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Mercado Financeiro ou Bancrio

NDICE

A Liga4EQUIPE LIGA4NOTA IMPORTANTE41 - Mercado Financeiro ou Bancrio51.1 - Mercado Monetrio51.1.1 - Ttulos51.1.2 - Sistemas de Liquidao e Custdia61.2 - Mercado de Crdito71.2.1 - Mercado de Crdito Bancrio.71.2.2 - Crdito Fornecido Pelos Bancos de Desenvolvimento71.2.3 Crdito Imobilirio71.3 - Mercado de Cmbio81.4 - Mercado de Capitais81.5 - Mercado de Derivativos82 As Variveis Macroeconmicas82.1 PIB92.2 Emprego92.2.1 PEA (Populao Economicamente Ativa)92.2.2 Desemprego Total102.3 Inflao112.3.1 Tipos de Inflao122.3.2 Efeitos da Inflao122.3.3 Metas de Inflao142.4 Juros142.5 Cmbio152.6 Setor Externo163 - Polticas Econmicas173.1 Poltica Fiscal173.1.1 Obras pblicas173.1.2 Despesas de bem-estar173.1.3 Variao na tributao173.2 Poltica Monetria183.2.1 Operaes de mercado aberto183.2.3 Poltica de taxa de redesconto183.2.3 Reserva legal ou depsito compulsrio183.3 Poltica Cambial193.3.1 Regime cambial fixo193.3.2 Bandas cambiais193.3.3 Cmbio flexvel administrado193.3.4 Cmbio flexvel puro193.4 Poltica Comercial204 - Pequena discusso sobre a taxa Selic201 - Juros Simples e Compostos221.1 - Juros Simples221.2 - Juros Compostos222 Taxas232.1 - Taxa Proporcional232.2 - Taxa Equivalente232.3 Taxa Nominal242.4 Taxa Efetiva253 Noes Bsicas de Ttulos253.1 - Fluxo de Caixa263.2 - Clculo de PU263.3 - Taxa Over273.4 - Taxa de Rentabilidade273.5 - Exemplo284 Exerccios29

NOTA IMPORTANTE

O contedo desta apostila foi revisto e aprovado pelos professores Carlos Eduardo Soares Gonalves (Economia) e Rafael Paschoarelli (Matemtica Financeira).Magnnimos no bem servir e dignos de nossa maior admirao e respeito, queremos agradecer pela sua gentil ateno e colaborao prestada o Prof. Dr. Carlos Azzoni e a todos os professores e parceiros da Liga de Mercado Financeiro FEA USP.Vale ressaltar a nossa grande gratido por Alexandre Velecico, pela sua contribuio mpar na elaborao desta apostila.

INTERMEDIRIO FINANCEIROInstituies responsveis por desempenhar a funo de criar mercado, aproximando os tomadores dos emprestadores. Corretores e bancos so exemplos de intermedirios financeiros.1 - Mercado Financeiro ou BancrioRefere de modo geral ao mercado de emprestadores e tomadores de emprstimos, levando em conta as instituies e operaes que permitem ou facilitam o acontecimento desse processo. Nomeia a taxa que remunera os emprstimos de taxa de juros e as instituies que auxiliam o emprstimo de instituies financeiras.A intermediao pode ocorrer de vrias formas de tal sorte que haja subdivises para o mercado financeiro.Explicaremos a seguir os tipos de mercado existentes, focando somente naqueles que no fazem parte dos tpicos a serem abordados no curso:

TAXA DE JUROSTaxa que, em dado perodo, incide sobre a quantia emprestada onerando o tomador de emprstimo e remunerando o emprestador.1.1 - Mercado MonetrioEnvolve as operaes de curto e curtssimo prazo, logo, operaes de grande liquidez. Proporciona um eficiente controle da oferta de moeda na economia e das taxas de juros bsicas. Opera principalmente com ttulos de alta liquidez.

1.1.1 - TtulosOs ttulos podem ser pblicos ou privados. Sero citados somente os ttulos mais importantes para o mercado monetrio.

TTULOSPapis que representam uma obrigao.Emitidos de acordo com legislao especfica para cada tipo ou espcie.Temos como exemplo: a letra de cmbio, a nota promissria, uma duplicata, entre outros.1.1.1.1 - Ttulos PblicosOs ttulos pblicos so emitidos pelo Tesouro Nacional (Governo Federal), com a finalidade de financiar o oramento pblico. So consideradas livres de risco pois o governo pode emitir moeda para realizar o pagamento de suas dvidas.

1.1.1.2 - Ttulos PrivadosTtulos emitidos por bancos ou empresas com a finalidade de suprir necessidades de caixa. O ttulo mais comum o CDB (Certificado de Depsito Bancrio), sendo o CDI (Certificado de Depsito Interfinanceiro), tambm muito importante nas emisses bancrias.

CDBCertificado de depsito bancrio.Produto de investimento utilizado por instituies financeiras com o objetivo de captao em moeda local, para ser repassado como emprstimos no mercado de crdito a taxas maiores do que as pagas no CDB.Importante ressaltar que o CDB possui sua grande liquidez sustentada pelo fato dos bancos emissores garantirem a recompra a qualquer momento que o cliente desejar desfazer de seus CDBs.No Brasil, devido pequena negociao existente de ttulos de dvida de empresas, no h liquidez suficiente para sustentar um mercado monetrio nessa rea, apesar de grandes desenvolvimentos na rea estarem ocorrendo.

1.1.2 - Sistemas de Liquidao e Custdia

CDICertificado de crdito interfinanceiro.Utilizado no emprstimo de uma instituio financeira a outra.Dessas operaes deriva a taxa DI.Inicialmente, os ttulos eram negociados fisicamente e o comprador do ttulo portava o documento. Com o crescimento do mercado monetrio, dois pontos tornaram-se importantes para garantir segurana e eficincia: Liquidao e Custdia. A fim de solucionar esses problemas, foram criadas duas instituies: A SELIC (Sistema Especial de Liquidao e Custdia) e a CETIP (Cmara de Custdia e Liquidao).

1.1.2.1 - SELICSistema Especial de Liquidao e Custdia. Desenvolvido pelo Banco Central e pela Andima (Associao Nacional Brasileira das Instituies de Mercado Aberto), em 1979.Tem a funo de operar ttulos pblicos emitidos pelo Banco Central e Tesouro Nacional, controla e liquida financeiramente as operaes de compra e venda de ttulos e mantm sua custdia fsica e escritural.

1.1.2.2 - CETIPOriginalmente denominado Central de Ttulos Privados, da sua sigla, atualmente a Cmara de Custdia e Liquidao.Sistema semelhante SELIC, criada com a finalidade de atender ao mercado de ttulos privados como o CDB e o CDI. mantido pela Febraban (Federao Brasileira de Bancos), pela Andima, pela Anbid (Associao Nacional de Bancos de Investimento) e Acrefi (Associao das Sociedades de Crdito e Financiamento).

LIQUIDAORefere-se garantia de que as operaes entre as partes envolvidas sero realizadas na data predeterminada.Envolve o pagamento e a devoluo do ttulo.1.2 - Mercado de CrditoRefere-se s concesses de emprstimo que visam suprir necessidades de capital dos vrios agentes econmicos, quer seja pessoa fsica ou jurdica.As operaes no mercado de crdito podem ocorrer por uma srie de diferentes razes, logo possuem prazos, taxas e riscos distintos para cada caso.

CUSTDIARefere-se ao porte do ttulo em si.Quando o comprador do ttulo tambm tem a posse deste, podem ocorrer problemas como roubo, falsificao e fraude.Existem trs segmentos de crdito que sero explicados de forma breve: o mercado de crdito bancrio, o crdito fornecido pelos bancos de desenvolvimento e o crdito imobilirio.1.2.1 - Mercado de Crdito Bancrio.Geralmente oferecido pelas instituies financeiras, suprem necessidades de curto e mdio prazo. Existe o crdito para pessoas fsicas, com curtos prazos e altssimas taxas de juros; o crdito para pessoas jurdicas que visam principalmente suprir necessidades de capital de giro ou a compensao antecipada de recebveis; e o crdito direto ao consumidor, de curto e mdio prazo, a fim de financiar a compra de diversos bens (linha automotiva, eletrodomsticos, eletro-eletrnicos, entre outros).1.2.2 - Crdito Fornecido Pelos Bancos de DesenvolvimentoConcentrado em um nmero reduzido de bancos, com a finalidade de suprir a falta de oferta de crdito de longo prazo para empresas crescerem e expandir seus negcios, bem como incentivar a abertura de novas empresas.Oferecido por bancos como o Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social), Basa (Banco da Amaznia S/A) e o BNB (Banco do Nordeste do Brasil).

1.2.3 Crdito ImobilirioCrditos de longo prazo com a finalidade de financiar a aquisio de imveis. Podem ser derivados de programas governamentais, de bancos ou com financiamento direto com construtoras.

VARIVEIS MACRO As principais variveis macroeconmicas so:PIBEmpregoInflaoJurosCmbioSetor Externo1.3 - Mercado de Cmbio constitudo pelas operaes de converso de moeda de um pas pela moeda de outro. Pode ser realizada atravs de diversas formas de transferncia de recursos como investimentos, emprstimos, remessas, comrcio internacional ou operaes especulativas, entre outros.

1.4 - Mercado de CapitaisRealiza a aproximao das pessoas com capital disponvel para aplicao (investidores) e pessoas ou instituies com necessidade de financiamento de longo prazo. Possui grande importncia no processo do desenvolvimento econmico por estruturar financiamentos de mdio e longo prazo para capital de giro e investimento em projetos.

1.5 - Mercado de DerivativosDividido entre Futuros e Opes, o mercado de derivativos negocia contratos cujos valores so derivados do valor de algum ativo que pode ser um ndice, aes, commodities, moedas, entre outros. A negociao desses contratos cresce de forma expressiva na Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F).

2 As Variveis MacroeconmicasA macroeconomia estuda o comportamento da economia como um todo. Embasa-se na microeconomia e analisa o comportamento agregado do mercado, considerando que este o resultado de milhes de decises individuais.No estudo da Macroeconomia, analisamos algumas variveis que afetam a economia como um todo. Elas so: PIB, emprego, inflao, juros, cmbio e setor externo.

PIBTermmetro da capacidade produtiva do pas, o PIB o valor total da produo atual de bens e servios finais obtidos em territrio nacional.2.1 PIBO Produto Interno Bruto o valor total da produo atual de bens e servios finais, obtidas em territrio nacional, em determinado perodo de tempo (em geral, um trimestre ou um ano).O PIB , ento, um termmetro da capacidade produtiva do pas. Quando a economia local fomenta o aumento de produo, ou quando h um crescimento de demanda, a tendncia do PIB crescer.O crescimento do PIB resultado de investimentos de longo prazo realizados na cadeia produtiva, portanto, sua movimentao apresenta um certo atraso com relao movimentao de outras variveis, que ocorrem em prazos menores de tempo.O crescimento do PIB gera um aumento na oferta de produtos e tambm um aumento na quantidade de empregos disponveis.

2.2 EmpregoO emprego analisa a quantidade de pessoas em uma economia que trabalham e recebem um salrio peridico e pr-estabelecido, que podem, portanto, consumir. um medidor da demanda de um pas. Quanto mais pessoas recebendo um salrio, maior o consumo, portanto, maior a demanda por produtos. interessante notar que o crescimento do emprego aumenta a demanda por produtos, que implica no crescimento do PIB que, por sua vez, gera crescimento no emprego; esse um crculo de crescimento importante de ser entendido, bem como sua implicao nas outras variveis. O crescimento desbalanceado entre a oferta e demanda por produtos na economia pode gerar uma srie de implicaes perigosas na inflao.A fim de medir o emprego, temos duas metodologias: a PEA (Populao Economicamente Ativa) e o Desemprego Total:

2.2.1 PEA (Populao Economicamente Ativa) calculada atravs de excluso. Da populao total de um pas, excluem-se todas as pessoas que no so consideradas economicamente ativas. No so considerados economicamente ativos: DESEMPREGOH trs tipos essenciais de desemprego: Desemprego Aberto (pessoas que procuraram mas no conseguiram emprego), Desemprego Oculto pelo Trabalho Precrio (pessoas que exercem algum tipo de auto-ocupao descontnua e irregular) e Desemprego Oculto pelo Desalento e Outros (pessoas desempregadas que no procuraram por trabalho)Menores de 16 anos; Integrantes das Foras Armadas; Presos; Aposentados; e Pessoas que no esto trabalhando nem procurando por trabalho.

importante notar que no contexto brasileiro existem muitos menores de 16 anos que trabalham a fim de complementar a renda familiar; integrantes das foras armadas que trabalham para complementar sua renda; presos que exercem funes econmicas, mesmo que ilcitas; e aposentados que trabalham, pois a renda da aposentadoria insuficiente para suprir suas necessidades.

2.2.2 Desemprego TotalA fim de calcular o Desemprego Total, consideramos: Desemprego Aberto, Desemprego Oculto pelo Trabalho Precrio e Desemprego Oculto pelo Desalento e Outros.2.2.2.1 Desemprego AbertoRefere-se s pessoas que efetivamente procuraram por um emprego nos ltimos 30 dias anteriores entrevista e no exerceram nenhum tipo de atividade nos ltimos 7 dias.So pessoas que perderam o emprego e esto buscando se recolocar no mercado. Em geral, perderam o emprego h pouco tempo atrs e, caso no consigam um novo, podem tentar ocultar sua situao.

2.2.2.2 Desemprego Oculto pelo Trabalho PrecrioPessoas que, para sobreviver, exercem uma atividade de auto-ocupao, de forma descontnua e irregular, mesmo que no remunerado, em negcios de parentes e tambm tomaram providncias concretas para conseguir um trabalho diferente deste nos ltimos 30 dias ou at 12 meses antes da entrevista.So pessoas que escondem sua situao de desemprego com alguma atividade alternativa.

INFLAO Consiste no aumento persistente e generalizado no ndice de preos.Os ndices mais importantes de inflao so o PCA e INPC (IBGE), o IPC (FIPE) e IGP-M (FGV).2.2.2.3 Desemprego Oculto pelo Desalento e OutrosPessoas desempregadas que no procuraram por trabalho nos ltimos 30 dias por desestmulo do mercado de trabalho ou circunstncias fortuitas, mas apresentaram procura efetiva de trabalho nos ltimos 12 meses.So pessoas que no procuram por emprego, mas esto dispostas a voltar a procurar, caso percebam mudanas que indiquem melhores chances de se empregarem.

O Desemprego Total considera os trs tipos de desemprego, no ignorando as pessoas que ocultam sua situao de uma forma ou de outra, como pode ocorrer no caso de uma pesquisa que simplesmente mensure as respostas das pessoas quanto sua situao.

2.3 InflaoDefinida como um aumento persistente e generalizado no ndice de preos, so os movimentos contnuos dos preos que no devem ser confundidos com flutuaes espordicas geradas por circunstncias sazonais.Explicando de forma mais focada, temos um aumento dos preos (em caso de queda, teremos deflao), persistente (ou seja, de forma contnua, que no se limita a um determinado perodo de tempo), generalizado (em vrios produtos e servios, no podendo ser limitado a um ou alguns produtos isolados) dos ndices de preos (modelos estatsticos, de metodologia definida, que tm a finalidade de calcular a mdia da variao de preos. Podem ser focar em determinados casos, como uma faixa de renda, uma localizao geogrfica ou uma determinada cesta de produtos, entre outros).Existem vrios ndices de preos com a finalidade de medir a inflao da economia e alguns rgos que os calculam.Temos o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica) que calcula o IPCA (ndice de Preos ao Consumidor Amplo) e o INPC (ndice Nacional de Preos ao Consumidor);A FIPE (Fundao Instituto de Pesquisas Econmicas, associada Universidade de So Paulo USP), que calcula o IPC-FIPE (ndice de Preos ao Consumidor da FIPE);

TIPOS DE INFLAO H trs tipos de inflao: Demanda (decorrente do excesso de demanda por produtos), Custo (decorrente do aumento dos custos de produo) e Inercial (decorrente da remarcao de preos).E o IBRE (Instituto Brasileiro de Estatstica, da Fundao Getlio Vargas FGV), que calcula outros ndices como o IPC (ndice de Preos ao Consumidor), os IGPs (ndices Gerais de Preos), entre outros.

2.3.1 Tipos de InflaoTemos trs tipos de inflao: de demanda, de custos e inercial:

2.3.1.1 Inflao de demandaDecorre do excesso de demanda por produtos que, com uma oferta insuficiente, pressiona os preos para cima. Tem grandes chances de ocorrer conforme a economia aproxima sua produo efetiva de sua capacidade mxima, com pleno emprego de seus recursos.Esse excesso de demanda tende a gerar uma demanda por mo de obra, a fim de aumentar a produo das empresas. Com o aumento da demanda por mo de obra, temos o aumento salarial e reduo das taxas de desemprego, que tendem a aumentar ainda mais o consumo, empurrando a inflao de demando ainda mais para cima.

2.3.1.2 Inflao de custosDecorre do aumento dos custos de produo alto o suficiente para levar a uma queda na capacidade de oferta de bens e servios que geram inflao mesmo que a demanda no cresa.Podem ser causas para a inflao de custos os aumentos salariais, aumentos do custo de matria-prima e a estrutura de mercado (como monoplios que podem elevar os preos de matrias-primas acima dos preos de venda de algumas empresas).

2.3.1.3 Inflao InercialInflao gerada da remarcao de preos seguindo tendncias inflacionrias do passado. Podem utilizar indexadores formais (como contratos de aluguel, carns escolares, entre outros) ou informais (aumento de preos seguindo os passos de outros que tambm o fizeram). Ocorre quando a inflao segue uma tendncia de se manter sempre no mesmo patamar.

2.3.2 Efeitos da InflaoA inflao gera uma srie de impactos na economia:

2.3.2.1 Piora na Distribuio de RendaEssa piora decorre do fato da inflao atingir as pessoas diariamente enquanto que os ajustes salariais ocorrem somente esporadicamente, com longos prazos de tempo entre uma correo e outra. Comerciantes, indstrias e empresas conseguem repassar os aumentos de custos para seus clientes, atingindo no fim, o consumidor final.Pessoas que recebem salrios muito baixos, prximos do salrio mnimo, gastam quase a totalidade deste para sobreviver, no tendo, portanto, a opo de aplicar uma parte de seu dinheiro a fim de se proteger do aumento da inflao, logo, tm seu poder de compra diminudo diariamente.

2.3.2.2 Prejuzo na Balana de PagamentosCom uma alta taxa de inflao, os preos dos produtos nacionais sobem mais rpido do que os preos de produtos importados, gerando um aumento na procura por bens importados e uma diminuio na exportao de bens nacionais.A fim de inibir a importao e estimular a exportao, o Governo desvaloriza sua moeda em relao ao dlar. Isso acaba encarecendo, tambm, a importao de produtos essenciais dos quais o pas depende, como mquinas sem equivalentes nacionais, matria-prima que no existem no pas, entre outros. Por fim, a importao mais cara eleva os custos de produo, gerando inflao de custos, criando um crculo vicioso.

2.3.2.3 Prejuzo nas Finanas PblicasA arrecadao fiscal do governo afetada pela inflao, pois existe um atraso entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto, no qual a inflao ir corroer o valor a ser recolhido. Quanto maior a arrecadao, menor o recolhimento efetivo do governo. Esse conceito chamado de Efeito Oliveira-Tanzi.

2.3.2.4 Formao de ExpectativasAfeta principalmente empresrios que, em um contexto de instabilidade e imprevisibilidade no iro realizar investimentos em aumento de capacidade produtiva, o que prejudica o nvel de emprego na economia.Em tempos inflacionrios, era comum o aumento de preos devido expectativa de inflao; uma vez que um certo nvel de inflao j era esperado, empresrios antecipavam o aumento dos preos. Isso, por si s j gerava inflao que pode ser chamada de inflao de expectativas ou inflao psicolgica.

METAS DE INFLAOSo metas estipuladas pelo CMN e devem ser perseguidas pelo Bacen (Banco Central). Consistem em diretrizes para a poltica monetria, alm de calibrar a liquidez da economia.2.3.2.5 Limitaes na Viso de Longo PrazoPara que se possa fazer um planejamento de longo prazo, empresrios necessitam de um contexto onde haja uma certa estabilidade poltica e econmica. Em caso de um contexto instvel com uma poltica ou uma economia imprevisvel, no h como se planejar, portanto, os investimentos so dramaticamente reduzidos, tanto de empresrios nacionais como de empresrios internacionais.

2.3.3 Metas de InflaoA partir do Decreto n 3.088, de 21 de junho de 1999, foi institudo Brasil utilizao do conceito de Metas de Inflao.So diretrizes para a poltica monetria, alm de calibrar a liquidez da economia a fim de assegurar o crescimento econmico. De acordo com a lei, o Banco Central tem a obrigao de utilizar todos os meios necessrios da poltica monetria com o objetivo de obter essas metas.As metas so definidas pelo Conselho Monetrio Nacional (CMN), por proposta do Ministro da Fazenda, e tm um intervalo de tolerncia, que permite variao percentual para cima ou para baixo. importante notar, tambm, que o Banco Central pode propor, por meio de Carta Aberta, uma nova meta chamada de Meta Ajustada. Esta ser proposta quando a meta original, definida pelo CMN, no puder ser cumprida. As justificativas devem ser aceita pelo CMN.

2.4 JurosDiferentemente do PIB, do emprego e da inflao, o juro difere, pois pode ser determinado; principalmente quando falamos da taxa Selic, determinada pelo Copom. Mais adiante daremos mais ateno taxa Selic. Quando as pessoas se defrontam com uma situao de compra, elas avaliam os benefcios entre a compra imediata do produto contra o prmio que ela recebe por poupar. Juros podem ser definidos como a remunerao da deciso de poupar.Os juros podem ser vistos na seguinte frmula:

CMBIOA taxa de cmbio pode ser determinada como a quantidade necessria de moeda de um pas que necessria para comprar uma unidade da moeda de um pas estrangeiro.J = FV PV

Com J = juro, FV = valor futuro e PV = valor presente;Teremos ento, a taxa de juros (i) definida como:

i = J/PV J = PV x I

Quando as pessoas no percebem a existncia dos juros, a deciso de compra torna-se muito mais interessante, pois o dinheiro perde valor no tempo, devido ao da inflao.Portanto, os juros no so somente um prmio, como tambm funcionam como ferramenta de correo, a fim de evitar a perda de valor das poupanas.Temos, ento, duas formas de enxergar os juros. O conceito de juro nominal, que o valor praticado no mercado, efetivamente utilizado pelas instituies financeiras e que remuneram o capital das pessoas que emprestam; e o conceito de juro real, que a taxa de juros nominal subtrada da inflao constatada no perodo, logo, juro nominal a soma do juro real com a inflao constatada no perodo. Temos ento, a frmula de Fischer, utilizada na soma de taxas:

( 1 + inominal ) = ( 1 + ireal ) x ( 1+ )

Onde:inominal = taxa de juros nominalireal = taxa de juros real = taxa de inflao constatada no perodo2.5 CmbioA taxa de cmbio pode ser determinada como a quantidade necessria de moeda de um pas que necessria para comprar uma unidade da moeda de um pas estrangeiro.Pegando o exemplo da converso do real (R$) para dlares (US$), teremos a taxa (R):R = R$ / US$

RESERVA INTERNACIONALOu reservas de moeda estrangeira, so o conjunto de haveres negociveis em moeda estrangeira, de alta liquidez e conversibilidade, em propriedade do Banco Central.Se R = 3, sabemos que 3 reais compram 1 dlar. Caso o R diminua para 2, dizemos que o real valorizou em relao ao dlar, ocorrendo uma apreciao da taxa.De forma oposta, quando R sobe para 4, dizemos que o real desvalorizou em relao ao dlar, ocorrendo uma depreciao da taxa.Existem algumas formas de regimes cambiais que sero abordadas mais frente, no tpico de Poltica Cambial. importante notar que o cmbio influencia a entrada e sada de moeda do pas, pois, em uma situao de uma taxa de cmbio muito valorizada, h incentivos para a importao e desincentivos para a exportao, de forma oposta, com uma taxa de cmbio muito desvalorizada, h o incentivo para a exportao e o desincentivo para a importao.A tendncia de valorizao do cmbio tambm um incentivo para que investimentos estrangeiros sejam feitos no pas na forma de sua moeda local, pois haver no s o ganho com o investimento, mas tambm com a variao do cmbio. A tendncia oposta gera incentivos opostos aos comentados.

2.6 Setor ExternoAs pessoas e as empresas de um pas realizam diversas transaes com pessoas e empresas de outras naes. Isso gera um fluxo de moeda, assim como de bens e servios, que afetam a economia interna desse pas.A balana de pagamentos tem o objetivo de ser um resumo contbil das transaes que um pas realizou com o resto do mundo, em um determinado perodo de tempo.O resultado da balana de pagamentos determina a variao no nvel de reservas de moeda estrangeira de um pas. Um pas necessita da reserva de moeda estrangeira a fim de ser capaz de relacionar-se financeiramente com o resto do mundo. Caso esta reserva seja esgotada, nenhuma remessa de moeda ou converso poder ser realizada pelos residentes deste pas, de forma legal. A boa gesto das reservas importante para que o risco calculado de um pas seja baixo.

POLTICA FISCAL Os principais instrumentos da poltica fiscal so obras pblicas, despesas de bem-estar e variao na tributao.3 - Polticas Econmicas 3.1 Poltica FiscalPoltica fiscal so ajustes realizados nos tributos e nas despesas pblicas com o intuito de controlar o processo de oscilao econmica.

3.1.1 Obras pblicasQuando os nveis de consumo e investimento da economia so baixos, prejudicando a demanda, reduzindo os nveis de emprego, o governo pode utilizar-se de uma poltica fiscal expansionista, iniciando diversas obras com o intuito de gerar empregos, aumentando as despesas pblicas.

3.1.2 Despesas de bem-estarO governo, buscando gerar demanda imediata, pode tomar aes de transferncia de renda para as famlias com a finalidade de impulsionar a demanda agregada interna. Possui a vantagem de possuir resultados rpidos na economia.

3.1.3 Variao na tributaoOutra medida que pode ser adotada a variao na tributao. A vantagem da variao na tributao a possibilidade de se escolher o setor (devido ao carter do tributo a ser alterado), a esfera (municipal, estadual ou federal) e a proporo (pois os tributos podem ser alterados em uma porcentagem definida).Podem ser aumentados, a fim de segurar a demanda ou diminudos para estimular a demanda. Possuem a desvantagem de serem lentos, pois alteraes em tributos no podem ocorrer de forma imediata. Quatro tributos no Brasil podem ser alterados de forma mais rpida (em 90 dias) por possurem carter de controle da economia; eles so o II (imposto de importao), IE (imposto de exportao), IOF (imposto sobre movimentaes financeiras) e o IPI (imposto sobre produtos industrializados).

POLTICA MONETRIA Os principais instrumentos da poltica monetria so operaes de mercado aberto, alterao da taxa de redesconto e reserva legal.3.2 Poltica MonetriaAes tomadas pelo Banco Central com o intuito de controlar a oferta de moeda e crdito na economia, para que estes estejam de acordo com a demanda. As aes so rpidas e eficientes.

3.2.1 Operaes de mercado abertoO Banco Central atua no mercado aberto comprando e vendendo ttulos do governo. Constitui na principal ferramenta de ao do BC.Atravs da venda de ttulos, o BC recolhe uma certa quantidade de moeda da economia, diminuindo a oferta de moeda na economia, diminuindo o consumo e o investimento. De forma oposta, o BC pode comprar os ttulos de volta, para aumentar a oferta de moeda na economia, estimulando o consumo e o investimento.

3.2.3 Poltica de taxa de redescontoQuando os bancos necessitam de emprstimos, podem recorrer ao Banco Central. Nessa situao, o BC realiza um emprstimo a uma determinada taxa, denominada taxa de redesconto. portanto uma ferramenta menor, devido seu carter passivo.Com uma taxa maior, o BC desincentiva do redesconto, diminuindo a oferta de moeda dos bancos, aumentando a taxa de redesconto, o BC incentiva a utilizao dessa ferramenta.

3.2.3 Reserva legal ou depsito compulsrioO banco possui a obrigao de manter parte de seu capital em forma de depsitos vista. A porcentagem definida pelo BC e denominada reserva legal ou depsito compulsrio.Para diminuir a quantidade de capital que um banco tem para emprstimo, o BC pode aumentar a taxa de depsito compulsrio. Diminuir a taxa de depsito compulsrio aumenta a quantidade de oferta de crdito na economia. O depsito compulsrio no remunerado.

POLTICA CAMBIAL Os principais regimes cambiais so o Fixo, Bandas Cambiais, Cmbio Flexvel Administrado e Cmbio Flexvel Puro.3.3 Poltica Cambial a ao do governo sobre a taxa de cmbio, de forma a controlar, influenciar ou nada fazer em relao sua oscilao. Um pas pode ter um regime cambial de diversas formas:

3.3.1 Regime cambial fixoNo regime de cmbio fixo, o governo estabelece um determinado valor para a taxa de cmbio e se compromete a comprar e vender moeda estrangeira nesse valor. Como ningum estar disposto a vender moeda estrangeira a um preo mais barato, nem comprar a um preo mais caro que o definido pelo governo, a taxa de cmbio fica fixa.Requer uma grande quantidade de reserva de moeda estrangeira e uma grande capacidade de comprar moeda estrangeira para que o pas seja capaz de conter uma grande tendncia de excesso de demanda ou excesso de oferta.

3.3.2 Bandas cambiaisSemelhante ao regime cambial fixo, porm o governo estabelece seu preo de compra pouco acima de seu preo de venda, de forma a possibilitar uma pequena variao da moeda (dlar entre R$1,89 e R$1,93, por exemplo). Isso permite que o governo v aumentando o intervalo de flutuao do cmbio, reduzindo cada vez mais a necessidade de interveno.

3.3.3 Cmbio flexvel administradoNesta situao, o cmbio pode flutuar livremente dentro de um largo intervalo definido pelo governo (dlar entre R$1 e R$4, por exemplo), mas no divulgado. Existe interveno somente quando a variao excessivamente forte e diminui a necessidade de uma reserva to grande, mas ainda assim, necessita dela nos casos extremos.

3.3.4 Cmbio flexvel puroAqui, o governo permite que a taxa de cmbio flutue livremente, sem interveno. As taxas sero determinadas puramente pelas leis de oferta e procurado mercado.

3.4 Poltica ComercialA poltica comercial de um pas toma aes para que sua balana de pagamentos no fique negativa, influenciando nas importaes e nas exportaes. O cmbio faz parte da poltica comercial, pois com a moeda local valorizada, teremos incentivo importao e desincentivo exportao, ocorrendo o contrrio para uma moeda local desvalorizada.A poltica fiscal tambm pode influenciar, atravs do imposto de importao e do imposto de exportao.Alm disso, tambm temos acordos bilaterais e os blocos econmicos que buscam aumentar as relaes exteriores e as polticas protecionistas que buscam proteger o mercado interno devido falta de capacidade competitiva, do mercado externo.Outro ponto importante a infra-estrutura de um pas que permite que as indstrias cresam de forma sustentvel. Neste ponto, o Brasil extremamente faltoso. Com infra-estrutura energtica e de transportes e um nvel pssimo de educao, o pas passa por grandes dificuldades de crescimento.O governo ineficiente na resoluo do problema da infra-estrutura, por isso, o trabalho de fornecer infra-estrutura que inicialmente seria do governo, passa para as mos das empresas privadas, pois elas so diretamente prejudicadas por essa falta.

4 - Pequena discusso sobre a taxa SelicA taxa Selic, determinada pelo Copom (Comit de Poltica Monetria), a taxa bsica de juros da economia, ou como tambm chamada, taxa livre de risco. a taxa bsica de juros, pois remunera os ttulos emitidos pelo governo e livre de risco, pois o governo possui o poder de emitir moeda para garantir o pagamento desses ttulos, mesmo causando inflao. Logo, a nica hiptese deles no serem pagos no caso da deciso do governo pela moratria da dvida interna.Como j sabemos, a determinao da taxa de juros, influencia a propenso das famlias a comprar ou poupar. Logo, tem ao direta sobre a demanda, que influencia diretamente a inflao de demanda. Alm disso, a definio de quanto remunera os ttulos pblicos afeta diretamente o spread entre as taxas nacionais e as taxas de outros pases, influenciando a entrada e sada de capital estrangeiro, isso mexe com o cmbio, que por sua vez, influencia a inflao de custos. interessante ressaltar que o aumento da taxa Selic aumenta a propenso compra dos ttulos pblicos, diminuindo a demanda, o que inibe o crescimento da inflao de demanda; porm, este mesmo aumento, torna os investimentos no Brasil mais interessantes, atraindo capital estrangeiro, o que tende a valorizar o Real, estimulando as importaes, que devem inibir ainda mais o crescimento da inflao de demanda, mas causa inflao de custos.A Selic determinada pelo Copom, que integrado por uma srie de autoridades; seu presidente o presidente do Banco Central. Logo, os interesses que regem a determinao da taxa Selic sero coerentes com o Banco Central, que, por sua vez, busca cumprir as Metas de Inflao estabelecidas pelo Conselho Monetrio Nacional (CMN).Percebemos aqui, que a principal funo da determinao da taxa Selic propiciar o atingimento das metas de inflao, e no proporcionar uma taxa mais adequada para o crescimento do pas. Isso tambm pode ser constatado da leitura da ata, que discute fortemente as tendncias dos ndices de preo.Apesar do pargrafo anterior soar como uma crtica, ele no o . Para que se possa enxergar a verdadeira necessidade de uma boa gesto das taxas de inflao, basta voltarmos ao perodo de hiperinflao pelo qual o Brasil passou nas dcadas de 70 e 80.Com uma inflao fora de controle, no h planejamento de longo prazo, alm de prejudicar as classes baixa e mdia da sociedade, que sofrem com seus reajustes de salrio que no acompanham a economia. Os impactos da alta inflao j foram discutidos anteriormente.Devemos perceber, que aqueles que so contra os reajustes do Copom, muitas vezes argumentando que estes reajustes no so o mais saudvel para o crescimento do pas, so, por conseqncia, pelo menos contrrios forma como a poltica de metas de inflao executada atualmente, se no forem totalmente contrrios a ela.

1 - Juros Simples e Compostos

Variveis:FV = Valor FuturoPV = Valor Presentei = Taxa em um determinado perodon = Nmero de perodosJ = Juros1.1 - Juros SimplesOs juros tm sempre como base, o PV.FV = PV [1+ ( i * n )]

Exemplo: Toma-se R$ 100 de emprstimo que devem ser devolvidos em 3 meses a juros simples. A taxa mensal de 5%a.m. Quanto deve ser devolvido?Soluo:FV = 100 (1+ 0,05 * 3)FV = 100 (1,15)FV = 115

R$100R$115N=3 mesesi = 5%a.m.

1.2 - Juros CompostosOs juros tm como base, o PV somado a todos os juros que incorreram at o ltimo perodo.

FV = PV (1+i)n

Exemplo: Toma-se R$ 100 de emprstimo que devem ser devolvidos em 3 meses. A taxa mensal de 5%a.m. Quanto deve ser devolvido?Soluo:FV = 100 (1+ 0,05) (90/30)FV = 100 (1,05) 3FV = 115,7625

R$100R$115,76N=3 mesesi = 5%a.m.

2 Taxas

2.1 - Taxa ProporcionalDuas taxas, i1 e 12, sero proporcionais quando, remunerando o mesmo PV durante o mesmo prazo n, produzem o mesmo FV, quando analisadas em regime de juros simples. Ou seja:n1.i1 = n2.i2

Exemplo: Suponha uma taxa de 10%a.m. que aplicada sobre um valor por 12 meses a juros simples. Qual a taxa anual proporcional a esta taxa?Soluo:12 * 0,10 = n2 * 1 n2 = 1,2 = 120%

2.2 - Taxa EquivalenteDuas taxas, i1 e i2, sero equivalentes quando, remunerando o mesmo PV, durante o mesmo prazo n, produzem o mesmo FV, quando analisadas em regime de juros compostos. Ou seja:(1 + i1)n1 = (1 + i2)n2Exemplo: Qual a taxa equivalente semestral de uma taxa mensal de 10% aplicada por 1 ano?(1 + 0,10)12 = (1 + i2)23,13843 = (1 + i2)21,77156 = (1 + i2)i2 = 0,77156 = 77,156%2.3 Taxa Nominal uma taxa de juros expressa em uma unidade de tempo diferente do perodo de tempo no qual os juros esto remunerando.

idesejado = [(1 + iinformado)n/N 1] x 100FV = PV ( 1 + i ) n/N Onde:N = tempo referente taxa informada em unidades de tempo da taxa desejadan = nmero de unidades de tempo referente taxa desejada

Exemplo: Toma-se R$ 200 de emprstimo que devem ser devolvidos em 15 dias (ms de 30 dias). A taxa mensal de 5%a.m. Quanto deve ser devolvido?Soluo:N = 1 ms = 30 diasn = 15 dias

idesejado = [(1 + iinformado)n/N 1] x 100idesejado = [(1 + 0,05)15/30 1] x 100idesejado = 2,47FV = 200 (1+ 0,0247) = 204,94

R$200R$204,94N=15 diasi = 5%a.m.

OU

FV = 200 (1+ 0,05) 15/30FV = 200 (1,05)1/2FV = 204,942.4 Taxa Efetiva uma taxa de juros expressa em uma unidade de tempo igual do perodo de tempo no qual os juros esto remunerando.

Exemplo: Toma-se R$ 100 de emprstimo que devem ser devolvidos em 1 ms. A taxa mensal de 5%a.m. Quanto deve ser devolvido?Soluo:FV = 100 (1+ 0,05)1FV = 100 (1,05)1FV = 105

R$100R$105N= 1 msi = 5%a.m.

3 Noes Bsicas de TtulosOs ttulos podem ser classificados em dois tipos:Os ttulos de propriedade, de renda varivel, como so as aes e os ttulos de dvida, de renda fixa, como so as LTNs, os CDBs e as Debntures.Nesta parte, abordaremos somente os ttulos pblicos, mais especificamente a LTN a fim de fazer entender os clculos.Os ttulos pblicos so inicialmente lanados no mercado por meio de leiles realizados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), sendo este chamado de mercado primrio.Os compradores desses ttulos no so obrigados a mant-los at a data de vencimento. Podem ser negociados no mercado, o que chamado de mercado secundrio.Os principais ttulos so a LTN (Letra do Tesouro Nacional), a NTN (Nota do Tesouro Nacional) e a LFT (Letra Financeira do Tesouro).A LTN um ttulo emitido pelo Tesouro Nacional, prefixado, com prazo mnimo de 28 dias. Possui a caracterstica de ser resgatado na data de vencimento pelo seu valor nominal, que sempre de R$1000,00, ou seja, a LTN um ttulo que vale R$1000,00 na data de seu vencimento. A sua compra feita em um valor menor, cujo desconto em relao aos R$1000,00 representam os juros.Os clculos so feitos com capitalizao composta.3.1 - Fluxo de CaixaO LTN possui um fluxo de caixa que se assemelha a uma tomada de crdito, no ponto de vista do governo e a uma concesso de crdito do ponto de vista do comprador do ttulo.

Viso do GovernoViso do Comprador do Ttulo

PU

Taxa iPerodo n

R$1000,00

R$1000,00

Taxa iPerodo nPU

3.2 - Clculo de PUPU sigla para preo unitrio, o preo que se paga na data zero para se adquirir a LTN. A partir de uma dada taxa de retorno desejada no perodo (ip), podemos dizer que o valor futuro a ser resgatado (na LTN chamado de valor nominal, VN) ser o PU remunerado essa taxa. Logo:

VN = PU x ( 1 + ip )

PU = VN / ( 1 + ip )

3.3 - Taxa OverNo Brasil, na poca de hiperinflao, nasceu uma necessidade de se aplicar no curto prazo, para que o dinheiro no perdesse tanto dinheiro devido ao aumento dos preos. Isso poderia ser feito de duas formas: convertendo a moeda em produtos ou, quando havia a necessidade de se manter a liquidez da moeda, aplicando no curto prazo para tentar minimizar as perdas com inflao.Havia a necessidade de que as aplicaes fossem de curto prazo para que o dinheiro aplicado estivesse disponvel assim que houvesse necessidade de o utilizar.Enxergando essa necessidade das pessoas, os bancos resolveram comprar os ttulos de longo prazo do governo e vende-los aos seus clientes com o compromisso de recompr-los em um curto perodo de tempo, remunerando a uma taxa diria; assim surgem as operaes compromissadas, que permitiam, no limite, uma aplicao que renderia juros por um dia, durante a noite ou overnight.Assim, o banco se comprometia a recomprar os ttulos no prximo dia til.Esta aplicao, portanto, somente rende juros durante a passagem de dias teis.Convencionou-se, portanto, que os meses teriam entre 18 e 23 dias teis com um ano somando 252 dias teis.Devido ao termo overnight, cunhou-se chamar a taxa diria de taxa over.Ela pode ser representada de duas maneiras.De forma anual, como uma taxa ao ano over, que uma taxa equivalente taxa diria aplicada em 252 dias teis;E de forma mensal, que a taxa diria multiplicada por 30. No possui nenhuma utilidade para fins de clculo de rentabilidade, porm, foi uma forma que se encontrou para se expressar as reduzidas taxas dirias de uma forma que facilitasse seu entendimento. Portanto, cuidado com a taxa ao ms over, que a taxa diria multiplicada por 30.

3.4 - Taxa de RentabilidadePelo fato dos ttulos pblicos serem considerados investimentos sem risco, a precificao da PU tende a se aproximar da taxa livre de risco, no caso, a taxa Selic. Isso ocorre, pois o pagamento dos R$1000,00 , como foi explicado anteriormente, garantido pela capacidade de emisso do governo; portanto, as pessoas estaro dispostas a pagar, no limite, o preo que remunere taxa Selic, caso contrrio, buscariam outros ttulos livres de risco, que remuneram a essa taxa.Devido ao carter da venda por leilo, a tendncia que os ttulos sejam realmente vendidos a taxas de remunerao muito prximas, se no iguais Selic.3.5 - ExemploTemos uma LTN que vence em um ano(252 dias teis):a) Qual o PU caso se queira uma rentabilidade de 11,25%a.a.o.? PU = VN / ( 1 + ip )PU = 1000 / ( 1 + 0,1125)PU = 1000 / 1,1125PU = 898,876405

b) Qual a taxa equivalente ao dia til? ia.d.u. = [(1 + ia.a.o.)n/N 1] x 100ia.d.u. = [(1,1125) 1/252 1] x 100ia.d.u. = 0,0423% a.d.u.

c) Qual ser a taxa ao ms over?ia.m.o. = ia.d.u. x 30ia.m.o. = 0,0423% x 30 = 1,269% a.m.o.

d) Faa o fluxo de caixa desta LTN com os dados calculados.

R$1000R$898,876405

n = 1 ano = 252 dias teisi = 0,0423%a.d.u. = 11,25%a.a.o. = 1,269% a.m.o.

4 Exerccios

1) Toma-se R$ 1.000 de emprstimo que devem ser devolvidos em 5 meses. A taxa mensal de 5% a.m. Qual ser o valor a ser devolvido caso a remunerao do capital seja feita com base em juros simples? E no caso de juros compostos?

2) Suponha uma taxa trimestral de 15% aplicada sobre um valor por 1 ano a juros simples. Calcule uma taxa proporcional quadrimestral de um emprstimo que devolve o mesmo valor ao anterior no final do ano.

3) Qual a taxa equivalente ao dia (ms de 30 dias) de um investimento com rentabilidade de 20%a.m. com durao de 2 meses?

4) Toma-se um emprstimo de R$ 1.000 a uma taxa de 15%a.a., com prazo de sete meses. Qual seria o valor total a ser pago para quitar a dvida no final do stimo ms?

5) Toma-se R$ 300 de emprstimo no cheque especial que devem ser devolvidos em 12 meses. A uma taxa mensal de 10%a.m., quanto deve ser devolvido no final do emprstimo?

6) Em uma LTN com vencimento para daqui a 1 ano (252 dias teis), calcule:

a. Caso se queira uma rentabilidade de 10%a.a.o.:i. O PUii. A taxa de rentabilidade ao dia tiliii. A taxa de rentabilidade ao ms overb. Caso se queira uma rentabilidade de 1,5%a.m.o.:i. A taxa de rentabilidade ao ano overii. A taxa de rentabilidade ao dia tiliii. O PU

BIBLIOGRAFIA

ROSS, S.A. et alii, Administrao Financeira Corporate Fianance. Atlas 1995.

GITMAN, Lawrence J., Adminstrao Financeira. Pearson Education.

BLANCHARD, Oliver. Macroeconomia. Prentice hall.

Os conceitos deste texto, com exceo da parte 4 Uma pequena discusso sobre a taxa Selic, foram retirados dos livros a seguir:

SECURATO, Jos Cludio; Economia: histria, conceitos e atualidades. 1a ed., So Paulo: Saint Paul Editora, 2007

SECURATO, Jos Roberto; SECURATO, Jos Cludio; et al; Mercado financeiro: conceitos, clculo e anlise de investimento. 2a ed. revisada e ampliada; So Paulo: Saint Paul Editora, 2007.