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Edição 510 - 14.02.2014 Prestistas visitam obras na avenida Edvvaldo Pereira Paiva. Primeira obra do arquiteto Oscar Niemeyer na capital já está pronta em mais de 90% da área física, “mas faltam intervenções complementares”, diz Villa Página 2 Rubem Rocha Um encarte especial de 64 páginas com a nova legislação de prevenção contra incêndios no Rio Grande do Sul, acompanha a edição do Conselho em Revista nº 100 do CREA/RS que trata do mesmo assunto sob a manchete principal “Lei 14.376/ 2013 - Um elo entre salvar vidas e responsabilidade técnica”. O encarte de 60 mil exemplares está sendo distribuído para os associados do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul em todo o estado. LEI 14.376 Memorial Luiz Carlos Prestes deve ser inaugurado em 28 de outubro Levitan se despede do amigo Nico Nicolaiewsky Todos unidos pela renegociação da dívida pública Pág. 5 RIO GRANDE DO SUL TRIBUTO Pág. 9

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Page 1: Memorial Luiz Carlos Prestes deve ser inaugurado em 28 … a P orto Alegre, ... ficar presos à lógica de empresários que prestam serviços ... (11). De acordo com Alceu

Edição 510 - 14.02.2014

Prestistas visitam obras naavenida Edvvaldo Pereira Paiva.Primeira obra do arquiteto Oscar

Niemeyer na capital já estápronta em mais de 90% da áreafísica, “mas faltam intervenções

complementares”, diz Villa

Página 2

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Um encarte especial de 64 páginas com a nova legislação de prevenção contraincêndios no Rio Grande do Sul, acompanha a edição do Conselho em Revista nº 100do CREA/RS que trata do mesmo assunto sob a manchete principal “Lei 14.376/2013 - Um elo entre salvar vidas e responsabilidade técnica”.

O encarte de 60 mil exemplares está sendo distribuído para os associados doConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul em todo oestado.

LEI 14.376

Memorial LuizCarlos Prestes

deve serinaugurado em28 de outubro

Levitan se despededo amigo NicoNicolaiewsky

Todos unidos pelarenegociação da

dívida pública

Pág. 5

RIO GRANDE DO SULTRIBUTO

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Memorial deve ser inaugurado em outubroonvidado pelos militantes prestistas

do estado e em nível nacional paraintegrar o futuro conselho curador dafundação do Memorial Luiz CarlosPrestes e, de quebra, visitar as obrasdo prédio que está sendo erguido emPorto Alegre, o deputado Adão Villaverdenão economizou adjetivos para definiro projeto do arquiteto Oscar Niemeyer."Espetacular , é uma obra de arte dogrande Niemeyer à altura da história eda trajetória do "Cavaleiro daEsperança"", sentenciou depois depassear , na tarde de quinta-feira,pelos 700 metros quadrados da áreaedificada na avenida Edvaldo PereiraPaiva, próxima da esquina com aavenida Ipiranga, nas vizinhanças doAnfiteatro Por do Sol que beira o Guaíba,dividindo um lote do terreno da futurasede da Federação Gaúcha de Futebol.

Villa, que é engenheiro e professorde Engenharia, impressionou-se com adimensão do amplo espaço em curvaque Niemeyer projetou na entrada da

área interna, imaginando oimpacto da beleza estética que oprédio terá, especialmente quandofor iluminado.

"A luz que atravessará o vidroescuro, que cerca o setor deexposições que antecede o local domuseu, também deverá provocarum belo efeito externo à noite",prevê Villa que, no entanto, écauteloso quanto à finalização daobra que para ele "incorporará ummonumento valioso ao patrimôniohistórico e cultura da cidade".

"Ela está com mais de 90% daàrea física pronta, mas aindafaltam intervençõescomplementares fundamentais,como iluminação e preparos finaisdos equipamento típicos da funçãomemorialísica da obra", avaliou ele,concordando com a data mais provávelda inauguração no próximo dia 28 deoutubro que tem uma importânciaemblemática para os admiradores de

Quem foi o “Cavaleiro da Esperança”

ascido em Porto Alegre, em 3 dejaneiro 1988, Luiz Carlos Prestes seformou pela escola militar de Realengo,no Rio de Janeiro, onde chegou aengenheiro militar, no posto de tenente,até ser transferido para o Rio Grandedo Sul. Chefiando a tropa que construíauma linha férrea que ligaria SantoÂngelo a Giruá, garantiu tempo paraque seus subordinados pudessemestudar. Em três meses não haviamais analfabetos na companhia. Jácapitão em 1924, Prestes liderou umgrupo de que iniciou uma marcha peloBrasil. Em 1925, rompeu o famoso“Anel de ferro” propagado pelosgovernistas, chegando com sua recémformada coluna até Foz do Iguaçu.

Lá, se juntou-se aos paulistas eformou o contingente que passou a

ser chamado Coluna Miguel Costa-Prestes, com 1500 homens, que pordois anos e cinco meses percorreu25.000 km.

Em 1928, o “Cavaleiro daEsperança”, como ficouconhecido, foi transferido para aBolívia, onde estudou Marxismo efez contato com lideranças daInternacional Comunista.

No ano de 1930, em seu retornoclandestino a Porto Alegre, encontrou orecém constituído movimento AliançaNacional Libertadora (ANL), quecongregava tenentes socialistas ecomunistas e foi aclamado presidentede honra da ANL.

Declararada a ilegalidade do

movimento queficou conhecidocomo IntentonaC o m u n i s t a ,Prestes foi presoem março de1936, perdeu apatente de capitãoe iniciou uma penaque durou noveanos. Sua companheira Olga Benáriofoi deportada para a Alemanha, ondeteve uma filha que nasceu na prisão, efoi assassinada em um campo deconcentração nazista em 1942.

Com o fim do Estado Novo, Prestesfoi anistiado e se torna senador de 1946a 1948. Neste período assumiu asecretaria geral do PCB, eleito porcompanheiros como Carlos Marighellae Jorge Amado. Porém o “Cavaleiroda Esperança” teve seus direitos decidadão novamente revogados durantea ditadura de 1964. Foi perseguidopelo regime de exceção, masconseguiu fugir. Ficou exilado na UniãoSoviética e regressou ao Brasil, coma anistia, em 1979.

Em 7 de março de 1990, Prestesfaleceu no Rio.

Prestes. Foi nesta data em 1924, que aColuna Prestes iniciou em Santo Ângeloa marcha famosa que percorreu 25 milquilômetros do interior do país, durantedois anos e meio.

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LUIZ CARLOS PRESTES

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Assista em http://goo.gl/Vm1SPS

ARTIGOS

Modelo superado de (i)mobilidade urbana*

ncerrada na noite de segunda-feira (10), após 15 dias deparalisação, a greve dos trabalhadores rodoviários porto-alegrenses foi reveladora e, ao mesmo tempo, resultado desérios problemas de imobilidade urbana, que a capital gaúchae suas últimas administrações não têm enfrentado. Estamosdiante de uma cidade travada, estagnada, com transportepúblico caro, sem cumprimento de horário e de péssimaqualidade.

A mobilização dos rodoviários foi o momento culminantee ponto de encontro de vários sinais que vêm sendodesconsiderados pela atual gestão municipal. Primeiro, aslutas de anos contra o aumento das passagens, que cresceramo dobro do salário dos trabalhadores; depois, a jornada deprotestos de junho de 2013; mais recentemente a decisãodo TJRS determinando a licitação e, por fim, a resolução doTCERS exigindo transparência em uma nova planilha decomposição de preços da tarifa.

O não tratamento do tema, de forma séria, na capital,está imobilizando nossa cidade e a região metropolitana. Eisto tudo remete para uma questão estrutural central, cujodebate a sociedade e a gestão têm adiado perigosamente.Trata-se do insustentável e desgastado modelo de transporteurbano que a capital gaúcha pratica, assim como outrascidades, que privilegiam os automóveis particulares ao invésde priorizar as pessoas e o coletivo. Na verdade, com sualimitações crescentes, este modelo confina cada vez mais oshabitantes dos centros urbanos, que incham e sedesenvolvem sem planejamento estratégico.

O regime de trabalho de quase escravidão a que sãosubmetidos os condutores de ônibus com jornadas diáriasem uma rotina estressante, agravada pelo calor sufocantedeste verão, muitas vezes dirigindo veículos sucateados eem vias esburacadas, é parte do sistema que não contemplaum transporte público eficiente, acessível e de qualidade,que poderia estimular os motoristas particulares a deixaremseus automóveis na garagem nos dias de semana.

A consequência nociva é que a sociedade que não discutea situação da mobilidade esgotada – com indignas condiçõesde trabalho dos profissionais- termina pagando um alto custo,sem ônibus para locomover-se para trabalhar, estudar oudeslocar-se na cidade, como aconteceu em Porto Alegre, pormais de duas semanas.

A melhor qualidade de vida dos cidadãos de Porto Alegrepassa, obrigatoriamente, por uma correção dos modos dedeslocamento individual e coletivo. E quanto mais urgenteisto for feito, melhor será para todos, trabalhadores quedirigem e trabalhadores que são passageiros do transporteurbano.

Devemos produzir as soluções para o transporte por meiode uma forte política de recuperação da qualidade dotransporte público, com uma licitação pública e transparente,mas aproveitando para projetar um Anel Viário iniciando como metrô da zona norte até o centro; ligando a região centralà zona leste, chegando ao campus da Ufrgs e fechando ocírculo no triângulo da Avenida Assis Brasil, no norte. Épreciso, igualmente, realizar a 4ª Perimetral e incorporar o

veículo leve sobre trilhos (aeromóvel) para a zona sul, quetem como alternativa também o uso do modal hidroviário noGuaíba. E, claro, criar ciclovias e ciclofaixas de verdade,que deem fluxo a todos os bairros e vias da cidade.

A bancada dos vereadores do PT, na Câmara Municipal,protocolou um projeto de lei (PL 29/13) que propugna anecessidade urgente de um novo sistema de gestão públicade transporte urbano, com fundo público de transporteurbano, sistema integrado de bilhetagem, instrumentos detransparência e controle social da gestão e a reestruturaçãodo Conselho Municipal dos Transportes.

Sem mudanças, o trânsito e o transporte públicocontinuarão caóticos, com reflexos significativos em todasas áreas da cidade, e a precária qualidade do transportecoletivo só se amplificará, com repercussão nos eventosrelacionados à Copa do Mundo – cujas obras de infraestrutura,sabemos todos, estão bastante atrasadas em praticamentetoda a cidade. A terceira perimetral, por exemplo, aindacarece de elementos que a consolidem como a via rápida quefoi projetada.

Tudo é fruto de uma gestão, no último período, semcompromissos com o planejamento estratégico, dominadapor práticas tradicionais, refém de interesses particulares eespeculativos, fragmentada, sem inovação e, especialmente,descomprometida com o que chamamos de inversão deprioridades. Associada ao retrocesso na qualidade daprestação de serviços em toda a cidade, especialmente nasvilas e bairros populares, abandonados pela atualadministração.

Pois neste período impera um método de administraçãode governar para poucos que, da perspectiva da gestãopública, evidencia uma enorme incapacidade operacional,principalmente no que concerne à ausência de fortesintervenções em infraestrutura, que a cidade tanto requer.

Está mais do que na hora de o executivo municipalaproveitar e dar um salto adiante na organização do Sistemade Transporte da cidade, com todos seus modais, emarticulação com a região metropolitana. Não podemos maisficar presos à lógica de empresários que prestam serviçosde baixa qualidade, que só mostraram melhora após ahistórica intervenção nas empresas feita pelo primeirogoverno da Administração Popular.

O que Porto Alegre realmente necessita é voltar a ser acapital número 1 em qualidade de vida do Brasil e isto inclui,fundamentalmente, um sistema de mobilidade qualificado,acessível e justo, para que tenhamos uma cidade que sedesenvolva de modo sustentável; aberta e inovadora; umacidade da diversidade e da participação e uma cidade segurae saudável.

ADÃO VILLAVERDE**

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21 (14/02/2014)**Adão Villaverde é professor, engenheiro e deputado estadual

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RODOVIÁRIOS

Trabalhadores esperam julgamento do TRT-RSsobre o dissídio coletivo

s trabalhadores rodoviários dePorto Alegre, em estado de greve,aguardam a decisão do TRT sobredissídio coletivo marcado para segunda-feira (17). Na segunda-feira anterior(10), rejeitaram a proposta patronal,mas os ônibus voltaram a circular. Naavaliação da categoria, não écompreensível que o preço da passagemque o cidadão porto alegrense pagatenha subido o dobro do que elesreceberam como reajuste nos últimosanos. Entretanto, de forma soberana esolidária aos anseios dos demais

trabalhadores que necessitam dotransporte, decidiram voltar ao trabalhona terça-feira (11). De acordo com AlceuWeber, continua a mobilização.“Queremos condições dignas detrabalho, salários compatíveis e ônibusem condições de atenderadequadamente a quem usa otransporte coletivo de Porto Alegre. Agreve sempre é exaustiva e dolorosapara todos, é um extremo que causatranstornos de toda ordem, mas, é uminstrumento legítimo e garantidoconstitucionalmente. Continuaremos

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Decisão sobre ônibus terá impacto no país, opina Da Camino

procurador-geral do MinistérioPúblico (MP) de Contas, Geraldo DaCamino, avalia que o resultado dojulgamento realizado pelo Tribunal deContas do Estado (TCE), na semanapassada, sobre a metodologia de cálculodas tarifas do transporte coletivo daCapital, terá um impacto positivo paraos porto-alegrenses, estabelecendo umanova realidade na abordagem do tema.Mais do que isso, Da Camino comemorao fato de o pleno do TCE ter acatado 14recomendações de seu parecer - de umtotal de 15 - e diz acreditar que oresultado do processo será modelo paraas demais cidades brasileiras. Entre asrecomendações está a de que o sistemaseja licitado, o que deve ocorrer emmarço, segundo o prefeito JoséFortunati (PDT).

Nesta entrevista ao Jornal doComércio, Da Camino aborda o parecerque apontou “ganhos injustificados” porparte das empresas de ônibus da cidadee rechaça as críticas de Fortunati, deque a análise deveria ter sido mais ágil.O parecer foi apresentado na terça-feirapassada ao TCE.

Perto de completar seu sexto ano nocargo - o que ocorre no mês de abril -,o procurador-geral do MP de Contas temuma atuação que, com algumafrequência, lhe rende desafetos, devidoao rigor com que fiscaliza e propõepenalizações para gestores públicos.Partiu dele a representação feita ao TCEem 2011 contra a Empresa Pública de

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nossa luta, colocaremos os ônibus arodar, mas isso é um ato desensibilidade ao usuário que é refémdesta política patronal”, afirma o lídersindical.

Transporte e Circulação(EPTC), referente ao modocomo vinha sendo feito ocálculo das tarifas deônibus em Porto Alegre.

A iniciativa gerou umainspeção especial do TCE,que expediu uma medidacautelar impedindo oaumento das passagens noano passado. Com adecisão do mérito,ocorrida na quinta-feira,novos parâmetros passama valer para o cálculo,excluindo custos usadospelas empresas, entreoutras providências, comoa licitação, o que podebaratear o transporte nacidade.

Jornal do Comércio -Como avalia a decisão do TCE sobre otransporte coletivo da Capital?

Geraldo Da Camino - Foiextremamente positiva. Superou asexpectativas mais otimistas que eutinha quando instaurei um expedientepara análise da planilha tarifária, emfevereiro de 2011, e quando representeiao tribunal (TCE) em junho de 2011. Otribunal produziu um extenso eaprofundado trabalho. Para nossasatisfação, o julgamento acompanhoumais de 90% das nossas proposições. Éum processo que transcende estetribunal, transcende esta cidade, uma

vez que teve um efeito multiplicadorpor todo o Brasil, e que trazdeterminações de extrema relevância,como a de licitar o serviço, corrigindouma situação de ilegalidade de décadas,e contribui para o sistema de transportecomo um todo, em um trabalho conjuntodo tribunal, do Ministério Público deContas, com a colaboração da EPTC.

Para ler a entrevista naíntegra, publicada no JC dia 10,acesse: http://goo.gl/W2QA25

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GOVERNO TARSO

Estado recebetecnologia para

elevadoresde alta

velocidade

Mitsubishi Electric Corporationrealizou nesta quarta-feira (12), noPalácio Piratini, uma cerimônia oficialpara marcar o início da nova fase deprodução de elevadores da fábrica emGuaíba (RS). A etapa celebra a conclusãodo processo de aquisição da gaúchaLGTECH Elevadores S.A, anunciada emsetembro do ano passado, quedemandou investimento de R$ 52,7milhões.

"O investimento da Mitsubishiestabelece uma associação com a baseprodutiva local, com nossosempresários e a nossa classetrabalhadora que é, reconhecidamente,a mais qualificada do país. Esse dia

representa a vitória de uma visãoestratégica de desenvolvimento",destacou o governador Tarso Genro.

Em 2014, serão aplicados mais R$ R$20,3 milhões na modernização do parquefabril, totalizando R$ 73 milhões. Acompanhia tem como objetivo triplicaro faturamento em dois anos e chegar aprodução de 250 elevadores/mês. Para

2015, está previsto uma projeto deexpansão da fábrica em mais 3 milmetros quadrados, totalizando 10 milmetros quadrados de área construída.

governador Tarso Genro fez umaapresentação rápida da estratégia dogoverno gaúcho na questão do Projetonº 238/13, de autoria do governofederal, que envolve a reestruturaçãoda dívida do Rio Grande do Sul com aUnião. O governador destacou ainiciativa do presidente do Tribunal deJustiça do Rio Grande do Sul, JoséAquino Flôres de Camargo, dopresidente do Tribunal de Contas doEstado, Cezar Miola, do Procurador-Geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga,e do presidente da AssembleiaLegislativa, Gilmar Sossella, queenviaram correspondência à presidentada República, Dilma Rousseff,defendendo a aprovação do projeto.

“O serviço da dívida é, há anos,cobrado de forma absolutamenteabusiva. Foi estabelecido sob taxasescorchantes, muito superiores aospadrões praticados pelas instituiçõesfederais de fomento no mercadoprivado”, assinala o presidente doparlamento gaúcho em suacorrespondência. “Estamos pleiteandoa sua determinação política parapromover a rápida votação do PLC nº

238/13, de sua iniciativa, que abre,em relação ao nosso Estado, umanova perspectiva de futuro, semqualquer lesão à saúde fiscal dopaís”, diz a carta assinada por JoséAquino de Camargo, Eduardo de LimaVeiga e Cezar Miola.

Tarsodefendeu a estratégia dereestruturação da dívida adotadapelo governo e destacou a unidadeque se construiu no Estado em defesadesse projeto, envolvendo outrospoderes, entidades e os trêssenadores gaúchos (Pedro Simon, PauloPaim e Ana Amélia Lemos). Qualquergoverno que tivesse assumido deveriadefinir essa reestruturação como umade suas prioridades, destacou. “A atualsituação financeira do Estado, mantidacomo está, vai levar a próximo de zeroou zerar a capacidade de investimentodo Estado e, no médio prazo, dificultarinclusive o funcionamento dasinstituições do Estado. Estados como oRio Grande do Sul pagam para a Uniãohoje juros superiores aos juros dospapeis que a União coloca no mercadofinanceiro global”.

O projeto que está no Senado altera

o indexador da dívida, substituindo oIGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas,pelo IPCA, do IBGE. Caso aprovado, osjuros serão reduzidos de 6% ao ano para4% ao ano. Os encargos menoresproporcionariam ao Rio Grande do Suluma nova perspectiva para o pagamentoda dívida, reduzindo muito o saldo a serrefinanciado depois de 2028. Alémdisso, abriria um novo espaço fiscalpara o Estado, o que possibilitaria darealização de operações de crédito parainvestimentos da ordem de R$ 2 bilhões.

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Ex-governador Collares apoiaestratégia para renegociação

Na cerimônia, o governador Tarso Genro,junto com representantes da Mitsubish, quebroua tampa de tonéis de saquê, seguindo a tradiçãojaponesa para celebrar acordos.

Villa e o vereador Alexandre“Xandão” estiveram na cerimônia,no Palácio Piratini

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PARLAMENTO GAÚCHO

Comissão debateCultura Vivae atenção à

pessoascom doença

renal

a manhã de terça-feira (11), Villaparticipou da primeira reunião ordináriado ano de 2014 da Comissão deEducação, Cultura, Desporto, Ciência eTecnologia. No encontro,os parlamentares aprovaram parecer aum projeto de lei e sete requerimentosde audiências públicas.

Os parlamentares acataram oparecer favorável ao PL 116 2012, dadeputada Marisa Formolo (PT) e relatadopelo deputado Adilson Troca (PSDB),que estabelece as diretrizes para apolítica estadual de Atenção Integral aSaúde das Pessoas com Diagnóstico deDoença Renal.

As audiências públicas autorizadaspelos parlamentares buscam ampliar odebate sobre o PL 410/2013, dadeputada Ana Affonso (PT), que propõea instituição da Política Estadual deCultura Viva, a fim de promover aprodução e a difusão da cultura e oacesso aos direitos culturais dediferentes grupos e coletivos.

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CPI para investigar privatizaçãoe esquartejamento da CEEE

governador Tarso Genromanifestou-se favorável àinstalação de uma CPI da Energiana Assembleia Legislativa, comoestá sendo proposto pela oposição.“O governo é favorável; queremosfazer um estudo profundo do queocorreu desde a época em que aCEEE (Companhia Estadual deEnergia Elétrica) foi esquartejadaem um processo de privatização”,disse Tarso durante encontro comjornalistas, no Palácio Piratini.

“Da nossa parte, não hánenhum problema”, garantiu ogovernador. “A comparação entre osinvestimentos que estamos fazendoagora com a de governos anteriores nosé amplamente favorável. E a sociedadegaúcha tem o direito de saber o queaconteceu com o esquartejamento daslinhas de transmissão nas privatizações,onde o Estado ficou com todas as dívidase as concessionárias não”, acrescentou.

Na tarde de quinta-feira, no salãoJúlio de Castilhos, ante sala do Plenário,Villa assinou o requerimento da CPI. Foio segundo deputado do PT a assinar.

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Em sua coluna do jornal Correio doPovo (14/02/2014), a jornalista TalineOppitz registrou com nota e fotografiaa adesão do PT à CPI da EnergiaElétrica.

a manhã de quarta-feira (12),estiveram no gabinete do Villa, ondeforam recebidos pelo chefe de gabineteGladimiro Machado, o prefeito deAlegrete, Erasmo Silva; o presidente doCentro Empresarial de Alegrete (CEA),Roberto Pradel; o presidente daFenegócios, Deonir Martini, paraentregar um convite para a 14ª Feirade Negócios da Fronteira Oeste, aFenegócios, que ocorrerá de 1ª a 4 demaio, em Alegrete.

A feira de negócios de Alegrete temcomo objetivo integrar os segmentosda indústria, comércio e serviços,visando a oferta e comercialização deprodutos e entretenimento para acomunidade, proporcionando ao meioempresarial um ambiente para vendas,compras, divulgação e articulação deparcerias. O Centro Empresarial deAlegrete coordena o evento, que temcomo parceiro a Prefeitura Municipal deAlegrete.

Fenegócios deve agitar Fronteira Oeste

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CARNAVAL

Governo do Estado celebra convênio com ligade escolas de samba de Porto Alegre

a noite do dia 06, na sede da escolaEstado Maior da Restinga, o Governodo Estado, por meio da Secretaria daCultura, assinou convênio com a LigaIndependente das Escolas de Samba dePorto Alegre do Grupo Especial (Liespa)para o repasse de R$ 700 mil destinadosao carnaval de 2014 que serão geridose destinados entre as escolas. Ogovernador Tarso Genro foirepresentado pelo secretário da Cultura,Assis Brasil.

Além deste recurso do orçamento doestado, a cadeia produtiva do carnavalconcorre a mais dois editais com

N investimento total de R$ 3,34milhões, sendo R$ 3 milhões derecursos federais, fruto da emenda dodeputado federal Paulo Ferreira e R$340 mil de contrapartida do estado.Os editais visam o desenvolvimentoe a seleção de propostas quedialoguem com a potencialização eestruturação de ações coletivasligadas ao carnaval no estado do RioGrande do Sul.

Em caráter preliminar, a secretariade Cultura divulgou que o edital 28/2013, para Porto Alegre, teve 17projetos habilitados. Já o edital 29/

Gilmar da Rosa

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2013, para o interior, teve 13 projetoshabilitados. Os projetos da capitalreceberão R$ 120 mil cada e os dointerior R$ 100 mil cada.

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erca de duas mil pessoasparticiparam da festa do Partido dosTrabalhadores, em São Paulo O PTrealizou na noite desta segunda-feira(10), em São Paulo, no Auditório CelsoFurtado, no Palácio de Convenções doAnhembi, a comemoração do seuaniversário de 34 anos. O evento contoucom cerca duas mil pessoas, entredeputados federais, estaduais,senadores, dirigentes partidários,presidentes dos diretórios estaduais eteve a cantora Negra Li como mestrede cerimônia. A festa foi transmitidaao vivo pela TV Linha Direta e um totalde quase 30 mil internautasacompanharam a transmissão.Impossibilitado de estar presente noato, o ex-presidente Lula enviou umvídeo que foi transmitido durante oevento. “Se não houver frutos, valeu abeleza das flores; se não houver flores,valeu a sombra das folhas; se nãohouver folhas, valeu a intenção dasemente”, disse, referindo se à umacarta escrita pelo cartunista Henfil nosprimeiros anos de Partido dosTrabalhadores. O presidente doDiretório Nacional e deputado estadual,Rui Falcão, lembrou o orgulho de serpetista e de como é glorioso olhar osfeitos dos governos Lula e Dilma. Ruitambém aproveitou para lembrar que oPT é o partido que sempre se renova eque os tucanos não têm quadrosnovos.”Quando dizem que o país precisade algo novo, o algo novo deles éprivatizar para se beneficiar, fechar osolhos para o cartel do Metrô e paracarregamentos exóticos emhelicópteros?”, disse. “Se alguémpedisse uma definição do PT, eu diriaque o nosso partido é um persistente,cuidadoso, semeador de oportunidadesdo trabalhador brasileiro e semeador dofuturo. Essa é a marca do nosso partidoe tem sido a essência do nossogoverno”. Com essas palavras, apresidenta Dilma Rousseff abriu seudiscurso. Segundo ela, quando o PTnasceu, há 34 anos, havia ainda ar daditadura e o Brasil era um Paísimensamente desigual. “Naquele dez defevereiro em que hoje nóscomemoramos 34 anos, o PT fez várias

promessas de poder lutar por maisdemocracia, mais justiça social, maisliberdade e, sobretudo, por menosdesigualdade. Onze anos atrás quandoo PT assumiu a presidência, Lulaprometeu diminuir a desigualdade,transformar o Brasil em um País deoportunidades para todos os brasileiros,em especial àqueles mais pobres.Quando eu tomei posse, eu prometicontinuar a consolidar pelo esforço dopovo brasileiro. (...) Agora o Brasil émuito justo, mais forte e soberano doque era somente há doze anos atrás,não teve a semeadura, não porque asemente era boa, mas porque asemente sem semear era ainda melhor.Os brasileiros e as brasileiras quandotem a oportunidade são insuperáveis”,frisou Dilma. Dilma também lembrou osvelhos desafios impostos. “Há 34 anosdiziam que era improvável construir noBrasil um partido dos trabalhadores.Anos depois era impossível um operárioser presidente da republica. Nóslembramos bem disso. Mais adianteafirmaram que uma mulher não teriacondições de chegar”. Segunda Dilma,que crítica não entende o que representaa menor taxa de desemprego do mundoe que o salario mínimo brasileiro tem opoder de compra real de 70%. “Asconquistas asseguradas, cada obra

realizada, os serviços públicosmelhorados (...) Eu acredito nisso (...)A verdade é que nós é que não nosconformamos, não somos paralisados,nós não paramos. Nós sempre seguimosem frente e à frente. (...) O meugoverno possui um compromisso comos brasileiros , com as familiaisbrasileiras para oferecer sempre mais,mais oportunidade, oportunidades quegarantam o surgimento de uma naçãodesenvolvida e rica”, disse. Apresidenta Dilma encerrou seupronunciamento homenageado toda amilitância petista. “Eu encerro a minhafala homenageando a raiz disso tudo,homenageando a nossa brava ededicada militância do Partido dosTrabalhadores e das trabalhadoras. Elaque sempre esteve presente, sobretudonos momentos mais difíceis,homenageando a sua coragem de luta.Homenageamos essa militância sempresolidária, solidária com todos aquelesque concorrem aos cargos, mas solidária(...) Todos nós que batalhamos pornosso país e temos a estrela, estaremossempre aqui para construir o futuro esemear oportunidades. Viva o PT, vivao Brasil, viva a militância”, concluiu apresidenta.

Leia na íntegra:http://goo.gl/aKUvU9

“Nós sempre seguimos em frentee à frente”, afirma presidenta Dilma

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34 ANOS DO PT

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É difícil de escrever este texto, como se, ao não falar anotícia, ela não fosse existir, como se guardar silêncio fossepostergar esta frase fria e tão inacreditável: o Nico morreu!Isso nunca deveria ter saído da minha boca, sempre queriaque fosse ao contrário, fosse tu, meu querido amigo eparceiro, que noticiasse aos outros com teu jeito tão sensível,emotivo, poético e com um sorriso no fim, essa notícia que,por estarmos vivos, em algum momento será dita: morreu!O triste é pensar nos dias futuros quando a ficha for caindo,caindo e a saudade aumentando ao nível do insuportável. Otriste é pensar na Nina, tua querida filha, e na harmoniacarinhosa e silenciosa que existia entre vocês dois! O tristeé ver a Márcia, tua esposa, com seu coração partido etentando garantir as pontas para que a casa não caia. Tudo étriste, meu amigo, com tua ausência. Ah, se eu fosse umMonty Python, encontraria uma piada para elevar nossatragédia ao patamar da comédia, mas está sendo impossível.Me falta aquele teu jeito forte e rápido de transfigurar arealidade numa gargalhada, num riso que acariciava nossador e nos transportava para a vida. Falar contigo sempre me

acalma, e agora, sabendo que falamos de alma para alma,estás me confortando novamente. E estou cada vez maisseguro de que estamos cada vez mais juntos e que agorasomos mais amigos ainda! Quis sempre dizer aos quatroventos o quanto te amava, mas o que iriam dizer? Até tuficarias constrangido (Ué, o que houve contigo, Levitan,desmunhecou?). Agora vou dizer, te amo, foste mais que umamigo, foste meu irmão, parceiro, alma gêmea... quantacoisa planejávamos fazer... por que tão cedo? As respostasnão cabem ao nosso plano, são de outra esfera e que fiquemnela. Aceitemos os fatos e garantiremos que vamos honrar atua memória, tão cara e tão grata para nossa cidade queaprendeu a te amar, nossa cidade e o mundo inteiro, inclusive,o mundo de outras esferas! Meus profundos e sincerospesares para a querida e maravilhosa família do Nico, seuspais, irmãos, esposa e filha!

Adeus ao amigo*CLÁUDIO LEVITAN**

*Artigo publicado no jornal Zero Hora em 8 de fevereiro de 2014**Músico, autor do roteiro da adaptação em HQ de “Tangos &

Tragédias”. Participaria como convidado especial desta temporada

Silencioso como amiúde está, LF Veríssimo mal ouve aconversa de Lúcia com dona Eva Sopher, as duas sentadas aseu lado na plateia baixa do teatro. Respeitosamentesussurrada, a conversação envolve Nico Nicolaiewsky querepousa coberto por um manto israelita lá na frente, pertinhodo palco onde tanto brilhou por três décadas. “O talento deleestá impregnado nestas paredes”, diz a velhinha do teatropara a esposa de LF.

Na fila a minha frente, Bolívar volta-se para me fazeruma observação em tom tão baixo que nem ouço. Concordo,claro: quem vai animar discórdia neste ambiente?

Espirituoso, talvez imagine o luto na Sbornia, sem omaestro Pletzkaia, sem mais “Tangos e Tragédias”.

Mais amiga que assessora de comunicação MarilurdesFranarim cuida de detalhes essenciais como o funcionamentodo ar condicionado e o trajeto confortável de Márcia, quechega para velar o corpo do marido e incorpora-se ao grupode parentes e íntimos que cerca o caixão.

Alguém traz uma rosa, vermelha e imensa, que,jeitosamente, é retirada do cenário que não admite flores,limitadas ao hall na entrada do teatro, como requer ojudaísmo. Hique Gomes apropria-se da flor e a coloca nopiano, lá em cima no palco.

Pouco abaixo, em volta de Nico, os familiares choram etrocam abraços apertados, de apoio e solidariedade de umafila de pessoas de olhares perdidos, Arthur de Faria, MargareteMoraes, Ivo e Antonio Czamanski, e outros rostos de almasesbugalhadas…

Marcia do Canto ouve sentimentos doloridos e pesarososde pessoas que nunca viu na vida mas se encorajam em nosrepresentar, nós, os admiradores de Nico que nos quedamosem maioria nas velhas poltronas do São Pedro, compartilhandocom Veríssimo o imenso e grave silêncio que é nosso modo

de reverenciar o Nico sem entender porque ele partiu tãocedo e de modo tão abrupto.

Bem compartilhado no facebook este escrito meu, acima,sobre o funeral do Nico tem dois motivos especiais paradespertar a simpática repercussão dos amigos que semanifestaram na rede.

Em primeiro lugar, está o contexto físico onde aconteceuo velório; em segundo, destaca-se a terrível perplexidadecausada pela súbita morte do músico aos jovens 56 anos.

Ninguém se surpreenderia tanto, creio, se Nico tivesseuns 80 anos e estrelasse uma trajetória adoentada,desenhando o fim próximo.

Moisés, o pai de Nico, não estava no velório no momentoem que lá estive. “Eles não virão”, me disseram quandoperguntei por ele, Moisés, certamente mais abalado quetodos nós pela perda do filho na inversão da ordem naturalda vida, o pai sepultando aquele que gerou, e não o contrário.Mais doloroso é que Nico foi internado no dia 21 de janeiroe partiu dia 6 de fevereiro, em um período curtíssimo dehospitalização no Moinhos de Vento, por conta da leucemiamielóide aguda identificada no momento em que os primeirosexames foram realizados, menos de 20 dias antes. Os faladosavanços da medicina não conseguiram prolongar a vida paraele recuperar a saúde e nos brindar com o bom humor, airreverência e dom musical com que nos ajudava a enfrentaro cotidiano.

Por derradeiro, o cenário do Theatro São Pedro, onde seencenam imitações da vida, foi simbólico da ficção àsavessas na qual a realidade nos impôs sua fina ironia e nosfez a todos, no palco e na assistência, protagonistas dessapeça de imponderável tragédia sem tangos.

Tragédia sem tangosANDRÉ PEREIRA*

NICO NICOLAIEWSKY

*Jornalista

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publicação "Ponto de Vista -Um depoimento fotográfico"relançada 35 anos depois por um dos autores, Luiz Abreu, noambiente festivo do Sarau Amigos da Alice (Agência Livrepara Informação, Cidadania e Educação), dia 04 de fevereiro,em Porto Alegre,não é importante unicamente pelo resgatede uma obra rara, que poucas bibliotecas possuem. Tambémnão é valioso apenas pelo elevado nível de qualidade artísticadas imagens obtidas pelos quatro profissionais das câmerasque assinam o livro, retratando aspectos da realidade gaúcha.E nem é destacável por ser um dos primeiros livros defotografia editados no estado. É precioso, sobretudo, porquecomplementa a trajetória recente do jornalismo gaúcho."Ponto de Vista" era o nome da pequena cooperativa que osintegrantes da editoria de fotografia da cooperativa dosjornalistas de Porto Alegre criaram, após deixar a Coojornalno racha eleitoral de 1978. Com sede na Pinheiro Machado ecom mais três associados egressos do mesmo grupoprofissional Raul Sanvicente, Humberto Andreatta e AndréPereira, a Ponto de Vista especializou-se na produção e vendade fotos e textos.

"Ponto de Vista - Um depoimento fotográfico" foipublicado, em 1979, pelos fotógrafos Abreu, Jacqueline Joner,Eneida Serrano e Genaro Joner com a sobra dos recursos dopatrocínio obtido junto à Assembleia Legislativa (presididapor Carlos Giacomomazi) para a edição de outro foto-livro,talvez o primeiro no Estado, chamado "Santa Soja", queregistrava os impactos do boom da soja.

Abreu contou um pouco da história do livro, que retratasituações sociais que, ressaltou ele, na época, a ditaduramilitar tentava ocultar, como os moradores de rua, pessoassem sequer um local para dormir. "Cada um ficou responsávelpor um capítulo. Saindo da ditadura, esses temas sociaiseram muito importantes na nossa consciência, queríamosmostrar nosso ponto de vista sobre a função da fotografia esobre essa realidade", disse Abreu. "Nenhuma editora, naépoca, abraçaria lançar uma obra assim", completa.Distribuído pela Editora Movimento, o livro alcançou grande

O Ponto de Vista dos herdeiros da Coojornal

repercussão no Estado e no centro do país, com muitos elogiosde jornais e publicações especializadas.

Daquela época, sobraramexemplares num baú de Abreu, quecolocou a obra à disposição paraarrecadação de fundos da Alice, nosarau que a ONG realiza todos os meses."A proposta da Alice é justamentemostrar o que a sociedade não vê,mostrar o que está escondido", afirmoua jornalistas Rosina Duarte que dirigea agência e realiza há vários anos um trabalho social comcrianças e adolescentes carentes da capital.

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“As temáticas sociais eram muito importantes nanossa consciência e queríamos mostrar nosso pontode vista sobre a função da fotografia” - Luiz Abreu

MEMÓRIA