mente, memÓria e arquÉtipo: ressonÂncia mÓrfica e o inconsciente coletivo

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    MENTE, MEMRIA E ARQUTIPO: RESSONNCIA MRFICA E O

    INCONSCIENTE COLETIVO:

    Por: Rupert Sheldrake (Psycological Perspectives, 1997).

    Traduo: Sulivan Hbner

    Rupert Sheldrake um Bilogo terico cujo livro, Uma Nova Cincia da Vida:

    a hiptese da causao formativa (Tarcher, 1981), evocou uma tempestade de

    controvrsias. A revista Nature o descreveu como o mais forte candidato

    fogueira, enquanto que a revista New Scietist chamou de uma importante

    investigao cientfica a respeito da natureza da realidade biolgica e fsica.

    Devido ao fato do seu trabalho conter implicaes importantes para os conceitos

    junguianos a respeito dos arqutipos e do inconsciente coletivo, ns convidamos

    Sheldrake para apresentar a sua viso em uma srie de quatro ensaios que

    aparecero nos assuntos sucessivos da revista Psycological Perspectives. Tais

    ensaios sero atualizaes da sua apresentao sobre ressonncia mrfica e o

    inconsciente coletivo, ocorrida em maio de 1986 no Instituto de Relaes

    Humanas, em Sta. Brbara, Califrnia.

    Neste ensaio eu estarei discutindo o conceito da memria coletiva como

    base para a compreenso do conceito de Jung do inconsciente coletivo. Oinconsciente coletivo somente faz sentido no contexto com alguma noo de

    memria coletiva. Isto portanto nos leva at um exame bastante amplo da

    natureza e do princpio da memria no apenas em seres humanos e nem

    apenas no reino animal; nem mesmo apenas no setor da vida mas no universo

    como um todo. Tal perspectiva parte de uma mudana muito profunda de

    paradigma que est ocorrendo na cincia: a mudana de uma viso mundo

    mecanicista para uma viso evolutiva e holstica.

    A viso cartesiana mecanicista de muitas maneiras, ainda o atual

    paradigma predominante, especialmente na biologia e na medicina. Noventa por

    cento dos bilogos se orgulhariam de declarar que so bilogos mecanicistas. A

    despeito de a Fsica ter se movido para alm da viso mecanicista, muito do nosso

    pensar a respeito da realidade fsica ainda moldado por ela mesmo naqueles de

    ns que gostariam de acreditar tiramo-nos movido para alm dessa configurao

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    de pensamento. Portanto eu examinarei brevemente algumas das suposies

    fundamentais da viso de mundo mecanicista a fim de demonstrar como esta

    ainda se encontra profundamente enraizada no modo de pensar da maioria de ns.

    AS RAZES DO MECANICISMO NO MISTICISMO NEOPLATNICO

    interessante notar que as razes da viso mecanicistas de mundo do sculo

    XVII possam ser encontradas na religio mstica antiga. De fato, a viso

    mecanicista foi (era) uma sntese de duas tradies de pensamento, ambas as

    quais estavam baseadas no insight mstico de que a realidade permanente e

    imutvel. Uma destas tradies provm de Pitgoras e de Plato, que eram ambos

    fascinados pelas verdades eternas da Matemtica. No sculo XVII isto evoluiu para

    uma viso de que a natureza era governada por idias permanentes, propores,

    princpios, ou leis que existiam dentro da mente de Deus. Esta viso de mundo

    tornou-se dominante e, atravs de filsofos e cientistas tais como Coprnico,

    Kepler, Descartes, Galileu e Newton, foi incorporada aos fundamentos da fsica

    moderna.

    Basicamente eles expressavam a idia de que os nmeros, propores,

    equaes e princpios matemticos so mais reais do que o mundo fsico que ns

    vivenciamos. Mesmo hoje muitos matemticos se inclinam em direo a este tipode misticismo pitagrico ou platnico. Eles pensam que o mundo fsico como um

    resultado de princpios matemticos, como um reflexo das eternas leis numricas

    matemticas. Esta viso estranha para o modo de pensar da maioria de ns,

    para os quais o mundo fsico o mundo real e as equaes matemticas so

    consideradas feitas pelo homem e possivelmente descries imprecisas deste

    mundo real. Apesar disto esta viso mstica evoluiu para o ponto de vista

    cientfico predominante atual de que a natureza governada por leis eternas,

    imutveis, permanentes onipresentes. As leis da natureza esto em todos os

    lugares e sempre presentes.

    AS RAZES DO MATERIALISMO NO ATOMISMO

    A segunda viso da imutabilidade que emergiu no sculo XXVII nasceu da

    tradio atomstica do materialismo, que se dedicou a um assunto que j estava

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    profundamente enraizado no pensamento grego: especificamente o conceito de

    uma realidade imutvel. Parmnides, um filsofo pr-socrtico, tinha a idia de

    que somente o ser (only being is); no ser no (not being is not). Se algo ,

    este no pode mudar porque, a fim de mudar, teria que combinar ser e no ser

    (existir e no existir), o que era impossvel. Portanto ele concluiu que a realidade

    uma esfera imutvel e homognea. Infelizmente para Parmnides, o mundo que

    ns vivenciamos no homogneo, imutvel ou esfrico. A fim de preservar a sua

    teoria, ele afirmou que o mundo que ns vivenciamos uma iluso. Esta no era

    uma soluo muito satisfatria e os pensadores da poca tentaram encontrar um

    modo de resolver este dilema.

    A soluo dos atomistas era a de reivindicar que a realidade consiste de um

    grande nmero de esferas (ou partculas) homogneas e imutveis: os tomos. Ao

    invs de uma grande esfera imutvel, existe grande nmero de esferas imutveis

    se movendo no vcuo. Os aspectos mutveis do mundo poderiam ento ser

    explicados em termos dos movimentos, das permutas e das combinaes dos

    tomos. Este o insight original do materialismo: que a realidade consistia de

    matria atmica eterna e do movimento da matria.

    A combinao desta tradio materialista com a tradio platnica

    finalmente fez nascer filosofia mecanicista que emergiu no sculo XXVII e queproduziu um dualismo csmico que tem estado conosco desde ento. De um lado

    temos tomos eternos de matria inerte e do outro lado temos leis imutveis, no

    materiais, que se parecem mais com idias do que com coisas fsicas e materiais.

    Nesta espcie de dualismo ambos os lados so imutveis uma crena que no

    sugere de pronto a idia de um universo evolutivo. De fato, os fsicos tm estado

    em oposio a aceitar a idia de evoluo precisamente porque ela se encaixa de

    maneira pobre com a noo da matria eterna e das leis imutveis. Na fsica

    moderna a matria tem sido vista como uma forma de energia; a energia eterna

    substituiu a matria eterna, mas alm disso pouco tem mudado.

    A EMERGNCIA DO PARADIGMA EVOLUTIVO

    No entanto, o paradigma evolutivo tem se firmado nos dois ltimos sculos.

    No sculo XVIII, desenvolvimentos sociais, artsticos e cientficos foram visto em

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    geral como um processo evolutivo e progressivo. A revoluo industrial tornou

    esse ponto de vista uma realidade econmica em parte da Europa e Amrica. No

    incio de sculo XIX, havia um nmero de filosofias evolutivas e, por volta de 1840,

    a teoria evolutiva social do marxismo tinha sido publicada. Neste contexto de

    teoria evolutiva social e cultural, Darwin apresentou a sua teoria da evoluo

    biolgica, que estendia a viso evolutiva vida como um todo. Mesmo assim esta

    viso no atingia todo o universo: Darwin e os neodarwinistas ironicamente

    tentaram encaixar a evoluo da vida na terra em um universo esttico, e at pior,

    um universo que na verdade se pensava estar se acabando

    termodinamicamente, em direo morte pelo calor.

    Tudo mudou em 1966 quando a fsica finalmente aceitou uma cosmologia

    evolutiva na qual o universo no seria mais eterno. Ao invs disso, o universo se

    originava a partir de um Big Bang h cerca de 15 bilhes de anos atrs e havia

    evoludo desde ento. Assim ns temos agora uma fsica evolutiva. Mas devemos

    nos lembrar que esta tem apenas cerca de 20 anos de idade e que as implicaes

    e conseqncias da descoberta do big bang ainda no esto completamente

    entendidas.

    A fsica est apenas comeando a adaptar-se a esta nova viso, a qual, como

    temos visto, desafia a mais fundamental suposio da fsica desde a era dePitgoras: a idia das leis eternas. Na medida em que ns temos um universo que

    evolui, somos confrontados com a questo: e a respeito das leis eternas da

    natureza? A onde estavam as leis da natureza antes do big bang? Se as leis da

    natureza existiam antes do big bang, ento fica claro que estas so de carter no-

    fsico; de fato, so metafsicas. Isto nos empurra para fora da suposio metafsica

    que se encontra sob a idia das leis eternas, por conseqncia.

    LEIS DA NATUREZA, OU APENAS HBITOS?

    Existe no entanto uma alternativa. A alternativa e a de que o universo se

    parece mais com um organismo do que com uma mquina. O big bang chama-nos

    de volta s estrias msticas sobre chocar o ovo csmico: ele cresce, e medida

    que cresce se submete a uma diferenciao interna que se parece mais com um

    embrio csmico gigante do que com a enorme mquina eterna da teoria

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    mecanicista. Com esta alternativa orgnica, pode fazer sentido pensar a respeito

    das leis da natureza mais como hbitos; talvez as leis da natureza sejam hbitos

    do universo, e talvez o universo tenha uma memria embutida.

    H cerca de cem anos, o filsofo americano C. S. Pierce disse que se

    tomssemos seriamente a evoluo, se pensssemos que o universo todo se

    encontra em evoluo, ento teramos de pensar nas leis da natureza com algo

    ligado aos hbitos. Esta idia era de fato bastante comum especialmente na

    Amrica; ela foi adotada por William James e outros filsofos americanos e foi

    amplamente discutida no final do sculo XIX. Na Alemanha, Nietzsche chegou a

    sugerir que as leis da natureza se submetiam seleo natural: talvez tenham

    existido muitas leis da natureza no incio, mas somente as bem sucedidas

    sobreviveram; portanto, o universo que ns vemos tem leis que evoluram atravs

    da seleo natural.

    Os bilogos tambm se deslocaram em direo a uma interpretao dos

    fenmenos em termos de hbitos. O mais interessante destes tericos foi o

    escritor ingls Samuel Butler, cujos livros mais importantes sobre este tema foram

    Vida e Hbito (1878) e Memria Inconsciente (1881). Butler afirmava que o

    todo da vida envolvia uma memria inconsciente inerente; os hbitos, os instintos

    dos animais, o modo pelo qual os embries se desenvolvem, tudo refletia umprincpio bsico de uma memria inerente de dentro da vida. Ele chegou a propor

    que deveria haver uma memria inerente aos tomos, molculas e cristais. Assim

    houve este perodo de tempo no final do sculo XIX quando a biologia foi vista em

    termos evolutivos. somente a partir de 1920 que o pensar mecanicista passou a

    ter um domnio sobre o pensamento biolgico.

    COMO SURGE A FORMA?

    A hiptese da causao formativa, que a base do meu trabalho, parte do

    problema da forma biolgica. Dentro da biologia tem havido uma prolongada

    discusso a respeito da compreenso de como os embries e organismos se

    desenvolvem. Como que as plantas crescem a partir das sementes? Como que

    os embries se desenvolvem a partir de ovos fertilizados? Este um problema

    para os bilogos; no bem um problema para embries e rvores, que apenas o

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    fazem! No entanto os bilogos tm dificuldade de encontrar uma explanao

    causal para a forma. Na fsica, de certo modo a causa se iguala ao efeito. A

    quantidade de energia, matria, e momentum antes de uma dada mudana se

    igualam a quantia encontrada depois da mudana. A causa contida no efeito e o

    efeito na causa. No entanto quando consideramos o crescimento de um carvalho a

    partir de uma bolota, parece no existir tal equivalncia entre causa e efeito.

    No sculo XVII a teoria mecanicista principal da embriologia era

    simplesmente que o carvalho estava contido na bolota: dentro de cada bolota

    existia um carvalho em miniatura que inflava medida que a rvore crescia. Esta

    teoria foi amplamente aceita, e foi a mais consistente com a abordagem

    mecanicista, como era compreendida naquela poca. No entanto, como indicaram

    os crticos, se o carvalho inflado e aquele carvalho por si mesmo produz

    bolotas, a rvore inflvel deve conter bolotas inflveis, que contm carvalhos

    inflveis, ad infinito.

    Se, por outro lado, mais forma vier de menos forma (cujo nome tcnico

    epignese), ento de onde que vem mais forma?

    Como aparecem as estruturas que no estavam ali antes? Nem platnicos

    nem aristotelianos tinham qualquer problema com esta questo. Os platnicos

    diziam que a forma vinha do arqutipo platnico: se existe um carvalho, entoexiste uma forma arquetpica de uma rvore de carvalho, e todos os carvalhos

    reais so simplesmente reflexos deste arqutipo. Uma vez que este arqutipo est

    alm do espao e do tempo, no existe necessidade de t-lo acomodado sob a

    forma fsica de uma bolota. Os aristolelianos diziam que cada espcie tem a seu

    prprio tipo de alma, e a alma a forma do corpo. O corpo est na alma, e no a

    alma no corpo. A alma a forma do corpo e se encontra em volta do corpo e

    contm a meta do desenvolvimento (o que formalmente chamado de intelequia).

    A alma de um carvalho contm o carvalho eventual.

    O DNA UM PROGRAMA GENTICO?

    No entanto, uma viso mecanicista do mundo nega o animismo em todas as

    suas formas; ela nega a existncia da alma e de qualquer princpio organizador

    no-material. Portanto, os mecanicistas tm de possuir algum tipo de pr-

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    formao. No final do sculo XIX, a teoria do bilogo alemo August Weismann

    sobre o plasma germe fez reviver a idia da pr-formao; a teoria de Weismann

    colocou determinantes, os quais supostamente faziam crescer o organismo,

    dentro do embrio. Esta idia a antecessora da idia atual da programao

    gentica, a qual constitui uma outra ressurgncia do pr-formao de uma

    maneira moderna.

    Como veremos, esse modelo no funciona muito bem. Presume-se que o

    programa gentico seja idntico com o DNA, a qumica gentica. A informao

    gentica est codificada no DNA e este cdigo forma o programa gentico. Mas tal

    salto exige que sejam projetadas no DNA propriedades que este no possui de

    fato. Ns sabemos o que o DNA faz: ele codifica para criar protenas; ele codifica a

    seqncia de aminocidos que forma protenas. No entanto, existe uma grande

    diferena entre a codificao para a estrutura de uma protena um constituinte

    qumico do organismo e a programao do desenvolvimento de um organismo

    total esta a diferena entre fazer tijolos e construir uma casa a partir dos tijolos.

    Os tijolos so necessrios para construir a casa. Se voc tem tijolos defeituosos, a

    casa ser defeituosa. Mas o planejamento da casa no est contido nos tijolos, ou

    nos fios, ou nas pilastras, ou no cimento.

    Por analogia, o DNA somente codifica para materiais dos quais o corpo construdo: as enzimas, as protenas estruturais e assim por diante. No existe

    evidncia que ele tambm codifique para o planejamento, a forma, a morfologia do

    corpo. A fim de ver isto mais claramente, pense nos seus braos e pernas. A forma

    dos braos e das pernas diferente; bvio que eles tm um formato diferente.

    Mesmo assim a qumica dos braos e das pernas idntica. Os msculos so os

    mesmos, as clulas nervosas so as mesmas, as clulas da pele so as mesmas e

    o DNA o mesmo em todas as clulas dos braos e das pernas. De fato, o DNA o

    mesmo em todas as clulas do corpo. O DNA sozinho no pode explicar a diferena

    na forma; algo mais necessrio para explicar a forma.

    Na biologia mecanicista atual, se assume que isto geralmente dependente

    dos chamados padres complexos de interao fsico-qumicos ainda no

    inteiramente compreendidos. Assim a teoria mecanicista atual no uma

    explicao mas sim uma mera promessa de explicao. Isto o que Sir Karl Popper

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    tem chamado de mecanicismo promissor; Isto envolve listar notas promissoras

    contra explicaes futuras que ainda no existem. Deste modo, no se trata de um

    argumento objetivo; meramente uma afirmao baseada em f.

    O QUE SO CAMPOS MRFICOS?

    A questo do desenvolvimento biolgico, da morfognese, est de fato

    bastante aberta e matria de muito debate dentro da biologia. Uma alternativa

    para a abordagem mecanicista/reducionista, a qual est em voga desde 1920, a

    idia dos campos morfogenticos (modeladores da forma). Neste modelo,

    organismo que esto crescendo so moldados por campos que esto tanto dentro

    como em volta deles, campos que contm a forma do organismo. Isto est mais

    prximo da tradio aristotlica do que de qualquer uma das outras abordagens

    tradicionais. medida que a rvore do carvalho se desenvolve, a bolota est

    associada com um campo do carvalho, uma estrutura organizadora invisvel que

    organiza o desenvolvimento do carvalho; se parece com um molde do carvalho,

    dentro do qual o organismo que est se desenvolvendo cresce.

    Um fato que levou ao desenvolvimento desta teoria a notvel habilidade

    que os organismos tm para reparar danos. Se voc cortar um carvalho em

    pedacinhos, cada pequeno pedao, tratado de maneira apropriada, poder crescerat se tornar uma nova rvore. Portanto a partir de um pequeno fragmento, voc

    pode obter um inteiro. Mquinas no fazem assim; elas no tm este poder de

    permanecer inteiras se voc remover partes delas. Esquarteje um computador e

    tudo o que voc ter um computador quebrado. Ele no se regenera em uma

    poro de computadorezinhos. Mas se voc picar uma planria em pequenos

    pedaos, cada pedao poder crescer como nova planria. Uma outra analogia a

    do magneto (im). Se voc cortar um im em pedacinhos voc com certeza ter

    uma poro de pequenos ims, cada um com um campo magntico completo. Esta

    uma propriedade holstica que os campos tm que os sistemas mecnicos no

    tm a menos que estes estejam associados com campos. Um outro exemplo o

    holograma, no qual qualquer parte contm o todo. Um holograma baseado em

    padres de interferncia dentro do campo eletromagntico. Os campos assim tm

    uma propriedade holstica a qual foi muito atraente para os bilogos que

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    desenvolveram este conceito dos campos morfogenticos.

    Cada espcie tem os seus prprios campos, e dentro de cada organismo

    existem campos dentro de campos. Dentro de cada um de ns est o campo do

    corpo como um todo; campos para os braos e pernas e campos para rins e fgado;

    dentro esto campos para os diferentes tecidos dentro destes rgos, e ento

    campos para as clulas, e campos para as estruturas subcelulares, e campos para

    as molculas e assim por diante. Existe uma srie inteira de campos dentro de

    campos. A essncia da hiptese que eu estou propondo a que estes campos, os

    quais j esto amplamente aceitos dentro da biologia, tm uma espcie de

    memria embutida que deriva de formas prvias de uma espcie similar. O campo

    do fgado moldado pelas formas de fgados anteriores e o campo do carvalho

    pelas formas e organizao de rvores de carvalho anteriores. Atravs dos

    campos, por um processo chamado de ressonncia mrfica, a influncia de

    semelhante sobre o semelhante, existe uma conexo entre campos similares. O

    que significa que a estrutura do campo tem uma memria cumulativa, baseada

    naquilo que aconteceu s espcies no passado. Essa idia se aplica no somente

    aos organismos vivos mas tambm a molculas de protena, cristais, e mesmo

    tomos. No reino dos cristais, por exemplo, a teoria diria que a forma que um

    cristal toma depende do seu campo mrfico caracterstico. Campo mrfico umtermo mais abrangente o qual inclui os campos tanto de forma como de

    comportamento; daqui por diante, eu deverei usar o termo campo mrfico ao invs

    de morfogenticos.

    QUMICOS BARBUDOS MIGRANTES

    Se voc fabrica um novo componente e o cristaliza, no haver um campo

    mrfico para ele de uma primeira vez. Portanto, pode ser muito difcil cristalizar;

    voc tem que esperar para que um campo mrfico emergia. Na segunda vez

    entretanto, mesmo que voc faa isto em algum outro lugar no mundo, haver

    uma influncia da primeira cristalizao, e a cristalizao dever ser um pouco

    mais fcil. Na terceira vez haver uma influncia da primeira e da segunda, e

    assim por diante. Haver uma influncia cumulativa a partir de cristais prvios,

    portanto dever se tornar cada vez mais fcil cristalizao conforme voc

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    cristaliza mais freqentemente. E de fato, isto precisamente o que ocorre.

    Qumicos (que trabalham com materiais) sintticos descobrem que novos

    componentes so geralmente muito difceis de cristalizar. medida que o tempo

    passa, tais componentes geralmente se tornam mais fceis de cristalizar em todas

    as partes do mundo. A explicao convencional que isto ocorre devido a

    fragmentos de cristais prvios que so carregados de laboratrio em laboratrio

    nas barbas dos qumicos migrantes. Quando nenhum qumico migrante esteve

    presente, supe-se que os fragmentos se dispersaram pela atmosfera como se

    fossem partculas microscpicas de poeira.

    Talvez os qumicos migrantes realmente carreguem fragmentos nas suas

    barbas, e talvez partculas de poeira realmente sejam sopradas pela atmosfera.

    Entretanto, se a taxa de cristalizao for mensurada sob condies rigorosamente

    controladas em vasos selados em diferentes partes do mundo, ainda dever ser

    observado uma taxa acelerada de cristalizao. Este experimento ainda no foi

    feito. Mas uma experincia relacionada a isto envolvendo taxas de reaes

    qumicas de novos processos sintticos est sendo considerada no momento por

    uma empresa qumica importante na Gr-Bretanha porque, se tais coisas

    acontecem, devem ter implicaes bastante importantes para a industria qumica.

    UMA NOVA CINCIA DA VIDA

    Existe um bom nmero de experimentos que podem ser feitos na esfera da

    forma biolgica e do desenvolvimento da forma. Correspondentemente, os

    mesmos princpios se aplicam ao comportamento, formas de comportamento e

    padres de comportamento. Considerem a hiptese de que se voc treinar ratos

    para que aprendam um novo truque em Santa Brbara, da ratos de todo o mundo

    devero estar aptos para aprender a fazer o mesmo truque mais rapidamente,

    somente porque os ratos de Santa Brbara o aprenderam. Este novo padro de

    aprendizado estar, como esteve, na memria coletiva dos ratos no campo

    mrfico dos ratos, ao quais outros ratos podem sintonizar, somente porque eles

    so ratos e somente porque esto em circunstncias semelhantes, por ressonncia

    mrfica. Isto pode parecer um tanto improvvel, mais este tipo de coisa pode tanto

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    acontecer como no.

    Dentre o vasto nmero de documentos nos arquivos sobre experimentos na

    psicologia dos ratos, existe um nmero de exemplos de experincias nas quais

    pessoas de fato monitorizaram taxas de aprendizado em funo do tempo e

    descobriram aumentos misteriosos. No meu livro, Uma Nova Cincia da Vida, eu

    descrevo uma destas sries de experincias que se estenderam por um perodo de

    cinqenta anos. Iniciada em Harvard e conduzida na Esccia e na Austrlia, a

    experincia demonstrou que ratos aumentaram a sua taxa de aprendizado em

    mais de dez vezes. Este foi um efeito em massa e no somente um resultado

    estatisticamente significante perifrico. Esta taxa melhorada de aprendizado

    ocorreu em situaes de aprendizado idnticas ocorridas nestes trs locais

    separados e em todos os ratos da cepa, no somente nos ratos descendentes de

    genitores treinados.

    Existem outros exemplos de distribuio espontnea de novos hbitos em

    animais e em pssaros que proporcionam no mnimo evidncia circunstancial para

    a teoria da ressonncia mrfica. A mais bem documentada de todas o

    comportamento de uma espcie de azulo, um pssaro que comum em toda a

    Gr-Bretanha. O leite fresco ainda fornecido porta das residncias toda manh

    no pas. At cerca de 1950 as tampas das garrafas de leite eram feitas de papelo.Em 1921, em South Ampton, um fenmeno estranho foi observado. De manh,

    quando as pessoas saam para pegar suas garrafas de leite, elas encontravam

    papeizinhos picotados em torno fundo da garrafa, e a nata de cima da garrafa

    havia desaparecido. Uma observao mais detalhada revelou que isto estava

    sendo feito pelos azules, que pousavam no topo da garrafa, retiravam o papelo

    com seus bicos e ento bebiam a nata. Muitos casos trgicos foram encontrados,

    nos quais muitos azules foram descobertos com suas cabeas afogadas no leite!

    Este incidente causou um interesse considervel; que tal evento acontecesse em

    outros lugares do pas, 50 algumas vezes 100 milhas de distncia. Sempre que o

    fenmeno do azulo aparecia, comeava a se espalhar localmente, supostamente

    por imitao. No entanto, os azules so criaturas muito caseiras e normalmente

    no viajam mais do que quatro ou cinco milhas. Portanto, a disseminao do

    comportamento por distncias maiores poderia somente ser contabilizada em

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    termos de uma descoberta independente do hbito. O hbito do azulo foi

    mapeado por toda a Gr-Bretanha at 1947, poca em que se tornou mais ou

    menos universalizado. As pessoas que fizeram o estudo chegaram a concluso de

    que o hbito deveria ter sido inventado independentemente em pelo menos

    umas cinqenta vezes. Mais do que isso, a taxa de distribuio do hbito se

    acelerou medida que o tempo passava. Em outras partes da Europa a onde as

    garrafas de leite so distribudas na soleira da porta, tais como na Escandinvia e

    na Holanda, o hbito tambm se construiu durante a dcada de trinta e se

    espalhou de modo semelhante. Aqui est um exemplo de um padro de

    comportamento que foi espalhado de uma maneira que parecia se acelerar com o

    tempo, e que poderia proporcionar um exemplo de ressonncia mrfica.

    Mas existe uma evidncia ainda mais forte para a ressonncia mrfica.

    Devido ocupao Alem na Holanda, a distribuio de leite foi interrompida nos

    anos de 1939-40. A distribuio do leite no foi retomada at 1948. Uma vez que

    azules geralmente vivem apenas de 2 a 3 anos, provavelmente no havia azules

    vivos em 1948 que tivessem estados vivos na ltima vez que o leite fora

    distribudo. Mesmo assim quando a distribuio de leite foi reiniciada em 1948, a

    abertura das garrafas de leite pelos azules se espalhou rapidamente em

    localidades bastante distantes na Holanda, e de modo extremamente rpido atque, em um ano ou dois, o hbito era uma vez mais universal. O comportamento

    se espalhou muito mais rapidamente e sobreveio independentemente muito mais

    freqentemente da segunda vez do que da primeira. Este exemplo demonstra

    a distribuio evolutiva de um novo hbito que provavelmente no gentico, mas

    sim dependente de uma espcie de memria coletiva que se deve ressonncia

    mrfica.

    O que eu estou sugerindo que hereditariedade no depende somente do

    DNA, que habilita os organismos a construir os materiais de construo qumicos

    corretos as protenas mas tambm da ressonncia mrfica. A hereditariedade

    tem portanto dois aspectos: um a hereditariedade gentica, que responsvel

    pela herana de protenas atravs do controle do DNA na sntese protica; a

    segunda uma forma de hereditariedade baseada em campos mrficos e em

    ressonncia mrfica, que no gentica e que herdada dos membros anteriores

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    (passados) das espcies. Esta ltima forma de hereditariedade lida com a

    organizao da forma e do comportamento.

    A ALEGORIA DO APARELHO DE TELEVISO

    As diferenas e conexes entre estas duas formas de hereditariedade

    tornam-se mais fcil de compreender se considerarmos uma analogia com a

    televiso. Pense sobre as figuras na tela como a forma na qual ns estamos

    interessados. Se voc no soubesse como a forma surgiu, a explicao mais bvia

    seria que haveria pequenas pessoas dentro do aparelho cujas sombras voc

    estaria vendo na tela. Crianas pensam dessa maneira algumas vezes. Se voc no

    entanto afasta p aparelho e olha dentro, voc descobre que no existem pessoas

    pequenas. A voc poderia se tornar mais sutil e especular que as pequenas

    pessoas so microscpicas e esto na verdade por dentro dos cabos do aparelho

    de TV. Mas se voc der uma olhada nos fios atravs de um microscpio, voc

    tambm no encontrar nenhum pequenino.

    Voc poderia se tornar ainda mais sutil e propor que as pequenas pessoas na

    tela na verdade apareceram atravs de interaes complexas entre as partes do

    aparelho as quais ainda no esto inteiramente compreendidas. Voc poderia

    pensar que esta teoria seria comprovada se voc cortasse alguns transistores doaparelho. As pessoas desapareceriam. Se voc colocasse os transistores de volta,

    elas reapareceriam. Isto poderia prover evidncias convincentes que elas surgiram

    a partir do interior do aparelho inteiramente sobre uma base de interao interna.

    Suponha que algum tenha sugerido que as figuras dos pequeninos venham

    de fora do aparelho, e que o aparelho captura as imagens como um resultado de

    vibraes invisveis s quais o aparelho est sintonizado. Isto provavelmente soaria

    como uma explicao bastante oculta e mstica. Voc poderia negar que qualquer

    coisa esteja vindo para o aparelho. Voc poderia at mesmo prova-lo ao pesar o

    aparelho ligado e desligado; pesaria o mesmo. Portanto, voc poderia concluir que

    nada est entrando no aparelho.

    Eu penso que esta a posio da biologia moderna, tentando explicar cada

    coisa em termos do que ocorre dentro. Quanto mais explicaes para a forma so

    procuradas dentro, mais enganosas se provam as explicaes, e mais elas so

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    atribudas a ainda maiores interaes sutis e complexas, as quais sempre desviam

    a investigao. Como eu estou sugerindo, as formas e padres de comportamento

    esto na verdade sendo sintonizadas atravs de conexes invisveis que surgem

    de fora do organismo. O desenvolvimento da forma o resultado tanto da

    organizao interna do organismo quanto da interao dos campos mrficos aos

    quais ele est sintonizado.

    Mutaes genticas podem afetar este desenvolvimento. Mais uma vez

    pense no aparelho de TV. Se ns provocarmos uma mutao em um transistor ou

    um condensador dentro do aparelho, voc pode obter imagens ou som distorcidos.

    Mais isto no prova que as imagens e o som so programados por estes

    componentes. E nem isto prova que a forma e comportamento so programados

    pelos genes, se acharmos que existem alteraes na forma e no comportamento

    como um resultado de mutao gentica.

    Existe uma outra espcie de mutao que particularmente interessante.

    Imagine uma mutao no circuito de sintonizao do seu aparelho, de modo que

    ela altera a freqncia ressonante do circuito de sintonizao. Sintonizar a sua TV

    depende de um fenmeno ressonante; o sintonizador ressona mesma freqncia

    da freqncia do sinal transmitido pelas diferentes estaes. Assim, os

    mostradores da sintonizao so medidos em hertz, que uma medida defreqncia. Imagine uma mutao no sistema de sintonizao de maneira que

    voc sintoniza um canal e um canal diferente aparece. Voc pode rastrear isto de

    volta a um nico condensador ou resistor que havia sofrido uma mutao. Mas no

    seria vlido concluir que os novos programas que voc est assistindo, as

    diferentes pessoas, os diferentes filmes e propagandas, so programados dentro

    do componente que foi mudado. E nem isto prova que a forma e o comportamento

    so programados no DNA quando mutaes genticas levam a mudanas na forma

    e no comportamento. A concluso usual que se voc pode mostrar que alguma

    coisa se altera como um resultado de uma mutao, ento aquilo deve estar

    programado, ou controlado, ou determinado pelo gene. Eu espero que esta

    analogia com a TV torne claro que esta no a nica concluso. Poderia ser que

    ela esteja apenas afetando o sistema de sintonizao.

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    UMA NOVA TEORIA DA EVOLUO

    Uma grande quantidade de trabalhos est sendo efetuada pela pesquisa

    biolgica contempornea a respeito de tais mutaes sintnicas (formalmente

    chamadas de mutaes hometicas). O animal mais utilizado nas investigaes a

    drosfila, a mosca da fruta. Uma extenso inteira destas mutaes, que produzem

    diversos tipos de monstruosidades tem sido descobertas. Uma espcie,

    denominada antennapedia, se destaca por ter suas antenas transformadas em

    pernas. Estas infelizes moscas, que contm apenas um nico gene alterado,

    produzem pernas que crescem a partir de suas cabeas, ao invs de antenas.

    Existe uma outra mutao que conduz o segundo par, dos trs pares de pernas da

    drosfila, a ser transformados em antenas. Normalmente as moscas tm um par

    de asas e, no seguimento por detrs das asas, existem pequenos rgos que

    oscilam chamados halteres. Uma outra mutao ainda, leva transformao do

    seguimento que normalmente contm os halteres, para uma duplicao do

    primeiro seguimento, de maneira que tais moscas tm quatro asas ao invs de

    duas. Estas so chamadas de mutantes bitorxicas.

    Todas estas mutaes so dependentes de genes nicos. Eu proponho que

    de alguma maneira estas mutaes de genes nicos so mudanas na sintonia de

    uma parte do tecido embrionrio, de modo que ele se sintoniza com um campomrfico diferente do que aquele o qual normalmente o faz, e assim uma diferente

    combinao de estruturas surge, exatamente como quando sintonizamos em um

    canal de TV diferente.

    Podemos observar a partir destas analogias, como tanto a gentica como a

    ressonncia mrfica esto envolvidas na hereditariedade. claro, uma nova teoria

    de hereditariedade conduz a uma nova teoria da evoluo. A teoria evolutiva de

    hoje est baseada na suposio de que virtualmente toda a hereditariedade

    gentica. A sociobiologia e o neodarwinismo em todas as suas diversas formas

    baseiam-se na seleo dos genes, freqncia dos genes e assim por diante. A

    teoria da ressonncia mrfica conduz a uma viso muito mais ampla que permite

    que uma das maiores heresias da biologia uma vez mais seja levada a srio: a

    idia da herana de caractersticas adquiridas. Comportamentos aprendidos por

    organismos, ou formas desenvolvidas por eles, pode ser herdada por outros

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    Todos ns fomos conduzidos a idia de que as memrias esto armazenadas

    no crebro; usamos a palavra crebro de forma intercambivel com mente ou

    memria. Eu estou sugerindo que o crebro se parece mais como um sistema de

    sintonizao do que com um aparelho de armazenamento de memria. Um dos

    principais argumentos para a localizao da memria no crebro o fato de que

    certos tipos de leso cerebral podem levar a perda de memria. Se o crebro

    lesado em um acidente de carro e algum perde a memria, a suposio bvia

    que o tecido da memria deva ter sido destrudo. Mas no necessariamente

    assim.

    Considere novamente a analogia da TV. Se eu danificar o seu aparelho de TV

    de modo que voc ficou incapacitado de receber determinados canais, ou se eu

    tornar o aparelho de TV afsico ao destruir a parte ligada produo do som de

    modo que voc ainda pudesse obter as imagens mas no o som, isto no provaria

    que o som ou as imagens estaria armazenado dentro do aparelho de TV. Isso

    meramente mostraria que eu havia afetado o sistema de sintonizao de maneira

    que voc no poderia mais pegar o sinal correto. Nem a perda da memria devida

    a leso cerebral prova que a memria se encontra armazenada dentro do crebro.

    De fato, a maioria das perdas de memria temporria: amnsia aps uma

    concusso, por exemplo, freqentemente temporria. Esta recuperao damemria muito difcil de explicar em termos das teorias convencionais: se as

    memrias foram destrudas por que o tecido de memria foi destrudo, elas no

    deveriam voltar novamente; mesmo assim elas freqentemente retornam.

    Um outro argumento para a localizao da memria dentro do crebro

    sugerido pelos experimentos sobre estimulao eltrica do crebro feito por Wilder

    Penfield e colaboradores. Penfield estimulou os lobos temporais dos crebros de

    pacientes epilticos e descobriu que alguns destes estmulos podiam disparar

    respostas vvidas, as quais eram interpretadas pelos pacientes como memrias de

    coisas que eles haviam feito no passado. Penfield sups que ele estava de fato

    estimulando memrias que estavam armazenadas no crtex. De volta a analogia

    da TV, se eu estimulasse o circuito de sintonizao do seu aparelho de TV e ele

    pulasse para outro canal, isto no provaria que a informao estava armazenada

    dentro do circuito de sintonizao. interessante que, no seu ltimo livro, The

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    Mystery of the Mind, o prprio Penfield abandonou a idia de que os experimentos

    provavam que a memria estava dentro do crebro. Ele chegou concluso de

    que a memria no estava absolutamente armazenada dentro do crtex.

    Tem havido muitas tentativas de localizar traos da memria dentro do

    crebro, a mais conhecida delas foi a de Karl Lashley, o grande neuro-fisiologista

    americano. Ele treinou ratos para aprenderem truques, e ento tirou pedaos dos

    crebros dos ratos para determinar se eles ainda poderiam fazer os truques. Para

    seu espanto, ele descobriu que ele poderia remover at 50% do crebro qualquer

    50% - e no haveria nenhum efeito na reteno do aprendizado. Quando ele

    removia todo o crebro, os ratos no conseguiam fazer tais truques, portanto ele

    concluiu que o crebro era de algum modo necessrio para o desempenho da

    tarefa o que dificilmente uma concluso surpreendente. O que era

    surpreendente era a quantidade de crebro que ele podia remover sem afetar a

    memria.

    Resultados semelhantes tm sido encontrados por outros investigadores, at

    mesmo com invertebrados como o polvo. Isso levou o investigador a especular que

    a memria estava em todos os lugares mas tambm em nenhum lugar em

    particular. O prprio Lashley concluiu que memrias so armazenadas de uma

    forma distribuda por todo o crebro, j que ele no pode encontrar os vestgios dememria que a teoria clssica exigia. O seu aluno, Karl Pribram, estendeu esta

    idia com a teoria hologrfica do armazenamento da memria: a memria como

    uma imagem hologrfica, armazenada como um padro de interferncia pelo

    crebro.

    O que Lashley e Pribram (pelo menos em uma parte dos seus escritos)

    parecem no ter considerado a possibilidade de que memrias podem no estar

    de modo algum armazenadas dentro do crebro. A idia de que elas no esto

    armazenadas dentro crebro mais consistente com os dados disponveis do que

    as teorias convencionais ou a teoria hologrfica. Muitas dificuldades surgiram ao se

    tentar localizar o armazenamento da memria no crebro, em parte porque o

    crebro muito mais dinmico do que se pensava anteriormente. Se o crebro

    fosse para servir como um armazm de memria, ento o sistema de

    armazenamento teria que permanecer estvel; e mais, sabido hoje que as

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    sintonizadas aos membros da sua prpria famlia e raa e grupo social e cultural,

    mas que no obstantemente, haveria uma ressonncia de base a partir de toda a

    humanidade: uma experincia agrupada ou de uma mdia de coisas bsicas as

    quais todas as pessoas vivenciam (e.., comportamento materno, e diversos

    padres sociais e estruturas da experincia e do pensamento). No seria tanto

    uma memria de pessoas em particular no passado mas uma mdia das formas

    bsicas das estruturas de memrias; estes so os arqutipos. A noo de Jung

    sobre o inconsciente coletivo de um bom senso extremo no contexto da

    abordagem geral que eu estou adiantando. A teoria de ressonncia mrfica levaria

    a uma reafirmao radical do conceito de Jung a respeito do inconsciente coletivo.

    A teoria necessita de reafirmao porque o contexto atual mecanicista da

    biologia, medicina e psicologia convencional nega que possa existir tal coisa como

    o inconsciente coletivo; o conceito de uma memria coletiva de uma raa ou

    espcie tem sido excludo at mesmo como uma possibilidade terica. Voc no

    pode ter qualquer herana de caractersticas adquiridas, de acordo com a teoria

    convencional; voc somente pode ter uma herana de mutaes genticas. Sob as

    premissas da biologia convencional, no haveria nenhuma forma de que

    experincias e mitos de tribos africanas, por exemplo, terem qualquer influncia

    sobre os sonhos de algum na Sua, de descendncia no-africana, o que o tipode coisa que Jung pensava que realmente pode acontecer. Isto bastante

    impossvel do ponto de vista convencional, sendo por isso que a maioria dos

    bilogos da corrente principal da cincia no leve a idia do inconsciente coletivo

    a srio. Ela considerada uma idia marginal, escamosa, que pode ter algum valor

    potico, como uma espcie de metfora, mas no tem relevncia para a cincia

    em si porque um conceito completamente insustentvel do ponto de vista da

    biologia normal.

    A abordagem que eu estou passando adiante bastante semelhante idia

    de Jung do inconsciente coletivo. A principal diferena que a idia de Jung foi

    aplicada primariamente experincia humana e memria coletiva humana. O

    que eu estou sugerindo que um princpio semelhante opera por todo o universo,

    no apenas em seres humanos. Se a espcie de mudana do paradigma radical de

    que eu estou falando prosseguir dentro da biologia se a hiptese da ressonncia

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    mrfica estiver at mesmo aproximadamente correta ento a idia de Jung sobre

    o inconsciente coletivo tornar-se-ia uma idia central para ser seguida: campos

    morfognicos e o conceito do inconsciente coletivo mudariam completamente o

    contexto da psicologia moderna.