mendes, judas tadeu grassi 1º capitulo

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•••••••lSumdrio•/

CAPiTULO Con ce ito s b ds ic os em e co nom ia 1

A economia no cotidiano 1

Objetivos 2

1.1 0 problema economico 2

1.1.1 Recursos ou fatores (ou meios) de producao 4

1.1.2 Necessidades humanas 6

1.1.3 Curva (ou frorueira) de possibilidade de producao 6

1.1.4 Bens e services 10

1.1.5 Setores economicos 10

1.2 0 papel da recnologia 12

1.3 0 sistema economico capitalista 15

1.3.1 Puncoes de urn sistema econornico capitalista 19

1.3.2 Organlzacao de urn sistema economico capitalista 20

1.3.3 Urn modele mais cornpleto 21

1.4 Visao geral da economia 22

1.5 Dlvisao da economia 23

Resumo 26

Atividades de fixacao: teste sua aprendizagem 27

PARTE I - MICROECONOMIACAPiTULO 2 D em anda de bens e servicos 29

A econornia no cotidiano 29

Objetivos 30

2.1 Pundamentos da teoria do comportamento do consumidor 30

2.1.1 A utilidade marginal decrescente 31

2.2 .A curva de dernanda 35

2.3 Farores determinantes da lei da procura 37

2.4 Fatores deslocadores da demanda 39

2.4.1 Demografia 41

2.4.2 Renda do consumidor 44

2.4.3 Preco dos produtos concorrentes 482.4.4 Propaganda 49

2.5 Consumo no Brasil 49

Resumo 52

Atividades de fixacao: teste sua aprendizagern 53

CAPrTULO 3 E lasticid ade: um a m edida de resposta 55

A economia no cotidiano 55

Objetivos 56

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CAPITULO

1C o n c e i t o s b d s i c o s

em e c o n o m z a

•••••.------- . .

• A economia no cotitliano

Leia com atencao as quatro seguintes pequenas historias do

dia-a-dia para relaciona-Ias com 0 chamado problema economico.

/

ou seja, com a economia.

Otacilio, quando e formou no infcio da decada de 70, rece-

beu a 01 rta d quatro dif rentes oportunidade d mprego. aqu-

la epoca. a riqueza gerada no Brasil crescia a uma taxa media de 8%

ao ano. ou seja. praticamente nao havia desemprego. Hoje. seu filho

JR, que recenternente se formou na faculdade, enfrenta serias difi-

culdades para conseguir um trabalho. pois a taxa de desemprego euma das mais altas da hist6ria do pals. Otacflio se pergunta:

POI'que a taxa de desempreqo varia de um periodo para outro?

Maria, apos terminar seu MBA, teve urn aumento salarial e

concluiu que esta recebendo 50% a mais do que um colega que tern

apenas a graduacao na mesma area e 30% a mais do que outro cole-ga que tarnbem concluiu 0MBA com ela. mas que trabalha numa

regiao menos desenvolvida. Maria, entao. questiona:

POI' que um profissional com M BA ganha m ais do que aquele que e

apenas graduado? Por que os trabalhadores de um a reqiiio mais desenvolvi-

da ganham m ais do que os de um a reqiiio m enos desenvolvida?

Gilberte comprou uma geladeira e um aparelho de TV em

1993, ano em que se casou. No infcio de 2003, ele constatou que os

precos desses eletrodomesticos cafram 30% ao longo desse perfodo.

GOb no se pergunta:

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2 Economia: fundamentos e aplkacoes

Pot que os p re io s c aem ou sobem de u rn a no p ar a o utr o?

Luciana, ao ler urn jornal especializado em economia e fi -

naricas. observou um grafico mostrando a evolucao das taxas de ju-

ros dos titulos piiblicos (Selic) e dos titulos privados (CDBs), e cons-

tatou que, apesar de ainda multo elevadas. essas taxas ja Coram 0

dobro, alguns anos arras. Eta fez a seguinte pergunta:

Por que os juros va ria m d e u rn a no par a ou tr o?

•••••••

: - . O I y ' e t i v ( J S

/ Ao final da leitura deste capitulo, voce devera ser capaz de:

1. Entender a origem do desafio economico e por que a economia e umaciencia da escassez.

2. Conceituar economia e seus dois principals ramos de ativldade.

3. Analisar a curva ou fronteira de po sibilidad s de producao na colha

da producao de bens e services.

4. Entender 0 conceito de custo de oportunidade como um dos princfpios

fundamentals da economia.

5. Explicar as tres quest6es ou problemas fundamentais a que a economia

procura responder.

6. C ornpreender a tm portancia do tater "recur 0 humanos" como

principal el mento 11asolucao dos problema economicos.

7. Reconhecer a importancia do papel da tecnologia. seja no aumento da

producao ou na economia de recursos escassos.

8. Entender por que os sistemas economicos fazem a diferenca na solucao

dos problemas econcmicos.

9. Explicar os t r e elemento que tornam uma empress competitlva.

10. Saber a dilerenca entre producao eficiente e ineficiente.

1 .1 0 PROBLEMA ECONOM ICO

As quatro pequ nas hi toria Inncionada anteriorm nt tratam de algo em co-

mum: a economia. 0 110550 dia-a-dia, independentemente de sennos consumidores. tra-

balhadores, produtores ou cidadaos. nos conduz a questoes economicas. seja no ambito

nacional, regional ou local, sobre a formacao de precos. 0mercado de trabalho, 0 papel

do governo e assirn por diante. 0 grande economista Alfred Marshall (1842-1924) foi

muito feliz quando afirmou que: "A economia eo estudo do homem nos neg6cios diaries

cia su a v ida".

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Capitulo 1 - Conceitos baskos em economia 3

Estudar economia nao e iitil apenas para entender melhor 0 mundo que nos cerca.

mas principalrnente para tomar melhores decisoes, pois. como verernos a seguir, a econo-

mia e 0 estudo das escolhas Ieitas pelas pessoas diante de situacoes de escassez.

o que e economiaA economia e lima ciencia social, tanto quanta a ciencia politica. a psicologia e a

sociologia. Ela pode ser definida como 0 estudo da alocacao (utilizacao) dos recursos es-

cassos na producao de bens e services para a satisfacao das necessidades ou dos desejos

humanos. Portanto, sua principal tarefa e descobrir como 0 mundo economico funciona.

Ou seja, ela analisa 0 funcionamento do sistema economico. Em qualquer sociedade, 0

problema basico e alocar os recursos fixos e variaveis para atender aos desejos individuaise coletivos. Nos lugares em que esses recursos sao abundantes. 0problema de alocacao etrivial; onde os recurs os sao escassos, a alocacao assume importancia preponderance. A

co nomia tr ata do bem-estar do homem. P od e-s e tamb em co nceitu ar economia como a

ciencia da escassez ou das escolhas. Os elernentos-chave da atividade economica

sao: (a) os recursos produtivos (R); (b) as tecnicas de producao (que transformam os re-cursos em bens e services - BS); (c) as necessidades humanas (NH). Esquernaticamente,

tern-se:

R~BS~NH.

o problema economico esta centralizado no Iato de que os recursos disponfveis ao

homem para produzir bens e services sao limitados, escassos. mas a sua necessidade ou de-

sejo desses bens e services varia e e insaciavel. Para certos bens, como 0ar, por exemplo (na

ausencia de poluicao), cuja quantidade existente e rnaior do que as necessidades, nao ha

uma organizacao econornica para 0 sell uso. lima vez que todos os desejos sao satlsfeiros

sem esforco. Contudo, no rnundo real. a rnaioria dos recursos e escassa relativarnente a suademands, ou seja, nao existe em quantidade suficiente para atender a todas as necessidades.

A ec on om ia e a c ien cia da esc assez ou das e scolh as

Por escassez entende-se a situacao em que os recursos sao llmitados e podern

r u ultz ad os de diferentes maneiras. de tal modo que dey mo acrllicar uma coi a

por outra. A seguir. apresentamos alguns exemplos de escassez que enfrentamos no

1105S0 dia -a-dia:

• Voce dispoe de uma quantidade limitada de dinheiro e decide ir ao super-mercado. La, voce tem que escolher entre comprar algumas unidades a

rnais de urn produto e a menos de outro.

• Sell tempo tambem e limitado. Se voce decidir ler este livre por duas ho-ras. tera duas horas a menos para se dedicar a outras atividades. como por

exemplo assistir a urn jogo do seu time de futebol preferido.

• No bairro em que voce vive. a area geografica e limitada. Se a prefeituraconstruir uma escola publica ou fizer urn parque em uma determinada

quadra. havera uma quadra a menos para a construcao de apartarnentos,

escritorios ou mesmo uma fabrica.

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4 Economia: fundamentos e aplicacoes

• 0 empresario que possui urna maquina irnportada capaz de produzir

dois diferentes produtos tem que decidir qual deles ira produzir a mais

ou a menos.

• Mesmo no plano nacional, se 0 governo federal decidir aplicar mais re-

CltrSOS do Tesouro Nacional para a defesa do pais (avioes-caca. porta-

avioes. tanques belicos etc.). restarao menos recursos para a educacao e a

sa (Ide, por exemplo.

Por causa da escassez. as pessoas. as ernpresas e 0governo enfrentarn situacoes de

diflceis escolhas: voce deve decidir como gastar seu dinheiro ou tempo; a cidade, como

utilizar seu espaco geografico: 0 ernpresario, como melhor utilizar sua maquina, e 0 pais

deve decidir como utilizar seus recursos publicos escassos - se na defesa nacional ou na

saude e na educacao,

Na verdade, 0 ser humane enlrenta duas realidades. as quais domlnam sua vida: (a)

de Lim lade, recursos limitados e (b) de outro, necessidades ou desejos ilimitados. Essas

duas realidades definem a escassez. que e a condicao na qual os recursos disponiveis sao

insuficientes para satisfazer a todas as necessidades hurnanas. Por isso. a economia e 0 es-

tudo das escolhas que as pessoas tern que Iazer. numa situacao de escassez.

As escolhas feitas por individuos, empresas ou governo determinam. na verdade, as

escolhas da sociedade. cuja essen cia deve responder a tres questoes fundamentals: Que

bens e services devem ser produzidos? Como eles devern ser produzidos? Quem os conso-

me? Essas tres questoes serao analisadas mais adiante.

1.1.1 Recursos ou fatores (ou meios) de producao

Para responder a prirneira questao (que bens e services devern ser produzidos?),

urna sociedade deve utilizar os recursos econornicos, tarnbem conhecidos COIllO Iatores

(ou meios) de producao. Os recursos economtcos, que constituem a base d qualquereconomia, sao os meios utilizados pela sociedade para a producao de bens e services que

irao satisfazer as necessidades humanas.

Sao tres as caracterfsticas dos recursos economicos:

a) Escassos em sua quantidade (ou seja, Iimitados), representados por uma situa-

c;ao na qual os recursos pod em ser utilizados na producao de diferentes bens e

s rvicos. d tal modo qu d vemos sacriflcar lim b In OU s rvico por outro.

b) Versateis, isto e , podem ser aproveitados em diversos usos. Em outras palavras,

um detenninado recurso pode ser utllizado na producao de diferentes produtos.

Por exemplo. a farinha pode produzir pao, mas tambern pode ser utilizada na

producao de macarrao.

c) Podern ser combinados em proporcoes variaveis na producao de bens e

services. Por exemplo. se urn Insumo importado (que nada mais e do que um

recurso ou fator de producao) ficar multo caro (por causa da desvalorizacao do

real, por exernplo). 0 empresario pode substitui-Io por um insumo nacional.

Os r ec urs os e co nomko s s ao e sc as so s, v er se te is

e p od em ser co mb ina do s em p rop orco es v etisv eis

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Capitulo 1 - Conceitos b asicos em econom ia 5

Quanto a classtficacao, os recursos pod em ser agrupados em:

a) Recursos naturals: consistem em todos os bens econornlcos utilizados na pro-

dlH;ao e que sao obtidos diretarnente da natureza, como os solos (urbanos e agri-

colas), os minerals, as aguas (dos rios. dos lagos, dos mares, dos oceanos e do

subsolo). a fauna, a [lora, 0 sol eo vento (como fontes de energia), entre outros.

Esses recursos sao lim presente da natureza. Para s e r ef er ir a todos os tipos de

r ec ur so s n atu ra ls , alguns e co nom is ra s u tillz ar n 0 termo "terra".

b) Recursos humanos: incluern toda atividade humana (esforcofisico e/ou men-

tal) utilizada na producao de bens e services. como: os services tecnicos do ad-

vogado, do medico, do economista. do engenheiro, ou a mao-de-obra do eletri-

cista, do encanador. Ha economistas que consideram 0 capital humane urn

quarto tipo de Iator de producao, Por capital humane, con idera-se 0 conheci-

mento e a habilidades que as pessoas ob tem por melo da educacao e da expe-

riencia em atividades produtivas.

c) Capital: abrange todos os bens materiais produzidos pelo homem e que sao uti-lizados na producao. 0 Iator capital inclui 0 conjunto de riquezas acurnuladas

por uma sociedade, e e com essas riquezas que urn pais desenvolve suas ativida-

des de producao. C ab e ressaltar que, para haver capital, e fundamental a partici-

pa<;ao do set humano. ou seja. nao ex t te 0 fator capital sem 0 f ato r tr ab a lh o.

Entre os principais grupos de riquezas acumuladas por uma sociedade esiao os

seguintes:

• Infra-estrutura econornica: transportes (rodovias. Ierrovias. hidrovias, por-

tos e aeroportos); te lecomunicacdes (equipamentos e saielites): enerqia (hidre-

letricas e termeletricas, linhas de transmissao e sistemas de distribuicao}.

• Infra-estrutura social: sistema de agua e .a ne ar ne nr o: e du ca ca o. cultura.

seguranca, saude, lazer e esportes.

• Construcoes e ediffcacoes de modo geral. sejam piiblicas ou privadas.

Exernplos: um galpao ou armazern na industria/comercio ou urn aviario na

agricultura.

• Equiparnentos de transporte: caminh6es, onibus, utilitarios, locomotivas,

vag6es, ernbarcacoes. aeronaves.

• Maquinas e equipamentos: sao utilizados nas atividades de extracao.

transformacao, prestacao de services. na industria de construcao e nas ativi-

clades agricolas.

• Materias-prtmas ou insumos: energia eletrica, oleo diesel, gas, corantes.

m aierias quim icas para a industria: ou sernentes. Ierulizantes. insetlcidas.

herbicidas, Iungicidas, vacinas, racoe e cornbustiveis na agricultura. entre

outros.

Alguns autores consideram tambem como mais urn tipo c1e recurso 0 empreen-

dedorismo, que e 0 esforco utilizado para coordenar a producao. distribuicao e venda de

bens e services. ou seja, para organizar os recursos naturals. humanos e 0 capital. Urn em-

preendedor rorna decisoes de negocios, assume os riscos oriundos dessas decisoes, compro-

mete tempo e dinheiro com ur n negocio sern nenhuma garantia de lucro.

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6 E co nom ia : fu nd amen to s e a pllc ac oe s

Os re cu rs os c la ss ific am -s e em :

na tu ra is , h umano s e capital

1 . 1 . 2 Necessidades humanas

o segundo elemento-chave da atividade conomtca sao as necessidades huma-

nas. que se constituem na razao de ser (ou seja, na Iorca motivadora) da atividade eco-

nonuca. Nossos desejos sao i1imitados. Todos n6s queremos nos alimentar, beber, nos

vestir. ter um local para morar. nos educar e ter saude. Alem dessas necessidades, dese-

jamos ter outras coisas, como carros. livros, revistas, restaurantes, ferias na praia ou no

campo, rmisica. poesia, Internet, CDs, ieatros. avifies e assim por diante. Portaruo, entre

as principals necessidades humanas se d es ta ca rn : a lime nt ac ao (que e a rnais vital de to-

das). vestuario, habitacao, saude. transporte. educacao, seguranca social, previdencia

social. cornunicacao. cultura, esporte e lazer. As quatro primeiras (alimentacao. vestua-

rio, habitacao e saiide) comp6em 0 grupo de necessidades prirnarias. enquanto as de-

mais sao chamadas de necessidades secundarias. Estas ultimas variam no tempo e no

espaco. uma vez que estao sujeitas as influencias da tradicao cultural (costumes) e a s

inovacoes tecnol6gicas (tanto no produto em si quaruo na propaganda e no marketing).

A propriedade ou capacidade que os bcns de consume tern de atender as necessidades

hurnanas e conhecida como utilidade.

Novarnenre a questao: devido ao faro de os nOS505desejos excederern os n05SOSre-

cursos, devemos fazer escolhas de modo que consigamos obter 0 maximo dos fatores de

producao de que dispomos.

1.1.3 Curva (ou fronteira) de possibilidade de produ~ao

Em cada dia uti! de trabalho. seja na tab ncas, no e c ri to rlo s . na p ro prie da de s r u-rais, nos shoppings ou nas construtoras. localizados em todo 0 Brasil, quase 80 milh6es de

pessoas produzern uma variedade de bens e services avaliados em aproximadamente R$ 4

bilh6es. A quantidade de bens e services que podem ser produzidos e lirnitada por nossos

recursos disponiveis e pela tecnologia que dornlnamos. Em outras palavras, na escolha dos

bens e services que devem ser produzidos. a primeira providencia e det erminar quais

combinacoe de b ens e services sao po ss fv eis , lev ando em consideracao duas restricoes:

(a) que a quantidade de recursos produtivos e determinada (ou s ej a. l im i ta da ): (b) que 0

nfvel de tecnologia disponivel tarnbem e determinado. ou seja. naquele momento. nao e pos-

sfvel fazer uma mudanca tecnologica. Esse limite e descrito pela curva ou fronteira de

possibilidade de producao.

A curva (ou fronteira) de possibilidade de producao (CPP) delimita aquelas combina-

<;oesde bens e services que podern ser produzidos por uma sociedade (a area sornbreada den-

tro da curva e a CUTVa em si) e aquelas que nao podern (a area nao-sombreada externa a cur-va), seja porque ultrapassam os recursos disponivels. seja porque excedem a capacidade

tecnologica. Tendo em vista que a CPP mostra os Iimites de producao. nao podemos obter

pontos (leia-se: produzir) externos a ela. Esses pontos descrevem desejos que nao podem ser

satisfeitos. Isto e , podemos produzir em qualquer ponto dentro da CPP ou sobre ela.

Para ilustrar a cur va de possibiJidade de producao num graflco. vamos enfocar a

producao de apenas dois produtos num determlnado memento. considerando assim que

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C apitu lo 1 - C once itos b asico s e m eco no mia 7

T a b e l a 1.1 Seis pontos hipoteticos sobre a fronteira de possibilidade de producao de

guarana e CDs

POSSIBILIDADESPRODU<;Ao DE GUARANA PRODU<;Ao DE CDs

(milhoes de litros/mes) (milhdes de unidades/mes)

a 30 0

b 28

c 24 2

d 18 3

e 10 4

0 5

a quantidade produzida de todos os demais bens e ervicos e mantida constante. Vamos

admitir dois produios que a maioria dos estudarues adquire: guarana e CDs.

A Ironreira de possibilidade de producao para guarana e CDs mostra os limites de

producao desses dois bens. dados os recursos totals disponfveis para produzi-los. A Tabela

1.1 simula algumas cornbinacoes hipoteticas de quantidades de guarana (em milhoes de

litros/mes) e de CDs (em milhoes de unidades/rnes), as quais sao rnostradas na Figura 1.1.

Essas cornbinacoes correspond em aos pontes a, b, C, d, e, f. A linha que passa sobre e ses

pontes e a curva de possibilidade de producao (CPP).

Suponharnos que, nurn deterrninado mes, sejam produzidos 10 milhfies de litros de

guarana e 4 milh6es de unidades de CDs (veja 0ponto e na Figura 1.1, que tambern rnos-

tra outras possibilidades de producao).

Uma pergunta relevante e a seguinte: qual e a diferenca entre os pontos dentro da

curva de possibilidade de producao e os pontos sobre essa curva? Para qualquer ponto

dentro da curva podemos encontrar lim ponto sobre a curva em que a producao de ambosos produtos e maior. Por exemplo. 0 movimento do ponto g (com 10 milhoes de litros de

F i . ! J u r a 1.1 Escasseze a curva de possibilidade de prcducao

a30

d

9

fO+--------,-------.--------r-------.-------~-------,

o 2 3 4 5 6

P ro du ca o d e CD s ( rn ilh oe s d e u nid ad es /m e s)

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8 E co nom ia : fu nd ame nto s e a pli ca co es

guarana e 2 milhoes de unidades de CDs) para 0 ponto d (com 18 milhoes de litros de gua-

rami e 3 milhfies de unidades de CDs) aurnentaria a produoio tanto de guarana como de CDs,

de tal modo que 0 ponte g e indiscutivelrnente inferior ao ponto d.

Producao eficiente

Uma economia que produz num ponto dentro da CPP esta operando de modo

ineficiente, no sentido de que poderia gerar mais de ambos os produtos. A eficiencia de

producao e alcancada se nao puderrnos produzir mais de um produto sern produzir menos

de algum outro bern. Quando a producao e eficiente. a combinacao de produtos esta sobre

a CPP. Uma economia poderia estar produzindo em UUl ponto da area sombreada (ou seja,

abaixo da CPP) por uma das duas seguintes razoes:

a) Os recursos nao estao sendo empregados plena mente. Por exemplo.al-

guns r ra b alh ad or es p od er iam tar ociosos ou algumas da s plantas industrials

poderiarn estar sendo subutilizadas,

b) Os recursos estao sendo utilizados de mane ira ineficiente. Bens podemser produzidos com diferenres combinacoes de insumos. e. se 0 empresario utili-

zar uma combinacao errada, a economia nao produzira a quantidade de bens

que poderia produzir.

Entretanto. as combinacoes de produtos sobre a CPP sao eficiente no entido de

que e impossivel aumentar a producao de ambos os produtos ou aumentar a producao de

urn bem sem diminuir a producao de outro bem.

A curva de possibilidade de producao mostra a nocao de escassez porque, num

dado periodo de tempo, uma sociedade tern a quantidade fixa de cada Ulll dos fatores de

producao. de tal modo que a producao cle um bem advem as custas do outro bem.

Mudanca na curva de possibilidade de producao

Considerando a necessidade de crescimento economico de urn pais como 0Brasil

(porque 0 crescimento populaciona.l e eleva do, 1,3% ao ano) e admitindo-se que a produ-

~ao ja seja eficiente (produzindo sobre a curva CPP), como seria possivel produzir mais de

ambos os produtos? Em outras palavras, estarnos pergumando 0 seguinte: como e possivelcleslocar para a dlreita a curva cle possibiliclade de producao? Ja mencionamos as duas restrl-

~oes que dellmitarn a Cpp, que sao a quantidade limltada de recursos produtivos e a capaci-

dade tecnologica disponivel. Como a CPP mostra as opcoes de producao disponiveis com

um dado conjunto de recursos produtivos ou com uma dada tecnologia. entao. um au-

mento na quaruidade dos recursos produtivos deve deslocar a curva de possibilidade de

producao para a direita , Se uma economia utilizar mais recursos naturals. humanos, ca-

pital e habilidades empreendedoras, ela podera. como urn todo, produzir mais de cada

urn dos bens e services. Como resuliado. a CPP se deslocara para a direita. conforme

mostra a Figura 1.2. Esse mesmo resultado pode ser con. eguido se novas tecnologias Io-

rem desenvolvidas. cle tal modo que a produtividade (ou seja. a producao por unidade

de cada Iator) dos fatores aurriente.

Cabe-nos agora urna pergunta sobre a CPP: por que ela tern 0 formate de curva?

Para darrnos uma resposta adequada a essa pergunta, precisamos introduzir 0 con-

ceiro de custo de oportunidade, que e um dos principios fundamentals para a analise eco-

nomica, Por principio. entende-se uma Simples, mas evidente verdade que a maioria das

pessoas entende e aceita.

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Capitulo 1 - Conceitos basicos em economia 9

Fijura 1. 2 Mudanca na curva de possibi lidade de producao

«E< lJ.oo"'C

olfllU>

:J

"'C

eC l . . .

P ro du ca o d o bem B

o prindpio do custo de oportunidade

o principio do custo de oportunidade incorpora a nocao de que sempre enfrenta-

mos a situacao de eseolher entre duas ou mats opcoes e de que temos que optar por uma

cois a (ur n produto, por exemplo) em detrimento de outra. v isto que os recursos sao limi-

tado pod em ser utilizados em diferent s alternativas. Assim, 0 eu to d oportunidade dalguma coisa eo que sacrificamos para consegui-la. Por exemplo, se um aluno dedica lima

hora estudando para uma prova de eeonomia, ele se priva de uma hora para estudar ma-

tematica, Se ele estima que uma hora a mais estudando matematica, em vez de economia.

aumentara sua nota em tres pontes. eruao 0 eusto de oportunidade de estudar economia etr es p on to s no exame de marematica. Urn outro exemplo: ur n jovem tern R$ 100,00 para

se divertir e tern que decidir entre ir a dois shows de rock. que custarn R$ 50,00 eada, ou

assistir a Iilmes no cinema, cujo ingresso custa R$ 10,00 por sessao. IS50 significa que para

cada show de rock ele deve sacrifiear cinco sessoes de cinema, ou seja, 0 custo de oportu-

nidade de urn show corresponde a cinco sessoes de cinema.

A curva de possibilidade de producao ilustra 0principio do custo de oportunidade

para toda uma economia. Ja vimos que essa curva mostra todas as possiveis combinacoes

de bens e services disponiveis para urna econornia. adrnitindo-se que todos os recursos

produtivos sejam plenarnente utilizados.

o pnnclpio do custo de oporumidade expllca por que a Ironteira de possibilidade de

producao e uma curva negativamente inclinada. Como em deterrninado momento uma

economia tem quantidades fixas de recursos e eles estao sendo plenamente utilizados. a

producao de urn bem ocorre a s expensas de outro. Voltando a Figura 1.1, podemos obser-

var que, partindo do ponto b. se desejannos aurnentar a producao de CDs em 1 milhao de

uuidades/rnes, iremos para 0ponto c, com 4 milhoes de litros de guarana a menos. Entdo.

o custo de oportuntdade de 1 milhso de CDs adicionats corresponde a 4 milhoes de litros

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10 Economia: fundamentos e aplicacoes

de guarana que deixarnos de produzir, Agora ja temos condicoes de responder 11questfio

inicial: Por que a CPP se torna cada vez mais inclinada, 11rnedida que nos movernos ao

longo dela? A resposta e: os recursos utilizados na producao dos dois bens (guarana e CDs,

no exemplo) nao sao perfeitamente adaptaveis, ou seja, alguns recursos sao mais adequa-

dos para a producao de guarana, enquanto outros 0 sao para a producao de CDs. Assim. se

produzimos mais e rnais CDs, lorcamos a utilizacao de alguns recursos que seriarn mais

adequados para a producso de guarana. Como r sultado, 0custo de oportunidade de CD'

aumenta, isto e. sacrificamos progressivamente mais Utros de guarana para cada unidade

adicional de CD. Observemos que a passagem do ponto d para 0 ponto e. que significaria

1 milhao a mais de CDs, implica a remincia de 8 milhoes de litros de guarana.

1 . 1 . 4 Bens e services

Cabe-nos Iazer uma observacao sobre os produtos. que sao os meios de satisfacao

das necessidades humanas. Os produtos podem ser c1assificados segundo sua natureza e

seu destine. Segundo a natureza, os produtos gerados no processo produtivo se classifi-

cam em bens (B) e services (S), dar a sigla BS, ut ilizada anteriorrnente. Por bens. enten-

demos os produtos tangiveis provenientes das atividades agropecuarias (alimcntos. por

exemplo), da industria de transforrnacao (como eletrodornesticos] e da construcao civil

(por exernplo, apartarnentos e casas). Por services. cornpreendemos os produtos intangf-

veis . resultantes de atividades terclarias de producao, Segundo 0 destino, os produtos po-

dem ser classificados em: bens e services de consumo (duraveis au de usa imediato):

bens e services Intermediaries (materias-primas au insumos que reingressam no pro-

cesso produtivo para serem transforrnados, via de regra. em bens e services de consume):

bens e services de producao (sao os bens de capital que vao entrar no processo de pro-

ducao de outros bens e services). 0 quadro a seguir esclarece melhor a dassificacso dos

p rodu to s qua nto a ua natureza e ao sell destino.

Quat/yo 1.1 Bens e services segundo a natureza e 0 destine

SEGUNDO A NATUREZA PROVENIENTES SEGUNDO A DESTINA~Q

(BE NS E SERVI~OS)

Bens tangiveis

[

Setor prirnario ~

Ind. de transformacao 1 de consumo

Ind. da construcao 2 interrnediarios

Atividades terciarias 3 de producaoens intangiveis (services)

1 .1 .5 Setores economicos

Os recursos economicos (naturais, humanos e capital) e as tecnicas de producao es-

tao presentes em todas as atividades de producao. embora variem em intensidade. Ou

seja, a proporcao em que cada um desses Iatores e dessas tecnicas contribui na producao

varia d s tor para setor, Isso signiflca que ba atividades inten ivas no Iator terra; outras

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C ap itu lo 1 - C on ceito s b as ko s em eco nomia 1 1

sao trabalho-intensivas: outras, ainda. sao capital-intensivas, e h a as que utilizam intensi-

varnente a tecnologia. Assirn. de acordo com a intensidade de uso dos recursos. sao classi-

ficadas as atlvidades de producao (ou setores da economia). Desse modo, tem-se:

a) As atividades prlmarias: agricultura (lavouras permanentes. temporarias. hor-

ticultura. floricultural; pecudria (criaC;ao e abate de gado, de suinos eaves, pesca e

caca): ex traqdo vege ta l (producao florestal: silvicultura reflorestamento).

b) As atividades secundarlas de producao: in du str ia e xtr ativ a m in er al (minerals

metalicos e nao-rnetalicos): in du str ia d e transformadio (produtos alimenticios. mi-

nerais nao-rnetalicos, metalurgia, rnobiliario. quimica. Iiacao e tecelagem, ves-

mario, calcados. material eletrico, de telecomunicacoes e de transporte. produ-

tos de materias plasticas, bebidas, fumo); industria da construido (obras piiblicas.

construcoes privadas).

c) Asatividades terciarias de producao: comercio (atacadista e varejista): trans-

portes (rodoviarios. Ierroviarios. hidroviarios e aeroviarios): comunicadies (teleco-

municacoes. correios e telegrafos, radiodifusao e TV); intermediaido [inanceira(bancos, seguradoras, distribuidoras e corretoras de valores e bolsas de valores);

imobilidrias (cornercio Imobiliario. administracao e locacao). h os pe da qem e a lim en -

tafiio (hotels, restaurantes. bares e lanchonetes): reparacdo e manutencdo (maqui-

na ,veiculo e equipamento ); services pessoais (cab leireiro , barb iro ); outros

services (assistencia a saude. educacao, culture. lazer, culto religioso) e governo

(federal, estaduais e municipais).

De modo geral, 0 setor prlmario utiliza mais intensivamente 0 fator-terra; 0 setor

secundario ou setor industrial utiliza 0 fator-capital; 0 setor terciario, 0 fator-trabalho.

Em resume. conforme ja fot enfatizado, 0 problema fundamental de qualquer ceo-

nomia esta centralizado na seguinte questao: tendo em vista as neces idades humana ,

que sao variadas e insaciaveis, e os recursos. que sao limitados e versateis. como combine-los de modo a satisfazer ao maximo as necessidades cia socieclacle? Em outras palavras. 0

problema surge por causa cle duas realidacles antagonicas: de urn lado. a escassez de recur-

sos e, de outro. as ilimitadas aspiracoes da sociedade? 0 objetivo. portanto, cia atlvidade

Ftjuya 1.3 Partidpacao media dos setores economicos (prima rio. secundario

e terciario) no PIBbrasileiro

Setor prirnario12%

Setorterciario53%

Setorsecundario35%

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12 E c on om ia : f un damen to s e a pllc ac oe s

econornica e atingir urn nivel de satisfacao de neces sidad e (niv el de vida tao elevado

quanta a econornia possa proporcionar). Para tanto, devem ser ernpregadas as melhores

tecnicas de producao e e precise utilizar plenarnente os recursos econcrnicos. distribuin-

do-os adequadamente na producao dos bens mais necessaries para a populacao.

1.2 0 PAPELDA TECNOLOGIA

o terceiro elernento-chave da atividade econornica sao as tecnlcas de producao.

que consistem no know-how (conhecimentos tecnicos, culturais e adminisrrativos, capa-

cidade ernpresarial e capacidade tecnologica) enos meios fisicos para transformer os re-

cursos ern bens e services que irao satisfazer a s necessidades hurnanas.

As tecnicas de producao, junramente com as quantidades e qualidades dos recursos

d is po niv eis , lir nir ar n 0 n iv el d e b er n-e sta r de um a sociedade. A producao p od e s er defini-

da como 0processo pelo qual um conjunto de Iatores pode ser transformado em urn pro-

duto. A tecnologia e um termo utilizado para englobar uma ampla variedade de mudan-

cas nas tecnicas enos metodos de producao. Novas variedades de cultivo, tais como 0 domilho hfbrido. novas e aprimoradas racas de animais. melhores equiparnentos e maqui-

nas, defensivos e fertilizantes sao os exemplos mais evidentes. A tecnologia tambem se re-

fete a metod os aperfeiccados de combinar os Iatores de producao. Um aperfeicoarnento

das tecnicas administrativas e um a parte integrante da r ev olu cs o tecn olo gica . A Ialta de

decisoes administrativas apropriadas faz com que as mesmas maquinas, variedades e ma-

terias-primas sejam combinadas de modo incorreto, resultando em um nao-aumento da

producao,

A inovacao tecnol6gica e um importante fator de aumento de oferta de bens indus-

trials e ag rf co las , no rada rnen te no longo prazo. No rn un do m oderno , a inovacao e a chave

para 0 sucesso, e a tecnologia esra lenrarnente fazendo 0 mundo parecer menor, U rna

melhoria na tecnologia e deflnida como um eonjunto de condicoes que capacitarn as lirrnasa: (a) gerarem maior producao com a mesma quantidade anterior de insumos e/ou (b) obte-

rem 0 mesmo nivel de producao anterior com urna quantidade menor de insumos.

Uma tecnologia 56 sera econornicarnente viavel se provocar um aurnento da produ-

c ; ; a o proporcionalrnente maior do que a elevacao do custo total, de tal modo que resulte

nurna reducao do cusro medic de producao. Em outras palavras. uma boa tecnologia eaquela que resulta em processos de producao com custos medios (isto e , unita-rios) menores. 0 arnbiente econornico de abertura da econornia e de globalizacao, que

provocarn maior compericao, as empresas estao cada vez mais sendo "tomadoras" de pre-

cos no mercado. Isso significa que a reducao de custos unitarios passa a ser quase 0 unico

caminho de sobrevivencia para as empresas. E esse custo medic menor 56 sera POSSIVe!

pela adocao (Ieia-se: investimento) de novas tecnologias nos processos produtivos.

Uma b oa tecno log ia resu lta em c us to s u nita rio s meno re s

Tecnologia no produto e no processo

Ao mencionarmos a palavra "tecnologia". e importante frisar que uma empresa

pode emprega-la com 0objetivo focado apenas no processo de producao ou com 0objeti-

vo centra do omeme no produto. No primeiro case. a tecnologia contribui apenas para a

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C ap itu lo 1 - C on ce ito s b as ic os e m e co no mia 13

reducao de custos unitarios de producao. Por exernplo: uma ernpresa adquire uma nova

maquina para produzir determinado produto, em serie. sem modificacoes na aparencia

deste. 0 objetivo e gerar urna producao maior por unidade de tempo (obter maier produ-

tividade) e, com isso. conseguir reducao no custo unitario de producao. Em outras pala-

vras. e 0 cam.inho da producao em massa ao menor custo possivel, 0 que pode resultar em

precos men ores para 0consumidor. Ess aspecto tern tudo a ver com a oferta. No segundo

caso. a tecnologia e voltada apenas para alterar lim determinado produto. mudando sua

aparencia ou suas caracterfsticas. de modo a atrair os consumidores. a verdade, essa nova

tecnologia visa a tornar 0 produto diferenciado aos olhos dos consumidores. Essa nova ca-

racteristica do produto tem estreita relacao com a demanda (lado do consumo). Por essa

via, e possfvel incutir nos consumidores a ideia de que 0 produto e diferente e, assim. eles

passam a ser mais fieis ao consumo desse produto. Tal caminho pode ate resultar em au-

rnento no preco do produto. dado que ele e diferenciado na avaliacao dos consumidores.

Com 0uso de lima Iuncao de producao (quantidade ffsica produzida na "ordenada"

e insumos. ou seja, Iatores de producao. na "abscissa"), fica mais Iacil eruender 0 efeito de

uma mudanca tecno16gica, tanto em termos de aumento cia producao como de reducao decustos, pelo menor uso de insurnos. que sao escassos e caros.

Pela Figura l.4, e possivel perceber 0 efeito positive da tecnologia. Admita na agri-

cultura a substituicao de sernente comum por sernente hfbrida (que tern maior potencial

de producao). Dada a quantidade de urn insurno X (por exernplo. 300 kg de fertilizantes),

a producao por hectare, que antes era de apenas 4 mil kg, pode aumentar para 7 mil kg

FiJura 1 .4 E fe ito c ia adocao te cn ol6 gic a s ob re a p ro du ca o

kg

7.000

0' 6.000:S

lB::J"0

ea.

~ 4.000 _ .QJ

"0It)

"0

.~It)

::J

o

2.000

100 200

Quan ti da de d e i ns umo X ( fe rt il iz an te )

P r od u~ ao c om s eme nt e h ib rid a

300 400kg

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14 Economia: fundamentos e aplicacces

(ou seja, e possfvel elevar a producao com a rnesrna quantidade de um determinado

insumo). Urna segunda rnaneira de visualizar 0eteito cia tecnologia e por rneio cia economiade recursos (afinal, como ja vimos, um dos objetivos da ciencia economica e "economizar" 0

que e escasso). Com 0 usa da semente hfbrida, pode-se produzir a quantidade anterior (4

mil kg/hal com uma menor quantidade de insumo (Iertilizante: talvez, apenas 200 kg).

A empresa competitiva

No arnbiente de maior ab ertura da econornia b rasileira, a partir da dccada de 90, a

competicao nos processos produtivos tern aumentado, Iorcando. em consequencia. as em-

presas a serem mais competitivas se quiserem sobreviver.

Sao tres os elementos fundamentais para uma empresa ser competitiva:

a) Maior produtividade dos fatores de producao. Isso e pos sf v el s oment e pela

adocao tecnologica, ou seja. com novas tecnologias no processo produtivo. Por

produ tividade entende-se a producao por unidade de recurso.

b) Menor custo unitario de producao. A maior produtividade pode resultar nareducao do custo medio de producao. como sera visto em seguida.

c) Qualidade dos produros e servicos. Com a adocao do C6digo de Detesa do

Consumidor, a partir de 199 J, e crescente a conscientizacao dos consumidores

em terrnos de e xig en cia d a q ua lid ad e dos produtos que e le s adqui re rn .

Com esses tres elementos, a empresa se torna mais competitiva. porque consegue

produzir urn produto com melhor qualidade e mais barato. : E importante lernbrar que a

adocao tecnologica e praticarnente 0 unico caminho capaz de possibilitar que a empresa se

tome cornpetitiva, pois sern ela e dificil obter maior produtividade dos fatores de producao,

que e a condicao para a reducao dos custos unitarios. A relacao entre tecnologia, maior

produtividade do r cursos reducso dos custos unitario (ou custo medio) pode s r assimdernonstrada:

Custo medic = Custototal

Produc;ao

Admitindo-se. por simplicidade, que e posslvel produzir determinado produto com

apenas um in limo (recurso) . 0 CllSW total seria igual a: Px . X , ou seja. 0 preco unitario do

insumo (Px) vezes a quantidade utilizada do insumo (X). A producao, ou quantidade pro-

duzida. pode ser expressa pela letra Q, e 0 custo medic, por CMe. AssiI11, tem-se:

(Me= Px.X =~.

QQ/X

Como a relacao Q /X represents a producao obtida por unidade de insumo. Oll seja,

e a produtivldade, conclui-se, entao, que 0 custo medio mantem uma relacao direta com

os precos dos insumos e inverse com a produtividade. Assim, quanta mais caros os

insumos para 0 empresario. maier a seu custo unitario. Por ou.tro lado, quanta maior a

produtividade dos fatores de producao, menor 0 custo memo.

Essa relacao e importante para explicar por que, nos pafses desenvolvidos. os traba-

Ihadores ganharn mais ( e born !embrar que 0 trabalho e urn recurso economtco. e 0 salario

esta repre entado pelo PX), ou seja. 0 Px e maier. M as is 0 nao signlfica que os custos

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C ap itu lo 1 - C on ce ito s bastcos em e co nom ia 15

medics de producao sejarn maiores, urna vez que a produtividade dos trabalhadores e

maior (porque utilizam mais tecnologia), e isso cornpensa 0salario mais alto. J a em paises

em desenvolvirnento ou pouco desenvolvidos, apesar de os salaries serem menores, os cus-

tos unitarios sao elevados por causa da baixa produtividade. A relacao inversa entre custo

unitario e produtividade pode ser observada na Figura 1.5.

FiJuya 1.5 Rela ca o in ve rs a e ntre c us to m e dic d e p ro du ca o e p ro du tiv id ad e

Produt ividade (QIX)

1.3 0 SISTEMA ECONOMICO CAPITALISTA

A expressao "sistema economico" engloba todos os metodos pelos quais os recursos

sao alocados e os bens e services sao distrlbuidos. 0 sistema economlco e Iorrnado por UIT! .

conjunto de organlzacoes. cujo tuncionamento Iaz com que 0 recur os scassos sejam

utilizados para satisfazer as necessidades humanas. Assim. sistemas economicos podem ser

decompostos em tres grupos de elementos basicos:

1. Estoque de recursos produtivos.

2. Complexo de unidades de producao (empresas).

3. Conjunto de tnsutuicoes.

o estoque de recurs os produtivos, que constitui a propria base da ativldade eco-

nomica. inclui os recursos humanos (populacao economicamente ativa. capacidade em-

presariaJ e tecno16gica) e patrimoniais (reservas naturais e capital).

Esses recurs os s6 alcancam sua plena signiflcacao economica quando mobilizados

peJas unidades de producao (ou seja. as empresas) que integram 0 aparelho produtivo

da sociedade, dando origem aos fluxos da producao e da renda. ao executa rem as tarefas

relacionadas it solucao dos problema economicos: 0 qu e, qu an to , co mo e p ara q ue m p ro du zir.

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16 Economia: fundamentos e aplicacoes

As ernpresas sao 0 locus, ou seja. 0 local onde os fatores de producao se transforrnarn em

bens e services. Assim. empresas e unidades de producdo sao aqui consideradas como si-

nonimos. De acordo com 0 BNDES (Banco Naclonal de Desenvolvirnento Economico

e Social), 0 Brasil tinha, em 2000, 2,332 milhoes de estabelecimentos empresariais. que,

naquele ano. respondiam por 26,6 milh5es de trabalhadores Iormalmente contratados,

Daquele total, a esmagadora rnaioria, nada menos do que 93%, se caracterizava como

microempresa. cat goria em que se enquadr ar n as Iirrnas corn are 20 ernpregados.

o terceiro grupo de elementos basicos componentes de um sistema econornico econstituido por urn conjunto de Instituicoes juridicas. politlcas. sociais e econorni-

cas, que da forma as atividadesdesenvolvidas pela sociedade. Por exemplo, os elementos

juridicos disciplinam as atividades individuais e coletivas, determinando as esferas de

a<;ao, os deveres e as obngacoes dos proprietartos dos recurs os produtivos e das empresas

que utilizarao esses recursos.

Os re cu rs os , a s empre sa s e as inst itu ic;6es

sao o s elem entos de um sis tem a econ 6m ico

Cabe ressalrar que esses elementos bas icos de um sistema economtco sao Iundarnen-

tais tanto para 0 "crescimento economico" como para 0 "desenvolvimento economi-

co"! de um pals, uma vez que ambos dependem da quantidade e qualidade dos recursos hu-

manos e patrimoniais, da maneira como operam as unidades de producfio e de um conjunto

de instituicces que facilitem e nfio entravern os procedirnentos economicos do sistema.

A prosperidade nacional nao e herdada, mas criada pela Iorca das empresasem inovar e se aperfeicoar. Muito mais do que a disponibilidade abundante de recursos

naturals ou humanos, a competitividade de urna nacao depende da capacidade de

sua industria em termos de inovacao e aperfelcoamento. Fator s como a pr ssao eos desafios dos concorrentes. os tornecedores agressivos e os clientes exigentes formam a

base para a competicao global, em que reducao nos custos de producao. economia de esca-

la, taxa de cambio. fusao, alianca. parcerias estrategicas, colaboracao e globalizacao supra-

nacional constituem palavras de ordem nas empresas.

Os dois principals tipos de sistemas economicos sao: 0 capitalismo e 0 socialismo.?

Cada ststema. na realldade, dt z respelto a urn ordenamento instltuclonal que, por sua vez.

trata dos modos de organizacao da vida economica de urna sociedade.

o sistema economico capitalista rem urn metoda pr6prio de se regular, com um go-

verno que POllCO se envolve em decis6es economicas. 0 capitalismo depende das Iorcas de

rnercado para determinar os precos. alocar os recursos e distribuir a renda e a producao.

1 . 0 "crescirnento" tem sido defin ido com o um processo pelo qual a renda ou 0 p ro du to in te rn e b ru te ( PIB ) p o r h ab ita nte

a um en ta d ura nte u m de te rm ina do p erfo do , p or m eio d e ga nh os co ntin uo s n a p ro du livid ad e do s Iatores p ro d ut iv os . I ss o

o sc s ig nif ic a n ec es sa riam e n te m e lh or ia n o b er n- es te r g er al de u ma s oc ie da de , u ma v ez q ue e le n ad a re ve la s ob re a d is tri-

b ui< ;llo d a re nd a c en tro d a s oc ie da de . P ar o utre ta do , a c on ce ito d e "d es en vo lvim en to e co ne mic o" s e v in cu la m ais c om a

d is tr ib uic ;a o d o p ro du to e c om 0 grau d e u tiliza ca o d a ca pa cid ad e p ro dutiva d e u m p ais. E m ge ra l, sa o ob je tivo s d o d e-

s en vo lv im e nto e co n6mic o: ( a) 0c re sc im e nto d o p ro du to in te rn e pe r c ap ita ; (b ) a g era c;a o d e e mp re go s; (c ) a m aio r ig ua l-

d a de na d is tr ib u ic a o de renda.

2 . A base do socia lism o, com o um sistem a econom ko, e a p ro prie da de c ols tiva o u e sta ta l d os re cu rs os p ro du tivo s, s en do

qu e 0 E sta do to rn a a s d ec is oe s. A s in du strie s s ao d e p ro prie da de d a s oc ie da de c om o u m to do . 0 c on tro le d a p ro prie da de

e ma ntid o p elo E Sla do ( su po st am e nt al) p ar a 0 rn utu o b en efic io d a p op ula ca o. A s tre s c ara cte ns tk as b as ka s d o s oc ia l is -

m o s ao : (a ) a c oo rd en ac ao d e to da o u q ua se to da a tivid ad e p ro du tiva d ire ta me nte p elo g ove rn o; (b ) a p ro prie da de g ove r-

n am en ta l o u c ote tiva d os ta to re s d e p ro du ca o. e xc eto o s s ere s h um an os ; ( c) a ta lta d e in ce ntlvo s (Ie ia -s e: o bte r lu cro s equ ase um p eca do ) p ara a sca o d os a ge nte s e co n6m ico s. 0 re su lta do ge ra l e qu e ha um a b aix a e fk ie nc ia e co n6mic a.

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C ap itu lo 1 - C on ceito s b as ico s em eco nomia 17

Tal sistema segue rigorosamente a econornia ortodoxa de mercado, ou seja. quem "co-

ruanda" a econornia sao as forcas de demanda (que refletern 0 interesse dos consurnido-

res) e de oferta (que devern expressar 0 desejo dos produtores).

Os fatores de producao sao de propriedade privada e cada proprietario dos recursos

toma as decis6es de producao motivado pelo desejo de alcancar um lucro. Tanto a produ-

c;ao como 0 consurno depend em, Iundamentalmente. da liberdade de escolha dos indivi-

duos da socledade. Os Jucros obtido ou os prejuizos incorridos ,ao urn resultado direto

das decisoes certas Oll erradas de negocios. De um lado. 0 consumidor procura maximizar

a satistacao, dado 0 seu nivel de renda; de outre. 0 produtor procura maximizar seu lu-

cro.? dados os seus recursos (ou fatores de producao).

No capitalismo. os precos de livre mercado sao os iinicos guias para as decis6es dos

individuos e das firmas ao realizarem a producao. a troca e 0 consumo. A competicao eacentuada em todos os tipos de atividades econ6micas.

o capi ta/ ismo e 0 me/h or s is tem a ec on 6m ic o p ara a p ro du c;a o,

mas 0 socia/ ismo e 0me /ho r na d is tr ib uic ;ao

Alguns economistas gostarn, de maneira humoristica. de cornparar sistemas econo-

micos e regimes politicos assim:

Socialismo V oce tem duas vacas. 0 Estado toma uma e a da a alquem

V oce tem duas vacas. 0 E stado tom a as duas e Ihe da 0 leiteomunismo

Fascismo V oce tem duas vacas. 0 Estado toma as duas e Ihe v ende 0 leite

Nazismo V oce t em duas vacas. 0 Estado tom a a s duas e mata voce

Capitalismo V oce tem duas vacas. V oce v ende uma e compra 0 touro

Em surna. as principais caracteristicas do capitalismo podern ser assim descritas:

a) A propriedade privada dos Iatores de producao (terras, maquinas. equips-

memos, entre outros), dos bens de consume (casas, carros, arroz, milho, entre

outros) e do dinheiro (para que as empresas adquiram os reClIl"SOSe os consurni-

dores cornprem os produros).

b) 0 controle do funcionarnento da economia e realizado pelo sistema de precos.

que deterrnina: a selecao dos bens a serern produzidos e suas respectivas quanti-

dades: a cornbinacao e a distribuicao dos fatores de producao dos varios bens e

services: a selec;ao de tecnicas de producao e os metodos de organizacao das uni-

dades produtoras, e a distribuicao dos bens entre os varies membros da socieda-de. Esta funcao dos precos sera mais bern deralhada mais adiante, neste capitulo.

c) 0 incentive para procluzir e 0 desejo das empresas de obterern lucro, que e adiferenca entre a receita c 0 custo total para produzir. 0 lucre, no sistema capi-

talista, e , assirn, 0 grande irnpulsionador para a ac;ao dos agentes econornicos.

3. A teoria econom ka reconhece que nem todas as em presas tentam m axim izar 0 lucro se mp re, u ma ve z qu e h a tarn be rn

o utro s o bie tivo s. e ntre o s qu ais s e d e sta ca m a p artkip ac ao n o m erc ad o (0 chamado ma rk et s h ar e) e 0 n iv el d e p ro d uc ao ,

m as e le e certam ente um dos seus ob je tivos. A lina l. uma em presa nao pode existir, em longo prazo. se nao tiver um

ra zo ave l re to rn o p ara o s se us fa to re s d e p ro cu ca o.

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18 Economia: fundamentos e apllcacces

d) Tern grande importfincia a competlcao entre as empresas e entre os proprieta-

rios dos recursos, apesar da crescente presenc;a de oligop6lios e monopolies nos

mercados. Cabe ressaltar que 0 capitalismo adotado no Brasil, em especial a par-

tir da decada de 30 ate 0 inicio da decada de 90, ignorou essa fundamental ca-

racteristica do capitalismo ao manter a economia brasileira fechada para 0 mun-

do, seja por meio da proibicao da importacao de alguns produtos, seja por meio

de impo (OS de Importacao multo elevados. Asslm. a cornpeticao entre as em-

presas era muito pequena. possibilitando a elas a Iorrnacao de conluios ou

cartels? e 0 aumento dos precos dos produtos e services de maneira absurda, ex-

plorando, desse modo, os consumidores, que nada podiam fazer. Era essa eco-

nomia sem competicao que criava as condicoes para a inflacao. a qual nao era de

demanda, mas de oferta. Por isso era chamado de capitalismo "selvagem". Feliz-

mente, a partir de meado da decada de 90 d eu -s e in fc io a urna maior abertura

econcmica. que tern sido a principal sustentacao do Plano Real, um plano de

sucesso no combate a inllacao.

e) 0 papel do governo e limitado. apesar da ainda elevada participacao do serorpublico nas atividades economicas nos elias atuais. 0 indicador correto da parti-

cipacao do governo nas atividades economicas e dado pela relacao entre 0 gasto

publico (G) e a renda nacional ou 0PIE (Y). No caso brasileiro, a parricipacao do

seror publico nas a tiv id ad es e co nom ic as vern diminuindo desde a decada de 90,

com a implementacao do Programa Nacional de Desestatizacao (Ieia-se: priva-

tizacao), em que forarn transferidas ao setor privado algumas dezenas de empre-

sas e participacfies acionarias estatais e federais. a maioria delas nos setores side-

rurgico, qufrnico e petroquimico. de fertilizantes e eletrico. alern da concessfio

de varies trechos da Rede Perroviaria Federal. Os mimeros da desestatizacao saO

bastante expressivos: em 11 anos, de 1991 a agosto de 2002, as transferencias de

ativos estatais somararn US$ 103 bilhoes. segundo dados do BNDES, lncluidas as

dividas assumidas pelos compradores. Cabe registrar que, no mundo. no mesmo

periodo. somente a Italia fez mais privatizacoes que 0 Brasil. US$ 111 bilhces.

Com 0 processo de privatizacao. pretende-se limitar 0 papel do governo como

estado-empresario.

A economia dos Estados Unidos e um dos melhores exernplos de economia de mer-

cado (capitalismo). Alinal. a participacao do produro agregado g rado por empre as priva-

das e de 98%, ou seja. as empresas estatais contribuem com apenas 2% do PIB (produto

interno brute) norte-americano. Em paises europeus, como Franca. Austria, Italia, Alema-

nha e Reino Unid.o, 0 percentual das empresas privadas varia entre 80% e 90% do PIE de

seus pafses. 0 que indica que as empresas estatais tern urn papel significativamente maior

do que nos Estados Unidos.

Defeitos e virtudes do capitalismo

Apesar das severas criticas dirigidas ao funcionamento do sistema capitalista ou da

empress privada, esse tipo de sistema economico, com seus defeitos e suas virtudes, ainda

tern se mostrado como a melhor alternativa para se organizar a atividade econornica. Os

crfticos citam como os maiores defeitos do capitalismo: 0 antagonismo entre 0 capital e

4 . S ao form as de uniao de interesses en tre diversas em presas d o m esm o ram o com 0 intu ito d e au mentar os precos ou im -

p ed ir s ua b aix a p ela s uo re ss ao d a c on co rre nc ia . E ss as em pre sa s c on tin uam. c on tu do . in de pe nd en te s.

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C apitu lo 1 - C on ce ito s b as ico s em e con om ia 19

o trabalho. resultando na exploracao da mao-de-obra pelo capital; a presenc;a de elemen-

tos rnonopolisticos. com distorcao do correto funcionamento do sistema de precos. e a

nao-solucdo da justica social (a diferenca interclasses sociais e acentuada). A principal vir-

tude da economia de me rca do e a eficlenciana alocacao dos recUISOS, com 0 conseqiiente

aumento da producao e da melhoria do bem-estar (nivel de vida) da sociedade. A maior

eliciencia e resultado da ccmpeticao. que via de regra exlste. e do estimulo ao lucre.

Cabe destacar que 0 ambiente nacional determinante para que suas ernpre-

sas aprendam a competir e constitufdo essencialmente por quatro atributos: (a) fato-

res de producao: (b) condicoes de demanda (a natureza da demanda do mercado in-

terno pelo produto ou service): (c) fornecedores (a presenca ou a ausencia. na nacao, de

industrias fornecedoras e outras correlacionadas que sejam competitivas em termos inter-

nacionais); (d) ambiente empresarial (condicoes nacionais que determinam como sao

criadas. organizadas e admtnistradas as ernpresas, assim como a natureza da rivalidade in-

terna). Uma vez conseguida, a vantagem competitive tern de ser sernpre aperfei-

coada, porque toda vantagem pode ser imitada.

Este livro se identifica com0

mecanisme de precos ou a economia de mercado poracreditar ser este 0 sistema mais adequado para a rnaximizacao da satisfacao das necessi-

dades humanas, apesar de se saber que tal sistema nao e perfeito e que tarnbern tern suas

Ialhas.

1.3.1 Fun~oesde um sistema economico capitalista

Independentemente do tipo de sistema economico e das rradicoes culturais e

politicas, qualquer economia, ao alocar os recursos escassos. deve considerar tres

questoes ou problemas fundamentals, que se constituem nas Juncoes de um sistema

econornico:

a) 0 que produzir?

A questao e que bens e services devem ser produzidos, uma vez que, por dispor-

mos de recursos escassos. nenhuma economia pode produzir toclas as quantida-

des de todos os produtos. Uma maior producao de urn produto normalmente

significa menor producao cle outros produtos. Po rtanto, cada sociedade cleve es-

colher exatamente quais os bens e servlcos a serern produzidos. Em essencia.

essa escolha e tetra pel os consumidores, quando despendern suas rendas. POl'

meio do precos que estao dispo tos a pagar pelo produtos. Quanto mais acen-

tuado 0desejo por cerios bens, maiores os precos, As empresas, por sua vez;

produzirao aqueles bens que possibilitem maiores lucros.

b) Como produzir bens e services?

Esta segunda questao rrata da cornbinacao apropriada dos Iatores produtivos

para a obiencao de um cerro nfvel de producao ao menor custo disponivel (ou

ur n maximo de producao com dado nfvel de custos). O s precos dos Iatores rem

lim papel fundamental nesse processo, ao indica rem quais os recursos mais es-

cassos (porque 0 preco de lim fator normalmente reflete a sua relativa escassez)

e, portanto. quais fatores devem ser econornizados. A questao de "como produ-

zir" envolve problemas COI11 a selecao da comblnacao de recursos e de tecnicas a

serern empregados no processo produtivo. A escolha das tecnicas. por sua vez,

depende dos precos relativos dos recursos e do nivel de producao.

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20 Economia: fundamentos e aplicacoes

c) Para quem produzir?

Trata-se de uma questfio que diz respeito a dlstrlbuicao do produto, que de-

pende do nfvel e da distribuicao da renda pessoal. Quante maier a renda de urn

individuo (a qual depende da quantidade e dos precos dos recursos que ele pos-

sui e emprega no processo produtivo), maior a parcela de produto da economia

que ele pode adquirlr.

Podernos incluir urna quarta funcio para um sistema economico (capiralista). que eo que reservar para as futuras geracoes, Esse e um problema de manurencao e amplia-

\ao da capacidade produtiva da economia. Isso implica nao s6 conservar intacta a forca pro-

dutiva por meio de urna provisao para depreciacao, como tambem aumentar a quantidade

dos recursos da economia e melhorar as tecnicas de producao. Em outras palavras, um born

sistema econornico nao deve se preocupar apenas com 0 nivel de bem-estar aural da popula-

\ao, mas tambern com 0 das futuras geracoes. ate porque a demands e ere cente, tanto por

causa do crescirnento populacionaJ como pela elevacao da renda no longo prazo.

Essas questoes se situam em tres diferentes niveis. 0 nlvel economico. decide-se

sobre "0 que produzir" e "0 que reservar as futuras geracoes". No nfvel tecnologico. 50-

bre "como produzir". E no social, sobre "para quem produzir". ou seja. "como repartir" 0

produto.

1.3.2 Organiza~ao de um sistema economico capitalista

A organizacao de lim sistema cconornico pode ser mais bern visualizada POt meio

de um modele simples de uma econornia de mercado. sem considerar as relacoes com 0

exterior (econornia fechada) e a participacao do governo.

As duas principais unidades economicas envolvidas num sistema econornico de li-

vre empresa sao as familias e as empresas.

As farnillas englobam todas as pessoas e unidades farnillares da econornia e sao, na

realidade. os consumidores dos bens e services produzidos na economia.

As empresas. por outro lado. sao as unidades economicas que produzem os bens e

services de uma nacao. Para realizar esse processo, elas devem cornprar ou alugar os re-

curs os economicos. As empresas sao constitufdas por proprietarios individuais, corpora-

coes. cooperativas. enfim, por sociedades, em todos os nfveis do processo produtivo. As

Iamflias e as ernpresas interagern em dois tipos de mercado: 0 rnercado de bens de

consumo e services (B8) e 0 mercado de recursos ou fatores de producao (R). A

farnllias, as empresas e esses dois mercados comp6em uma economia de livre empresa e

formam 0 centro em torno do qual se desenvolve a economia.

Urn diagrama de fluxo circular e utilizado para ilustrar como as Iamilias e as em-

presas interagem nurna economia (Figura 1.6). A metade superior do diagrarna mostra

o fluxo (real) de bens (finais) de consumo e services das ernpresas para os consurnidorese um fluxo oposto (monetario) de moeda dos consumidores para as empresas. Os precos

dos bens e services iruerligam os dois Iluxos. ou seja. 0 mercado de produtos para bens e

services estabelece precos que regularn a quantidade e qualidade de bcns produzidos e

consumidos. 0 valor do f111XO real (que e a receita auferida pelas ernpresas pela venda dos

produtos) deve ser igual ao valor do f1uxo monetario (que se constitui no custo de vida

dos consurnidores).

A rnetade inferior do diagrama de fluxo circular rnostra 0 movimento de recursos

conomicos (t rra. trabalho e capital) das familia para a ernpresas (fluxo real), que

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C apitu lo 1 - C on ceitos b as ic os e m e co nornia 21

Fijura . 1 . 6 Fluxo da inteqracao entre famllias e empresas

0 " " ' oferta M ercado de b ens Fluxo (real) ~de con sume

. . . . . e se rv ices rr0

Receita Custo d e v id aro

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M ercado de '"1>",/

de fatoresrecursos ~q

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interagern no mercado de recursos. 0 fluxo oposto (rnonetario) ocorre quando as em-

presas pagarn a s famflias pelo lISO dos recursos por meio de salarios (do trabalho), dividen-

dos, juros e lucros (do capital) e aluguel (da terra e dos imoveis). Esse mercado deterrninaos precos dos Iatores que regularn 0 fluxo de recursos das farnflias para as ernpresas. Em

termos rnonerarios, os dois fluxes tambern se igualam. ou seja, 0 valor do fluxo real (que ea renda auferida pelos consumidores pela venda de seus recursos) e igual ao valor do flu-xo monetario (que representa 0 custo de producao para as empresas).

As transacoes entre famflias e empresas sao Iimitadas pela escassez. Os consumido-

res tern rendas limitadas. mas desejos iltmltado . As ernpresas tern restrlcoes na producao.

devido aos recursos limitados para produzir os bens e services.

Urna sintese de todos esses movimentos ou fluxes, com suas respectivas caracterfs-

ticas, pode ser tambern evidenciada nas informacoes do Quadro 1.2.

1.3.3 Um modelo mais completoo modelo apresentado na Figura 1.6 nao incluiu as relacoes com 0 exterior, nern a

parucipacao do governo. nem dos mercados: de capita is, financeiros e de bens de capital.

J a 0 diagrama da Figura 1.7 representa urn sistema economico mais completo de lima

econornia de mercado. Nesse rnodelo estao incluidas as grandes un idades econornicas (as

famflias, as ernpresas e 0 governo) que interaqem nos seis mercados (de bens de consu-

rno, de bens de capital, de fatores, financelro. de capitals e externo).

A producao das ernpresas segue dois fluxos distintos: 0 fluxo de bens de consu-

mo (sao aqueles que satisfazern diretarnente as necessidades humanas ou do governo) eo

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22 E co nomia : fu nd am en to s e a plka co es

Quaclro l2 Caracterfsticas dos fluxos real e monetario entre famfl ias e empresas

nos mercados de produtos e de fatores

AT IV ID ADE M ERCADO DE BENS E SERV IC ;OS M ERCADO DE R ECURSOS I

P ro du to s d as emp re sa s p ara s atis fa ze r a s n e- 0 5 p rin cip ais fa to re s d e p rcd uca o sa o:

c es sid ad es d os c on sumid or es , d iv id id as em: • R ec urso s n atu ra is .

• B il sic as : a li me nt ac ao : h a bi ta ca o: v es tu a- • R ec ur so s h uman os .

F LUXO REAL r io ; s aude . • C ap ita l.

• S ecu nda rias: e ducaca o: tra nsp orte ; co - • C ap ac id ad e emp re sa ria l.

r nunkacao: c ul tu ra ; s egur anc; a s oc ia l; e spo r- • C a pa cid ad e te cn ol6 gic a.

t e; p re vi denci a s oc ia l; l az er .

A s em presas rem une ra m as fa mflias

pe lo uso do s recu rsos, p or m eio de :

A s famllia s tra nsfe rem p arte d e su as re nd a s• S ala rlo s.

F LUXO MONETAR lO

a s emp re sa s, a o a dquir irem s eu s p ro du to s.• J uros.

• A lu qu eis ,

• L ucro s.

• D iv id en do s.

OFERTA Exercida p el as empresas. Exercida pelas fam ilias.

DEMANDA

OU PROCU RAExercida pelas fam ilias. Exercida pelas empresas.

INTERA<;AO Por meio dos precos dos produtos. Por m eio dos precos dos recursos.

de bens de capital (que satisfazem indiretamente as necessidade humanas. uma vez que

des sao utilizados na producao de bens de consumo e de novos bens de capital). Estes ulti-

mas tern dais destines: parte vai para os investimentos de reposicao (necessaries para re-

par aquelas unidades de capital que se desgastam ou se tornam obsoletas) e parte sera

empregada em novos empreendimentos (investimento liquido, 0 que implica aumentar 0

esroque de capital). A soma dos investimentos de reposicao e liquidos resulta no investi-

mente bruto.

A poupanca e a I arcela da renda nao consumida pela comunidade na sausfacso de

suas necessidades imediatas. ou seja. Iundamentalmente. e 0 excesso de renda global em

relacao ao consumo agregado da coletividade.

Como fluxo. a poupanca chega as empresas por meio do mercado Iinanceiro (ren-

dendo juros aos poupadores) ou pelo rnercado de capitals e, nesse caso, pode ser por meio

da compra de a~5es (rendendo dividendos) ou pelo emprestirno para atender as necessida-des de capital clrcularue e de giro, pela ernissao de debentures (rendendo juros e correcao

monetaria) .

1.4 V ISAO GERAL DA ECONOMIA

Para complementar uma visao global da economia. apresenta-se a Figura 1.8, que

mostra a interllgacao entre os elementos-chave da atividade econOmica. De um lado, com

base nas necessidades, nos desejo e na renda dos consumidores, deriva-s a curva de

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C ap itu lo 1 - C on ce itos b as ic os em e co no mia 23

Sistema econ6mico mostrando a interacao entre farnl l ias,

empresas e governo nos mercados de produtos, de recursos,

f inanceiro, de capitais e externo

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~';;;;;~'-';;b;Ode services

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de capitais

e::J, . . . . .,IIII

< 4 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -Cap it af iz acao da s emp re sas

demanda (D) para os bens e services. De outro. os produtores. para atenderem aos consu-mid ores, cornbinarn os r cursos escassos para a producao desses b ns e s rvicos, qu serao

ofertados no mercado (S).

1.5 DIVISAo DA ECONOMIA

Ocampo da economia pode ser dividido em dois prlncipais rarnos de atividade: a

microeconomia e a macroeconornia.

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24 E co nomia : fu nd am en to s e aplicacces

Ftjura 1.8 Como a economia interliga a producao e 0 consumo

Como o s d es ejo s d os c on sum id or es

s ao e xp re ss os n o me rc ad o

U t il idade marg ina lD.~~Desejos < : UM ~\\Q ~ -. ---+ X/ 5

~ ./ De renda : ~ d

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,--~ U.o Custo t ~M 9

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5]va.

A microeconomia estuda as unidades (consumidores. Iirrnas, rrabalhadores, pro-

prietarios dos recursos etc.) cornponerues da economia e 0 modo como sua decis6es e

acoes sao inter-relacionadas. Dito de outro modo, ela cuida, individ ualmente, do com-

portamento dos consurnidores e produtores, com vistas a cornpreensfio do funciona-

mente geral do sistema economico. ou seja, a microeconomia esta ligada ao exarne das

acocs dos agentes economicos privados em suas atividades de producao e de consume e.

assim, procura investigar as possibilidades de eficiencia e equilfbrio do sistema economico

como um tcdo. A analise microeconomica e tambern chamada de "teoria dos precos".

porqu nas conomias liberats e0

Iuncionamento do livre mecanismo do s ist rna d pr -cos que articula e coordena as acoes dos produtores e consurnidores. Urn exernplo de

problema rnicroeconomico e 0 de Ulll (ou mais) produtor prestes a decidir qual dos rnui-

tos possfveis produtos (leia-se: bens e services) diferentes sera mais lucrativo produzir

com seus escassos recursos. Em suma. a microeconomia esta centrada nos seguintes

aspectos:

a) nas unidades indlvlduais da economia (consumidor e empresa):

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Capitulo 1 - Conceitos basicos em economia 25

b) no cornportamento do consumidor (que objetiva maximizar sua satisfacao) e da

empresa (que busca maximizar 0 lucro):

c) na formacao dos precos de bens e services, com base nas forcas de oferta e

demanda, considerando-se as varias estruturas de mercado. E com 0 uso dascurvas de of en a e de demanda de mercado que se analisa 0mercado de automo-

veis, de televisores, de aco. de soja, de milho. de boi gordo, numa regiso, no pals

e ate no mundo. Os cinco capitulos seguintes tratam de alguns importantes as-

pectos da microeconomia.

Macroeconomia

Por outro lado. 0 sistema econornico COmo urn todo pode ser urn ponto de inte-

resse. Nesse caso. estarnos Ialando de macroeconomia. A macroeconomia tenta expli-

car as relacoes enrr O S grandes agregados (ou variaveis) econornicos, a saber: con-

sumo, poupanc;a, investimento, produto e renda nacionais. niveis de emprego nacional,

nivel geral de precos, controle da inflacao, of en a e demands monetarias e 0 desequi-

Ifbrio externo (balanca cornercial, de services e de capital). Por exemplo, se estiverrnos

estudando as variacoes na of en a de dinheiro, suas causas e seus efeitos no fluxo de bens

e servicos. emprego e desemprego ou renda nacional, estamos utilizando 0 instrumento

analftico da m acroeconornia. Portanto, a macroeconomia esta centrad a nos segumtes

aspectos:

a) No comportamento da economia em seu conjunto. ou seja, no seu agrega-

do ou no seu todo.

b) No desempenho dos agregados economicos. como, por exemplo, 0 produto

interno brute. a renda nacional. 0 ernprego. a tnflacao.

c) Na inter-relacoes entre os agregados, como 0 efetto do nfvel de investtmento

sobre 0 nivel de empregos (€ de se esperar que 0 baixo nivel de investimentos es-

teja diretamente relacionado com nivel elevado de desemprego) ou 0 deficit pu-

blico e as taxas de juros no mercado (€ provavel que, quanta maior for 0 deficit

publico, maiores sejam as taxas de juros no mercado).

d) Nas contas do setor publico e suas relacoes com 0 res tante da econom ia.

e) No desenvolvimento socioeconomlco do pais.

f) No balance de pagamentos. que mede as trocas internacionais de bens e

services.

Toda a parte 1 deste livro sen! dedicada aos varies aspectos da microeconomia, en-

quanta a pane 2 tratara da macroeconomia.

Cornparando-se a economia com. uma floresta. pode-se dizer que a mlcroeconomia.

em que a visao dos agentes economico e microscopica, se concentra ern analisar cada ar-

yore (no caso. a empresa ou 0 consumidor). enquanto a macroeconomia, cuja visao € te-

lescopica, estuda a floresta como um todo. sem se preocupar com cad a arvore.

A microeconomia enxerga (preocupa-se com) a arvore (por exemplo: 0 consu-

mid or, a empresa).

A macroeconomia enxerga a fIoresta (a exemplo do produto nacional).

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26 E co nom ia : fu nd ame nto s e a plic ac oe s

••••••••

.: {(eSUn10•

/ Os principals pontes a serern destacados neste capitulo sao:1. A econornia e comumente definida como 0 estudo da a lo ca cao (u ti liz ac ao ) dos

recursos escassos (econornicos) na producao de bens e services para a satisfacao

das necessidades (desejos) humanas. A economia e tambern charnada de "a cien-

cia da escassez" ou. "a ciencia das escolhas". Os elementos-chave da atividade

economica sao: (a) os recursos produtivos, (b) as tecnicas de producao

(tecnologia) e (c) as necessidades humanas.

2. 0 problema economico esta centrado no Iato de que os recursos disponiveis ao

hornem para produzir ben e services sao escassos. mas a sua neces idade ou seu

desejo por esses bens e services sao variados e insaciaveis. Pelizrnenre. os recursos

economicos sao, de um modo geral. versateis e pod em ser combinados em pro-

porcoes variaveis para produzir determinado bern. 0 problema esta em duas rea-lidades antagonlcas: a escassez de recursos e a ilimitada necessidade humana.

3. A curva ou fronteira da possibilidade de producao mostra as combmacoes

possiveis de bens e services. dados os recursos produtivos de uma sociedade e seu

conhecimento t cnol6gico. 0 aumento nas quantidades do r cursos /ou me-

lhorias tecnol6gicas perrnite aumentar a quantidade de bens e services de lima

sociedade.

4. 0 principio do custo de oportunidade mostra que, nurn arnbiente de escassez

de recursos, para uma ernpresa OLl um pais produzir mais de urn prod uto ou ser-

vico, existe a necessidade de sacrificar a producao de outro bern ou service. Em

outras palavras, a expansjio de urn ocorre a s expensas do outro. Dai a necessidade

de escolha entre urn e outre, ou seja, e precise avaliar os beneffcios e os custos.

5. Segundo 0 seu destino. os produtos poclem ser dassificados em: bens e services

de consume. bens e services intermediaries e hens e services de producao.

6. As atividades econornicas (de producao) pod em ser classificadas em prirnarias

(agricultura, pecuaria e extracao vegetal); secundarias (industria extrativa mi-

nerai, industria de transf'ormacao e industria da construcao): terciarias (comer-

cio e servicos em geral).

7. 0 "sistema economico". que engloba todos os rnetodos pelos quais os recursos

sao alocados e os bens e services sao distribuidos, e Iormado por urn conjunto de

organizacoes cujo funcionamento faz com que os recursos escassos sejam utiliza-

d.os para satislazer as necessidades humanas.

8. Ouanto a classfficacao, os sistemas econornicos pod em ser agrupados de acor-

do com duas caracterfsticas basicas: os rnetodos utilizados para a coordenacao

das decisoes ecouomicas das unidades individuals na sociedade e a natureza dos

proprierarios dos recursos produtivos. Assim, de pais para pais, os sistemas eco-

nornicos diferem notadamente com base em consideracoes sociais e politicas.

Em alguns paises, 0 sistema e 0 capttalista. em outros e 0 socialista e em ou-

tros ainda h a um misto de socialismo e capitalismo (socialismo liberal Oll social-

capitalismo).

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C apitu lo 1 - C onc eito s b asico s em e con om ia 27

9. Independentemente do tipo de sistema economico e das tradicoes culturais OU

politicas, qualquer econornia, ao alocar os recursos escassos. deve considerar pelo

menos tres questoes (problemas) fundamentais (que se constituem nas fun-

coes de um sistema economico): 0que produzir, como produzir e para quem

produzir (que e um problema de dlstribuicao).

10. Esquernaticamente. a organtzacao de um sistema economico. do tipo capita-

lista. Ioi apresentada iniciahnente conslderando apenas as familia e as ernpresas,

que inreragem em dois mercados: 0 mercado de bens de consumo e services e 0

mercado de recursos, fonnando em consequencia dois fluxos: um fluxo real e

lim fluxo monetario. Posteriormente. discutiu-se um sistema economico mais

complete. englobando as farnilias, as empresas e 0 governo, que interagem em

sels mercados (de bens de consumo. de bens de capital, de Iatores, Ilnanceiro.

d captrai: externo).

AHvidades de p x a y d o : te ste sua tlfyendtZajem

Caro leiter, procure desenvolver as seguintes questoes, pois assim voce estara fazendo

uma revisao da sua aprendizagern:

1. Por que a econornia e a "ciencia da escassez"?

2. Quais as caracterfsticas dos recursos economicos?

3. Por que a via tecno16gica e a melhor alternativa para resolver 0 problema econo-

mico. considerando principalmente que os recursos sao escassos?

4. Quando uma nova tecnologia e considerada "boa"?

5. Cite os tres elementos necessaries para uma empress ser competitive.6. Mestre grafica e matematicamente a relacao entre custo unirario e produtividade.

7. Quais as principais diferencas entre capitalismo. socialismo e econornia social de

mercado?

8. Cite as virtudes e os defeitos dos sistemas econornicos capitalista e socialista.

9. A deci ao de "0que produzir" e "como produzir" e Ieita com base em que

pa dlmetros?

10. Nurn ambiente de maior competicao entre as ernpresas, rnostre por que a inova-

c;aotecnol6gica e 0 melhor carninho para a sobrevivencia de uma empresa. Dica:

o rie nte-se p ela fo rm ula d o lu cro u nita rio , q ue incorpora p rec o d o p ro du to e cu sto m ed io .

11. Qual e a diferenca entre "bens" e "services"? De exemplos.

12. Faca a clas lficacao do Iator capital.

13. Quais sao os fluxos entre empresas e Iamilias (consumidores)? Nesses Iluxos.

como surgem a renda. os custos (de producao e de vida) e a receita?

14. Comente a seguinte frase: "sem recurs os humanos nao ha capital".

15. 0 que mostra a curva ou fronteira de possibilidade de producao?

16. Quando a economia esta operando no nfvel de "producao eficiente"?

17. 0 que voce entende por custo de oportunidade? D e urn exernplo do mundo real.

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5/11/2018 Mendes, Judas Tadeu Grassi 1º Capitulo - slidepdf.com

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28 E c on om ia : f un damen to s e a plic ac oe s

18. A qual das tres questces baslcas da economia de uma sociedade a curva de possi-

bilidade de producao ajuda a responder?

19. De acordo com 0 princfpio do custo de oportunidade, e verdadelra ou falsa a se-

guinte frase: "0 custo de urn mestrado em economia (em que 0 aluno participa

em tempo integral) e igual ao valor total do curso pelo qual 0 aluno tera que pa-

gar (valor da mensalidade vezes 0 mirnero de prestacces) mais 0 custo dos li-

vros"? ExpJique.