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VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração Mensuração e utilização de informações de custos no setor de transporte rodoviário de carga: num estudo realizado em empresas da região metropolitana de Recife. Nadkelly Camila de Azevedo – Faculdade Boa Viagem Ana Paula Ferreira da Silva – Faculdade Boa Viagem Erica Xavier de Souza – Faculdade Boa Viagem RESUMO Este artigo trata sobre mensuração custos e utilização das informações de custos por parte empresas de logística de transporte rodoviário de carga associadas ao Sindicato das Empresas de Transporte de Carga no Estado de Pernambuco (SETCEPE). O objetivo principal deste estudo é: identificar como essas empresas calcula os seus custos, bem como utilizam essas informações mensuradas. Para tanto, inicialmente foi realizado um estudo secundário sobre as temáticas: custo, logística e custo logístico. Posteriormente foi confeccionado um questionário, o qual foi aplicado em forma de entrevista direta, durante os meses de abril e maio de 2009, junto aos profissionais responsáveis pela mensuração dos custos. O instrumento de coleta de dados foi aplicado em 12 (doze) empresas das 125 (cento e vinte e cinco) associadas ao SETCEPE. Os achados da pesquisa evidenciam que a maioria das empresas pesquisadas possui sistemas informatizados de custos com o auxilio de planilhas de excel, os quais geram informações que são utilizadas em sua grande parte para fins de controle custos e formação de preço e venda. Palavras Chaves: sistema de custos, custo logístico, empresas de transportes de carga. ABSTRACT This article deals with measuring costs and use of cost information by logistics companies to transport cargo associated with the Union of Transport Companies Charge in the State of Pernambuco (SETCEPE). The objective of this study is to identify how these companies calculate their costs, and use this information measured. Therefore, initially a study was conducted on the secondary focus: cost, logistics and logistics costs. Subsequently we prepared a questionnaire which was administered as a direct interview during the months of April and May 2009, with those responsible for measuring the cost. The instrument of data collection was applied in 12 (twelve) companies from 125 (one hundred and twenty-five) associated with SETCEPE. The research findings show that the majority of companies surveyed have computerized cost with the help of Excel spreadsheets, which generate information that is used for the most part for control costs and pricing and sales. Key words: system costs, logistics costs, transport companies charge.

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VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração

Mensuração e utilização de informações de custos no setor de transporte rodoviário de carga: num estudo realizado em empresas da região

metropolitana de Recife. Nadkelly Camila de Azevedo – Faculdade Boa Viagem Ana Paula Ferreira da Silva – Faculdade Boa Viagem Erica Xavier de Souza – Faculdade Boa Viagem

RESUMO

Este artigo trata sobre mensuração custos e utilização das informações de custos por parte empresas de logística de transporte rodoviário de carga associadas ao Sindicato das Empresas de Transporte de Carga no Estado de Pernambuco (SETCEPE). O objetivo principal deste estudo é: identificar como essas empresas calcula os seus custos, bem como utilizam essas informações mensuradas. Para tanto, inicialmente foi realizado um estudo secundário sobre as temáticas: custo, logística e custo logístico. Posteriormente foi confeccionado um questionário, o qual foi aplicado em forma de entrevista direta, durante os meses de abril e maio de 2009, junto aos profissionais responsáveis pela mensuração dos custos. O instrumento de coleta de dados foi aplicado em 12 (doze) empresas das 125 (cento e vinte e cinco) associadas ao SETCEPE. Os achados da pesquisa evidenciam que a maioria das empresas pesquisadas possui sistemas informatizados de custos com o auxilio de planilhas de excel, os quais geram informações que são utilizadas em sua grande parte para fins de controle custos e formação de preço e venda.

Palavras Chaves: sistema de custos, custo logístico, empresas de transportes de carga.

ABSTRACT

This article deals with measuring costs and use of cost information by logistics companies to transport cargo associated with the Union of Transport Companies Charge in the State of Pernambuco (SETCEPE). The objective of this study is to identify how these companies calculate their costs, and use this information measured. Therefore, initially a study was conducted on the secondary focus: cost, logistics and logistics costs. Subsequently we prepared a questionnaire which was administered as a direct interview during the months of April and May 2009, with those responsible for measuring the cost. The instrument of data collection was applied in 12 (twelve) companies from 125 (one hundred and twenty-five) associated with SETCEPE. The research findings show that the majority of companies surveyed have computerized cost with the help of Excel spreadsheets, which generate information that is used for the most part for control costs and pricing and sales.

Key words: system costs, logistics costs, transport companies charge.

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1. INTRODUÇÃO A Logística tem se tornado um tema de grande importância para as empresas e também

de muito interesse para os gestores nestes últimos tempos. Isto se deve a importância desta área nas operações, além disso, a logística tem se mostrado como uma área de grande potencial de geração de valor dentro da empresa. A gestão de custos para as empresas de serviços, comércio ou indústria, é de suma importância para poder garantir a sobrevivência dessas organizações. As empresas atualmente necessitam conhecer os seus custos com mais precisão e controlá-los, além disso, manter um diferencial competitivo, trabalhando o processo de redução de seus custos com o auxilio das ferramentas de custos.

Os custos logísticos são o conjunto das despesas realizada em atividades de processamento, movimentação, armazenagem e transporte que compreende o fluxo de produtos ou informações. Estes custos podem ser classificados conforme a sua movimentação em custos de: movimentação, armazenagem, transporte, estoques, processamento de pedidos, embalagem, impostos e administrativos. De acordo com Laarhoven et al(2000) apud Miranda(2002, p.2):

Discutindo uma pesquisa feita com embarcadores em diversos países da Europa, a mais importante razão estratégica para esses últimos estarem interessados em terceirizar suas atividades logísticas é a necessidade de reduzir custos e aportes de capital. Essa razão é citada juntamente com a busca da melhoria do nível de serviço e do aumento da flexibilidade, um maior enfoque nas atividades centrais e a implementação de mudanças.

O trabalho realizado para atingir as exigências dos clientes e proporcioná-los a satisfação, produtos adequados, no momento certo ao menor custo, gera um custo para a empresa e precisa ser comparado constantemente com o retorno dessa prestação de serviço. Com isso, passou a ser exigido dos gestores informações indispensável ao controle dos seus custos. Sendo assim, a pergunta de pesquisa desse estudo é: como as empresas de transporte rodoviário de cargas mensuram os seus custos e utilizam essas informações para fins gerenciais e decisórias?

Portanto, Com base na pergunta de pesquisa descrita acima, o objetivo principal deste estudo é: identificar como as empresas de transporte rodoviário de cargas associadas ao Sindicato das Empresas de Transporte de Carga no Estado de Pernambuco (SETCEPE) cargas mensuram os seus custos e utilizam essas informações. A fim de atingir o objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos: a) Verificar quais são os métodos de custos utilizados na formação do preço de venda do serviço b) Investigar quais os sistemas utilizados no processamento das informações de custos; e c) Identificar quais os elementos de controle e de medição de desempenho de custos é mais usado nas empresas pesquisadas.

Um dos fatores de sobrevivência de qualquer organização, seja industrial ou de serviço, é conhecer, controlar e reduzir seus custos. As pesquisas na área de custos evidenciam que as empresas industriais utilizam várias ferramentas oferecidas pelos sistemas de informação de custos existentes no mercado nacional e internacional. Todavia, a literatura deixa uma lacuna quando se trata da utilização das informações de custos pelas empresas de serviços. Principalmente as empresas de transporte de serviço logístico, em destaque, as empresas de transporte rodoviário de cargas.

Portanto, como essa atividade econômica está crescendo no mercado nacional faz-se necessário conhecer como as empresas que fazem parte desse ramo gerenciam seus custos. Para partir daí contribuir com essa lacuna existente na literatura.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este seção do artigo apresenta uma revisão da literatura que fundamenta os conceitos a que foram empregados nesta pesquisa. Assim sendo, a fim de pesquisar sobre mensuração de custos e utilização de informações de custos por empresas de transporte de carga, faz-se necessário discorrer sobre as seguintes vertentes:

2.1 Contabilidades de Custos: Origem, evolução e importância.

A Revolução Industrial foi um período caracterizado pela transformação do sistema de economia doméstica para o sistema de economia fabril e pelo aparecimento das máquinas. Para Leone (1995, p.11) “Sua principal função era, então, registrar os custos que capacitavam o administrador a avaliar os estoques e, conseqüentemente, a determinar mais corretamente os resultados e levantar os balanços”. É possível identificar a necessidade de evolução exigida aos profissionais da área contábil através da afirmação a seguir:

No fim do século passado, vários fatores exigiram que o contador de custos desse mais um grande passo em direção a um maior refinamento. Foi bastante difícil a adoção generalizada da computação de valores estimados no custo de um produto. Os contadores se restringiam a contabilizar apenas os custos reais. Era princípio rígido o registro das transações e das operações somente pelas despesas realmente incorridas (LEONE, 1995, p.11).

Nesse primeiro momento a contabilidade de custos ficou marcada pelo registro dos custos. Posteriormente com a chegada da I Guerra mundial e com o aumento do processo de competitividade, percebeu-se que as informações emitidas pela contabilidade de custos, se organizadas, poderiam impulsionar as organizações ao melhor conhecimento dos elementos da produção, dentre eles: os custos.

Uma nova visão da contabilidade de custos surgiu destas transformações que exigiam novos entendimentos dos resultados, e não somente, se houvera lucro ou prejuízo. Eram necessários conhecimentos e maior controle sobre os custos de seus produtos, de uma forma mais acurada. À medida que as empresas cresciam, impõe-se aos administradores o conhecimento rápido e exato de informações detalhadas com a finalidade de estarem habilitados à crescente necessidade de maior controle e de tomada de decisão no mundo dos negócios em que atuam.

A contabilidade de custo passou a ser reconhecida como instrumento da administração e fornecedora dessas informações: registros analíticos adequados ao processo de produção e fluxo financeiro das operações realizadas, tornando mais segura à administração econômica e financeira da empresa.

Leone (1995), explica que a partir da II Guerra Mundial a contabilidade de custos continuou a tomar novos rumos aumentando ainda mais o seu prestígio. A contabilidade de custos passou a dar suporte à administração em suas atividades de planejamento e tomada de decisões, responsabilizando-se pela a análise e interpretação das informações, com o objetivo de fornecer à administração instrumentos importantes para a gestão da organização.

A evolução tecnológica tornou-se um recurso de grande importância para a eficiência da contabilidade de custos, no qual o autor descreve:

O desenvolvimento paralelo da pesquisa operacional e da computação eletrônica veio dar maior vigor à contabilidade de custos. Atualmente as informações são prestadas mais rapidamente. Problemas, antes, de certo modo difíceis de ser solucionados, agora o são pelo emprego de técnicas estatísticas e matemáticas mais

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sofisticadas, bem como pelo uso crescente do equipamento eletrônico de processamento de dados (LEONE, 1995, p.12).

Segundo Martins (2003), essa nova visão gerencial por parte dos usuários de custos é recente, e, por isso, ainda há muitos estudos a serem realizados. O autor também ressalta a importância de verificar que as regras e os princípios da contabilidade de custos foram criados inicialmente e mantidos com a finalidade principal de avaliar estoques e não para fornecimento de informações à administração. Neste sentido, são essenciais algumas adaptações para desenvolver bem esse seu outro potencial; no qual, para a maioria das organizações, é mais interessante do que o real motivo que originou a contabilidade de custos.

A partir da chegada do desenvolvimento de mercado a contabilidade de custos passou de auxiliar, na verificação de estoques e lucros, para importante instrumento de controle e decisão gerencial. Com o aumento da competitividade que afeta a todos os mercados, industriais, comerciais ou de serviços, os custos tornam-se altamente relevantes para a tomada de decisão gerencial. Devido ao aumento do nível de competição, as empresas já não podem mais definir seus preços apenas de acordo com os custos incorridos, e sim, também, com base nos preços praticados no mercado em que atuam.

Para Martins (2003, p.15) “O conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o preço, o produto é rentável; ou, se não rentável, se é possível reduzi-los”.

2.1.1 Medição dos custos Por muito tempo as empresas não utilizaram sistemas de custos para medir os custos

dos serviços e/ou clientes, mas a falta dessas informações não era tão prejudicial porque a maioria das empresas operava em mercados não competitivos.Entretanto, para Cooper e Kaplan (1998), desde a década de 70 as mudanças nos negócios, causadas pela competição global e pelas novas tecnologias tornou o ambiente mais desafiador e exigente, demandando assim informações mais relevantes relacionadas a custos e desempenho de atividades.

De acordo com Cooper e Kaplan (1998, p.12), há alguns objetivos para a utilização de sistemas de custeio, conforme a seguir:

- Projetar produtos e serviços que correspondam às expectativas dos clientes e possam ser produzidos e oferecidos com lucro; - Sinalizar onde é necessário realizar aprimoramentos contínuos ou descontínuos (reengenharia) em qualidade, eficiência e rapidez; - Auxiliar os funcionários ligados à produção nas atividades de aprendizado e aprimoramento contínuo; - Orientar o mix de produtos e decidir sobre investimentos; - Escolher fornecedores; - Negociar preços, características dos produtos, qualidade, entrega e serviço com clientes; - Estruturar processos eficientes e eficazes de distribuição e serviços para os mercados públicos-alvo.

Para Leone (2004, p. 50), a medição de desempenho é um procedimento, preferencialmente estruturado e sistemático, em que os gerentes e executivos avaliam periodicamente o desempenho dos empregados ou dos setores. 2.2 Conceitos de Logística

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Com a evolução das técnicas de produção e o aumento do mercado consumidor, surge a necessidade de entender os excedentes de produção e os consumidores que a cada dia buscam mais comodidade, eficiência no atendimento e satisfação. Anteriormente reconhecida como atividade na área militar, a logística, passa a integrar parte das estratégias organizacionais como fonte de agregação de valor e de diferenciação competitiva.

Para Novaes (2004), a logística teve início com as operações militares, a partir da necessidade de avançar as tropas orientadas por uma estratégia, os líderes militares precisavam ter uma equipe, sob sua autoridade, no qual preparasse o deslocamento no momento certo e munido dos equipamentos necessários para atuação e sobrevivência no campo de batalha.

Segundo Steinthaler (2001), o conceito de logística no Brasil é novo, iniciou há dez anos, com o processo de abertura econômica, seguidos pela estabilização que reativou: os parâmetros de comparação de preços, o aumento das importações e crescimento da competitividade. Para o autor, a administração das organizações nem sempre teve a preocupação em focar e controlar a coordenação de todas as atividades logísticas, pois somente nos últimos anos é que ganhos substanciais nos custos foram conseguidos graças à coordenação cuidadosa destas atividades, transformando a logística numa área de importância vital.

2.3 Supply Chain Management (SCM)

O surgimento da logística integrada é muito importante, porque vai desde a compra da matéria-prima até a entrega do produto acabado ao cliente. Por isso, o objetivo de gerenciamento logístico e ligar a rede de distribuição, o processo de produção e a atividade de aquisição, de tal maneira que sejam atendidas as necessidades dos clientes com níveis cada vez mais altos de qualidade, ainda assim mantendo os custos em níveis mais reduzidos. (Christopher, 1997)

No processo da cadeia de suprimentos, a logística é responsável pelo planejamento, implantação e controle do fluxo eficaz de matérias-primas, desde seu ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender as necessidades dos clientes. Essa definição assume a Logística como parte integrante ou subconjunto do Supply Chain Management, ou seja, é uma de suas preocupações.

Novaes (2004, p.190), afirma que “a cadeia de suprimentos dá início do fornecedor da matéria-prima até o consumidor final. Logo abaixo a figura ilustra a seqüência da cadeia de suprimento, porém este trabalho irá enfatizar a última parte desta cadeia que é a de transporte especificamente a de carga”.

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Figura 1 – Elementos da Cadeia de Suprimento Fonte: Elaborado com base no material de Novaes (2004, p. 190)

1- Suprimento da manufatura: a matéria-prima é componente necessário para a fabricação dos produtos; 2- Manufatura: é o próprio processo de fabricação, envolvendo várias partes e podendo ser complexa. Há estoque de insumos variados, no qual são reduzidos através do abastecimento direto na linha de produção, por parte do fornecedor Just-in-time; 3- Distribuição Física: depois de fabricados os produtos são distribuídos para depósitos e posteriormente para a loja de varejo; 4- Varejo: pertencem a empresas diversas ou, no caso de cadeias varejistas, a uma única empresa; 5- Consumo: etapa final da cadeia de suprimentos; 6- Transporte: participa em várias fases da cadeia de suprimentos, deslocando a matéria-prima, o produto acabado, distribuindo para o varejista e etc. 2.3.1 Transporte Rodoviário

O transporte rodoviário é utilizado nas estradas, rodovias, ruas e outras vias

pavimentadas, ou não, com a intenção de movimentar materiais, pessoas ou animais de um determinado ponto a outro. Representa a maior parte do transporte terrestre e torna-se uma vantagem seu alcance em quase todo território nacional.

Existem duas formas de transporte de carga: lotação completa e fracionada, esta é composta por diversas etapas, pois envolvem cargas de dois ou mais embarcadores. Desde o descarregamento, verificação até a triagem e distribuição da mercadoria segundo os destinos finais.

Segundo Novaes (2001), “essas etapas podem envolver mais operações. Muitas empresas de transporte de carga possuem terminais intermediários de trânsito”. E com o aumento das operações intermediárias o tempo e os custos de transportes tendem a aumentar.

Novaes (2004, p.149) lança um questionamento: por que muitos embarcadores utilizam esse tipo de transporte? Porque os custos por unidade transportada ficaria alto com a contratação de um veículo completo para levar carga para uma cidade especifica. Ou se, aguardasse a formação da lotação completa, a entrega realizada para um mesmo destino ficaria prejudicada.

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Já na transferência de produtos de uma fábrica para uma distribuidora a opção predominante é a lotação completa. Porque as quantidades transportadas são grandes. A partir deste tipo de lotação total é possível citar alguns ganhos, como: redução dos custos por unidade transportada, diminuição dos custos unitários, pois a carga é homogênea facilitando o aproveitamento do espaço e é possível eliminar diversas operações intermediárias com uma expressiva redução dos custos.

Novaes (2004, p. 149), descreve algumas características do transporte rodoviário no Brasil, onde a maioria da frota é de autônomos, pessoas físicas que prestam serviços de transporte para várias transportadoras e embarcadores. As transportadoras para reduzirem o nível de ociosidade das frotas próprias quando há queda da demanda, trabalham com frota parcial e completam com transporte autônomo. Há uma pequena parcela de empresas que optam por utilizar sua própria frota, porém há uma tendência para redução desta opção pelo crescimento da terceirização do transporte rodoviário.

2.3.1. 1 Custo de Transporte

Sabemos que o transporte do depósito ao varejista é realizado pelo modo rodoviário,

em lotação completa. Segundo Novaes (2004, p. 214) “normalmente, decompomos o custo do transporte rodoviário em dois elementos básicos: uma parte fixa e um custo variável, esse último expresso em R$/km”.

O custo fixo (mensal) inclui: O custo variável, em R$/km, inclui: - amortização do capital investido no veículo; - salário e obrigações sociais referentes ao motorista; - licenciamento do veículo; - seguro; - parte fixa do custo de manutenção (oficina).

- Combustível; - lubrificantes de motor e da transmissão; - pneus e câmaras de ar; - lavagens e graxa; - parte variável do custo de manutenção (peças de reposição).

Quadro 1 – Composição dos custos variáveis e fixos Fonte: Novaes (2004, p. 214)

Para Valente (1997), há vários fatores que influenciam substancialmente nos custos ou na sua composição. Dentre eles, podem-se citar:

a) Quilometragem desenvolvida: como o custo fixo é dividido pela quilometragem, o custo por quilômetro diminui quanto mais o veículo rodar.

b) Tipo de tráfego: nas áreas urbanas há um desgaste maior do combustível por quilômetro rodado.

c) Tipo de via: O custo varia de acordo com o tipo de estrada por onde o veículo trafegar. d) Região: os impostos, salários e etc., variam de acordo com a região em que a transportadora atua.

e) Porte do veículo: aproveitamento da capacidade do veículo. f) Desequilíbrio nos fluxos: referente ao tráfego de veículos vazios, pois os custos podem diminuir em relação ao combustível mais podem ser maiores, se houver a quebra da carroça porque estava vazia

2.4 Importâncias da Gestão de Custos na Logística

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De acordo com Novaes (2004), antes a logística abordava a garantia da qualidade dos produtos e também dos serviços associados. Com o advento da concorrência no mercado, as empresas passaram a buscar a redução de custos como estratégia para a competição em logística.

Na moderna concepção do Supply Chain Management, a satisfação desses dois objetivos é considerada um fato consumado, ou seja, admiti-se que essa condição já foi plenamente atingida dentro da empresa. Isso porque tal padrão é o mínimo que se considera adequado para atuar competitivamente no mercado globalizado. Dessa forma, as empresas que ainda não conseguiram implantar um controle de qualidade adequado, ou que vêm apresentando níveis de custo acima da prática de seu setor, dificilmente conseguirão atuar de forma integrada e com sucesso na cedia de suprimento otimizada. (NOVAES, 2004, p.191).

A contabilidade gerencial utiliza tudo que diz respeito às atividades e a empresa para

fins de análise. Novaes (2004, p.192), “cita o valor agregado como conceito utilizado na análise de custo”.Essa análise realizada na composição dos custos nas empresas é necessário como instrumento para ganhar vantagem competitiva sobre a concorrência. E a formação dos custos também é importante, para possíveis previsões da composição dos preços em caso de alteração da demanda e com o objetivo de aumentar a margem de lucros da organização. 2.5 Custos Para a Tomada de Decisão

A tomada de decisão é algo que compõe a função básica do administrador, porém muitas vezes difícil de ser realizada, devido à grande quantidade de informações. Todas as decisões envolvem a escolha de uma alternativa, através da comparação de custo e benefício entre as opções apresentadas. Sá (2005, p. 92) define a contabilidade de gestão como:

Aplicação tecnológica da contabilidade, desenvolvida ao interesse dos administradores e não à informação externa para terceiros, mas aplicada especialmente à orientação da empresa para que possa fazer parte frente ao processo cada vez mais competitivo que se opera nos mercados, à medida que se estabelecem os mercados comuns. Considerando que preço e qualidade são fatores básicos para as concorrências nos mercados, essa tecnologia da contabilidade tem-se aplicado basicamente aos custos.

Para Garrison e Norren (2001, p.431), “os custos que se comportam de modo diferente nas alternativas são chamados de custos relevantes”.

A distinção entre os dados de custos e de benefícios relevantes e irrelevantes é fundamental por dois motivos: primeiro, os dados irrelevantes podem ser ignorados e não precisa ser analisado, o que pode poupar tempo e trabalho a quem decide. Segundo, más decisões podem facilmente ter origem na inclusão errônea de dados irrelevantes de custos e benefícios na análise das alternativas. (GARRISON e NORREN, 2001, p.431).

Segundo Leone (2000, p.48) a contabilidade de custos tem como foco fornecer informações auxiliares aos administradores. O autor divide essa finalidade em três grandes grupos, conforme a seguir: “Determinação do Lucro e Avaliação do Patrimônio emprega-se os custos reais e históricos, Controle das Operações emprega-se os custos padrão e estimados e Planejamento e Tomada de Decisões emprega-se os custos fixos, variáveis e semivariáveis.

Segundo Maher (2001, p. 432) é necessário que os administradores conheçam como se relacionam o custo, volume e o lucro para a tomada de decisão e a análise que envolve esses

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três parâmetros são conhecidos como a análise Cutos-Volume-Lucro (CVL). A seguir o autor define a análise CVL como:

A análise CVL ajuda a definir a relação entre os custos utilizados no processo de elaboração de orçamentos. Os administradores também utilizam a análise CVL para determinar como uma expansão das facilidades de produção e as correspondentes alterações nos custos impactam o lucro. Eles podem chegar à conclusão de que mais volumes não necessariamente significa maiores lucros, a depender de como a expansão alterar os custos fixos (MAHER, 2001, p. 432)

Para Maher (2001, p. 432) “a cadeia de valor é a seqüência de atividades que cria um

produto ou serviço”. É uma análise utilizada para verificar o impacto dos custos fixos e dos custos variáveis na produção de um produto sobre o lucro. Isto é, dá ao administrador condições de analisar, se a produção de um determinado produto que visa atender as necessidades do cliente no que diz respeito à qualidade e preço também atende a necessidade da organização que é de obter lucro. 3 METODOLOGIA

Esta seção apresenta os procedimentos metodológicos adotados na pesquisa. Nesta etapa, foram definidos o método, a estratégia de pesquisa e os procedimentos para a análise dos dados.

3.1 Método da pesquisa

O método escolhido para esta pesquisa foi indutivo, Segundo LaKatos e Marconi (1998, p. 53):

Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos é levar as conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.

Partirmos das visões individuais das executivas para fazer conclusões de tendências, pois os argumentos indutivos somente conduzem a conclusões prováveis. Portanto, Cervo e Bervian (1978, p.25), afirmam:

Pode-se afirmar que as premissas de um argumento indutivo correto sustentam ou atribuem certa verossimilhança a sua conclusão. Assim, quando as premissas são verdadeiras, o melhor que se pode dizer é que sua conclusão é, provavelmente, verdadeira.

3.2 Tipo de pesquisa

Está pesquisa é exploratória. Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo

de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato, no caso desta pesquisa como as empresas de logística de transporte calculam os seus custos, bem como utilizam essas informações no processo de gestão. Para Cooper e Schindler (2003, p.131), “os objetivos da exploração podem ser atingidos com diferentes técnicas. Tanto as técnicas

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qualitativas como as quantitativas são aplicáveis”. No caso desta pesquisa a técnica utilizada foi a quantitativa.

Quanto aos objetivos pode-se classificar este estudo como uma pesquisa descritiva, uma vez que será realizada uma descrição das características da amostra a ser estuda neste trabalho, pois segundo Gil (1999) apud Bueren (2006, p. 81):

A pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre as variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

3.3 Questionários, amostra e coleta de dados

O levantamento de dados de acordo com Lakatos e Marconi (1982, p. 24) pode ser realizado de três formas: pesquisa bibliográfica, documental, além de contatos diretos. A validação do instrumento de coleta de dados é de suma importância para garantir a qualidade. Gil (1994, p. 160) afirma que:

A validação permite identificar possíveis falhas na construção ou redação do instrumento de coleta de dados, como, por exemplo, questões muito complexas, questões desnecessárias, erros de redação, problemas com interpretação das perguntas, constrangimento aos respondentes, exaustão.

Portanto, o instrumento de coleta de dados foi pré-testado mediante o contato direto

com duas empresas que não fazem parte da amostra. Durante o processo de validação do instrumento de coleta de dados verificou-se a necessidade ajuste em algumas perguntas. Após o pré-teste e agendamento prévios com as empresas participantes da pesquisa por telefone e/ou emails, deu-se início à coleta de dados através da aplicação direta dos questionários por parte das pesquisadoras junto aos responsáveis pelo processo de geração de informações de custos dessas empresas. O estudo de campo ocorreu no período de abril a maio 2009.

Este estudo teve como amostra 12 (doze) empresas das 125 (cento e vinte e cinco) associadas ao Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Pernambuco (SETCEPE). E o critério da seleção da amostra foi acessibilidade. A relação de empresas associadas foi obtida através de um ofício encaminhado ao diretor geral do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Pernambuco (SETCEPE).

3.4 Análise de dados A fim de garantir uma qualidade na apresentação dos dados foi utilizado um pacote

estatístico SPSS versão 16.0. Este pacote estatístico garantiu na construção de tabelas, e gráficos. Portanto, os dados do estudo empírico são apresentados de acordo com sua análise estatística, incorporando no texto as tabelas e os gráficos estritamente necessários à compreensão dos textos. 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este seção apresenta os resultados obtidos através da pesquisa de campo. O estudo fundamenta-se em análise descritiva das informações coletadas junto a 12 (doze) empresas de transportes das 125 (cento e vinte e cinco) associadas ao Sindicato das Empresas de Transporte de Carga no Estado de Pernambuco (SETCEPE). Esta seção é escriturada em cinco subseções.

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4.1 - Perfil dos respondentes das empresas entrevistadas

Esta subseção do artigo apresenta uma breve descrição sobre o perfil dos profissionais responsáveis pela mensuração e analise dos custos nas empresas pesquisadas. Embora haja a presença feminina, no qual representa 17%, é predominante o gênero masculino com 83% dos entrevistados. A média de idade entre esses respondentes é de 37 anos. Somente um terço, 25% dos entrevistados, possui nível de graduação completa, o qual possivelmente leva a supor que os mesmos possuem poucos conhecimentos sobre as ferramentas de custos.

A tabela 1 mostra que 41,66% dos respondentes exercem a função de gerência ligada a área operacional e acumulam a função do cálculo, da analise e do acompanhamento dos custos, ou seja, não houve em nenhuma das empresas pesquisadas a existência de profissional somente voltado para área de custos logísticos.

Tabela 1 – Função dos respondentes

Função Freqüência Percentual

Analista de Logística 2 16,67%

Assistente Operacional 2 16,67%

Coordenador de Expedição 1 8,33%

Encarregado Operacional 2 16,67%

Gerente Operacional 4 33,33%

Gerente Planejamento 1 8,33%

Total 12 100,00% Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009

4. 2 Perfil das empresas pesquisadas

Esta subseção do estudo traz a descrição do perfil das empresas participantes da pesquisa. Os gráficos 1 e 2 apontam o porte das empresas pesquisadas segundo o seu faturamento anual. Dezessete por cento das empresas pesquisadas, ou seja, duas delas não responderam durante a entrevista a pergunta voltada para o valor do seu faturamento. Metade das empresas pesquisadas possui faturamento superior a R$ 5.000.000. (Vide gráfico 2 ).

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Ao longo da pesquisa procurou-se verificar o tipo de capital acionário das empresas participantes da pesquisa. Foi possível verificar a predominância das empresas nacionais privadas de grupo de empresas, com 42%. Em segundo lugar as nacionais privadas únicas totalizam com 41% e por fim as multinacionais com apenas 2 empresas, cuja representação é de 17%. As empresas multinacionais possuem as suas sedes nos EUA e a outra na Argentina. 4.3 Mensuração dos custos e tratamento dos dados estratégicos de custos

Nesta subseção, a estudo traz a descrição dos aspectos estratégicos de custos utilizados

pelas empresas pesquisadas. Quanto à estrutura do plano de contas das empresas pesquisadas, 67% dos respondentes das empresas afirmaram que utilizam a estrutura baseada em centros de custos, em segundo lugar aparece a de departamentos e somente uma empresa respondeu estruturar o plano de contas único para toda empresa.

Este achado da pesquisa revela que as empresas de transporte estão preocupadas em controlar os seus custos através da gestão por responsabilidade dos centros de custos, onde cada gerente de centro de custo se responsabiliza pelos seus custos (Vide gráfico 3).

Ao longo do estudo de campo procurou-se verificar a freqüência que as informações de custos são avaliadas na empresa. Trinta e três porcento das empresas fazem essa análise mensalmente, 25% diariamente, 17% quinzenalmente, 17% semanalmente e por último uma única empresa faz semestralmente (Vide gráfico 4).

Gráfico 1 – Empresas que informaram o faturamento anual de 2008. Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009.

Gráfico 2 – Faturamento das Empresas Pesquisadas Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009.

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Gráfico 3 – Estrutura do plano de contas da empresa. Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009.

Gráfico 4 – Periodicidade de apuração e analise dos indicadores de custos. Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009.

No que se refere à forma utilizada pelas as empresas, quanto a calcular os seus custos

e a integração destes dados com outros sistemas adotados pelas empresas,com base no gráfico 5, nota-se que é predominante o uso de planilhas de Excel, similares e de sistemas computadores ao mesmo tempo com 67%. Os sistemas de computadores são usados por 25% das empresas e apenas 8% utiliza somente planilha de Excel. O gráfico 6 demonstra que 67% dos sistemas de apuração de custos utilizados pelas empresas de transportes de cargas são integrados com sistema contábil, facilitando assim a coleta dos dados apurados para cálculo dos custos, bem como a sua exatidão.

Ao logo da pesquisa entrevistados foram questionados sobre quem eram os setores que mais solicitavam as informações de custos. Os respondentes da pesquisa puderam escolher

Gráfico 5 – Ferramenta para cálculo de custos. Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009.

Gráfico 6 – Integração entre sistemas Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009.

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mais de uma opção, portanto, a freqüência refere-se à quantidade de vezes que os setores foram indicados como mais requisitantes das informações de custos. A tabela 2 demonstra que os setores que mais requisitam as informações de custos em ordem decrescente são: Administração Financeira, Controle e Planejamento e Produção.

Tabela 2 - Ranking dos setores mais solicitantes das informações de custos.

Setor Freqüência Ranking Administração Financeira 8 1º Controle e Planejamento 5 2º Produção 2 3º Logística 2 3º Vendas 1 4º Qualidade 1 4º

Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009.

A ferramenta de custo padrão é muito importante para o controle dos custos, portanto ao longo do estudo procurou-se verificar se empresas pesquisadas estavam utilizando tal ferramenta. Os achados da pesquisa revelam que apenas 2/3 dos gestores que lidam com custos afirmam que a empresa realizar comparações entre custos reais e padrões. Mas, o mais relevante nesse processo investigativo foi descobrir que 1/3 não sabiam informar se há ou não a utilização de custo padrão, demonstrando a falta de conhecimento dos gestores que lidam com custos na área de logística de transporte em Pernambuco sobre algumas ferramentas de custos. Essa falta de conhecimento dos gestores sobre algumas ferramentas de custos, dentre elas, custo padrão, se deve ao fato, dos mesmos não terem formação acadêmica na de negocio, a qual conta com disciplinas especificas para custos.

4.4 Decisões tomadas com base me custos e de medição de desempenho

No desenvolvimento da pesquisa de campo buscou-se saber junto aos gestores de

custos o porque do uso do atual sistema de apuração de custos, como resultado obteve-se que as razões são: pelo fato do sistema apresentar ferramentas que conduz a um a uma melhor forma de controle com 42%, pela facilidade no manusei do sistema com 33% e por fim pelo fato dele está estruturaso com base nas a atividades realizadas, com 25%. Esse achado demonstra mais uma vez a precupação dos gestores em controlar os custos logisticos, sem evidenciar preocupação, ainda de forma efetiva, em trabalhar a redução dos custos.

Durante a investigação procurou-se também investigar quais são as principais decisões gerenciais tomadas com base nas informações de custos. Os respondentes da pesquisa puderam escolher mais de uma opção, portanto, o total de ocorrência foram 51 e não 12. Os resultados da pesquisa demonstrados na tabela 3 evidenciam que essas decisões são voltadas para: o controle dos custos, a análise de rentabilidade, o cáculo do lucro, orçamento e controle, nesta ordem.

Tabela 3 - Decisões gerenciais tomadas em função dos custos.

Decisões Gerenciais Freqüência Ranking Controle dos Custos 9 1º Análise de Rentabilidade 9 1º Cálculo do Lucro 7 2º Orçamento e Controle 6 3º

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Planejamento 5 4º Medição de Eficiência 5 4º Melhoria Contínua 4 5º Preço e Política de Preços 3 6º Análise de Desempenho dos Colaboradores 3 6º Total 51

Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009 Associada às informações de custos os gestores das empresas de Logística de

Transporte de Carga utilizam também outros indicadores de desempenho. Alguns desses indicadores são obtidos no ambiente externo da organização. Portanto, ao longo do estudo procurou-se verifricar como essas empresas obtem esses indicadores de desempenho externos e setoriais. Os achados da pesquisa revelam que esses indicadores são obtidos através de diversas fontes, tais como: pesquisas de mercado, consultores, clientes, fornecedores e funcionários, nesta ordem. (Vide gráfico 7).

Gráfico 7 – Fontes de consulta para análise de desempenho dos concorrentes.

Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009.

4.5 Utilizações das informações de custos para formação de preços Conforme os gráficos 7 e o 8 os itens que mais contribuem para a formação dos preços

dos serviços das transportadoras rodoviárias de carga são: a quilometragem, volume transportado, local de destino e o tipo de cliente e produto, nesta ordem de prioridade. Outros critérios relevantes adotados pelos entrevistados na formação dos preços dos serviços foram: as combinações de informações de custos com o mercado, a negociação caso a caso.

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Gráfico 7 – Fatores que influenciam na definição do preço cobrado. Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009

Gráfico 8 – Formação do preço do serviço. Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009

No decorrer da pesquisa de campo procurou-se verificar quais eram os métodos de apuração de custos utilizados para a formação de preço e venda. Os respondentes da pesquisa puderam optar por mais de uma opção, portanto, o total de ocorrência foram 18 e não 12. De acordo com a tabela 3 observa-se que a maioria das empresas utiliza os preços médios adotados no mercado em estudo como instrumento para a formação do preço de venda. Em segundo empatados surgem à utilização do método do custeio pleno e o método da margem de contribuição.

Tabela 4 – Métodos usados na formação do preço de venda. Método Utilizado Freqüência Ranking Base no Mercado 9 1°

Custeio Pleno 3 2°

Margem de Contribuição 3 2°

Benchmarking 1 3°

Custeio ABC 1 3° Taxa Mark-up 1 3° Total 18 Fonte: Elaboração Própria com base na pesquisa de campo, 2009.

5. CONCLUSÃO O transporte rodoviário de cargas é o principal responsável pelo o escoamento de cargas

e também viabiliza o desenvolvimento econômico do país, mas a falta de informações necessárias para o controle gerencial pode afetar este desenvolvimento. Para avaliar como os recursos disponíveis estão sendo utilizados e se a sua utilização possibilita à empresa oferecer

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serviços superiores, é necessário um sistema de medição de desempenho, única forma de verificar se as operações logísticas estão atingindo as metas de serviços desejadas.

Os achados desta pesquisa evidenciaram que a maior parcela das empresas de transporte logístico, as 12 (doze) da amostra, utilizam sistemas de apuração de custos, gerando informações por centro de custos, departamentos e custos por quilômetro rodado. Essas informações são utilizadas juntamente com as informações obtidas do mercado no processo de determinação do preço de venda e também do controle de seus custos.

Para a formação do preço de venda a informação mais relevante, ainda é para os gestores a informação do mercado e somente num segundo momento é que são utilizadas as informações referentes a custos, com o bom direcionador para definir o preço do produto ou serviço a ser oferecido por estas empresas.

Com relação às informações geradas para justificar o uso do sistema de custos ou da metodologia, que em sua maioria é a absorção plena, onde não há diferença entre custo e despesa, os gestores afirmaram que o uso desse tipo de metodologia se deve a melhor alternativa de controle dos custos e em seguida pela facilidade do uso da ferramenta.

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