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Mensagem do Presidente da Associação Industrial Portuguesa - Confederação Empresarial

Angola e Portugal estão hoje em condições de cimentar uma grande parceria para o investimento, para o comércio e para os mercados, sustentada na valorização da língua comum, nas relações históricas e nas afinidades culturais. Estes factores configuram vantagens que podem ser exploradas e aproveitadas pelas duas partes para incrementarem as relações bilaterais, para desenvolverem estratégias colaborativas, redes de negócio e para uma acção conjunta nos mercados lusófonos e mesmo em relação a mercados terceiros.

Para o efeito, é da maior importância a constituição de redes de conhecimento na actividade empresarial.

Foi esta, a razão subjacente à elaboração dos estudos sobre as províncias de Benguela, Cabinda, Huambo, Huíla e Luanda que a AIP-CE decidiu realizar.

Na verdade, para agir de forma inteligente nos mercados, é necessário coligir informação, estudá-los e conhecê-los.

Devo sublinhar que esse exercício de estudar os mercados, muito particularmente o angolano, sempre fez parte das orientações da AIP-CE, mesmo nos períodos mais conturbados da vida política e social angolana, que felizmente já pertencem ao passado, tendo desenvolvido sobre este mercado, entre outros, guias de investimento, estudos sectoriais e regionais.

Dando expressão a esta boa tradição da AIP-CE, creio que os Estudos de mercado sobre as Províncias Angolanas constituem um bom trabalho de caracterização da actividade económica destas províncias, mas também de prospectiva, de definição de prioridades em matéria de economia e de localização industrial, de sinalização de infraestruturas de apoio à actividade económica, de identificação de grandes projectos, enfim um bom instrumento de inteligência competitiva ao dispor dos empresários e das instituições portuguesas e angolanas.

Boa leitura!

Jorge Rocha de Matos

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Índice 1.  A Província de Luanda Hoje ............................................................................................. 5 

1.1  Geografia .................................................................................................................... 5 

1.2  Clima ............................................................................................................................ 5 

1.3  Demografia ................................................................................................................. 7 

1.4  Educação .................................................................................................................... 9 

1.5  Caracterização da Actividade Económica ........................................................ 10 

1.5.1  Mercado de Emprego .................................................................................... 10 

1.5.2  Estrutura da Produção da Província .............................................................. 10 

1.5.2.1  Agricultura e Pescas ..................................................................................... 11 

1.5.2.2  Indústria .......................................................................................................... 12 

1.5.2.3  Comércio e Serviços .................................................................................... 12 

1.5.3  Infra-estruturas de Apoio à Actividade Económica .................................... 15 

1.5.4  Turismo ................................................................................................................ 16 

1.6  Estrutura da Administração Provincial ................................................................... 16 

1.7  Desenvolvimento Estratégico da Província .......................................................... 20 

2.  A Província de Luanda Amanhã .................................................................................... 22 

2.1  Base Económica Futura da Província de Luanda .............................................. 22 

2.1.1  As Opções Estratégicas da Província de Luanda ........................................... 22 

2.2  Modelo de Desenvolvimento Territorial ................................................................. 27 

2.2.1  A Zona Económica Especial Luanda-Bengo ................................................... 28 

2.2.1.1  Regimes Especiais de Incentivos para as Empresas Sediadas em ZEEs 29 

2.2.1.2  Facilidades, Incentivos e Factores de Competitividade ........................... 39 

2.2.1.3  Empresas da ZEE .............................................................................................. 43 

2.2.1.4  A Zona Económica Especial em Viana ........................................................ 47 

3.  Enquadramento Regulamentar ..................................................................................... 63 

3.1  Enquadramento Legal do Investimento Privado ................................................. 63 

3.2  Enquadramento Legal do Investimento Público ................................................. 67 

3.3  Enquadramento Legal da Contratação Pública ................................................ 69 

4.  Análise de Risco ................................................................................................................ 75 

5.  ANEXO – PRINCIPAIS IMPORTADORES DE ANGOLA ....................................................... 77 

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Estudo Desenvolvido por:

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1. A Província de Luanda Hoje

A cidade de Luanda, anteriormente São Paulo de Luanda, foi fundada por Paulo Dias de

Novais em 1576. A cidade é a capital do país e da província de Luanda, localizada na costa

noroeste de Angola, banhada pelo Oceano Atlântico. Luanda é a maior cidade de Angola,

bem como o principal porto e centro industrial do país. As zonas comerciais e industriais

estão localizadas próximo do porto de águas profundas, e os distritos governamental e

residencial estão geralmente localizados nas zonas circundantes mais elevadas. O aeroporto

de Luanda regista o maior tráfego aéreo em Angola, e o caminho-de-ferro de Luanda

estende-se pelo interior até às minas de ferro em Ndalatando (Kuanza-Norte) e campos de

plantação de café na província de Malange.

 

1.1 Geografia

A província de Luanda situa-se na parte setentrional e ocidental do país e a sua localização

geográfica, de acordo com os seus pontos extremos, são dados pelas seguintes

coordenadas:

Extremo setentrional está situado no ponto Casucata (58,58) entre o município do

Cacuaco e a província do Bengo, a 08 g 37" 30" de latitude sul e 13 g 24' 06" de

longitude este;

Extremo meridional está situado na embocadura do rio Kuanza, entre o município de

Viana e a província do Bengo, a 09 g 20' 44", de latitude sul e 13 g 09' 21" de longitude

este;

Extremo oriental está situado no limite entre a província do Bengo e o município do

Cacuaco, a 08 50'55" de latitude sul e 13 g 37' 58" de longitude este;

Extremo ocidental encontra-se situado no município da Samba, bairro do Mussulo, a 09

g 04' 33" de latitude sul e 12 g 59' 42" de longitude este.

A província de Luanda é circunscrita pela província do Bengo a norte, a este e sul,

encontrando-se envolvida a oeste pelo oceano Atlântico. A área territorial da província de

Luanda é de 2.417,78 Km2, o que corresponde a 0,2% da superfície total do território

nacional. Refira-se ainda o facto da província de Luanda ser cruzada por dois grandes rios: o

rio Bengo a norte e o rio Kuanza a sul, que no seu percurso do interior do País em direcção ao

mar vão deixando a montante extensas planícies húmidas.

1.2 Clima

O clima é geralmente quente e seco; no entanto, a província de Luanda atravessa uma

estação chuvosa de cinco a seis meses e de escassos quantitativos de precipitação

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(compreendidos entre 350 a 400 mm), agravada por uma distribuição muito irregular e

oscilações acentuadas de ano para ano. A estação seca ou de cacimbo é bastante

prolongada, correspondendo ao período fresco do ano, nos meses de Junho a Agosto. A

temperatura média anual varia entre os 25º e os 26º, com um máximo de 30º, coincidente

com a altura em que se atingem os máximos pluviométricos.

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1.3 Demografia

A cidade de Luanda encontra-se permanentemente em expansão, em termos de área

ocupada, mas sobretudo do ponto de vista de densidade populacional. As dificuldades no

controlo do fenómeno dos deslocados, a dificuldade de impor limites à construção ilegal e

desordenada na província em geral e na periferia da cidade em particular, a par das

elevadas taxas de natalidade, têm contribuído para um aumento galopante da população

residente na província, sendo que cerca de 75% vive em bairros populares periféricos de

Luanda, popularmente designados por musseques, por estarem, em regra, instalados sobre

solos arenosos.

Importa sublinhar que a informação existente sobre a evolução demográfica das dezoito

províncias angolanas é muito limitada. No caso de Luanda, a ausência de informação

estatística fiável é agravada, verificando-se a existência das estimativas mais díspares. Os

dados apresentados na tabela seguinte devem, por isso, considerar-se para confirmação do

peso da propulação da província no total do País e como indicadores de tendência,

devendo ser evitada a sua utilização como informação estatística precisa.

Evolução da Estrutura Provincial da População (%)

PROVÍNCIAS

2000

2003

2006

Bengo 2.53 3.04 3.13

Benguela 10.70 10.96 10.80

Bié 7.30 6.87 6.78

Cabinda 1.36 1.34 1.32

Cunene 2.72 2.77 2.76

Huambo 10.60 10.03 9.92

Huíla 8.70 8.06 8.02

Kuando-Kubango 2.53 2.75 2.77

Kwanza Norte 2.72 2.60 2.57

Kwanza Sul 5.35 5.12 5.05

Luanda 21.50 21.95 22.31

Lunda Norte 2.72 2.67 2.64

Lunda Sul 3.02 3.31 3.35

Malange 5.74 5.43 5.40

Moxico 2.63 2.56 2.54

Namibe 1.85 1.98 1.99

Uíge 6.61 6.47 6.47

Zaire 1.95 2.10 2.17

Total 100.00 100.00 100.00 Fonte: Ministério do Planeamento

Estimada em 7.640.000 habitantes em 2007 (segundo o Programa do Governo da Província

para 2009), a população da província de Luanda representa mais de 20% da população

total do País e juntamente com as províncias de Benguela e Huambo, mais de 40%.

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1.4 Educação

Em 2004 as escolas da província funcionavam, na sua maioria, com quatro turnos: três

diurnos e um nocturno. Em 2005 passou-se de quatro para três turnos; sendo dois diurnos e

um nocturno. Paralelamente, tendo em vista a melhoria da qualidade do processo de

ensino, foi envidado um esforço no sentido da redução do número de alunos por turma que

se reflectia, em 2006, numa redução de 60 e mais, para 50 ou 45 alunos por turma.

Com a Reforma Educativa, iniciada

em algumas escolas e algumas

turmas a título experimental, em

2004, o número de alunos por turma

reduziu para cerca de 35.

Em 2004 a província contava com

620 escolas, das quais 40%

correspondendo à oferta do ensino

particular. Das 379 escolas da rede

pública de ensino, 236 correspondiam a escolas do 1º nível, 14 do 2º nível, 63 do 1º e 2º

níveis, 17 do 2º e 3º níveis e 36 do 1º, 2º e 3º níveis.

Em 2005 o número de escolas não sofreu grandes variações, tendo-se, antes, constatado

uma alteração na distribuição destas por níveis de ensino. A razão para tal está no sucesso

das estratégias de incentivo escolar, as quais acabaram por traduzir-se num incremento da

procura por níveis de escolaridade superiores que, como consequência, acabou por verificar

a necessidade de adequar a rede escolar. Algumas escolas de níveis inferiores foram

transformadas noutras de forma a responder à maior procura. Entre as principais diferenças

regista-se o aumento nas escolas do 1º e 2º níveis, que em 2005 contavam mais 34 escolas

do que no ano anterior.

Relativamente aos alunos matriculados no ensino primário, os números revelam um

incremento entre 2004 e 2005 (de 437.620 para 448.900 alunos matriculados no ensino

primário).

Também o efectivo de professores tem acompanhado esta evolução positiva com o

aumento de 21.574 professores em 2004 para 25.000 professores em 2007.

O ensino particular tem verificado uma evolução apreciável. Entre 2004 e 2005 este número

verificou o aumento maior do período recente: de 36.987 para 58.731 alunos matriculados

no ensino primário, 3º nível e ensino médio.

1º Nível62%

2º Nível4%

3º Nível3%

1º Nível + 2º Nível17%

2º+3º Nível4%

1º+2º+3º Níveis10%

Escolas do Ensino Público (por Níveis de Ensino)

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1.5 Caracterização da Actividade Económica

1.5.1 Mercado de Emprego

As estimativas preliminares da estrutura do emprego para 2000 apontavam para um peso

muito elevado da agricultura e pesca (46% do emprego total). Já o emprego industrial, por

razões conhecidas, não representava mais de 2,3% do emprego total. Relevo para o

comércio (32% do emprego), onde se inclui o sector comercial informal, e para a

administração pública (7,7% do emprego total).

Apesar dos esforços envidados ao nível do mercado informal, o sector continua a empregar

uma proporção significativa da população activa, sobretudo na agricultura, pesca artesanal

e no comércio, não só nas planícies aráveis, mas também em parte das zonas periféricas

urbanas. A nível urbano e litoral, as populações dedicam-se principalmente à pesca

artesanal, pesca industrial e comércio informal. Devido à grande instabilidade no mundo do

emprego, e tendo em conta a importância em termos de recursos humanos do sector

informal, torna-se difícil encontrar dados fiáveis para a província sobre os níveis do emprego

e desemprego.

Tomando por base os dados disponíveis para 2000 e extrapolando os mesmos para as

estimativas relativas a 2005 (certamente muito próximas da realidade actual) concluí-se que

mais de metade da população Luandense desenvolve a sua actividade no sector informal e

em actividades agrícolas, certamente de reduzida expressão, atendendo à vocação

fundamentalmente secundária e terciária da Capital.

No que diz respeito ao aparelho administrativo do Estado, a maior concentração de

funcionários, regista-se em Luanda, com 32% do total.

Os técnicos superiores de Administração Pública estão maioritariamente concentrados na

província de Luanda, com cerca de 73% do total.

1.5.2 Estrutura da Produção da Província

Para se apresentar este ponto é fundamental chamarmos a atenção para o facto de a

delimitação geográfica definida pelas autoridades considerar hoje uma Zona Económica

Especial (ZEE) Luanda-Bengo. Esta circunstância deriva sobretudo da tradição económico –

produtiva entre as duas províncias, e que por este facto assiste-se a uma espécie de região

circundante de influência a nível dos impactos esperados induzidos pelos projectos e pelas

acções previstas a curto prazo. Estas duas províncias representam mais de 35 mil Km2, o que

corresponde a cerca de 3% da área total do País. Em termos populacionais, representam

sensivelmente 1/4 da população angolana, apresentando uma densidade populacional um

pouco acima de 80 pessoas por Km2. Com base nos dados considerados no ponto anterior,

refira-se, ainda, que este eixo apresenta os melhores indicadores sociais e de condições de

alfabetização da população adulta.

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Feita a delimitação geográfica, a ZEE prevista para esta zona contempla uma estratégia de

crescimento assente em três pólos distintos, o agropecuário, o industrial e o comercial e de

serviços, que, em conjunto, visam a exploração das potencialidades económicas das duas

províncias.

O dualismo sectorial da economia nacional, onde o eixo do petróleo e o eixo dos diamantes

dominam a caracterização económica de Angola, não encontra eco na zona “Luanda –

Bengo”.

Dados relativos ao ano 2000 evidenciavam que a Província de Luanda contribuía com 65%

para a produção nacional do sector industrial e com cerca de 22% para o PIB dos sectores

agro-pecuário, do comércio, da construção e para o PIB não mercantil.

O estabelecimento de pólos de desenvolvimento integrado, para além de dinamizar uma

desejável desconcentração industrial, veio constituir um importante meio de promover o

desenvolvimento das regiões menos desenvolvidas do país e de acelerar o ritmo de

crescimento económico global, desde que as indústrias a criar ou a transferir sejam

adequadas às potencialidades económicas e demográficas de cada eixo ou zona e se

integrem nos planos de desenvolvimento provincial que impliquem uma transformação das

condições estruturais da vida económica. Por outro lado, a concentração dos investimentos

e de esforços nesses pólos de desenvolvimento integrado permitiu garantir uma maior

rentabilidade aos factores produtivos, nomeadamente o capital.

1.5.2.1 Agricultura e Pescas

As culturas que constituem a base de alimentação das populações residentes na província

de Luanda são a mandioca, o milho, a batata-doce, o amendoim, o feijão e os produtos

hortícolas. Durante a época colonial existiram várias fazendas de grande dimensão, assim

como outras propriedades para o desenvolvimento agro-pecuário, das quais se destacam a

CAOPA, a Pecuária da Barra de Kwanza e a Gomes & Irmãos. Após a independência, o

Estado confiscou a maior parte destas propriedades e constituiu uma entidade que passou a

gerir toda a actividade agro-pecuária da província, o complexo agrário Kwanza-Bengo, com

a criação da cintura verde de Luanda. Este organismo promoveu a distribuição de terrenos

agrícolas por famílias camponesas e associações agrárias. O sector primário manteve-se

inalterado até 1987, ano em que surgiu a Direcção Provincial de Agricultura (DPA), que

assumiu o controlo de toda a actividade agro-pecuária. Desde a sua criação até aos dias

de hoje, as principais dificuldades enfrentadas pela DPA são a falta de água, rações, e

quase todas as matérias-primas necessárias para o desenvolvimento das culturas, as

limitações em infra-estruturas e em conhecimento comercial que potenciem as trocas inter-

provinciais e a exportação da produção gerada, bem como a ausência de programas de

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financiamento dirigidos para a melhoria da produtividade da actividade agrária e para a

expansão sustentável do sector primário na província.

A pesca artesanal é uma das fontes de rendimento mais importante de uma franja da

população, em especial das que se encontram ao longo das costas marítima e ribeirinha

dos rios Bengo e Kwanza, que contribuem para o desenvolvimento sócio-económico regional

bem como para um reforço a nível nutricional para as populações nestas áreas.

Em termos de exploração primária, são extraídos na província de Luanda o calcário,

fundamental para a indústria transformadora, na produção de cal, cimento e gesso, bem

como para a indústria da construção civil, e ainda o burgau, as areias naturais e as areias

silenciosas, essenciais para a indústria do vidro.

1.5.2.2 Indústria

Durante os últimos anos de presença administrativa portuguesa assistiu-se a uma activa

política de industrialização em Angola, o que contribuiu para um aumento da importância e

da dimensão da província de Luanda, como sede do governo, e sobretudo como pólo de

atracção de população. Após a independência do país, quase todos os empreendimentos

industriais foram confiscados pelo Estado. Todavia, volvidos alguns anos e devido a uma série

de factores como a falta de investimentos adequados, a utilização de políticas de gestão

menos apropriadas para a dimensão deste sector, o governo promoveu um processo de

redimensionamento empresarial entre 1989 e 1990. O reacendimento da guerra em finais de

1992 afectou parcialmente este processo e, posteriormente, os receios e a ameaça de

novos focos de conflito armado desencorajaram o investimento no sector. Com o alcançar

da paz e as recentes iniciativas de relançamento da actividade industrial, aumentam as

perspectivas para o sector. Actualmente, a Direcção Provincial de Luanda do Ministério da

Industria controla grande parte da actividade no ramo da indústria ligeira (panificadora,

confecções, etc.). Entretanto, a actividade da indústria pesada está sob controlo directo do

Ministério da Indústria.

A recem criada Zona Económica Especial Luanda-Bengo (para cujo detalhe se sugere

consulta ao capítulo A Província de Luanda Amanhã) preconiza o desenvolvimento industrial

da província a partir dos pólos Viana e Cacuaco.

1.5.2.3 Comércio e Serviços

Como é sabido, o comércio rural é um importante factor de sustentabilidade das

comunidades rurais da província de Luanda. Nas zonas urbanas e periféricas, o comércio, a

nível formal e informal, constitui uma das maiores fontes de emprego e rendimento.

Contudo, as fracas infra-estruturas sociais, a escassez, e, sobretudo, a forma desordenada

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que caracteriza os investimentos públicos neste sector, contribui para que o esforço privado,

assente no estabelecimento de redes comerciais eficientes, ainda passe por períodos de

adaptação à lógica local até se poder alcançar níveis de desempenho estáveis, que

resultem em horizontes esperados a nível de rentabilidade.

Consciente da necessidade de repor as infra-estruturas e

circuitos comerciais, desde 2006, o Governo Central tem em

curso o PRESILD (Programa de Reestruturação do Sistema de

Logística e de Distribuição de Produtos Essenciais à População),

programa este que visa reestruturar o sistema logístico e de distribuição de produtos

essenciais, garantindo o abastecimento regular destes produtos às populações a preços

justos e com níveis de qualidade adequados.

O Programa foi subdividido em Subprogramas, e por sua vez foram divididos em Projectos,

nomeadamente:

Subprograma: Mercado Grossista - Construção de 9 Centros Logísticos de Distribuição e

1 Mercado Abastecedor em todo Território Nacional.

Subprograma: Urbanismo comercial - Criação de 20 zonas comerciais urbanas e

reabilitação de infra-estruturas de base nas zonas comerciais já existentes

Subprograma: Mercado Retalhista - Reabilitação e Construção de Mercados

Municipais,

Rede Estabelecimentos de Pequeno Retalho (Poupa-Lá) e Rede de Supermercados

(Nosso Super).

Na verdade, o PRESILD configurou uma resposta de Estado à cartelização dos circuitos de

distribuição de produtos de consumo, controlados por um reduzido número de operadores

estrangeiros há muito estabelecidos no país. O PRESILD mitigou o controlo que, contudo,

ainda é exercido por estes operadores privados sobre os circuitos de distribuição de produtos

de consumo.

Para além de criar bases para um comércio mais moderno e organizado, o PRESILD tem

também por objectivo central, o aumento da participação da produção interna na estrutura

de consumo final. Até ao momento, o PRESILD implementou um total de 48 estruturas,

repartidas pelos diversos subprogramas, estando presente em todas as províncias de Angola.

Encontram-se em desenvolvimento 65 estruturas adicionais, contemplando o plano de

investimentos em vigor até 2012 a construção de 285 novas infraestruturas comerciais. O

investimento realizado até ao momento é de aproximadamente 600 milhões de USD e

permitiu atingir alguns resultados relevantes:

Disponibilização de bens essenciais a um custo, em média, 27% inferior ao verificado

noutros espaços comerciais;

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98% dos consumidores conhece a rede “Nosso Super”, sendo os níveis de satisfação dos

clientes superiores a 90%;

Criação de mais de 2.000 postos de trabalho permanentes, formalização de um milhar

de comerciantes e formação de mais de 3.000 agentes.

O contexto de crise internacional que marcou os anos de 2008 e 2009 teve consequências

dramáticas na linha de actuação prevista pelo PRESILD, no horizonte 2012:

Mercados Grossistas – fasear a construção dos dois Centros de Logística e Distribuição

(CLODs) já em implementação (Luanda e Huambo), construindo apenas as estruturas

essenciais e suspender a construção dos restantes 7 CLODs e do Mercado

Abastecedor.

Rede Integrada de Logística e Distribuição – manter o desenvolvimento dos 6

Entrepostos já definidos, integrando as restantes estruturas logísticas (como os centros de

distribuição do “Nosso Super”) e assegurando a eficiência no investimento, através do

aproveitamento de recursos e equipamentos logísticos do Estado e da implementação

de mecanismos de minimização dos custos de construção.

Mercados Municipais – reduzir o número de mercados municipais de 163 para 30 (dos

quais um na Baixa do Huambo e outro no municípios de Quissala, já reabilitados e

inaugurados), limitando a sua implementação às capitais provinciais e às cidades mais

populosas e, paralelamente, aumentar a eficiência do investimento do PRESILD, através

da partilha de custos com os Governos Provinciais.

Redes de Retalho – fomentar o desenvolvimento de 1.000 lojas de proximidade até

2012, acelerando a participação dos privados no desenvolvimento da rede “Poupa Lá”

(através da dinamização de um modelo de expansão por franchising ou franquia). No

que respeita à rede “Nosso Super”, prevê-se a manutenção da sua dimensão actual,

empreendendo-se um esforço de turnaround operacional, com vista a atingir o

equilíbrio de exploração. Esta opção é fundamentada pela necessidade de manter

uma forte prioridade no subprograma das redes de retalho, por ser essencial ao

cumprimento dos objectivos de base do PRESILD, verificando-se uma maior eficiência

das lojas de proximidade (Rede “Poupa Lá”) face ao formato supermercado (maior

geração de receita por unidade de capital investido) e um menor investimento por

unidade.

Desenvolvimento da Produção Interna – reforçar a ambição do programa,

aumentando o objectivo de certificação para 300 produtores (180 era o objectivo

inicial) e garantir o escoamento dos produtos, explorando ao máximo as sinergias com

as estruturas da Rede Integrada de Logística e Distribuição.

Urbanismo Comercial – finalizar o centro de serviços e comércio actualmente em

construção em colaboração com o Governo Provincial de Luanda (“Nosso Centro do

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Gamek”) e suspender as restantes estruturas ainda por iniciar, na medida em que esta

iniciativa não se considera essencial aos objectivos primários do PRESILD num contexto

de reprogramação de investimentos.

Esta reestruturação traduz-se numa redução do investimento total previsto em cerca de 60%

(de um total de 3.840 milhões de USD para 1.524 milhões de USD), representando o

investimento por realizar até 2021, 915 milhões de USD. A este montante deverá acrescer a

constituição de um fundo de financiamento para o desenvolvimento de lojas de

proximidade pelos empresários franqueados, os investimentos associados ao projecto “Nossa

Casa”, bem como os custos de operação do

PRESILD.

No que diz respeito, especificamente, á

presença do PRESILD na província de Luanda,

a situação é a seguinte:

Existem 10 supermercados “Nosso Super”

nas localidades Benfica, Cacuaco,

Frescangol, Gamek, Golf 2, Kalemba 2,

Nzamba 3, Sambizanga, Viana 1, Viana

2;

Construção de raiz do Mercado

Municipal de Viana;

Implantação de uma rede comercial de

lojas “Poupa Lá”.

1.5.3 Infra-estruturas de Apoio à

Actividade Económica

A degradação das infraestruturas de apoio à

actividade económica é um dos “nós

górdios” do processo de desenvolvimento

económico da Angola. A província de Luanda tem sido extraordinariamente penalizada pela

debilidade das infraestruturas que a servem, reflectindo-se esta situação em elevados custos

operacionais, indutores de perda de competitividade da actividade económica provincial.

Consciente desta situação, o Governo lançou um ambicioso programa de reabilitação das

infraestruturas de apoio à actividade económica, que em muito irão beneficiar as empresas.

Tal programa envolve a constituição da já referida Zona Económica Especial Luanda-Bengo,

bem como as indispensáveis infraestruturas ferroviárias, rodoviárias, portuárias e

aeroportuárias, a par da definição de plataformas logísticas.

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16  

1.5.4 Turismo

O sector do turismo na província, fundamentalmente marcado pelo turismo de negócios,

reúne a maior parte das estruturas existentes no país e, especificamente, cerca de 60% da

capacidade hoteleira do País.

A actividade hoteleira e turística é tipicamente privada, cabendo, porém, ao Estado, a

criação de bases para o desenvolvimento do sector, o que inclui as infra-estruturas, a

valorização do património cultural do País, bem como a regulamentação e os incentivos

para atrair os investimentos privados para o sector. A tabela a seguir é um exemplo do

interesse dos investidores nas oportunidades existentes em Luanda.

Principais Projectos Privados de Hotelaria da Província de Luanda

HOTEIS

Número de Estrelas

Número de Quartos

Postos de Trabalho

Investimento (USD Milhões)

Hotel Sana 5 238 283 76,7

Skina Vip Inn 3 231 90 40,0

Hotel Mutu 3 52 39 3,0

Sismotel 4 154 130 25,0

Hotel Horizonte 4 144 100 …

Park Hotel 2 32 31 1,3

Tekakuna 3 59 48 6,5

Hotel Palmeira 2 20 63 1,2

Hotel D&D … 12 39 1,2

Hotel Kinaxixe … … … 5,0

Hotel Loanda 4 114 50 6,9

Total - 1056 873 166,8 Fonte: Ministério da Hotelaria e Turismo Nota: … Não disponível

Segundo dados do Ministério de tutela (Ministério da Hotelaria e Turismo), em 2008, os

grandes projectos de hotelaria da província de Luanda perspectivavam a abertura de 11

novos hotéis, com uma capacidade de oferta equivalente a 1056 quartos e 873 novos

postos de trabalho.

1.6 Estrutura da Administração Provincial

A organização e funcionamento da administração local do Estado regem-se pelos princípios

da:

Desconcentração administrativa – processo administrativo através do qual a

Administração Central do Estado transferiu poderes para outro órgão da Administração

Local do Estado;

Legalidade – a obrigatoriedade dos órgãos da Administração Local do Estado

conformarem as suas actividades à Lei Constitucional e demais legislação em vigor;

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17

Diferenciação – a organização e o funcionamento dos órgãos da administração local

do Estado podem estar sujeitos a modelos diferenciados, de acordo com a

especificidade do desenvolvimento político, económico, social, cultural e demográfico

das circunscrições territoriais, sem prejuízo da unidade da acção governativa e da boa

administração;

Transferência de Recursos - o processo que assegura que a desconcentração seja

acompanhada da correspondente transferência dos meios humanos, recursos

financeiros e de património adequado ao desempenho da função desconcentrada;�

Transitoriedade - implica que a institucionalização das autarquias locais obedeça ao

princípio do gradualismo da oportunidade de alargamento das atribuições,

doseamento da tutela de mérito e a correspondência funcional com o regime de

transitoriedade do sistema da Administração Local do Estado;

Participação e Colegialidade - procura incentivar os cidadãos na solução dos

problemas locais, bem como aproximar os serviços públicos às populações de modo a

garantir a celeridade, a desburocratização e à adequação das decisões à realidade

local.

Para efeitos de administração local do Estado, o território de Angola, divide-se em províncias,

municípios, comunas, bairros ou povoações. Os bairros ou povoações agrupam-se em

comunas, as comunas em municípios e os municípios em províncias.

Os órgãos da administração local do Estado subdividem-se nos seguintes órgãos colegiais:

Governo Provincial, a quem compete no domínio do desenvolvimento económico e

social:

- Promover e incentivar iniciativas locais de desenvolvimento empresarial;

BAIR

RO

CO

MUN

A

MUN

ICIP

IO

PRO

VIN

CIA

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18  

- Estimular o aumento da produção e da produtividade nas empresas de produção

de bens e de prestação de serviços essenciais;

- Promover a instalação e a reactivação da indústria para a produção de materiais de

construção, indústrias agropecuárias, alimentares e outras para o desenvolvimento

da província.

Administração Municipal, a quem compete no domínio do desenvolvimento

económico e social:

- Estimular o aumento da produção e da produtividade nas empresas de produção

de bens e de prestação de serviços a nível municipal;

- Promover e organizar feiras municipais;

- Desenvolver programas de integração comunitária de combate a pobreza;

- Licenciar, regulamentar e fiscalizar a actividade comercial retalhista e de vendedores

ambulantes;

- Assegurar a assistência social, educacional e sanitária, contribuindo para a memória

das condições de vida da população;

- Preservar os edifícios, monumentos e sítios classificados como património histórico

nacional e local situados no território do município;

- Promover a criação de bibliotecas municipais e comunais, bem como garantir o seu

apetrechamento em material bibliográfico;

- Assegurar a manutenção, distribuição e gestão da água e electricidade na sua área

de jurisdição, podendo criar-se, para o efeito, empresas locais.

Administração Comunal, com competências especificas nos domínios do

planeamento e orçamento, saneamento e equipamento rural e urbano,

desenvolvimento social e cultural, coordenação institucional, mas sem competências

especificas no domínio do desenvolvimento económico.

Estrutura Orgânica dos Órgãos da Administração Local

Órgãos de Apoio Consultivo

Conselho Provincial de Auscultação e Concertação Social

Conselho Municipal de Auscultação e Concertação Social

Conselho Comunal de Auscultação e Concertação Social

Serviços de Apoio Técnico

Secretaria do Governo Provincial

Gabinete Jurídico Gabinete de Inspecção Gabinete de Estudos e

Planeamento Gabinete de Apoio e

Controlo das Administrações Municipais e Comunais.

Secretaria da Administração Municipal

Repartição de Estudos e Planeamento.

Secretaria da Administração

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19  

Serviços de Apoio Instrumental

Gabinete do Governador Gabinete dos Vice-

Governadores Centro de

Documentação e Informação

Gabinete do Administrador Municipal

Gabinete do Administrador Municipal Adjunto

Centro de Documentação e Informação

Gabinetes do Administrador Comunal e do Administrador Comunal Adjunto

Secção dos serviços Económico, Social e Produtivo

Secção de Organização, serviços Comunitários e Fiscalização.

Serviços Desconcentrados da Administração Provincial

Direcções Provinciais Repartições Municipais

Serviços Desconcentrados da Administração Central

Delegações Provinciais

Superintendência Institutos públicos

A província de Luanda é composta por nove municípios (Cazenga, Ingombota, Sambizanga,

Cacuaco, Kilamba Kiaxi, Samba, Maianga, Rangel e Viana) e a administração provincial é

da responsabilidade do governador provincial. A província de Luanda é, a alguma distância,

a que conta com um maior contingente de funcionários com habilitações superiores.

Este cenário é, justamente, um sintoma da macrocefalia a que se assiste actualmente em

Angola, no que diz respeito aos serviços públicos e, em particular, na elevada concentração

de entidades e organismos oficiais na província de Luanda.

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20  

1.7 Desenvolvimento Estratégico da Província

O Governo de Angola prepara-se para, durante os próximos anos, efectuar fortes

investimentos em indústrias fundamentais e em zonas estratégicas do País. A consciência de

que os recursos são escassos e como tal a nação não pode perder esta aposta torna este

processo num desafio sem precedentes: a necessidade de investir de forma firme e

decidida, tendo a noção de que as indústrias que beneficiarão desse capital terão que

funcionar como locomotiva para a restante economia. Da mesma maneira, as zonas onde

as autoridades ponderam concentrar esses investimentos derivam de uma lógica de

desenvolvimento e localização industrial que deverão resultar num impulso territorial do qual

possam beneficiar, a curto prazo a província, a médio prazo as províncias limítrofes, e, a

longo prazo, todo o País.

Atendendo a esta estratégia de reindustrialização de Angola, a proposta das autoridades

competentes passou pela identificação de uma matriz zonal/industrial que define as

indústrias a patrocinar por província.

A tabela que seguidamente se apresenta sistematiza as indústrias de localização prioritária

em Luanda, cruzando esta informação com os dados disponíveis, por sub-sector,

relativamente às indústrias presentemente localizadas na região.

O panorama, de acordo com os dados do MININD relativamente à indústria localizada em

Luanda em sectores e sub-sectores considerados prioritários, é francamente desanimador.

Com excepção de alguns sub-sectores específicos, a capacidade instalada é diminuta e,

certamente, encontrar-se-á em frágeis condições de operacionalidade. Por outro lado,

também se conclui que, obviamente, as oportunidades para potenciais investidores existem

e são objectivas.

Consciente desta situação e da necessidade de revitalizar o tecido económico nacional, o

Governo desenvolveu um pacote legislativo que pretende incrementar as condições de

atractividade do investimento privado em sectores fundamentais para o desenvolvimento da

economia nacional.

Como adiante veremos em detalhe, a Lei sobre Incentivos Fiscais e Aduaneiros ao

Investimento Privado estabelece medidas interessantes para os investidores, de entre as quais

merecem destaque a isenção, dentro de certos limites, do pagamento de imposto industrial

e a consagração de um princípio de discriminação positiva, mediante o qual o investimento

em sectores prioritários e em zonas mais carenciadas do país é premiado com um regime

fiscal mais atractivo. Neste contexto e para efeitos de atribuição de incentivos fiscais e

aduaneiros às operações de investimento o país é organizado em três zonas de

desenvolvimento (A, B e C), sendo que as zonas objecto de discriminação positiva são as

zonas B e C. A província de Luanda encontra-se na zona A, o mesmo é dizer que se encontra

na zona que menores incentivos fiscais e aduaneiros pode conseguir. Todavia, importa

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21  

considerar que o diploma estabelece, igualmente, os sectores prioritários para efeitos de

concessão de incentivos, os quais constam, de um modo geral, da lista de indústrias

indicada anteriormente.

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22  

2. A Província de Luanda Amanhã

Estando devidamente caracterizada a província de Luanda tal como ela se apresenta ao

investidor no presente, importa projectar o cenário de futuro que condicionará a actividade

económica na região.

Com efeito, o advento da paz veio criar as condições para uma reflexão profunda sobre o

futuro do país, pelo que a informação exposta neste capítulo reflecte as tendências actuais

das políticas governativas. Todavia, investir significa antecipar, pelo que consideramos de

suma importância para o sector empresarial dispor de informação que lhe permita realizar o

seu próprio exercício prospectivo, enquadrando as tendências de futuro nas suas

perspectivas e intenções de investimento.

A este nível, a análise que seguidamente se apresenta estrutura-se em torno de dois eixos, de

importância capital:

A Base Económica Futura da Província de Luanda, considerando o programa do

governo provincial;

As Perspectivas de Desenvolvimento Territorial do País e qual o papel, certamente

importante, que estará reservado à província de Luanda.

Significa isto que, neste capítulo, pretendemos enquadrar no tempo (perspectiva estratégica

e correspondente faseamento) e no espaço (território), os meios e recursos (que sustentam a

base económica) e as perspectivas de desenvolvimento que se abrem à província de

Luanda.

2.1 Base Económica Futura da Província de Luanda

2.1.1 As Opções Estratégicas da Província de Luanda

A infraestrutura económica da província de Luanda padece dos problemas (ampliados à

escala) de que enferma o tecido económico nacional:

Custos de estrutura pesados devido à necessidade de investimentos adicionais para a

obtenção de factores de produção básicos (energia e água);

Custos de transacção adicionais, motivados pelo estado de degradação de vias de

comunicação e equipamentos de apoio aos sectores da agricultura, pesca,

actividades de aprovisionamento, distribuição e comercialização de bens; como

consequência, os sistemas de articulação com os centros de produção não funcionam,

induzindo custos operacionais excessivos que transformam Luanda, certamente, numa

das cidades mais caras do Continente Africano.

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23  

Consciente desta realidade, a província tem vindo a desenvolver esforços no sentido de

construir infraestruturas fundamentais de apoio à actividade económica. Neste sentido, o

Governo Provincial tem em curso um programa que visa a infraestruturação económica da

província, assente num conjunto de iniciativas concretas, materializadas em acções de

natureza estratégica que, em muito, irão apoiar a criação de condições favoráveis ao

desenvolvimento da actividade económica. O quadro que seguidamente se apresenta

sistematiza as principais iniciativas que se prevê venham a ser desenvolvidas no médio prazo,

visando a infraestruturação económica da província de Luanda:

PROGRAMA ACÇÕES ESTRATÉGICAS

Rede Regional Principal de Acessibilidades Viárias e Ferroviárias

Definição da rede viária principal da região de Luanda e acções com vista à sua adequada reabilitação

Definição da rede ferroviária principal da região de Luanda e acções com vista à adequada reabilitação

Recuperação do Caminho-de-ferro de Luanda

Rede Regional de Infraestruturas de Saneamento Básico e de Abastecimento de Água

Definição da rede fundamental de abastecimento de água Definição da rede fundamental de recolha e tratamento de águas

residuais da província

Rede Regional de Infraestruturas de Distribuição de Energia Eléctrica

Definição e intervenção na rede fundamental de distribuição de energia eléctrica

Rede Regional de Portos Secos e Outras Infraestruturas de Distribuição

Definição e criação de redes de portos secos provinciais Definição e criação de outras infraestruturas de armazenagem e

distribuição

Recuperação e Qualificação das Infraestruturas Portuárias e Aeroportuárias

Qualificação do Porto de Luanda Qualificação do Aeroporto Internacional de Luanda

Constata-se a existência de um esforço sério do Governo Provincial para, no horizonte de

médio e longo-prazo, dotar a região de infraestruturas de apoio à actividade económica,

consentâneas com a importância da capital do país. Particular relevo deverá ser concedido

às intervenções visando a reabilitação e/ou construção de vias de comunicação (rodovias e

ferrovias), bem como o melhoramento significativo dos sistemas de abastecimento de

factores de produção básicos, como são o caso da água e energia eléctrica, cuja

debilidade dos respectivos sistemas fortemente penaliza a actividade económica.

Por outro lado, prevê-se também a implementação de um conjunto de programas

orientados para a revitalização da base económica da província, com o objectivo de:

1. Promover a consolidação da base económica provincial;

2. Valorizar o sistema urbano como instrumento de qualificação e sustentabilidade das

actividades de especialização de Luanda;

3. Reordenar e qualificar os espaços de localização de actividades industriais, de

distribuição e logística

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24  

4. Revitalizar as áreas rurais;

5. Potenciar complementaridades existentes entre ambiente e paisagem, recursos naturais

e tradições produtivas;

6. Normalizar a circulação inter-provincial de pessoas, bens e mercadorias;

7. Revitalizar e desenvolver as condições de aprovisionamento, distribuição e

comercialização de bens alimentares.

Apresentam-se seguidamente as acções estratégicas previstas em torno dos principais eixos:

Cintura Verde de Luanda e Agro-Indústrias

A excessiva concentração populacional na província de Luanda induz sérios problemas

a nível de aprovisionamento de bens alimentares. Tradicionalmente, Luanda dispôs de

uma cintura verde que assegurava,

parcialmente, o abastecimento de bens

alimentares. O conflito político-militar que

flagelou o país desarticulou as redes de

distribuição. Actualmente, uma parte

significativa dos bens alimentares

consumidos na cidade de Luanda é

importada, de custo extraordinariamente

elevado, chegando frequentemente ao

consumidor em precárias condições

higieno-sanitárias. Consequentemente, as

situações de mal-nutrição são um dos

flagelos da cidade de Luanda, bem como a proliferação de todo o tipo de doenças

diarreicas. Neste contexto, a reabilitação da cintura verde de Luanda afirma-se como

um programa fundamental para a revitalização da base económica da província. O

programa visa a criação de condições indispensáveis à superação das carências a

nível das cadeias de aprovisionamento, da comercialização e do ambiente

institucional, tendo como objectivo último incrementar a produção agrícola. O

programa contempla o desenvolvimento de sistemas de irrigação de terras, a

promoção de técnicas e tecnologias melhoradas e apropriadas, acesso a factores de

produção, sistemas de micro-crédito rural e melhoramento das vias de comunicação.

Pescas e Transformação

A actividade piscatória na província de

Luanda, para além do valor nutricional que

encerra, reveste-se de um importante valor

económico, ocupando importantes franjas

da população, as quais dependem da

pesca enquanto fonte, quase exclusiva, de

Principais Acções Estratégicas Plano de Desenvolvimento Agrícola e Rural

da Cintura Verde de Luanda; Programa Agrícola para a Unidade Técnica

do Muzondo; Plano de Intervenção para o Melhoramente

das Fazendas da Barra do Kwanza; Projectos de Irrigação da Funda, Sequel,

Bita-Sapú e extensão da zona CAOP – Cacuaco;

Programa de Apoio às Populações do Kikuxo, Calumbo e Quenguela;

Instalação de fábricas de rações (Viana e Cacuaco) e outras de processamento de frutas e tomate;

Construção de mercados rurais vocacionados para a agro-pecuária;

Acções integradas para o desenvolvimento rural, reordenamento rural, assentamento de populações e construção de

Principais Acções Estratégicas Reabilitação e Infraestruturação dos

Núcleos Piscatórios; Criação de um Pólo de Desenvolvimento

Pesqueiro em Cacuaco; Ampliação do porto pesqueiro da Boavista; Reabilitação do Centro de Formação

Profissional – CEFOPESCAS; Equipar o laboratório de controlo de

qualidade do instituto de investigação da Marinha;

Criação de centros integrados de apoio à pesca artesanal;

Revitalização das estruturas de transformação de pescado;

Redefinição da rede de distribuição de

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25  

geração de rendimento. O Desenvolvimento das Actividades Piscatórias e de

Transformação de Pescado, visa responder às necessidades desta faixa da população,

aumentar os níveis de produção, melhorar o abastecimento da população em

pescado, melhorar e operacionalizar as infraestruturas e equipamento de apoio à

actividade, reactivar os estaleiros navais luandenses, bem com as estruturas de

formação profissional do sector e melhorar as condições de vida dos núcleos de pesca

artesanal, em particular nas zonas da barra do Bengo, São Pedro da Barra e

Samba/Mussulo. Adicionalmente, prevê-se a reactivação do sector de transformação

de pescado e a melhoria das condições higiénico-sanitárias da rede actual de

distribuição de peixe fresco.

PME’s da Construção Civil

Um dos sectores determinantes para o esforço de desenvolvimento da província é o da

construção civil. Com efeito, a reconstrução das infraestruturas económicas carece de

um sector dinâmico de base nacional, mas

que reconhece a importância do impulso

que o investimento directo estrangeiro

propicia e que se vem confirmando. Neste

contexto, visa-se o incremento da

capacidade de produção nacional do

sector e a geração de emprego, envolvendo o apoio a micro-empresas e PMEs de

construção civil, no que se refere à organização de actividades, associativismo

empresarial, recurso ao crédito, formação profissional, divulgação de técnicas e

materiais de construção e estabelecimento de parcerias. Concede-se particular

atenção à formação de empresas a partir de experiências de auto-construção dirigida,

dos projectos de assentamento e reassentamento de populações da província de

Luanda, projectos estes que se caracterizam por ser de mão-de-obra (não-qualificada)

intensiva, permitindo o acesso a conhecimentos operacionais que poderão fomentar, a

posteriori, iniciativas de auto-emprego.

Rede de Mercados

Vector igualmente importante da redinamização da actividade económica na província

de Luanda é a constituição de infraestruturas de distribuição e comercialização de bens,

sem as quais dificilmente se poderá reduzir o

carácter informal de uma boa parte da

actividade comercial da região. Com este

objectivo, o Governo Provincial tem em

curso um Programa de Qualificação da

Rede de Mercados, o qual se materializou,

nos últimos anos, no encerramento de diversos mercados informais que não

Principais Acções Estratégicas Definição de projectos integrados de auto-

construção dirigida em Viana, Funda, Bita-Sapú;

Criação de empresas do sector vocacionadas para a construção/formação;

Programa de formação profissional para o

Principais Acções Estratégicas Definição da rede de portos secos da

região de Luanda; Definição da rede de mercados municipais

a reabilitar e construir; Programa de requalificação dos mercados

existentes.

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apresentavam condições mínimas do ponto de vista higiénico-sanitário. Este programa

visa a definição de uma rede de mercados a qualificar e construir nos diferentes

municípios, por forma a assegurar a distribuição de produtos frescos e transformados.

Zonas de Localização Empresarial

A província conhece, presentemente, uma fase de desenvolvimento económico que,

certamente, irá aprofundar-se nos próximo anos. Prova disso tem sido o aumento

considerável do número de empresas,

nacionais e estrangeiras que têm procurado

localização na província, em particular

empresas de matriz industrial. Tal

circunstância implica um esforço redobrado

de definição de uma política de localização

de empresas, coerente e articulada,

servindo os interesses económicos da região.

O estabelecimento de uma Rede Regional de Zonas de Localização de Empresas visa

disciplinar e ordenar a distribuição das actividades industriais no território, evitando

problemas de degradação física e ambiental, através da criação de uma rede de

zonas de concentração industrial, interagindo de forma harmoniosa e equilibrada com

as zonas residenciais e não conflituante com a expansão de assentamentos urbanos da

região. Relativamente a esta matéria, a matriz de localização industrial constante da

estratégia de reindustrialização do país fornece importantes orientações aos potenciais

investidores. Com efeito, a matriz de localização industrial delineada pelo Governo é

particularmente clara no que à província de Luanda diz respeito. Os sectores e sub-

sectores a privilegiar estão definidos com clareza, assumindo, do ponto de vista

territorial, a Zona Económica Especial Luanda-Bengo um papel determinante - descrito

no ponto seguinte.

Formação e Qualificação Profissional

As perspectivas de desenvolvimento futuro da província de Luanda serão altamente

tributárias da existência de capital humano qualificado, capaz de dar resposta às

exigências do processo de expansão da actividade económica. A este nível, muito se

encontra por fazer, sendo sensível a escassez de quadros qualificados e de

trabalhadores especializados, circunstância que penaliza fortemente a

operacionalidade das empresas locais e,

simultaneamente, induz custos operacionais

elevados, resultantes da importação

selectiva de mão-de-obra qualificada. Este

será, certamente, um dos grandes desafios

do país, em geral, e da província de Luanda,

Principais Acções Estratégicas Construção da Zona Económica Especial

(inclui, para a província de Luanda, os pólos de desenvolvimento industrial de Viana e Cacuaco, o pólo comercial e de serviços de Viana);

Construção do pólo comercial e de serviços de Viana;

Reordenamento e requalificação das áreas industriais existentes.

Principais Acções Estratégicas Formação para o emprego e auto-

emprego para jovens à procura do 1º emprego;

Reforço do papel do ensino técnico-profissional do Ministério da Educação;

Consolidação e desenvolvimento da capacidade técnica do INEFOP;

Programas de formação profissional no sector informal;

Institucionalizar o ensino superior técnico não universitário;

Programas de formação contínua; Capacitação do Observatório do Emprego

e Formação Profissional

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em particular, na exacta medida em que a capital do país não deixará de constituir o

mais importante pólo de desenvolvimento económico da República de Angola. A

inadequação do sistema de formação, aliada à desadequação do sistema de ensino

médio e superior às necessidades do mercado de trabalho, bem como a fraca

qualificação académica e profissional da população em geral, conduzem a um défice

assinalável de qualificação profissional que urge ultrapassar através de uma maior

articulação das instituições, públicas e privadas, que actuam no domínio da formação

e qualificação profissional. O Programa de Formação e Qualificação Profissional

lançado pelo Governo Provincial visa contribuir para a ultrapassagem da actual

situação, por forma a assegurar o processo de revitalização da base económica

provincial, contribuir para a melhoria dos níveis de produtividade, eficácia e

modernização dos serviços, por via da oferta de formação das instituições públicas que

permitam o ensino profissionalizante dos jovens, bem como a qualificação profissional

da população activa.

Este vasto conjunto de acções prioritárias tem e continuará a ter um significativo impacto do

ponto de vista das condições de base ao desenvolvimento empresarial.

2.2 Modelo de Desenvolvimento Territorial

A dimensão territorial é um dos elementos estruturantes do processo de desenvolvimento

económico. Sendo Luanda a capital do país, onde se concentra parte significativa da

riqueza nacional e da massa critica existente, afirma-se como determinante para o investidor

conhecer qual o papel que estará reservado à província no contexto do processo de

desenvolvimento do pais, bem como quais os meios infraestruturais que apoiarão o

desenvolvimento da actividade económica.

Luanda desempenha, no início deste século, um papel duplamente asfixiante no contexto

da economia nacional:

a) Asfixia, por concentracionismo e macrocefalia, o potencial de desenvolvimento das

restantes províncias do país, congregando no seu núcleo parte substantiva das diferentes

riquezas nacionais (de entre elas avultando a população); e

b) Auto-asfixia-se, pela debilidade das suas infraestruturas materiais, técnicas e humanas,

incapazes de dar resposta à pressão constante e exponencial induzida pelo tecido

sócio-económico.

A província de Luanda necessita, deste modo, da afirmação dos restantes pólos de

desenvolvimento do país para, de facto, poder traçar uma estratégia de desenvolvimento

que a liberte do perigo de auto-asfixia. Neste sentido, foi adoptada a Zona Económica e

Especial Luanda-Bengo, um modelo de desenvolvimento institucional-administrativo

sustentável para a região, no sentido da promoção e consecução de um eixo regional com

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dinamismo sócio-produtivo e gerador de desenvolvimento, num quadro de

interdependência económica e financeira com o resto do país.

2.2.1 A Zona Económica Especial Luanda-Bengo

A Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo é uma marca distintiva e dominante da

estratégia de desenvolvimento económico e territorial de Luanda. Na prática estabiliza as

grandes opções de desenvolvimento da Província considerando uma abordagem

territorialmente integrada e alargada, no espaço, às províncias de Luanda e Bengo. A

criação desta ZEE teve como objectivo criar um espaço físico, não confinado territorialmente

aos limites das províncias, delimitado por um espaço económico, que permita promover

sinergias e potenciar um forte impacto na produção de bens e serviços para satisfazer as

crescentes exigências do mercado interno ao mesmo tempo que promover as exportações,

gerando ao mesmo tempo a criação de empregos e de rendimentos com efeitos na

diminuição da pobreza (segundo o objectivo definido pelo decreto nº 50/09).

No esteio deste objectivo assentam os seguintes objectivos específicos:

Relançar a economia real não petrolífera e não diamantífera;

Diversificar a economia angolana;

Promover o desenvolvimento de competências dos angolanos nas actividades

empresariais;

Assegurar a complementaridade entre investimentos públicos e investimentos privados;

Facilitar a transferência de know-how;

Criar condições atractivas para o investimento privado.

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A ZEE Luanda - Bengo compreende territorialmente localidades nos municípios de Viana (km

27) e Cacuaco (Sequele) na Província de Luanda e nos municípios de Caxito, Dande, Icolo e

Bengo (Catete e Bom Jesus), Ambriz e Nambuangongo na Província do Bengo, na qual serão

implementados três pólos distintos, a serem dotados com infra-estruturas internas de estradas,

energia eléctrica, abastecimento de água e telecomunicações, com as seguintes

dimensões físicas:

PÓLOS

LOCALIZAÇÃO

DIMENSÃO

Agropecuário Província do Bengo (Icolo e Bengo, Dande, Ambriz e Nambuangongo)

32.000 ha

Industrial

Província do Bengo (Icolo e Bengo e Dande)

Província de Luanda (Viana e Cacuaco)

17.000 ha

Comercial e de serviços Província do Bengo (Dande) Província de Luanda (Viana)

2.000 ha

2.2.1.1 Regimes Especiais de Incentivos para as Empresas Sediadas em

ZEEs

O documento conceptual elaborado para a ZEE Luanda-Bengo reconhece que o

planeamento das ZEEs passa obrigatoriamente pela definição de mecanismos de atracção

de investimentos e a definição de regras para o seu funcionamento.

Para o efeito, Angola dispõe já de legislação, instrumentos e mecanismos de incentivo ao

investimento privado, estabelecidos, principalmente, na Lei nº 11/03, de 13 de Maio (Lei de

Base do Investimento Privado) e na Lei nº 17/03, de 25 de Julho (Lei sobre os Incentivos Fiscais

e Aduaneiros ao Investimento Privado).

Os incentivos fiscais às empresas instaladas em ZEEs, em princípio, devem conformar-se aos

regimes já consolidados na legislação, com pequenos ajustes de afinamento às condições

específicas dessas zonas, que não estão ainda regulamentadas.

O sistema de incentivos fiscais de Angola está já orientado para estimular o surgimento de

empresas eficientes, competitivas, socialmente e ambientalmente responsáveis, mediante

estímulos à produtividade e à modernização, de natureza provisória e com vistas ao seu

retorno futuro para o País.

Na prática, o principal incentivo das ZEEs consiste na oferta de uma localização privilegiada

em matéria de acesso a infra-estruturas eficientes e suficientes, logística adequada e serviços

administrativos eficazes, além do ambiente empresarial e operacional que permite ampla

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integração das empresas nelas situadas. A ZEE, por si só, oferece um formidável conjunto de

economias externas para as empresas.

Segundo avança do documento conceptual da ZEE Luanda-Bengo, o seguinte racional está

na base dos incentivos fiscais:

Os incentivos fiscais devem, em primeiro lugar, equalizar os custos das empresas, em

relação a outras alternativas de localização, compensando custos relativamente

maiores, pela ausência ou deficiência das chamadas “economias externas”;

Em seguida, induzir a obtenção de vantagens competitivas e comparativas, mediante a

inovação tecnológica, o desenvolvimento de novos produtos e mercados, a utilização

de novos materiais, a redução de custos, a incorporação de sistemas electrónicos, o

desenvolvimento de recursos humanos e os investimentos em capacitação empresarial,

preservação do meio ambiente e responsabilidade social;

Um factor considerado importante, é o das “economias de aglomeração”, que são

dadas pela interacção intensa das empresas, uma com as outras, com as universidades

e centros de pesquisa, com o Governo e com o mercado, de que são exemplos as

modernas aglomerações industriais e comerciais, tais como os complexos e pólos

industriais, os clusters, os centros logísticos e comerciais.

É justamente na economia de aglomeração que reside o grande mérito e diferencial

das ZEEs, juntamente com a disponibilidade de infra-estruturas suficientes e confiáveis.

A principal inovação no sistema de incentivos diz respeito à sua sistemática de concessão e

administração, que é facilitada pela existência de uma administração específica nas ZEEs.

O objectivo é de tornar automática, simples e rápida a concessão dos incentivos e

facilidades às empresas instaladas nas ZEEs, dada a maior facilidade de controlo desses

empreendimentos, já que estarão inseridos em um ambiente controlado.

Além disso, é preciso inovar a prestação de serviços às empresas instaladas nas ZEEs,

constituindo uma espécie de “incentivo não-financeiro”, mas tão ou mais precioso que os

financeiros, pois dizem respeito ao tempo e à oportunidade, factores fundamentais nas

relações empresariais modernas.

Nesse contexto, prevê-se a necessidade de estabelecer os seguintes regimes especiais de

incentivos e serviços às empresas sediadas nas ZEEs:

Facilitação da transferência de lucros, dividendos, royalties e outros direitos

O Art. 13º da Lei nº 11/03 assegura a transferência, para o exterior, de lucros, dividendos,

produto da liquidação dos investimentos, incluindo mais valias, produto de

indemnizações, royalties ou outros rendimentos de remuneração de investimentos

indirectos, associados à cedência de transferência de tecnologia.

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A mesma lei, em seu Art. 42º, estabelece que as transferências serão tributadas na

fonte, pelo imposto sobre aplicação de capitais, e que depois de realizada a

amortização do capital investido a remessa de lucros e dividendos para o exterior é

tributada, nos primeiros 5 anos, em mais 50% do valor da tributação antes da

amortização do capital e que após os primeiros 5 anos será tributada em mais 100%

desse valor.

O modelo de atracção de investimentos para as ZEEs requer que esses critérios sejam

flexibilizados, permitindo negociações específicas que levem em conta o interesse do

País em atrair determinados empreendimentos, cujos padrões de rentabilização e de

alocação de recursos não se conformem aos rígidos padrões estabelecidos na lei.

Tomando como exemplo, uma empresa de grande porte e alta tecnologia que opte

por se instalar em Angola, trazendo para cá desenvolvimento tecnológico, capacitação

profissional e altos volumes de exportação, sem impacto ecológico, pode e deve ter

um tratamento diferenciado, em função dos volumes de impostos e benefícios que

poderá gerar. É melhor ter um imposto de 10% sobre USD 1 bilhão, que um imposto de

100% sobre USD 1 milhão. Essa é uma questão negocial, que portanto deve ser

flexibilizada, mediante alteração da lei.

Simplificação do registo e regimes processuais do investimento

Nos termos dos Arts. 19º e 20º da Lei nº 11/03, todas as operações de investimentos

privados estão sujeitas a registo na ANIP, que, após as devidas tramitações, emite o CRIP

– Certificado de Registo de Investimento Privado.

Sendo actividade burocrática, submetida a um rito processual comum, há o risco de

excessiva demora na análise dos pleitos e emissão do CRIP, o que recomenda a

criação de rito sumário para os projectos destinados às ZEEs, cabendo à administração

destas preparar a documentação necessária, por delegação da ANIP, com a

tramitação eletrónica dos processos.

Facilidades para a Importação de Capitais

Segundo o Art. 48º da Lei nº 11/03, o licenciamento das operações de importação de

capitais é requerido directamente pelo proponente junto ao Banco Nacional de Angola,

através de uma instituição de crédito autorizada a exercer o comércio de câmbios,

mediante apresentação do Certificado de Registo do Investimento Privado (CRIP).

Depois de aprovado o investimento e emitido o respectivo CRIP, a ANIP remete de

imediato por ofício ao BNA, com conhecimento ao investidor, uma cópia do CRIP e

todos os demais dados pertinentes, para que o BNA licencie as operações de

importação de capitais requeridas pelos investidores respectivos.

De acordo com o número 3 do mesmo Art. 48º, o BNA deve licenciar as operações de

capitais no prazo máximo de 15 dias após a entrada do requerimento, devendo

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comunicar ao interessado, no prazo de 5 dias, alguma incorrecção detectada. O BNA

remeterá à ANIP informações sobre as operações cambiais realizadas no âmbito do

investimento privado sempre que estas se realizem.

O processo definido na lei deverá ser simplificado e abreviado no âmbito do ingresso de

capitais nas ZEEs, de preferência mediante simples notificação ao BNA sobre o ingresso

dos recursos, o que reduz os prazos e poupa procedimentos burocráticos, sem prejuízo

para o controle do ingresso desses capitais.

Facilidades para a importação de máquinas e equipamentos

O Art. 51º da Lei nº 11/03 estabelece que a importação de máquinas, equipamentos e

seus componentes para serem incorporados no capital investido ao abrigo de referida

lei é isenta de taxas e direitos alfandegários.

De acordo com o número 2 do Art. 51º, para máquinas, equipamentos e acessórios

usados, a isenção reduz-se para 50%.

O Art. 49º da Lei nº 11/03 fixa que o regime de registo das operações de entrada no País

de máquinas, equipamentos acessórios e outros materiais para investimentos que

beneficiem de facilidades e isenções previstas na lei é da competência do Ministério do

Comércio e depende da apresentação do Certificado de Registo de Investimento

Privado (CRIP).

Com relação ao tema, dois pontos são relevantes no que diz respeito às ZEEs:

a. deve ser retirada a restrição à importação de máquinas, equipamentos e

acessórios usados, se os mesmos estiverem tecnologicamente actualizados, forem

certificados quanto à qualidade e produtividade e tiverem vida útil compatível com

a sua aplicação pretendida. Essa medida é necessária para reduzir os custos de

importação de máquinas semi-novas, particularmente em situações de crise

económica em outros países, o que torna ociosos grandes parques de máquinas e

equipamentos, ainda perfeitamente úteis e competitivos;

b. o processo de aprovação das importações merece ser simplificado, já que a lista e

características dos equipamentos faz parte dos projectos antecipadamente

aprovados para a emissão do CRIP. Assim, é desnecessária uma autorização

específica, devendo o CRIP constituir uma autorização automática de importação.

Incentivos e facilidades para a importação de insumos

A Lei de Base do Investimento Privado (11/03) não trata dos incentivos e facilidades para

a importação de inputs, certamente na perspectiva de que referidos insumos deveriam

ser adquiridos no mercado nacional.

Ocorre que a natureza das empresas que serão sediadas nas ZEEs obrigará, durante

muito tempo, à importação de insumos especializados, pela desestruturação das bases

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industriais de Angola, ainda não devidamente recuperadas no período pós-guerra, ou

sem escala suficiente para atender a uma demanda crescente.

Toda a indústria de base dependerá da importação de insumos, como produtos

siderúrgicos e químicos, além de vasta gama de materiais, não disponíveis no mercado

nacional.

Além disso, as empresas poderão trabalhar como plataformas de produção para

exportação, no regime de drawback, o que implicará grandes volumes de importação.

Em função desses aspectos, é necessário estabelecer, para as empresas sediadas em

ZEEs, as seguintes medidas:

a. Isenção alfandegária selectiva para a importação de insumos, de acordo com a

disponibilidade no mercado interno, a importância estratégica dos insumos para a

produção nacional e o plano de nacionalização que seja apresentado pelas

empresas, negociado com o Governo;

b. Concessão de licença automática de importação para os insumos que fazem

parte da grade de produção das empresas, devidamente inseridas na Matriz

Insumo-Produto de cada ZEE, nos quantitativos programados.

Regime cambial especial

O Art. 46º da Lei nº 11/03, em seu número 2, estabelece regras especiais para o regime

cambial das operações de investimento privado, como sejam:

a. Aplicação do mercado de câmbio de taxas flutuantes, livremente negociadas

segundo as leis da oferta e da procura;

b. Obrigatoriedade de o investidor privado negociar exclusivamente com as

instituições financeiras legalmente autorizadas;

c. Possibilidade de o investidor privado adquirir as suas próprias divisas estrangeiras,

seja para introduzir no país, seja para realizar transferências para fora do país.

As regras acima, não obstante consentâneas com um sistema de livre mercado, tornam

vulnerável a operação da maior parte das empresas das ZEEs, que, por sua própria

natureza, têm uma grande abertura para o exterior, mediante frequentes e contínuas

transacções de compra de matérias-primas, aquisição de máquinas e equipamentos,

exportação de produtos e serviços, pagamentos de serviços e royalties e transferência

de lucros.

Nessas circunstâncias, é necessário estabelecer mecanismos mais seguros de obtenção

de divisas, em face de instabilidades recorrentes no mercado de câmbio.

Desse modo, deve-se estudar mecanismos capazes de assegurar o acesso ao

mercado de câmbio das empresas instaladas em ZEEs, em condições compatíveis

com os respectivos planos de negócios e de trabalho.

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Uma primeira ideia é a de o BNA garantir determinadas quotas de divisas às empresas,

conforme o plano de trabalho anual, em condições automáticas e segundo a cotação

daquela Autoridade Monetária.

Condições especiais para o regime laboral das empresas sediadas nas ZEEs

Art. 54º da Lei nº 11/03 determina que as sociedades e empresas constituídas para fins

de investimento privado são obrigadas a empregar trabalhadores angolanos,

garantindo-lhes a necessária formação profissional e prestando-lhes condições salariais

e sociais compatíveis com a sua qualificação, sendo proibido qualquer tipo de

discriminação.

Ainda segundo o número 2 do citado Art. 54º, essas sociedades e empresas podem,

nos termos da legislação em vigor, admitir trabalhadores estrangeiros qualificados,

devendo contudo cumprir um rigoroso plano de formação e/ou capacitação de

técnicos nacionais visando o preenchimento progressivo desses lugares por

trabalhadores angolanos. O plano de formação deverá fazer parte da documentação

a submeter ao órgão competente para aprovar o investimento.

Tais dispositivos, como é óbvio, devem ser rigorosamente cumpridos pelas empresas

instaladas nas ZEEs, complementados por medidas que podem ser implantadas para

assegurar, ao mesmo tempo, a funcionalidade dos empreendimentos e a promoção

dos empregados angolanos, dentre os quais podemos listar os seguintes:

a. Determinação de índices mínimos e metas de “angolanização” dos quadros de

trabalhadores, técnicos e gerentes das empresas, vinculados a programas de

formação teórica e prática desses profissionais. Referidos índices e metas deverão

fazer parte dos contratos firmados com as empresas, condicionando, portanto, a

obtenção e manutenção do regime de incentivos;

b. Comparticipação do Estado nas despesas de formação e capacitação da força

de trabalho angolana, conforme os planos que sejam apresentados pelas

empresas, em percentuais que serão estabelecidos de acordo com a avaliação

do mérito de tais programas;

c. Estabelecimento de regime de vistos automáticos, expeditos e simplificados para o

ingresso de trabalhadores estrangeiros, conforme plano apresentado pelas

empresas, vinculados à comprovação da inexistência ou insuficiência temporária

de pessoal angolano qualificado para as respectivas funções;

d. Flexibilização dos contratos de trabalho para possibilitar simplificar o processo de

dispensa de pessoal, em função do regime de produção, bem como a concessão

de férias conforme a sazonalidade do trabalho das empresas;

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e. Concessão de incentivos à participação de universidades, centros de pesquisa,

institutos de formação técnica e outros, de natureza pública e privada, na

execução dos programas de formação dos empregados das empresas das ZEEs.

Incentivos fiscais específicos para as ZEEs

Angola dispõe de uma lei geral de incentivos fiscais e aduaneiros ao investimento

privado, a Lei nº 17/03, de 25 de Julho, que em seu Art. 2º estabelece que os incentivos

e benefícios fiscais classificam-se de acordo com três critérios fundamentais:

a. Sector de actividade;

b. Zonas de desenvolvimento;

c. Zonas económicas especiais.

A Lei 17/03, contudo, tratou apenas dos incentivos referentes às alíneas a) Sector de

actividade e b) Zonas de desenvolvimento, remetendo a uma legislação futura a

regulamentação dos incentivos às ZEEs, conforme estabelece o Art. 16º:

“Artigo 16.º - Zonas económicas especiais - Os incentivos aos investimentos a realizar

nas zonas económicas especiais serão definidos em diploma próprio”.

Desse modo, objectivando a elaboração de instrumento legal hábil a estabelecer os

incentivos fiscais e aduaneiros às empresas sediadas nas ZEEs, à luz do Modelo

Conceptual firmado, deve-se estabelecer as seguintes directrizes para a formulação do

referido regime de incentivos:

i. Objectivos da Concessão de Incentivos e benefícios fiscais nas ZEEs

A concessão de incentivos e benefícios fiscais a projectos de investimento nas ZEEs deve

visar à realização dos seguintes objectivos:

Estruturação, adensamento e modernização das cadeias produtivas definidas

como prioritárias nos Planos do Governo;

Integração e complementação da Matriz Insumo-Produto do País;

Diversificação industrial e a promoção da exportação de produtos manufacturados;

Inovação tecnológica no nível da produção de bens ou de prestação de serviços e

o desenvolvimento científico, quando tal se traduz no aumento da eficiência, da

qualidade dos bens e serviços e da produtividade;

Aumento da produtividade das unidades económicas;

Criação de postos de trabalho para trabalhadores nacionais;

Formação profissional ou a melhoria da qualificação profissional de empresários e

trabalhadores nacionais;

Fomento da associação entre empresários nacionais e empresários estrangeiros;

Aumento da incorporação de matérias primas nacionais e o valor acrescentado

dos bens que se produzem localmente;

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Progressiva redução e substituição de importações, designadamente em sectores

de actividade económica considerados como estratégicos ou que, pela sua

natureza, dimensão, localização ou tradição, revistam particular relevância para a

economia nacional;

O aumento da entrada de divisas e a correspondente melhoria da balança de

pagamentos.

ii. Natureza dos Incentivos Fiscais a conceder nas ZEEs

Direitos aduaneiros

As operações de investimento devem ficam isentas, pelo período a estabelecer na

lei, do pagamento de direitos e demais imposições aduaneiras, sobre os bens de

equipamento para o início e desenvolvimento da operação de investimento.

O período de isenção deverá ser fixado em prazo compatível com o tipo de

empreendimento e sua maturação, como, por exemplo, em torno de 10 anos,

variando conforme a natureza dos investimentos e do plano de produção

aprovado.

Os investimentos ficarão, ainda, isentos do pagamento de direitos e demais

imposições aduaneiras, sobre as mercadorias que forem incorporadas ou

consumidas directamente nos actos de produção de outras mercadorias, por um

período de tempo definido a partir do início da laboração, incluindo testes, como,

por exemplo, 5 anos.

Imposto industrial

Os lucros resultantes de investimentos estarão isentos do pagamento de imposto

industrial, por um período fixado, como por exemplo, de 10 anos, ficando

igualmente isento do pagamento de imposto industrial devido sobre o preço da

empreitada, os sub-empreiteiros contratados para a execução do projecto de

investimento.

Despesas consideradas como perdas

As operações de investimento poderão, no mesmo período estabelecido para os

demais incentivos, considerar como perdas, para efeitos de determinação da base

de tributação, as seguintes despesas:

a. Percentual de todas as despesas que realizem com a formação profissional

em todos os domínios da actividade social e produtiva;

b. Percentual das despesas em desenvolvimento científico e tecnológico,

pesquisa e desenvolvimento de produtos e mercados, certificação técnica e

ambiental, programas de preservação ambiental e programas de apoio à

cultura angolana.

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Imposto sobre a aplicação de capitais

As sociedades que promovam operações de investimento ficarão isentas do

pagamento do imposto sobre a aplicação de capitais, por período determinado,

como por exemplo, de 10 anos, relativamente aos lucros distribuídos aos sócios.

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iii. Processo de Concessão dos Incentivos e Isenções Fiscais

Deverá ser implementada sistemática expedita e automática de concessão de

incentivos fiscais, específica para as ZEEs, de modo a agilizar os processos e garantir

o cumprimento dos prazos razoáveis de atendimento aos pleitos das empresas.

Incentivos creditícios às empresas das ZEEs

A organização em forma de aglomerado das empresas das ZEEs e sua integração

facilitará a concessão de crédito, pela possibilidade de garantias cruzadas e vinculação

de recebíveis decorrentes de contratos firmados entre as empresas.

Como política governamental, o Banco de Desenvolvimento de Angola poderia ser

nomeado operador do financiamento dos investimentos das ZEEs, podendo operar

directamente, ou em conjunto com outros bancos, mediante operações consorciadas

ou sindicalizadas, ou ainda mediante repasse de recursos a outras instituições

financeiras.

Para o financiamento às empresas das ZEEs deveriam ser utilizados, preferencialmente,

os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento – FND e Fundo de Fomento

Empresarial – FFE, administrados pelo BDA, bem como recursos de fontes internacionais

destinadas a incentivar o comércio e a expansão industrial.

Um ponto importante será a concessão de financiamentos para capital de giro, por

parte do BDA, às empresas integrantes das ZEEs, mediante a garantia de recebíveis.

Incentivos ao desenvolvimento tecnológico

Será apoiado e incentivado o desenvolvimento tecnológico das empresas integrantes

das ZEEs, através das seguintes medidas:

a. Concessão de financiamentos subsidiados, específicos para desenvolvimento

tecnológico, mediante a montagem de laboratórios, realização de pesquisas de

materiais, produtos, processos e mercados;

b. Incentivo a parcerias tecnológicas, no País e no exterior, com empresas de alta

tecnologia, centros de pesquisa e universidades, podendo tal incentivo ter a forma

de comparticipação nas despesas e investimentos;

c. Comparticipação nas despesas de participação em feiras e eventos ligados ao

desenvolvimento tecnológico.

Incentivos à formação e capacitação de recursos humanos

As empresas serão estimuladas a promover, de forma individual ou compartilhada,

programas de formação e capacitação de Recursos Humanos, não apenas para as

necessidades imediatas, mas visando ao futuro, através de parcerias com universidades

e centros de ensino, do País e do exterior.

Incentivos à exportação

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Serão implementados programas específicos de incentivos à exportação por parte das

empresas integrantes das ZEEs, podendo revestir as seguintes modalidades:

a. exportação conjunta de produtos ou componentes;

b. regime de drawback para a importação de matérias-primas e reexportação de

produtos com valor adicionado;

c. atendimento a encomendas específicas vindas do exterior.

Compras governamentais

Serão desenvolvidas estratégias para o atendimento de compras governamentais, por

parte das empresas das ZEEs, mediante o fornecimento de produtos e serviços

destinados a atender necessidades dos órgãos do Governo, tais como materiais de

construção, fardamentos, equipamentos e serviços.

As empresas serão estimuladas a desenvolver programas específicos de atendimento a

essas demandas, cabendo-lhes apresentar condições satisfatórias de preço e

qualidade dos produtos e serviços, o que lhes habilitará a ter sucesso nos concursos

dessa natureza.

Os incentivos serão para a preparação das empresas no sentido de desenvolver a

capacidade de atender às demandas, não implicando em favorecimento, e sim em

capacitação e organização para o efeito.

2.2.1.2 Facilidades, Incentivos e Factores de Competitividade

A ZEE tem localização estratégica, situada nas proximidades do Aeroporto Internacional e do

Porto de Luanda, situada às margens da estrada nacional que liga Luanda à região leste de

Angola, e da auto-estrada que liga Viana ao Cacuaco.

Infra-estruturas

A ZEE disponibilizará os seguintes serviços de infra-estrutura às empresas:

Rede Viária

Redes internas de comunicação viária, interligando as fábricas e os pólos entre si e

entre os centros comercial, de serviços e de apoio logístico.

As construções viárias deverão ser executadas apoiadas em estudos geotécnicos,

topográficos, projectos executivos, e execução de serviços de geometria,

terraplenagem, sistemas de drenagem, água potável, esgoto, incêndio,

comunicações e pavimentação, iluminação e sinalização.

Abastecimento de água.

Com origem na ETA Luanda, disporá a ZEE de conduta adutora para abastecer os

reservatórios de armazenamento d’água para os pólos industrial e comercial.

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Disponibilizará rede de distribuição para todos os lotes, a estabelecer, através da

Sociedade de Desenvolvimento a modalidade de cobrança das tarifas de uso da

água pelos usuários integrantes da ZEE e as relações com a EPAL.

Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR)

A ZEE disporá de rede colectora de águas residuais no Pólo Industrial e obedecerá a

legislação ambiental angolana e normas internacionais de tratamento de efluentes,

antes de lançá-los na cabeceira do Rio Mulenvos, no seu entorno.

Drenagem Pluvial

Os lotes integrantes dos Pólos Industrial e Comercial disporão de valetas interligados a

galerias e canais, para viabilizar a drenagem das águas pluviais para as lagoas

contenção.

Suprimento Eléctrico

A ZEE será dotada de subestações eléctricas encarregues de fornecer energia

eléctrica às empresas integrantes dos Pólos Industrial e Comercial.

Deverá ser estabelecida as relações contratuais entre a ENE, a ZEE e as diversas

empresas usuárias da rede eléctrica.

Lotes, naves e fábricas

As áreas para as empresas serão disponibilizadas através de lotes, de tamanhos

variados, a obedecer às exigências dos projectos.

De acordo com as conveniências do Distrito poderá a ZEE beneficiar os lotes com naves

e/ou fábricas, a cobrar preços variados, de acordo com os investimentos realizados.

De acordo com o artigo 5º. do Decreto 50/09, de 11 de Setembro, os terrenos

destinados à implantação das partes que compõem a ZEE – Zona Económica Especial

Luanda-Bengo são constituídos reserva do Estado por acto do Governo, mediante

doação ou expropriação por utilidade pública, nos termos da lei.

Assim, nas acções negociais de venda das empresas está excluída a base física, em ser

possível o seu arrendamento por longo prazo, constituição de direito de superfície, ou

outra forma de direito mais adequada aos interesses de Angola.

Garantias de áreas de expansão

As empresas sediadas na ZEE têm prioridade na aquisição de lotes para expandir as

suas actividades.

Outras garantias

A ZEE garantirá às empresas:

a protecção jurídica dos bens e direitos compreendidos no âmbito dos investimentos;

a indemnização justa e equitativa em caso de nacionalização dos bens e direitos

que constituem os investimentos estrangeiros.

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Transportes

A ZEE será servida por caminho-de-ferro a unir a empresa com o Porto de Luanda e com

os centros residenciais no entorno do empreendimento, a facilitar o escoamento da

produção, a recepção de produtos importados e o deslocamento de mão-de-obra

operacional.

Armazenamento

A ZEE disporá de Centro de Armazenagem, de Logística e de Distribuição Integrada.

Telecomunicações

A ZEE adoptará medidas junto às empresas prestadoras destes serviços de forma a

garantir serviços de comunicação de alta qualidade, dotados com planos especiais

para contingências.

Serviços Especiais

No âmbito da ZEE serão instalados postos de serviços essenciais ao funcionamento legal

das empresas, ao desembaraço e fluxo dos inputs necessários ao processo de

fabricação e dos seus produtos finais.

A fim de facilitar a implantação das unidades oficiais de serviço a serem instaladas na

ZEE, serão ofertadas instalações adequadas para os seus respectivos funcionamentos

(Quadro 1).

Outras entidades oficiais poderão também compor a ZEE, caso necessário.

A ZEE também deverá dispor de Ouvidoria para receber as reclamações das empresas,

naquilo que não for atendido no seu âmbito.

A Ouvidoria reportar-se-á directamente ao Gabinete de Acompanhamento de

Programas e Projectos do Ministério da Coordenação Económica, que encaminhará

providências para a resolução dos problemas detectados.

Unidades Serviço a ser prestado

Aduana Desembaraço expedito dos despachos aduaneiros

ANIP Autorizações e credenciamentos automáticos

Bancos Oficiais Bancários de modo geral e transacções internacionais

Clínica Médica Emergências médicas

Conservatória Registos documentais específicos (contratos, escrituras, procurações,

reconhecimento de firma, autenticações, etc.)

Esquadra da Polícia Segurança Pública

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GUE (registo estatístico, ISS, autorizações, etc.)

Registos Legais em rito simplificado

(estatístico, ISS, licenças, concessões e subconcessões)

IANORQ Certificações de produtos e controlo de qualidade dentro dos padrões

internacionais

Polícia Fiscal e Polícia

Económica

Fiscalizações legais

Porto Seco Processos aduaneiros e armazenagem de containers directamente dos

navios e aeroportos para a ZEE e vice-versa

Repartição do Ministério

do Comércio

Licenças de importação e emissão de alvarás comerciais

SME Concessão de vistos de permanência no país e autorizações, às consulares

e embaixadas do exterior, de embarque de pessoas vinculadas à ZEE e

respectivos familiares

Unidade de Bombeiros Primeiros socorros em acidentes e catástrofes

Outras Facilidades

Além do aparato governamental, a ZEE deverá também abrigar a mais variada gama

de serviços logísticos, a ter como objectivo principal atender ao complexo empresarial

instalado no seu espaço físico.

Essas empresas, entretanto, não gozarão dos benefícios concedidas as unidades

governamentais acima listadas, nem aos benefícios sócio-fiscais concedidas aos

empreendimentos produtivos da ZEE.

Os seguintes empreendimentos são considerados importantes para o bom

funcionamento da ZEE:

Agências de Viagens

Asseguradoras

Centros de Infância

Centros comerciais e de serviços

Centros de Formação

Centros de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico

Centros Desportivos e Recreativos

Habitação

Hotéis/Restaurantes

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Incubadoras de Empresas

Postos de Abastecimento de combustíveis

2.2.1.3 Empresas da ZEE

Constitui marco legal da origem da Zona Económica Especial, a Comissão Interministerial

para a Instituição do Projecto da Zona Económica Especial Luanda-Bengo, de 13.02.2007,

liderada pelo Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN), entidade que conduziu todas as

acções de concepção e construção da ZEE até o presente momento.

A criação legal da ZEE ocorreu em 11 de Setembro de 2009, através do Decreto nº. 50/09.

No âmbito de sua competência, foram adquiridas e negociadas as empresas e concedidas

as permissões aos agentes económicos privados para adquirir as empresas constantes da

tabela seguinte.

O acesso à ZEE é mediante um contrato comercial com um explorador. O espaço está

aberto a empresas nacionais e estrangeiras sob forma de sociedade por quotas, sociedade

de responsabilidade limitada e subsidiárias.

Empresas Adquiridas pelo Estado para a ZEE Luanda-Bengo

Pólo Agro-pecuário

1. Exploração Avícola

Pólo Industrial

2. Unidade Industrial de Panificação

3. Unidade Industrial de Iogurte e Gelados

4. Fábrica de Massas Alimentícias

5. Fábrica de Confecções

6. Fábrica de Cobertores e Lençóis

7. Fábrica de Colchões

8. Fábrica de Calçados

9. Unidade Industrial de Soro Fisiológico

10. Unidade Industrial de Consumíveis Hospitalares

11. Laboratório de Controlo de Qualidade de Medicamentos

12. Laboratório de Controlo de Qualidade de Medicamentos de Hemodinâmica e de Alimentação

13. Fábrica de Produtos de Higiene e Detergentes

14. Fábrica de Fraldas e Absorventes Íntimos

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15. Unidade Industrial de Tintas e Vernizes

16. Unidade Industrial de Galvanização Pesada

17. Unidade Industrial de Galvanização Ligeira p/Ferragens e Torneiras

18. Unidade Industrial de Vidro para Construção

19. Fábrica de Louça Sanitária

20. Fábrica de Piso Cerâmico

21. Unidade Industrial de Cerâmica de Tijolos e Telhas

22. Fábrica de Argamassa-Cimento Cola

23. Unidade Siderúrgica de Laminados de Aço

24. Unidade Industrial de Metalomecânica p/Peças Várias

25. Unidade Industrial de Metalomecânica p/Carruagens e Vagões Ferroviários

26. Unidade Industrial de Torres Metálicas

27. Unidade Industrial de Pivôs de Irrigação p/Agricultura

28. Unidade Industrial de Ferragens

29. Unidade Industrial de Torneiras

30. Unidade Industrial de Aparelhagem MT e BT – Isoladores e Caldearia

31. Unidade Industrial de Embalagens Metálicas – Latas

32. Unidade Industrial de Material de Vedação Metálica

33. Unidade Industrial de Telhas Metálicas

34. Unidade Industrial de Estruturas Metálicas p/Armazéns e Hangares

35. Unidade Industrial de Estruturas Metálicas Autoportantes p/Construção de Instalações de Dimensão

36. Fábrica de Interruptores e Tomadas Eléctricas

37. Unidade Industrial de Ferragens p/Elementos Eléctricos de Baixa Tensão

38. Unidade de Fundição de Alumínio e Cobre p/Cabos Eléctricos

39. Fábrica de Cabos Eléctricos de AT, MT e BT

40. Unidade Industrial de Fundição p/Bombas de Água e Artefactos de Ferro Fundido

41. Fábrica de Bombas de Água

42. Unidade Industrial de Contadores Pré-Pagos de Água e Luz

43. Unidade Industrial de Montagem de Bombas de Combustível

44. Fábrica de Fibra Óptica

45. Unidade Industrial de Cartonagem

46. Unidade Industrial de Sacos de Papel p/Cimentos

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47. Unidade Industrial de Tubos Grandes de Polietileno

48. Unidade Industrial de Tubos de PVC e de Polietileno

49. Unidade Industrial de Acessórios e Conexões de PVC

50. Unidade Industrial de Material Plástico p/WC

51. Fábrica de Sacos de Plástico

52. Fábrica de Pneus

53. Fábrica de Câmaras de Ar

54. Unidade Industrial de Carpintaria p/Mobiliário, Portas, Janelas e Armários de Cozinha

Pólo Comercial e de Serviços

55. Centro de Logística e Distribuição Integradas

Empresas Adquiridas por Agentes Económicos Privados

Pólo Agropecuário

1. Exploração Agrícola de Raízes e Tubérculos

Pólo Industrial

2. Unidade/Cozinha Industrial de Alimentos

3. Unidade industrial de Panificação, de Bolachas e de Confeitaria

4. Fábrica de Bebidas

5. Fábrica de Latas para Bebidas

6. Unidade Industrial de Garrafas de Vidro p/Bebidas

7. Unidade Industrial de Cerâmica de Tijolo

8. Fábrica de Medicamentos Genéricos 1

9. Fábrica de Medicamentos Genéricos 2

10. Fábrica de Medicamentos Genéricos Injetáveis

11. Unidade Industrial de Termoplástico

12. Fábrica de Cimento 1

13. Fábrica de Cimento 2

14. Unidade de Betão Armado e Artefactos de Cimento 1

15. Unidade de Betão Armado e Artefactos de Cimento 2

16. Unidade de Britagem de Inertes 1

17. Unidade de Britagem de Inertes 2

18. Unidade de Montagem de Veículos Automóveis – Turismo, Jeep e Pick-Up

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46  

19. Unidade Industrial Gráfica

20. Unidade Industrial de Caixilharia de Alumínio

Pólo Comercial e de Serviços

21. Central de Compras

22. Centro de Logística e Distribuição Integrada

23. Hipermercado 1

24. Hipermercado 2

25. Hipermercado 3

26. Hotel

Empresas Negociadas pelo Estado para a ZEE Luanda-Bengo

Pólo Agropecuário

1. Exploração Avícola

Pólo Industrial

2. Unidade de Biotecnologia

3. Unidade de Biopraguicida

4. Unidade Industrial de Resina Sintética

5. Unidade Industrial de Cerâmica de Tijolos e Telhas

6. Unidade Industrial de Equipamentos Metálicos p/Escritórios, Hotelaria e Hospitais

7. Unidade Industrial de Montagem de Veículos Automóveis (Camiões)

8. Unidade Industrial de Montagem de Máquinas e Equipamentos de Construção Civil

9. Unidade Industrial de Tractores e Equipamentos Agrícolas

10. Unidade Industrial de Motores e Turbinas Eléctricas

11. Unidade Industrial de Transformadores e Material Eléctrico de Potência

12. Unidade Industrial de Electrodomésticos

13. Unidade Industrial de Tubo Corrugado de Polietileno

14. Unidade de Frascos de Plástico p/Medicamentos

15. Unidade Siderúrgica p/Carris Ferroviários e Perfis de Aço

Pólo Comercial e de Serviços

16. Unidade Técnica de Formação de Gestores Empresariais

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47  

2.2.1.4 A Zona Económica Especial em Viana

A ZEE Luanda-Bengo é um espaço económico com várias infra-estruturas fundiárias,

económicas e administrativas, adequadas à competitividade, inovação, fomento intensivo

da produção e criação de emprego.

Em Viana, onde o projecto da ZEE Luanda-Bengo começou, foram erguidos pólos de

desenvolvimento para a instalação de agro-indústrias, de comércio e serviços. Cada pólo

industrial tem unidades empresariais nos sectores da alimentação e bebidas, indústrias

têxteis, agricultura, pecuária, avícola, vestuário e calçado.

Estão igualmente contempladas indústrias químicas, farmacêuticas, materiais de construção,

metalomecânica e de máquinas, material eléctrico e gráfica. O modelo de

desenvolvimento adoptado para o projecto vai promover o crescimento socio-produtivo num

quadro de interdependência económica e financeira com o resto do país.

O sector alimentar, por exemplo, vai ter fábricas de iogurtes, gelados e massas alimentícias.

As indústrias têxteis e de confecções vão produzir cobertores, calçado, tintas e vernizes e

produtos de higiene. O sector farmacêutico compreende a instalação de fábricas de

medicamentos genéricos como injectáveis, soros e consumíveis hospitalares.

O desafio de reconstrução nacional terá um mercado diversificado de materiais de

construção com fábricas de pisos cerâmicos, louça sanitária, material eléctrico, ferragens,

torneiras, portas e janelas, telhas metálicas e torres metálicas.

Serão ainda instaladas fábricas de embalagens metálicas, suportes de baixa tensão, cabos

eléctricos, cabos de fibra óptica, isoladores de alta tensão, aparelhagem de média e baixa

tensão, metalomecânica e material circulante ferroviário.

A longa lista de fábricas a instalar compreende, também, uma unidade de siderurgia para a

produção de carris ferroviários e perfis de aço, bombas de gasolina, fábricas de sacos de

cimento e plástico, de artigos de plástico, de tubos de polietileno, de pneus, câmaras-de-ar,

cartonagem, colchões, contadores pré-pago, montagem de veículos automóveis e tractores

e alfaias agrícolas.

A Zona Económica Especial em Viana compreende o Pólo Industrial de Viana e o Pólo

Comercial e de Serviços de Viana.

Para a criação da Zona Económica Especial as seguintes foram criadas as seguintes

infraestruturas:

Rede Viária

Os trabalhos tendo em vista a criação da rede viária contemplam estudos geotécnicos,

topográficos, elaboração dos projectos executivos, execução de serviços de geometria,

rede viária, terraplanagem, sistemas de drenagem, água potável, esgoto, incêndio,

comunicações e pavimentação, iluminação e sinalização.

Abastecimento de Água

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Com origem na ETA Luanda Sudeste a conduta adutora abastece os reservatórios de

armazenamento de água e seguidamente ramifica-se ao longo dos Pólos Industrial e

Comercial

Drenagem Pluvial

A drenagem superficial dos lotes ocorre através de valetas e destas para o sistema de

galerias, escoando para as lagoas através de canais

Suprimento Eléctrico

Subestação eléctrica responsável pelo fornecimento de energia eléctrica às Unidades

Industriais do 1ºQ da ZEE.

O Centro de Logística e Distribuição Integrada conta com uma área de 294 há. O pólo

comercial projectado em forma circular, com sistemas de drenagem de água, esgotos,

vigilância, arruamentos, áreas de parqueamento, lazer, áreas verdes e iluminação pública

conta com dois sectores com as seguintes características:

Sector 1 com 8 naves de 30.000 m²;

Sector 2 com 1 nave de frio de 30.000 m² e 1 nave com 20.000 m².

Quanto ao Pólo Industrial, as principais fábricas construídas/em construção apresentam-se

descritas na tabela abaixo:

Pólo Agropecuário

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LOCALIZAÇÃO: Viana ÁREA DO LOTE: 5.900 m2

CONCLUSÃO DA OBRA: Mar 10 MIX DE PRODUTOS: Pão e bolos secos CAPACIDADE INSTALADA: Total: 30 ton/farinha/mês

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ – LT 59 ÁREA DO LOTE: 14.886,89 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 700KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 MIX DE PRODUTOS Iogurtes e Gelados CAPACIDADE INSTALADA: Iogurtes: 300.000 l/dia Gelados: 5.000 galões/dia

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49  

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ – LT 69/70 ÁREA DO LOTE: 30.369,91 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 972KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 11 MIX DE PRODUTOS: Massas longas, massas cortadas de sêmola e massas cortadas com ovos CAPACIDADE INSTALADA: Total: 31.321.728 kg/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2ºQ – LT 83 ÁREA DO LOTE: 6.000,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 MIX DE PRODUTOS: Vestuário diverso CAPACIDADE INSTALADA: Total: 5.200 un/dia

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LOCALIZAÇÃO: 2ºQ – LT 71 ÁREA DO LOTE: 11.947,13 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 400KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 MIX DE PRODUTOS: Lençóis de cama, cobertores, toalhas, guardanapos e panos de cozinha CAPACIDADE INSTALADA: Total: 660.000 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ – LT 108 ÁREA DO LOTE: 51.231,10 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 400KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Mar 10 MIX DE PRODUTOS: Colchões de espuma, mola e travesseiros CAPACIDADE INSTALADA: Total: 663.000 un/ano

Ca

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LOCALIZAÇÃO: 2ºQ – LT 96 ÁREA DO LOTE: 45.860,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 400KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 MIX DE PRODUTOS: Sapato para homem e mulher CAPACIDADE INSTALADA: Total: 250 pares/dia

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50  

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ – LT 53 ÁREA DO LOTE: 17.288,23 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 MIX DE PRODUTOS: Soluções injectáveis aquosas, estéreis e apirogénicas CAPACIDADE INSTALADA: Total: 4.000.000 frascos/dia

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ – LT 53 ÁREA DO LOTE: 17.288,23 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jul 2010 MIX DE PRODUTOS: Seringas, pinças umbilicais, corte de gazes e compressas e montagem de sistemas de administração de soro e transfusão de sangue CAPACIDADE INSTALADA: Total: 70.000.000 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ – LT 57/58 ÁREA DO LOTE: 29.770,92 m2 CONCLUSÃO DA OBRA: Obra não iniciada PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: Laboratório de controle físico/química – 1.883 análises/mês Laboratório de microbiologia – 2.000 análises/mês

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LOCALIZAÇÃO: 2ºQ – LT 62 ÁREA DO LOTE: 14.394,38 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: Área da bromatologia, hidrologia e controle de qualidade Área do ambiente Área do desenvolvimento

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LOCALIZAÇÃO: 2ºQ – LT 98B ÁREA DO LOTE: 31.997,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1250KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Shampoo, sabonete líquido e detergente líquido – 2.749.500 l/ano Sabão azul e de clarim em barra – 3.840.000 barras/ano Sabonetes, desodorizantes em spray e roller e repelente – 30.380.000 un/ano Água de colónia e after shave – 6.500.000 frascos/ano

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51  

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ÁREA DO LOTE: 31.977,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1600KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Nov 10 MIX DE PRODUTOS: Fraldas para bebé, adultos, pensos higiénicos, protecções para camas dos hospitais, pensos rápidos, toalhas refrescantes e toalhetes de higiene para bebé CAPACIDADE INSTALADA: Total: 8.398.944.000 un/mês

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ – LT 81 ÁREA DO LOTE: 19.351,59 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1000KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Fev 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Tintas – 5.612.880 l/ano Vernizes – 608.160 l/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ – LT 94 ÁREA DO LOTE: 31.515,86 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1500KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Set 10 PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE GALAVANIZAÇÃO A FOGO: Cromagem, zincagem, niquelagem, pintura e envernizamento CAPACIDADE INSTALADA: Total: 12.000 ton/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2ºQ – LT 72B ÁREA DO LOTE: 8.372,84 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 400KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE GALAVANIZAÇÃO A FOGO: Cromagem, zincagem, niquelagem, pintura e envernizamento dos produtos das Unidades de ferragens e torneiras CAPACIDADE INSTALADA: Total: 6.336.000 kg/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2ºQ – LT 99B ÁREA DO LOTE: 46.309,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 800KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Corte – 21.600 m2/ano Laminagem – 1.200 m2/ano Têmpera – 14.400 m2/ano Mont. de vidro duplo – 12.000 m2/ano Produtos soprados – 15.840.000 un/ano Produtos prensados – 26.400.000 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ – LT 95 ÁREA DO LOTE: 94.935,54 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1260KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jan 11 MIX DE PRODUTOS: Sanita convencional e p/caixa, bidé, colunas, lavatório de coluna, simples e sobrepor CAPACIDADE INSTALADA: Total: 720.000 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ – LT 104 ÁREA DO LOTE: 153.106,42 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 2690KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jul 10 MIX DE PRODUTOS: Cerâmica esmaltada 30cm x 30cm e 30cm x 20cm CAPACIDADE INSTALADA: Total: 9.901.600 m2/ano

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LOCALIZAÇÃO: Catete ÁREA DO LOTE: 15.000,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1600KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Mai 10 MIX DE PRODUTOS: Tijolos, blocos e telhas em argila CAPACIDADE INSTALADA: Total: 100.000 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1Q - LT 109 ÁREA DO LOTE: 50.730,32 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1500KVA (estimada) CONCLUSÃO DA OBRA: Nov 10 MIX DE PRODUTOS: Manutenção e rectificação de motores automotivos, produção de peças para máquinas, ferramentas e equipamentos especiais

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LOCALIZAÇÃO: Pólo Industrial ÁREA DO LOTE: 4.277,22 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 40.000KVA (est.) CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 11 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Industria laminadora de barras – Aços para a construção civil e aços mecânicos – 250.000 ton/ano Industria laminadora de trilhos e perfis estruturais – 220.000 ton/ano (4.404 km/ano)

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ - LT 93 ÁREA DO LOTE: 31.919,11 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Fev 10 MIX DE PRODUTOS: Pivot central e adutora em aço. Com dm de 3 a 12com pressão de trabalho de 20kg/cm3 para irrigar até 1000 há/mês CAPACIDADE INSTALADA: Total: 120 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ - LT 90 ÁREA DO LOTE: 31.839,85 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1250KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jan 10 MIX DE PRODUTOS: Argamassa para assentamento de tijolo, mosaico e azulejo para reboco CAPACIDADE INSTALADA: Total: 270.000 ton/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1ºQ - LT 93 ÁREA DO LOTE: 31.919,11 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 500KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Fev 10 MIX DE PRODUTOS: Torres iniciais, torres para linha recta, torres de mudança de direcção e torres finais CAPACIDADE INSTALADA: Total: 444 un/ano

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ÁREA DO LOTE: 100.000,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 3.080KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 11 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Vagões – 50 un/ano Carruagens – 50 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 99A ÁREA DO LOTE: 11.178,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 400KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Embalagens de ¼ l – 24.000 un/dia Embalagens de 1 l – 24.000 un/dia Embalagens de 5 l – 16.800 un/dia

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 72A ÁREA DO LOTE: 8.500,84 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jul 10 MIX DE PRODUTOS: Puxador, dobradiças, fechaduras e cilindros para fechadura CAPACIDADE INSTALADA: Total: 711.000 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 100B ÁREA DO LOTE: 76.000,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Transformação de perfis – 3.600 ton/ano Transformação de chapa (fachada e cobertura) – 240.000 m2/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 100A ÁREA DO LOTE: 92.004,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1600KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Nov 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Telhas autoportantes – 1.800.000 m2/ano Estruturas metálicas – 3.500 ton/ano Perfis de alumínio – 36.000 m2/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2Q L- T 98A ÁREA DO LOTE: 35.685,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 800KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Nov 10 MIX DE PRODUTOS: Seccionadores de mt, quadros, armários e pedestais de bt, quadro triblocos e colunas de bt, transformadores de potência, pt´s, isoladores e travessias CAPACIDADE INSTALADA: Total: 15.000 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1Q - LT 79 ÁREA DO LOTE: 18.827,67 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 400KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 MIX DE PRODUTOS: Tomadas, interruptores e caixas de aparelhagem CAPACIDADE INSTALADA: Total: 3.600.000 mecanismos/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1Q - LT 66 ÁREA DO LOTE: 15.411,19 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA (estimada) CONCLUSÃO DA OBRA: Mar 11 MIX DE PRODUTOS: Ferragens e modelos para sistemas de distribuição de energia na bt e mt, parafusos, mão francesa, suporte para luminárias e transformadores CAPACIDADE INSTALADA: Total: 1.500.000 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1Q - LT 105 ÁREA DO LOTE: 50.860,13 m2 CONCLUSÃO DA OBRA: Jul 10 MIX DE PRODUTOS: Vergalhão obtido do cobre (refinado), vergalhão obtido do cobre (sucata), vergalhão obtido do alumínio (refinado), vergalhão obtido do alumínio (sucata) CAPACIDADE INSTALADA: Total: 63.090 ton/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1Q - LT 105 ÁREA DO LOTE: 50.860,13 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 600KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jul 10 MIX DE PRODUTOS: Sucata de alumínio e cobre CAPACIDADE INSTALADA: Total: 15.840 ton/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1Q - LT 106 ÁREA DO LOTE: 51.364,11 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 2.750KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jun 10 MIX DE PRODUTOS: Fios e cabos de cobre, flexíveis de cobre, especiais de cobre e cabos de alumínio CAPACIDADE INSTALADA: Total: 21 ton/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 101B ÁREA DO LOTE: 5.000,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 400KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jun 10 MIX DE PRODUTOS: Bombas para agricultura, construção civil, industria, combate a incêndio, indústria mineira e sistemas de bombagens de edifícios

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 101A ÁREA DO LOTE: 48.546,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 400KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 MIX DE PRODUTOS: Tampas para saneamento e outros, bancos de jardim, carcaças de motores, grelhas e conexões de saneamento, peças para arados e grades, válvulas, discos de freios e suportes de motores e lingotes CAPACIDADE INSTALADA: Total: 90 ton/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 102A /102B ÁREA DO LOTE: 121.286,13 m2 CONCLUSÃO DA OBRA: Obra não iniciada MIX DE PRODUTOS: Contadores pré-pagos de água e luz

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LOCALIZAÇÃO: 3Q - LT 21/22 ÁREA DO LOTE: 29.106,77 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 400KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Cabos de fibra ótpica – 5400 km/dia

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 97A ÁREA DO LOTE: 52.824,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Nov 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Cartão canelado em prancha e cartão micro canelado em bobines – 120.000 un/dia Caixas de cartão canelado e de cartão canelado numa ou nas duas faces – 192.000 caixas/dia

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 84 ÁREA DO LOTE: 19.351,59 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 400KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jul 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Sacos de papel para a industria de cimento – 3.000.000 un/ano

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POTÊNCIA INSTALADA: 1.217KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jul 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Tubos grandes de polietileno de 14dm de 315-1600mm e tubos de grandes dimensões para redes de abastecimento públicas CAPACIDADE INSTALADA: Total: 10.200 ton/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1Q - LT 91 ÁREA DO LOTE: 31.641,76 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1.500KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Fev 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Tubos de pvc para irrigação, telecomunicações, saneamento pba e defofo, colectores de esgoto e água e esgoto predial – 12.000 ton/ano Tubos de pe sub-duto para fibra óptica, ligação domiciliar, irrigação localizada e por aspersão – 995 ton/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 85 ÁREA DO LOTE: 17.800,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jul 10 MIX DE PRODUTOS: Autoclismo, tampos e aros de sanitas, set de piquenique, saladeiras, caixas, vasos, baldes e bases e sifões de garrafa

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 74 ÁREA DO LOTE: 13.560,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 354KVA (estimada) CONCLUSÃO DA OBRA: Set 10 MIX DE PRODUTOS: Sacos de plástico de 30L, 40L e 50L CAPACIDADE INSTALADA: Total: 121.820.000 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1Q - LT 110 ÁREA DO LOTE: 90.341,22 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 13.000KVA (est.) CONCLUSÃO DA OBRA: Jul 11 MIX DE PRODUTOS: Pneus ligeiros, comerciais, pesados, agrícolas dianteiros e traseiros CAPACIDADE INSTALADA: Total: 1.581.250 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 97B ÁREA DO LOTE: 51.650,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jul 10 MIX DE PRODUTOS: Portas, aros, janelas, rodapé, móveis de cozinha, mesas e cadeiras CAPACIDADE INSTALADA: Total: 308.600 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 1Q - LT 111 ÁREA DO LOTE: 91.233,04 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 2380KVA (estimada) CONCLUSÃO DA OBRA: Nov 11 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Automóveis 45’ – 14.826 un/mês Carrinhas 45’ – 14.826 un/mês Camiões 55’ – 14.826 un/mês Agrícolas 75’ – 5.522 un/mês

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 68 ÁREA DO LOTE: 15.953,73 m2 CONCLUSÃO DA OBRA: Mar 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Pão redondo pequeno – 82.900 un/mês Crossante e boleria – 24.000 un/mês Baquete – 13.000 un/mês Variedade de pão pequeno – 24.000 un/mês

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 55 ÁREA DO LOTE: 17.214,68 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Fev 11 MIX DE PRODUTOS: Analgésicos, anti-inflamatórios, espasmódicos, tussicos, expectorantes, antipaludicos, antibióticos, vitaminas, anti-anemicos,histaminicos, asmáticos, convulsivos, tranquilizantes, psicofarmacos, diureticos,hipotensores, infecciosos,anti-parasitarios, viricos, bacterianos, diabeticos e dermatológ. CAPACIDADE INSTALADA: Total: 4.780 embalagens/ano

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II LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 63/64 ÁREA DO LOTE: 24.967,61 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1250KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Obra não iniciada MIX DE PRODUTOS: Comprimidos, cápsulas, drageias, xaropes e suspensões líquidas CAPACIDADE INSTALADA: Total: 323.300.000 un/ano

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LOCALIZAÇÃO: 3Q - LT 37/38 ÁREA DO LOTE: 24.154,15 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1600KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Obra não iniciada MIX DE PRODUTOS: Penicilinicos (vials) Penicilinicos (sólidos) Injectáveis Líquidos Injectáveis Sólidos

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LOCALIZAÇÃO: Cacuaco ÁREA DO LOTE: 2.446,13 há POTÊNCIA INSTALADA: 40MVA CONCLUSÃO DA OBRA: Set 11 MIX DE PRODUTOS: Cimento portland 32.5 N ; 42.5 N CAPACIDADE INSTALADA: Total: 5.000 ton/dia

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LOCALIZAÇÃO: Bom Jesus ÁREA DO LOTE: 570 há POTÊNCIA INSTALADA: 80MVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 11 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Cimento portland 32.5 N ; 42.5 N – 10.000 ton/dia

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LOCALIZAÇÃO: Catete ÁREA DO LOTE: 152.000,56 POTÊNCIA INSTALADA: 3MVA CONCLUSÃO DA OBRA: Dez 10 SISTEMA VIÁRIO: 12.282 m CONDUTA ADUTORA DE ÁGUA: 3.500 m REDE DE DISTRIB. ELÉCTRICA: 9.966 m MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Ovos – 11.031.552 un/ano Frangos – 1.695.750 un/ano Plumagem de frango – 2.800 ton/ano Esterco – 5.286 ton/ano

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LOCALIZAÇÃO: 4Q - LT 18/19/20 ÁREA DO LOTE: 76.632,59 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jan 10 MIX DE PRODUTOS: Portas e janelas

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 73 ÁREA DO LOTE: 12.250,00 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Nov 10 MIX DE PRODUTOS: Torneiras e outros acessórios para a casa de banho CAPACIDADE INSTALADA: Total: 15.000 un/mês

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 99C ÁREA DO LOTE: 25.166,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 630KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Nov 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Chapa design telha lusa – 6.000.000 m2/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 86 ÁREA DO LOTE: 19.269,32 POTÊNCIA INSTALADA: 1000KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Mai 10 MIX DE PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA: Acessórios para redes de água e esgoto; transformação de termoplásticos por injecção para infra-estruturas – 1.800 ton/ano

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LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 102ª/102B ÁREA DO LOTE: 121.286,13 m2 CONCLUSÃO DA OBRA: Obra não iniciada MIX DE PRODUTOS: DIFFERENT PRODUCTS: Bombas de combustível

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LOCALIZAÇÃO: 1Q ÁREA DO LOTE: 96.000,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 1.600KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Set 10

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PRÉ-FABRICADOS DE BETÃO BETÃO PRONTO BLOCOS DE BETÃO LOCALIZAÇÃO: 2Q - LT 98B ÁREA DO LOTE: 31.997,00 m2 POTÊNCIA INSTALADA: 3.691KVA CONCLUSÃO DA OBRA: Jul 10

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Plano Director da Zona Económica Especial em Viana

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3. Enquadramento Regulamentar

Neste capitulo dedicado ao enquadramento regulamentar do investimento em Benguela,

concentraremos a nossa atenção em três dimensões complementares:

Enquadramento Legal ao Investimento Privado – cujo conhecimento é fundamental para

os empreendedores interessados em instalarem-se na província, através da promoção de

iniciativas que visem aumentar a produção local de bens e serviços.

Enquadramento Legal ao Investimento Público – indispensável para os interessados nas

(diversas) oportunidades que oferece o mercado público de contratação de bens e

serviços;

Enquadramento Legal à Contratação Pública – igualmente indispensável para aceder a

contratos com financiamento interno.

3.1 Enquadramento Legal do Investimento Privado

A Lei n.º 11/03, de 13 de Maio – Lei de Bases do Investimento Privado - enquadra e

regulamenta o investimento privado em Angola. Aí são igualmente definidos os princípios de

acesso aos incentivos e facilidades a conceder pelo Estado angolano ao investimento

privado, tratados em diploma autónomo. O investimento privado pode assumir a forma de

investimento nacional ou externo. Por oposição ao investidor nacional, considera-se investidor

externo qualquer pessoa singular ou colectiva não residente que, independentemente da

sua nacionalidade, introduza ou utilize em Angola capitais domiciliados no estrangeiro, com

direito a transferir lucros e dividendos para o exterior. Este regime tem, assim, uma forte

componente de disciplina de entrada e saída de capitais, com actuação directa do banco

central angolano.

O direito a investir em Angola, bem como o direito à prática dos actos necessários ao

desenvolvimento dos respectivos projectos de investimento, encontra-se dependente da

obtenção de autorização prévia nos termos da Lei n.º 11/03, de 13 de Maio. O valor mínimo

para os projectos de investimento está legalmente fixado em USD 100,000.00. Porém, deve

considerar-se tal limite como indicativo, uma vez que certos projectos, na sequência da sua

apreciação administrativa, podem passar a requerer montantes superiores. Pela prática

verifica-se também que investimentos exclusivamente nacionais que não impliquem esse

trânsito de capitais podem dispensar a autorização prévia.

As propostas e a autorização de investimentos decorrem sob um de dois regimes

processuais:

a) Regime de declaração prévia;

b) Regime contratual.

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Estão sujeitos ao regime de declaração prévia, nos termos da referida lei, as propostas para

investimentos de valor igual ou superior ao equivalente a USD 100,000.00 para investidores

externos (50,000.00 para investidores nacionais) até ao limite máximo equivalente a USD

5,000,000.00.

Ficam sujeitas ao regime contratual (culminando na celebração de um contrato de

investimento com o Estado angolano) as propostas que se enquadrem nas seguintes

condições:

a) Investimentos de valor igual ou superior a USD 5,000,000.00;

b) Independentemente do valor, os investimentos em áreas cuja exploração só pode, nos

termos da lei, ser feita mediante concessão de direitos de exploração temporária;

c) Independentemente do valor, os investimentos cuja exploração só pode, nos termos da

lei, ser feita com a participação obrigatória do sector empresarial público.

Os procedimentos de autorização ficam a cargo da ANIP - Agência Nacional do

Investimento Privado, à qual está entregue a execução da política angolana em matéria de

investimentos privados, bem como a promoção, coordenação, orientação e supervisão dos

investimentos privados. A ANIP é, desse modo, um interlocutor privilegiado dos interessados

que pretendam investir em Angola, na maioria dos sectores de actividade económica,

sendo a entidade a quem devem ser apresentadas as candidaturas de investimento e quem

(isoladamente ou em conjunto com o Conselho de Ministros – no caso do regime contratual)

autoriza os projectos de investimento privado. Podem ser encontradas mais informações

sobre esta entidade em http://www.anip.co.ao/

Aprovadas as propostas de investimento privado, a ANIP emite um Certificado de Registo de

Investimento Privado (CRIP), que confere ao seu titular o direito de investir nos termos nele

referidos. O CRIP constitui o documento comprovativo da aquisição dos direitos e da

assumpção dos deveres de investidor privado, devendo servir de base para todas as

operações de investimento, acesso a incentivos e facilidades, constituição de sociedades,

obtenção de licenças e registos, solução de litígios e outros factos decorrentes da atribuição

de facilidades e incentivos.

Assim, após ser obtido o CRIP, para que seja efectuada a importação de capitais integrante

do projecto é necessário o licenciamento dessa operação, numa dimensão cambial, junto

do BNA - Banco Nacional de Angola e com intervenção de uma instituição financeira da

escolha do investidor que esteja autorizada a exercer o comércio de câmbios. Igualmente,

caso o projecto de investimento implique a constituição ou alteração de sociedades, a qual

deve ser outorgada por escritura pública, é necessária a apresentação ao notário do CRIP,

emitido pela ANIP, bem como da competente licença de importação de capitais, emitida

pelo BNA (atestando no verso a realização do capital investido), sob pena de nulidade dos

actos a que disser respeito.

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Do mesmo modo, o registo das operações de entrada no país de máquinas, equipamentos,

acessórios e outros materiais para investimentos que beneficiem de facilidades e isenções

previstas na lei, que é da competência do Ministério do Comércio em conjunto com as

autoridades alfandegárias, depende igualmente da apresentação do CRIP.

Cabe notar que investimentos em certos sectores (como o petrolífero, o dos diamantes e o

das instituições financeiras) regem-se por legislação própria, sem prejuízo de aplicação

subsidiária da Lei n.º 11/03, de 13 de Maio. Acresce que se deverá ter em atenção o regime

constante da Lei de Delimitação dos Sectores da Actividade Económica (Lei n.º 05/02, de 16

de Abril) relativamente aos sectores integrados nas designadas Reservas de Estado, incluindo

restrições aplicáveis a áreas da economia fora da livre iniciativa privada ou especificamente

limitados.

É ainda de fazer notar que, por regra, não existe a obrigatoriedade legal de os investidores

externos se associarem a investidores nacionais para a implementação de projectos. Esta

regra não se aplica a sectores específicos, como o da comunicação social, transporte

aéreo, petrolífero e diamantífero.

A Lei n.º 11/03, de 13 de Maio, e a Lei n.º 17/03, de 25 de Julho, que regula especificamente

os benefícios fiscais e aduaneiros, regulam a concessão de incentivos a projectos de

investimento privado, quer estes sejam nacionais ou externos, estabelecendo um conjunto

de medidas directamente aplicáveis aos referidos projectos. São abrangidos no âmbito do

regime de incentivos fiscais, nomeadamente os projectos de investimento que se

enquadrem nos seguintes sectores, zonas, ou projectos:

Sectores Prioritários:

- Agricultura e Pescas

- Construção civil

- Energia e águas

- Infra-estruturas Rodoviárias, Ferroviárias, Portuárias e Aeroportuárias

- Educação e Saúde

- Indústria transformadora

- Equipamentos de grande porte de carga e passageiros

Zonas de Desenvolvimento Elegíveis para Efeitos da Atribuição de Incentivos Financeiros:

- Zona A – abrange a província de Luanda e os municípios sede das províncias de

Benguela, Huíla, Cabinda e o município do Lobito.

- Zona B – restantes municípios das províncias de Benguela, Cabinda e Huíla e

províncias do Kwanza Norte, Bengo, Uíge, Kwanza Sul, Lunda Norte e Lunda Sul.

- Zona C – províncias de Huambo, Bié, Moxico, Cuando Cubango, Cunene, Namibe,

Malange e Zaire.

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Existem legalmente dois regimes distintos de incentivos fiscais, aplicáveis a projectos de

investimento, em função do montante de investimento:

Investimentos > USD 250.000; e

Investimentos USD 50.000 e USD 250.000.

Note-se, numa dimensão prática, não têm sido conferidos incentivos a projectos de

investimento de valor inferior a USD 250,000.00, esperando-se que em breve prazo tal valor

mínimo venha a aumentar. Caso se trate de investimentos superiores a USD 5,000,000.00, os

incentivos poderão estar dependentes dos termos negociados ao nível do contrato de

investimento, podendo inclusive ser alargados.

Os incentivos previstos na Lei n.º 17/03 incidem sobre três tipos de direitos:

Direitos Aduaneiros - as operações de investimento estão isentas do pagamento de

direitos e demais imposições aduaneiras sobre bens de equipamento (ou redução 50%,

no caso de equipamentos usados).

Imposto Industrial - os lucros resultantes de investimentos estão isentos do pagamento de

imposto industrial.

Imposto sobre a Aplicação de Capitais - as sociedades que promovam operações de

investimento ficam isentas do pagamento de imposto sobre o rendimento de capitais

relativamente a lucros distribuídos a sócios.

Estes incentivos aplicam-se da seguinte forma:

Zona de Desenvolvimento Direitos Aduaneiros Imposto Industrial

Imposto sobre Aplicação de Capitais

Zona A 3 Anos 8 Anos 5 Anos

Zona B 4 Anos 12 Anos 10 Anos

Zona C 6 Anos 15 Anos (*) 15 Anos

(*) Gozam ainda de isenção sobre o preço da empreitada, os sub-empreiteiros.

Existem, ainda, outros incentivos aplicáveis, de entre os quais salientamos:

Isenção de imposto de sisa pela aquisição de terrenos e imóveis adstritos ao projecto, a

requerer à repartição fiscal competente.

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Isenção de direitos aduaneiros: as operações de investimento estão isentas do

pagamento de direitos e demais imposições aduaneiras sobre mercadorias incorporadas

ou consumidas directamente nos actos de produção de mercadorias: (a contar do início

de laboração, incluindo testes).

Despesas de investimento consideradas como perdas, para além do período de isenção

do imposto industrial, para apuramento da matéria colectável:

- Até 100% das despesas com a construção e reparação de estradas, caminhos-de-

ferro, telecomunicações, abastecimento de água e infra-estruturas sociais para os

trabalhadores, suas famílias e população dessas áreas;

- Até 100% de todas as despesas com a formação profissional em todos os domínios

da actividade social e produtiva;

- Até 100% de todas as despesas que resultem de investimentos no sector cultural e/ou

compra de objectos de arte de autores ou criadores angolanos, desde que

permaneçam em Angola e não sejam vendidos pelo período de 10 anos.

O investidor que pretenda beneficiar de incentivos fiscais, em qualquer dos dois sistemas de

incentivos, deve preencher, cumulativamente as seguintes condições:

Encontrar-se em condições legais e fiscais para o exercício da sua actividade;

Não ser devedor ao Estado, à Segurança Social e não ter dívidas em mora junto do

sistema financeiro angolano; e, igualmente,

Dispor de contabilidade organizada e adequada às exigências de apreciação e

acompanhamento do projecto de investimento.

3.2 Enquadramento Legal do Investimento Público

Como é do conhecimento público, o Governo Angolano decidiu empreender um processo

de reorganização das finanças públicas que, introduzindo mecanismos reforçados de

controlo, não deixará, certamente, de beneficiar os agentes que fornecem bens e serviços

ao Estado, evitando a desregulamentação que conduziu, no passado recente, a graves

problemas de pagamento.

Assim, o Governo está a tomar medidas para prevenir a constituição de dívidas além da

capacidade de endividamento sustentável do Estado. Ao mesmo tempo, as autoridades

estão decididas a impor maior rigor e transparência na execução orçamental. Entre as

acções de reorganização e melhoria da gestão financeira pública já adoptadas, destacam-

se as regras de Execução do Orçamento Geral do Estado de 2010, aprovado por Decreto

Presidencial nº 24/ 10, de 24 de Março, o Decreto Presidencial nº 31/10, de 12 de Abril sobre

o Regime dos Investimento Públicos, entre as quais se incluem disposições decorrentes das

recomendações emitidas pela Ernest & Young, multinacional de consultoria contratada para

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apoiar o executivo angolano na reorganização das finanças públicas, das quais se

destacam:

O início da execução financeira de um projecto de Investimento Público deve

obedecer a observância de tramitação processual que contemple:

- Certificação de que é parte do programa de Investimentos Públicos (PIP)

- Certificação da cabimentação orçamental (estar inscrito no OGE).

- Existência de contrato aprovado pelo órgão competente para o efeito.

A aprovação do contrato pelo órgão competente apenas na circunstância em que as

Unidades Orçamentais façam prova da observância das disposições da legislação

vigente sobre aquisições e contratação públicas, com a apresentação

nomeadamente:

- Prova de anúncio público ou convite de pré-qualificação.

- Documentação de pré-qualificação.

- Carta-convite para apresentação de proposta.

- Documentação de proposta (de acordo com as normas estabelecidas).

- Mapa de quantidades.

- Memória descritiva do projecto.

- Folha de apresentação das propostas.

- Relatório de avaliação das propostas.

Nessas circunstâncias, as empresas que fornecem bens ou serviços a organismo do Estado,

deverão requerer que tais organismos façam prova da observância dos procedimentos

estabelecidos pois, de outro modo, o Estado não assumirá a responsabilidade por eventuais

dívidas assim contraídas.

O objectivo é por termo a uma série de práticas dos gestores orçamentais que se

confundem com os erros e vícios do passado, estando o Executivo empenhado em

erradicar as mesmas. De recordar que, no início de 2010, depois da aprovação da

Constituição, José Eduardo dos Santos reafirmou a sua política de tolerância zero em relação

a esses erros e vícios, determinando um novo começo, com a adopção de novos métodos

de trabalho, outra disciplina, nova consciência e um perfil do servidor público mais

adequado às suas responsabilidades.

Entre os erros e vícios que o novo executivo quer combater, salientam-se:

Não apresentação ou a apresentação irregular das necessidades de recursos

financeiros por parte das unidades orçamentais;

Contracção de dívidas à margem das regras estabelecidas, a remissão de facturas ao

Ministério das Finanças para pagamento;

E até a emissão de ordens de saque em nome próprio.

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Importa referir que o Orçamento Geral do Estado (OGE) enquanto Lei de Meios e não Lei de

Despesas, prevê as Receitas e fixa a Despesa, pelo que as despesas nela inscritas, podem

ser iguais ou inferiores às receitas arrecadadas efectivamente. Por isso, a execução do OGE

é feita na base de programação financeira do Tesouro, que é trimestral, e nos planos de

caixa. São esses instrumentos que dão a previsão mais próxima da realidade em termos de

receitas existentes e, por isso mesmo, a afectação de recursos é feita com base em tais

instrumentos que são mensais. As unidades Orçamentais devem, portanto, remeter ao

Ministério das Finanças, trimestralmente, as suas necessidades de recursos financeiros, as

quais devem estar de acordo com a programação Financeira do Tesouro. É esta que

estabelece o limite das despesas que as Unidades Orçamentais devem cabimentar em

cada trimestre.

Ou seja, não basta uma despesa estar inscrita no OGE, também, tem de estar prevista na

Programação Financeira do Tesouro. Um dos vícios persistentes entre os gestores orçamentais

é continuar a endividar-se com o argumento de que o seu orçamento lhes permitia realizar

certas despesas, responsabilizando o Ministério das Finanças por não disponibilizar os fundos

previstos no OGE. Outros vícios do passado são a celebração de contratos sem

orçamentação prévia, a existência de contratos não aprovados pela entidade competente

ou contratos não visados pelo Tribunal de Contas, práticas que constituem irregularidades,

pelo que o Estado (Tesouro Nacional) não pode assumir o pagamento de despesas que

resultem dos mesmos. A contratação em moeda estrangeira com residentes cambiais ou o

estabelecimento de adiantamentos superiores aos 15% regulamentados são outras das

(más) práticas que o Ministério das Finanças pretende erradicar.

A fim de não estrangular a economia, o executivo resolveu começar a pagar a dívida

contraída em 2008 e 2009 desde que, no mínimo, exista um contrato reconhecido. Mas já a

partir de 2010, as autoridades vão impor o máximo rigor na execução do OGE, pelo que os

agentes e operadores interessados em disponibilizar bens e serviços ao Estado devem

acautelar plena conformidade com a lei, sob pena de verem protelados ou mesmo

congelados os pagamentos que lhes são devidos.

3.3 Enquadramento Legal da Contratação Pública

Foi recentemente publicada a nova Lei da Contratação Pública. Aplica-se a mesma à

Contratação de Empreitadas de Obras Públicas, de Locação e Aquisição de Bens Móveis e

Imóveis e à aquisição de Serviços por uma Entidade Pública. É também aplicada à

Concessão de Obras Públicas e de Serviços Públicos e inclui todas as matérias que estão

dispersas em três diplomas:

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Decreto n.º 40/05, de 08 de Junho - aprova o Regime de Empreitadas de Obras

Públicas;

Decreto n.º 7/96, de 16 de Fevereiro - estabelece o Regime de Realização de

Despesas Públicas, Prestação de Serviços e Aquisição de Bens, bem como a

Contratação Pública relativa à Prestação de Serviços, Locação e Aquisição de Bens

Móveis;

Decreto n.º 26/00, de 12 de Maio - aprova as Normas Reguladoras da Aquisição, Uso e

Abate de Veículos do Estado.

Os principais objectivos da introdução do novo regime da contratação pública são os

seguintes:

Uniformização, simplificação e diminuição do número de procedimentos relacionados

com a Contratação Pública.

Promoção do respeito pelos princípios constitucionais e legais em matéria de direito

administrativo em geral e da contratação pública em especial, nomeadamente:

- Da igualdade;

- Da imparcialidade;

- Da transparência;

- Da proporcionalidade.

Promoção da inovação tecnológica dos processos (redução de custos, eficiência e

rapidez dos procedimentos, ganhos ecológicos);

Introdução dos Sistemas de Aquisição Dinâmica Electrónica (aquisições com base em

catálogos electrónicos);

Consagração da figura da Central de Compras;

Instituição do Portal de Compras;

Reforço do papel regulador do Estado, através da criação de uma entidade de

fiscalização e de supervisão do mercado da contratação pública – O Gabinete da

Contratação Pública;

Fomento da Ética na Contratação;

Fomento do Empresariado angolano, através da previsão de normas de protecção de

empreiteiros, fornecedores de bens e prestadores de serviços.

Tomando por comparação o anterior enquadramento legal à contratação pública, de notar

a eliminação do procedimento de “ajuste directo” (as aquisições de pequeno valor passarão

a ser feitas através do procedimento por negociação), tendo sida estabilizada a seguinte

tipologia de procedimentos:

Concurso público

Concurso limitado, por prévia qualificação

Concurso limitado, sem apresentação de candidaturas

Procedimento por negociação

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O novo regime de contratação pública assenta, por outro lado, num conjunto de aspectos

relevantes, cujo conhecimento se afigura fundamental para todos os agentes interessados

na comercialização de bens e serviços junto de Entidades Públicas Angolanas:

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Ética

Define os conceitos e as normas relacionadas com a ética no processo de contratação. São

a materialização das disposições da Lei da Probidade Pública e o reflexo de transparência e

isenção na gestão dos recursos públicos:

Conduta dos Funcionários Públicos;

Conduta dos Interessados (pessoas singulares e colectivas);

Impedimento de Interessados;

Cadastro dos Candidatos/Concorrentes

Denúncia de Práticas Ilícitas

Gabinete de Contratação Pública - Atribuições

Apoiar o Executivo na formação e implementação de políticas relativas à contratação

pública;

Fiscalizar, auditar e supervisionar os processos de contratação, em colaboração com

os organismos competentes para o efeito;

Constituir-se em observatório da contratação pública, através do estímulo à adopção

das melhores práticas e de novos procedimentos de aquisição pública;

Elaborar normas, regulamentos e instruções para normalizar os processos de

contratação pública;

Decidir sobre recursos apresentados pelos candidatos e/ou concorrentes.

Portal da Contratação Pública

A nova Lei prevê a criação do Portal da Contratação Pública – as regras de

constituição, funcionamento e de gestão e respectivas funcionalidades deverão

fixadas por lei a ser publicada;

A lei também fixará também, as regras de funcionamento e de utilização de

plataformas electrónicas pelas entidades contratantes, bem como o modo de

interligação destas com o Portal da Contratação Pública;

Deverá haver articulação com o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de

Informação.

Centrais de Compras

As entidades públicas contratantes podem constituir Centrais de Compras para

centralizar a contratação de empreitadas de obras públicas, a locação e a aquisição

de bens e serviços;

A constituição de Centrais de Compras permite aumentar o poder de negociação e

consequentemente obter preços mais competitivos, rentabilizando os recursos

públicos;

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As Centrais de Compras podem celebrar acordos quadro que tenham por objecto a

posterior celebração de contratos de empreitada de obras públicas ou de locação ou

aquisição de bens e serviços;

As entidades gestoras das centrais de compras podem atribuir a gestão de algumas

actividades a um terceiro, independentemente da sua natureza pública ou privada;

A constituição, estrutura orgânica e o funcionamento das centrais de compras serão

reguladas por diploma próprio.

Sistema de Aquisição Dinâmica Electrónica

As entidades contratantes podem celebrar contratos de aquisição de bens móveis ou

serviços de uso corrente, através de um procedimento especial totalmente electrónico

que compreende três fases:

- Instituição do sistema e formação do catálogo electrónico;

- Convite;

- Adjudicação.

O Anúncio deve ser publicado na III Série do Diário da República e num jornal de

grande circulação;

O Programa do procedimento deve:

- Fixar a duração do sistema (não superior a quatro anos);

- Fornecer aos interessados todas as informações necessárias ao acesso ao

sistema, indicando o equipamento electrónico utilizado, as modalidades e os

aspectos técnicos de ligação ao sistema;

- Ser integralmente disponibilizado até ao encerramento do sistema de forma

gratuita e directa, na plataforma electrónica utilizada pela entidade contratante.

Leilão Electrónico

É um processo interactivo baseado num dispositivo electrónico destinado a permitir aos

concorrentes melhorar progressivamente as suas propostas, depois de avaliadas,

obtendo-se a nova pontuação através de um tratamento automático

A entidade contratante pode recorrer a este procedimento quando:

- As especificações técnicas dos bens ou serviços a adquirir se encontrem

totalmente estandardizadas;

- O preço for o único critério de adjudicação.

Contratação de Serviços de Consultoria

Estabelece as regras e os princípios que devem ser observados na contratação de

serviços de consultoria:

- Método de contratação;

- Conflitos de interesses;

- Fases do processo de selecção;

- Termos de referência;

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- Anúncio e convite para apresentação de propostas;

- Prazos.

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4. Análise de Risco

No âmbito da abertura progressiva da economia angolana aos mercados internacionais, o

executivo angolano solicitou à Fitch, Moody’s e Standard & Poor’s (S&P) a avaliação do risco

soberano de Angola.

No caso de Angola, este primeiro exercício de classificação de risco soberano é um marco

importante no aprofundamento da integração da economia do país nos mercados

internacionais, pois melhora o seu estatuto no mercado financeiro global e na economia

mundial.

Como se sabe, as avaliações de risco soberano reflectem a opinião sobre a capacidade de

um país honrar as suas dívidas e a publicação dos relatórios das agências de "rating" dá,

com efeito, aos investidores internacionais uma avaliação independente do potencial

económico de Angola e, deste modo, facilita o acesso aos empréstimos internacionais por

parte do Governo, das empresas e das instituições financeiras nacionais e a atracção de

investimentos para o país.

Em resultado do seu trabalho de avaliação, a agência Fitch atribuiu a Angola a classificação

B+ e a agência Moody’s atribuiu B1 (que é equivalente a B+), ambas com perspectiva

positiva, e a agência S&P atribuiu a classificação B+, com perspectiva estável.

Em termos comparativos, a agência S&P confere a Angola e à Nigéria o mesmo patamar

(B+), enquanto o Ghana, Cabo Verde, Uganda, Moçambique e Quénia estão classificados,

ou no mesmo patamar, ou num patamar inferior.

Contudo e contrariamente á situação prevalecente nestes países, a perspectiva positiva

para Angola, tanto da Moody’s como da Fitch, constitui a indicação da existência de um

potencial de elevação de Angola para uma categoria BB (a categoria imediatamente

superior a B+), num prazo relativamente curto, caso as perspectivas de progresso

económico e institucional das agências se materializem.

Além disso, tratando-se da sua primeira avaliação, a classificação de risco soberano de

Angola é igual às classificações iniciais obtidas por países emergentes como a Rússia e o

Brasil, países que devido às suas realizações económicas e institucionais viram as suas

classificações de risco melhorarem rapidamente.

De facto, a primeira classificação atribuída pela agência S&P ao Brasil, em Julho de 2002, foi

um B+ com perspectiva estável (igual à atribuída agora a Angola, por esta agência). As

classificações posteriores foram melhorando e, em Abril de 2008, o "rating" deste país era de

BBB – com perspectiva estável.

O primeiro "rating" da Rússia, por seu lado, obtido em Dezembro de 2001, pela S&P foi um B+

com perspectiva positiva (o mesmo atribuído a Angola pelas agências Moody e Fitch).

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Posteriores classificações fizeram evoluir este ‘rating’ para BBB com perspectiva estável, em

Dezembro de 2008.

De acordo com os relatórios das agências, a classificação de Angola reflecte uma visão

equilibrada da sua dotação de recursos naturais e das boas perspectivas de estabilidade

macroeconómica, de maior crescimento económico e desenvolvimento, bem como a

necessidade de reforço da capacidade institucional do Governo, que aliás já denota um

aumento crescente neste domínio.

As agências apreciaram favoravelmente os recentes esforços do Executivo para a

reconstrução das infra-estruturas do país, que vêm aumentando a capacidade produtiva do

sector não petrolífero e contribuindo para superar os constrangimentos relativos à produção

interna.

De igual modo as três agências avaliaram positivamente os esforços de longo prazo para a

consolidação da estabilidade política e as mudanças constitucionais e institucionais

recentes.

As agências também valorizaram as medidas em curso no âmbito das políticas fiscal e

monetária e para diminuir a vulnerabilidade da economia à volatilidade dos preços do

petróleo.

A esse respeito, consideram o programa acordado entre Angola e o FMI, em fins de 2009,

como um factor positivo, que mostra a determinação do Executivo de seguir adiante com as

políticas visando a normalização dos mercados, a manutenção da estabilidade

macroeconómica e a diversificação económica.

Finalmente, as agências consideram que a forte retoma do crescimento económico, em

2010 e nos anos futuros, contribuirá para o êxito das medidas do Executivo e para que se

alcance, níveis maiores de diversificação económica.

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5. ANEXO – PRINCIPAIS IMPORTADORES DE ANGOLA

 

Empresa Morada Web site/mail Telefone Fax

GRUPO AROSFRAN SARL R. Comadante Valodia , nº 67, 1° Andar [email protected] 2442430165 / 222 443 146 2442449972

ANGOALISSAR COMERCIO E INDÚSTRIA R. Dr. Amílcar Barca, 5, 1º Luanda http://www.angoalissar.com/pt/index.aspx; [email protected] 222 310 221

INTERCAL - EMPRESA REUNIDA DE COM. & IND. Lgo 1º de Maio, 15- cx postal 23 - Lubango [email protected] 261223077 / 261 222 680 / 261 245 899 261228175 /

GRN - GABINETE DE RECONSTRUÇÃO NACIONAL Gabinete de Obras Especiais, Morro Bento 222 35 8210 222357956

NOVA CIMANGOLA, SARL Av. 4 de Fevereiro, 45 2º Andar 310190

ANGOLA LNG LIMITED 20 - Av. Lenine http://www.angolalng.com/ 222 69 26 00

SECIL Lobito, S.A. Morro da Quileva - CP 157 Lobito [email protected]; [email protected] 272 222 207 272 223 106

GOLFRATE HOLDINGS Av. 4 de Fevereiro, nº 13 r/c - Luanda; cx. Postal 6173 www.golfrateangola.com; [email protected] 253250023

CHINANGOL, LDA RUA MAJOR KANHANGULO BUNGO No A B E C LUANDA [email protected] 222 444 066 222 443 967

CABINDA GULF OIL Avenida Lenine 77 244 239 26 46 244 239 43 48

SIMPORTEX - COMERCIALIZAÇÃO DE EQUIP. R. Rainha Ginga, 24 350883 / 338983

COCA-COLA BOTTLING LUANDA Rua N'Gola Kiluange n.º370, [email protected] 222-381212/382605/382567/380353 222-380047

ANGO RAYAN GROUP R N Gola Kiluanji, nº 98

EAA ENTREPOSTO ADUANEIRO DE ANGOLA Estrada do Cacuaco, km 4, Bairro N'Gola Kiluange Luanda 222 84 18 88 222 84 17 02

A DISTRIBUIDORA R N Gola Kiluanji, nº 168, Bairro de São Paulo [email protected] 222 38 15 91/222386590/222386591 222383795

ATLAS GRUPO, LDA. Rua Major Kanhangulo 199, 2 Andar - Luanda 310760/ 310751

MAXI Cash & Carry (Grupo Teixeira Duarte); Av. Pedro de Castro Van-Dúnen «Loy», Morro Bento, Luanda

NOSSO SUPER (ODEBRECHT); Estrada do Catete km 30 - Bairro de Viana 22267-7472 / 222 67 85 00

POUPA LÁ (GRULA); R. Manuel Augusto dos Santos, 28, Maculusso Bairro das Ingombotas, Luanda 222 39 41 48 222 33 32 68

CENCO (Central de Compras das FAA e Forças de

Segurança).Rua Rainha Ginga, 240/2 222 330 764 / 222 338 504 / 222 330131