

Adequado Desnutrição

Leve

Desnutrição

Moderada

Desnutrição

Grave

Desnutrição

Gravíssima

Categoria 1 2 3 4 5

Parâmetros Nenhuma

perda de

peso

Perda <5%

Perda >10%

nos últimos

seis meses,

porém com

ganho

durante o

último mês.

Perda de 5 a

10%

Declínio de

peso rápido

e >10%,

porém com

recuperação

evidente.

Perda de 10

a 15%

Declínio de

peso rápido

e >15%,

porém com

recuperação

no último

mês.

Perda >15%

Declínio

grande, rápido

e contínuo

principalmente

no mês

anterior e sem

sinais de

recuperação.

2) Classificação do estado nutricional a partir da ingestão alimentar

Estado

Nutricional

Adequado Desnutrição

Leve

Desnutrição

Moderada

Desnutrição

Grave

Desnutrição

Gravíssima

Categoria 1 2 3 4 5

Parâmetros Ingestão

alimentar

boa.

Melhorando

a ingestão.

Redução

moderada na

ingestão,

sem melhora

aparente.

Consumo de

dieta

líquida.

Grave

redução

severa na

ingestão e

em declínio.

Consumo de

dieta líquida

hipocalórica

exclusiva.

Redução

muito grande

na ingestão e

em declínio.

Jejum ou

ingestão

pequena de

líquidos

hipocalóricos.

3) Classificação do estado nutricional a partir dos sintomas gastrintestinais

Estado

Nutricional

Adequado Desnutrição

Leve

Desnutrição

Moderada

Desnutrição

Grave

Desnutrição

Gravíssima

Categoria 1 2 3 4 5

Parâmetros Sem

sintomas.

Náuseas e

sintomas de

curto prazo

(<2 semanas)

ou

intermitentes.

Vômitos e

sintomas

moderados

na

gravidade.

Diarreia ou

outros

sintomas

persistentes

e graves.

Anorexia

grave ou

outros

sintomas

persistentes

e muito

graves.

4) Classificação do estado nutricional a partir da incapacidade funcional

Estado

Nutricional

Adequado Desnutrição

Leve

Desnutrição

Moderada

Desnutrição

Grave

Desnutrição

Gravíssima

Categoria 1 2 3 4 5

Parâmetros Sem Dificuldades Dificuldade Grande Pouca atividade

Page 62: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

60

limitação. de

deambulação.

Melhora nas

atividades

funcionais.

com

atividades

normais

devido à

fadiga e

fraqueza.

deterioração

das

atividades

funcionais.

Realização

de

atividades

leves.

ou

acamado/cadeira

de rodas.

5) Classificação do estado nutricional a partir da co-morbidade

Estado

Nutricional

Adequado Desnutrição

Leve

Desnutrição

Moderada

Desnutrição

Grave

Desnutrição

Gravíssima

Categoria 1 2 3 4 5

Parâmetros Tempo em

diálise menor

que 1 ano,

sem a

presença de

comorbidade

aparente.

Tempo em

diálise entre

1 e 2 anos, ou

comorbidade

leve.

Tempo de

diálise entre

2 e 4 anos ou

comorbidade

grave.

Tempo de

diálise maior

que 4 anos ou

comorbidade

grave.

Comorbidades

graves

múltiplas.

Page 63: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

61

ANEXO C

QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA

VERSÃO CURTA

Nome:_______________________________________________________

Data: ______/ _______ / ______ Idade : ______ Sexo: F ( ) M ( )

Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a entender que tão ativos nós somos em relação à pessoas de outros países. As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO importantes. Por favor responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação!

Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por

pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez. 1a Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

1b Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou caminhando por dia? horas: ______ Minutos: _____

2a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente

sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA

CAMINHADA)

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10

Page 64: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

62

minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por

dia? horas: ______ Minutos: _____

3a Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração. dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum 3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia? horas: ______ Minutos: _____

Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro. 4a. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana? ______horas ____minutos 4b. Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de

semana? ______horas ____minutos

CENTRO COORDENADOR DO IPAQ NO BRASIL– CELAFISCS -

INFORMAÇÕES ANÁLISE, CLASSIFICAÇÃO E COMPARAÇÃO DE RESULTADOS NO BRASIL

Tel-Fax: – 011-42298980 ou 42299643. E-mail: [email protected]

Home Page: www.celafiscs.com.br IPAQ Internacional: www.ipaq.ki.se

Page 65: MERIELLY SAELI DE SANTANA FUNÇÃO MUSCULAR … · de Santana._Vitória de Santo Antão, 2016. 65 folhas: il.; tab. gráf.,quadros Orientadora: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú

63