Espera!

Se a noite te surpreendeu de corao ferido ou crebro fustigado por amargos acontecimentos, no se renda dor que te parece irremedivel. Enquanto a sombra se estende ao longo do caminho e a ventania sopra qual lamentoso grito de angstia, fite as estrelas que cintilam nas alturas e siga adiante ao encontro do novo dia. No podes? tremem teus ps sob o fardo da aflio? enrijeceram-se as tuas fibras da alma e no consegues nutrir um novo sonho? Erga, ento, uma prece Esperana, o gnio da luz que permite antever o porvir imenso. Recolhendo-se orao ela vir doce e infatigvel enfermeira balsamizar-te as chagas interiores e sustentar tuas energias semimortas. Atenda-lhe o apelo carinhoso e prossiga sem desfalecimento. No te embote o entorpecente elixir da inrcia ou o fel corrosivo do sofrimento. Aceite estas sugestes, alma querida, e reflita Vers diante do teu corao dores maiores que as tuas, os pavores dos grandes infelizes, as lceras cancerosas de muitos, que at agora, tu no conseguiras ver. Ento inefvel consolo baixar dos cus sobre tua dor, aquietando-te a nsia. Inexprimveis sentimentos desabrocharo em teu esprito e ento teus braos se abriro para acolher as ignoradas mgoas dos seres mais humildes da Terra. Nem todos sabem avaliar essa virtude celeste. Muitos a transformam em vinagre de impacincia ou em tortura mortal, convertendo-lhe a beno em estilete de enfermidade. Felizes, porm, daqueles que lhe guardam a sublime claridade no imo do esprito, porque vero a sabedoria do tempo, adquirindo com a vida a cincia do Amor e das realizaes pessoais.

Espera!.. diz a noite, o dia voltar! Espera!.. clama a semente, o fruto no tarda! Espera!.. anuncia a justia, e tudo recomporei!

Bem-aventurados aqueles que sabem aprender, servir e esperar!

Uma alma annima